Química Orgânica
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Química Orgânica
Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho QUÍMICA ORGÂNICA ⇒ Química dos compostos de carbono Bibliografia Principal: [1] T. W. G. Solomons and C.B. Fryhle, Organic Chemistry, 7th edition (2000), Î Descoberta do fogo (1ª experiência deliberada com uma John Wiley & Sons, Inc., 2000. reacção orgânica) [2] T. W. G. Solomons, Química Orgânica (Vols 1 e 2), 6ª edição, John Wiley & Sons, Inc., 1996. Î Civilização Egípcia: uso do indigo e da alizarina (compostos orgânicos) para tingir o vestuário. Alternativa: [1]J. Clayden, N. Greeves, S. Warren and P. Wothers, Organic Chemistry, Î Civilização Fenícia: uso do “púrpura real”. Oxford University Press, Inc., New York, 2001. [2] W. H. Brown, Organic Chemistry, International Edition, Saunders College Î Biblia: Publishing, 1995. descrição da fermentação das uvas para produzir álcool etílico e do vinho para produzir vinagre. [3] R.C. Atkins and F.A. Carey, Organic Chemistry - a Brief Course, International Edition, McGraw-Hill, Inc., 1990. Î Anos 80 do Séc. XVIII: distinção entre compostos orgânicos e Aulas teórico-práticas: compostos inorgânicos. Carvalho, L.H.M., Carvalho, Mª J. M., Exercícios de Química Orgânica, Série Didáctica-Ciências Puras, 43, UTAD, Vila Real, 225 p. 2005. Compostos orgânicos - “compostos que podiam ser obtidos de organismos vivos”. Nomenclatura e estereoquímica: Compostos inorgânicos - “compostos que provinham de origens [1] L.S. Campos e M. Mourato, Nomenclatura dos Compostos Orgânicos, 1ª não vivas”. Edição, Escolar Editora, Lisboa, 1999. [2] International Union of Pure and Applied Chemistry - Organic Chemistry Vitalismo: Division, Commission on Nomenclature of Organic Chemistry (III.1), Sociedade Portuguesa de Química, Guia IUPAC para a Nomenclatura de Crença de que era necessária a intervenção de uma “força vital” Compostos Orgânicos (tradução portuguesa nas variantes Europeia e para a síntese de compostos orgânicos. Assim, os compostos Brasileira), Lidel - edições técnicas , lda, 2002. orgânicos apenas podiam ser sintetizados em organismos vivos e [3] F.D. Gunstone, Guia de Estereoquímica, 1ª Edição, Escolar Editora, não laboratorialmente. Lisboa, 1985. [4] D.G. Morris, Stereochemistry, Tutorial Chemistry Texts, The Royal Society of Chemistry, 2001. 1 2 1 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ISÓMEROS CONSTITUCIONAIS Î 1828-1850 Fim do vitalismo. Aparecimento da Química Orgânica como Ciência. Compostos claramente “orgânicos” Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho foram produzidos a partir de compostos nitidamente inorgânicos. C2H6O Friedrich Wöhler (1828) NH4+ NCO- O Δ C H 2N Cianato de amónio H NH2 H H C C H Ureia OH H Ponto de ebulição: 78,5 ºC Ponto de fusão: -117,3 ºC Álcool etílico Î 1784 Antoine Lavoisier demonstra que os compostos orgânicos são constituídos, principalmente, por C, H e O. H H Î 1811-1831 J. Liebig, J.J. Berzelius e J.B.A. Dumas desenvolvem métodos quantitativos para a determinação da composição de C H H O C H H Ponto de ebulição: -24,9 ºC Ponto de fusão: -138 ºC compostos orgânicos. Éter dimetílico Î 1860 S. Cannizzaro mostra que a hipótese de Avogadro (1811)pode ser usada para distinguir entre fórmulas empíricas e fórmulas moleculares. Î 1858-1861 A. Kekulé, A.S. Couper e A.M. Butlerov estabelecem as bases da teoria estrutural. Î 1874 J.H. van’t Hoff e J.A. Le Bel expandem a teoria estrutural para o espaço tridimensional. Álcool etílico 3 Éter dimetílico 4 2 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ELECTRONEGATIVIDADE DE ALGUNS ELEMENTOS H 2.1 LIGAÇÃO COVALENTE H H H H ou H H Aumenta Be 1.5 B 2.0 C 2.5 N 3.0 O 3.5 F 4.0 Na 0.9 Mg 1.2 Al 1.5 Si 1.8 P 2.1 S 2.5 Cl 3.0 K 0.8 Cl Br 2.8 F Cl ou Cl Cl Cl H H C 4 H H C H ou H C H H H LIGAÇÃO IÓNICA Li Cl Diminui Li 1.0 CARGA FORMAL Li Para os hidrogénios: Electrões de valência do átomo no estado livre = 1 Electrões de valência ligantes e não-ligantes (a subtrair) = -1 H Carga formal H N H Para o azoto: H Electrões de valência do átomo no estado livre F = 0 = 5 Electrões de valência ligantes e não-ligantes (a subtrair) = -4 Carga formal 5 Carga do ião = 4x(0) + (+1) = +1 = +1 6 3 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho HIBRIDAÇÃO sp3 RESSONÂNCIA Estado excitado Estado fundam ental O O O C C C 2p O O O O O O 2p Promoção de electrão δ- 2s 2s 1s 1s O δ- C O O δ- Estado hibridizado sp3 δO 2sp3 - δ C O - O δ 1s 7 8 4 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho HIBRIDAÇÃO sp3 HIBRIDAÇÃO sp2 Estado excitado Estado fundam ental 2p Orbital híbrida sp3 2p Promoção de electrão 2s 2s 1s 1s Estado hibridizado sp 2 2p 2sp 2 1s 9 10 5 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho HIBRIDAÇÃO sp BARREIRA DE ROTAÇÃO DE LIGAÇÕES DUPLAS Estado excitado Estado fundam ental 2p 2p Promoção de electrão 2s 2s 1s 1s Estado hibridizado sp 2p 2sp 272 kJ mol-1 1s 11 12 6 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho REPRESENTAÇÕES DE MOLÉCULAS FÓRMULAS ESTRUTURAIS COMPRIMENTOS E ÂNGULOS DE LIGAÇÃO H CH3CH2CH2OH H H Fórmula condensada H H H H C C C H H H O H Fórmula de traços C º 1.54 A 109.5º C 1.1 0 H Rotação relativamente livre das ligações simples e configurações da cadeia: Aº 118º H H H 109.5º C C º 1.34 A H H O ≡ H H O C C C 121º C H C C H ≡ C C C O etc etc 1 .0 9 Aº H H 180º 1.20 Aº C H H O H C C C H H H H ≡ H H H H C C C H H H O H ≡ H C H H H C C H H O H 1.06 Aº C H H 13 14 7 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho FORMAS DE MOLÉCULAS CLASSIFICAÇÃO DE ÁTOMOS DE HIDROGÉNIO H 2O átomo de hidrogénio 3º H3C átomos de hidrogénio 2º CH CH3 H3C CH3OH CH2 átomos de hidrogénio 1º NH3 Só átomos de hidrogénio primários: CH3 H 3C H CH3 CH3 O C C 2,2-Dimetilpropano (neopentano) H 15 16 8 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho FRACÇÕES OBTIDAS DA DESTILAÇÃO DO PETRÓLEO Intervalo de ebulição da fracção (ºC) Nº de átomos de carbono por molécula Abaixo de 20 C1 - C4 Gás natural e em botija 20 - 60 C5 - C6 Éter de petróleo, solventes 60 - 100 C6 - C7 Ligroína, solventes 40 - 200 C5 - C10 Gasolina 175 - 325 C12 - C18 Querosene e combustível de aviões a jacto 250 - 400 C12 e maior Diesel, gasóleo, fuelóleo C20 e maior Óleos minerais refinados, lubrificantes, massas lubrificantes Sólidos não voláteis C20 e maior Parafinas, asfalto e alcatrão CH3 Química Orgânica ALCANOS E CICLOALCANOS NÂO RAMIFICADOS Utilização Líquidos não voláteis H3C Luís H. Melo de Carvalho CH3 H3C CH3 2,2,4-trimetilpentano ("Isooctano") 17 18 9 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho RAMIFICAÇÃO E PONTO DE EBULIÇÃO C6H14 RAMIFICAÇÃO DA CADEIA E FORÇAS INTERMOLECULARES Ponto de ebulição (ºC): CH3 CH3 68 Hexano n-pentano neopentano CH3 CH3 CH2 H 3C CH2 CH2 CH3 H3C C CH3 CH 3 CH3 60.3 2-Metilpentano CH3 CH3 CH3 63.3 CH3 3-Metilpentano CH3 CH3 CH3 Ponto de ebulição = 36ºC Ponto de ebulição = 10ºC 58 CH3 2,3-Dimetilbutano CH3 CH3 CH3 49.7 CH3 2,2-Dimetilbutano 19 20 10 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho RAMIFICAÇÃO E PONTO DE FUSÃO FÓRMULAS DE PROJECÇÃO DE NEWMAN Em geral, ramificações que originam estruturas muito simétricas levam a pontos de fusão anormalmente elevados. H3C CH3 CH3 c c CH3 CH3 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho H H H C C H H H H H H C C H H H CH3 Carbono da frente Carbono de trás 2,2,3,3-Tetrametilbutano H H H C H H H Ponto de fusão: 100,7ºC H H H H H H H Conformação estrelada 21 H H C Ponto de ebulição: 106,3ºC HH C H H H H H C H H Conformação eclipsada 22 11 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho CONFORMAÇÕES DO BUTANO ANÁLISE CONFORMACIONAL Etano estrelada anti CH3 H H H3C H Energia potencial H H H3C H CH3 H H I HCH3 60º VI eclipsada II H H H H3C eclipsada Rotação CH3 CH3 H IV H3C H H H estrelada H H H H3C CH3 Energia potencial H Butano III V CH3 estrelada gauche gauche H H H H eclipsada 23 Rotação 24 12 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho CALORES DE COMBUSTÃO DE CICLOALCANOS CICLOALCANOS CICLOALCANO (CH2)n H H H H H H Ciclopropano H H H H Calor de combustão kJ mol-1 Calor de combustão por grupo CH2 kJ mol-1 697.0 Ciclopropano 3 2091 Ciclobutano 4 2744 686.0 Ciclopentano 5 3320 664.0 Ciclo-hexano 6 3952 658.7 Ciclo-heptano 7 4637 662.4 Ciclooctano 8 5310 663.8 Ciclononano 9 5981 664.6 Ciclodecano 10 6636 663.6 Ciclopentadecano 15 9885 659.0 Alcano não ramificado H H n 658.6 H H H H H H TENSÃO ANELAR NOS CICLOALCANOS Ciclobutano CICLOALCANO H H H H H H Ciclopentano 25 TENSÃO DO ANEL kJ mol-1 Ciclopropano 115 Ciclobutano 109 Ciclopentano 27 Ciclo-hexano 0 Ciclo-heptano 27 Ciclooctano 42 Ciclononano 54 Ciclodecano 50 Ciclopentadecano 6 26 13 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho CONFORMAÇÃO CADEIRA Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho CONFORMAÇÃO BARCO 27 28 14 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica ANÁLISE CONFORMACIONAL DO CICLO-HEXANO INTERCONVERSÃO CADEIRA-CADEIRA Cadeira Semi-cadeira Barco torcido Barco Barco torcido Semi-cadeira Cadeira 29 30 15 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho axial 1,4-DIMETILCICLO-HEXANO H H Trans: H H H H equatorial H H H H equatorial H H H H H H H H CH3 H CH3 CH3 H H H H H CH3 axial-axial H H CH3 axial H H H H H INTERCONVERSÃO CADEIRA-CADEIRA H H CH3 H3C CH3 H H H equatorial-equatorial Cis: H CH3 H CH3 CH3 H H H H H H3C H H H H H equatorial-axial H H H H H H H H H H CH3 31 H CH3 H CH3 CH3 axial-equatorial 32 16 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho 1,3-DIMETILCICLO-HEXANO 1,2-DIMETILCICLO-HEXANO Trans: Trans: H H CH3 H H H H H H CH3 H H CH3 H H H H H CH3 H H H H CH3 H H axial-axial H H CH3 H H H H H H H CH3 H CH3 H H H CH3 H H H equatorial-axial H H H CH3 H H H CH3 H H H CH3 H H CH3 H H H CH3 H H H H H Cis: CH3 CH3 H equatorial-equatorial CH3 H H H H axial-axial H axial-equatorial H H H H H H H H CH3 CH3 CH3 H H H H H H H CH3 H H H CH3 CH3 CH3 H Cis: H CH3 axial-equatorial H H H H H3C H CH3 CH3 H H H H H equatorial-equatorial H H H3C 33 H H CH3 CH3 CH3 equatorial-axial 34 17 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ISOMERISMO CONFORMAÇÕES DE DIMETILCICLO-HEXANOS Composto Isómero cis Isómero trans 1,2-Dimetil… a,e ou e,a e,e ou a,a 1,3-Dimetil… e,e ou a,a a,e ou e,a 1,4-Dimetil… a,e ou e,a e,e ou a,a Isómeros (Compostos diferentes com a mesma fórmula molecular) Isómeros constitucionais (Isómeros cujos átomos apresentam uma conectividade diferente) ALCANOS BICíCLICOS cis-Decalina trans-Decalina H H H Estereoisómeros (Isómeros que têm a mesma conectividade mas diferem no arranjo espacial dos seus átomos) Enantiómeros (Estereoisómeros que não são sobreponíveis com a sua imagem num espelho plano ) H H H Diastereoisómeros H (Estereoisómeros que não são a imagem um do outro num espelho plano ) H 35 36 18 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ENANTIÓMEROS Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho QUIRALIDADE 37 38 19 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho MOLÉCULAS QUIRAIS Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho PLANO DE SIMETRIA 39 Tem plano de simetria Não tem plano de simetria Molécula aquiral Molécula quiral 40 20 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho IMPORTÂNCIA BIOLÓGICA DA QUIRALIDADE FÓRMULAS DE PROJECÇÃO DE FISCHER CH3 CH3 H3C CH2 HO C * CH3 H H C * OH Limoneno H3C H3C H CH2 CH2 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 H CH2 CH2 Cheiro a limão Cheiro a laranja HO O O Cheiro a cominho H H OH CH2 CH2 CH3 CH3 Cheiro a hortelã SISTEMA (R-S) DE NOMENCLATURA O 3 C(H,H,H) O N HO N O O H C(C,H,H) H Talidomida 41 1 4 4 2 2 3 1 (R) 42 21 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho RADIAÇÃO ELECTROMAGNÉTICA SISTEMA (R-S) DE NOMENCLATURA Cahn-Ingold-Prelog CH3 HO C Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho CH3 H CH2CH3 HO H CH2CH3 Luz não polarizada Luz polarizada num plano POLARÍMETRO Analisador (pode ser rodado) Observador Escala (fixa) Plano de polarização da luz emergente. Tubo do polarímetro (amostra) Polarizador (fixo) 43 Fonte luminosa 44 22 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ACTIVIDADE ÓPTICA Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ROTAÇÃO ESPECÍFICA E CONFIGURAÇÃO CH3 C H CH3 CH3 OH HOH 2C CH3 H H C2 H5 C2 H5 Propan-2-ol (R)-(+)-2-Metilbutan-1-ol [α] 25 D (S)-(-)-2-Metilbutan-1-ol [α]25 D = −5.756 º = +5.756 º CH3 ClH2C CH3 H C CH3 H C2 H5 OH CH2CH3 (R)-(-)-1-Cloro-2-metilbutano [α] 25 D Butan-2-ol CH2OH = −1.64 º H CH2Cl C2 H5 (S)-(+)-1-Cloro-2-metilbutano [α]25 D = +1.64 º • Não existe qualquer correlação óbvia entre as configurações de enantiómeros e o sentido, (+) ou (-), em que eles rodam o plano de polarização da luz. • Não existe necessariamente uma correlação entre as designações (R) e (S) e o sentido da rotação do plano de polarização da luz. 45 46 23 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho FORMAS MESO * * CH3CHCHCH3 MOLÉCULAS COM MAIS DO QUE UM ESTEREOCENTRO Br Br * * CH3CHCHCH 2CH 3 2,3-Dibromobutano Br Br Estereoisómeros possíveis: 2,3-Dibromopentano CH3 CH3 CH3 CH3 H Br Br H H Br Br H CH2CH3 CH2CH3 I II CH3 H Br Br H H Br Br H H Br Br H Br H H Br CH3 CH3 CH3 CH3 I II III IV I e II são o mesmo composto: CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 H Br Br H Br H H Br CH2CH3 CH2CH3 III IV H Br H Br = I 47 Br H H Br Br H H Br CH3 CH3 = CH3 II Plano de simetria CH3 Forma meso 48 24 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho MOLÉCULAS COM MAIS DO QUE UM ESTEREOCENTRO Br *C H H *C Br CH3 Br trans-1,2-dimetilciclopentano H H Br (a) H Me Me H Me H H Me CH3 Carbono 2: (c) ESTEREOISOMERISMO DE COMPOSTOS CÍCLICOS CH3 CH3 2,3-Dibromobutano Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Enantiómeros (d) (d) (b) (b) (c) cis-1,2-dimetilciclopentano (a) Me Me Composto meso Carbono 3: (b) (d) (a) (c) H (d) (b) H (c) (a) Me Me H H CH3 Br H H Plano de simetria Br CH3 (2R,3R)-2,3-Dibromobutano 49 50 25 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESTEREOISOMERISMO DE COMPOSTOS CÍCLICOS ESTEREOISOMERISMO DE COMPOSTOS CÍCLICOS 1,3-dimetilciclo-hexano 1,4-dimetilciclo-hexano Cis: Trans: Trans: Cis: H H H Me Me H H Me H Me Me Me Me H Me Me Me H H H Me Me Me Me Me 51 Me Me Me Me Me 52 26 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESTEREOISOMERISMO DE COMPOSTOS CÍCLICOS REACÇÕES COM RETENÇÃO DE CONFIGURAÇÃO 1,2-dimetilciclo-hexano Cis: Me Me Me ≡ H Me H Me H Me H HH H Me CH3 CH3 Me CH2 OH + H Cl Δ H CH2 CH2 CH3 CH3 OH (S)-(+)-1-Cloro-2-metilbutano (S)-(-)-2-Metil-1-butanol [ α] D = -5.756º [α] 25 Me Cl + H CH2 D 25 = +1.64º Me Estereoisómeros conformacionais (Conformações diferentes do mesmo composto) H2C H Trans: H H Me Me OH CH2 CH3 Me Me (R)-1-Bromo-2-butanol H H2C Br Zn, H+ (-ZnBr2) Retenção de configuração H H OH CH2 CH3 (S)-2-Butanol H Me Me Me Me 53 54 27 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho CONFIGURAÇÕES RELATIVA E ABSOLUTA CH2 * HO H C CH H COMPOSTOS COM OUTROS ESTEREOCENTROS CHO CHO O OH HO R1 H R4 HOH2C CH2OH O (R)-Gliceraldeído (S)-Gliceraldeído "D-Gliceraldeído" "L-Gliceraldeído" R2 Si R4 Ge OH R2 C H S R2 N R1 C O R2 C Alenos OH CH3 C C C C C C Ácido (R)-(-)-Láctico O OH O Espelho H HO R4 R3 OH CH2OH (R)-(+)-Gliceraldeído R1 R3 O H H R1 R3 HO Gliceraldeído Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho H H HO OH H H C CH2OH O (S)-(-)-Gliceraldeído Cl OH C H H Cl Cl C H C C C Cl Ácido (+)-Tartárico 55 56 28 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho REACÇÕES ORGÂNICAS SEPARAÇÂO DE ENANTIÓMEROS: RESOLUÇÂO Substituição: COOH H NH2 COOH OH HO H C6H5 + C6H5 C6H5 (R) H H3C CH3 (S) Cl COO NH3 OH C6H5 C6H5 Na+ Cl- OH + Adição: Agente de resolução H H H3C (R)-Amina (opticamente pura) Ácido racémico COO H2O Na+ OH- + H HO C NH3 H C6H5 H H C6H5 CH3 H C + Br Br CCl4 H H H H C C Br Br H CH3 Eliminação: Sal (R,R) Sal (S,R) Separação (diastereoisómeros) H H KOH H H3O+ H3O+ C COOH H OH C6H5 (R) H C H C (- HBr) H H Br C H H COOH HO Rearranjo: H C6H5 H (S) H C H3C H3C CH3 C C H H3C 57 Δ, H+ H3C C CH3 CH3 58 29 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho QUEBRA DE LIGAÇÕES COVALENTES HETERÓLISE DE LIGAÇÕES A CARBONOS Heterólise: A B A δ+ B + C Z δ− heterólise C + Z Iões Carbocatião Homólise: A B A + B δ− Radicais C Z δ+ heterólise C + Z Carbanião 59 60 30 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESTRUTURA E ACIDEZ REACTIVIDADE DE CARBOCATIÕES E CARBANIÕES H-F pKa = 3,2 H-Cl pKa = -7 H-Br pKa = -9 H-I pKa = -10 Acidez aumenta + C B C B FCarbocatião Anião (um ácido de Lewis) (uma base de Lewis) + Carbanião Br- I- Basicidade aumenta H2O C Cl- H2S H2Se Acidez aumenta H A C H + A Ácido de Lewis (uma base de Lewis) OH - SH- SeH- Basicidade aumenta 61 62 31 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESTRUTURA E ACIDEZ REACÇÕES SOB CONTROLO TERMODINÂMICO H3C-H H2N-H pKa = 48 pKa = 38 HO-H F-H pKa = 15,7 pKa = 3,2 Acidez aumenta E Gº CH3 - H2N - HO - A+B D - F C Basicidade aumenta H H C C H H C H pKa = 25 H C H H H C H pKa = 44 C REACÇÕES SOB CONTROLO CINÉTICO H H A+B pKa = 50 Lenta C C < C H2 C CH < H3 C Lenta Rápida Basicidade relativa: H (Produto maioritário) CH2 D E (Produto maioritário) 63 64 32 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho COMPOSTOS ORGANO-HALOGENADOS REACÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA Haletos de alquilo δ+ δ− C X Nu Nucleófilo R X Nu + R Substrato Produto (haleto de alquilo) X Ião haleto (nucleófugo) Quando é que se quebra a ligação C—X? X = F, Cl, Br ou I X X Haletos vinílicos + Haletos fenílicos 1) Nu 2) R δ+ + R X Nu + R 65 X Nu R R + X Nu R δ− X R Nu + X 66 33 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho REACÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho REACÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA BIMOLECULAR H3C Nu + Nucleófilo R X Nu + R Substrato Produto (haleto de alquilo) X Ião haleto (nucleófugo) Quando é que se quebra a ligação C—X? 1) Nu 2) R δ+ + R X X Nu R + R δ− X R Nu + Cl + OH- 60ºC CH3OH + Cl H2O T = 60ºC Ensaio [CH3Cl] inicial [OH-] inicial Velocidade inicial (mol.L-1s-1) 1 1.0 x 10-3 1.0 4.9 x 10-7 2 2.0 x 10-3 1.0 3 1.0 x 10-3 2.0 4 2.0 x 10-3 2.0 X 9.8 x 10-7 9.8 x 10-7 19.6 x 10-7 X v ∝ [CH3Cl][OH− ] Nu + R Nu R v = k [CH3Cl][OH− ] 67 68 34 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho DIAGRAMAS DE ENERGIA LIVRE Reacção exergónica MECANISMO DA REACÇÂO SN2 Estado de transição Nu L C Nu + C Energia livre Orbital ligante Orbital antiligante L Energia livre de activação Reagentes Variação de energia livre Produtos H H C O δ− δ− Cl H H H H O Coordenada de reacção δ− Cl Reacção endergónica H Estado de transição Estado de transição Energia livre H δ+ H H O H C + Cl H Produtos Reagentes 69 Coordenada de reacção 70 35 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIAS E TEMPERATURA Fracção de colisões com uma dada energia ESTADO DE TRANSIÇÃO T2 >T1 Energia DIAGRAMA DE ENERGIA LIVRE DA REACÇÃO Energia livre Estado de transição Energia livre de activação Reagentes Variação de energia livre Produtos 71 72 Coordenada de reacção 36 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESTEREOQUÍMICA DA REACÇÂO SN2 REACÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA INVERSÃO DA CONFIGURAÇÃO UNIMOLECULAR CH 3 Br Substrato: H3 C * CH3 C CH 3 Cl + OH acetona - H3 C H2 O CH 3 C OH + Cl - CH 3 2-Bromooctano δ− H O H δ− Br H C6H13 H3 C H δ C O H CH3 Estado de transição δ− + HO Br C H + Br C6H13 C6H13 Br CH3 Velocidade inicial 1 0.0010 0.1 4.9 x 10-7 2 0.0020 0.1 9.8 x 10-7 3 0.0010 0.2 4.9 x 10-7 4 0.0020 0.2 9.8 x 10-7 Pureza enantiomérica = 100% v ∝ [(CH3)3Cl] Inversão da configuração H [OH-]0 (S)-(+)-2-Octanol (R)-(-)-2-Bromooctano Pureza enantiomérica = 100% C6H13 [(CH3)3Cl]0 Ensaio C6H13 OHSN2 HO H v = k [ (CH3)3Cl ] CH3 (R)-(-)-2-Bromooctano (S)-(+)-2-Octanol Pureza enantiomérica = 100% Pureza enantiomérica = 100% 73 74 37 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho UM MECANISMO PARA A REACÇÃO SN1 UM MECANISMO PARA A REACÇÃO SN1 Reacção: lenta + (CH3)3CCl + 2H2O (CH3)3COH + H3O + Cl H2O - CH3 Etapa 1: H3C CH 3 H3C C C CH 3 lenta Cl H3C H2O C + CH3 lenta Cl H 2O H 3C C + Cl CH3 CH3 Cl CH 3 CH 3 Etapa 2: CH3 CH3 H3C rápida + C O CH3 H H3C C CH3 H H3C O CH3 H 3C H 3C C CH3 C H Etapa 3: CH3 CH 3 H + O H rápida O H H H3C C CH 3 CH3 CH3 H C CH3 O H + H O rápida + O CH3 H H H3C H CH3 + H O CH3 H O C H rápida O H H H3C C CH3 O H + H O H H H H 75 76 38 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho DIAGRAMA DE ENERGIA PARA A REACÇÃO SN1 1ª etapa 2ª etapa Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESTABILIDADES RELATIVAS DE CARBOCATIÕES 3ª etapa ET(1) CH3 Energia livre (CH3)3C+ + Cl+ 2H2O ET(2) H3C ET(3) + (CH3)3COH + Cl- + H3O+ (CH3)3COH2 + Cl- + H2O (CH3)3CCl + 2H2O C+ CH3 > H3C C+ H > H3C C+ H > H C + CH3 H H H 3º 2º 1º Metilo (mais estável) (menos estável) Coordenada da reacção Um sistema com carga é estabilizado quando a carga é dispersa ou deslocalizada. CARBOCATIÔES Orbitais p vazias δ+ δ+ CH3 δ+ H3C Ligação σ sp2-sp3 Ligação σ sp2-s Catião metilo C δ+ CH3 > δ+ H3C C δ+ H δ+ > H3C C δ+ H > H C + CH3 H H H 3º 2º 1º Metilo δ+ Catião t-butilo (mais estável) 77 (menos estável) 78 39 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho FACTORES QUE AFECTAM AS VELOCIDADES DAS ESTEREOQUÍMICA DA REACÇÃO SN1 REACÇÕES SN1 E SN2 1.Estrutura do substrato 2.Concentração e força do nucleófilo 3.Efeito do solvente 4.Natureza do grupo que sai Substrato aquiral: Me Me SN1 são favorecidas por: Me •Substratos que originam carbocatiões estáveis •Solventes fortemente ionizantes Idênticos Substrato quiral (p.ex. (S)-haleto): SN2 são favorecidas por: Pr •Substratos pouco impedidos espacialmente •Nucleófilos fortes Me Et •Solventes polares apróticos •Concentrações elevadas do nucleófilo (R)-álcool (S)-álcool Enantiómeros 79 80 40 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho VELOCIDADES RELATIVAS DE REACÇÕES Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho SOLVENTES POLARES PRÓTICOS E APRÓTICOS DE HALETOS DE ALQUILO EM REACÇÕES SN2 O O H H Substituinte Composto Velocidade relativa 30 1º CH3CH2⎯X 1 2º (CH3)2CH⎯X 3º H O O SH- > CN- > I- > OH- > N3- > Br- > CH3CO2- > Cl- > F- > H2O H3C ∼0 H3C S H3C > X H3C H C X > H3C CH3 1º H3C C X > H3C S S CH3 S H3C CH3 O O H3C CH3 Na O 2º CH3 CH3 CH3 > S O CH3 H Metilo C CH3 O O H H C H Nucleofilicidade relativa em solventes polares próticos: S H H 0,00001 (CH3)3C⎯X H H O H 0,02 (CH3)3CCH2⎯X Neopentilo H X H CH3⎯X Metilo H O H H CH2 CH3 Neopentilo (1º) X >> H3C C Nucleofilicidade relativa em solventes polares apróticos: X F- > Cl- > Br- > I- CH3 Terciário 81 82 41 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho REACÇÃO DE ELIMINAÇÃO BIMOLECULAR (E2) Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho REACÇÃO DE ELIMINAÇÃO UNIMOLECULAR (E1) - C2H5-O CH3 H β C β H H C − δ H C2H5-O α CH3 H C Br C β H CH3 H α 1ª Etapa Br H H3C δ Cl H3C C CH3 2ª Etapa CH3 + Cl- .. O H H CH3 H CH3 C C β H + H C − H H CH3 lenta C2H5OH α CH3 CH3 H H O H H + C H C CH3 + Br- H 83 84 42 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho COMPETIÇÂO SN vs E COMPETIÇÃO ENTRE REACÇÕES SN2 E E2 Com haletos primários: a) Bases fortes não impedidas estereamente favorecem as reacções de substituição. (a) (a) Nu: E2 H - C C (b) C + C Nu H + X: b) Bases fortes estereamente impedidas favorecem as reacções de eliminação. CH3O- + CH3(CH2)15CH 2CH 2 X (b) S N2 H C Nu C + X: Br MeOH 65ºC CH3(CH2)15 CH CH2 + CH3(CH2)15 CH2CH2 E2 (1%) - OCH3 SN2 (99%) CH3 H3 C C CH3 O _ + CH 3(CH 2)15CH2CH2 Br MeOH 40ºC CH3(CH2)15 CH CH2 + E2 (85%) CH3 CH3(CH2)15CH2CH2 SN 2 (15%) 85 O C CH3 CH3 86 43 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho COMPETIÇÂO SN vs E COMPETIÇÂO SN vs E “O aumento da temperatura favorece as reacções E1 e E2” “ Com haletos primários e bases fortes como o ião etóxido a reacção de substituição é muito favorecida… CH3 C2H5O- + H3C C CH3 CH3 Br EtOH 25ºC (-Br- ) H3C C CH3 CH3 + CH3 C2H5O + H3C C Br CH3CH2O- + CH3 CH2Br CCH3 CH3 55ºC (-Br- ) 55ºC (-Br ) H2C CCH3 CH3CH2OCH2CH3 + CH2 SN2 (90%) CH2 E2 (10%) E2 principalmente (91%) “ … com haletos secundários, nas mesmas condições, a reacção CH3 EtOH EtOH OC2H5 SN1 (9%) - H2C + C2H5OH de eliminação é favorecida.” E2 + E1 (~100%) CH3CH2O- + CH3 CHCH3 Br EtOH 55ºC (-Br-) CH3CHCH3 CH2 CHCH2 OCH2CH3 SN2 (21%) 87 + E2 (79%) 88 44 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho RESUMO DE REACÇÕES DE SN1, SN2, E1 E E2 HIDROGENAÇÃO DE ALCENOS H RCH2X Metilo 1º Apenas reacções bimoleculares Dão reacções SN2. Dão principalmente R ⏐ R⎯ CX ⏐ R 3º SN1/E1 ou E2 R ⏐ R⎯ CHX CH3X 2º SN2 Com bases fracas (p.ex. I , Não ocorrem e estéreo-impedidas (p.ex. mente S 2; com bases rem SN1/E1 e, a tempeN (CH3)3CO ). Nesses casos fortes (p.ex. RO-) dão prin- raturas mais baixas, favocipalmente E2. H C C H H + H Ni, Pd ou Pt H H H C C H H H 25ºC H reacções excepto com bases fortes CN-, RCO2-) dão principal- SN2. Em solvólises ocor- dão principalmente E2. Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho CH3CH CH2 Ni, Pd ou Pt H2 + CH3CH2CH3 25ºC recem-se as SN1. Com ba- ses fortes (p.ex. RO ) a E2 predomina. 1 H 2 H H H H 3 H H H H H Superfície do metal 89 90 45 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho REACÇÕES DE ADIÇÃO SIN E ANTI CALORES DE HIDROGENAÇÃO H3CH 2C C + C X Y Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho H X Pt + H2 Adição sin H Y H Butano 1-Buteno H3 C CH 3 Pt + H2 H + C X Adição anti Y H3 C H Butano Pt + H2 H -1 H X ΔHº = -115 kJ mol-1 CH 3CH 2CH2CH3 CH 3 Butano trans-2-Buteno HIDROGENAÇÃO DE ALCINOS H3C C C CH3 Pt H2 H3C H H C C H3CH2C H H H H3C CH3 CH3 H3C H H3C H H C C H H H CH3 H H Pt, H2 Entalpia C ΔHº = -120 kJ mol CH 3CH 2CH2CH3 cis-2-Buteno Y ΔHº = -127 kJ mol-1 CH 3CH 2CH2CH3 CH3 -127 kJ mol-1 -120 kJ mol-1 -115 kJ mol-1 91 CH3CH2CH2CH3 92 46 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho A estabilidade de isómeros do buteno ESTABILIDADES RELATIVAS DE ALCENOS Tensão estérea H3CH2C H C H + 6 O2 4 CO2 + 4 H2O ΔHº = - 2712 kJ mol-1 + 6 O2 4 CO2 + 4 H2O ΔHº = - 2707 kJ mol-1 4 CO2 + 4 H2O ΔHº = - 2703 kJ mol-1 CH3 C C H H H3C H C C CH3 H Trans ΔHº = - 2719 kJ mol-1 H H3C Cis 4 CO2 + 4 H2O + 6 O2 C H H3C C + 6 O2 C H3C H Estabilidades relativas: H3C H C H3C H3C > C H H C CH3 H trans 93 H3C > C H3CH2C CH3 C > C H H H C H C H cis 94 47 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESTABILIDADES RELATIVAS DE ALCENOS ESTABILIDADES RELATIVAS DE ALCENOS H3CH2C H C H 4 CO2 + 4 H2O + 6 O2 C ΔHº = - 2719 kJ mol-1 R H H3C C H H3C H C ΔHº = - 2712 kJ mol-1 R 4 CO2 + 4 H2O ΔHº = - 2707 kJ mol-1 H C H3C 4 CO2 + 4 H2O + 6 O2 C ΔHº = - 2703 kJ mol-1 H Estabilidades relativas: H3C H C H3C H3C > C H C H H C C R H R H C C H > C CH3 C H H3CH2C CH3 H3 C R R C C > C H C H H R H H C C H H H C H 95 Monossubstituído C H H Dissubstituídos R H H Trissubstituído H R Estabilidade crescente H3C R C R CH3 Tetrassubstituído R C + 6 O2 C H 4 CO2 + 4 H2O + 6 O2 C C R CH3 H R C C Não substituído H 96 48 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho REACÇÃO DE ELIMINAÇÃO OBTENÇÃO DE ALCENOS POR C REACÇÕES DE ELIMINAÇÂO C Eliminação C C (-YZ) Y Z Desidroalogenação de haletos de alquilo: DESIDROALOGENAÇÃO H H H H Exemplos: Br H base H - HX H X H H CH3CHCH3 H C2H5ONa C2H5OH, 55ºC H2C H H H CH3 H + H , calor H H3C C Br OH H CH3 H C2H5ONa C2H5OH, 25ºC - H2O H + NaBr + C2H5OH CH3 (79%) Desidratação de álcoois: H C H3C C CH2 + NaBr + C2H5OH H3C (91%) Desbromação de dibrometos vicinais: H Br H H H H C β C Zn, CH3COOH H X - ZnBr2 H Br H α + B C C +H B+ X (base) H 97 98 49 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho DESIDROALOGENAÇÃO CH3 H3C CH Br CH3 H3C C (Orientação da ligação dupla no produto) CH3 C2H5O-Na+ H2C C2H5OH 55ºC CH (79%) (b) CH3 C2H5O-Na+ H2C Br C2H5OH 55ºC CH3 A REGRA DE ZAITSEV C B CH3 (a) H (100%) (a) H H3CHC CH3(CH2)15CH2CH2Br CH3 H3CH2C C Br CH3(CH2)15CH (CH3)3COH 40ºC CH3 Br + H-B + Br H3CH2C H C C (menos estável) H H3C (31%) (85%) - CH3 CH2 (mais estável) (69%) (b) (CH3)3CO K C H CH3 - + CH3 C CH2 C H3C C2H5O Na C2H5OH 70ºC + ? 99 100 50 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho DESIDRATAÇÃO DE ÁLCOOIS EXCEPÇÃO À REGRA DE ZAITSEV CH3 H3 C C CH3 O + H3CH2C C CH3 H3 C Br CH3 75ºC C (CH 3)3COH CH2 H H3 C CH3 27.5% (regra de Hofmann) C + C H H H3CH2C CH3 H C C H H OH H2SO4 conc. 180ºC H H H + H2O + H2O + H2O H 72.5% (mais substituído) (menos substituído) OH H3PO4 85% 165-170ºC CH3 ESTEREOQUÍMICA DAS REACÇÕES E2 H3C C CH3 B OH H2SO4 20% 85ºC H3C H3C H H B H L H C C C C Em geral, a facilidade relativa de desidratação dos álcoois segue a seguinte ordem: L antiperiplanar Estado de transição preferido Álcool 3º > Álcool 2º > Álcool 1º sinperiplanar Estado de transição preferido apenas em algumas moléculas rígidas 101 102 51 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho DESIDRATAÇÃO DE ÁLCOOIS CH3CH2CH2CH2 H2SO4 conc. OH H3C H3C CH3 + 170ºC 1-butanol H H CH3 trans-2-buteno (produto maioritário) DESIDRATAÇÃO DE ÁLCOOIS H3CH2C H H H cis-2-buteno (produto minoritário) H3C CH3 H + + H H Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho H2O H3C C C CH3 80ºC CH3 OH 1-buteno (produto minoritário) CH3 OH 2-metilciclo-hexanol + 1-metilciclo-hexeno (produto maioritário) CH3 CH3 H3C CH H CH3 (80%) (20%) CH3 H3PO4 85% 80ºC H + H3C 3,3-dimetil-2-butanol CH3 CH3 H3PO4 85% + H2O C C 3-metilciclo-hexeno (produto minoritário) C C C C C C C C C C No decurso da desidratação de alguns álcoois primários e secundários ocorrem rearranjos dos seus esqueletos carbonados. 103 104 52 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho MECANISMO DA DESIDRATAÇÃO DE ÁLCOOIS CH3 1ª Etapa H3C C H + H H3C O C CH3 H CH3 H H + O H2O H3C C C CH3 CH3 C H H3C CH3 H C C CH3 O CH3 O C C H H3C CH3 CH3 H CH3 H 2ª Etapa C C CH3 H3C + H2O CH3 H H3C HOH + C C C C CH3 CH3 CH3 H Carbocatião 2º H C CH3 CH3 O H H3C H3C H3C CH3 OH CH3 H 2ª Etapa 1ª Etapa CH3 H H CH3 REARRANJOS NA DESIDRATAÇÃO DE ÁLCOOIS CH3 H .. O .. Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho CH3 Carbocatião 3º CH3 CH3 H 3ª Etapa H C H3C C CH3 H H + H H H + O H H3C CH3 H O H H H2C CH3 H C C CH3 CH3 3ª Etapa CH3 H2C CH CH3 alceno menos estável (minoritário) CH3 H3C CH3 H3C CH3 alceno mais estável (maioritário) 105 106 53 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho REACÇÕES DE ADIÇÃO A ALCENOS ESTABILIDADE DO CARBOCATIÃO OCORRÊNCIA DE REARRANJOS MOLECULARES HO CH CH3 CH CH3 + H ,Δ Alceno (-H2O) CH3 CH3 Carbocatião 2º X H CH3 CH3 + CH H CH3 Alceno CH3 X Carbocatião Carbocatião 3º + -H CH3 + CH3 Carbocatião 107 X Produto de adição 108 54 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho A REGRA DE MARKOVNIKOV A REGRA DE MARKOVNIKOV H3C H H3C H Átomo de carbono com o maior número de átomos de hidrogénio HCl H H3C H2C CHCH3 H2C H H Br H3C CHCH3 H + Cl H Br Produto de adição de Markovnikov CH3 H3C C CH3 CH2 H H3C C CH2 H Carbocatião 3º (mais estável) Na adição de HX a um alceno, o átomo de hidrogénio adiciona-se ao átomo de de carbono da ligação dupla que já possui o maior número de átomos de hidrogénio. H3C Carbocatião 1º (menos estável) Cl Cl CH3 CH3 C CH3 H3C CH CH2Cl Cl 2-cloro-2-metilpropano (produto maioritário) 109 1-cloro-2-metilpropano (produto minoritário) 110 55 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESTEREOQUÍMICA DA ADIÇÃO IÓNICA A UM ALCENO ADIÇÃO DE ÁGUA A ALCENOS (Catálise ácida) H C C2H5 H5C2 CH2 H X C H Etapa 1: X H2C CH2 H H3C 1-Buteno C H + O CH3 lenta H H H2C H3C + C H O H CH3 H Etapa 2: CH3 CH3 X H5C2 X H CH3 (S) -2-Halobutano (50%) H3C C2H5 H H3C + O CH3 H C H rápida H3C C H O CH3 H Etapa 3: (R) -2-Halobutano (50%) CH3 H3C C CH3 111 CH3 H + O H O H H rápida H3C C H O H + H O H CH3 112 56 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESTEREOQUÍMICA ADIÇÃO DE BROMO A ALCENOS DA ADIÇÃO DE BROMO A UM ALCENO Etapa 1: C C Br Br C C + + δ Br δ− ião bromónio Br CCl 4 + Br2 ião brometo Ciclopenteno Br H H Br + enantiómero trans-1,2-Dibromciclopentano Etapa 2: Br H H Br C C Br + C Br Br C Br Dibrometo vic Br Br H H H Br H Br trans-1,2-Dibromciclopentano 113 114 57 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESTEREOQUÍMICA REACÇÕES ESTEREOESPECÍFICAS DA ADIÇÃO DE BROMO A UM ALCENO H3 C H Br CH3 H Br2 Br H CCl4 Br H CH 3 Composto meso CH3 trans-2-Buteno Br inversão no C1 + enantiómero H3 C Br (2R,3S)-2,3-Dibromobutano Br H3 C CH3 CH3 H Br2 Br CCl4 H H H Br Br Br H H CH3 CH3 (2S,3S) (2R,3R) cis-2-Buteno Br Forma racémica + enantiómero Br + enantiómero trans cis Br Br Br Conformação diaxial Conformação diequatorial Br H H3 C (Quiral) C C CH3 H H H3 C (Aquiral) Br H C C CH3 Br trans-1,2-Dibromociclo-hexano (2R,3S) (2R,3S) 115 meso (2R,3R) (2S ,3S ) quirais 116 58 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho OXIDAÇÃO DE ALCENOS Alceno H2C CH2 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho CLIVAGEM OXIDATIVA DE ALCENOS 1,2-diol (ou glicol) frio + KMnO4 H2C - OH , H2O OH Eteno O - CH2 H3CHC CHCH3 + KMnO4 1) OH , H2O, quente + 2) H 2 OH C H3C (cis ou trans) OH 1,2-Etanodiol (etileno glicol) H3CHC CH2 Propeno + OsO4 H3C piridina 1) Na2SO3, H2O ou 2) NaHSO3, H2O H3CHC CH2 C OH OH 1) KMnO4, OH-, H2O, quente C H3C C + CH3 CH2CH3 H3C CH2CH3 2) H O + O C CH3 H3C 1,2-Propanodiol (propileno glicol) CH3 H3CH2CC Estereoquímica: hidroxilação syn - CH2 1) KMnO4, OH , H2O, quente H3C 2) H+ C O + O C O + H2O H3CH2C Frio 1) KMnO4; 2) OH-, H2O H H OH OH ou t.a. 1) OsO4, Py; 2) NaHSO3, H2O cis-1,2-Ciclopentanodiol (um composto meso) 117 118 59 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho R'' C C R' Alceno C H3C CH3 C C O + O CH2 H H 1) O3, CH2Cl2, -78ºC 2) Zn, HOAc C H H3C H CH Aldeído H3C 2) Zn, HOAc H H3C H3C Cetona CH3 1) O3, CH2Cl2, -78ºC C H R' H C O + O C 2) Zn, HOAc H3C R'' R 1) O3, CH2Cl2, -78ºC Química Orgânica RESUMO DE REACÇÕES DE ADIÇÃO A ALCENOS CLIVAGEM OXIDATIVA DE ALCENOS R Luís H. Melo de Carvalho H3C C CH O + O C H H3C (Nota: a ligação representada por significa que a estereoquímica do grupo não está especificada. Apenas se apresenta a estrutura de um enantiómero do produto.) 119 120 60 Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ADIÇÃO RADICALAR RESUMO DE REACÇÕES DE ADIÇÃO A ALCINOS H2C CHCH2CH3 + HBr sem peróxidos CH3CHCH2CH3 Br 2-bromobutano (90%) H2C CHCH2CH3 + HBr peróxidos CH2CH2CH2CH3 Br 1-bromobutano (95%) 121 122 61 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho MECANISMO DA ADIÇÃO RADICALAR Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho MONOCLORAÇÃO DO METANO Δ ou hν Cl Cl RO Cl + Cl 2 RO OR Iniciação RO + H Br H H ROH + Br Cl + H C H Cl + C H H H H3CH2CHC CH2 H3CH2CHC H CH2Br Br Radical secundário Propagação H C + Cl H Cl H CH2Br H Br CH3CH2CH2CH2 Cl + Cl C H H3CH2CHC H H + Br Br 1-bromobutano H H C + H Cl H H H C + C H H Cl + 123 Cl H H H C Cl H H H H C C H H H Cl Cl 124 62 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho MECANISMO DA CLORAÇÃO DO METANO POLIMERIZAÇÃO RADICALAR DE ALCENOS Iniciação O Δ ou hν Cl Cl 1 Cl + Cl R C O O O O C 2 R R C O 2 R + 2 CO2 Iniciação R Propagação C H Cl + C H H H H H H 3 CH2 CH2 H H Cl + H 2 H2C R H3C H C + Cl Cl H Cl + Cl C RH2C H CH2 H H2C CH2 RH2C Propagação CH2 CH2 CH2 (Repetição, levando ao crescimento sucessivo da cadeia) 2 2 3 Terminação H H C + H etc. 3 Cl H C Cl combinação H H R H H H H CH2CH2 n C + C H H Cl + Cl H H C C H H CH2CH2 R CH2CH2 2 CH2CH2 n CH2 Terminação CH2 + H R Cl Cl n CH2CH2 disproporcionação H R 125 CH2CH2 n CH2 CH3 126 63 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica RAMIFICAÇÃO DE CADEIAS POLIMÉRICAS BENZENO E COMPOSTOS AROMÁTICOS H H R CH2 CH2C CH2 CH2CH2 CH2 R CH2C CH2 CH2CH2 n n H2C CH2 CH2 CH2 etc. R CH3 CH2C CH2 CH2CH2 n 127 128 64 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESTABILIDADE DO BENZENO A REACTIVIDADE DO BENZENO Br2 / CCl4 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho (não se verifica a adição de bromo escuro, 25 ºC KMnO4 / H2O (não ocorre oxidação) 25 ºC Benzeno H3O+ / H2O (não se verifica a adição de água) aquecimento H2 / Ni C6H6 + Br2 FeBr3 C6H6 + Br2 (adição lenta a pressões e temperaturas elevadas) C6H5Br + HBr (Substituição) C6H6Br2 + C6H6Br4 + C6H6Br6 (Adição) ÂNGULOS E COMPRIMENTOS DE LIGAÇÃO NO BENZENO ESTRUTURAS DE RESSONÂNCIA DO BENZENO ( Não !) 129 130 65 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESTRUTURA DO BENZENO TEORIA DAS ORBITAIS MOLECULARES A REGRA DE HÜCKEL (MÉTODO DE C.A. COULSON) Orbitais moleculares antiligantes ψ6 Orbitais π antiligantes (Orbitais π não-ligantes) ψ4 ψ5 ψ2 ψ3 Orbitais π ligantes Benzeno Orbitais π antiligantes Orbitais π não-ligantes Orbitais π ligantes Seis orbitais p isoladas (com seis electrões) ψ1 Orbitais moleculares ligantes Energia Ciclooctatetraeno Níveis de energia de OM Tipo de orbital π 131 132 66 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho IÕES AROMÁTICOS ESTRUTURA DO BENZENO H TEORIA DAS ORBITAIS MOLECULARES H H + -H ou Ciclopentadieno H Anião ciclopentadienilo H H - :H Ciclo-heptatrieno 133 - ou Catião ciclo-heptatrienilo 134 67 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho COMPOSTOS AROMÁTICOS BENZENÓIDES ANULENOS Naftaleno C10H8 Antraceno C14H10 Fenantreno C14H10 Pireno C16H10 Benzo[a]pireno C20H12 COMPOSTOS AROMÁTICOS NÃO BENZENÓIDES Anião ciclopentadienilo 135 + Catião ciclo-heptatrienilo Azuleno 136 68 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho COMPOSTOS AROMÁTICOS HETEROCÍCLICOS N O N Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho REACÇÕES DE SUBSTITUIÇÂO AROMÁTICA ELECTROFÍLICA X S X2, FeX3 H Piridina (X=Cl, Br) Furano Pirrole + HX Halogenação + H2O Nitração Tiofeno NO2 HNO3 H2SO4 COMPOSTOS AROMÁTICOS NA BIOQUÍMICA SO3H CH 2CHCO 2- CH2CHCO 2 HO NH 3+ NH3 Fenilalanina NH3 + - SO3 + Sulfonação H2SO4 Tirosina CH2CHCO 2- R RCl(*), AlCl3 + HCl Alquilação de Friedel-Crafts + HCl Acilação de Friedel-Crafts N O H Triptofano N N O R N N C Cl , AlCl3 R N H Purina C N Pirimidina ( ) * R pode rearranjar 137 138 69 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho EFEITO DE SUBSTITUINTES NA REACTIVIDADE SUBSTITUIÇÃO AROMÁTICA ELECTROFÍLICA S S δ+ + E+ Lenta 1ª Etapa S + δ + H E H E Estado de transição Ião arénio Rápida 2ª Etapa S é dador de electrões (a reacção é mais rápida) : S S S δ+ + E+ + + δ H E Estado de transição é estabilizado H E Ião arénio Energia livre S é retirador de electrões (a reacção é mais lenta) : S S δ+ + E+ + δ+ E Coordenada da reacção 139 S H Estado de transição é desestabilizado E H Ião arénio 140 70 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho EFEITO DE SUBSTITUINTES NA REACTIVIDADE GRUPO DIRECTOR ORTO-PARA NH2 NH2 E+ ou + E Energia livre Ataque orto: NH2 NH2 NH2 E NH2 E H E H E H H Contribuidor relativamente estável Ataque meta: NH2 Coordenada da reacção NH2 E EFEITO DE SUBSTITUINTES NA ORIENTAÇÃO E δ- Q NH2 Q Q NH2 NH2 NH2 E E Q = F, Cl ou Br Ataque para: Efeito de ressonância: δ+ E H H H Efeito indutivo: NH2 H H E H E H E H E H Contribuidor relativamente estável 141 142 71 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho EFEITO ORIENTADOR ORTO-PARA DE GRUPOS ALQUILO GRUPO DIRECTOR META CH3 CH3 ou E+ ou + E + E Ataque orto: CH3 CF3 C F3 CH3 CF3 CH3 E E H E+ Ataque orto: CF3 E H CF3 E H E H E H H Contribuidor muito instável Contribuidor relativamente estável Ataque meta: Ataque meta: CH3 CH3 CF3 CH3 E E E CF3 E H H H CF3 E Ataque para: E H H H Ataque para: CH3 E H CH3 E H CH3 E C F3 H E C F3 H E C F3 H E H Contribuidor muito instável Contribuidor relativamente estável 143 144 72 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho EFEITO ORIENTADOR ORTO-PARA DOS HALOGÉNEOS Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ORIENTAÇÃO EM BENZENOS DISSUBSTITUÍDOS Cl Cl 1) O grupo activador mais potente determina, geralmente, ou E o destino da reacção + + Ataque orto: E Cl Cl Cl E H E H Cl2 E H + CH3CO2H H Cl CH3 CH3 Contribuidor relativamente estável Cl CH3 (maioritário) Ataque meta: Cl NHCOCH3 Cl Cl E NHCOCH3 NHCOCH3 (minoritário) 2) Os grupos directores orto-para determinam a orientação Cl do grupo que entra (são mais activadores que os meta) E E H Ataque para: 3) Efeito estéreo E H H Cl Cl Cl Cl Cl Cl Cl O2 N Cl HNO3 NO2 + + H2SO4 Br Br Br Br NO2 E H E H E H E H 62% Contribuidor relativamente estável 145 37% 1% 146 73 Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica 147 Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica 148 74 Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica 149 Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica 150 75 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ALDOSES DA SÉRIE D REPRESENTAÇÃO SIMPLIFICADA MONOSSACÁRIDOS CHO O O CH2OH CH CH C CH2OH O C (CHOH)n CHOH (CHOH)n CHOH CH2OH CHOH CH2OH CHOH CH2OH Aldose Aldotetrose D-Gliceraldeído O CHO CHO CH2OH Cetose Cetopentose D-Treose O H O H C C H OH HO CHO CHO L-(-)-Gliceraldeído O C H H 1 CH2OH 2 C 2 * CHOH 3 3 * CHOH 4 4 C CHO CH2OH D-Lixose 1 CHO H CH2OH D-(+)-Gliceraldeído D-Eritrose * O CHO CHO D-Xilose CHO CHO D-Arabinose CHO D-Ribose CHO CHO CHO CHOH * CHOH OH CH2OH D-Aldopentose HO 5 C H CH2OH D-Talose L-Ceto-hexose 151 D-Galactose D-Idose D-Gulose D-Manose D-Glucose D-Altrose D-Alose 152 76 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ALDOSES RELAÇÕES DE ISOMERIA GLUCOPIRANOSE CHO enantiómeros CHO enantiómeros CHO CHO H CHO OH HO H H OH H OH CH2OH D-Eritrose L-Eritrose D-Treose L-Treose CH2OH diastereoisómeros CH2OH O H H H OH enantiómeros CHO enantiómeros CHO CHO C H H OH OH H HO L-Idose OH α-D-(+)-Glucopiranose “anómero α” 153 OH O C OH diastereoisómeros C HOH2C O D-Idose H H (Fórmulas de Haworth) HO L-Glucose OH OH HOH2C D-Glucose O H + OH OH CHO H + HO HO C OH OH β-D-(+)-Glucopiranose “anómero β” 154 77 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho ESPÉCIES PRESENTES NUMA SOLUÇÃO AQUOSA DE D-RIBOSE MUTARROTAÇÃO CHO CH2OH O HOH2C HO HOH2C O HO C OH H H OH OH O HO HO OH OH O HO C OH OH H OH H OH OH β-D-Ribopiranose (56%) α-D-(+)-Glucopiranose p.f.146º C ; [α] D25 = + 112º p.f.150º C ; [α] D25 = +18,7º No equilíbrio : [α] D25 = + 52,7º H β-D-Ribofuranose (18%) O H OH H OH H OH CH2OH HOH2C HOH2C O O HO O HO HO C OH OH α-D-(+)-Glucopiranose (36%) HO C OH OH OH OH α-D-Ribopiranose (20%) 155 2 HO OH β-D-(+)-Glucopiranose (64%) Forma aberta de D-Ribose (<1%) CH OH H O H H OH OH H OH α-D-Ribofuranose (6%) 156 78 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho REPRESENTAÇÕES ESTRUTURAIS DISSACÁRIDOS (+)-Sacarose da D-glucose O O Furano HO H Pirano 5 CH2OH H OH H H OH H HO 1 HOH2C OH 3 HOH2C O H H 1 2 4 HO da D-frutose O H 6 O 2 O HO 3 H 5 6 CH2OH 4 O OH HO OH HO Ligação α-glucosídica OH Ligação β-frutosídica OH OH α-D-glucopiranosil-β-D-frutofuranose GLICÓSIDOS Açúcar Lactose (anómero β) Aglicona HOH2C HO HO Ligação β-glucosídica da D-glucose OH O da D-galactose HOH2C O OH CH2OH HO O CH2OH O O HO HO OH OH OH Salicina (um glucósido) 4 -Ο -β-D-galactopiranosil-β-D-glucopiranose 157 158 79 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho POLISSACÁRIDOS POLISSACÁRIDOS AMIDO CELULOSE Amilose CH2OH CH2OH O H O H H 1 OH 4 CH2 OH O H OH O OH O H n OH OH O CH2 OH O H O OH OH (n > 500) Ligação glicosídica α, 1:4 OH n Amilopectina CH2OH CH2 OH O H ... CH2 OH ... OH OH OH OH O OH CH2OH O O H O O OH O HO 1 OH H OH O OH ... Ponto de ramificação α, 1:6 OH O HOH2 C HOH2C 4 O 6 CH2 H H OH O O O CH2OH H 4 HOH2 C H OH O O H H 1 OH 1 OH O CH2OH O H O H O HO O 4 O 1 OH HO ... HOH2 C O 4 O O 1 OH HO O 1 OH ... OH 159 160 80 Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho EXEMPLOS DE REACÇÕES DE COMPOSTOS DE ACILO O O O C R1 - O Na C + C R (- Na +Cl- ) O R1 Anidrido O C R1OH R (- HCl ) R1 O Éster O O O SOCl 2 ou PCl3 ou PCl5 C R OH Ácido carboxílico R C NH 3 C Cl R (- NH4+Cl- ) NH 2 Amida O Cloreto de acilo C R1 NH2 R (- R1NH3+Cl- ) NHR 1 Amida N-substituída O C R1 R2NH NR 1R2 R (- R1R2NH2+Cl- ) Amida N,N-dissubstituída SAPONIFICAÇÃO O + NaOH C R OR 1 Éster 161 O H2O + R1OH C R - O Na Carboxilato de sódio + Álcool 162 81 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA EM COMPOSTOS DE ACILO TRANSFERÊNCIA DE ACILO POR ADIÇÃO-ELIMINAÇÃO NUCLEOFÍLICA R O Nu O H R C R L C O NuH R C L Nu O + Nu C Nu H O + C HL R L LH Composto de acilo O Eliminação Adição nucleofílica ORDEM DE REACTIVIDADE C L H R Nu O Outro composto de acilo R O C O Nu Cl O R C R R O C Nu X R' R Nu O O R1 > C R C O > OR 1 C R NH2 O R' C R' C > (ião alcaneto ou hidreto) Cloreto de acilo Anidrido de ácido Éster Amida R' = alquilo ou H 163 164 82 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho POLÍMEROS DE CONDENSAÇÃO POLÍMEROS DE CONDENSAÇÃO Poliamidas O H2N O O n + n (CH2)4 HO H 2N (CH2)6 CH NH2 C OH R OH α-aminoácido O O (CH2)4 H3N O (CH2)6 NH3 Ligações amida n O O Δ (polimerização) NH CH R (CH2)4 HN (CH2)6 NH O O NH CH C O NH R CH R C NH CH R O O O O C (CH2)4 HN (CH2)6 poliamida NH3 n-1 + (2n-1) H2O Nylon 6,6 165 166 83 Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho Química Orgânica Luís H. Melo de Carvalho POLÍMEROS DE CONDENSAÇÃO AMINOÁCIDOS E PÉPTIDOS R CH H Poliésteres CH2CH2 C H O Um α-aminoácido O HO OH N + OH O HO C HO Etileno glicol CO2H CHO OH Ácido tereftálico C H2N H C CHO H H R CH2OH H CH2OH L-α-aminoácido L-gliceraldeído C Glicina (aquiral) R O CH2CH2 O O O C C OCH2CH2 O O O C C R' CH H3N + H2O + O C CH H3N C O n O O - H2O Poli(etileno tereftalato) (Dacron, Terilene, Mylar) Ligação peptídica (ou amida) R R' CH CH H3N C NH O C O O Um dipéptido 167 168 84