hapkido mpeg

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hapkido mpeg
ANO XVII - Nº 196 BIMENSAL
HALL OF FAME 2010!
PONTOS VITAIS:
As Compressões
CARINA DAMM:
Uma atraente
valente
aNo xVII - Nº 196 bIs bIMENsaL
A REVISTA MAIS INTERNACIONAL DAS ARTES MARCIAIS • KENPO • KYUSHO • M.M.A.
Artes do Japão:
A essência do Ju Jutsu
ENTREVISTA NOS EUA:
Tu Jin-Sheng
O famoso Mestre
“PÉNIS DE FERRO”
APRENDA COM O CAMPEÃO Nº 1 DO SHOOT DO JAPÃO
Basta um CliC
para estar no melhor
que em Artes Marciais
existe no teu idioMA…
O Kyusho vai além de fazer pressão em um ponto vital
determinado, tem a ver com as habilidades no combate e suas
realidades implícitas. Sua eficácia e adaptabilidade permitem
ao praticante ir mais longe dos simples batimentos, pontapés e
agarres. Isto é especialmente valioso em situações em que as
nossas possibilidades estão limitadas pelo espaço, como um
autocarro, trem ou elevador. O que fazer nesses casos? Neste
DVD, o Mestre Pantazi realiza um estudo
avançado sobre a aplicação da compressão
e força direccional em diferentes partes
do corpo, para conseguir diversos
resultados. Tanto puxando como
empurrando, podemos controlar,
ou até incapacitar determinadas
zonas mediante o método da
compressão. Podemos ver
ideias similares em alguns
estilos Marciais, mas que
ainda não possuem a
quantidade de objectivos e
métodos presentes no
Kyusho. As compressões
podem ser perigosas e
causar graves danos quando
não
trabalhadas
apropriadamente. Por favor,
não tratem de fazer as
técnicas aqui mostradas,
porque são poderosas e
potencialmente muito perigosas.
Este DVD foi realizado para isto ficar
historicamente avisado.
REF.: • KYUSHO16
Todos os DVD’s produzidos por Budo
International são realizados em suporte
DVD-5, formato MPEG-2 multiplexado
(nunca VCD, DivX, o similares) e a
impressão das capas segue as mais
restritas exigências de qualidade (tipo de
papel e impressão). Também, nenhum dos
nossos produtos é comercializado através
de webs de leilões online. Se este DVD
não cumpre estas exigências e/o a capa e
a serigrafia não coincidem com a que aqui
mostramos, trata-se de uma cópia pirata.
RIAL
O NECESSÁRIO SEGREDO
“Quem sabe não fala, quem fala não sabe”.
Lao Tse
U
m dos assuntos mais escabrosos da educação é
enfrentar o facto de que
impor uma coisa poderá
funcionar
circunstancialmente no exterior, mas não resolverá
nunca uma mudança evolutiva no interior. O que tratamos de impor de acordo
a valores morais, não funciona para
produzir verdadeiras transformações
interiores. A moral é como indica o seu
nome, “costume”, por tanto algo mutável
e à mercê da sempre mutante versão do
que é “bom”, que se vai impondo ao
longo da história. Mas se nos referimos à
mudança interior, à evolução pessoal,
esta só é possível a través da experiência e da compreensão próprias.
Sempre me incomodou a pretensiosa
superioridade daqueles que professam
uma moral. Uma moral não é senão
uma descrição do mundo; sem mais
argumentos que aquele de que essa é a
sua versão do que é correcto; são
muitos os que acabam por querer que
toda a gente veja a realidade do seu
mesmo ponto de vista e se assim não
for, aí vai ele convencer todos. Este
hábito de acabar incomodando o
vizinho é tão repetido na história da
humanidade que se tor nou uma
verdadeira mania, uma obsessão,
especialmente tanto de religiosos como
de políticos. Mas à hora de impor
verdades, não importa o magistério que
os “moralmente superiores” exerçam,
pois sempre acabarão espezinhando
qualquer outra visão do mundo alheia à
sua. Dizia um sábio que o mal de todo
nacionalismo é que tem como único
destino tornar-se imperialismo. Por que
não podemos viver e deixar viver?
Lá dizia o grande Lao Tse que “Quem
sabe não fala, quem fala não sabe”.
Normalmente, o fanático é formado
partindo do medo, da insegurança e da
ignorância. A fuga se concretiza
precisamente aí, na necessidade de
impor essa sua visão do mundo,
sempre parcial, e em tratar de vende-la
como a “salvação”. Assim, quanto mais
conta o seu credo, mais acredita nele;
quanto mais transforma o mundo na
medida da sua pequenez e que muitas
2
vezes seja tentando a pôr portas ao
campo, mais conseguirá convencer-se a
si próprio de que está com a razão, de
que a sua verdade sem mácula está
assistida pela Divina Graça ou pelo
próprio Universo. Mas o certo é que as
mais das vezes este género de pessoas
atropelam os vizinhos, por que estão
fugindo da sua lamentável realidade, o
que geralmente é muito mais triste, e se
aproximam mais a um estouvado
ignorante, repetindo consignas e levado
pelas suas próprias emoções
defensivas, que a pessoas que desejam
fazer o bem ao próximo. O povo sabe e
o povo diz: O inferno está cheio de
boas intenções!
Impor a outros (ou a nós mesmos)
uma moral não é solução a nada, é a
compreensão das questões e
experimentar acertadamente o que nos
situará em posição de transcender, de
deixar para trás por desnecessárias,
visões do mundo, atributos, desejos ou
pessoas que impeçam o nosso avance.
É pois sobre os nossos defeitos e
dificuldades que temos que ajustar-nos
para crescer. Eles são a oportunidade
para reflectir, que de uma ou de outra
maneira temos (ou escolhemos) para
transcender o nível actual; são o
patamar que nos é oferecido como
ajuda no caminho ascendente do nosso
processo evolutivo.
A repressão, a proibição, são só um
estímulo para provocar uma força
contrária. A imposição não serve para
acontecer uma transformação. Por outro
lado, dar renda solta às tendências é
nitidamente a mais fácil maneira de ser
prisioneiro delas. Nada vai substituir a
reflexão sentida, a experiência
contrastada no silêncio da solidão.
Quem sabe escutar sempre acaba
compreendendo, a vida escreve com em
letras grandes as suas mensagens.
Parte dos seguintes parágrafos são
antes uma “oferta ao sol” que outra
coisa, pois a mim o que me interessa é
a minha própria transformação interior,
mas não posso deixar de incluí-los,
porque de alguma maneira “quem se
cala concede”. E a isso vamos:
Compreendo
perfeitamente
a
necessidade social e histórica de
regular umas bases de comum acordo e
que tudo isso se tem de tornar uma
legislação para encarrilar as relações
humanas; mas atenção! que seja uma
“moldura” que não corte a respiração
do “quadro” que está obrigada a
distinguir. A liberdade é o “quadro”, é o
importante; as leis são só uma
“moldura”. Legislar abundantemente
(em breve vão até dizer-nos como
temos de ir à casa de banho!) é ver
como a “moldura” acaba por tapar o
“quadro”, por tirar-lhe não só o
protagonismo ao que realmente é
importante, como também finalmente,
acaba por matar aquilo que deveria
honrar e servir. Resumindo, é confundir
o dedo que aponta para a lua com a lua
propriamente dita. O mau disto tudo é
que só na terra da liberdade podem
crescer novas soluções, pois estas
sempre se dão fora dos caminhos já
ermos, de tão pisados. Os caminhos de
sempre levam ao lugar de “nunca”…
Mas ao gosto de se impor aos outros,
não há nada como juntar-lhe o prazer de
conseguir que aqueles que acatam se
sintam culpáveis. Não há melhor
rebanho que aquele que com gosto vai
pastar para onde o mandam ir. Um
guerreiro não anda em rebanhos, porque
não gosta da comida de manjedoura,
mas também não andará sempre só,
porque sabe da força de se juntar com
semelhantes. Também não é um pastor,
porque respeita a liberdade alheia,
conseguindo assim ser fiel à ideia do
próprio respeito que para si exige, mas
comparte suas lições e descobertas
com aqueles que participam com ele de
um sonho comum livremente criado e
adquirido. No entanto, nunca tratará de
impor esse sonho a ninguém, por que
seu roce com o infinito o fez humilde,
porque respeita e sabe da importância
da liberdade, porque para andar pelos
caminhos que anda não vale fingir,
pretender estar interessado.
Com este panorama compreendo o
motivo dos antigos adoptarem o
segredo como única via para os
verdadeiros
exploradores
do
desconhecido. Por mais que os
Editorial
Alfredo Tucci é Director Gerente de
BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.
e-mail: budo@budointernational.com
guerreiros da consciência estamos interessados em coisas muito práticas, em
conquistas muito mais duradoiras e significativas que o resto dos mortais, o certo é
que dado que esses interesses nos fazem andar por caminhos pouco
transitados, acabamos sendo chamados loucos; no
entanto e dado que certo poder nos assiste, o resto
dos mortais acabam por nos ver com um certo temor.
Medo e Temor… O seguinte passo é acender as
fogueiras, porque se o destino do comum dos mortais
já é patético, a mãos dos “convencedores”, o dos livre
pensadores, e o que é pior, dos “livre fazedores”,
podemos imaginar o resto. Chegados a este ponto, os
antigos guerreiros da consciência (que eram muito
espertos apesar de não terem bidés) e conheciam de
perto o vício humano de proibir, de confiscar a
liberdade do outro para convence-lo de seus próprios
erros, decidiram que as suas coisas eram e seriam
sempre coisa de poucos e que tudo isso obrigava a
manter segredo, não por que se tivesse que esconder
“o mistério”, que estava aí à vista de todo aquele que
soubesse olhar, mas por garantir o respeito que eles
sabiam dar mas nunca receberiam.
Tudo o que é bom da humanidade surgiu da
transgressão de uns poucos que não se conformaram
comendo da mesma manjedoura. Suas conquistas
alimentaram mudanças e evolução, e o crescimento
ulterior dos grupos, mas a verdade é que muitos
daqueles visionários foram perseguidos, por vezes
simplesmente por contar e compartilhar suas
descobertas. Hoje continua acontecendo
exactamente o mesmo e o pior é que no marco das
sociedades modernas, investidos na crença de que
somos o máximo, já nem nos apercebemos de que
estamos asfixiando toda possibilidade de
crescimento. De tanto cuidar a plantinha da
Liberdade matamo-la lentamente, sufocada sob o
peso de leis e regulamentos que parecem que não
ter fim e de uma moral “boazinha”, que assente na
sua
superioridade
moral
não
admite
questionamentos.
Tinham razão os antigos acerca do segredo e é
que nada se pode comparar com o exemplo da
natureza; na cúspide da cadeia trófica, só podem
habitar uns poucos. Assim no material…, assim no
espiritual. Só mudaram as formas, no fundo, a
estupidez humana perdura no essencial; hoje, o
segredo também é necessário.
3
BRUCE LEE
ED PARKER’S KENPO
Em
um
espaço
pequeno e cheio de
pessoas, é impossível
dar pontapés e socos, ou
aplicar chaves. O que
fazer? É então quando o
Kyusho surge como um
elemento imprescindível.
O Grão Mestre
Planas
é
uma
autêntica lenda do
Kenpo, um estilo no
qual tem sabido seguir
a trilha de seu
desaparecido Mestre
Parker, desenvolvendo
todo o inacreditável
potencial implícito
naqueles
passos
seguidos por Ed.
p. 58
MMA
p. 14
UFC
p. 06
Com onze vitórias, duas
derrotas, dois empates e
seis defesas de cinturão, Alexandre Pequeno é o lutador que no mundo todo
reteve durante mais tempo um cinturão
de um evento de MMA.
“CINTURÃO NEGRO”
é uma publicação de:
BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.
Central internacional:
C/ Andrés Mellado, 42 – 28015. MADRID.
Tel. (34) 91 897 83 40. Fax. (34) 91 899 33 19
p. 30
CINTURAO NEGRO NO MUNDO
Uma entrevista com
uma bonita guerreira,
a brasileira Carina
Damm, que conta
actualmente com 15
vitórias e apenas quatro
derrotas e espera
ansiosamente que o
UFC
se
abra
à
categoria feminina.
"Budo International" é um grupo Editor Internacional no âmbito das Artes Marciais, que
conta com as melhores empresas especializadas nessa área de todo o mundo, sendo, a
nível mundial, o único grupo editor a publicar revistas especializadas em Artes Marciais
em sete idiomas, chegando a mais de 55 países em três continentes.
Alguns destes países são: Portugal, Espanha, Itália, França, Alemanha, Reino
Unido, Estado Unidos da América, Canadá, Suíça, Luxemburgo, Bélgica, Holanda,
Croácia, Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, México, Peru, Bolívia, Marrocos,
Venezuela, Senegal, etc.
HALL OF FAME 2010
Como já é habitual,
no mês de Outubro
há
um
e n c o n t r o
combinado no
mundo de as
Artes Marciais, o
“Hall of Fame” na
cidade de Valência.
Assim
foi
como
decorreu.
p. 24
QIGONG
Muitos especialistas
consideram o Mestre TU
JIN-SHENG um dos
melhores expoentes a
nível mundial de um
método de trabalho com
a energia, ou Qigong,
conhecido como “Pénis
de Ferro”.
p. 50
Presidente: Estanislao Cortés. Conselheiro Delegado e único Gerente: Alfredo Tucci. Direcção de Arte: Alfredo Tucci. Chefe de Produção:
Marga López-Beltrán García. E-mail: magazine@budointernational.com. Chefe de Produção de Vídeos: Javier Estévez. Chefe de Distribuição e
Material: Fernando Castillejo Sacristán. Administração: José Luis Martínez. Tradutores: Brigitte de le Court, Cristian Nani, Celina Von Stromberg.
Publicidade: Tel. (34) 91 897 83 40. Colunistas: Don Wilson, Yoshimitsu Yamada, Cass Magda, Antonio Espinós, Jim Wagner, Coronel Sanchís,
Marco de Cesaris, Lilla Distéfano, Maurizio Maltese, Bob Dubljanin, Marc Denny, Salvador Herraiz, Shi de Yang, Sri Dinesh, Carlos Zerpa,
Omar Martínez, Manu, Patrick Levet, Mike Anderson, Boulahfa Mimoum, Víctor Gutiérrez, Franco Vacirca, Bill Newman, José Mª Pujadas,
Paolo Cangelosi, Emilio Alpanseque, Huang Aguilar, Sueyoshi Akeshi, Marcelo Pires, Angel García, Juan Díaz. Fotógrafos: Carlos Contreras,
Alfredo Tucci. Impressão: SERGRAPH. Amado Nervo, 11 - Local 4. MADRID. Distribui: MIDESA PORTUGAL – Distribuição de Publicações,
S.A. Rua da República da Coreia, 34. Ranholas, Sintra. Depósito Legal: M-7541-1989
Campeão invicto do Shooto (categoria até 65kg) Alexandre é o único
lutador na história do Vale-Tudo a vencer seis defesas de cinturão
consecutivas, sendo conhecido no Japão como Rei do Shooto.
Alexandre “pequeno” antes de por “pequeno” de seu apelido
devia ser conhecido como Alexandre “Magno” por seu bom
carácter, magnifica disposição, seriedade e fiabilidade, nada a
ver com a fama do carioca, sendo ele como é do Rio de
Janeiro. Simples, tranquilo, gentil, quando entra em um
ringue se transforma de repente numa máquina de finalizar
adversários. O seu segredo? Técnica depurada e
mente inquieta que procura sempre novas
respostas a velhas questões.
É essa técnica que o fez famoso e que
agora ele quer partilhar connosco neste
seu primeiro DVD com Budo
International; um trabalho que inicia
uma série de colaborações que
culminarão com um livro e
sem dúvida alguma com
outro DVD, para felicidade
dos apaixonados pelas
Artes Marciais Mistas e
pelo Grappling.
Atenção! Indispensável!
Alfredo Tucci
6
Lendas do Vale-Tudo
“Com onze vitórias,
duas derrotas,
dois empates e seis
defesas de cinturão,
Pequeno é o lutador a
manter por mais tempo
um cinturão de um
evento de MMA no
mundo”
7
A história de Alexandre
Franca Nogueira, também
conhecido como “Pequeno”
Nos idos de 1994 o franzino Alexandre
(1,66m e 60kg) saiu de casa para comprar
leite para mãe, no bairro da Urca no Rio de
Janeiro. Quando passou em frente a
academia de Luta-Livre e resolveu entrar
para ver do que se tratava. Ao avistar aquele
garoto pequeno e muito tímido assistindo ao
treino, o renomeado faixa preta de Luta-Livre
Eugénio Tadeu resolveu convidá-lo para
treinar. “Na época só tinham caras pesados
lá na academia, por isso coloquei ele para
treinar com uma menina”, lembra Eugénio.
Aquele treino mudou a vida do garoto. “Ela
me finalizou de todos as maneiras que você
puder imaginar, apertou o meu pescoço, me
estalou todo. Não conseguia conceber um
homem apanhando de uma mulher, por isso
resolvi me dedicar para valer”, comenta o
garoto que depois deste fatídico dia passou
a frequentar assiduamente a academia,
recebendo o apelido de Pequeno.
Onze anos se passaram e o garoto que
um dia “apanhou” de uma mulher hoje em
dia não apanha de ninguém no mundo, pelo
menos em sua categoria de peso (até 65kg).
Desde aquela entrada na academia de
Eugénio Tadeu, Pequeno descobriu seu
talento natural para a luta e, com muita
dedicação apurou sua técnica e ficou
famoso por finalizar a maioria de seus
8
oponentes com sua temida “guilhotina”
(estrangulamento pela frente). Em 1998
Alexandre recebeu um convite para lutar
Vale-Tudo na principal organização de pesos
leves do mundo, o Shooto japonês e desde
então vem percorrendo uma trajectória única
no MMA mundial. Com onze vitórias, duas
derrotas, dois empates e seis defesas de
cinturão, Pequeno é o lutador a manter por
mais tempo um cinturão de um evento de
MMA no mundo, sendo conhecido no Japão
como Rei do Shooto.
Pequeno é Heptacampeão
No último dia 11 de Março, esse brasileiro
de 1,66m e 64kg ampliou seu recorde,
vencendo sua sexta defesa de cinturão da
categoria Lightweight do Shooto, contra o
faixa preta de Jiu-Jitsu, João Roque (Nova
União), primeiro do ranking da categoria. Se
no exterior a importância da luta se devia ao
encontro de duas feras do Lightweight, no
Brasil, a disputa ganhava contornos ainda
maiores, por trazer de um lado, o maior
representante da Luta-Livre na actualidade,
Pequeno, contra um dos faixas pretas mais
celebrados do Brazilian Jiu-Jitsu, João
Roque, o mais duro oponente de Royler
Gracie nos tatames.
Pequeno dominou as acções desde o
início do confronto encaixando uma chave
de pé ainda no primeiro round. “Chegou a
estalar! Se ele não tivesse caído para fora do
ringue, teria batido. Não entendi nada
quando o juiz mandou voltar a luta em pé”,
lamenta Pequeno, que em seguida seria
atacado com sua principal arma, a
guilhotina. “A guilhotina dele estava meio
cega. Ele me encaixou um golpe em que sou
especialista e sei qual é a melhor defesa para
ele. Levantei-o e dei uma queda do terceiro
andar”, recorda Pequeno.
O segundo e o terceiro rounds
transcorreriam praticamente como uma
cópia do primeiro, com Pequeno levando
vantagem na trocarão em pé e derrubando o
oponente diversas vezes. No chão,
Alexandre buscava a passagem de guarda e
também atacava no ground'n pound. A
eficiência dos socos de Pequeno, da lateral
e da guarda, abriu o supercílio de João
Roque, que precisou ser avaliado pela
equipe médica no final do segundo round.
No final, a superioridade de Alexandre
Pequeno foi confirmada na opinião dos três
juízes que por unanimidade mantiveram-no
com o cinturão e com o título de maior
campeão da história do Shooto.
Além de João Roque, outros cinco
lutadores tentaram tirar o cinturão do
brasileiro. O primeiro desafiante foi Uchu
Tatsumi, a segunda vítima da guilhotina, em
27 de Agosto de 2000. Depois, Pequeno
voltaria a botar o cinturão em jogo no dia 2
de Setembro de 2001, quando a guilhotina
voltou a actuar, desta vez contra Tetsuo
Katsuta. Katsuia Toida seria o terceiro
“Em 1998 Alexandre recebeu
um convite para lutar
Vale-Tudo na principal
organização de pesos
leves do mundo o
Shooto japonês e
desde então vem
percorrendo uma
trajectória
única no
MMA
mundial”
“Meu pai não tinha condições de pagar a
academia então eu pescava polvos, mariscos,
lagostas e peixes e vendia para um
restaurante japonês perto da minha casa”
desafiante, em 16 de Dezembro do mesmo ano, e o
primeiro a resistir até o fim da luta, sendo derrotado por decisão
unânime. Hiroyuki Abe bateria para um mata-leão em 14 de Dezembro
de 2002 e Stephen Palling seria o único a não perder em disputa de cinturão,
ficando no empate em 10 de Agosto de 2003.
O começo de tudo
Quando começou a treinar Luta-Livre descobrindo seu talento inato para o esporte, o filho do Garçom
Pedro Nogueira da Dona de Casa Marilene, passou a fazer de seu hobby, a caça submarina, uma maneira
de pagar a academia de Luta-Livre e poder continuar treinando. “Meu pai não tinha condições de pagar a
academia, então eu pescava polvos, mariscos, lagostas e peixes, e vendia para um restaurante japonês perto
da minha casa”, lembra o campeão que na época passou a treinar uma média de seis horas diárias.
Logo os grandalhões da academia começaram a bater para o franzino pescador que passou a fazer visitas
esporádicas em academias de Jiu-Jitsu. “Naquela época a rivalidade era grande entre Jiu-Jitsu e Luta-Livre mas
como eu não tinha muita variedade de treinos na minha academia, comprei um quimono e passei a visitar as
academias de Jiu-Jitsu todas as quartas. Num dia ia no Royler, outro no Carlson outro na Nova União (André
Pederneiras), outro no De La Riva e assim fui ganhando experiência”, lembra o actual campeão do Shooto que nem
sempre tinha uma recepção calorosa. “O treino no Carlson foi o mais tenso. Ele descobriu que eu era da Luta-Livre e
mandou o pessoal me arrochar legal”, recorda Alexandre que teve uma recepção diferente na academia Gracie.
11
“O Royler me viu treinar com alguns de seus alunos e
depois do treino me mostrou um monte de revistas
japonesas en que o Rickson saiu na capa, me convidando
para treinar com eles”, revela Pequeno.
A falta de competições de Luta-Livre levou Pequeno a
testar sua técnica de quimono no campeonato Estadual de
Jiu-Jitsu de 1994. Resultado, finalizou quatro rivais - três
com sua temida guilhotina e um com uma chave de pé se sagrando campeão estadual de Jiu-Jitsu do Rio de
Janeiro.
Num momento onde só se falava em Jiu-Jitsu no Rio de
Janeiro, Pequeno mostrou que a Luta-Livre também tinha
seu valor e conquistou seu lugar ao sol tendo
oportunidade de treinar em várias academias, como o
Brazilian Top Team de Rodrigo Minotauro. “O Pequeno não
é um cara normal para o peso dele. Além de ter uma muito
boa técnica, tem a força de um cara de 85kg”, explica o
ex-campeão pesado do Pride, que passou um ano tendo
Pequeno como companheiro de treinos.
Hoje, o aluno de Eugénio Tadeu treina na Shooto Brazil
Dojo, uma equipe que reúne os talentos curitibanos
Anderson Silva e Pelé Landy. “Apesar de morarmos a
800km (distância entre Rio e Curitiba) esta parceria está
funcionando bem. Estou ajudando eles na parte de chão
e eles estão afiando a minha parte em pé. Sempre que
vou lutar passo 20 dias lá em Curitiba”, conta o
heptacampeão.
Depois de tantas defesas de título, Pequeno sonha
agora em subir de categoria: “Ouvi dizer que no final do
ano o Pride vai fazer um torneio com os oito melhores
lutadores do mundo até 70kg, já fui sondado e gostaria
muito de participar”, revela o Rei do Shooto deixando claro
que por enquanto, não tem planos para subir de categoria
no Shooto. “Só vou me arriscar na categoria de cima, caso
a proposta financeira seja boa”, garante o lutador. Ao que
tudo indica, o reinado de Alexandre, o pequeno, ainda
deverá durar alguns anos.
12
“A falta de competições
de Luta-Livre levou Pequeno a testar
sua técnica de quimono no
campeonato Estadual de Jiu-Jitsu
de 1994. Resultado, finalizou quatro
rivais - três com sua temida
guilhotina e um com uma chave de
pé - se sagrando campeão estadual
de Jiu-Jitsu do Rio de Janeiro”
O gigante dos ringues
em números
- Altura: 1,66m
- Peso: 65kg
- Idade: 27 anos
- Cartel: 12 vitórias, duas derrotas e dois
empates
- Das doze vitórias, nove foram por finalização,
uma por nocaute e duas por decisão unânime
- Entre as nove finalizações, sete foram com a
sua famosa guilhotina
- Nunca foi finalizado em um ringue de MMA
- Venceu seis defesas do cinturão Lightweight
do Shooto, sendo o único no mundo a ficar tanto
tempo com um cinturão de um torneio de MMA
Lendas do Vale-Tudo
13
Características inovações e uma nova maneira de ver o
combate como um todo em movimento sobre um
cenário de forças, sem limite estabelecido, foram
nos anos sessenta um salto de gigante frente aos
estilos linear es e extr emamente rígidos de
extremo Oriente.
A revolução dos conceitos foi total! Ed Parker
entrou na história com uma cruzada que
pretendia ir além das visões convencionais do
combate. A sua transgressão continua viva em
seus alunos e sem dívida marcou tendência no que
diz r espeito a estilos mar ciais. O que hoje
entendemos como um questionamento do
confronto “eficaz” entre duas forças, recebeu
um enorme impulso naqueles anos épicos em
que a Califórnia foi o berço da remodelação,
do futuro.
Todo estilo que se preze procura extrapolar
conclusões partindo de técnicas que
empiricamente funcionem. De tudo isso se
extraem princípios tendentes a serem
repetidos e dos quais se extraem regras
cuja aceitação promoverá
melhores opções para o
combatente.
Neste artigo, Carlos
Jódar, aluno dilecto do
Grão Mestre Planas na
Europa, apresenta seu
último trabalho que
precisamente entra
em profundidade
em algumas destas
questões.
Texto: Carlos Jódar
Fotos. © A. Tucci
14
American Kenpo
O Grão Mestre Planas é uma autêntica lenda do
Kenpo, um estilo no qual tem sabido seguir a
trilha de seu desapar ecido Mestr e Parker,
desenvolvendo todo o inacreditável potencial
implícito naqueles passos seguidos por Ed.
Não são muitos os titãs daqueles tempos épicos
que ainda estejam em activo, alguns deles já
morreram, outros se encontram em um estado de
saúde que os impossibilita de ensinar. Por isso é um
prazer e uma honra poder apresentar um grande trabalho,
este novo DVD que fará pensar muito a todos aqueles
interessados no combate, seja qual for o estilo, mas
evidentemente é um trabalho indispensável para todos quantos
estiverem ligados ao Kenpo, o Kajukenbo, os Sistemas Havaianos, o
Karaté de combate ou à defesa pessoal. Um trabalho cheio de ideias
brilhantes, de visões extraordinárias e
perspectivas, das quais como mínimo
podemos dizer que levam os
amantes do combate à reflexão.
Um DVD que não devem deixar
passar e que com or gulho
apr esentamos no nosso
catálogo, um catálogo,
amigos de Budo, que
já
ultrapassou
todos os recordes
da
história
mar cial com
600 títulos
com pessoas
de
uma
inquestionável
categoria.
15
Kenpo Americano
O
16
Kenpo de Ed Parker é actualmente um dos sistemas
de Kenpo mais praticados no planeta. No momento
da sua criação e evolução por parte do Mestre Parker,
constituiu uma revolução nos sistemas de defesa
pessoal, que por sua vez deu lugar a enormes
críticas para o seu criador por parte dos
sistemas clássicos, por não seguir os
cânones tradicionais e criar um sistema
"impuro", eliminando e
adicionando o que
achava conveniente.
Assim evoluiu até
criar um sistema
novo,
com
personalidade
própria e com uma alta percentagem de inovação pessoal de Parker.
Grande parte dessa evolução é devida à incorporação de teorias do
movimento, que Parker estruturou para apoiar e dar um sentido mais
científico à aplicação prática das técnicas. Estas teorias são a coluna
vertebral do sistema e todas elas aspiram, de diferentes maneiras, a
potenciar a efectividade do estudante em um confronto. Para um
estudante moderno já não basta repetir uma técnica copiando do
mestre, agora ele deve perceber de uma maneira teórica e científica
os motivos de cada movimento, qual a sua finalidade e em que
teoria aplicada se baseia.
O Kenpo de Ed Parker se define como um "Estudo do movimento
baseado em um conjunto de princípios e regras". Muito já foi escrito
(ainda que nunca suficiente) dos princípios e
conceitos do Kenpo, mas nem tanto acerca
do que denominamos Regras do
Movimento. É por isso que neste artigo
tentamos aprofundar em algumas das
regras do Kenpo mais utilizadas nas
técnicas de defesa pessoal.
O termo "Regra" por si só pode
levar-nos a engano. Sempre se tem dito
que o Kenpo é um sistema livre que se
adapta ao estudante e que não
responde a uma maneira única,
rígida e regrada de trabalhar.
Isto é assim e de facto,
todo praticante de Kenpo
não só pode como
também deve variar,
alterar e formular as
técnicas
do
p r o g r a m a
constantemente,
isso sim, sempre
que mantenha os
princípios
do
movimento. Quando falamos em regras
referimo-nos à maneira mais segura de
fazer uma coisa em um suposto
determinado. A regra nos indica um factor a
ter em consideração numa situação
determinada,
que
se
repete
constantemente em situações de defesa
pessoal. Habitualmente são apresentadas
de uma maneira na qual "Sempre" que se
está numa situação determinada, devemos
fazer algo. Quando dizemos sempre, nos
referimos a 99% das vezes, posto que
também ensinamos como em ocasiões, as
regras podem não ser seguidas por
diferentes motivos e como se deve fazer.
Pode acontecer que sem seguir uma regra
os resultados também sejam bons e que a
técnica
funcione,
mas
devemos
compreender que seguindo-a, certamente
poderá ter maiores opções de êxito. Pondo
um exemplo com os princípios da potência,
pode acontecer que um soco sem rotação
do corpo possa provocar um KO em um
determinado momento, mas não é a melhor
maneira de executá-lo para adquirir
potência. Por isso, no Kenpo não falamos
de se uma coisa está Bem ou Mal feita,
mas de uma coisa que está Bem ou Melhor
feita. Tendo em consideração esta pequena
introdução, passamos a indicar algumas
das regras mais usadas no Kenpo.
"Sempre que se usar a mão adiantada,
posição Neutral e sempre que se usar a
mão atrasada, posição de Arco
adiantado"
Estas são as regras que ensinam as
formas 1 curta e 1 comprida,
respectivamente. É uma regra básica que
ensina ao estudante a correcta mecânica
corporal no momento de utilizar ambas
mãos. Usando a mão adiantada para
interceptar ou bater, a posição Neutral nos
permite ter mais alcance e manter o nosso
corpo em um ângulo de 45 graus sem
expor a nossa linha central ao oponente,
além de permitir carregar a nossa mão
atrasada como arma de reforço. Usando a
m ã o a t r a s a d a , a p o s i ç ã o d e a rc o
adiantado nos oferece três vantagens
indispensáveis: proporciona-nos alcance
suficiente devido a que o ombro atrasado
está igual em distância com o adiantado,
dá-nos potência de torção devido à
rotação das ancas, além de massa de
re f o r ç o , e n o s o f e re c e u m â n g u l o d e
re f o r ç o n a p e r n a a t r a s a d a , q u e n o s
permite absorver de maneira estável parte
da força gerada em sentido contrário ao
batimento. Dois exemplos de técnicas que
utilizam estas regras seriam "Delayed
s w o rd " ( re g r a d a m ã o a d i a n t a d a ) e
" C a l m i n g t h e s t o r m " ( re g r a d a m ã o
atrasada). Como excepções a esta regra
quando não é levada a feito, existem
várias formas como quando usamos a mão
atrasada para defender (segunda parte da
forma comprida 1), usamos a mão
atrasada numa zona vulnerável (ataque
aos olhos na forma comprida 2), ou
quando
usamos
ambas
mãos
simultaneamente (forma curta 2).
"Sempre que se bater com o cotovelo
em profundidade, deve ser feito um
arraste"
Esta regra é relativa aos princípios de
potência. Numa sequência técnica é habitual
passar da distância média à distância curta
(ou ao contacto penetrante). Isso indica que
o mais provável é que o batimento anterior a
um cotovelo tenha sido um batimento com o
braço estendido ou inclusivamente com a
perna. Ao passar a um ataque que utiliza a
arma de curto alcance, como é uma
cotovelada, deve ser feito um ajuste com os
pés para se ficar na distância adequada.
Além de ganhar a distância necessária para
o ataque, os arrastes (shuffle) são vitais para
conseguir potência. O princípio da potência
relativa ao eixo de profundidade é massa de
reforço, portanto, faz-se indispensável
realizar um arraste de pés para poder mover
o corpo em um plano horizontal juntamente
com o batimento e gerar assim a máxima
efectividade na cotovelada. Em geral
podemos dizer que os arrastes não são uma
parte da técnica e que se fazem sempre que
necessários. Esta regra é constantemente
usada no programa de técnicas como em
"Shielding Hammer", "Flashing Wings",
"Broken Gift", etc. Como excepções à regra
podemos dar exemplos como quando
batemos com o cotovelo avançando com
passo ("Brushing the Storm"), o que também
mantinha o princípio de potência e só
modificaria o ajuste de pés, ou quando o
oponente avança para nós e não precisamos
17
ganhar distância e a potência vem dada pela força prestada
("Glancing Spear").
"Nunca bater duas vezes na mesma zona"
Esta regra tem relação com o princípio de
acção e reacção e com o conceito de
oportunidade sequencial. Baseia-se na
reacção espontânea natural de uma pessoa
quando lhe batem. Quando se sente dor
numa zona determinada, o cérebro reage
cobrindo essa zona que foi magoada, para
que não possa voltar a ser atingida.
Coloquialmente acostumamos a dizer que
"nos prendemos de onde nos dói". É por
isso que normalmente, se batemos em
alguém na cara, a pessoa tem
tendência a tapar essa zona
imediatamente após ter recebido o
batimento. O mesmo acontece e
de maneira mais exagerada, em
zonas vulneráveis como são
olhos, garganta ou genitais.
Também é possível que um
objectivo que é alcançado por um
golpe se desloque tanto que não
possa voltar a ser alcançado
imediatamente. Por isto é que
dizemos que quando batemos numa
porta que vemos aberta, esta
se fecha, mas por sua vez abre
outra que passará a ser o
nosso seguinte objectivo e
assim sucessivamente, ao longo da
nossa sequência de batimento.
Encontramos continuamente esta
regra em técnicas como "Thrusting
Salute", "Flashing Mace" etc.
Excepções a esta regra geral
podemos encontrá-las em casos
determinados como quando
temos controlado um braço do
oponente e ele não se pode
cobrir ("Mace of Agression"), nos
compostos ("Gathering Clouds")
ou quando não permitimos que
ele se cubra ("Fatal Cross"), o
que nos permite, sem
problemas, bater duas vezes
numa mesma zona.
"Sempre que usamos
torção como princípio
de potência principal,
devemos fazer basepivotante"
A regra da torção é
uma
das
mais
importantes e também
uma das mais
esquecidas pelos
estudantes. Como seu próprio nome indica,
faz referência à maneira ideal de gerar potência. A
torção é o princípio de potência correspondente ao eixo de largura e
é gerado a partir da força de rotação. Para existir a suficiente
potência para gerar um batimento maior, o corpo deve sempre
18
mover-se simultaneamente com o batimento,
obedecendo ao princípio de harmonia direccional.
No caso da torção, também se deve ter em
consideração outro factor: a base. O que a regra
nos está indicando é que não se pode gerar
potência suficiente se giramos no ar. Os dois pés
devem estar no chão antes de usar torção como
princípio de potência principal. No caso no que se
tiver um pé no ar (tanto seja por se ter
pontapeado ou por simplesmente estar dando um
passo), o melhor é esperar que o pé chegue ao
chão e justamente nesse momento fazer uma
rotação o corpo para lançar o golpe com torção.
Se fizermos uma rotação enquanto o pé ainda
estiver no ar, não geramos potência suficiente no
nosso movimento, por não haver uma base sobre
a qual girar com força. Muitos praticantes
esquecem esta regra pensando que se perde
tempo esperando a chegar ao chão, e que
eliminam um movimento extra girando no ar e
batendo ao mesmo tempo que se apoiam. Sem
dúvida isto está errado, posto que em Kenpo
jamais sacrificamos a potência no momento de
bater. De facto, gerar potência com precisão é a
nossa máxima prioridade por diante da
velocidade. De nada serve lançar um batimento
milésimas de segundo antes, se esse batimento
não vai resultar suficientemente efectivo.
Exemplos claros de técnicas onde muitos
estudantes esquecem aplicar esta regra seriam os
primeiros movimentos de "Obscura Sword",
"Circling Wing", ou "Lone Kimono", entre outros.
Algumas formas de usar torção de outra maneira
podemos encontrá-las só em casos em que
usemos a força de rotação para pontapear
("Rotating Destruction") ou em casos em que a
torção exista mas o princípio de potência
principal seja outro ("Leaping Crane").
"Nunca usar um passo em profundidade
antes de uma guarda cruzada na saída"
Esta é a denominada regra do “cover out”. Ela
nos indica a maneira mais segura de afastar-nos
do oponente após ter realizado uma técnica. O
cover out (saída em guarda) do Kenpo é uma
manobra de pés muito característica no sistema
de Ed Parker. Na maioria dos casos, após ter
realizado uma técnica de defesa, nos afastamos
do adversário para termos uma distância de
segurança entre ele e nós. Esta regra nos mostra
a maneira mais segura de criar essa distância.
Supostamente, no momento de nos afastarmos
do oponente, este se encontra ainda perto de
nós, e mesmo que lhe tivermos batido, devemos
contar com a possibilidade de que ainda possa
realizar um ataque enquanto nos afastamos dele.
Se nos afastarmos directamente dando um passo
em profundidade para trás, no momento
intermédio em que os meus pés estão mais
juntos, o meu corpo fica de frente expondo a
minha linha central ao oponente. Isto é muito
perigoso visto que estando ainda tão perto dele,
um possível contra-ataque da sua parte, em
zonas tão vulneráveis poderia causar-nos muitos
problemas desnecessários. É por isso que o
nosso primeiro passo sempre será uma guarda
cruzada frontal com o pé adiantado, ficando
numa posição de twist (cover step) o que nos
permite afastar-nos dele em guarda, sem
expormos os nossos objectivos da linha central.
Uma vez fora do alcance do oponente, daremos o
passo em profundidade para completar o duplo
cover out e cobrir os 360º em volta.
Esta regra pode ser vista em
praticamente todas as técnicas do
programa, com muito poucas
excepções, como poderiam ser
algumas técnicas onde criamos
suficiente distância de segurança com o
último batimento e não é necessário o
cover step ("Osbcure Sword").
"Sempre que cruzarmos o nosso corpo
ou o corpo do oponente de um lado para
outro, levemos alguma coisa"
Esta é a denominada regra do grou.
Normalmente faz referência a uma maneira de
inserir movimentos menores entre os maiores,
usando a economia de movimentos. Em
muitas ocasiões, durante uma sequência
técnica queremos bater em um objectivo
determinado, mas a nossa arma não está
carregada no lado apropriado, o que nos
obriga a cruzar o corpo do oponente
para levá-la para o lado correcto de
onde
lançar
o
golpe.
O que a
regra nos
propõe é
que posto
que
a
n o s s a
mão deve
passar
por diante do
o p o n e n t e ,
aproveitemos
este
percurso para executarmos
algum ataque, geralmente menor, visto não ser
o ataque principal. Levando alguma coisa,
aproveitamos ao máximo o movimento,
magoando continuamente o oponente para
não lhe dar tempo a reagir e dando ocasião
de uma maneira mais segura, aos
ulteriores batimentos maiores que
finalizarão com o oponente. Do que se
trata é de causar o máximo dano
possível em cada movimento que
fazemos, sem desperdiçar nenhum
deles. Esta regra é utilizada em
múltiplas técnicas como "Shield and
Sword", "Triggered Salute" ou
"Flashing Wings", entre outras.
Como excepção a esta regra,
gostaria de usar outra regra que
directamente tem a ver com esta:
"Nunca deixar que uma regra
menor sacrifique a técnica"
Isto quer dizer que a regra
principal é aconselhável
sempre que o inxerto
utilizado não nos obrigue a
modificar o resto da ulterior
sequência maior.
"Sempre
que
um
movimento incluir um
agarre, devemos ter a
certeza de que fazemos
o agarre antes de dar o
passo"
19
Esta regra faz referência a casos muito determinados mas que se dão em grande
quantidade de técnicas. Muitas vezes encontramos situações em que antes ou depois de
bater em um oponente, queremos agarrá-lo e deslocá-lo em alguma direcção, o que inclui
não só agarrar um oponente, como também dar um passo para poder mover-nos nós e
move-lo a ele. É normal nestes casos ver o estudante agarrando e dando o passo
simultaneamente, o que de entrada pode parecer a maneira mais rápida de faze-lo
seguindo o princípio de economia de movimentos. Em muitos casos isto é assim
e não surge problema algum. Mas outras vezes não. Acontece com frequência
que fazendo ambas coisas simultaneamente, o agarre não é seguro e
quando dá o passo o estudante não conseguiu agarrar o oponente e a sua
distância já não lhe permite faze-lo, pelo que fica exposto a possíveis
ataques do oponente por este não ter sido neutralizado nem
desequilibrado. Por isso, esta regra nos ensina a assegurarmos o agarre
primeiro e dar o passo imediatamente depois, para não ter problemas, posto
que apesar de em muitas ocasiões poder resultar bem fazendo-o ao mesmo
tempo, em Kenpo não gostamos de brincar com probabilidades nem deixar
nada à sorte. Exemplos desta regra estão em técnicas como "Obscure
Sword", "Defying the Storm", "Snakes of Wisdom", etc. Em alguns casos
onde o tempo de exposição do qual dispomos é muito curto ou quando
precisamos dar o passo para ganhar distância, para agarrar com mais
estabilidade, estaríamos obrigados a fazer ambas coisas
simultaneamente ("Dance of Death").
"Sempre que estivermos entre os braços do oponente,
anulamos a sua altura"
É a chamada regra interior. Consideramos estar entre os
braços do oponente a situar-nos diante dele tendo defendido
seu ataque por dentro, o que nos situa à mesma distância
de seus dois braços. Situar-nos justamente diante do
lado forte do oponente tem suas vantagens e
inconvenientes. A vantagem mais importante é
que nos oferece toda a sua linha central, o que
inclui os melhores objectivos possíveis no
momento de bater desde os olhos até os
genitais. No entanto, o maior inconveniente de
sair por dentro é que encontramos um enorme número de armas
de reforço do oponente, com as quais nos pode bater (cabeça,
braços, cotovelos, pernas, joelhos, etc.). Por isso, situar-se entre os
braços do oponente também é muito mais perigoso para nós. A
regra diz-nos que a melhor opção si estivermos nessa situação é
neutralizarmos a sua altura e assim de maneira imediata, também
neutralizar seus possíveis ataques. A maneira mais habitual
para fazer isto no programa de técnicas é pontapeando os
genitais o antes possível, aproveitando que temos a sua
linha central disponível. Este regra é seguida em grande
variedade de técnicas como "Delayed Sword", "Hooking
Wings", "Checking he Storm", etc. Esta regra, como
todas as outras, pode ser quebrada sempre que de
maneira apropriada se faça como nos casos em
que batemos directamente em objectivos
vulneráveis justamente depois de interceptar
("Five Swords") ou em casos em que temos
controladas as armas e as dimensões do
oponente ("Parting Wings").
Estes são só alguns exemplos de regras
utilizadas no Kenpo de Ed Parker, mas
existem muitas mais. Assim como muitos
dos princípios, conceitos e teorias do
sistema, são universais e podem ser
usadas por estudantes de qualquer
outra arte marcial, indistintamente. O
importante é compreender a
lógica existente em todas
elas e aplicá-las da maneira
apropriada para conseguir a
máxima efectividade na defesa pessoal.
20
A Essência do Jutsu e o instinto de guerra
ao longo dos tempos
“Animais lutam, mas não travam guerras.
Apenas o homem - único entre os primatas - pratica a essa larga escala, deliberada e
entusiástica destruição de seus semelhantes.”
Hans Magnus Enzensberger
T
odo ser vivo, não
importando o quão
grande ou pequeno seja,
possui
um
instinto
violento natural. Esse
instinto nada tem a ver
com raça ou local de origem, mas à
básica necessidade de sobrevivência.
Entretanto, como entender o instinto
para a guerra, o feeling que
compõe a alma de todo grande
guerreiro da história, e que
inspirou sagas e conquistas com
rastros de violência e morte?
Qual o mistério do espírito
buscado pelos praticantes das
artes de Koryu?
Instinto [do latim instinctu] 1. Tendência natural; aptidão
inata. 2. Força de origem
biológica, própria do homem e
dos animais superiores, que
actua de modo inconsciente,
espontâneo, automático,
independente
de
aprendizado. 3. Espécie de
inteligência rudimentar que
dirige os seres vivos em suas
acções, à revelia de sua
vontade e no interesse de sua
conservação. O instinto torna-se
inteligência instinto, age-se sem
raciocinar; pela inteligência, raciocina-se
antes de agir. No homem, confundem-se
frequentemente as ideias instintivas com as ideias
intuitivas.
Instintos são pressões que dirigem um organismo para
determinados fins particulares. Quando Freud usa o termo,
ele não se refere aos complexos padrões de comportamento
herdados dos animais inferiores, mas aos seus equivalentes
humanos. Tais instintos são "a suprema causa de toda
actividade" (1940). Freud reconhecia os aspectos físicos dos
instintos como necessidades, enquanto denominava seus
aspectos mentais de desejos. Os instintos são as forças
propulsoras que incitam as pessoas à acção.
Todo instinto tem quatro componentes: uma fonte, uma
finalidade, uma pressão e um objecto. A fonte é quando
emerge uma necessidade, podendo ser uma parte ou todo
corpo. A finalidade é reduzir essa necessidade até que
nenhuma acção seja mais necessária, é dar ao organismo a
satisfação que ele deseja no momento. A pressão é a
quantidade de energia ou força que é usada para satisfazer o
instinto e é determinada pela intensidade ou urgência da
necessidade subjacente. O objecto de um instinto é
qualquer coisa, acção ou expressão que permite a
satisfação da finalidade original.
Segundo Freud, o consciente é somente uma pequena
parte da mente, incluindo tudo do que estamos cientes num
dado momento. O interesse de Freud era muito maior com
relação às áreas da consciência menos expostas e
exploradas, que ele denominava Pré-Consciente e
Inconsciente.
Inconsciente
A premissa inicial de Freud era de que há conexões entre
todos os eventos mentais e quando um pensamento ou
sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e
sentimentos que o precedem, as conexões estariam no
inconsciente. Uma vez que estes elos inconscientes são
descobertos, a aparente descontinuidade está resolvida.
"Denominamos um processo psíquico inconsciente, cuja
existência somos obrigados a supor - devido a um motivo tal
que inferimos a partir de seus efeitos - mas do qual nada
sabemos" (1933).
No inconsciente estão elementos instintivos não acessíveis à
consciência. Além disso, há também material que foi excluído
da consciência, censurado e reprimido. Este material não é
esquecido nem perdido, mas não é permitido ser lembrado. O
pensamento ou a memória ainda afectam a consciência, mas
apenas indirectamente.
O inconsciente, por sua vez, não é apático e inerte, havendo
uma vivacidade e imediatismo em seu material. Memórias
muito antigas quando liberadas à consciência, podem mostrar
que não perderam nada de sua força emocional. "Aprendemos
pela experiência que os processos mentais inconscientes são
em si mesmos intemporais. Isto significa em primeiro lugar que
não são ordenados temporalmente, que o tempo de modo
algum os altera, e que a ideia de tempo não lhes pode ser
aplicada" (1920).
Assim sendo, para Freud a maior parte da consciência é
inconsciente. Ali estão os principais determinantes da
personalidade, as fontes da energia psíquica, os impulsos e os
instintos.
Pré-Consciente
Estritamente falando, o Pré-Consciente, por sua vez, é uma
parte do Inconsciente, uma parte que pode tor nar-se
consciente com facilidade. As porções da memória que nos
são facilmente acessíveis fazem parte do Pré-Consciente.
Estas podem incluir lembranças de ontem, o segundo nome, as
ruas onde moramos, certas datas comemorativas, nossos
alimentos predilectos, o cheiro de certos perfumes e uma
grande quantidade de outras experiências passadas. O PréConsciente é como uma vasta área de posse das lembranças
de que a consciência precisa para desempenhar suas funções.
A vontade, entretanto, é o ponto central a partir do qual a
acção significativa pode ocorrer. "Actos de vontade são
considerados como tais apenas enquanto não possam ser
desempenhados sem atenção. Uma ideia diferenciada do que
são e um fim deliberado da parte da mente devem preceder
sua execução". Se definiu vontade como uma combinação da
atenção (consciência focalizadora) com o esforço (superação
de inibições, preguiça ou distracção).
Segundo esse pensar, uma ideia produz inevitavelmente uma
acção, a menos que uma outra ideia entre em conflito com a
primeira. Vontade é o processo que mantém uma escolha entre
alternativas o tempo suficiente para permitir que a acção
ocorra. "Resumindo, a realização essencial da vontade, quando
é voluntária ao máximo, é PERCEBER um objecto difícil e
mantê-lo com firmeza perante a mente".
Ao longo da história podemos ver grandes relatos de homens
cuja coragem para a batalha modificaram as inúmeras
possibilidades que a realidade actual poderia ter tido.
21
Artes Tradicionais
Para Alberto Torres, no entanto, não foi
um instinto guerreiro que levou populações
ao combate, mas o império das
necessidades:
"O homem perseguido pelos aguaceiros,
pela muralha ascendente dos glaciais, pela
seca, pelos tremores de terra, recebeu
desta vida errante e conturbada a
educação do terror e do medo, uma alma
inquieta, a necessidade de franquear seu
caminho para lugares mais seguros e mais
acolhedores. Daí nasce em seu espírito a
indiferença pela vida e pelo interesse do
outro. Era o instinto que o conduzia? Sim,
mas não era o instinto que o lançava sobre
a povoação pacífica encontrada por acaso
em seu caminho; era o sofrimento, era o
desespero de encontrar em algum lugar
abrigo para sua aflição."
Ao mesmo tempo, surgia aí também o
primeiro chefe, identificado com o primeiro
guerreiro. A partir daí, foram sendo
conservados estes hábitos por tradição,
pelo costume, aguçados pelas ideias
convencionais em benefício dos dirigentes
da sociedade: os senhores da guerra. Dizia
Torres:
"A história que nós conhecemos não é a
história das sociedades humanas, a
sociedade não fazendo história, porque ela
não se fazia a si mesma. Nesta corrente de
acontecimentos que faz a vida registada e
contada na história, não se vê senão
condutores de multidões e nobrezas, se
batendo por ambição, explorando a fome
de uns e espalhando por toda a parte a
fome. Salvo heróicas e rápidas revoltas, os
povos, isto é, mais de três quartos dos
homens, não se davam sequer ao trabalho
de pensar que não tinham o direito de não
morrer."
A sociedade não era real, mas um ideal.
Curvados sob a carga das necessidades
permanentes, o homem não podia
conhecer seu ser real, nem formar a
sociedade real.
Assim, em muitas culturas a guerra foi
reverenciada, e se tornar um discípulo dela
foi considerado um dos maiores valores
sociais, ditando normas comportamentais e
definido o status de uma família por
gerações. Assim ocorreu com Esparta, com
os samurai japoneses, com os vikings e
com inúmeros e famosos personagens que
delinearam a história. Os famosos homens
que nasceram para a guerra demonstravam
não somente uma grande aptidão para a
luta, mas enorme habilidade estratégica
para tal.
Utilizaremos os vikings como exemplo.
Os Vikings se tornaram famosos por
serem guerreiros e aventureiros corajosos e
ambiciosos. Até o final do século VIII, a
Escandinávia era uma região praticamente
ignorada pela Europa. De repente, em 780,
os Vikings se deslocaram da Noruega,
Dinamarca e Suécia e começaram a saltear
a Europa cristã, devastando cidades e
22
“Todo ser vivo,
não importando o
quão grande
ou pequeno seja,
possui um instinto
violento natural.
Esse instinto nada
tem a ver
com raça ou local
de origem,
mas à básica
necessidade
de sobrevivência”
campos. “Da fúria dos nórdicos, livrai-nos
Senhor!” (dizem que assim rezavam os
monges saxões quando os vikings pagãos
invadiam seus tranquilos mosteiros).
O exército Viking era formado de
guerreiros profissionais: treinavam para
combates ferozes e estavam melhor
equipados com espadas, escudos,
machados e arcos. Além disso, eram
exímios navegadores e com seus barcos
sólidos se aventuravam para o alto mar.
Quando chegavam em terra, saqueavam
imediatamente as aldeias para obter
cavalos, gado e cereais. Há de se
considerar que possivelmente o que mais
inspirasse os guerreiros nórdicos de facto
fossem os aspectos culturais e religiosos.
Os deuses vikings eram violentos e
impiedosos. Odin, o deus da guerra, regia a
Valhalla, a Sala dos Eleitos. Cavalgava
pelos céus em um cavalo de oito patas,
acompanhado por lobos. Os guerreiros que
morriam corajosamente em batalha eram
levados para a Valhalla pelas Valquírias
(donzelas guerreiras). Nesse céu viking eles
lutavam o dia todo e festejavam a noite
toda. Odin era também o deus da
sabedoria e o pai da escrita e da poesia.
Muitas cantigas demonstram a habilidade
desses guerreiros em combate e glorificam
os rastros de sangue deixados pela
destreza violenta em batalha.
Deixando uma cultura específica de lado
e direccionando nossa mente ao homem
em si, poderíamos perguntar: de onde ou
como surge o instinto violento ou
agressivo?
Durante um relacionamento agressivo
com outra pessoa, geralmente o cérebro
(eixo hipotálamo-hipofisário) envia um sinal
às glândulas supra-renais determinando a
liberação de adrenalina na corrente
sanguínea. Tal como acontece na Reacção
de Alarme da Síndrome Geral de
Adaptação. Há, rapidamente, um aumento
da excitação fisiológica e do nível de
vigilância do organismo. Simultaneamente,
também procedente das supra-renais, os
níveis sanguíneos de cortisona livre
aumentam, numa clara demonstração da
interacção entre os estímulos externos e a
fisiologia interna.
O termo "agressão" possui tantas
conotações que, na realidade, perdeu e
diluiu seu significado. Embora seja
conveniente conceber a violência e a
agressão
como
processos
comportamentais, por não se tratarem de
conceitos simples e unitários, também não
poderão ser definidos como tal,
permanecendo difíceis de serem analisados
isoladamente de outras formas do
comportamento motivado. Guardando
inúmeras excepções, a tendência à
agressão e a violência poderão ser
concebidas como traços de personalidade,
como respostas aprendidas no ambiente,
como reflexos estereotipados de
determinados tipos de pessoas ou até
como manifestações psicopatológicas. É
impossível considerar a agressão no ser
humano como um evento em si,
emancipada das circunstâncias e
contingências. Primeiramente, devemos
considerar a agressão a partir do agente
agressor, depois, a partir do agente
agredido e, finalmente, a partir de um
observador ou terceiro. Não surpreenderá
encontrarmos três representações
diferentes de um mesmo evento.
A violência, por sua vez, sugere a ideia de
acção, de atitude dirigida especificamente
para fins avassaladores, e esse raciocínio
está presente ainda hoje nas artes
tradicionais do Koryu. É possível,
entretanto, se convocar a violência sem
agressão ou a agressão sem violência.
Como exemplo clássico no meio marcial
temos as artes que descendem do Jutsu e
se
caracterizam
pelo
“Do”.
Convencionalmente, espera-se de um
lutador ou praticante uma boa dose de
violência, mas que não demonstre intenção
de agredir o adversário. Ele deve vencer,
não agredir seu adversário. Nos desportos,
como no mau futebol, por exemplo,
podemos ter agressão dissimulada em
jogadas habilidosas sem uma violência
expressa. Um jogador ao bater uma falta,
pode, propositadamente, acertar o rosto de
um adversário na barreira e, já que isso é
considerado parte das regras do jogo, não
caracteriza um acto violento, embora seja
intencionalmente agressivo.
A violência apresenta uma escalada
muito superior ao aumento populacional e
aos avanços, digamos, cívicos da
sociedade.
O ambiente em carácter geral, dentro do
espaço sócio-cultural a que pertence o
indivíduo,
pode
favorecer
o
desenvolvimento de alguns traços
peculiares na forma de relacionamento para
com o mundo. Os estímulos, as
solicitações, as oportunidades de treino, as
normas de convivência, enfim, todo o
património oferecido à pessoa através do
sistema sócio-cultural e ambiental, poderão
determinar modalidades características da
pessoa
existir.
Será
sobre
as
potencialidades constitucionais que o
ambiente desempenhará uma acção
modeladora da Personalidade, ou seja, o
ambiente poderá alterar os rumos do
desenvolvimento geral, conferindo uma
determinada maneira do indivíduo ser.
Entre os anos 60 e 70, houve um debate
sobre a psicologia da guerra centrada na
noção do “instinto agressivo”, peculiar a
todos os homens, principalmente ao sexo
masculino.
Embora seja correcto afirmar a existência
de impulsos agressivos, ou fúria assassina,
há de se qualificar os diferentes meios de
defesa e de luta. O combate corpo a corpo
de facto fortalece e inclusive requer o
instinto agressivo para a necessidade da
explosão muscular. Chegamos então ao
ponto principal de comparação entre o
instinto antigo e moderno de guerra.
No combate corpo a corpo o guerreiro
precisava reunir uma série de factores que
possibilitariam a sua vitória. O instinto de
sobrevivência
animal
aliado
à
agressividade imposta culturalmente,
temperavam uma personalidade moldada
para a batalha ou para a luta. Todos as
hormonas estariam então em acção para o
conflito directo. A coragem seria a
exteriorização de uma intenção agressiva
colocada em prática e cujo resultado,
independente de vitória ou derrota, seria
valorizado como uma das maiores
nobrezas do carácter humano.
Em casos de acções à distância,
entretanto, através de utilização de armas
de longo alcance, a emoção se torna uma
desvantagem. A frieza e a habilidade de
manter o inimigo na mira prevalece. Perdese em grande parte a nobreza do combate
e a coragem não é tão enfatizada. Dessa
forma, a tecnologia trouxe uma nova
modalidade ou uma variação na
personalidade ideal para a guerra devido ao
avanço armamentista dos séculos XV e XVI.
Da “ferocidade agressiva” surge o “desdém
passivo”.
O combate em si é somente um dos
componentes do que conhecemos como
guerra. Não é a violência doméstica ou
conflitos menores de rua. As guerras em
geral não se iniciam com conflitos ou
terminam por eles. A maioria das guerras
consiste de preparação para batalha,
organização de suprimentos, transportes e
actividades que dificilmente seriam
enumeradas por um não entendido do
assunto. Na guerra há um instinto plausível
que impele o homem a sair de sua casa
e treinar exaustivamente para sua
formação. É o que Clinton B. Rocem
e Bernarda L. Fontana apontam
como “um largo passo do que
seria uma tendência inata
biologicamente para uma
agressividade individual a uma
ritualizada,
sancionada
socialmente, um grupo
institucionalizado
de
guerra.”
Em outras palavras, a
guerra seria uma
complexa e colectiva
actividade somada
pela
afinidade
composta em seus
bastidores pela
psique individual.
O instinto não
fabrica
ou
transforma
armas
em
manufacturas.
A guerra não é
senão parte
de um tipo de
rito sangrento
da humanidade.
Assim,
embora
possamos dizer que muitos
guerreiros estão em actividade pelo
mundo afora, a alma do guerreiro
antigo estaria em muito reduzida ou
presente, nos conflitos actuais. Embora
seja preservada pelas artes do Koryu e seja
a essência e o sentido de sua prática pelas
instituições mais conservadoras, não se
pode observá-la no quotidiano, ou admirála em combates actuais.
Parece-nos que os valores que
compunham a essência do Jutsu em todas
as civilizações que se fundamentavam na
guerra, foram substituídos por um carácter
frio e distante, alimentado por mercenários
modernos dentro de um sistema de alta
tecnologia. Mesmo assim, o raciocínio do
espírito do Jutsu se mantém nas belíssimas
práticas de todas as linhagens tradicionais
antigas de guerra, e sobrevive através de
todos os homens que enxergam na nobreza
marcial um dever de passar adiante o
legado deixado pelos que viveram e
A
noite não podia ter começado
melhor! Enquanto mestres e
convidados partilhavam um vinho
de boas-vindas, era atribuído o
prémio do Festival do Cinema de
Aventura e Acção de Valência. O
público designara com seus votos o filme
vencedor: “Little big soldier”. A notícia chegou
rápida como um raio, Os nossos convidados
tinham ganho a “Palmeira de Oiro” do Festival!
A comitiva tinha abandonado o teatro onde
teve lugar o encerramento do Festival e já se
dirigia para o “Hall of Fame”. O nosso director
Alfredo Tucci saiu para os receber. Jackie Chan
não tinha podido assistir ao Festival. Até a última
hora esperávamos o milagre, mas não foi
possível…, mas isso sim, mandou uma comitiva
de nove pessoas; protagonistas, actores, actrizes,
produtores, realizador…, e não podiam faltar três
dos seus melhores alunos e especialistas, todos
eles artistas marciais. Eles receberam em seu
nome, o prémio especial que a ISMA e o Budo
International Council entregaram por seu trabalho
humanitário e de difusão das Artes Marciais.
24
Depois das fotografias habituais e como
sempre, os assistentes permaneceram em pé
escutando o hino espanhol e seguidamente
passou a ser servida a ceia de gala. No fim da
mesma pudemos assistir às exibições, incluída
a oferecida fora de programa pelos próprios
alunos de Jackie, os quais, tudo deve ser dito,
estavam tão à vontade como peixes na água…
Ao longo da noite foram entregues os
prémios, no mesmo ambiente de fraternidade e
respeito que sempre caracteriza este evento.
Muita gente nova, outros já clássicos, grandes
Mestres, estudantes e acompanhantes gozaram
da festa e do baile que seguiu.
No dia antes tivera lugar o clássico encontro
de “Polícias do mundo”, com interessantes
exposições e a assistência de polícias e
especialistas de variados corpos e
nacionalidades, Rússia, Argentina, Brasil,
Guarda Civil da Espanha, Ertxantxa (Polícia
autonómica das Vascongadas), Polícia de
Mónaco, Polícia Nacional (España), Guarda
Nacional Republicana Portuguesa, etc.… Nesse
mesmo dia, na parte da tarde também teve
lugar o importante encontro dos Cavaleiros do
Círculo das Artes Marciais, com novas
incorporações, incluída “ad honorem” a do
próprio Jackie Chan, que foi aceite e recebida
de bom grado por seus alunos.
No Sábado 23 em que o evento teve lugar,
da parte da manhã se realizou o seminário
multidisciplinar característico do Hall of Fame,
desta vez com aulas magistrais de Tony
Montana (MTS), David Arama (Kapap),
J. Negreira (American Kenpo), Nicolai Smirnov
(Russian Self Defense). A assistência
respeitosa e amigável de muitos Mestres e
Grandes Mestres foi um exemplo de elegância
e bem-fazer.
Os seguintes dias, além da excursão ao
castelo de Sagunto e a paelha autêntica feita
em fogo de lenha, Mestres e convidados
tiveram ocasião de trocar conhecimentos e
acima de tudo, de gozar de um ambiente único
e do maravilhoso clima e hospitalidade da
cidade de Valência, que como sempre
participou como patrocinador principal de tão
célebre encontro, junto com esta revista.
25
26
28
Lista de premiados do ano 2010:
Junta directiva: Grandes Mestres: Santiago
Sanchís. Sifu Vincent Lyn. Sifu Paolo Cangelosi.
Alfredo Tucci. Richard Repsher. George Bierman.
Nikolai Smirnov. Conselho consultor: Grandes
Mestres: Larry Tatum, John Pellegrini, Sri
Dinesh, Indalecio Socorro, Jorge Dominguez, Rui
Ribeiro, David Arama. Platinum Life
Achievement Award SOKE JOSEPH WILLIAMS
Gold Life Achievement Award CRISTINA
RIBEIRO.
CAVALHEIROS DO CÍRCULO DO HALL OF
FAME: SANTIAGO G. SANCHIS, ALFREDO
TUCCI, VINCENT LYN, LUIS A. SEBASTIAN,
ANGEL BOCANEGRA, JUAN DIAZ, GEORGE
BIERMAN, PAOLO CANGELOSI, JOSE L. ISIDRO,
INDALECIO SOCORRO, GRACIANO GALVANI,
GIOVANNI PROIETTI, ROBERTO GIRLANDA,
ROBERTO CHIARAMONTE, RAFAEL CARRIET,
ANTONIO MONTANA, RUI RIBEIRO, JORDAN
AUGUSTO.
Novos cavalheiros: JACKIE CHAN, PAULO
PERDIGÃO, JESUS M. PLATON, RICARDO
GRESS, JOSE DEFEZ, JOSE LAMEIRO,
FRANCISCO MARTORAN, DAVID ARAMA,
HECTOR FUENTES, NIKOLAI SMIRNOV.
Grandes Mestres Internacionais do ano:
ANDREAS HOFFMANN, RUI RIBEIRO. Fundador
de estilo: SOKE EVAN PANTAZI.
HOMEM E MULHER MARCIAL DO ANO:
JUAN JOSE NEGREIRA E MIRTA CARINA
SALVO. Prémio de prata a uma vida nas artes
marciais:
MONTASER
A.
NUWAR.
INTERNATIONAL MASTER OF THE YEAR:
YANIS VILELLA, GRACHEV IGOR. Mestre do
ano: CARLOS DARIO, MESTRE DE MUGENDO:
FCO. JAVIER PERNAS. REVELAÇÃO DE
MUGENDO: SAMUEL BERGILLOS. EDUCADOR
DE MUGENDO. SCRIMIA Mestres do ano:
ROBERTO GIRLANDA, GIOVANNI PROIETTI,
ROBERTO CHIARAMONTE. Mestres e
instrutores do ano: VLADIMIR KOVALEV, LIVIU
CLAUDIU, DANILA DAVID DOMINGO, RONCAL,
MARK GRIDLEY, HECTOR RODRIGUEZ,
CINTHYA RODRIGUEZ. Excelencia em novo
estilo: Master TONI MONTANA por MTS. JKD
Sifu do ano: JUAN JOSE ZAMUDIO. FEMALE
SIFU KUNGFU OF THE YEAR: MARIA GROTHE.
Instrutores do ano: IBAN MIRANDA, IVAN
YUSTE, FRANCESCO SANNA, CHRIS
BLACKWELL. Prémio especial pela sua
contribuição extraordinária ao mundo das
Artes Marciais com mais de 5.000 artigos:
Shidoshi JORDAN AUGUSTO DE OLIVEIRA,
BUGEI. Excelência em contribuição militar e
policial: Instrutor internacional policial do ano:
JUAN JOSE NEGREIRA. Instrutora policial do
ano: Oficial da polícia Argentina: Dona MIRTA
CARINA SALVO, D. ERIC DEVEAU, SERGIO
BRUNO COELHO, OTÁVIO LUZ, Mestres
instrutores de autodefesa do ano: CLAUDE
POUGET Polícia de Mónaco. Prémio à sua
contribuição às Artes Marciais: Mestre MARIO
RAMA. Actores, actrizes e equipa de
especialistas do filme vencedor do festival de
Cinema de Acção e Aventura de Valência “Litle
big soldier”: JACKIE CHAN, LIN PENG, STEVE
YOO, CINDY ZHANG, WANG HAIXIANG, RAMY
CHOI, SUN YUANNONG, ZHANG HAIHONG,
ZHANG JIAWEI, YAN ZILING. Embaixador do Hall
of Fame: JUAN DIAZ.. Cônsul do Hall of Fame:
Yanis Vilella, JOHN PELLEGRINI, Ricardo Gress,
TONI MONTANA. Prémio à Excelência: Adela
Sanchís, Maria Santome, Carmen Palencia,
Tammy Lynn. Mauro de Freiras. Rafael Carriet,
Carlos Pascual, David Armendariz, Vincent Lyn,
José Luís Isidro, Agustín Manzano, David Rivas,
Cesar Carballo, Fernando Arenillas.
EXMA. CÂMARA MUNICIPAL DE VALÊNCIA,
Festival de Cinema, Revista CINTURÃO NEGRO,
HOTEL ABBA ACTEÓN. O nosso mais sincero
agradecimento ao Conselheiro dos Desportos
Exmo. Sr. Cristóbal Grau.
Próximo HALL OF FAME, 21, 22 e 23 de
Outubro de 2011. I.S.M.A. International School of
Martial Arts.
E-mail: ismahof@gmail.com
www.halloffamemartialarts.com
29
30
Com a explosão do MMA
feminino pelo mundo, muitas
lutadoras vem r oubando a
cena. Misturando técnica,
força e sensualidade, as
mulheres vêm conquistando
seu espaço com competência.
Encabeçando este grupo de
beldades casca-grossas está a
brasileira Carina Damm.
Conhecida como Barbie dos
ringues, Carina tem hoje
15 vitórias e apenas quatro
derrotas e não vê a hora de o
UFC abrir a categoria
feminina. Conheça melhor esta
linda guerreira nas páginas a
seguir.
A sensualidade de
uma casca-grossa
Cinturão Negro: Por que você
decidiu se mudar para os EUA?
Carina Damm: Eu decidi mudar
para
cá
por
causa
das
oportunidades que a América me
oferece e não tenho no Brasil.
Sempre gostei muito daqui e
depois da minha luta no Arizona,
peguei um voo e vim directo para a
Florida. Aqui meu trabalho é mais
valorizado. Mas sempre que eu
puder estarei indo ao Brasil, pois
minha família e amigos também
estão aí. Aqui estou treinando na
ATT; está muito legal. Tenho treino o
dia todo e profissionalismo. Sinto
saudades do meu irmão ao meu
lado me orientando também, mas
sempre que der, ele vai aparecer
por aqui.
C.N.: Como você e
seu irmão se tornaram
lutadores?
C.D.: Bom, desde
crianças já éramos
considerados lutadores
na família e na escola
(risos). Com 15 anos,
assisti
a
um
campeonato de Jiu-Jitsu
e me apaixonei pela arte
suave, logo comecei a
treinar e nunca mais parei. Já meu irmão uma
semana depois também começou a praticar
Jiu-Jitsu. Agora, eu resolvi levar o Jiu-Jitsu a
sério mesmo quando o Rodrigo se consagrou
campeão mundial, se não me engano em
2002. Aquilo me motivou de uma maneira
inacreditável. Em seguida, logo que conheci o
Jiu-Jitsu, assisti a uma roda de Capoeira do
Mestre Capixaba. Foi amor a primeira vista
pela Capoeira, parecia que eu já tinha
praticado em outras vidas, e amo tanto a
Capoeira que não posso escutar um
berimbau tocando que me arrepio e corro
para a roda. Inexplicável!
C.N.: Mas seu pai ou sua mãe tinham
alguma ligação com lutas?
C.D.: Não, meus pais nunca tiveram nada a
ver com lutas, foi coisa minha e do meu
irmão. Tipo amor a primeira vista!
Texto: Marcelo Alonso & Gleidson Venga
Fotos: Gerusa Falcão & Vinicius.
C.N.: Por que você não se tor nou
modelo profissional?
C.D.: (risos) Quando eu era mais nova, fazia
alguns trabalhos como modelo e até hoje
faço alguns desfiles, tipo para alguma marca
que me patrocina e tal. Mas a carreira de
modelo nunca me inspirou muito. Fora isso,
não tenho altura também para ser modelo
(risos) Desde criança sempre gostei de artes
marciais e antes mesmo de praticar já meu
irmão e eu brincávamos às lutinhas lá em
casa.
C.N.: Como você lida com esse negócio
de sensualidade e casca-grossisse ao
mesmo tempo? Um atrapalha o outro? Ou
ajuda?
C.D.: Sensualidade é algo que não sei
explicar, muito menos como consigo assimilar
luta com sensualidade. O que posso dizer é
que eu sou assim, amo lutar, competir,
treinar…, sair na mão, mas na hora que vou
para o vestiário tomo banho, etc. Tenho
dentro da mochila um arsenal de produtos de
beleza. Isso faz parte de mim, cresci vendo
minha mãe e minha irmã sendo vaidosas e
aprendi com elas isso de me cuidar sempre.
Não gosto de ficar descabelada ou mal
vestida só porque sou lutadora. Isso não tem
nada a ver. Sou lutadora sim, mas jamais
deixarei de ser mulher por causa disso.
Acredito que meu estilo acaba me ajudando
31
Entrevista
na minha profissão sim, pois sempre recebo bons
elogios (risos).
C.N.: Qual foi a Luta mais difícil da sua carreira?
C.D.: Com certeza foi a luta contra a Jessica
Aguila, no Canadá (Bodog FIght). Foi muito técnica,
porém a Jessica é uma excelente lutadora e estava
muito bem preparada para o combate. Mas graças a
Deus eu consegui superar e vencer.
C.N.: Como você encarou essa sua ultima
derrota no Strikeforce?
C.D.: Nunca vou me conformar com a derrota, isso
jamais entra na minha cabeça, mas sei que já passou
e preciso melhorar. Tive varias falhas e por mais que
eu estivesse treinada, quando seu psicológico não
está bem, acaba te prejudicando de alguma maneira.
Enfim, agora estou treinando mais ainda, quero me
superar e logo sei que estarei pronta para mais uma
batalha, pois jamais irei desistir!
C.N.: Você sonha com o dia em que o UFC crie
uma categoria feminina e você lute por lá. Como
seria isso?
C.D.: Meu grande sonho seria este, lutar o UFC.
Não entendo por que a luta feminina não faz parte
desse show. A gente só somaria lutando o UFC. Luta
feminina na América está sendo muito bem vista pela
sociedade. Seria um espectáculo a participação de
mulheres neste evento. Se o Dana White gosta tanto
de audiência deveria me contratar para lutar, tenho
certeza que o evento seria bem agressivo e ao mesmo
tempo, delicado. Mas ainda acho que isso vai rolar.
Perfil
Nome: Carina Damm
Idade: 30 anos
Signo: Aquário
Naturalidade: Estado Espírito Santo.
Altura: 1,63m
Peso: 59kg
Busto: 91cm
Quadril: 95cm
Cintura: 68cm
Comida preferida: Pizza
Hobby: Dançar e praia
Viagem dos sonhos: Havai
Parte do corpo que mais gosta: Olhos
Traço marcante da personalidade:
Senso de humor
Qualidade em um homem: Inteligente,
bem humorado.
Time que torce: Flamengo
Solteira, namorando ou casada?
Solteira
Projecto de vida: Lutar MMA e comprar
uma fazenda.
32
Artes Chinesas
Como tudo começou - A história do Kung Fu
C
omo já foi dito anteriormente, hoje em dia é impossível
conhecer com exactidão a origem das Artes Marciais
Chinesas. Informações fragmentárias que têm como base
antiquíssimas tradições literárias e artísticas da China,
deixam entrever a existência de uma arte marcial
altamente evoluída, já na dinastia dos Chou (1066 a.C.406 d.C.). Durante os Jin (265-439 d.C.) e nas dinastias do Sul e do Norte
(420-581 d.C.), as artes marciais tiveram uma forte influência do Budismo
e o Taoismo. Ge Hong, Taoista famoso, integrou exercícios do Qi Gong
(respiração e energia) das artes marciais chinesas, como parte
importante da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Alguns versados na
matéria estão de acordo em que a origem das mesmas foi uns mil anos
atrás. Entretanto, para alguns aspectos também se fala de uns 5.000
anos. Diz-se ter sido então quando se constituiu a base da nossa arte,
nas lutas das povoações pela água, pelas melhores zonas para construir
as casas, etc.
Uma personalidade importante para as artes do famoso mosteiro de
Shaolim foi Ta Mo (também escrito Da Mo), mais conhecido como
Bodhidharma.
O Fundador do Kung Fu de Shaolim - Ta Mo
No que concordam todas as fontes históricas é em que o verdadeiro
começo do Shaolim Kung Fu teve lugar com a chegada de Ta Mo
(Bodhidharma) ao mosteiro Shaolim do Norte, na província de Honan,
durante o período que vai de 506 a 556 d.C.
A proveniência de Ta Mo permaneceu muito tempo ignorada, mas nos
nossos dias parece ter ficado demonstrado que foi ele o terceiro filho do
rico Rajá Sugandha da Índia do Sul. Para evitar confusões digamos já
que Bodhidharma, Ta Mo e Daruma são a mesma pessoa com seu nome
Hinduísta, Chinês e Japonês. Diz-se que o seu nome era Ta Mo e
depois foi Sardilli Boddidoro. O seu pseudónimo surge em idade
avançada e significa “Iluminado pelas ensinanças”.
Ta Mo cresceu no palácio de seu pai onde estudou artes marciais
tradicionais da Índia (entre outras o combate corpo a corpo) e os
Sutras Budistas, tendo mostrado ter múltiplas habilidades. Ta Mo
amava os desportos e passava muito tempo fazendo exercícios
para o seu corpo, mas desde muito jovem também se mostrou
interessado nos estudos teosóficos (*). Quis participar da “santa
verdade” do Buda e fez-se um adepto entusiasta do Dhyana,
que significa profundo exame de consciência (em Chinês,
Chan; em Japonês, Zen; não confundir com o Budismo Chan,
que ele próprio fundaria mais tarde). No entanto, ele não
queria ser um asceta, pois estava muito aberto ao mundo que
tinha em seu redor.
Ta Mo queria levar a luz da doutrina Budista mundo afora.
Quando Ta Mo veio a saber por dois monges chineses seus
colegas de estudos, que "a verdadeira fé" no país de onde
eles vinham padecia persecuções, resolveu que pessoalmente
viajaria à China para remediar esta situação. Ta Mo preparouse durante anos para esta viagem. De facto, tantos anos
tinham passado que na China já passara o período mais
difícil para o Budismo, havia muitos mosteiros e templos,
cuja existência estava assegurada, apesar de que alguns
senhores feudais não gostassem de dar autorização
para divulgar a religião. Isto principalmente foi devido
aos confrontos surgidos entre as doutrinas do
Budismo e do Confucionismo.
Quando Ta Mo chegou à China, Wei, o primeiro
governador que encontrou no Norte, deu-lhes as
boas-vindas. Wei estava muito interessado em saber a
34
opinião de Ta Mo acerca do país, onde centenas de monges dedicavam
o seu tempo a copiar as santas escrituras. Ta Mo respondeu que os
esforços do governador para a promoção do Budismo de nada serviam,
eram "um vazio no vazio".
Num determinado momento, Ta Mo percebeu que a transformação
religiosa da China não se podia empreender da maneira que ele pensava
e deu entrada no Mosteiro de Shaolim, na província de Honan. Ali
anunciaria posteriormente, uma doutrina que não seria reconhecida pelos
poderosos do país nem pelos pilares do Budismo, esta nova doutrina ele
a denominou Budismo Chan, ou o que é a mesma coisa, Budismo Zen,
que teria um grande futuro por diante.
Nos inícios, Ta Mo ensinava a meditação sentado. Considerava que a
"iluminação" era impossível sem uma preparação longa e dura do corpo
e mente. Dizia ele que as ensinanças sim igual do Buda, só podiam ser
compreendidas após longas e duras provas e ter padecido os
sofrimentos mais árduos e realizado o mais difícil de executar. Segundo
conta a lenda, ele mesmo permaneceu sentado quieto durante 9 anos,
virado para a parede de uma gruta não longe de Shaolim, onde se
dedicou à meditação, sem nem sequer dormir.
A lenda diz também que o futuro sucessor de Ta Mo cortou a sua
própria mão esquerda para mostrar a sua devoção pelo seu mestre,
posto que este não tinha querido ensinar-lhe a doutrina e o tinha
rejeitado com estas palavras: "Eu te ensinarei quando a neve for
vermelha". Por isso o estudante decepou a sua mão e o sangue tingiu
de vermelho a neve, conseguindo assim ser aceite como discípulo.
Após os nove anos de meditação, Ta Mo viveu dezenas de anos atrás
dos muros de Shaolim. Aprendeu Chinês para ler os clássicos chineses e
ensinou o Budismo Chan. Ao princípio só ensinou meditação sentada,
mas depois de observar que os estudantes adormeciam e padeciam
problemas físicos, pensou na solução para isto. Inventou os 18
exercícios do monge (18 Lohan), que seus alunos não praticavam só
para a educação física, mas também para unificar corpo e mente. Em
breve os exercícios para o corpo não teriam como objecto apenas
manter a saúde, também foram um programa para a prática geral do
Kung Fu. A ideia de transformar as regras da vida no mosteiro numa
formação psico-fisiológica, foi devida tanto ao yoga da
Índia, como aos ascetas que dedicavam a sua vida a
dominar o corpo físico, com a esperança de
alcançar a imortalidade.
Entretanto, os ataques dos assaltantes de
caminhos obrigaram os monges a dominarem
também a arte da auto-defesa. Alguns anos
depois, o Templo Shaolim seria famoso não só
por sua nova ensinança do Chan, como
também pela arte do Kung Fu, que ali era
trabalhado e zelosamente guardado.
Ao longo dos séculos, esta boa reputação
atraiu também grandes especialistas do
Kung Fu a este templo, onde trabalharam. É
mérito de Ta Mo que por primeira vez se
dessem ao Kung Fu um conjunto de normas
e uma pesquisa científica. Anteriormente
não havia nada escrito nesta matéria.
O Budismo Chan ensina que o estudante
deve reconhecer “a natureza do Buda na flor
da erva, no bramido do tigre, no luar e nas
estrelas, mas acima de tudo, em si mesmo”.
Precisamente este auto-conhecimento é a
pedra angular na prática dos monges budistas,
para poder praticar todos as artes, também as
artes marciais clássicas, com o mais alto valor
intelectual.
Acerca da morte de Bodhidharma, existem numerosas
lendas, não se sabendo ao certo onde e como exactamente
faleceu. Sua herança intelectual continua viva para nós, tanto no
Budismo Chan como nas artes marciais de Shaolim.
(*) A palavra Teosofia (“Sabedoria Divina”) significa em geral,
um esforço na busca do conhecimento religioso de Deus, dos
Deuses e da Divindade, pelo caminho da intuição, como aparece
nas magníficas ensinanças de Jacob Böehme, Federico Christoph
Oetinger e Louis Claude de Saint-Martin, na Cabala Judaica, em
partes do Sufismo Islamista e na Gnose antiga. Em um sentido
mais restrito, a Teosofia é uma visão do Cosmos esotérica
fundada pela ocultista Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891).
Refere-se especialmente a conteúdos da religiosidade hinduísta e
à espiritualidade, e com os seus estudos vem a demonstrar um
núcleo comum e autêntico em todas as religiões e por isso se
fundou uma “Frater nidade Universal da Humanidade”
denominada “Sociedade Teosófica”.
35
História do Weng Chun Kung Fu
2ª Parte
Na primeira parte deste artigo,
descrevemos como se desenvolveu o Weng
Chun Kung Fu no Templo de Shaolin.
Também falamos em que os templos Shaolin
se tornaram lugares onde se esconderam e
pontos de encontro para muitos rebeldes, o
que proporcionou aos manjus um motivo para
destruir o Templo de Shaolin do Sul, por volta
de 1700. Muitos monges tiveram que fugir e
continuar ensinando Kung Fu fora do templo.
O que teríamos feito nós, se o nosso lar,
neste caso o Templo Shaolin, fosse destruído
e víssemos que os nossos irmãos e amigos
eram presos ou até assassinados, se nos
proibissem praticar a nossa espiritualidade e
fôssemos perseguido por caçadores de
recompensas? Esta é uma boa pergunta para
fazermos a nós próprios.
A maioria dos monges de Shaolin reagiu
com o “chi sim”, que quer dizer compaixão
extrema. Os monges foram embora mas
levaram Shaolin em seus corações.
Procuraram um novo lar para o seu Weng
Chun Kung Fu, não para se vingarem mas
para poderem ter um novo começo e para
ajudar as pessoas a lutar contra a doença, a
velhice e a morte.
O Weng Chun Kung Fu
escondido nos
Juncos Vermelhos
Era tradição da Ópera Cantonesa, que seus
artistas viajassem nos rios do Sul da China
fazendo espectáculos populares. Usaram
grandes juncos pintados em vermelho vivo
para chamar a atenção. O último abade do
Templo de Shaolin do Sul, Chi Sim Sin Si
(Mestre Zen da Extrema Compaixão) estava
escondido em um barco vermelho usando um
nome falso e trabalhando como cozinheiro. Um
dia teve de proteger o barco vermelho contra
Tiger Wong. Depois disto, ele teve que revelar
sua verdadeira identidade e começou a ensinar
Kung Fu aos membros da tripulação do junco
vermelho. Os seus primeiros estudantes foram
o capitão de nome Wong Wah Bo, Leung Yee
Tai e um cantor da Ópera cujo nome artístico
era San Gam ou Dai Fa Min Gam.
Os Bonecos de Madeira nos
barcos vermelhos
Nos barcos vermelhos foram instalados
Bonecos de Madeira do Weng Chun, para
treinar o combate com armas e a mãos nuas.
Faziam as vezes de um inimigo e os
estudantes de Weng Chun tinham que
praticar os princípios do Look Dim Boon: “Tai,
Lan, Dim, Kit, Got, Wun e Lau”, até que seus
movimentos fosse executados com fluidez. O
seguinte passo na prática era avançar do
nível 14 até o nível 18; 28 Kiu Sao (“mãos de
ponte”), até que todos os movimentos eram
realizados automaticamente.
Com o tempo, os tripulantes do junco
vermelho dominaram os elementos do Weng
Chun Kung Fu do Sul da China. Por tanto, o
Weng Chun se tornou um dos estilos mais
famosos da zona.
Os estudantes mais importantes de San
Gam no barco vermelho foram Fu Siu Ching e
seu genro Tsoi Chung. Sendo o assistente
38
pessoal de Sam Gam, Fu Siu devia tratar do
seu vestuário para a Opera. Teve assim
ocasião de aprender Weng Chun em lições
particulares todos os dias, durante anos.
Quando San Gam se retirou como actor de
Opera, confiou a Fung Siu Ching a
missão de manter vivo o Weng Chun.
O Weng Chun
Kung Fu chega o
“Buddha Hill”
Fatshan, China
Fung Siu Ching
abandonou o barco
vermelho e começou a
ensinar a família LP,
em Si Fui. Depois foi
convidado a se
instalar em Fatshan,
pelo farmacêutico Ma
Pat Leung, para que
ensinasse Weng Chun
a seu filho Ma Chung
Yee. Fung Siu Ching se
instalou em Fatshan
como professor de Weng
Chun e construiu uma
réplica do grande salão do
Templo de Shaolin. Situou no
centro
uma
estatua
de
Bodhidharma e sobre a mesma
escreveu: “A luz de Buddha ilumina o
mundo”. Também havia uns letreiros a ambos
lados do salão; em um deles estava escrito:
“Após nove anos de meditação em Shaolin, o
Mestre Bodhidharma fundou a escola de
Budismo Zen”; no outro estava escrito: “Longe
das entidades do mundo, Bodhidharma
estabeleceu os três pilares da fé de Buda.”
Fatshan (Buddha Hill) se tornou a fortaleza
do Weng Chun. Os alunos mais famosos de
Fung Siu Chings foram Wong Sap Yat, filho da
família mais aristocrática; Ma Chung Yee, filho
do seu farmacêutico; seu próprio filho Fung
Tin; os irmãos Yuen; os irmãos Dung; Tang
Suen; o artista Chan Lan Lim e muitos outros
estudantes.
A família Lo foi famosa por sua habilidade
usando as duplas facas, era o Fu Mo Siong
Do (mãe e pai das facas duplas), conseguiram
expulsar muitos grupos de bandidos graças à
sua habilidade com as facas duplas.
Seu irmão Weng Chun Tang Shuin recebeu
o título de “Rei do pau comprido” e levou o
Weng Chun a Hong Kong.
Seus irmãos Weng Chun Yuen Chai Wan
levaram o Weng Chun para outros países
asiáticos.
Visão multidimensional do
combate e da defesa
pessoal
Quando o Grão Mestre Fiu Siu Ching
esteve muito doente, a família Lo tratou dele
até recuperar a saúde. Por isso ele se
dedicou a ensinar a arte a esta família e deulhes a missão de assegurar que o Weng Chun
sobrevivesse e tivesse continuidade. Só a
família Lo conhecia a forma e o treino do Sam
Pai Fat (três reverencias de Buda) que é a
forma mais importante do Weng Chun: O Sam
Pai Fat ajuda o praticante a aprender
movimentos corporais especiais e a avançar
nos primeiros conhecimentos de Weng Chun
com este estudo. Com a compreensão da
mecânica do corpo e desenvolvendo o Qi
(Chi), é possível adquirir uma enorme
potência e velocidade quase sem esforço. A
característica principal deste nível é o
movimento em rotação e rítmico do corpo, o
Wan Wun Yiu Tiet Ban Kiu, que lembra
alguém fazendo uma reverência. Este
movimento dá ao praticante um modelo claro
e a ferramenta de treino que precisa para o
combate, a defesa pessoal e a boa forma
corporal para ter uma visão multidimensional.
Sam Pai Fat ensina a orientar-se no céu e
na terra, conforme o que expressarem o
espaço, a gravidade e a energia no Shaolin
Chan e nas artes marciais.
A linhagem directa
do Weng Chun Kung Fu
O sucessor da família Lo, a qual por sua
vez sucedeu ao mestre Weng Chun, foi o
Grão Mestre Wai Yan, fundador da famosa
academia de Weng Chun Dai Duk Lan em
Hong Kong, uma vez finalizada a Segunda
Guerra Mundial. Também preparou o caminho
para o Ocidente com seu único aluno
ocidental Andreas Hoffmann.
O Weng Chun Kung Fu tem sido entregue
de geração em geração desde faz 1.500
anos: Bodhidharma - monges guerreiros de
Shaolin - a sala do Weng Chun - Chi Sim Sin
Si - Wong Wah Bo - San Gam - Fung Siu
Ching - a família Lo - Wai Yan - Andreas
Hoffmann - Associação internacional de
Weng Chun Kung Fu: www.weng-chun.com
39
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Psicologia das Artes Marciais
"Um herói não é mais valente que qualquer
outra pessoa;
apenas é o mais valente
durante cinco minutos"
Emerson.
U
ma vez perguntei ao meu sensei
por que motivo os homens
lutavam. Ele disse: "Não existe
uma resposta esclarecida do
motivo pelo qual os homens
lutam e se estudamos a história
do comportamento humano, percebemos que é
uma história cheia de guerras, um caminho de
sangue."
"Porquê?"- perguntei de novo, e rapidamente
o sensei respondeu:
"Porque quando não existe um acordo, a
Guerra é o árbitro final. Tanto seja entre
indivíduos, grupos, ou nações, ou combinações
42
dos mesmos, é impossível chegar a saber a
vontade que um homem tem de lutar com outro
homem. Nas diferenças de opinião prevalece a
do mais forte."
Visto que a luta está na natureza humana,
cada país desenvolveu algum tipo de Arte
Marcial. Com a Guerra e a civilização de mãos
dadas, a evolução das armas mais eficazes
levou a que a eficácia técnica seja a única
maneira de avançar. Ao contrário do que
acontece nos desportos, em que existem
vencedores de diferentes categorias, primeiro,
segundo, terceiro, etc., na realidade de uma
batalha não há troféu para o segundo, é tudo ou
nada!
Isto desenvolveu a mentalidade da vitoria a
todo custo, e a necessidade de ter uma
potência de fogo cada vez maior; a ideia é que
quanto mais, melhor e o resultado concomitante
foi a aparição de uma arrogância incapaz de
fazer frente à adversidade. Esta estruturação de
uma cultura marcial baseada em vencer e
só em vencer, trouxe consigo uma
capacidade intelectual para a
patifaria e o engano, que tem
tentado por todos os meios
prevenir a morte.
A morte significa a
adversidade de que uma
pessoa não dura para
sempre e isso alimenta o
medo básico que leva uma
pessoa a lutar. "O medo
tem a culpa," disse o
sensei, "e isso é o que faz
única a cultura marcial
japonesa. A cultura
marcial japonesa se
baseava e se baseia
especialmente em vencer
o medo e o egoísmo."
Por exemplo, digamos
que estamos em um
combate à vida ou morte
com outra pessoa. No
momento do contacto ou
confronto físico, todos
devíamos dizer a nós
mesmos: "Posso derrotar a
este
indivíduo,
devo
defender a minha vida,
vencerei este combate e
continuarei adiante."
Isso é o que acontecerá
se é a mente que
controla. A ideia de
se render e
perder
a
vida também é terrível, Simplesmente pensa
nisso, visto ser este um ponto essencial;
quando esse pensamento chega à mente, esse
é o instante em que se perde a vida. Render-se
é impensável, mas o que acontece depois da
rendição é aterrador. Essa é a razão pela qual
em vez de deixar-se levar pelas intenções mais
nobres, quando uma pessoa se enfrenta à
morte, se agarra à vida com paixão.
Portanto, o método de treino para enfrentarse à morte com calma e serenidade,
simplesmente não existe. No dojo, ou na aula,
sim; no campo de batalha !Não! O resultado é o
mesmo que se pedires à tua boca para salivar,
apesar da tua força de vontade, simplesmente
não sucederá. No entanto, se imaginares que
estás chupando um rebuçado doce, a tua boca
de certeza ficará cheia de saliva. A imaginação
supera a mente, porque não é analítica. Se
alimenta das experiências que nos têm ido
sucedendo ao longo dos anos.
O Artista Marcial, o samurai, entrou no mais
profundo do seu subconsciente através da sua
imaginação e reestruturou sua mente para ver a
morte como um fenómeno passageiro na sua
passagem para o além, não para ter medo, mas
para ser bem-vindo ao plano natural das coisas.
Fez isto por meio de uma "introspecção", um
processo de auto-sugestão adquirido mediante
o processo de meditação. Esta reestruturação
faz que o medo seja visto com numa
perspectiva correcta, como algo natural,
totalmente carente de emoção, que deve ser
substituída pelo entendimento.
O medo, à semelhança da dor, é muito
desagradável; a carência de emoção, a
preocupação, a ansiedade e a fúria, ¡sim, a
fúria!, não pode ser manipulada sem trauma. É a
parte emotiva da nossa mente e faz com que o
medo e a dor cheguem a ser mais
desagradáveis do que realmente são.
"E isso porquê?", perguntei ao sensei.
E o sensei respondeu: "Simplesmente,
sempre que uma emoção se apodera da mente
e se perde o controlo, o corpo fica tenso e essa
tensão faz que o medo e a dor aumentem.
Sabemos como os animais brincam com a
morte para escapar da morte. De certeza já tens
ouvido a expressão 'ficar frio com medo'? É
muito natural no reino animal e também entre os
homens. A isto se chama hipótese do atavismo.
O artista marcial percebe isto e neste medo
incompreensível ele cria ou provoca uma
situação para que esse medo supere o
adversário. Por outras palavras, domina
psicologicamente o adversário. Isto faz-se com
muita frequência, inclusivamente no mundo do
desporto."
A ideia é olharmos para dentro
de nós pelo menos uma vez na
vida e se possível, faze-lo
frequentemente… O processo
dura apenas alguns minutos e se
pode ser levado a cabo em qualquer momento
e em qualquer lugar.
A psicologia das Artes Marciais também
consiste em trabalhar o poder da mente, com
o q u a l s e c o n s e g u e re d u z i r a s p r ó p r i a s
emoções até seu grau mínimo. Bem
entendido que a emoção mais forte sempre
prevalece sobre a emoção mais débil. Não se
podem ter duas emoções ao mesmo tempo,
por que a mais forte sempre toma o controlo.
O
artista
m a rc i a l
s e m p re
soube,
correctamente, que a emoção mais forte que
há é o medo a perder a vida. Uma dedução
simples; se alguém é superado pelo medo à
morte, então todas as emoções, todos os
medos, se tornaram nada.
Portanto, a psicologia se baseia em superar o
medo à morte. Isto provoca o fenómeno do
estado de "kufu" ou atenção concentrada, uma
concentração reflexiva.
E disse o sensei: "A concentração reflexiva é
a habilidade de limitar a atenção todo quanto
possível, para que só um estímulo alcance os
nossos sentidos, e ignorar todos os outros que
nos bombardeiam constantemente, estando
atentos apenas de um detalhe e excluir os
outros ou relegá-los onde não incomodem ou
confundam. Não tentem nunca ter a
concentração perfeita, esse estado não existe.
Numa sessão de hipnose, por exemplo, o
terapeuta prepara a cena e situa o paciente em
um estado específico para que o mesmo possa
pôr toda a sua atenção nele. Isto é atenção
concentrada."
Portanto, a psicologia das Artes Marciais se
resume em três passos: (1) concentração
reflexiva, (2) usar a imaginação ultrapassando o
intelecto durante a introspecção, (3) Isolar a
emoção mais forte e situá-la numa perspectiva
positiva.
Eu disse ao sensei: "Por outras palavras, a
maioria dos que não podem aumentar seu
potencial, são aqueles que examinam suas
possibilidades e mentalmente estabelecem seu
próprio limite ao que podem e não podem fazer,
e não conseguem superar suas barreiras
mentais. Esses estão unidos à mediocridade."
"Sim,"- replicou o sensei -"Esses esquecem a
probabilidade. Nem fazem ideia de todo o
potencial que há na sua mente. É evidente que
do potencial da mente humana apenas se usa
aproximadamente um cinco por cento - e um
noventa e cinco por cento absolutamente não
se usa. Isto também sucede com o potencial
físico, mais ou menos com uma mesma
percentagem. Portanto, podemos ver que a
crença do que é possível, diminui o rendimento
físico e evita o que se chamam actuações
supra-normais. E a isto se somam as emoções,
como o medo, por exemplo, que pode criar um
estado de 'congelação'”.
O caminho que o sensei explicou é que o
predomínio da possibilidade frente à
probabilidade está confinado no reino do
intelecto. O intelectualismo é esplêndido para a
análise e a lógica, mas para lutar superando o
medo à morte, não é suficiente. As três leis ou
passos devem ser utilizados pelo artista marcial
para desenvolver funcional e inconscientemente
um estado de mu-shin ou falta de egoísmo - é
preciso deixar atrás a ideia de que tudo o que
possuímos vai permanecer para sempre,
incluída a própria vida.
A verdade absoluta é que tudo quanto
possuímos vai desaparecer, mais tarde ou mais
cedo, incluído o nosso corpo. Nada é
permanente. Por exemplo, se ficarmos em pé e
resolvemos não mover-nos ou mudar de
posição, mais tarde ou mais cedo mover-nosemos, mudaremos de posição. Nunca
voltaremos ao que já passou - o tempo passa.
Nada permanece quieto, porque segundo diz o
sensei, neste mundo descomunal, tudo é
relativo e infinito.
Já que não podemos olhar para o futuro para
aprender a superar o medo, ou qualquer
debilidade ou fobia, devemos olhar ao mais
profundo da nossa mente, o nosso potencial.
Isto pode ser feito mediante um processo de
introspecção, um olhar ao interior e não para o
mundo material.
Têm sido usados muitos métodos e cada
método tem seu devido mérito, entretanto,
todos os métodos ultrapassam o intelecto e vão
directamente à imaginação. A persuasão ou a
lógica ficam fora do método e deve de se ir
através da sugestão
"Porquê?" - Perguntei.
O sensei disse: " A sugestão está mais ou
menos aceite pela função ilógica da mente,
enquanto que a persuasão se faz pela parte
lógica e cria uma visão oposta. Assim, o
samurai sabia que o medo é uma coisa natural
para o homem e para o animal, mas também
sabia distinguir perfeitamente entre o medo
propriamente dito, e a ansiedade premonitória
que também é natural. Qualquer tipo de
encontro, sem importar a preparação que para
ele tivermos, está unido a uma ansiedade
justamente anterior ao encontro. Isso é natural,
é uma antecipação do que virá e uma
ansiedade, mas passa logo depois do encontro
ter lugar. O medo é diferente, supera a pessoa;
é a adversidade, o desconhecido, é demasiado.
Essa é a razão pela qual a morte nos provoca
tanto temor."
Já anteriormente vimos a solução. O samurai
reestruturou a maneira de ver a morte. Deu as
boas-vindas à adversidade. Não confundiu a
ansiedade premonitória com o medo, separou
ambas coisas. Não procurou fora as respostas,
foi buscá-las em sua mente e na sua alma.
O samurai desenvolveu a psicologia da
imaginação - a psicologia das Artes Marciais!
Na psicologia das Artes Marciais, a imaginação
é a fonte do intelecto, é um produto gerador. O
intelecto se usa para o processo analítico e de
aprendizagem, enquanto que a imaginação se
usa para desenvolver o potencial de todo ser
humano.
O processo, desenvolvido durante milhares
de anos, é conhecido como “introspecção”. A
meditação, a posição no Za-Zen, etc., também
são simplesmente processos de introspecção,
um olhar ao mundo interior, uma exploração do
potencial da mente, do poder adormecido
pronto para sair pelo impulso da correcta
estruturação e sinalização. Isto se torna uma lei
- uma lei de efeito invertido - volta à imaginação
e de fora para o intelecto.
O que segue é um método muito efectivo de
introspecção, praticado por muitos artistas
marciais que tiveram a sorte de aprender esta
técnica. Como já disse, existem muitos
métodos e cada método tem seu mérito, mas
este método em especial, não falha.
É preciso encontrar um lugar silencioso no
qual não nos incomodem durante pelo menos
meia hora. Podemos sentar-nos na posição do
Za-Zen, sentar-nos numa cadeira ou deitar-nos
no sofá ou numa cama, mas acima de tudo,
devemos sentir que estamos em um ambiente
confortável que nos leva relaxar-nos. Isto é o
mais importante.
Relaxamos, olhamos para cima e tratamos de
ver o nosso cabelo; inspiramos profundamente,
pomos os olhos na posição normal e expiramos
lentamente. Visualizamo-nos relaxando-nos;
imaginamos estar numa praia banhados pelo
sol, sentimos como o sol vai relaxando cada
músculo do nosso corpo. Respiramos muito
profundamente enquanto visualizamos esta
cena. Também podemos imaginar que estamos
numa banheira e que sentimos a água quente
acariciando o nosso corpo. Respiramos
profundamente e enquanto aspiramos ar
podemos sentir como o nosso corpo está
completamente relaxado.
Quando
estejamos
profundamente
relaxados, projectamos sobre um imaginária
ecrã de cinema imagens em que nos vemos a
nós mesmos numa situação em que quisermos
encontrar-nos. Podemos ser o actor, o
produtor ou director, e interpretamos a parte
que queremos. Estamos ganhando um
concurso, superando grandes perigos,
enfrentando-nos a imensos leões, etc., nós
escrevemos a história. Quando acabamos a
história, imaginamos estar completamente
relaxados, revitalizados, refrescados, e que
para a próxima vez vamos a fazer as coisas
melhor. Então abrimos os olhos e finaliza a
sessão, até a seguinte vez.
Devíamos fazer isto pelo menos duas vezes
por dia, em sessões de meia hora e por vezes
de cinquenta minutos ou mais.
Por vezes não seremos capazes de projectar.
Não é motivo de preocupação, simplesmente
nos relaxamos e eliminamos a tensão. Cada
sessão vai ser diferente. Nunca há duas
sessões iguais. O que é importante e nunca
devemos dar por suficiente, é a nossa
capacidade para nos relaxarmos, ser capazes
de faze-lo em qualquer condição. Isto, em si
mesmo já é uma mestria no grau mais alto.
Quando se consegue, o elemento do medo terá
sido reestruturado e situado numa perspectiva
na qual não seja prejudicial.
Agora passemos em revista tudo quanto foi
dito, incidindo nos procedimentos que devemos
seguir:
• 1. Um lugar silencioso no qual não nos
incomodem.
• 2. Posição de Za-Zen, ou sentado, ou
deitado, não importa, o importante é que a
posição seja confortável para podermos relaxarnos e sossegar-nos.
• 3. Levantar as pupilas para cima e inspirar
profundamente; devagar, voltar a pôr as pupilas
na posição inicial; fechar os olhos e expirar
profundamente.
• 4. Nos imaginamos a nós mesmos numa
praia, com o sol quente acariciando suavemente
a nossa pele; ou numa banheira na qual a água
quente relaxa cada músculo do nosso corpo imaginamos estar flutuando e libertando-nos da
tensão!
• 5. Em um ecrã imaginário, projectamos um
filme onde somos a figura principal
Interpretamos um papel. Fazemos uma história.
Expulsamos de nós qualquer medo; fazemos
que isto viva no ecrã.
• 6. Acabamos o nosso processo - sentimos
como estamos completamente relaxados,
revitalizados, refrescados e que na seguinte
sessão faremos tudo melhor.
• 7. Abrimos os olhos e respiramos
profundamente.
Por vezes teremos de repetir o processo (3 e
4); não ir ao ponto (5) até não estar o mais
relaxados possível.
Não é preciso pensar, a imaginação e a
visualização são o segredo!
43
No sistema do Kenpo do SGM Parker, todos os conceitos,
regras e princípios de movimento existem para maximizar a
eficácia do praticante. Por isso, o estudante sério da arte não
deve conformar-se com aprender simplesmente as técnicas,
mas deve aprofundar nelas compreendendo e aplicando as
ditas regras. O GM Richard "Huk" Planas foi designado por
Parker como seu "supervisor de qualidade", visitando as
diferentes escolas de Ed Parker's Kenpo
distribuídas pelos E.U.A., para fazer a
supervisão do que os instrutores
ensinavam e verificar se estava de
acordo com os níveis de qualidade
que o Mestre Parker exigia. O
Mestre Planas é conhecido
como o Instrutor de instrutores,
devido
aos
grandes
conhecimentos que da arte
possui e em seus seminários
primam a qualidade e a
compreensão da arte antes
que a quantidade de
material a trabalhar. Neste
seu terceiro trabalho, o
Mestre Planas põe em
prática
todos
esses
c o n h e c i m e n t o s ,
demonstrando como se deve
trabalhar o programa escrito
uma vez assimilado. Sempre
aprofundando nos motivos de
cada
movimento
realizado,
exemplifica diferentes variantes das
técnicas, interligações, enxertos,
extensões ou famílias, mostrando como
encaixar de maneira magistral as diferentes peças
que constituem o sistema. O Kenpo em seu mais alto nível.
REF.: • PLANAS3
Todos os DVD’s produzidos por Budo
International são realizados em suporte
DVD-5, formato MPEG-2 multiplexado
(nunca VCD, DivX, o similares) e a
impressão das capas segue as mais
restritas exigências de qualidade (tipo de
papel e impressão). Também, nenhum dos
nossos produtos é comercializado através
de webs de leilões online. Se este DVD
não cumpre estas exigências e/o a capa e
a serigrafia não coincidem com a que aqui
mostramos, trata-se de uma cópia pirata.
Neste 5º volume da série, Guro Dave Gould nos introduz no
subsistema de Mão Nua “Bantay-Kamay” do Lameco Eskrima.
Frente a um ataque de faca, a habilidade para isolar e conter a mão
armada do oponente é crucial, posto que aumentará
consideravelmente as nossas possibilidades de sobreviver e
permitir-nos-á concatenar outras acções que seriam inviáveis se
não controlássemos correctamente a mão armada. Estudamos
também as capacidades essenciais de retenção da arma
em situações em que a vida ou a morte dependem
de mantermos a nossa faca na mão: quanto
mais rápido libertarmos a nossa arma, mais
rapidamente poderemos proteger a
nossa vida e deslocar-nos para uma
zona fora de perigo. Finalmente, Guro
Dave Gould mostra-nos os
aspectos fundamentais do treino
“não cooperante” ou de
resistência, e da possibilidade
real de desarmar o atacante,
sendo plenamente responsáveis
pelas consequências que se
encontram em um ambiente
realista onde impera “causa e
efeito”. Um trabalho de
consulta obrigada para todo
interessado no combate de faca.
REF.: • GOULD5
Todos os DVD’s produzidos por Budo
International são realizados em suporte
DVD-5, formato MPEG-2 multiplexado
(nunca VCD, DivX, o similares) e a
impressão das capas segue as mais
restritas exigências de qualidade (tipo de
papel e impressão). Também, nenhum dos
nossos produtos é comercializado através
de webs de leilões online. Se este DVD não
cumpre estas exigências e/o a capa e a
serigrafia não coincidem com a que aqui
mostramos, trata-se de uma cópia pirata.
Clube Nocturno Triad
Hong Kong
Sabes
Isto é assim
mesmo Johny…
A tua carreira como realizador
de cinema nã o seria nada sem a
minha ajuda.
Em vez de um filme de acç ã o de
treze milhõ es de dó lares,
andavas a fazer um anú ncio de
treze mil dó lares para um
restaurante local.
Evidentemente
ningué m quer isso, sinto
satisfaç ã o em poder
ajudar um autê ntico
artista como tu, a ter
uma segunda
oportunidade.
Tu queres ajudar-me
para que a minha garota
seja uma estrela, nã o é
verdade?
Assim é
Sr. Chow
Ela será uma
estrela.
Tens muita razã o,
será a pró xima
super-estrela e nó s todos Simplesmente tem
cuidado de que ningué m
lucraremos.
provoque problemas à
minha garota.
Ela é muito inocente
nas coisas deste
mundo. Nã o gostaria
de descobrir que tem
algum…problema.
Pois claro que
nã o.
O teu voo é esta noite, de
maneira que deves ir agora. O
senhor Young vai acompanhar-te
à saí da.
É por aqui,
senhor Wong
A ESTRELA DO KUNG-FU - Apresentação Especial
"Inspirado na vida de Sifu Vicent Lyn" - História e Argumento por Matt Stevens
Ilustrado por Chase Conley
Diálogos por Jaymes Reed
O
senhor Chow
quer todos os dias queEspero
uma informaç ã o todastelefones
as noites.
acerca do que
Rose faz.
Se houver
algum problema
devemos ser
imediatamente
informados.
Senhor
Wong! Percebeu o
que eu disse?
Isto nunca mais
acaba…
Sempre tocando
o gado,
e que
pensas tu Joe?
Desculpe…,
sim, percebi,
todas as noites.
O homem
nã o tem coragem,
fará o que lhe
disseram.
Espero que
nã o seja tã o fraco
que nã o possa fazer
uma boa fita!
Tudo isto
é para que a minha
Rose possa
sentir-se especial.
Bom ou
mau nã o importa,
já está comprado
. Já tem o dinheiro no
banco.
(Continuação)
Sensei Juan Hombre, aceite sob a protecção dos diferentes
Ryuha tradicionais que ainda perduram no Japão e único
representante na Europa da tradição de Koga, dirige este novo e
esperado trabalho sobre Shinobiken, a espada Ninja. Sob a sua
orientação, versados alunos nos mostram as diferentes áreas do
treino com o Shinobiken: a Cerimónia da saudação, os 7
Exercícios de aquecimento, Kihon básico e avançado (as
7 intercepções, os 7 cortes, as 7 combinações),
assim como um extenso arsenal de técnicas
e estratégias do Ninja e do uso da espada,
tanto
directa
como
invertida
(movimentos silenciosos, corridas
rápidas, rolamentos corporais,
armadilhas e enganos, técnicas
preliminares, intermédias e
avançadas de espada, técnicas
de campo de batalha, acções de
combate contra samurai,
acções nocturnas e corpo a
corpo, e desembainho rápido).
Estas são as manobras que
diferenciam o Ninja de outras
artes marciais e que permitemlhe sair do ponto de mira para
não ser nunca um alvo fixo no
campo de batalha.
REF.: • JH5
Todos os DVD’s produzidos por Budo
International são realizados em suporte
DVD-5, formato MPEG-2 multiplexado
(nunca VCD, DivX, o similares) e a
impressão das capas segue as mais
restritas exigências de qualidade (tipo de
papel e impressão). Também, nenhum dos
nossos produtos é comercializado através
de webs de leilões online. Se este DVD não
cumpre estas exigências e/o a capa e a
serigrafia não coincidem com a que aqui
mostramos, trata-se de uma cópia pirata.
PrEÇO:
35,00€
c/u
REF.: • PLANAS2
Alexandre Franca Nogueira, mais conhecido como
“Pequeno” no circuito MMA, é Campeão invicto de
Shooto e o único lutador na história do Vale-Tudo em
vencer 6 defesas consecutivas do título Lightweight,
sendo conhecido no Japão como o Rei do Shooto.
Uma trajectória única no MMA mundial com 12
vitórias (9 por finalização), 2 derrotas e 2 empates.
Dotado de um talento natural para a luta e uma
técnica depurada, Pequeno quis compartilhar
connosco parte de seu arsenal neste DVD, prestando
especial atenção à sua temida guilhotina, com a qual
finalizou muitos de seus adversários. Com ajuda de
seu aluno Julio César, também detentor de títulos na
Europa e no Brasil, Alexandre nos mostra, com
explicações dos principais detalhes para a sua
correcta execução, uma cuidadosa selecção de
técnicas em pé, no chão, derribamentos, projecções,
maneiras de desfeitear, defesas e finalizações,
algumas delas desenvolvidas por ele mesmo. Um
trabalho especialmente recomendado para os
amantes das Artes Marciais Mistas e do Grappling.
NOVIDADES
DO MÊ S!!!
REF.: • KYUSHO16
REF.: • ALEXP1
Novidades DVD´s de Artes Marciais
O Kyusho vai além de fazer pressão em um ponto
vital determinado, tem a ver com as habilidades no
combate e suas realidades implícitas. Sua eficácia e
adaptabilidade permitem ao praticante ir mais longe
dos simples batimentos, pontapés e agarres. Isto é
especialmente valioso em situações em que as
nossas possibilidades estão limitadas pelo espaço,
como um omnibus, trem ou elevador. O que fazer
nesses casos? Neste DVD, o Mestre Pantazi realiza
um estudo avançado sobre a aplicação da
compressão e força direccional em diferentes partes
do corpo, para conseguir diversos resultados. Tanto
puxando como empurrando, podemos controlar, ou
até incapacitar determinadas zonas mediante o
método da compressão. Podemos ver ideias similares
em alguns estilos Marciais, mas que ainda não
possuem a quantidade de objectivos e métodos
presentes no Kyusho. As compressões podem ser
perigosas e causar graves danos quando não
trabalhadas apropriadamente. Por favor, não tratem
de fazer as técnicas aqui mostradas, porque são
poderosas e potencialmente muito perigosas. Este
DVD foi realizado para isto ficar historicamente
avisado.
No sistema do Kenpo do SGM Parker, todos os conceitos, regras e princípios de
movimento existem para maximizar a eficácia do praticante. Por isso, o estudante
sério da arte não deve conformar-se com aprender simplesmente as técnicas, mas
deve aprofundar nelas compreendendo e aplicando as ditas regras. O GM
Richard "Huk" Planas foi designado por Parker como seu "supervisor de
qualidade", visitando as diferentes escolas de Ed Parker's Kenpo distribuídas
pelos E.U.A., para fazer a supervisão do que os instrutores ensinavam e
verificar se estava de acordo com os níveis de qualidade que o Mestre
Parker exigia. O Mestre Planas é conhecido como o Instrutor de
instrutores, devido aos grandes conhecimentos que da arte possui e em
seus seminários primam a qualidade e a compreensão da arte antes que a
quantidade de material a trabalhar. Neste seu terceiro trabalho, o Mestre
Planas põe em prática todos esses conhecimentos, demonstrando como
se deve trabalhar o programa escrito uma vez assimilado. Sempre
aprofundando nos motivos de cada movimento realizado, exemplifica
diferentes variantes das técnicas, interligações, enxertos, extensões ou
famílias, mostrando como encaixar de maneira magistral as diferentes peças
que constituem o sistema.
O Kenpo em seu mais alto nível.
Todos os DVD’s produzidos por Budo International são
realizados em suporte DVD-5, formato MPEG-2
multiplexado (nunca VCD, DivX, o similares) e a
impressão das capas segue as mais restritas exigências
de qualidade (tipo de papel e impressão). Também,
nenhum dos nossos produtos é comercializado através
de webs de leilões online. Se este DVD não cumpre
estas exigências e/o a capa e a serigrafia não coincidem
com a que aqui mostramos, trata-se de uma cópia
pirata.
PEDIDOS:
CINTURAO NEGRO
Andrés Mellado, 42
28015 - Madrid
Tel.: (0034) 91 549 98 37
Fax: (0034) 91 544 63 24
E-mail: budoshop@budointernational.com
50
“Pénis de Ferro”
“Trabalhando com o Espírito
Masculino em busca da Longevidade
e… de mais alguma coisa!!!”
Testo e foto:
Emilio Alpanseque
Muitos especialistas consideram o Mestre TU JINSHENG um dos melhores expoentes a nível mundial
de um método de trabalho com a energia, ou Qigong,
conhecido como “Pénis de Ferro”, e todos os
testemunhos e estadísticas parecem confirmar
semelhante avaliação: puxar por um avião caça P-51
Mustang de quase 4 toneladas de peso só com seus
genitais é apenas um de seus tantos talentos, pois
também é versado em artes marciais, medicina
tradicional, pintura, caligrafia e música. Hoje,
com 54 anos de idade, este mestr e de origem
taiwanês é uma fonte obrigatória de consulta para
aqueles interessados em aprender acerca destes
métodos milenários na sua impressionante escola em
Los Ángeles, Califór nia. Hoje, ele se dispõe a
responder às nossas perguntas, em exclusiva para
Cinturão Negro.
51
Artes Internas
Cinturão Negro: Mestre Tu, em que
consiste o Qigong do Pénis de Ferro?
Mestre TU JIN-SHENG: O Qigong do
Pénis de Ferro, ou Jiu Yang Shen Gong
(Trabalho da Longevidade do Espírito
Masculino) é um sistema preventivo e
curativo, que combina princípios budistas e
taoistas, externos e internos, dinâmicos e
estáticos, provenientes de vários tratados
clássicos, como o Damo Xisuijing
(Purificação da medula óssea de
Bodhidharma) ou a Jiuzhuan Neidan
(Alquimia Interna das Nove Reversões) que
leva incluído o treino progressivo de
levantamento de peso com as nossas partes
íntimas. Segundo a medicina tradicional
chinesa, o nosso corpo é uma parte
indivisível do universo, assim como um
micro cosmos em si mesmo. A adaptação
do nosso organismo às diversas alterações
que se produzem no ambiente externo e
inter no é levada a cabo pelos nossos
sistemas nervoso e endócrino - em especial
pelos nossos órgãos reprodutores - os quais
se encarregam da produção de hormonas
sexuais que se liberam na corrente
sanguínea e percorrem o corpo ajudando a
regular e manter os chamados três tesoiros:
Jing (Essência de Vida), Qi (Energia) e Shen
(Espírito). Por meio dos diversos métodos de
exercitação do pénis e os testículos, tanto
seja por meio de massagem, pequenos
batimentos, e levantamento de peso, se
aumenta a produção de hormonas sexuais,
assim como de espermatozóides, o que
estimula o metabolismo de maneira global,
aumentando assim a energia e a vitalidade,
fortalecendo músculos e ossos, assim como
o sistema imunológico. Mas ainda há mais,
este método permite melhorar enormemente
a nossa capacidade sexual. Isto é
precisamente o que diferencia este de outros
métodos tradicionais de Qigong da saúde.
C.N.: A partir de quê idade se pode
começar a praticar?
M.T.: A prática específica do Qigong do
Pénis de Ferro pode começar a partir do
início da puberdade. No caso dos homens,
após a primeira ejaculação com semén
maduro, que habitualmente tem lugar mais
ou menos aos 16 anos e no caso das
mulheres, após a primeira menstruação, a
qual
habitualmente
tem
lugar
aproximadamente com 14 anos. Algumas
pessoas iniciam a puberdade um pouco
antes ou um pouco depois, mas antes de
começar o dito processo, vários dos
meridianos de energia mais importantes do
corpo ainda não foram desbloqueados e as
hormonas necessárias ainda não são
segregadas desde os órgãos de reprodução.
Por conseguinte, antes da puberdade só se
52
“Cinturão Negro
avisa:
Não praticar
esta técnica sem
supervisão
de um Mestre
reconhecido!”
podem praticar exercícios de Tongzigong
(Trabalho de Virgem) e de Jinzhongzhao
(Escudo do Sino Dourado). Mas vejam bem,
as pessoas que começam a praticar Qigong
desde muito novos têm vantagens, tal é o
caso do meu filho mais velho Jack Tu (ver
coluna destacada) a quem comecei a
ensinar desde os seis anos e quando fez 18,
começou a trabalhar o Pénis de Ferro e
chegou levantar 25 quilos após três dias de
prática. Em pessoas que começam mais
tarde, o progresso será mais lento, mas
nunca é tarde para começar. Zeng Zinan, um
respeitado mestre de Fengshui (Geomância
Chinesa) é meu aluno e começou a levantar
aos 95 anos com muito êxito, hoje parece
um homem de 30 anos.
C.N.: Disse “as mulheres”?…
M.T.: Sim. Obviamente as mulheres não
podem fazer uso directo deste método,
posto que seus órgãos de reprodução são
diferentes aos do homem. No entanto, eu
também ensino a versão feminina destes
exercícios, ainda que o não faça muito
frequentemente. De facto, muitos anos atrás,
no Taiwan, as ditas práticas eram muito mal
vistas, porque se pensava que aquilo era
qualquer coisa como uma habilidade para
prostitutas. Por isso só ensino a casais e
nunca a mulheres solteiras. O método se
realiza mediante a inserção de um ovo de
jade dentro da vagina e permitindo à mulher
exercitar seu controlo primeiro muscular,
para mais adiante passar a levantar peso. O
ovo de jade vem com um cordel resistente,
do qual podem chegar a pendurar até 25
quilos. Depois, o peso é levantado e movido
como um pêndulo, tal e como fazem os
homens com seus genitais.
C.N.: Muito interessante. Sabe-se de
alguma contra-indicação deste método?
Quem não pode praticá-lo?
M.T.: O Qigong do Pénis de Ferro não tem
contra-indicações de nenhum género. As
únicas pessoas que não podem praticá-lo
são aqueles homens que têm doenças
venéreas, hérnias inguinais directas ou
indirectas, ou naturalmente, aqueles com
qualquer tipo de próteses de pénis. As
pessoas com hérnias inguinais, quando já
operadas e sob supervisão, podem começar
a realizar levantamentos leves, sem
ultrapassar os 15 quilos.
C.N.: E é preciso levantar centenas de
quilos, como podemos ver em seus
alunos?
M.T.: É verdade que os meus alunos
podem levantar bastante peso. Mas não, o
método curativo e preventivo só requer
levantar de 15 a 25 quilos todos os dias,
durante um período de 30 a 60 minutos. É
constância e assiduidade o que permite
potenciar a saúde e não o peso. Como um
desenvolvimento complementar, os meus
alunos competem levantando peso. Tenho
alunos com mais de dez anos de prática que
conseguiram levantar mais de 300 quilos. A
maior grau de Gongfu (habilidade), maior é o
peso. Mas estas são práticas isoladas, que
poderíamos denominar “proezas” do Qigong
do Pénis de Ferro. Eu estou em busca da
oportunidade de puxar de um avião
comercial Boeing 747; já realizei os cálculos
necessários e tenho certeza que com 8
homens puxando de cada roda podemos
mover juntos a estrutura de 18 toneladas.
C.N.: E estas “proezas” se realizam com
o pénis em estado de erecção?
M.T.: Não, quando preparamos o nosso
tecido de seda e o ajustamos devidamente
em volta do pénis e os testículos, para
depois pendurar o gancho metálico, o pénis
se mantém em estado flácido. Não obstante,
os tecidos cavernosos e a sua capacidade
de acumular sangue estão sendo
potenciados com o exercício e com isso o
membro, tanto em estado flácido como em
erecção, aumentará seu tamanho
consideravelmente.
C.N.: Então, o tamanho do pénis pode
ser aumentado?
M.T.: O corpo humano é uma entidade
viva que muda constantemente, não é um
objecto inanimado. Quando se é jovem e
saudável, as erecções são invariavelmente
rígidas. Mas com o passar dos anos,
conforme se vai envelhecendo, a tal rigidez
também declina paulatinamente. Não
obstante, por meio da prática do Qigong do
Pénis de Ferro podemos atrasar este
processo natural de envelhecimento e
inclusivamente melhorar as funções sexuais,
garantindo um pénis em erecção maior e
difícil de dobrar. Após mais de trinta anos de
experiência eu próprio tenho podido
confirmar os resultados em centenas de
alunos e também na minha pessoa.
53
JACK TU - Filho do “Pénis de Ferro” e
Discípulo de Jackie Chan
O incombustível Jack Tu, filho do Mestre Tu Jin-Sheng, foi o
vencedor do concurso televisivo chinês denominado
“The Disciple”, tornando-se assim o autêntico primeiro
discípulo de Jackie Chan. Treinado directamente por seu pai,
Jack foi seleccionado de entre quase cem mil jovens de todo
o mundo, após destacar em todo género de provas de
actuação, ginástica, música, e claro está, artes marciais.
É Natural! De tal pai tal filho! Actualmente, Jack Tu leva mais
de dois anos seguindo seu mestre Jackie Chan mundo afora,
aprendendo tudo quanto tem a ver com o mundo do cinema
de acção.
C.N.: Na sua escola podemos observar uma grande
quantidade de máquinas e pesos modernos. São parte
do treino tradicional de Qigong?
M.T.: O uso de máquinas de musculação, assim como de
barras, parelhas e outros equipamentos, é também parte
importante do nosso sistema de trabalho. Se bem é certo
que algumas destas máquinas são modernas y que nem em
todas a maneira de trabalhar nelas é tradicional. Não
buscamos a halterofilia nem o culturismo, trata-se de
equilibrar e reforçar o corpo para potenciar os métodos de
Qigong. Acções como bater nas costas e nos lados do
corpo contra uma placa ou perdurar-nos pelos braços e
arquear a coluna vertebral são exercícios que nos ajudam a
abrir os canais de energia em circulação no nosso corpo,
mediante a contracção de determinados músculos, numa
sequência específica. Da mesma maneira que a massagem,
as compressões, as agulhas da Acupunctura, a electroestimulação ou inclusivamente o pensamento podem ajudar
a corrigir os níveis de energia que circula pelos canais ou
meridianos do corpo, o levantamento de pesos que nós
realizamos também age da mesma maneira, permitindo
eliminar excesso de cargas ou desequilíbrios de energia e
libertar estancamentos, ao mesmo tempo que reforçar o
tom da musculatura do corpo.
C.N.: Que opinião lhe merecem as rotinas de Qigong
da Saúde promovidas pelo governo chinês?
M.T.: Desde 1949, a China Continental tem atravessado
muitos problemas e perdas em praticamente todas as áreas
da cultura tradicional. Durante a revolução cultural (1966-76)
foram queimados muitos escritos e a China perdeu grande
parte do seu património, pois os comunistas pensavam que
isso era o que paralisava o país. Os métodos de Qigong
Tradicional que tinham sido transmitidos durante séculos,
de geração em geração, entre muitas outras coisas,
54
deixaram de poder ser praticados abertamente, tendo que
ser resgatados muitos anos depois por estudiosos
contemporâneos. Enquanto isto acontecia na China
Continental, na ilha de Taiwan este não foi o caso. Os
métodos de Qigong que eu ensino, como o Wuqinxi (Jogo
dos Cinco Animais), o Yijinjing (Clássico das Mudanças de
Músculos e Tendões), o Baduanjin (Oito Peças de Brocado),
o Huashan Shuigong (Qigong Dormente da Montanha Hua)
entre outros, são métodos integrais de saúde que não
incluem só as rotinas propriamente ditas, que chegaram até
mim directamente por transmissão tradicional de meus
mestres. Por exemplo, o Baduanjin que eu ensino se divide
por sua vez no Baduanjin marcial, que cultiva a energia com
fins de autodefesa e fortalecimento físico, e o Baduanjin
médico, que se encarrega das funções preventivas e
terapêuticas. São versões muito antigas que não foram
refinadas nem sintetizadas por nenhum ‘comité
contemporâneo’.
C.N.: Mas eles dizem ter documentos originais que
sobreviveram à revolução cultural.
M.T.: É possível, não ponho em dúvida, mas tanto os
métodos de Qigong como as artes marciais se diferenciam
de outras formas de arte, como pode ser a pintura ou a
caligrafia, em que hoje não podemos ver um mestre de 150
anos atrás realizando os movimentos e explicando as
funções internas e externas de cada um deles, enquanto
que podemos ver um quadro antigo e apreciar grande parte
da sua beleza. Na minha biblioteca privada, eu também
tenho autênticas jóias que tenho ido coleccionando no que
diz respeito ao Qigong antigo. No entanto, devemos
compreender que grande parte da transmissão tradicional
nestas áreas é oral. Sem este contacto oral de mestre a
discípulo, muito temo que se pode perder, posto que nem
tudo se pode explicar textualmente em um manual. Além
disto, durante as diferentes etapas da história
da China, antigos manuais foram copiados e
reeditados muitas vezes, perdendo-se no
processo valiosa informação por inúmeras
razões.
C.N.: Então, fica descartada a
possibilidade de aprender Pénis de Ferro
por conta própria?
M.T.: Não exactamente, o método completo
está dividido em secções, as quais podem ser
aprendidas sob a supervisão de um versado
primeiro, e depois praticadas em casa, como
unidades independentes. Também temos
material multimédia que pode ajudar àqueles
estudantes que não tenham um especialista
perto. Mas não se trata de cursos virtuais nem
muito menos, é necessário receber instrução
directa durante um determinado tempo, para
depois poder aplicar o aprendido sem a
assistência do mestre. Recebo na minha
escola alunos de muitas partes do mundo e
proporciono-lhes tudo o que lhe faz falta
durante a sua estadia, para permitir seu
avance na aquisição e descoberta dos
conhecimentos, consoante as suas
possibilidades individuais. Assim voltam para
casa e mais adiante, quando estão preparados
para continuar com os seus estudos, receboos novamente.
C.N.: Exige este método o controlo
absoluto da ejaculação?
M.T.: Não, é tudo ao contrário, os praticantes
podem e devem manter relações sexuais com
toda normalidade e em nenhum momento faz
falta a retenção do esperma. Eu próprio tenho
quatro filhos. Recentemente, um aluno da
nossa escola foi novamente pai contando 82
anos de idade.
C.N.: Lamentavelmente acabou o nosso o
tempo. Alguma mensagem para encerrar a
entrevista?
M.T.: Quero desejar a todos saúde e
longevidade, assim como agradecer o vosso
interesse em escrever acerca destes métodos
tradicionais, que de não serem promovidos e
praticados correctamente, poderiam chegar a
desaparecer. Em caso de terem qualquer
dúvida ou pergunta, não deixem de visitar a
minha página Web: www.mastertu.com.
55
O Muay Korat:
Análise do estilo mais poderoso dos Muay Boran
M
uay Thai, a ciência do emprego racional das
9 armas principais do corpo humano: 2
mãos, 2 cotovelos, 2 joelhos, 2 pernas e a
cabeça. Graças a anos de preparação
psicofísica, o verdadeiro thai boxer consegue
transformar seu próprio corpo numa autêntica arma e é capaz
de utilizar para atacar ou defender-se as próprias partes da sua
anatomia preparadas como maças, machados, lanças, pedras
ou escudos. Na realidade, ainda que em maior maneira esta
imagem dos Nak Muay (ou thai boxers) pertença ao que
durante séculos tem sido o objectivo a alcançar por parte de
todos os praticantes do Muay, na tradição siamesa sempre
existiram duas correntes estilísticas bem definidas, que utilizam
duas maneiras de ver diferentes para conseguir o mesmo
objectivo: a eficácia absoluta no combate a mãos nuas.
A primeira destas correntes e maneira de ver é a do Muay
Lak, a qual, usando uma terminologia utilizada pelos
estudiosos das artes marciais chinesas, se poderia definir
típica dos estilos “duros”. A este grupo pertencem entre
outros os estilos regionais do Muay Korat, Muay Lopburi, e
Muay Pranakorn; as técnicas destes três estilos são a base
do Boxe Tailandês moderno que agora se pratica na Tailândia
e no resto do mundo.
Mas o Muay Thai Boran não está representado só pelos
estilos “duros”; a outra “metade do céu” no caso da Arte
Marcial siamesa a mãos nuas está constituída pelas correntes
estilísticas “suaves” ou Muay Kiao. Sem dúvida, o estilo mais
conhecido deste grupo é o Muay Chaiya, que passou a ser
célebre nos anos 70 devido ao Grão Mestre Keat Sriyabhaya;
também as técnicas do mítico Rei dos Macacos Hanuman ou
do Asceta (Luesee) fazem parte deste grupo.
Um verdadeiro especialista de Muay Boran não pode
prescindir do estudo das duas maneiras de ver a arte, ambas
necessárias e complementares como o dia e a noite (Yin e
Yang), pois constituiria uma importante falta na sua própria
bagagem técnica. Do Muay Lak terá de adquirir a potência
aniquiladora dos ataques com pernas e braços e os métodos
experimentados durante séculos para pôr em condições
tíbias, joelhos e braços e faze-los duros como o ferro. Do
Muay Kiao terá que aprender a evitar a força do adversário
absorvendo o ataque e a responder às agressões com
acções imprevisíveis, rápidas e “envenenadas” que derrotem
também um adversário mais forte e potente.
Vamos ver seguidamente, as características do mais
importante representante da corrente estilística Muay Lak, o
Muay Korat.
Lugar de origem do estilo
Nakhon Ratchasima, frequentemente chamado Korat ou
Khorat, é uma das províncias do Nordeste de Tailândia.
As províncias vizinhas são Chaiyaphum, Khon Kaen,
Buriram, Sa Kaeo, Prachinburi, Nakhon Nayok, Saraburi,
Lopburi. A capital da província é a cidade Nakhon
Ratchasima, situada no distrito de Mueang Nakhon
Ratchasima. Esta província ocupa grande parte do planalto do
Nordeste do país e se encontra a uma distancia de 259km de
Banguecoque. Tem uma superfície de uns 20 mil quilómetros
56
quadrados, que a faz a maior das províncias da Tailândia. É
rica em cultura Khmer e tem uma história muito antiga. A zona
em volta de Korat já era um importante centro em tempos do
Império Khmer, no século XI, como se pode ver nas ruínas do
templo Phimai, hoje transformado em parque histórico. A
chamada “Cidade Nova Nakhon Ratchasima” que é
amuralhada, foi construída no século XVII por ordem do Rei
dos dayutthaya, Narai, como o mais oriental “destacamento
de mando” para vigiar as fronteiras do reino com seus
vassalos os Reinos de Laos e Camboja. Nakhon Ratchasima
depois continuou sendo o mais importante centro político e
económico da região Oriental do Norte.
Nascimento do estilo e evolução técnica
O primeiro patriarca do Muay Korat foi Phra Hensamahan,
que também codificou as formas melhor articuladas e
coerentes do estilo, cuja história se perde nas tradições do
Sudeste asiático. Diz-se que as origens do seu estilo devem
ser pesquisadas nas técnicas marciais desenvolvidas na
Camboja mais antiga, durante o Reinado dos Khmer. Dos
nossos estudos concluímos que a base do Muay Khorat seria
a mítica Arte Marcial de Dangkor Wat, sede da antiga capital
do Império Khmer, cuja cultura tanto influiu nos habitantes da
zona de Khorat. Os períodos da evolução do estilo são quatro,
o primeiro vai do reinado de Rama I até Rama IV. A história
mais recente conta que durante o reinado de Rama V, um
aluno de Phra Hensamahan, de nome Deng Thaiprasert,
proveniente da província de Nakhon Ratchasima, se distinguiu
em um torneio organizado no Edifício do Palácio Real, por
ocasião da cerimónia de incineração do Príncipe U-Ru-Pong
Ratchasompotch. Em presença do Rei venceu lutando contra
adversários provenientes de várias províncias do país,
suscitando a admiração real. Recebeu como prémio o grau de
cavaleiro da guarda real e foi chamado Meun Changat Cherng
Chok (Cavaleiro da táctica de combate destacada). O nome
faz referência à mestria no emprego de uma das técnicas
típica o estilo Korat, os mortais punhos em rotação Wiang
Kwai ou Punho do Búfalo. Junto com os pontapés em rotação
Tae Ken Kor, que têm como alvo as partes laterais do
pescoço, o Punho do Búfalo contribuiu a criar a lenda da
invulnerabilidade deste estilo que por meio das sucessivas
transformações decorridas durante várias décadas, constituiu
a base técnica do Boxe Tailandês moderno.
A pesar da forte propensão ofensiva dos Korat Boxers,
inicialmente o praticante realizava a sua aprendizagem
partindo uma correcta posição da guarda e do estudo do
ritmo dos passos, com objectivos de ataque e defesa; os
movimentos que ainda se executam nas Ram Muay (danças
guerreiras) deste estilo, se utilizavam para ensinar ao adepto
a relacionar-se com o espaço em redor, reduzindo as
possibilidades de manobra do adversário, enquanto defendia
a sua própria área vital. Para fazer isso, o Korat boxer, assim
como os praticantes dos outros estilos, passavam longas
horas melhorando sua posição no combate, sincronizando o
trabalho de cobertura efectuado por braços e pernas com os
deslocamentos, estes últimos sempre executados com
mudanças de ritmo, destinadas a surpreender o adversário.
57
Compressões
Como já avançamos no nosso estudo do Kyusho,
descobrimos que ele vai mais além de apertar ou pressionar
um ponto vital determinado; tem a ver com as habilidades no
combate e as suas realidades implícitas. A sua eficácia e
adaptabilidade permitem ao praticante ir além dos simples
batimentos, pontapés e inclusivamente dos agarres. Isto
também permite-lhe perceber os factores que limitam, como
o estresse e outros elementos ambientais e de situação, que
imperam em um conflito real.
Para uma melhor compreensão destas matérias, pensem
em situações em que possam estar em um lugar cheio de
gente, como um estádio, tratando de sair no fim de um
evento. Ou por exemplo, em um autocarro, trem ou elevador
apertados por gente em seu redor. Dar pontapés e socos é
impossível, fazer chaves é difícil devido à proximidade. O que
fazer então? Como se pode contr olar a situação em
semelhantes circunstâncias?
58
59
Puntos Vitales
Compressões
Aí é onde o Kyusho surge como um elemento
valioso, naquelas situações em que são limitadas as
possibilidades para lutar na maneira habitual. Um
aspecto importante a tratar é o estudo mais
avançado, assim como a aplicação da compressão e
força direccional para conseguir diversos resultados.
Tanto seja puxando como empurrando, podemos
controlar ou incapacitar determinadas zonas
mediante o método da compressão. O que significa
que a compressão não é uma simples pressão de um
ponto vital mas sim uma maneira mais específica; é
uma acção para fazer uma pressão em ângulo na
direcção a uma zona anatomicamente débil. É
possível ver algumas ideias similares em alguns
estilos Marciais, mas que ainda não abrangem os
objectivos e métodos que se encontram no Kyusho.
Um exemplo destas compressões convencionais é
o que se conhece como estrangulação e que se
executa na zona do pescoço. Um método consiste
em interromper dramaticamente a entrada de ar no
corpo do oponente, o que provoca nele um desmaio.
No entanto, isto leva muito tempo, durante o qual o
oponente pode contra-atacar, o que pode provocar
o nosso esgotamento e fazer que a nossa
tentativa de ataque seja infrutuosa. O método
mais rápido para cortar o abastecimento de ar
ao cérebro provoca inconsciência no prazo
de 5 a 10 segundos. Isto faz-se geralmente
de duas maneiras, apertando com a própria
roupa do oponente o seu pescoço, ou
agarrando-o por detrás. Aqui temos de
novo um período de luta, especialmente
se o oponente nos agarra ou bate
violentamente para tratar de escapar.
Outra limitação das estrangulações é
que se precisa de força e resistência
para manter o agarre enquanto o
oponente, levado pelo pânico, reage
de maneira instintiva para sobreviver.
Outro tipo de técnicas de
compressão comuns no grappling
são as técnicas de manipulação de
articulações ou técnicas de pressão
das extremidades. Um exemplo
destas técnicas é a técnica de
pressão de alavanca sobre o
tendão de Aquiles, que se
conhece como técnica de
deslocação do tornozelo.
Agarrar a per na do
oponente que nos
lança um pontapé e
girar a sua per na é
difícil e perigoso, devido ao tempo e à força
necessários para causar dor. Os factores
intervenientes na realização destas técnicas são
manter a posição e a base para poder aplicá-las com
potência, enquanto o oponente mantém sua posição
e resiste bravamente, ou no caso de nos
enfrentarmos a múltiplos oponentes. Então, o que
podemos fazer?
De que se necessita para incapacitar
profundamente o nosso oponente em um curto
período de tempo?…
Um elemento do Kyusho,
a compressão de pontos vitais
O segredo reside numa curta e ponderosa acção
de pressão para poder ter acesso ao nervo de uma
maneira apropriada, ao nervo ou a outra estrutura da
anatomia, no ângulo e duração correctos. Devemos
também contra-atacar com a arma certa, para
mediante o uso da acção da compressão afectar à
estrutura vital de uma maneira efectiva e causar a
incapacitação. Certas posições dos nós dos dedos,
dos antebraços e especialmente dos cotovelos, são
a melhor escolha; também se podem usar os pés e
os joelhos, mas é muito mais difícil devido à
habilidade, pontaria e potência que são necessárias
para a acção de comprimir. Os dedos não são
realmente uma arma viável, devido ao tamanho da
mão e a força, especialmente se nos enfrentarmos a
um oponente mais alto.
Os objectivos do Kyusho não visam só incapacitar
mediante a força de ruptura, tal e como já temos
visto nas aplicações para bater, dar pontapés e
agarrar. O segredo para comprimir é a direcção do
ângulo. O ângulo é “geralmente” usado para
comprimir a estrutura vital subjacente (o objectivo
Kyusho) contra a superfície mais dura de um osso.
Claro está que há excepções, mas para a maioria
das zonas, quando se comprime o objectivo,
rapidamente os resultados são muito diferentes e
podem também ser aplicados em objectivos mais
moles.
Na compressão podemos ter uma maior
capacidade para a transferência da energia que com
o batimento convencional, visto que na transferência
da energia cinética, massa e velocidade estão mais
concentradas e dirigidas. Vamos usar como exemplo
um simples batimento nas costelas; a força se
dispersa por uma grande massa de pele, músculo e
ossos. Entretanto, se situamos o cotovelo em um
ponto entre duas costelas, cobrindo um nervo e
comprimindo com a mesma força que com um
batimento, a transferência da energia cinética
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concentrada e dirigida conseguiria uma
maior penetração e uns resultados mais
potentes.
Quanto mais rápida seja a acção de
comprimir (comparada com a metodologia
da pressão e o agarre), mais concentrada
será a transferência da energia. Isto
também provoca que o efeito de
incapacitação
seja
maior.
Para
compreender bem isto vamos voltar à
aplicação do estrangulamento por detrás, já
vista anteriormente. Se por exemplo nos
situamos para pressionar o ponto ST-9 na
carótida sinus e apertamos com força com
o antebraço sobre a artéria subjacente,
mantendo a pressão, o oponente poderá
exercer uma tensão nos músculos do
pescoço, pondo mais força na superfície e
nos tensos músculos do pescoço. No
entanto, se o apertarmos rapidamente, não
terá tempo suficiente para pôr em tensão
os músculos, o que permitirá uma maior
penetração e alcançar a artéria. O indivíduo
poderia ser capaz de lutar um pouco, mas
de uma maneira muito limitada e durante
pouco tempo, posto que rapidamente vai
cair inconsciente.
Agora bem, para perceber o conceito
direccional necessita-se de mais; se
também juntarmos uma pressão para
“Realizamos
um DVD com
algumas
compressões em
diferentes partes do
corpo, para poderem
conhecer isto com
uma maior
profundidade e ver
os resultados
imediatamente”
62
baixo, isto incapacitaria o indivíduo,
debilitando seus braços e todo o seu corpo,
permitindo uma compressão mais profunda
sobre a artéria, a qual limita a capacidade
do oponente para lutar.
Para desenvolver um bom poder de
pressão faz-se necessário usar a
contracção dos músculos, mas não se
devem usar os músculos como se usa o
bíceps na técnica de estrangulação
anteriormente dita. O praticante precisará
fazer uma constrição de todo o seu corpo
de maneira concentrada e rápida. Isto não
é difícil, mas requer de prática, visto que a
dita constrição será diferente, dependendo
da arma utilizada e da posição do objectivo.
Por precaução é necessário dizer que o
uso do método da estrangulação pode
causar danos sérios prolongados ou
mesmo irreversíveis, pelo que não se
recomenda a sua prática. Por exemplo,
após a manipulação da carótida sinus pode
ocorrer um derrame cerebral devido às
placas instáveis. Isto pode suceder
instantaneamente ou decorrido um tempo e
provavelmente por esta razão, esta técnica
em especial é chamada “o toque da morte”.
Realizamos um DVD com algumas
compressões em diferentes partes do
corpo, para poderem conhecer isto com
uma maior profundidade e ver os resultados
imediatamente. As compressões podem ser
perigosas e causar graves lesões quando
não trabalhadas apropriadamente. Todo
aviso é pouco no sentido de não tratarem
de fazer as técnicas mencionadas neste
artigo ou no DVD, pois são poderosas e
potencialmente perigosas, tendo sido estes
trabalhos realizados para que isto
historicamente constasse.
Novo Livro!
Sensei Juan Hombre, o qual, após ter treinado desde 1983 com os
principais versados em disciplinas referentes ao Ninjutsu, iniciou uma
aventura fascinante de pesquisa por terras Ninjas de Koga, Konan e Iga,
onde descobre o último herdeiro ainda vivo do Ninjutsu Japonês, que o
aceita como seu aluno e primeiro ocidental do seu Kenshujo. É ele o 21º
Soke de Koka Ryu, o Grão Mestre e Herdeiro Legítimo Jinichi
Kawakami. Após 9 anos viajando ao Japão e instruindo-se com este
Grão Mestre, Juan Hombre recebeu o primeiro Densho “Ten No Maki”
entregado a um estrangeiro, junto com o amuleto da família BAN e um
selo pessoal para assinar com o nome que anos atrás lhe foi dado pelo
Soke Jinichi Kawakami, Onbure (Grande Guerreiro do Espírito).
O que se ensina neste livro de Iga Ryu Ninjutsu, refere-se ao uso do
combate sem armas, o que no Japan Ninjutsu se conhece como Atemi
Taikenjutsu, a antessala do Atemi Goroshi “A Arte Secreta do Combate
Ninja”.
Livro editado em Espanhol, Francês,
Alemão e Italiano
Preço: 19€
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CINTURÃO NEGRO
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E-mail: budoshop@budointernational.com
Alexandre Franca Nogueira, mais conhecido como “Pequeno”
no circuito MMA, é Campeão invicto de Soou e o único lutador
na história do Valentino em vencer 6 defesas consecutivas do
título Limitadinha, sendo conhecido no Japão como o Rei do
Soou. Uma trajectória única no MMA mundial com 12 vitórias (9
por finalização), 2 derrotas e 2 empates. Dotado de um talento
natural para a luta e uma técnica depurada, Pequeno quis
compartilhar connosco parte de seu arsenal
neste DVD, prestando especial atenção à
sua temida guilhotina, com a qual
finalizou muitos de seus adversários.
Com ajuda de seu aluno Júlio
César, também detentor de títulos
na Europa e no Brasil, Alexandre
nos mostra, com explicações
dos principais detalhes para a
sua correcta execução, uma
cuidadosa selecção de
técnicas em pé, no chão,
derribamentos, projecções,
maneiras de desfeitear,
defesas e finalizações,
algumas
delas
desenvolvidas por ele
mesmo.
Um
trabalho
especialmente recomendado
para os amantes das Artes
Marciais Mistas e do Grappling.
REF.: • ALEXP1
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International são realizados em suporte
DVD-5, formato MPEG-2 multiplexado
(nunca VCD, DivX, o similares) e a
impressão das capas segue as mais
restritas exigências de qualidade (tipo de
papel e impressão). Também, nenhum dos
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não cumpre estas exigências e/o a capa e
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mostramos, trata-se de uma cópia pirata.