OS EXORCISMOS DE ANNELIESE MICHEL E OUTROS

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OS EXORCISMOS DE ANNELIESE MICHEL E OUTROS
OS EXORCISMOS
DE ANNELIESE MICHEL
E OUTROS EXORCISMOS.
estava possuída por alguma força sobrenatural maligna.
Anneliese agora tinha visões de faces demoníacas durante
as suas preces diárias, enquanto aumentava a sua intolerância a lugares e objetos sagrados e mergulhava cada vez
mais em crises depressivas.
Durante todo esse período de tempo e até perto do
final das sessões de exorcismo, Anneliese foi medicada com
poderosos psicotrópicos. No início com Aolept (periciazina),
que evita as convulsões por meio de sua ação direta no
sistema nervoso, e depois com Tegretol (carbamazepina).
A medicação se revelou ineficaz em deter as convulsões e
fazer desaparecer as visões e vozes, que se tornaram mais
e mais freqüentes para a jovem Anneliese.
No verão de 1973, os pais de Anneliese foram até a
paróquia local solicitando aos religiosos que submetessem
a sua filha ao ritual de exorcismo. A princípio, o pedido foi
negado, uma vez que a doutrina da Igreja Católica com respeito a essas práticas é muito restrita. Segundo a Igreja,
dentre outras coisas, os possuídos devem ser capazes de
falar línguas que nunca tenham estudado, manifestar poderes sobrenaturais e mostrar grande aversão aos símbolos
religiosos cristãos.
Algum tempo depois, o padre Ernst Alt, considerado
um perito no assunto, conclui que Anneliese já reunia as
condições suficientes para a realização do exorcismo, de
acordo com os procedimentos prescritos no Rituale Romanum.
Por essa época, Anneliese já tinha assumido um
comportamento cada vez mais irascível. Ela insultava,
espancava e mordia os outros membros da família, além
de dormir sempre no chão e se alimentar com moscas e
aranhas, chegando a beber da própria urina. Anneliese podia ser ouvida gritando por horas em sua casa, enquanto
quebrava crucifixos, destruía imagens de Jesus Cristo e
lançava rosários para longe de si. Ela também cometia atos
de auto-mutilação, tirava suas roupas e urinava pela casa
com freqüência.
Em 1974, após acompanhar de perto o comportamento de Anneliese, o padre Ernest Alt finalmente decidiu
solicitar permissão ao Bispo de Würzburg para realizar o
exorcismo e a permissão foi concedida.
Após efetuar uma exata verificação da possessão
(Infestatio) em setembro de 1975, o Bispo de Würzburg,
Josef Stangl, autorizou os padres Ernest Alt e Arnold Renz
a realizarem os rituais do Grande Exorcismo, cuja base é o
Rituale Romanum, que ainda era, à época, uma lei canônica
válida desde o século XVII.
No rito do exorcismo o padre deve portar um crucifixo e uma Bíblia, para poder utilizar as palavras ditas
por Jesus Cristo com precisão. Deve fazer o sinal da cruz,
abençoar a pessoa possuída e aspergir sobre ela água benta. O padre então ordena com fé e firmeza que o demônio
deixe o corpo do possesso e ora pedindo pela salvação da
vítima em nome de Jesus Cristo. As orações denunciam a
ação maléfica de Satanás e rogam pela misericórdia de
Deus. Normalmente, os padres levam o possesso para uma
****
A VERDADEIRA EMILY ROSE
Anneliese Michel (Leiblfing, 21 de setembro de 1952
— Klingenberg am Main, 1 de julho de 1976) foi uma jovem
alemã de família católica que acreditava ter sido possuída
por uma legião de demônios, tendo sido submetida a uma
intensa série de sessões de exorcismo pelos padres Ernest
Alt e Arnold Renz em 1975 e 1976.
As graves conseqüências atribuídas ao rito de exorcismo sobre a jovem motivaram a abertura de um processo
criminal pelos promotores de justiça locais contra os pais
de Anneliese e os padres exorcistas, causando uma grande
polêmica em toda a Europa e dividindo a opinião pública
mundial. O Caso Klingenberg, como passou a ser conhecido
pelo grande público, deu origem a vários estudos e pesquisas, tanto de natureza teológica quanto científica, e serviu
como inspiração para os filmes O Exorcismo de Emily Rose,
dirigido pelo cineasta estadunidense/norte-americano Scott
Derrickson, e Requiem, dirigido pelo polêmico cineasta alemão Hans-Christian Schmid.
Anneliese Michel nasceu em Leiblfing, no estado federal alemão da Baviera, mas foi criada com as suas três
irmãs no pequeno município de Klingenberg am Main. Seus
pais, Anna e Josef Michel, muito religiosos, lhe deram uma
educação profundamente católica. O pai de Anneliese mantinha a família trabalhando em uma serraria.
Em 1968, com apenas dezesseis anos, Anneliese
começou a apresentar sintomas e comportamentos que
foram diagnosticados a princípio como epilepsia aliada a
um quadro aparente de esquizofrenia, após vários exames
na Clínica Psiquiátrica de Würzburg.
Durante a noite, o corpo de Anneliese subitamente
se tornava rígido, sentindo um enorme peso sobre o peito,
além de uma total incapacidade de falar.
Anneliese foi então enviada para o internamento no
Hospital Psiquiátrico de Mittleberg, onde ela permaneceu
em tratamento intensivo durante um período de aproximadamente um ano. Quando finalmente recebeu alta, foi
ainda capaz de completar os seus estudos secundários e
matricular-se na Universidade de Würzburg, onde iniciou os
seus estudos em pedagogia.
Entretanto, durante todo esse tempo, Anneliese afirmava continuar escutar vozes ameaçadoras que diziam
que ela “queimaria no Inferno” e ter visões assustadoras
que ela mesma atribuiu a uma possessão demoníaca. Sem
que os médicos encontrassem uma cura definitiva e sem
uma explicação satisfatória para os sofrimentos da jovem,
os seus pais começaram a cogitar que sua filha, de fato,
1
igreja ou capela, onde podem realizar o rito reservadamente, apenas com a presença dos familiares. As sessões
de exorcismo não têm um prazo de duração específico,
podendo se estender durante horas, dias ou meses.
No caso de Anneliese, as 67 sessões de exorcismo
que se seguiram, numa freqüência de uma ou duas por
semana, se prolongaram inicialmente por cerca de nove
meses, durante os quais ela muitas vezes tinha que ser
segura por até três homens ou, em algumas ocasiões,
acorrentada. Ela também lesionou seriamente os joelhos
em virtude das genuflexões compulsivas que realizava
durante o exorcismo, aproximadamente quatrocentas em
cada sessão.
Nas sessões, que foram documentadas em quarenta fitas de áudio para preservar os detalhes, Anneliese
manifestou estar possuída por, pelo menos, seis demônios
diferentes, que se autodenominavam Lúcifer, Caim, Judas,
Nero, Hitler e Fleischmann, um padre caído em desgraça
no século XVI.
Todavia, o Rituale Romanum, assim como o tratamento com psicotrópicos, também não surtiu o efeito
desejado.
Durante o período em que esteve submetida ao
exorcismo, onde continuava tomando os medicamentos,
Anneliese relatou um sonho, onde teria se encontrado
com a Virgem Maria, e que ela lhe teria proposto duas
escolhas para a sua condição: ou ser liberada logo do jugo
dos demônios ou continuar o seu martírio para que todos
soubessem que o mundo espiritual e ação dos demônios
no mundo existem de fato. Anneliese teria escolhido a segunda opção.
Segundo entendimento do ensaísta Elbson do Carmo, em seu artigo [1], no Universo Católico:
Anneliese optou pelo martírio voluntário, alegando
que seu exemplo enquanto possessa serviria de aviso a
toda a humanidade de que o demônio existe e que nos
ronda a todos, e que trabalhar pela própria salvação deve
ser uma meta sempre presente. Ela afirmava que muitas
pessoas diziam que Deus está morto, que haviam perdido
a fé, então ela, com seu exemplo, lhes mostraria que o
demônio age, e independe da fé das pessoas para isso.
Em 1 de julho de 1976, no dia em que Anneliese
teria predito sua liberação, morreu enquanto dormia. À
meia-noite, segundo o que afirmou, os demônios finalmente a deixaram e ela parou de ter convulsões. Anneliese foi dormir exausta, mas em paz, e nunca mais acordou,
falecendo aos 23 anos de idade. A autópsia considerou o
seu estado avançado de desnutrição e desidratação como
a causa de sua morte por falência múltipla dos órgãos.
Nesse dia o seu corpo pesava pouco mais de trinta quilos.
Logo após o falecimento de Anneliese, os padres
Ernest Alt e Arnold Renz fizeram o comunicado do óbito às
autoridades locais que, imediatamente, abriram inquérito
e procederam às investigações preliminares.
Os promotores públicos responsabilizaram os dois
padres e os pais de Anneliese de homicídio causado por
negligência médica. O bispo Josef Stangl, embora tivesse
dado a autorização para o exorcismo, não foi indiciado
pela promotoria em virtude de sua idade avançada e seu
estado de saúde debilitado, vindo a falecer em 1979. Josef Stangl foi quem consagrou o padre Joseph Ratzinger
como bispo, que no futuro se tornaria o Papa Bento XVI.
O julgamento do processo, que passou a ser denominado como o Caso Klingenberg (em alemão: Fall
Klingenberg), iniciou-se em 30 de março de 1978 e despertou grande interesse da opinião pública alemã. Perante
o tribunal, os médicos afirmaram que a jovem não estava
possuída, muito embora o Dr. Richard Roth, ao qual foi
solicitado auxílio médico pelo padre Ernest Alt, teria feito a
afirmação à época que não havia medicação eficaz contra
a ação de forças demoníacas (cfe. fonte original: “there is
no injection against the devil”).
Os médicos psiquiatras, que prestaram depoimento, afirmaram que os padres tinham incorrido inadvertidamente em “indução doutrinária” em razão dos ritos, o
que havia reforçado o estado psicótico da jovem, e que, se
ela tivesse sido encaminhada ao hospital e forçada a se
alimentar, o seu falecimento não teria ocorrido.
A defesa judicial dos padres foi feita por advogados
contratados pela Igreja. A defesa dos pais de Anneliese
argumentou que o exorcismo tinha sido ato lícito e que a
Constituição Alemã protege os seus cidadãos no exercício
irrestrito de suas crenças religiosas.
A defesa também recorreu ao conteúdo das fitas
gravadas durante as sessões de exorcismo, que foram
apresentadas ao tribunal de justiça, onde, por diversas vezes, as vozes e os diálogos — muitas vezes perturbadores
— dos supostos demônios eram perfeitamente audíveis.
Em uma das fitas é possível discernir vozes masculinas de dois supostos demônios discutindo entre si
qual deles teria de deixar primeiro o corpo de Anneliese.
Ambos os padres demonstraram profunda convicção de
que ela estava verdadeiramente possessa e que teria sido
finalmente libertada pelo exorcismo, um pouco antes da
sua morte.
Ao fim do processo, os pais de Anneliese e os dois
padres foram considerados culpados de negligência médica e foi determinada uma sentença de seis meses com
liberdade condicional sob fiança.
Antes do início do processo, os pais de Anneliese
solicitaram às autoridades locais uma permissão para
exumar os restos mortais de sua filha. Eles fizeram esta
solicitação em virtude de terem recebido uma mensagem
de uma freira carmelita do distrito de Allgaeu, no sudoeste
da Baviera. A freira relatou aos pais da jovem que teria
tido uma visão na qual o corpo de Anneliese ainda estaria
intacto ou incorrupto e que esta seria a prova definitiva do
caráter sobrenatural dos fatos ocorridos. O motivo oficial
que foi dado às autoridades foi o de que Annieliese tinha
sido sepultada às pressas em um sarcófago precário.
Os relatórios oficiais, entretanto, divulgaram a
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informação que o corpo já estava em avançado estado
de decomposição. As fotos que foram tiradas durante a
exumação jamais foram divulgadas. Várias pessoas chegaram a especular que os exumadores moveram o corpo
de Anneliese do antigo sarcófago para o novo, feito de
carvalho, segurando-o pelas mãos e pernas, o que seria
um indício de que o corpo não estaria na realidade muito
decomposto. Os pais e os padres exorcistas foram desencorajados a ver os restos mortais de Anneliese. O padre
Arnold Renz mais tarde afirmou que teria sido inclusive
advertido a não entrar no mortuário.
O LEGADO DE ANNELIESE MICHEL
Em 1999, na cidade do Vaticano, o Cardeal Jorge
Medina Estevez apresentou aos jornalistas a nova versão
do Rituale Romanum, que vinha sendo usado pela Igreja Católica desde 1614. A nova versão, escrita em latim
em 84 páginas com encadernação de couro carmim, veio
depois de mais de dez anos de estudos e é denominada
De exorcismis et supplicationibus quibusdam (em português: “De todos os gêneros de exorcismos e súplicas”).
O Cardeal Estevez afirmou, durante a divulgação do rito
reformado, que “a existência do demônio não é um ponto
de vista, algo no qual se possa decidir acreditar ou não”.
O Papa João Paulo II aprovou o novo rito de exorcismo que
agora é adotado em todo o mundo católico.
Segundo o Cardeal Jacques Martin, ex-administrador da Casa Pontifícia, em seu livro My Six Popes, o
próprio Papa João Paulo II teria realizado um exorcismo
em 1982, expulsando um demônio de uma mulher italiana
que lhe fora trazida contorcendo-se, gritando e lançandose ao chão. O Papa João Paulo II teria ministrado ainda
dois outros exorcismos durante o seu pontificado[3].
Nos dias atuais, o túmulo de Anneliese Michel em
Klingenberg am Main tornou-se um local de peregrinação
para os cristãos que a consideram uma devota que experimentou extremos sacrifícios em um martírio voluntário
para possibilitar a salvação espiritual de muitos.
Fonte: wikipédia
ESTE É O CASO QUE ORIGINOU O
FILME “O EXORCISMO DE EMILY ROSE”
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Os padres Ernest Alt e Arnold Renz tinham uma
dolorosa e necessária missão a cumprir. Talvez a simples
fé no Cristo não fosse suficiente para levar a cabo a empreitada. Os padres sabiam muito bem que teriam de ser
fortes. E extremamente corajosos. Doravante, era o inimigo do Altíssimo que teriam de enfrentar e combater.
Anneliese Michel tinha visões assustadoras de faces demoníacas enquanto, ajoelhada, dedicava uma prece
ao Senhor. Vozes invadiam os seus ouvidos com promessas terríveis: a jovem, distante de qualquer possibilidade
de Salvação em Crsisto, queimaria eternamente no Inferno. Crises de depressões sucediam-se, já que Anneliese,
embora profundamente católica, via crescer em si uma
insuportável intolerância a locais e objetos sagrados.
O que era uma simples conjectura tornou-se, para
os pais daquela jovem de apenas vinte e três anos, uma
convicção inabalável: a filha estava possuída por forças
sobrenaturais malignas.
Anneliese, subjulgada pelas forças malígnas
Frustrado o tratamento psiquiátrico, os pais de Anneliese buscaram o auxílio da Igreja. O padre Ernest Alt
acompanhou o caso. Em 1974, ele chegou à conclusão de
que havia indícios veementes de possessão demoníaca, o
que requereria a realização de exorcismo. Mas somente
em setembro do ano seguinte o bispo de Wüzburg autorizou o ritual, conforme os procedimentos previstos no
Rituale Romano.
Ao longo de 67 seções, que se prolongaram por
longos nove meses, realizadas uma ou duas vezes por semana, os padres Ernest e Arnold pelejaram contra entidades que assumiam a identidade de Lúcifer, Caim, Judas,
Nero, Adolf Hitler e Fleischmann, um bruxo do século XVI.
Durante as sessões, Anneliese, muitas vezes, “tinha que
ser segurada por até três homens ou, em algumas ocasiões, acorrentada” (2). Argumenta-se que ela “lesionou
seriamente os joelhos em virtude das genuflexões compulsivas que realizava durante o exorcismo, aproximadamente quatrocentas em cada sessão” (3).
Anneliese teria relatado um sonho místico no qual
dialogara com a Virgem Maria. A mãe de Jesus teria proposto, à jovem, a seguinte escolha: liberar-se, em proveito próprio, do terrível jugo demoníaco, ou continuar
imersa no dolososo martírio, mas em nome da fé cristã. A
segunda alternativa seduziu a jovem estudante: ela seria
um público exemplo de que os demônios existem e de
que exercem os seus nefandos poderes no plano terrestre. Argumenta-se que “Anneliese optou pelo martírio
voluntário, alegando que seu exemplo enquanto possessa
serviria de aviso a toda a humanidade de que o demônio
existe e que nos ronda a todos, e que trabalhar pela própria salvação deve ser uma meta sempre presente. Ela
afirmava que muitas pessoas diziam que Deus está morto, que haviam perdido a fé, então ela, com seu exemplo,
lhes mostraria que o demônio age, e independe da fé das
pessoas para isso. (4)”
Anneliese predissera quando se daria a sua libertação: 1 de julho de 1976. Consta que, à meia-noite, os
demônios finamente abandonaram o corpo da estudante,
deixando-a em paz e livre das convulsões impingidas du-
Foto de Anneliese Michel antes da possessão
Anneliese nascera em 1952, na Baviera, recanto
alemão de arraigada tradição católica. Por volta dos dezesseis anos, desencadeou-se em Anneliese uma torrente de sintomas que, ao menos na aparência, sugeriam
problemas mentais. A Clínica Psiquiátrica de Würzburg
chegou a um diagnóstico: Anneliese padecia de epilepsia associada à esquizofrenia. Inciou-se um tratamento
intensivo, que durou um ano. Supostamente recuperada,
Anneliese completou o segundo grau. Posteriormente, ingressou na Universidade de Würzburg, iniciando o curso
de Pedagogia.
Mas os estudos foram interrompidos. As vozes e
visões demoníacas se tornaram cada vez mais constantes
e opressoras. Anneliese assumira um comportamento
agressivo. Consta que a moça “insultava, espancava e
mordia os outros membros da família, além de dormir
sempre no chão e se alimentar com moscas e aranhas,
chegando a beber da própria urina. Anneliese podia ser
ouvida gritando por horas em sua casa, enquanto quebrava crucifixos, destruía imagens de Jesus Cristo e lançava
rosários para longe de si. Ela também cometia atos de
auto-mutilação, tirava suas roupas e urinava pela casa
com freqüência” (1).
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Elenco: Laura Linney, Tom Wilkinson, Shohreh
Aghdashloo, Campbell Scott, Jennifer Carpenter, Joshua
Close, Colm Feore.
Direção: Scott Derrickson Gênero: Drama Distribuidora: Columbia Pictures Estréia: 02 de Dezembro de
2005
Sinopse: “O Exorcismo de Emily Rose”, inspirado
em história real, conta o drama vivido por uma jovem de
19 anos possuída pelo demônio em um dos raros casos
do tipo reconhecido oficialmente pela Igreja. No filme, a
protagonista Laura Linney interpreta o papel de uma advogada que defende um padre (Tom Wilkinson) acusado
por uma sessão de exorcismo realizada em uma adolescente chamada Emily Rose que, segundo ele, havia sido
possuída pelo demônio.
Curiosidades:
» Baseado na história real de Anneliese Michel,
jovem germânica que sofreu as mesmas consequências
que a personagem do filme, nos anos 70.
rante tantos anos. Exausta, Anneliese adormeceu. E teve,
em seqüência, uma morte tranqüila. Era o fim de um insuportável suplício. “A autópsia considerou o seu estado
avançado de desnutrição e desidratação como a causa de
sua morte por falência múltipla dos órgãos. Nesse dia o
seu corpo pesava pouco mais de trinta quilos. (5)”
Segundo Elbson do Carmo, após a morte de Anneliese, “seus pais foram indiciados por homicídio culposo
e omissão de socorro, e os dois padres exorcistas Ernst
Alt e Arnold Renz sofreram as mesmas acusações. Os dois
padres foram condenados a seis meses de prisão.” (6)
Registra o mesmo autor que esse fato “chocou a opinião
pública alemã, gerando uma enorme polêmica em toda
a Europa, que incluiu a Igreja, os meios acadêmicos e a
justiça em torno da mesma discussão” (7). A história de
Anneliese deu origem a dois filmes, “Requien” – produção alemã – e “O Exorcismo de Emily Rose” – produção
norte-americana dirigida por Scott Derrickson.
Anneliese Michel é, certamente, um dos mais bem
documentados casos de distúrbios de comportamento
ao qual se atribui a ação opressora e letal de forças
malignas incidente sobre a frágil psique humana. E, a
considerar o incontestável rigor que antecede a qualquer
autorização da Igreja Católica para a prática do Rituale
Romano, não se pode pôr em dúvida a materialidade do
excêntrico e destrutivo calvário, ou as implicações místicas que acompanharam o longo sofrimento da estudante de Wüzburg. Mas se, de fato, possessão houve, isto
compõe uma insondável silhueta que, por se situar no
campo metafísico, escapa a qualquer possibilidade de
juízo conclusivo.
NOTAS:
(1) a (5) http://www.geocities.com/apostolvs/AVISO.htm .
(6) e (7) Carmo, Elbson do. “O Exorcismo de Emily
Rose – Crítica do Filme” disponível em http://www.universocatolico.com.br/index.php?option=com_content&ta
sk=view&id=13039&Itemid=8
O EXORCISMO DE EMILY ROSE
COMENTÁRIO DO FILME
POR ELBSON DO CARMO 12 DEZ 2005
Se há uma única paixão que cultivo neste mundo,
essa paixão é o cinema. E já que segundo Bernard Shaw
“tolos e sábios nivelam-se quando o assunto é a paixão”,
posso cultivar essa sem qualquer culpa.
O filme “O Exorcismo de Emily Rose” (2005 - Sony
Pictures), lançado desde setembro de 2005 nos EUA e Europa, mas apenas recentemente lançado no Brasil vem
atraindo a atenção do grande público e lotado salas de
cinema em todo país. O filme relata a história de uma jovem que se acreditava possuída pelo demônio. Mais uma
vez o tema é um sucesso de bilheteria, o que revela que
o público sente-se especialmente atraído pelo assunto,
mesmo quando o tema já teve seu formato desgastado
pelas péssimas seqüências de ícones do gênero como “O
Exorcista” e “Terror em Amityville”, o primeiro, por sinal,
baseado num exorcismo real em um garoto de 14 anos,
ocorrido na década de 40, num subúrbio de Washington
nos EUA. “O Exorcista” foi até hoje o único filme de terror
a ser indicado a um Oscar de melhor filme, se é que o
gênero terror se aplique a ele.
Ao invés de repetir a fórmula desastrada das seqüências dos filmes citados - seqüências essas cheias de
efeitos especiais baratos, estórias desconexas e sustos
bobos – “O Exorcismo de Emily Rose” procura ater-se
a uma realidade muito mais factível e esse é talvez seu
grande mérito. O filme é um típico romance de tribunal,
com advogados hora heróis hora vilões, um juiz carrancudo, reviravoltas, discursos heróicos e tudo mais desse gênero que está para os americanos como as novelas estão
para os brasileiros. O filme baseia-se numa história real,
entretanto, reflete apenas uma pequena parte dos fatos
O EXORCISMO DE EMILY ROSE (THE EXORCISM OF EMILY ROSE)- O FILME
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que inspiraram o roteiro. Os nomes foram modificados, o
lugar dos acontecimentos e seus desdobramentos, mas o
essencial da questão permaneceu inalterado com toda a
sua controvérsia, só que auxiliada por outros elementos
que a tornam mais emblemática. Entre eles, a contraposição entre ciência e fé.
A verdadeira protagonista da história chamava-se
Anneliese Michel, uma jovem alemã de família católica,
que desde os 15 anos começou a manifestar mais fortemente sintomas e comportamentos que mais tarde seriam atribuídos a uma possessão demoníaca, mas que os
médicos diagnosticaram como epilepsia aliada a um quadro aparente de esquizofrenia. A jovem, na época, passou
por uma série de exames e deu início a um tratamento
médico longo e penoso, que não surtindo efeitos, foi substituído, a pedido da própria Anneliese e de seus pais, por
acompanhamento religioso. A jovem dizia ver demônios e
ter seu corpo subjugado por eles, além de escutar vozes
assustadoras.
Em 1976 a diocese local, já provida das evidências
de que a jovem não sofria de uma doença mental, autorizou o exorcismo observando o contido no Direito Canônico, [ cf. Cic, can. 1172]. Os 67 exorcismos realizados ao
longo de 9 meses fracassaram, e a jovem, por motivação
própria, resolveu não mais ser exorcizada, atribuindo essa
decisão a uma aparição da Virgem Maria, que lhe teria
oferecido a libertação, mas que a deixaria livre à opção do
martírio se assim desejasse. Anneliese optou pelo martírio
voluntário, alegando que seu exemplo enquanto possessa
serviria de aviso a toda a humanidade de que o demônio
existe e que nos ronda a todos, e que trabalhar pela própria salvação deve ser uma meta sempre presente. Ela
afirmava que muitas pessoas diziam que Deus está morto, que haviam perdido a fé, então ela, com seu exemplo,
lhes mostraria que o demônio age, e independe da fé das
pessoas para isso.
Na história real, após a morte de Anneliese em
01/07/1976, aos 23 anos (por inanição e falência múltipla dos órgãos - o jovem morreu pesando pouco mais de
30kg), seus pais foram indiciados por homicídio culposo e
omissão de socorro, e os dois padres exorcistas Ernst Alt
e Arnold Renz sofreram as mesmas acusações. Os dois
padres foram condenados a seis meses de prisão, mas a
sentença foi dada como cumprida tendo em conta que já
haviam passado três anos presos aguardando julgamento.
Um fato como esse diante da implacável justiça alemã é
na prática uma declaração de inocência. Esse fato chocou
a opinião pública alemã, gerando uma enorme polêmica
em toda a Europa, que incluiu a Igreja, os meios acadêmicos e a justiça em torno da mesma discussão. Não demorou até que o túmulo de Anneliese Michel se tornasse um
local de peregrinação, e assim o é até hoje.
Diante da pressão dos meios de comunicação, que
acusavam a Igreja de práticas medievais em pleno século
XX, das dúvidas que cercaram todo o processo, além da
enorme polêmica, a conferência episcopal alemã refor-
mou a decisão da diocese de Klingenberg, que autorizou
o exorcismo, e declarou que Anneliese Michel jamais fora
uma possessa. Essa decisão foi recebida como uma atitude de autopreservação por parte da Igreja local, e só fez
aumentar a polêmica em torno do fato.
Antes da filmagem de “O Exorcismo de Emily
Rose”, outro filme já havia contado a história de Anneliese
Michel: “Réquiem”, produzido e falado em alemão, muito
mais fiel à verdade dos fatos, mas que ficou circunscrito
apenas àquela parte do mundo.
“O Exorcismo de Emily Rose”, como qualquer produção americana, cerca a estória central com elementos
alegóricos acessórios que lhe dêem sustentação e prenda
a atenção do espectador, coisa que o filme faz com maestria. Mas independentemente da distância dos fatos reais,
“O Exorcismo de Emily Rose” não violenta ou invalida o
tema central de trama, apenas a reescreve sob outras
luzes. O filme, muito embora possa frustrar aqueles que
esperam um espetáculo aterrorizante, típico de filmes “B”
para adolescentes, tem o mérito de fazer uma análise
bem estruturada da questão ao confrontar as noções modernas a respeito da existência do demônio sob várias óticas, principalmente a ótica médico-psiquiátrica, a parapsicologia, e o aspecto moral, ético e religioso da questão.
Todos os elementos do filme conduzem a uma reflexão
final surpreendente, e ao mesmo tempo perturbadora.
Por fim, o filme tem um elenco de primeira, com
Laura Linney e o excelente ator britânico Tom Wilkinson.
Muito embora haja cenas fortes, perto de “O Exorcista”,
“O Exorcismo de Emily Rose” chega a ser um filme leve. O
filme consegue ser vitorioso em fazer com que o espectador pense por um momento, reflita nem que seja por um
átimo acerca dessa realidade sobrenatural que é a existência e a ação do demônio, o que torna o filme bastante
franco em sua mensagem, e até mesmo surpreendente
em se tratando de cinema americano, que muitas vezes
consegue ser acéfalo.
Minha recomendação é que você assista ao filme.
Não esqueça a pipoca, será bom ter algo à mão que ajude a relaxar. Será uma ótima oportunidade para pensar a
questão e tomar algumas resoluções. O filme termina com
uma imagem que sugere a esperança após o reencontro
com a fé. Mas quanto a ação do demônio, o filme deixa
nítido ainda que a realidade é bem pior, e a verdade ainda
mais crua, mas ainda assim, será a verdade. Bastará sair
do cinema e abrir um jornal para ver o quanto as verdades
que o filme encerra podem estar próximas de todos nós.
6
EXORCISMOS
que se acham preparados, enfrentar as trevas sozinho,
num exorcismo, sem uma proteção especial, sem uma
autorização da Igreja, e sem a presença de um sacerdote
exorcista. O demônio facilmente os derrotará a todos, sem
exceção!
Nesta primeira parte, apresentamos os preparativos, exatamente como está nos originais, para que as
pessoas se cientifiquem de que se trata de coisa muito
séria, que foi tratada pelos sacerdotes exorcistas, com extremo cuidado. O que aconteceu de extraordinário neste
caso, foi que, ao serem expulsos os quatro espíritos maus,
em sete sessões, eles foram obrigados por Nossa Senhora
a falar a verdade sobre tudo que acontece, especialmente
na Igreja, fazendo revelações que estarrecerão ao leitor.
O fato, essencial hoje, é que passados 28 anos daqueles
trabalhos tudo está acontecendo milimetricamente conforme as revelações previram, de modo que, NEGAR tal
evidência, é atirar na cabeça da própria estupidez. Estas
manobras, o leitor perceberá, procedem dos adversários
de Deus, encastelados dentro da própria Igreja. Eles combatem tenazmente a todos os que lutam contra o diabo.
Sabemos que certos setores da Igreja são tremendamente contrários à esta revelação, em especial aqueles
que são atingidos diretamente pelas farpas que os demônios lançam, ao revelarem suas más atitudes, mas isso
não nos assusta. Também aqueles que trabalham para
satanás, não querem que isso venha a público, por isso a
grande dificuldade de encontrar o livro, pois nenhum editor se anima a imprimi-lo. Importa então esclarecer. Importa alertar contra o inferno, e isso o faremos até quando
força tivermos. Outras explicações daremos no início de
cada texto. Peço aos leitores paciência, até que consigamos colocar todos os textos no ar, porque também aqui o
amaldiçoado trabalha contra. Vamos ao livro!
GRITOS DAS TREVAS - Parte 1
Nesta seqüência de doze trabalhos, trago aos leitores, em tópicos, o resumo de um livro muito especial para
mim. Se eu disser aos leitores, que aprendi mais com este
livro, do que com a maioria de todos os outros que já li na
vida, o leitor poderá ficar chocado, quando souber do que
se trata. Avisos do Além é um livro relatando sete exorcismos realizados por uma equipe de sacerdotes, com a
autorização da Igreja, respeitadas as normas e as fórmulas consagradas. Como o livro é muito difícil até de ser
encontrado, porque o inferno faz de tudo para que as pessoas não tomem conhecimento dele, resolvemos trazê-lo
a público, até porque não se encontra restrição à sua divulgação nele impresso. Ademais, como faremos apenas
colagens, manteremos o original, apenas resumido.
Entre os motivos que nos levam a publicar estes
textos, alguns poderemos destacar. O primeiro deles
é trazer ao público não somente o grito das trevas em
sim, mas um grito contra as trevas, que rapidamente espalham no mundo suas heresias. Assim, as pessoas de
boa fé poderão estar preparadas, para o terrível momento
em que trevas completas caírem sobre este mundo mau
que criamos. O segundo motivo, é levar a todos aqueles
incautos, em especial aos nossos irmãos separados, um
aviso singular, para que não brinquem de exorcismo, porque seus atos servem apenas para brincar com os demônios. Eles não receberam este poder de Deus, porque não
usam a estola – não receberam o Sacramento da Ordem.
Ademais, aqui na terra, é em geral, somente diante do
Santíssimo Sacramento, da Eucaristia, é que os demônios
capitulam. E isso eles não têm! O resto é blefe!
O exorcismo é algo de muito sério, e somente aos
padres ordenados, munidos de estola, fonte de poder por
força de Deus, ou a aqueles aos quais Deus der este poder – e disso estão fora todos os pastores – é que efetivamente podem expulsar aos demônios em definitivo. E
isso a custa de muita oração, e somente – porque Deus
quer assim – pela invocação da Virgem Maria, o terror
dos demônios. Por isso, todos os evangélicos estão fora
disso, seus exorcismos são embustes. Jamais aconteceu
um verdadeiro exorcismo entre eles, e quando toparam
com um caso realmente verídico, sério, ele sempre isso
acabou parando nas mãos de um sacerdote católico.
Para se ter uma idéia, um padre exorcista revelou
que, dos 400 casos que lhe foram apresentados, apenas
10 eram verdadeiros. Os outros eram apenas ilusão de
pessoas, manipuladas pelo maligno, mas não possessas.
São estes que os evangélicos usam, a fim de iludir aos
incautos, querendo fazer crer que têm poder. Por fim,
serve para que ninguém tente, nem mesmo os católicos
DEPOSITO LEGAL Nº 12425/88
DIFUSÃO CATÓLICA
CONFISSÕES DO INFERNO
AO MUNDO CONTEMPORÂNEO
RELATO TEXTUAL DE SETE EXORCISMOS
GUARDA
1987
A REALIDADE DO MALIGNO
7
(Nota à edição portuguesa)
Este livro que agora se publica, doze anos depois
dos acontecimentos, é um grito de alarme aos suficientes que tudo explicam por causas naturais. Revela uma
realidade hedionda, um mundo em permanente trabalho
de destruição, que quer aprisionar as almas nas trevas
e conseguir a sua condenação. Esses agentes do reino
negro em expansão, falam do que estão a fazer, do que
fizeram e do que planejam
Tudo se passa no tempo do Papa Paulo VI, um homem de dores, e muito do que se diz refere-se àquela
circunstância. No entanto, por cima disso, desfila um horizonte de destruição e negrura, uma aposta de demolição
e uma raiva sem fim contra a humanidade e o Criador. O
livro não perdeu atualidade: antes a ganhou, dado o sentimento do mundo que proclama abertamente a morte de
Deus e do diabo. Na realidade, nem o Criador se apagou,
nem a má criatura desapareceu: antes trabalha para a
perdição da Igreja e dos homens, com uma inteligência e
uma eficácia inquietantes.
Os documentos, no princípio e no fim desta obra,
servem para mostrar que não se trata de uma história fabricada por alucinados na Suíça. É uma história real, verificável, inquietante, misteriosa, que nos lembra as terríveis
palavras de Nossa Senhora de Fátima: «Vão muitas almas
para o inferno, porque não têm quem reze por elas.» Esse
sítio existe e desse poço infernal espalha-se um mal que
invade as mentes, as instituições e a Terra. Leiamos com
atenção e, como diz São Paulo referindo-se aos carismas,
retenhamos o que é útil, o que é bom, o que é salvífico e
nos pode ajudar na nossa vida de todos os dias.
Não nos fixemos nos pormenores, nas pequenas
coisas; consideremos antes as grandes linhas e o sofrimento desta alma. Sofrimento real, terrível, medonho.
Pensemos no nosso próprio sofrimento, tantas vezes exagerado para inglês ver. E se tivéssemos uma coisa assim?
Elevemos o nosso espírito a Deus, numa oração profunda
e verdadeira, peçamos por todos, invoquemos o Espírito
Santo, e ... assim, com esta disposição, de entendimento
aberto, comecemos a leitura.
Nota: Os textos destes Exorcismos, bem como os
múltiplos comentários, foram publicados em alemão pela
editora Martanisches Schriftanwerk (Trimbach-Suíça), a
cargo do Dr. Buonaventur Meyer, e depois vertidos em
francês e publicados pela Associação Tout Restaurer dans
le Chrisi, dirigida pelo Dr. Jean Marty, já falecido. A edição
portuguesa, mais simplificada e reduzida ao essencial, foi
autorizada pela casa Editora Suíça. A ela e ao seu diretor
os nossos agradecimentos
de possessão e pude verificar como da mesma pessoa se
emitiam vozes estranhas e como a aspersão com água
benta provocava uma imediata reação de repulsa.
Em 1975 assisti a um exorcismo de sete pessoas
possessas, numa Igreja em Itália. Presenciei as reações
dos pobres possessos durante o exorcismo. Além disso,
vi o seu comportamento durante a recepção dos Sacramentos, a sua oposição e, finalmente, a sua capitulação
perante o Santíssimo Sacramento. As pessoas assim atormentadas tinham vindo, por sua livre vontade, para serem
exorcizadas por um Padre piedoso, «porque procuravam
um alívio, que ninguém mais lhes poderia dar», como elas
próprias me confiaram.
Uma das possessas, que fora dos exorcismos se
comporta como qualquer outra pessoa, mostrou-me cicatrizes nos seus braços, e explicou-me que durante 25
anos consultara médicos e professores de Medicina, mas
ninguém tinha conseguido aliviá-la, a não ser aquele Padre, homem Santo, que na Igreja recitara um exorcismo.
Esse Padre, homem piedoso e de alma fervorosa, proibiume de revelar o seu nome, dado que o Episcopado, por
causa do ataque da imprensa atualmente generalizado
em quase todo o mundo, não autoriza o Grande Exorcismo
com que se expulsam os demônios e, além disso, impõe
ao exorcista o maior silêncio para que nada seja tornado
público.
Apesar da Bíblia referir cerca de 70 vezes o inferno
e mais vezes ainda o demônio, encontramos na Igreja atual Bispos competentes, professores de Teologia tolerantes, que negam a existência pessoal do demônio, e com
ela, a existência do inferno e também a existência de todo
o mundo Angélico.
SOBRE A POSSESSA
PREFÁCIO
A MINHA EXPERIÊNCIA
(Testemunho do editor Buonaventur Meyer)
A par do grande número de casos de possessão,
que chegaram até nós pela Sagrada Escritura, são muitos
os textos literários que através dos séculos dão testemunho de tais fatos. O holandês W. C. Van Dam, na sua obra
modelar Demônios e Possessos (Pahloch Editora, 1970)
cita mais de duzentos livros diferentes, que dão testemunho desta realidade.
No ano de 1947 tomei conhecimento de um caso
8
A propósito da possessa que este livro refere,
chegou-se há pouco, mais uma vez, à conclusão de que
no caso desta mulher e mãe, se trata de uma alma reparadora, que desde os 14 anos é atormentada por pavorosos estados de angústias e períodos de insônia total. Foi
tratada pelos métodos mais modernos da Medicina e da
Psiquiatria durante as suas oito permanências em clínicas. Quando, depois do mais rigoroso tratamento, lhe deram alta, considerando-a como um caso inexplicável, um
exorcista conhecido comprovou casualmente a possessão
de um modo inequívoco. Após um exorcismo, que contou
com a colaboração de vários Sacerdotes, realizado num
lugar de Aparições da Virgem (Fontanelli – Montichiari, em
Itália), tanto os demônios (anjos caídos) como almas danadas, (pessoas condenadas) foram obrigados, por ordem
da Santíssima Virgem, a fazer importantes revelações dirigidas à Igreja atual.
Tendo convidado vários Bispos e representantes da
Psiquiatria e Medicina para assistirem a um exorcismo,
realizado em 26 de abril de 1978, dia da Festa de Nossa Senhora do Bom Conselho, estiveram em minha casa,
para a realização do exorcismo, seis Sacerdotes e também o psiquiatra francês Dr. M. G. Mouret, diretor clínico
do hospital psiquiátrico de Limoux (França) possuidor de
grande experiência em tais fenômenos.
Depois do exorcismo de três horas, com muitas
revelações saídas da boca da possessa antes e após o
exorcismo, o Dr. Mouret deixou por escrito o seu testemunho, afirmando que no caso presente não se tratava nem
de esquizofrenia, nem de histeria, mas sim do controle
da pessoa por uma força exterior, que a Igreja Católica
apelida – possessão.
Esta mulher, possessa e mãe de quatro filhos e é
continuamente atormentada até ao limite das suas forças. Apesar disso, procura cumprir o melhor possível os
seus deveres familiares. O fardo monstruoso, os tormentos causados pelos demônios que lhe perturbam o sono
noturno, as continuas revelações feitas pelos espíritos,
significam um martírio permanente. O seu único alívio
vem daqueles Sacerdotes que, contrariando as tendências atuais, se compadecem do seu estado, lhe ministram
os Sacramentos e recitam o Exorcismo.
inteligência acima da média, compreensão rápida e boa
memória. Da sua biografia, que ela própria escreveu à
máquina, extraímos as seguintes passagens (por motivos
compreensíveis omitimos nomes e lugares e, por questões de espaço, abreviamos as descrições).
« Os meus pais viviam numa pequena quinta. O lugar é muito isolado. Nasci na Suíça alemã, em 1937, no
Domingo do Santo Escapulário, dia em que a admissão
das crianças na Congregação do Escapulário era solenemente festejada. Fui batizada na terça-feira seguinte. Diz
a minha mãe que eu, em bebê, chorava imenso e dormia
excepcionalmente pouco. Pensavam, no entanto, que isso
era devido a problemas intestinais, mas nunca foi possível
fundamentar essas conjecturas dum modo satisfatório.
Na primavera de 1944, comecei a freqüentar a escola. Era uma criança tímida e muito calma. Aprendia com
facilidade. A leitura, a escrita e as contas, não apresentavam qualquer dificuldade para mim.
O meu lugar preferido era à beira do ribeiro, na
erva e junto das flores. Muitas vezes juntava-me com
outras crianças e gostávamos de agitar as pernas dentro
da água. As nossas conversas eram iguais às de qualquer criança desta idade. Também falávamos, às vezes,
de assuntos de caráter religioso, do Céu, do inferno, do
Purgatório.
Fiz a primeira Comunhão em 1946. Levei esse ato
muito a sério e preparei-me o melhor que pude. Dum
modo geral, posso dizer que o tempo escolar passou sem
incidentes dignos de nota. Desde muito nova acompanhava os meus pais ao campo, onde procurava ser útil. Os
meus irmãozinhos exigiam muito tempo e trabalho.
Depois da minha primeira Comunhão passei a ir
quase diariamente à Missa e à Sagrada Comunhão. Tinha,
então, a sensação, quando lia o meu Missal negligentemente ou rezava menos, de que as graças eram menos
abundantes. Aos treze anos, tive que agüentar ataques
mais ou menos duros de outras crianças. Cochichavam
que eu era uma “beata” e que queria ir para freira. Sentime profundamente envergonhada, mas, referindo-se ao
fato, a minha avó disse-me: «Ora, não dês ouvidos às outras crianças. Elas não sabem o que dizem. O que importa,
é que Deus esteja contente contigo.
Gostava muito de ir à Igreja e, quando na Missa
solene, o coro entoava cânticos, os altares estavam ornados de flores e o cheiro do incenso se espalhava, tinha
a impressão de que todos se encontravam muito próximo
do Céu.
***
Mas já em 25 de abril de 1977, por disposição da
Divina Providencia, tinha visitado a possessa e assistido a
um exorcismo, acompanhado pelo prelado Professor Dr.
Georg Siegmund, de Fulda. Como docente, formara gerações de Sacerdotes e como também teólogo, filósofo
e biólogo, publicara já um grande número de trabalhos
científicos, de tal modo que o físico de renome mundial,
o cristão evangélico Pascal Jordan, o qualificou como um
dos filósofos e teólogos mais importantes da atualidade.
Sem tomar posição relativamente ao conteúdo
das revelações demoníacas, o Prof. Siegmund atesta no
epílogo: «Relativamente à pessoa, estou convencido de
que não se trata, nem de uma histérica, nem de uma
psicopata ou de uma doente psíquica, o que aliás já foi
também confirmado por médicos especialistas. Os seus
fenômenos de possessão, como eu próprio pude observar, dão a impressão de se tratar de possessão autêntica.
Ela e também a sua família sofrem, pois que a autoridade
competente, impede uma verdadeira assistência espiritual, por receios, aliás, compreensíveis, numa época em que
reina a negação do espiritual.»
No seu testemunho, o Prof. Siegmund refere-se ao
número sempre crescente de pessoas, mesmo nas escolas superiores de Teologia, que negam a existência de
satanás e dos Anjos. Á esta atitude segue-se a destronização do Altíssimo.
A NOITE CAI
A VIDA POSSESSA
Embora a senhora em causa, devido ao seu estado
de saúde e à grande distância e isolamento da sua aldeia
natal só tivesse freqüentado a escola primária, possui
9
Algum tempo depois da morte da minha avó, em
1951, tive de enfrentar um período de duras provas.
Apoderaram-se, bruscamente, da minha alma, angústias
e escrúpulos que jamais experimentara anteriormente.
O sofrimento prolongou-se de modo inquietante. Eu
já não era a mesma! É claro que os meus princípios e a
minha atitude para com Deus se mantinham na mesma,
mas todo o meu universo mental se pôs a vacilar e eu fui
tomada de uma confusão profunda. Sentia uma enorme
apatia e, interiormente, uma total falta de interesse. A
doença e os sofrimentos atingiram uma intensidade tal,
que às vezes me sentia despedaçada. Os pensamentos
iam e vinham.
Fosse qual fosse o assunto das minhas reflexões,
jamais encontrava uma luz. E o pior é que não conseguia
libertar-me desses pensamentos. Era como se tudo estivesse gasto e apagado.
Uma ocasião, eu penso que no dia de Todos os
Santos, em 1952, (tinha, portanto quinze anos), no meio
de grande perturbação, disse à minha mãe: “Mãe, sintome num estado de grande atordoamento”. Ela disse-me
algumas palavras de confiança e acrescentou que tudo
havia de voltar ao normal.
Só era preciso que eu o quisesse verdadeiramente e procurasse a alegria perdida. Mas aí é que estava a
dificuldade: não consegui encontrá-la, embora a tivesse
procurado com todas as minhas forças. E, quanto à vontade, o que não teria feito e dado, para readquirir a minha
antiga liberdade! Mas isso não estava nas minhas mãos.
As minhas angústias aumentavam e eu já nem sequer
conseguia dormir sozinha no meu quarto. O meu pai mudou de quarto e, assim, pude ir para junto da minha mãe.
Embora ela estivesse junto de mim, o medo e a angústia
estrangulavam-me a garganta.
As pancadas do meu coração ressoavam até o pescoço. Sentia-me assaltada de um terror imenso que me
impedia até de falar. A angústia e o terror penetravam-me
a tal ponto que uma hora parecia-me quase uma eternidade! Independentemente disto, tinha a consciência de
que Deus queria que eu aceitasse estes sofrimentos pela
salvação das almas. Esforcei-me por aceitar tudo. Nesta
noite, também aconteceu algo de extraordinário, que me
impelia a aceitar este sofrimento. (Quando digo aceitar,
gostaria quase de acentuar que isto aconteceu na noite
em que dei o sim).
médicos e por curtas estadias no hospital. Como se esses
sofrimentos não bastassem, teve que mandar arrancar os
dentes porque um médico pensou que eles eram a causa
dos seus sofrimentos. Isto, porém, não levou a nenhuma
mudança no seu estado; foi apenas, para a pobre, um sofrimento suplementar.
A Divina Providência deu-lhe então um homem
sem fortuna, mas honesto. Casou com ele em 1962, embora a princípio a família a tivesse dissuadido de o fazer.
Esta mulher e mãe, na casa dos quarenta anos, deu à luz
quatro encantadoras crianças. Durante a gravidez e os
partos não experimentou quaisquer melhoras nos seus
inexplicáveis sofrimentos. Pelo contrário. Mais enfraquecida que nunca, ela foi levada para clínicas e casas de
repouso, mas por fim os especialistas de uma clínica de
grande nomeada, mandaram-na para casa, como uma
pessoa mentalmente sã, mas considerando-a um caso
inexplicável.
Injeções, eletrochoques e outros tratamentos,
ocasionaram-lhe maiores e insuportáveis sofrimentos,
interrompidos apenas por fugidios raios de luz. Por volta
de 1972, (então com 35 anos), registrou ligeiras melhoras.
Ela escreveu a este propósito:
« Descobriu-se, por acaso, que sofria duma falta
total de fósforo. Tomei umas cápsulas e, de fato registraram-se melhoras, no meu estado geral. Até que ponto
era fósforo, até que ponto era a vontade de Deus que me
dava finalmente alívio? Não sei! Consegui dormir, se é que
se pode chamar dormir a um mero passar pelo sono ou,
quando tudo ia pelo melhor, dormitar. Os estados de angústia eram cada vez mais raros, sentia de novo vontade
de rir e podia já fazer normalmente os meus trabalhos
caseiros. O meu marido andava radiante, mas não havia
ninguém que se sentisse mais aliviado do que eu. Podia
ter novamente dois filhos comigo, o que me dava uma
enorme alegria. Louvei e glorifiquei o Senhor por ter sido
finalmente liberta, mas nem por isso deixei de compreender que o sofrimento, por maior e mais esmagador
que seja, pode ser sempre uma graça. Por isso, pensava
muitas vezes que Ele sabia a razão de me ter conduzido
através desta noite.
ACEITAR A VONTADE DE DEUS
Era o começo da insônia total e, o mais simples era
aceitar a vontade de Deus. Mais tarde compreendi que
me envolvia e revolvia nesta cruel obscuridade, sem encontrar uma saída. Este tormento era o meu quinhão, dia
e noite, e ninguém podia ajudar-me. A minha madrinha
acompanhou-me ao médico, que ficava muito distante.
Ele disse que eu tinha apanhado uma inflamação nos rins
e na bexiga, e que isso atacara o sistema nervoso. Receitou-me medicamentos, mas continuei a piorar e algum
tempo depois, o médico mandou-me para o hospital.
Deste modo, esta pobre criança foi submetida, desde os catorze anos, ao mais duro dos martírios. Passou os
anos seguintes ajudando nos trabalhos domésticos, sendo essa atividade apenas interrompida pelos tratamentos
EXORCISMOS E REVELAÇÕES
10
Em 1974, sobreveio uma grave recaída. « A minha
irmã levou-me à casa de um bom homem que já tinha
prestado ajuda à muitas pessoas. Na sua presença, senti
bruscamente uma sacudidela no braço, sem que eu o tivesse movimentado. O homem disse de repente: ‘Penso
que a senhora está possessa.’ Em seguida, fui ter com um
Sacerdote, que se mostrou muito séptico, mas que apesar
disso, fez um exorcismo. Então, ele declarou-me que todos os sinais indicavam que se tratava de possessão. »
Finalmente, depois de difíceis exorcismos e de
muitas orações, um exorcista experimentado conseguiu
romper a barreira. Depois de vários exorcismos, os de-
mônios e as almas condenadas, com certos intervalos,
foram-se revelando. Conseguiu-se mesmo uma libertação
temporária, mas todos os demônios voltaram. Pediu-se a
um Bispo para dar autorização a um exorcismo oficial e
para tomar a responsabilidade.
No dia 8 de Dezembro de 1975, cinco exorcistas
obtiveram autorização para o Grande Exorcismo. Seguiram-se outros, de caráter mais limitado, em que estiveram presentes no máximo, três Padres. As revelações
feitas no decurso destes exorcismos pelos demônios, sob
as ordens da Santíssima Virgem, são as que se encontram
na presente obra.
para sempre.
Pedimos a todos os leitores destas linhas uma
oração muito especial por intenção desta alma tão sacrificada.
TESTEMUNHOS
TESTEMUNHO DO REV.º PADRE RENZ *
Devido ao empenhamento de um irmão espiritual
da companhia de Jesus, o Padre Rodewyk SJ, acedi a um
convite para me deslocar à Suíça onde, juntamente com
outros Padres, fiz cinco exorcismos, seguindo o método
de S.S. Leão XIII, de 10 de Junho à 13 de Julho de 1997,
à possessa.
De acordo com a minha experiência nestes assuntos estou convencido de que, no presente caso, se trata
de possessão e que as revelações feitas pelos demônios
resultam do comando e da coação evidente de um poder
superior. Isso não impede que os demônios resistam continuamente à essa imposição. O calvário extremamente
doloroso da possessa, desde há vinte e quatro anos, a sua
aceitação dos sofrimentos enviados por Deus, as muitas
orações de um grande número de pessoas e o conteúdo
das revelações feitas, são garantias de que elas são queridas por Deus e por Maria, Mãe da Igreja.
Naturalmente que todas as comunicações sobre a
verdadeira doutrina da Igreja e a sua situação atual, têm
que ser examinadas. A oposição levantada contra as revelações presentes denuncia a vontade destruidora dos demônios. O conteúdo do livro tem como objetivo uma sólida
renovação da Igreja. Aliás, não é a primeira vez que Deus
e a Santíssima Virgem se manifestam à Igreja através dos
demônios, como o prova a conhecida obra Sermões do
demônio, de Niklaus Wolf von Rippertschwand (13 de Junho de 1977).
* O Padre Arnold Renz, SDS, nasceu em 1911 e foi
ordenado Sacerdote em Passau, em 1938, como membro
da Ordem dos Salvatorianos. De 1938 até 1953 trabalhou
como missionário em Fuklen (China). De 1954 a 1963 foi
pároco e director espiritual de várias paróquias e institutos religiosos. A partir de 1965 a até 1976 foi pároco
em Rueck-Schippach St. Pius (em Spessart, Diocese de
Wurzburg). O Bispo Stangl, de Wurzburg, encarregou-o do
caso de possessão de Anneliese Michel, em Klingenberg.
Em seguida, voltou para a paróquia.
SITUAÇÃO PRESENTE
Os pais confirmaram, em algumas frases escassas
e sucintas, certas datas da vida da sua filha. Tanto eles
como ela ignoram até 1974 a origem dos seus indizíveis
sofrimentos. Tudo tentaram, quer através da Medicina,
quer da Psiquiatria, para que a filha pudesse ter alívio e
curar-se. Tudo em vão. Restou-lhes unicamente o caminho da oração.
O que mais impressiona na casa paterna é a
simplicidade e o horror a qualquer idéia de maravilhoso
e espetacular. A origem dos sofrimentos da filha é para
eles inexplicável e se entregam confiantemente à oração,
numa submissão total à vontade de Deus. Os numerosos
documentos, como cartas, registros gravados e fotografias tiradas durante os exorcismos, estão à disposição da
Igreja, para uma investigação canônica.
A Divina Providência nem sequer permitia que os
seus amigos ou vizinhos se interessassem pelo que estava a passar. A sua possessão só se manifesta na sua vida
interior e, embora seja cruelmente atormentada durante
noites inteiras, pode durante o dia desempenhar as suas
tarefas domésticas.
Desde 1975 que não freqüenta a Igreja é horrivelmente assediada pelos demônios, em diversas partes da
Santa Missa, à benção ou quando se encontra em contacto com relíquias ou objetos benzidos. Sempre que possível, é semanalmente visitada por um Sacerdote que lhe
ministra os Sacramentos.
OS PLANOS DE DEUS
Os sofrimentos expiatórios que esta mulher aceita
com tanta generosidade, a miséria interior que suporta e
o total abandono em que vive, particularmente nos dias
que se seguem aos exorcismos, em união com os sofrimentos de Cristo, com a sua agonia e abandono, decerto
muito contribuirão para a salvação das almas. A grande
preocupação desta alma reparadora é a de não entravar,
por sua culpa, as revelações feitas ao nosso tempo, pelos
demônios, sob as ordens da Rainha do Céu e da Terra, e
não permitir assim que, por negligência e descuido, muitas almas, que poderiam salvar-se, sejam condenadas
TESTEMUNHO DE DENKINGER,
JOVEM TEÓLOGO
11
Testemunho de um jovem teólogo, que analisou
directamente o texto do livro, antes da impressão definitiva.
« Depois duma leitura crítica da presente obra, de-
Padre Gregor Meyer, Trimbach
Padre Robert Rindere CPPS, Aww
Padre Louis Veillard, retirado, Cesneux-Péquignot
pois de ouvir algumas das gravações, depois de uma visita à mulher em questão, só me resta declarar o seguinte:
- Estou absolutamente convencido da autenticidade Divina das revelações aqui publicadas. Eu e a minha teologia
moderna temos de nos render perante uma humildade tão
grande, como a que se ressalta dos textos. »
Johannes Denknger (Teólogo diplomado, Olten)
Os Sacerdotes são todos de nacionalidade Suíça,
exceto o Padre Fischer, que é alemão. Todos participaram
nos exorcismos, salvo o Padre Gregor Meyer, que durante
algum tempo foi o diretor espiritual da senhora atacada e
que a conhece, muito bem. Dois outros Padres, de nacionalidade francesa, participaram também nos exorcismos.
NOTE BEM: Apesar do testemunho dos Sacerdotes
envolvidos e de outros peritos, desejamos declarar, de
acordo com o decreto do Papa Urbano VIII, que a este documento só se pode dar uma fé humana. Submetemos a
totalidade do texto ao juízo supremo da Santa Igreja.
Mas nós acrescentamos: Eles deveriam ser muito idiotas ou masoquistas a ponto de envolverem seus
nomes em uma revelação tão terrível, mal sabendo que
seriam tão perseguidos como de fato o foram e continuam
sendo ainda hoje. Nos dois artigos finais desta série, passaremos alguns comentários e uma entrevista na íntegra
com o Padre Amorth, talvez o mais célebre exorcista em
atividade. Esta entrevista não consta do livro, mas tem
relação íntima com ele.
Assim, temos a base das revelações que virão a
seguir. Estas coisas são importantes, para que o leitor
se familiarize com o tema, e não tenha medo de seguir
adiante. Tudo foi feito pela nossa Igreja Católica, dentro
das regras da Igreja Católica, de modos que não há o que
temer. Sempre digo a mesma coisa para a questão do
medo: Quem tem a alma limpa, quem tem a consciência
absolutamente tranqüila, não teme, pois Deus está com
Ele.
Esperamos que todos possam aprender, nos detalhes das revelações, tanto quanto eu. Para mim, foi uma
verdadeira escola de vida. Sobre este livro eu chorei, e
destas revelações do além, adquiri ainda uma força maior
para seguir avante na minha missão. Até o último trabalho desta série, o leitor terá lido 95 páginas de muitas
revelações.
Que a Santíssima Trindade nos ajude neste trabalho.
Nas mãos de Jesus e Maria
ALGUMAS OBSERVAÇÕES E
ESCLARECIMENTOS
Os demônios são forçados pelo Céu a falar, contra vontade, sobre a Igreja e a sua situação actual, de tal
modo que as suas declarações contrariam o seu reino e
favorecem o Reino de Cristo. No seu ódio, os espíritos
infernais evitam, na maior parte das vezes, pronunciar
o nome de Maria, da Bem-Aventurada, da Virgem ou de
Mãe de Deus. Referem-se à Virgem Santíssima como
: «Ela lá em cima.» Também não dizem: «Maria assim o
quer», mas, «Ela quere-o», «Ela força-nos», «Ela manda
dizer.» Do mesmo modo rodeiam, de diversas maneiras,
o nome de Jesus e da Santíssima Trindade. Muitas vezes
sublinham as suas palavras com um gesto do dedo da
possessa, apontando para cima ou para baixo.
Quando os demônios exigem orações, por exemplo,
quando dizem que é necessário recitar uma oração, ou
orações, antes de falarem, é claro que este pedido não resulta de um desejo do inferno, mas do Céu, que o exprime
por intermédio dos demônios. Durante as revelações feitas
por sua boca, a possessa foi violentamente atormentada
por dificuldade em respirar, convulsões, perturbações cardíacas e crises de sufocação. Daí o carácter muitas vezes
irregular das frases. Como estes exorcismos contrariavam
o inferno, os demônios recusaram-se muitas vezes em
continuar a falar. Além disso, punham objeções diversas,
rosnavam, gritavam, troçavam e cinqüenta por cento destes apartes foram omitido por questões de brevidade e
simplificação, mas, no conjunto, a luta foi muito mais dura
e prolongada do que o leitor poderá imaginar. É preciso ter
isto bem presente para não cometer o erro de pensar que
estas graves revelações foram obtidas facilmente.
ÁTRIO - OS EXORCISTAS
Arnaldo
Os Sacerdotes, cujos nomes se seguem, declaram
que, baseando-se no seu conhecimento pessoal do caso
de possessão, estão absolutamente convencidos da autenticidade das revelações feitas pelos demônios, sob a
ordem da Santíssima Virgem.
GRITOS DAS TREVAS
Parte 2
Padre Albert d’Arx, Niederbuchsiten
Padre Arnold Egli, Ramiswil
Padre Ernest Fischer, Missionário, Gossau
Padre Pius Gervasi, OSB, Disentis
Padre Karl Holdener, retirado, Ried
Em toda a minha vida, sempre tive muito pavor
do inferno. Já desde pequenino, de um modo especial
da parte de minha querida vovó materna, Gertrudes, ouvi
muitos alertas contra as trevas, e disso eu guardei um
12
enorme receio. Depois, como já falei em outro artigo, a
cada meio ano, mais ou menos, eu tinha um pavoroso
pesadelo com os demônios, que me fazia tremer por horas seguidas. Disso resultou hoje, não um medo – porque
estou nas mãos da divina Providência e isto me basta –
mas um respeito e um conhecimento de causa, que me
fez tornar em adversário encarniçado das trevas. Porque,
estando nas mãos deste nosso Deus, tão poderoso e bom,
nada temo, e por isso vou continuar alertando, contra o
inferno e contra os demônios, a todos aqueles que assim
o desejarem. Afinal ele é nosso único grande inimigo, ao
qual devemos temer, pois é justo aquele que, além de nos
matar no corpo, pode também nos roubar a alma, conforme disse Jesus. O trabalho a que agora sigo, exige que o
leitor tenha paciência de me acompanhar por mais dez
textos além deste, com o mesmo título, porque não posso
colocar tudo em um trabalho só. Ontem à noite, quando eu
procurava um texto específico, entre as centenas de arquivos que já tenho, topei com o livro dos Sete Exorcismos,
denominado Avisos do Além, e bruscamente entrei nele.
Não consigo me lembrar que alguma vez tivesse recebido
isso via internet, somente em xerox, que já consultei. E à
medida que mergulhava naquela leitura, percebi o quão
rica fonte de alerta ela ainda continua sendo, para que se
possa mostrar ao leitor o estado interno da Igreja – em
especial – e também da humanidade, que hoje mergulha
à alta velocidade rumo aos braços do maligno. E daí me
surgiu a idéia de preparar a matéria em textos mais curtos, facilitando a leitura e dando dinâmica ao texto. Como
vou fazer cortes e colagens, vou me ater o quanto possível
apenas ao original.
Digo antes, que o livro destas revelações, já teve
em si muitos cortes para facilitar a leitura, por causa dos
uivos, berros, gemidos, imprecações e maldições que os
espíritos infernais emitiam, ao serem exorcizados. Mas
nós vamos retirar ainda mais coisas, para que permaneça apenas o cerne das revelações. É que, pela força da
Santíssima Trindade, pela força do Império de Rainha, de
Nossa Senhora, esta Mãe carinhosa, sempre tão preocupada com nossa salvação, obrigou os demônios, contra a
sua vontade, mesmo em grande desespero de ódio, a terem que falar a verdade, sobre suas ações, sobre os seus
projetos, sobre suas conquistas, exatamente para alertar
os homens sobre seu poder.
E assim, usando as mais diferentes potestades do
céu, por ordem da Virgem Maria, o padre ia conjurando os
maus espíritos a falarem a verdade, sempre e somente a
verdade, para desespero do inferno, que não quer ver estas coisas reveladas. Até mesmo este livro, para chegar ao
prelo, levou mais de 15 anos, tamanha a luta do maldito
para que tais coisas não viessem a público. E hoje, ainda,
é enorme a pressão que o inferno exerce, especialmente
sobre os sacerdotes, para que eles não coloquem os olhos
nestes escritos. Pessoalmente, por uma certeza íntima e
forte de meu coração, considero-os da mais alta confiabilidade, tanto que me exponho a fazer esta divulgação sem
medo. Com certeza servirá para que mais gente se ponha
a rezar, porque o estado interior da Igreja, é de verdadeira
podridão, pelo que se verá.
Mais algumas considerações, antes de entrar no
tema: Sempre os demônios evitam o nome de Maria e
por isso, usando o dedo da possessa, apontam para cima
e dizem (Aquela lá de cima), ou a chamam de A Grande Senhora. Quando se referem ao Céu, apontam para
cima. Quando se referem ao inferno, apontam para baixo.
Tudo isso permanecerá no texto, saindo fora apenas as
incitações e as invocações do exorcista. Também cortarei
alguns pequenos textos que são menos esclarecedores
ou que causarão dúvida. Enfim, eu poderia até tentar
resumir cada tópico, com a minha linguagem, mas creio
que assim ficará melhor, porque se eu explicasse, seria a
palavra apenas de quem imagina, mas a dos demônios,
é a palavra de quem sabe, que, além disso, é bem mais
inteligente. Vamos a eles:
1º EXORCISMO DE 14 DE AGOSTO DE 1975
Contra: Akabor, demônio do Coro dos Tronos (Identificado pela letra - A)
Allida, demônio do Coro dos Arcanjos (Identificado
pelas letras - AL)
Nota: Em todos os exorcismos, os preparativos
eram intensos e compreendiam orações especiais do ritual Romano, consagrações, Salmos prescritos, o Rosário,
Ladainhas, Exorcismos, etc... Os Sacerdotes exorcizam
demônios previamente identificados.
Exorcista (E) – Demônio Akabor, nós, Sacerdotes,
representantes de Cristo, ordenamos-te, em nome da
Santa Cruz, do Preciosíssimo Sangue, das Cincos Chagas,
das catorze estações da Via Sacra, da Santíssima Virgem
Maria, da Imaculada Conceição, de Lurdes, de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, de Nossa Senhora do Monte
Carmelo, de Nossa Senhora da Grande Vitória de Wigratzbal, das Sete Dores de Maria, de São Miguel Arcanjo, dos
nove Coros Angélicos, do Anjo da Guarda desta mulher, de
São José terror dos espíritos malignos; dos Santos Padroeiros desta mulher, de todos os Santos Anjos de Guarda e
Anjos dos Sacerdotes, de todos os Santos do Céu, especialmente de todos os Santos Exorcistas, do Santo Cura
d’Ars, de São Bento, dos servos e servas de Deus, Padre
Pio, Teresa de Konnersreuth, Catarina Emmerich, de todas
as Almas do Purgatório, e em nome do Papa Paulo VI, –
ordenamos-te, então, Akabor, como Sacerdotes de Deus,
em nome de todos os Santos que acabamos de invocar,
em nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho, e do
Espírito Santo, volta para o inferno.
O INFERNO É HORRÍVEL
13
A – Tenho ainda que falar...
E – Diz a verdade e só a verdade, em nome da
Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem Maria da Ima-
culada Conceição(...).
A – Sim, em seu nome, e em nome dos Tronos de
onde venho, tenho ainda que falar. Eu estava nos Tronos.
Eu, Akabor, tenho que dizer (respira ofegantemente e grita
com uma voz horrível) como o inferno é horrível. É muito
mais horrível do que se pensa. A Justiça de Deus é terrível; terrível é a Justiça de Deus! (grita e geme).
(...) O inferno é bem pior do que à primeira vista e
superficialmente poderíeis pensar; a justiça... mas é preciso muita confiança, é preciso rezar muito, é necessária
a confissão, tudo é necessário. Não se deve condescender facilmente com os modernismos. O Papa é que diz a
verdade.
vem dos seus Cardeais.
Deles passou aos Bispos, e depois os Bispos pensaram que era matéria de obediência, que deviam obedecer aos Cardeais. Daí, a idéia passou aos Sacerdotes
e também eles pensaram que tinham de se submeter,
porque a obediência se escreve com maiúsculas.
Não se é obrigado a obedecer nos maus. É ao Papa,
a Jesus Cristo e à Santíssima Virgem, que é preciso obedecer. A Comunhão na mão não é de modo algum querida
por Deus.
* Sobre a comunhão na boca, exatamente por
causa destas revelações, perguntamos à Nossa Senhora,
através do Cláudio e ela disse: Esta é apenas uma opinião
dele, Akabor, mas não é a opinião de Jesus, nem a minha.
Ela explicou, porém, que Akabor não mentia, porque ele,
de fato, achava que fosse assim. Entretanto, se a norma
canônica assim o permite, certamente que nem Akabor
tem algo a dizer, quanto nem o Céu irá pregar contra uma
norma válida. Na verdade, a Eucaristia é mais forte que
uma simples norma, ou fórmula, que pertence a Igreja e
a mais ninguém. O que importa é apenas o coração, para
o qual ela é administrada. Quem não está em estado de
graça para receber Jesus, mesmo que o receba de joelhos
sangrando estará a cometer um sacrilégio. E para estes,
lembro que escolher filas, evitar ministras, tudo isso é falta grave. É julgamento! (Aarão)
A JUVENTUDE É ENGANADA
A – Os lobos estão agora... (...). Os lobos estão agora no meio de vós, mesmo no meio dos bons. (...). Como já
disse, tomam a forma de Bispos e Cardeais. (...). Digo isto
bem contra a minha vontade. Tudo o que digo é contra a
minha vontade. Mesmo a juventude... a juventude é enganada. Pensa que poderá com algumas... Com algumas
obras caritativas alcançar o Céu (1), mas não pode, não!
Nunca! Os jovens devem, – embora me custe muito tenho
que dizer...
(1) Infelizmente, em especial no Brasil e na América
Latina, não são só os jovens pensam que com algumas
caridades apenas, ganham o céu. Também bispos e cardeais pensam a mesma coisa. Enquanto as almas morrem
por falta do conhecimento e da instrução, sobre as coisas
mais elementares da sua fé, eles organizam filas de cestas básicas, quando não, mandam pegar em foices e facões para os exigir a força. Que esperem então a hora da
retribuição e da cobrança. Se não se converterem, podem
desde já aprender a gritar.
O CULTO À SANTÍSSIMA VIRGEM.
A – Os jovens devem habituar-se a fazer peregrinações. Devem voltar-se, cada vez mais, para a Santíssima
Virgem; não devem bani-La. Devem... devem reconhecer
a Santíssima Virgem e não viver segundo o espírito dos
inovadores. Não devem aceitar absolutamente nada deles
(grita cheio de fúria). Eles é que são lobos. A esses, já os
temos, já os temos bem seguros.
Os jovens, atualmente, crêem que realizam coisas
maravilhosas quando fazem algumas obras caritativas e
se reúnem uns com os outros. Mas isso não é muito. É
até fácil, quando simpatizam uns com os outros, mas só
isso não é nada. É preciso que os jovens façam sacrifícios,
que adquiram espírito de renúncia, é preciso que rezem.
Devem freqüentar os Sacramentos, devem freqüentá-los
ao menos uma vez por mês*. Mas a oração e o sofrimento são também importantes. Antes de tudo isto eu tenho
ainda que dizer...
* Lembramos que a participação na Santa Missa é
semanal, e não mensal. O que aqui ele quis dizer, é que
a maioria dos jovens, nem mais uma vez por mais vai à
Missa. Ou seja, já seria um pouco bom, se fossem pelo
menos esta uma vez por mês.
COMUNHÃO NA BOCA
A – Devem receber convenientemente os sacramentos... fazer uma confissão verdadeira e não apenas
participar nas cerimônias penitenciais e na Comunhão.
A Comunhão, o celebrante deve dizer três vezes “Senhor
eu não sou digno”, e não uma vez só. Devem receber a
Comunhão na boca, e não na mão.
Nós trabalhamos durante muito tempo, lá em baixo
(aponta para baixo) até conseguirmos que a Comunhão na
mão fosse posta em prática. A comunhão na mão é muito
boa para nós, no inferno; acreditai! Ela (aponta para cima)
quer que eu diga...(...)
Ela quer que eu diga... que se Ela, a grande Senhora, ainda tivesse, recebida a Comunhão na boca, mas
de joelhos, e haveria de se inclinar profundamente assim
(mostra como procederia a Santíssima Virgem).
Tenho que dizer que não se deve receber a Comunhão na mão. O próprio Papa, dá a Comunhão na boca.
Não é da sua vontade que se dê a Comunhão na mão. Isso
IMITAÇÃO DE CRISTO
14
A – ...antes disto tenho que dizer que o mundo de
hoje, mesmo o mundo católico, esqueceu por completo
esta verdade: é preciso sofrer pelos outros. Caiu no esquecimento que todos vós formais o Corpo Místico de Cristo e
que deveis, todos, sofrer uns pelos outros (chora como um
miserável e geme como um cão). Cristo não realizou tudo
na Cruz. Abriu-vos a porta do Céu, mas os homens devem
reparar uns pelos outros. As seitas bem dizem que Cristo
fez tudo, mas isso não corresponde à verdade. A Paixão de
Cristo continua; em Seu Nome, ela continuará até ao fim
do mundo (resmunga).
neamente, a sua presença deixa de lhes ser perceptível,
mas apesar disso devem imitar os sofrimentos de Cristo,
sobretudo os que Ele chamou a sofrer muito.
Há muitos que, então, pensam que já não são normais – a maior parte o é – e então capitulam, capitulam
muito mais facilmente. Pensam então que têm que se suicidar, porque já ninguém os compreende. É o nosso triunfo. A maioria vai para o Céu, mas apesar disso, é o nosso
triunfo, porque... Não cumpriram a sua missão, deveriam
ter continuado a viver.
No mundo de hoje há cruzes extremamente pesadas. É Ela que o manda dizer (aponta para cima). Essas
cruzes são muitas vezes mal suportadas. Cruzes visíveis,
como o cancro, defeitos físicos ou outras enfermidades,
são muitas vezes mais fáceis de suportar que as angústias ou noites do espírito, que muitas pessoas têm de
agüentar atualmente.
Ela, lá em cima (aponta para cima), manda dizer o
que já uma vez transmitiu através duma alma privilegiada: «Eu enviarei aos meus filhos sofrimentos tão grandes
e profundos como o mar.»*. Esses (as pessoas), a quem
foram destinadas cruzes tão pesadas – alguns são escolhidos de há muito – não devem desesperar.
Estas cruzes que acabo de referir, são cruzes que
parecem inúteis e absurdas. Podem levar ao desespero.
Muitas vezes, parecem impossíveis de suportar, mas são
essas as mais preciosas.
Eu, Akabor, quero ainda acrescentar: Ela (aponta
para o alto) quer gritar a todos esses que carregam uma
Cruz: «Coragem! Não desanimeis!» Na Cruz está a salvação, na Cruz está a vitória. A Cruz é mais forte que a
guerra.
* Trata-se aqui da mensagem de Marienfried, dada
na Alemanha em 1945. Cfr. o livro «A Paz de Maria» das
edições ACTIC, que apresenta essas Mensagens.
SENTIDO DO SOFRIMENTO
A – É preciso que ela (a Paixão de Cristo) continue.
Tem que sofrer uns pelos outros e oferecer os sofrimentos
em união com a Cruz e os sofrimentos de Cristo. Deve-se
sofrer em união com a Santíssima Virgem e com todas as
renúncias que Ela suportou durante a Sua vida, unir os
próprios sofrimentos, nos horríveis sofrimentos de Cristo
na Cruz e na Sua Agonia, no Jardim das Oliveiras.
Esses sofrimentos foram mais terríveis do que
aquilo que os homens poderão pensar. Cristo, no Jardim
das Oliveiras, não sofreu apenas como podereis talvez
pensar. Ele foi esmagado pela Justiça de Deus, como se
Ele próprio tivesse sido o maior dos pecadores, como se
estivesse condenado ao inferno. Teve que sofrer por vós,
homens; do contrário, não teríeis sido salvos. Teve de suportar os mais terríveis sofrimentos a ponto de pensar que
iria para o inferno.
Os sofrimentos foram então tão fortes que Ele se
sentiu completamente abandonado pelo Pai Celeste, Suou
Sangue, porque se sentiu totalmente perdido para o Pai e
abandonado por Ele. Sentiu-se esmagado como se fosse
um dos maiores pecadores. Eis o que Ele fez por vós, e
vós deveis imitá-Lo.
Estes sofrimentos têm um valor imenso. Esses
sofrimentos, esses momentos obscuros, esses terríveis
abandonos, quando se está convencido de que tudo está
perdido, e que o melhor é pôr termo à vida.... Eu não quero
dizer mais, não...(respira com grande dificuldade).
E precisamente quando se sofre assim, quando
tudo parece estar perdido, quando a pessoa se julga totalmente abandonada por Deus, quando crê ser a mais
miserável das criaturas, é então que Deus pode meter a
Sua Mão no jogo. Estes sofrimentos, estes horríveis e tenebrosos sofrimentos, são os mais valiosos (lança gritos
e uivos terríveis) que existem. Mas é precisamente que a
juventude desconhece a isso. A maioria dos jovens ignoram-no e é aí que reside o nosso triunfo.
O MODERNISMO
ACEITAÇÃO DO SOFRIMENTO
A – Muitos, a maioria, suicidam-se quando se
crêem abandonados por Deus e pensam ser as criaturas
mais miseráveis. Por mais escura que seja a noite, Deus
está próximo deles, embora eles já não O sintam! Deus
está então como se já não estivesse. De fato, momenta-
15
A – O modernismo é falso. É preciso virar as costas ao modernismo. É obra nossa, vem do inferno. Mesmo
os Sacerdotes que difundem o modernismo nem sequer
estão de acordo entre si. Ninguém está de acordo (1). Só
este sinal vos deveria bastar.
O Papa é atormentado pelos seus Cardeais, pelos
seus próprios Cardeais... está rodeado de lobos.
Se não fosse assim, poderia dizer mais, mas ele
está como que paralisado. Já não pode fazer muito; agora,
já não pode fazer muito. Deveis rezar muito ao Espírito
Santo, rezar agora e sempre ao Espírito Santo. Então,
compreendereis no mais profundo de vós mesmos o que
é preciso fazer. Aconteça o que acontecer, não vacileis na
vossa antiga fé. Devo dizer que este Segundo Concílio do
Vaticano não foi tão bom como se pensa. Em parte, foi
obra do inferno.
(1) Deus criou uma Igreja única. Ele dever antão,
também, andar na unidade. Ora quando não há unidade
de sentimentos, porque não na unidade de Doutrina, certo
é que o Espírito Santo também não está ali, porque Ele não
é Espírito de confusão. O que você dirá então da ala direita
e a da ala esquerda da Igreja no Brasil? Desde há quanto
tempo você imagina que o Espírito Santo não assiste mais
a uma reunião de nossos Bispos, que se dirigem apenas
por sentimentos e idéias racionais, e humanas? Quantos
deles ainda buscam com exclusividade as questões da
alma, da vida eterna e da salvação? Talvez nenhum!
se isso tivesse sido possível. Não sendo esse o caso, é
evidente que o Seu Sangue não foi derramado pelos demônios. Em principio, a Redenção de Cristo destinava-se
a todos os homens, mas na prática estava limitada pela
sua liberdade de recusa. Assim o Sangue de Cristo não
aproveitou àqueles que O recusaram, deste modo e por
sua culpa, foram condenados no inferno, onde partilham
do destino irrevogável dos demônios.
*** A celebração desta Missa de São Pio V foi autorizada pela Santa Sé num documento assinado por João
Paulo II.
OBS: No Evangelho de Mateus, em 26,28 está: Por
muitos homens... Eis o ardil do demônio: Se dissermos
que Jesus NÃO MORREU por TODOS, então eles dirão que
Ele faliu em sua missão. Se dissermos que morreu por
todos, então podem dizer que TODOS se salvarão, embora
em vida sejam verdadeiros demônios, e até os próprios se
poderiam salvar, o que seria um absurdo. Ou seja, querem apenas justificar a própria malícia. Na verdade, Jesus
morreu apenas por aqueles que livremente quiserem se
aproveitar dos Méritos infinitos de Sua Paixão Redentora. E estes são, sim, MUITOS, mas não todos. Judas, por
exemplo, não quis se salvar, por isso está onde está! Ora,
uma simples gota do Sangue de Jesus – tão precioso é
– seria suficiente para salvar a todos. Mas que diriam os
adversários de Deus, se nem com TODO o sangue derramado ainda não aceitam? Até quando o homem fará
pouco caso de Deus?
A SANTA MISSA: POR MUITOS
A – Sem dúvida, que havia certas coisas que precisavam ser mudadas, mas a maior parte, não. Acreditaime! Na Liturgia não havia praticamente nada que necessitasse de ser mudado. Mesmo as leituras e o próprio
Evangelho não deviam ser lidos em línguas nacionais. Era
bem melhor que a Santa Missa fosse celebrada em latim.
Considerai por exemplo, a Consagração; basta a
Consagração, é típico. Na Consagração empregam-se
as palavras: «Isto é o Meu Corpo que será entregue por
vós.» e, em seguida, diz-se «Este é o Meu Sangue que
será derramado por vós e por muitos.» Foram estas as
palavras de Cristo.
E – Não é correto dizer «por todos?» Diz a verdade,
em nome (...)
Claro que não! As traduções nem sempre são
exatas e esse é, sobretudo o caso de «por todos.» Não
se deve e não se pode dizer «por todos»; deve dizer-se
«por muitos.» Se o texto não está correto, já não encerra
a plenitude de graças. Claro que a Santa Missa continua a
ser válida, mas o canal de graças corre agora parcimoniosamente. E a Consagração já não acarreta tantas graças
como quando o Sacerdote a pronunciava convenientemente, de acordo com a Tradição Antiga e com a vontade
de Deus. É preciso dizer-se «por vós e por muitos»,* tal
como Cristo disse. Não! Ele bem desejou derramá-lO por
todos, mas de fato ele não foi derramado por todos.
E – Por que muitos O recusaram? Diz a verdade,
em nome (...)
A – Exatamente. Assim, Ele não derramou o Seu
Sangue por todos, pois não O derramou por nós, os do
inferno.** O novo ordinário da Missa – os Bispos mudaram
a Missa Tridentina – a nova Missa, não corresponde exatamente à vontade d’Eles, lá em cima (aponta para cima).
É a melhor que existe, é a Missa-tipo, a verdadeira e a boa
Missa (geme).***
Tudo o que disse foi contra a minha vontade, mas
a isso fui obrigado. Foi Ela, lá em cima (aponta para cima)
que me forçou (rosna).
* Na Missa de Paulo VI, em Latim conservou-se a
fórmula correta. De fato, aí se diz: « Pro multi », ou seja
por muitos. As traduções, inclusivamente a portuguesa,
atraiçoaram o texto e puseram uma palavra inexistente:
« por todos.»
** De certo Cristo teria resgatado os demônios,
O ECUMENISMO
16
A – Na época que atravessamos não se deve obedecer a Bispos modernistas. Vivemos na época a que Cristo se referiu, dizendo: « Surgirão muitos falsos cristos e
falsos profetas » (Mc 13-22). São eles os falsos profetas!
Já não se pode acreditar neles; em breve, já ninguém os
poderá acreditar, porque ele... porque eles... aceitaram
excessivas novidades. Nós estamos neles, nós, os lá de
baixo (aponta para baixo), é que os incitamos. Muito tempo nós passamos em deliberações, para ver como destruir
a Missa Católica.
Já Catarina Emmerich (1), há mais de cem anos,
dizia: « Foi em Roma...» Numa visão, ela viu Roma, o Vaticano. Viu o Vaticano rodeado por um fosso profundíssimo,
e do outro lado do fosso estavam os descrentes. No centro
de Roma, no Vaticano, encontravam-se os Católicos. Estes atiravam para esse fosso profundo os seus altares, as
suas imagens, as suas relíquias, quase tudo, até o fosso
ficar quase cheio. Essa situação... esses tempos, vivemolos agora (grita com uma voz medonha).
Então, quando o fosso ficou cheio, os membros das
outras religiões puderam realmente atravessá-lo. Atravessaram-no, olharam para dentro do Vaticano, e viram como
os católicos, os católicos de hoje, a Missa moderna, pouco
tinha para lhes oferecer. Abanaram a cabeça, voltaram as
costas e foram-se. E muitos de entre vós, católicos, são
suficientemente estúpidos para ir ao encontro deles. Mas
eles não dão um passo na vossa direção.
Quero ainda acrescentar mais qualquer coisa.
(1) Sobre este livro, falaremos nos capítulos seguintes.
a Santíssima Virgem te encarregou de dizer!
A – Ela encarregou-me de dizer o que eu fui obrigado a dizer e o que disse. Tudo o que revelei, foi contra a
minha vontade (chora despeitado).
E – Em nome..., disseste tudo?
A – Sim!
(1) Novamente aqui, se trata apenas de opinião
dele, embora não minta se assim disser. Primeiro, os
leigos podem sim, distribuir a Eucaristia, quando não há
padres em número suficiente, para distribuir a comunhão
para todos, num tempo sensato. A Igreja tem sim o poder
de instituir ministros e ministras da Eucaristia. Enquanto
existir Igreja na terra, ela terá este poder, de ligar e desligar. Pode ser até que o Céu não goste destas coisas,
mas jamais pregaria contra elas abertamente, porque
seria um Reino dividido contra si mesmo conforme disse
Jesus. Uma coisa é alertar contra uma situação grave de
desmando na Igreja, outra muito diferente é pregar contra
a autoridade constituída. A primeira é obrigação de todos
nós, a segunda é pecado grave. O desmando e o erro, só
se corrigem através de um Concílio, a rebeldia, somente é
sanada no confessionário.
A LITURGIA
A – Na Missa Tridentina fazia-se o Sinal da Cruz
trinta e três vezes, mas agora faz-se muito menos vezes:
duas, três, quando tudo vai pelo melhor. E na última, na
benção final, já não é necessário ajoelhar (grita e chora
desespero). Podereis imaginar como nós ajoelharíamos,
como nós cairíamos de joelhos se porventura pudéssemos? (geme e chora).
E – É correto fazer o Sinal da Cruz, trinta e três vezes, durante a Santa Missa? Diz a verdade, em nome (...).
A – Não é só correto, como também obrigatório. É
que assim nós não conseguiríamos ficar, pois seríamos
obrigados a fugir da Igreja. Mas, assim, ficamos. Devia
também se restabelecer a cerimônia da aspersão. A aspersão com água benta obriga-nos a fugir e o mesmo
se passa com o incenso. Era também preciso voltar a
queimar-se incenso. Era bom que depois da Santa Missa
se recitasse a Oração a S. Miguel Arcanjo, três Ave-Marias
e a Salve Rainha.
Os leigos não devem dar a Sagrada Comunhão
(1) (dá gritos horríveis), de modo nenhum!! Nem sequer
as religiosas. Nunca! Pensais que Cristo teria confiado
essa missão aos Apóstolos, se as mulheres e os leigos
também o pudessem fazer (geme)? Sou obrigado a dizer
isto! Allida, ouviste Allida, ouviste o que me obrigaram a
dizer? Allida, tu também podes falar! (O outro responde
encolerizado: Fala tu!)
E – Já acabaste Akabor, em nome (...) disseste
tudo, disseste toda verdade?
A – Ela, lá em cima (aponta para o alto), não permite que eu seja atormentado pelo velho (lúcifer), porque
eu sou obrigado à estas coisas por vós e pela Igreja. Ela
não o permite... e ainda bem! Mas isto não é bom para
os lá debaixo (aponta para baixo), não é bom para nós
(grita e geme).
E – Em nome da Santíssima Virgem, continua. Tens
ainda alguma coisa a dizer? Pelo poder dos Santos Tronos,
teus antigos companheiros, tens alguma coisa a acrescentar?
(Após sete horas de oração e seis horas de exorcismo, sem beber nem comer, algumas das pessoas presentes sentem-se fatigadas).
A – Podeis ir-vos embora. Ficaremos contentes, se
vos fordes. Ficaremos contentes. Ide-vos! Porque disse
tudo isso, porque fui obrigado a dizê-lo. Ela concedeme ainda uns momentos. Tens que recitar três vezes: «
Santo, Santo, Santo...». (As pessoas presentes recitam a
oração).
E – Em nome da Rosa Mística..., Akabor, diz o que
EXPULSÃO DE AKABOR
17
E – Nós te ordenamos agora, Akabor, em nome da
Santíssima Trindade, do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
da Santíssima Virgem Maria, do Coração Imaculado de
Maria, dos Santos Arcanjos, dos Coros Angélicos, que digas se nos revelastes tudo o que o Céu te tinha mandado
dizer! Diz a verdade em nome do Preciosíssimo Sangue!
A – Se ele tivesse sido também derramado por
nós, teríamos sido homens. Mas nós não éramos homens.
Se fossemos homens, não teríamos sido tão estúpidos.
No fundo, ainda tendes mais sorte que nós... Isso não é
possível...!
E – Akabor, vai-te em nome (...)! O teu discurso
acabou, a tua missão está cumprida. Grita o teu nome e
volta para o inferno!
A – Não sou obrigado a ir já. Ela ainda me permite
um certo tempo.
E – Tem que sair outro demônio contigo?
A – Não! Eu, Akabor, tenho de ir primeiro, mas
tendes que rezar ainda sete Ave-Marias em honra das 7
Dores de Maria. É sob as suas ordens (aponta para o alto)
que eu as vou dizer:
– A primeira, pela sua dor na profecia de Simeão:
«Uma espada de dor te trespassará o coração.»
– Depois, a fuga para o Egito, considerando as lágrimas e os tormentos que Ela então sofreu.
– Perda do Menino Jesus no Templo: imaginemos
a angústia que Ela padeceu, pois que Ele era o Filho de
Deus.
- Ela encontra Jesus no caminho do Calvário: a humilhação em que Ela viu o Seu Filho.
– A horrível, a mais horrível dor: na Crucificação e
GRITOS DAS TREVAS
Parte 3
morte na Cruz. Quanto Ela não padeceu: lágrimas, angústias, desânimo.
– A descida da Cruz: Aquele Corpo horrivelmente
desfigurado, que em conjunto levaram para o túmulo. Em
que estado de espírito não terá Ela assistido a tudo isto.
– Finalmente, a deposição no túmulo: A Sua Dor
imensa, a sua tristeza. Ela sofreu horrivelmente. (Terminadas as orações, grita com uma voz cheia de ódio):
A – Agora, três vezes: « Santo, Santo, Santo,...». (as
pessoas presentes recitam-no).
E – Em nome da Santíssima Trindade (...), em seu
nome, deves agora voltar para sempre para o inferno,
Akabor!
A – (geme e grita com uma voz terrível): Sim...!
E – Em nome (...) grita o teu nome e vai-te para o
inferno! Vai-te em nome dos teus antigos companheiros,
os Santos Tronos que servem a Deus. Tu nunca serviste
a Deus!
A – (gemendo): Eu bem queria servir a Deus, mas
Lúcifer não o quis.
E – Tens que te ir agora. Nós, Sacerdotes, te ordenamos em nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho,
e do Espírito Santo. Tens de te ir embora, em nome do
Coração de Maria e em nome das Sete Dores de Maria.
A – (grita como louco, cheio de desespero).
E – Em nome (...) vai para o inferno! Grita o teu
nome!
A – A-KA-BOR (grita o nome chorando). A-KA.
BOR!!E – Vai para o inferno e não voltes mais, nunca
mais, em nome (...).
AL – Agora, é Allida quem fala.
E – Em nome da Santíssima Trindade, nós te ordenamos, que nos diga Allida, se Akabor partiu.
AL – Ele cá já não está. Partiu. Lúcifer e a sua pandilha vieram buscá-lo
Vejam, que impressionantes e terríveis revelações.
Nenhum coração humano ficará de todo insensível diante
de um terror destes. Também não poderá ficar desligado,
depois de tantos erros que se cometem, de tantas vitórias
do inferno, e de tanta insensatez do homem. É preciso,
agora, mais do que nunca, centrar nosso esforço na oração. A oração pode muito! A oração move o coração de
Deus. A oração pode tudo, se for rezada por todos!
Mas, é certo, infelizmente são poucos os que rezam, e parecem ser a cada dia menos. E justo por isso
teremos logo a explosão final desta batalha com as trevas.
Eles estão sedentos de sangue e armados até os dentes.
Eles ocupam a maioria dos pontos chave do mundo, e até
da Igreja. Falta-lhes apenas expulsar João Paulo II. E o
caos reinará no mundo.
Rezemos o Rosário de Maria, verdadeiro terror dos
demônios
Continuamos então nosso roteiro de esclarecimento contra o poder das trevas. O segundo exorcismo, que
apresentamos aqui, é certamente para mim um dos mais
terríveis e pavorosos. Não só pelo teor das revelações, mas
também por se tratar de uma alma que foi condenada, ou
seja, alguém que viveu na terra, mais especificamente Judas Iscariotes, o traidor de Jesus. Antes, eu sequer imaginava que também as almas caídas assumissem tal condição, mas vejo agora o quanto isso é importante, porque se
trata de alguém que viveu na carne as nossas realidades.
Pior, alguém que conviveu com o próprio Jesus, que não
era apenas sacerdote, mas sim bispo.
Realmente, é preciso ter uma certa fortaleza interior para conseguir ler estes textos, sem emocionar-se
profundamente e sem chorar. Também sem sentir medo,
pavor! Mas é preciso que se tenha forças, para isso, para
rezarmos mais, e lutarmos, com todas as nossas forças
pela nossa Igreja, e para que nenhuma alma caia nos
abismos infernais. Sei que salvar a todos é impossível,
mas bastaria uma só, que já valeria a pena. Bastaria que
apenas um só padre ou bispo, lesse estes textos, que se
desse conta do quanto o demônio é mau. Ai a gente teria
mais um a alertar contra o poder das trevas.
Antes de começar, seria até bom o leitor fazer uma
oração ao Espírito Santo, e rezar o pequeno Exorcismo de
São Miguel. Isso será de muita valia!
EXORCISMO DE 14 DE AGOSTO DE 1975
Contra: Judas Iscariotes (O Traidor: alma condenada)
J – Se eu a tivesse então escutado!(1) (aponta para
cima). Ela estava perto de mim (geme com uma voz horrível). Ela, lá de cima (aponta para cima), mas eu repeli-A.
E – Continua, Judas, diz o que tens a dizer em nome
da Santíssima Virgem! Diz a verdade e só a verdade!
J – Eu sou o mais desesperado de todos (geme).
(1) Judas inicia com um triste e pavoroso lamento,
pelo fato de haver rejeitado os avisos e os conselhos de
Nossa Senhora, que lhe tinha um carinho especial. Mas
vejam a maldade dele: Justo porque Nossa senhora o tratava de forma especial, melhor que aos outros, ai mesmo
é que ele a odiava. E a Jesus, ele de fato odiava, por achar
que Jesus tinha todos os dons, e as qualidades de líder,
capaz de ser aquele rei guerreiro que ele imaginava e sonhava. Ele chegou a sugerir que Jesus tomasse a frente
de um levante contra Roma, como era seu pensamento.
Na verdade, ao que parece, o grande sonho de Judas era
ser o tesoureiro do reino. Era ele quem carregava a bolsa
das ofertas e pagava as despesas.
18
DESCIDA DE JESUS AOS INFERNOS
queria salvar-te para a eternidade, para o Céu. Ela desejou o melhor para ti. Agora vai-te, em nome de Nossa
Senhora de Fátima!
J – Não! (Grita cheio de desespero).
E – Judas Iscariotes, grita o teu nome e vai-te. Vaite agora, para o inferno, em nome do Salvador Crucificado, que tu traíste, em nome dos seus sofrimentos, em
nome da sua Agonia no Jardim das Oliveiras.
J – É preciso recitar três vezes: « Santo, Santo,
Santo...».
(As pessoas presentes recitam-no e cantam: Abençoa à Maria!) Enquanto isso, Judas grita com uma voz
terrível: «Não!Não!»
E – Nós te ordenamos em nome da Santíssima
Trindade (...)!
(Judas, pelas mãos da possessa, arranca a estola
do Padre).
J – Não! (com uma voz terrível).
E – Em nome da Santa Padroeira desta mulher, vaite agora, Judas Iscariotes!
J – Tendes que pôr todas as relíquias «na mesa».
Ninguém me obriga a ir-me tão facilmente! Eu sou o ...
(solta um gemido terrível) Eu não quero ir-me embora, não
quero! Deixai-me; deixai-me (horríveis uivos).
Se eu a tivesse escutado! Isso não serve de nada
(grunhe com uma voz cavernosa).
E – Judas, agora tens de ir-te!
J – Não! (geme). É preciso que recitem todos os
Mistérios Dolorosos e o Credo. (quando rezávamos) E desceu aos infernos, Judas exclamou: Ele desceu... lá abaixo,
Ele foi!
E – Cristo foi ao Limbo? Diz a verdade, em nome
(...).
J – Ele desceu até ao inferno e não apenas até ao
Limbo, onde as almas esperavam.
E – Por que é que Ele foi ao inferno? Diz a verdade,
em nome (...).
J – Para mostrar que também morreu por nós.*
isso foi terrível para nós. Ele foi ao reino da morte, mas
foi também ao inferno... realmente ao inferno. Foi preciso
que Miguel e os Anjos nos encandeassem para impedir
que nos precipitássemos sobre Ele (aponta para o alto e
resmunga).
Eu não gosto de falar nisto, nem sequer de o ouvir,
fui culpado da traição a Cristo. É necessário que canteis:
« Vejo-te Jesus, silencioso...» e: «Como me arrependo dos
meus pecados.» estas duas estrofes e em seguida uma
estrofe do cântico Stabat Mater: « A Mãe de Cristo, de pé,
junto a Cruz.» (1)
(As pessoas presentes entoam os cânticos).
J – (Durante os cânticos, solta gritos horríveis de
desespero): Se me tivesse arrependido! Se me tivesse
arrependido!
* Jesus morreu por todos os homens. É Judas,
uma alma condenada, que está a falar e não um demônio,
como no caso anterior de Akabor.
(1) É preciso entender que é com extremo e furioso
ódio que os demônios se obrigam a revelar estas coisas e
também a mandar rezar – por ordem do céu - ou cantar
algum canto de Maria. Creio que eles prefeririam estar
naquele momento no seu lugar fundo do inferno a serem
obrigados a fazer estas revelações. Isso nos mostra, também, o quanto o Céu é poderoso, e o quanto os demônios
rastejam!
A REALIDADE DO INFERNO
LUTA CONTRA JUDAS.
E – Judas Iscariotes, nós, Sacerdotes, ordenamoste, em nome da Santíssima Trindade, que voltes para o
inferno!
J – Não..., não quero ir (geme). Estou muito bem
nesta mulher. Em grande parte, ela é obrigada a participar
do meu desespero. (...). Mas eu não quero.
E – Sai Judas Iscariotes, em nome da Mãe de
Deus!
J – Ela (aponta para cima), ainda agora teria piedade de mim, se pudesse. Ela amou-me, ela amou-me!
Sabeis o que isso significa? (geme angustiado). Eu sei que
Ela me amou (murmura penosamente).
E – Tu não quiseste, tu não lhe obedeceste. Ela
19
J – Se eu não tivesse perdido a esperança! O inferno é horrível! Se eu não tivesse perdido a esperança!
( solta gritos de desespero, que metem medo). Deixai-me
ficar mais uns momentos nesta mulher!
Não quero. Não. Não... (berra com uma voz cheia
de ódio)..., mas eles chegarão em breve (refere-se aos
espíritos infernais). (os seus gritos prolongados comovem): Não, não!... (geme com voz terrível e emite sons
de desespero).
Mas eu não quero, não quero! (berra horrivelmente).
(Com voz arrastada e lastimosa): Não! (O seu grito
é horrível e desesperado). Não, não! Eles também não me
querem no inferno. (De repente, Judas grita com desespero): Lúcifer socorro! (os Sacerdotes recitam um novo
exorcismo e duas ladainhas).
J - Ó espíritos infernais ajudai-me! Ajudai-me para
que eu não seja obrigado a ir-me embora! Despacha-te,
Akabor! Ajuda-me ... Oh, oh, despachai-vos! (geme queixoso). Lúcifer, tu é que me mandaste, tens portanto que
me ajudar! (grita desesperado):
Eles vêm... vão chegar em breve... Sabeis como os
temo, sabeis? (refere-se a lúcifer e aos seus ajudantes).
(Nesta altura os Sacerdotes recitam três vezes:
«Santo, Santo, Santo...» e o Glória ao Pai. Neste momento,
Judas, pela boca da possessa, fala com voz de homem).
J – Não! Oh, oh (geme)... Se nós a pudéssemos
matar já! Como gostaríamos de o fazer. Já há muito que
decidimos que ela devia ser morta (refere-se à possessa).
Eu... eles aí vêm! Eu... Judas... Iscariotes!... Eu...
Judas Iscariotes, tenho que ir, tenho que ir! Tenho que ir...
tenho, tenho, tenho!... Eles aí vêm... Eles aí estão! (uiva
e grita com uma voz medonha). Estão aqui os espíritos
malignos! (chora)... Lúcifer, lúcifer! Vai-te embora lúcifer!... Tenho medo de ti, vai-te embora! (grita com uma
voz horrível).
J – Ele vem... ele vem...! Eles aí vem... Eles aí
estão... (grita e geme horrivelmente). Tenho que ir! Eles
recebem-me!
E – Em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo,
grita o teu nome e parte!
J – Já o gritei. Eu, Judas Iscariotes, tenho... de irme embora. «Judas Iscariotes!» (ouvem-se quinze gritos
prolongados, horríveis, capazes de fender a alma)... Não,
não, não... Não quero ir embora!
Deixai-me continuar nesta mulher! (geme): estava
bem melhor nela. É que assim ela teria que carregar com
grande parte do meu desespero.
Deixai-me ainda ficar nesta mulher... É horrível
para mim. Para mim é horrível estar no inferno (geme
com voz ofegante).
Oh! Deixai-me ficar ainda nesta mulher! Ela ainda
pode agüentar-me (com um imenso desespero). Ela pode
muito bem agüentar-me.
Que pensais!... Lá em baixo é muito mais horrível!... Oh! Oh!! (geme). Dizei isto... dizei isto a todos os
jovens, a todos os heréticos, absolutamente a todos: o
inferno existe.
(a voz é penetrante, capaz de causar calafrios).
Oh! (grita), é «lixadamente» horrível! Se eu tivesse
escutado a Santíssima Virgem e não tivesse passado a
corda à volta do pescoço! Se tivesse mantido a esperança.
Se não a tivesse perdido (fala com uma voz desesperada...) Mas todos dizem isso, todos os condenados dizem o
mesmo quando chegam lá abaixo. Mas, então, já é demasiado tarde. Só acreditam quando já é demasiado tarde.
E – Vai-te, em nome da Santíssima Trindade, em
nome de todos os Santos Anjos e Arcanjos e do Arcanjo
S. Miguel!
J – E Miguel é terrível para nós. Miguel é terrível!
(grita com uma voz odiosa).
E – Vai-te, em nome do Santo Cura d’Ars, em nome
de todos os Santos exorcistas e em nome da Igreja Católica!
J – (grita): JU-DAS IS-CA-RI-O-TES! Tenho que partir! (solta rugido terrível).
E – Agora, vai-te Judas Iscariotes, em nome da
Santíssima Trindade, volta para o inferno para sempre,
volta para a condenação eterna!
J – Eles aí vêm, aí vêm (geme e chora cheio de desespero). Eles aí estão... Adeus, adeus, felizes homens...
Felizes! Vou-me embora... porque a isso me obrigam.
(chora e lança rugidos de fender a alma). (ruge desesperado como um leão): Vou! JU-DAS IS-CA-RI-O-TES! (lança
gritos penetrantes, ofegantes, desesperados, de repente,
aponta para cima com o dedo, e diz): Ela ainda me concede um curto espaço de tempo. A sua missão (da possessa)
ainda não está acabada.
O INFERNO É MAIS HORRÍVEL
DO QUE SE PENSA
J – Oh, este desespero! Este desespero horrível! É
horrível! Não podeis imaginar como o inferno é cruel. Não
fazeis a mínima idéia de como é medonho lá embaixo!
Não sabeis como é! (grita e suspira)
Tenho um lugar horrível! Um canto horrível, lá embaixo. Oh ... oh! Dizei a todos que tenho um canto horrível!...
Vivei honestamente! Vivei honestamente!... É pavoroso!... Por amor ao Céu fazei tudo para alcançar o Céu,
mesmo que para isso seja preciso ser torturado por instrumentos de suplício durante mil anos (grita).
Escutai, devo dizer ainda isto: se tivésseis que passar mil anos de suplício, agüentai, agüentai! O inferno é
terrível, é terrível! Ninguém sabe como o inferno é horrível. É muito mais atroz do que pensais... é medonho!...
é pavoroso! (Judas pronuncia todas estas palavras com
uma voz que faz tremer, entrecortada, de um desespero
indescritível).
Tenho ainda que acrescentar uma coisa, mas prefiriria não o fazer: há tantas pessoas... que já não crêem no
inferno... mas... mas... (ameaçador)... ele existe! O inferno
existe. É horrível!
Oh... ele existe... o inferno! É medonho! Tenho que
me ir em breve, mas tenho que dizer ainda isto (grita e
gane como um animal).
O inferno é muito mais medonho do que se pensa...
O inferno é muito mais horrível do que se pensa...! O inferno é muito mais horrível do que se pensa...! (os seus
gritos são de ensurdecer).
(Grita e geme): Oh!... se eu pudesse ainda voltar
atrás... se eu pudesse ainda voltar atrás!... Oh... Oh! (chora dum modo inexprimível).
Oh! Eu não quero ir lá para baixo. Tende piedade...
• A existência do inferno é um dogma da Igreja
definido no IV Concílio de Latrão (1215) e explicado em
muitos documentos do Magistério.
E assim, temos a segunda sessão de exorcismo,
onde se tentou expulsar definitivamente a Judas Iscariotes daquela alma. Entretanto, será preciso ainda uma
nova sessão para se consumar a expulsão definitiva.
Neste texto acima, deixamos ainda algumas invocações
e comandos dos exorcistas, o que dificulta um pouco a
leitura, entretanto, nos próximos, ficará bem melhor de
acompanhar.
20
Como o leitor percebeu, não existe linguagem humana para expressar o que significa o inferno. Seria preciso aliar a dor física, ao esmagamento total e simultâneo
da alma, e transformar isso em palavras. O uivo infinito
da eternidade, a troar feroz nos ouvidos dos condenados
– nunca mais – anunciando que aquele tormento nunca
terá fim, deve ser a causa de uma dor indizível. De um sofrimento atroz. Um tormento infinito! Saber que se afastou
de Deus livremente, bestamente e por orgulho, que nunca
mais se poderá ver a santa face de Deus, é a dor suprema
dos condenados. A isso se chamam, trevas eternas. Fugir
de Deus, que é Luz, para sempre.
Sim, você sente pena de uma criatura como Judas.
Como não ter? Mas vejam: Ele rejeitou todas as chances
de conversão, centenas, milhares delas. Ele foi alertado
por Jesus, inúmeras vezes – nem tudo está no Evangelho
– também os apóstolos tentaram fazer-lhe ver seus erros.
Nada disso adiantou, pois ele se obstinou e se fechou de
tal forma, que sua alma já vivia em trevas. Mas foi, sobretudo, Nossa Senhora, quem mais lutou por ele.
Falei em sentir pena dos demônios. Saibam que
eles não têm nenhuma pena de nós, muito pelo contrário. Eles lutam desesperados, dia e noite, para nos fazer
perder a todos. E, verdade, eles têm um grande ódio das
pessoas que ficam com dó deles. Na verdade, os malditos
– os anjos caídos, é claro – nos acham tão desprezíveis,
tão miseráveis, que o fato de criaturas assim sentirem
pena deles é como uma ofensa. Na verdade, estas criaturas não devem ser tratadas, com pena, mas com respeitosa distância. Nosso objetivo maior deve ser sempre estar
nos braços de Nossa Senhora, no colo de Deus, porque
ali estamos em refúgio seguro. Afinal, de nada adiantará
ter pena dos caídos, isso não os salvará, porque eles não
querem a salvação. Mas, também, ódio, não é coisa dos
filhos de Deus.
Na verdade, pelo dom da clarividência, Nossa Senhora sabia que Judas escolheria o inferno, embora tudo
o que Ela e Jesus fizeram por ele. Embora o amasse até
mais que aos outros. E justo por isso Ela o alertava para
os riscos que corria. Vejam, então, o que pode acontecer
com uma pessoa teimosa, e tão malignamente obstinada
no erro. Já falamos sobre isso. Nós devemos combater
tenazmente em nós a teimosia, este maldito desejo de ter
sempre a última palavra, de se achar sempre certo e dono
da verdade, de ser único, e maior, e mais perfeito, e mais
forte, e mais poderoso, e mais santo, mesmo sendo – todos somos – verdadeiros sacos de esterco. Felizmente,
mesmo assim Deus nos ama!
De fato, é impressionante que mesmo assim Deus
nos ame e nos queira perto de Si. E sabendo disso, também nos impressiona saber que os demônios e as almas
caídas, sabendo deste poder de Deus, sabendo o que
significa ser amado por Deus, mesmo assim o rejeitem.
Talvez o leitor não saiba, mas vou lhes dizer uma coisa
que me chocou. Acreditem, mesmo que Judas diga assim:
Há se eu pudesse voltar atrás! Ou: Há se Jesus também
tivesse morrido por nós! Mesmo assim, se Deus lhes desse a chance de pedirem perdão, ainda por uma última vez,
NENHUM dos milhões de espíritos caídos aceitaria pedir
perdão. E não se converteriam, nem que Deus pedisse
perdão a eles, tamanho é o seu orgulho. Entendem? Eles
continuariam sendo apenas demônios pela eternidade!
O inferno é dos teimosos! Judas foi um teimoso do
maior quilate. Ele realizou milagres em nome de Jesus,
ele curou em nome de Jesus, ele sabia que Jesus não era
um rei guerreiro, mas um manso e imaculado Cordeiro,
que veio apenas para tirar os pecados do mundo e no
livrar da condenação eterna. Justo o que ele escolheu! E
por isso se perdeu para sempre.
Judas, nunca mais sairá daquele lugar escuro e
odioso.
Sim, porque lá é o lugar dos que odeiam!
Todos os que dizem que o inferno não existe, seguem no mesmo caminho, infelizmente
GRITOS DAS TREVAS
Parte 4
Novamente voltamos com a segunda luta contra
Judas. Devemos dizer que alguns exorcismos podem levar meses, até anos de luta, porque as trevas não desistem muito fácil das prerrogativas que conquistam. Todas
estas coisas acontecem somente porque Deus o permite,
e neste caso especial, justo para que milhares de pessoas,
em toda a terra, tomem o conhecimento da realidade pavorosa do inferno, conheçam as suas patranhas, e saibam
o motivo pelo qual mergulhamos – falo especialmente da
Igreja – neste caos onde hoje nos encontramos.
Serve, também, para que os leitores consigam entender melhor, os fatos terríveis que virão em breve, tudo
fruto da teimosia do homem, do seu abandono a Deus, da
sua ligação com as trevas, da qual insiste em fazer pouco
caso. Já alertamos, diversas vezes, que os demônios não
mostram aos homens a sua cara real, nem seus objetivos
reais. O que nos é mostrada, é uma face intermediária, um
objetivo até insuspeito, quem sabe até “bom” tanto que
ao correr dos séculos – especialmente nas últimas décadas – os homens passaram a imaginar que o demônio é
inofensivo, que não é tão mau assim, e, pasmem, até que
ele é injustiçado. E é com este artifício, que o demônio
passou a fazer crer que ele não existe, que isso é coisa
de alguns padres malucos, passando assim a agir com
toda a liberdade, e transformando esta terra inteira em
seu caldeirão assombrado.
Vamos então à nova sessão de oração e exorcismo. Lembramos que sempre, cada uma destas sessões,
é iniciada com muitas orações. Ele exige dos exorcistas
o estado de graça, e exige de todos a plena união com
Deus, única fonte de Poder, à qual não só o Céu e a ter21
ra obedecem, mas também o Universo inteiro. Como não
obedeceriam então os demônios?
referir que está no bom caminho, isso não significa que
não haja mais ninguém no bom caminho; mas o caminho
que Ecône segue é o único bom. É isso que queremos
dizer: não há muitos caminhos que sejam bons, mas há
muitas pessoas que estão no bom caminho. Ecône está
no caminho certo, e muitas pessoas que não conhecem
Ecône, mas que procuram a verdade, também o estão.
Monsenhor Lefébvre terá ainda de sofrer, mas ele é bom.
A Liturgia que ele segue é a única boa. É a pura verdade.
Não! É a pura verdade.
E – Donde é que ela vem? Quem te ordenou que
dissesses isto?
J – Foi Ela (aponta para cima) que o disse: São Eles,
lá em cima, que o dizem. A verdade vem do alto. Eles, lá
em cima, não gostam da nova Liturgia. Não era preciso
modificar o antigo Missal... Digo isto bem contra minha
vontade (geme e grita). Nos dias de hoje já não há a obrigação de obedecer a todos os Bispos. Ainda há Bispos a
quem se pode obedecer, mas não a todos! Akabor já falou
desse assunto (geme e quase não consegue respirar).
Aqui, em tese, termina o terceiro dia do exorcismo,
conforme está no livro. Entretanto, como Judas entrou no
tema da Missa Tridentina, achamos por bem colocar os
textos sobre este assunto, que virão nos próximos exorcismos, a fim de concentrar toda a matéria melhor, e para
que o leitor compreenda as coisas terríveis que se trama
contra a Santa Missa.
NOVO EXORCISMO DE
17 DE AGOSTO DE 1975
E – Quando é que sais? Fala Judas! Fala agora, em
nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho, do Espírito
Santo!
J – Eu era Apóstolo (fala com uma voz sombria,
rouca, como voz de homem). Fui um traidor. Hoje, também
há traidores entre os Bispos, com uma única diferença:
eu traí abertamente e eles podem camuflar-se. (...)! Não!
Pensas que digo isto de boa vontade?
E – Obrigaram-te a dizê-lo? Em nome (...), diz a
verdade!
J – Sim.
E – Em nome de quem?
J – No d’Ele, nesse maldito (1) (aponta para cima)...
Infelizmente! Tenho ainda algumas coisas a revelar. Entre
os Bispos de hoje há quem seja tão traidor como eu. Se
não são... Nem todos, mas muitos. É mais fácil cair nas
suas malhas do que nas minhas.
(1) Observem que, em todos os textos, os demônios
podem até ofender a Deus, com palavras blasfemas e palavrões odiosos, mas jamais lhes é permitido manchar o
nome de Nossa Senhora. Eis porque ela é o terror dos demônios! Sua boca blasfema, literalmente “trava”, quando
precisam se referir à Maria Santíssima.
OS RITOS LITÚRGICOS
J – Em 14 de Agosto, Akabor, teve que falar do
Asperges-me, que deveria ser re-introduzido no princípio
da Missa. É verdade, é verdade! Assim somos obrigados a
fugir da Igreja. Se não se fizer, permaneceremos lá dentro.
O Sacerdote deveria, como era uso antigamente, aspergir
os fiéis com o hissope, de uma ponta a outra da Igreja, e
isso obrigar-nos-ia a fugir, a fugir também do povo, das
pessoas.
Nós também procuramos perturbar as pessoas.
Quando o Sacerdote, com o hissope, Asperges-me de uma
ponta a outra da Igreja, então as pessoas podem rezar
melhor. Este rito expulsa também as idéias e os poderes
da magia negra.
A cerimônia do Asperges-me, os trinta e três Sinais
da Cruz, a Tripla fórmula «Senhor eu não sou digno», e, no
fim da Missa, a oração a São Miguel Arcanjo (1), as três
Ave-Marias e a Salve Rainha, deveriam ser restabelecidos. A sua supressão foi obra nossa e, em certa medida,
obra daqueles que estão em nosso poder.
(1) Numa revelação particular, Jesus falou que, naquela época – 1967 - eram rezadas 500 mil missas por
dia. Ou seja, depois que foram abolidas, aquelas orações
de exorcismo deixaram de ser rezadas 500 mil vezes por
dia. Foi dali que a Igreja começou a cair.
BISPOS NO MAU CAMINHO
J – Devo dizer que, atualmente, há muitos Bispos
que já não se encontram no bom caminho. A esses não é
necessário obedecer. A obediência tem muita importância.
Mesmo no Céu, a obediência está escrita em maiúsculas.
Mas agora, chegou o tempo dos lobos devoradores. Qual
é o cordeiro que se atira para as goelas do lobo? Não se
deve obedecer a lobos.
Qualquer homem foge quando o lobo chega. Agora, é o tempo dos lobos! Muitos Bispos transformaram-se
em lobos devoradores, que já nem sabem o que dizem; a
esses, não se deve obedecer. O próprio Céu já não exige
obediência nestes casos. Só se deve confiar no Papa. O
Papa Paulo VI, não pode mandar publicar os seus documentos, porque serão desmentidos e falsificados. Deve
rezar-se diariamente ao Espírito Santo, de contrário corre-se o perigo de cair no fosso ou nas goelas dos lobos.
Pensas que direi outras coisas! Pensas que me agrada
revelar isto?
ECÔNE ESTÁ NO BOM CAMINHO
J – Ecône triunfará. Após um longo combate, Ecône
triunfará. Ecône encontra-se no único bom caminho. Ao
22
MISSA TRIDENTINA OU MISSA NOVA?
Arcanjo São Miguel. Este nobre era ele. Enquanto isso, alguns de seus opositores mais ferrenhos, provavelmente
não tiveram a mesma sorte de um purgatório. Ai o leitor já
sabe para onde foram. (ver comentário abaixo)
J – Além disso, Eles lá em cima, (aponta para cima)
gostam mais da Missa Tridentina que da Missa em alemão e da nova Missa, porque nem tudo pode ser traduzido
dum modo absolutamente exato.
Os textos são difíceis de traduzir em alemão.* É
assim que aparecem essas palavras inexatas, que tiram
muitas graças à Missa. Tudo o que não é exatamente pronunciado como Cristo o quer, obtém menos graças. Especialmente no que se refere à Consagração. As palavras
da Consagração têm que ser pronunciadas duma maneira
perfeitamente exata. Não se pode mudar uma sílaba. É
preciso que tudo seja de uma extrema exatidão e rigor.
Sabeis como lá em baixo está tudo perfeitamente regulado? Nem sequer na Igreja Católica, agora, se consegue ter
uma regulamentação como a nossa.
A ANTIGA MISSA (1)
ENCERRA GRAÇAS INFINDAS.
• O Latim, como língua morta, não falada, que
já não evolui, põe um freio considerável, devido a sua rigidez, às interpretações fantasistas ou às traduções falaciosas, como as que freqüentemente se encontram nos
textos em línguas vulgares. Os demônios já se tinham
referido concretamente à tradução errada da formula da
Consagração. Cfr. pp. 26.
O CASO DE ECÔNE
J – Já falei bastante, já falei bastante! O que eu
disse foi o principal. As pessoas deviam agrupar-se e,
apesar de todas as perseguições, Ecône há de triunfar.
Esse maldito Ecône triunfará! (rosna). Apesar de tudo,
triunfará! Que é que pensais? De onde é que vêm tantos
adeptos? Quiçá, algures do inferno? Esses adeptos vêem
nitidamente onde está o bem e como se deve caminhar.
Sentem claramente que a Imitação de Cristo e o verdadeiro sacerdócio residem unicamente na renúncia, no sacrifício e no caminho da Cruz. Eles bem o sabem, e por isso é
que tem tantos candidatos ao sacerdócio. Tem muito mais
que os outros, que ainda gostariam de se vangloriar do
que tem... mas que em breve perderão a bazófia...
Os modernistas bem vêem que o seu jogo está no
fim e que o Ecône é superior (1). É por isso mesmo que
o combatem (geme). No fundo, somos nós que estamos
naqueles que combatem Ecône. Eles próprios nos ajudam
como bons instrumentos. São boas ferramentas, boas e
úteis, que não gostaríamos de atirar já fora. As suas teorias são-nos úteis no inferno. Nós também temos que
dizer estas coisas. Tínhamos que referir isto para que se
ficasse com uma visão de conjunto. É preciso assinalar
bem o encadeamento das coisas, para que todos possam
compreender... Mas agora não quero, não quero falar
mais!
(1) Pelas revelações ao Cláudio, o Cardeal Lefebvre,
tão combatido pelos cardeais, se encontra já no céu. Ele
foi libertado numa caminhada de oração do nosso grupo,
no dia em que foi ao céu “um nobre”, conforme disse o
23
J – Se os trinta e três Sinais da Cruz voltassem,
que, aliás, estão relacionados com a vinda de Jesus Cristo! Tudo foi previsto, foi Jesus quem preparou tudo assim,
por intermédio do Espírito Santo. Se tudo isso fosse restabelecido, desde a “aspersão” até a oração a S. Miguel
Arcanjo, e se voltasse a celebrar a Missa como Cristo quis,
então... Não quero dizer mais nada.
...Então, milhares de almas que se perdem, que sofrem a condenação eterna, seriam salvas! O erro está na
Missa, principalmente na Missa. Uma torrente infinda de
graças decorria da Missa, quando ainda era convenientemente celebrada. A Missa é o fator principal. A Missa e a
Comunhão são o que há de maior, para vós, católicos. Todos os místicos, todas as Aparições da Santíssima Virgem,
têm de se apagar perante esta realidade.
A Santa Missa tem um valor infinito, incalculável. É
o próprio Cristo que sobe ao altar com toda a sua plenitude de graças, que nós tanto odiamos. Numa Missa devidamente celebrada somos obrigados a fugir. Fugimos logo
ao Asperges-me. Servindo-nos de uma imagem, podemos
dizer que nos limitamos a espreitar receosos por uma fenda. Pelo contrário, na Missa moderna, podemos dançar à
volta, até... nem quero dizê-lo.
(1) Vimos assim uma surpreendente revelação do
inferno, a respeito da Santa Missa. Judas, aqui, obrigado a
falar pela Virgem Maria, revela algo de assombroso, sobre
o efeito da antiga Missa em latim, a Missa Tridentina. O
que nos surpreende neste caso, é a previsão que o céu
faz, pela boca de Judas, de que esta missa triunfará. Eis
que agora mesmo, o Papa João Paulo II, com a colaboração do Cardeal Arinze, prepara um documento restabelecendo a celebração da Missa Antiga, justamente para
coibir uma série inumerável de abusos, de absurdos e até
de verdadeiras blasfêmias que alguns padres têm cometido nas suas celebrações. Danças, risos, abraços, palmas
contínuas, tudo que só faz desviar a atenção, quebrar a
concentração e evitar que as graças aconteçam.
Ora, talvez o leitor não conheça o caso do Cardeal
francês, Marcel Lefébvre, que após o Concílio se insurgiu
contra a Nova Missa, iniciada após o Concílio Vaticano II,
continuando a celebrar apenas no rito antigo. O caso dele
foi polêmico, ele foi execrado por todo mundo, entretanto
permaneceu firme até morrer em seu sentimento. Posteriormente ele foi inclusive reabilitado – embora post
mortem – pelo papa João Paulo II, talvez até como um
primeiro passo para a re-introdução do Rito Latino, na
Santa Missa. Isso, com toda a certeza é como um tapa na
cara de milhares de “modernistas”, destes nefandos que
por mulheres (ri com maldade). Então, quando as mulheres se colocam à frente, até as pessoas piedosas, homens
ou mulheres – que desejariam concentrar-se na oração,
não deixam de pensar: «Que vestido é que ela traz hoje?
Como lhe fica o chapéu? Foi recentemente ao cabeleireiro?... (ri com satisfação maldosa).
E – Diz a verdade, em nome da Santíssima Trindade!
J – Os seus sapatos estão na moda? Estes sapatos
são 3 ou 5 centímetros mais altos que os antigos? Usa
meias escuras ou claras? (ri a bandeiras despregadas).
Não se vê um pouco da sua combinação? (ri sarcástico)
De certo modo fui obrigado a dizê-lo. Tive que o dizer,
como complemento. No fundo é mesmo assim. É assim
que as pessoas pensam e, antes de qualquer outra coisa, reparam na sua figura. Isso é evidente. Antigamente
as mulheres usavam véu, mas há muito que se deixaram
disso. Mas, mesmo que já não usem véu, o seu lugar não
é na capela-mor. O Papa e os Céus (aponta para cima)
não querem isso.
Mas o pior é quando as mulheres são encarregadas
de distribuir a Sagrada Comunhão. Então, já, não há mais
graças e bênçãos. É que as suas mãos não são consagradas, são mãos de mulheres. Não quero dizer que o mal
esteja no fato de serem mãos de mulheres, mas sim, no
fato de não serem consagradas. Cristo escolheu só e unicamente os homens para o Sacerdócio e não as mulheres.
Mas é o orgulho, o orgulho, o pecado original dos anjos,
a razão disto.*
No fundo estas mulheres sentem-se orgulhosas
por poderem dar nas vistas a atuar lá à frente. Acreditai! Os Sacerdotes, mesmo os modernos que dentro em
breve verão tudo atirado para o caixote do lixo, acabarão
por compreender que, com todas as suas teorias e brilhantes inovações, não vão a lado algum. Contudo, não
querem voltar atrás, no caminho que tomaram. Por outro
lado, também não sabem bem como arranjar as coisas
de molde a agradarem às pessoas. E é assim que muitos Sacerdotes chamam uma mulher para a capela-mor.
Pensam que é mais um motivo para atrair as pessoas (ri
sarcástico), pois as suas Igrejas são ocupadas até um terço da sua real capacidade!
Estão cada vez mais próximos do protestantismo;
quer dizer, o protestantismo é, em certa medida, melhor
que a Igreja Católica moderna. O protestantismo! Eles não
sabem mais nada; eles não sabem mais nada desde que
as coisas ficaram assim, mas os católicos!
Os protestantes estarão em breve mais próximos
de Deus que o catolicismo moderno: Eles não sabem
mais, como já disse, mas de certa maneira podem vir, a
saber. Os homens inteligentes reconhecem que a Igreja
Católica – a boa, bem entendido – é a verdadeira Igreja.
Muitos converter-se-iam. Mas, na situação em que a Igreja se encontra atualmente, eu diria, – ou melhor, nós os
do inferno diríamos – que o protestantismo em breve se
encontrará numa melhor posição.
querem sempre novidades, novas experiências, como se
Deus fosse mutante e a palavra Dele fosse como pena ao
vento. Mas os modernistas que aguardem a manifestação de Deus. E isso será previsto pelos próprios demônios
exorcizados, nos textos que seguem. Eles serão varridos
da face da terra, e esmagados pelo próprio Deus ainda
em vida, e depois irão servir de repasto aos demônios na
eternidade se não se converterem a tempo.
NOTA: Os textos que seguem, foram extraídos na
verdade do quarto exorcismo, mas para nós preferimos
separar por matérias, por dois motivos. Primeiro porque
se trata ainda da mesma luta contra Judas Iscariotes. Segundo, porque assim equilibramos o tamanho dos textos,
e até mesmo o assunto dos tópicos. Ficamos neste, mais
com a Santa Missa e os Padres, e no outro mostraremos
a questão da Igreja, das suas coisas, e a intervenção direta de Deus para acabar com todas estas profanações.
Seguindo!
OS SACERDOTES E A GRAÇA
J – Se ao menos eu não fosse obrigado a dizer isto!
Eu não queria dizê-lo!
E – Continua em nome (...) toda a verdade!
J – De fato, preferiria não continuar a falar. É bem
certo o provérbio (alemão) que diz: «só aquele que nada
contra a corrente é que apanha água fresca.» Muitos Sacerdotes encontrar-se-ão em breve num pântano pestilento, fétido e sujo, e nem sequer se aperceberão disso.
Deixam que este pântano rodeie os seus corpos, e o que é
ainda muito pior, o seu espírito, e acabarão por afundar-se
nele. É certo que é muito difícil nadar contra a corrente,
mas pelo menos se recebe água fresca. Essa água fresca
representa as graças, e é isto que Eles lá em cima querem
que receba.
Com essa imagem, quer-se sobre tudo significar
as almas. Obtêm-se mais graças pela Missa Tridentina ou
pela Missa Latina, do que por aqueles Sacerdotes que já
não celebram convenientemente a Missa, pois assim já
não há tantas graças. Já não há uma plenitude de bênçãos nestas Igrejas porque estamos lá nós. Dançaremos
nelas à vontade e estaremos em breve lá em maior número que as pessoas.
Em breve seremos mais numerosos, a dançar no
interior dessas Igrejas, do que as pessoas que essas Igrejas podem conter (ri sarcástico e com uma alegria malvada). Para cada pessoa podemos mobilizar dois ou três
demônios, ou mesmo mais, quando se trata duma alma
mais piedosa (ri com malvadeza).
AS MULHERES NA CAPELA-MOR
A DAR A COMUNHÃO
J – E a leitura voltada à assembléia? É-nos extremamente vantajosa, mas é-o ainda mais quando é feita
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E quanto à pregação! Há lugares onde as homilias
são feitas por mulheres. Ele, lá em cima, (aponta para
cima), não quer isso. Deus quer que a homilia seja feita
por um homem consagrado, porque assim a pregação
tem maior efeito sobre os fiéis. Uma mulher não consagrada está longe de ter a mesma eficácia, abstraindo
mesmo do fato das pessoas não se concentrarem nas
suas palavras.
Uma mulher que prega não pode ser boa, não pode
pregar com seriedade, pois se tivesse um espírito sério
e fosse boa, não se dedicaria à pregações. A Imitação
de Cristo, as virtudes à Cruz e os Santos, são assuntos
atualmente pouco abordados na Missa ou nas homilias.
Mesmo os Sacerdotes consagrados já não se lhes referem
a maior parte das vezes.
Se esta mulher não aprofundar ao máximo o tema
da sua pregação, como poderão as pessoas tirar algum
proveito dela? (1) Quando, muito, poderão acorrer-lhes
pensamentos estranhos. Nem sempre isso acontece, mas
dum modo geral pode dizer-se que uma pregação dessas
é tempo perdido.
* Belzebu no Exorcismo de 7 de Novembro de 1977
acrescentaria isto: « O mundo de hoje quer ser aprovado.
Quer pôr as mulheres na capela-mor, no altar, mulheres
espampanantes e metediças. E isto apesar da Mãe de
Deus nunca ter tido uma função na Igreja, apesar de Cristo
não querer que a mulher entre no Santo dos santos, como
castigo, porque o pecado original vem de Eva e foi ela que
caiu em primeiro lugar, Cristo disse isto um pouco antes
de Sua Paixão...». É preciso lembrar que o ato de dar a
Comunhão é em si mesmo um ato de sacerdócio e é por
isso que compete normalmente ao Sacerdote.
(1) Nas mensagens ao Cláudio, Nossa Senhora e
Jesus têm dito que Deus suscitou muitas mulheres para
ministérios especiais que ultimamente elas têm sido convocadas pela Igreja, para o ministério extraordinário da
Eucaristia. E Jesus diz que, se Maria serviu o altar da última ceia, porque as mulheres não podem fazer o mesmo
hoje. Deus nunca excluiu a mulher, pelo contrário. Entretanto, na questão da pregação, creio que aqui Judas tem
razão. Tudo o que observei, nestes últimos anos, é que a
mulher, por algum motivo que desconheço, não consegue
emplacar a sua pregação. Existe um entrave natural, que
bloqueia a ação do Espírito Santo, e ela não chega perfeita
ao ouvinte: Eis que São Paulo diz em I Tim 2,12: Não é
permitido à mulher que ensine nem se arrogue autoridade sobre o homem, mas permaneça em silêncio. Ou seja,
mais ou menos naquela outra frase de Paulo: Tudo me é
permitido, mas nem tudo me convém! Deus sabe o que
faz. A nós compete obedecer.
lheres que se interrogam: como são seus cabelos? Está
bem penteado? Terá ido ao barbeiro? Repara, agora tem o
cabelo frisado e antigamente, não. Que belos dentes tem!
(ri irônico).
Os paramentos ficam-lhe bem, ele é ainda tão jovem... pena que seja Padre (ri jocoso)... etc... Mas se ele
celebrasse voltado para o altar, estes pensamentos não
ocorreriam às mulheres: Quando ele se virasse, depois
delas terem rezado, já nada disso teria importância. Deus
bem sabe porque é que a Missa deve ser celebrada, de
costas viradas para o público (1).
(1) O principal motivo é certamente a distração do
sacerdote. Se ele estiver voltado para o altar, concentrarse-á apenas na celebração do sublime mistério da Cruz.
Ou isso lhe evitará distrações maiores. Entretanto, olhando
para o público, certamente irá ter diante de sus olhos um
desfile de pernas de mulheres, de decotes, de detalhes
de peças íntimas, além de outros detalhes de vestimenta,
masculina e feminina. Digo isso com toda a certeza, como
ministro da Eucaristia: JAMAIS é igual, assistir a Santa
Missa, lá, junto com o público, do que lá na frente, olhando
para todos. Aquilo é uma loucura. E não me incriminem, se
digo que é possível dali ver calcinhas de algumas mulheres despudoradas e descaradas.
O TABERNÁCULO DEVE SER DIGNO
DAQUELE QUE LÁ RESIDE
J – O Sacrário devia estar no centro. Que significado tem, ao entrar-se numa Igreja moderna, ser-se
primeiro obrigado a procurar o Sacrário? Não se sabe
se está à frente, se atrás ou de lado. Em muitas Igrejas
constroem-se mesmo Sacrários que não se sabe se são
tocas de raposa (ri com malvadez)... J – ...se cofres-fortes
(mal pode conter o riso).
Agora há também muitos que fazem Sacrários de
qualquer maneira, em ferro. Claro que também poderiam
ser utilizados carris do caminho de ferro (ri maldoso).
Um Tabernáculo – estais a ouvir-me? – deve ser
dourado. Isto é: nem o ouro, nem as pedras mais preciosas, seriam dignas de encerrar o que ele encerra. Estariam bem longe de ser merecedoras do que ele abriga.
É uma vergonha – mesmo nós lá em baixo, temos de o
reconhecer – é uma vergonha ver as Igrejas e Tabernáculos que os homens constroem.
A DANÇA NOS LUGARES SAGRADOS
J – E que dizer das Igrejas onde se celebram Missas à tarde ou mesmo de manhã e onde em seguida se
realizam bailes! Devo falar de sexo, e não apenas de dança, porque na maior parte dos casos em que há dança,
há erotismo. Poderia dizer-se que não há um único baile
onde não se cometam pecados, quer corporais, quer espirituais, ou onde não se dê ensejo a que se cometam
O PADRE VOLTADO PARA OS FIÉIS
J – O Padre voltado para os fiéis também não é
bom, sobretudo para as mulheres. Passa-se o mesmo
que com as mulheres na capela-mor. Agora, são as mu-
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por quanto tempo ainda?
Bebem as suas palavras e crêem sem hesitar em
tudo o que ele diz, porque é Sacerdote e recebeu do Bispo
a sua missão. Ele fala assim, lê aquilo todos os Domingos – não do púlpito – cá de baixo naturalmente, porque
as pessoas... isso também tem que se lhe diga... (volta
a rir alto).
Um Padre tem... eu não quero falar disso.
E – Fora daqui lúcifer! Tu não podes fazer mal, tu
não podes impedir Judas de falar! Judas, diz a verdade,
em nome (...)!
J – Um Padre tem maior eficácia quando fala do
alto do púlpito, do que em baixo, em frente do microfone.
Antigamente, quando os Padres falavam do púlpito, com
a sua voz natural, as suas palavras eram muito mais eficazes do que agora, cá em baixo, em frente de cinqüenta
alto-falantes (1).
É assim, e aí é que reside toda a nossa astúcia.
Quando as pessoas eram obrigadas a olhar para o púlpito – e de certo modo, é lógico que se olhe para quem
fala – não se distraiam a reparar em todos os chapéus,
penteados, casacos ou gravatas. Eram obrigados a olhar
para a boca, quando muito para a cabeça do pregador.
Mas agora as coisas não se passam assim. Olham para
frente e são distraídos pelos outros.
E a astúcia de tudo isto reside no fato de se terem
organizado as coisas de forma a que os Padres já não
falem do púlpito. Isso é um fato capital, e representa para
nós uma grande vantagem. A idéia de falarem à frente foi
engendrada por nós. Fomos também nós que o quisemos.
E nós conseguimos, nós conseguimos tudo! Sim, obtemos
tudo o que queremos (ri triunfante).
Nós até conseguiremos, aliás, já o conseguimos,
que as mulheres e sei lá quem mais, possam ir à Missa
com vestidos impróprios, sem que os Sacerdotes as mandem embora. Pelo contrário, há alguns que dizem que é
preciso praticar o amor ao próximo...
Dizem que é preciso praticar o amor ao próximo,
que não se pode julgar uma pessoa pela maneira como
anda vestida, bem ou impropriamente, mas que o que é
preciso é olhar para os sentimentos do coração (ri com
uma satisfação maldosa).
Antigamente era diferente. Uma pessoa dessas,
ou melhor, dizendo, uma “descarada”, (2) era expulsa
da Igreja pelo Sacerdote. Antigamente havia ordem, mas
agora já qualquer “descarada” pode entrar (ri atrevido).
O que depois se passa, quando estas pessoas estão na
Igreja, é absolutamente normal (interrompe-se).
Quando algumas pessoas desse gênero estão na
Igreja, as cabeças andam num rodopio. Viram-se para a
direita, para a esquerda, para frente, para trás, esticam-se
e voltam-se na direção do que desejam ver (ri alto). Com
tudo isso, a oração não tarda também a desaparecer (ri
maldoso).
Então a oração fica suspensa num prego ou presa
num mata-moscas (ri irônico). E assim, a oração já nem
mais tarde. A dança é invenção nossa. Mas agora são os
próprios Sacerdotes católicos a promover estas festas (1)
e estas danças. Para que as pessoas ainda vão as suas
casas, têm que lhes oferecer estes divertimentos. Então,
a palavra de ordem é: cerveja a jorros, dança e música (ri
novamente cheio de satisfação).
Chegaremos ao ponto, ou melhor, chegamos a ponto de certos Padres que ainda se dizem católicos, mas que
já há muito não o são, chamarem às suas Igrejas adeptos
de certas seitas, digamos, da missão pentecostista etç...,
para que eles dêem testemunho das suas patranhas. Se
não é o Espírito Santo que se reina, somos nós (e em certa
medida é a magia negra) que reina. E as pessoas estão
tão cegas que já não sabem para onde fica o Leste ou o
Oeste. Claro que para nós, isto é como «um campo ceifado.» São assim os Sacerdotes que temos atualmente.
(1) FESTAS: está ai uma das maiores causas de
maldição na Igreja Católica. A questão das festas de padroeiros, regadas a cerveja e outras bebidas, além frangos e churrascos, quando o dinheiro deveria provir apenas
do dízimo. Este dinheiro é maldito. E na falta, isso leva os
padres a aceitar o dinheiro maçônico, que antes é consagrado a satanás, para que seja aplicado nas obras das
Igrejas. Vou dizer uma coisa: Todas as Igrejas da terra, ou
obras, que tenham sido executadas com estes dinheiros,
serão soterradas no fundo da terra, ou se desfarão a pó.
Nenhuma ficará de pé quando Jesus vier!
O SACERDOTE COMO PREGADOR
E O SEU AUDITÓRIO
J – Em muitos, o que falta é a humildade. Em muitos Sacerdotes de hoje, o que falta é a humildade, porque se fossem humildes não seriam tão covardes. Então,
teriam a coragem de proceder bem, de cumprir os seus
deveres, mesmo com risco de serem humilhados, é por aí
que nós temos domínio sobre eles. Muitas coisas dependem dessa virtude.
Atualmente, a humildade é escrita com letras extremamente pequenas, tão pequenas que mal se podem
ler. Está ainda escrita em poucos, mas só em muitos poucos é que está gravada com letras maiúsculas.
É claro que se esta virtude já não figura nas pregações, como é que quereis que as pessoas a pratiquem ou
pratiquem outras virtudes? Onde é que poderá ir buscar
a matéria, a inspiração, o bom espírito que deve reinar, a
não ser às homilias?
Não foi um grande Santo que disse: “Quando o demônio quer apoderar-se duma alma, não a deixa ir aos
sermões”. Mas às homilias que agora se fazem, pode o
demônio, tranqüilamente, deixar ir as pessoas (ri com
uma satisfação).
Porque são, sobretudo anedotas ou elucubrações
sobre o Concílio, fazendo o pregador mais o papel de conferencista que de pregador (dá gargalhadas). Apesar disso, as pessoas estão suspensas das suas palavras. Mas
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sequer se pode libertar do mata-moscas; quando muito
contorcer-se na rede do sexo (interrompe-se).
(1) Mais uma vitória do maldito: retirar os púlpitos
nas Igrejas, muitas vezes obrigando o sacerdote a ficar
em uma posição mais baixa que os ouvintes. O que aqui
se diz, é que o pregador deve estar bem alto, para que
toda a assembléia se volte para o alto, evitando assim as
distrações, que fazem a pregação perder efeito.
(2) Já falamos sobre a moda feminina, no artigo
“Mulher” que está no site. E voltamos a repetir: Toda mulher, que vai receber Jesus, com roupas indecentes, até
mesmo com uma calça colante, está indo em falta grave.
Não adianta se desculpar comigo. Digam isso para Jesus,
se discordam. Os homens cometem bilhões de pecados
em todo o mundo, por causa destas roupas diabólicas. De
fato, o jeans colante, foi inventado pela franco-maçonaria,
exclusivamente para que as mulheres católicas fossem
receber a Eucaristia trajando tais coisas escandalosas. E
se elas não acham escândalo, perguntem se Nossa Senhora já vestiu uma desgraça destas!
A quantos leigos, a simples vista deste hábito,
mesmo ao longe, não sugeriria pensamentos melhores!
Nem era preciso estar junto dele. Quantas vezes não se
jogou num instante destes a salvação duma alma! Dáse também o caso de haver pessoas que pensam que se
ainda há padres, apesar de tudo, Deus tem de existir, pois
do contrário, esses homens não usariam hábito.
E a pessoa pensa para consigo: Se é verdade que
Deus existe, algo tem de mudar em mim. Que devo fazer?
E toda a noite esse pensamento vai ganhando força na
sua alma; por fim, essa pessoa decidir-se-á pelo caminho
que a conduzirá a um religioso de hábito, a um homem de
sotaina negra, ou a um Padre de hábito beneditino... sei lá
como é que eles se chamam. Isto só vos traria benefícios,
a vós e ao mundo inteiro. Seria imensamente vantajoso
para as almas. Só por isto, milhares e milhares de almas
seriam salvas. Quer nos comboios, nos lugares públicos,
em toda a parte, onde se encontrasse um Padre assim,
quantas mulheres, quantas pessoas, não se comportariam melhor, menos negligentemente, ou seja, de outra
maneira (interrompe-se).
Quantos raios salutares não penetrariam, então, na
alma dessas pessoas, com este pensamento: “Ele é Padre, representa a benção Divina, o Santíssimo Sacramento, tem todo o poder. Deus é o seu sustentáculo; nós já
nada podemos fazer, todos temos de morrer...”As coisas
poderiam muito bem passar-se assim, como eu acabo de
contar. Repeti-lo mais uma vez ainda, porque...porque é
horrível quando uma mulher em mini-saia se senta em
frente dum Padre a paisana, sem saber que ele é Padre.
De fato, ela verifica, quer pelo seu olhar, quer pelo
seu comportamento, que ele tem algo de mais elevado. Ela sente-o de certa maneira e isso leva-a a tentar
aproximar-se ainda mais dele. Nada disso aconteceria se
ele usasse o traje ou hábito religioso. Casos como este,
levaram muitos Padres a desviar-se do bom caminho, a
casarem e, conseqüentemente, a abdicarem das suas
funções sacerdotais. A Igreja Católica está numa situação
difícil. Atingiu o ponto zero.
(Só se percebem sons guturais indefiníveis e uma
sensação de estrangulamento).
(*) Tudo indica que a batina perturba terrivelmente o Diabo. Daí a grande resistência em dizer o valor do
traje.
(*) Num Exorcismo anterior, que não se encontra
publicado nesta obra.
(1) A batina não somente atormenta o diabo, como
é um verdadeiro escudo contra estas sirigaitas que vivem
atrás de namoro com padres. Se eles usassem batinas,
isso causaria uma instintiva repulsa aos namoros. E milhares deles não teriam caído na insídia de largar seu
maravilhoso sacerdócio, em troca de um casamento
frustrado. Um dia eles pagarão por isso! Que dizem eles?
É quente! Não importa, o inferno ou até o purgatório, é
ainda mais quente! É incômodo! Não importa, o castigo na
eternidade é mais ainda. É cafona! Mais vale um cafona
O TRAJE ECLESIÁSTICO
J – Era bom que os Sacerdotes voltassem a usar
sotaina preta. Nós já fomos obrigados a dizê-lo, as almas
danadas já o disseram (*). Quando um Padre se apresenta
à paisana (1) – em camisa com gravata espampanante
(nem é preciso sê-lo) – ninguém sabe se é repórter ou...
(ri irônico).... um diplomata, um diretor (ri a bandeiras despregadas) ou mesmo um conferencista, que... ...que... (ri
sarcástico)... ou qualquer outro “burro” à pesca de bombas eróticas.
Tudo está relacionado, tudo está relacionado! (continua a rir com malvadez). É precisamente isto...! (resmunga).
E – Fala em nome de Jesus!
J – Não quero!
E – Tens que dizer a verdade! Fala, Judas Iscariotes!
J – Foi o que eu fiz.
Quando um Padre se apresenta em camisa desportiva, mesmo elegante, o resultado é que qualquer “galinha
choca” pode pensar que ele a deseja. Será este exemplo
digno dum Padre? Que exemplo é que dá um Padre nestas
condições? Quantos erros não se verificaram nos últimos
anos por causa disto? Quanto mal não se poderia ter evitado se os Padres ainda se apresentassem vestidos com o
seu verdadeiro, primitivo, antigo, bom e tradicional... (resmunga). ... não apenas bom... (geme)... mas conveniente
traje ou...
... na sua sotaina (*) sacerdotal, no seu traje... ou
nem sei como dizê-lo. Tomemos, como exemplo, os beneditinos. A muitos Padres ficaria muito melhor o hábito de
S. Bento do que um fato à civil, desmazelado, que jamais
poderá representar o que deve. Olhemos o hábito de S.
Francisco com o capuz.
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no céu, que um “etiquetado” no inferno! Não, não se justifiquem comigo! Vão se justificar diante de Jesus!
gostariam de celebrar uma Missa de sua invenção – pode
dizer-se assim – para ultrapassar os outros. Neste aspecto, Fátima ocupará em breve o primeiro lugar e Lourdes...
e Lourdes não lhe ficará atrás durante muito tempo! Há
muitos católicos que já não vão a Lourdes porque acham
que é antiquado honrar a Santíssima Virgem e ir em peregrinação.
ESTARÁ CRISTO AINDA PRESENTE
EM TODOS OS SACRÁRIOS?
J – ... até na capela-mor, mesmo em frente do
Sacrário. Pois já não é em todos os Sacrários que... não
quero dizer isto, não quero dizê-lo (rosna com violência).
Eles, no Céu, lamentam que a Hóstia consagrada já não se
encontre em todos os Sacrários.
Se ao celebrar a Missa, o Sacerdote já não crê nas
palavras da consagração e não tem a intenção de consagrar, então a Hóstia não é consagrada. É apenas pão,
como dizem os protestantes e as seitas. A maioria dos
Sacerdotes “marimbam-se”, e só fazem o que o povo ordena. Querem ser elogiados no seu modernismo e na sua
presunção, que quase lhes salta pela cabeça (resmunga).
Mais lamentável, para Eles lá em cima (aponta
para cima), é as pessoas pensarem que recebem Cristo
na Hóstia... quando é apenas pão. Efetivamente, já não
é Cristo. Isso representa uma enorme perda de graças e,
assim, desviam-se mais facilmente do bom caminho. Até
pelos próprios Sacerdotes são enganados!
Tenho também a acrescentar que Eles, lá em cima,
não gostam que se usem Hóstias castanhas. Só são toleradas em caso de extrema necessidade. Normalmente,
deve dar-se preferência a pão branco, até porque Jesus é
a Inocência personificada (respira com dificuldade).
Se, quando o Papa aparece à varanda, onde tem o
hábito de falar, pudesse dizer tudo o que devia e queria,
sem influências estranhas, então os homens arrepiavam
caminho. Iria ainda a tempo, mas é precisamente disso
que ele é impedido. Se ele ao menos pudesse sair, uma
vez que fosse, e dizer o que queria... mas antes seria...
(rosna). ...calado, se falasse livremente. Ele bem sabe que
não pode dar um passo em falso.
Preferiria morrer a suportar essa situação, mas, por
outro lado, tem consciência de que deve levar a sua cruz
ao Calvário. Tem que viver a Paixão até ao fim quer queira,
quer não. O Papa tem que passar pela prensa como Cristo
passou, não na mesma medida, mas tem que passar.
Não se acredita no que o Céu anuncia por intermédio das almas privilegiadas, no que Ela (aponta para cima)
encarrega as almas privilegiadas de anunciar, em nome
de Jesus Cristo. Também já não se acredita nas Aparições
do próprio Cristo. Jesus e Sua Mãe já afirmaram bastante
vezes, tal como agora, que na Igreja, tudo está podre, mas
os Bispos também o não crêem.
Os lugares das aparições, não apenas os antigos
como também os mais recentes, nem sequer são reconhecidos. Em Lourdes ou Fátima acredita-se ainda, embora dum modo muito superficial, mas também aí graças já
não correm tão abundantemente, pois os próprios Sacerdotes já não celebram a boa Missa. Há... (interrompe-se).
Há certos Sacerdotes, mesmo nesses lugares, que
O CELIBATO ECLESIÁSTICO
J – E quanto à confissão... e ao celibato, também há que se lhe diga! Quando um Sacerdote vive em
celibato, tanto as mulheres como os homens têm mais
confiança nele, sobretudo relativamente à confissão. Se
fosse casado podia acontecer que uma dessas bruxas (ri
trocista) perguntasse ao marido o que disse a fulana de
tal na confissão. Podia sentir-se terrivelmente curiosa em
saber o que disse este ou aquele, sobretudo se tivesse
interesse para o seu modo de pensar.(1)
Mas se o Sacerdote vive e persevera no celibato,
se imita a vida virginal de Cristo, então até o mais “burro”
compreenderá e qualquer um pode pensar: “Aqui, posso
ir. Aqui posso dizer tudo. Nada passará daqui, tudo ficará
entre nós. Se eles conseguem guardar o celibato, também
são capazes de se calar.”
Mas já não pensam assim em relação aos que são
casados. Pelo contrário, a sua opinião é bem diferente:
“Este casou-se, não pode guardar o celibato, como poderia... (ri com malvadez)... como poderia calar o bico se já
nem é senhor do seu corpo?”
Cristo quer o celibato. Não se pode tirar um só I ou
til. Os que se casaram devem voltar atrás, arrependerse do seu erro... Seria melhor que esses arrepiassem do
caminho, reconhecessem os seus erros, que..., mas justamente...
(1) Nem me ocorrera, ainda esta questão da quebra
do sigilo do confessionário. Mas a meu ver, a grande perda
de um sacerdote casado, se daria no caso de haver um
mau comportamento dos seus filhos, qualquer que fosse,
pois isso tiraria toda autoridade do Padre. Como ele, hoje,
poderia corrigir os filhos dos outros, se os seus próprios
nada tivessem de santo? Então o sacerdote seria escravo
da esposa, e refém dos filhos, ou seja, ficaria completamente imobilizado. Aliás, a questão do pecado pessoal,
tem feito com que muitos padres não falem nem mais em
pecado, imaginando que com isso se auto-justificam.
DISPONIBILIDADE PARA CONFESSAR
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J – Mesmo que as pessoas queiram confessar-se,
tem muitas poucas ocasiões para o fazer. O tempo destinado à confissão é, no máximo, uma hora. E só vêm alguns velhos! (ri irônico). Assim o confessor sente-se desanimado e interroga-se: “Tão poucos e só velhos? Em breve
mais valerá desistir de confessar: será que também nós
teremos de enveredar pelas cerimônias penitenciais?”(1)
GRITOS DAS TREVAS
Parte 5
E então, quando os velhos terminam de rezar, o Padre sai do confessionário e alguns dos que ainda aguardavam pensam que já não poderão ser atendidos se não se
precipitarem para o confessionário. Assim não podem...
(dá gargalhadas)...não podem, com medo de que o confessor lhes escape, não podem preparar-se devidamente,
como aliás o teriam feito se as condições tivessem sido
outras (ri a bandeiras despregadas). Não quero continuar
a falar, não quero!
E – Tens que continuar! Tens que falar! Tens que
dizer o que a Santíssima Virgem quer! Tens que transmitir
tudo o que Ela quer e nada mais!
J – Se os Padres confessassem horas seguidas,
se na Sexta-Feira Santa falassem da morte de Cristo,
poderiam nessa altura aproveitar para falar da morte do
homem. Poderiam lembrar que todos têm de morrer e que
devem preparar a sua alma. Deste modo, milhares de almas poderiam vir a ser arrancadas ao inferno (geme como
um miserável).
Nós não queríamos fazê-lo, mas somos obrigados
por belzebú e lúcifer, que querem que vos perturbemos.
Nós semeamos a confusão por toda a parte. Desde que
belzebú aqui se encontra temos um grande poder. Ele
movimenta-se em todas as direções e espalha a confusão
por onde pode.
(1) Certamente já o leitor percebeu a grande identidade que há entre as denúncias que temos feito, em todos os nossos artigos, alertando quanto à estas falhas da
nossa Igreja. São detalhes escabrosos, que passam despercebidos, aos olhos do povo santo, facilmente cegado
por satanás. A maioria dos padres acha tudo isso normal,
e acaba por aceitar as modificações que o povo exige.
Na verdade, somam-se os maus numa mesma alcatéia,
e apóiam-se uns nos outros na triste ilusão de que, uma
vez que se tratam de maioria, também o Espírito Santo
estará com eles.
Adiante, em novas revelações, o leitor ficará sabendo o quão mentirosa é esta atitude, que tem levado inúmeros sacerdotes e bispos ao inferno. Não acreditem que
isso não acontece. Não esperem que os bispos, por haverem chegado à esta elevada posição, sejam todos santos.
Mentira! Nas últimas décadas, praticamente nenhum sacerdote santo foi elevado ao episcopado, porque para isso
se exige apenas “elevada cultura” ou, pior, fiel obediência
à besta. Acreditem, é isso que está acontecendo!
Assim, enquanto o leitor aguarda o novo texto, medite profundamente sobre estas revelações e compenetre-se da necessidade urgente de rezar, para que reste
pelo menos uma parcela de homens de fé e de oração.
Serão estes a conseguir que Deus salve o mundo!
Agora, ao confessionário! À Eucaristia em estado
de graça
Neste texto, continua a luta contra Judas Iscariotes,
a alma condenada do traidor de Jesus. O leitor já deve ter
sentido, no artigo anterior, o assombroso desespero em
que vive este infeliz renegado, um dos maiores teimosos
que já existiu na terra. Para ele, um simples segundo a
mais possuindo aquela alma, é uma espécie de alívio que
lhe é absurdamente importante. Realmente, jamais conseguiremos fazer uma descrição perfeita do que significa
o inferno. E nunca faremos o suficiente, em termos de
alerta e de oração, para evitar que tantas almas incautas caiam naquele sepulcro de terror eterno. Lembramos
que, quando no texto acontecem as paradas... marcadas
com os pontinhos (...) é porque se verifica ou a pressão de
Lúcifer e dos demônios maiores para que não continue a
revelar os segredos do inferno, ou a própria dor do condenado e a sua dificuldade extrema em continuar falando,
além, é claro da resistência física da possessa.
Nas revelações a seguir, está clara a situação terrível da Igreja, a verdadeira prisão em que vive o Papa
– aqui Paulo VI, mas também hoje João Paulo II – cercado
por bispos rebeldes, que querem destruir a Igreja. Também fica claro, que o próprio Deus irá intervir diretamente,
para arrasar o modernismo – esta mania de querer mudar
tudo, até aquilo que Deus fez eterno – junto com todas as
heresias do mesmo quilate. Vejamos:
EXORCISMOS DE 31 DE AGOSTO DE 1975
E – Judas Iscariotes, nós, Sacerdotes, ordenamoste, em nome da Santíssima Trindade (...) diz-nos: sois realmente obrigados a partir? Diz a verdade, só a verdade
em nome (...). Pelo poder de todas estas invocações deves
dizer a verdade e só a verdade, e também em nome das
sagradas relíquias que estão sobre a tua fronte.
J – Tenho que dizer! Tenho que dizer! Em certa medida, faço parte dos demônios. É a eles que estou agregado. Eu tinha uma posição elevada, tinha uma posição
elevada, era Bispo. Eu ocupo uma posição superior em
relação às outras almas condenadas. Já aqui disse que
me deram um canto horrivelmente obscuro no inferno.
Como eu invejo... os outros condenados humanos! Os outros... em comparação comigo, estão bem. Eu tenho um
canto sujo.
Ela (aponta para cima) bem me avisou. Ela avisoume. E eu que não lhe dei ouvidos, eu que não lhe dei ouvidos (lança gemidos medonhos). Se eu a tivesse escutado!
Seja como for, desprezei-a. Eu não gostava d’Ela! Eu não
gostava dessa...(É proibido pelo céu de expressar o palavrão que gostaria) Para falar a verdade, desde o princípio
não me juntei a eles só por causa de Jesus. Eu sonhava
com o poder e a realeza, e como nada disso se realizou,
fiquei desiludido!
29
A SITUAÇÃO NA IGREJA CATÓLICA.
próprio Deus intervenha... e Ele intervirá, dentro de pouco
tempo, em breve.
Não, isso não. Esse momento está mais próximo,
mais próximo do que pensais. O mais doloroso para o
Papa é verificar como mesmo os Sacerdotes «Tradicionalistas» duvidam do seu pensamento, da sua vontade. Ele
nada pode fazer. Rodeiam-no de subtilezas. Mesmo que
ele quisesse publicar alguma coisa, isso nunca chegaria a
sair porque controlam tudo.
Muitas vezes já nem sequer o pode fazer, já não
pode. Muitas vezes mal sabe o que está a dizer. É assim
que, então, se dão esses erros e confusões horríveis. É um
pobre Papa. A Virgem Santíssima e Cristo têm pena dele.
Mas é preciso que ele viva o seu martírio. Há muito que
ele preferiria ser morto pelos seus próprios Cardeais (1)
a viver assim! Sabe que todos estão contra ele. Sente-o,
ele é dotado de uma grande sensibilidade. Tem os nervos
muito sensíveis. Não é um Papa enérgico, mas nesta altura também não seria preciso um Papa enérgico. Há muito
que o teriam derrubado.
Fazia parte dos planos de Deus a eleição de um
Papa humilde, submisso, abnegado, agora que as coisas
estão assim. É preciso que se cumpram as Escrituras. Por
isso é que era preciso que viesse agora o Papa Paulo VI.
Ele foi realmente o escolhido. Só Eles (aponta para o alto)
têm compaixão dele. Mas esta situação não se irá manter
durante muito tempo.(2) O seu martírio em breve terá fim.
Mas, para ele, já dura há muito tempo. É que para ele os
dias são como semanas, como meses.
É preciso rezar por ele, rezar muito mais. É-lhe
imensamente penoso ver como a Igreja descarrila e como
tudo fica sem consistência. Podeis ter a certeza de que
ele preferiria que tudo se fizesse segundo o antigo estilo. Ele desejaria que este Concílio(3) nunca tivesse sido
convocado. Ele bem se apercebe que tem conseqüências
terríveis, devastadoras, catastróficas, que já não poderão
ser eliminadas. Nem a oração poderá deter os seus efeitos
funestos.
Era preciso dizer a todos os Bispos que o Papa é influenciado. Mas eles não acreditarão, porque também eles
estão cegos. De que lhes serve a erudição e a inteligência,
se estão cegos e não crêem. Neste aspecto, nós sabemos ainda mais, sabemos ainda mais que os Bispos. Eles
temem-se mutuamente e têm medo do povo: têm medo
de serem rejeitados. Por isso querem dançar ao som do
violão do povo, mesmo que ele toque notas falsas (4).
E este violão está de tal modo desafinado que, em
breve, já não se poderá tirar das suas cordas qualquer
som. E é a isto que se pretende chamar Igreja! Compreendeis? Isto, quer ainda chamar-se Igreja! Uma Igreja maldita, perversa, confusa. Será isto uma Igreja... que em breve
ninguém ousará, nem deverá, chamar Igreja!(5)
E – A frase que disseste « É uma Igreja maldita»,
não é da Santíssima Virgem!
J – Não, essa frase é nossa.
Apesar de tudo, é a verdade. E decerto modo Ela é
J – A Igreja Católica encontra-se numa situação
grave. Se Eles lá em cima (aponta para cima) não interviessem, não poderia salvar-se. Mas é preciso que estas
palavras se cumpram: « Eu estarei convosco todos os dias,
até o fim do mundo» (Mt. 28,20). Haverá uma depuração
total, uma depuração terrível, que não nos agrada, ouvis?
A nossa ação no mundo, especialmente nos últimos tempos, atingiu uma intensidade nunca vista. Pelo
menos, desde há mil anos.
SITUAÇÃO DO PAPA PAULO VI
J – O Papa, o Papa... é um mártir. De certo modo
poder-se-ia dizer que jaz por terra, que deseja morrer. Não
deseja morrer na situação em que se encontra. Tortura-o,
o pensamento de que o que diz não é publicado no mundo, e é precisamente aquilo que ele não queria, que é
publicado pelos seus Cardeais. Em todo o caso, muitos
Cardeais, não todos, lá continuam. O Papa tem imensa
dificuldade em atuar. Está numa situação muito pior que
uma verdadeira prisão. Nós nos agitamos, fazemos tudo o
que podemos. Aliás, já fizemos muito.
Privaram-no da sua liberdade... e assim pouco
pode fazer. É por isso que falamos dele como um réptil, só
capaz de rastejar, e que já não tem uma palavra a dizer,
nem à direita, nem à esquerda, nem à frente, nem atrás.
São os outros que o fazem, os falsos, os que gostariam de
vê-lo desaparecer.
É UM GRANDE PAPA!
J – É preciso rezar pelo Papa. Ele sofre mais do que
um mártir. Preferiria ser apedrejado como Santo Estevão.
É um grande Papa, apesar de estar forçado ao silêncio.
Carrega uma cruz. Poucos são os que atingem a sua altura, embora passe por pequeno e impotente. A princípio
cometeu alguns erros, mas há muito que os reconheceu.
Agora, porém, tem os pés e as mãos atados e até a língua.
Ele clama ao Céu que queria restaurar a Ordem, deseja-o,
mas os seus pés e as suas mãos estão atados. Já nada
pode fazer.
O PRÓPRIO DEUS INTERVIRÁ!
J – Fazem dele o que querem. São lobos que uivam segundo o vento que sopra... O que eles querem...
quere-o o povo moderno... a massa. É assim que se tornam populares. Pouco tempo depois, os bons Padres «tradicionalistas», que antes nunca tinham posto em dúvida o
pensamento do Papa, são induzidos em erro. Mas, o que
acontece, é que agora os pensamentos do Papa já não
são os seus. Nesta época de terrível confusão, o Papa já
não pode fazer praticamente nada. Agora, é preciso que o
30
SERÁ O PRÓPRIO DEUS A
DERRUBAR O MODERNISMO
que quer que eu diga. Chegamos a um ponto em que, em
breve, até as seitas serão melhores que o vosso catolicismo. As seitas, em breve, estarão em melhor posição, pois
não possuem a ciência e não são guiadas pelo Espírito
Santo, como a Igreja sempre foi. Elas dizem que é o Espírito Santo, mas na realidade o que elas propagandeiam
pelo mundo são as suas próprias idéias, da forma que
mais lhes agrada.
Há ainda alguns que não querem difundir este gênero de catolicismo; esses gostariam que as coisas se
orientassem pela tradição. Eles bem o desejariam, mas
são demasiado covardes. A sua covardia é de bradar aos
Céus (aponta para cima)!
Se rezassem muito, alguns ainda compreenderiam,
mas para muitos já é demasiado tarde. Como o Céu, a
Santíssima Virgem e o Santo Padre o lamentam! Os três,
Cristo, Santíssima Virgem e o Santo Padre, estão de acordo. Só eles é que estão de acordo. Os Cardeais (pelo menos muitos) não estão. O seu modo de agir e proceder é
contrário à vontade d’Eles lá em cima (aponta para cima)
e contrário à vontade do Papa. O Papa encontra-se numa
situação terrível, terrível!
(1) Realmente, consta que foi o Cardeal Jean Vilot, o
Secretario do Papa, o homem que apressou a morte dele,
aumentando a dose diária de medicamentos. Este mesmo
homem, depois, será denunciado no livro “Em nome de
Deus”, do jornalista americano David Yallop, como o verdadeiro assassino de João Paulo I. O simples fato de ele
não ter permitido a autópsia, já o indicava como suspeito.
(2) Paulo VI morre em 1978, três anos depois deste
aviso, com 81 anos.
(3) Duvido que haja um só bispo ou cardeal da
terra, que não esteja rodeado de uma claque pegajosa,
cravada em cada diocese do mundo como um cancro, que
muitas vezes dirige os bispos ao seu bel prazer, quando
não age a revelia do próprio bispo. Não somente o papa,
como muitos bispos não mais têm autoridade alguma.
(4) Paulo VI percebeu, por exemplo, que a Nova
Missa como estava seria um desastre. Para evitar o pior,
ele próprio redigiu uma nova Missa, e entregou ao Cardeal
Vilot, o tal, para que formalizasse o documento para ele
publicar, Urbi et Orbi. Mas eles datilografaram apenas a
primeira página do documento igual, mantendo muitas
alterações nas outras, e Paulo VI, sem ler assinou. Uma
semana depois, percebeu que fora enganado mais uma
vez. Aí era tarde. A partir de então, deixou até de lutar
pela vida. Então, ao que se sabe, eles superdosaram seus
medicamentos, apressando-lhe a morte.
(5) Em vez de uma Igreja de Deus, Divina, ficarse-ia com uma «igreja» humana, dos homens e para os
homens. Se tal se concretizasse, já não se poderia falar
em igreja.
J – Nós tememos o Papa, embora no fundo não
o devêssemos temer assim, pois agora o seu Vaticano é
dirigido pelos Cardeais. O Papa sofre continuamente, e
assim pode salvar mais almas e fazer mais do que nós
desejaríamos.
Chegaremos a um ponto que o próprio Deus será
obrigado a destruir tudo, a destruir o modernismo. E recomeçar-se-á no ponto onde se ficou, no que era antigo,
tradicional, no que correspondia à verdade e que é do
agrado dos lá de cima (aponta para cima) e não no que foi
criado pelos homens.
Se o Papa não estivesse seqüestrado e constantemente vigiado, à direita, à esquerda e dos lados, poderia
ainda continuar a governar, fazer com que as suas palavras fossem ouvidas. Mas nestes últimos meses as coisas
pioraram. Praticamente nada chegou ao conhecimento
público e o que poderia ter saído, foi imediatamente desmentido, manipulado, mudado... até falsificado. Foi falsificado.(Ver explicação acima)
Meio algum, por pior que seja, os impede (aos
Cardeais) de alcançar o que têm na cabeça. Nada lhes
parece ordinário, porque estamos no fim dos tempos. Não
estivéssemos nós ao leme e não tivéssemos os Cardeais
sob o nosso poder (1), decerto eles saberiam fazer melhor.
Mas porque agitamos tanto os espíritos e temos tantos
adeptos da magia negra a fazer da suas, temos os Cardeais, neste momento, totalmente sob o nosso domínio. O
melhor que tendes a fazer é rezar muito ao Espírito Santo.
Aliás, tudo isto já foi dito por mim e por Akabor, a propósito
da obediência. Fui eu, Judas, que disse: agora já não é
obrigado a obedecer.
(1) Já em 1978, antes de morrer, o Papa Paulo VI
recebeu uma lista comprovada, com a anotação de 101
cardeais e bispos maçônicos, prova de até onde havia
chegado este poder dentro da Igreja. Isso nos faz pensar,
em quantos mais deles se renderam ao inimigo e a ele
obedecem, agora, passados 25 anos. Também no livro
do escritor Olivo Cesca, “Os Tempos do Fim”,(fone 51341-0769) consta que existem hoje não só uma, mas sim
quatro lojas maçônicas, dentro dos muros do Vaticano.
Recentemente, uma destas lojas causou a comoção aos
católicos, quando isso veio a público, e se disse que é uma
das mais luxuosas do mundo, só aberta uma vez por ano,
no dia de São João. Por aí, o leitor pode tirar uma conclusão de o quanto o inferno já comanda o Vaticano.
A OBEDIÊNCIA NA IGREJA
É divertido: a obediência jamais foi elevada tão alto,
como atualmente. De repente, a obediência ficou na moda
(ri sarcástico). Subitamente, todos apelam à obediência
(1), agora, que ela é fácil! Isto vem lá de cima. Nós somos
31
obrigados a dizer a maldita verdade. Agora, que é muito
fácil – para aqueles que tem a mentalidade moderna, que
gostam de ter muito dinheiro e tudo o mais – a obediência
veio de súbito à baila como bala de canhão! Antigamente,
não tinha de modo nenhum a atualidade que agora subitamente adquiriu!
Isso agrada-nos. O que é preciso é que continuem
assim. Mas a Eles lá em cima, isso não agrada. Os seus
planos são outros e, no fundo, seriam outros, mas é preciso que o Evangelho se cumpra. Todos os seus planos têm
de se realizar, mesmo no meio de grandes catástrofes,
mesmo no meio das maiores confusões e conflitos dos
povos.
Todos se apóiam no Bispo, mas os Bispos não podem apoiar-se no Papa, pois nada vem do Papa. Creio que
vou terminar.
(1) Ele refere-se assim: Todos obedecem aos falsos
comandos dos Cardeais maçônicos, mas todos esquecem
de obedecer ao Papa.
cia; deste modo, uma alma podia ir imediatamente para
o Céu. Agora isso já não acontece, ou melhor, as pessoas
já não são encorajadas nesse sentido. Isso foi suprimido
pelo Clero, que afirma que essas indulgências já não têm
valor, que só uma é válida, a do dia de Todos os Santos.
Que hão de fazer as almas do Purgatório só com uma única indulgência? Ah! Antigamente libertavam-se milhares e
milhares de almas, deveríamos dizer, milhões... e agora?
Agora, encontram-se perante uma terrível perda!
Elas gritam por socorro e ninguém lhes acode. Aproximase o dia dessa festa. Era preciso esclarecer todas as
pessoas a este respeito, mas elas não acreditariam. (ri
maldoso com satisfação)
E no fundo era uma coisa tão simples! Bastava ir ao
cemitério, lançar um pouco de água benta, dizendo uma
vez: «Dai-lhe Senhor, o eterno descanso...», e, às vezes
um Pai-Nosso ou outra oração, conforme o que ocorresse
ao espírito de cada um. Sempre que procediam assim,
com reta intenção, então, por cada oração, era realmente
liberta uma alma. Agora, mesmo os bons, que ainda acreditam nisso, são induzidos em erro, quando se lhes diz:
«Tu não podes ganhar esta ou aquela indulgência, isso já
não é valido.» É claro que isso só traz vantagens a nós, os
do inferno (ri maldoso).
E quanto à esta grande e única Indulgência que ainda se pode ganhar, (a do dia de Todos os Santos, segundo
os modernistas), muitas pessoas acham os seis Pai-Nossos demasiado longos. Além disso, com esta indulgência
única, já não são muitas as almas que se libertam (1). O
próprio Deus – Ele lá em cima (aponta para cima) – há
de pôr as coisas no seu devido lugar, mas para muitos, já
será demasiado tarde, excessivamente tarde.
Devo ainda dizer que este assunto das festas dos
Santos tem mais importância do que se pensa. As datas
foram rapidamente mudadas, não só as das festas dos
Santos como também e muito especialmente as festas
em honra da Santíssima Virgem. De fato a festa de 8 de
Dezembro manteve-se, mas de que vale isso? Há outras
festas igualmente importantes. Citemos, por exemplo, a
de Nossa Senhora do Carmelo e outras grandes festas e
dias comemorativos. Quando as pessoas não vão à Missa,
nesses dias pedir o auxílio da Santíssima Virgem para a
sua vida recebem também menos graças. Isso representa para elas uma grande perda e para nós um magnífico
ganho.
(1) Só muito recentemente, a partir do Natal de
2002, foi que o purgatório começou a diminuir no número de almas sofredoras. Mas, com certeza, permanece lá
ainda um número superior a 930 milhões de almas, segundo mensagem ao Cláudio de 06/05/2003.
AS FESTAS CATÓLICAS
J – As festas... as festas católicas! Tudo está mudado e desorganizado; mudaram-se as datas e as pessoas já não compreendem nada. Antigamente, as pessoas
podiam pensar com antecedência: « Agora, vem esta ou
aquela festa »... e agora... (ri ironicamente).
Agora, as pessoas já nem sequer sabem quando
estas festas se realizam, nem em que datas são fixadas.
Isto é muito vantajoso para nós e é uma perda insensata
para os outros, porque havia festas para as quais as pessoas começavam a se preparar com algumas semanas de
antecedência. Agora, já não o podem fazer, ou só muito
raramente o fazem, porque já não têm as datas das festas
presentes na memória; em cada calendário figura uma
data diferente. Como é que quereis que se preparem? As
pessoas não podem ir ter com os Bispos ou com os Sacerdotes à Igreja e festejar determinada festa aí, em tal data
e de tal maneira e, depois, em casa, sozinhos, celebrarem
a festa na antiga data.
No entanto, acreditai-me mesmo no inferno, são as
antigas festas que estão em vigor. Estão em vigor, bem
mais em vigor que no vosso mundo. Decerto já vos apercebestes disso, com a festa de Nossa Senhora do Monte
Carmelo.
TODOS OS SANTOS, FIÉIS DEFUNTOS,
ALMAS DO PURGATÓRIO
J – Era preciso repor todas as festas no seu devido
lugar. Então, essa dos fiéis defuntos, tem também que se
lhe diga!
As almas do Purgatório encontram-se numa situação terrivelmente desvantajosa. Antigamente ia-se ao cemitério. Cada oração que se fazia, obtinha uma indulgên-
A ARTE RELIGIOSA
32
J – Sim, a Santíssima Virgem! Isso também tem
que se lhe diga. De fato, coloca-se a sua imagem a um
canto ou bem ao fundo, de maneira que seja o menos
O SANTO ROSÁRIO
possível. Muitas vezes existe uma pequena imagem da
Virgem, de mau gosto (se é que se consegue compreender de quem é a imagem). Quanto às imagens modernas,
na maioria dos casos não se sabe se, se trata da mulher
de um «gangster» ou de algum lá de cima (aponta para
cima).(1)
Nos lugares onde ainda existem imagens belas da
Santíssima Virgem, as pessoas são mais facilmente impelidas à oração. É por isso, que Eles lá em cima, querem
que... Apareçam belas obras de arte, pelo menos imagens
boas e belas, que «falem» às pessoas. O Sacrário deve
ficar, como já foi dito, no centro, ricamente ornamentado,
dourado se for possível, arranjado de tal modo que todo o
aspecto da Igreja seja harmonioso. Que não se assemelhe
à uma casota de cão, ou (quase gostaria de o dizer) a um
curral de porcos (ri sarcástico).
Vêm lá de baixo, mas fui autorizado a dizê-las (respira alto e com dificuldade).(2)
(1) Esta revelação é terrível, e se cumpre a todo
vapor. Não só nas imagens diabólicas que estão fazendo –
há demônios com asas de morcego, pintados no lugar de
anjos e as pessoas não conseguem mais ver isso – mas
também em milhares de Igrejas, o dinheiro maçônico, antes consagrado aos demônios, que é usado na construção
de Igrejas. Tudo isso ruirá! Nada ficará em pé! Mesmo as
igrejas antigas, tombadas pelo “patrimônio histórico”, por
mais ricas e luxuosas que sejam. De fato, eu não me espantaria se a própria Catedral de São Pedro, e até mesmo
o Vaticano inteiro, ruísse com todo o fragor.
(2) Quando acontece de o demônio falar um palavrão contra a igreja, como é este caso, a sua revelação somente é permitida, quando, de certa forma, ele corresponde a realidade. Acreditem, já encontramos o Santíssimo,
dentro de um cofre forte, com nenhuma flor sequer ao seu
lado. Ontem à noite, uma senhora daquela mesma cidade
falou que nos dias que passaram o padre aceitou celebrar
a Missa, tendo sobre o altar uma estátua da antiga deusa
pagã, Astarte. Por ai o leitor pode avaliar se Judas tem
ou não razão.
J – Tenho de acrescentar o seguinte (respira com
grande dificuldade): A grande maioria dos Sacerdotes
estão cegos. Somos nós que os cegamos. Mas, com um
pouco de boa vontade, e com muita oração ao Espírito
Santo, acabariam, a pouco e pouco, por compreendê-lo.
O Rosário seria então um remédio universal. Porém, também ele foi suprimido em quase todo o lado. Já não está
na moda, como se costuma dizer.
Os Mistérios Dolorosos seriam os mais preciosos
do três. Sem dúvida que todos os são, mas a meditação
dos Mistérios Dolorosos contribui mais para a salvação
das almas. É por isso que lá em cima (aponta para cima),
é considerado o mais precioso.
O ROSÁRIO (1) E A IMITAÇÃO DE CRISTO
O SANTÍSSIMO SACRAMENTO DO ALTAR
J – O Santíssimo Sacramento, o Santíssimo Sacramento já não é adorado. Está totalmente posto de lado. As
exposições do Santíssimo Sacramento são agora raras.
Fazem-se ainda em alguns atos de reparação e entre os
«tradicionalistas». Fora disso são muito raras. Este Sacramento... se soubésseis como é Grande!
O Santíssimo Sacramento do Altar! Se soubésseis
as bênçãos que jorram, as bênçãos que d’Êle jorravam antigamente, quando era exposto no Sacrário e o povo, diante d’Êle, fazia a adoração reparadora! Isso era de grande
eficácia para os pecados. Todas essas coisas deixaram de
existir e é por isso que também menos almas se salvam.
Não quero continuar a falar, não quero falar mais!
33
J – Também são bons. Claro que são bons e dum
modo especial os Mistérios Gloriosos, com a dezena que
convida à contemplação do Pentecostes, à descida do Espírito Santo. Todos são bons, mas os Mistérios Dolorosos
são preciosos, pois estão associados à contemplação da
Agonia de Cristo no Jardim das Oliveiras, da flagelação,
da coroação de espinhos, do carregamento da Cruz e da
morte na Cruz.
O livro Imitação de Cristo devia ter sido fermento,
devia ter sido alimento, pão para a humanidade. Mas foi
rejeitado como o foram milhares de livros que existem.
Citemos por exemplo os livros de Agreda, Emmerich, etc...
Muitos outros livros sobre a vida dos Santos caíram igualmente no esquecimento.
Mas os livros da Catarina Emmerich e Maria Agreda,
têm a vantagem de por sob os olhos das pessoas a vida
de Cristo, dum modo impressionante e de lhes mostrar a
pobreza extraordinária em que Jesus Cristo, a Santíssima
Virgem e S. José viveram. Se as pessoas seguissem o seu
exemplo, decerto não viveriam tão obcecadas pelo dinheiro, como tantas vezes acontece, e o orgulho não os cegaria tanto. Haviam de compreender que as únicas coisas
abençoadas pelo Céu são a humildade, as virtudes e as
obras de misericórdia – como muito justamente se costuma dizer – e, sobretudo, a perfeita Imitação de Cristo e a
própria entrega de si mesmo aos lá de cima (resmunga).
Lúcifer paralisa-me. Já não posso mais, não quero
dizer mais nada. Obrigaram-me a falar demais, a mim,
Judas Iscariotes. (respira alto e com dificuldade)!
A Imitação de Cristo seria bom; a cruz seria bom.
Na cruz está a salvação. Na cruz está a vitória. A cruz é
mais forte que a guerra. Oh! Como lúcifer me atormenta
por eu dizer estas coisas! Ele está nas proximidades.
Ele atormenta-me. É unicamente graças a Ela, lá
em cima (que me amou intensamente) que ele não me
tortura ainda mais terrivelmente no inferno. Sim! Este velho, este louco, este monstro medonho.
E - Continua a dizer a verdade, sob as ordens da
Santíssima Virgem, continua a dizer o que Ela nos quer
transmitir! Lúcifer não pode fazer-te mal!
J – Ele faz-me mal, mas não me interessa! Ficarei satisfeito se não for obrigado a continuar a falar. Isso
só me recorda as minhas próprias maldades. Gostaria de
poder voltar atrás, poder voltar atrás (suspira miseravelmente).
(1) Prova maior da desobediência dos bispos e padres ao Papa está na divulgação do Rosário, aproveitando
o ano concedido para esta devoção, que vai até 16 de
outubro de 2003. Quase nenhuma diocese do mundo está
divulgando esta devoção, que poderá salvar o mundo e é
necessária para as famílias. Eles pagarão caríssimo por
esta desobediência. Que aguardem!
inferno, é bom que não sejam entoados. É bom, é mesmo
muito bom.
Depois, os cânticos em honra do Santíssimo Sacramento: “Kommet, lobet ohne End” (Vinde, Louvai sem
fim). O Stern im Meere, Fürstin der liebe, (Estrela do mar,
Soberana do Amor); há e havia centenas de cânticos belos e bons. Mas a Igreja moderna sabe muito bem, isto é,
nós sabemos muito bem, por onde devemos começar a
destruir a Igreja Católica. Nós somos obrigados, é o velho
(lúcifer) que o quer, é ele que fala, é ele que o exige. Nós
conseguimos, conseguimos agora o que sempre desejamos. Atingimos o ponto culminante. Estamos no auge.
Neste ponto só falta o Aviso. Só falta o Aviso.(1)
(1) Trata-se do “Aviso” que foi anunciado pela
Santíssima Virgem em Garabandal, em 01 de Janeiro de
1965. (Cf. o Segundo Advento, a Montanha de Garabandal,
ed. Tudo Instaurar em Cristo).
A DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM
J – A Congregação Mariana era bom, mas agora
já o não é. Nos lugares onde ainda existe já não é boa.
Aliás, já quase não existe, porque duma maneira geral a
Santíssima Virgem foi banida das Igrejas. Atualmente, são
muito poucas as pessoas que agem segundo à sua vontade e os seus desejos. Há poucos que à imitam e ainda
menos quem pratique a Verdadeira Devoção, segundo S.
Luiz Grignon de Montfort. É preciso dizer que ela é difícil. A verdadeira devoção e a oferta de si mesmo não
são fáceis.
Nós tudo fazemos para impedir essas coisas. Mas
para as pessoas é a melhor coisa que podem fazer – a
melhor entre as melhores. Ela (aponta para cima) tem um
grande poder, Ela protege os seus filhos como teria protegido a mim, se eu simplesmente o tivesse querido (geme
desesperado).
Os cânticos em louvor da Santíssima Virgem, nas
Igrejas modernas, ouvem-se ainda uma vez todos os anos
bissextos (geme como se estivessem a atormentá-lo). Só
se ouvem uma vez todos os anos bissextos e, quando
isso ainda acontece, são cânticos que não penetram até
o fundo da alma, cânticos que não falam ao espírito. Isso
é-nos muito vantajoso porque já muitas almas se salvaram e voltaram ao bom caminho por causa dos cânticos
em louvor da Santíssima Virgem. Tomemos por exemplo
o cântico “Maria zu lieben” (Para amar Maria). Diz assim:
“Tu és a Mãe, quero ser teu filho, só teu, na vida e na
morte!” (geme como um miserável). Não! Não quero dizer
estas coisas!
E – Diz a verdade, em nome (...)!
J – Quero calar-me! Quero calar-me... muitos textos, nos países de língua alemã, foram modificados pelos
Bispos. O cântico “Milde Königin gedenke!” (Lembra-te
doce rainha...) é também um que nós tememos, porque
contém esta bela frase: “Deverá o mais pobre dos teus
filhos deixar-te sem ser socorrido?” Estas palavras já provocaram, em muitos, bons pensamentos e conseguiramnos salvar no último momento. Ou então, quando se diz:
“Olhai-me pobre e miserável pecador...” Mas para nós, no
SÓ A INTERVENÇÃO DE DEUS
J – Só a intervenção do próprio Deus, d’Aquele lá
de cima (aponta para cima), pode ainda salvar a Igreja.
Temo-la totalmente presa nas nossas malhas. Corre o
perigo de perecer. A situação é crítica. Está encurralada
pelos modernismos, pelas idéias dos professores, dos
doutores, dos Padres que se crêem mais inteligentes que
os outros(1). Só a oração e a penitência a podem ainda
ajudar, mas são bem poucos os que as praticam (respira
profundamente e com dificuldade).
(1) Esta foi certamente uma das grandes vitórias do
diabo. Talvez a maior de todas. Cegar os padres! Torná-los
orgulhosos de seus conhecimentos, de sua elevada “teologia”. A maioria deles, literalmente abomina a qualquer
leigo que possa ter uma idéia sensata, e se disporiam a
excomungar da Igreja – se o pudessem fariam – a qualquer pessoa que possa interpretar uma passagem bíblica
com perfeição até melhor do que eles. É mais fácil achar
uma agulha num palheiro que um padre humilde. E quando estes chegam a Bispos, Cardeais, então se imaginam
no Nirvana, no Olimpo entre os deuses, inacessíveis aos
mortais comuns. Sim, há muito tempo que se abandonaram os critérios de santidade e de obediência ao Papa,
como “sine qua non” para ascenderem na hierarquia. Vitória do inferno! Hoje só se elegem teólogos! Sumidades
de inteligência... e desastres para a Igreja, quando não
promotores de satanás.
O INFERNO EM TODO O SEU HORROR
34
J – É uma grande vitória para nós que só já muito
poucos Padres falem do inferno! O inferno – em todo o seu
horror – devia pintar-se nas paredes. Mesmo que o fizessem, isso não chegaria para vos dar uma pálida idéia do
seu horror. Onde é que encontrais ainda um Padre que fale
sobre o inferno, a morte, o Purgatório ou sobre qualquer
outro assunto do gênero?
Só muitos poucos o fazem! E estes não chegam
para o exército, para a multidão de pessoas, que se encontram no caminho da perdição. É também um dos motivos principais....um suporte a que nos podemos agarrar.
O fato de já não se pregar sobre o inferno, é-nos imensamente vantajoso. Devia falar-se dos horrores do inferno,
em toda a sua extensão, e isso não bastaria ainda. Já o
disse aqui: “O inferno é muito mais horrível que aquilo que
vulgarmente se pensa (suspira e chora)”.
deviam reunir-se. Era preciso que se voltasse a dizê-lo
nas práticas, que fosse gritado do alto dos telhados. Devia
gritar-se do alto dos púlpitos tudo o que eu, Judas, acabo
de dizer. Penso, dum modo especial no Asperges-me e
na benção do fim da Missa, durante a qual se deve ficar
de joelhos! Naturalmente que se deve ficar de joelhos! A
posição de pé atrai menos bênçãos, pois não agrada a
Deus. Ficar em pé, de braços caídos, talvez sem rezar,
durante a benção final é ofensivo para Deus. É horrível.
Nós, no inferno, revoltar-nos-íamos, se pudéssemos, mas
evidentemente isso agrada-nos, isso até nos agrada.
MISSÕES POPULARES
E VERDADEIRA RENOVAÇÃO
J – Se ao menos se pregassem estas coisas e se
voltassem a organizar missões populares, muitas pessoas, milhares delas, voltariam a aproximar-se da confissão.
Agora, não o fazem. Nós já tivemos ocasião de dizer que
as cerimônias penitenciais não podem de modo algum
substituir a confissão. Nós tememos as missões populares como a peste, pois já contribuíram para a salvação de
muitas almas.
Os pregadores das missões populares falavam,
sobretudo do inferno, do Purgatório, da conversão e da
morte. Isto levava a luz a muitas almas: eram como uma
mecha que os Sacerdotes colocavam junto das pessoas
e em que elas se apoiavam, pois ninguém ama a morte, ninguém ama o diabo. Todos recuavam assustados e
cada qual pensava para consigo: “Se as coisas se passam
assim, tenho que retomar o caminho do bem. Ele tem razão.”
Quando um Padre segue a boa e verdadeira tradição, como Eles lá em cima querem (aponta para cima),
quando ainda celebra convenientemente a Santa Missa,
quando é guiado pelo Espírito Santo, quando é muito piedoso, então as suas bênçãos e a sua influência são muito
maiores. O mesmo se pode dizer dos seus sermões. As
pregações de muitos Padres são muito superficiais. As
suas Missas já não são fonte de bênçãos abundantes, talvez de muito poucas; de qualquer modo, de menos benção do que no caso de um Padre piedoso. E isso é lógico.
O Céu permite que um Sacerdote que quer realmente o bem, que se deixa guiar pelo Espírito Santo, que
se entrega totalmente a Deus e que só faz o que Ele quer
(aponta para cima), possua uma eficácia muito maior e
exerça uma influência também maior sobre as pessoas
que freqüentam a Igreja. O mesmo se passa com a leitura
do Evangelho e com as outras leituras, do princípio ao fim
da Missa: o poder de tal Sacerdote é muito maior, muito
mais extenso, que o de um Sacerdote vulgar, morno ou
quase apóstata. Esses já não se interessam, são demasiado covardes para celebrar a Missa e para fazer o bem
como deveria ser, segundo a vontade do Céu... Não quero
falar... não quero continuar a falar. (Judas geme).
É preciso que apareçam Sacerdotes corajosos. Naturalmente, era melhor que fossem os próprios Bispos a
manifestarem-se contra os abusos da Igreja. As pessoas
ERROS NA CONDUTA DA IGREJA
35
J – Se todos os Padres, sem exceção, num rasgo de inteligência, reconhecessem como está a Igreja e
qual a sua situação, ficariam horrivelmente apavorados.
Certamente modificariam a sua conduta, pelo menos um
grande número deles. Mas é precisamente este rasgo de
inteligência que lhes falta, a eles que crêem que a Igreja é
guiada pelo Espírito Santo (1).
Estes Padres concentram-se sobre a nova Igreja.
Afinal de contas, a Igreja são eles, e podem mudar o que
lhes agradar, pois o Espírito Santo também reside neles.
Deste modo, não se dão conta que desobedecem ao Papa,
o chefe da Igreja, e que tudo isso não vem dele. É que a
ação do Espírito Santo se exerce através da palavra do
Papa e não por uma palavra que eles querem virar e revirar à sua vontade (resmunga).
Naturalmente, tudo o que nós divulgamos por intermédio dos cardeais, não vem de modo algum do Espírito
Santo. Alguns deles serão exterminados como a erva daninha – como se diz e tão bem no exorcismo - mas isso
não acontecerá a todos. Alguns compreenderão ainda...
Quanto aos Bispos, isso também tem que se lhe diga, os
Bispos...
Eu também fui Bispo. Se eu pudesse voltar atrás,
cumpriria melhor os meus deveres, mil vezes melhor. Os
Bispos... Muitos Bispos, mais valia que nunca tivessem
sido! Bem melhor seria que fossem os mais ínfimos dos
leigos, em vez de ter a palavra e a cruz porque para eles
tudo isso não passa de camuflagem e... põe a máscara
do bem, mas por baixo só há vermes e podridão. Até para
nós, é... Mas é que eu não quero continuar a falar, não
quero!
Já falei bastante... (resmunga)
(1) Desesperante esta situação, que sempre temos
anunciado. Eu diria, sem medo de errar, que pelo menos
90% dos sacerdotes e bispos da terra – e isso deve somar
a assombrosa conta de 1,2 milhões de padres – dorme
na triste ilusão de que a Igreja é totalmente conduzida
pelo Espírito Santo, embora a falta de santidade de seus
dirigentes. Ou seja, que qualquer cardeal, ou bispo, que
fale alguma coisa, sempre, ou quando a CNBB se reúne,
sempre, tudo o que sai dali é obra divina e fruto do Espírito
Santo. Quanta insensatez, meu Deus! Quanta loucura! Há
GRITOS DAS TREVAS
Parte 6
cardeais que são verdadeiros demônios, são inclusive maçons do último grau, que dirigem aquelas lojas diabólicas,
como poderão falar pelo Espírito Santo?
E estes padres cegos, são capazes de seguir, bestializados, a tudo que vem deles, seja em nome desta
ilusão nefasta, seja em nome de uma falsa obediência,
e cega, própria daqueles que já não conseguem discernir
a mão esquerda da direita. O simples fato de que há um
tremendo racha na CNBB – esquerda e direita – já é prova
de que o Espírito Santo foi expulso daquelas reuniões há
muito tempo. O Espírito não é de divisão, mas de unidade.
Só quando eles saem unidos na verdade, é que ali agiu o
Espírito de Deus. Agora mesmo, em relação ao famigerado
“Fome Zero”, continua se notando as garras e o chifre de
satanás. Brigam desesperados para estarem à frente do
projeto, enquanto esquecem do Rosário, da Confissão e
da Eucaristia, aquilo que realmente interessa. O que leva
ao céu!
Quando, depois, na hora de justiça, alguns bispos
e cardeais mergulham no inferno, não ponham a culpa
em Deus. Mesmo que eles pareçam ter cara de santinhos,
de vovô bonzinho, acreditem, o demônio também faz a
mesma cara. Na verdade, eles não têm placa na testa que
os identifique, mas certamente têm um vídeo no Céu, com
toda a filmagem de seus atos. Eles podem até escapar da
justiça dos homens, mas jamais escaparão da de Deus.
Rezemos por eles! Felizmente temos um Deus misericórdia!
Não fosse assim, a maioria deles se perderia
Embora não se tenha consumado, ainda a expulsão
definitiva de Judas, neste exorcismo que segue, veremos
a luta contra “Véroba”, um anjo caído, que pertencia ao
coro das Potestades. Já mencionamos de outra feita e
mais uma vez explicamos esta questão dos diferentes
anjos. No céu, os anjos estão divididos em nove coros angélicos. Em cada um destes coros, há miríades de anjos,
num volume suficiente para demonstrar a imensidade e
o poder de Deus Criador. Dentro de cada um dos coros
angélicos, há diferenças sensíveis de poder espiritual e
de fortaleza em cada um. Esta força, esta fortaleza, lhes
é conferida de acordo primeiramente e acima de tudo
com o amor, mas também o denodo e a bravura, com que
defenderam, ou defendem ao seu Senhor e nosso Deus.
Aliás, isso ficou claramente demonstrado no episódio da
expulsão dos anjos maus para o inferno. Ali, eles tiveram a
grande oportunidade de demonstrarem seu amor a Deus.
Ora, que eu saiba, não existe registro de que o anjo
Miguel, do coro dos Arcanjos, fosse de fato um anjo de
primeira magnitude em si. Lúcifer era o maior de todos,
até maior e mais poderoso que Miguel. Mas foi Miguel – a
fortaleza de Deus – quem gritou primeiro e forte entre
as miríades de anjos: Quem como Deus? Ele, pois, encabeçou a luta contra as trevas – dando com isso a sua
primeira prova de amor a Deus – e justo por isso adquiriu
este poder que tem hoje, de príncipe das milícias celestes. Ou seja, ele domina sobre todos os anjos do céu, não
somente sobre o coro dos arcanjos, mas também sobre
o coro dos anjos, das dominações, dos principados, das
potestades, das virtudes, dos tronos, dos querubins e
dos serafins. E se poderia então dizer: Miguel é o mais
valente, o mais amoroso, o mais denodado defensor de
Deus – embora Deus não precise disso – que existe entre
todos os anjos do céu. Ele é, então, a terceira maior das
criaturas de Deus, abaixo apenas de Nossa Senhora, a
mais incrível e resplandecente das criaturas de Deus, e
do humilde José seu casto esposo.
É, claro, dentro de cada um destes coros, existem
aqueles que têm maior ou menor poder espiritual, sempre
dentro do critério superior de força, de inteligência e de
vontade, próprios de cada um. Eis que a justiça de Deus,
até nisso se faz presente. Quem mais ama, mais merece!
Quem mais luta pela causa de Deus, mais graças recebe,
e maior felicidade terá no céu. Ou seja, quanto mais um
anjo ama a Deus, quanto mais perfeita e prontamente O
obedece, tanto maior poder ele conquista, para melhor
exercer o bem e para mais ainda amar. Ele, pois, se recicla em Deus. Entretanto, uma vez que tiver cessado o
tempo da graça, cada um viverá dentro do nível de felicidade conquistado – anjos ou homens – por livre efeito da
cada vontade, e assim será por todo o sempre. Aliás, isso
acontece também conosco aqui na terra.
36
Quanto aos anjos caídos, o efeito é inverso. Eles, de
fato, conquistaram o seu poder, cada um, mas pelo livre
efeito de sua própria inteligência e vontade de fazer o mal.
Quanto mais odiaram a Deus, mais conquistaram poder
para fazer o mal aos homens. Entretanto, se de um lado
eles não perderam o poder inerente a cada coro angélico
e si, como o tinham no céu – porque Deus quando dá um
dom, não o retira – ao serem derrotados, eles perderam
o resplendor do ser angélico, transformando-se cada um,
na aberração especial e inerente a cada um dos sete vícios capitais.
Ou seja, eles se congregaram em sete legiões diabólicas, cada uma delas se firmando em poder, e agindo,
dentro de um vício particular: Ódio, Orgulho, Ira, Preguiça,
Mentira, Gula e Inveja! Digamos que cada legião diabólica
– dentro da qual estão concentrados demônios provindos
de todos os diferentes e antigos coros angélicos, guardando cada um seu antigo poder – se “especializou” em urdir
tramas contra a humanidade, cada um dentro de seu execrando vício. Eis porque se fala, por exemplo, em demônio
da gula, demônio da inveja, e assim por diante.
Por este efeito da vontade livre de cada anjo do
céu, a cada missão que cada um deles executa a pedido
de Deus – e são bilhões de missões diárias – eles podem
crescer em felicidade, e por isso se empenham com toda
a força e vontade de seu espírito e com toda capacidade
de sua inteligência. Cada anjo da guarda, por exemplo,
que é único – o anjo da guarda de uma pessoa falecida
nunca mais volta para cuidar de outra pessoa – quando
ele chega no céu com a alma que Deus lhe confiou, ele recebe graças infindáveis por isso. Entretanto, se a alma se
perde – sempre por livre vontade dela, jamais por desleixo
do anjo – ele não perde de forma alguma o seu poder, nem
seu mérito, nem sua felicidade eterna, mas o recebe de
acordo com o esforço denodado que fez na tentativa de
salvação daquela alma renegada.
E da mesma forma acontece com todos os anjos,
de todos os coros, em todas as missões que Deus lhes
confia. Quanto mais cumprem estas missões que Deus
lhes confia – quem sabe até diariamente – mais têm
oportunidade de crescer em perfeição, e exatamente por
isso, recebem a graça de mais se aproximarem de Deus e
de melhor sentirem os efeitos que esta presença beatífica
lhes pode proporcionar. Ou seja: Quanto mais perfeitos se
tornam, mas próximos ficam de Deus! Quanto mais puros
ficam, mais “entendem” a Deus, e mais profundamente
Nele podem mergulhar. Porque, creiam, até nos anjos mais
resplandecentes Deus vê sérias imperfeições. Imaginem,
então, quão maravilhoso será contemplar esta divina face
para sempre! Aliás, por um processo quase igual passamos nós aqui, os homens, na terra. É somente aqui que
temos a graça de conquistar estes méritos eternos, para
assim como os anjos, merecermos ver a face de Deus e
viver em sua presença.
Já quanto aos anjos caídos, quanto mais e à medida que exercitarem a sua maldade, tanto mais aumenta
e tormento de seu castigo. Assim, quando um demônio,
encarregado de uma alma humana, a conseguiu levar à
perdição, com isso aumenta terrivelmente o suplicio de
seu castigo eterno. Entretanto – diferente dos anjos da
guarda – eles podem voltar a terra para novas missões e
para tentar roubar novas almas de Deus. E a sua maldade
é tanta, seu ódio contra Deus é tanto, sua inveja contra os
homens é tamanha, que mesmo sabendo que este procedimento lhes aumentará o suplício eterno, mesmo assim,
eles não hesitam na sua luta, até porque são pressionados
e oprimidos pelos demônios mais poderosos.
Entretanto, deve ficar bem claro que tudo que
acontece, no céu, na terra e no inferno, somente acontece
com o consentimento de Deus. Aos anjos, Deus designa
para cada um a sua missão, de acordo com a sua santa
e perfeita Justiça. E com isso crescem em poder diante
de Deus. Aos homens, Deus deixou a lei e deixou o livre
arbítrio, a vontade livre, para decidir pelo bem ou pelo mal.
E nesta luta, ou crescem em graça e santidade, ou em
desgraça e maldade aqui em vida. Aos demônios, Deus
permite que exerçam suas atividades de desencaminhamento da humanidade, mas jamais para efeito e “glória”
ou “vitória” dos maus espíritos, e sim, e sempre, para a
maior graça ou desgraça dos próprios homens que são
livres. Ou seja: Quanto maior a tentação, maior a graça de
quem a vence e vice versa!
E assim, seguindo em nosso texto, em síntese, as
revelações deste demônio trazem uma certa luz sobre o
Aviso e o Castigo, que cairão sobre a humanidade, conforme as mensagens de Nossa Senhora em Garabandal, de
1962 a 1967 – duas mil aparições – norte da Espanha. Já
muitas vezes nos manifestamos a este respeito, entretanto, é sempre bom pesquisar novas formas de revelações.
Interessante observar que, os homens em geral, não estão dando o devido valor, nem sequer tomando ciência,
destes dois eventos pavorosos. Eles brincam com Deus.
Entretanto, o inferno teme estes dois sinais, porque sabe,
ou apenas pressente, que eles levarão à derrocada de seu
Reino. De fato, os efeitos do Aviso sobre a humanidade –
temos a certeza – levarão à conversão a maioria absoluta
dos homens. Dos que não se converterem com o Aviso,
uma parte significativa se converterá com o Milagre, pondo fim ao Reino das Trevas. Eis porque dizemos: Deus fará
tudo!
Neste texto, numeraremos alguns pontos muito
importantes, para explicação abaixo. Entretanto, como
alguns tópicos mereceriam também uma explicação
maior, vamos neste caso negritar as partes mais fortes,
para chamar a atenção do leitor. Cada uma delas merece
uma reflexão profunda de cada um de nós. Ouçamos as
palavras deste espírito mau.
37
EXORCISMO EM 12 DE JANEIRO DE 1976
(Contra Véroba, demônio do coro
das Potestades)
Em breve, Jesus Cristo já não estará presente em
todas as Missas. Mesmo agora, Ele já não está presente
em todas. Há muitos Sacerdotes que já não acreditam na
presença sacramental de Cristo, pela Consagração. É lamentável! A Missa deixa de ser fonte de graças e quando
ainda o é, é-o de muitas poucas! Se todos aqueles que se
dizem Padres celebrassem convenientemente a Missa – a
Missa de Pio V (Missa em latim) – o mundo mudaria dum
modo extraordinário.
Infelizmente, não é esse o caso. Por isso, continuamos a insistir junto dos Cardeais, dos Bispos, dos Sacerdotes e, por fim, dos leigos. Um Cardeal, um Bispo ou um
Padre continua a ser muitíssimo mais importante que um
leigo, pelo menos para nós.
Se Ela, a Poderosa, ainda pudesse chorar - Ela
pode-o nas suas Aparições – se Ela ainda pudesse chorar
no Céu, a terra inteira ficaria inundada com as suas lágrimas. Ela ainda tem piedade destes miseráveis vermes
da terra.
Ela tem compaixão deles e volta a chamá-los, tenta
retê-los, mas os homens já não A querem ouvir. Como cegos, se deixam enredar nos fios dessas marionetes, que
apenas são os nossos cartazes publicitários. Mas as pessoas não se convencem disso. E essa é a nossa grande
vantagem!
Mesmo Judas, com a sua traição odiosa, não foi
tão mau como muitos Sacerdotes dos tempos de hoje.
Judas não agiu ocultamente. Ele sentia que Jesus estava
ao corrente do seu pecado. Então se arrependeu, atirou
os 30 dinheiros para o Templo e disse: “Entreguei sangue
inocente.”(3)
Haverá um Sacerdote da nossa época que procede
assim? Os Sacerdotes de hoje são muito piores. Nenhum
se arrepende do mal que comete. É como uma doença
contagiosa. Estão infectados até à medula, mas ajudamse uns aos outros para que tudo permaneça camuflado.
Mas durante quanto tempo ainda?
No dia em que a verdade vier de cima, a vantagem
será então da Igreja e não nossa. O papel representado
pela Igreja até aos nossos dias, não pode ser atirado fora
ou posto de lado como um par de sapatos velhos e usados, ou um gibão cossado, que tem de ser remendado!
E – Continua a dizer a verdade, em nome da Santíssima Trindade!
V – É triste para a Poderosa e para o Céu ver que
tantas almas boas, que Ela ama, que andavam de mão
dada com o Céu, estejam agora paralisadas.
Muitos já não sabem o que devem fazer no meio de
tanta confusão. Surge assim o perigo de, insensivelmente, enveredarem pelo caminho do erro. É por isso que eu,
Véroba, tenho que dizer o seguinte: “Deveis rezar muito
ao Espírito Santo. Nunca se reza em demasia ao Espírito
Santo.”
E – Continua a dizer a verdade Véroba! Diz tudo o
que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem!
V – Não o queria dizer! Já não quero dizer mais
E – Comandamos-te, Véroba, em nome (...) que digas a verdade, tudo o que quer a Santíssima Virgem.
V – Mesmo os bons combatem os bons! (1) Antigamente não era assim! Antigamente, os bons estavam
unidos! Começou a loucura que vai alcançar o máximo!
Mas tudo se tornará pior.
Atualmente, os homens já não se debruçam sobre a
Sagrada Escritura. Aliás, por toda a parte a apresentam de
modo diferente, ou seja, deformada, organizada de outra
forma, traficada para agradar a cada um (2). Só se deveria
defender a Sagrada Escritura não falsificada, a antiga, a
boa. O resto provém de combinações e pode-se dizer que
está envenenando.
A Grande Senhora, quer salvar todos os que ela
puder. O mundo está tão pervertido, que Ela já não pode
salvar as almas em massa. No entanto, Ela quer ainda
fazer tudo o que puder. Ela ama os seus filhos, ama-os
mais do que merecem muitos deles.
Se nós ainda pudéssemos ser amados com um décimo desse amor (geme horrivelmente)! Ela ama os seus
filhos, como só uma Mãe os pode amar.
Esta é a razão porque é preciso que muitos homens
bons, leigos, tomem consciência de que é necessário rezar e também sofrer pela salvação das almas, que de outro modo se perderiam ou se afundariam ainda mais nos
caminhos da perdição.
A confusão é de fato terrível, mas ainda virá a ser
pior. No entanto, deveis fazer o que Ela quer! Quer que
persevereis neste caminho e não vos desvieis dele um
milímetro sequer, mesmo que o diabo ataque com todo
o seu poder.
Consolai-vos com o Papa: ele sofre ainda mais que
vós. Há muito que ele deseja que tudo chegue ao fim. No
entanto, terá de continuar a rezar e a fazer sacrifícios. Vós
deveis dar-lhes o vosso apoio.
Os leigos têm também de colaborar. Neste momento é absolutamente necessário um maior discernimento
para examinar todas as idéias, mesmo as melhores, pois
cada um julga-se na posse da melhor idéia, mesmo quando falsa.
E – Continua a dizer a verdade Véroba, diz o que a
Santíssima Virgem te encarregou de dizer! Tu não tens o
direito de mentir!
V – Se Ela não estivesse no Céu e se pudesse desencorajar, há muito que teria cruzado os braços. Mas Ela
é paciente, infinitamente mais paciente do que todos os
homens juntos... Oh, se Ela ainda pudesse exercer esta
paciência conosco! (geme horrivelmente). Nós, os do inferno, já deixamos de ter esperança. A única coisa que nos
resta agora é fazer revelações para vós. Ah! Como é horrível termos de revelar agora, o que não desejaríamos.
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nada!
trocam pedra por água, e alho por bagulho.
(3) O fato de Judas haver reconhecido que entregou sangue inocente, não significou arrependimento.
Significa que ele sabia claramente que tinha sido mau,
mas negou-se a aceitar a culpa. De fato, se Deus desse a
Judas uma nova chance, ele a botaria fora, assim como
os outros demônios todos. A primeira coisa que eles exigiriam é que Deus pedisse perdão a eles pelos sofrimentos
passados. Depois se revoltariam e iriam querer derrubar
a Deus, para ficar em seu lugar. Que fique claro: NUNCA,
jamais alguém do inferno se arrependerá, mesmo que se
lhe dê milhões, bilhões, trilhões de chances. Entenderam
porque não adianta ter pena dos perdidos? Eles são todos
infinitamente obstinados na teimosia de seu erro. A estes
se destina a palavra: Réprobo! Quer dizer, filho da perdição, destinado a se perder! Que optou livremente por se
perder! E nem Deus é capaz de mudar sua vontade!
(4) Esta situação, acontecerá certamente com a
explosão do mistério da iniqüidade, como tantas vezes o
temos anunciado. Isso acontecerá, com fúria arrasadora,
após a saída de João Paulo II, durante sete meses. Os
homens não sabem o que os aguarda. Eis porque o verdadeiro, diria, “desespero”, de Nossa Senhora, pedindo
orações, principalmente o Rosário em família. Não subestimem estas coisas, porque serão terríveis, e quem não
estiver em oração, não terá força espiritual, e sucumbirá
de desespero. De fato, milhões de seres humanos, que
hoje não fazem caso dos avisos de Nossa Senhora, morrerão de pavor.
(5) Aqui uma prova concreta de que os demônios
não conhecem o futuro. De fato, aqui ele previu que o
Aviso devesse acontecer em menos de dez anos, e já se
passaram 33 anos. Mas ele próprio, adiante, vai reconhecer que, enquanto o Aviso tarda, mais gente se converte,
ou seja, Deus sempre vence. Por isso, não nos desesperemos, porque tudo tarda. São Pedro diz que isso é bom
para nós! Esta paciência infinita de Deus! A gente sente,
positivamente, que TUDO já deveria ter acontecido até o
ano 2.000, entretanto, pelas orações dos justos e especialmente pelo pedido de Maria e do próprio Jesus, o Pai
nos deu mais um tempo de conversão. Para mais graças!
Mas isso se esgotará em breve!
(6) Sim, a confusão já está aumentando. Se Deus
nos concedeu mais tempo, é sinal de que também a tribulação final será maior. Será concentrada em menos
tempo. Ou seja, poderíamos explicar assim: se tudo tivesse começado a acontecer antes, o auge da tribulação
poderia durar, digamos os três anos e meio previstos em
Daniel. Como acontecerá somente agora, poderemos ter
este tempo de terror condensado em um tempo menor,
digamos um ano e meio, conforme já colocamos alguns
indicativos noutros textos.
Por hora, porém, rezemos e muito. Aguardemos a
manifestação de Deus sem medo, porque não é próprio
dos filhos de Deus, ligados Nele, temer algum mal. Tenhamos em mente que Deus agirá em breve, e Sua manifes-
E – Tens que revelar tudo, da parte da Santíssima
Virgem e em nome da Santíssima Trindade!
V – Ela manda dizer: “Não desespereis, mesmo que
os justos errem por vossa culpa.” Jesus sempre disse:
“Virão tempos em que aqueles que vos matarem pensarão estar a render culto a Deus.” (4) Esses tempos chegaram. Não sereis mortos agora, muitos já o foram, mas vós
não. É preciso que suporteis algumas perseguições. Mas
ainda virão tempos piores.
Esta situação talvez já não dure mais dez anos.(5)
Nós próprios não o sabemos ao certo. Só sabemos que já
não falta muito.
O próprio Cristo disse: “Vós não sabeis nem o dia,
nem a hora, em que virá o Filho do Homem.” Estas palavras valem não só para o fim do mundo, como ainda para
os Castigos! Referem-se ainda aos castigos e também à
morte de cada homem em particular.
O Aviso está incluído no castigo. Não será nada ligeiro. Com o Aviso começará o Castigo – será, por assim
dizer, a primeira parte do Castigo.
Esta situação já não durará mais dez anos. Segundo as nossas contas é bem possível que o Aviso..., mas
como disse atrás, nós, no inferno, não o sabemos ao certo* (rosna horrivelmente). As muitas orações dos fiéis tem
evitado o Castigo. De fato, é paradoxal continuar a rezar,
pois com o retardamento do Aviso e do Castigo, a confusão aumentará.(6) Apesar disso, tereis de rezar muito. A
Virgem assim o quer, porque assim há muitas almas que
ainda se poderão salvar (grita horrivelmente) .
* Efetivamente só Deus conhece o futuro. Os demônios e almas condenadas só podem fazer previsões,
mais ou menos fundamentadas, sobre os acontecimentos
futuros.
OBS. Aqui termina a parte das revelações deste demônio, Véroba, pois o livro não faz mais nenhuma referencia a ele. Provavelmente segue às suas revelações o rito
final de expulsão, assim como o foi o de Judas. Seguem
as explicações assinaladas.
(1) Hoje chegamos a este confronto. Não somente
se combate entre os leigos, dentro das paróquias e nas
pastorais, como se digladiam os padres, nas diferentes
ordens do clero, que de fato se odeiam. Até mesmo, dentro das próprias ordens, os padres se odeiam, se brigam,
se invejam, se combatem, se criticam e até se amaldiçoam, de uma forma tão assombrosa, que não resta dúvida
ser obra de satanás. Quem age desta forma, JAMAIS pode
pregar o Evangelho do Amor! Quem não vive o Evangelho
com a vida, não o pode pregar aos outros, porque perde
completamente a autoridade espiritual. Sua palavra, já
não mais cala fundo, nos corações das pessoas.
(2) Esta referência não é somente às seitas evangélicas, cada uma traduzindo a Bíblia de acordo com a
sua cara, com a sua idéia, mas também aos próprios católicos, que fazem uso dela cada um a seu modo. E satanás
é tão ardiloso, que faz mudar a cabeça dos crentes, que
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tação será poderosa. De fato, o homem em breve sentirá o
peso da mão de Deus. Não para o seu mal, mais sim para
a salvação dos homens. E assim, mesmo que a humanidade hoje pareça ir quase toda à perdição, no momento
oportuno, o amor misericordioso de Deus a acolherá na
imensa maioria. Não raciocinemos em termos humanos,
mas em termos da Onipotência de Deus. Porque, certamente. Depois de passadas todas estas coisas ficará para
todos manifesta a arrasadora vitória Dele, só Dele. Não
tenhamos medo, este é um pedido insistente de Nossa
Senhora. Tudo terá que acontecer, conforme está escrito!
E tudo acontecerá em breve!
Enquanto isso rezemos! TODOS!
A oração de poucos pode pouco!
A Oração de todos, pode tudo!
A decisão é nossa
em cima (aponta para o alto) tem tudo na mão. Nós, no
inferno, receamos que o grande Aviso apareça em breve.
Já desistimos de pensar nisso... Porque todos os
sinais que apareceram agora no mundo inteiro, no Clero,
na natureza, falam nesse sentido, nós tememos que... Que
é que pensam? Nós conhecemos também o que está escrito no Apocalipse (2).
E se fizermos comparações, qualquer burro terá
que admitir que chegamos a esse tempo, só com alguns
pequenos sobressaltos, porque Aqueles lá em cima ainda
tem piedade.
Temos que dizer, porque Eles lá em cima o querem: “Não percais a cabeça! Sede firmes como o granito
e duros como o ferro e o diamante, praticai o bem passo a
passo, segui a tradição. O novo já se vê aonde leva (3).
Muitas crianças, por exemplo, estão tão avançadas
que já sabem tudo sobre sexo, mesmo antes de largarem
as fraldas... Metem-lhes essas coisas na cabeça de tal
maneira que com cinco ou seis anos já tem o crânio cheio
dessas coisas. Há mesmo instituições como jardins-infantis, escolas, etc. que não sabem fazer nada melhor ou
mais inteligente, que meter o sexo à força na cabeça das
crianças. E que se passa com os jovens na puberdade?
Os pais não sabem o que fazer. Mal ousam falar
com o Sacerdote e junto dele manifestarem-se contra
esta educação. Dizem para consigo: “Ele é Padre, sabe
o que faz” (rosna). A juventude já está pervertida mesmo
antes de se agüentar nas duas pernas. Assim, a última
e a ante-penúltima gerações, jamais darão verdadeiros
soldados de Cristo, a não ser que se faça uma mudança
completa da situação.
Os jovens estariam melhor em campos de concentração do que em certos centros educacionais, que mais
não fazem do que lhes inocular o sexo como um veneno
(4). E tudo isso é feito com um sabor a cristianismo moderno, que aparece como complemento.
Em Sodoma e Gomorra tudo era mais visível. Nesses tempos, a perversão não era assim inoculada gota à
gota (rosna). De fato, em Sodoma e Gomorra a situação
era grave, mas eles sabiam que pecavam. Sentiam-no.
As crianças de hoje, muitas vezes, já nem sabem
que pecam. Só demasiado tarde é que se dão conta de
que foram precipitadas para o pecado. Os grandes responsáveis por essa situação, os Padres, professores e
educadores, não sabem senão dum modo confuso que
tem culpa na sua maneira de agir. Escutam às vezes a
voz da consciência, outras vezes pensam que é o Espírito
Santo (5).
E – Em nome da Santíssima Trindade, da Imaculada Conceição, de Nossa Senhora do Monte Carmelo, do
Santo Cura d’Ars e de Catarina Emmerich, continua, diz
o que tens a dizer!
GRITOS DAS TREVAS
Parte 7
Neste texto, traremos ao leitor o sexto exorcismo,
feito contra “Allida”, um demônio que antes de ser expulso do Céu, pertencia ao coro dos Arcanjos. Ele já se havia
manifestado outras vezes, durante os outros trabalhos,
mas agora vai à expulsão final. Os detalhes finais desta
expulsão, assim como os do demônio anterior, não constam do texto, por questão de espaço e porque o rito final é
o mesmo. Ele tem que denunciar seu nome, e desaparecer
para sempre nas trevas eternas. Um verdadeiro terror.
Notadamente, o que este denuncia, é a questão da
sexualidade desenfreada, que começa desde “as fraldas”
como ele diz, como também a questão da juventude que
vai à perdição. Ele anuncia que somente os burros não
conseguem ver os sinais do Apocalipse tendo curso e fala
que eles temem o Aviso de Deus. Também dá algumas indicações sobre a questão do início do protestantismo, que
serviria muito bem para as seitas se reciclarem. Como
eles pensam que expulsam todos os demônios da terra,
os que aqui ficam, e os que os dirigem, têm tempo de
sobra para lhes cegar os olhos. Vamos ao texto!
EXORCISMO DE 5 DE FEVEREIRO DE 1976
(Contra Allida, demônio do
coro dos Arcanjos)
A VIRTUDE E O VÍCIO.
E – Diz a verdade, Allida, em nome da Santíssima
Trindade!
AL – Nós estamos agradecidos aos lá de cima, por
o dia do Castigo ainda não ter chegado. É que assim temos ainda mais tempo para atacar as almas (1). Eles lá
AS ORIGENS DO PROTESTANTISMO
40
AL – Jamais reinou uma confusão tão grande como
agora! No tempo da Reforma, deu-se uma crise muito
grande, mas o que se passou então foi, sobretudo uma cisão no seio da Igreja. Os bons continuaram do bom lado e
os outros passaram simplesmente para o Protestantismo.
Mas os luteranos desse tempo eram ainda melhores do
que os maus católicos de agora. Foi, então, para a Igreja
uma grande crise, mas agora a situação é mais funesta.
Então, as pessoas, mesmo os protestantes, tinham consciência de terem agido mal.
Quando se dividiram em três grupos – Lutero,
Calvino, Zwínglio – compreenderam bem depressa que
aquilo não poderia ser a verdadeira Igreja, pois estes três
homens viviam em conflito entre si. Tinham consciência
de que o catolicismo estava em crise, no entanto verificavam que pelo menos os bons tinham por eles a unidade.
De boa vontade arrepiariam caminho, pelo menos Lutero,
mas já era demasiado tarde.
Nós (aponta para baixo) já o tínhamos bem preso.
E – Em nome (...) diz o que tens a dizer, Allida!
AL – Fomos nós que inspiramos Lutero e foi o velho (lúcifer) que se encarregou de Zwínglio.* Era preciso
que fosse o velho a fazê-lo, até ele alcançar o vigor de
uma planta rija, que cresce como erva daninha (rosna
malicioso). Nem sequer precisa de muita chuva. Como se
sabe, o mal desenvolve-se muito mais depressa do que
o bem. Pulula de todas as maneiras e só dificilmente se
pode conter.
O bem é sempre mais duro e mais difícil. O bem
não cresce com tanta facilidade e mesmo quando cresce,
e o interessado pensa que já subiu bem alto, pode de repente precipitar-se lá do alto da montanha e ser obrigado
a recomeçar do zero.
O mal, ao contrário, cresce e pulula como a erva daninha, sem sofrer qualquer dano. Sobe e cresce e ninguém
o pode deter. A perversão assemelha-se à uma montanha
sinistra, que tudo obscurece, tudo corrompe, tudo sufoca
e infecta. Quando o mal se instala, assemelha-se à uma
epidemia, que contamina multidões inteiras.
Pelo contrário, a virtude tem grande dificuldade em
crescer. Não é tão fácil, tão atraente, tão espalhada. Mas
nós não queremos falar disto! É horrível ser obrigado a
dizer estas coisas (rosna furioso)!
* Contemporâneo de Lutero, assumiu posições
mais radicais e “ultrapassou” Lutero na maior parte das
teses heréticas.
(1) Assim como o Céu se alegra pelo fato de ter
mais tempo de conversão, para que mais gente se converta, também o inferno freme em fúria incontida, porque
sabe que pouco tempo lhe resta. Entretanto, bem o sabemos, Deus jamais permitiria que os tempos tivessem
curso, se não fosse pelo bem de um maior número de
almas. Ou seja, tudo isso – que já devia ter acontecido
– se alonga, porque se configurará, adiante, numa maior
vitória de Deus, e uma maior derrota do inferno. Ou seja,
mais almas se salvarão!
(2) O fato de os demônios fazerem contas, nos dá
ciência de que também estão na mesma expectativa que
nós humanos. Eles não conhecem nada do futuro, apenas dispõe dos mesmos meios e livros que nós dispomos.
Creio até, que muitos profetas sabem muito mais do futuro do que eles, pois de nem todas as pessoas da terra
eles conhecem os pensamentos, e Deus – Poder Absoluto
– lhes esconde muitos fatos até o momento certo.
(3) Nova denúncia contra o modernismo, que somente conduz à heresia e ao inferno. Não sejamos deste
tipo de pessoa, que vive atrás de inovações. De gente,
por exemplo, que vive querendo modificar coisas na Santa
Missa, introduzindo sempre mais palmas, abraços, cantos
profanos, instrumentos diabólicos, distorções à Liturgia,
apenas para agradar a grupelhos de mal-intencionados.
Todas as inovações que ferem ao Rito do Missal ferem
também a Deus, sejam elas quais forem. Não é à toa que
João Paulo II estuda a volta da Missa em Latim (Tridentina), apenas para coibir os abusos.
(4) Já denunciamos isso: Por nossa culpa, perdemos as últimas gerações, notadamente após o ano de
1967, onde houve uma quebra de gerações. Naquele
ano, por algum motivo que desconheço, foi abandonado o
modo antigo de educar para Deus, em troca da moderna
fórmula de conduzir nossos filhos ao diabo. Não pensem
que exagero, porque assim foi. Estes filhos, JAMAIS serão capazes de conduzir a verdadeira Igreja, eis porque
Deus se obriga a por fim aos Tempos. Nossos jovens se
acostumaram a ver tudo mudado, e não se conformam
em manter fidelidade ao rito antigo, à liturgia lenta, mas
segura, da Santa Missa. Numa altura, um dos demônios
exorcizados diz: Nem a oração muda isso! E sinto que é
verdade, primeiro porque o abismo já é muito profundo e
é tarde para voltar, e segundo porque são muito poucos
os que rezam.
(5) Vejam os olhos do inferno tentando consumir
também as almas das crianças, desde a mais tenra infância. Os resultados são visíveis. A loucura aumenta dia a
dia. Os pais – alguns nem mais assim podem ser chamados diante de Deus – acolheram a escola de satanás, para
seus filhos, e nada os faz perceber de errado. Meu pai,
ontem à noite, me falou que assistiu na TV o seguinte episódio: Uma menina, de apenas oito anos, já havia transado
naquele dia com 12 meninos, de até onze anos de idade.
E acharam tudo normal! Busca da sexualidade, disseram!
Os meninos eram louvados como “garanhões” e a menina
rebaixada como “galinha”.
Bela sociedade que impingiu estes estereótipos, e
criou estes estigmas. Infelizmente, os pais destes meninos, na maioria acham normal um tão animalesco proceder, e até incentivam os filhos a cometerem tal atrocidade.
Os pais da menina preferem minimizar os efeitos daquela
bestialidade, se dando até por felizes que naquela idade ela não engravida. Mal sabem eles, que, tanto aquela
menina – que já está na idade da razão e, portanto está
pecando gravemente – quanto aqueles meninos todos,
nas mesmas condições, estão sujeitos à perda eterna de
41
suas almas. E que se dirá de seus pais? Estes, se não se
converterem e passarem a pensar em levar seus filhos
para Deus acabarão por abrir o caminho do inferno para
eles e seus filhos.
Quando criaturas malignas como os Mamonas Assassinas se foram, muita gente lamentou aquelas mortes,
porque eram “bonitinhas” as músicas demoníacas que
eles estavam colocando no ar. Vale lembrar também as
músicas “axé” e “pagodes” com as famosas danças da
“boquinha da garrafa” e outras tantas de apelo ao sexo,
com gestos e palavras obscenos.
Esta distorção absurda do coração humano é prova segura de que há muito o inferno tomou as rédeas da
Educação Popular, e fez os pais largarem as rédeas dos
filhos à disposição das trevas. Agora mesmo, a Rede Globo incentiva o debate nesta questão do “ficar”, mostrando
o quando se tornou precoce a sexualidade. Os que se tem
notado é “pais e mães” lembrando os filhos – antes de saírem de casa – de não esquecerem de levar a camisinha,
esquecendo de lhes dizer que levem antes a moralidade, o
decoro, a decência, e o respeito à Lei de Deus.
Só vou lembrar-lhe uma coisa: No Céu, um dos
lugares mais lindos, é destinado às mães que levaram
todos os seus filhos para Deus. No inferno, o lugar mais
imundo, é destinado às mães que levaram seus filhos à
perdição. E não adianta colocar a culpa nos psicólogos de
satanás, porque antes deles, você tem uma Bíblia, tem um
Catecismo, tem uma Lei de Deus. Se quiser assim, continue comprando camisinha para sua filha, seu filho, e lhes
pedindo: não engravidem, o mais tudo bem! E também o
inferno lhes dirá: Parabéns! Conseguimos, juntos, cuspir
na cara de Deus! Viva a liberdade!
Eis aí, porque temos tanto alertado para a súcia
do inferno. Porque a maioria das pessoas parece cega.
E assim, ao escrevermos tantos textos, dizendo às vezes
as mesmas coisas, mas de uma forma sempre diferente, pensamos que, de uma ou outra forma alguns se
irão sensibilizar. E estes, poderão levar aos seus o que
aprenderam, o que descobriram, de forma que semeando desta forma conseguiremos que mais tarde Deus faça
uma colheita espetacular. O que não podemos é desistir.
Judas diz que a nossa covardia – a da maioria dos católicos – clama aos céus, e é verdade. Que nos perguntará
o Senhor, adiante, quanto nos cobrar os talentos que nos
emprestou?
Ai de nós, se os escondermos enterrados! Ai de nós
se não formos “sal da terra e luz do mundo”! Ai de nós se
não rezarmos!
deu à Nossa Senhora. O fato de Deus permitir – e obrigar – que estes fatos sejam revelados pelos demônios,
não nos deveria espantar. Na verdade mesmo, os homens
não querem crer, e por isso Deus Se obriga, por todos os
meios, a nos alertar, para nos abrir os olhos. Outra coisa,
o leitor deve ter percebido, durante as sessões anteriores,
a pressão que Lúcifer e sua camarilha exercem contra o
demônio que está sendo expulso, para que ele não fale,
para que não denuncie ao mundo os artifícios do inferno.
Eis que agora, a um dado momento, Nossa Senhora obriga a outro demônio maior, chamado Belzebu, muitíssimo
mais poderoso qualquer alma caída, para que tom o lugar de Judas, e responda as perguntas que os exorcistas
fazem, ou para que diga ao mundo, aquilo que o Céu o
obriga a dizer.
Ora, este Belzebu é na verdade o segundo na hierarquia do inferno. Ele vem logo após Lúcifer, e por outras
revelações se sabe que, já muitas vezes, nestes milênios
desde a queda dos anjos, os dois se engalfinharam em
lutas monumentais, pela disputa da supremacia do comando infernal. Porém Lúcifer é mais forte, ou seja, ele
é ainda mais mau que este outro, e isso nunca mudará.
Deste modo, como se trata de um dos mais poderosos
demônios do inferno, a revelação também passa a ter
também, um cunho ainda mais forte, mais profundo e
mais revelador que os outros, porque ele conhece melhor
a Deus e às suas coisas. Porém, foi sem espernear muito
que Belzebu falou. E por ser um texto que passaria de vinte páginas, preferimos separá-lo em três textos distintos,
porque assim se torna mais fácil de assimilação, uma vez
que os leitores podem meditar melhor em cada um.
EXORCISMO DE 30 DE MARÇO DE 1976
Contra Judas Iscariotes (J) e
Belzebu, demônio do coro dos Arcanjos (B)
A VIRGEM SANTÍSSIMA COMANDA
E – Em nome de Jesus, diz-nos, quem tem de falar?
GRITOS DAS TREVAS
Parte 8
Neste capítulo, no que tange aos exorcismos em
si, compreenderemos melhor o imenso poder que Deus
42
J – Judas tem de falar.... Por agora, isso é uma
questão supérflua. Primeiramente é preciso por os vossos
assuntos em ordem (rosna).
E – Em nome de Jesus, por em ordem, o que?
J – O assunto que se refere à publicação deste livro
(rosna de novo). E isso ainda não é tudo.
E – Que significa “não é tudo?” Diz a verdade, tens
de falar. Diz a verdade, em nome (...)!
J – Nós não queremos falar. Já não queremos dizer
mais nada.
E – Em nome do Santíssimo Sacramento do Altar,
que tu traíste, depois da Última Ceia, tens de falar agora!
J – Se eu tivesse sabido, nunca o teria traído!
E – Nessa santa tarde traíste Jesus e agora, em seu
Nome, e em nome de todos os Santos Apóstolos e Papas,
que não atraiçoaram Cristo tens de falar. Diz agora a verdade e só a verdade. Tens de falar, Judas Iscariotes!
J – O que está impresso, está em ordem, mas isso
não é ainda tudo.
E – Então que é que falta? Diz a verdade em nome
(...)!
J – É precisamente isso que nós queremos dizer.
Ide para casa, ide-vos embora.
E – Não, agora não vamos para casa! Agora tem de
falar Judas Iscariotes e belzebu. Nós vos ordenamos que
digas só a verdade!
J – Como nós (aponta para cima) A odiamos!
(geme) Não nos podeis exigir isso!
E – Podemos sim! Ela é vossa Rainha e Soberana.
Todo o inferno lhe deve obedecer!
J – De acordo, Ela, (aponta para cima), de acordo,
Ela deve... (geme como um miserável), Ela lá está com
coroa e cetro e sobre a coroa tem essa cruz (os seus gritos
comovem). Oh! Como A tememos!
Nós não queremos que uma mulher mande em
nós, não queremos. Tenho de repetir coisas que já foram
ditas e tenho de acrescentar coisas novas.
Sem entrar em pormenores, Véroba disse que as
vossas orações eram um paradoxo, pois sem elas o Aviso
já teria surgido. No entanto, o verdadeiro motivo deste retardamento é outro: é para que mais alguns homens ainda
se salvem.
A Santíssima Virgem quer que este maldito livro
seja largamente difundido (1). E isso era só o que nos faltava; que todo o mundo soubesse o que nós tramamos.
As pessoas poderiam talvez mudar de vida, começariam
certamente a mudar de vida, começariam certamente a
duvidar de tudo o que nós propagamos através de Roma,
e voltar-se-iam para a antiga tradição. Só nos faltava mais
esta, só nos faltava mais esta.
É claro que Ela (aponta para cima) quer que digamos outras coisas.
E – Tens que dizer a verdade, em nome (...)! Tens
de falar para a Igreja!
J – Já fiz demais pela Igreja, por esse maldito “caixote de lixo.”(2)
E – Fala agora para a Igreja, a Santa Igreja, que
jamais perecerá, em nome (...)!
J – Bem! Não tenho outro remédio senão falar.
E – Sim, as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Vós não tendes poder para destruir a Igreja.
J – Sobre a Igreja falaremos mais tarde. Primeiro
eu quero continuar com o tema que estava a tratar. Da
Igreja falaremos mais tarde!
Ela quer que eu ainda acrescente mais qualquer
coisa ao assunto do sexo e aos problemas da juventude.
Ela quer que todos saibam que é preciso falar do altar,
sobre esses assuntos, que é preciso pregar sobre as virtudes (respira com dificuldade); que é preciso que todos
saibam, como a culpa pesa... ouvis?... como pesa e aonde
conduz.
E – Que culpa, fala em nome (...)!
(1) Embora ele seja autorizado a dizer a palavra
“maldito”, referindo-se a este livro, o sentido é: maldito
para o inferno, no sentido de ruim para o inferno, não para
Deus.
(2) Devemos compreender aqui, que estas expressões de baixo calão contra a Igreja não procedem do Céu
e sim dos próprios espíritos maus. Mas como viram, quando a expressão tenta ser dirigida contra Deus, ou contra a
Igreja, até ela é indicada, mas jamais blasfêmia alguma do
inferno será pronunciada contra Maria Santíssima. Quando ele cita, então, a Igreja como um caixote de lixo, de
certa forma é porque ela está sendo feita assim.
OS PECADOS DOS HOMENS
43
J – A culpa dos pecados em geral e de cada pecado
em particular. Poder-se-á falar de cada um destes pecados separadamente, em sermões diferentes, ou agrupálos num mesmo sermão, como for mais útil a cada um,
mas antes deve invocar-se sempre o Espírito Santo.
É preciso que a juventude, que os crentes, tomem
consciência da gravidade do pecado, de como ele é imensamente grave e funesto, de onde vem e aonde conduz,
como vem, como poderia evitar-se, o que é preciso fazer
para o atenuar, para o eliminar completamente. (geme).
Em primeiro lugar é preciso dizer que a oração é
um dos pilares mais sólidos, em que assenta a vida cristã.
É preciso proclamá-lo dos púlpitos e não ao microfone. Mil
microfones não substituem o púlpito. Quando um Padre
fala do púlpito, os fiéis ficam diretamente suspensos da
Palavra de Deus. Não olham para frente, para trás, para
os lados, numa palavra, evitam qualquer possibilidade de
distração e podem concentra-se muito melhor. Sim, já foi
dito, mas é preciso que eu volte a repeti-lo, é preciso que
seja referido mais uma vez.
E – Quando é que tu falaste disto, Judas Iscariotes?
Ainda te lembras? Fala em nome (...)!
J – Sim, em 31 de Outubro.
E – Continua, continua em nome (...)!
J – A culpa é muito maior do que qualquer um de
vós o poderá imaginar. Nós, os demônios somos horríveis.
Temos medo uns dos outros. Temos um aspecto horrível.
É-nos insuportável estar próximo uns dos outros. Se ao
menos não tivéssemos que nos encarar! Mas temos, a
isso somos obrigados! Temos que viver neste charco diabólico por toda a eternidade, e temos que nos encarar.
Quando somos obrigados a olhar o pecado ou a
culpa nos homens, apodera-se de nós um grande terror.
Podereis, assim, imaginar a gravidade da culpa, que consegue aterrorizar–nos, a nós demônios, habituados à tantas coisas, que permanecemos dia e noite neste horrível
tormento, que somos obrigados a contemplar hora à hora,
minuto a minuto, este espetáculo, terrível entre os terríveis. O pecado aterroriza-nos. Assim, podereis imaginar a
gravidade da culpa, sobretudo diante d’Aquele que está lá
dar os seus primeiros passos. Ela tinha que rezar para que
a Igreja se desenvolvesse convenientemente, para que se
desenvolvesse como (rosna)... como devia desenvolverse, segundo a vontade do Espírito Santo.
Ela ficava dia e noite de joelhos, rezava para que
a Igreja crescesse e se libertasse do Antigo, isto é, da lei
mosaica e que a circuncisão desaparecesse. Ela compreendia que a circuncisão fora conveniente numa determinada época e que, segundo a lei dessa época, tinha sido
necessária. Mas depois da vinda de Cristo e da Sua obra,
já não o era. Jesus Cristo ainda se submetera à circuncisão, mas Ele não queria que ela continuasse. A partir desse momento existia o Santo Sacrifício da Missa (rosna).
A Santíssima Virgem estava presente, quando os
Apóstolos celebraram a primeira Missa. Depois da Ascensão de Cristo, a Santíssima Virgem participava sempre
da Santa Missa celebrada pelos Apóstolos e recebia a
Sagrada Comunhão. Preparavam-se durante horas para
a Santa Missa. Quem é que procede assim, nos tempos
de hoje? Poucos ou nenhum. Muitas vezes os Apóstolos
preparavam-se dias inteiros só para a celebração de uma
Missa.
Certa ocasião, a Santíssima Virgem retirou-se
durante dez dias para rezar dia e noite. Então foi levada
ao Céu e pode contemplar a majestade infinita de Deus.
Deus, a Santíssima Trindade, ordenou-nos a nós, lá em
baixo, que subíssemos do inferno (aponta primeiro para
baixo e depois para cima). Ainda não era a esfera celestial
perfeita, mas já era uma esfera superior. Fomos obrigados a subir e a contemplar essa criatura, quer o desejássemos, quer não. A Santíssima Trindade obrigou-nos
a contemplá-La, na sua majestade, quase perfeita. A sua
majestade e esplendor eram maiores do que quando a
tínhamos visto anteriormente. A Santíssima Virgem vencera, tinha-nos vencido. Vimô-lA revestida de Sol. Seja
como for, vimô-lA em grande majestade, com a lua a Seus
pés, isto é, o mundo. O mundo inteiro é significado pela
lua, que Ela tem aos pés, e como adversário a serpente,
que representa a nós.
Como nós suplicamos a Deus! Como nós imploramos à Majestade Divina, que afastasse aquela visão! Até
lhe suplicamos que nos precipitasse imediatamente ao inferno, a fim de que nos pudéssemos afundar nas esferas
infernais, de tal modo nos era difícil suportar o seu olhar!
Mas Ele não nos deixou partir. Tivemos ainda de suportar
uns momentos aquele olhar terrível (solta gemidos cheios
de desespero).
Não podeis imaginar o tempo que passamos em
deliberações para descobrir a melhor forma de enfraquecer ou molestar, nem que fosse só um pouco, aquela
criatura! (aponta para cima). Mas nada conseguimos. Ela
vencia-nos em toda a parte. Era soberana em toda a parte.
Durante anos, durante séculos, deliberamos, para vencer
o que podíamos, o que poderíamos fazer, quando Ela lá
estivesse. E quando isso aconteceu, nós nem sequer A
reconhecemos imediatamente...
em cima (aponta para cima) e cuja majestade ultrapassa.
Tinha de dizer isto (geme dum modo lastimoso)!
A MAJESTADE DE DEUS
Se conhecêsseis a Sua Majestade (aponta para o
alto)!
(neste momento Belzebu é obrigado a falar ao invés de Judas)
Não é Judas que o diz, é belzebu. Sou eu, belzebu,
quem a partir deste momento vai falar.
E – Bom, tu conheceste melhor do que Judas a majestade de Deus. Fala, em nome (...)!
B – É que Judas não contemplou a majestade de
Deus. Isto é, ele viu a humanidade de Deus e a partir dela
conseguiu deduzir algo da sua majestade. Mas Judas não
viu Deus na sua grande majestade, como eu o vi (suspira).
Sabeis como é?
Eu vi-o, isto é, não como vocês o hão de ver um dia.
Mas pude compreender a sua grandeza e uma grande parte foi-me dada a sentir e a conhecer. Nós não possuíamos
ainda a beatitude total perfeita, mas já tínhamos atingido
um grau elevado (1). Mas tínhamos inveja d’Ela (aponta
para o alto), nós não queríamos dar-lhe o prazer de nos
governar ou dominar. Daí deriva o que irá seguir-se. De
fato, Ela é-nos superior, é-nos terrivelmente superior.
(1) Já explicamos parte desta questão da formação dos anjos no início do artigo anterior. Eles não foram
criados, completos, plenos, já prontos e dotados de todos
os seus dons. Ao tempo da revolta deles, sob o comando
de Lúcifer, os anjos ainda estavam em formação. E sem
eles o saberem, Deus os preparava para darem a Ele uma
demonstração de que mereceriam, o Seu imenso Amor.
Ou seja, eles teriam que provar para Deus – pois como
nós eram livres para dizer sim e não – que eram dignos de
viver eternamente na Santa presença do Criador para todo
o sempre. E aqui fica muito claro que o motivo principal, a
centelha maior, que incendiou aqueles espíritos caídos, foi
o fato de não se sujeitarem a obedecer a Maria, que por
ser Mulher, era considerada um ser inferior por eles. Este
o motivo pelo qual se revoltaram e foram expulsos do Céu.
Inveja, orgulho, desobediência, ódio! E foi ali que o pecado
começou a existir.
MARIA, MÃE DA IGREJA.
E – Fala Belzebu em nome do Pai (...) e sob as ordens da Imaculada Conceição!
B – Foi precisamente a mim que Ela escolheu
para dizer isto. Se Ela tivesse escolhido Allida, mas Ela
quer que seja eu. Agora, escutai bem! Tenho de falar, Ela
obriga-me.
Ela lá está, com a coroa e o cetro. Ela lá está, quase
que me esmaga. Foi assim: a princípio, com os Apóstolos,
quando Ela, a Mãe (aponta para cima), vivia ainda, foi Ela
por assim dizer, a orientadora da Igreja, que começava a
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E – Não A reconheceram imediatamente?
B - ...Imediatamente, não. Sentimos que devia ser
Ela. Sentimos que devia tratar-se duma criatura extraordinária, incrivelmente virtuosa, sobre quem não tínhamos
qualquer poder. O porque não compreendemos logo (rosna
e geme violentamente)... nem compreendemos quem se
escondia lá atrás. Eu, Belzebu, e Lúcifer, nós convocamos
todo o Conselho.(1) Quando tivemos a certeza absoluta de
que era Ela, deliberamos longamente, dia e noite, a ver o
que poderíamos fazer para a prejudicar. Até convocamos
os melhores mágicos.
Ordenamos-lhe que a (aponta para cima) molestassem, no seu corpo e na sua alma, para que a sua força
enfraquecesse, a sua oração não nos fosse tão desastrosa, e para que deixasse de exercer um poder tão grande.
Nós já víamos que seria Ela quem teria, mais tarde, a Igreja nas mãos. O próprio Pedro caía a seus pés, quando era
preciso (resmunga).
Ela tem um poder imenso, porque Ela é a criatura
mais perfeita e a mais amada por Deus. Foi (é ainda) um
ser duma perfeição incrível. Depois de Deus, está milhares e milhares de vezes acima das criaturas. Mesmo o
seu esposo, S. José, que estava milhares e milhares de
vezes acima dos outros homens, era-lhe ainda imensamente inferior.
Então prosseguimos nas nossas deliberações, e os
feiticeiros concordaram fazer tudo, para a molestar. Tudo
tentaram, mas Ela perseverava na oração e continuava
imperturbável. Apercebia-se certamente do que fazíamos,
mas nada conseguimos. Não conseguimos molestar esta
terrível (2) criatura, pois Ela não estava submetida no pecado original como o resto da humanidade.
Nem mágicos, nem feiticeiros, nem ninguém lhe
poderia fazer mal. Nós, demônios e os feiticeiros, só podemos molestar as criaturas humanas, e dum modo especial, os possessos. Mas sobre Ela, os mágicos infernais
não tinham qualquer influência. Acometeu-nos então uma
fúria infernal, um furor louco de que só o inferno é capaz,
quando verificamos que todos eles nada podiam contra
esta criatura incompreensível, predestinada por Deus.
Então precipitamo-nos sobre mágicos e feiticeiros e neles descarregamos todo o nosso furor (3). Receberam o
dobro do mal que lhe (aponta para cima) deviam ter feito
(geme).
É para mim um tormento horrível que tenha de ser
eu a falar destas coisas. Precisamente eu!... Deixa-me em
paz. A mulher (refere-se a possessa) tem quase um ataque cardíaco; deixa-me em paz!
E – É a Santíssima Virgem que te ordena...
B – Nós não queremos falar mais, não!
E – Tens de falar! Fala!
Não se pode descrever a fúria do inferno quando se
viu que todas as nossas tentativas tinham sido vãs. Como
nada tínhamos conseguido, voltamos a refletir na maneira
de a molestar, mas Ela destruiu os nossos intentos perversos e tudo o mais. Ela é mais poderosa do que nós. É
que Ela era uma criatura escolhida por Deus, escolhida
dum modo especial.
Enquanto a Terra subsistir até ao fim do mundo,
nunca se encontrará ninguém que se assemelhe, e desde o começo do mundo até a eternidade jamais haverá
alguém que se lhe possa igualar. E Ele, lá em cima (indica os Céus), não podia ter imaginado nada mais atroz,
não podia lembrar-se de nada mais vergonhoso, do que
obrigar-nos a subir a essa Esfera para nos apresentar esta
criatura. Isso foi para nós uma terrível derrota (fala em
tom lamuriento).
Teríamos preferido ficar no fundo do inferno, no
meio do fogo mais cruel, a ser obrigados a contemplar
essa... Nós não podemos dizer o que queremos, mas se
isso fosse possível, gostaria de usar expressões bem mais
injuriosas. Ela não o permite.
Sermos forçados a contemplar esta criatura, revestida da maior Santidade com coroa e cetro, eleita pelo
Altíssimo (lança gritos medonhos), foi ultraje para nós.
Tenho ainda essa visão diante dos olhos. E essa visão de
então, enlouquece-nos ainda (grita).
É como se tudo tivesse sucedido hoje, e o mesmo
se passa com os outros. Ainda agora isso nos faz saltar
de raiva. Quando pudemos – foi mais uma autorização
que uma ordem – voltar ao inferno, lançamo-nos em fúria
uns contra os outros. Podeis imaginar como nos maltratamos... pois era-nos insuportável ter de nos ver uns aos
outros. É horrível sentirmo-nos dominados por uma criatura assim, por uma mulher! É horrível! É uma loucura!
Relacionado com esta ocasião, devo acrescentar
mais uma coisa... (uiva e grita dum modo horrível). Quando Ela foi chamada a colaborar na formação da Igreja,
fundada por Seu Filho, mergulhava de tal modo na oração,
que o Todo-Poderoso teria vontade de segurá-la nas Suas
mãos, tal era o Seu deleite.
(1) Palavra que utiliza a grande vidente espanhola
Madre Agreda. Foi durante um 2º Conselho diabólico, depois da morte de Jesus, que se estabeleceu o novo plano
de domínio do mundo. O demônio fala aqui no primeiro
Conselho, realizado depois de verificarem a identidade de
Maria e de suspeitarem da Sua Missão.
(2) Aqui o termo “terrível” deve ser entendido como:
Terrível para os demônios! Terrível para o inferno! De fato,
Maria é o maior terror dos demônios! Pelo que se viu até
aqui, até mesmo a majestade de Deus parece assustar
menos ao inferno, que Maria. Quando é que todos os homens entenderão a missão desta Mulher?
(3) Aqui a prova do quanto os demônios mais poderosos – os mais maus – de uma certa forma, tiranizam,
perseguem e causam mal aos demônios menores. E claro que esta tiranização e esta opressão lhes causa mais
sofrimento. Tudo isso nos deve levar a uma meditação
profunda, para que façamos tudo, o possível e o impossível, para que ninguém caia naquele antro de sofrimento
eterno.
De fato, fica aqui, muito claro, o imenso poder que
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Deus deu à Nossa querida Mãe do Céu. Há se todos os
irmãos separados compreendessem esta incrível verdade.
Os demônios sabem, desde os primórdios do cristianismo, que serão derrotados por ela, aliás, já foram, porque
isso está escrito em letras grandes no Céu. E isso, para
os demônios, depois do sofrimento de se verem eternamente separados de Deus, é seguramente a sua segunda
causa maior de tormento eterno. Justo aquilo que eles
não queriam, serem, um dia, derrotados por uma Mulher,
acontecerá. Justo Aquela Mulher que eles se negaram a
obedecer, no início, porque se achavam orgulhosamente
superiores a todas as criaturas. Sim, a sua fúria contra Ela
se expandiu nestes séculos e embora seus bruxos infernais não tivessem achado fórmula de a derrotar, sequer
descobriram um meio de chegar perto Dela, eles não desistem, porque, nesta luta encarniçada, acabam sempre
levando alguns dos incautos filhos de Maria à perdição
Eterna. Sim, estes filhos incautos são o calcanhar (Gn
3,15) de Maria Santíssima, ou seja, o seu ponto fraco, e
somente neles os demônios impotentes se podem vingar.
E entre estes que se perdem, estão certamente
aqueles que rejeitam também Maria, em especial os avisos que ela tem transmitido em suas aparições. Certo que
a maioria dos homens não conhece nada sobre Maria, já
porque os demônios lhes esconderam isso. Mas é certo,
também, que os filhos que se entregam docilmente ao
comando Dela, nem precisam ver com seus olhos a sua
majestade: Basta sentirem em seus corações os influxos
poderosos das graças que Dela partem. E é justo por causa destes, os que rezam, especialmente os que rezam o
Rosário, que Deus ampliou o tempo da misericórdia, para
que ainda algumas milhões de almas se salvem. Afinal, foi
devido às súplicas de Maria – a nossa onipotência suplicante – que Deus mandará à terra um Aviso e um Milagre,
que numa explosão suprema do Espírito de Deus, acabarão por converter a maioria absoluta dos homens de hoje.
Eis porque o inferno tanto teme estes dois eventos.
Coloquemo-nos, cada vez mais nos braços de Maria!
Ela nos levará, cada vez mais para os braços de
seu filho Jesus!
E com ela venceremos!
aquilo que o Céu quer, porque sabe melhor. Ademais, pelo
fato de ser mais inteligente, ele tem, também, um melhor
sentido de colocação das coisas, de modo que as pessoas
entendam mais facilmente.
As revelações aqui contidas, falam do começo da
Igreja Católica, da importância de Maria naquele contexto
e também da importância de dois livros, que revelam a
Vida de Jesus e Maria, e que quase foram sufocados pela
má Igreja. Trata-se dos livros de Madre Maria D´Agreda
– Mística cidade de Deus, sobre Nossa Senhora – e Cordeiro de Deus, de Ana Catarina Emmerich – sobre Jesus.
Em cada parte falaremos deles. Na verdade, os demônios temem aquelas revelações e, de fato, se todos os
católicos lessem estes dois livros, mas em especial todo
clero – sacerdotes e bispos – certamente o mundo seria
diferente. Mas como duvidam, sempre duvidam de tudo,
porque pela falta de oração já muitos deles não têm mais
a presença do Espírito Santo, eis o mundo se perdendo
por falta de conhecimento. Muito do que aprendi na vida
sobre as coisas de Deus, estão nestes dois livros maravilhosos. Vamos aos textos!
“A REDAÇÃO DOS EVANGELHOS
GRITOS DAS TREVAS
Parte 9
Continuamos no capítulo da luta contra Judas. Mas,
como no texto anterior, também aqui é Belzebu quem fala.
O motivo principal de Nossa Senhora haver forçado este
demônio, de tão elevado poder, a revelar certos fatos, foi
não só por causa da importância dele, mas porque, sendo
ele mais iluminado, mais inteligente que Judas – que era
apenas um homem – pode revelar mais profundamente
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“Fala Belzebu.
B - Um dia chegou o Apóstolo Barnabé acompanhado de um outro, inclinaram-se diante d’Ela e chamaram-lhe a atenção para a necessidade de escreverem
os Evangelhos. Invocaram longamente o Espírito Santo e
perseveraram dias inteiros em oração. Rezar assim, já não
é vulgar nos dias de hoje, a não ser em circunstâncias e
lugares extremamente raros. Sim, rezaram dias inteiros,
assaltaram o Céu com orações, para saber quem seria
escolhido para escrever os Evangelhos. E então a Santíssima Virgem designou Lucas, João, Marcos e sei lá quem
mais para escrever essa “porcaria”.
Como isso nos contrariou. Podereis imaginar tudo
o que sentimos, quando saíram esses textos de Mateus,
Marcos, Lucas e João? (rosna furioso). Pensai apenas que
estes quatro foram escolhidos pela Santíssima Trindade e
pela Santíssima Virgem na sua terrível majestade.
Nem mesmo Pedro foi encarregado de o fazer.
Nem ele. Ele era a pedra, tinha a missão geral de tudo,
e a Igreja fora fundada sobre Ele. Contudo, a redação dos
Evangelhos foi confiada aos quatro Apóstolos, já mencionados. Então o Espírito Santo desceu sobre eles, sob a
forma de uma pomba, e foi assim que os quatro tinham
sido escolhidos. Todos viram. Mas agora não quero continuar a falar.
Quando Barnabé e ainda um outro foram visitar
a Santíssima Virgem, Ela disse-lhes: “Deveis contar em
especial a vida de Cristo, compreendeis? É Ele que deve
ser glorificado, é Ele que deve estar sempre no primeiro
plano. Deixai que eu me apague. Quanto a mim, relatareis
apenas a Encarnação e o Nascimento de Cristo, o que é
indispensável. Deixareis de lado o resto.”
a uma grande distância dos vossos Anjos.
E quando eu digo, distância, não me refiro a uma
distância em léguas, mas a uma que se perde no infinito.
Isto significa “tão longe”, que há uma distância gigantesca entre os Anjos e Ela (geme).
É uma criatura terrivelmente majestosa, mas quis
permanecer escondida. Procedeu assim para mostrar aos
homens que também eles deviam permanecer ignorados,
como também deviam ser humildes. Mas os homens não
procedem assim. Nada fazem em relação ao que Ela realizou e ao que foi realizado graças à Ela...
Embora os homens não possam nada, não sejam
nada, gostam que falem deles, enquanto esta criatura,
infinitamente predestinada, não queria que falassem
dela. Portanto, apagou-se. E isso foi para nós muitíssimo
vantajoso. Pois começaram a aparecer seitas (ri maldoso)
que não reconheceram esta criatura. Se ela tivesse dito
abertamente quem era, se os Apóstolos tivessem relatado
os milagres extraordinários obtidos por sua intercessão e
se tudo isso figurasse nos Evangelhos, essas seitas não
teriam crescido como a erva (solta gemidos).
Apareceram então milhares de seitas, seitas que
combatem ferozmente a Santíssima Virgem, seitas que
combatem os católicos, unicamente porque estes reconhecem esta criatura predestinada. Elas combatem esta
mulher porque crêem que esta maneira de proceder (dos
católicos) põe Cristo em segundo plano.
No entanto, ela só serviu a Cristo. Só O quis glorificar. Tudo o que fez, foi por Ele e pela Sua Igreja. Ela
manteve-se sempre no escondimento e isso foi para nós
uma grande vitória. No entanto, procedendo assim, ensinou a humildade, e isso constituiu para nós uma grande
derrota. Mas isto só é conhecido dos católicos. Por amor
de seu Filho, Ela quis ficar esquecida para que Ele reinasse e tivesse um papel primordial.
Mesmo no que respeita aos seus sofrimentos, só
aceitou um papel de segundo plano, o que era indispensável. Os Apóstolos, no entanto, estavam constantemente a
ver como Ela se humilhava, como tudo previa extraordinariamente, quanto sofria, o que era obrigada a suportar e a
padecer. Ela é muito pouco engrandecida nos Evangelhos.
Se ao menos, não tivesse sido tão humilde! Mas coubenos ainda esta vantagem, que deu origem às seitas. Mas
também isso foi permitido por Deus.
A partir desse momento apareceram as seitas. Os
seus adeptos pensavam que Maria desempenhara apenas
um papel marginal, que fora escolhida apenas para receptáculo, d’Esse que está lá em cima (aponta para cima), e
que poderia agora desaparecer como uma velha...; não
me deixaram utilizar a expressão.
Nós somos delicados. Nós não usamos palavras
“muito grosseiras”. Apenas os condenados humanos as
dizem. Nós somos mais delicados que esses.
Devo acrescentar outra coisa que me ocorreu agora.
Quando Judas foi obrigado a falar, no dia 31 de
Embora eles estivessem ao corrente e tivessem
visto coisas extraordinárias e elevadas (sobre Ela) não
puderam escrevê-las. Isso foi para eles um sacrifício. Mas
Ela queria apagar-se por humildade, para que o Filho de
Deus, o seu Jesus Cristo, sobre o qual a Igreja fora fundada, ficasse no primeiro plano.
Mas Ela, a Mãe de Deus, é o grande sinal de Deus
e, em certa medida, simboliza também a Igreja. Ele, Jesus, ama a Igreja como uma Esposa. Então, para os dois
Apóstolos não ficarem tristes, disse-lhes que Cristo mais
tarde haveria ainda de falar d’Ela, através da humanidade
ou através não sei de quem (lança gritos horríveis).
E – Maria de Agreda.
B – (Virando-se para o Sacerdote): Adivinhas-te:
Maria de Jesus, de Agreda. Disso não sabemos mais do
que vós. Sim, nós amaldiçoamos esses livros, nós tememo-los. E ser ainda obrigado a confessá-lo.... (1) (rosna e
grita ansioso).
(1) O livro de Agreda, A Mística Cidade de Deus, foi
escrito em 1665.
(1) Este livro maravilhoso, conta a história de Nossa
Senhora, desde o seu início na mente do Pai, até a sua
morte, aos setenta anos, menos 26 dias, em 13/08/0055.
Quem não o leu, não imagina o tesouro que perde. Embora difícil de ser achado, e caríssimo em vista do grande
volume, vale à pena tentar conseguir para ler. Assim, o
leitor poderá entender melhor o grande mistério da Mãe
de Deus. E certamente que passará a ser seu soldado. Até
mesmo aos evangélicos faço este desafio: Não leiam “A
Mística Cidade de Deus”, ou se converterão!
O COMEÇO DA IGREJA
B – No maldito começo da Igreja fui deixado de
lado (1). A Santíssima Virgem e os Apóstolos foram os instrumentos. O papel desempenhado por Ela (aponta para
cima) foi decisivo; foi-o dum modo extraordinário. Nós
nada pudemos fazer.
Muitas vezes Ela mergulhava na oração, dia e noite,
pelos Apóstolos, para que eles fizessem as coisas como
deviam ser feitas. Para que nós não os vencêssemos, Ela
rezou muitas vezes dia e noite. E freqüentemente ficava
dia e noite de joelhos, sem comer (resmunga desesperado).
É por isso que Ela agora goza de um poder tão
grande. Isto são verdades sublimes que nós somos obrigados a revelar-vos. Nós bem gostaríamos que este livro saísse sem esta parte (gane como um cão). Nós não
queremos dizer estas coisas, não queremos... e também
não queremos continuar a falar. Eu, belzebu, não quero
continuar a falar.
Então Ela disse que queria ficar em segundo plano
(2). Queria-o unicamente por humildade. Em parte alguma
queria aparecer em lugar de destaque, embora fosse uma
criatura poderosa. Nós próprios o temos de reconhecer.
Ela estava e está a uma enorme distância, acima de nós,
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a graça de ter essas malditas visões.
E – Fala agora, em nome (...), fala agora sobre o
ponto essencial a que te referiste!
B – Como os Evangelhos contém muito pouco sobre a Santíssima Virgem, é seu desejo que nos confusos
tempos que correm, que do alto dos púlpitos se recomende a leitura dos livros de Maria de Jesus Agreda. Eles não
deviam faltar em nenhuma família católica. Todos deviam
possuir esses volumes (grita desesperado).
Ela quer que os Sacerdotes digam que estes livros
não devem faltar em nenhuma família católica, que deveriam mesmo recomendá-los aos protestantes. Quando
os leitores verificarem toda a riqueza destes livros, não
tardarão a compreender que ela...
Ela é uma criatura eleita e predestinada, uma criatura duma grandeza imensa jamais atingida por qualquer
mortal. Os Sacerdotes devem fazer compreender aos fiéis
que é necessário divulgar estes livros, tão instrutivos, pelo
mundo inteiro e, sobretudo, lê-los. Aí podereis compreender a nossa derrota em toda a sua extensão e amplitude,
tal como a grandeza e dignidade desta criatura, que nos
esmaga a cabeça (range os dentes).
Ela quer (lança gritos horríveis)... não quero falar,
não quero falar (chora)... É que não posso auxiliar Aquela
que está lá em cima (aponta para cima), mas sim quem o
“velho”, (Lúcifer) quer. Não quero falar.
E – Mas tu tens de falar em nome (...) tens de falar!
B – Isto está fora do nosso campo de ação, não
é nada conosco! Nós temos a missão de seduzir os homens. Não queremos conduzi-los ao bom caminho. Por
estes livros os homens seriam levados a trilhar caminhos
melhores (grita).
Nestes livros aprendereis como a Santíssima Virgem viveu e morreu. Para conhecer os planos eternos de
Deus, tanto quanto esses planos podem ser conhecidos
pelos homens, é lá que se encontram as fontes seguras
e dignas de fé. Aí, os fiéis verão o fundamento de todas
as coisas (1).
Reconheceriam n’Ela (aponta para cima) uma
criatura universal, acabariam por render-se perante tanta
humildade e dignidade. Até nós A tememos, nós próprios
temos que capitular perante tais atributos.
Quanto mais vós, criaturas humanas, que não passais todos de poços de imundice! Não valeis um pataco!
Nós somos muito superiores... quando mais Ela (aponta
para cima).
Se vós pudésseis contemplar ao menos um décimo
da sua dignidade, precipitar-vos-íeis imediatamente no
pó – e é bem contra a minha vontade que eu digo isto!
Nós vimos, fomos obrigados a vê-la, fomos obrigados.
Não desejamos que A venhais a ver, pois nós queremos
que vos precipiteis bem cá para baixo e não para cima.
Também as pessoas instruídas, os acadêmicos, deveriam
ser informados sobre esta Maria de Jesus Agreda, antes
de se juntarem aos Sacerdotes para combater os “tradi-
Outubro, não foi Judas que riu pela boca desta mulher
(a possessa). É que Judas nunca ri. Como nós já uma
vez dissemos, Judas está no canto mais sombrio. Ele é
o desespero personificado. Quando Judas foi obrigado a
falar, não foi ele que riu, pela boca dessa mulher, foram
os condenados humanos que riram da malvadez (grita).
É preciso que nunca esqueçais isto: Judas nunca ri. Nós
tínhamos que dizer isto. Esta observação refere-se às revelações de Judas, em 31 de Outubro.
Sim, esta charlatã...(a possessa)(3) E agora chego
ao ponto chave da questão, mas não quero dizer, não quero dizê-lo.
E – Fala Belzebu, em nome da Santíssima Trindade!
(1) Quanto a Belzebu ser deixado de lado, fica um
pouco difícil de entender. Mas o fato é que os demônios
especialmente Lúcifer, imaginava ser ele o redentor da
humanidade. Mas além de não aceitar a posição de subalterno, jamais eles aceitaram serem comandados por
uma Mulher, Maria. É por isso que ele expressa seu desejo
inarredável de estar à frente das obras, de ser grande e
maior, porque nenhum demônio é humilde.
(2) Alguém me observou, que poderia ter sido um
erro deixar de lado na Bíblia, a revelação da importância do papel de Maria Santíssima no início da Igreja. De
fato, isso até poderia evitar a perseguição que os Evangélicos lhe movem, por acha-la insignificante. Entretanto,
o avesso seria pior, pois se Maria fosse elevada demais,
isso levaria imensas levas de povo a diviniza-la – já houve
movimentos tentando isso – a maximizar os seus méritos,
em detrimento de Jesus, Ele o único Redentor e o único
que salva. É, pois, para Ele que se deve voltar as atenções maiores. Maria é apenas o melhor meio de chegar
a Jesus!
(3) Óbvio que esta pobre possessa não é nenhuma
charlatã, como vimos. Trata-se de uma pessoa de bem, de
muito sofrimento, mas odiada pelos demônios que assim
a ela se referem.
ANA CATARINA EMMERICH E
MADRE AGREDA
B – A propósito do começo da Igreja devo acrescentar que embora os Evangelhos pouco contenham sobre a Santíssima Virgem, mais tarde, inspirados pelo Céu,
em visões e revelações, grandes Santos lançaram muita
luz, sobre a vida e obra d’Essa que está lá em cima (aponta para cima).
Um dos maiores é a Catarina Emmerich, que nem
sequer ainda foi canonizada (ri maldoso). Ela não foi só
uma das almas mais sofredoras, mais humildes, mais
missionárias, como é também uma das maiores Santas do
Céu. A outra é Maria de Jesus Agreda. Viveu em Agreda.
Era Abadessa. Já os seus pais se tinham retirado para um
convento (rosna)... tinham prometido consagrar-se à vida
religiosa. Eles é que obtiveram à sua filha, a sua predileta,
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cionalistas.”
Mesmo os “tradicionalistas” estão muito longe,
imensamente longe de conceber uma tal dignidade, a não
ser dum modo aproximado, mesmo que leiam estes livros.
Mas devem ser lidos por vós, em nome de Deus. Vós não
podeis passar sem o fazer, nem mesmo os leigos. E vós
padres, deveis anunciá-lo à todas as criaturas. Tenho que
repeti-lo. É preciso proclamá-lo do alto dos púlpitos. Essa,
que está lá em cima, quer que estes livros sejam conhecidos nos quatro cantos do mundo.
Falarei em seguida da Segunda. Catarina Emmerich, alma expiadora. Tinha de estar sempre deitada de
costas, tais eram as suas dores e sofrimentos. Não teve
nada a dizer durante a sua vida, mas, quando morreu todo
o Dulmen estava em chamas. Quando de todos os lados
acarretam como os carros dos bombeiros deveriam ter
visto naquilo um sinal do Céu... mas os homens são estúpidos. Que sabem os homens? Nada compreendem... são
estúpidos como cepos.
Um cepo é ainda mais inteligente. Aqui e acolá,
pode apresentar ainda uma folhinha verde, mas os homens, esses, só têm lixo e palha.
Esta Catarina Emmerich teve de falar para a Igreja,
fez vaticínios sobre a Igreja e sofreu e rezou muito por
ela. Já em pequenina, a sua capacidade de sofrimento era
enorme. Nós tínhamos-lhe um ódio terrível. Tão pequenina e já fazia Via Sacra, e imitava à letra da humildade
d’Aquela que está lá em cima... Ah!... e a cruz, cruz também, tal como Aquela, que está lá em cima.
Foi uma grande Santa. Nós receávamo-la muito e,
por isso mesmo, queríamos destruí-la, mas não o conseguimos. Ela safava-se sempre, embora tivesse sofrido
doenças mortais, que oferecia sempre pelos outros, para
que eles pudessem obter ainda a graça de se converterem.
Só morreu quando Aqueles lá em cima (aponta
para cima) verdadeiramente o quiseram, pois foram Eles
que acolheram a sua alma venerável, a sua alma santa...
porque ela era uma Santa... no Céu.
Há no Céu muitos santos, quero dizer muitos Santos
canonizados por Roma, que são menos santos e menores
que ela. Ah! Como é horrível ser obrigado a confessá-lo!
Se ela for canonizada, pensamos nós, então os
seus livros serão conhecidos. Enquanto não o for, os seus
livros não serão tão bem aceitos. É por isso que os Bispos
não querem ouvir falar deles (2). Talvez um ou outro já
os tenha lido, mas isso são fatos isolados, sem conseqüências.
Devo ainda acrescentar que ela é uma Santa poderosa no Céu (chora). Há muito que os seus livros deviam
ter sido difundidos pelo mundo inteiro. É preciso que vós
também o proclameis do alto dos púlpitos. E agora não
digo mais nada, mais nada (gane como um cão).
Dos seus livros, é sobretudo o volume Vida Paixão
e Glorificação do Cordeiro de Deus, da Venerável Catarina
Emmerich (3) que deve ser difundido. Deveríamos atar es-
ses livros às costas das crianças para que aprendessem a
caminhar com a cruz que o Senhor pôs no seu caminho.
Esta pequenina Santa já ia, aos quatro anos, fazer
a Via Sacra, mesmo à noite, ficando com os pés feridos,
ensangüentados, tudo para a glória do Seu Rei Crucificado. De manhã a mãe lhe tinha de lhos ligar, e nem sequer
sabia de onde ela vinha, pois a pequena nada dizia (uiva).
Catarina foi uma grande alma sofredora. No seu
quarto, o frio era glacial. É que ela era muito pobre e mesmo quando os seus lençóis estavam lisos com o frio e,
no meio deles, ardia com febre, nunca pedira para lhos
mudarem. Ela queria viver a sua Paixão e oferecê-la humildemente. Onde é que se vêem, hoje em dia, almas assim? Religiosas compadecidas substituíam-lhe os lençóis.
Catarina não o teria exigido e acabaria por morrer de frio
ou ficaria entorpecida. Ela tudo suportava pelo seu Senhor
crucificado. É inimaginável o que ela fazia por Ele.
Ela é uma poderosa Santa que nós sempre tememos. Sentimos repugnância por estas pessoas, que
renunciam a si mesmas, seguem voluntariamente o caminho da cruz e tudo oferecem pelos outros. Há grandes
santos que fazem muitos milagres, que são considerados
grandes aos olhos do Senhor, que tem o dom de ler nas
consciências, como ela, aliás, também tinha, mas como ia
dizendo, embora esses possam ser mais conhecidos, embora a eles acorram milhares de pessoas, embora sejam
grandes santos, não se lhe podem comparar e não se lhe
comparam. Era uma alma sofredora, humilde, apaixonada
por Deus. Deus amou-a e glorificou-a dum modo muito
especial e é por isso que Ele quer que seja canonizada.
Já há muito e não só agora, que ela o deveria ter
sido. Deve-se falar às pessoas dos seus livros e das suas
numerosas visões e revelações. É preciso que o façais por
amor à dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela
desejava-o e o próprio Jesus a deseja também. Dos seus
textos, devereis citar em primeiro lugar A Dolorosa Paixão de Jesus Nosso Senhor. Este livro também não devia
faltar em nenhuma família, sobretudo numa família que
se preze de ser católica (geme). Mas chega de conversa
por agora!
Jesus Cristo e a Santíssima Virgem concederam
à estas duas grandes Santas, visões e revelações para
que chegassem ao conhecimento dos fiéis. Estes devem
recebê-las nos seus corações, seguirem-nas e transmitirem-nas aos outros.
Não se trata de uma anedota, mas de algo muito
sério, muito grande, que já foi profetizado pela Santíssima Virgem, quando disse outrora aos Apóstolos: “Deus
proverá, o Céu proverá, para que o meu nome, no devido
tempo... (gane como um cão)...venha a ser glorificado e
conhecido e que tudo o que deve ser revelado a meu respeito, o seja na devida altura.”
Agora já é a altura. Estamos agora em pleno Apocalipse. E Ela é o Grande Sinal. É por isso que as pessoas
devem ler estes livros, porque em Emmerich, mas mais
especialmente em Maria de Jesus, se fala do Apocalipse,
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do Grande Sinal, da Santíssima Virgem.
Se as pessoas lessem estes livros (solta sons como
gemidos) compreenderiam facilmente que a hora chegou.
Compreenderiam melhor o Apocalipse e o que está escrito na Bíblia. Vós não passais de grandes burros! Os homens são imensamente estúpidos, deixam que tesouros
tão valiosos se percam, lhes escapem, se enferrugem (ri
maldoso).
Permitem que estes preciosos tesouros de valor
infinito apodreçam e fiquem escondidos. E o que devia
ficar escondido é difundido (ri torcista). Como, por exemplo, Bíblias que de Bíblias nada tem, vidas de Santos que
de religioso nada tem também. Esse gênero de livros é
mais dirigido de baixo do que do alto (arreganha os dentes, malicioso). Não passam de palavreado oco. Até um
burro ou um cavalo é mais inteligente; duma maneira ou
de outra, eles sentem o que o seu dono quer. Mas aqui (no
mundo) não é assim. Só quando já é demasiado tarde é
que se apercebem que deveriam ter procedido dum modo
diferente.
Ah! Para nós, estes escritos de Ana Catarina Emmerich e Maria Agreda, são livros malditos, que desde há
muito tememos e sempre temeremos. Nós, lá em baixo,
há muito tempo, nem sei bem há quanto, deliberamos
para ver o que poderíamos fazer contra eles... e os homens nem sequer os lêem (ri sarcástico). Mesmo aqueles
que se dizem bons católicos, não os tem em casa! (as
suas gargalhadas transformam-se em gemidos).
B – Deveis informar às pessoas. Todos os Padres,
os “tradicionalistas” e mesmo os modernistas deviam
proclamar do altar que é necessário difundir estes livros
por toda a parte e o mais rapidamente possível, para que
sejam lidos. Se isso acontecesse e se o seu conteúdo fosso posto em prática, ainda que aproximadamente, muitas
almas se haveriam de salvar (geme horrivelmente).
Catarina Emmerich teve visões sobre a Dolorosa
Paixão de Jesus para que ela fosse conhecida dum modo
mais direto e mais profundo, pois os Evangelhos não relatam senão fragmentos. Embora os Apóstolos tivessem
conhecido mais pormenores, resumiram-na muito. Nas
visões desta grande Santa há partes sintetizadas e resumidas que são horrivelmente extensas para nós. Aprendese, por exemplo, a maneira de conseguir um arrependimento perfeito, que desempenha um papel primordial na
confissão. Aprende-se a não ofender tanto o Senhor, que
tanto sofreu. Os seus padecimentos são descritos duma
maneira mais profunda do que em qualquer outro livro
(rosna). Estes livros deveriam figurar em todas as livrarias, sobretudo nas católicas, que os deveriam possuir em
quantidade, e não apenas um exemplar.
(1) Claro, a Bíblia está na frente de todos os livros
do mundo. O que ele quer dizer aqui, é que, se todos lessem estes dois livros citados, todos entenderiam melhor
a Bíblia.
(2) É realmente angustioso saber que estes livros,
ainda hoje sofrem uma perseguição tão nefanda e tão
odiosa. Eu, com minha inteira consciência, com pleno
risco de minha alma, declaro que: Qualquer Bispo, ou Cardeal, ou padre, que tenha lido estes livros, e que não tenha
mudado de vida, já pode encomendar sua alma: É cabrito!
E todo aquele que, tendo conhecimento deles, continua
sendo adversário de Deus, pode ser anotado na ficha de
cobranças de Lúcifer. E justo por temer que a canonização
dela abra espaço para a difusão do livro, que seu processo
encalhou no Vaticano. Lamentavelmente ainda há isso!
(3) Pode ser encontrado pelo telefone: 021-113865-4340 com Fernando.
PAIXÃO DE CRISTO
50
E – Belzebu, diz qualquer coisa sobre os sofrimentos secretos de Cristo na Quinta-feira Santa, em nome
(...)!
B – Não nos agrada falar desse assunto, mas porque se está na Quaresma, Ela deseja que ao menos algumas frases...
E – Então fala dos sofrimentos secretos de Cristo,
como tu os viste, em nome (...)!
B – Nós nos olhamos muito, não queríamos ver
nada daquilo. Rodopiávamos à sua volta como setas e
ferimo-nos uns aos outros, cheios de cólera e raiva (grita).
Naturalmente, sabíamos o que se passava. É claro que sabemos mais do que se poderá pensar. Mas à essa, à esta
Emmerich, foi tudo mostrado dum modo positivo. Ela viu,
por exemplo, que no Jardim das Oliveiras, Nosso Senhor
Jesus Cristo sofreu muito mais horrivelmente do que se
poderia imaginar.
Mesmo durante a sua vida, várias vezes Ele suou
sangue de angústia. Nós, demônios, perseguimo-lo horrivelmente no Jardim das Oliveiras. Ele viu como nós, numa
multidão medonha, nos precipitávamos sobre Ele. Tínhamos as formas dos pecados, que os homens deveriam
cometer mais tarde. Era nosso intento conseguir que, pela
visão desse horror, o Filho de Deus perdesse a coragem
de suportar esta Paixão.
Ele viu um horror imundo que lhe fez sair pelos poros um suor de sangue. Nestes momentos de obscuridade
e horror abomináveis, Ele pensava que a sua Paixão, que
era apenas dum homem – ele era Deus, mas nessa altura
não se sentia mais que um homem – não chegaria para
pagar e expiar um pecado tão grande. Quis-se retirar, tremia sob a violência do sofrimento. Foi então que apareceu
um Anjo com o Cálice para o fortificar.
Na realidade, esse Cálice não era senão a aceitação daquele sofrimento. Ao beber o Cálice, Ele confirmava
apenas que aceitava a Paixão (geme) e que estava disposto a beber todo o cálice até o fim (geme). Graças a isso,
vós, poços de imundície, vereis um dia o Céu, (1) a que
nós jamais teremos acesso (furioso).
Mais tarde, Cristo foi ainda flagelado. Durante a
flagelação o seu corpo foi ferido e lacerado até os ossos.
Quando foi crucificado já não tinha sequer metade dos
DA MISSA ABREM O CÉU
seus cabelos. Tinham-lhos arrancado quase todos, o que,
aliás, foi muito bem feito. Tinha uma figura elegante e pés
de viajante. A força de tanto andar a pé, tinha a pele dura
e calosa.
Ao contrário, as mãos eram muito finas, demasiado finas para carregarem uma cruz tão pesada. Se nós
tivéssemos podido provar só um pouco do seu Sangue
derramado, só uma gota, então também nós o haveríamos
de adorar por toda a eternidade. Porém, Ele não no-lo permitiu. Para nós, já era demasiado tarde (rosna).
Depois, na cruz, quando foi suspenso, tudo ofereceu por vós. Fazer tudo aquilo pelos homens, atiçou ainda
mais o furor do inferno. Quando estava suspenso na cruz,
era como um verme, como já disse Akabor: já não era
homem... por vós. Porque é que Ele fez aquilo por vós? Por
nós não o teria feito (solta gemidos que comovem). Um
verme e não um homem, esmagado por todos (chora)!
Era como se Ele tivesse tomado sobre si o peso
dos pecados de toda a humanidade; parecera-lhe ser o
maior dos criminosos. Parecia-lhe que fora abandonado
e repudiado por Deus Pai, de tal modo os seus verdugos
o tinham golpeado, picado, flagelado e por fim deixado a
esvair-se em sangue (resmunga) E tudo isto Ele fez por
vós! Porque é que nós não o conseguimos evitar (chora)?
Se o próprio Senhor tanto fez por vós, quanto não
deveríeis reparar uns pelos outros para evitar que tantas
almas fossem para o inferno? Ele, que era Deus e não tinha pecados, realizou algo extraordinário, algo que jamais
será realizado por qualquer mortal: e se Ele sofreu torturas
tão atrozes, então vós deveríeis passar por toda a vida sob
o machado do carrasco. E isso não seria muito, não seria
nada que não tivésseis merecido.
Mas os homens não compreendem isto. Só pensam em levar uma vida de gozo, apesar do seu Mestre ter
marchado à sua frente, com a Cruz e o bom exemplo, e
ter suportado tormentos infernais. Sim, Ele suportou tormentos infernais.
Mas durante pouco tempo. Nós próprios, no nosso
ódio, admiramo-LO por ter feito tudo isto por vós! Jamais
nos passara pela mente que Ele pudesse fazer uma tal
coisa por um lixo imundo. Já o tínhamos previsto, mas
nunca imaginávamos que fosse uma dádiva tão imensa.
Com tudo isto eu quero ainda dizer que é preciso insistir na necessidade, durante a Quaresma, de fazer
penitência em união com Cristo Jesus. Durante quarenta
dias Ele jejuou como nenhum homem mais jejuou ou jejuará... e também Ele sentiu a dureza da fome...
(1) Grande verdade esta: poços de imundície! É
isso o que de fato nós somos! Jamais mereceremos os
frutos da Paixão de Cristo, porque jamais nos dedicamos
a compreender a integridade deste mistério. Por isso, na
próxima seqüência de artigos em profecias, iremos trazer
partes do Livro de Ana Catarina Emmerich. Acho que gostarão de saber!
A CRUZ E O SANTO SACRIFÍCIO
51
B – Durante quarenta dias preparou-se para a Sua
Vida pública e também para o Seu grande Sacrifício. Ele
sabia que se tratava dum sacrifício tão vasto como o mundo, duma eficácia universal, que Ele, Deus, devia oferecer
ao Todo Poderoso, em reparação da culpa do pecado, a
fim de que vós pudésseis chegar à visão eterna de Deus.
Sem isto, na melhor das hipóteses, veríeis apenas o
Paraíso, caso o conseguísseis. Iriam assim muito mais homens para o inferno, porque não teriam acesso às graças
que obtém o Santo Sacrifício da Missa. São incalculáveis
as graças decorrentes do Sacrifício incruento da Cruz, por
cuja oferta, o Sangue de Cristo corre de novo.
Nós, lá em baixo (aponta para baixo), odiamos este
Sacrifício da Missa, que é celebrado todos os dias em
muitas Igrejas. Em muitas casas de Deus, nem sempre
é convenientemente celebrado. Antigamente, era horrível
para nós, quando se celebrava o tradicional Sacrifício da
Missa.
Efetivamente, é a renovação do Sacrifício de Cristo
na Cruz que apaga os pecados e que obtém graças extraordinárias para a salvação das almas, que, sem isso, se
perderiam aos milhares e viriam para o inferno.
Devo ainda acrescentar isto (solta gemidos): não
digo mais nada, não quero dizer mais nada. Eu não quero
dizer mais nada, não posso continuar a falar. Se quiserdes
que fale, é preciso que reciteis ainda um pequeno exorcismo. Lúcifer está furioso. Desejaria estrangular-me. Eu não
devia ter dito estas coisas. Se continuo a falar, quando eu
chegar lá abaixo, castiga-me.
E – (Recitação do exorcismo). Por ordem da Mãe de
Deus, Lúcifer não poderá fazer-te mal, pois tu falaste para
a Igreja! Ele não poderá fazer-te mal!
B – Eu era um grande Anjo, era o segundo em grandeza. É por esse motivo que Lúcifer se enfurece e diz:
“Já que és tão grande, devias saber que não deves dizer
tantos disparates. Devias ter mais cautela!” É isto que ele
vai dizer (range os dentes com violência). Ela (aponta para
cima) ordenou-me que falasse, porque eu estava presente
na queda dos Anjos. Eu era o segundo em dignidade e é
por isso que Ela me força a falar desta “porcaria.” Ela continua a ter poder sobre nós, os lá de baixo (resmunga).
Termina aqui o penúltimo ato deste trabalho. Neste
texto, além do impressionante relato da Paixão de Cristo e
da citação da importância dos dois livros citados, uma coisa me ficou gravada do mais profundo do coração, desde
a primeira vez que li estes exorcismos: Ela diz respeito à
imbecilidade humana! Diz respeito à nossa insensatez! Ao
nosso pavoroso desconhecimento das mais elementares
verdades de nossa fé. Diz respeito ao quanto somos mal
agradecidos em relação ao Supremo gesto redentor de
Cristo, e ao quanto ignoramos o que foi realmente a Sua
Paixão.
Seria, sim, preciso que todos lessem estes livros,
para se compenetrarem da realidade do Calvário e do
pavoroso Sacrifício da Cruz. Quando meditamos os Mistérios Dolorosos do Rosário, muitas vezes somos tentados
a minimizar os efeitos de cada uma daquelas passagens
que desfila diante de nossos corações. A expressão “suar
Sangue”, parece lembrar ao orante, um sujeito apenas
cansado, e por isso o suor. Vejo que as pessoas até passam por cima desta frase, mas com um certo enfado, ou
sonolência, quando na verdade a simples menção da palavra: Horto das Oliveiras, já nos deveria arrancar lágrimas
de dor, para uni-las às de Cristo Jesus, em verdadeira expiação pelas nossas falas.
Meus amigos, para uma pessoa chegar a este
incomensurável sofrimento, de suar sangue até o ponto
de escorrer pela terra é preciso que ela seja literalmente
esmagada no verdadeiro sentido. Para uma alma ser esmagada, de um tal forma a fazer brotar sangue da pele,
é preciso que se concentrem nela, a síntese suprema de
todos os sofrimentos humanos, multiplicados em grau extremo. De fato, qualquer um – quero dizer TODOS – os
seres humanos da terra, sem exceção, se nos fosse dado
viver por um segundo apenas, aquele sofrimento que Jesus teve, ao ver todos os nossos pecados correndo diante
dos olhos, morreríamos como um cão vagabundo, que
esmagado fosse por um rolo compressor.
Esta é apenas uma das estações. Dia destes, devo
escrever sobre os Mistérios da Dor, então trarei alguns tópicos destes dois Livros incríveis para que o leitor medite.
E justo porque os homens não conhecem este Mistério
Supremo, e justo porque não dão o valor devido à Paixão
redentora de Cristo, é que Belzebu nos dirige termos tão
pejorativos, mais do que merecidos. Nós somos na verdade vermes imundos, porque – como viram – os próprios
demônios suspiravam por uma gota que fosse daquele
sangue Preciosíssimo.
E nós, tendo TODO o Sangue de Jesus Cristo ao
nosso dispor, mal Lhe damos alguns bufidos de mofa,
alguns esgares de pouco caso, firmados em gestos concretos de mal agradecimento. Um dia, a humanidade
inteira lamentará isso. Um dia, rios de lágrimas correrão
das faces de todos nós. Uns por não terem amado nada,
outros por haverem amado pouco. Cada um na justa medida sentirá os efeitos de sua rejeição. Ninguém faz pouco
caso de Deus! Qualquer tipo de desafio a Ele será tido por
blasfêmia, com risco de perda eterna.
“Agradeçamos a Deus que nos dá esta oportunidade!
“A Graça imensa de amar ao Amor!
“Rezemos para ter forças de passar pelo Aviso!
“E que mereçamos ver a face de Deus
Nesta terceira parte, as revelações finais sobre a
Igreja, e a expulsão definitiva de Judas. Ninguém será capaz de avaliar o terrível ódio com que o inferno faz estas
revelações e se poderia perguntar: Por qual motivo Nossa
Senhora não fala direto ao povo, de outra forma, alertando
sobre todas estas coisas? Ela não o faz, primeiramente
porque Ela já disse isso tudo, em suas milhares de aparições em toda a terra. Depois, Ela quer fazer uso de todos os meios, possíveis e impossíveis, para que ninguém
alegue, depois, que não foi avisado, ou que não sabia.
Neste caso particular, as mensagens foram dirigidas diretamente aos padres que faziam o exorcismo e elas se
destinavam mais a eles, ou seja, diretamente ao clero. É
realmente impressionante a disposição e a preocupação
desta Mãe, tentando reunir todos os seus filhos, para evitar que algum se perca.
Aqui então, novos detalhes e assombrosas revelações. Uma das que mais preocupa, é relativa a permanência das mulheres no presbitério, o que de certa forma
contrasta com a disposição da Igreja, que é soberana. Ou
seja, aqui Belzebu pode estar expressando um sentimento
próprio – no que não mente – uma vez que pode estar
expressando também um íntimo desejo do Céu. Pois se
fosse mentira, Nossa Senhora não permitiria que ele dissesse tais coisas. Ou seja, também Deus não gosta de
certas atitudes de Sua Igreja, entretanto as aceita porque
deu este poder à ela, de aqui ligar e desligar. Isso acontece, apenas porque, como já foi revelado antes, nem tudo
é mais obra do Espírito Santo na Igreja, mas simples obra
humana, às vezes diabólica obra humana, destinada justamente a destruí-la. Vamos, então às novas revelações,
das quais faremos alguns comentários.
OS NOMES
B – Quero ainda acrescentar o seguinte: ao escrever estas revelações, deveis mencionar o meu nome. E
deveis proceder do mesmo modo relativamente aos outros demônios. Deveis sempre assinalar quem falou. Não
é em vão que dizemos quem fala.
E – Belzebu, em nome da Santíssima Virgem tens
de falar!
B – Ela permite que nós digamos os nossos nomes... quem fala, e depois Ela quer também que se indique quem falou. Sobretudo quando se tratar de assuntos
importantes, Ela quer que se saiba qual o demônio que
escolheu, qual o que devia falar...
Como sou bem conhecido, o meu nome deve ser
mencionado.
A ESTUPIDEZ HUMANA
GRITOS DAS TREVAS
Parte 10
52
B – No dia 12 de Janeiro, Véroba referiu-se ao Aviso e ao Castigo. Disse que se devia mencionar no livro.
Também explicou porque é que o Aviso ainda não surgiu e
ainda o fato da oração ser paradoxal.
Vós, homens, não valeis nada (ri maldoso), vós
nada sois e nunca sereis nada. Sois burros, podem-vos
repetir sete vezes a mesma coisa. Que é que tendes na
cabeça, miolos de mosca ou um crivo?
Se não fosse Aquele que existe lá em cima (aponta para cima), todos os vossos ossos se soltariam. É Ele
quem carrega permanentemente com a vossa carcaça.
Sem Ele não passaríeis de esfregões e de farrapos.. É por
isso que nós, lá em baixo, não podemos compreender que
professores, doutores e tantos outros, tenham uma presunção (1) tão grande. Por que serão assim tão vaidosos,
quando não passam de porcaria que há-de ser corroída
por vermes?*
A propósito desta presunção, Ela quer que se
acrescente isto. Ela acha pouco apropriado que esses homens se exaltem tanto; eles são uma abominação diante
de Deus.
Ela acha tudo isso disparatado, pois Ela procedeu
sempre com perfeita humildade. Ela teria tido razões para
cingir bem alto a coroa e brandir o cetro. Ela teria tido
motivo para o fazer! Fê-lo alguma vez? Em todo o caso,
não foi na Terra. No entanto, Ela foi exaltada conforme o
que está nas Escrituras, pois Jesus disse: “Quem se humilha será exaltado, quem se exalta será humilhado.” Quer
dizer, aquele que se eleva a si mesmo será em seguida
horrivelmente humilhado, não só num grau apenas, mas
numa infinidade de graus. Compreendeis o que queremos
dizer?
Quem se exalta não será humilhado em outro tanto,
mas ficará um milhão de vezes mais abaixo. Mas quem
se humilhar, por mais alto que esteja – nós somos sábios,
sabemos bem como as coisas se passam! (sublinha as
palavras com um gesto do dedo) – receberá segundo a
parábola do banquete, em que Jesus disse: “Aquele que
se sentar no último lugar, será chamado pelo senhor do
banquete a ocupar o primeiro lugar...” Quero dizer, com
isto, que aqueles que se humilham não serão apenas
exaltados em outro tanto, mas ocuparão uma posição
milhares de vezes superior à que tinham, e isto por toda
a eternidade.
Devo acrescentar que é um paradoxo e um sinal
de grande estupidez querer elevar-se neste mundo. Tenho
que o dizer, pois é abominável aos olhos do Senhor. Se os
homens tivessem plena consciência daquilo que fazem,
horrorizar-se-iam consigo próprios – (ri maldoso).
incapaz de errar, tornou a imensa maioria do nosso clero,
alto e baixo, em verdadeiros pináculos inacessíveis, em
torres de orgulho impossíveis de serem escaladas. Isso os
levou a se distanciarem do seu rebanho, ao qual a maioria
dirige com um certo enfado, como se nos quisesse dizer:
Pobres mortais! Verdade, se eles realmente estivessem
preocupados com o seu povo, não dariam cestas básicas,
mais sim confissões, Rosário e Eucaristia. O que lhes falta,
de fato, é aquilo que Belzebu explica a seguir.
A VIRTUDE FUNDAMENTAL DA HUMILDADE
* O demônio, que é orgulhoso, ele mesmo uma
criatura, mostra aqui a repugnância e o profundo desprezo que sente pela natureza humana, inferior à angélica,
mortal.
(1) A presunção de sabedoria, a presunção do saber divino, a presunção de estar guiado pelo Espírito Santo, sem o ser, tudo isso foi e é mortal para a Igreja. De fato,
os desmandos na Igreja, não são obra do Espírito Santo,
mas de satanás. Assim, a presunção de ser algo, de ser
53
B – Se Ela não se tivesse colocado sempre em
último lugar, mesmo abaixo de S. José, que no entanto
sempre soube reconhecer o elevado grau da sua dignidade, e se Ela não tivesse sido tão humilde, não teria hoje,
nem nunca teria tido, este poder sobre a Igreja e sobre o
mundo. Não teríeis n’Ela Aquela Mãe que tudo faz por vós,
medianeira de graças inefáveis, graças que só Ela pode
obter e que nunca teria podido obter se não vos tivesse
dado o exemplo em primeiro lugar.
Ela praticou a humildade em todas as virtudes, até
ao último grau de heroísmo. Se Ela não o tivesse feito, especialmente esta maldita virtude da humildade, ter-nosíamos podido aproximar dela. E, decerto, isso teria constituído mais um êxito para nós, demônios! (grita irritado).
O mesmo acontece com os homens. E isto é claro
como água: a falta de humildade abre as portas ao vício.
Nós adquirimos domínio sobre uma pessoa a partir do
momento em que a sua sabedoria – ou o que lhe chamais – lhe sobe à cabeça. Há muito que o homem deixou
de ser sábio e tem miolos de galinha. Mesmo quando se
julga sábio e se eleva um pouco, cai logo depois. Mas eu
não quero falar destas coisas. Conheço-as por experiência própria, pois se passaram conosco. Como nós caímos,
milhares e milhões de vezes! (uiva lastimoso).
Por esse motivo, vós Padres, deveis falar do pecado
original, do orgulho. Devíeis empregar todos os esforços
no sentido de fomentar a virtude da humildade. Falai dos
Santos que a praticaram num grau elevado. Citai, por
exemplo, Catarina Emmerich, Santa Tereza do Menino
Jesus e tantos outros.
Pregai sobre S. João Maria Vianney. Ele alimentava-se de batatas. Uma ocasião comeu batatas podres, já
cheias de bolor, durante quinze dias (rosna). Nem sequer
se queria deitar na cama que lhe tinham posto ao lado!
Achava-a demasiado boa para si. Não temos qualquer
poder sobre pessoas dessa espécie, que chegam a acharse indignas de se deitarem numa cama vulgar e que não
procedem assim para se vangloriarem perante os outros
de que são bons, dizendo, por exemplo: “Olhai, eu não
quero deitar-me na cama boa, sou um homem virtuoso,
vou deitar-me na cama mais incomoda”.
Pelo contrário, escondem-no dos outros homens. S.
João Maria Vianney encobriu sempre que não comia como
deveria ser. É que ele possuía a verdadeira humildade. O
mesmo se pode dizer de Catarina Emmerich (1). Ela nunca
quis mostrar como se sentia mal, nem o que trazia sobre o
seu corpo. Só quando as pessoas viram e disseram: “Em
que estado horrível ela se encontrava! É preciso fazer
qualquer coisa!”
É que ela deixou que a mudasse, porque era absolutamente indispensável. Mas quis continuar a viver na
maior pobreza. Dormia num leito miserável, já quase desfeito. O seu maior desejo era levar uma existência apagada. Por isso é que as avezinhas do Céu vinham pousar
nos seus ombros.
Os Santos recebem estes sinais de predileção: os
Santos dum modo geral, mas principalmente os humildes.
Estes gozam duma predileção muito especial, lá em cima.
Alcançaram rapidamente o Céu, enquanto outros percorrem penosamente, passo a passo, o duro caminho que a
ele conduz. A virtude da humildade deve ser novamente pregada. Só depois dela é que vêm todas as outras.
Depois vem a virtude da pureza, bem adaptada à nossa
época (respira com dificuldade), em seguida a verdade,
e todas as outras. É preciso dizer aonde tudo isto conduz.
Também é preciso citar exemplos.
Teremos de denunciar em primeiro lugar, o vício do
orgulho. Devemos dizer que a virtude da humildade devia
ser escrita com letras capitais. Seguem-se, naturalmente,
a cólera, o roubo e todos os outros. Deve preocupar-se
sempre fazer comparações, dar exemplos vividos e verificados na vida dos Santos (dá berros horríveis). Deixemme!
Procedeis bem, procedeis bem, mas é preciso
insistir muito; deveis assinalar, com mais insistência, o
efeito devastador do pecado. Sobretudo, neste tempo de
Quaresma, deveis acentuar a gravidade do pecado, gravidade que ultrapassa a imaginação. Daí a conhecer, com
toda a clareza, as conseqüências do pecado que são mais
horríveis do que vós podeis imaginar. É o pecado e as suas
conseqüências que deveis retratar com a maior clareza
possível.
Sabei-lo agora, mas os outros Padres devem também proceder assim, pois isto não é apenas para vós. Se
eles o não fizerem, não cumprindo com a sua obrigação,
causarão grande dano e privar-se-ão a si e a todos os que
se encontram na sua dependência de muitas graças. Todos os fiéis sofrerão com isso e não receberão as graças
que de outro modo poderiam receber.
um documento para o Vaticano anunciando nos seguintes
termos mais ou menos: Não poderá ser considerada santa, uma mulher que mama na outra! Por aí o leitor pode
ver o ódio que o inferno devota à esta santa mulher, que
até agora ainda não foi canonizada, sequer beatificada.
Nem ela nem madre D´Agreda!
(1) Esta Ana Catarina Emmerich – como ele diz,
uma grande santa – é certamente uma das mais injustiçadas criaturas que a nossa Igreja já produziu. Era uma alma
especial, desde a mais tenra infância cheia de santidade.
Ela sofria dores indizíveis. Mas não revela a ninguém o
que sofria. Quando descobriram a sua doença, depois de
tentarem todas as medicinas sem sucesso, o médico lhe
sugeriu tomar leite materno. Pois vocês não acreditam no
que aconteceu. O demônio conseguiu perverter de tal forma a cabeça de um padre inimigo dela, que ele produziu
B – A Santíssima Virgem diz que Ela sempre cumpriu os seus deveres caseiros – que o fez com humildade,
para maior glória de Deus e com o objetivo único de servir
a Cristo – e que não convém que uma pessoa se queira
enaltecer acima dos seus serviços e deveres.
Ela faz-me dizer que nunca esteve presente durante a vida pública de Cristo, embora tivesse grande desejo
de O acompanhar. Ela amava o seu Filho a tal ponto que
vê-Lo partir, lhe causou uma dor e um tormento enorme.
Ela sentia-se-lhe ligada, como se Ele fosse parte do seu
A IMITAÇÃO DE CRISTO
A propósito destas virtudes, devo acrescentar que
é preciso que esse nojento livro, a Imitação de Cristo, de
Thomas Kempis, que nós lá em baixo tanto tememos
(gane como um cão), seja citado, difundido e lido. Não
deve faltar em nenhuma família católica e deve ser lido. O
melhor seria ler um capítulo todas as noites e esforçar-se
por seguir e por em prática os seus ensinamentos.
Na medida do possível, deveria ler-se a antiga edição, a completa; na edição moderna já foram feitas algumas modificações. Com o andar do tempo acabam por
mudar tudo! Por isso, deveis procurar arranjar os livros
antigos. Se houver poucos, será preciso reeditá-los.
Em todo o caso, também deveríeis pregar sobre
A Imitação de Cristo, utilizar e desenvolver os assuntos
que nela se encontram, inculcá-los no coração dos fiéis. A
Imitação de Cristo é o verdadeiro grão e não palha. É uma
obra que vem do Céu. O Céu a quer e a recomenda, já que
ela põe a Cruz de Cristo sob os olhos de todos, concretamente, ensinando como se deve imitar a Cruz de Cristo.
Assim, o homem aprende como Cristo sofreu e
como ele próprio deverá sofrer se quiser avançar um passo ou um decímetro atrás d’Ele. Deve ter sempre presente
que, com tudo isto, ainda estará longe de ser um santo e
que se deve julgar com humildade. É imprescindível que
insistais neste ponto.
Há milhares de pessoas, poderíamos dizer milhões, que crêem que são boas porque fizeram isto ou
aquilo. Mas isso não basta! Só serão verdadeiramente
boas quando não se acharem ainda boas, pensando que
fizeram muito pouco e que poderiam ter feito muito mais.
Serão boas quando se julgarem com humildade e fizerem
por Cristo tudo o que estiver nas suas mãos.
OS DEVERES DA MULHER VISTOS PELA
SANTÍSSIMA VIRGEM
54
próprio corpo. Os laços que a prendiam a Ele eram mais
fortes que os dum irmão à irmã ou de um pai à mãe. Só se
sentia bem na sua proximidade, mas apesar de tudo isso
quis manter-se ignorada e ficou em casa. A partir desse
momento só O viu raras vezes.
Procedendo assim, revelou a sua humildade, para
que também as pessoas aprendessem a ser humildes. Foi
alguma vez personagem principal no Altar ou na Missa?
Quis manter-se sempre ignorada, embora fosse a criatura mais grandiosa, a mais universal. Ela vale mais que
todos os Padres e religiosos juntos. Ela é a maior entre as
maiores, escolhida por Deus para guiar a Igreja e para ser
Sinal, para ser o grande Sinal, a Mãe do Salvador. Ela é
também a Rainha dos Anjos. Mas é preciso dizer a todos
que, apesar disso, viveu ignorada e entregue aos seus
trabalhos caseiros.
Não compete à mulher desempenhar funções
públicas, por exemplo, como conselheira do Governo ou
Doutora de Ciências.
Não é conveniente mostrar-se assim e, por outro
lado, desprezar os deveres de dona de casa. Qualquer
trabalho, mesmo o mais insignificante e humilde de uma
dona de casa, que serve a Deus e à sua família de todo o
coração têm mais valor do que a mais bela e melhor conferência duma mulher doutora, ainda que o seu discurso
ressoe através de todos os microfones e seja registrado
por todos os jornais. Uma mulher destas vale muito menos
lá em cima do que uma Mãe que leva a sua Cruz cotidiana
educa bem os seus filhos e aceita o filho que concebeu.
Quando tudo suporta com paciência, faz o seu
trabalho humildemente, alimenta, cuida e veste os seus
filhos, educa e limpa a prole, tem mais valor, perante a
“malta dos três, lá de cima” (refere-se a Santíssima Trindade) do que uma mulher que só pensa em fazer figura.
Poderíamos citar aqui as palavras: “Quem se humilha será
exaltado, e voará como uma flecha.” Quando uma mulher
não aceita os seus deveres caseiros e só aspira à grandezas, não pode conservar-se humilde.
Toda a mulher que se quiser elevar será humilhada
no Céu. Pelo contrário, todas as que se humilham, encontram-se no bom caminho. Obtêm para as suas famílias
e para os povos muito mais graças do que outra que só
pense em brilhar.
Como resultado do orgulho surge o aborto. A mulher já não quer ser apenas “mãe de família”, com um
papel a desempenhar: a educação dos filhos. Quer ser e
parecer algo mais. Este é um dos motivos da morte de
muitas crianças por aborto. É claro que há muitas mães
que se encontram em grande necessidade. Essas deveriam ser auxiliadas por palavras e obras. Deveriam deixar
viver o filho, mesmo que fosse muito duro. O seu sacrifício
transformar-se-ia em fonte de benção.
Se as mulheres estivessem mais tempo ao fogão
e preparassem boas refeições aos maridos [1], decerto
não haveria tantos divórcios, como atualmente. Se as
mulheres cumprissem melhor os seus deveres de donas
de casa e proporcionassem aos maridos um ambiente
caseiro mais agradável, não haveria tantas desavenças
e separações.
Se não existissem tantos homens e mulheres em
concubinato, haveria mais cônjuges dotados de espírito
de sacrifício e menos lares desfeitos. Quando desaprendem, no tempo de concubinato, o que é o sacrifício e não
sabem o que é renunciar, como quereis que venham a
constituir família? Aos seus olhos, o casamento exige
muitos sacrifícios e privações. Sempre assim foi, é assim
e há-de ser sempre assim.
Entre os que viveram juntos, durante muito tempo,
poucos são os que vêm a casar. Além disso, é muito difícil
para uma pessoa que durante anos viveu à vontade, voltar
atrás e corrigir-se. Mesmo que essa pessoa quisesse mudar de vida, ser-lhe-ia bem mais difícil do que à uma outra
que viveu normalmente, sem divagações para a esquerda
ou para a direita, para seu bel prazer colher aqui as uvas
e ali os rabanetes.
(1) No mundo de hoje, defender uma coisa destas,
é certamente atrair sobre si um dilúvio de imprecações.
Mas é certamente esta uma das maiores causas da destruição das famílias. Esta foi a maior vitória do diabo: Tirar
a mulher da educação dos filhos, de ficar em casa cuidando deles, exercendo a digníssima missão que Deus lhes
confiou. Se a missão de cuidar dos filhos não fosse a mais
digna de todas diante de Deus, a Mulher Maria, não seria
a mais perfeita criatura que jamais existiu ou existirá. Foi
sem dúvida o comunismo ateu quem conseguiu isso, e
junto com ele o feminismo diabólico. Toda mulher que, fugindo à sua obrigação principal – a maternidade presente
– se lançar na política, na busca de cargos de poder e
mando, mais tarde não terá ouvidos capazes de suportar
os gritos de seus filhos, que sofreram pela sua falta. Ai da
mãe, que deixando o lar e seus filhos, seja por qual for o
motivo for, deixa-los largados! TODAS elas, sem nenhuma
exceção, pagarão isso muito caro. E não adianta sacar a
“igualdade de direitos”, porque a missão de mãe é tão sublime, que Maria é a criatura mais perfeita de Deus. E que
fez Maria de excepcional? Cuidou de seu Divino Filho! Só
isso! Que todas as mulheres façam isso! Que é TUDO!
BOAS LEITURAS E IMAGENS PIEDOSAS
55
B – Devo acrescentar ainda o seguinte: o livro, A
Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, os livros
da venerável (Santa para o Céu) Catarina Emmerich, assim
como os de Maria de Jesus Agreda e o livrinho Imitação de
Cristo de Thomas Kempis, tem grande valor (geme). Não
quero falar disso.
É preciso que estes livros sejam difundidos. Mas
também é necessário procurar neles temas para homilias,
ideais, o que é muito importante para o confuso mundo de
hoje, para os fiéis do nosso tempo.
Tenho que falar do imenso valor destas “desbo-
sa. Ele sabe que o documento relativo à Missa não foi
acolhido como ele desejaria, e que a nova missa... (solta
gritos horríveis). Ah! Nós não gostamos de falar do Papa.
Temos mais que fazer, temos que nos ocupar dos homens.
Nós já não podemos atacar, pessoalmente o Papa (rosna
desesperado).
Nós já uma vez afirmamos que o Papa Paulo VI tinha elaborado e queria promulgar um documento a favor
da antiga Missa. Por outras palavras: o Papa queria reintroduzir a Missa do S. Pio V, a Missa Tridentina. Tinha redigido, com todo o cuidado, um documento nesse sentido.
Era, então, seu desejo publicá-lo Urbi et orbi.
Alguns dos seus subordinados entraram em deliberação para verem como poderiam impedir o restabelecimento da antiga Missa. Redigiram então outro documento, que imitava o primeiro duma maneira tão perfeita,
quer no formato, quer na redação, que seria difícil uma
pessoa aperceber-se, à primeira vista, de que se tratava
dum documento falso.
E – Porque é que o Espírito Santo permite estas
coisas? Belzebu diz a verdade (...)!
B – Permite-as, para que se cumpram as Escrituras. Há muito que se afirma que virão tempos tão confusos
que cada um dirá: “Cristo está aqui!” ou “Cristo está ali!”
Hoje, uns dizem “Isto é melhor” outros afirmam “aquilo
é melhor”, e ninguém sabe o que quer. Cada um pensa
que é bom, que é superior, e põe-se à frente dos outros.
Há mesmo pessoas que seguem a muitos “Cristos”..., e
outras que seguem somente um... normalmente o falso
(ri maldoso).
E – Mas a Igreja Católica é guiada pelo Espírito
Santo (...). Em nome (...)!
B – Sem dúvida que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo, mas se certos Cardeais e Bispos não forem
melhores, não é culpa nossa que se deixem levar pela
nossa malícia.
No fundo, a Igreja não precisava de sofrer esta
crise, mas é necessário que as coisas se passem assim,
que o mundo seja passado a crivo, segundo a profecia
do próprio Cristo. Virão brevemente tempos em que só
haverá uma esquerda e uma direita e nenhuma situação
intermédia. Talvez as coisas não se passem assim, se
não tivéssemos chegado à esta confusão. É preciso que
o mundo seja passado a crivo. Os cristãos que ficarem serão melhores que os dos últimos cinco séculos da Igreja.
Eu, Belzebu, devo ainda dizer que as revelações do
Apocalipse de S. João, tal como se encontram na Bíblia,
são mal compreendidas pela maior parte das pessoas,
porque foram escritas numa linguagem misteriosa. Para
melhor as compreender deve consultar-se o livro de Maria
Agreda. Lá se encontra a explicação de muitas coisas relativas à Revelação. Estamos nos últimos tempos e é por
isso que todos os fiéis devem pegar nestes livros e seguir
os seus ensinamentos. Neles encontrarão uma melhor informação sobre todas estas coisas.
tadas” estampas com imagens piedosas. Já falei uma
vez acerca deste assunto. Deveis falar dele, do alto dos
púlpitos, e é também necessário que fique registrado no
livrinho. Sobretudo as estampas que contém promessas
têm um grande valor. E vós deveis dar a conhecer essas
promessas, que foram feitas à pessoas piedosas. Muitos
não as conhecem e até ao presente nunca as leram.
A propósito da estampa com a Agonia de Cristo,
onde Cristo está ajoelhado no Jardim das Oliveiras com
o Cálice, há uma oração à qual estão ligadas grandes
promessas. É necessário mencionar também a imagem
de Jesus Misericordioso e o Terço da Misericórdia, a que
estão também ligadas promessas importantes.
Seria ótimo ter destas estampas em grandes
quantidades por toda a parte, distribuí-las e mesmo...
sim, lançá-las por todo o lado e, se isso fosse possível,
colá-las às costas de cada um. Sois tão estúpidos como
cepos! Tendes à vossa disposição essas pagelas, essas
promessas, esses privilégios e não o utilizais, pelo menos
a grande maioria das pessoas não se servem delas!
Há ainda outros folhetos deste gênero, por exemplo, o da Santa Brígida da Suécia e do Coração de Jesus.
A devoção ao Coração de Jesus está atualmente muito
reduzida. A ela estão também ligadas grandes promessas e o mesmo se pode dizer da devoção ao Imaculado
Coração de Maria. A Verdadeira Devoção, segundo S. Luiz
Maria Grignion de Montfort, também quase caiu no esquecimento.
Se soubésseis o valor destes folhetos com imagens, que acabo de mencionar, em particular às da Santa
Face, da Agonia de Cristo e de Jesus Misericordioso, porlhe-íeis uma moldura em ouro, tal como ao Terço!
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao
Coração Imaculado de Maria, com as suas importantes
promessas, o Terço da Misericórdia, a contemplação da
amarga Agonia de Cristo e a devoção à Santa Face –
estas cinco – ocupam o lugar de honra. Difundi-as por
toda a parte. Ela (aponta para cima) assim o quer. Deveis
falar delas nas vossas homilias. Estas devoções encerram grandes virtudes. Se as pessoas conhecessem estas
coisas, se soubessem perseverar na oração, ter-se-iam
convertido ou, pelo menos, não cairiam tão baixo (geme).
O PAPA E A IGREJA
B – A situação atual do mundo é muito grave. O
Papa sofre tanto. Como lhe é insuportável ver o que se
passa! É um mártir, sofre mais do que Santo Estevão!
Como ele já pouco pode dizer deveis ao menos dedicarvos à difusão destes livros de Maria Agreda, de Catarina
Emmerich e da Imitação de Cristo. É isso que os lá de
cima desejam.
Dar-se-á, sem dúvida, um grande combate, um
grande combate! Ela, lá em cima (aponta para cima), bem
o sabe.
O Papa sofre horrivelmente por causa da nova Mis-
56
VERDADEIRAS E FALSAS
ALMAS PRIVILEGIADAS
B – Atravessamos uma época de grande confusão
e guerras. O que os lá de cima mais lamentam é o aparecimento, hoje em dia, de tantas almas privilegiadas que,
na realidade, não o são. Muitas destas almas privilegiadas
não o são verdadeiramente.
Devo acrescentar ainda – e faço-o contra à minha
vontade – que muitos fiéis tem tendência a seguir, com
fanatismo, os que se dizem almas privilegiadas(1). Na verdade, isso é mais fácil do que seguir a Cruz.
Relativamente às autênticas almas privilegiadas,
encontramos sempre a Cruz, a incredulidade, a oposição
e contradição. E as coisas passam-se assim, porque nós,
demônios, permanecemos por detrás de tudo e não queremos o bem. Mas a maioria dos fiéis, pelo menos grande
parte deles, tem mais tendência a seguir, não as autênticas almas privilegiadas, mas aquelas onde há muita charlatanearia e fanatismo.
Nunca houve tantas falsas almas privilegiadas
como atualmente! É por isso que muitos fiéis, mesmo
fiéis piedosos, são induzidos em erro, sobretudo quando
se trata de pessoas pouco inteligentes. Nós temos um
grande poder e utilizamo-lo especialmente para tentar as
almas boas. Estamos a trabalhar afanosamente.
Muitos dos “milagres” que acontecem no seio de
certas seitas e que se passam com certas almas privilegiadas, vem lá de baixo (aponta para baixo). Pretende-se
que tudo acontece pelo Espírito Santo, mas na realidade
tudo é realizado por nós (aponta para baixo), em nome
do inferno (2). Nós podemo-nos transformar em “Anjos de
Luz.” Também é possível curar doentes, em nosso nome,
se isso servir duma maneira vantajosa aos nossos objetivos. É mais fácil aos perversos realizarem coisas extraordinárias pelo poder do inferno e em seu nome, do que
às autênticas almas privilegiadas obterem do Céu coisas
extraordinárias e verdadeiros milagres. A estas últimas
é necessária muita oração e virtude. Por esse motivo é
que com as almas privilegiadas autênticas se dão muito
menos milagres visíveis. Além disso, acontece às vezes
também que almas privilegiadas autênticas se desviem
de Deus. É preciso estar muito atento. Também aqui é
preciso lembrar aquele aviso: “Examinai tudo, e guardai
o que é bom” (Tess. 5,21).
(1) Nesta, novamente, ele acerta em cheio. Primeiro
que há milhares de falsos profetas por aí. Segundo, mesmo que se tratem de verdadeiros embusteiros, sempre
encontram alguém fanatizado, capaz de os seguir e divulgar. Uns outros dirigidos pelo inferno. Quanto aos fanáticos, aqui ele menciona uma palavra correta, a falta
de inteligência, e esta é uma verdade. Um seguidor de
profeta, que não perceba que nos livros e revelações dele
existem centenas, para não dizer milhares de heresias, na
verdade dá provas de pouca inteligência.
(2) Vejam, as mesmas coisas que já revelamos no
artigo denominado Falsas Curas. Também o inferno pode
curar, quando isso lhe interessa. Ele usa as seitas, o espiritismo e a macumba, exatamente para atrair as pessoas
com promessas de cura. E as pessoas vão lá incautamente, para desta forma prostituírem suas almas.
OS ÚLTIMOS TEMPOS
57
B – Cristo disse: Tempos virão em que vos será
dito: “Cristo está aqui”, “Ei-lo ali”. Se alguém vos disser:
“Ele está no deserto”, não o acrediteis, pois surgirão falsos Cristos e falsos profetas, que darão grandes sinais, de
maneira tal que, se fosse possível, até os eleitos seriam
enganados. Estas palavras poderiam aplicar-se muito
bem às falsas almas privilegiadas. Muitos correm atrás
delas como atrás de falsos Cristos.
De fato, o Anti-Cristo surgirá como um falso Cristo, mas estas palavras podem aplicar-se também ao que
acabo de referir. Estais agora na prova, mas a Igreja ressuscitará com novo esplendor. Escutai uma comparação
tomada da figueira: quando nos troncos aparecem as folhas, sabeis que o Verão está próximo.
Assim também, quando virdes suceder estas coisas, sabereis que está perto o Reino de Deus(Luc.21,2931). Agora, esse tempo está terrivelmente perto. Ela
(aponta para cima) manda dizer: “Coragem! Fazei penitência e convertei-vos, enquanto ainda é tempo”... pois o
Seu Dia vai chegar (ruge como um leão), o Dia da Justa
cólera de Deus.
Aqui terminam as revelações. A expulsão final de
Judas se deu da mesma forma como a de Akabor, que
está no terceiro capítulo desta série. Um terror! Ninguém
fará conta, jamais, do que significa o inferno. Ninguém, jamais, poderá pintar um quadro verdadeiro do que significa
a realidade do afastamento eterno de Deus. Mesmo que
se inventem novos idiomas, jamais, uma palavra definirá aquele esmagamento. E esta realidade, jamais deverá
também ser posta de lado, como inofensiva, porque este é
mais um ardil das trevas. Foi desta forma que elas conseguiram calar os padres, calar os leigos, calar a Igreja. Um
dia eles todos perceberão o quanto a humanidade perdeu
por causa disso. E a conta negativa, lhes será totalmente
imputada, para desespero de muitos.
Jamais devemos deixar de alertar contra o inferno.
As nossas almas têm valor infinito e Deus tem um grande
amor por todas elas. Uma só alma incauta, alertada, que
se salve, será um prêmio de eterna felicidade para aquele
que o conseguiu, com as suas orações, com os seus sacrifícios, com os seus avisos e alertas. Vale a pena fazer
parte do exército de Deus. Porque não é contra criaturas
de carne, como diz São Paulo, que devemos lutar, mas
sim contra os espíritos infernais que povoam os ares, em
miríades de miríades, como moscas ao redor de uma carniça. Nós somos o alvo deles e nossas almas. E só com
muita oração é que conseguiremos levar de vencida, pois
aí, ligados em Deus e sob proteção plena.
Oração, oração, oração! Amor, amor, amor!
O Rosário é a grande arma!
Não se tratava apenas de dar a resposta a um pergunta
curiosa.
c) A existência dos demônios é um fato. A Sagrada
Escritura informa-nos sobre a existência do inferno e dos
demônios. O Papa fala da existência e da ação dos demônios. Apesar disso, muitos não o acreditam. Por esse
motivo é que a Santíssima Virgem disse ao Padre Gobbi:
“O Papa sofre e reza; está sobre uma cruz que o consome e que o mata. Agora, ele também falou, mas a sua
voz é como a semente caída no deserto. A minha Igreja
transformou-se num deserto, ou em algo ainda pior”.*
Através dos possessos a existência e a ação dos
demônios tornam-se palpáveis. Ela é, além disso, um sustentáculo para a nossa fé.
d) As verdades ensinadas pela Igreja estão atualmente reduzidas ao silêncio. Por exemplo, quem falou
nestes últimos anos do Inferno e dos demônios? O inferno e os demônios foram praticamente considerados tabu
para a pregação da Igreja, do Reino de Deus. Só com o
caso Kligenberg** é que o problema voltou a ser discutido
à escala mundial.
Resultado: Uma divisão dos espíritos – uns acreditavam, outros negavam a existência de satanás e do
inferno. Daí resultou, por outro lado, na negação dos fatos,
por outro, uma fé renovada. Muitos, porém, foram levados a refletir sobre o inferno e satanás, o que nunca teria
acontecido se não fosse o caso Klingenberg.
e) Nós não necessitaríamos nem das revelações
feitas nos lugares de Aparições, nem das revelações de
Videntes ou almas privilegiadas, se lêssemos mais seriamente a Sagrada Escritura. Assim, por exemplo, Maria diz
ao Padre Gobbi: “As Minhas mensagens multiplicam-se
tanto mais, quanto mais a voz dos meus servos se recusa
a anunciar a verdade. Aquelas verdades tão importantes
para a vossa vida já não são proclamadas, por exemplo:
os ensinamentos sobre o Paraíso que vos espera, sobre
a Cruz de Meu Filho que vos salva, sobre o pecado que
fere o Coração de Jesus e o Meu, sobre o inferno, no qual
tantas almas se precipitam diariamente, sobre a urgência
da oração e da penitência”.
f) Se os demônios se limitassem a falar de si próprios, tínhamos que recusar as suas revelações. Mas,
precisamente nestes últimos casos de possessão, a Santíssima Virgem mostra o Seu poder e a Sua soberania. Ela
obriga os demônios a manifestar verdades necessárias à
Igreja do nosso tempo, verdades esquecidas que é preciso
relembrar.
g) Os ensinamentos da Igreja são recusados, do
mesmo modo que as mensagens da Santíssima Virgem
nos lugares das Suas Aparições e as revelações das almas privilegiadas. Recusam-se as lágrimas, as lágrimas
de sangue da Mãe do Céu. Agora, a Santíssima Virgem
tenta ainda um novo meio: as revelações dos demônios.
Mas também elas, por sua vez, só são aceitas onde ainda
brilha um mínimo de boa vontade.
h) As revelações dos demônios não são senão um
GRITOS DAS TREVAS
Parte 11
Para manter fidelidade ao livro, evitando que partes
importantes possam ficar fora do conhecimento do leitor,
acrescentamos neste último texto as críticas feitas pelos
padres e as defesas do livro. Manteremos a originalidade,
sem comentários, apenas para aqueles que quiserem se
aprofundar.
APÊNDICE
RESPOSTAS À ALGUMAS CRÍTICAS
PELO PADRE ARNOLD RENZ, SDS.
1. Cristo não aceitou o testemunho dos demônios e
ordenou-lhes: Calai-vos.
a) O próprio Cristo estava presente. Ainda não tinha
revelado a Sua divindade e não necessitava do testemunho dos demônios. O Pai testemunharia por Ele.
b) Cristo também ordenou aos Seus Apóstolos que
se calassem. Depois da Sua Transfiguração no Monte
Tabor disse aos Apóstolos: “Não faleis a ninguém desta
visão, enquanto o Filho do Homem não ressuscitar dos
mortos” (Mt. 17,9).
c) A pouco e pouco Cristo foi preparando os homens para a revelação da Sua divindade. Por esse motivo
é que recusou o testemunho dos demônios. Mas permitiu
também que eles dissessem: “Nós sabemos quem és: és
o Santo de Deus” (Lc. 4,34). Ele poderia ter impedido esta
declaração, contudo não o fez.
2. Nós temos os ensinamentos da Igreja, não precisamos do testemunho dos demônios.
a) Os demônios não nos ensinam verdades de fé.
Quando falam de si próprios, sobretudo quando dizem o
que querem, misturam habitualmente e habilmente a verdade e o erro.
b) Não se devem fazer perguntas indiscretas.
Quando isso acontece, deve contar-se com respostas
mentirosas. Isto não se aplica só aos demônios, mas também aos videntes e às almas privilegiadas. Infelizmente,
são muitas vezes tomados por agências de informações.
Por exemplo, uma vez perguntaram ao Santo Cura d’Ars:
“O meu marido está no Purgatório?” Ele respondeu: “Isso
é que não lhe sei dizer. Nunca lá estive”.
Pelo contrário, noutra ocasião, respondeu: “O homem em questão, salvou-se. Teve tempo de fazer um
ato de contrição”. Neste caso havia um motivo especial.
58
favor do Céu, uma prova do Amor pleno de solicitude da
Santíssima Virgem.
i) A Santíssima Virgem disse, nas bodas de Caná:
“Fazei tudo o que Ele vos disser”. Mas hoje, já não se faz o
que Ele nos diz. A Santíssima Virgem repete-nos hoje, mas
com mais urgência: “Fazei o que Ele vos disser”. Ela di-lo
mesmo através dos demônios, para que nós sejamos salvos e para que contribuamos para a salvação dos outros.
j) Como, Mãe da Igreja, assim a definiu Paulo VI
no Concílio, tudo quer fazer para salvar os Seus filhos,
os resgatados por seu Filho. Teriam, porventura, as almas
menos valor para Ela do que para o inferno, que emprega todos os esforços, que trabalha sem cessar, para as
perder?
* Referia-se à alocução de S.S. Paulo VI sobre o
demônio. Os textos destas locuções encontram-se em
“Nossa Senhora aos Seus Sacerdotais”, Braga, 1986.
** Caso de uma rapariga que morreu durante o
exorcismo oficial.
confessarão os demônios: “Nós atormentamo-la para lá
de qualquer medida, a tal ponto que deveria ter desesperado e desistido. Nós esperávamos que, no seu desespero
caísse nas nossas mãos. Mas não conseguimos alcançar
o nosso objetivo! Ela resistiu e nós, demônios, fomos horrivelmente injuriados por lúcifer”. E os demônios acabaram mesmo por confessar: “Se ela não foi imediatamente
para o Céu, decerto chegou bem alto, bem alto”.
Aqueles que conhecem a vida da possessa destes
“Avisos” puderam verificar os sofrimentos monstruosos
que ela desde há anos vem agüentando. Tais sofrimentos e uma vida assim são garantia da autenticidade desta possessão e destas revelações. É por isso que o livro
constituirá uma obra importante, para o bem das almas
e para a Igreja.
e) O inferno agita-se e procura destruir o livro.
Sem a proteção da Santíssima Virgem e da Santíssima Trindade não se teria conseguido vencer os obstáculos e as dificuldades, e a sua publicação jamais teria sido
possível. Os próprios demônios tiveram que reconhecê-lo.
Aliás, todos aqueles que nele colaboraram, bem o sabiam,
mesmo sem as revelações demoníacas. Estas, só o vieram a confirmar mais tarde.
f) Para os exorcismos e adjurações a partir de 10
de Junho e até 3 de Julho posso dizer que segui as instruções do “Ritual Romanum”, segundo as quais o exorcista não se deve deixar levar no engodo das palavras
dos demônios ou por perguntas sobre questões futuras ou
secretas, pois não é nisso que consiste o seu trabalho.
g) Pelo desenrolar das “Confissões” verificou-se
que a Santíssima Virgem decerto, como um último recurso, quis revelar pela boca dos demônios o que é útil para
a Igreja e para o bem das almas. Só neste sentido, é que
foram feitas perguntas e exigidas novas revelações, mas
“somente a verdade e o que a Santíssima Virgem quer”.
h) Antes das revelações importantes foram exigidas
certas e determinadas orações, “para que nós (demônios)
sejamos obrigados a dizer a verdade”.
i) Se os demônios não falassem a “linguagem do
inferno”, a possessão não seria autêntica. Os demônios
voltam sempre a exprimir o seu ponto de vista. O leitor
reconhecerá facilmente quando os demônios exprimem o
seu próprio ponto de vista.
j) Os demônios estão ligados ao “instrumento”, no
seu modo de falar. Também é possível que as idéias do
“instrumento” (da pessoa possessa) se misturem com as
suas revelações. É por isso que é sempre necessário confrontar as revelações com os ensinamentos verdadeiros
da Santa Igreja. “Examinai tudo, retendo apenas o que for
bom” – diz S. Paulo.
k) Num tempo em que os demônios são particularmente poderosos – como parece ser agora o caso, parece
muito oportuno que a Santíssima Virgem, a vencedora de
todos os combates de Deus que há-de esmagar a cabeça
a satanás, os force a fazer revelações mesmo contra a sua
vontade, para bem dos homens e da Igreja. Também isto
3. Mas como é possível que os demônios falem
entre si, falem em detrimento do inferno? Eles só podem
querer o mal da Igreja!
a) É claro que os demônios só querem fazer-nos
mal. Não nos querem dizer o que contraria o inferno. O
seu objetivo principal é denegrir a Igreja, sempre que isso
for possível. Mas já Goethe punha estas palavras na boca
do demônio: “Eu sou a força que só quer o mal, e que,
contudo, pratica sempre o bem”. *
b) O que se passa com os possessos é precisamente isto: o poder da Santíssima Virgem exprime-se de
maneira tangível, quando força os demônios a anunciar o
bem e a verdade.
c) Os demônios não querem fazer estas revelações.
Só as fazem quando são obrigados, sob o poder e as ordens da Santíssima Trindade e a da Santíssima Virgem. Só
fazem estas revelações quando, intimados em nome da
Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem, do Coração
Imaculada de Maria ou em nome de Jesus, são obrigados
a dizer a verdade e só a verdade. (No texto, estas exigências feitas aos demônios foram, na sua maioria abreviadas
ou omitidas, por falta de espaço e para que a leitura não
se tornasse excessivamente monótona). Mas sem essas
ordens, pode acontecer – como aliás aconteceu – ouvir
o demônio exclamar: “Estás a ser insolente.” – Porquê?
– interrogou o exorcista – “Dizes apenas: diz a verdade!
Se falas só em teu nome, então não somos obrigados a
revelar o que quer que seja”!
d) Estas revelações são uma dádiva que o Céu concede à Igreja. Se assim forem consideradas podem fazer
muito bem. Para muitas almas, podem significar o bem
espiritual e a salvação, para a Igreja, a renovação. Por
isso mesmo é que os possessos sofrem tão horrivelmente, sofrem até ao limite do possível. Foi o que aconteceu,
por exemplo, com a jovem Annelise Michel, no caso Klingenberg, que morre depois do exorcismo. A esse respeito,
59
é um triunfo de Maria.
m) Se Ela pede constantemente que o livro seja
impresso o mais rapidamente possível (porque o tempo
urge?), certos pontos mais obscuros não puderam ser
acompanhados de notas explicativas.
n) Durante a realização deste livro rezou-se muito.
Os próprios demônios pediam constantemente, da parte
da Santíssima Virgem, certas e determinadas orações.
“Rezai muito ao Espírito Santo”!
Se o leitor, por seu lado, aceitar este convite, decerto tirará grande proveito desta leitura. Há-de receber a luz
necessária, mesmo para aquelas passagens que não têm
a necessária clareza.
* O demônio pratica e quer só o mal, mas Deus faz
com que tudo concorra para o bem daqueles que ama,
inclusivamente a ação do diabo.
N.B. – A documentação final esclarece alguns
pontos controversos do Exorcismo e dá ao leitor a linha
doutrinal da Igreja nestas matérias.
dam, que não se manifestem e não reajam. No caso de
não reagirem, isso não prova que eles não estejam presentes. Mas se reagem, isso prova que há possessão. Um
fator importante é fornecido pelo comportamento perante
objetos benzidos, relíquias, água benta, medalhas... Mas,
neste caso, não é preciso que a pessoa saiba previamente
que os objetos estão benzidos.
O comportamento perante a água vulgar e a água
benta é um sinal da presença dos demônios. Certas pessoas tem o dom de distinguir a água vulgar da água benta,
mas a sua reação não é uma rejeição furiosa. A reação
furiosa não se pode explicar dum modo natural.
Um outro sinal comprovativo é o sucesso do exorcismo. Citamos apenas um caso: o dos pequenos possessos de Illfurt(1). Estes demônios puderam ser expulsos.
Depois da sua expulsão, por exorcismos que se prolongaram durante dois anos, as crianças ficaram absolutamente normais.
O fracasso do exorcismo
será um sinal negativo?
DOCUMENTOS
O QUE É A POSSESSÃO?
Pelo Padre Arnold Renz, SDS
Provas da existência do demônio – Elas encontram-se nos ensinamentos de Cristo nas Sagradas Escrituras; nos ensinamentos do magistério eclesiástico; nos
ensinamentos dos Papas, representantes de Cristo. Estes
ensinamentos concordam: o demônio existe.
A ação do demônio – O demônio exerce um grande
poder, não apenas pela sua ação íntima sobre os homens
e pela tentação, para os fazer cair em pecado e os afastar
de Deus, mas também pelo seu domínio sobre determinadas pessoas através da possessão.
A Possessão – Embora a possessão não possa
ser provada nem confirmada pela Ciência (Psicologia)
ela tenta estudá-la, saindo assim da sua competência.
A sua existência tem, no entanto, de ser aceita. Mesmo
abstraindo dos ensinamentos do Magistério e das Sagradas Escrituras, ela foi experimentada por Santos (por ex:
S. João da Cruz, o caso duma religiosa na vida de Santa
Teresa de Ávila, o Santo Cura d’Ars e tantos outros). A história da Igreja fornece um grande número de casos de
possessão, que não são aqui mencionados.
É preciso grande prudência na aceitação de certos
casos de possessão, pois existem doenças psicológicas
que se assemelham muito à possessões. Há diferentes
fenômenos, ou manifestações, que provam a possessão.
O mais evidente á a reação ao exorcismo feito apenas
mentalmente: é o chamado “exorcismo probativus.” Mas
mesmo neste caso é possível que os demônios se escon-
60
a) Se não há realmente possessão, o exorcismo
não pode resultar. Em certos casos pode até mesmo prejudicar.
b) Há casos de possessão que têm um objetivo
particular: por exemplo, a purificação de uma pessoa que
vive no pecado ou o castigo para uma vida de pecado,
mas também há especialmente casos de pessoas que se
consagram ao diabo. Tais casos são, na maior parte das
vezes, longos e exigem um esforço enorme da parte do
exorcista, mas não são casos desesperados, sobretudo se
a pessoa tiver boa vontade (o caso de Magda com o Padre
Rodewyk) (2).
c) Um caso particular de possessão é o que se
chama “possessão expiadora.” As pessoas em causa não
são pessoalmente culpadas. Podem, por exemplo, ter sido
amaldiçoadas. Porque é que num ou noutro caso a maldição dá efeito e noutros não? Continua a ser um mistério.
Se certas pessoas aceitam sofrer por outras, tal disposição pode traduzir-se em possessão. A possessão obriga a
um sofrimento horrível. A história mostra que o possessos
que sofreram muito tempo não chegam a velhos (o caso
dos meninos de Illfurt).
Há possessos que sofrem pela humanidade, pela
Igreja ou por determinados grupos de pessoas, por exemplo, Sacerdotes.
d) Quando se consideram certos casos como, por
exemplo, o de Nicolau Wolf, de Rippertschwand(3) ou o
de Altotting(4), pode-se pensar que estes casos têm uma
missão especial a cumprir na Igreja: não só pelos sofrimentos evidentes, mas também pelas suas revelações.
Podíamos citar aqui o caso que é objeto desta obra ou
o caso Klingenberg(5). As revelações feitas nestes casos
devem ser consideradas um testemunho e um auxílio
à Igreja nos tempos difíceis que atravessa. Estes casos
resistem ao exorcismo até se cumprirem determinados
objetivos. No caso de Klingenberg, o sofrimento prolongou-se até à conformação com Cristo e a morte na Cruz.
Anneliese morreu de fome e sede.
O demônio declara nesta obra a propósito de Klingenberg: “Deus submeteu esta família e a todos os que
tomaram parte no assunto, a uma prova indizível. Ele chamou a Si essa pobre alma sofredora, para que acabasse o
seu martírio e pudesse gozar da Beatitude eterna.” Acrescentaram depois: “Mesmo que ela (Anneliese) não tivesse
sido imediatamente elevada à eterna Bem Aventurança,
ficou muito alto, muito alto”(10 de Junho de 1977). A morte de Anneliese foi permitida por Deus e não devida a um
fracasso do exorcismo.
Mas a razão exige que se atenda à possibilidade de uma
possessão. Um exame cuidadoso do caso deve estabelecer as causas do estado da pessoa. O fracasso da
Medicina no tratamento do caso pode ser um sinal de
possessão. Quando a Ciência desiste, é preciso que o caminho fique aberto ao exorcismo, ao remédio apresentado pela Igreja, conforme as ordens de Cristo: “Expulsai os
demônios”(Mt.10,8). O erro, segundo o qual, Cristo estaria
condicionado pela mentalidade do seu tempo, relativamente aos demônios, contradiz a Sua Divindade e deve
ser rejeitado.
A Possessão é uma doença?
Fundamentalmente a possessão não é uma doença; no entanto, pode atrelar-se a uma doença. Muitas
das vezes, as doenças dos possessos desaparecem com
a expulsão do demônio e não podem ser combatidas pela
medicina.
Em que é que consiste exatamente
a possessão?
No caso dos possessos, o demônio não só toma
posse da alma da pessoa, como é o caso do pecado grave
ou “pecado mortal”, como também do corpo e das forças
físicas, psíquicas, de modo que a pessoa deixa de poder
dispor livremente do seu corpo, do seu espírito e da sua
vontade. Outro – o demônio – apoderou-se deles. A pessoa possessa não pode reagir contra o que os demônios
querem fazer por seu intermédio. No entanto, uma ponta
de inteligência, a mais profunda, e a vontade, podem oporse a todo o mal que os demônios querem impor. Neste
caso, a pessoa não comete qualquer falta. Ainda menos se
pode falar de culpa, se durante a “crise”, ou depois dela,
a pessoa não se lembra de nada. Foi o caso, por exemplo,
das crianças de Illfurth que, no fim, de nada se lembravam
do que tinha acontecido durante a possessão.
Muito especialmente, nos casos de “possessões
expiadoras”, há o que se chama a possessão lúcida, isto
é, a pessoa possessa sabe totalmente ou em parte, o que
faz e diz. Nestes casos, estamos perante um sofrimento
imensamente penoso, que é suportado com pleno conhecimento.
Causas da possessão – Resumindo: pode haver
um pecado grave, que abre as portas aos demônios. Pode
acontecer que a pessoa em causa se entregue ao demônio por um pacto assinado com o seu próprio sangue(o
caso de uma religiosa, na vida de Santa Teresa de Ávila e
S. João da Cruz) que essa pessoa se entregue a práticas
ocultas ou que tenha uma intenção especial: reparação ou
algo semelhante.
A possessão e a Ciência – Satanás e a possessão
pertencem ao sobrenatural. A Ciência não tem acesso ao
sobrenatural. Ela ocupa-se dos fenômenos. Se a Ciência
discute sobre satanás ou sobre a possessão, ultrapassa
os limites da sua competência e não merece crédito. O
mesmo se pode dizer quanto à Psicologia e à Medicina.
É razoável e até aconselhável que quando se desconfia de que há possessão, pensar em primeiro lugar,
nas causas naturais e também nas doenças psíquicas.
Que é exorcismo?
O exorcismo é o remédio da Igreja, que se esforça por expulsar o demônio pela oração, por leituras da
Sagrada Escritura, por adjurações, intimações em nome
de Jesus, uso da água benta, bênçãos, Sinais da Cruz,
a imposição da estola, a imposição das mãos. Seria um
erro pensar que basta um único exorcismo para expulsar
os demônios. É um duro combate entre o exorcista e os
demônios.
Estes repetem constantemente: “Nós não somos
obrigados a partir já.” É por isso que também aqui é válido
o aforismo: Deus tem a última palavra a dizer.
NOTAS
1) 1) Padre P. Sutler: «O poder de satanás e a sua
ação.»
Editora Siegfried Hacker, Grobenzell, 7. ed. 1975.
História dos pequenos possessos de Illfurt. Há tradução
em francês na editora Résiac.
2) 2) P. Adolf Rodewyk, SJ: «A possessão demoníaca nos Tempos de Hoje.» o caso Magda. Edição alemã de
Paul Pattloch, Aschaffnbourg, 1976.
3) 3) Johann Erni – Sermões do diabo – Nicolas
Wolf, de Rippertschwand. Editora Siegfried Hacker. Grobenzell, 1975. Edição alemã.
4) 4) Teufelspredigt von Altoltting – Sermões do
diabo de altoltting.
5) 5) Sobre o «Caso Klingenberg» ainda não há
nada publicado em definitivo.
CARDEAL HOFFNER:
61
Entrevista* sobre as possessões.
seguida, a humana, que de certa maneira encerra em si as
outras duas, pois é composta de espírito e corpo. Porque
o diabo e os outros espíritos malignos foram criados bons
por Deus. Eles próprios é que se tornaram maus” (6).
Este texto significativo compreende três afirmações:
1ª Deus criou tudo a partir do nada: os Anjos, o Universo e os Homens.
2ª Os espíritos malignos também foram criados
por Deus, como seres bons, quer dizer, como Anjos. O mal
não é uma estrutura fundamental do ser; não é uma força
cósmica do ser.
3ª Estes seres tornaram-se espíritos malignos,
quando se separaram de Deus.
O que o IV Concílio de Latrão ensina é a doutrina primitiva da fé Católica. Em 561, o Concílio de Braga
declarava: “Se há alguém que diga que o demônio não
foi criado por Deus, ao princípio, como um Anjo bom, que
não é por natureza uma criatura de Deus mas que, ao
contrário, saiu das trevas, que não tem criador, mas que
é o princípio e a substância do Mal... que seja anátema.
Se há alguém que diga que o demônio... produz pelo seu
próprio poder a trovoada, os relâmpagos, as intempéries e
a seca... que seja anátema (7).
Ainda muito recentemente, o Concílio Vaticano II
declarava que Deus, por Jesus Cristo, «nos libertou da escravidão do demônio e do pecado»(8), e que a atividade da
Igreja tem por fim, “a confusão do demônio” (9).
SI – O professor Haag declara que é anti-bíblico
insistir na existência do demônio; que o Papa Paulo VI
na sua alocução de 15 de Novembro de 1972, exerceu
“pseudo-exegese” e interpolou os textos da Sagrada Escritura, “como nenhum estudante, no primeiro semestre,
ousaria fazer”. Quando a Congregação para a Doutrina e
Fé publicou, em Junho de 1975, o seu documento sobre
“Fé cristã e demonologia”, o professor Haag declarou o
seguinte: “Roma falou mais uma vez com rodeios”.
JH – Teólogos autorizados refutaram vigorosamente a censura de que era anti-bíblico sustentar a existência
do demônio. O professor Joseph Ratzinger escreve: “não
é como exegeta, como comentador da Sagrada Escritura,
que Haag diz “adeus ao diabo”, mas como “homem deste
tempo”, porque a existência do demônio é inegável. A autoridade, em virtude da qual ele formula a sua opinião, é a
da sua filosofia moderna e não a intérprete da Bíblia” (10).
Nas pregações de Jesus, satanás é o grande adversário
que, no entanto, não tem qualquer poder sobre Ele (João
14,30), porque Jesus quebrou o seu poder: “O príncipe
deste mundo está condenado”(João 16,11). Sem dúvida
que satanás não está no centro da pregação de Jesus.
Mas, “a luta contra o poder dos demônios” faz parte da
missão de Jesus, que veio a este mundo, “para destruir as
obras do diabo”(I João 3,8).
SI – O professor Haag afirma que “em todas as
passagens do Novo Testamento, onde se fala de satanás
ou do diabo, pode também compreender-se o pecado ou
SL – A trágica morte, no verão de 1976, da estudante de Pedagogia, Anneliese Michel, falecida após os
exorcismos de Klingenberg, excitou violentamente os
espíritos. Foi dito, então, que era inadmissível que num
século civilizado, como o século XX, se pudesse ainda
acreditar no diabo e na possessão. Os Padres que fizeram
o exorcismo foram considerados co-responsáveis da morte da jovem estudante. O exorcismo devia ser legalmente
proibido. Que é que o Sr. Cardeal pensa do caso?
JH – Têm que se fazer duas perguntas: 1ª - Existem de fato os espíritos malignos, a que nós chamamos
demônios? 2ª - Esses espíritos podem exercer influência
sobre o ser humano?
SL – Comecemos pela questão da existência do demônio. O Papa Paulo VI explicou na Audiência Geral de 15
de Novembro de 1972: «Sabemos que esse ser obscuro
e perturbador existe verdadeiramente e que está sempre
em atividade». Em 23 de Julho de 1976, o jornalista Hannes Burger, de Munique, comentava assim os ensinamentos do Papa: «Dum modo geral, podemo-nos sorrir ante
tal discurso; aliás, patacoadas desse gênero há muito que
são consideradas absurdas, mesmo pela Teologia Católica
Contemporânea».
JH – Não vamos falar do tom presunçoso das palavras do Hannes Burger. Digo só que é falso afirmar que «a
Teologia Católica Contemporânea» nega a existência dos
espíritos malignos. Os professores Karl Rahner e Herbert
Vorgrimler declaram que «a existência de forças e poderes malignos sobre-humanos e a sua ação no mundo» são
«uma verdade de fé” (1). O professor Leo Scheffczyk, da
Universidade de Munique declara por seu lado que, «na
pregação de Jesus, satanás se apresenta como o adversário da obra de salvação» (2).
“Os diversos poderes – escreve o professor Heinrich Schlier, da Universidade de Roma – que só desenvolvem o único poder satânico, apresentam-se como uma
espécie de poder individual” (3).
Joseph Ratzinger, da Universidade de Ratisbona,
escreve: “o exorcismo, sobre um mundo ofuscado pelos
demônios, pertence inseparavelmente à via espiritual de
Jesus e coloca-se no centro da Sua mensagem e na dos
Seus discípulos” (4).
Poderia ainda citar outros tantos teólogos, mesmo
protestantes. Mas estes exemplos já chegam.
SI – Karl Rahner e Herbert Vorgrimler declaram que
a existência dos espíritos malignos, é considerada “como
ensinamento bíblico e do magistério eclesial” (5). Poderá
o Sr. Cardeal esclarecer mais pormenorizadamente o sentido destas palavras?
JH – O IV Concílio de Latrão, no ano de 1215, resumiu dum modo perfeitamente claro os ensinamentos
da Igreja: “No princípio do mundo, Deus exercendo a Sua
Força Poderosa, criou do nada, as duas criaturas, a espiritual e a corporal, quer dizer, a angélica e a terrestre e, em
62
o mal” (11).
JH – De modo nenhum. Nas Sagradas Escrituras
lemos: “O diabo peca desde o princípio”. Só uma pessoa dotada de espírito e inteligência pode pecar, e não
o “mal”.
SI – O professor Haag afirma que nas Sagradas Escrituras o demônio é “uma personagem a fingir, sem entidade própria” (12); que, no Novo Testamento, o demônio
aparece como “a representação do mal, de acordo com a
mentalidade da época”; que Jesus e os Seus Apóstolos se
movimentavam “nessa mentalidade da época, tal como o
mundo que os rodeava” (13).
JH – No tempo de Jesus, a crença nos Anjos e
nos demônios não fazia parte do Universo espiritual. Os
saduceus, por exemplo, afirmavam “que não havia nem
ressurreição, nem Anjos, nem espíritos” (Atos 23,8).
É preciso também acentuar que as Sagradas Escrituras condenaram severamente a magia e a quiromância, universalmente expandidas no mundo antigo. O
Deuteronômio diz: “Não haja ninguém no meio de ti que
faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha; ou se dê
à prática de encantamentos, ou se entregue a augúrios,
à adivinhação ou à magia, ou feitiço, ao espiritismo, aos
sortilégios ou à evocação dos mortos. Porque o Senhor
abomina aqueles que se entregam a semelhantes práticas. É por causa dessas abominações que o Senhor, teu
Deus, expulsa diante de ti essas nações” (Deut. 18,10-12).
Parece-me que estas advertências do Antigo Testamento
são válidas para muitos homens cultos do século XX, que
se entregam a tantas supertições.
SI – É possível que os espíritos malignos exerçam
influência sobre os homens?
JH – As Sagradas Escrituras, no Novo Testamento, respondem afirmativamente: mencionam, com efeito,
muitos possessos, que Jesus libertou dos espíritos malignos. Os professores Karl Rahner e H. Vorgrimler escrevem
que não basta somente admitir a influência dos demônios
nos casos onde há “fenômenos extraordinários”, mas
também “na natureza e na história, em que existe uma
cadeia normal, natural, explicável, de acontecimentos,
uma dinâmica das forças demoníacas orientadas para o
mal” (14).
O professor H. Schlier declara que as forças demoníacas “se podem tornar senhoras do homem e do
mundo, no seu espírito, até penetrarem no seu corpo,
para mostrarem nelas e por elas o seu poder”; diz ainda
que “estas forças têm, em cada ser, um cúmplice: a sua
tendência egocêntrica, a sua repugnância perante Deus e
o próximo”; que, precisamente nos nossos dias, não nos
podemos libertar da sensação de que o problema do mundo e da história, está mal posto (15).
Entre o Céu e a Terra há muitas coisas de que os
“nossos homens cultos” não têm a menor idéia.
Kral, Abensberg].
NOTAS
1) 1) Pequeno Dicionário Teológico, editado por Karl
Rahner e Herbert Vorgrimler, 7ª edição, Freiburg em Breisgau 1968, p. 49.
2) 2) Leo Scheffcyk, “Fé Cristã e Doutrina dos Demônios”, in Revista Teológica de Munique, (1975) p. 392.
3) 3) Heirich Schlier, Forças e Poderes do Novo Testamento. Freiburg em Breisgau, 1958, p. 63.
4) 4) J. Ratzinger, Adeus ao Diabo? Einsiedeln,
1969, p. 48.
5) 5) Cf. a anotação (1).
6) 6) Denzinger – Schönmetzer, 800. H. Denzinger,
SJ (teólogo católico alemão). O seu trabalho Enchiridion
Symbolorum et Definitionum é clássico.
7) 7) Ibidem, 457-458.
8) 8) Gaudium et Spes, 22 (cfr. Ad Gentes, 3).
9) 9) Lumen Gentum, 17.
10) 10)J. Ratzinger, Adeus ao Diabo?
11) 11)Herbert Haag, “Abschied vom Teufel” (Adeus
ao Diabo). Einsiedeln, 169, p. 48.
12) 12)Herbert Haag, “Teufelsglaube” (A crença no
Diabo), Tubinga, 1971, p. 205.
13) 13)Herbert Haag – Op. Cit. P. 47.
14) 14)Kleines Theologisches Wörterbuch, (Pequeno Dicionário Teológico) p. 49.
15) 15)Heirich Schlier, “Besinnung auf das Neue
Testament” (Reflexões sobre o Novo
Testamento) – Fribourg – Breisgnan, pp. 146, 148,
e 157.
A OPINIÃO DO TEÓLOGO
PADRE BERNARDO
Quisemos pedir a um teólogo, versado na mística,
o Padre Bernardo, que nos dissesse o que pensava da leitura destes “Avisos”.
Para um teólogo, a principal objeção que pode
apresentar-se perante semelhantes “revelações” é esta:
Que crédito dar as palavras de possessos? De fato há
duas possibilidades:
1º) que seja o espírito humano que fale e traduza os
seus próprios pensamentos;
2º) que sejam demônios e que mintam, sendo a
mentira a alma do inferno.
Sobre a primeira hipótese, respondemos: o espírito
humano da possessa em questão não poderia, simultaneamente, falar como um condenado e proclamar constantemente as verdades da salvação. Sem falar de mil coisas,
que ultrapassam a sua competência, e de mil fenômenos
próprios das possessões e exorcismos inexplicáveis pelas
leis naturais.
[Fonte: “Diabo, Possessão, Exorcismo”, em “Questões Teológicas”, nº 10, Outubro de 1976, edit. Joseph
63
Quanto à Segunda, respondemos: é verdade que os
demônios se esforçam sempre por mentir. Mas também é
verdade, que eles podem ser obrigados, por Deus, a dizer
a verdade, do mesmo modo que podem, por Ele, serem
obrigados a fugir.
Como saber se mentem ou agem sob a imposição
de Deus? Primeiro, pelo conteúdo do que dizem: tudo o que
é conforme a Fé autêntica é verdadeiro e, inversamente,
é falso tudo quanto se lhe opõe. Depois, pelas circunstâncias que mostram a sua relutância, principalmente por
não poderem resistir às invocações divinas e às orações,
pela santidade da pessoa possessa, pela necessidade em
que estão de falar antes de serem expulsos e de partir
depois de dizerem tudo o que tinham para dizer.
No presente caso, estes dois pontos são indiscutíveis. Sobretudo, é evidente a coação em que se encontram – como repetem constantemente ao proclamar as
verdades mais comprometedoras para o seu próprio interesse de demônios, das mais úteis para a causa divina.
Sabemos bem que este livro será violentamente rejeitado
por uns, abundantemente criticado por muitos outros, em
todos os campos. Não é difícil prever que não agradará a
todos. Verificamos apenas isto: a posição que cada um tomar, pelo menos globalmente perante estas “revelações”,
será exatamente a mesma que toma perante Deus. Porque é o autêntico ensinamento da Igreja bi-milenária que
aqui encontramos, com toda a evidência. Há por certo,
pontos particulares, de ordem contingente, principalmente a propósito das imposturas que aprisionam e torturam
o Papa.
Mas mesmo aí, se quisermos refletir bem, aí se encontra melhor a lógica da verdadeira Fé do que o cepticismo fácil dos “espíritos fortes”, esse mesmo inimigo que
cega e utiliza com a maior facilidade a despreocupação.
Notemos também que, em conjunto, estas “revelações” são controláveis, e até controladas, aliás, por fontes
diferentes e sérias. E, com efeito, muitas santas almas
sabiam já tudo isto, pelo menos o essencial. De modo que,
de fato, a divisão entre os que “crêem e os que não crêem” já está feita pela escolha de cada um perante Deus.
No fim de contas, o grande conselho que podemos
dar aos que, sinceramente, procuram a verdade, é o mesmo dado no texto: pôr-se de joelhos e rezar com humildade, fervor e insistência, rezar, sobretudo ao Espírito Santo.
Apetece-nos mesmo acrescentar: pôr-se na presença de
Deus com a mesma intensidade com que o faríamos se
soubéssemos que estávamos prestes a morrer e a ser
julgados por Ele. É aqueles que recusam esta perspectiva da Eternidade como condição fundamental para ver
com clareza que Nosso Senhor dá a terrível lição do “Mau
Rico”: só viu claro quando era demasiado tarde – e isso
por culpa sua.
E não somos nós, mas Nosso Senhor, quem conclui
amargamente a lição: Como não acreditam em Moisés e
nos Profetas, ainda que um morto ressuscitasse, também
não acreditariam n’Ele.
(Aarão) - Nada mais a comentar, apenas o sentimento de ter feito a nossa parte. Compete a cada leitor,
que se inteirou agora de muitos assuntos, levar adiante
estes alertas do inferno, porque poderemos ser duramente
chamados, mais tarde, na hora da justiça, porque este dia
virá fatalmente e está mais próximo do que pensamos.
De fato, quanto a acreditar nos exorcismos em
si, nos fica a frase do Padre Bernardo, o último teólogo
a se manifestar: Se não acreditam nos profetas, se maldizem as escrituras, se cospem na verdade, mesmo que
um morto ressuscite na frente deles, acharão sempre um
“que” para negar a verdade. Ou chegarão ao absurdo de
negar a existência do diabo, mas atribuir a ele o poder de
fazer milagres como ressuscitar um morto.
Tudo isso é sinônimo de um orgulho, execrando e
exacerbado, que dilacera o mundo de hoje e atormenta a
vida da Igreja. Diz o ditado, que o pior cego é aquele que
não quer ver. Mas se poderá dizer hoje, que o pior cego é o
orgulhoso. Sim, se os anjos caídos, como estes que foram
expulsos desta mulher, não fossem tão orgulhosos, não
seriam cegos – diria, tão burros – a ponto de afrontarem
a justiça de Deus.
Também, Judas, a alma caída, se não pensasse
apenas em ser grande – portanto orgulho – não seria cego
a ponto de rejeitar as mil e uma chances de conversão
que Deus lhe havia proposto, nos três anos em que seguiu
a Jesus. Eis, então, que por serem cegos de orgulho, os
demônios também só conseguem passar para os incautos
a própria cegueira – que significa andar nas trevas tendo
a luz – motivo pelo qual caem ambos no mesmo abismo
eterno.
Quanto aos que, humildemente crêem, para estes
a certeza de que a paz virá como um rio, pois no momento
oportuno Deus restabelecerá todas as coisas, e as fará
novas. Então as forças infernais, não poderão mais agir
na Nova Terra. Elas serão sepultadas para sempre, cada
demônio em seu canto escuro, e assim será por toda a
eternidade. Imaginem no que lhes consistirá este suplício.
Não vale a pena desafiar a Deus! É insensatez pura
GRITOS DAS TREVAS
Parte 12
Para complementar os textos relativos aos exorcismos, nada melhor que trazer uma autoridade de peso
máximo neste assunto. Trata-se de uma entrevista com
o Padre Gabriele Amorth, um conhecidíssimo exorcista
do Vaticano, retirada do site: http://www.lepanto.org.br/
patroc.html. Neste texto, o leitor poderá sentir o motivo
pelo qual estas matérias versando sobre o inferno e sobre
o poder das trevas não mais chegam ao conhecimento do
povo, pois há por trás um terrível esforço do inferno em
evitar que sejamos esclarecidos. Estas forças – é obvio –
64
nas atrás, dia 15 de maio foi aprovada pela Conferência
Episcopal Italiana (CEI) a tradução italiana do novo Ritual
dos Exorcismos. Para entrar em uso, espera somente o
placet da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina
dos Sacramentos.
— Padre Amorth, finalmente está pronta a tradução italiana do novo Ritual para os Exorcistas.
Gabriele Amorth — Sim, está pronta. No ano
passado a Conferência Episcopal Italiana recusou-se a
aprová-la porque havia erros na tradução do latim. E nós,
exorcistas, que temos de utilizá-la, aproveitamos para assinalar mais uma vez que não concordamos com muitos
pontos do novo Ritual. O texto básico em latim, nesta tradução, continua inalterado. E um Ritual tão esperado, no
fim, torna-se um blefe. Uma “amarra” inacreditável, que
pode impedir o nosso trabalho contra o demônio.
— É uma acusação muito grave. A que o senhor
se refere?
— Dou apenas dois exemplos. Bem evidentes. No
ponto número 15, fala-se de malefícios e sobre a maneira
de se comportar diante deles. O malefício é um mal causado a uma pessoa recorrendo ao diabo. E pode ser feito
de várias formas, com trabalhos, maldições, maus-olhados, vodu e macumba. O Ritual Romano explicava como
enfrentá-lo. O Novo Ritual, por sua vez, afirma categoricamente que há proibição absoluta de fazer exorcismo nestes casos. Absurdo. Os malefícios são na grande maioria
das vezes a causa mais freqüente das possessões e dos
males causados pelo demônio: nada menos de 90% das
vezes. É como dizer aos exorcistas que não ajam mais.
Já o ponto 16 afirma solenemente que não se deve fazer
exorcismos se não se tem a certeza da presença diabólica. É uma obra-prima da incompetência: a certeza de
que o demônio está presente em uma pessoa só pode
ser obtida fazendo o exorcismo. E tem mais: os redatores não se deram conta de que contradiziam, em ambos
os pontos, o Catecismo da Igreja Católica, que indica a
realização do exorcismo tanto no caso das possessões
diabólicas quanto no dos males causados pelo demônio.
Da mesma forma como indica que deve ser feito tanto
nas pessoas quanto nas coisas. E nas coisas nunca há a
presença do demônio,
há apenas a sua influência. As afirmações presentes no Novo Ritual são muito graves e prejudiciais, fruto de
ignorância e inexperiência.
— Mas não foi redigido por especialistas?
— Não, absolutamente. Nestes dez anos, duas comissões trabalharam no texto do Ritual: a composta por
cardeais, que organizou os Prenotanda, ou seja, as disposições iniciais, e a comissão que organizou as orações.
E posso afirmar com certeza que nenhum dos membros
das duas comissões jamais fez exorcismo nem assistiu a
exorcismos, assim como não tem a menor idéia de como
sejam os exorcismos. Esse é o erro, o pecado original,
desse Ritual. Nenhum dos colaboradores que participaram era especialista em exorcismos.
não são movidas por demônios invisíveis somente, mas
por seus tentáculos na terra, pessoas que já se entregaram ao domínio das trevas. Elas tentam minimizar a ação
do maldito anjo do mal, inclusive destruindo a formula
milenar de exorcismo, aprovada pela Igreja, colocando em
seu lugar uma fórmula inócua e até ridícula.
Nos anos que passaram, tenho lido diferentes entrevistas deste sacerdote, e senti o quanto ele é atacado,
ridicularizado e perseguido por aquela mesma claque
maldita de certos cardeais, que se encastelaram nas altas
esferas do Vaticano, e que tem um só objetivo em mente: Destruir a Igreja Católica e – pasmem – fazer reinar
Lúcifer em lugar de Deus. Eis que fazem de tudo, para
que as coisas de Lúcifer fiquem escondidas. Não acredite, pois, em qualquer pessoa que combata ou rejeite um
verdadeiro exorcista, porque este é um declarado agente
de satanás encastelado na Igreja. Tudo o que esta gente
quer é fazer crer que o demônio não existe, para deixa-lo
assim agir livremente em sua ânsia de destruir a humanidade. Se na Bíblia, segundo consta, existem ao todo 79
citações sobre o demônio, e destas 19 são feitas pelo próprio Jesus nos Evangelhos, temos que acreditar no Papa
que, há poucos dias disse numa entrevista: Quem nega a
existência do demônio, é um herege! E mais, mil vezes
pior do que ver em tudo a ação do demônio é não a ver
mais em nada.
Segue, então, a entrevista na íntegra, por gentileza
de envio do amigo Cezar.
A FUMAÇA DE SATANÁS
NA CASA DO SENHOR
(Entrevista com o Pe. exorcista Gabriele Amorth)
*** A fumaça de Satanás na casa do Senhor ***
Passaram-se 29 anos desde aquele 29 de junho de
1972. Era a festa de São Pedro, príncipe dos apóstolos,
aquele que trouxe o Evangelho de Cristo até o extremo
Ocidente. E naquele 29 de junho, festa dos santos protetores de Roma, o sucessor de Pedro que assumira nome
de Paulo lançou um dramático alerta. Paulo VI falou do
inimigo de Deus por antonomásia, daquele inimigo do homem que se chama Satanás. O inimigo da Igreja. “Através
de algumas fissuras”, denunciou Paulo VI, “a fumaça de
Satanás entrou na Igreja”. Um grito angustiado, que deixou muita gente surpresa e escandalizada, mesmo dentro
do mundo católico.
E hoje, 29 anos depois? Aquela fumaça foi afastada, ou invadiu outros cômodos? Fomos perguntar a uma
pessoa que lida todos os dias com Satanás e suas astúcias. Quase como profissão. É o exorcista mais famoso
do mundo: padre Gabriele Amorth, fundador e presidente
Ad Honorem da Associação Internacional dos Exorcistas.
Fomos falar também com ele porque há algumas sema65
— E como isso é possível?
— Não pergunte para mim. Durante o Concílio Ecumênico Vaticano II cada comissão tinha a colaboração de
um grupo de especialistas que ajudavam os bispos. E este
costume se manteve também depois do Concílio, todas as
vezes que foram feitas alterações no Ritual. Mas não neste caso. E se há um assunto sobre o qual há a necessidade
de especialistas, é esse.
— E como foi neste caso?
— Neste caso nós, exorcistas, não fomos jamais
consultados. E as sugestões que fizemos também foram
recebidas de má-vontade pelas comissões. A história é
paradoxal. Posso contá-la?
— Claro.
— À medida que, como solicitara o Concílio Vaticano II, as várias partes do Ritual Romano eram revistas,
nós, exorcistas, esperávamos que fosse tratado também
o título XII, isto é, o Ritual dos Exorcismos. Mas evidentemente não era considerado um assunto importante, já
que passavam os anos e não acontecia nada. Depois,
inesperadamente, em 4 de julho de 1990, saiu o Ritual ad
interim, experimental. Para nós foi uma verdadeira surpresa, pois nunca tínhamos sido consultados antes. Embora
tivéssemos já há muito tempo, feito alguns pedidos, em
vista de uma revisão do Ritual. Entre outras coisas, solicitávamos: retoques nas orações, acrescentando invocações a Nossa Senhora que faltavam completamente, e um
aumento das orações especificamente exorcistas. Mas
fomos completamente excluídos da possibilidade de dar
qualquer contribuição. Não nos desencorajamos: o texto
era feito para nós. E dado que na carta de apresentação
o então Prefeito da Congregação para o Culto Divino, cardeal Eduardo Martinez Somalo solicitava às conferências
episcopais que enviassem, no prazo de dois anos, “conselhos, sugestões dadas pelos sacerdotes que utilizarão este
texto”, começamos a trabalhar. Reuni dezoito exorcistas
escolhidos entre os maiores especialistas do planeta. Examinamos o texto com muita atenção. Utilizamo-lo. Logo
elogiamos a primeira parte, na qual estavam resumidos os
fundamentos evangélicos do exorcismo. É o aspecto bíblico-teológico, no qual certamente não falta competência.
Era uma parte nova, com relação ao Ritual de 1614, composta sob o papado de Paulo V: de resto, na época, não
havia necessidade de lembrar destes princípios, que eram
reconhecidos e aceitos por todo mundo. Hoje, ao contrário, é indispensável lembrá-los. Mas quando examinamos
a parte prática, que requer o conhecimento específico
do assunto, percebe-se claramente a total inexperiência
dos redatores. As nossas observações foram eloqüentes,
artigo por artigo, e enviamos a todos os interessados: a
Congregação para o Culto Divino, a Congregação para a
Doutrina da Fé, as Conferências Episcopais. Também foi
entregue uma cópia diretamente nas mãos do Papa.
— E essas observações, como foram acolhidas?
— Péssima acolhida, nenhuma eficácia. Tínhamos
nos inspirado na Lúmen gentium, na qual a Igreja é des-
crita como um “Povo de Deus”. No número 28, fala-se da
colaboração dos sacerdotes com os bispos, e no número
37 é dito com clareza, chegando até mesmo a referir-se
aos leigos, que “segundo a ciência, a competência e o
prestígio de que gozam, têm a faculdade, aliás, algumas
vezes até mesmo o dever, de apresentar o seu parecer
sobre coisas atinentes ao bem da Igreja”. Era exatamente
o nosso caso. Mas tínhamos nos iludido, ingenuamente,
de que as disposições do Vaticano II tivessem chegado às
congregações romanas. Em vez disso, tínhamos nos visto
diante de uma muralha de recusa e desprezo. O Secretário da Congregação para o Culto Divino fez um relatório à
comissão cardinalícia no qual dizia que seus únicos interlocutores eram os bispos, e não os sacerdotes ou os
exorcistas. E acrescentava textualmente, a propósito da
nossa humilde tentativa de ajuda como especialistas que
expressam seu parecer: “Tivemos de constatar o fenômeno de um grupo de exorcistas e chamados demonólogos,
reunidos em uma Associação Internacional, que orquestravam uma campanha contra o rito”. Uma acusação indecente: nós jamais orquestramos nenhuma campanha!
O Ritual era dirigido a nós, e nas comissões não tinham
convocado nenhuma pessoa competente; era mais do que
lógico que tentássemos dar a nossa contribuição.
— Mas então quer dizer que para vocês o Novo
Ritual não pode ser utilizado na luta contra o demônio?
— Sim, queriam nos entregar uma espada sem
fio. Foram cancelados as orações eficazes, orações com
12 séculos de história, e foram criadas novas, ineficazes.
Mas, felizmente, foi-nos dada na última hora uma possibilidade de salvação.
— Qual?
— O novo Prefeito da Congregação para o Culto Divino, o cardeal Jorge Medina, acrescentou ao Ritual uma
Notificação. Na qual se afirma que os exorcistas não são
obrigados a usar esse Ritual, mas, se quiserem, podem
utilizar ainda o antigo, com prévia solicitação ao bispo. Os
bispos, por sua vez, devem pedir a autorização à Congregação, que, porém, como escreve o cardeal, “concede-a
sem problemas”.
— “Concede-a sem problemas”? É uma concessão bem estranha...
— Quer saber de onde nasce? De uma tentativa
feita pelo cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e pelo próprio cardeal Medina,
de introduzir no Ritual um artigo — na época o artigo 38
— em que autorizavam os exorcistas a usarem o Ritual
precedente. Sem dúvida, tratava-se de uma manobra in
extremis para que pudéssemos evitar os grandes erros
que existem neste Ritual definitivo. Mas a tentativa dos
dois cardeais foi reprovada. Então o cardeal Medina, que
compreendera o que estava em jogo, decidiu dar-nos de
algum modo uma possibilidade de salvação, acrescentando uma notificação à parte.
— Como vocês, exorcistas, são considerados dentro da Igreja?
66
— Somos tratados muito mal. Os irmãos sacerdotes encarregados desta delicadíssima tarefa são vistos
como loucos, como exaltados. Geralmente são apenas
tolerados pelos próprios bispos que os nomearam.
— Que fato mais evidenciou essa hostilidade?
— Quando fizemos uma convenção internacional
de exorcistas nos arredores de Roma. Na ocasião pedimos
para ser recebidos pelo Papa. Para poupar-lhe uma nova
audiência, além das tantas que já tem, pedimos simplesmente que fôssemos recebidos na audiência pública das
quartas-feiras, na Praça São Pedro. E sem a necessidade de sermos citados nas saudações. Fizemos o pedido
regularmente, como recordará perfeitamente monsenhor
Paolo de Nicolò, da Prefeitura da Casa Pontifícia, que recebeu nosso pedido de braços abertos. Porém, um dia antes
da audiência o próprio monsenhor Nicolò nos disse — na
verdade com muito embaraço, o que nos fez ver que a
decisão não dependia dele — que não fôssemos à audiência, que não tínhamos sido admitidos. Inacreditável:
150 exorcistas provenientes dos cinco continentes, sacerdotes nomeados pelos seus bispos em conformidade com
as normas do direito canônico, que requerem padres de
oração, de ciência e de boa fama — portanto a nata do
clero —, pedem para participar de uma audiência pública com o Papa e são postos para fora. Monsenhor Nicolò
me disse: “Naturalmente, prometo-lhe que logo enviarei a
carta com os motivos”. Passaram-se cinco anos e ainda
espero por aquela carta. Certamente não foi João Paulo II
quem nos excluiu. Mas que seja proibido a 150 sacerdotes
de participarem a uma audiência pública com o Papa na
Praça São Pedro explica o quanto os exorcistas da sua
Igreja sofrem oposição, o quanto são malvistos por muitas
autoridades eclesiásticas.
— O senhor combate o demônio cotidianamente.
Qual é o maior triunfo de Satanás?
— Conseguir fazer acreditar que ele não existe. E
quase conseguiu. Mesmo dentro da Igreja. Temos um clero e um episcopado que não acreditam mais no demônio,
nos exorcismos, nos extraordinários males que o diabo
pode causar, e nem mesmo no poder concedido por Jesus
de expulsar os demônios. Há três séculos a Igreja latina
— ao contrário da Igreja ortodoxa e de várias confissões
protestantes — abandonou quase completamente o ministério exorcista. Não praticando mais exorcismos, não
os estudando mais e nunca os tendo visto, o clero não
crê mais. E não crê mais nem mesmo no diabo. Temos
episcopados inteiros contrários ao exorcismo. Há nações
completamente privadas de exorcistas, como a Alemanha,
a Áustria, a Suíça, a Espanha e Portugal. Uma carência
assustadora.
— O senhor não citou a França. Lá a situação é
diferente?
— Há um livro escrito pelo exorcista mais conhecido da França, Isidoro Froc, com o titulo: Os exorcistas,
quem são e o que fazem. Foi escrito a pedido da Conferência Episcopal Francesa. Em todo livro não é dito nem
uma vez que os exorcistas, em certos casos, fazem exorcismos. E o autor já declarou várias vezes na televisão
francesa que nunca fez exorcismos e nunca os fará. Dos
quase cem exorcistas franceses, somente cinco acreditam no demônio e fazem exorcismos, todo os outros mandam os que apelam a eles aos psiquiatras. E os bispos são
as primeiras vítimas desta situação da Igreja Católica, na
qual está desaparecendo a crença na existência do demônio. Antes que saísse esse novo Ritual, o episcopado
alemão escrevera uma carta ao cardeal Ratzinger na qual
afirmava que não era necessário um novo Ritual, pois não
se devem mais fazer exorcismos.
— É tarefa dos bispos nomear os exorcistas?
— Sim. Quando um sacerdote é nomeado bispo,
encontra-se diante de um artigo do Código de Direito Canônico que lhe dá autoridade absoluta para nomear os
exorcistas. A qualquer bispo, o mínimo que se deve pedir
é que tenha assistido pelo menos uma vez a um exorcismo, já que deve tomar uma decisão tão importante.
Infelizmente isso quase nunca acontece. Mas se um bispo
encontra-se diante de um sério pedido de exorcismo —
isto é, que não seja feito por um demente — e não o
providencia, comete um pecado mortal.
— O senhor está dizendo que a maior parte dos
bispos católicos comete pecado mortal?
— Quando eu era criança meu velho pároco me
ensinava que os sacramentos são oito: o oitavo é a ignorância. E o oitavo sacramento salva mais do que os
sete juntos. Para cometer pecado mortal é preciso uma
matéria grave, mas também a plena advertência e o deliberado consenso. Esta omissão de ajuda por parte de
muitos bispos é matéria grave. Mas esses bispos são ignorantes: portanto não há o deliberado consenso e a plena
advertência.
— Mas a fé continua intacta, isto é, continua a
ser uma fé católica, se a pessoa não crê na existência
de Satanás?
— Não. Conto-lhe um episódio. Quando encontrei
pela primeira vez o padre Pellegrino Ernetti, um célebre
exorcista, que exerceu o seu ofício por 40 anos em Veneza, disse-lhe: “Se pudesse falar com o Papa, eu lhe diria
que encontro muitos bispos que não acreditam no demônio”. No dia seguinte, o padre Ernetti veio falar comigo e
contou-me que naquela manhã tinha sido recebido por
João Paulo II. Santidade”, dissera-lhe, “há um exorcista
aqui em Roma, padre Amorth, que se viesse falar com
o senhor diria que há muitos bispos que não crêem no
demônio”. O Papa respondeu-lhe claramente: “Quem não
crê no demônio não crê no Evangelho”. Eis a resposta que
ele deu e que eu repito.
— Explique-me: a conseqüência é que muitos bispos e muitos padres não seriam católicos?
— Digamos que não crêem em uma verdade evangélica. Portanto, no mínimo, eu lhes diria que deixassem
de propagar uma heresia. De qualquer modo, deixemos
claro: uma pessoa pode ser formalmente herética se for
67
acusada de alguma coisa e se persistir no erro. Mas ninguém, hoje, pela situação que existe na Igreja, acusaria
um bispo de não acreditar no diabo, nas possessões do
demônio, e que não nomeia exorcistas, pois não acredita nisso. Mesmo assim eu poderia citar muitos nomes
de bispos e cardeais que logo depois da sua nomeação
para uma diocese tiraram de seus exorcistas a faculdade de exercer o ofício. Ou então de bispos que afirmam
abertamente: “Eu não acredito, são coisas do passado”.
Por quê? Infelizmente houve muita influência de alguns
biblistas, e eu poderia citar-lhe nomes ilustres. Nós que
diariamente tocamos com nossas próprias mãos o mundo
do além sabemos que influenciou em muitas reformas
litúrgicas.
— Por exemplo?
— O Concílio Vaticano II solicitara a revisão de
alguns textos. Desobedecendo a essa ordem, decidiu-se
refazê-los completamente. Sem pensar que se poderia
piorar as coisas em vez de melhorá-las. E muitos ritos
foram piorados por esta mania de querer jogar fora tudo
o que havia no passado, e refazer tudo do início, como
se a Igreja até hoje tivesse sempre nos enganado e só
agora tivesse chegado o tempo dos grandes gênios, dos
super-teólogos, dos super-biblistas, dos super-liturgistas
que sabem dar à Igreja as coisas certas. É uma mentira: o
último Concílio solicitara simplesmente a revisão daqueles textos, não a destruição. Mas também o rito do batismo das crianças foi piorado. Foi completamente alterado,
chegando quase a se eliminar o exorcismo contra Satanás, que teve sempre enorme importância para a Igreja,
tanto que era chamado de exorcismo menor. Contra este
novo rito até Paulo VI protestou publicamente. Foi piorado
o rito da nova bênção. Li minuciosamente todas as suas
1.200 páginas. Pois bem, foi meticulosamente eliminada toda a referência ao fato de que o Senhor nos deve
proteger de Satanás, de que os anjos nos protegem dos
assaltos do demônio. Tiraram também todas as orações
que havia para a bênção das casas e das escolas. Tudo
devia ser abençoado e protegido, mas hoje não se protege mais do demônio. Não existem mais defesas e nem
mesmo orações contra ele. O próprio Jesus tinha nos ensinado uma oração de libertação no Pai Nosso: “Livrai-nos
do Maligno. Livrai-nos da pessoa de Satanás”. Em italiano
(e em português, n. d. t.) foi traduzida de modo errôneo, e
agora se reza dizendo: “Livrai-nos do mal”. Fala-se de um
mal genérico, do qual, no fundo, não se sabe a origem; ao
contrário, o mal que Nosso Senhor Jesus Cristo tinha-nos
ensinado a combater é uma pessoa concreta: é Satanás.
— O senhor tem um observatório privilegiado:
acredita que o satanismo esteja se difundindo?
— Sim, muito. Quando diminui a fé aumenta a superstição. Usando a linguagem bíblica, posso dizer que
se abandona a Deus para se dedicar à idolatria; usando a
linguagem moderna, abandona-se a Deus para se dedicar
ao ocultismo. A assustadora diminuição da fé em toda a
Europa católica faz com que as pessoas se entreguem
nas mãos de magos e cartomantes, enquanto prosperam
as seitas satânicas. O culto do demônio é celebrado para
as grandes massas com o rock satânico de personagens
como Marilyn Manson, e até as crianças são soterradas
de revistas em quadrinhos que ensinam magias e satanismo. As sessões espíritas nas quais se evocam mortos
para obter respostas são muito populares. Hoje se ensina
a fazer sessões espíritas pelo computador, pelo telefone,
pela televisão, com o gravador, mas principalmente com
a escritura automática. Nem se precisa mais do médium:
é um espiritismo “faça você mesmo”. Segundo as pesquisas, 37% dos estudantes participou pelo menos uma
vez do jogo do “cartaz” ou do copo, que é uma verdadeira
sessão espírita. Numa escola a que fui convidado para fazer uma conferência, os jovens disseram que faziam as
sessões durante a aula de religião com a conivência do
professor.
— E funcionam?
— Não existe distinção entre magia branca e magia negra. Quando a magia funciona, é sempre obra do
demônio. Todas as formas de ocultismo, como este grande recurso às religiões do Oriente, com suas sugestões
esotéricas, são portas abertas para o demônio. E o diabo
entra. Logo.
— Padre Amorth, o satanismo se difunde cada vez
mais. O Novo Ritual praticamente impede os exorcismos.
Os exorcistas são impedidos de participarem a uma audiência com o Papa na Praça São Pedro. Sinceramente, o
que está acontecendo?
— A fumaça de Satanás entra por tudo. Por tudo!
Talvez tenham nos excluído da audiência com o Papa porque tinham medo de que a presença de tantos exorcistas
conseguisse expulsar as legiões de demônios que se instalaram no Vaticano.
— O senhor está brincando, não é?
— Pode parecer uma brincadeira, mas acredito
que não seja. Não tenho a menor dúvida de que o demônio tenta principalmente as cúpulas da Igreja, assim
como tenta todas as cúpulas, tanto as políticas quanto as
industriais.
— O senhor está dizendo que neste caso também,
como em todas as guerras, Satanás quer conquistar a fortaleza do inimigo, e aprisionar os generais adversários?
— É uma estratégia vencedora. Tenta-se sempre
levá-la a cabo. Principalmente quando as defesas do adversário são frágeis. E Satanás também tenta. Mas graças
aos céus existe o Espírito Santo que sustenta a Igreja: “As
portas do inferno não prevalecerão”. Apesar das deserções. E apesar das traições. Que não devem admirar. O
primeiro traidor foi um dos apóstolos mais próximos de
Jesus: Judas Iscariotes. Mas apesar disso a Igreja continua no seu caminho. Mantém-se em pé com o sustento
do Espírito Santo, e, portanto todas as lutas de Satanás
só podem ter resultados parciais. Claro, o demônio pode
vencer batalhas. Mas nunca a guerra.
Claro como a luz do sol, não precisa mais co68
mentários. Por esta entrevista, fica muito claro que os
adversários de Deus já caminharam um longo passo. O
“cavalo de Tróia” atual, não só entrou uma vez na Igreja,
carregado de inimigos, mas agora entra e sai a bel prazer,
trazendo sempre novos, que apostatam da fé, e passam a
ser nossos ferozes combatentes. De todos os lados, agora
surgem estes combatentes das trevas. Há séculos foram
anunciados por Deus, mas ninguém acredita.
São estes, meus caros leitores, os nossos algozes
de amanhã. Num dia, que está muito próximo de chegar,
se cumprirá na essência aquela palavra de Jesus que está
em João 16,1: Expulsar-vos-ão das sinagogas (igrejas) e
virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida, julgará
prestar culto a Deus. Pois eu lhes digo, é desta gente que
se deve esperar tais atitudes. Hoje, eles já nos expulsam
das igrejas com suas esbórnias, sua falsa doutrina e seu
falso cristo. Amanhã, eles empunharão em armas reais, e
nos matarão fisicamente, em nome deste deus pessoal
que inventaram. Não espere a grande perseguição, como
vinda apenas dos inimigos declarados de Deus, mas sim
dos camuflados, dos escondidos dentro das hostes santas, que então se manifestarão abertamente. Aguarde a
loucura!
Enquanto isso e até lá, rezemos! Só a oração nos
dará fortaleza para vencer!
Apeguemo-nos no Rosário em família! Ele é a arma
invencível!
o texto original, para mais facilmente poder inserir no site.
Mas por infelicidade eles não me puderam disponibilizar
a matéria, por questão destes tais “direitos autorais” –
não me conformo com estas coisas em se tratando de
matérias da Igreja e de relevante interesse como estas
– e assim fui obrigado a um malabarismo para conseguir a matéria. Fui buscar, no site: www.tldm.org/News4/
WarningsFromBeyond.3of3.htm em inglês, e fiz pessoalmente a tradução, bela escola para mim que há mais de
trinta anos não usava dos meus estudos deste idioma, no
antigo Yazigi, onde estudei um ano.
Peço perdão aos leitores pela tradução, que não
ficou lá estas coisas. Mas devemos acreditar que também
o próprio Verdi Garandieu coloca as coisas de forma bastante enrolada, porque sua língua materna era o francês, e
assim fica difícil de entender muitas de suas colocações.
Creio, porém, que o leitor entenderá tudo perfeitamente,
e é o que de fato importa. Se ele falasse no inglês clássico, os softwares de tradução fariam uma bem melhor
adaptação, e assim paciência. Peço perdão, também, por
ter que dividir em dois textos, porque senão ficará muito
longa a matéria
MENSAGEM PARA OS PADRES
EXORTAÇÃO PARA VOLTAR
VIDA DO EVANGELHO
EXORCISMO DE 5 de ABRIL de 1978
GRITOS DAS TREVAS
Parte 13
Exorcista: Gere Ernest Fischer, missionário aposentado, Gossau (São-fel, Suíça.)
Demônio: Verdi-Garandieu, um demônio humano.
No primeiro recado desta série, eu havia planejado
uma seqüência de apenas 12 textos sobre este assunto,
entretanto, a medida que o tempo passava, percebi que
não poderia deixar de lado o último demônio a ser expulso
desta mesma mulher, demônio este que se negava a revelar-se. Trata-se de um padre condenado ao inferno, que
é também forçado a revelar a situação dos sacerdotes do
mundo inteiro. Ele diz que existem no mundo hoje – isso
em 1978 – mais de um milhão de sacerdotes que vivem
pior do que ele viveu, e terão o mesmo destino dele, se
não se converterem.
Ainda bem que o Pai reserva para todos nós o Aviso
incrível, quando a imensa maioria destes sacerdotes tão
relapsos se converterá, embora em meio aos mais atrozes
sofrimentos e dores indizíveis, de um verdadeiro inferno
ainda em vida. Infelizmente, não existe outra forma para o
Pai agir, porque eles se negam sistematicamente a ouvir,
os Avisos e Sinais que Deus nos envia. E as revelações
deste infeliz condenado às chamas eternas, são mais do
que um aviso, são um ultimato!
Como este exorcismo não constava do livro que eu
tinha, fui pedir aos detentores dos direitos aqui no Brasil,
Trata-se aqui do exorcismo do Abade Verdi-Garandieu, demônio humano, padre da diocese de Tarbes na
França, que viveu no décimo sétimo século de nossa era,
e que endereça esta mensagem patética, através da mulher possessa, para os irmãos dele no Sacerdócio, a fim
de lhes pedir - por ordem da Trindade Santíssima e a da
Virgem Maria - a voltarem para a estrada estreita do Evangelho, e assim se prevenirem de sofrer no Inferno eterno o
mesmo destino horrível que lhe aconteceu, por causa das
infidelidades que ele cometeu em vida.
Antes de iniciar, o padre exorcista fez , como de
costume nestes casos, inúmeras invocações aos Santos
da Igreja Católica, Apostólica, Romana como de costume,
em especial invocando ao grande São Vicente Ferrer, um
grande adversário de satanás. Isso para sintetizar o que
vem a seguir: São Vicente Ferrer, um exemplo de sacerdote a ser seguido! Verdi Garandieu um mau exemplo de
sacerdote a ser evitado tenazmente, sob pena de perda
eterna.
Assim, o demônio humano Verdi Garandieu vai falar por quase duas horas sem parar. Reproduzimos aqui
69
apenas o texto da abjuração dele, feita por ordem de Céu,
destinada para os padres de nosso tempo. Verdi Garandieu depois de ter mostrado que ele também se tornou
“um demônio entre os demônios”, de repente começa a
clamar, dizendo: Foi uma coisa estúpida o que eu fiz, não
correspondendo à graça e conduzindo a minha vida como
eu conduzi! “
Então, enquanto proferia gritos de terror através da
voz da possessa, ele exclama: Por que eu me deixei conduzir por aquele caminho, porque? Por que eu aceitei ser
admitido no Sacerdócio? Isto foi uma irresponsabilidade
muito grande, uma vez que eu não era indicado para isto,
pois não estava preparado para encarar as dificuldades,
para me elevar até as alturas deste grande ideal! Por que
eu dei mau exemplo, como milhares e milhares de padres
fazem hoje, não agindo conforme meu sacerdócio? Por
que eu não ensinei o catecismo como deveria ter feito?
Eu passei meu tempo olhando para os vestidos das
mulheres, em lugar de cumprir as ordens de Deus. A verdade disto é: eu não era nem quente, nem frio, eu estava
morno e Deus me vomitou da boca dele (Ap 3,16). Na minha mocidade, eu era ainda bom, e ainda correspondi um
pouco, apenas para agradar.”
(Enquanto ele estava falando, nós ouvimos os gritos dele, pela mulher possessa.)
Posteriormente eu fiquei morno. Foi quando eu entrei pela estrada larga e fácil, a do prazer e do abandonado
à estrada estreita da virtude, não respondendo nem para
enfeitar nada mais, e dali em diante, eu caí cada vez mais
baixo e mais abaixo.
No princípio, eu ainda confessava meus pecados;
Eu quis me mudar, mas não tive sucesso porque já não
soube rezar adequadamente. Eu não respondi para a
graça por causa desta tepidez, e aprofundei esta fase de
frieza ainda mais adiante. Entre esta tepidez e a frieza, a
distância é igual a de uma casca de cebola. Se eu tivesse
sido quente e ardente, eu não teria conhecido este destino
miserável.
Se os padres de nosso tempo não se alertarem Ah, bem! Eles sofrerão destino igual ao meu. Na atualidade, há milhares de milhares de padres no mundo que
estão como eu estava, que dão mau exemplo, que estão
mornos e que já não respondem à graça de Deus. E assim,
se eles não se mudarem, terão um destino nada melhor
do que eu, Verdi-Garandieu, tenho.
Ah! Que destino eu tenho no Inferno! Se, pelo menos, eu não tive nascido. Se eu pudesse voltar novamente
a vida! Ah! Como eu amaria voltar a terra para viver uma
vida melhor! Ah! Como eu amaria passar minhas noites e
meus dias cravando meus joelhos em oração, clamando
pelo Alto! Eu invocaria os Anjos e Santos de Céu, para que
eles me ajudassem a deixar a estrada a perdição, mas eu
já não posso voltar, eu estou condenado (ele termina a
frase em uma voz de grande sofrimento).
Alias, os padres não sabem o que é estar condenado ao Inferno, e nem o que é o Inferno. Na atualidade,
quase todos eles vivem apegados às coisas do mundo, e
seguem a linha da menor resistência. Eles querem desfrutar os prazeres de vida. Eles imaginam que praticando o
humanismo - como eles chamam isto - próprio da mentalidade do tempo deles, fazem algo que permanecerá para
sempre.
Os bispos, cardeais e abades igualmente, dão um
exemplo que não é nada melhor que aquele seguido pelos subordinados deles. Acaso eles vivem de acordo com
a simplicidade que Cristo praticava nas refeições Dele
e comem o tipo de comida que Ele comeu? Como diz o
Evangelho, Jesus Cristo realmente participou de banquetes para os quais foi convidado, por várias pessoas, mas
nestas refeições, não comeu quase nada ou muito pouco.
E se Ele comeu um pouco durante um destes banquetes,
era para dar ênfase ao exemplo de que muitas vezes, Ele
escolheu passar de fome.
A Sagrada Família e os Apóstolos, também jejuaram muitas vezes. Caso contrário, eles não teriam recebido todas as graças com que foram santificados. Jesus
não precisou adquirir graças, desde que Ele era o Autor da
Graça, mas Ele quis dar um exemplo, para os Apóstolos
Dele certamente, mas também para todos os cardeais,
os bispos e os padres dos séculos futuros. Mas fazendo
o contrário, os cardeais de nosso tempo, os bispos e os
padres se sentam nas refeições, em ambientes luxuosos
e desfrutam pratos deliciosos.
Eles avançam para a ruína da saúde deles seguindo este modo de vida, mas imaginam que isto lhes é obrigatório, devido à posição deles como bispos, cardeais ou
provinciais. Os pobres cozinheiros deles, imaginam que
porque estão servindo bispos ou as pessoas importantes,
têm que apresentar coisas complicadas na mesa! Eles
imaginam, almas pobres, que seria uma desgraça para
eles se não pudessem trazer todos estes pratos à mesa.
Eles esquecem, fazendo isto, que não estão ajudando os
bispos a imitar a Cristo, coisa que já não mais os padres
fazem. Seria melhor que estes cozinheiros pudessem dizer a tais personagens que o Cristo (também) comia, mas
apenas para se manter vivo, e que Ele viveu muito mais
simplesmente.
Esses do Alto (ele aponta para cima) dão muito valor a tudo que está conforme a imitação de Jesus Cristo;
e o que está acontecendo na atualidade é que tudo está
completamente ao contrário da imitação de Jesus Cristo.
Muitos vivem em refinamento, luxo e abundância, até o
ponto do excesso, até mesmo ao estado de pecado. E o
pecado tem freqüentemente seu começo à mesa. Pecado
que começa lá onde o ascetismo deveria ser praticado,
mas este ascetismo é rejeitado.
A rejeição do espírito de sacrifício não é o pecado
em si, mas é a porta aberta por onde o pecado pode entrar. É esta falta de ascetismo que lentamente conduz para
o pecado. Entre os dois há somente uma casca de cebola.
Se o padre não seguir os ensinamentos da Igreja, somos
nós quem viremos para puxar pela borda da batina dele,
70
para o conduzir pelo nosso caminho. Basta um pequeno
fio da roupa dele, e nós já o levaremos seguro, ainda que
só por um momento, mas com a esperança de levar o
hábito inteiro.
Por muito tempo, eu estava completamente decidido a me tornar um bom padre; mas deve ser dito que os
padres são atacados por nós (demônios) muito mais que
as pessoas comuns o são. Certamente, os leigos também
estão em perigo, especialmente aqueles que decidiram
ser justos, e esses que têm uma grande responsabilidade.
Mas sabendo que o padre tem um grande poder de abençoar, nós damos preferência para ataca-los em primeiro
lugar.
Até o tempo em que eu estava preocupado em ser
bom, eu me lembrava do que era ser um padre e, no princípio, exercia meu Sacerdócio responsavelmente. Então,
com o passar do tempo achei aquilo muito monótono e,
esquecendo da oração, também me esqueci do celibato.
Eu eliminei a oração, primeiramente porque acreditava estar muito ocupado, e então passei a rezar apenas
ocasionalmente, e então, finalmente, abandonei a oração
completamente. Eu pensava que essas orações longas
do breviário eram tediosas e inúteis e, no fim, eu perdi o
gosto para oração.
Quando eu larguei o breviário, logo entrei no pecado de impureza, e daquele momento em diante, não tive
mais nenhum gosto por rezar a Missa. Era uma reação em
cadeia. Quando eu entrei na impureza, foi que começou
esta reação em cadeia. Então eu já não mais rezava devotamente a Missa, porque estava há longo tempo sem o
estado de graça. Nestas condições, a leitura da Bíblia e do
Evangelho, em particular, e também a visão das ordens de
Deus, se tornou uma repreensão a mim.
Havia uma chamada de consciência para mim nisso, e porque não prestei nenhuma atenção à esta advertência, eu deixei de ensinar as crianças, como era meu
dever de os ensinar. Como eu poderia ensina-las sobre
o Bem, se eu não o praticava? Mas esses que, hoje, se
chamam de humanistas e modernistas, saibam que agem
da mesma maneira que eu agia.
Como eles podem impor às pessoas leigas, e às
crianças, coisas que eles não crêem, nem praticam?
Como eles podem ensinar as pessoas como devem ser,
enquanto sabem que o ensino deles não está de acordo
com a própria vida interior, pois eles estariam então, contando grandes mentiras? Dentro em pouco, e por estas
coisas, o meu coração se tornou um abismo de morte.
Há muito mais pessoas do que se imagina, que se acham
neste estado. Elas são maçãs podres; como uma maçã
podre pode emitir um cheiro bom? É somente um padre
que se esforça para atingir a virtude, que pode tocar as
almas e pode lhes dar o alimento que elas precisam.
Se todos os padres fossem bons exemplos de
virtude, em particular para os jovens, nós teríamos um
mundo completamente diferente do que temos. Teríamos
um mundo mil vezes melhor do que o que temos na atua-
lidade. Como você pode querer esparramar o Bem se você
não tiver isto em você? Como eu posso falar do Espírito
Santo, se eu estou feliz por não O escutar? Como se pode
mostrar o caminho a seguir, quando a pessoa partiu sem
o Espírito Santo? Isto é uma tragédia muito maior do que
você pode imaginar. A tragédia começa no exato momento em que o padre deixa a estrada de virtude, depois do
que ele é tentado a arrastar muitas almas atrás de si.
Isto começa com o Santo Sacrifício da Missa, que
é celebrada do princípio ao fim sem qualquer gosto para
isto. Por conseguinte, nenhum benefício pessoal é recebido. Por todas estas coisas, eu desenvolvi uma grande
aversão pela Missa e por seus textos sagrados que, para
alguém que está se comportando mal, são uma repreensão permanente.
Em meu caso, como para milhares de outros padres, havia a Transubstanciação que permite ao crente a
verdadeiramente participar da Massa, pelo menos. Porque
estas pessoas não conhecem a profundidade do coração
de um padre; mas o que acontece com padres nesta condição, é que já não dizem o que deveriam dizer, capaz
de assegurar que a tal Missa seja válida, se eles já não
vivem por isto!
É tomado de aflição qualquer um que conduz o
crente pela estrada do erro. Estes padres fariam melhor
se gritassem publicamente do alto do púlpito: “Eu pequei.
Eu há muito tempo sou incapaz de praticar a virtude.
Rezem por mim, de forma que eu possa me converter,
e assim possa voltar a ensinar os caminhos da virtude.”
Falando deste modo eles se tornariam muito melhores, e
nós demônios já não teríamos este poder para dominar
os padres, porque eles teriam feito com isto um ato de
humildade.
Seria melhor até mesmo se algumas pessoas criassem um certo desprezo por um padre que falasse deste
modo. Porém, a maioria dos ouvintes seria edificada pela
humildade dele e poderia ajuda-lo a voltar. A maioria dos
crentes teria respeito por um padre que se expressasse
desta maneira; isto seria muito melhor, do que continuar
no caminho da mentira e da hipocrisia.
Como pode alguém que está celebrando a Missa
desta forma, encarar as pessoas de frente e lhes falar:
“Venham para perto! Deus perdoa todos os seus pecados.
Ele os entende. Venham ao Pai de Luz! E se vocês estiverem na escuridão, Ele os devolverá novamente à graça”?.
Todos eles esquecem que algo deve ser feito anteriormente, para que o Pai os leve de volta nos braços Dele,
por os devolver à Sua graça.
Sim, é verdade que o Pai leva de volta as crianças
aos braços Dele, mas antes disto acontecer, é necessário
que eles se arrependam e prometam mudar a direção das
suas vidas. É necessário evitar as estradas que conduzem
à perdição.
O padre deveria pensar: “Eu tenho que começar
comigo”. Este seria o único modo para ser um modelo
para cada um, e poder pedir o ensinamento do Espírito
71
Santo e de Jesus Cristo para a comunidade inteira. Isso
também seria sua missão! O mais Alto considera que eu
devo rezar, e devo levar as outras pessoas a fazerem o
mesmo.
Muito é falado sobre o amor ao próximo, enquanto
se esquecem que este amor é o resultado do amor que se
tem por Deus. Como posso eu falar em amar as pessoas,
o vizinho, vivendo mais próximos uns dos outros, se a pessoa esquece da primeira ordem, a ordem principal: “Você
tem antes que amar a Deus com todo seu coração, com
toda a sua alma, com toda sua força”. O diretiva de amar
seu próximo, só entra em segundo lugar.
Se o padre fosse ele mesmo, primeiro buscar a
paz com Esses do Alto (ele aponta para cima), o amor
ao próximo começaria a fluir imediatamente. É a mascara maçônica que diz: “É necessário amar um ao outro,
ajudar um ao outro, apoiar um ao outro”. Mas para onde
tudo isso conduz? Até mesmo se a pessoa fala somente
de caridade, ou de perdoar, ou de apoio mútuo, vejam os
resultados, se haveria o número dos suicídios atuais.
É verdade que há uma ordem para amar seu próximo como a você mesmo, mas isso vem depois de um
honrar e adorar a Deus, em primeiro lugar. É necessário
começar pelo início desta ordem, e amar a Deus primeiro,
o que na realidade inclui o amor ao próximo. É cumprindo
a primeira parte que a ordem inteira é seguida. Se uma
pessoa amasse a Deus verdadeiramente, ela não falaria
incessantemente sobre amar o próximo, enquanto continuaria apoiando e ajudando o seu irmão.
Mas na verdade não acontece assim. Eles tagarelam sobre tudo o tempo inteiro, desde as salas da
paróquia, até às conferências dos bispos, e até mesmo
em Roma. Eles tagarelam tudo, eles discutem, eles decidem algo, mas se esquecem do principal. Eles querem
somente, é acatar tudo, de certo modo, o que Esses do
Alto (aponta para cima) não concordam.
Esse do Alto (aponta para cima) não só é Clemência, eles é também Justiça, e eu, Verdi-Garandieu, sabia
disso, e é o sobre isso que estou falando! Se eu tivesse
exercitado a virtude, rezado, me penitenciado, eu não teria
aprendido isso, do modo terrível que eu sei agora. Teria
me obrigado a pedir cruzes, para ajudar as minhas ovelhas, para me santificar e também santificar a elas; mas
eu esqueci de pedir essas coisas.
Por vezes, a maioria dos padres se esquece, de que
é necessário pôr em prática o caminho da cruz, ser abnegado, rezar pelos outros, e se esquecer de si mesmo. Por
outro lado deveria ser proclamado, do alto dos púlpitos,
para nossos fiéis, que eles devem fazer penitência, fazer
reparação e tirar para fora da sarjeta esses que estão se
espojando lá na atualidade. Este seria um modo de Caridade praticante em seu verdadeiro sentido.
Estar seguro, tem sua importância, mas tudo isso
afunda no pó, mais especialmente porque o próprio Deus
prometeu nos dar o que precisamos para viver, particularmente em nossa era onde são dispensadas coisas ma-
teriais de um modo tão notavelmente organizado. Isso é
por que elas não devem ser a meta principal de nossa
caridade, mas os meios que nos permitem ter acesso para
aquilo que é de Deus.
Certamente, é necessário ajudar àquele que está
em necessidade, mas não devemos fazer somente isso,
até o ponto de colocarmos as coisas de Deus de lado.
Seria preferível prestar a atenção às pessoas do alto do
púlpito, para bem conduzi-las: rezar para fulano de tal que
se acha em grande dificuldade espiritual, e portanto em
grande perigo; lhes pedir que acendam uma vela benta,
ou fazer uso da cruz, a cruz do crucificado e de “água
benta, não esquecendo do Rosário para trazer ajuda do
Alto para esta pessoa. Tudo isso traz bênçãos para os
leigos e floresce neles, na discrição e no silêncio. E nós
(demônios), quando nos confrontamos com tais coisas,
temos que nos retirar para outros afazeres.
Deveriam os homens ser lembrados do alto do púlpito, que é necessário levar a religião a sério, se sacrificar
uns para com os outros, para manter a perseverança em
cada coração, e assim manter os homens no caminho da
virtude.
Para as pessoas leigas deveria ser falado também
que eles têm que rezar para os membros do clero e para
todos os que têm altas responsabilidades, para que eles
possam ser preservados no serviço de Deus e não venham a cair nas armadilhas do demônio. Eles têm que
rezar para os padres guiarem bem os fiéis. Também, eu
sou um padre, e é por isso que eu sofro terrivelmente no
Inferno por causa da marca de minha consagração.
Os padres também deveriam pregar cheios de
ardor para os fiéis, e do alto do púlpito, pedir-lhes para
rezar por eles, e deveriam dar a conhecer aos fiéis que
os demônios estão os atacando muito mais fortemente
que do eles acreditam. Eles deveriam rezar para os padres, para que eles possam perseverar no seu ministério
e na direção certa, e seguir assim até a hora da morte.
Também é necessário as pessoas leigas rezarem uns para
os outros, para que eles possam continuar na estrada de
virtude e de tudo o que é bom, não só ocasionalmente,
mas todo o tempo.
Esta é a tragédia de milhares e milhares de padres
e pessoas de alta posição, que assim cresceram como
tenras ervas daninhas. Sem lutarem, no momento de
tentação, eles são pisoteados pelo demônio, como Jesus
Cristo nos mostrou no Evangelho: porque ou lhes falta sol
ou chuva, ou porque o sol os chamuscou. Isto acontece
cada vez mais com as pessoas leigas do nosso tempo,
que são conduzidas para longe da estrada correta, pelos
padres, que lhes falam que isso já não serve mais para
nosso tempo ou que mudou a lei. Entre eles todos (os padres e as pessoas de posição) é comum achar alguns que
praticam ainda grandes virtudes, então de repente, eles
murcham porque não estão suficiente, e profundamente
arraigados na terra boa.
Sou eu, Verdi-Garandieu, que está lhes falando,
72
que é necessário constantemente rezar, de forma que os
padres e as pessoas de posição possam continuar perseverando. É em particular necessário os padres saberem
– e deve ser anunciado do alto do púlpito – que a oração
é mais do que essencial em nossos dias. É necessário
lembrar que a perseverança ao longo da estrada da cruz,
é a lei de felicidade, porque assim ele poderá vencer as
tentações, pois desta forma está se colocando na estrada
que leva para o Céu.
Em particular, deve ser falado para as pessoas que
são pobres, que eles têm que estar contentes, e suportarem a este infortúnio passageiro, porque assim, mais tarde, eles estarão profundamente felizes no Céu. Até mesmo
se o pobre tem que agüentar privações, estas coisas são,
todas, muito consideradas, ainda mais os longos jejuns e
sacrifícios que forem bem aceitos (sem reclamar), como
por exemplo, os do Cura de Ars, e outros grandes Santos,
porque isso os conduz pelo bem, até o fim da vida deles.
É necessário falar aos pobres que eles devem agradecer a
Deus o lugar no qual Ele os colocou, porque a aceitação da
pobreza pode ajuda-los a imitar melhor a Jesus Cristo.
Agradeçam ao Bom Deus, porque conforme o tipo
de pobreza que você tem, você tem também muito menos
tempo ocioso, porque tendo que trabalhar o tempo todo,
terá menos tempo para sucumbir às tentações. Esses que
estão dotados de uma família grande, e os que, como conseqüência, têm muitos filhos para educar e alimentar, tem
que agradecer ao Bom Deus três vezes por dia, porque
nestas circunstâncias, eles têm toda chance de escapar
dos prazeres do mundo e de se prepararem melhor para o
Reino do Céu, onde o lugar deles está reservado.
Quando o quarto filho nasce em algumas famílias,
então acontece um drama para o casal, para as pessoas
que o cercam e para a própria família. O que será feito?
O que é verdade para o quarto filho é verdade para o segundo ou o terceiro; e, infelizmente, os padres caem em
espírito de entender errado, quando estas reclamações
são apresentadas a eles e concordam que o fiel pode fazer uso da pílula para evitar os filhos. O fiel não percebe o
perigo no qual eles estão se pondo, porque entre a tomada
da pílula - que já é uma falta grave – e o aborto – uma
falta ainda mais grave - a distância é muito curta
ABORTO É ASSASSINATO e, por conseguinte, um
pecado gravíssimo. Por muitas vezes, as pessoas estão
pouco dispostas a aceitar a verdade, acreditando naquilo que foi anteriormente aceito por milhares e milhares
de séculos. Assim, até mesmo se Deus não castiga imediatamente, como Ele castigou o crime de Onan, nosso
Deus considera que os meios de controle de natalidade
são tão pecaminosos quanto qualquer coisa que é na Lei,
determinada. Você pouco imagina então, o que Ele pensa
do aborto! Porque todos estes erros estão ao contrário do
plano de salvação concebido por Deus.
Então, assim eu Verdi-Garandieu, sou forçado a
contar estas coisas para todo o mundo, bispos, cardeais
e padres que eles devem, do alto do púlpito, anunciar o
que?: Sigam o modo de Deus, na abnegação e no sacrifício, onde há a possibilidade da graça. Onde não há nem
sacrifício nem abnegação, nenhuma graça é possível. E
onde há abnegação e sacrifício, a brecha é muito menor
para nós, para com a nossa malícia, oferecer a eles a
chance de nos tornarmos muito cedo nos seus mestres.
Esta pequena brecha é bastante para nós virarmos a casa
inteira, que é o que aconteceu na atualidade com todas
suas igrejas, que já viramos de cabeça para baixo. (Fim
da primeira Parte)
Encerramos aqui a primeira parte destas revelações do padre condenado, mas nós prometemos seguir
logo adiante no segundo texto. Pensamos colocar os dois
inclusive no mesmo dia, para que as pessoas formem os
cadernos das matérias. Serve, entretanto, esta pequena
pausa, também para respirar um pouco, a fim de encarar
o resto destas terríveis revelações. Elas são incontestáveis, porque a simples visão do estado da maioria dos
nossos sacerdotes, não deixa mais dúvida. Eis porque,
com tanta insistência, Nossa Senhora pede a todos, que
rezemos pelos sacerdotes, que rezemos muito, primeiro
pelo estado espiritual, lastimável, de morte verdadeira, em
que a maioria deles se encontra. E segundo, porque precisaremos deles na travessia. Sem Eucaristia, não existe
vida!
O mundo morrerá em poucos dias, sem os sacerdotes católicos!
Até o próximo texto! Rezando pelos padres!
GRITOS DAS TREVAS
Parte 14
Continuamos assim as revelações do demônio humano, o Abade Verdi Garandieu, como já vimos a primeira
parte no item 13 desta série. Nós precisamos e continuaremos alertar às pessoas, sobre a realidade terrível do
inferno. Estamos em guerra plena, e somos obrigados a
revelar todos os planos do maldito adversário, que Deus
nos abre com revelações iguais a esta, exatamente porque a maioria dos nossos sacerdotes de hoje, já não fala
mais no inferno – porque dizem que invenção dos padres
antigos – não fala mais em pecados – porque isso lhes
acusa a consciência, não falam mas em oração porque
eles próprios já não rezam e não buscam mais confessar
as pessoas, porque eles mesmos já há muitos anos não
se confessam mais. Mornidão, mentira, preguiça, orgulho,
quatro pecados que condenam milhares de sacerdotes ao
fogo eterno. Sigamos na revelação:
Fala Verdi Garandieu: “É necessário pregar Santas
Missões novamente às pessoas, e orar novamente a elas,
não do coro, mas do púlpito, como nós já dissemos antes.
Há algumas igrejas onde as pessoas têm que descer o
olhar para achar o padre, em lugar de subir e, imedia73
tamente, as pessoas são distraídas na atenção, porque
o olhar delas não é dirigido para cima, mas para as distrações que abaixo abundam, e às vezes ficam assim por
longo tempo, voltadas completamente para nosso lugar.
Estas Missões populares deveriam ser pregadas com
vigor porque quando a estrada da virtude é apresentada
deste modo direto e contundente, é uma chuva de graças
que está sendo oferecida às pessoas.
A influência de um padre que vive de acordo com
as leis de Deus é enorme, e é o que pode ser notado na
vida do Cura de Ars. O Cura de Ars não economizou almas escapando em viagens, comendo comida muito boa,
assistindo a todos os tipos de conferências, mas permanecendo no quarto dele e em frente ao Santíssimo Sacramento, que é além do mais, o que eu, Verdi-Garandieu,
deveria ter feito. Em vez disso, eu negligenciei meus
deveres pastorais com respeito a minha paróquia, e me
conduzi desta maneira, por este caminho. Em nosso tempo, deveria haver milhares e milhares de Curas de Ars, e
se eles já não existem, então os homens deveriam estar
pensado nele, como exemplo a imitar.
É isso que eu, Verdi-Garandieu, sou obrigado dizer:
os padres têm que evitar contato habitual com mulheres
e têm que recitar o breviário inteiro. É um fato que, se os
padres não disserem o breviário, eles estão em grande
perigo de sucumbir à tentação; por outro lado, se eles
recitam isto, o mais Alto, Ele os ajudará a superar isto,
porque os padres são sujeitos a grandes tentações em relação ao sexo. É notável que, até mesmo quando o padre
entra em pecado, e apesar disso, recita o seu breviário, o
mais Alto lhe dá a chance de continuar o ministério dele, e
de ser um instrumento lucrativo para os fiéis.
Devo dizer a todos esses que são sujeitos a grandes dificuldades, que eles têm que perseverar, na esperança, e ouvir o que Deus têm a dizer, porque Deus ama a
todos que O amam, particularmente em uma era onde os
meios financeiros permitem aos homens se protegerem
a si mesmos contra o sofrimento. Deve ser repetido freqüentemente, do alto do púlpito, que eles têm que pôr sua
confiança em primeiro lugar em Deus, para poderem lutar
contra as tentações e as suportar.
Na atualidade, a este ponto deveria ser dada muita ênfase e evitado, porque esses meios financeiros são
uma ocasião de fraqueza, especialmente nas comunidades paroquiais, e porque, o fácil, e o que dá prazer na
vida dos padres, e até mesmo dos bispos, não os conduz
para a imitação de Cristo, mas sim para a perda das suas
almas.
Como pôde o Espírito Santo entrar nas almas, se o
padre nutre modos de vida fácil, não dando para as pessoas a compreensão do pecado e oferecendo prospectos
luminosos diante deles, dizendo que Deus é misericordioso e perdoa tudo muito facilmente, sem a necessidade de
eles se arrependerem e penitenciarem? Deve ser gritado
de cima de todos os telhados que o caminho da Cruz é
requerido pelo Céu. É seguindo a Cruz de Jesus Cristo,
que ele pode ajudar melhor ao próximo em sua salvação,
porque o Bom Deus faz uso desta penitência; ou melhor,
o Bom Deus faz uso desta penitência para ajudar na salvação do próximo. Porque se a pessoa levar a cabo a primeira parte da ordem de Deus, ela também leva a cabo a
segunda parte da ordem do Amor: Amar ao próximo!
Será amor de verdade e será respeito a Deus, celebrar a Missa estando em frente das pessoas, como se fosse se dirigir às pessoas e não para Deus? Os padres têm
que rezar as Missas de tal modo que reconheçam que é
exclusivamente à serviço de Deus e a honra de Deus que
estão buscado por este Sacrifício. Todo o resto é complementar ou adicional; os padres rezam com o pensamento
distante, voltado para as coisas da vida cotidiana. E falam
sobre amor ao próximo, em geral ou em particular, esquecendo que é o amor de Deus que conduz ao verdadeiro
amor ao próximo e esta a verdadeira prática da caridade.
Este modo de ação e este comportamento vai, pela
prática da abnegação e da penitencia, provocar a salvação de milhares e milhares de almas, se as pessoas
verdadeiramente se fixarem nisto. Por não procederem
assim, muitas almas estão caindo, como flocos de neve
no Inferno, como as almas privilegiadas – santos e profetas da nossa Igreja Católica – têm tão freqüentemente
lembrado.
Se os bispos e padres persistirem neste caminho,
mantendo esta situação desastrosa, haverá milhares e
milhares de igrejas, já não será UMA Igreja, situação que
já está acontecendo agora. Para milhares e milhares de
fiéis, os sermões atuais nas igrejas são justificações por
permanecerem superficialmente no serviço do Deus; por
conseguinte eles são instrumentos de morte, desde que
não conduzem diretamente ao Céu e não fazem as pessoas pensar nisto.
Tudo isso aconteceu porque o próprio padre tem
modos descuidados, e já suas vidas não seguem a primeira ordem, de amor a Deus. Tal pessoa está como uma
maçã com um verme dentro, e ele, nem de longe é o guia,
do modo que ele deveria ser. Se os bispos, padres e abades tivessem vivido seguindo as leis determinadas por
Deus, vocês não teriam esta catástrofe que vocês vêem
agora em Roma. Do contrário, o Senhor não teria tolerado
que alguém diferente de Papa Paula VI pudesse fingir reinar em o nome dele.
Este estado de coisas, que além do mais se esparramara fora do Vaticano é trabalho da maçonaria. Mas se,
em todos lugares do mundo, milhões de fiéis se tivessem
unido em exercícios religiosos, para rezar e se penitenciar, e ao mesmo tempo pedir a Deus que os tirasse desta
situação, o Céu teria prevenido, não teria permitido esta
catástrofe. Se tivessem havido as cruzadas de oração,
Roma ainda seria Roma!
Eu tenho que dizer isto também: Eu tenho que dizer
a milhares e milhares de padres atuais, que as mulheres
podem se tornar a queda deles, e que isto não aconteceria
se eles se armassem com oração. Se os padres rezassem
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o breviário e se nutrissem na doutrina dos Doutores da
Igreja, como resultado desta oração, teriam grande conhecimento dos homens, e as coisas iriam diferentemente
para eles; considerando que, se não fazem isto, eles estão
entre os milhares e milhares de padres que hoje estão
vivendo em pecado mortal.
Milhares de padres estão vivendo fora do estado
de graça, e já não rezam o breviário, da mesma maneira
que eu fiz. Se só, ao menos, eu tivesse chamado o meu
Anjo da Guarda para me ajudar; mas não, eu rejeitei todos
os meios que teriam permitido me salvar, e seguindo este
modo errado de vida, eu negligenciei ensinar as pessoas jovens realmente. E ainda, eu quase não era tão ruim
quanto o que está acontecendo hoje com os padres e as
pessoas jovens. Esta advertência deveria ser luz para os
padres que estão a caminho da perdição.
Antigamente ainda havia muitos padres que eram
alertas, para a própria santificação, mas hoje eles adotaram a estrada larga que é, ao mesmo tempo, a estrada
para perdição. Se não são rezadas orações por eles, se os
sofrimentos das almas penitenciais não sobem em defesa deles, e não buscam obter graças por eles, os padres
estão perdidos. Isso parece incrível, é trágico, mas me
obrigam a que conte isto, pois assim o é.
Ainda é mais trágico, porque nosso Deus não é um
Deus que se assemelha a um “papai de açúcar”. Ele criou
leis e estas leis são eternas. Elas devem ser obedecidas,
e o fiel não deveria escutar esses do clero que mudam de
defensor, porque não é o clero que fixa as leis, mas Deus,
e as leis Dele permanecem em vigor eternamente. Não é
por nada que Deus fez ser anotado no Evangelho que é
melhor entrar no Reino de Céu cego de um olho, que ter
ambos os olhos e cair no Inferno.
Realmente é por seguir as próprias idéias, que o
padre muitas vezes se perde e cada vez mais. Nestes dias,
os padres não mortificam seus sentidos suficientemente. Eles recebem nos corações muitas imagens que são
constrangimentos para sua vida interior. Isto começa com
a televisão, e continua nas atividades da paróquia onde as
mulheres são agora numerosas.
Antigamente as mulheres na igreja tinham as cabeças cobertas. Isso hoje acabou, e não se encontra mais.
Então por que virar o altar para estar em frente das pessoas? Eu, Verdi-Garandieu, costumava rezar a Missa virado
de costas para as pessoas, e mesmo assim eu ainda fui
seduzido pelas mulheres; os padres de hoje, com a Missa
dita virado para as pessoas, tem ainda mais tentações que
eu tinha.
Não é por nada que Deus, no Evangelho, disse que
é melhor entrar (no Reino) sem um olho, ou com só uma
mão, ou só um pé, que entrar no tormento terrível de Inferno com ambos os olhos, duas mãos e ambos os pés.
Os padres acaso poderiam acreditar que hoje o Evangelho
perdeu seu sabor, e que eles podem mudar isto dando-lhe
um gosto doce? Ou acreditam que Jesus falou isso apenas para os homens que então estavam em Sua presen-
ça? No tempo Dele, todos usavam roupões longos.
Não ocorre aos padres que talvez Ele poderia
ter falado mais para as pessoas de nossa época, onde
a perdição está sendo esparramada cada vez mais por
meios técnicos, e onde ninguém é capaz de ter noção do
que está acontecendo? Isto é como um forno ardente de
perdição, que não pode ser extinguido pela chuva, nem
pelos esforços de um pequeno número de padres bons,
que ainda estão lutando aqui e lá. Como os maus não se
sentem compelidos a mudar?
Deus, muitas vezes, Se endereça para a liberdade
de cada um. Além disso existe a Bíblia, e o Evangelho em
particular; e também todas as mensagens que constantemente recordam as diretivas que foram determinadas
pelo Senhor. Se as pessoas recusarem a escutar, o Céu
não pode fazer nada sobre isto, especialmente se as
pessoas estão se divertindo, adaptando o Evangelho ao
próprio gosto particular.
Se todos estes clamores são lançadas ao vento, o
que pode fazer Céu neste caso? Como pode a graça se
tornar possível se os livros Sagrados já não são mais lidos
de longa data, ou livros sobre os Santos, por exemplo a
vida de Ana Catarina Emmerich, ou do Cura de Ars, ou até
mesmo o de Padre Pio que deu um grande exemplo para
nossas vidas? Cada um destes Santos é um exemplo, do
mesmo amor para o sacrifício, de privações por amor dos
outros. A penitência destes Santos foi sobremaneira aceitável ao mais Alto.
Ele quis ser justo, ao prepara-los a fim de aceitar
mais reparações, ainda mais sacrifícios, tudo para a conversão das almas. O Bom Deus amaria freqüentemente
se as pessoas fossem capazes de declaração para Ele,
assim: “Eu aceito os sofrimentos que Vós me enviais. Daime a graça de suportar tudo isto para a conversão deste
ou daquele.” Mas em geral, deve ser dito que quando o
Deus envia sofrimentos, muito freqüentemente os cristãos os rejeitam com horror e com toda sua força. Eles
freqüentemente fazem de tudo para evitar o sofrimento.
Deveriam até os padres viver deste modo e aceitarem isto
cheios de grande fé.
Todos esses que rejeitam o sofrimento e só buscam elimina-los, não estão vivendo em conformidade com
a primeira ordem de Deus. O melhor modo para se conformar com a vontade de Deus é dizer: “Não a minha, mas a
Vossa vontade seja feita!” E assim, unindo a si mesmos à
Agonia de Cristo, seria o melhor modo de honrar o amor
de Deus. Se o ato de sofrer estivesse unido com aceitação
da vontade de Deus, isso teria um enorme valor.
Excruciantes como certos sofrimentos podem ser,
se unidos com os de Cristo, eles seriam meios de santificação e de reparação para os pecados dos outros. Eu estou falando em todos os tipos de sofrimento, como os que
às vezes são inerentes ao estado do matrimônio e como
eles são rejeitados na esperança de que um dia, talvez,
a pessoa possa se separar do outro pela morte, mas se
suportados, estes sofrimentos realizariam grandes repa75
rações. Milhares e milhares de pessoas poderiam sofrer
pensando nos outros então estes sofrimentos oferecidos
não seriam em vão.
Tudo isso é hoje completamente esquecido na
Igreja católica. Muito raramente é mencionado no púlpito,
e isso se aplica à todos os lugares. A imitação de Jesus
Cristo e a solicitude para a salvação do próximo, das pessoas, são as coisas mais importantes. O resto é secundário, mas isto é amar ao próximo como a você mesmo,
em toda parte.
Se o Cristo voltasse ao vosso meio, haveria milhares e milhares de pessoas que olhariam novamente para
Ele como um revolucionário e um louco. Todos esses que
estão empenhados em seguir a Cristo hoje são olhados
como tolos. Em vez de se elevarem até as alturas, as
pessoas estão abaixando até as profundidades, e tantos
padres já não estão mostrando estas verdades, porque
elas são uma repreensão para suas vidas, e porque eles
já não estão vivendo pelos outros. Se praticassem a virtude, eles poderiam exigir muito mais das pessoas. Como
eu posso pensar que outros poderiam querer o que eu
não me quero?
É um estado verdadeiramente trágico o que se está
vivendo agora na Igreja católica. Isso se aplica aos padres
e aos cardeais de Roma. Se os padres fossem viver igual
Cristo e os Apóstolos, eles seriam almas iluminadas junto ao Bom Deus, que lhes mostraria uma estrada muito
mais segura. Como São João Batista e Jesus oraram no
tempo deles, eles devem então se converter e devem se
penitenciar.
Muitos padres estão lutando hoje em dia contra o
bem, porque eles viraram na direção de mal. Eles já estão
na rodovia larga que conduz ao abismo. Isto é o que os
padres deveriam anotado direto na face, mas até certo
ponto o seu modo de agir e a psicologia lhes indicam que
só se preocupem pelo bem-estar. Não é uma boa coisa
a lhes dizer que eles são maus, mas que façam uso da
psicologia, para voltarem a ser o que deveriam ser.
É necessário fazer perguntas na presença deles,
sobre isso tudo, muito discretamente, para descobrir se
eles deixaram de rezar ou não, e os trazer à compreensão
de que as coisas de Deus só ficam claras pela oração,
da mesma maneira que a solicitude para a salvação das
almas. Já para esses que são mais capazes de aceitar a
crítica, a pessoa poderia ser direto com respeito a estas
coisas, e, talvez, a graça de Deus os devolvesse novamente. As naturezas são diferentes. É necessário adaptar a si
mesmo de acordo com o que a pessoa está enfrentado, da
mesma forma que Padre Pio fazia.
Alguns entre os padres são talvez vítimas da ignorância, mas a maioria sabe muito bem do estado de
deficiência em que eles caíram; fazendo-os lembrar da
vocação deles poderia ser talvez um modo de os levar
para a estrada direta que leva a Deus. Tudo, sem exceção, deve ser feito, para conduzir as almas a Ele. Mas eles
devem estar interessados nisso, e muito melhor, seria se
eles fossem pela estrada da abnegação. É mesmo, muito
verdadeiro que eu preferiria permanecer calado, e só porque Esses do Alto (ele aponta para cima) estão me ordenando a revelar e recordar tudo isto, para anotar, embora
eu esteja no Inferno, no qual eu nunca pensei que cairia.
Que sofrimentos eu sofreria, em meus joelhos, para
a defesa de meu rebanho, se eu pudesse voltar em terra!
Eu aceitaria o martírio pleno para salvar meu rebanho, e
várias vezes se preciso. Eu aceitaria isto voluntariamente
e com a maior devoção, se este fosse vontade dEsses do
Alto (ele aponta para cima). Minha meta principal seria
em primeiro lugar levar a cabo a primeira ordem – amar
a Deus sobre todas as coisas – e buscar meios de honrar
isto e me fazer merecedor desta ordem. Eu pediria para o
bom Deus que me iluminasse, sobre a vontade Dele relativa a minha pessoa.
Há um princípio que diz que, quando em dúvida, a
pessoa deveria escolher o modo mais difícil. Os padres
e os seus fiéis têm qualquer pensamento voltado a este
princípio? É só um provérbio. Deus não disse isto, mas
serve bem à esta situação. Milhares de padres estão na
estrada da perdição porque eles escolheram a estrada
mais fácil. Sim, eles escolhem o modo da menor resistência. Esta maneira de ação não agrada aos olhos de Deus.
É necessário saber, prestando atenção ao apóstolo
São Paulo, como distinguir entre as possíveis soluções,
e escolher a melhor. É essencial rezar ao Espírito Santo, como Belzebu, Judas e todos os outros demônios já
disseram, antes de mim. Todo o mundo tem que se esforçar para reconhecer a verdadeira vocação dele, porque o Senhor tem um plano preciso para cada pessoa. Já
altamente considerado diante de Deus, por causa do seu
estado sacerdotal, o padre também deveria se apresentar
ante os homens com uma grande autoridade. Ele tem que
atraí-los para si, e tem que fazer-se estimado por eles
pelo próprio exemplo, para que os fiéis vejam que ele está
seguindo aquilo que prega, e está verdadeiramente em
sintonia com a sua vocação.
Há necessidade de o fiel ver diante dele, alguém
que lhe dê exemplo, e não alguém que o conduza à perdição. Que se dirá de alguém que, a despeito e apesar
de ser um padre, viva o caminho da perdição? Deveria
haver também uma grande distância entre o padre e o
leigo. O mais Alto sempre quis assim, porque o padre é
uma casa tesouro de bênçãos. O padre deveria fazer as
pessoas pensarem neste Pai do Céu e em Jesus Cristo, e
por isto, deveriam atrair para Deus o respeito do fiel. Ao
longo da vida dele, ele tem que lembrar incansavelmente
a grande majestade que a Divindade representa, e tem
que acreditar que nós temos o dever para adorar a Ele e
viver para Ele, e agir como Ele manda.
É algo que deveria ser ensinado desde os mais
tenros anos. Crianças, até mesmo os muito jovens, devem ser conduzido nas igrejas de tal um modo que, ao
passar em frente ao Tabernáculo, eles adquiram o hábito
de genuflectir com a maior devoção; eles devem ser leva76
dos a adorar o Santíssimo Sacramento, com orações tais
como: “Bendito e adorado seja o Santíssimo Sacramento
do Altar.” As crianças deveriam ser convidadas a invocar
aos Anjos e aos Santos, de forma que eles possam ajudalos a adorar a Divina Majestade e a grandeza da Trindade
Santíssima nos mais céus altos.
O que será de uma Igreja na qual ninguém mais é
capaz de longas adorações da Trindade Santíssima, feitas
com o coração? O que será de uma Igreja na qual Deus
presente é posto de lado, e na qual é negada a sublimidade da Trindade Santíssima cuja adoração é absolutamente
essencial para estar agradando ao Todo Poderoso do Céu?
Se os padres não fizerem isto, nenhum mais, pelo menos
os pais deveriam estar fazendo isto com as próprias crianças. A pessoa nunca deve deixar de pregar esta verdade:
que Deus deve ser adorado, até mesmo se ao redor nenhum outro o faça, caso contrário o estado das almas se
torna muito ruim e muito afligindo.
Deveria ser conhecido que, quando as pessoas sofrem, elas devem aceitar isto, e é necessário agradecer
a Deus o triunfo que Ele saberá extrair para nós desta
dificuldade. Deus deveria ser agradecido de joelhos pelas
pessoas, pelos sofrimentos que Ele nos envia, para nos fazer melhores e nos conduzir no caminho da virtude. Esses
que fogem das dificuldades e dos sofrimentos são sentenciados a perder a virtude. Nos últimos séculos, sempre
houve padres que estiveram à altura da vocação deles. E,
também hoje, os há! Por outro lado, há alguns que estão
vivendo do mesmo modo, em circunstâncias muito humildes; porque eles levam a paz de Deus aos corações e
assim eles ultrapassam todo o mundo na terra.
Que adianta um homem ganhar o universo, mas se
vier a perder a alma dele? Eu, Verdi-Garandieu, tenho que
dizer, que nossa era é muito mal iluminada neste assunto.
Estamos, decididamente, em uma época onde não há nenhum amor ao próximo, porque a Igreja fixou errado o que
seja este amor ao próximo. O verdadeiro amor ao próximo
começa com preocupação pela alma dele, e não com a
preocupação com o corpo dele. Não seria melhor para os
homens perecerem de pestes e guerras, e ainda sofrer
todos os tipos de dores, levando entretanto suas almas a
adquirir a glória de Deus?
Por causa disso, homens que vivem no luxo e nos
prazeres terrestres estão em grande perigo de perder as
suas almas. Caridade do tipo maçônico tem o cheiro da
decadência. É a perdição de tantos almas porque verdadeiramente não é amor ao próximo, mas algo que vem da
hipocrisia. Se eles (os padres) soubessem em que perdição eles estão se metendo, (ao se envolverem com a
maçonaria) eles se apressariam a ficar longe deste tipo de
conversa fiada e falariam completamente diferente.
É óbvio que se deve ajudar aos outros materialmente, especialmente se eles estão sofrendo muita miséria, mas esta não é a coisa principal. A coisa principal
é permanecer fiel à Doutrina, a qual se tem que defender, e não vender a própria alma. Para praticar o amor
ao próximo é preciso conduzir este próximo pelo caminho
certo. Ai! Milhares de padres, dirigidos pelos seus bispos e
cardeais, impuseram deste modo na Igreja uma falsa caridade, e fazendo isto, eles alteraram a forma da verdadeira
virtude, e esta não foi a que Deus determinou.
Isto é porque o verdadeiro amor ao próximo nunca
está presente sem antes a grande solicitude para com a
alma deste próximo. Até porque fazendo-o sofrer lhe falando e lhe mostrando a verdade, também isso é ser praticante do amor ao próximo. Mais tarde, ele vai reconhecer
que isto era, realmente, a medicina certa.
O padre, do alto do púlpito, deve, no idioma dele,
fazer o uso da vara e ser muito duro em determinadas
palavras, porque justiça existe na eternidade; e porque
Inferno existe, mas sobre o qual eles nunca falam, desde
que já não acreditam nisto. Eles igualmente já não acreditam no Céu, embora esta seja a realidade suprema. Se
eles acreditassem nisto, não seriam milhares, justo eles,
as principais pessoas a estar no erro, quando eles é quem
deveriam estar conduzindo os fiéis para Céu.
Que tipo de padres temos nós hoje? Eu não falei,
no meu tempo, de uma forma tão desprezível quanto eles
fazem hoje. Eles estão correndo para a perdição e o lugar
deles no Inferno já está preparado (o demônio grita esta
última observação).
Mas o que eu estou dizendo agora, eu estou falando tanto para os cardeais, os bispos, e os padres, como
para as pessoas leigas. Se todas estas pessoas soubessem a situação caótica na qual eles são emaranhados,
eles diriam mil vezes ‘mea culpa’ – e bateriam no peito
mil vezes. Eles se levantariam pelo pescoço e pelo pescoço arrancariam estes vermes que estão lhes corroendo
as almas. Eles não deixariam de arrancar estes vermes,
para os impedir de esparramar-se em todos lugares. Eles
deveriam usar alicate incandescente, para destruir estes
parasitas que estão trabalhando tanto pela destruição de
suas almas. Eles deveriam pôr imediatamente em prática
a primeira parte da ordem de amor, e depois disso, o amor
ao próximo.
O verdadeiro amor ao próximo não é manifestado
por presentes, porque até mesmo com estes presentes,
o próximo ainda pode estar sendo mantido na estrada do
Inferno. Isso é o que me obrigaram a dizer, e isso é o que
explica por que, por muito tempo, eu recusei a dizer meu
nome. Mas Esses do Alto (ele aponta para cima) me forçaram a falar, porque eu tive este destino porque eu não
levei a cabo meu sacerdócio como deveria feito.
As dificuldades do Sexto Mandamento, eu tenho
que dizer ainda, junto com a luxúria se tornaram meios
de perdição de muitos padres. Se eles fossem reconhecer esta imensa tragédia, eles sacrificariam à última gota
do sangue. Eles teriam uma imensa tristeza por tudo que
aconteceu, e voltariam logo a enquadrar-se. Eles chamariam para a salvação deles, todos os Santos e Anjos, de
forma que os poderiam ajudar a achar a verdadeira estrada novamente, porque na eternidade de Inferno o fogo é
77
contínuo, e o verme corrói para sempre a sua alma. Esta
imensa dor, esta tragédia horrível do Inferno, será para
mim por toda a eternidade, e eu, Verdi-Garandieu, sou forçado a dizer estas coisas.”
Esta é a parte do texto do exorcismo de Verdi Garandieu, o padre condenado, que encontrei no site mencionado acima. Pode não ser tudo o que ele falou, mas
penso que isto é o suficiente para todos terem uma idéia
do que significa o inferno dos padres. E vou terminar com
um texto da declaração do demônio angelical, Allida dado
no exorcismo de 01/05/78:
“Todos seriam completamente destruídos - no Vaticano - se não fosse pela presença do verdadeiro Papa.
Sim! Se o Papa não estivesse rezando, sobre os joelhos
dele, dia e noite, e enviando os seus argumentos até o
Deus, a Igreja teria já sido destruída - a Igreja inteira teria
alcançado o fundo do abismo. Mas este Papa Santo, com
a grande santidade dele, foi instalado ali e foi predestinado de forma que a Igreja não afundasse.
Vossa Igreja de hoje não seria A Igreja, se o Papa
Paul VI não tivesse existido. Mas o Papa Paul VI foi predestinado desde toda a eternidade no Plano de Deus, para
esta época, de forma que Igreja não submergisse. Porque
este homem, o Papa, saberia levar isto. Porque os sofrimentos dele e as cruzes dele, lhe permitiram ainda levar
isto. Diariamente ele está vivendo um martírio, um grande
martírio. O Papa agüenta imensas tristezas que ninguém
mais entre esses que estão no Vaticano, seria capaz de
suportar.
E suas bocas sujas têm a temeridade de atacar
este Papa tão Santo! Por isto, não é o Papa que colocou a
Igreja na direção errada, mas a culpa cabe aos ajudantes
dele. Estes infelizes não percebem que os sofrimentos
infligidos ao Papa por sua responsabilidade, que feriram
a alma dele, são os meios pelos quais eles próprios calçaram as botas que os estão conduzindo para o Inferno
dos condenando.
E somos nós (demônios - por ordem da Trindade
Santíssima) que estamos fazendo conhecer aquilo que o
Evangelho já repetiu várias vezes... O Inferno é uma coisa
terrível. Nem o Evangelho, nem todas as descrições que
poderiam ser feitas, poderiam dar a você uma idéia da
coisa apavorante que é o Inferno. E nós somos a prova
viva para os que estão sugerindo a todo o mundo, padres
ou as pessoas de posição, que Inferno não existe.” Fim!
Temos, deste modo, terminado o texto dos exorcismos. Assim o leitor pode ter com toda a certeza, uma
grande escola de vida. Escola que conduz ao céu, porque
trata-se da eternidade de nossas almas. Não ouça, leitor,
qualquer pessoa, qualquer membro do clero, alto e baixo,
seja, padre, bispo, cardeal ou papa, que lhe diga que o
inferno não existe. Eles mentem descaradamente. Estes
são verdadeiros defensores do diabo, porque enquanto
os incautos ficam acreditando que o demônio não existe,
ele consegue se manter e agir furiosamente no anonimato e no escondimento, carregando, como uma horda de
formigas assassinas, as pobres almas pelo caminho da
perdição.
Não creditem, também, que Deus é apenas justiça,
e Verdi Garandieu, e todos os outros demônios deste exorcismo, o outro demônio humano Judas Iscariores, juntamente com os outros anjos caídos, Véroba, Allida, Akabor
e o próprio Belzebu são exemplos claros da justiça divina,
terrível para os que a desafiam. Anjos e homens, ambos
devem adorar a Deus e humilhar-se profundamente diante de sua Majestade Suprema. Deus, sim, é misericórdia,
mas apenas para os que a invocam, e suplicam humildemente, de joelhos cravados no solo. Não só com os joelhos, mas antes de tudo, e acima de tudo, com o coração
contrito e humilhado. Em alegria plena e gozo excelso! Na
terra e no céu!
Quem não pede perdão a Deus, quem se nega a
pedir a misericórdia divina, quem pensa que não precisa
de Deus para nada e quem imagina que não será jamais
atingido pela Justiça Divina por estes procedimentos, que
comece a imaginar desde já o antro fedorento onde deverá permanecer mergulhado, por toda a eternidade. Entre
dores e suplícios, entre prantos e gritos, entre lamentos e
lágrimas. E a dor maior, de todos os condenados ao eterno
suplício, quando vier o Novo Reino, não será mais o mesmo de hoje e será pior. Hoje, os homens caídos podem,
ainda, odiar aos homens e a Deus, fazendo com que os
anjos caídos levem seus parentes à perdição. Mas amanhã, até este “doce tormento” lhes será tirado, restando
para eles, somente e eternamente, o REMORSO, a dor de
ter rejeitado a Deus, a dor de haver rejeitado a salvação, a
dor de haver rejeitado a vida eterna, no prazer infinito da
Vida em Deus, preferindo a Lúcifer o tormento vivo.
O único tormento que será tirado dos homens e
mulheres condenados eternamente, será o de não serem
mais molestados pelos anjos maus, que se molestarão
entre si. Mas, devo dizer, há uma categoria de homens,
os padres muito maus, que certamente habitará para todo
o sempre junto dos próprios anjos caídos, porque rejeitou
a condição de ser anjo na terra, para ser demônio vivo,
levando outros à perdição, não pensando apenas na salvação nas almas, mas nos prazeres do mundo e na satisfação da própria carne. Para estes, o suplício será infinito
pois duplo. São estes os pastores nús! Os renegados! Os
teimosos! Os orgulhosos! Os ufanos que achavam não
precisar da correção, nem da confissão, estes que distorceram a vida da Igreja, que escamotearam a verdade, que
para si criaram uma igreja particular e a seu próprio gosto,
mal sabendo que a Lei de Deus é eterna e imutável, ai de
quem alterar uma só palavra do livro Santo.
Precisamos rezar, eu diria FURIOSAMENTE, por
todos os sacerdotes. Sim, eles são de modo furioso, atacados pelos demônios, porque podem abençoar e salvar.
Eles podem distribuir bem os sacramentos e salvar almas!
Eles podem dar vida a terra, por manterem viva a chama
dos sacrários, Deus vivo e presente em nosso meio. Ao
Rosário, sim?
78
Foi o R. Pe. Bernhardin Krempel C. P., doutor em teologia,
quem a publicou em separado e quem lhe emprestou
mais autoridade, provando-lhe, nas anotações, a absoluta
concordância com a doutrina da Igreja Católica sobre o
assunto. No Apêndice seguem alguns esclarecimentos
complementares sobre o Inferno. O primeiro ponto assinala dois trabalhos literários que por caminhos diferentes
chegam à mesma conclusão que o Inferno deve existir e
que de fato existe. Nos seguintes pontos expõe-se sumariamente quais são os que trilham o caminho do Inferno e
quais os meios que temos à mão para nos salvar do maior
perigo da vida, de cair no Inferno.
Informações preliminares: Entre os papéis deixados por Clara, uma jovem que morreu num convento
como freira, foi encontrado o seguinte depoimento pessoal: “Tinha eu uma amiga. Quer dizer, éramos mutuamente
achegadas como companheiras e vizinhas de trabalho
no mesmo escritório M. Quando mais tarde Âni se casou,
nunca mais a vi. Desde que nos conhecêramos, reinava
entre nós, no fundo, mais amabilidade que amizade. Por
isso eu sentia dela pouca falta, quando, após seu casamento, ela foi morar no bairro elegante das vilas, bem
longe do meu casebre.
Quando no outono de 1937 passei minhas férias no
lago Garda, minha mãe escreveu-me, em meados de setembro: “Imagine, Âni N. morreu. Num desastre de automóvel perdeu a vida. Ontem foi enterrada no cemitério do
Mato”. Essa notícia espantou-me. Sabia eu que Âni nunca
fora propriamente religiosa. Estava ela preparada, quando
Deus a chamou de repente?
Na outra manhã assisti na capela da casa do pensionato das irmãs, onde eu morava, à santa missa em
sua intenção. Rezava fervorosamente por seu descanso
eterno e nessa mesma intenção ofereci também a Santa
Comunhão. Mas o dia todo eu sentia certo mal estar, que
foi aumentando mais ainda pela tarde. Dormia inquieta.
Acordei de repente, ouvindo como se sacudida a porta do
quarto. Liguei a luz. O relógio, no criado mudo, marcava
meia noite e dez minutos. Nada, porém, eu podia ver. Nenhum barulho havia na casa. Apenas as ondas do lago
Garda batiam, quebrando-se monotonamente, no muro do
jardim do pensionato. De vento, nada eu ouvia.
Tinha eu, todavia, a impressão de que ao acordar
eu tivesse percebido, além das batidas na porta, um ruído
como que de vento, parecido ao do meu chefe de escritório, quando mal humorado me atirava uma carta amolante
sobre a escrivaninha. Refleti um momento, se devia levantar-me. Ah! Tudo não passa de cisma, disse-me resoluta.
Não é senão produto de minha fantasia sobressaltada
pela notícia da morte. Virei-me, rezei alguns Pai-Nossos
pelas almas, e adormeci de novo.
Sonhei então que me levantava de manhã às 6 horas, indo à capela da casa. Quando abri a porta do quarto,
dei com o pé num maço de folhas de carta. Levantá-las,
reconhecer a escrita de Âni e dar um grito, foi coisa de um
segundo. Tremendo, segurei as folhas nas mãos. Confesso
Aarão
Para os que quiserem ler uma reportagem sobre
um exorcismo praticado pelo próprio Papa João Paulo II,
pedimos entrar em : http://br.groups.yahoo.com/group/
noticias-lepanto/message/121?source=1
GRITOS DAS TREVAS
Parte 15
No último trabalho desta série – prometo – vou
trazer ao leitor uma carta, escrita por uma mulher que se
perdeu eternamente. Ela foi obrigada por Deus a relatar a
realidade de seu inferno a uma amiga, contando os motivos pelos quais se perdeu. É mais um relato pungente,
um GRITO DAS TREVAS, tentando acordar esta humanidade incauta, que já não crê em mais nada, nem em
Deus, quanto menos na realidade assombrosa e terrível
do inferno. Tirei este texto da internet, onde é livre acesso,
apenas reformulei os parágrafos. O livro original tem “Imprimatur” da nossa Igreja, e nada contém, contra a fé! Que
cada um lei atentamente como diz São Paulo, e retenha
aquilo que for bom!
CARTA DO ALÉM
Impressionante relato de uma alma condenada
ao Inferno! Imprimatur do original alemão; Brief aus dem
Jenseits: Treves, 9/11/1953. N. 4/53. Aprov. Ecles. Deste
opúsculo: Taubaté - est. De S. Paulo - 2/11/1955. De. Theol. Bernhardin Krempel, C.P.
À Guisa de Prefácio do livro: Com os homens, Deus
se comunica por muitos modos. Além de ser a própria
Sagrada Escritura a Carta Magna de Deus aos homens,
escrita e transmitida por homens autorizados, narra ela
muitas comunicações divinas feitas por visões, inclusive
sonhos. Deus continua a prevenir, ainda, por sonhos. É
que sonhos não são sempre meros sonhos sem base.
A Carta do Além transcrita abaixo conta a história
da condenação eterna de uma jovem. À primeira vista parece uma história bastante romanceada. Bem consideradas, porém, as circunstâncias, chega-se à conclusão de
que ela não deixa de ter o seu fundo histórico, como base
do seu sentido moral e do seu alcance transcendental. A
carta em apreço foi encontrada tal qual entre os papéis
de uma freira falecida, amiga da jovem condenada. Relata a freira os acontecimentos da existência da companheira como fatos históricos sabidos e verificados, e sua
sorte eterna comunicada em sonho. A Cúria diocesana de
Treves (Alemanha) autorizou sua publicação como sumamente instrutiva.
A Carta do Além apareceu primeiro em livro de revelações e profecias, juntamente com outras narrações.
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que fiquei tão apavorada, que nem podia proferir o PaiNosso. Fiquei presa de uma quase sufocação. Nada melhor que fugir dali e ir-me para o ar livre. Arranjei malmente os cabelos, pus a carta na bolsa e saí à pressa de casa.
Fora, subi o caminho que seguiu tortuoso para cima, por
entre oliveiras, loureiros e quintas de vilas, e para além da
mundialmente célebre estrada “Gardesana”.
A manhã despontava radiante. Nos outros dias eu
parava a cada cem passos, encantada pela magnífica
vista que me ofereciam o lago e a magnificamente bela
ilha Garda. O suavíssimo azul da água refrescava-me; e
como uma criança olha admirada para o avô, assim eu
olhava sempre admirada de novo o cinzento monte Baldo
que se ergue na margem oposta do lago, crescendo de 64
m acima do nível do mar até 2.200 m de altura. Hoje eu
não tinha olhos para tudo isso. Depois de caminhado um
quarto de hora, deixei-me cair maquinalmente sobre um
banco encostado em dois ciprestes, onde, no dia anterior,
eu tinha lido prazerosamente “A donzela Teresa”. Pela primeira vez eu via nos ciprestes símbolos da morte, coisa
que neles nunca reparava no Sul, onde tão freqüentemente se encontram.
Peguei a carta. Faltava-lhe a assinatura. Sem a mínima dúvida era a escrita de Âni. Nem mesmo faltavam
nela a grande “S”-voluta, nem o “T” francês, a que se
havia acostumado no escritório para irritar o Sr. G. O estilo
não era o dela. Pelo menos não falava como de costume.
Sabia ela tão amavelmente conversar e rir com seus olhos
azuis e seu gracioso nariz. Somente quando discutíamos
assuntos religiosos é que ela se tornava mordaz e caía no
rude tom da carta. (Eu própria entrei agora na excitada
cadência da mesma).
Eis aí A CARTA DO ALÉM DE ANI, V., palavra por palavra, tal qual a li no sonho:
“Clara! Não rezes por mim. Sou condenada. Se te
comunico isso e se a respeito de algumas circunstâncias
da minha condenação te dou pormenorizadas informações, não creias que eu o faça por amizade. Aqui não
amamos a ninguém mais. Faço-o, como “Parcela daquele
Poder que sempre quer o Mal e sempre produz o Bem”.
Em verdade, eu queria também ver-te aqui, onde
eu para sempre vim parar. [S. Tomas de Aquino, Summa
Theológica (S. Th.) Supplementum (Suppl.) q. 98, a. 4: “Os
réprobos querem que todos os bons sejam condenados”.]
Não estranhes esta minha intenção. Aqui pensamos todos
da mesma forma. A nossa vontade está petrificada no mal
- no que vós chamais “mal”. Mesmo quando fazemos algo
de “bem”, como eu agora, descerrando-te os olhos sobre
o Inferno, não o fazemos com boa intenção.[S. Th. Suppl.
q. 98, a. 1: “Neles o autodeterminado querer é sempre de
todo perverso”.]
Lembra-te ainda: Fez 4 anos que nos conhecemos,
em M. Tinhas 23 anos e já trabalhavas no escritório havia
meio ano, quando lá entrei. Tiravas-me bastante vezes de
embaraços; davas-me a mim, principalmente, freqüentes
bons avisos. Mas que é que se chama “bom”! Eu louvava,
então tua “caridade”. Ridículo... Tuas ajudas provinham de
pura ostentação, como, aliás, eu já suspeitava. Nós aqui
não reconhecemos bem algum em ninguém!
Conheceste minha mocidade. Cumpre preencher,
aqui, certas lacunas. Conforme o plano de meus pais,
eu não devia nunca haver existido. Aconteceu-lhes um
descuido, a desgraça da minha concepção. Minhas duas
irmãs já tinham 15 e 14 anos, quando eu vim à luz. Oxalá
nunca eu tivesse nascido! Oxalá pudesse eu agora aniquilar-me, fugir a esses tormentos! Não há volúpia comparável à de acabar minha existência, como se reduz a cinzas
um vestido, sem mesmo deixar vestígios.[S. Th. Suppl. q.
98, a. 3, r. ib. ad 3: “Enquanto a inexistência liberta de uma
vida de terríveis castigos, seria ela para os condenados
um bem maior do que sua miserável existência... Assim
desejam a não existência.”] Mas é preciso que eu exista;
é preciso que eu seja tal como eu me tenho feito: com a
falha total da finalidade da minha existência.
Quando meus pais, ainda solteiros, mudaram-se
da roça para a cidade, perderam o contato com a Igreja.
Assim era melhor. Mantinham relações com pessoas desligadas da religião. Conheceram-se num baile e viram-se
“obrigados” a casar meio ano depois. No ato do casamento pegaram neles só algumas gotas de água benta, suficientes apenas para atrair mamãe à missa domingueira
raríssimas vezes por ano. Nunca ela me ensinava a rezar
direito. Esgotava-se nos cuidados de cada dia, ainda que
a nossa situação não fosse ruim. Semelhantes palavras
como rezar, missa, água benta, igreja, só escrevo com
íntima repugnância, com incomparável nojo. Detesto
profundamente os freqüentadores de igreja, assim como
todos os homens e coisas em geral.
Tudo se nos torna tormento. Cada conhecimento
recebido ao falecer, cada lembrança da vida e do que
sabemos, se transforma numa flama incandescente.[S.
Th. Suppl. q. 98, a. 7, r.: “Nada há nos réprobos, que não
lhes seja matéria e causa de tristeza... Assim dirigindo
sua atenção sobre coisas conhecidas”.] E todas essas
lembranças nos mostram aquele medonho lado que fora
uma graça que desprezamos. Como isso atormenta! Não
comemos, não dormimos, nem andamos com as pernas.
Espiritualmente acorrentados, nós réprobos, fitamos estarrecidos a nossa vida falhada, uivando e rangendo os
dentes, atormentados e cheios de ódio.
Ouves tu? Bebemos aqui ódio como água. Odiamonos mutuamente.[S. Th. Suppl. q. 98, a. 4, r.: “Nos réprobos domina um ódio total”.] Mais do que tudo, odiamos
a Deus. Procuro tornar-te isso compreensível. Os bem
aventurados no Céu devem amá-Lo. Porque O vêem desveladamente em Sua arrebatadora beleza. Isso torna-os
indescritivelmente felizes. Sabemos isso e é esse conhecimento que nos torna furiosos.[S. Th. Suppl. q. 98, a. 9,
r.: “Ante o dia do juízo universal sabem os réprobos que
os bem aventurados se encontram numa inefável glória.”]
Os homens, na terra, que conhecem Deus pela criação e
revelação podem amá-Lo; não são forçados a fazê-lo.
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O crente - furiosa eu te digo aqui - que contempla,
meditando, Cristo estendido na cruz, O amará. Mas a alma
de quem Deus se acerca, fulminante, como vingador e
justiceiro, como Quem foi repelido, essa O odeia, como
nós O odiamos.[S. Th. Suppl. q. 98, a. 8, ad 1, ib. ad 5, r.:
“Os réprobos só enxergam em Deus o castigador e impedidor (do mal, que desejam ainda fazer). Mas como só O
enxergam no castigo, efeito da sua justiça, odeiam-nO”.]
Odeia-O com toda a força de sua má vontade. Odeia-O
eternamente. Em virtude da deliberada resolução de ficar afastada de Deus, com que terminou a vida terrena. E
essa perversa vontade, não podemos revogá-la mais, nem
jamais quereremos revogá-la.
Compreendes tu agora por que o Inferno há de ser
eterno? Porque a nossa obstinação nunca derrete, nunca
termina. Forçada acrescento que Deus é propriamente ainda misericordioso para conosco. Disse “forçada”. A razão
é esta: ainda que voluntariamente escreva esta carta, não
me é possível mentir, como eu bem queria. Assento no papel muitas informações contrariamente à minha vontade.
Também a corrente de injúrias que queria despejar, tenho
de reengoli-la. Deus era misericordioso para conosco pelo
que não deixou a nossa vontade produzir e efetivar na Terra todo o mal que desejávamos fazer. Se Ele nos tivesse
deixado a esmo, teríamos aumentado muito a nossa culpa
e castigo. Deixou-nos morrer prematuramente - como a
mim - ou introduziu circunstâncias atenuantes.
Agora Ele se nos torna misericordioso por que não
nos obriga a nos aproximar Dele, porém a ficarmos neste
lugar distante do Inferno, diminuindo-nos o tormento.[S.
Th. I, q. 21, a. ad. 1.: “Na condenação dos réprobos aparece a misericórdia de Deus... , no que os castiga menos
do que merecem”. - Em outro lugar nota o santo doutor
da Igreja, que isso é o caso sobretudo com os que neste
Mundo eram misericordiosos para com os outros (S. Th.
Suppl. q. 99, a. 5, ad 1.)] Cada passo mais perto de Deus
dar-me-ia maior sofrimento do que a ti um passo mais
perto de uma fogueira.
Ficaste espantada um dia quando te contei, em
passeio, o que meu pai me dissera alguns dias antes da
minha primeira comunhão: “Cuida, Anita, que ganhes bonito vestido; o mais não passa de burla”. Quase me teria
mesmo envergonhado do teu espanto. Agora rio-me disso.
O mais bem feito, em toda essa burla, era permitir-se a
comunhão apenas aos 12 anos. Eu já estava, então, assaz
possuída do prazer do mundo, que postergava facilmente
tudo quanto era religião, e não levei a comunhão a sério.
O novo costume de deixar as crianças receberem a comunhão aos 7 anos põe-nos furiosos. Envidamos todos os
meios para burlar isso, fazendo crer que para comungar
cumpre haver compreensão. É preciso que as crianças já
tenham cometido antes alguns pecados mortais. O “branco” Deus será menos prejudicial, então, do que recebido
quando a fé, a esperança e o amor, frutos do batismo escarro sobre tudo isso - ainda estão vivos no coração da
criança. Lembras-te que já sustentei esse mesmo ponto
de vista na Terra?
Torno a meu pai. Ele brigava muito com minha mãe.
Raras vezes te frisei isso: tinha vergonha. Ah! que é vergonha? Coisa ridícula! A nós tudo nos é indiferente. Meus
pais não dormiam mais no mesmo quarto. Eu dormia com
minha mãe, papai no quarto ao nosso lado, aonde podia
voltar a qualquer hora da noite. Ele bebia muito e gastou
a nossa fortuna. Minhas irmãs estavam empregadas e
precisavam do seu próprio dinheiro, como diziam. Mamãe
começou a trabalhar. No último ano de sua amargurada
vida, papai batia em mamãe muitas vezes, quando não lhe
queria dar dinheiro. Para mim ele era sempre bonzinho.
Um dia, contei-te isso e ficastes escandalizada sobre o
meu capricho - e de que não te escandalizastes em mim?
- um dia, pois, devolveu duas vezes sapatos novos, porque a forma dos saltos não me era bastante moderna.[Os
assinalados traços sobre o pai de Âni e as ocorrências
subsequentes são fatos.]
Na noite em que uma apoplexia vitimou meu pai
mortalmente, aconteceu algo que nunca te confiei, por
temer desagradável interpretação de tua parte. Hoje, porém, deves sabê0lo. Esse fato é memorável, porque foi
pela primeira vez que o meu atual espírito carrasco se
acercou de mim. Eu dormia no quarto de minha mãe. Suas
respirações regulares denotavam seu profundo sono. De
repente ouvi chamar meu nome. Uma voz desconhecida
murmurou: “Que acontecerá, se teu pai morrer?” Eu não
amava mais meu pai, desde que ele começara a maltratar
minha mãe. Já não amava propriamente ninguém: só me
prendia a alguns que eram bons para mim. - Amor sem
intuito natural existe quase só nas almas que vivem em
estado de graça. Nele eu não vivia.
Respondia assim ao misterioso interlocutor: “Com
certeza ele não morre”. Após breve intervalo, ouvi a mesma bem compreendida pergunta sem me incomodar de
saber, de onde provinha. “Qual o que! Ele não está morrendo” escapou-me casmurra. Pela terceira vez fui interrogada: “Que acontecerá se teu pai morrer?” De relance
me surgiu no espírito como meu pai freqüentes vezes
voltava para casa meio bêbado, ralhando e brigando com
mamãe e quanto ele nos envergonhava perante os vizinhos e conhecidos! Gritei, então embirrada: “Pois não, é
quanto merece! Que morra!” Depois, ficou tudo quedo.
Na manhã seguinte, quando mamãe foi para arrumar o quarto de papai, encontrou a porta fechada. Ao meio
dia abriram-na à força. Papai encontrava-se meio vestido
em cima da cama - morto, um cadáver. Ao procurar cerveja na adega, deve se ter resfriado. Desde muito, estava
adoentado. - (Será que Deus fez depender da vontade de
uma criança, a quem o homem demonstrava bondade, o
conceder-lhe mais tempo e ocasião para se converter?)
Marta K. e tu me fizestes ingressar na associação
das moças. Nunca te escondi que achava as instruções
das duas diretoras, duas senhoras X., assaz vigaristas.
Achava os jogos bastante divertidos. Conforme sabes,
cheguei, em breve, a sustentar nele papel preponderan81
te. Isso era o que me lisonjeava. Também as excursões
me agradavam. Deixei-me até levar algumas vezes a
confessar-me e comungar. Propriamente não tinha nada
para confessar. Pensamentos e sentimentos comigo não
entravam em conta. Para coisas piores eu não estava madura ainda.
Admoestaste-me um dia: “Âni, se não rezares
mais, perder-te-ás”. Eu rezava realmente muito pouco; e
também só contrariada, de má vontade. Tinhas tu, sem
dúvida, razão. Todos os que no Inferno ardem, não rezaram, ou não rezaram bastante. A oração é o primeiro
passo para Deus. Sempre decisivo. Mormente a oração
para aquela que é a mãe do Cristo, cujo nome não nos
é lícito pronunciar. A devoção a Ela arranca ao demônio
inúmeras almas, que os pecados lhe teriam infalivelmente
atirado às mãos.
Furiosa continuo - por ser forçada: rezar é o mais
fácil que se pode fazer na Terra. Justamente a essa facilidade Deus ligou a salvação. A quem reza coma assiduidade, Deus dá, paulatinamente, tanta luz e fortalece-o tanto
que o mais afogado bode de pecador se pode definitivamente levantar pela oração, ainda que esteja submerso na
lama até ao pescoço. Nos últimos anos da vida eu deveras
não rezava mais e assim me privava das graças, sem as
quais ninguém se pode salvar. Aqui não recebemos mais
graça alguma. Mesmo que a recebêssemos, com escárnio
a rejeitaríamos. Todas as vacilações da existência terrestre acabaram no além.
Na vida terrena pode o homem passar do estado
de pecado para o estado de graça. Da graça pode cair
no pecado. Freqüentes vezes caí por fraqueza; raramente
por maldade. Com a morte, terminou essa inconstância
do sim e do não, caindo e levantando-se. Pela morte, cada
um entra no estado final, fixo e inalterável. À medida que
avança a idade, tornam-se menores os saltos. É verdade que, até à morte, a gente se pode converter a Deus
ou virar-Lhe as costas. No morrer se decide o homem,
entretanto, com as últimas tremuras da vontade, maquinalmente, tal como se acostumara na vida.
Bom ou mau hábito tornou-se uma segunda natureza. Esta o arrasta no derradeiro momento. Assim também
arrastou à mim. Anos inteiros eu vivera afastada de Deus.
Consequentemente, decidi-me no último chamamento
da graça, contra Deus. Não que o haver pecado muitas
vezes me fosse uma fatalidade, mas porque eu não me
queria mais levantar. Repetidas vezes me admoestaste a
assistir à pregação e a ler livros devotos. Eu escusava-me
regularmente com a falta de tempo. Havia eu de aumentar
ainda mais a minha incerteza íntima?
Cumpre-me aliás afirmar: Quando cheguei a esse
ponto crítico, pouco antes da minha saída da associação
das moças, ter-me-ia sido muito difícil enveredar por
outro caminho. Sentia-me insegura e infeliz. Diante da
minha conversão, levantou-se um paredão. Deves tê-lo
desapercebido. Tu o tinhas imaginado tão fácil, quando
uma vez me disseste: “Faça, pois, uma boa confissão, Âni,
e tudo ficará bem”. Eu suspeitava que assim fosse. Mas
o mundo, o demônio e a carne já me seguravam nas suas
garras.
Na atuação do demônio eu não acreditava nunca.
Agora atesto que, a pessoas como eu então era, o demônio
influencia poderosamente.[A influência dos maus espíritos encerra-se nos apelidos “demônio” ou “diabo”. Como
comprovação da sua existência bastam dois textos da S.
Escritura: “Irmãos, sede sóbrios e vigiai! Vosso inimigo, o
demônio, anda por aí como um leão rugindo e procurando
a quem puder devorar”. (1 Petr. 5, 8). O rugir nãos e refere
ao que satanás faz muito alarme com as suas tentações,
porém à avidez com que ele nos procura perder. - S. Paulo
escreve aos Efésios (*, 12): “Ponde a armadura de Deus,
para que possais resistir às astúcias do demônio. Nossa
luta não é contra carne e sangue (homens), porém contra
os poderes dos tenebrosos dominadores deste Mundo e
contra os maus espíritos dos ares.”]
Só muitas orações alheias e as minhas próprias,
juntamente com sacrifícios e sofrimentos, teriam conseguido arrancar-me dele. E isso deveras só paulatinamente. Poucos possessos. O demônio não pode tirar o livre
arbítrio àqueles que se entregam à sua influência. Contudo, como castigo de sua apostasia quase total de Deus,
Este permite que o “Mau” neles se aninhe. Odeio também
o demônio. Todavia gosto dele, porque ele procura perdervos: ele e seus auxiliares, os anjos caídos com ele desde
os princípios do tempo. Há miríades. Vagueiam pela terra
inúmeros como enxames de moscas, sem que sejam suspeitados.[S. Th. Suppl. q. 98, a. 6, ad 2: “Não é tarefa dos
homens condenados, perderem e tentarem outros, porém
dos demônios.”]
A nós homens réprobos não nos incumbe de vos
tentar; isso cabe aos espíritos caídos. Aumentam, sim,
ainda mais os seus tormentos toda vez que arrastam
uma alma humana ao Inferno. Mas de que não é capaz
o ódio![S. Th, q. 98, a. 4, ad 3: “O crescente número dos
réprobos aumenta ainda os sofrimentos de todos. Mas são
de tal modo cheios de ódio e inveja, que antes querem
sofrer mais com muitos, do que menos sozinhos.”] Ainda
que eu andasse por veredas tortuosas, Deus me procurava. Eu preparava o caminho à graça, por serviços de
caridade natural, que por inclinação de minha índole, não
raras vezes prestava.
Às vezes atraía-me Deus para uma Igreja. Lá eu
sentia certa nostalgia. Quando cuidava da minha mãe doente, apesar do meu trabalho no escritório durante o dia,
e sacrificava-me realmente um tanto, atuavam sobre mim
poderosamente essas atrações de Deus. Uma vez - foi na
capela do hospital, aonde me levaste no tempo livre de
meio dia - fiquei tão impressionada, que me encontrei a
um passo apenas da minha conversão. Eu chorava. Em
seguida, porém, vinha o prazer do mundo derramar-se,
como uma torrente, por sobre a graça. Os espinhos aforaram o trigo. Com a explicação de que religião é sentimentalismo conforme sempre se dizia no escritório, lancei
82
também essa graça, como outras, debaixo da mesa.
Repreendestes-me um dia que, em vez de genuflexão, fiz numa igreja uma ligeira inclinação da cabeça.
Tomastes isso como preguiça e não parecias suspeitar de
que, já então, não acreditava mais na presença de Cristo
no Sacramento. Agora creio nela, porém só naturalmente,
como se acredita em tempestade, cujos sinais e efeitos
se percebem. Nesse ínterim, havia-me arranjado, eu própria, uma religião. Agradou-me a opinião generalizada
no escritório, de que, após a morte, a alma voltaria para
este Mundo em outro ser e passaria por outros e mais
outros seres, numa sucessão sem fim. Com isso liquidei o
angustiante problema do além e imaginava tê-lo tornado
inofensivo.
Por que não me lembraste a parábola do gozador
rico e do pobre Lázaro, em que o narrador, Cristo, imediatamente após a morte, mandou um para o Inferno, o outro
para o Paraíso? Mas o que terias conseguido? Nada mais
do que com tuas demais palavras beatas. Aos poucos eu
própria arranjei um deus: bem privilegiado para se chamar
deus; a mim bastante longe para não me obrigar a relações com ele; assas confuso, para se transformar, à vontade e sem mudar de religião, num deus panteístico ou até
tornar-me orgulhosa deísta. Esse “deus” não tinha um céu
para me galhardear nem inferno para ame amedrontarme. Deixei-o em paz. Nisso consistia a minha adoração
a ele. No que se ama, acredita-se facilmente. No curso
dos anos tinha-me eu assaz persuadido da minha religião.
Vivia-se bem com ela, sem que ela me incomodasse. Só
uma coisa me teria quebrado a nuca: uma dor profunda,
prolongada. Mas este sofrimento não veio. Compreende
agora: “A quem Deus ama, Ele castiga!”
Era um dia de estio, em julho, quando a associação
das moças organizava uma excursão para A. Gostava eu
sim das excursões. Mas não das beatarias anexas! Outra
imagem, diferente da de Nossa Senhora das Graças de A.,
estava, desde pouco, no altar do meu coração. O grã-fino
Max N. do armazém ao lado. Pouco antes conversáramos
divertidamente algumas vezes. Convidara-me, nessa
ocasião, para fazermos uma excursão naquele mesmo
domingo. A outra com que costumava andar, estava no
hospital.
Reparara, sim, que eu tinha deitado um olhar sobre ele. Mas eu não pensava ainda em casar-me com ele.
Era afortunado, porém amável demais para com muitas
e quaisquer mocinhas; até então eu queria um homem
que me pertencesse exclusivamente, como única mulher.
Certa distância sempre me era própria. [Isso era verdade.
Com toda a sua indiferença religiosa Âni tinha algo de nobre em seu ser. Espanto-me de que também pessoas “honestas” possam cair no Inferno, se são assaz desonestas
para fugirem do encontro com Deus] Nessa excursão, Max
cumulou-me de todas as amabilidades. Conversações de
beatas é que não tivemos, como vocês.
No outro dia, no escritório, repreendestes-me porque não vos acompanhei até A. Contei-te os meus diver-
timentos domingueiros. Tua primeira pergunta era: “Estivestes na missa?” Louca! Como podia assistir à missa,
desde que combinamos a saída para 6 horas! Lembras-te,
ainda, que juntei excitada: “O bom deus não é tão mesquinho como os vossos padrecos?” Agora, cumpre-me confessar-te que, apesar de sua infinita bondade, Deus toma
tudo mais a sério do que os padres. Após esse primeiro
passeio com Max, assisti mais uma só vez à vossa reunião. Na solenidade de Natal. Certas coisas me atraíam.
Mas interiormente, já estava apartada de vocês. Cinemas,
bailes, excursões, seguiam-se. Brigávamos às vezes, Max
e eu, mas eu sabia prendê-lo sempre a mim.
Mui desagradável me foi a rival que, de volta do
hospital, se comportava furiosamente. Propriamente a
meu favor. Minha calma distinta causou grande impressão a Max e obrigou-lhe, afinal, a decisão de me preferir.
Eu sabia denegri-la, rebaixá-la. Falando com calma: por
fora, realidades objetivas; por dentro, atirando peçonha.
Semelhante sentimentos e insinuações conduzem rapidamente ao Inferno. São diabólicos, no verdadeiro sentido
da palavra.
Por que te conto isso? Para constar como fiquei
definitivamente livre de Deus. Para esse afastamento não
foi preciso que eu chegasse com Max muitas vezes às
últimas familiaridades. Compreendi que me rebaixaria
aos seus olhos, se me deixasse esvaziar antes do tempo.
Por isso me retinha, vedava. Realmente estava eu sempre
pronta para tudo que achava útil. Cumpria-me conquistar
Max. Para isso nada achava caro de mais. Amamo-nos
aos poucos, pois que ambos possuíamos valiosas qualidades que podíamos apreciar mutuamente. Fui talentosa e tornei-me hábil e conversadora. Cheguei, assim, a
prender Max nas mãos, segura de que o possuía sozinha,
pelo menos nos últimos meses antes do casamento. Nisso
consistia minha apostasia de Deus, em fazer de uma criatura o meu deus. Em coisa alguma pode isso realizar-se
tão plenamente como entre pessoas de diferentes sexo,
se o amor se afoga na matéria. Isso torna-se seu encanto,
seu aguilhão e seu veneno. A “adoração” que eu prestava
a Max, tornou-se-me uma religião vivida.
Era no tempo quando, no escritório, tão virulentamente eu caia em cima das corridas à igreja, dos padrecos, do murmurejar de rosário e demais bugigangas.
Emprenhastes-te, mais ou menos inteligentemente, em
proteger tudo isso; aparentemente sem suspeitares de
que para mim, em última análise, não se tratava dessas
coisas, mas propriamente de ponto de apoio contra minha
consciência que eu estava procurando - dele eu precisava
ainda - para justificar racionalmente a minha apostasia.
No fundo eu vivia revoltada contra Deus. Tu não percebias
isso. Sempre me consideravas ainda católica. Como tal,
queria eu também ser chamada; até mesmo pagava a
contribuição para a igreja. Certa “ressalva” não me podia
fazer mal, pensava eu.
Por mais certas que às vezes fossem tuas respostas, de mim ressaltavam, porque tu não devias ter razão.
83
Em face dessas nossas relações entrecortadas a dor da
nossa separação era pequena, quando meu casamento
nos distanciou. Antes do meu casamento, confessei-me
e comunguei mais essa vez. Era uma formalidade. Meu
homem pensava como eu. De resto, por que não haveríamos de satisfazê-la? Cumprimo-la como qualquer outra
formalidade. Vós o chamais “indigno”. Após aquela “indigna” comunhão eu tinha mais sossego de consciência.
Era essa a última.
Nossa vida matrimonial decorria, em geral, em boa
harmonia. Em quase todos os pontos tínhamos a mesma
opinião. Também nisso: não nos queríamos impor o encargo de filhos. No fundo, meu marido desejava ter um - naturalmente não mais. Eu soube arrancar-lhe, finalmente,
essa idéia. Eu gostava mais de vestidos e mobílias finas,
de tertúlias de chá, de passeios de automóvel e de semelhantes divertimentos. Era um ano de prazeres terrenos
entre o casamento e minha repentina morte.
Cada domingo passeávamos de automóvel ou visitávamos parentes de meu esposo. (De minha mãe eu
me envergonhava então). Esses nadavam bem como nós,
na superfície da existência. Interiormente, porém, nunca
me sentia deveras feliz. Algo roía-me sempre na alma.
Eu desejava que pela morte, a qual sem dúvida havia de
demorar muito tempo ainda, tudo acabasse. Mas é como
em criança eu ouvira uma vez falar, em sermão, que deus
recompensa já neste Mundo o bem que alguém pratica.
Se não pode recompensá-lo no outro mundo, fá-lo na
Terra. Sem o esperar, recebi uma herança (da tia Lote).
Meu marido teve a sorte de ver o seu salário consideravelmente aumentado. Assim pude instalar mimosamente
a nossa casa nova.
Minha religião estava às últimas, como um vislumbre do ocaso no firmamento longínquo. Os bares e cafés
da cidade e os restaurantes por onde passávamos nas
viagens, não nos aproximaram de Deus. Todos os que lá
freqüentavam, vivam como nós: de fora para dentro, não
de dentro para fora. Visitando uma célebre catedral, nas
viagens de férias, procurávamos deleitar-nos com o valor
artístico das obras primas. O sopro religioso que irradiavam, mormente as da Idade Média, eu sabia neutralizá-lo,
escandalizando-me em qualquer circunstâncias da visita.
Assim, a um irmão leigo que nos conduzia, eu criticava o
estar um tanto sujo e desajeitado; criticava o comércio de
piedosos monges que fabricavam e vendiam licor; criticava as eternas badaladas dos sinos chamando para igrejas,
onde se trata apenas de dinheiro.
Assim eu conseguia afastar de mim a graça, cada
vez que me batia à porta. Mormente deixava meu mau
humor derramar-se livremente sobre tudo que tratava de
antigas representações do Inferno em livros, cemitérios
e outros lugares, onde se viam os demônios fritarem as
almas em fogo vermelho ou amarelo, e seus sócios, de
cauda comprida, trazerem-lhes mais e mais vítimas. Clara, o Inferno pode ser mal desenhado, porém nunca ser
exagerado. Sobretudo escarnecia eu sempre do foto do
Inferno. Lembras-te como numa conversa sobre isso eu
te meti um fósforo aceso debaixo do nariz burlando: “É
assim que cheira!”
Tu apagaste tão logo a chama. Aqui ninguém a
extingue. Digo-te mais: o fogo de que fala a Bíblia, não
significa tormento de consciência. Fogo significa fogo.
Cumpre entendê-lo em sentido real, quando Aquele declarou: “Afastai-vos de mim, vós, malditos, ide para o fogo
eterno”. Literalmente! Como pode o espírito ser tocado
pelo fogo material? Perguntas. Como então pode, na Terra, tua alma sofrer, segurando teu dedo na chama? Tua
alma também não se queima, mas que dor tem de aturar o
homem todo! Semelhantemente estamos nós aqui presos
ao fogo em nosso ser em nossas faculdades. Nossa alma
fica privada do seu vôo natural; não podemos pensar nem
querer o que queremos.[S. Th. Suppl. q. 70, a. 3, r.: “O
fogo do Inferno atormenta o espírito pelo que o impede de
executar o que quer; não pode atuar onde quer e quanto
quer.”]
Não procures esclarecer o mistério contrário às
leis da natureza material: o fogo do Inferno queima sem
consumir. O nosso maior tormento consiste em que sabemos exatamente que nunca veremos Deus. Quanto pode
torturar o que na terra nos era indiferente! Enquanto a
faca está em cima da mesa, deixa-te fria. Vês-lhe o fio,
porém não o sentes. Mas entra a faca na carne e gritarás
de dor. Agora sentimos a perda de Deus; antes só a vimos.
[“A separação de Deus é um tormento tão grande como
Deus” (Frase atribuída a S. Agostinho).
Todas as almas não sofrem igualmente. Quanto
mais frívolo, maldoso e decidido alguém foi no pecar, tanto mais lhe pesa a perda de Deus, e tanto mais torturado
se sente pela criatura abusada. Os católicos condenados
sofrem mais do que os de outra crença, porque receberam e desaproveitaram, em geral, mais luzes e mais graças. Quem sabia mais, sofre mais do que aquele que menos conhecimentos tinha. Quem pecou por maldade sofre
mais do que aquele que caiu por fraqueza. Mas nenhum
sofre mais do que mereceu. Oxalá isso não fosse verdade,
para que eu tivesse motivo para odiar!
Tu me disseste um dia: ninguém cai no Inferno sem
que o saiba. Foi isso revelado a uma santa. Ria eu disso,
no entanto me entrincheirava atrás desta reflexão: nesse
caso me ficaria suficiente tempo para me converter - assim eu pensava no íntimo. O enunciado calha. Antes do
meu fim repentino, de certo não conhecia o Inferno tal
qual é. Nenhum ente humano o conhece. Mas eu estava
exatamente inteirada disso: Se tu morreres, entrarás na
eternidade como revoltada contra Deus. Suportarás as
conseqüências.
Conforme declarei já, não voltei atrás, mas perseverei na mesma direção, arrastada pelo costume, com
que os homens agem tanto mais calculada e regularmente, quanto mais velhos ficam. Minha morte ocorreu
do seguinte modo: Há uma semana - falo de acordo com
a vossa contagem, porque calculada pelas dores, eu po84
deria já estar ardendo no Inferno havia dez anos - faz pois
uma semana que meu marido e eu fizemos, num domingo, uma excursão, que foi a última para mim. Radiante
despontara o dia. Eu sentia-me bem, como raras vezes.
Perpassou-me, porém, um sinistro pressentimento... Inesperadamente, na viagem de volta, meu marido que vinha
guiando o carro, e eu ficamos ofuscados pela luz de um
automóvel que vinha em sentido contrário e com grande
velocidade. Meu marido perdeu a direção.
Jesus! Estremeci. Não como oração, mas como
grito. Sentia uma dor esmagadora por compressão - uma
bagatela em comparação com o tormento atual. Perdi
então os sentidos. Estranho! Naquele manhã mesma,
nascera-me inexplicavelmente a idéia: poderias, enfim,
mais uma vez ir à missa. Soava-me como súplica. Claro e decidido cortou meu “Não” o fio da idéia. Com isso
devo acabar definitivamente. Tomo sobre mim todas as
conseqüências. Agora as suporto. O que aconteceu após
a minha morte, tu conheces. A sorte de meu marido, de
minha mãe, do meu cadáver e enterro, tudo te é conhecido até nos pormenores, como sei por uma intuição natural
que todos nós temos.
Do mais que acontece no Mundo, só temos um
conhecimento confuso. Mas o que nos tocava de perto
conhecemos. Assim conheço também teu paradeiro.[“As
almas de falecidos não têm seguro conhecimento de pormenores, porém apenas um enuviado conhecimento geral
da natureza material”. (S. Th. Suppl. q. 98, a. 3).]
Acordei das trevas no momento da minha morte.
Vi-me de repente envolvida de luz ofuscante. Era no mesmo lugar onde estava o meu cadáver. Aconteceu como
em teatro, quando de repente apagam as luzes, a cortina
é ruidosamente removida e aparece a cena tragicamente
iluminada: a cena de minha vida. Como num espelho, assim eu vi minha alma. Vi as graças pisadas aos pés, desde
a juventude até o último “Não” dado a Deus. Apossou-se
de mim a impressão como que de assassino levado ao
tribunal à frente da sua vítima inanimada. - Arrependerme? Nunca! [S. Th. Suppl. q. 98, a. 2, r.: “Os maus não se
arrependem propriamente dos pecados, por lhes serem
afeitos maliciosamente. Arrependem-se, porém enquanto
são castigados pelas penas dos pecados”.]
Envergonhar-me? Jamais! Entretanto nem me era
possível permanecer na vista de Deus, negado e reprovado por mim. Restava-me uma só coisa: a fuga. Assim
como Caím fugiu do cadáver de Abel, assim minha alma
se atirou longe desse aspecto horrível. Esse era o Juízo
particular. O invisível juiz falou: “Afasta-te!” Logo caiu
minha alma, como uma sombra sulfúrica, no lugar do tormento eterno.[ “É certo que o Inferno é um local determinado. Mas onde esse local fica situado, ninguém o sabe.”
A eternidade das penas do Inferno é um dogma:
seguramente o mais terrível de todos. Tem suas raízes na
S. Escritura. Cf. Mt. 25, 41 e 46; 2 Thess. 1, 9; Jud. 13;
Apoc. 14, 11 e 20, 10; todos eles são textos irrefutáveis,
em que “eterno” não se deixa trocar e interpretar por
“longo”. Se não fora conveniente ilustrar esse dogma num
caso particular, nem o próprio Nosso Senhor teria pedido
fazê-lo na parábola do rico folgazão e do pobre Lázaro.
Lá fez o mesmo que aqui vem feito: desenhou o Inferno e
como se pode cair nele. Não o fez por prazer sensacional,
porém levado pela mesma intenção que ocasionou esta
publicação.
A eternidade das penas do Inferno é um dogma:
seguramente o mais terrível de todos. Tem suas raízes na
S. Escritura. Cf. Mt. 25, 41 e 46; 2 Thess. 1, 9; Jud. 13;
Apoc. 14, 11 e 20, 10; todos eles são textos irrefutáveis,
em que “eterno” não se deixa trocar e interpretar por
“longo”. Se não fora conveniente ilustrar esse dogma num
caso particular, nem o próprio Nosso Senhor teria pedido
fazê-lo na parábola do rico folgazão e do pobre Lázaro.
Lá fez o mesmo que aqui vem feito: desenhou o Inferno e
como se pode cair nele. Não o fez por prazer sensacional,
porém levado pela mesma intenção que ocasionou esta
publicação.
A finalidade deste folheto encontra sua expressão
no seguinte conselho: “Desçamos ao Inferno ainda vivos,
para que moribundos nele não caiamos”. Este conselho
dirigido a cada um não é senão a paráfrase do salmo 54:
“Descendant in infernum viventes, videlicet, ne descendant morientes”, a qual se encontra numa obra (erradamente) atribuída a S. Bernardo (Patr. Lat. Migne, vol. 184,
Col. 314 b).]
Últimas informações de Clara:
“Assim finalizou a carta de Âni sobre o Inferno. As
últimas palavras eram quase ilegíveis, tão tortas estavam
as letras. Quando eu acabara de ler a última palavra, a
carta toda virou cinza. Que é que lá ouço? Por entre os duros acentos das linhas que eu imaginava ter lido ressoou
doce som de sino. Acordei de vez. Achei-me ainda deitada
no meu quarto. A luz matinal da aurora penetrava nele. Da
igreja paroquial vinham as badaladas das Ave-Maria. Pois
tudo era apenas um sonho?
Nunca eu sentira na Saudação Angélica, tanto consolo como após esse sonho. Pausadamente fui rezando as
três ave-marias. Tornou-se-me então claro, claríssimo: ela
cumpre segurar-te, à bendita Mãe do Senhor, venerar a
Maria filialmente, se não quisesse ter a mesma sorte que
te contou - ainda que em sonho - uma alma que jamais
verá Deus. Espantada e tremendo ainda pela visão noturna levantei-me, vesti-me depressa e fugi para a capela
da casa. O coração palpitava-me violenta e descompassadamente. Os hóspedes, ajoelhados mais perto de mim,
olhavam-me preocupados. Talvez pensassem que, por
haver eu corrido escada abaixo, estivesse tão excitada e
vermelha.
Uma bondosa dama de Budapeste, grande sofredora, franzina como uma criança, míope, todavia fervorosa
no serviço de Deus e de longo alcance espiritual, disseme à tarde no jardim: “Senhorita, Nosso Senhor não quer
ser servido no expresso”. Mas ela percebia então que outra coisa me havia excitado e ainda me preocupava. Ajun85
tou bondosamente: “Nada te deve angustiar - conheces o
aviso de S. Teresa - nada te deve alarmar. Tudo passa. A
Paciência tudo consegue! A quem possui Deus, nada lhe
falta. Só Deus basta.”
Quando sussurrava isso mesmo, sem qualquer tom
de mestra, parecia-me ler na minha alma. “Deus só basta”. Sim, Ele há de me bastar, neste e no outro mundo.
Quero ali possuí-Lo um dia, por mais sacrifícios que aqui
eu tenha ainda de fazer para vencer. Não quero cair no
Inferno.” Termina o esclarecimento de Clara!
Mas nós, de plantão permanente contra as trevas,
sentimos não ter acabado ainda de todo o nosso trabalho.
Na verdade o demônio é astucioso, é manhoso, é persistente e cheio de idéias malditas. E assim, cada artifício
novo dele, cada movimento que ele tentar para enganar
aos filhos da Luz, devemos todos estar prontos para denunciar.
O inferno existe! O inferno é eterno! O inferno é
terrível!
Querido leitor, creio que isto basta por hoje!
Fonte: www.recados.aarao.nom.br
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