Acção do vento: quantificação de acordo com o EC1
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Acção do vento: quantificação de acordo com o EC1
Acção do vento: quantificação de acordo com o EC1 Luciano Jacinto Instituto Superior de Engenharia de Lisboa Área Departamental de Engenharia Civil Janeiro 2014 Índice 1 Introdução .............................................................................................................. 2 2 Zonamento do território .......................................................................................... 4 3 Rugosidade aerodinâmica do terreno ...................................................................... 7 4 Velocidade do vento e pressão dinâmica ................................................................. 9 5 Acções do vento .................................................................................................... 12 6 Coeficiente estrutural CsCd .................................................................................. 13 7 Edifícios e outras estruturas ................................................................................. 14 7.1 Paredes verticais de edifícios de planta rectangular ...................................... 15 7.2 Coberturas de duas vertentes ........................................................................ 18 7.3 Beirados ........................................................................................................ 21 7.4 Pressão interior ............................................................................................. 21 7.5 Coeficientes de atrito .................................................................................... 22 8 Pontes ................................................................................................................... 27 8.1 Acção do vento no tabuleiro.......................................................................... 27 8.1.1 Forças na direcção x – Método geral .................................................. 28 8.1.2 Forças na direcção x – Método simplificado ....................................... 32 8.2 Acção do vento nos pilares ............................................................................ 33 Anexo A — Justificação da fórmula 4.2 do EC1........................................................ 37 Anexo B — Rotina MATLAB para o cálculo de pressões dinâmicas ......................... 38 Anexo C — Comparação RSA / EC1 ........................................................................ 38 C.1 Velocidade média do vento ........................................................................... 39 C.2 Rugosidade do terreno................................................................................... 39 C.3 Pressão dinâmica de pico .............................................................................. 40 C.4 Valores reduzidos da pressão dinâmica ......................................................... 40 1 Introdução i A acção do vento nas construções é exercida sob a forma de pressões, que se admitem actuar perpendicularmente às superfícies. Quando o vento varre áreas grandes de construções, além dessas pressões poderão desenvolver-se forças de atrito significativas, actuando tangencialmente à superfície. i A acção do vento nas construções depende fundamentalmente de: 1. velocidade do vento; 2. forma das construções; 3. características dinâmicas da estrutura. A velocidade do vento depende, por seu lado da: 1. localização geográfica da estrutura; 2. altura da estrutura acima do terreno; 3. rugosidade do terreno. i Apesar de se tratar de uma acção dinâmica, a acção do vento pode ser quantificada na maior parte das vezes por meio de forças estáticas equivalentes. Este é o método base previsto na NP EN 1991-1-4. O método estático, já previsto de resto no RSA, baseia-se na bem conhecida equação da Mecânica dos Fluidos, que permite determinar a força F a que fica sujeito um corpo quando imerso num fluido com velocidade v: 1 F = c ρ v 2A 2 onde c, chamado coeficiente de forma, ou coeficiente aerodinâmico, é um coeficiente adimensional, em geral determinado experimentalmente, recorrendo aos chamados ensaios em túnel aerodinâmico. O parâmetro ρ é a massa específica do fluido e A uma área de referência, em geral considerada igual à projecção do corpo no plano perpendicular à velocidade do fluido. No caso do fluido em questão ser o ar, toma-se em geral (Cl. 4.5, p. 28): ρ = 1.25 Kg/m 3 . Note-se que a fórmula acima é dimensionalmente homogénea, isto é, pode ser usada com qualquer sistema coerente de unidades. Adoptando, por exemplo, o SI de unidades, a força vem expressa em Newton. Com efeito: ⎡F ⎤ = kg (m/s)2 × m2 = kg × m/s2 = N . ⎢⎣ ⎥⎦ m3 i A quantidade (1 / 2)ρ v 2 é designada pressão dinâmica. Podemos então referir que a força devida ao vento é dada pelo produto de três grandezas: Força = (Coeficiente de forma)× (pressão dinâmica)× (área de referência). 2 i A veelocidade do d vento crresce em aaltura, considerando-se me geraal velocida ade nula na viizinhança do d terreno. A Figuraa seguinte ilustra um m perfil típiico de velo ocidades do veento: Figurra: Velocidaade média e de pico num m perfil de velocidadess (Leonardoo da Vinci Pilot P Project, HANDB BOOK 3). A altura da construção é assim u um parâm metro impo ortante na quantifica ação da acçãoo do ventoo. Por outrro lado, com mo ilustra ado na Figu ura, deve ddistinguir-sse entre veloccidade méd dia e velocidade de p pico, ou veelocidade de d rajada ((gust velocity) isto é, a velocidadee sem e co om o efeitoo da turbu ulência. Na aturalmentte, para efeeitos de verifiicação da segurança s das d estrutu uras, é a veelocidade de d pico quee interessa.. i O prresente doccumento constitui um m resumo das princcipais dispoosições da Norma NP E EN 1991-1-4 (2010), abreviadaamente rep presentada aqui por EC1-1-4, ou o mais simpllesmente por p EC1, quando q daíí não resulltar ambig guidade. See não for indicado nadaa em contrário, as cláusulas e as págiinas citadas no preesente doccumento refereem-se semp pre a essa Norma. i Casos não abraangidos pela Norma: – coonstruções com altura a superior a 200 m; – toornados; – m mastros espiados (caso o tratado n na EN 1993 3-3-1); – poostes de ilu uminação (caso ( trataado na EN 40). No caaso específfico de pon ntes, a norm ma não abrrange: – poontes com vão superiior a 200 m m; – poontes suspeensas e de tirantes. O EC C1 cobre a resposta dinâmica devida à turbulênciia do ventto em resssonância com as vibraações da estrutura na direccção do vento, v seggundo um m modo fundaamental dee flexão cujja configurração tem o mesmo sinal s em toodos os pon ntos (cl. 3.5 (1), p. 222). No en ntanto nãoo estão comtemplad c dos os caasos em que q são impoortantes ou utros modoss de vibraçção que não o fundam mental (cl. 1.1 (12), p. p 14). 3 i Visão geral do conteúdo da Norma: 1 Generalidades 2 Situações de projecto 3 Modelação das acções do vento 4 Velocidade do vento e pressão dinâmica 5 Acções do vento 6 Coeficiente estrutural cscd 7 Coeficientes de pressão e de força 8 Acções do vento em pontes Anexo A (informativo) Efeitos do terreno Anexo B (informativo) Procedimento 1 para a determinação do coeficiente estrutural cscd1 Anexo C (informativo) Procedimento 2 para a determinação do coeficiente estrutural cscd Anexo D (informativo) Valores de cscd para diferentes tipos de construções Anexo E (informativo) Desprendimento de vórtices e instabilidades aeroelásticas Anexo F (informativo) Características dinâmicas das estruturas Bibliografia Anexo Nacional NA 2 Zonamento do território i A variável básica mais importante para a quantificação da acção do vento é sem dúvida a sua velocidade. Para efeitos da determinação da velocidade do vento, o País é dividido em duas zonas, a saber: Zona A — a generalidade do território, excepto as regiões pertencentes à zona B. Zona B — os arquipélagos dos Açores e da Madeira e as regiões do continente situadas numa faixa costeira com 5 Km de largura ou altitudes superiores a 600 m. i A cada uma destas zonas corresponde um valor da velocidade do vento — chamado valor básico da velocidade de referência do vento, vb,0 , conforme indicado no Quadro seguinte (NA, p. 155): 1 Passou a normativo em Portugal 4 Obseervações: 1. 1 m/s = 1 × 10−3 × 60 × 60 = 3.6 km/h . vb,0 (B) = 108 km/h . Portantto, vb ,0 (A) = 97 km/h e 2. V Verifica-se que q a relaçção de veloocidades numa n e nou utra zona é de 30/27 7 ~ 1.1. 2 Issto correspoonde a um ma relação d de pressão dinâmica de 1.1 ~ 11.2. i Defin nição da veelocidade vb,0 (p. 15) : A velocidade do vento o é medid da por meio m de anemómetr a ros, em estações e meteorológicas,, espalhada as pelo Paíís. Distribuiçã ão dos máxim mos anuais da velocidade média do vento em períodos de d 10 min f(x) p = 0.02 v b,0 x [m/s] Figurra: Anemóm metro para a medição d de velocidad des do vento o e definiçãoo do parâmeetro vb,0.. i A velocidade vb,0 tem assim um peeríodo de retorno r de 1/0.02 = 50 anos. Trata-se T de um ma velocid dade com grande g prob babilidade de ser atin ngida duraante a vida a útil da estru utura. Com m efeito, para p uma vida útil de 50 ano os, essa prrobabilidad de é de 50 1 − (11 − 0.02) = 0.64 . i Se foor necessáriio um valor de vb,0 p para uma probabilida p ade de exceedência p diferente d de 0.02, pode usar-se u a seeguinte exp pressão (Cll. 4.2, pp. 23, 2 156): vb,0 (p ) = c prob vb,0 , com cprob dado por: 5 cprob (p) = 1 − 0.11ln(− ln(1 − p)) = 0.7 − 0.077 ln (− ln(1 − p)) 1 − 0.11ln(− ln(0.98)) No anexo A apresenta-se uma desmonstração desta fórmula. Observação: Esta expressão pode ter interesse na determinação da velocidade do vento a usar em SP transitórias, como a fase construtiva. i A probabilidade p na fórmula acima é a probabilidade de excedência num ano. É relativamente simples adaptar a fórmula de modo a fornecer o valor básico da velocidade do vento associada a uma probabilidade de excedência pn em n anos. Representaremos essa velocidade por vb,0 (pn , n ) . Sabe-se que se um determinado valor de uma variável aleatória qualquer tiver uma probabilidade pn de ser excedido em n anos, a probabilidade desse mesmo valor ser excedido num ano é dada por: (1/n ) p1 = 1 − (1 − pn ) Substituindo este valor na fórmula acima, vem: ⎛ ⎞ ⎛ (1/n ) ⎞⎞ ⎛ ⎟⎟⎟ = 0.7 − 0.077 ln ⎜⎜− 1 ln (1 − pn )⎟⎟ cprob = 0.7 − 0.077 ln ⎜⎜− ln ⎜⎜⎜1 − 1 + (1 − pn ) ⎟ ⎟ ⎟⎠⎟⎠ ⎜⎝ n ⎜⎝ ⎟⎠ ⎝ Em resumo: ⎛ 1 ⎞ cprob (pn , n ) = 0.7 − 0.077 ln ⎜⎜⎜− ln (1 − pn )⎟⎟⎟ ⎟⎠ ⎝ n vb,0 (pn , n ) = c prob (pn , n ) ⋅ vb,0 Exemplo: Determine-se a velocidade de referência vb,0 probabilidade de excedência de 0.05 em 50 anos. Tem-se: ⎛ 1 ⎞ cprob (0.05, 50) = 0.7 − 0.077 ln ⎜⎜− ln (1 − 0.05)⎟⎟⎟ = 1.23 ⎟⎠ ⎜⎝ 50 associada a uma vb,0 (0.05, 50) = 1.23 vb,0 Assim, para a zona A, a velocidade do vento seria 1.23 × 27 = 33.2 m/s . Em termos de pressão dinâmica, isto corresponde a uma amplificação de 1.232 ≈ 1.5 . i Outra forma de determinar velocidades vb,0 para outras probabilidades de excedência e outros períodos de referência consiste em usar o conceito de período de retorno. Pode-se demonstrar que (para o caso Português) a velocidade vb,0 correspondente a um período de retorno TR é dada por: ( ) cprob (TR ) = 0.7 − 0.077 ln − ln (1 − 1 / TR ) vb,0 (TR ) = c prob (TR ) ⋅ vb,0 6 O peeríodo de retorno TR deve seer expresso o em anoss. Se fizerm mos na ex xpressão acimaa TR = 50 anos , obtéém-se c probb (50) = 1.0 , como não o podia deiixar de serr. i O Eu urocódigo EC1-1-6 (Acções ( du urante a construção) recomendda os perío odos de retorno indicad dos a seguirr: A eestes perííodos probaabilidade: c prob 2 cpr rob 2 0.73 0.553 5 0.82 0.667 10 0.87 0.776 50 1.00 1.000 TR de retorno ndem correspon os seguintes coeficien ntes de 2 Notaa: O coeficciente cpro onde ao fa actor de reedução a aplicar à pressão b correspo dinâm mica. 3 Ru ugosidad de aerod dinâmic ca do terrreno i A vaariação da velocidade v do vento ccom a altu ura depende fortemennte da pressença de obstááculos que afectam o escoamen nto do ar. Para ter em e conta a influência a desses obstááculos no perfil p de veelocidades,, o EC1 deefine quatro categoriaas de terreeno, que se rep produzem no quadro seguinte ((pp. 97 e 156): 7 Notaa: z 0 e z m ois parâm metros utiliizados na quantificaação do perfil p de min são do veloccidades doo vento. O primeiroo é cham mado comp primento dde rugosid dade. O segun ndo é a alttura mínim ma a consid derar, abaix xo da quall se admitee que a vellocidade do veento é constante. Co omo referiaa o RSA, «a « razão deeste proceddimento deeve-se à impreecisão da definição das d velocid dades do vento v na vizinhança v imediata do d solo, ou seeja, até altturas da ordem o de ggrandeza das d alturas médias ddos obstácu ulos que caraccterizam a macrorrug gosidade doo terreno». i Os deesenhos segguintes ilustram cadaa uma das categoriass do terrenoo: Categgoria I Categgoria III Catego oria II Categ goria IV i Note--se que a categoria do terrenoo pode dep pender da direcção ddo vento, isto é, o terren no pode seer de um tipo t para uma deterrminada diirecção do vento e de d outro tipo para outrra direcção o. A categgoria de terreno t a considerarr para um ma dada direcção do ven nto depend de da rugossidade do solo nessa direcção e da extenssão com rugossidade de terreno un niforme deentro dum m sector an ngular de 30º, defin nido em tornoo da direcçção do ven nto ( ±15º )). As zona as de pequeena área ((inferior a 10% da área da zona considerad da) que ttenham um ma rugosid dade diferrente podeerão ser ignorradas. i No ccaso de exiistir na dirrecção de b barlavento o2 uma alteeração de rugosidadee, o NA (Cl. NA–4.3.2(2), p. 156)) estabelecce o seguin nte critério: Se a connstrução em m causa estiveer situada a menos de 2 Km d de um terreno da ca ategoria I, ou a men nos de 1 2 Barlaveento designa o lado de on nde sopra o vvento. Sotaveento designa o lado opostto. 8 Km d de um terrreno da cattegoria II oou III, deveerá ser utillizada a caategoria de terreno menoos rugosa (que é a ma ais desfavoorável). 4 Ve elocidad de do vento e prressão dinâmica d a i Uma vez definidas as condições loccais da esttrutura (zo ona e cateegoria do terreno) t deterrmina-se a chamada velocidade v de referên ncia do ven nto, dado ppor: vb = cdir cseason vb,0 , onde: – cddir é um coeficiente relacionad do com a direcção d do o vento, coonsiderando-se em geeral cdir = 1.0 . – csseason é o chamado coeficieente de sazão, s con nsiderandoo-se normalmente csseason = 1.0 . Sobree estes coeficientes, transcreve- se 2 notas constantess no NA (ppp. 155 e 156): 1 Por conseguintte, o coefiiciente de sazão deestina-se a ser usaddo apenas em SP transsitórias. i A veelocidade média m do vento v (istoo é, a veloccidade sem m o efeito da turbulêência) a uma altura z accima do solo é determ minada pela expressão: vm (z ) = cr (z ) ⋅ c0(z ) ⋅ vb . O cooeficiente cr (z ) é chamado c osidade, seendo quan ntificado coeficientee de rugo confoorme seguee: ⎛ z 0 ⎞⎟0.07 ⎛ z ⎟⎟ ln ⎜⎜ cr (z ) = 0.19 ⎜⎜⎜ ⎜⎝ z ⎝ 0.05 ⎠⎟ paraa z min ≤ z ≤ 200 m cr (z ) = cr (z min ) paraa z ≤ zmin m ⎞⎟ ⎟⎟ ⎟ 0⎠ i O cooeficiente c0(z ) é deesignado ccoeficiente de orogra afia. Nos casos corrrentes é tomaado com vaalor unitárrio. No enttanto, nos casos em que, q devidoo à orogra afia (por exem mplo, colinaas, falésias,, etc.), as vvelocidadess do vento sejam aum mentadas em e mais 9 de 5 %, o coeeficiente de d orografi a, que serrá então superior s a 1.00, dev verá ser quan ntificado dee acordo com c a Cl. 4.3.3 (p. 26), que recomendaa o proced dimento forneecido no An nexo A.3 (p. 99). Os effeitos da orografia o po oderão ser desprezad dos quando o o declive médio do terreno a barrlavento é inferior a 3° 3 (cl. 4.3.33 (2), p. 27 7). A Fiigura seguinte ilustra o aumen nto de vellocidade do d vento ddevido à orografia (Figu ura A.1, p. 100): Figurra: Ilustraçãão do aumen nto da veloccidade do vento devido o à orografiaa (Fig. A.1, p. 100) i A pressão din nâmica dee pico à altura z, q p (z ) , que q é a qque intereessa no dimensionamen nto (pois inclui i o eefeito das flutuaçõess da veloccidade do vento), obtém m-se a parttir da exprressão: 1 2 q p (z ) = (1 + 7I v (z )) ρ vm (z ) , 2 onde, – I v (z ) repressenta a chaamada inteensidade daa turbulênccia, dada poor: I v (z ) = 1 c0 (z ) ⋅ ln(z / z 0 ) Iv (z ) = Iv (zm min ) – para z min ≤ z ≤ 200 m para z < z miin ρ = 1.25 Kgg/m 3 i A pressão din nâmica dee pico poode tambéém ser ex xpressa naa seguintee forma altern nativa: q p (z ) = ce (z ) ⋅ qb , onde qb é cham mada pressão dinâmicca de referrência, dad da por: qb = 1 2 ρ vb , 2 e ce (z ) é chamaado coeficiiente de exp xposição. 10 O coeficiente de exposição é então dado por: ce (z ) = q p (z ) qb = (1 + 7I v (z )) 21 ρ vm2 (z ) 1 2 ρ vb 2 ⎛ vm (z )⎞⎟2 ⎟⎟ = = (1 + 7I v (z ))⎜⎜⎜ ⎝ v ⎠⎟ b ⎛cr (z ) ⋅ c0 (z ) ⋅ vb ⎟⎞2 2 ⎟⎟ = (1 + 7I v (z ))(cr (z ) ⋅ c0 (z )) = (1 + 7I v (z ))⎜⎜ ⎟⎠ ⎜⎝ v b Considerando o caso de terreno plano em que c0 = 1.00 , vem: 2 ce (z ) = (1 + 7I v (z ))(cr (z )) Substituindo nesta expressão, as expressões para I v (z ) e cr (z ) , vem: ⎞2 ⎛ ⎞⎟ ⎛⎜ ⎛ z 0 ⎞⎟0.07 ⎛ z ⎞⎟ 7 ⎟⎟ ⎜⎜0.19 ⎜⎜ ⎟⎟ ce (z ) = ⎜⎜⎜1 + ln ⎜⎜⎜ ⎟⎟⎟⎟⎟⎟ ⎜ ⎜ ln(z / z 0 ) ⎟⎠ ⎜⎜ ⎝ ⎝ 0.05 ⎠⎟ ⎝ z 0 ⎠⎟⎟⎟⎠ ⎝ Nota: No anexo B apresenta-se uma pequena rotina MATLAB para calcular pressões dinâmicas. i Apresenta-se de seguida um gráfico que mostra as pressões dinâmicas de pico em função da altura z acima do terreno, para a zona A e considerando cdir = cseason = c0 = 1.00 . 120 IV Altura acima do solo, z [m] 100 III II I 80 60 40 20 0 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 Pressão dinâmica de pico, q [kN/m ] 2 2.2 p Figura: Pressão dinâmica de pico, q p (z ) , para a zona A. i A relação das pressões dinâmicas de pico entre as zonas A e B é dada por: 2 q p (B ) = (30 / 27 ) q p (A) ⇔ q p (B ) = 1.23 q p (A) 11 5 Acções do vento i Para quantificar as forças devidas ao vento é necessário multiplicar as pressões dinâmicas de pico pelos coeficientes de forma, ou coeficientes aerodinâmicos, de acordo com a regra que vimos anteriormente: Força = (Coeficiente de forma)× (pressão dinâmica)× (área de referência). i Os coeficientes de forma dividem-se em dois grupos: – coeficientes de força, c f ; – coeficientes de pressão. Os coeficientes de pressão, por sua vez, divide-se em: – coeficientes de pressão exterior, c pe ; – coeficientes de pressão interior, c pi . i A principal diferença entre coeficientes de força e coeficientes de pressão é que os primeiros já incluem todos os efeitos relevantes, incluindo forças de atrito. i As forças exercidas pelo vento, Fw , determinam-se pelas expressões seguintes, conforme o tipo de coeficiente aerodinâmico (ou coeficientes de forma), especificado na Norma para cada caso concreto: 1. Quando são especificados coeficientes de força: Fw = cscd ⋅ ∑ (c f ⋅ q p (ze ) ⋅ Aref ) superfícies 2. Quando são especificados coeficientes de pressão: – Forças exteriores: Fw ,e = cscd ⋅ ∑ (cpe ⋅ q p (ze ) ⋅ Aref ) superfícies – Forças interiores: Fw ,i = ∑ (cpi ⋅ q p (zi ) ⋅ Aref ) superfícies – Forças de atrito: Ffr = c fr ⋅ q p (ze ) ⋅ Afr onde, cs cd é chamado coeficiente estrutural, quantificado mais à frente. q p (ze ) , q p (zi ) são as pressões dinâmicas de pico para as alturas de referência ze e zi . Aref é a área de referência especificada na Norma para cada situação. cfr é o coeficiente de atrito. Afr é a área de referência para efeitos de cálculo das forças de atrito. 12 i Em rrelação às forças de atrito (a serem qua antificadas para os eelementos para os quaiss sejam foornecidos coeficientes c s de pressã ão), poderrão ser ignnorados qu uando a área total de todas t as superfícies s paralelas (ou pouco o inclinadaas) em rela ação ao ventoo é igual ou o inferior a 4 vezess a área to otal de tod das as supperfícies ex xteriores perpeendicularess ao vento (nos ladoos de barla avento e de sotaventto) (cl. 5.3 3 (4), p. 32). i No caso dos ed difícios é necessário n ccalcular prressões exteeriores e ppressões intteriores. A prressão resu ultante num m elementto é a dife ferença enttre as presssões que actuam sobree as faces opostas, teendo em d devida contta os seus sinais. Utiiliza-se a seguinte s conveenção de sinais: s qua ando as forrças são ex xercidas co ontra a paarede, a prressão é consiiderada positiva. Qua ando as foorças actua am segundo o o sentidoo que se affasta da pared de, a pressão é consid derada neggativa, send do chamad da sucção. A Figura seguinte s ilustrra as presssões exteriiores e intteriores actuando nu um edifícioo e os resp pectivos sinaiss: Figurra: Ilustraçãão das pressões/sucçõess exercidas em e superfícies (EC1, F Fig. 5.1) 6 Co oeficientte estruttural Cs sCd i O cooeficiente estrutural cs cd tem eem conta o efeito de redução nna acção do d vento devid do à não siimultaneid dade na ocoorrência da as pressõess de pico e ainda o efeito e de ampllificação deevido às vibrações prrovocadas pela p turbullência em rressonância a com a estru utura. O coeeficiente esstrutural cscd pode s er encarad do como o produto p dee dois coefiicientes: o coeeficiente cs (coeficien nte de dimeensão) e o coeficiente cd (coeficciente dinâmico). i O EC C1 prevê alguns a cassos em quee se poderrá considerrar cs cd = 1 (ou seja a, casos onde se pode ad dmitir que há compe nsação doss efeitos refferidos). Sãão eles: 1. Edifícios de altura infeerior a 15 m m. 2. Elementos de d fachada a e de cobeertura cuja a frequência própria seja superrior a 5 H Hz. 13 Nota: As frequências próprias dos elementos de fachada e de cobertura poderão ser calculadas utilizando o Anexo F (vãos envidraçados inferiores a 3 m conduzem, geralmente, a frequências próprias superiores a 5 Hz). 3. Edifícios de estrutura porticada que contenham paredes resistentes e cuja altura seja inferior a 100 m e a 4 vezes a dimensão do edifício na direcção do vento. 4. Chaminés de secções transversais circulares e com uma altura inferior a 60 m e a 6,5 vezes o seu diâmetro. i Para outras obras de engenharia civil (excepto as pontes, que são consideradas na secção 8 da Norma) e para chaminés e edifícios não abrangidos pelos limites referidos em 3. e 4., cs cd deverá ser determinado a partir do procedimento descrito na cl. 6.3 (p. 33). O procedimento aí descrito é completado no Anexo B da Norma, que passou a normativo em Portugal. No Anexo C é indicado um procedimento alternativo. Na página 34 (Nota 3) é referido que «as diferenças entre os valores de cscd obtidos pelo Anexo C e os obtidos pelo Anexo B não excedem cerca de 5 %». 7 Edifícios e outras estruturas i Os coeficientes de força e pressão a aplicar em edifícios e outras estruturas (com exclusão das pontes, que são tratadas em secção separada) são apresentados na secção 7 do EC1. i Com o objectivo de facilitar a consulta dessa secção apesenta-se de seguida a sua estrutura: 7.1 Generalidades (p. 36) 7.1.1 Escolha do coeficiente aerodinâmico (p. 36) 7.1.2 Pressões e forças assimétricas (p. 37) 7.1.3 Efeitos do gelo e da neve (p. 37) 7.2 Coeficientes de pressão para edifícios (p. 38) 7.2.1 Generalidades (p. 38) 7.2.2 Paredes verticais de edifícios de planta rectangular (p. 39) 7.2.3 Coberturas em terraço (p. 42) 7.2.4 Coberturas de uma vertente (p. 44) 7.2.5 Coberturas de duas vertentes (p. 47) 7.2.6 Coberturas de quatro vertentes (p. 50) 7.2.7 Coberturas múltiplas (p. 52) 7.2.8 Coberturas em abóbada e cúpulas (p. 54) 7.2.9 Pressão interior (p. 55) 7.2.10 Pressão sobre paredes ou coberturas com mais de um pano (p. 57) 7.3 Coberturas isoladas (p. 59) 7.4 Paredes isoladas, platibandas, vedações e painéis de sinalização (p. 66) 7.4.1 Paredes isoladas e platibandas (p. 66) 7.4.2 Coeficientes de protecção para paredes e vedações (p. 69) 7.4.3 Painéis de sinalização (p. 69) 7.5 Coeficientes de atrito (p. 70) 7.6 Elementos estruturais de secção rectangular (p. 72) 7.7 Elementos estruturais de secção com arestas vivas (p. 73) 7.8 Elementos estruturais de secção poligonal (p. 74) 7.9 Cilindros de base circular (p. 75) 7.9.1 Coeficientes de pressão exterior (p. 75) 14 7.9.2 Coeficientes de força (p. 77) 7.9.3 Coeficientes de força para cilindros verticais dispostos em linha (p. 79) 7.10 Esferas (p. 80) 7.11 Estruturas treliçadas (p. 81) 7.12 Bandeiras (p. 84) 7.13 Esbelteza efectiva e coeficiente de efeitos de extremidade (p. 85) i A subsecção 7.13 destina-se à determinação de um coeficiente de redução da acção do vento, chamado coeficiente de efeitos de extremidade ψλ que tem em conta a redução da força exercida pelo vento caso o escoamento possa contornar as extremidades da construção. i Na impossibilidade de indicar neste resumo todas os casos previstos na secção 7, descrevem-se apenas alguns casos com interesse em edifícios comuns. i Os coeficientes de pressão exterior c pe aplicáveis a edifícios (que dependem das dimensões da superfície carregada A) são fornecidos para superfícies carregadas com áreas A de 1 m2 e de 10 m2, representados, respectivamente, por cpe,1 (coeficientes locais) e por c pe,10 (coeficientes globais). Os valores de cpe,1 destinam-se ao cálculo de elementos de pequena dimensão e de ligações com uma área igual ou inferior a 1 m2, tais como elementos de revestimento e elementos de cobertura. Os valores de c pe,10 são utilizados para superfícies carregadas de área igual a 10 m2, ou superior. Para superfícies carregadas com áreas compreendidas entre 1 e 10 m2 o EC1 recomenda a seguinte interpolação (p. 38): cpe = cpe,1 − (c pe,1 − cpe,10 ) log10 A c pe,1 c pe,10 1 10 A 7.1 Paredes verticais de edifícios de planta rectangular i Para efeitos da quantificação da acção do vento nas paredes, as paredes verticais são divididas em 4 zonas: A, B, C e D. Relativamente à zona D (que corresponde à parede de barlavento), a Figura seguinte indica as alturas de referência ze e os correspondentes perfis de pressão dinâmica, q p (z ) . Conforme se observa, os perfil depende da relação h / b , em que h é a altura do edifício e b a largura na direcção perpendicular ao vento em consideração. 15 Figurra: Perfil de pressão din nâmica a coonsiderar na a parede D (Fig. 7.4). i Relattivamente à parede de sotaven nto (paredee E) e parredes lateraais (zonas A, B e C), o EC1 recoomenda con nsiderar ap penas uma altura de referência,, igual á alltura do edifíccio, isto é, ze = h . Como C indiccado na Fig gura seguin nte, as dim mensões da as zonas A, B e C depen ndem do pa arâmetro ee, dado porr: ⎧⎪ b e=m min ⎪⎨ , ⎪⎪2h ⎩ em q que b, recorrde-se, é a dimensão do edifício na direcçã ão perpenddicular à veento em consiideração. 16 Figurra: Definiçãoo das zonas A, B e C d das paredes laterais (Fiig. 7.5). i Valorres dos coeeficientes de d pressão eexterior: Notaas: 1. Para valoress intermédios de h / d , poderá ser efectua ada uma innterpolação o linear. 17 2. Os valores do Quadro 7.1 também são aplicáveis às paredes de edifícios com coberturas inclinadas, tais como coberturas de duas vertentes e de uma vertente. 3. Para edifícios com h / d > 5 , o carregamento total devido ao vento poderá basear-se no disposto em 7.6 a 7.8 e em 7.9.2. do EC1. i Nos casos em que a força exercida pelo vento num edifício é calculada através da aplicação, em simultâneo, dos coeficientes de pressão c pe nas faces de barlavento e de sotavento do edifício (zonas D e E), poderá ser necessário ter em conta a falta de total correlação das pressões exercidas pelo vento nas duas zonas. A falta de correlação das pressões exercidas pelo vento, entre os lados de barlavento e de sotavento, poderá ser considerada como esquematizado na Figura: factor de redução 1.00 0.85 1 5 h/d Figura: Factor de redução a aplicar à soma das pressões dinâmicas nas zonas D e E. 7.2 Coberturas de duas vertentes i A cobertura, incluindo os beirados, deverá ser dividida em zonas conforme é representado na Figura seguinte. A altura de referência ze deverá ser considerada igual a h. 18 Figurra: Zonas em m cobertura as de 2 verteentes (Fig. 7.8) Notaa: O ânguloo θ = 0º reefere-se aoo caso em que q o vento actua peerpendicula armente à cum meeira (ou revessa, dependendoo do caso). 19 i Vocaabulário: ridgee cumeeira a trouggh revessa upwind face vertentee de barlav ento down nwind face vertentee de sotave nto i Os coeficientes de pressã ão a utiliz ar para ca ada zona são forneciidos nos Quadros seguiintes: 20 7.3 B Beirados i Nos b beirados das coberturas, a presssão na facce inferior é igual à ppressão apllicável à zona da paredee vertical directament d te ligada ao a beirado e a pressão ão na face superior s é igual à pressãão definida para a cob bertura na a zona em causa c (cl. 77.2.1 (3), p. p 38). Figurra: Pressões a aplicar nos n beiradoss das coberturas (Fig. 7.3, 7 p. 39) 7.4 Pressão in nterior i As prressões interiores resultam da eexistência de aberturras nas fachhadas e co obertura dos eedifícios. As A abertura as de um eedifício inccluem abertturas de ppequena dim mensão, tais ccomo janellas abertass, ventiladoores, cham minés, etc. No entantto, até mesmo em consttruções fecchadas, é necessárioo prever uma u presssão interioor devido a uma perm meabilidade secundária, associad da por exem mplo a passsagens de ar no conttorno de portaas, janelas e equipam mentos. e exterio res devem i As p pressões interiores i m ser con nsideradas como acctuando simulltaneamentte, isto é, os coeficieentes de pressão p extterior e int nterior ( cpee e c pi ) devem m ser somaados (vecto orialmente ). i Para efeitos daa determina ação dos cooeficientes de pressão o interior, c pi , o EC1 define o chaamado índice de aberrturas, μ ((cl. 7.2.9 (6 6), p. 56). No entantto a Norm ma refere que, quando nãão seja posssível calcu ular o valo or de μ parra um deteerminado caso, c ou 21 tal cálculo nãoo se consid dere justifiicado3, o coeficiente c c pi deverrá ser conssiderado com o valor maais gravoso o de entre: ⎧⎪+0.2 (caaso a) cpi = ⎪ ⎨ ⎪− ⎪⎩ 0.3 (caaso b) 0.2 0.2 2 0.3 0.2 0.2 0.3 0.3 caso a 0.3 caso b Figurra: Pressões interiores a considerarr em constru uções em qu ue não seja possível callcular o índicee de aberturras. 7.5 C Coeficienttes de atrrito i Comoo vimos anteriormen a nte as forçças de atrito podem m ser dispeensadas em m certos casoss. Nos casoos em que tais forçaas deverão ser contab bilizadas, ddeverão utilizar-se os cooeficientes de d atrito in ndicados n o Quadro seguinte: i As árreas de refferência Afrf , sobre ass quais se deverão d ap plicar as forrças de atrrito, são as ind dicadas naa Figura seguinte: 3 Por ex xemplo em construções c fechadas f e e m que seja pouco prová ável a existêência de vãos abertos durante a ocorrência de vento inttenso. 22 Figurra: Áreas dee referência para as forçças de atrito. Notaa: A área de d referênciia sombreaada na Figu ura corresp ponde aos ppontos localizados para além dum ma distânciia dos canttos de barrlavento ig gual ao meenor dos seeguintes valorres: 2b e 4h h. i A alttura de refe ferência ze deverá serr considera ada igual à altura da construção acima do soolo, h. Exem mplo: considere o ediffício industtrial repressentado na Figura segguinte: Zona A 20.00 Terreno coom rugosid dade tipo III cdir = 1.000 cseason = 1..00 c0 = 1.00 (coeficientee de orogra afia) Não existeem beirados 5.00 W α = 15º 5.00 0 5.00 Quantifiqu ue a acção o vento nas n paredees de barla avento e sotavento e na coberrtura, para a direcçãoo indicada. 10.00 23 Resolução Coeficiente estrutural Atendendo a que o edifício tem altura inferior a 15 m, considera-se cscd = 1.00 ; Pressão dinâmica de referência Zona A ⇒ vb,0 = 27 m/s ; vb = cdir cseason vb,0 = 27 m/s ; qb = 1 2 1 ρ vb = (1.25)(27)2 = 0.46 kN/m2 ; 2 2 Pressão dinâmica de pico ⎪ b = 20 m⎫ ⎪ ⇒ h ≤ b ⇒ altura de referência única, z = h = 5 m ; ⎬ e h = 5 m⎪ ⎪ ⎭ terreno tipo II ⇒ z 0 = 0.05 m ; z min = 3 m ; 0.07 ⎛ ⎞2 ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎟ ⎜ 7 ⎟⎟ ⎜⎜0.19 ⎜⎜ 0.05 ⎟⎟ ln ⎜⎜ 5 ⎟⎟⎟⎟ = 1.93 ; ce (5) = ⎜⎜1 + ⎟ ⎟ ⎜⎝ ⎜⎝ 0.05 ⎠⎟⎟ ⎜⎝ 0.05 ⎠⎟⎟⎟⎟⎟ ln(5 / 0.05)⎠ ⎜⎜⎜ ⎝ ⎠ q p (ze ) = 1.93 × 0.46 = 0.89 kN/m2 ; Coeficientes de pressão exterior para as paredes (Quadro 7.1) h / d = 5 / 10 ; Parede D cpe,10 = +0.73 ; (obtido por interpolação) Parede E cpe,10 = −0.37 ; (obtido por interpolação) Coeficientes de pressão exterior para a cobertura θ = 0º ; α = 15º ; e = min{20, 2 × 5} = 10 m ; 1.0 Zona G; cpe,10 Zona H; cpe,10 Zona I; cpe,10 Zona J; cpe,10 ⎧ ⎪−0.8 ; =⎪ ⎨ ⎪+ 0.2 ⎪ ⎩ ⎧ ⎪−0.3 ; =⎪ ⎨ ⎪+ 0.2 ⎪ ⎩ ⎧ ⎪−0.4 ; =⎪ ⎨ ⎪ 0.0 ⎪ ⎩ ⎧ ⎪−1.0 ; =⎪ ⎨ ⎪ 0.0 ⎪ ⎩ 0.8 0.3 0.4 caso 1 0.2 0.0 caso 2 24 Coeficientes de pressão interior Não estando definidas as aberturas existentes no edifício, utiliza-se coeficientes de pressão interior recomendados na Nota 2, p. 57, do EC1: ⎧⎪+0.2 (caso a) cpi = ⎪⎨ ⎪− ⎪⎩ 0.3 (caso b) Resumo dos coeficientes de pressão: 1.0 0.8 0.8 0.3 0.3 0.4 0.2 0.73 1.0 0.2 0.2 0.3 0.2 0.37 0.73 0.3 0.2 0.2 0.2 0.37 caso 1b 0.0 0.2 0.73 0.3 0.3 caso 1a 0.2 0.4 0.0 0.3 0.2 0.37 0.73 caso 2a 0.3 0.3 0.3 0.37 caso 2b Conforme se observa, apenas são relevantes os casos 1a e 2b. Forças de atrito Uma vez que a área total de todas as superfícies paralelas em relação ao vento é igual ou inferior a 4 vezes a área total de todas as superfícies exteriores perpendiculares ao vento, as forças de atrito podem ser ignoradas (Cl. 5.3 (4), p. 32) Pressões resultantes pw = (cpe + cpi )q p (ze ) 25 1.05 1.07 0.53 0.45 0.27 caso 1a 0.07 0.51 0.45 0.47 0.89 0.92 1.05 caso 2b Os valores indicados estão em kN/m2. Nota: Para cada um dos casos mostrados é necessário considerar também o respectivo simétrico (vento a soprar da direita), obtendo-se assim 4 casos de carga. A acção do vento é dada pela envolvente desses 4 casos. 26 8 Po ontes 8.1 A Acção do vento no tabuleiro o i Tiposs de tabuleeiros abran ngidos pelaa Norma: i Com respeito à aplicabiilidade doo método previsto na n Norma (análise estática equiv valente basseada em coeficientes c s de força), convém teer presentee que: m arco, po 1. A Alguns tiposs de pontees não cobeertas pela Norma N são o: pontes em ontes de tirantes, pon ntes suspen nsas e ponttes com cu urvatura accentuada. 2. A Cl. 8.1 refere tam mbém que a Norma a se aplica a tabulleiros com m altura coonstante. No N entanto o, o NA reefere que a podemos aplicar, ccom as neccessárias ad daptações, a tabuleiros com alt ura variáv vel. 27 3. O método é aplicávell a pontes correntes com vão até 125 m (Cl. NA A–8.2(1), N Nota 1, p. 159). 1 i Podee-se consideerar no tab buleiro cscd = 1 (Cl. 8.2, Nota 2, 2 p. 90) i Sistem ma de eixoos usados na n Norma: i De aacordo com m a Cl. 8..1(3), p. 889: «As fo orças prod duzidas nass direcções x e y devem m-se a veento sopra ando em ddirecções diferentes e, normaalmente, não n são consiideradas em m simultân neo. As forrças produ uzidas na direcção d z ppodem resultar de vento o soprando o numa la arga gamaa de direcçções; no caso c de esstas forçass serem desfa avoráveis e significattivas, deveerão ser considerada c as simultan neamente com as força as produzid das em qualquer outraa direcção» ». Notaa: Considerraremos aq qui apenass as força as na direccção x. Paara as forças nas direcções z e y, ver as Cl. 8.3.3 (p. 994) e 8.3.4 (p. 95), reespectivam mente. 8.1.1 F Forças na direcção x – Método geral i Para calcular as a forças acctuantes n na direcção o x aplica-sse as formuulações antteriores, consiiderando cscd = 1 , istto é: Fw,x = c f ,x ⋅ q p (ze ) ⋅ Aref ,x , com q p (ze ) = 1 2 ρ vb ce (ze ) . 2 ma, vem: Substtituindo essta expressão na exprressão acim Fw,x = 1 2 ρ vb ce (ze ) ⋅ c f ,x ⋅ Aref ,x . 2 Substtituindo o produto ce (ze ) ⋅ c f ,x por C tem m-se: Fw ,x = 1 2 ρ vb ⋅ C ⋅ Aref ,x , 2 com, C = ce (ze ) ⋅ c f ,x ze poderá ser consid i «A a altura de referência r derada com mo a distân ância entre o nível mais baixo do solo e o nível cen ntral da estrutura e do d tabuleirro da pon nte, não 28 consiiderando as a outras partes p dass áreas de referência a (por exeemplo, os guardacorpo os)» (Cl 8..3.1(6), p. 93). i Representando por c fx ,0 o coeficien nte de forçça num eleemento em m que não há livre escoaamento em m torno dass extremid dades, que é a situação típica ddos tabuleiros das pontees, pode esscrever-se: c f ,x = c fx ,0 . Para situações normais po oderá conssiderar-se: c fx ,0 = 1.3 Em aalternativaa poderá ussar-se a Figgura seguin nte (Figura a 8.3, p. 911): 29 Legen nda: a) fasee de construçãoo, guarda-corpo os vazados (com m mais de 50 % de aaberturas) e guaardas de segura ança vazadas b) com m guarda-corposs ou guardas dee segurança nãão vazados e barreira anti-ruíd do ou tráfego i Correecções a effectuar a cfx f ,0 : 1. «Nos casos em que a face expoosta ao veento é incliinada em relação à vertical (...), cfx,0 poderá p serr reduzido de 0,5% por grau de inclinaçção em reelação à veertical, α1, com uma redução m máxima de 30%» (Cl. 8.3.1 (2), p. 91). 2. «Nos casos em que o tabuleiro tem uma inclinação o transverssal, cfx,0 devverá ser au umentado de 3% porr grau de iinclinação,, com um aumento m máximo dee 25 %» (C Cl. 8.3.1 (33), p92). i Relattivamente à área Areff ,x , consideera-se: Aref ,x = dtot L , onde dtot deverrá ser calcu ulado de accordo com as cláusula as seguintees: 1. Caso de com mbinações sem s carga de tráfego (Cl. 8.3.1(4), p. 92):: 30 2. Caso de com mbinações com c carga de tráfego o (Cl. 8.3.1(5), p. 93): 31 8.1.2 F Forças na direcção x – Método simplificad do i Reproduz-se dee seguida a Cl. 8.3.2 ((1) que esp pecifica este método: i O NA A estabelecce (Cl. NA 8.3.2(1), p p. 159) quee: Ou sseja, para efeitos de quantificaação das fo orças devid das ao vennto nos tabuleiros das p pontes, con nsidera-se sempre: s – ze ≥ 20 m ; – R Rugosidade no máxim mo Tipo II. i Justiificação doss valores co onstantes n no Quadro o 8.2: Vimoos que: C = ce (ze ) ⋅ c fx . Ora, consideran ndo coeficieente de oroografia uniitário ( c0 (z ) = 1 ), tem m-se: 32 ⎞2 ⎞⎟ ⎛⎜ ⎛ ⎛ z 0 ⎞⎟0.07 ⎛ z ⎞⎟ 7 ⎟ ln ⎜⎜ ⎟⎟⎟⎟⎟⎟ ⎟ ⎜⎜0..19 ⎜⎜ ce (z ) = (1 + 7I v (z ))(cr (z )) = ⎜⎜1 + ⎜⎝ ⎜⎝ 0.05 ⎟⎟⎠ ⎜⎝ z 0 ⎟⎠⎟⎟ ln (z / z 0 )⎟⎟⎠ ⎜⎜⎜ ⎝ ⎠ 2 Podeemos entãoo escrever, para uma situação geenérica: ⎞2 ⎛ ⎛ z 0 ⎞⎟0.07 ⎛ z ⎞⎟ ⎞⎟ ⎛⎜ 7 ⎟⎟ l n ⎜⎜ ⎟⎟⎟⎟⎟⎟ ⋅ c fx ⎟⎟ ⎜⎜0.19 ⎜⎜ C = ⎜⎜⎜1 + ⎜ ⎜ ⎜⎝ z ⎟⎠⎟⎟ f ⎟⎠ ⎟ ln( 0.05 z / z ) ⎜⎝ ⎝ ⎝ 0 ⎠⎜ 0 ⎠ Partiicularizand do agora pa ara Terrenoo Tipo II, tem-se: z 0 = 0.05 . P Portanto: 2 ⎞⎟⎜⎛ ⎛ ⎛ z ⎞⎟⎞⎟ 7 ⎜ ⎜ ⎟ ⎜0.19 ln ⎜ ⎟⎟ C = ⎜⎜1 + ⎜⎝ 0.05 ⎟⎟⎠⎠⎟⎟ ⋅ c fx ln(z / 0.05) ⎟⎟⎠ ⎜⎜⎝ ⎝ ( 50) ; Substtituindo nesta n exp pressão oss casos (c fx , ze ) = (2.4,20) ; (c fx , ze ) = (2.4, (c fx , ze ) = (1.3,220) ; (c fx , ze ) = (1.3,200) , obtém--se os 4 va alores indiicados no Quadro 8.2 d da Norma. 8.2 A Acção do vento nos pilares i Para o vento actuando o nos pilaares poderrão usar-se os coefficientes de d força especcificados nas n Cl. 7.6 6, 7.8, ou 7.9.2. Esta as secções especificaam coeficieentes de forçaa, pelo quee a força devida aoo vento actuante no os pilares é calculada pela expreessão: Fw = cscd ⋅ ∑ (c f ⋅ q p (ze ) ⋅ Aref ) superffícies ze , Calgaro et al. (2010), basseado na Cl. i Em rrelação à altura a de referência r C 7.2.2 (que se refere a edifícios) sugere: Figurra: Perfil de pressões diinâmicas a aadoptar em m pilares (Ca algaro et al,, 2010). i No ccaso da construção c por avan nços em consola, c deve-se d connsiderar, na fase consttrutiva, a possibilida ade de asssimetria das acções do vento.. O proced dimento 33 recomendado pela norma «consiste em eliminar a carga de cálculo do vento nas partes da construção em que a sua acção produza um efeito benéfico» (Cl. 8.4.2, p96). Exemplo: Quantificar a acção do vento transversal actuante na PS representada na Figura junta. Considerar Zona A e terreno com rugosidade do tipo II. Considerar ainda valor unitário para o coeficiente estrutural, tanto para o tabuleiro como para o pilar. Resolução Vento no tabuleiro — situação sem carga de tráfego Fw = 1 ρ ⋅ vb2 ⋅ C ⋅ Aref ,x 2 Zona A ⇒ vb,0 = 27 m/s Considerando cdir = 1.0 e cseason = 1.0 , tem-se: vb = 1.0 × 1.0 × 27 = 27 m/s Coeficiente C (Quadro 8.2): dtot = 1.50 + 0.60 = 2.10 m (Quadro 8.1, guarda-corpo vazado nos dois lados) b / dtot = 10 / 2.10 = 4.76 m ; Como ze ≤ 20 m , tem-se: C = 3.6 Área de referência (por metro de tabuleiro): Aref ,x = dtot × 1 = 2.10 m2 /m Fw = 1 1 ρ ⋅ vb2 ⋅ C ⋅ Aref ,x = × 1.25 × 272 × 3.6 × 2.10 = 3.4 KN/m 2 2 34 Vento no tabuleiro — situação com carga de tráfego Coeficiente c fx ,0 (Figura 8.3): dtot = 1.35 + 2.00 = 3.35 m (Quadro 8.1, guarda-corpo vazado nos dois lados) b / dtot = 10 / 3.35 ≈ 3.00 m ⇒ c fx ,0 = 1.61 (Figura 8.3, por interpolação); Coeficiente de exposição, ce (ze ) , considerando ze = 20 m : 2 ⎛ ⎞⎟⎜⎛ ⎛ 20 ⎟⎞⎞⎟ 7 ⎟ ⎜0.19 ln ⎜⎜ ⎟⎟ ; ce (ze ) = ⎜⎜⎜1 + ⎜⎝ 0.05 ⎟⎟⎠⎟⎟⎠ = 2.81 ln(20 / 0.05)⎟⎟⎠ ⎜⎝⎜ ⎝ Coeficiente C : C = ce (ze ) ⋅ c fx ,0 = 2.81 × 1.61 = 4.52 ; Área de referência (por metro de tabuleiro): Aref ,x = dtot × 1 = 3.35 m2 /m Fw = 1 1 ρ ⋅ vb2 ⋅ C ⋅ Aref ,x = × 1.25 × 272 × 4.52 × 3.35 = 6.9 KN/m 2 2 Vento nos pilares Fw = cscd ⋅ ∑ (c f ⋅ q p (ze ) ⋅ Aref ) superfícies De acordo com o enunciado cscd = 1 ; Coeficiente de exposição para ze = 8 m : 35 ⎞2 ⎛ ⎞⎟ ⎜⎛ ⎛ 0.05 ⎞⎟0.07 ⎛ 8 ⎞⎟ 7 ⎟⎟⎟⎟ = 2.21 ⎟⎟ ⎜⎜0.19 ⎜⎜ ⎟⎟ ln ⎜⎜⎜ ce (8) = ⎜⎜⎜1 + ⎟⎟⎟⎟ ⎜ ⎜ ⎟ ⎟ ln(8 / 0.05) 0.05 0.05 ⎝ ⎠ ⎜⎝⎜ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎟⎠ Pressão dinâmica de pico: 1 1 q p (z ) = ce (z ) ⋅ qb = ce (z ) ⋅ ρ ⋅ vb2 = 2.21 × × 1.25 × 272 = 1007 N/m2 2 2 O coeficiente de força determina-se com base na Cl. 7.9.2. Tem-se: c f = c f ,0 ⋅ ψλ ; 2 ×qp 2 × 1007 1.00 × ρ b ⋅ v(ze ) 1.25 = 2 675 984 ; Re = = = − 6 15 × 10 15 × 10−6 15 × 10−6 b× k = 0.2 mm (betão liso, Quadro 7.13) k / b = 0.2 × 10−3 / 1.00 = 0.0002 c f ,0 = 1.2 + (b é o diâmetro do pilar) 0.18 log(10 × k / b) 0.18 log(0.002) = 1.2 + = 0.785 ; 6 1 + 0.4 log(2.676) 1 + 0.4 log(Re/ 10 ) Adopta-se ψλ = 1.00 ; Assim, a força nos pilares devida ao vento tem o seguinte valor: Fw = cscd ⋅ ∑ (c f ⋅ q p (ze ) ⋅ Aref ) = 0.785 × 1.00 × 1.00 = 0.785 KN/m superfícies 36 Anexo A — Justificação da fórmula 4.2 do EC1 i Se for necessário valores de vb,0 para uma probabilidade de excedência p diferente de 0.02, pode usar-se a seguinte expressão (Cl. 4.2, p. 23. p. 156): vb,0 (p) = c prob vb,0 , com cprob dado por: cprob = 1 − 0.11ln(− ln(1 − p)) = 0.7 − 0.077 ln (− ln(1 − p)) 1 − 0.11ln(− ln(0.98)) De acordo com o NA (p. 161), esta expressão corresponde a admitir que os valores máximos anuais da velocidade média do vento (em períodos de 10 min) são modelados por uma distribuição de extremos do tipo I (distribuição de Gumbel) com um coeficiente de variação igual a 0.13. i Justificação: Admite-se que a velocidade do vento máxima anual segue uma distribuição Gumbel com parâmetros u e α , isto é, V ∼ Gumb(u, α) , cuja inversa é dada por: FV−1(x ) = u − (1 / α)ln(− ln x ) . Por conseguinte, para uma probabilidade de excedência p, tem-se: ⎛ ⎞ 1 v(p) = u − (1 / α)ln (− ln(1 − p)) = u ⎜⎜⎜1 − ln (− ln(1 − p))⎟⎟⎟ αu ⎝ ⎠⎟ (1) Em particular, para p = 0.02 , tem-se: ⎛ ⎞ 1 v(0.02) = u ⎜⎜⎜1 − ln (− ln 0.98)⎟⎟⎟ ⎟⎠ αu ⎝ (2) Dividindo (1) por (2) tem-se: ⎛ ⎞ 1 u ⎜⎜1 − ln (− ln(1 − p))⎟⎟⎟ 1 − 1 ln (− ln(1 − p)) ⎜⎝ αu v (p ) ⎠⎟ αu = = ⎛ ⎞ v(0.02) 1 1 1− ln (− ln 0.98) u ⎜⎜1 − ln (− ln 0.98)⎟⎟⎟ ⎜⎝ αu αu ⎠⎟ Portugal adoptou 1 / (αu ) = 0.11 , obtendo-se então: v(p) = 1 − 0.11ln (− ln(1 − p)) 1 − 0.11ln (− ln 0.98) ( ) v(0.02) = 0.7 − 0.077 ln (− ln(1 − p)) v(0.02) Observe-se que 1 / (αu ) = 0.11 corresponde a um coeficiente de variação σ / μ de 0.13. Com efeito: 37 π σ = μ 6α 0.755 u+ α π = 6α αu + 0.755 α = π 6 (αu + 0.755) = π 6 (1 / 0.11 + 0.755) = 0.13 Anexo B — Rotina MATLAB para o cálculo de pressões dinâmicas % Script file: vento.m % % Objectivo: Determinação da pressão dinâmica de pico (qp) segundo o EC1. % % Notas: % 1 - Admite-se valore unitários para o parâmetros cdir, c_season e c0(z). % 2 - os resultados vêm dados em kN/m2 % % Data: Janeiro de 2014 % clear; clc; format compact % % DADOS % zona = 1; % Zona de vento; 1 = zona A; 2 = zona B; terreno = 2; % Rugosidade do terreno; z = 5; % altura [m] acima do solo a que se pretende calcular qp; % % Definições % vb_0 = [27 30]; z_0 = [.005 .05 .3 1.0]; z_min = [1 3 8 15]; r = 1.25; % Massa específica do ar; % % Cálculos % vb = vb_0(zona) z0 = z_0(terreno); zmin = z_min(terreno); z = max([z zmin]); % ce = (1 + 7/log(z/z0))*(0.19*(z0/.05)^.07*log(z/z0))^2 qb = .5*r*vb^2/1000 qp = ce*qb Anexo C — Comparação RSA / EC1 i Tem interesse comparar as velocidade dos vento e pressões dinâmicas obtidas com o RSA e o EC1, dada a importante diferença nos quantis usados num e noutro documento. Como refere o NA do EC1 «os valores característicos da velocidade do vento no EC1 correspondem ao quantilho 0,98 da distribuição de probabilidade dos valores máximos anuais (ou seja, trata-se de valores com uma probabilidade anual de serem excedidos igual a 0,02), ao passo que os valores característicos adoptados 38 no RSA correspondem ao quantilho 0,95 da distribuição de probabilidade dos valores máximos em períodos de 50 anos» (cl. NA.4.3, p. 160). i Compara-se apenas velocidades e pressões dinâmicas para a zona A do EC1 que coincide com a zona A do RSA. Em relação à zona B, tanto o RSA como o EC1 preconizam um aumento de velocidade de cerca de 10% em relação à velocidade para a zona A. C.1 Velocidade média do vento i Em relação à velocidade média do vento (velocidade sem o efeito da turbulência), o RSA apresenta a seguinte expressão para terreno com rugosidade do tipo II, zona A (Anexo I): 0.20 v = 25 (h / 10) , em que h é a altura acima do terreno. Assim, para h = 10 m , tem-se v = 25 m/s . Este valor é comparável com o valor vb,0 = 27 m/s especificado no quadro NA.I do EC1. i Verifica-se assim que o EC1 é mais gravoso que o RSA, apesar dos valores do EC1 corresponderem a um período de retorno bastante inferior. C.2 Rugosidade do terreno i Em relação às categorias de rugosidade do terreno, não há uma equivalência perfeita entre os dois regulamentos. O RSA previa apenas duas categorias enquanto que o EC1 prevê 4: Categorias do terreno segundo o RSA Categorias do terreno segundo o EC1 I Locais situados no interior de zonas urbanas em que predominem edifícios de médio e grande porte. I Zona costeira exposta aos ventos de mar. II Restantes locais, nomeadamente zonas rurais e periferia de zonas urbanas. II Zona de vegetação rasteira, tal como erva, e obstáculos isolados (árvores, edifícios) com separações entre si de, pelo menos, 20 vezes a sua altura. III Zona com uma cobertura regular de vegetação ou edifícios, ou com obstáculos isolados com separações entre si de, no máximo, 20 vezes a sua altura (por exemplo: zonas suburbanas, florestas permanentes). IV Zona na qual pelo menos 15 % da superfície está coberta por edifícios com uma altura média superior a 15 m. 39 i Podemos então concluir que: 1. A categoria IV do EC1 corresponde à categoria I do RSA. 2. A categoria II do EC1 corresponde sensivelmente à categoria II do RSA. 3. As categorias I e III do EC1 não têm correspondência directa com o RSA. C.3 Pressão dinâmica de pico i O gráfico seguinte mostra as pressões dinâmicas de pico referentes a zona A , para ambos os regulamentos: 120 EC1, IV EC1, III EC1, II EC1, I Altura acima do solo, z [m] 100 80 RSA, I RSA, II 60 40 20 0 0.8 1 1.2 1.4 1.6 Pressão dinâmica de pico, q [kN/m2] 1.8 2 2.2 p Figura: Pressões dinâmicas para a zona A segundo o RSA e EC1. i Observando a Figura, podemos tirar as seguintes conclusões: 1. Comparando a pressão dinâmica associada à categoria IV do EC1 com a pressão dinâmica associada à categoria I do RSA, verifica-se que o EC1 é menos gravoso. 2. Relativamente às outras categorias, constata-se que globalmente o EC1 é mais gravoso. 3. No entanto, para construções com alturas abaixo dos 10 metros, o EC1 é menos gravoso que o RSA. C.4 Valores reduzidos da pressão dinâmica i O seguinte Quadro compara os coeficientes ψ de um e outro regulamento: 40 Regulamento ψ0 RSA 0.4* 0.2 0 EC1 0.6 ψ1 ψ2 0.2 0 * No caso de edifícios em que a sobrecarga preponderante não é a concentração de pessoas (escritórios, cozinhas de hotéis, arquivos, etc.) o RSA especifica ψ0 = 0.6 nas combinações em que a sobrecarge é a acção variável base. i Verifica-se assim uma certa aproximação de valores entre um e outro regulamento. 41