Design Brasileiro

Transcription

Design Brasileiro
Design Brasileiro
C
Produtos populares descartáveis que não contam ainda com um
eficiente sistema de coleta seletiva, gadgets que dependam de
baterias elétricas e produtos relacionados aos “modismos” e
obsolescência do mercado, contribuem significativamente para
o aquecimento global, de forma diretamente proporcional ao seu
sucesso de vendas. Daí a importância da postura do profissional de
design frente a estas questões para discutir, junto aos empresários,
Popular disposable products that are not collected for recycling,
gadgets that use electrical batteries, ‘faddish’ products or products
prone to obsolescence greatly contribute to global warming, and this
contribution is directly proportional to the product’s sales success.
That is why designers play an important role, together with entrepreneurs, in finding ways to reduce these negative aspects and turn
them into a basis for strategic innovation. The same is true of other
relevant Brazilian issues, such as the progressive aging population,
the increase in the purchase power of the lower class, the evolution
o contrário do que as pessoas normalmente imaginam, o
design é uma atividade humana que vai (e precisa ir) muito
além da discussão plástica dos objetos. Estudar o comportamento
humano e saber analisar os dados para materializar conceitos que
sejam benéficos para o indivíduo e para a sociedade é o objetivo
central do design. Não importa se o objeto em questão é um novo
produto, uma logomarca ou um website. Tudo pode ser redesenhado para melhorar o que já existe, ou melhor ainda, para apresentar uma nova possibilidade de realidade. Trata-se, portanto,
de dar forma hoje ao que queremos para o mundo de amanhã.
ontrary to what people usually believe, design is a human
activity that goes (and has to go) far beyond a mere plastic
discussion about objects. Design aims mainly at studying human
behavior and analyzing the data obtained to materialize concepts
that are beneficial to people and society. The object in question
can be a new product, a logo or a website. Everything can be redesigned to improve its characteristics, or better yet, to generate a new
reality. Thus, it means shaping today what we wish for tomorrow.
swisscam nº48 04/2007
01
editorial
A
editorial
Brazilian design
editorial
editorial
as melhores formas de minimizar estes aspectos negativos e
transformá-los em pontos de inovação estratégica. O mesmo vale
para todas as outras questões sociais brasileiras, como o progressivo envelhecimento da população, o crescimento do poder de
compra da classe D, a evolução do segmento de luxo, etc. Segmentam-se assim a maior parte dos produtos reconhecidos como
referência (“objetos de desejo”) e suas versões diluídas em diferentes graus, que possuem somente alguns itens vestigiais do
objeto/conceito original.
A abrangência do termo e a falta de regulamentação contribuem
também para que as mais variadas abordagens e definições de
design coexistam no Brasil. Algumas delas, de acordo com as
várias escolas mundiais de design, defendem a expressão pessoal
do designer como artista, outras exploram inteligentemente
os aspectos técnicos de fabricação, outras privilegiam novos conceitos, só para citar algumas.
Logicamente, o ideal deveria estar sempre no
equilíbrio harmônico de todos estes aspectos.
of the luxury segment, and so on. This way, most products recognized
as references (dream objects) are segmented and turned into diluted
versions of the original objects/concepts, retaining little resemblance
to them.
The broadness of the term ‘design’ and the lack of regulation in the
design area have led to the creation of different approaches and
definitions in Brazil. Some of them, as adopted by various international
design schools, defend that designers should express themselves as
artists; others intelligently exploit the technical aspects of manufacturing; others focus on new concepts; just to mention a few. Naturally,
all these aspects should be present and harmoniously balanced.
The way I see it, Brazil still has to go a long way for local entrepreneurs
to fully use design, focusing on people and using it as a powerful
management tool.
Em minha opinião, existe ainda um longo caminho
a se percorrer no Brasil para que os empresários
locais utilizem o design em sua plenitude, totalmente focado no ser humano e como uma
poderosa ferramenta de gestão.
Alguns empresários brasileiros já se deram conta
desta oportunidade e desenvolveram produtos com
foco no design orientado ao ser humano, como a
Spy Eyewear, fabricante brasileiro de óculos de sol,
que desenvolveu, junto com designers industriais,
vários modelos esportivos considerando as solicitações de atletas brasileiros nas mais diversas modalidades. O resultado é um produto extremamente
flexível, inquebrável, isento de elementos metálicos
e com peças encaixadas em sua linha de produção.
Resultado deste projeto foi o reconhecimento do
mercado internacional e o aumento significativo
da fatia de mercado brasileiro, além da conquista
de quatro selos Design Excellence Brazil e de
diversos prêmios internacionais de design, como
o Opus Design Award, no Japão.
Fábio Righetto
é Diretor da Domus
Industrial Design e
Coordenador de Design
da Fundação Armando
Some Brazilian entrepreneurs have realized how to
take advantage of this opportunity to develop products
whose design focuses on people. For instance, Spy
Eyewear, a Brazilian manufacturer of sunglasses, has
developed, in partnership with industrial designers,
sunglasses specifically designed for Brazilian athletes.
The result was a highly flexible unbreakable product
without metal parts whose structure is fitted together
in the company’s assembly line. As a result, the project
has been recognized by the international market, and
the company increased its share in the Brazilian market,
besides being awarded four Design Excellence Brazil
certifications and several international design awards,
such as the Opus Design Award, from Japan.
Every time a new product is launched on the market,
a new opportunity arises for companies to introduce a
new concept, which can receive a trademark and beFábio Righetto
come a new reference in the consumer’s mind, getting
is director of Domus
him/her away from the competition and creating a
Industrial Design and
change in the way the market moves, as shown by
Design Coordinator at
Apple, a leading computer company that developed
Fundação Armando
the iPhone, offering a multiple product (the iPhone
Álvares Penteado (FAAP)
combines a cell phone, a large monitor with one-touch
control and Internet access), thus redefining what
people can do with a simple cell phone. This is incredible, especially
Cada novo produto lançado no mercado torna-se então uma
because the product was launched by a company that had never
oportunidade de apresentar um novo conceito que, além de ser
developed a cell phone before, and surprised the market by launching
passível de registro, possibilita uma nova referência na mente do
a product that will become a reference for the large multinational
consumidor, afastando-o da concorrência e criando uma mudança
companies that specialize in the cellular telephony segment.
de movimento do mercado, a exemplo do que a Apple, uma empresa atuante na área de informática, fez com o iPhone, oferecendo
um produto múltiplo (iPhone é uma combinação de celular, tela
grande com controle por toque e dispositivo de acesso a internet)
e, com isto, redefinindo o que pode ser feito com um simples
telefone celular. Isto é excepcional por ser um lançamento de
uma empresa que nunca fez um aparelho celular na vida e de
repente surpreende o mercado com um produto que vira referência
perante grandes corporações multinacionais especializadas neste
segmento de telefonia celular.
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swisscam nº48 04/2007
Álvares Penteado (FAAP)
Os surpreendentes móveis dos irmãos Campana são amostras do criativo design
brasileiro - The amazing furniture designed by the Campana brothers are samples
of Brazilian creative design
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O design suíço é representado por famosos como Le Corbusier que criou a célebre
cadeira ‘Grand Comfort’ em 1928 - Swiss design is represented by famous designers
like Le Corbusier, who designed the famous “Grand Comfort” chair in 1928
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O designer suíço Yves Béhar deu corpo ao computador de 100 dólares - Swiss
designer Yves Béhar gave shape to the 100-dollar computer
Foto capa: divulgação
economia
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SWISSCAM Magazine
Diretor do Magazine e de Comunicação
Magazine and Communication Director
Christian Hanssen
Coordenação Editorial / Editorial Coordination
Ursula Bardorf
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Dra. Hanna Christiane Henkel mostra por que o Brasil tem tudo para logo estar na
frente de China e Índia - Dra. Hanna Chistiane Henkel explains why Brazil has all it
takes to be ahead of China and India
educação
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economy
education
Habilidade suíça em tratar bem turistas e hóspedes agora pode ser aprendida no
Brasil - Swiss expertise in serving tourists and guests can now be learned in Brazil
cultura culture
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Mais de 90 imagens do ‘fotógrafo-viajante’ suíço Nicolas Bouvier (1929-1998) na
Pinacoteca - Exhibition shows over 90 photos of ‘traveller-photographer’ Nicolas
Bouvier (1929-1998) at the Pinacoteca
Projeto Gráfico / Editorial Design
Karsten Paul Mohr
Direção de Arte / Art Direction
Markus Steiger / www.01241.com
Tel +55 (11) 3207 5817
agricultura
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Revisão e Tradução / Proofreading and Translation
C.I.I. Idiomas, Denise Ortega,
Regina Tanner, Ursula Bardorf
Jornalista responsável / Responsible Journalist
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Schweizerisch-Brasilianische Handelskammer
Chambre de Commerce Suisse-Brésilienne
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Em situações difíceis da nossa vida como separações, divórcios, mortes é importante
conhecer os procedimentos de inventário de bens - When life gets hard like when
we have to face separation, divorce, or death, it is important to get familiar with
asset inventory proceedings
notícias da SWISSCAM
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Assembléia Geral Ordinária
Annual General Meeting
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Visita da ministra suíça Doris Leuthard –
Presidents’ Club com Pedro Malan –
festas de confraternização em São Paulo
e no Rio – estande suíço no CIOSP,
Congresso Internacional de Odontologia
São Paulo – faça o seu evento com a
SWISSCAM - Visit of Swiss Minister Doris
Leuthard – Presidents’ Club with Pedro
Malan – end of year celebrations in Sao
Paulo and Rio – Swiss stand at CIOSP,
International Dental Congress in Sao
Paulo – SWISSCAM organizes your event
Vice-presidentes / Vice-Presidents
Antonio Carlos Guimarães
Nelson Mussolini
A Câmara de Comércio Suíço-Brasileira, constituída em
1945, é filiada à União das Câmaras de Comércio Suíças
no Exterior e à Câmara de Comércio Internacional.
The Swiss Brazilian Chamber of Commerce, founded in
1945, is affiliated to the Swiss Foreign Trade Chambers
and the International Chamber of Commerce.
A reprodução das notícias é permitida, contanto que seja
mencionada a fonte. As opiniões contidas nos artigos não
refletem necessariamente a posição da SWISSCAM.
The reproduction of items is permitted as long as the source is
mentioned. The opinions contained in the articles do not
necessarily reflect the position of SWISSCAM.
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Além de chocolate, queijo e canivetes há outro produto tipicamente suíço que faz
sucesso no Brasil: vacas suíças - Besides chocolate, cheese and pocket knives,
another typically Swiss product thrives in Brazil: Swiss cows
jurídico legal
Presidente / President
Christian Hanssen
Impressão / Printing
Intergraf Soluções Graficas
www.intergraf.ind.br
Tel +55 (11) 4391 9797
agriculture
business class
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Finalmente o Bernasconi conseguiu se destacar perante os seus superiores e já
sonha com grandes saltos de carreira – só não sabe que deve este ‘milagre’ a um
engano - Bernasconi has finally been noticed by his superiors and now he dreams of
a soaring career – the problem is he doesn’t know the “miracle” was due to a mistake
swisscam nº48 04/2007
03
index
04
índice
foco focus
Cadeira Multidão
Foto: Luis Calazans
focus
foco
2003
Entrevista com os designers
brasileiros “Irmãos Campana”
Famosos no mundo do design contemporâneo, os brasileiros
Fernando e Humberto Campana se inspiram nos mais diversos objetos, situações, formas e texturas presentes em seu
dia-a-dia. Possuidores de enorme talento subvertem o uso
destes materiais outrora desvalorizados e os transformam
em belíssimas obras de arte
Q
ual a contribuição que vocês
gostariam de dar ao mundo do
design? O que diria a introdução
do capítulo “Irmãos Campana” em
uma publicação sobre design?
Humberto: Essa é uma pergunta difícil
(risos). Eu não penso no futuro. Sem querer
ser pretensioso, vivo um dia de cada vez.
Preocupo-me com o momento que estou
vivendo e me concentro em fazer o que
gosto. Quero criar uma nova cadeira ou
simplesmente ter uma boa idéia, que me
agrade e me faça sentir vivo. Não sei se
vale a pena dizer o que eu gostaria que
escrevessem sobre mim... eu mudaria de
idéia em duas semanas, dois meses, dois
anos. Iria reler essa entrevista e pensar
“Como eu era bobo!”. Mas se tenho de
responder a sua pergunta, gostaria que o
capítulo sobre nós dissesse que nós fazemos o que nos dá prazer, e o que nos dá
prazer nesse momento é pesquisar materiais e encontrar possibilidades de mais de
um uso para o mesmo material.
04
swisscam nº48 04/2007
A maior parte de seu trabalho é
baseada na vida cotidiana e em seu
relacionamento com o Brasil.
O que diferencia o design brasileiro
do norte-americano e do europeu?
Não me refiro a formas características, mas sim aos aspectos mais
intangíveis, mas conceituais do
design. E esses elementos estão
presentes em outros países da
América do Sul ou cada país tem
sua própria identidade em termos
de design?
Humberto: Eu acho que hoje há jovens
designers que estão buscando outras
formas de produzir suas peças sem ter de
recorrer às grandes companhias, até porque
essas companhias não têm capacidade
para absorver todos os designers que se
formam ano a ano. Eu não diria que há um
design característico de um país. Algo
produzido nos Estados Unidos de forma
artesanal pode lembrar peças produzidas
no Brasil, na Guatemala ou no Sri Lanka.
O mundo se globalizou, e isso fez com que
muitas pessoas quisessem voltar a produzir
em suas casas, como se fazia antigamente.
Em nosso caso, a transição para as companhias italianas aconteceu pouco a pouco.
É verdade que, às vezes, nosso trabalho
tem como foco a realidade brasileira, porque
tentamos retratar nosso meio. O esforço
que fazemos é o de buscar traduzir partes
do Brasil que foram esquecidas pela
globalização. O que posso dizer é que não
Nós fazemos o que nos dá
prazer, e o que nos dá prazer
nesse momento é pesquisar
materiais e encontrar possibilidades de mais de um uso
para o mesmo material
acho que o Brasil possa ser reduzido ao
Carnaval e às cores vivas. Tentamos evitar
os estereótipos em nosso trabalho. No fim
das contas, não vejo nenhuma diferença
significativa entre o designer brasileiro e
os de outras nacionalidades. Em termos
de América do Sul, não há muito diálogo
intercultural. Não conhecemos uns aos
outros, embora estejamos tão próximos.
Cadeira Vermelha
Edição especial
para a coleção
White and Colour
da Edra - Foto
cedida pela Edra
2005
Cadeira Sushi II
Fotógrafo: Luis
Calazans
focus
foco
2002
Eu não conheço muito sobre o design de
qualidade produzido na Argentina. Talvez
a solução fosse fazermos feiras de design
na América do Sul para poder saber o que
nossos vizinhos estão produzindo. É uma
idéia…
O que significa ser designer
para vocês?
Humberto: Tudo. Minha vida. Eu não seria
feliz se não fosse designer. É paixão.
Fernando: Acho que é não ser conformista.
Às vezes você sente algo verdadeiramente
forte. Nós sempre soubemos que para nós
a comunicação era importante. Transmitir
aos outros algo sobre você, uma parte de
você. Nós tínhamos o hábito de ir ao cinema
todos os dias. Esse foi um grande canal
de informação. Enquanto outros meninos
jogavam futebol, nós íamos ao cinema.
Em nossas brincadeiras, recriávamos o que
tínhamos visto no cinema. Era essa necessidade de comunicação, de expressão. O
design é a forma, ou melhor, a linguagem,
que escolhemos para nos expressarmos,
para retratarmos a nós mesmos e ao mundo
que nos cerca. Não é um discurso político.
Não negamos nossas raízes interioranas.
Elas são muito importantes para nós. E
também é a dimensão urbana de São Paulo.
Como designers, nós resgatamos as experiências de fãs de cinema e de garotos
do interior para dizer alguma coisa sobre
nós mesmos.
Humberto, você estudou direito e
Fernando, arquitetura. Como essas
habilidades/capacidades se combinam em seu processo criativo?
Como se pode distinguir a contribuição de cada um de vocês numa
peça de design? Digamos, por
exemplo, que um tenda a utilizar
mais a cor e o outro, a dar ênfase
aos materiais.
Humberto: Eu estudei direito, mas abandonei logo depois de me formar. O que sei
sobre design, aprendi na prática, com visitas
a museus, por exemplo. Em São Paulo,
nos anos 70, ia muito ao MASP. O museu
foi projetado por Lina Bo Bardi, mulher do
marchand italiano Pietro Maria Bardi. É um
prédio tão belo, um cenário tão especial
que me inspirou muito. Lina Bo Bardi foi
a primeira pessoa que teve uma visão
moderna do Brasil em toda sua elegância.
Nossas criações são feitas a
quatro mãos. Eu me envolvo
mais com a parte física. Em
seguida, quando o protótipo
está terminado, Fernando
começa a “brincar” com ele
O que distingue o nosso trabalho é que o
meu é muito mais intuitivo. Fernando é
mais racional. Ele dá corpo aos meus
sonhos e às minhas criações. Às vezes,
eu dou o mesmo ao trabalho dele. Não é
possível separar os conceitos. Comecei a
idéia da Cadeira Corallo, por exemplo, mas
ficou muito pesado. Quando Fernando a
viu, retirou todos os elementos que lhe
davam aquele peso e fez dela uma peça
mais leve. Nossas criações são feitas a
quatro mãos. Eu me envolvo mais com a
parte física, trabalhando com as mãos,
porque foi assim que aprendi. Em seguida,
quando o protótipo está terminado,
Fernando começa a “brincar” com ele.
Quais seriam os três objetos de
design de sua produção que você
consideraria mais representativos e
que colocaria em uma “cápsula do
tempo”, para deixar o seu trabalho
registrado para além de nossa
época?
Humberto: A Cadeira Vermelha, a Cadeira
Favela, e a Cadeira de Plástico Bolha. Essas
três cadeiras dizem muito sobre mim e a
época em que vivo. A Vermelha fala de
liberdade, a Favela, das nossas ruas, e a
Plástico Bolha sobre reciclagem, usar e
reutilizar.
O que motiva vocês?
Humberto: As pessoas. Pessoas interessantes. Pessoas que gostam de design,
como Alexander Von Vegesack, do Vitra
Design Museum, Murray Moss da Moss
Gallery em Nova Iorque, Massimo Morozzi
da Edra, e Paola Antonelli, para dizer apenas
alguns. Estar em contato com essas pessoas que amam o design é extremamente
motivador. O trabalho de outros colegas,
como Ross Lovegrove e Hella Jongerius
me dá inveja de uma forma positiva. Quero
fazer algo tão bom quanto o que eles fazem.
Fernando: Quando sinto que as pessoas
estão vivas, sejam boas ou más. Quando
entendem que há uma inter-relação entre
suas vidas. Quando você tenta entender o
que está por trás de cada um, você se dá
conta que não se pode julgar. Você só
consegue emitir opiniões sobre o bem e o
mal em momentos de mudanças bruscas,
inesperadas. Aí as pessoas se mostram.
Essa, em minha opinião, é a mágica da
vida. Não as pessoas, mas seus corações.
Um animal, mesmo selvagem, pode ser
dominado, mas não uma pessoa. Cada
cabeça, uma sentença, com liberdade
para fazer e criar o que bem entender.
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Interview with designers
“Campana Brothers”
Well-known in the contemporary design world,
Fernando and Humberto Campana take inspiration
from the various objects, situations, forms and textures present in their daily lives. Highly talented,
they subvert use of these materials, often neglected
in the past, turning them into dazzling works of art
H
ow would you like to contribute
to the design world? In a design
publication, what would the prologue
of a chapter entitled “Campana
Brothers” be like?
Humberto: This is a difficult question (laughs).
I don’t think about the future. Without wanting to sound pretentious, I live one day at a
time. I focus on the moment I’m living now
and try to do what I like doing. I want to
design a new chair or simply come up with
a good idea that pleases me and makes me
feel alive. I’m not sure I want to say what I’d
like people to write about me… I’d change
my mind in two weeks, two months, two
years. I’d read this interview and think “What
a fool!”. But if I have to answer your question, I think the chapter about us should
point out that we do what pleases us, and
what currently pleases us is researching
new materials and looking for different ways
to use existing ones.
Most of your work is based on daily
life and your relationship with Brazil.
How do Brazilian designers differ
from North-American and European
designers? I mean, not the typical
forms, but the more intangible,
more conceptual aspects of design.
Are these elements present in other
South American countries or does
each country have its own identity
in terms of design?
Humberto: I think that young designers are
seeking alternative ways to work instead of
searching for jobs in large companies, which
can no longer absorb all new designers that
We do what pleases us, and
what currently pleases us is
researching new materials
and looking for different
ways to use existing ones
graduate from college every year. I wouldn’t
say each country has a typical design. Something handmade in the United States might
be similar to something made in Brazil,
Guatemala or Sri Lanka. Globalization has
made many people go back to working at
home, as they used to do in the past. In our
case, Italian companies took some time to
make the transition. It’s true that sometimes
our work focuses on the Brazilian reality due
Cortesia da Edra
2006
to our intention to reflect the environment
around us. However, we try to translate a part
of Brazil that has been left out by globalization.
What I can say is that Brazil is not only about
Carnival and bright colors. We try to avoid
stereotypes in our work. Actually, I don’t
think Brazilian designers are different from
foreign designers. In terms of South
America, we don’t see much intercultural
dialog. We don’t know each other, although
we are so close. I’m not very familiar with
quality design from Argentina. Maybe we
should organize design fairs in South
America to learn what our neighbors are
producing. It’s an idea...
What does design mean to you?
Humberto: Everything. My life. I wouldn’t be
happy if I weren’t a designer. It’s a passion.
Fernando: I think it means you’re not a conformist. Sometimes you have this strong
feeling inside you. We’ve always known
communication is important to us. You pass
on to people something about you, a part of
you. We used to go to the movies everyday.
It was a great information channel. While the
other kids were playing soccer, we’d go to
the movies. When we were playing, we recreated what we’d seen in the film. We had
this need to communicate, express ourselves.
Design is the way, or better, the language
we’ve chosen to express ourselves, to picture
ourselves and the world around us. It’s not a
political speech. We don’t deny our countryside origin. It’s very important to us. And so
is Sao Paulo’s urban dimension. As designers,
we take our experience as moviegoers and
country boys to say something about ourselves.
Humberto, you have a law degree,
and Fernando, an architecture
degree. How do you combine these
abilities/qualities during the creative
process? How can we tell how each
of you have contributed to the
design of a certain object? Let’s say,
for instance, that one of you focuses
on color, and the other, on the
materials.
Humberto: I went to law school, but I dropped
law soon after I graduated. All I know about
design I’ve learned through practicing, visiting
museums, for example. In the 70’s, I used to
go to MASP in São Paulo a lot. The museum
was designed by Lina Bo Bardi, who was
married to Pietro Maria Bardi, an Italian art
dealer. It’s such a beautiful building, such a
special place that it got me inspired. Lina Bo
Bardi was the first person to have a modern
view of Brazil in all its elegance. What differs
Our creations are the result
of a four-hand work. I deal
with the physical aspect.
Then, when the prototype is
ready, Fernando starts “playing” with it
my work from Fernando’s is that mine is much
more intuitive. Fernando is more rational. He
shapes my dreams and my ideas. Sometimes,
I do the same with his work. We can’t really
distinguish the concepts. For instance, I came
up with the Corallo Chair, but the concept
was too heavy. When Fernando saw it, he
eliminated all elements that made it heavy
and turned it into a lighter piece. Our creations are the result of a four-hand work. I
usually focus on the physical aspect and
work with my hands the way I’ve learned to.
Then, when the prototype is ready,
Fernando starts “playing” with it.
Which objects designed by you
would you choose as the most
representative of your production
and would you put in a “time
capsule” to be seen by future
generations?
Humberto: The Red Chair, the “Favela” Chair,
and the Bubble Plastic Chair. These three
chairs say a lot about me and my time. The
Red Chair is about freedom, the “Favela”
Chair, about our streets, and the Bubble
Plastic Chair is about recycling, use and reuse.
What motivates you?
Humberto: People. Interesting people.
People who like design, such as Alexander
Von Vegesack, from the Vitra Design Museum;
Murray Moss, from the Moss Gallery in New
York; Massimo Morozzi, from Edra; and Paola
Antonelli, just to mention a few. Being in
contact with people that love design is highly
motivating. The work of other colleagues
like Ross Lovegrove and Hella Jongerius
makes me envious in a positive way. I want
to produce something as good as they do.
Fernando: When I feel people are alive, good
people and bad people alike. When they
understand their lives are interconnected.
When we try to understand what’s behind
their attitude, we realize we can’t pass judgment. You can only express your views on
good and evil when faced with sudden,
unexpected changes. That’s when people
reveal themselves. This is what I see as the
magic of life. Not the people, but their hearts.
Even wild animals can be tamed, but you
can’t tame a person. Many men, many minds,
with freedom to do and create whatever
they want.
swisscam nº48 04/2007
07
focus
foco
Sofá Aster Pappousus
Bela adormecida
por Dra. Hanna Christiane Henkel
mbiente de novas arrancadas foi o
slogan que o presidente brasileiro Lula
quis conectar com o seu nome. Pouco
tempo atrás, Luiz Inácio Lula da Silva convocou os 27 governadores à capital Brasília,
o gabinete inteiro teve de aparecer e chefes
das maiores empresas estaduais deveriam
dar destaque especial à importância deste
dia. “O Brasil não pode continuar como
uma fera presa numa rede de aço invisível,
debatendo-se, exaurindo-se, sem enxergar
a teia que a aprisiona”, diz Lula ao anunciar
o Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC), de 180 bilhões de dólares.
Em uma apresentação powerpoint Lula
mostrou mapas com inúmeras linhas e
pontinhos coloridos – símbolos para novos
portos, linhas de trem, estradas, pipelines,
usinas de energia elétrica e aeroportos que
deverão libertar o Brasil da sua teia aprisionadora. O país deve crescer, finalmente.
Nos três anos passados, o gigante sulamericano sempre foi o último colocado
entre os países emergentes BRIC, para os
quais o banco de investimento americano
Goldman Sachs prognosticou, em 2001, a
subida para entre os melhores do mundo.
Com um crescimento médio de 2,7%, Brasil
foi de longe o lanterninha, enquanto a
China chegou a 10,2, Índia a 8 e Rússia a
6,9%. Será que o imenso potencial do
gigante sul-americano de novo prometeu
mais do que de fato conseguiu realizar?
Mas o Brasil pode conseguir. O país é
conhecido como uma caprichosa e
temperamental diva, entretanto, se transformou em uma bela adormecida. “Os
números de crescimento podem ainda
estar um pouco decepcionantes”, ressalta
Paulo Leme, responsável para os países
emergentes no Goldman Sachs, “mesmo
assim confiamos no prognóstico: Brasil
realizará o sonho BRIC”. A razão para tanta
convicção: o Brasil tem vantagens em dois
setores, comparado com países como
China e Índia, em relação à experiência
com economia de mercado e democracia
assim como à estabilidade das suas instituições. Tudo isto começou com uma bela
moça na praia de Ipanema do Rio. Nos
anos 50 ela conseguiu encantar os repre-
sentantes masculinos da jeunesse dorée e
ficou imortalizada com a música “Garota de
Ipanema”. Era a época da Bossa Nova, do
novo ritmo, uma mistura sedutora, sentimental e ao mesmo tempo alegre, de samba com jazz. O arquiteto Oscar Niemeyer
revolucionou a arquitetura moderna com
edificações de cimento insinuando curvas
femininas. O presidente Juscelino Kubitschek
mandou erguer do nada, no deserto interior
do centro-oeste, uma nova e futurística
capital, um projeto singular no mundo
O caminho escolhido pelo
Brasil é a chegada silenciosa
da política do viável e pode
ser um modelo para outros
países emergentes
inteiro. Foi o prelúdio de uma época quando
o Brasil esbanjou para todos os cantos do
mundo uma irresistível atração para aventureiros e o jet set. Mais tarde seguiram as
empresas – do mundo inteiro, mas predominantemente européias, muitas delas da
Alemanha.
Em São Paulo ocorreu a maior colônia de
plantas industriais alemãs fora da Alemanha.
A euforia era grande – e, naquele momento,
com toda razão. Volkswagen do Brasil
logo se tornou a filial de maior lucro dentro
da corporação – e o executivo chefe do
Brasil foi promovido ‘rei’ em Wolfsburg.
Ímã para o jet set
O país vive um milagre econômico até então
nunca visto no mundo: de 1951 até o começo dos anos oitenta a economia cresce
entre 7 a 8% por ano. Um ‘João Ninguém’
provinciano se transforma em uma potência
importante nos setores da indústria e agronegócio. O outro lado da moeda: o regime
militar, no poder de 1964 a 1982, endividase fortemente no exterior. Não é de surpreender que o Brasil, junto com outros
países emergentes, afunda no redemoinho
e é levado pela crise de dívidas. Começa a
década perdida: a inflação é galopante,
uma crise econômica se segue a outra.
Entre 1982 e 1993 a taxa de crescimento
médio é de magros 1,6%. A grande virada
acontece somente em 1994, quando o
governo do presidente Fernando Henrique
Cardoso consegue, através do Plano Real,
frear a hiperinflação – um momento
decisório na história do país. O Brasil está
sólido e começa a seguir uma política
econômica ortodoxa. Quem mais ganha
com isto são as classes de baixa renda, cuja
receita antes derretia como gelo debaixo
do sol tropical. O país inteiro se engaja
para o projeto de estabilização; donas de
casa anotam os preços nos supermercados
e delatam as empresas que aumentam os
preços de forma exagerada.
De Saulo a Paulo
Nesta época, o líder sindicalista Lula foi três
vezes candidato nas eleições presidenciais:
1989, 1994 e 1998. Em um país onde a
desigualdade social é gritante, o apelo
esquerdista radical para mais justiça de
Lula até é ouvido. Mas mesmo assim ele
é derrotado todas as três vezes. Porque
muitos brasileiros, entre eles até os da
classe de baixa renda, viam neste político
barbudo esquerdista uma ameaça para a
estabilidade econômica do país. Somente
quando ele, na campanha de 2002, promete, em sua ‘Carta ao Povo’, dar continuidade à política econômica orientada à
estabilidade do seu antecessor, o povo o
elege com júbilo ao Palácio de Planalto.
Além do mais, no Brasil já se estabeleceu
a percepção de que uma política social
ajustada à classe mais baixa é imprescindível para a estabilidade política sustentável.
Por isto, Lula deu continuidade ao programa
iniciado pelo governo anterior da Bolsa
Escola e o estende para o Bolsa Família.
É o maior programa deste gênero na América Latina. Em torno de 50 milhões de
brasileiros, um quarto da população, se
beneficia com este programa. E isto, sem
arruinar as finanças nacionais: o governo
não faz promessas milagrosas propagandistas, mas segue um caminho pragmático
de reformas graduais. Muito ainda poderia
ser melhorado. Muitas micro e macroreformas ainda não são feitas e a política
social ainda é baseada no abrandamento
de pobreza a curto prazo, em vez de combater a pobreza a longo prazo.
swisscam nº48 04/2007
09
economy
A
economia
Por que o Brasil cresce lentamente e, mesmo assim,
está bem à frente de China e Índia
Além disto, o país gerenciou com bravura
a transição de uma ditadura militar a uma
democracia consolidada – hoje, com 188
milhões de habitantes, uma das maiores
do mundo.
Os dividendos da estabilidade
O processo dolorido de aprendizagem tem
o seu lado positivo. O país sul-americano
está bem à frente dos seus concorrentes
BRIC em relação à experiência. “De certa
forma o boom de muitos países asiáticos é
semelhante ao milagre econômico do Brasil
de antigamente”, explica o especialista em
países emergentes Leme do Goldman
Sachs. O rápido crescimento daqueles
tempos terminou em um pântano de crises.
“China e Índia podem estar ameaçadas de
passar por experiências parecidas”, alerta
Leme. O ‘Economist’ já identificou um
superaquecimento perigoso na Índia. E
diversos especialistas já colocam um
grande ponto de interrogação no desenvolvimento da China. Parece que tudo é
subordinado ou até sacrificado ao sucesso
naquele país. Pode ser que o terremoto na
bolsa de Xangai no final de fevereiro de
2007 tenha sido um primeiro sinal de alerta
para a economia. Enquanto isto, o Brasil
poderá usufruir nos próximos anos de certos ‘dividendos da estabilidade’. Certamente
o país continuará sem o crescimento à
velocidade da luz da Ásia, já que as reformas necessárias ainda continuam sendo
um sonho.
Mas para as cinco décadas vindouras os
economistas do Goldman Sachs prognosticam um crescimento de 3,6% por ano.
Isto é suficiente para ultrapassar, em sete
anos, a Itália e, em 2036 a Alemanha. Em
2053 o Brasil seria o quinto maior poder
econômico – à frente da Rússia e logo
após China, EUA, Índia e Japão.
O Brasil está à frente dos
seus concorrentes BRIC em
relação à experiência. O boom
de muitos países asiáticos é
semelhante ao milagre econômico do Brasil de antigamente
e cheio de riscos
crescente para todos. O mercado de capitais do Brasil, por exemplo, já se beneficia
com a crescente estabilidade econômica.
O Selic caiu de 25% no final de 2002 para
13%; o volume de crédito aumentou muito;
as empresas conseguem com mais facilidade o lubrificante principal da expansão dinheiro. A mineradora CVRD e a refinadora
Petrobras há pouco tempo receberam o
selo de qualidade Investment-Grade das
agências de avaliação – entre outras razões porque atuam agora em um ambiente
político e economicamente mais estável.
Campeão mundial, global player
Cada vez mais empresas já têm papel de
líder em tecnologia, como a Petrobras e a
Embraer, montadora de jatos regionais. A
economia brasileira, além disto, tornou-se
um ator importante nos mercados mundiais.
As exportações duplicaram durante os
últimos três anos e chegaram a 138 bilhões
de dólares. “Um marco histórico”, explica
orgulhosamente o economista do Bradesco,
Barros. “Em vez de ser uma economia
nacional fechada somos agora uma aberta,
integrada na economia mundial.”
Nos produtos soja, frango, café, açúcar,
carne, concentrado de suco de laranja e
minério, o Brasil já é campeão mundial em
exportação. Estas matérias-primas e os
seus produtos semi-manufaturados já
representam a metade das exportações.
Graças às boas condições de cultivo para
cana-de–açúcar, o Brasil poderia avançar,
nos próximos anos, a um fornecedor
significante do combustível etanol.
Apesar de todas as boas perspectivas,
ainda existem muitas barreiras no caminho
que atrapalham o crescimento. A economia
sofre com burocracia, corrupção e, em
muitos casos, falta de segurança jurídica.
A OCDE listou em seu mais recente relatório
uma longa lista de reformas estruturais que
ainda faltam. Em primeiro lugar a política
orçamentária. Apesar de toda consolidação
o governo ainda gasta demais, sobretudo
com as aposentadorias. Também existe
um grande arsenal de ‘dinamite social’ – a
grande desigualdade salarial e o desemprego agudo.
O provavelmente mais famoso representante da Bossa Nova, o admirado Chico
Buarque, ocupa-se hoje com outras realidades do que, nos anos 50, com o ambiente
bucólico das praias do Rio de Janeiro. Em
seu mais novo CD ele canta sobre as favelas
nas periferias das metrópoles – que nem
constam nos mapas oficiais e onde os
adolescentes matam uns aos outros nas
guerras entre as gangues dos traficantes.
No Brasil já se estabeleceu
a percepção de que uma
política social ajustada à
classe mais baixa é imprescindível para a estabilidade
política sustentável
O PAC de Lula não conseguirá amenizar
este explosivo social, nem vai derrubar as
barreiras econômicas. Para isto, precisariase de reformas radicais, politicamente
inviáveis. Ninguém conta com isto. Mas
também não se espera experimentos esquerdistas do ex-líder sindicalista Lula.
Pouco tempo atrás, Lula, meio brincando,
meio falando sério, se vendeu como fiador
da estabilidade, dizendo “Se você conhece
uma pessoa mais velha, madura, que ainda
é socialista radical, deve ter algum problema
sério.”
Este artigo foi publicado na revista alemã de
economia ‘Capital’ na edição 7/2007.
Dra. Hanna
Christiane Henkel
é jornalista de economia
para América Latina
swisscam nº48 04/2007
11
economia
O país sul-americano impressiona com o
seu desenvolvimento balanceado e constante. “Em democracias com economia
nacional robusta os progressos podem se
acumular. Países instáveis podem até seguir
na frente em um primeiro momento, mas
na próxima crise logo ficam atrás”, explica
Octavio de Barros, economista-chefe do
Bradesco, maior banco brasileiro. Além
disto, a estabilidade promove a produtividade
– na qual, conforme os livros especializados
de economia, se baseia a prosperidade
economy
Mesmo assim, Javier Santiso, economistachefe da OCDE, a ‘fábrica de pensamentos’
dos países industrializados, elogia o caminho escolhido como a “chegada silenciosa
da política do viável” e vê nela um modelo
para outros países emergentes. “O Brasil
reforçou os seus fundamentos consideravelmente”, julga também Maurício Fonts,
professor da City University of New York.
O país realizou dois processos ao mesmo
tempo, diz ele: o político e o econômico.
A economia nacional angustiada pela inflação, liderada de forma dirigida e frequentemente chacoalhada por crises, se transformou em uma economia estável, baseada
em princípios de economia de mercado.
Design suíço:
a função define
a forma
focus
foco
por Meret Ernst
Alias - Sofá TT
Alfredo Häberli
D
esign suíço tem uma longa tradição,
embora a palavra ‘design’ só tenha
entrado no vocabulário alemão nos anos
sessenta. Até o século XX houve muita
pobreza na Suíça. Somente com o desenvolvimento do setor industrial e de serviços
a Suíça se estabeleceu como uma das
sociedades mais ricas do mundo. Neste
caminho de sucesso não houve rupturas.
Não houve guerras, nem catástrofes naturais
que interromperam o constante desenvolvimento econômico e tecnológico. Pelo
contrário: após a segunda guerra mundial,
quando a produção industrial na Europa
sucumbiu, os produtores e designers na
Suíça, país poupado das batalhas, já estavam a pleno vapor. Mais tarde, a economia
suíça se beneficiou do milagre econômico
alemão dos anos cinqüenta e sessenta.
Muitos dos esboços que marcam a história
do design suíço se tornaram clássicos: a
poltrona Grand Comfort do ano 1928 de
Le Corbusier, o assento em eternit de Willy
Guhl de 1954, reelaborado em material
livre de asbesto em 1998, a cadeira de
alumínio Landi de Hans Coray, desenhada
12
swisscam nº48 04/2007
Design suíço? Mesmo quem se recusa a descobrir
características tipicamente nacionais em objetos
como uma bicicleta, uma máquina de café ou em uma
fonte de letra, pode observar uma coisa em comum:
objetos que são usados e elaborados na Suíça são
discretos, desenhados cuidadosamente até o último
detalhe e a forma é gerada de acordo com sua função
a partir de um trabalho meticuloso
em 1939 para a Exposição Nacional em
Zurique (foto da capa) e reeditada em 2006.
Todos estes objetos fazem parte da herança
do design suíço e foram assimilados pelos
designers mais novos, não somente como
Muitos dos esboços que
marcam a história do design
suíço se tornaram clássicos
referência formal, mas pela convicção de que
design bom e duradouro deve unir a idéia
criativa com o atual nível de desenvolvimento
tecnológico. Designers contemporâneos
como o suíço-argentino Alfredo Häberli,
Hannes Wettstein, Frédéric Dedelley ou
Jörg Boner perpetuam este conceito.
Freitag - F52
Miami Vice
Desta forma, emergiram nos anos oitenta
e noventa inúmeras pequenas marcas para
os ramos de esporte, tendências
e moda. Criaram-se alguns
móveis surpreendentemente
duradouros como a sapateira
de Hanspeter Weidmann
(1984) e clássicos como
as bolsas Freitag (1993).
Eles são reconhecidos no exterior por causa
da sua habilidade em combinar as exigências do mercado com o seu toque pessoal;
porque são movidos pelas suas convicções;
porque amam a forma; porque dominam a
função e porque conhecem a história do
design. Mas mesmo assim precisam ajustar
os seus desenhos ao que o produtor imagina, e dar a um produto uma identidade
à altura das exigências da marca. O que
define esta marca é, finalmente, não uma
decisão do designer, mas sim do cliente
final, cujas necessidades são elaboradas
através de prolixas pesquisas de mercado.
Forçado por estas circunstâncias, o design
conquistou uma sabedoria
estratégica para defender a
sua liberdade de ação
criativa.
design em Zurique
Swiss
design:
the function
defines
the form
by Meret Ernst
Swiss design? Even those
who refuse to admit that
some typical Swiss characteristics are present in
objects, such bicycles, coffeemakers, or letter fonts, can
agree on a common point:
objects that are used and
designed in Switzerland
are discreet and carefully
designed to the last detail,
with their shape determined
according to their function
following meticulous work
Isto não ficou despercebido pelos críticos
de design: a crítica voltada a cada objeto
se transformou em crítica voltada ao ambiente que define o funcionamento e o
significado do produto. Foi exatamente
isto que o sociólogo suíço e pesquisador
de design Lucius Burchkardt expressou
com o conceito: “Design é invisível.”
Recorrer à própria história e voltar o olhar
para fora são as ferramentas para dar
continuidade à diferenciação da forma. Na
Suíça ela acontece em alto nível. Ela pressupõe conhecimento, bom gosto e, para
cliente e consumidor final, uma carteira
S
wiss design comes a long way,
although the word ‘design’ was introduced in the German lexicon only in the 60’s.
Before the 20th century, poverty spread
throughout Switzerland. Only with development of the industrial and service sectors did
the country emerge as one of the wealthiest
nations in the world. During its successful
trajectory, there were no ruptures. There were
no wars neither natural catastrophes that
interrupted the constant economic and
technological growth. On the contrary: after
World War II, when industrial production
collapsed in Europe, production plants and
designers in Switzerland, a country spared
swisscam nº48 04/2007
13
foco
Os criadores suíços partem
da convicção de que design
bom e duradouro deve juntar
a idéia criativa ao atual nível
de desenvolvimento
tecnológico
Alfredo Häberli
Um objetivo é o nicho de mercado local, o
outro o sucesso internacional. Como os
pioneiros, os designers de hoje trabalham
além das fronteiras. Alfredo Häberli desenha para produtores, entre outros, na
Escandinávia, Itália, Bélgica, Espanha;
Hannes Wettstein trabalha para clientes
italianos e alemães; Frédéric Dedelley
desenvolve também para produtores japoneses e Jörg Boner organiza exposições e
projetos com designers estrangeiros.
M e r e t E r n s t é redatora de design na
Hochparterre, revista para arquitetura e
Iittala - Origo
Outros designers como Frédéric Dedelley
reinterpretaram a cadeira Landi e a levaram à China (2000).
repleta de dinheiro, já que bom design e
alta funcionalidade vão de mãos dadas com
materiais de primeira linha e acabamento
perfeito. E isto tem o seu preço. Falando
de preço: as cédulas de franco suíço estão
entre as mais belas do mundo. E, como
não poderia ser diferente, as mais seguras
contra falsificação – este país não suporta
beleza fútil.
focus
Eles se aproveitam de uma longa tradição
de formação profissional orientada ao
trabalho manual nas escolas de arte, hoje
transformadas em escolas técnicas superiores. E se beneficiam de uma economia
nacional dominada por pequenas e médias
empresas com até 250 funcionários. Grande
mesmo são apenas pouco mais de mil empresas na Suíça. As outras 300.000 empresas são de pequeno ou médio porte, sendo
que, entre elas, as microempresas com
menos de 10 pessoas são mais de 270.000,
ou seja, a maior parte. Muitos designers
arriscam o salto para a autonomia. Um
pré-requisito indispensável para estes,
que não podem contar com um emprego
em uma das grandes agências ou nos
estúdios de design corporativos, é a junção
de vontade de expressão com senso para
negócios.
Swiss designers believe that
a good and long-lasting design results from combining
creativity and state-of-theart technology
Swiss designers target both the domestic
and the international market. Just like early
designers, modern designers work beyond
their country’s borders. Alfredo Häberli, for
instance, works for customers in Scandinavia,
Italy, Belgium, and Spain, among others;
Hannes Wettstein designs objects for the
Los Bancos Suizos
Alfredo Häberli
1998
Grand Comfort
1928
approach to preserve their freedom to create.
This phenomenon has not gone unnoticed
by design critics: rather than analyzing each
object, they analyze the environment that
defines the function and the meaning of the
product. This is exactly what Swiss sociologist
and researcher Lucius Burckardt expressed
through the concept “Design is invisible”.
Swiss designers are
recognized abroad for
their ability to meet market
demands while preserving
their personal touch. They
are driven by their beliefs;
they love form and understand function
such as Swiss-Argentinean Alfredo Häberli,
Hannes Wettstein, Frédéric Dedelley, and
Jörg Boner help perpetuate this concept.
As a result, the 80’s and 90’s saw a large
number of small brands arising in the sports,
trends, and fashion segments. Some incredibly durable furniture was designed, such as
Willy Guhl
Le Corbusier
BD Ediciones
They take advantage of the tradition of Swiss
art schools that provide professional degrees
in plastic arts, a role currently fulfilled by
technical colleges. They also benefit from an
economy where most companies are small
and medium-sized businesses with up to
250 employees. There are only a little over
1,000 large companies in Switzerland. The
other 300,000 companies are small or medium-sized enterprises, among which, the
vast majority, or over 270,000 are microbusinesses with up to 10 people. Many
designers prefer to work independently. Those
who cannot get a job in one of the large
agencies or design studios need as prerequisites the desire to express themselves
combined with business talent.
Loop chair
foco
Many pieces that mark the history of Swiss
design have become classical: the 1928
Grand Comfort armchair by Le Corbusier;
the 1954 asbestos seat by Willy Guhl, redesigned in 1998 with asbestos-free material;
and the Landi aluminum chair, designed by
Hans Coray in 1939 for the Zurich National
Exhibition (see cover), and redesigned in
2006. All these objects represent the tradition of the Swiss design, which has been
used as a basis for the work of younger designers, who see it as a reference and believe that good and long-lasting design is
the result of combining creativity with state-ofthe-art technology. Contemporary designers,
the shoe rack by Hanspeter Weidmann (1984),
and some classical pieces, such as the
Freitag bags (1993). Other designers, like
Frédéric Dedelley reinvented the Landi chair
and took it to China (2000).
focus
during the war, were working non-stop.
Later, the Swiss economy was positively
impacted by the German miracle that took
place in the 50’s and 60’s.
Italian and the German; Frédéric Dedelley
works for Japanese manufacturers, and Jörg
Boner organizes exhibitions and projects
involving foreign designers.
They are recognized abroad for their ability
to meet market demands while preserving
their personal touch. They are driven by their
beliefs; they love form, understand function,
and know the history of design. Nevertheless,
they must adapt their ideas to their customers’
needs and confer an identity to each product,
meeting the brand requirements. The brand
is defined by the customer, whose needs
are determined with basis on innumerous
market surveys. Forced by these circumstances, designers have developed a strategic
In order to continuously differentiate form,
people must analyze their own history with
an eye out of it. In Switzerland, this is a
common concept. It requires knowledge,
good taste, and, for the final customer, a
wallet full of money, since good design and
high functionality go hand in hand with highquality materials and perfect finishing. And
there is a price to pay for it. By the way, Swiss
franc bills are among the most beautiful in
the world. And, naturally, the safest concerning
counterfeiting. After all, this country cannot
stand nonsense beauty.
M e r e t E r n s t is design editor
of Hochparterre, a design and
architecture magazine in Zurich
swisscam nº48 04/2007
15
agriculture
agricultura
Swiss Original Brown Cattle
on Brazilian Lands
Interview with José
Lopes Fernandes Netto
and Michael Smith from
the Paulista Association
of Swiss Original Brown
Cattle Breeders
M
any people do not know, but apart
from watches, chocolates and pocket
knives, a typical Swiss symbol and one of
the oldest in the world is the Swiss cattle
breed called “Braunvieh” (Swiss Original
Brown cattle) from which there are records
dating back to 800 AC. In 1869 the first cows
were exported to the USA. Then, Mexico, and
in 1911, it was Brazil’s turn to import the first
heads of Swiss Original Brown cattle with
the support of the government. The breed,
used to the extreme low temperatures of the
Alps, is distinguished for its rusticity and for
its capability to handle changing temperatures
ranging from minus 5 degrees Celsius up to
35 degrees Celsius positive in the same day.
The hilly and rocky lands turned these animals
into strong, tough cattle with great physical
conditioning. It is one of the longest living
breeds, therefore, the one with the largest
number of calves and the longest lactation
period.
While in the USA the market demanded milk
cows and encouraged the breeding of Brown
Swiss cattle, in Brazil, the Swiss Original
Brown Cattle breed was sustained prioritising
the production of meat.
In 1938, the Paulista Association of Swiss
Original Brown Cattle Breeders was founded
and the first Brazilian animal, a calf named
“Hector de Papagaios”, was marked and
registered under number 001 by President
Getúlio Vargas. So far, the Association has
registered more than 200,000 animals.
One thousand breeders all over Brazil have
100,000 purebreds. What’s more, there are
around 1 million heads generated by cross
breeding.
The breeders realized that the characteristics
of the Swiss cattle (a bull type of breed) when
crossed with Zebu cattle breeds, like the
16
swisscam nº48 04/2007
Nelore, result in animals that adapt quite well
to the Brazilian environment. This applies
both to cows bred for their milk and those
bred for meat. They are rustic, docile, live
longer, and produce more milk and meat.
The females are great mothers for rent and
the males gain weight easily without accumulating fat. Nevertheless, the fact that the
animal has pigmentation all over the body
greatly contributes in diminishing sun exposure related diseases, such as skin cancer
and cancer of the eye.
According to experts, there is a 30% improvement of the breed when crossed with
the Swiss Original Brown cattle. The Nelore
is very well adapted to the tropical heat, but
with the disadvantage of being more skittish,
gaining weight more slowly, producing calves
later, having shorter lives and producing less
milk and meat than the Swiss breed.
The characteristics of the
Swiss cattle when crossed
with Zebu cattle breeds, like
the Nelore, result in animals
that adapt quite well to the
Brazilian environment
As usual in Brazilian cattle breeding, the
genetic material is implanted by artificial
insemination or in-vitro embryos are placed
in non-biological mothers that serve as
surrogate mothers. The Swiss company
Swiss Genetics exports millions of embryos
and ampoules of semen from diverse races
throughout the world. As the future calves
travel at temperatures of minus 196 degrees C,
a lot of caution is required in the process.
A Swiss Original Brown specimen has a
price range between R$ 1,000.00 and
R$ 2,000.00 in Brazil.
While protected against ticks and other
diseases by the cold temperatures of Alps,
the Swiss Original Brown cattle, like the other
cattle in Brazil, are vulnerable to tropical
diseases and need to be vaccinated and
treated following veterinarians’ prescriptions
and with medicines supplied by, among
others, Novartis, the Swiss company that
produces Acatak, the main medication
against ticks. The horns of the Swiss cattle
are cauterised when they are calves so that
they will not hurt each other. Following
these procedures, the Swiss cattle have
optimum conditions to adapt well to Brazil.
Although other associations representing
different breeds, such as Angus and Holstein,
have a strong marketing here in Brazil, the
same does not apply to Swiss Original Brown
cattle. Even being among the bull races, the
kind of race most adaptable to tropical conditions, the race still is not promoted enough
in Brazil. Some Brazilian breeders have
travelled to Switzerland to take part in the
Swiss Original Brown Cattle International
Week to get updated and get to know more
about the improvements made to the breed.
But it would be ideal if a Swiss delegation
visited Brazil to get to know and understand
the country’s enormous cattle breeding
market and the opportunities for Swiss
Original Brown cattle, as the cattle breeding
business in this country represents 1/3 of
the agribusiness market.
The potential of the Brazilian market to absorb
a lot more Swiss cattle is, according to the
President of the Paulista Association of
Swiss Original Brown cattle, José Lopes
Fernandes Netto, very large and would generate good business opportunities for Swiss
companies that provide genetic material or
medication, or even Swiss cattle breeders.
Swiss Original Brown cattle bred in Brazil are
being exported to Colombia and Venezuela,
and there is room for even more exports.
Why not even to Switzerland?
agricultura
Both interviewees are convinced that the
Swiss Original Brown cattle breed deserves
a lot more attention as it offers many more
advantages than any other bull breeds in Brazil.
They hope the new relationship between the
Swiss and the Brazilian Associations will
result in constant improvement of this very
old and successful breed in Switzerland as
well as in Brazil.
D r. J o s é L o p e s F e r n a n d e s N e t o is a
breeder and the President of the Paulista
Association of Swiss Original Brown cattle,
telephone 015 9775 7175, and M i c h a e l
S m i t h is a breeder, an Agribusiness
Consultant and a Meat Factory Director,
telephone 015 9102 3001
agriculture
Gado suíço
em pastos
brasileiros
Michael Smith explains that meat from animals
generated from crossing Nelore and Swiss
Original Brown cattle is of high quality and
could be commercially sold for a much higher
price than meat from a pure Nelore, and this
is what happens in Uruguay. While Brazil
exports 2,390,636 tons of meat per year at
an average of 1.317 US$/ton, Uruguay, which
has more cross breeds with European races,
exports 479,000 ton of meat per year at
2.246 US$/ton, a price 70% higher due to
the better quality of the meat. The best result
is obtained from the first crossbreed of
different races, the so-called F1.
Entrevista com Jose Lopes Fernandes Netto
e Michael Smith da Associação Paulista de
Criadores de Gado Pardo Suíço
T
alvez você não pense, mas além de
relógios, chocolates e canivetes, um
símbolo típico suíço, e dos mais antigos, é a
raça de gado ‘Braunvieh’ (gado pardo suíço)
da qual há registros datados de 800 AC.
E foi em 1869 quando as primeiras cabeças
foram exportadas para os EUA. Seguiu
México e, em 1911, foi a vez do Brasil
importar, com apoio do governo, o primeiro
rebanho de gado pardo suíço. A raça,
acostumada às condições extremas dos
Alpes, se destaca pela rusticidade, e pela
facilidade de agüentar temperaturas variáveis de 5°C negativos a 35°C positivos no
mesmo dia. Os terrenos íngremes e pedregosos levaram a um gado forte, resistente
e com bom condicionamento físico. É uma
das raças de maior longevidade, portanto,
de maior número de bezerros e maior
período de lactação.
Enquanto nos EUA o mercado exigiu vacas
leiteiras e incentivou a criação da linhagem
Brown Swiss, no Brasil manteve-se a raça
original gado pardo suíço, privilegiando a
produção de carne.
Em 1938 foi fundada a Associação Paulista
de Criadores de Gado Pardo Suíço, e o
primeiro animal nacional, um garrote de
nome “Hector de Papagaios”, foi tatuado
e registrado com o número 001, pelo então
As características do gado
pardo suíço, quando cruzado
com raças zebuínas, como o
nelore, resultam em animais
que se adaptam muito bem
às condições brasileiras
Presidente da República, Getúlio Vargas. Até
hoje entraram nos registros da associação
mais de 200.000 animais. 1.000 criadores
espalhados por todas as regiões brasileiras
cuidam dos 100.000 animais de raça pura.
Além disto, há cerca de 1 milhão de cabeças
oriundas de cruzamentos.
swisscam nº48 04/2007
17
Como é praxe na pecuária brasileira, o
material genético é implantado por inseminação artificial ou embriões criados
in-vitro moram ‘de aluguel’ em mães nãobiológicas. A empresa suíça Swiss
Genetics exporta milhares de embriões e
ampolas de sémen de diversas raças para
o mundo inteiro. A viagem dos futuros
bezerros acontece a temperaturas de 196°C
negativos e precisa de muita cautela. Um
animal de raça gado pardo suíço tem preço
de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 no Brasil.
Enquanto o frio dos Alpes faz com que
carrapatos e outras pragas não sobrevivam
o inverno, o gado suíço é, como todo boi
no Brasil, vulnerável a doenças tropicais e
tem que ser vacinado e tratado conforme
indicação veterinária e com medicamentos
fornecidos, entre outros, pela empresa
suíça Novartis que produz o Acatak, principal medicamento contra carrapatos. Os
chifres do gado pardo suíço são cauterizados já no bezerro para evitar que os animais
se machuquem. Seguindo estes cuidados
o gado pardo suíço possui ótimas condições para se sentir muito bem no Brasil.
A carne de animais
oriundos de cruzamento
entre nelore e gado pardo
suíço é de alta qualidade e
poderia ser comercializada
a um preço bem superior
ao da carne nelore pura
Enquanto as entidades de outras raças
como a Angus e o Holstein têm um
marketing forte no Brasil, o mesmo não
se aplica no gado pardo suíço. Mesmo
sendo, entre as raças taurinas, a mais
bem adaptável às condições tropicais,
ainda falta a divulgação da raça no Brasil.
Já aconteceu que criadores brasileiros
viajavam à Suíça e participaram da semana
internacional de gado pardo suíço para se
reciclar e conhecer os avanços da raça. Mas
seria também desejável que uma delegação
importante suíça visitasse o Brasil para
conhecer o enorme mercado pecuário e
as oportunidades para o gado suíço, já
que neste país a pecuária representa um
terço do agronegócio.
dores suíços. Gado pardo suíço criado no
Brasil já é exportado para a Colômbia e
Venezuela, e haveria espaço para mais
exportações, por que não até para a Suíça?
Michael Smith explica que a carne de
animais oriundos de cruzamento entre
nelore e gado pardo suíço é de alta qualidade e poderia ser comercializada a um
preço bem superior ao da carne nelore pura,
como já acontece no Uruguai. Enquanto o
Brasil exporta 2.390.636 tons de carne por
ano a uma média de 1.317 US$/ton, o
Uruguai, que usa mais cruzamento com
raças européias, exporta 479.000 tons de
carne por ano a 2.246 US$/ton, nada menos
que um preço 70% maior, só em função da
melhor qualidade de sua carne. O melhor
resultado é obtido no primeiro cruzamento
de raças diferentes, o chamado F1.
Os dois entrevistados estão convictos que
a raça gado pardo suíço mereceria muito
mais atenção por reunir tantas vantagens
que nenhuma outra raça taurina, que é
criada no Brasil, oferece. Desejam que a
aproximação entre as entidades de classe
suíças e brasileiras resulte no constante
melhoramento desta raça tão antiga e
bem-sucedida tanto na Suíça quanto no
Brasil.
D r. J o s e L o p e s F e r n a n d e s N e t t o é
criador e presidente da Associação Paulista
O potencial do mercado brasileiro em
absorver muito mais gado pardo suíço
é, conforme o presidente da Associação
Paulista de Gado Pardo Suíço, Jose Lopes
Fernandes Netto, muito grande e geraria
bons negócios para empresas suíças,
sejam elas empresas de material genético
ou de medicamentos ou os próprios cria-
de Gado Pardo Suíço, telefone 015 9775 7175
e M i c h a e l S m i t h é criador, consultor em
agribusiness e dir etor de corte, telefone
015 9102 3001
swisscam nº48 04/2007
19
agriculture
O melhoramento, dizem os especialistas,
é de 30% acima da raça misturado com o
gado pardo suíço. O nelore é muito bem
adaptado ao calor dos trópicos, mas tem
a desvantagem de ser mais arisco, ganhar
peso mais lentamente, ter a primeira gravidez mais tarde, viver por menos tempo e
produzir menos leite e carne do que a raça
suíça.
agricultura
Os criadores perceberam que as características do gado pardo suíço, uma raça taurina,
quando cruzado com raças zebuínas, como
o nelore, resultam em animais que se
adaptam muito bem às condições brasileiras. Isto vale tanto para linhagem leiteira
quanto para a linhagem de corte. São
rústicos, dóceis, vivem mais, dão mais
leite e mais carne, as fêmeas são ótimas
mães de aluguel e os bois ganham peso
facilmente sem acumular gordura. Além
disto, o fato de o animal ter pigmentação
no corpo inteiro contribui bastante para
diminuir o risco de doenças relacionadas
à exposição ao sol, como câncer de olhos
e de pele.
Annual General Meeting
O
n March 14, SWISSCAM held its
Annual General Meeting at the Nestlé
Auditorium, kindly offered by Nestlé for the
event. The Chamber’s president, Christian
Hanssen, opened the meeting and welcomed
the 42 members. Ursula Bardorf, the
Chamber’s executive director presented
the 2006 Annual Report.
She made a brief report of last year’s activities, emphasizing the significant increase in
the number of individual meetings (+20%)
and commercial consultations (+48%).
In 2006, SWISSCAM organized a Swiss collective stand in three different fairs: CIOSP
(dental), HOSPITALAR (hospital) and FIMAI
(industrial environment). The Swiss companies
that shared the stand praised the services of
the Chamber’s team and were very satisfied
with the contacts made.
A special task in 2006 was the elaboration and
updating of a list with names of all Swiss companies established in Brazil or Brazilian companies selling Swiss products. So far, this list
contains 350 names.
Among the events held by the Chamber, we
can highlight the presentations made by
Fernando Furlan, Minister of Development,
Industry and International Trade; Eugênio
Staub, president of Gradiente; Amaury de
Souza, senior researcher at IDESP, Institute of
Economic, Social and Political Studies;
Philippe Nell, head of SECO (Swiss Secretariat for Economic Affairs) for the Americas,
and the visit of Swiss Economy Minister,
Doris Leuthard (see article on page30)
2006’s financial results and annual balance,
as well as the budget for 2007 were presented and approved unanimously.
The Swiss Ambassador to Brazil, Rudolf
Bärfuss, addressed the members and
pointed out that direct Swiss investments in
Brazil added up to 6.5 billion Swiss Francs.
This trend is expected to intensify in the next
years. One of the positive factors is the new
strategy defined by Switzerland for the BRIC
countries. The Swiss Minister of Economy,
Doris Leuthard, chose Brazil as the first
country to receive the visit of an economic
mission. During the visit a Memorandum of
Understanding was signed by both countries.
The document creates a Mixed Commission
for Commercial and Economic Relationships
aimed at reinforcing the basic conditions for
harmonious development and diversification
of bilateral trade and investment initiatives.
Swiss entrepreneurs in Brazil are willing to
contribute to the acceleration of growth in
the country. Nevertheless, they require solid
agreements that prevent double taxation and
mutually stimulate and protect investments.
Closing the Ordinary General Meeting,
president Christian Hanssen called journalist
José Nêumanne Pinto of the ”Estado de
São Paulo” to address the audience speaking
about “Economy and Freedom in Lula’s
Second Term”, a presentation eloquently
and intelligently delivered. After that, the
participants headed for Marcel Restaurant,
where lunch would be served.
m 14 de março realizou-se a Assembléia Geral Ordinária no auditório da
Nestlé, gentilmente cedido para este evento
da SWISSCAM. Após o presidente Christian
Hanssen dar as boas-vindas aos 42 associados presentes, a diretora executiva
Ursula Bardorf apresentou o Relatório
Anual 2006.
cretaria de Estado para Assuntos Econômicos da Suíça; e a visita da ministra de
economia da Suíça, Doris Leuthard (veja
texto na página 31)
Ela fez um breve relato das principais
atividades do ano passado, destacando o
significativo aumento de reuniões individuais (+20%) e consultas comerciais (+48%).
O Embaixador da Suíça no Brasil, Rudolf
Bärfuss, dirigiu a palavra aos associados da
SWISSCAM, ressaltando que o investimento
direto suíço no Brasil totalizou 6,5 bilhões
de francos suíços. Tudo indica que esta
evolução se intensifique nos próximos
anos. Um dos fatores favoráveis é a nova
estratégia que a Suíça definiu para os países
BRIC. A ministra de economia Doris
Leuthard escolheu o Brasil como primeiro
destino para uma missão, na qual foi assinado o memorandum de entendimento
entre os dois países. O documento cria a
comissão mista para relações comerciais e
econômicas, cujo objetivo é reforçar as
condições básicas para o desenvolvimento
harmonizado e a diversificação dos fluxos
recíprocos de comércio e investimento. Os
empresários suíços no Brasil estão dispostos a contribuir para a aceleração do
crescimento. Como contrapartida, porém,
gostariam de acordos equilibrados, que
evitassem bi-tributação, favorecessem a
promoção e a proteção mútua de investimentos.
José Neumanne Pinto
A SWISSCAM organizou, em três feiras de
ramos diferentes, um pavilhão suíço com a
participação de seis a sete empresas suíças,
sendo isto na CIOSP (dental), HOSPITALAR
e FIMAI (meio ambiente industrial). Os
participantes elogiaram os serviços da
equipe e ficaram muito satisfeitos com
os contatos estabelecidos.
Um esforço especial foi a elaboração e
atualização constante da lista de todas as
empresas suíças no Brasil ou empresas
brasileiras que sejam representantes de
produtos suíços. Até agora, esta lista já
tem 350 registros.
Os resultados financeiros e o balanço de
2006, assim como o orçamento 2007, foram
apresentados e aprovados por unanimidade.
Encerrando a Assembléia Geral Ordinária,
o presidente Christian Hanssen convidou
a todos para assistir à palestra de José
Neumanne Pinto, jornalista do “Estado de
São Paulo”, que abordou de forma eloqüente
e inteligente o tema “Economia e Liberdade
no Segundo Governo Lula”, e, em seguida,
para o almoço no Restaurante Marcel.
swisscam news
E
notícias da swisscam
Assembléia Geral Ordinária
O Relatório Anual 2006
com a Lista de Associados
2007 pode ser solicitado na
SWISSCAM: Preço R$ 100,00.
The Annual Report can be
ordered from SWISSCAM
for R$ 100,00.
Entre os eventos realizados destacaram-se
as palestras de Fernando Furlan, ministro
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior; Eugênio Staub, presidente da
Gradiente; Amaury de Souza, pesquisador
sênior do IDESP Instituto de Estudos Econômicos, Sociais e Políticos; Philippe Nell,
chefe da divisão “América” da SECO Se-
swisscam nº48 04/2007
21
jurídico
Quicker and simpler
proceedings for nonjudicial asset inventory,
and separation and
divorce agreements
There have been changes in separation and
divorce proceedings and inventory of assets
left by deceased individuals, applicable to
cases in which there is a non-court agreement thereon
I
n recent years, the Brazilian legislator
has introduced several changes in the
scope of the Civil Procedure Code that are
intended to expedite judicial proceedings in
order to fulfill the constitutional principles of
“reasonable duration of the process” and
“effectiveness of the jurisdictional protection”
in relation to the citizen.
Act 11.441/2007, enacted on January, 05
2007, brought changes in separation and
divorce proceedings and inventory of assets
left by deceased individuals, applicable to
cases in which there is a non-court agreement
thereon. Previous to this Act, these matters
could only be ruled on by a court.
Now the inventory may
be accomplished through
a simple public deed
The new law permits separation and divorce
agreements, as well as non-disputed inventories of deceased individuals, or even part
of these procedures, to be removed from
the judicial sphere, although with some
important restrictions. Now the inventory may
be accomplished through a simple public
deed (i.e. certified by a public notary) and a
court should homologate the apportioning
of the assets, provided that the taxes due
thereon are paid. It will also constitute a
22
swisscam nº48 04/2007
legal title to record the real estate transfer.
However, this new proceeding only applies
if the deceased did not leave a will, and
provided that all heirs are of legal age,
capable and in agreement. If there is any
litigation or disagreement between the heirs,
or even if one of them is incapable (minors
being legally defined as such) the inventory of
the deceased’s property must be processed
before a Court, through the traditional system.
The separation or divorce
agreement will not require
homologation by a court and
will be valid for registration
with the civil public notary
Foto: MultiCD
legal
b y B e a t W. R e c h s t e i n e r a n d N i l s o n L a u t e n s c h l e g e r j r.
In any case, whether being a separation or a
divorce agreement, or an inventory and
partition of assets, a lawyer must assist the
parties, otherwise the public deed will not
be recorded.
These changes bring comfort to those who
previously suffered from the slowness of the
judicial proceedings, particularly in cases
where no effective dispute between the
parties existed.
Beat W. Rechsteiner
and Nilson Lautenschleger jr.
are lawyers at Rechsteiner,
Lautenschleger, Romeiro e
Further, if the spouses have mutually agreed
and do not have under-aged or incapable
children , they may personally appear before
a public notary to record the public deed of
separation or divorce agreement (provided
that this is done within the legal timeframe),
which shall contain a description of the
property and partition thereof, provision of
alimony (if any) and the name that the
spouse will use after the separation. Note
that the separation or divorce agreement
will not require homologation by a court and
it is valid for registration with the civil public
notary.
Iwamizu Advogados
www.rlaw.com.br
jurídico
Facilidade e agilidade
nos procedimentos de
inventários, separações
e divórcios consensuais
p o r B e a t W. R e c h s t e i n e r e N i l s o n L a u t e n s c h l e g e r j r.
O
legislador brasileiro realizou nos
últimos anos várias reformas no
âmbito do direito processual civil com
o intuito de diminuir a morosidade do
Judiciário, cumprindo, assim, preceito
constitucional que prescreve a “duração
razoável do processo”, assim como a
“efetividade da tutela jurisdicional” em
relação ao cidadão.
O inventário agora pode ser
feito por meio de simples
escritura pública
Por último, a Lei 11.441/2007, em vigor
desde o dia 05 de janeiro de 2007, introduziu alterações nos procedimentos de
separação e de divórcio consensual entre
cônjuges, bem como no procedimento de
inventário dos bens deixados por pessoas
falecidas, quando forem acordados. Anteriormente à sua vigência, esses procedimentos eram necessariamente processados
perante um juiz de direito.
A nova lei, entretanto, permite que separações e divórcios consensuais, bem como
procedimentos de inventários amigáveis
sejam retirados, ainda que em parte, da
esfera judicial, desde que respeitadas
algumas restrições. O inventário agora pode
ser feito por meio de simples escritura
pública (isto é, lavrada por um tabelião),
sendo que a partilha será homologada de
plano pelo juiz mediante prova de quitação
dos tributos, servindo, inclusive, de título
hábil para o registro imobiliário referente à
transferência dos bens imóveis. Mas, isso
só poderá ser feito se o falecido não houver
deixado testamento e se todos seus herdeiros forem maiores, capazes e estiverem
de acordo. Ou seja, se houver divergência
entre os herdeiros, ou se algum deles for
incapaz, ou, ainda, se o falecido tiver deixado testamento, o inventário e a partilha
somente poderão ser promovidos perante
o Judiciário.
Também, se os cônjuges estiverem de
acordo e não tiverem filhos menores ou
incapazes, poderão comparecer à presença do tabelião para ser lavrada escritura
pública de separação ou de divórcio consensual, observados os prazos legais para
uma e outra, de cuja escritura constarão
todas as disposições relativas à descrição
e partilha dos bens comuns, à pensão
alimentícia e, inclusive, ao acordo quanto
ao nome a ser adotado pelos cônjuges
após a separação. Ressaltamos que no
caso da separação ou divórcio consensual
aqui mencionado a escritura não depende
de homologação judicial e constitui título
hábil para o registro civil e de imóveis.
legal
Conheça as alterações nos procedimentos
de separação e de divórcio consensual
entre cônjuges, bem como no procedimento
de inventário dos bens deixados por pessoas
falecidas, quando forem acordados.
Ressaltamos que no caso
da separação ou divórcio
consensual a escritura não
depende de homologação
judicial e constitui título
hábil para o registro civil
e de imóveis
Em qualquer circunstância, seja por ocasião
da separação e do divórcio consensual,
seja por ocasião do inventário e da partilha
dos bens deixados no Brasil por uma pessoa falecida, as partes interessadas deverão
comparecer à presença do tabelião acompanhadas de advogado habilitado, sem o
que a escritura pública não poderá ser
lavrada.
Tais alterações trazem um alento para
aqueles que sofrem com a morosidade
do Judiciário, especialmente quando não
há efetivo litígio entre as partes.
B e a t W. R e c h s t e i n e r
e N i l s o n L a u t e n s c h l e g e r j r.
são advogados da Rechsteiner,
Lautenschleger, Romeiro e Iwamizu
Advogados - www.rlaw.com.br
swisscam nº48 04/2007
23
Swiss Photographer
Nicolas Bouvier at
the Pinacoteca
T
he Pinacoteca is holding an exhibition
showing about 90 photographs (black
and white) of Swiss French-speaking travelerwriter Nicolas Bouvier (1929-1998). The
photographs were taken between 1953 and
1955 during the writer’s trip from Geneva to
Ceylon aboard a small Fiat Topolino, and
the trip was narrated in the book L’Usage
du monde – 1963. The exhibition is part of
the celebrations marking the International
Francophonia Month.
two friends travel in Yugoslavia, Turkey, Iran,
Kurdistan, Pakistan, India, Afghanistan, and
Ceylon. The exhibition expography invites
people to relive his trip. The exhibition also
aims at introducing to the Brazilian audience
the written work produced by Bouvier, including reproduction of manuscripts and
extracts from books, a documentary about
his production, and musical recordings
produced by Bouvier himself showing typical
songs of the places he visited.
The book is classified as travel literature, a
genre in which writers like Bouvier and Ella
Maillart are seen as references. In L’Usage
du monde, the story runs along the discovery
of the other, the consolidation of a close
friendship with painter Thierry Vernet, and
the birth of Bouvier’s vocation to write. The
The exhibition is jointly organized by the
French General Consulate in Sao Paulo, the
Swiss General Consulate in Sao Paulo,
the Musée de L’Elysée in Lausanne, and the
Pro-Helvetia Foundation. Curators:
Sébastien Roy and Diógenes Moura.
The exhibition runs until May 13, 2007
at the Pinacoteca do Estado,
Praça da Luz, 2 – phone 11 3229 9844;
admission R$ 4.00 and R$ 2.00,
free admission on Saturdays.
cultura
culture
Fotógrafo suíço Nicolas Bouvier
na Pinacoteca
A
Pinacoteca apresenta uma série de
cerca de 90 imagens (em preto e
branco) de Nicolas Bouvier (1929-1998),
escritor-viajante suíço de língua francesa.
As imagens foram realizadas entre 1953
e 1955, durante a viagem que o conduziu
de Genebra ao Ceilão ao volante de um
pequeno Fiat Topolino e cuja narração foi
feita em L’Usage du monde – 1963. A
exposição integra a celebração do Mês
Internacional da Francofonia.
A obra se inscreve na tradição de literatura
de viagem, gênero em que autores como
Bouvier e Ella Maillart são considerados
referenciais. Em L’Usage du monde sua
narrativa perpassa a descoberta do alheio,
a consolidação de uma estreita amizade
com o pintor Thierry Vernet e o nascimento
da vocação para escritor. Os dois amigos
percorreram a Iugoslávia, Turquia, Irã,
Curdistão, Paquistão, Índia, Afeganistão e
Ceilão. A expografia da mostra é um convite para reviver essa viagem. A exposição
propõe-se também a introduzir o público
brasileiro à obra escrita de Bouvier, incluindo reproduções de manuscritos e trechos
de livros, além da exibição contínua de um
documentário sobre sua produção e da
ambientação sonora, com gravações realizadas pelo próprio Bouvier de músicas
típicas dos locais que visitou.
A mostra é resultado de uma parceria
com o Consulado Geral da França em
São Paulo, Consulado Geral da Suíça
em São Paulo, Musée de L’Elysée de
“Sou retratista. Se a paisagem for deslumbrante
eu a capto e, se a foto ficar boa, me satisfaço.
Mas o que me interessa, acima de tudo, é o
rosto das pessoas e, mais ainda, o que se
passa entre o fotógrafo e o modelo no momento
em que se estabelece essa operação de caráter
mágico.
Primeiramente, é preciso que o fotógrafo se
anule completamente, que ele estabeleça em
si próprio o silêncio mais absoluto e, então,
que observe o rosto, pois no rosto de uma
pessoa fotografada produz-se uma mobilização
realmente estranha. É preciso esperar pela
emersão de todas as emoções reprimidas,
dos projetos, das lembranças. Os rostos se
enchem como um cômodo vazio que mobiliaríamos às pressas para um hóspede inesperado.
Essa emersão é extremamente tocante. Desse
ponto de vista, a foto está mais próxima da
música do que da pintura.”
Routes et déroutes, conversas de Nicolas
Bouvier com Irène Lichtenstein, Genebra:
Metropolis, 1998 (1992), p.110
Lausanne e Fundação Pro-Helvetia.
Curadoria de Sébastien Roy e Diógenes
Moura.
A exposição pode ser visitada até 13 de
maio de 2007 na Pinacoteca do Estado,
Praça da Luz, 2 – telefone 11 3229 9844,
ingressos de R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia),
grátis aos sábados.
“I’m a portraitist. If the view is dazzling, I’ll capture
it, and, if the photo is good, I’ll be happy. But what
really interests me is people’s faces, and, moreover,
what goes on between the photographer and the
model at he exact moment this magic process
takes place.
First of all, the photographer must be invisible; he
must impose strict silence on himself, and then,
he has to watch the face because the face of the
person being photographed shows a really weird
motion. It’s necessary to wait for all repressed
emotions, projects, and memories to emerge. The
face fills up like an empty room hastily furnished
to accommodate an unexpected guest. This
emersion is really touching. From this point of
view, a photograph is closer to music than to
painting.”
Routes et déroutes, conversations of Nicolas
Bouvier with Irène Lichtenstein, Geneva:
Metropolis, 1998 (1992), p.110
swisscam nº48 04/2007
25
educação
Parceria entre
faculdade suíça
de hotelaria e
universidade
brasileira
education
O Instituto Suíço de
Gestão de Hotéis – IMI –
e a Fundação Educacional
para a Região de Joinville
assinaram um Memorando
de Entendimento que
permitirá que alunos
brasileiros cursem no
Brasil a Faculdade Suíça
de Hotelaria e Turismo
O
setor de turismo globalizou-se e
tornou-se fonte de benefícios econômicos concretos não somente para
investidores, mas também para toda a
economia de um país. Cursos na área
de hotelaria e turismo qualificam os alunos
para que encontrem emprego ou abram
seu próprio negócio em diversos setores
como o de hotéis, restaurantes e agências
de viagem, órgãos do governo local, regional
e federal, companhias aéreas e muitos
outros.
Em setembro de 2006, o Instituto Internacional de Gestão de Hotéis (IMI) da Suíça
e a Fundação Educacional para a Região
de Joinville, entidade mantenedora da
Universidade Univille, em Santa Catarina,
A parceria entre o IMI e
a Univille trará cursos de
hotelaria e turismo a alunos
que desejam seguir uma
carreira nesse setor em
constante crescimento
Brasil, assinaram um Memorando de Entendimento que permitirá que alunos brasileiros
cursem a Faculdade Suíça de Hotelaria e
Turismo. Graças ao acordo, os alunos
poderão optar por concluir o último ano
do curso na Suíça.
A Suíça é geralmente reconhecida como
berço dos programas de gestão hoteleira
e de turismo. Através dos anos, o país se
estabeleceu como centro dos melhores
cursos de gestão hoteleira e turismo do
mundo.
O IMI é uma instituição de ensino superior
na área de hotelaria e turismo que ofecere
vários cursos de especialização em gestão
hoteleira e de turismo nos níveis de
bacharelado e de pós-graduação. O Instituto fica em Kastenienbaum, uma pequena
vila às margens do Lago de Lucerne, situada em uma região pitoresca da Suíça.
A Universidade Univille, parceira do IMI,
está localizada não muito distante do centro
da cidade de Joinville. Trata-se de uma
conhecida instituição de ensino superior
que oferece vários cursos nas áreas de
ciências humanas, ciências, medicina e
outras. A área de hotelaria e turismo foi
recentemente adicionada ao extenso
programa já existente.
A parceria do IMI com a Univille trará cursos de hotelaria e turismo a alunos que
desejam seguir uma carreira nesse setor
em constante crescimento. Ambas as
Ambas as instituições têm
trabalhado com vários sistemas de garantia de qualidade
e desenvolvimento
instituições têm trabalhado com vários
sistemas de garantia de qualidade e desenvolvimento de maneira a assegurar que
ambas as organizações estejam comprometidas com sua missão educacional de
oferecer aos alunos a melhor oportunidade
possível de adquirir conhecimento relevante
e atualizado na área de gestão hoteleira e
de turismo.
Caso deseje obter um r esumo do
programa do IMI, por favor, acesse
a página do instituto: www.imi.luzern.com
e para informações sobre o programa da
Univille, por favor, acesse o link
www.univille.br
swisscam nº48 04/2007
27
Partnership between Swiss Hotel
Management School and Brazilian
University
Memorandum of Understanding assigned by
Swiss International Hotel
Management Institute IMI
and Educational Foundation
for the Joinville Region
would enable students to
follow a Swiss Hospitality
and Tourism Programme
in Brazil
T
he tourism industry has become a
global player that brings tangible economic benefits not only to investors but to
the entire economy of a country. Taking up
studies in Hospitality and Tourism Management enables graduates to find positions or
even develop their own business entity in a
number of sectors, namely hotels, restaurants,
tour operation, local /regional/federal government tourist administration, airlines and
a host of other services.
In September 2006 The International Hotel
Management Institute, Switzerland (IMI) and
the Educational Foundation for the Joinville
Region, the parent organization of Univille
University, Santa Caterina, Brazil have signed
a Memorandum of Understanding that would
enable students to follow a Swiss Hospitality
and Tourism Programme in Brazil. Thanks to
this agreement students would have the
option of completing their last year of their
studies in Switzerland.
Switzerland is often referred to as the birthplace of tourism and hospitality management.
Over the years the country came to be recognized as having the best quality hotel and
tourism management education in the world.
IMI is a residential hotel and tourism Institute
of higher education that offers a range of
specialized courses in hotel and tourism
management at both undergraduate and
postgraduate level. The Institute is located
in a scenic part of Switzerland, namely
Kastanienbaum, a small village on the
shores Lake Lucerne.
Univille University, IMI’s Partner Institution, is
located not far from the Joinville city centre.
It is a well known educational establishment
in the field of higher education and offers an
extensive number of programmes ranging
from the Humanities, Sciences, Medicine and
others. The area of Hospitality and Tourism
Management is new addition to the already
extensive educational programme.
IMI and Univille together will bring Swiss
Hospitality and Tourism Education to students
who would like to make a career in this ever
expanding industry. Both Institutions have
been engaged in a number of quality assurance and development systems in order to
ensure that all aspects of the organizations
are committed to their educational mission,
namely to provide students with the best
possible opportunity to acquire relevant and
up-to-date knowledge in the area of international hotel and tourism management and to
develop skills appropriate in their present
and future needs.
A current overview of IMI’s programme’s
can be found on the institute’s web-site
www.imi-luzer n.com and Univille’s programme
on the link www.univille.br
Juntas as empresas ofereceram 16 milhões
de dólares. Em novembro de 2005, a OLPC
conseguiu apresentar o primeiro protótipo
na Cúpula da Sociedade da Informação
em Tunis, Tunísia.
Destinado aos países onde o fornecimento
de energia elétrica é aleatório, o pequeno
computador dispõe de uma bateria
recarregável sem necessidade de corrente
elétrica.
A
fundação OLPC (One Laptop per
Child) vê na distribuição do aparelho
para escolares dos países em desenvolvimento um formidável investimento para o
futuro. E isso à custa dos governos.
Nicholas Negroponte, chefe da OLPC, é,
antes de tudo, diretor e fundador do MIT
Media Lab, o laboratório de informática
do Massachusetts Institute of Technology.
Graças a essa posição ele lançou em 2005
no Fórum Econômico de Davos a idéia de
criação de um computador de 100 dólares.
O credo da OLPC está inscrito no lema: um
computador por cada criança. A distribuição
dos aparelhos nas escolas não resolve a
questão da “democratização do acesso à
tecnologia”. A maneira mais efetiva de
fazê-lo, acredita o pesquisador, é que cada
aluno tenha seu próprio computador.
O aparelho serviria de instrumento de
aprendizado, enciclopédia, bloco
de notas e janela para o mundo,
graças à Internet. As crianças
poderiam levá-lo a qualquer lugar
e cuidariam melhor dele do que dos
aparelhos coletivos dispostos nas salas
de aula.
O credo da OLPC (One
Laptop per Child) está
inscrito no lema: um
computador por cada
criança
O carregador da bateria funciona como um
motor de arranque de uma máquina de
cortar grama. O movimento para puxar a
corda é amplo e, dessa forma, pouco
cansativo. Também existe a possibilidade
de “pedalar” com os pés. Assim o usuário
precisa apenas fazer seis minutos de exercício para ter uma hora
de autonomia no seu
computador.
“Tecnicamente esse não é um produto
barato, do ponto de vista de qualidade, ao
contrário de muitos que são desenvolvidos
para os mercados de países em desenvolvimento”, declara Béhar. “Nele existem
detalhes técnicos únicos e muito mais
avançados do que os encontrados nos
computadores que são dez vezes mais
caros”.
“Para nós o projeto melhora
o acesso à informação e, a
longo prazo, também à própria democracia” diz Yves
Béhar
A tela é vista por muitos como “revolucionária”. Os técnicos do MIT inventaram
uma nova matriz de cristal líquido, onde
cada pixel pode refletir a luz e deixá-la
passar através de um filtro colorido. O
resultado: no caso de forte exposição ao
sol, a imagem passa para preto e branco
e os textos continuam perfeitamente visíveis.
Também existe a questão do desenho da
aparência. “Esse é um aspecto importante,
pois funciona como um embaixador do
projeto. Não importa se o usuário não
compreende as questões técnicas, mas ele
tem uma atração imediata pelo computador
se seu design é atraente”, explica Béhar.
“Esse projeto tem um valor muito grande
na questão do acesso à informação e,
a longo prazo, até mesmo no acesso à
democracia. Porém eu espero que esse
acesso a novos horizontes e a novas
idéias ocorra através do indivíduo”.
Fonte: swissinfo,
Marc-André Miserez
Pessoa de convicção, Nicholas Negroponte
também dispõe de bons contatos. Rapidamente ele conseguiu convencer gigantes
da informática como o motor de procura
Google, o fabricante de microprocessadores
AMD, os grupos telefônicos SES Global e
BrightStar, ou a Red Hat, distribuidor de
sistemas operacionais livres Linux, de
embarcar nessa aventura.
swisscam nº48 04/2007
29
foco
A produção em massa do
chamado “computador
dos pobres” vai começar.
Recheado de inovações
tecnológicas, a máquina
foi desenhada pelo famoso designer suíço Yves
Béhar, estabelecido em
São Francisco
Solução high-tech
focus
Suíço fez design
do computador de
100 dólares
Obviamente o computador popular ainda
necessita de algumas revisões. Esse será
o trabalho de Yves Béhar, o designer suíço
contratado pelos americanos. Sua empresa
“Fuseproject” foi contratada pela OLPC
em março de 2006 para realizar o projeto.
focus
foco
Swiss designs
100-dollar computer
Production of the so-called
“computer for low-income
users” is about to begin.
Featuring a set of innovative technologies, the
computer was designed by
Yves Béhar, a renowned
Swiss designer living in
San Francisco
T
he OLPC (One Laptop per Child) Foundation understands that making computers available to students in developing
countries is a great investment in the future
– at the governments’ expense.
Nicholas Negroponte, head of OLPC, is
founder and director of MIT Media Lab, the IT
lab of the Massachusetts Institute of Technology. Taking advantage of his position, he
launched at the 2005 World Economic Forum,
in Davos, the idea of designing a 100-dollar
computer.
The concept behind the OLPC project is, as
its name says, one laptop per child. Simply
distributing computers to schools does not
guarantee “democratic access to information”.
Mr. Negroponte believes that the most effective way to accomplish this is to allow each
student to have his or her own computer.
The concept behind the OLPC
project is, at its name says,
“One Laptop Per Child”
The computer would serve as a learning
tool, an encyclopedia, a notepad, and a
window to the world, thanks to the Internet.
The students could carry them anywhere, and
would certainly take better care of them than
of the computers used in the classroom.
A firm believer, Negroponte also has good
connections. He soon persuaded others to
embark on this adventure, including IT giants,
such as Google (search engine), AMD (microprocessor manufacturer), Global SES and
BrightStar (telephone companies), and Red
Hat (distributor of free Linux operational
systems).
30
swisscam nº48 04/2007
Altogether, these companies have invested
16 million dollars in the project. In November
2005, OLPC presented the first prototype at
the World Symposium on the Information
Society in Tunis, Tunisia.
Designed for countries with irregular electrical
energy supply, the small computer has a
rechargeable battery that does not require
electricity. The battery charger works like a
lawnmower motor. It takes little effort to pull
the cord. It is also possible to use a pedal to
charge the battery. Pulling the cord for six
minutes gives the computer one hour’s
autonomy.
The computer would serve
as a learning tool, an encyclopedia, a notepad, and a
window to the world, thanks
to the Internet
Obviously, the accessible computer still
needs improving. This is what the Americans
have called in the Swiss designer for. His
company, Fuseproject, was contacted by
OLPC in March 2006 to carry out the project.
High-tech solution
“Technically, this is not a cheap product,
considering its quality, unlike many others
designed for developing countries”, says
Béhar. “It has unique and far more advanced
technical features than those found in computers costing ten times its price”.
Many consider its screen “revolutionary”.
MIT’s technicians came up with a new liquid
crystal display, where each pixel can reflect
light or let it go through a color filter. The
result: when exposed to sunlight, the image
turns black and white with texts perfectly
readable.
Another factor to consider is the computer
design. “It’s the project’s ambassador. Even
when the user is not familiar with the technical features, he or she will immediately be
drawn to the attractive design”, explains
Béhar. “This project is highly valuable in
terms of access to information and, in the
long-run, to democracy itself. However, I
hope this access to new horizons and new
ideas will come from people”.
Source: swissinfo, M a r c - A n d r é M i s e r e z
Minister
Doris Leuthard
visits Brazil
by Abelardo Mendes Junior
T
he visit of the Swiss Minister of
Economy, Doris Leuthard, to Brazil is
the first visit made to a country of the BRIC
Group (Brazil, Russia, India and China),
considered a priority in terms of Swiss trade.
Minister Leuthard spent two days in Sao
Paulo meeting with Swiss and Brazilian
business executives. She visited the SwissBrazilian school SENAI, FIESP (Sao Paulo
State Federation of Industries), the Luiz de
Queiroz School of Agriculture, in Piracicaba
(in the countryside of Sao Paulo) and also an
ethanol processing plant. She was also
shown the equipment used by Biolatina to
produce biodiesel.
On Thursday, February 8, the Minister, escorted by a delegation of entrepreneurs and
executives with business in Brazil, visited
Brasília for meetings with the Ministers of
Agriculture, International Affairs and Development, and Industry and Commerce.
Minister Leuthard and the Brazilian Minister
Celso Amorim took the first step towards
strengthening trade between both countries:
they signed a Memorandum of Understanding
creating the “Mixed Commission for Commercial and Economic Relations”. A meeting
to discuss the details of the bilateral agreement
has already been scheduled for later this
year. The date has not been set yet, but the
location will be in Switzerland.
Last year, bilateral trade between Brazil and
Switzerland achieved around US$2,1 billion,
25% more than in 2005. Ministers Amorim
and Leuthard agreed that this figure should
increase even more after their positive conversations. “The trade balance surplus currently
benefits Switzerland, but we are not concerned about deficit or surplus. We wish for
the commercial negotiations between the
two countries to be dynamic and for it to
improve every day”, said Amorim.
“The Swiss are impressed with the current
changes and the macro-economic stabilization achieved in the country”, said Minister
Leuthard. “Brazil is our biggest trade partner
in South America, however, we all know we
could do much better”, she added.
The Memorandum of Understanding is expected to accelerate and improve the rela-
focus
foco
Swiss designs
100-dollar computer
Production of the so-called
“computer for low-income
users” is about to begin.
Featuring a set of innovative technologies, the
computer was designed by
Yves Béhar, a renowned
Swiss designer living in
San Francisco
T
he OLPC (One Laptop per Child) Foundation understands that making computers available to students in developing
countries is a great investment in the future
– at the governments’ expense.
Nicholas Negroponte, head of OLPC, is
founder and director of MIT Media Lab, the IT
lab of the Massachusetts Institute of Technology. Taking advantage of his position, he
launched at the 2005 World Economic Forum,
in Davos, the idea of designing a 100-dollar
computer.
The concept behind the OLPC project is, as
its name says, one laptop per child. Simply
distributing computers to schools does not
guarantee “democratic access to information”.
Mr. Negroponte believes that the most effective way to accomplish this is to allow each
student to have his or her own computer.
The concept behind the OLPC
project is, at its name says,
“One Laptop Per Child”
The computer would serve as a learning
tool, an encyclopedia, a notepad, and a
window to the world, thanks to the Internet.
The students could carry them anywhere, and
would certainly take better care of them than
of the computers used in the classroom.
A firm believer, Negroponte also has good
connections. He soon persuaded others to
embark on this adventure, including IT giants,
such as Google (search engine), AMD (microprocessor manufacturer), Global SES and
BrightStar (telephone companies), and Red
Hat (distributor of free Linux operational
systems).
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swisscam nº48 04/2007
Altogether, these companies have invested
16 million dollars in the project. In November
2005, OLPC presented the first prototype at
the World Symposium on the Information
Society in Tunis, Tunisia.
Designed for countries with irregular electrical
energy supply, the small computer has a
rechargeable battery that does not require
electricity. The battery charger works like a
lawnmower motor. It takes little effort to pull
the cord. It is also possible to use a pedal to
charge the battery. Pulling the cord for six
minutes gives the computer one hour’s
autonomy.
The computer would serve
as a learning tool, an encyclopedia, a notepad, and a
window to the world, thanks
to the Internet
Obviously, the accessible computer still
needs improving. This is what the Americans
have called in the Swiss designer for. His
company, Fuseproject, was contacted by
OLPC in March 2006 to carry out the project.
High-tech solution
“Technically, this is not a cheap product,
considering its quality, unlike many others
designed for developing countries”, says
Béhar. “It has unique and far more advanced
technical features than those found in computers costing ten times its price”.
Many consider its screen “revolutionary”.
MIT’s technicians came up with a new liquid
crystal display, where each pixel can reflect
light or let it go through a color filter. The
result: when exposed to sunlight, the image
turns black and white with texts perfectly
readable.
Another factor to consider is the computer
design. “It’s the project’s ambassador. Even
when the user is not familiar with the technical features, he or she will immediately be
drawn to the attractive design”, explains
Béhar. “This project is highly valuable in
terms of access to information and, in the
long-run, to democracy itself. However, I
hope this access to new horizons and new
ideas will come from people”.
Source: swissinfo, M a r c - A n d r é M i s e r e z
Minister
Doris Leuthard
visits Brazil
by Abelardo Mendes Junior
T
he visit of the Swiss Minister of
Economy, Doris Leuthard, to Brazil is
the first visit made to a country of the BRIC
Group (Brazil, Russia, India and China),
considered a priority in terms of Swiss trade.
Minister Leuthard spent two days in Sao
Paulo meeting with Swiss and Brazilian
business executives. She visited the SwissBrazilian school SENAI, FIESP (Sao Paulo
State Federation of Industries), the Luiz de
Queiroz School of Agriculture, in Piracicaba
(in the countryside of Sao Paulo) and also an
ethanol processing plant. She was also
shown the equipment used by Biolatina to
produce biodiesel.
On Thursday, February 8, the Minister, escorted by a delegation of entrepreneurs and
executives with business in Brazil, visited
Brasília for meetings with the Ministers of
Agriculture, International Affairs and Development, and Industry and Commerce.
Minister Leuthard and the Brazilian Minister
Celso Amorim took the first step towards
strengthening trade between both countries:
they signed a Memorandum of Understanding
creating the “Mixed Commission for Commercial and Economic Relations”. A meeting
to discuss the details of the bilateral agreement
has already been scheduled for later this
year. The date has not been set yet, but the
location will be in Switzerland.
Last year, bilateral trade between Brazil and
Switzerland achieved around US$2,1 billion,
25% more than in 2005. Ministers Amorim
and Leuthard agreed that this figure should
increase even more after their positive conversations. “The trade balance surplus currently
benefits Switzerland, but we are not concerned about deficit or surplus. We wish for
the commercial negotiations between the
two countries to be dynamic and for it to
improve every day”, said Amorim.
“The Swiss are impressed with the current
changes and the macro-economic stabilization achieved in the country”, said Minister
Leuthard. “Brazil is our biggest trade partner
in South America, however, we all know we
could do much better”, she added.
The Memorandum of Understanding is expected to accelerate and improve the rela-
”Os suíços estão impressionados com as
reformas que estão em curso no país e a
estabilização macro-econômica alcançada”,
disse Leuthard. “O Brasil é o nosso maior
parceiro na América do Sul, mas todos
nós sabemos que podemos fazer melhor”,
acrescentou.
A ministra agüentou com muita água e bom humor
um dos dias mais quentes do ano em São Paulo
tionship between the two countries as well
as creating new business opportunities. “We
want to minimize the problems that some
European companies have when they want
to invest in Brazil. It is necessary to face and
reduce these obstacles” explained
Leuthard.
The BioFuel Question
In the three meetings she had with Brazilian
Ministers and during her visit to Piracicaba,
Minister Leuthard showed interest in a
promising sector of the Brazilian economy:
renewable energy.
After visiting the Biofuel Industrial Complex
and a processing plant in Sao Paulo, the
Swiss Minister was impressed with the technology used in the biofuel engines (alcohol
and gasoline) and encouraged its promotion
in Europe. “The engineers that accompanied
me during the visit to the plant seemed very
enthusiastic about it”, she said.
During her interview at the Itamaraty Palace,
the minister pointed out that Switzerland has
a great interest in the importation of renewable energy sources , especially, clean and
sustainable sources, like the Brazilian biofuel.
“There is a trend in Switzerland to see ethanol as an energy commodity. I believe this
will allow us to make good investments on
both sides”, said Minister Leuthard, recommending that the Swiss Embassy should
initiate contacts with the Brazilian Agriculture Minister aiming at making an agreement
as soon as possible.
A
visita da Ministra de Economia da
Suíça, Doris Leuthard, ao Brasil é a
primeira a um país do grupo chamado BRIC
(Brasil, Rússia, Índia e China), prioritário
para o comércio suíço.
Leuthard passou dois dias em São Paulo,
em encontros com empresários suíços e
brasileiros. Visitou a Escola SENAI SuíçoBrasileira, a Fiesp, a Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba
(interior de São Paulo) e uma usina de
produção de etanol. Conheceu também o
equipamento para produção de biodiesel
da empresa Biolatina.
Quinta-feira, 08/02, a ministra, sempre
acompanhada por uma delegação de empresários e executivos com negócios no
Brasil, esteve em Brasília, onde reuniu-se
com os ministros da Agricultura, Relações
Exteriores e Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior.
Leuthard e o ministro brasileiro Celso
Amorim deram o primeiro passo para fortalecer o comércio entre os dois países:
assinaram o memorando de entendimento
para a criação de uma Comissão Mista
sobre Relações Comerciais e Econômicas.
De antemão, já ficou acertada uma reunião
ainda este ano para que sejam ultimados
os detalhes do entendimento bilateral. A
data ainda não foi definida, mas o encontro
será em terras helvéticas.
No ano passado, o comércio entre Brasil e
Suíça movimentou cerca de US$ 2,1 bilhões,
número 25% superior ao montante de
A expectativa é de que o memorando de
entendimento possa acelerar o estreitamento
da relação entre os países e abra novas
possibilidades de aproximação. “Nós queremos minimizar os problemas encontrados
pelas empresas européias que querem
investir no Brasil. Faz-se necessário encarar
e minimizar os obstáculos”, explicou
Leuthard.
A questão do Biocombustível
Nos três encontros com ministros brasileiros
e em visita feita a Piracicaba (interior do
estado de São Paulo), Leuthard mostrou
interesse em um setor promissor da economia brasileira: energia renovável.
Depois de conhecer o Pólo Nacional de
Biocombustível e uma usina paulista, a
ministra elogiou a tecnologia dos motores
bicombustíveis (álcool e gasolina) e incentivou sua divulgação na Europa. “Os engenheiros que me acompanharam na visita
ficaram muito interessados”, afirmou.
Na entrevista no Palácio do Itamaraty, a
ministra deixou claro que a Suíça tem interesse na importação de fonte de energia
renovável, especialmente limpa e sustentável, como o biocombustível brasileiro.
”Há uma tendência da Suíça em tratar o
etanol como uma commodity energética.
Creio que isso nos possibilitará bons investimentos dos dois lados”, avaliou Leuthard,
já deixando a determinação para que a
embaixada suíça no Brasil inicie os contatos
com o Ministério da Agricultura visando
estabelecer um acordo.
O artigo completo encontra-se no link
You can find the complete article at
www.swissinfo.org
swisscam nº48 04/2007
31
notícias da swisscam
by Abelardo Mendes Junior
2005. Amorim e Leuthard concordam que
a tendência é de que o comércio aumente
ainda mais, pois a conversa mostrou-se
produtiva. “Hoje em dia, há um superávit em
favor da Suíça, mas não estamos preocupados com déficit ou superávit. Queremos
que o comércio entre os dois países seja
dinâmico e que possa ser cada vez mais
aprimorado”, afirmou Amorim.
swisscam news
Ministra
Doris Leuthard
visita o Brasil
notícias da swisscam
swisscam news
Presidents’ Club
with Pedro Malan
S
em dúvida um dos eventos mais esperados do ano, o Presidents’ Club,
realizado no Grand Hyatt em novembro de
2006, contou com a presença do ilustre
ex-ministro Pedro Malan que falou sobre
o tema “Visão macro-econômica do Brasil
pós-eleição”, contribuindo com seus conhecimentos profundos do ambiente políticoeconômico e tornando a sua palestra um
eloqüente bate-papo com os convidados.
O Presidents’ Club é um privilégio para os
presidentes e diretores das maiores empresas associadas. Desta forma procuramos
retribuir com um evento de alto nível para
o constante apoio que recebemos destas
empresas, seja em forma de patrocínios
para eventos, seja como anunciantes em
nossas publicações ou como constante
fonte de informações e inspirações referente
às atividades da Câmara.
O
ne of the most expected events in the
year, the President’s Club, held at the
Grand Hyatt Hotel in November 2006, had as
guest speaker Pedro Malan, the illustrious
former minister, who talked about “A postelection macro-economic overview of Brazil”,
sharing his vast knowledge about the politicaleconomic area and turning his talk into a
pleasant chat with the audience. The
President’s Club is specially organized for
the presidents and directors of our largest
corporate members. We organize these top
class events to try to give back to those companies that constantly support the Chamber’s
activities, whether by sponsoring events,
placing ads in our publications or serving as
information and inspiration sources.
Embaixador Rudolf Bärfuss
e Presidente Christian Hanssen
CIOSP 2007 - A maior
apresentação suíça em feiras
2007 CIOSP – The
largest ever number
of Swiss companies
in a fair
A
A
Suíça teve uma importante participação na feira e congresso CIOSP,
Congresso Internacional de Odontologia de
São Paulo. O estande de 120m2, o maior
que a SWISSCAM já organizou em um evento, abrigou seis empresas de tecnologia de
ponta dental. Contou com o apoio do Swiss
Business Hub que elaborou um estudo
sobre o mercado odontológico no Brasil.
As empresas ainda investiram em um amplo
lounge com ar condicionado e um auditório
para que apresentações fossem feitas
durante o congresso. O resultado foi positivo
e as empresas já confirmaram sua participação para o CIOSP 2008.
32
swisscam nº48 04/2007
significant number of Swiss companies
participated in the last CIOSP fair and
congress (Sao Paulo International Dental
Congress). The 120 m2 stand, the largest
ever organized by SWISSCAM for an event,
gathered six state-of-the-art dental companies, which also put up a spacious air-conditioned lounge for presentations during the
congress. SWISSCAM was supported by the
Swiss Business Hub that elaborated a study
on the Brazilian dental sector. The result was
positive and the companies have already
confirmed their participation in the 2008
CIOSP.
swisscam news
notícias da swisscam
End of year party in
Rio and Sao Paulo
A sala fica à disposição de todos os associados e ainda oferece uma vista diferenciada
Besides being available for all members with such requirements, the room provides a unique view
Realizamos o seu evento
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A SWISSCAM, situada na cobertura do prédio,
possui uma sala dentro de suas dependências,
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paredes de vidro que permitem uma vista
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podem ser arranjadas conforme as suas
necessidades.
Há situações que pedem um ambiente neutro
e longe da própria empresa, por exemplo,
reuniões estratégicas, treinamentos em grupos
maiores, processos de seleção, encontros
com concorrentes ou entrevistas individuais.
Oferecemos todo o planejamento e operacionalização. Cotamos coffee breaks , welcome
coffees, coquetéis e refeições em geral. O custo
para o aluguel da sala e dos equipamentos
está bem abaixo do valor de mercado.
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surrounded by glass walls with a privileged
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swisscam nº48 04/2007
33
business class
por Martin Suter
B
ernasconi deve a sua arrancada a uma
séria de coincidências favoráveis.
Como ele até agora nunca foi muito agraciado pela sorte, considera estas repentinas
bênçãos como seu total mérito.
A primeira coincidência favorável é Perry
C. Dimple. O cara é tido pela sede em
Atlanta como um tipo de guru de administração de empresas, e o departamento de
relações públicas (RP) na Suíça organiza
um evento com ele como palestrante.
A segunda coincidência favorável: para
dar uma aparência mais importante ao
evento, o pessoal de RP aluga uma sala
num centro de convenções, com espaço
para 120 pessoas.
A terceira coincidência favorável é a escolha
do tema da palestra: “The Challenge of
Globalisation”, junto com a suposição
errada do pessoal de RP de que com este
tema seria possível encher uma sala numa
tarde de terça-feira, bem na hora do happy
hour. No dia limite para as inscrições nem
a metade da sala é reservada. Em um
desesperado follow-up por telefone, algumas pessoas que não constam na lista
original de convidados são convocadas
para encher a sala.
Bernasconi, que não é integrante do grupo
de primeiro escalão, e na verdade nem
mesmo do segundo, vai no lugar do
Schmalz. Este machucou, num acidente
durante o jogo de squash, a retina do olho
direito com um caco de vidro dos seus
óculos – quarta coincidência favorável.
Tudo isto é somente o começo da corrente
de sorte do Bernasconi: após a palestra –
o óbvio blábláblá treinado em cursos de
retórica, enfeitado com doze piadinhas
planejadas – Bernasconi está do lado de
Kottmann, de longe o mais ilustre entre
os participantes externos. Pouco depois,
Reichmuth, CEO da mesma empresa de
Bernasconi, se dirige a Kottmann e o convida à sua mesa. Ele olha para o Bernasconi
de tal forma que não deixa dúvida que o
convite vale também para ele.
Sob os olhares de quatro pessoas hierarquicamente superiores a Bernasconi, este
se senta junto com Reichmuth, Kottmann
e Perry C. Dimple na mesa de honra. Quase
não pode se conter de tanto entusiasmo.
Bernasconi, que sempre achou que
Reichmuth nem sabia que ele existia, ficou
surpreso com a cortesia nunca vista antes.
Nenhuma pergunta que não seria dirigida
a ele, nenhum tema abordado que a opinião de Bernasconi não fosse procurada.
Bernasconi, o chama pelo primeiro nome
e quer saber tudo sobre a sua família.
“Não ficaria surpreso se me chamassem
logo para Atlanta”, diz Bernasconi mais
tarde a sua esposa, que passa o resto da
noite em claro, quebrando a cabeça como
os filhos enfrentariam o outro sistema educacional e se teriam ou não dificuldades
para aprender uma nova língua.
“O que, afinal, faz este Bernasconi com
você?” pergunta Kottmann a Reichmuth,
quando eles aguardam por seus motoristas
em frente ao centro de convenções.
“Comigo?”, surpreende-se Reichmuth.
“Pensei que ele trabalhasse para você.”
Copyright © Diogenes Verlag AG Zürich
Alle Rechte vorbehalten
M a r t i n S u t e r nasceu em 1948 em Zurique
e mora com sua esposa na Espanha e
Guatemala. Foi editor, r epórter e roteirista
de cinema e TV. Desde 1991 é escritor
Mas também o Kottmann não perde nenhuma oportunidade de incluí-lo na conversa
e conhecer o seu posicionamento. Mais
ainda Perry C. Dimple! O big shot from
Atlanta enche várias vezes a taça de
freelancer. Além de romances e roteiros,
escreve colunas para as publicações
suíças Das Magazin e NZZ-Folio
swisscam nº48 04/2007
35
business class
A arrancada de Bernasconi
Comunidade suíça no Brasil
Swiss community in Brazil
director y
diretório
Embaixada da Suíça
Embaixador: Rudolf Bärfuss
SES - Avenida das Nações
quadra 811 - lote 41
70448-900 Brasília - DF
Tel (61) 3443 5500
Fax (61) 3443 5711
vertretung@bra.rep.admin.ch
Armbrustschützen,
São Paulo
Clube Esportivo Helvetia,
São Paulo
Presidente: Doris Janssen
Rua Luis Prieto Roque, 225
04783-030 São Paulo - SP
Tel (11) 5667 4459
Fax (11) 5667 2168
djanssen@dialdata.com.br
Presidente: Odair Mentone
Presidente do Conselho Deliberativo:
Carlos Edson Strasburg
Av. Indianópolis, 3145
04063-006 São Paulo - SP
Tel (11) 5072 4515
Fax (11) 2275 6738
helvetia@clubehelvetia.com.br
Consulado Geral da Suíça
em São Paulo
Associação Filantrópica
“Criança Feliz”
Cônsul Geral: Giambattista Mondada
Avenida Paulista, 1754 - 4° andar
01310-920 São Paulo - SP
Tel (11) 3372 8200
Fax (11) 3253 5716
vertretung@sao.rep.admin.ch
Presidente: Dr. Paul Gottfried Ledergerber
Rua Urbano Mendes da Silva, 48
Caucaia do Alto
06725-115 Cotia - SP
Tel (11) 4611 1129
Fax (11) 4611 1805
associacao@criancafeliz.org.br
www.criancafeliz.org.br
Colégio Suíço-Brasileiro
de Curitiba
Associação Filantrópica
Suíça do Rio de Janeiro
Colônia Helvetia (Sociedade
Escolar São Nicolau de Flüe)
Rua Cândido Mendes, 157
20241-220 Rio de Janeiro - RJ
Tel (21) 2242 6922
(terça-feira das 9:00 às 12:00h)
Presidente: José Carlos Bannwart
Al. Antonio Ambiel, 895
13330-000 Indaiatuba - SP
Tel (19) 3875 7436
info@helvetia.org.br
www.helvetia.org.br
Consulado Geral da Suíça
no Rio de Janeiro
Cônsul Geral: Roland Fischer
Consulesa: Claudia Fontana Tobiassen
Rua Cândido Mendes, 157 - 11° andar
20241-220 Rio de Janeiro - RJ
Tel (21) 2221 1867
Fax (21) 2252 3991
vertretung@rio.rep.admin.ch
Consulado da Suíça em
Belo Horizonte
Cônsul Honorário: Dieter Max Pfeiffer
Rua Paraiba 476 / sala 1002
Funcionários
30130-140 Belo Horizonte - MG
Tel (31) 3261 7732
Fax (31) 3262 1163
dietermax@hotmail.com
Consulado da Suíça
em Curitiba
Cônsul Honorário: André Larsen
Rua Ladislau Gembaroski, 115
Tomaz Coelho
83707-090 Araucária - PR
Tel (41) 3643 1395
Fax (41) 3643 2357
swissctba@moltecmolas.com.br
Consulado da Suíça
em Fortaleza
- vago –
(para assuntos consulares, por favor
dirijam-se ao Consulado Geral da
Suíça no Rio de Janeiro)
Consulado da Suíça
em Joinville
Cônsul Honorário: Alberto Holderegger
Rua Albert Einstein, 119 - Bairro América
89204-310 Joinville - SC
Tel/Fax (47) 3433 1957
swissjoi@terra.com.br
Consulado da Suíça
em Manaus
Cônsul Honorário: Duno Gerber
Rua Monsenhor Coutinho, 688 - Centro
69010-110 Manaus - AM
Tel (92) 3233 4422
Fax (92) 3233 4412
consulado.manaus@swissinfo.org
Consulado da Suíça
em Porto Alegre
Cônsul Honorário: Gernot Haeberlin
Av. Viena, 279 - São Geraldo
90240-020 Porto Alegre - RS
Tel (51) 3222 2025
Fax (51) 3222 2463
consuladosuicars@terra.com.br
Consulado da Suíça
em Recife
Cônsul Honorário: Rudolf Fehr Júnior
Av. Presidente Kennedy, 694A
Peixinhos
53230-630 Olinda - PE
Tel/Fax (81) 3439 4545
icosa@matrix.com.br
Consulado da Suíça
em Salvador
Cônsul Honorário: Adriano Vaz Neeser
Av. Tancredo Neves, 3.343 - Ed. Cempre
Torre B - sala 506
41820-021 Salvador - BA
Tel (71) 3341 5827
Fax (71) 3341 0014 ramal 7
consuladodasuica@svn.com.br
36
Associação Luzerner
Hinterland – Interior
Rio de Janeiro
Presidente: Alberto L. Abib
Wermelinger Monnerat
Sede Social: Duas Barras (RJ)
Praça Getúlio Vargas, 176/208
28610-175 Nova Friburgo - RJ
Tel (22) 2523 6426
Fax (22) 2523 6426
Cel (22) 8116 8771
awermelinger@frinet.com.br
Associação Suíça de
Beneficência Helvetia,
São Paulo
Presidente: Doris Janssen
Tel (11) 5667 4459
Vice-Presidente: Philipp Walser
Tel (11) 3064 5338
Av. Indianópolis, 3145
04063-006 São Paulo - SP
info@beneficencia-suica.com.br
ssbh@sociedade-helvetia.com.br
www.beneficencia-suica.com.br
Associação Suíço-Brasileira
de Ajuda à Criança
BRASCRI, São Paulo
Presidente: Prof. João Antonio Martins
Rua Dr. Armando da Silva Prado, 191/271
Santo Amaro
04672-040 São Paulo - SP
Tel (11) 5548 1646
Fax (11) 5548 1853
recepcao_brascri@uol.com.br
www.brascri.org.br
ARCO - Associação
Beneficente
Diretor Executivo: Bernhard Beutler
Rua Wanda dos Santos Mallmann, 537
83323-400 Pinhais - PR
Tel/Fax (41) 3667 3321
chpr@chpr.com.br
www.chpr.com.br
Commune Valaisanne,
Curitiba
Associação dos Descendentes
Valaisanos do Paraná
Diretor: Dr. José Celso de Almeida
Rua Major França Gomes, 401
80310-000 Curitiba - PR
Tel (41) 3274 4095
Commune Valaisanne,
São Paulo
Presidente: Brigitte Goffaux
Rua Willi Aureli, 277
04789-090 São Paulo - SP
Tel (11) 5667 5024
goffaux@schuler.com.br
Prof. Arnoldo Nehls
Presidente: Alodir Alves de Cristo
Rua XV de Novembro, 1383
Cidadela Antártica - Bairro América
89201-602 Joinville - SC
Tel (47) 3423 1565
Fax (47) 3436 0033
panificacao@fundama.com.br
Escola SENAI
“Suíço-Brasileira”
Diretor: Osvaldo Lahoz Maia
Rua Bento Branco de Andrade Filho, 379
04757-000 São Paulo - SP
Tel (11) 5641 4072
Fax (11) 5641 4072 - Ramal 230
Escola Suíço-Brasileira
de São Paulo
Diretor Executivo: Matthias Meier
Diretor Geral: Bernhard Beutler
Presidente do Conselho de
Administração: André Jakob Larsen
Rua Visconde de Porto Seguro, 391
04642-000 São Paulo - SP
Tel (11) 5548 6672
Fax (11) 5548 6673
esbsp@esbsp.com.br
www.esbsp.com.br
Associação Valesana
do Brasil
Escola Suíço-Brasileira
Rio de Janeiro
CAS (Clube dos Amigos
da Suíça), Rio de Janeiro
Presidente: André Stuker
Rua Barão de Ipanema, 56
Sala 501 - Copacabana
22050-030 Rio de Janeiro - RJ
Tel (21) 2256 5657
Fax (21) 2256 5868
andre@bitourism.com
www.bitourism.com/cas
swisscam nº48 04/2007
Presidente: Laurette Verena Nüssli
Álvares
Travessa Nüssli, 150 - Vila Ferriello
18500-000 Boituva - SP
Tel (15) 3263 3731
fcc@crescercrianca.org.br
www.crescercrianca.org.br
Grupo Suíço de
Beneficência, Rolândia
Presidente: Annelise Furrer Rühmann
Rua São Francisco de Assis, 234
apto. 703
86020-420 Londrina - PR
Tel/Fax (43) 3323 0534
Instituto Pró-Memória Suíça
de Joinville
Presidente: Alberto Holderegger
Rua Albert Einstein, 119 - Bairro América
89204-315 Joinville - SC
Tel/Fax (47) 3433 1957
swissjoi@terra.com.br
Igreja Evangélica Suíça,
São Paulo
Pastor: Valdeci dos Santos
Presidente: Theodor Schüepp
Rua Gabriele d’Annunzio, 952
Campo Belo
04619-003 São Paulo - SP
Tel (11) 5044 5802
Fax (11) 5044 6530
vail.saints@terra.com.br
Retiro Suíço
Sociedade Filantrópica
“Lar Feliz”, São Paulo
Presidente: Helene Roth
Coordenador: Mario Quentino
Rua Conde de Porto Alegre, 944
Campo Belo
04608-001 São Paulo - SP
Tel (11) 5543 8749
marioquentino@terra.com.br
www.larfeliz.com.br
Sociedade Filantrópica do
Estado do Rio Grande do Sul
Presidente: Irmberto Rodolfo Haag
Rua Joaquim Caetano da Silva, 55
Esq. Santo Inácio
90570-130 Porto Alegre - RS
Tel/Fax (51) 3222 2069
irhaag@hotmail.com
Sociedade Helvetia
de Curitiba
Presidente: Nelson Gloor
Rua Ubaldino do Amaral, 1191
80060-190 Curitiba - PR
Tel (41) 3244 1782
Sociedade Tiro ao Alvo
Helvetia
Presidente: Pedro L. Wolf Oliveira
Al. Antonio Ambiel, 820
Colônia Helvetia
13330-000 Indaiatuba - SP
Tel (19) 3875 8689
tiroaoalvo@helvetia.org.br
www.helvetia.org.br
Caixa Postal 52
13230-970 Campo Limpo Paulista - SP
Rua dos Coqueiros, s/n - Figueira Branca
13233-512 Campo Limpo Paulista - SP
Tel (11) 4038 7033
retiro@beneficencia-suica.com.br
www.beneficencia-suica.com.br
Foto: Divulgação
Escola de Panificação
Suíça de Joinville
(atende crianças e adolescentes)
Presidente: Monica F. Allain
Rua Licínio Felini, 97 - Chácara Flórida
04949-170 São Paulo - SP
Endereço para correspondência:
Caixa Postal 28.707
04905-991 São Paulo - SP
Tel/Fax (11) 5517 3440
arcobrasil@yahoo.com.br
www.arcobrasil.org.br
Presidente: Adonis Valdir Fauth
Rua Thomas Flores, 333 - apto 1004
96810-090 Santa Cruz do Sul - RS
Tel (51) 3713 3302
v1054002@via.com.br
Fundação Crescer Criança
Diretor Geral: Thomas Wolfer
Presidente: Christian Stauffer
Rua Correa de Araújo, 81
22611-060 Barra da Tijuca - RJ
Tel/Fax (21) 2493 0300
secretaria.barra@esb-rj.com.br
www.esb-rj.com.br
Destaque
Sociedade Filantrópica Suíça do
Estado do Rio Grande do Sul foi
fundada no ano de 1928, com o
objetivo de congregar imigrantes
europeus, em particular os suíços,
em época de dificuldades.
Localizada em local nobre de
Porto Alegre, oferece aos associados e ao público em geral momentos de lazer e de boa gastronomia.
Dentre as atividades sociais, destacam-se a Festa Nacional Suíça, comemorada anualmente com a presença de seus associados e convidados;
o encontro semanal de grupos de bolão, integrando os interessados
neste esporte, e o já tradicional Chá das Senhoras, aliando bons
momentos de integração a deliciosos salgados e doces. Os chás
são beneficentes, e toda renda é destinada a instituições carentes.
Em dezembro é realizada a Festa de São Nicolau, dirigida a toda família
associada, em que as crianças recebem presentes do “bom velhinho”
e mães, pais e avós deliciam-se com chope, refrigerantes e salgadinhos.
O Restaurante Chalé Suíço oferece, em local calmo e aprazível, a
gostosa comida típica e ainda promove festas e eventos.
The Swiss Philanthropic Institution in the State of Rio Grande do Sul was
founded in 1928 for the general purpose of providing support to European
immigrants, specially those coming from Switzerland.
Located in a high-profile district in the city of Porto Alegre, it offers
leisure activities to its members and people in general, who can also
enjoy its restaurant’s the delicious dishes.
Its social activities include the annual Swiss National Day Party, held in
the institution’s premises, where members and guests celebrate this
special day; the weekly ninepin-bowling meeting, which gathers enthusiasts
of the sport; and the traditional Ladies’ Tea Party, which combine social
integration and delicious food – snacks and sweets. The Tea Parties are
beneficent events, the revenues from which are donated to charity
institutions.
Saint Nicholas’ Party is held every December, offering a variety of activities
to members and their families – gifts from Santa to the children, beer,
soft drinks and snacks to parents and grandparents.
The Chalé Suíço restaurant, located in a pleasant environment, serves
delicious Swiss typical dishes and holds parties and events.