AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO USANDO
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AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO USANDO
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO USANDO DIFERENTES ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS Ana Catarina Jorge Evangelista TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL. Aprovada por: ____________________________________________________ Prof. Ibrahim Abd El Malik Shehata, Ph.D. ____________________________________________________ Profa. Lídia da Conceição Domingues Shehata, Ph.D. ____________________________________________________ Prof. Roberto Caldas de Andrade Pinto , Ph.D. ____________________________________________________ Prof. Giuseppe Barbosa Guimarães, Ph.D. ____________________________________________________ Profa. Regina Ferreira de Souza, D.Sc. ____________________________________________________ Prof. Ivan Ramalho de Almeida, D.Sc. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL JUNHO DE 2002 ii EVANGELISTA, ANA CATARINA JORGE Avaliação da Resistência do Concreto Usando Diferentes Ensaios Não Destrutivos [Rio de Janeiro] 2002 XX, 219 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, D.Sc., Engenharia Civil, 2002) Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE 1. Ensaios Não Destrutivos 2. Concreto I. COPPE/UFRJ II. Título ( série ) iii A Deus iv AGRADECIMENTOS Aos professores Lídia da Conceição Domingues Shehata e Ibrahim Abd El Malik Shehata pela dedicação e orientação desta tese. Aos meus pais, amigos e familiares que sempre torceram por mim durante todos este anos. Em especial, agradeço ao meu marido Luis Carlos pelo apoio em todos os momentos da elaboração deste trabalho. Aos funcionários do laboratório de estruturas da COPPE / UFRJ . Aos funcionários do laboratório de materiais de construção da Escola Politécnica/UFRJ. À Holcim do Brasil pela doação de todo o cimento usado nesta pesquisa e pelo apoio técnico do Eng. Luiz Otávio Maia Cruz. À pedreira Vigné pela doação do agregado graúdo de traquito usado nesta pesquisa. v Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.) AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO USANDO DIFERENTES ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS Ana Catarina Jorge Evangelista Junho/2002 Orientadores: Ibrahim Abd El Malik Shehata Lídia da Conceição Domingues Shehata Programa: Engenharia Civil Este trabalho apresenta um estudo sobre a correlação entre a resistência à compressão do concreto e os valores obtidos por meio de ensaios não destrutivos: velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas, índice esclerométrico, profundidade de penetração de pinos e maturidade. Os ensaios em 30 tipos de concreto foram feitos nas idades de 3, 7, 14, 28 e 90 dias, utilizando-se corpos de prova cilíndricos de 150mmx300mm, exceto no ensaio de penetração de pinos que foi realizado em corpos de prova prismáticos com dimensões de 200mmx200mmx600mm. É analisada a influência dos tipo e dimensão máxima de agregado, tipo de cimento e tipo de cura nas grandezas medidas nos ensaios não destrutivos, na resistência à compressão e nas curvas de correlação usadas para estimar a resistência à compressão do concreto. São propostas expressões para avaliar a resistência à compressão a partir das medições de um ou dois ensaios não destrutivos. vi Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.) EVALUATION OF THE CONCRETE STRENGTH BY DIFERENT NON DESTRUCTIVE METHODS Ana Catarina Jorge Evangelista June/2002 Advisors: Ibrahim Abd El Malik Shehata Lídia da Conceição Domingues Shehata Department: Civil Engineering This work presents a study on the relationship between the compressive strength and non-destructive test method measurements : ultrasonic pulse velocity, rebound hammer, probe penetration and maturity. The tests for the 30 different types of concrete were carried out on cylinders (150mmx300mm), except the probe penetration that were carried out on blocks (200mmx200mmx600mm), at the ages of 3, 7, 14, 28 and 90 days. The effect of the type and maximum size of the coarse aggregate, the type of cement and the cure conditions on the non destructive measurements, on the compressive strength and on the relationship is analyzed. Expressions for the evaluation of the compressive strength from the measurements of one or two non-destructive tests are proposed. vii ÍNDICE DO TEXTO Página 1- INTRODUÇÃO 01 2- MÉTODOS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS 04 2.1 - GENERALIDADES 04 2.2 - FATORES QUE INFLUENCIAM A RESISTÊNCIA DO CONCRETO 05 2.3 - 08 2.5.1 - MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DE RESISTÊNCIA DO CONCRETO CORRELAÇÃO ENTRE A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO E AS GRANDEZAS MEDIDAS NOS ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS MÉTODOS ELETRÔNICOS, MAGNÉTICOS, NUCLEARES, RADIOATIVOS, EMISSÃO ACÚSTICA E PERMEABILIDADE Métodos magnéticos 11 11 2.5.2 - Métodos eletrônicos 12 2.5.3 - Métodos radioativos 12 2.5.4 - Métodos de emissão acústica 13 2.5.5 - Método eco-impacto 14 2.5.6 - Método da freqüência de ressonância 14 2.5.7 - Termografia infra-vermelho 15 2.5.8 - Ensaios de permeabilidade 15 2.5.9 - Métodos nucleares 15 2.5.10 - 16 3.1 - RADAR (Radio Detection and Ranging) MÉTODOS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS PARA AVALIAR A RESISTÊNCIA DO CONCRETO MÉTODO DO ULTRA – SOM 3.1.1 - Descrição do método 17 3.1.2 - Vantagens e limitações 19 3.1.3 - Aplicações 20 3.1.4 - Acurácia 21 3.1.5 - Fatores que influenciam os resultados do ensaio 21 3.1.5.1 - Condições da superfície 22 3.1.5.2 - Tipo e quantidade do agregado graúdo 22 3.1.5.3 - Proporções da mistura 25 3.1.5.4 - Tipo do cimento 27 3.1.5.5 - Temperatura 29 3.1.5.6 - Teor de umidade do concreto 30 3.1.5.7 3.1.5.8 - 31 3.1.6 - Presença de armaduras e fissuras Comprimento de propagação de onda, forma da peça e frequência do transdutor-emissor Normalização 34 35 3.1.7 - Recomendações quanto às curvas de calibração 37 2.4 2.5 - 3- 08 17 17 viii 3.2 - MÉTODO DO ESCLERÔMETRO 40 3.2.1 - Descrição do método 40 3.2.2 - Vantagens e limitações 41 3.2.3 - Aplicações 41 3.2.4 - Acurácia 42 3.2.5 - Fatores que influenciam os resultados do ensaio 42 3.2.5.1 - Condições da superfície de ensaio 42 3.2.5.2 - Tipo e teor do cimento 43 3.2.5.3 - Tipo e dimensão do agregado graúdo 44 3.2.5.4 - Direção do ensaio 45 3.2.5.5 - Rigidez da peça ensaiada 46 3.2.5.6 - Tipo de cura e idade do concreto 46 3.2.6 - Normalização 46 3.2.7 - Recomendações quanto às curvas de calibração 48 3.3 - MÉTODO DE PENETRAÇÃO DE PINOS 51 3.3.1 - Descrição do método 51 3.3.2 - Vantagens e limitações 51 3.3.3 - Aplicações 52 3.3.4 - Acurácia 52 3.3.5 - Fatores que influenciam os resultados do ensaio 53 3.3.5.1 - Condições da superfície 53 3.3.5.2 - Tipo e dimensão máxima do agregado 53 3.3.5.3 - Variações na carga de pólvora 54 3.3.5.4 - Tipo de pino 55 3.3.6 - Normalização 55 3.3.7 - Recomendações quanto às curvas de calibração 57 3.4 - MÉTODO “PULL - OFF” 58 3.4.1 - Descrição do método 58 3.4.2 - Vantagens e limitações 59 3.4.3 - Aplicações 59 3.4.4 - Acurácia 60 3.4.5 - Fatores que influenciam os resultados do ensaio 60 3.4.5.1 - Tipo de concreto e método de ensaio 60 3.4.5.2 - Material e dimensão do disco 61 3.4.6 - Normalização 62 3.4.7 - Recomendações quanto às curvas de calibração 62 3.5 - MATURIDADE 63 3.5.1 - Descrição do método 63 ix 3.5.2 - Vantagens e limitações 63 3.5.3 - Aplicações 64 3.5.4 - Fatores que influenciam os resultados do ensaio 64 3.5.5 - Funções maturidade 65 3.6 - MÉTODOS COMBINADOS 70 3.6.1- Método combinado de ultra-som e esclerometria 71 3.6.1.1- Descrição do método 71 3.6.1.2 - Vantagens e limitações 72 3.6.1.3 - Aplicações 72 3.6.1.4 - Acurácia 72 3.6.1.5 - Equações propostas 73 3.7- CONSIDERAÇÕES GERAIS 75 4- PROGRAMA EXPERIMENTAL 80 4.1 - INTRODUÇÃO 80 4.2 - MATERIAIS UTILIZADOS 81 4.2.1 - Cimento 81 4.2.2 - Agregado graúdo 82 4.2.3 - Agregado miúdo 88 4.2.4 - Água 86 4.3 - DEFINIÇÃO DAS COMPOSIÇÕES 86 4.3.1 - Proporcionamento das composições dos concretos 86 4.3.2 - Composições dos concretos ensaiados 87 4.4 - MOLDAGEM E CURA DOS CORPOS DE PROVA 88 4.5 - NORMAS PARA ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS 88 4.6 - ENSAIOS REALIZADOS 89 4.6.1 - Ensaio de resistência à compressão 89 4.6.2 - Ensaio da velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas 89 4.6.3 - Ensaio do índice esclerométrico 90 4.6.4 - Ensaio de penetração de pinos 91 4.6.5 - Ensaio de maturidade 92 4.7 - RESULTADOS OBTIDOS 94 4.7.1 - Ensaios de resistência à compressão 94 4.7.2 - Ensaio da velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas 99 4.7.3 - Ensaio do índice esclerométrico 106 4.7.4 - Ensaio de penetração de pinos 112 4.7.5 - Ensaio de maturidade 117 4.7.6 - Considerações gerais 124 5- ANÁLISE DOS RESULTADOS 126 x 5.1 - RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO 127 5.1.1 - Influência do tipo de agregado 127 5.1.2 - Influência da dimensão máxima do agregado 129 5.1.3 - Influência do tipo de cimento 131 5.1.4 - Influência do tipo de cura 133 5.1.5 - Análise estatística 135 5.2 - VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS ULTRA-SÔNICAS 135 5.2.1 - Influência do tipo de agregado 135 5.2.2 - Influência da dimensão máxima do agregado 138 5.2.3 - Influência do tipo de cimento 140 5.2.4 - Influência do tipo de cura 142 5.2.5 - Análise estatística 144 5.3 - ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO 144 5.3.1 - Influência do tipo de agregado 144 5.3.2 - Influência da dimensão máxima do agregado 147 5.3.3 - Influência do tipo de cimento 149 5.3.4 - Influência do tipo de cura 151 5.3.5 - Análise estatística 153 5.4 - PENETRAÇÃO DE PINOS 153 5.4.1 - Influência do tipo de agregado 153 5.4.2 - Influência da dimensão máxima do agregado 156 5.4.3 - Influência do tipo de cimento 158 5.4.4 5.5 - 160 5.6.2 - Análise estatística PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM OS RESULTADOS DOS DIFERENTES ENSAIOS RELAÇÕES ENTRE AS GRANDEZAS MEDIDAS NOS ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS E A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO Correlações entre resistência à compressão e velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas Correlações entre resistência à compressão e índice esclerométrico 164 169 5.6.3 - Correlações entre resistência à compressão e penetração de pinos 172 5.6.4 - Correlações entre resistência à compressão e maturidade 176 5.6.5 - Considerações gerais 179 5.7 - MÉTODOS COMBINADOS 180 5.7.1 - Relação entre fc , V e I.E. 181 5.7.2 - Relação entre fc , V e Lp 188 5.7.3 - Relação entre fc , Lp e I.E. 193 5.7.4 - Considerações gerais 198 6- CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS 199 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 202 ANEXO I - COMPOSIÇÕES 210 5.6 5.6.1 - 160 161 xi ANEXO II – ANÁLISE ESTATÍSTICA 212 ANEXO III – ENSAIO DE “PULL-OFF” 214 ANEXO IV – MEDIÇÕES DE TEMPERATURA 215 ANEXO V –INTERVALOS DE CONFIANÇA 217 xii ÍNDICE DE FIGURAS Página Figura 2.1- Exemplo de curva de correlação para estimar a resistência Figura 2.2- Figura 3.6- Disposição do equipamento para determinação do módulo de elasticidade dinâmico por vibração longitudinal Tipos de transmissão no ensaio de ultra-som Influência do tipo de agregado na relação entre V.P.U.S. e resistência à compressão do concreto Influência da dimensão máxima do agregado na relação entre V.P.U.S. e resistência à compressão Relações entre V.P.U.S. e resistência à compressão de concretos com composições diferentes e ensaiados em diferentes idades Relação entre V.P.U.S. , resistência à compressão e idade para concretos com teores e tipos de cimento e temperatura de cura diferentes Influência de barras transversais ao percurso da onda 28 31 Figura 3.7- Influência de barras paralelas ao percurso da onda 32 Figura 3.8- Fatores de correção para barras transversais e longitudinais 33 Figura 3.9- Esquema do ensaio de esclerometria 40 Figura 3.10- Influência do tipo de agregado na relação entre fc e I.E. 44 Figura 3.11- Figura 4.1- Influência do tipo de agregado na relação entre fc e comprimento exposto Representação esquemática do ensaio de “pull-off” : (a) Ensaio superficial, (b) Ensaio com corte parcial da superfície Relação entre resistência à compressão e maturidade Curva granulométrica dos agregados Figura 4.2- Variação de fc com o tempo para série M1 96 Figura 4.3- Variação de fc com o tempo para série M2 96 Figura 4.4- Variação de fc com o tempo para série M3 96 Figura 4.5- Variação de fc com o tempo para série M4 97 Figura 4.6- Variação de fc com o tempo para série M5 97 Figura 4.7- Relação fc,j/fc,28 em função da idade para série M1 98 Figura 4.8- Relação fc,j/fc,28 em função da idade para série M2 98 Figura 4.9- Relação fc,j/fc,28 em função da idade para série M3 98 Figura 4.10- Relação fc,j/fc,28 em função da idade para série M4 99 Figura 4.11- Relação fc,j/fc,28 em função da idade para série M5 99 Figura 4.12- Variação de V com o tempo para série M1 102 Figura 4.13- Variação de V com o tempo para série M2 102 Figura 4.14- Variação de V com o tempo para série M3 102 Figura 4.15- Variação de V com o tempo para série M4 103 Figura 4.16- Variação de V com o tempo para série M5 103 Figura 4.17- Relação Vj/V28 em função da idade para série M1 104 Figura 4.18- Relação Vj/V28 em função da idade para série M2 104 Figura 3.1Figura 3.2Figura 3.3Figura 3.4- Figura 3.5- Figura 3.12Figura 3.13- 09 14 19 23 25 26 54 58 69 85 xiii Figura 4.19- Relação Vj/V28 em função da idade para série M3 104 Figura 4.20- Relação Vj/V28 em função da idade para série M4 105 Figura 4.21- Relação Vj/V28 em função da idade para série M5 105 Figura 4.22- Variação do índice esclerométrico com o tempo na série M1 108 Figura 4.23- Variação do índice esclerométrico com o tempo na série M2 108 Figura 4.24- Variação do índice esclerométrico com o tempo na série M3 108 Figura 4.25- Variação do índice esclerométrico com o tempo na série M4 109 Figura 4.26- Variação do índice esclerométrico com o tempo na série M5 109 Figura 4.27- Relação IEj/IE28 em função da idade para série M1 110 Figura 4.28- Relação IEj/IE28 em função da idade para série M2 110 Figura 4.29- Relação IEj/IE28 em função da idade para série M3 110 Figura 4.30- Relação IEj/IE28 em função da idade para série M4 111 Figura 4.31- Relação IEj/IE28 em função da idade para série M5 111 Figura 4.32- Variação da profundidade de penetração com o tempo série M1 114 Figura 4.33- Variação da profundidade de penetração com o tempo série M2 114 Figura 4.34- Variação da profundidade de penetração com o tempo série M3 114 Figura 4.35- Variação da profundidade de penetração com o tempo série M4 115 Figura 4.36- Relação Lpj/Lp28 em função da idade para série M1 116 Figura 4.37- Relação Lpj/Lp28 em função da idade para série M2 116 Figura 4.38- Relação Lpj/Lp28 em função da idade para série M3 116 Figura 4.39- Relação Lpj/Lp28 em função da idade para série M4 117 Figura 4.40- Maturidade em função do tempo para a série M1 120 Figura 4.41- Maturidade em função do tempo para a série M2 120 Figura 4.42- Maturidade em função do tempo para a série M3 120 Figura 4.43- Maturidade em função do tempo para a série M4 121 Figura 4.44- Maturidade em função do tempo para a série M5 121 Figura 4.45- Relação Mj/M28 em função da idade para a série M1 122 Figura 4.46- Relação Mj/M28 em função da idade para a série M2 122 Figura 4.47- Relação Mj/M28 em função da idade para a série M3 122 Figura 4.48- Relação Mj/M28 em função da idade para a série M4 123 Figura 4.49- Relação Mj/M28 em função da idade para a série M5 123 Figura 5.1- Influência do agregado em fc dos concretos com a/c=0,65 128 Figura 5.2- Influência do agregado em fc dos concretos com a/c=0,60 128 Figura 5.3- Influência do agregado em fc dos concretos com a/c=0,55 128 Figura 5.4- Influência do agregado em fc dos concretos com a/c=0,50 128 Figura 5.5- Influência do agregado em fc dos concretos com a/c=0,45 128 Figura 5.6- Influência do agregado em fc dos concretos com a/c=0,40 128 Figura 5.7- Influência do Dmáx do agregado em fc dos concretos com a/c=0,65 130 xiv Figura 5.8- Influência do Dmáx do agregado em fc dos concretos com a/c=0,60 130 Figura 5.9- Influência do Dmáx do agregado em fc dos concretos com a/c=0,55 130 Figura 5.10- Influência do Dmáx do agregado em fc dos concretos com a/c=0,50 130 Figura 5.11- Influência do Dmáx do agregado em fc dos concretos com a/c=0,45 130 Figura 5.12- Influência do Dmáx do agregado em fc dos concretos com a/c=0,40 130 Figura 5.13- Influência do tipo de cimento em fc dos concretos com a/c=0,65 132 Figura 5.14- Influência do tipo de cimento em fc dos concretos com a/c=0,60 132 Figura 5.15- Influência do tipo de cimento em fc dos concretos com a/c=0,55 132 Figura 5.16- Influência do tipo de cimento em fc dos concretos com a/c=0,50 132 Figura 5.17- Influência do tipo de cimento em fc dos concretos com a/c=0,45 132 Figura 5.18- Influência do tipo de cimento em fc dos concretos com a/c=0,40 132 Figura 5.19- Influência do tipo de agregado em V dos concretos com a/c=0,65 137 Figura 5.20- Influência do tipo de agregado em V dos concretos com a/c=0,60 137 Figura 5.21- Influência do tipo de agregado em V dos concretos com a/c=0,55 137 Figura 5.22- Influência do tipo de agregado em V dos concretos com a/c=0,50 137 Figura 5.23- Influência do tipo de agregado em V dos concretos com a/c=0,45 137 Figura 5.24- Influência do tipo de agregado em V dos concretos com a/c=0,40 137 Figura 5.25- Influência do Dmáx do agregado em V dos concretos com a/c=0,65 139 Figura 5.26- Influência do Dmáx do agregado em V dos concretos com a/c=0,60 139 Figura 5.27- Influência do Dmáx do agregado em V dos concretos com a/c=0,55 139 Figura 5.28- Influência do Dmáx do agregado em V dos concretos com a/c=0,50 139 Figura 5.29- Influência do Dmáx do agregado em V dos concretos com a/c=0,45 139 Figura 5.30- Influência do Dmáx do agregado em V dos concretos com a/c=0,40 139 Figura 5.31- Influência do tipo de cimento em V dos concretos com a/c=0,65 141 Figura 5.32- Influência do tipo de cimento em V dos concretos com a/c=0,60 141 Figura 5.33- Influência do tipo de cimento em V dos concretos com a/c=0,55 141 Figura 5.34- Influência do tipo de cimento em V dos concretos com a/c=0,50 141 Figura 5.35- Influência do tipo de cimento em V dos concretos com a/c=0,45 141 Figura 5.36- Influência do tipo de cimento em V dos concretos com a/c=0,40 141 Figura 5.37- Influência do tipo de agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,65 146 Figura 5.38- Influência do tipo de agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,60 146 Figura 5.39- Influência do tipo de agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,55 146 Figura 5.40- Influência do tipo de agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,50 146 Figura 5.41- Influência do tipo de agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,45 146 Figura 5.42- Influência do tipo de agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,40 146 Figura 5.43- Influência do Dmáx. do agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,65 148 Figura 5.44- Influência do Dmáx. do agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,60 148 Figura 5.45- Influência do Dmáx. do agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,55 148 xv Figura 5.46- Influência do Dmáx. do agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,50 148 Figura 5.47- Influência do Dmáx. do agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,45 148 Figura 5.48- Influência do Dmáx. do agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,40 148 Figura 5.49- Influência do tipo de cimento no I.E. dos concretos com a/c=0,65 150 Figura 5.50- Influência do tipo de cimento no I.E. dos concretos com a/c=0,60 150 Figura 5.51- Influência do tipo de cimento no I.E. dos concretos com a/c=0,55 150 Figura 5.52- Influência do tipo de cimento no I.E. dos concretos com a/c=0,50 150 Figura 5.53- Influência do tipo de cimento no I.E. dos concretos com a/c=0,45 150 Figura 5.54- Influência do tipo de cimento no I.E. dos concretos com a/c=0,40 150 Figura 5.55- Figura 5.73- Influência do tipo de agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,65 Influência do tipo de agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,60 Influência do tipo de agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,55 Influência do tipo de agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,50 Influência do tipo de agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,45 Influência do tipo de agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,40 Influência da Dmáx. do agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,65 Influência da Dmáx. do agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,60 Influência da Dmáx. do agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,55 Influência da Dmáx. do agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,50 Influência da Dmáx. do agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,45 Influência da Dmáx. do agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,40 Influência do tipo de cimento no valor de Lp dos concretos com a/c=0,65 Influência do tipo de cimento no valor de Lp dos concretos com a/c=0,60 Influência do tipo de cimento no valor de Lp dos concretos com a/c=0,55 Influência do tipo de cimento no valor de Lp dos concretos com a/c=0,50 Influência do tipo de cimento no valor de Lp dos concretos com a/c=0,45 Influência do tipo de cimento no valor de Lp dos concretos com a/c=0,40 Correlações entre fc e V para as séries M1 , M3 e M5 Figura 5.74- Correlações entre fc e V para as séries M1 e M2 166 Figura 5.75- Correlações entre fc e V para as séries M1 e M4 166 Figura 5.76Figura 5.77- Comparações de correlações entre fc e V propostas neste trabalho e as de outros autores Correlações entre fc e I.E. para as séries M1, M3 e M5 Figura 5.78- Correlações entre fc e I.E. para as séries M1 e M2 Figura 5.56Figura 5.57Figura 5.58Figura 5.59Figura 5.60Figura 5.61Figura 5.62Figura 5.63Figura 5.64Figura 5.65Figura 5.66Figura 5.67Figura 5.68Figura 5.69Figura 5.70Figura 5.71Figura 5.72- 155 155 155 155 155 155 157 157 157 157 157 157 159 159 159 159 159 159 166 168 170 170 xvi Figura 5.79- Correlações entre fc e I.E. para as séries M1 e M4 Figura 5.80Figura 5.81- Comparações de correlações entre fc e I.E. propostas neste trabalho e as de outros autores Correlações entre fc e Lp para as séries M1 e M3 Figura 5.82- Correlações entre fc e Lp para as séries M1 e M2 173 Figura 5.83- Correlações entre fc e Lp para as séries M1 e M4 173 Figura 5.84Figura 5.85- Comparações de correlações entre fc e Lp propostas neste trabalho e as de outros autores Relações entre fc e M para concretos da série M1 177 Figura 5.86- Relações entre fc e M para concretos da série M2 177 Figura 5.87- Relações entre fc e M para concretos da série M3 177 Figura 5.88- Relações entre fc e M para concretos da série M4 177 Figura 5.89- Relações entre fc e M para concretos da série M5 177 Figura 5.90- Relações entre fc e M para concretos com relação a/c=0,65 178 Figura 5.91- Relações entre fc e M para concretos com relação a/c=0,60 178 Figura 5.92- Relações entre fc e M para concretos com relação a/c=0,55 178 Figura 5.93- Relações entre fc e M para concretos com relação a/c=0,50 178 Figura 5.94- Relações entre fc e M para concretos com relação a/c=0,45 178 Figura 5.95- Relações entre fc e M para concretos com relação a/c=0,40 178 Figura 5.96- Correlação múltipla proposta entre fc, I.E. e V para as séries M1,M2,M3, de concretos com agregado britado e CP III Correlação múltipla proposta entre fc, I.E. e V para a série M4 de concretos com CP V Correlação múltipla proposta entre fc, I.E. e V para a série M5 de concretos leves Ábacos propostos para estimar a resistência à compressão de concretos convencionais com cimento CP III por meio da combinação de I.E. e V Ábacos propostos para estimar a resistência à compressão de concretos convencionais com cimento CP V por meio da combinação de I.E. e V. Ábacos para estimar a resistência à compressão de concretos leves por meio da combinação de I.E. e V Correlação múltipla proposta entre fc, Lp e V para as séries M1,M2,M3 de concretos de agregado graúdo britado e CP III Correlação múltipla proposta entre fc, Lp e V para a série M4 de concretos de CP V Ábacos propostas para estimar a resistência à compressão de concretos convencionais com cimento CP III por meio da combinação de V e Lp Ábacos propostas para estimar a resistência à compressão de concretos convencionais com cimento CP V por meio da combinação de V e Lp Correlação múltipla proposta entre fc, Lp e I.E para as séries M1,M2,M3 de concretos com agregados graúdos britados e CP III Correlação múltipla proposta entre fc, Lp e I.E para a série M4 de concretos com CP V Estimativa de resistência à compressão de concretos convencionais com cimento CP III por meio da combinação de I.E. e Lp Figura 5.97Figura 5.98Figura 5.99- Figura5.100- Figura5.101Figura5.102- Figura5.103Figura5.104 Figura5.105 Figura5.106 Figura5.107 Figura5.108 172 172 173 175 184 185 186 187 187 188 190 191 192 192 195 196 197 xvii Figura5.109 Estimativa de resistência à compressão de concretos convencionais com cimento CP V por meio da combinação de I.E. e Lp 197 xviii ÍNDICE DE TABELAS Página Tabela 2.1- Comparação entre a resistência em sito e em cubo - padrão 06 Tabela 2.2- 11 Tabela 4.1- Número de medições para cada local de ensaios Intervalos de velocidade de ondas ultra-sônicas para alguns tipos de rocha Recomendação da RILEM para frequência mínima do transdutor emissor de acordo com as dimensões da peça Comparação entre procedimentos de normas para ensaio de ultra-som Comparação entre procedimentos de normas para ensaio esclerométrico Comparação entre procedimentos de normas para ensaio de resistência à penetração de pinos Constatações quanto aos fatores que influenciam os resultados do ensaio de ultra-som Constatações quanto aos fatores que influenciam os resultados do ensaio esclerométrico Constatações quanto aos fatores que influenciam os resultados do ensaio de penetração de pinos Análise física e química dos cimento CP III 32 e cimento CPV Tabela 4.2- Granulometria dos Agregados Graúdos 84 Tabela 4.3- Características da Argila Expandida 84 Tabela 4.4- Granulometria do Agregado Miúdo 85 Tabela 4.5- Composições por m3 de concreto 87 Tabela 4.6- Definição da amostragem para cada composição 88 Tabela 4.7- Resultados de fc e fc,j/fc,28 para todos os concretos 95 Tabela 4.8- Resultados de Vj e Vj / V28 para todos os concretos 101 Tabela 4.9- Resultados de IEj e IEj / IE28 para todos os concretos 107 Tabela 4.10- Resultados de Lp e Lp j/ Lp28 para todos os concretos 113 Tabela 4.11- Resultados de Mj e Mj/ M28 para todos os concretos Faixa de variação dos resultados das diferentes séries de concretos Relações entre as resistências dos concretos submetidos aos tipos de cura 1 e 2 Valores obtidos na análise estatística dos resultados do ensaio de resistência à compressão Relações entre valores de Vj dos concretos submetidos aos dois tipos de cura Resultados obtidos na análise estatística dos valores de V.P.U.S. Relações entre os valores de I.E.j de concretos submetidos aos dois tipos de cura Resultados obtidos na análise estatística dos valores de I.E. 119 Tabela 3.1Tabela 3.2Tabela 3.3Tabela 3.4Tabela 3.5Tabela 3.6Tabela 3.7Tabela 3.8- Tabela 4.12Tabela 5.1Tabela 5.2Tabela 5.3Tabela 5.4Tabela 5.5Tabela 5.6Tabela 5.7Tabela 5.8Tabela 5.9Tabela 5.10- Resultados obtidos na análise estatística dos valores de Lp Parâmetros que influenciam significativamente os resultados dos ensaios realizados Coeficientes de determinação (r2) obtidos no estudo de regressão dos dados das séries M1, M2, M3, M4, e M5 Equações de outros autores para correlação entre fc e V 24 35 36 47 56 77 78 79 82 125 134 135 143 144 152 153 160 160 161 162 xix Tabela 5.11- Equações de outros autores para correlação entre fc e IE 163 Tabela 5.12- Equações de outros autores para correlação entre fc e Lp 164 Tabela 5.13- Equações propostas para relacionar fc com V 167 Tabela 5.14- Equações propostas para relacionar fc e I.E. 171 Tabela 5.15- Equações propostas para relacionar fc com Lp 2 Coeficientes de determinação (r ) obtidos no estudo de regressão dos dados das séries M1, M2, M3 agrupados Resultados da regressão múltipla para as séries (M1, M2, M3), M4 e M5 Equações de outros autores para correlação entre fc , V e I.E. 174 Tabela 5.16Tabela 5.17Tabela 5.18Tabela 5.19Tabela 5.20Tabela 5.21Tabela 5.22Tabela 5.23Tabela 5.24- Equações propostas para relacionar fc com V e I.E. Resultados da regressão múltipla para as séries (M1, M2, M3) e M4 Equações propostas para relacionar fc com V e Lp Dados do estudo de regressão múltipla nas séries M1, M2, M3 e M4 –combinação I.E e Lp Equações propostas para relacionar fc com I.E. e Lp Maiores coeficientes de determinação obtidos nas regressões simples e nas regressões múltiplas 180 182 183 183 189 190 194 194 198 xx LISTA DE SÍMBOLOS Dmáx dimensão máxima do agregado E energia de ativação Ed módulo de elasticidade dinâmico fc resistência do concreto à compressão obtida em corpos de prova-padrão fc,is resistência do concreto à compressão em sito fcj resistência do concreto à compressão na idade de j dias fck resistência característica do concreto à compressão fcx resistência à compressão numa determinada maturidade IE índice esclerométrico Lp comprimento de penetração M fator temperatura - tempo R constante universal de gás (8,314 J/Kmol) T temperatura do concreto no intervalo de tempo ∆ t te idade equivalente na temperatura de referência Ti temperatura durante o intervalo ∆ ti To temperatura a partir da qual não ocorre mais a hidratação do cimento Tr temperatura de referência do concreto V velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas Vs velocidade de propagação ultra-sônica no aço ν coeficiente de Poisson dinâmico ρ massa específica 1 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO Comumente são feitos ensaios de resistência à compressão aos 28 dias em cilindros (ou cubos) para verificar se o concreto está de acordo com o exigido pelo projeto. No entanto, os corpos de prova não são verdadeiramente representativos do concreto existente na estrutura, devido às diferentes condições de lançamento, compactação e condições de cura. Segundo Malhotra(1984), nos últimos 40 anos têm sido feitas várias tentativas quanto ao desenvolvimento de métodos de ensaio em sito não destrutivos, para assegurar a qualidade do concreto na estrutura. Os métodos disponíveis podem ser classificados em : • métodos para determinar algumas propriedades do concreto que possibilitam uma estimativa de sua resistência, módulo de elasticidade e durabilidade; • métodos onde são detectados posição e tamanho das armaduras, vazios, fissuras, falhas de concretagem, e teor de umidade do concreto em loco. Esses métodos são relevantes não só para o caso de estruturas executadas já há algum tempo, que apresentam problemas e têm que ser reparadas e/ou reforçadas, mas também para o caso de estruturas novas ou ainda em execução (ensaios de aceitação). Tem-se verificado uma vasta aplicação dos ensaios em sito em diversos países, assim como um grande número de pesquisas nesta área, visando a obtenção de resultados mais confiáveis nas investigações das propriedades do concreto das estruturas. O sucesso da utilização dos ensaios em sito depende, além do conhecimento e da experiência do profissional que realiza os ensaios, das curvas adotadas para correlacionar as medições do ensaio com a resistência do concreto. Essas curvas dependem de vários fatores, alguns dos quais estão relacionados com a 2 própria resistência do concreto, tais como condições de cura, relação água/cimento, idade. Outros fatores são próprios do tipo e da metodologia de ensaio. Na literatura técnica internacional encontram-se trabalhos de vários autores nos quais apresentam-se correlações entre a resistência do concreto e resultados de ensaios não destrutivos, e também normas de realização desses ensaios (ASTM, RILEM, BSI, por exemplo). No Brasil, ainda são poucos os estudos sobre este tema e nem todos os ensaios não destrutivos empregados têm seus procedimentos de realização normalizados pela ABNT. Tem-se, portanto, uma grande necessidade de desenvolvimento de trabalhos e de formação de mão de obra qualificada nesta área, objetivando análise adequada das estruturas de concreto produzidas com os materiais disponíveis no mercado nacional. Neste trabalho, verifica-se quais os pontos comuns e discordantes entre os estudos publicados sobre alguns ensaios não destrutivos, e também as recomendações das normas técnicas internacionais e nacionais. Desta forma, constata-se quais os fatores relevantes que devem ser considerados para que sejam feitas curvas de correlação simples e múltipla entre a resistência à compressão do concreto e as grandezas medidas nos ensaios não destrutivos para concretos feitos com materiais disponíveis no mercado do Rio de Janeiro. O programa experimental compreende ensaios utilizando os métodos de velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas, esclerometria, penetração de pinos e “pull-off” e maturidade, em corpos de prova de concretos onde são variados alguns parâmetros que podem influir nos resultados dos ensaios. Esses parâmetros são, além da relação água/cimento, tipo e dimensão máxima do agregado graúdo, tipo de cimento e tipo de cura. Nas trinta diferentes composições de concreto empregadas, é mantido constante o volume de agregado graúdo e o de água, variando-se as quantidades de cimento e agregado miúdo. O relato do trabalho desenvolvido está organizado em 6 capítulos. No capítulo 2 faz-se uma abordagem geral dos métodos de ensaios não destrutivos usados para 3 avaliar a resistência à compressão do concreto e de métodos empregados para obter outros dados relevantes das estruturas de concreto. No capítulo 3 apresenta-se a revisão bibliográfica sobre os métodos de ensaios que são empregados nesta pesquisa. O programa experimental encontra-se descrito no capítulo 4. O capítulo 5 apresenta a análise dos resultados obtidos e as curvas de correlação propostas. As conclusões do trabalho realizado e sugestões para estudos futuros estão no capítulo 6. No anexo I são dadas as composições de todos os concretos; no anexo II constam definições do que é empregado na análise estatística. Gráficos de resultados de ensaio “pull-off” realizados em estudo preliminar são apresentados no anexo III e curvas típicas de temperatura do concreto com o tempo no anexo IV. Apresenta-se no anexo V os gráficos do estudo de intervalos de confiança. 4 CAPÍTULO 2 MÉTODOS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS 2.1 – GENERALIDADES Dentre as propriedades do concreto que podem ser avaliadas por meio de ensaios não destrutivos, tem-se: massa específica, módulo de elasticidade e resistência. Ainda podem ser investigadas a dureza superficial, absorção, permeabilidade, condições de umidade, e também a localização das armaduras, existência de vazios e fissuração. Os ensaios considerados não destrutivos são aqueles que não causam nenhum dano no elemento ensaiado ou deixam pequenos danos para serem reparados após o ensaio. Eles não provocam perda na capacidade resistente do elemento. Estes ensaios podem ser utilizados em estruturas novas ou antigas. No caso de estruturas novas, eles podem ser empregados para monitoramento da evolução da resistência ou para esclarecer dúvidas sobre a qualidade do concreto. Os ensaios em estruturas já existentes visam avaliar a sua integridade e capacidade de resistir às solicitações. Os métodos não destrutivos são convenientes para (BS1881:Part201, 1986): • controle tecnológico em pré-moldados ou construções em sito; • aceitação, ou não, de materiais fornecidos; • esclarecimento de dúvidas a respeito da mão de obra envolvida em mistura, lançamento, compactação ou cura do concreto, transporte; • monitoramento do desenvolvimento da resistência visando remoção de fôrmas, duração da cura, aplicação de protensão ou de cargas, remoção de escoramento; • localização e determinação da extensão de fissuras, vazios e falhas de concretagem; 5 • determinação da posição, diâmetro ou condições das armaduras; • determinação da uniformidade do concreto; • aumento do nível de confiança de um pequeno número de ensaios destrutivos; • verificar a deterioração do concreto resultante de sobrecarga, fadiga, fogo, ataque do meio ambiente; • avaliação do potencial de durabilidade do concreto; • monitoramento de mudanças das propriedades do concreto ao longo do tempo; • fornecimento de informações para que se verifique se é possível mudar a utilização de uma estrutura. Carlsson et al (1984) relatam que os ensaios em sito realizados durante a execução de uma estrutura são aplicáveis : • na determinação do tempo certo para remoção de fôrmas durante o inverno; • quando não se tem certeza das condições de cura; • no controle dos efeitos de aditivos químicos ou membranas plásticas que auxiliam a cura. 2.2 – FATORES QUE INFLUENCIAM A RESISTÊNCIA DO CONCRETO Os principais fatores que influenciam a resistência do concreto são (Almeida, 1990, Metha e Monteiro, 1994, Coutinho e Gonçalves, 1994, Neville,1997) : • propriedades dos componentes: cimento, agregados, aditivos químicos e adições minerais; • proporções dos componentes: relação água/cimento, e relação agregado/cimento; • condições de cura e idade. A resistência do concreto das estruturas é controlada por meio de ensaios de corpos de prova cilíndricos ou cúbicos, sendo estes moldados, curados e rompidos de 6 acordo com as normas técnicas de cada país. No entanto, sabe-se que as propriedades do concreto em sito variam de acordo com o elemento estrutural (laje, viga, pilar), devido principalmente às diferenças de compactação, cura e exudação, sendo a resistência do concreto na estrutura menor do que a obtida de ensaios em corpos de prova - padrão. Bungey (1989) apresenta a tabela 2.1 com valores comparativos entre a resistência em sito obtida por extração de testemunhos e corrigida para representar a resistência obtida em cubos, e a resistência de corpos de prova moldados (cúbicos). O autor cita que, de um modo geral, estes valores podem ser considerados como típicos, pois existem trabalhos publicados onde verificou-se a resistência obtida em sito mais próxima da obtida em corpos de prova-padrão. Tabela 2.1 – Comparação entre a resistência em sito e em cubo - padrão (Bungey, 1989) Relação entre a resistência obtida em testemunhos e de Elemento estrutural corpos de prova – padrão, aos 28 dias Média Intervalo Pilar 65% 55% - 75% Parede 65% 45% - 95% Viga 75% 60% - 100% Laje 50% 40% - 60% De acordo com Bartlett e MacGregor (1996), a resistência à compressão do concreto na estrutura deve ser analisada levando-se em consideração as seguintes relações: r1 = relação entre a resistência média de corpos de prova padrão (cilindros) e a resistência característica do concreto aos 28 dias; 7 r2 = relação entre a resistência média obtida em sito e a resistência média de corpos de prova - padrão (cilindros) aos 28 dias. A relação r1 refere-se à qualidade do material produzido para uma determinada resistência do concreto, que é verificada por meio de corpos de prova moldados, curados, capeados e ensaiados de acordo com as normas técnicas. O valor de r2 depende do tamanho e do tipo de elemento estrutural. Desta forma a relação entre a resistência do concreto na estrutura (fc,is) e a resistência característica (fck) pode ser obtida por meio da equação 1: fc,is=r1 x r2 (fck) (1) Para obter a relação r2, Bartlett e MacGregor (1996) utilizaram testemunhos extraídos entre o topo e a base de diferentes elementos estruturais, tais como pilares, paredes, blocos. Também foram extraídos testemunhos de laje. A média da resistência obtida em sito aos 28 dias foi cerca de 95% da resistência de cilindrospadrão aos 28 dias para vigas e lajes, e 103% para elementos mais altos, como pilares, paredes e blocos. Segundo Bartlett e MacGregor (1999), as variações da resistência em sito de uma estrutura de concreto devem-se às : variações inerentes a cada betonada, variações entre betonadas, variações próprias de cada elemento estrutural e variações entre os elementos estruturais. A variação entre betonadas pode aumentar a variação da resistência do elemento estrutural se cada um for moldado empregando-se várias betonadas, ou aumentar a variação entre elementos se cada um for moldado com uma única betonada. Assim, para uma avaliação global da resistência do concreto numa estrutura é necessário conhecer o número de betonadas representadas pela amostragem de cada local selecionado. 8 2.3 – MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DE RESISTÊNCIA DO CONCRETO Para que os métodos de ensaio em sito sejam utilizados para avaliar a resistência do concreto, são necessárias curvas de correlação entre os resultados destes ensaios e a resistência à compressão do concreto. Geralmente, os fabricantes dos equipamentos para estes ensaios fornecem estas curvas, porém estas são desenvolvidas usando materiais disponíveis no país deste fabricante, e, ao serem empregadas numa localidade onde há outros tipos de materiais, a resistência pode ser avaliada com erros consideráveis. O procedimento mais adequado é determinar curva de calibração própria para o concreto sob investigação, e a cada mudança no fornecimento de materiais determinar nova curva (Malhotra, 1984). Os ensaios não destrutivos não são substitutos dos ensaios de resistência à compressão em corpos de prova-padrão (Malhotra, 1984). 2.4 - CORRELAÇÃO ENTRE A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO E AS GRANDEZAS MEDIDAS NOS ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS Para estimar a resistência à compressão do concreto torna-se necessário conhecer a relação entre os resultados dos ensaios em sito e a resistência do concreto, obtida a partir de curvas determinadas empiricamente. Um exemplo de curva de correlação é dado na figura 2.1. 9 Figura 2.1 – Exemplo de curva de correlação para estimar a resistência (ACI 228.1R ,1989). De acordo com o comitê 228 do ACI (ACI 228.1R 1989), a curva de correlação é feita usando-se corpos de prova-padrão (cilindros ou cubos), porém também podese utilizar testemunhos para obtenção da resistência à compressão do concreto. Antes de empregar o ensaio não destrutivo no campo, é recomendável estabelecer a correlação por meio de um programa de ensaios no laboratório. Este programa de ensaios envolve a preparação dos corpos de prova, usando os mesmos materiais do concreto que serão empregados na obra. Para alguns ensaios não destrutivos é possível realizar no corpo de prova primeiramente o ensaio não destrutivo e, em seguida, o ensaio para obter a resistência à compressão. No entanto, na maioria dos casos, os ensaios são realizados em separado, tendo-se corpos de prova distintos para os ensaios de resistência à compressão e para os ensaios não destrutivos. É, entretanto, extremamente importante que ambos os grupos de corpos de prova tenham mesmas condições de compactação e maturidade. As condições de cura devem assegurar que a temperatura interna desenvolvida nos corpos de prova seja similar (ACI 228.1R ,1989). Para interpretar resultados de ensaios não destrutivos, deve-se considerar a condição dos corpos de provas, se molhados ou secos, pois nos ensaios em corpos 10 de provas secos a resistência obtida é cerca de 10% a 15% maior. Assim, é importante que se conheça em que circunstância uma determinada curva de correlação foi obtida (Bungey, 1989). O comitê 228 do ACI (ACI 228.1R 1989) recomenda que a curva de correlação seja feita a partir de no mínimo 6 níveis de resistência, sendo que estes níveis podem ser relativos a um mesmo concreto ensaiado em idades diferentes. Para que os ensaios não destrutivos e os de resistência à compressão apresentem o mesmo grau de confiança, pode-se adotar a seguinte relação : nnd δ nd = nc δ c 2 (2) onde nnd = número de ensaios não destrutivos; nc = número de ensaios de resistência à compressão; δnd = coeficiente de variação dos ensaios não destrutivos; δc = coeficiente de variação dos ensaios de resistência à compressão. A tabela 2.2 apresenta o número de medições individuais a serem consideradas na obtenção do valor médio do ensaio em sito em cada local a ser avaliado, segundo diferentes fontes. 11 Tabela 2.2 – Número de medições para cada local de ensaios Ensaio em sito ACI228.1R-89* BS 1881: Bungey ,1989 Part207,1992 Extração de testemunhos 3 - 3 Esclerometria 12 - 12 Ultra-som 5 - 1 Resistência à penetração 3 3 3 “Pull-out” 6 4 8 “Pull-off” - 6 3 * Número de medições necessárias para que seja obtido o mesmo grau de confiança do ensaio de resistência à compressão ensaiando-se 2 corpos de prova cilíndricos. Para o ensaio de “pull-out”, Khoo(1984) recomenda o uso de 6 chumbadores para cada 50 m3 de concreto. 2.5 – MÉTODOS ELETRÔNICOS, MAGNÉTICOS, NUCLEARES, RADIOATIVOS, EMISSÃO ACÚSTICA E PERMEABILIDADE Ao se avaliar as condições de uma estrutura de concreto, além da resistência do concreto, outras informações obtidas em sito podem ser necessárias : posição, diâmetro e condições das armaduras (nível de corrosão), teor de umidade, ocorrência de fissuras e descontinuidade, e a localização de falhas e vazios no concreto (Malhotra,1984). Os métodos mencionados a seguir são usados para conseguir estas informações. 2.5.1 - Métodos magnéticos Existem instrumentos comercialmente disponíveis que podem detectar a posição das armaduras dentro do concreto. Os aparelhos baseiam-se no princípio de que a presença do aço afeta um campo eletromagnético . Eles dão informações sobre o cobrimento, o diâmetro e a localização das armaduras (Malhotra,1984, ACI364,1993, Metha e Monteiro, 1994). 12 Esses equipamentos são portáteis e apresentam bons resultados quando o concreto é pouco armado. No caso de elementos muito armados, o efeito da armação secundária não pode ser eliminado, dificultando uma determinação satisfatória do cobrimento (Malhotra,1984, ACI-364,1993). 2.5.2 - Métodos eletrônicos Os métodos eletrônicos têm sido usados em estruturas de concreto para investigar corrosão das armadura, espessura de lajes e o teor de umidade do concreto endurecido (Malhotra,1984, ACI-364,1993). A avaliação do estado das armaduras com relação à corrosão é feita por meio da estimativa do potencial elétrico da armadura em relação ao eletrodo de referência (Malhotra,1984). O método de determinação da espessura das lajes baseia-se no princípio de que o material sujeito ao ensaio oferece resistência à passagem da corrente elétrica que passa através dele (Malhotra,1984). O fundamento adotado para estimar o teor de umidade do concreto é que a condutividade do concreto muda com a mudança do teor de umidade. (Malhotra,1984, ACI-364,1993). 2.5.3 - Métodos radioativos Os métodos radioativos compreendem a radiografia e a radiometria. Existem 3 métodos para serem usados nos ensaios de concreto : radiografia com raio-X, radiografia com raio-γ e radiometria com raio-γ (Bungey, 1989). Por meio da radiografia é obtida a imagem do interior do concreto empregandose uma fonte radioativa para revelar a posição e as condições das armaduras, dos vazios, das segregações, do grauteamento nas bainhas nos elemento protendidos, e das fissuras. 13 No caso da radiometria, raios-γ gerados pelo “radioisotope” passam através do concreto, e a intensidade da radiação emergente é detectada pelo “scintillation counter”e medida por um equipamento eletrônico. As medições são obtidas pela radiação que passa pela massa de concreto, ou por meio da radiação que é refletida na mesma superfície pela colisão dos eletrons dentro do concreto. Em ambos os casos, a massa por unidade de área do concreto é a propriedade que tem maior influência na atenuação do fluxo dos raios, e também no valor da radiação. Por meio deste método pode ser obtida a densidade do concreto, a espessura do elemento, e a presença de armadura (Molhotra,1984, BS1881:Part201, 1986). A radiografia com raio X tem sérias limitações devido ao custo elevado e ao equipamento de alta voltagem, não sendo muito apropriado para as aplicações em loco, mas de grande valor em laboratório. O equipamento de raio-γ é portátil e mais apropriado para ser usado em sito. O equipamento usado na radiometria com raio-γ é portátil e de fácil utilização em sito (Malhotra,1984, BS1881:Part201, 1986, Bungey, 1989). 2.5.4 - Métodos de emissão acústica Nos últimos anos este método tem sido usado nas investigações da iniciação e do crescimento de fissura no concreto sob tensão. Emissões acústicas são ondas de pequena amplitude geradas por deformações localizadas em pontos do concreto que estão além do seu limite elástico (Malhotra,1984). Durante o crescimento das fissuras ou deformação plástica, a liberação rápida da energia de deformação produz ondas acústicas que podem ser detectadas por sensores em contato com a superfície do elemento ensaiado (ACI-364,1993). 14 2.5.5 - Método Eco-Impacto Técnicas de reflexão de pulsos são usadas principalmente nas análises de ondas que contornam os vazios e descontinuidades internas do concreto. A reflexão pode ser gerada por golpes de martelo ou por outros meios mecânicos (Malhotra,1984, ACI-364,1993). A vantagem deste ensaio é que pode ser realizado quando apenas uma face da superfície do concreto está disponível . Porém, a interpretação das ondas refletidas no osciloscópio não é fácil e depende da experiência do operador (Malhotra,1984). 2.5.6 – Método da Freqüência de Ressonância Neste método determina-se a freqüência fundamental de ressonância do corpo de prova, podendo-se calcular o módulo de elasticidade dinâmico do concreto. A vibração pode ser aplicada em modo longitudinal, transversal ou torsional. A figura 2.2 apresenta o esquema de ensaio, onde o emissor é ativado por um oscilador de frequência variável num intervalo de 10Hz a 10.000Hz. O coletor recebe as vibrações amplificadas e sua amplitude é medida por um indicador adequado (Neville, 1997) Figura 2.2 – Disposição do equipamento para determinação do módulo de elasticidade dinâmico por vibração longitudinal (Neville, 1997) 15 2.5.7 – Termografia Infra-vermelho Por meio deste ensaio são medidas e gravadas emissões de calor da estrutura. Como a taxa de emissão de calor é influenciada pelas fissuras e outras descontinuidades, os “scanners” mostraram a diferença entre a emissão de calor dos concretos sem e com descontinuidades (Malhotra,1984, ACI-364,1993, Bungey, 1989). Este método têm sido usado para determinar deteriorações em chaminés e tabuleiros de pontes . Os resultados dos ensaios são influenciados pelas condições do concreto, como por exemplo teor de umidade (Malhotra,1984). 2.5.8 - Ensaios de permeabilidade A permeabilidade do concreto tem sido um critério de projeto muito importante tanto no caso de estrutura que deve impedir a passagem de água, como por exemplo as barragens, como em estruturas expostas ao meio ambiente agressivo (Malhotra,1984). Figg, em 1973, apresentou um ensaio para verificar a permeabilidade do concreto à água e ao ar. A partir dai, variações do seu ensaio foram apresentadas na literatura técnica internacional. A BS 1881 : Part 210 apresenta o método de ensaio de permeabilidade baseado no que foi apresentado por Figg (Bungey, 1989). 2.5.9 – Métodos nucleares Estes métodos são aplicados para estimar os teores de umidade e de cimento do concreto endurecido. Eles baseiam-se na dispersão de neutrons para determinação do teor de umidade e na ativação de neutrons para determinar o teor de cimento. No caso do teor de umidade parte-se do princípio de que materiais (como por exemplo a água) diminuem a velocidade dos neutrons de acordo com a quantidade de hidrogênio produzido por eles (Malhotra,1984, ACI-364,1993). 16 2.5.10 - RADAR (Radio Detection and Ranging) Este método é baseado no princípio da reflexão de ondas eletromagnéticas pelo concreto. Pode-se com ele detectar vazios, e também medir a espessura dos pavimentos (Malhotra,1984,ACI-364,1993). Pode ser usado quando apenas a superfície está disponível, porém o equipamento é caro, e torna-se necessário um ótimo planejamento de ensaio e prática para avaliação dos resultados (Malhotra,1984,ACI-364,1993). 17 CAPÍTULO 3 MÉTODOS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS PARA AVALIAR A RESISTÊNCIA DO CONCRETO Aqui são abordados os métodos empregados nesta pesquisa : velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas, esclerometria, penetração de pinos, “pull-off” e maturidade. Para cada ensaio é feita uma revisão bibliográfica sobre o método, as vantagens e limitações, as aplicações, a acurácia, os fatores que o influenciam e sua normalização. 3.1 – MÉTODO DO ULTRA – SOM As primeiras publicações sobre medições de velocidade de pulsos mecanicamente gerados apareceram nos Estados Unidos em meados de 1940. Constatou-se que a velocidade depende das propriedades elásticas do material e quase não depende da sua geometria (Bungey ,1989). De acordo com Chung e Law (1983), nos anos 60 foi desenvolvido um equipamento portátil, operado com bateria e com o tempo de trânsito num mostrador digital. 3.1.1 - Descrição do método A velocidade de ondas ultra-sônicas transitando em um material sólido depende da densidade e das propriedades elásticas desse material, como pode ser visto na equação 1 (Bungey, 1989, Pundit Manual, 1994). V= KE d ρ (1) 18 com K = (1 − ν ) (1 + ν )(1 − 2ν ) onde V = velocidade da onda , km/s Ed = módulo de elasticidade dinâmico, kN/mm2 ρ = massa específica , kg/m3 ν = coeficiente de Poisson dinâmico O método baseia-se no fato de que a velocidade de propagação das ondas é influenciada pela qualidade do concreto. O ensaio consiste na medição, por meio eletrônico, do tempo de propagação de ondas ultra-sônicas através do concreto, entre o emissor e o receptor. O comprimento percorrido entre os transdutores dividido pelo tempo de propagação, resulta na velocidade média de propagação da onda (Malhotra,1984). A velocidade da onda depende principalmente dos seguintes fatores: coeficiente de Poisson, módulo de elasticidade e massa específica do concreto, e também da presença de armadura (Bungey, 1989, Popovics et al,1995). O ensaio de ultra-som pode ser feito com 3 tipos de transmissão : direta, indireta e semi-direta, como pode ser visto na figura 3.1. 19 Figura 3.1 – Tipos de transmissão no ensaio de ultra-som (Bungey,1989) Yaman et al (2001) citam que no campo nem sempre é possível o acesso a superfícies opostas, por exemplo em pavimento e pontes, e torna-se necessário o ensaio de transmissão indireta. Assim, foi feita uma pesquisa comparando as transmissões direta e indireta, e foi constatado que as medições de transmissão indireta são estatisticamente similares às medições de transmissão direta em lajes com propriedades uniformes, incluindo a umidade ao longo da superfície e da espessura. 3.1.2 - Vantagens e limitações O equipamento para este ensaio é de fácil operação e de custo não muito elevado. O ensaio correspondente a este método é completamente não destrutivo, e pode avaliar o concreto em toda a espessura do elemento estrutural, caso seja feita a transmissão direta (Swamy e Al-Hamed, 1984, Phoon et al , 1999). A boa ligação entre o concreto e o transdutor é um ponto crítico do método, assim como a interpretação dos resultados, que pode ser difícil. (Malhotra,1984, Sturrup et al,1984, ACI-364,1993). 20 A relação entre velocidade da onda e resistência pode ser confundida devido à presença de fissuras, vazios e demais descontinuidades do concreto (Sturrup et al,1984). Segundo Phoon et al (1999), não há uma correlação única para a relação entre velocidade da onda e a resistência devido à influência de vários fatores como as propriedades e proporções dos materiais que compõem o concreto, idade e teor de umidade. Popovics (2001) ressalta que não há uma relação teórica entre resistência e velocidade de propagação nem mesmo para materiais homogêneos e linearmente elásticos. 3.1.3 - Aplicações O método possibilita estimar a uniformidade e a resistência à compressão (quando correlacionada previamente) do concreto. Também pode ser usado para investigar danos provocados pelo fogo, congelamento e agentes químicos (Chung e Law, 1983, Selleck et al, 1998). As descontinuidades (vazios) no interior do concreto podem ser detectadas devido às diferenças da velocidade de propagação das ondas (ACI-364,1993) . As curvas de correlação entre velocidade da onda e resistência do concreto obtidas nas idades iniciais (3 dias) não se aplicam para idades mais avançadas (28 dias, 91 dias). Para uma dada composição de concreto, quando a resistência à compressão aumenta com a idade, há um pequeno aumento da velocidade, porém não na mesma proporção. Desta forma, ao atingir-se uma determinada idade, a velocidade não é mais sensível ao aumento de resistência (ACI 228,1989). Há autores (Elvery e Ibrahim, 1976, Soshiroda e Voraputhaporn,1999) que apresentam equações para se estimar a resistência à compressão aos 28 dias a partir de ensaios de ultra-som feitos nas primeiras idades do concreto (ver item 5.6.2). 21 3.1.4 - Acurácia Dos ensaios em sito, o método do ultra-som é um dos que apresentam as menores variações. O coeficiente de variação para o ensaio realizado em laboratório é da ordem de 2% (Malhotra,1984). Segundo Facaoaru (1984), a acurácia da estimativa de resistência pelo método do ultra-som é a seguinte : a) 12 a 16% - quando estão disponíveis corpos de prova ou testemunhos e se conhece a composição do concreto, b) 14 a 18% - quando estão disponíveis apenas corpos de prova ou testemunhos, c) 18 a 25 % - quando se conhece apenas a composição do concreto, d) acima de 30 % - quando não estão disponíveis corpos de prova ou testemunhos e nem se conhece a composição do concreto, dependendo apenas da experiência do profissional e da existência de dados auxiliares. De acordo com Gonçalves (1986) em condições ideais, ou seja, com calibração feita em concretos idênticos aos que serão analisados em sito, a acurácia pode ser de + 20 %. Em caso contrário, poder-se-ão cometer erros de +50 % . Segundo Popovics (2001) a estimativa da resistência á compressão por meio do ensaio de ultra-som apresenta uma acurácia de +20% quando obtida em laboratório, e que no campo esse erro pode ser bem maior. 3.1.5 – Fatores que influenciam os resultados do ensaio Segundo o Manual da Pundit (1994), assim como diversos pesquisadores (Almeida, 1993, Swamy e Al-Hamed, 1994, Sturrup et al, 1994, Focaoaru, 1994, Phoon et al, 1999, Meneghett, 1999), a estimativa da resistência pode ser influenciada principalmente pelo tipo de agregado, relação agregado/cimento, idade do concreto, dimensão e graduação dos agregados e condições de cura. 22 3.1.5.1 – Condições da Superfície De acordo com as normas técnicas internacionais, a superfície do concreto deve ser lisa para garantir o perfeito acoplamento dos transdutores ao mesmo. E também deve-se evitar as superfícies que receberam acabamento, pois o concreto nesta superfície pode não ser representativo daquele do restante da peça. Para o caso de superfícies curvas, há alternativa de usar transdutores com contato pontual; no entanto, o nível de energia destes são menores, e ainda existem restrições quanto à distância entre os transdutores além da qual os pulsos não são mais recebidos (Chung e Law, 1983). 3.1.5.2- Tipo e quantidade do agregado graúdo Sturrup et al (1984) investigaram a relação entre velocidade e resistência à compressão para concretos com os seguintes tipos de agregados : brita e seixo (agregados convencionais), cinza volante sinterizada (agregado leve) e ilmenita (agregado pesado). Verificou-se que, para uma determinada resistência à compressão, a diferença entre a velocidade de propagação de onda nos dois concretos convencionais e no concreto pesado foi pequena, mas para o concreto leve a diferença entre as velocidades de propagação foi maior (figura 3.2) . Nesta investigação não foi considerada a influência da proporção de agregado graúdo na composição do concreto. 23 Figura 3.2 - Influência do tipo de agregado na relação entre V e resistência à compressão do concreto (Sturrup et al ,1984). Esses autores observaram ainda que, para um determinado nível de resistência , a velocidade de propagação da onda é maior no concreto do que na argamassa, que por sua vez é maior do que na pasta. Chung e Law (1983) citam que, em geral, os agregados graúdos e miúdos têm módulo de elasticidade e velocidade de propagação da onda maiores do que o da pasta de cimento. Assim, o concreto com agregados de massas específicas maiores ou com maiores quantidades de agregado apresentam maior velocidade. Na tabela 3.1 constam as velocidades de propagação da onda. para diferentes tipos de rocha dadas por esses autores. 24 Tabela 3.1 – Intervalos de velocidade de ondas ultra-sônicas para alguns tipos de rocha (Chung e Law, 1983) Tipo de rocha V (km/s) Basalto 5,27 - 6,02 Dolomita 4,37 - 6,09 Granito 4,00 - 5,79 Calcário 3,91 - 5,78 Arenito 2,55 - 4,23 Quartzito 5,57 - 5,72 Quanto à dimensão máxima do agregado, Sturrup et al (1984) verificaram que nas idades de 3 dias, 7 dias e 28 dias, os concretos com agregados de maior dimensão (40mm), nos quais houve aumento da proporção do agregado graúdo, apresentaram menor resistência para um determinado nível de velocidade (figura 3.3) . Tomsett (1980) comparando concretos feitos com agregados de Dmáx. = 20mm e com Dmáx.=10mm verificou que, para uma determinada resistência à compressão, a velocidade é menor no concreto com menor Dmáx. Nogueira e Willam (2001) compararam cinco composições : concreto com agregado de Dmáx de 12,5 mm, concreto com agregado de Dmáx de 9,5mm, concreto com agregado de Dmáx de 4,75mm, argamassa e pasta de cimento. Manteve-se constante a relação água/cimento de 0,55 para os concretos e de 0,50 para argamassa e a pasta de cimento. O maior valor de velocidade de propagação da onda foi obtido para o concreto com agregado de Dmáx de 12,5 mm, enquanto que a maior resistência à compressão foi do concreto com agregado Dmáx de 9,5mm, e explicou-se que esta diferença provavelmente está relacionada à distribuição granulométrica da composição, já que não foi alterada a relação água/cimento. 25 A comparação entre argamassa e concreto com agregado de Dmáx de 4,75mm apresentou uma diferença de 1,25% do valor obtido para a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas e diferença de 19,37% para resistência à compressão. As velocidades mais altas foram obtidas no concreto com agregado Dmáx de 4,75mm. Figura 3.3 – Influência da dimensão máxima do agregado na relação entre V e resistência à compressão (Sturrup et al ,1984) 3.1.5.3- Proporções da mistura Para cinco concretos com materiais similares, porém com diferentes relações água/cimento e agregado/cimento, Sturrup et al (1984) observaram nas idades de 12h a 91 dias, que, para uma determinada velocidade, a resistência diminui quando a relação água/cimento diminui, ou quando o teor de cimento aumenta. Os resultados encontram-se na figura 3.4. Para resistências mais baixas (idades iniciais) a influência do proporcionamento da composição é menor do que para resistências mais elevadas (idades mais avançadas). 26 Figura 3.4 – Relações entre V e resistência à compressão de concretos com composições diferentes e ensaiados em diferentes idades (Sturrup et al, 1984). Elvery e Ibrahim (1976), ao investigarem a influência da relação agregado/cimento, constataram que as variações na quantidade de agregado têm uma influência significativa na correlação fc e V. Segundo os autores, isto ocorre devido ao agregado ter maior módulo de elasticidade do que o da pasta de cimento. Assim, pode-se esperar que, ao aumentar a fração do volume de agregado no concreto, mantendo-se os demais parâmetros constantes, a velocidade seja maior. Ao analisar a influência da relação água/cimento, Elvery e Ibrahim (1976) mantiveram constante a relação agregado/cimento, e observaram que a correlação entre fc e V independe da variação da relação água/cimento. Chung e Law (1983) relatam que a correlação entre fc e V varia principalmente com o tipo e a proporção dos agregados na composição do concreto. Os autores citam 27 que o tempo de trânsito dos pulsos no concreto é igual à soma dos tempos de trânsito no agregado graúdo, no agregado miúdo e na pasta de cimento. Nogueira e Willam (2001) relatam que a relação água/cimento não influencia significativamente a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas, pois esta relaciona-se principalmente com as propriedades elásticas (módulo de elasticidade, coeficiente de poisson e massa específica) do concreto e não com a sua resistência. 3.1.5.4 - Tipo do cimento Sturrup et al (1984) utilizaram cimento ASTM tipo I (cimento Portland comum) e ASTM tipo III (cimento Portland de alta resistência inicial) em concretos ensaiados nas idades de 12 horas a 91 dias (figura 3.5). Eles constataram que valores para velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas entre 3,5 e 4,5km/s representaram menor resistência para concreto com cimento Portland comum do que para o concreto com cimento Portland de alta resistência inicial, sendo neles empregada a mesma quantidade de cimento (360kg/m3), porém com relações água/cimento e agregado/cimento variáveis. No ensaio de ultra-som a diferença entre os concretos com cimento Portland comum e de alta resistência inicial não se mostrou significativa , como pode ser visto na figura 3.5. 28 Figura 3.5 - Relação entre V e idade, resistência à compressão e idade para concretos com teores e tipos de cimento e temperatura de cura diferentes (Sturrup et al, 1984). Para investigar a influência do tipo de cimento, Elvery e Ibrahim (1976) realizaram ensaios utilizando cimento Portland comum (ASTM tipo I), cimento de alta resistência inicial (ASTM tipo III) e cimento aluminoso, mantendo-se constantes as relações agregado/cimento e água/cimento. Para o ensaio de ultra-som, os autores verificaram que, durante os 2 primeiros dias, houve uma diferença maior entre as 29 curvas feitas para cada tipo de cimento do que nas idades de 7dias, 14 dias e 28 dias. As correlações entre fc e V para os dois tipos de cimento Portland foram idênticas, porém diferentes da para o cimento aluminoso. 3.1.5.5 – Temperatura De acordo com a RILEM NDT 1(1972), a velocidade das ondas ultra-sônicas é influenciada pela temperatura, caso esta apresente-se superior a 30ºC e inferior a 5oC. Para temperaturas de 40ºC a 60oC, há redução da velocidade causada por microfissuração interna do concreto que não corresponde à redução na resistência à compressão do concreto. Na situação de congelamento do concreto, a velocidade de propagação das ondas de ultra-som é maior devido à água que se congelou no interior do concreto. Elvery e Ibrahim (1976) realizaram uma série de ensaios em concretos onde foram mantidas constantes as relações agregado/cimento (5,0) e água/cimento (0,45), e variou-se a temperatura de cura de 5oC a 60oC. Foi verificado que, na idade de 7 horas, a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas variou de 0,35km/s a 4,20 km/s e a resistência à compressão de 0,05 MPa a 14 MPa. Após 10 dias a velocidade. manteve-se constante, 4,50 km/s, para temperaturas de 5 oC a 30 oC , embora houvesse uma diferença significativa na resistência à compressão (25 MPa a 35 MPa). A influência da temperatura na ocasião da preparação do concreto foi investigada por Abbasi e Al-Tayyib (1996). Para a série de ensaios onde a temperatura variou de 32oC a 50oC verificou-se que a velocidade diminuiu com o aumento da temperatura no concreto. Meneghetti (1999) realizando ensaios nas idades de 12 h, 16 h, 24 h e 3 dias em concretos mantidos com temperaturas de 25o C, 35º C e 45ºC, verificou que os submetidos a 45 º C apresentaram velocidades menores do que os conservados a 25ºC e 35ºC. 30 3.1.5.6 - Teor de umidade do concreto Segundo Chung e Law (1983), o teor de umidade do concreto tem uma pequena influência na velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas, e ensaios em laboratório num concreto na condição saturada resultaram numa velocidade cerca de 2 % maior do que no concreto na condição seca. Sturrup et al (1984) obtiveram relações entre velocidade e resistência à compressão para pasta, argamassa e concreto, tanto em condições úmidas quanto secas, e constataram que, para uma determinada resistência à compressão, a velocidade é maior em condições úmidas do que secas. Ohdaira e Masuzawa (2000) investigaram a influência do teor de água na propagação de ondas ultra-sônicas no concreto (mantiveram-se constantes as relações água/cimento e a porcentagem de agregado miúdo). Os corpos de prova permaneciam imersos em água até a idade de 50 dias, e a cada data de ensaio eram secos com um secador e o teor de água calculado. Eles constataram que a velocidade diminuiu na proporção em que também diminui o teor de água, provavelmente devido ao fato de que quando há água suficiente para preencher os vazios do concreto a velocidade é maior. Também segundo Popovics (2001), há um aumento da velocidade em concretos com maior umidade. Ele ressalta, no entanto, que o oposto ocorre com a resistência à compressão. Coutinho, apud Almeida (1993), apresenta os seguintes valores para propagação de ondas sonoras: • No ar: 330 m/s • Na água: 1450 m/s • Na pasta de cimento: de 3500 m/s a 4000 m/s • Nos agregados: de 4200 m/s a 5000 m/s. 31 3.1.5.7 - Presença de armaduras e fissuras No caso do concreto não apresentar armaduras, fissuras ou vazios, as ondas sonoras percorrem o menor caminho , isto é , uma linha reta entre os dois transdutores. Se existem armaduras localizadas paralelamente ao caminho das ondas, dependendo da proximidade dos transdutores , as ondas podem transitar parte através do concreto e parte através do aço. Como a velocidade das ondas é maior no aço do que no concreto (1,2 a 1,9 vezes), o primeiro pulso a chegar no transdutor receptor percorreu o concreto e o aço, o que acarreta um aumento da velocidade de propagação (Sturrup et al,1984, RILEM NDT1, 1972). Bungey (1989) cita que, nos casos onde não se pode evitar a presença das barras de aço, torna-se necessário fazer uma correção nos valores obtidos para que se possa estimar a velocidade de propagação no concreto. A figura 3.8 apresenta valores propostos pelas normas BS 1881: Part 203(1986) e RILEM NTD1(1972). Os símbolos usados nesta figura são definidos nas figuras 3.6 e 3.7. Figura 3.6 – Influência de barras transversais ao percurso da onda (Bungey,1989). 32 Figura 3.7 – Influência de barras paralelas ao percurso da onda (Bungey,1989). Bungey (1989) verificou que a zona de influência das barras transversais ao percurso é significativamente menor do que a das barras longitudinais, sendo que barras transversais de diâmetro inferior a 20mm praticamente não são detectadas em concreto onde tem-se velocidade acima de 4,0 km/s, porém para barras longitudinais com diâmetros superiores a 6 mm paralelas ao percurso das ondas, a influência é significativa. 33 Figura 3.8– Fatores de correção para barras transversais e longitudinais. (Bungey , 1989) Chung e Law (1983) citam que a influência não é significativa se a barra encontra-se na posição transversal a dos pulsos e a quantidade de barras é pequena em relação a distância entre os transdutores. Se as barras estiverem paralelas ao caminho dos pulsos e o diâmetro superior a 10mm a influência torna-se significativa. Os autores apresentam a equação 2 que pode ser usada quando houver a presença do aço. Ve = 5,90 − 10,40(5,90 − V ) / d onde Ve = velocidade de propagação efetiva, em km/s V = velocidade de propagação no concreto, em km/s d = diâmetro da barra, em mm (2) 34 Knab et al (1983) citam que a detecção de fissuras usando o ultra-som baseiase no princípio de que a amplitude e a direção da propagação dos pulsos são modificadas quando encontram uma fissura. Se uma fissura superficial intercepta o caminho das ondas , estas contornam a fissura, resultando num tempo de trânsito maior. A velocidade das ondas sonoras depende do comprimento da fissura e se está preenchida com ar ou água, pois a velocidade é maior na água do que no ar (Sturrup et al,1984). 3.1.5.8 – Comprimento de propagação de onda, forma da peça e frequência do transdutor-emissor A RILEM NDT1(1972) recomenda um comprimento mínimo para propagação das ondas a fim de evitar que os transdutores fiquem muito próximos, pois neste último caso os resultados seriam significativamente influenciados pela heterogeneidade do concreto : • 100 mm para o concreto com agregado de dimensão máxima menor que 30mm; • 150 mm para o concreto com agregado de dimensão máxima menor que 45mm. Para o concreto são apropriados transdutores com frequências entre 20 e 150 kHz, sendo o mais utilizado o de 54kHz, disponível comercialmente em diversos países. A escolha da frequência do transdutor decorre do tamanho do elemento estrutural a ser investigado, pois a distância a ser percorrida não deve ser menor do que o comprimento da onda (λ), sendo que λ = velocidade do pulso/frequência de vibração. A dimensão máxima dos agregados graúdos também deve ser inferior ao comprimento da onda (λ) para evitar a redução da energia da onda e a possível perda de sinal no receptor (Bungey, 1989) De acordo com a RILEM NDT1(1972), ondas com frequências mais elevadas são atenuadas mais rapidamente do que as de frequências mais baixas. Segundo esta 35 mesma norma, dependendo das dimensões da peça analisada, a frequência mínima dos transdutores usados deve ser a dada na tabela 3.2. Tabela 3.2 - Recomendação da RILEM para frequência mínima do transdutor emissor de acordo com as dimensões da peça . Comprimento Frequência Dimensão transversal (mm) (kHz) mínima do elemento (mm) 100-700 ≥ 60 70 200 - 1500 ≥40 150 >1500 ≥20 300 Popovics et al (2000) relatam que as aplicações do ultra-som no ensaio de concreto não seguem o mesmo avanço que em outras áreas da engenharia e da medicina; nos demais métodos de ultra-som as freqüências variam de 1 a 15 MHz. Os autores citam que com altas freqüências (acima de 500 kHz) torna-se melhor a detecção de pequenos defeitos, na ordem de milímetros. 3.1.6 – Normalização Komlos et al (1996) realizaram um estudo comparando normas para ensaio de ultra-som de diferentes países. Os autores constataram que nas normas da ASTM e DIN não há uma abordagem detalhada sobre a estimativa da resistência à compressão, sendo melhor nas normas russa, eslovaca, britânica, húngara e da RILEM . A norma brasileira (NBR 8802) não apresenta o procedimento para obtenção da correlação entre resistência à compressão e V. No entanto, tal procedimento pode ser encontrado na norma do Mercosul (NM 58). A tabela 3.3 apresenta comparações entre os procedimentos de normas para o ensaio de ultra-som . 36 Tabela 3.3 – Comparação entre procedimentos de normas para ensaio de ultra-som Normas NM58/1996 RILEM NDT1/1972 BS1881:Part203:1986 NBR8802/1994 Freqüência do ultra-som Acima de 20 kHz 20 a 200 kHz 20 kHz a 150 kHz* Superfície Seca ao ar, limpa, e Plana Seca ao ar, limpa, e plana plana. 2 Área de ensaio para verificar 1m uniformidade de elementos estruturais grandes Distância entre os Precisão de + 1% Precisão de + 1% Precisão de + 1% transdutores Medições de velocidade Precisão de + 1% Precisão de + 0,5% * 10 kHz para comprimento muito longo e 1MHz para argamassas e graute ASTM C597/1983 10kHz a 150 kHz Seca ao ar, limpa, e plana - Precisão de 0,5% Precisão de 0,5% 37 3.1.7 – Recomendações quanto às curvas de calibração A correlação entre a resistência à compressão e a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas. é influenciada pela complexidade da estrutura interna do concreto, e também por fatores que influenciam a resistência de maneira diferente da velocidade de propagação, pois comumente a resistência é controlada pela pasta de cimento, enquanto a velocidade é controlada pelas propriedades do agregado (Popovics, 2001). A RILEM NDT1 (1972) apresenta duas formas para estimar a resistência do concreto a partir da velocidade de propagação de ondas de ultra-som : a) A partir dos gráficos de correlação entre resistência à compressão (fc) e velocidade de propagação de onda ultra-sônica (V) ; b) Empregando-se equações conhecidas que correlacionam fc e V. Os tipos de expressões mais usadas para, a partir de ajustes a dados experimentais, correlacionam fc e V são : fc = a V b fc = a e bV fc = aV2 + bV + c onde a, b, c = constantes. Quando uma expressão é obtida para um dado concreto, investigações posteriores podem ser feitas com um número menor de corpos de prova. Se não há corpos de prova disponíveis e não se conhece a composição do concreto, é possível estimar a resistência a partir de uma determinada expressão, obtendo-se as constantes por meio de corpos de prova extraídos da estrutura. Estimativas da resistência por meio das expressões citadas podem ser feitas nas seguintes circunstâncias: 38 a) Quando a composição do concreto é conhecida e existem pelo menos 3 corpos de prova da mesma idade da estrutura, ou alternativamente, se forem extraídos pelo menos 3 testemunhos; b) Quando a composição do concreto é conhecida e não existirem mais corpos de prova, mas os materiais utilizados ainda estão disponíveis para moldar pelo menos 3 corpos de prova; c) Quando a composição do concreto é desconhecida, mas pelo menos 3 corpos de prova podem ser extraídos da estrutura; d) Quando apenas a composição do concreto é conhecida . Em geral, a estimativa da resistência obtida pela correlação “a” é mais confiável do que pela “b”, que por sua vez é melhor do que a “c”, ou a “d”. Segundo a RILEM NDT 1 (1972), para obter a correlação graficamente deve-se ensaiar o mínimo de 30 corpos de prova de mesma dimensão. Obtém-se um valor médio para um conjunto de 3 corpos de prova sujeitos a condições idênticas de ensaios, onde os níveis de resistência e velocidade de propagação de ondas ultrasônicas. são alcançados alterando-se a quantidade de água ou o grau de compactação de cada conjunto. As demais características, isto é, teor e tipo de cimento, tipo de graduação do agregado e condições de cura do concreto devem permanecer constantes. De acordo com a ASTM C597 (1983), a correlação entre resistência à compressão (ou módulo de elasticidade) pode ser estabelecida fazendo-se ensaios de ultra-som e de compressão em corpos de prova de um determinado concreto. Esta correlação pode ser usada posteriormente para estimar a resistência deste mesmo concreto. Segundo Focaoaru(1984), para fazer a correlação entre a velocidade da onda (V) e a resistência à compressão (fc) pode ser adotada a equação 3 : fc = a . e1,1V onde (3) 39 V - velocidade da onda a - constante relacionada com a composição do concreto O ACI 228.1R (1986) cita que é preferível desenvolver curva de correlação empregando-se a extração de testemunhos do concreto na estrutura, pois ensaios feitos em cilindros-padrão podem levar a erros devido às diferentes condições de umidade entre os cilindros e o concreto em sito. O ACI 228.1R (1986) cita que a velocidade de propagação é proporcional a raiz quarta da resistência à compressão. De acordo com a BS1881: Part 203 (1986), as curvas de correlação devem ser estabelecidas experimentalmente para cada tipo de concreto, ensaiando-se vários corpos de prova com diversas faixas de resistência à compressão (baixa, média e alta). Para obter estas faixas pode-se variar a relação água/cimento ou a idade do ensaio. Quando o objetivo é monitorar o desenvolvimento da resistência pode-se estabelecer a correlação variando-se a idade do ensaio, mas para controle de qualidade é melhor variar a relação água/cimento. Esta norma recomenda a moldagem de no mínimo 3 corpos de prova para cada betonada. Em cada corpo de prova devem ser feitas 3 medições entre o topo e a base deste, sendo que a variação dos resultados num único corpo de prova deve ser menor que + 5% do valor médio das 3 medições. A curva é construída com os pontos obtidos das médias dos resultados dos ensaios de V e de resistência à compressão do conjunto de 3 corpos de prova. A correlação também pode ser feita usando-se testemunhos extraídos dos locais onde foi obtida a V. A NM 58 (1996) relata que a correlação entre resistência e a velocidade deve ser feita obtendo-se primeiramente a velocidade em cada corpo de prova cilíndrico de 150mmx300mm, moldado e curado segundo procedimento padrão, que, em seguida é submetido ao ensaio de compressão. Devem ser ensaiados 10 corpos de prova para cada composição, variando-se a relação água/cimento de 0,40 a 0,80 , com incrementos de 0,05. 40 3.2 - MÉTODO DO ESCLERÔMETRO Segundo Bungey (1989), as primeiras tentativas de medir a dureza superficial do concreto ocorreram em 1930, sendo que inicialmente foram utilizados métodos envolvendo medições do retorno de uma bola de aço fixa num pêndulo, ou atirada de uma pistola. O princípio do ricochete, segundo o qual o retorno de uma massa elástica depende da dureza da superfície onde ela se choca, foi o mais aceito mundialmente. O esclerômetro suiço , “Schimidt Hammer”, tem sido usado em vários países por muitos anos. A representação esquemática deste ensaio encontra-se na figura 3.9. Figura 3.9 - Esquema do ensaio de esclerometria (ACI 228,1988). 3.2.1 - Descrição do método Este método é conhecido como “rebound hammer method”. O método consiste em submeter a superfície do concreto a um impacto de uma forma padronizada, usando-se uma determinada massa com uma dada energia, medindo-se o valor do ricochete, ou seja, o índice esclerométrico (I.E.). O ricochete depende do valor da energia cinética antes do impacto e quanto desta energia é absorvida durante o impacto, pois parte da energia é absorvida na fricção mecânica do equipamento, e a 41 outra parte na interação entre a barra de percussão e o concreto. A energia absorvida está relacionada à resistência e à rigidez do concreto (ACI 228, 1989). A resistência do concreto é estimada por meio de curvas de calibração. Tem-se verificado que não há uma correlação única entre o valor do índice esclerométrico e a resistência à compressão, devido à influência de vários fatores nessa relação: tipo e quantidade de cimento, natureza do agregado, maturidade e teor de umidade do concreto (Focaoaru,1984). 3.2.2 - Vantagens e limitações O equipamento é leve, simples de operar e barato, sendo que uma grande quantidade de dados pode ser obtida rapidamente. Os danos que podem ser causados na superfície são praticamente nulos. O método é bom para avaliação da uniformidade do concreto, monitoramento do desenvolvimento da resistência ao longo do tempo, e também estimar a resistência do concreto. Pequenas marcas podem ser causadas nas avaliações em concretos novos ou de baixa resistência (BS1881:Part202, 1986) Como limitação tem-se que os resultados estão relacionados a uma determinada zona superficial de concreto (profundidade de cerca de 30mm), sendo que após 3 meses há influência da carbonatação do concreto (BS1881:Part 202,1986). De acordo com Teodoru (1988), os resultados são representativos de uma camada de 30mm a 50mm. 3.2.3 - Aplicações Com a utilização deste método, pode-se comparar a qualidade do concreto em diferentes áreas da estrutura sem necessidade de danificar o concreto, o que exigiria pequenos reparos, e também estimar a sua resistência com base em curvas de correlação, porém com acurácia limitada (ACI-364, 1993 ). 42 3.2.4 - Acurácia A estimativa de resistência apresenta acurácia em torno de +15 a +20 % desde que os corpos de prova sejam moldados, curados e ensaiados sob condições idênticas às usadas para estabelecer as curvas de correlação (Malhotra,1984). Segundo Facaoaru (1984), a acurácia é: a) 12 a18% - se estão disponíveis corpos de prova ou testemunhos e a composição do concreto, b) 15 a 20% - se estão disponíveis apenas os corpos de prova ou testemunhos, c) 18 a 28% - se é conhecida apenas a composição do concreto, d) acima de 30 % - quando apenas dados auxiliares são conhecidos , mas com a condição de que a idade do concreto não seja maior do que 1 ano. Yun et al (1988), ao compararem as variações próprias deste ensaio obtiveram médias dos coeficientes de variação de 7,7%, 10,4% e 10,5% para ensaio na argamassa, no concreto com agregado de Dmáx=25mm e no concreto com agregado de Dmáx=40mm, respectivamente. 3.2.5 – Fatores que influenciam os resultados do ensaio Os principais fatores que influenciam os resultados deste ensaio são : tipo de agregado, tipo de acabamento da superfície, proporcionamento do concreto, inclinação do esclerômetro , carbonatação, idade, umidade e tipo de cimento (Malhotra, 1984, BS 1881: Part 201, 1986, Qasrawi, 2000). 3.2.5.1 – Condições da superfície de ensaio Qasrawi (2000) ressalta que pode ser necessário preparar a superfície com uma pedra abrasiva tornando-a mais lisa. O tipo de acabamento da camada superficial influencia o índice esclerométrico; superfícies desempenadas são, em geral, mais duras que as superfícies que não são. 43 Segundo Tam et al (1991), o índice esclerométrico de uma superfície saturada pode ser 20% menor do que o obtido numa superfície seca. De acordo com a BS:1881:Part202 (1986), em concretos com idade superior a 3 meses a influência da carbonatação pode ser significativa, e a camada superficial deixa de ser representativa do concreto no interior da peça. O ACI 228 1R-89 (1989) cita que uma camada superficial carbonatada resulta em índices esclerométricos maiores do que os correspondentes às camadas internas do elemento estrutural. De acordo com as normas NBR 7584 (1995) e NM 78(1996), concretos carbonatados podem conduzir a resultados de índice esclerométrico superestimados de cerca de 50%. 3.2.5.2 – Tipo e teor do cimento Segundo a BS1881:Part202 (1986) e a RILEM NDT3 (1984), nas correlações para tipos de cimento portland diferentes a variação dos resultados não ultrapassa 10%, porém concretos com cimento aluminoso podem ter resistência 100% maior do que poderia indicar a correlação feita para concreto com cimento portland comum. Já concretos com cimento supersulfatado podem ter resistência 50% menor do que indicaria a correlação feita para os concretos com cimento portland comum. Também é citado na BS1881:Part202 (1986) que a mudança do teor de cimento pode levar a um erro de + 10% na estimativa da resistência, e que concretos com teores elevados de cimento têm índices esclerométricos menores do que concretos de mesma resistência, porém com teores de cimento menores. Teodoru (1988) relata que, para um determinado índice esclerométrico a resistência à compressão poderá ser maior se o concreto apresentar alto teor de cimento ou se for feito com cimento de alta resistência inicial. Segundo Bungey (1989), mudanças no teor de cimento não correspondem a mudanças na dureza superficial do concreto. 44 A NBR 7584 (1995) cita que é necessário obter novas curvas de correlação sempre que houver mudança do tipo de cimento. Segundo a NM 78 (1996), o consumo de cimento por metro cúbico não tem influência significativa na correlação entre o índice esclerométrico e a resistência à compressão. Quanto ao tipo de cimento, esta norma relata que concretos feitos com cimento aluminoso ou cimento supersulfatado (80% a 85% de escória de alto forno + 10% a 15% de sulfato de cálcio) apresentam correlações diferentes das obtidas com cimento portland comum. 3.2.5.3 – Tipo e dimensão do agregado graúdo Neville (1997) cita que a dureza do concreto é influenciada pelo tipo de agregado. Para um determinado I.E., a resistência à compressão é menor para a correlação feita com o agregado de seixo do que na com o agregado de calcário. A figura 3.10 apresenta as diferenças nas correlações entre resistência à compressão e índice esclerométrico em concretos com agregados “duros” e “macios”, segundo Bungey (1989). Figura 3.10 – Influência do tipo de agregado na relação entre fc e I.E. (Bungey,1989) 45 Yun et al (1988) investigaram composições com agregados de Dmáx.=25mm e de Dmáx=40mm e verificaram que a correlação deste ensaio com a resistência à compressão é mais influenciada pelo teor do agregado graúdo no concreto do que pela dimensão máxima deste. Neste ensaio, a presença de um agregado graúdo na região abaixo do pistão pode resultar num índice esclerométrico muito alto, e o oposto ocorre se houver vazios (Neville, 1997). A BS1881:Part202(1986) e a RILEM NDT3 (1984) ressaltam que, para concretos com agregados convencionais as correlações poderão ser similares, porém não deve-se aceitar este fato a menos que ensaios disponíveis confirmem esta possibilidade. Para concretos feitos com agregados leves são necessárias curvas próprias. De acordo com o ACI 228 1R-89 (1988), o tipo de agregado influencia a dureza do concreto, tornando-se necessário o desenvolvimento de curvas de correlação entre resistência e índice esclerométrico de acordo com o tipo de agregado que foi utilizado no concreto da estrutura que está sendo investigada. Segundo a NBR 7584 (1995), diferentes tipos de agregados podem fornecer concretos de mesma resistência, porém com diferentes índices esclerométricos, sendo que para o caso de agregados leves e pesados esta variação é ainda maior. De acordo com a NM 78 (1996), não podem ser comparados resultados de ensaios em concretos preparados com agregados de diferentes composições petrográficas. 3.2.5.4 – Direção do ensaio Segundo a as normas técnicas de vários países, o esclerômetro deve ser usado ortogonalmente à área de ensaio. Quando o ensaio não é feito com o esclerômetro na posição horizontal deve-se corrigir o índice esclerométrico por meio 46 de coeficientes fornecidos pelos fabricantes. Esta correção deve-se à influência da gravidade sobre a força da mola do esclerometro. 3.2.5.5 – Rigidez da peça ensaiada De acordo com várias normas técnicas , como o impacto do esclerômetro não deve provocar vibração no concreto ensaiado, peças pequenas devem ser apoiadas ou fixadas para não dificultar a estimativa da resistência. No caso de comparações entre elementos estruturais, estas devem ser feitas a partir de medições em pontos de rigidez similar. 3.2.5.6 - Tipo de cura e idade do concreto Segundo a BS1881:Part202 (1986), são necessárias curvas de calibração próprias para diferentes condições de cura. Entre as idades de 3 dias a 3 meses não é necessário considerar o efeito da carbonatação. Bungey (1989) cita que a relação entre dureza e resistência varia com o tempo e que variações no endurecimento inicial, cura e condições de exposição do concreto influenciam a correlação. E acrescenta que as condições de umidade do concreto podem ser afetados pelo método de cura adotado. De acordo com a NBR 7584 (1995), a influência da idade na dureza superficial do concreto em relação à obtida nas condições normalizadas para a idade de 28 dias deve-se à influência de cura e carbonatação. Portanto, estas correlações não são automaticamente válidas para idades superiores a 60 dias e inferiores a 14 dias. 3.2.6 – Normalização A tabela 3.4 apresenta um resumo dos procedimentos de normas para o ensaio de esclerometria. 47 Tabela 3.4 – Comparação entre procedimentos de normas para ensaio esclerométrico NM78/1996 NBR7584/1995 Pilares, vigas, paredes, cortinas Seca, limpa, e plana. Elementos estruturais Superfície Área de ensaio 90mmx90mm a 200mmx200 mm entre Mínima de 30mm Distância pontos No. de medições 9 a 16 RILEM NDT 3/1984 Norma BS1881:Part202:1986 ASTM C805/1982 Evitar painéis e lajes com Espessura mínima de 100mm espessura inferior a 120mm Seca, limpa, e plana Seca ao ar, limpa, e Evitar textura rugosa, falhas plana. de concretagem . Molhar a superfície 24h antes do ensaio 100mmx100mm a Inferior a 300mmx300mm Diâmetro>150mm 200mmx200mm Mínima de 30mm 20mm a 50mm Mínima de 25mm mínimo 9 Distância entre Mínima de 50mm Mínima de 30mm ponto de medição e cantos e arestas da peça Resultados Desprezar resultado IE individual que esteja afastado em mais de 10% do valor médio obtido e calcular nova média 12 10 - - Adotar a média de todas Das 10 medições, descartar as 12 medições as que se distanciarem 7 unidades da média. Se isto ocorrer com mais de 2 , descartar o conjunto de medições 48 3.2.7 – Recomendações quanto às curvas de calibração A RILEM NDT 3 (1984) cita que os corpos de prova (cilíndricos ou cúbicos) devem ter dimensões grandes, como por exemplo cubos de 150 mm. Para evitar movimentos bruscos do corpo de prova em função do impacto do esclerômetro , este pode ser sustentado entre os pratos da prensa, sob uma tensão de 1MPa, ou apoiado numa base bastante rígida. É preferível o ensaio com a superfície seca, e se os corpos de prova estiverem sob cura úmida, estes devem permanecer por 48 horas no ambiente do laboratório antes do ensaio. Devem ser feitas, no mínimo, nove medições em 2 faces opostas de corpos de prova cúbicos. Nos cilindros devem ser feitas, no mínimo nove medições em duas geratrizes que façam cerca de 180º entre si, em posições ao longo da altura de cada uma. São necessários no mínimo 30 corpos de prova, com vários níveis de resistência, para uma análise estatística confiável dos resultados. A ASTM C805 (1985) cita que, preferencialmente, os índices esclerométricos devem ser correlacionados com resultados de ensaios de resistência obtidos em testemunhos extraídos da estrutura, e que este ensaio deve ser empregado para uma rápida investigação em grandes áreas de concreto com a mesma composição. Segundo a BS1881 :Part 202 (1986), é mais conveniente obter a correlação entre resistência e índice esclerométrico por meio de ensaios feitos em corpos de prova cúbicos. São preferíveis os cubos de maior dimensão, como os de 150mm, que podem ser fixados entre os pratos da prensa de ensaio, sob tensão de 7MPa a 10MPa se a energia de impacto for de 2,2 Nm. Devem ser realizadas 9 medições com o esclerômetro em duas faces laterais opostas dos cubos . Recomenda-se que os corpos de prova que ficaram sob cura úmida fiquem expostos ao ambiente do laboratório por 24 horas antes do ensaio. Pode também ser feita extração de testemunhos da estrutura sob investigação. Neste caso, a esclerometria é feita no local onde serão extraídos os testemunhos. Devem ser feitas 12 medições do índice esclerométrico para cada local a ser avaliado. 49 Teodoru (1988) ressalta que os principais fatores que afetam a correlação entre fc e IE são: tipo e teor de cimento, maturidade e condições de cura do concreto. De acordo com o ACI 228.1R (1989), para cada idade, um conjunto de 20 índices esclerométricos deve ser obtidos para cada par de corpos de prova cilíndricos (10 por corpo de prova), que devem estar fixados entre os pratos da prensa de ensaio de resistência à compressão sob uma tensão de 3 MPa. Inicialmente, realiza-se o ensaio esclerométrico, na mesma direção que será feito na estrutura, e, em seguida, o corpo de prova é ensaiado à compressão. Se não for possível fazer o ensaio do cilindro com o esclerômetro na mesma direção do ensaio na estrutura, devem-se empregar os fatores de correção propostos pelo fabricante do esclerômetro. Para estimativas mais confiáveis, as condições de umidade e de textura da superfície dos corpos de prova devem ser similares às do concreto na estrutura onde será realizado o ensaio em sito. A NBR 7584 (1995) ressalta que as curvas de calibração fornecidas pelos fabricantes de esclerômetros referem-se a concretos preparados em outros países, com materiais e condições diferentes das brasileiras, devendo-se dispor de correlações confiáveis obtidas para concretos com materiais locais. A NM 78 (1996) recomenda a preparação de concretos com a relação água/cimento variando de 0,40 a 0,70, com incrementos de 0,05. Para cada relação água/cimento é recomendável moldar, no mínimo, dois corpos de prova, que podem ser cilíndricos de 150mmx300mm. Deve-se determinar inicialmente o índice esclerométrico, e em seguida a resistência à compressão. Calcula-se então a média aritmética desses valores, definindo um ponto na curva de correlação. Antes do ensaio, os corpos de prova devem ser retirados da cura úmida permanecer 48h em ambiente de laboratório, pois a sua superfície deve estar seca. Ainda de acordo com a NM 78 (1996), para esclerômetros com energia de impacto de 2,25 Nm, o corpo de prova deve ser sustentado entre os pratos da prensa de ensaio com uma força igual a 15% da carga de ruptura estimada. Os impactos 50 devem ser aplicados em três geratrizes que façam cerca de 120º entre si, em três posições ao longo da altura de cada uma. 51 3.3 – MÉTODO DE PENETRAÇÃO DE PINOS Nos anos 60, nos Estados Unidos, desenvolveu-se a técnica de correlacionar a resistência do concreto e a profundidade de penetração de um pino ou de um parafuso disparados com uma pistola contra uma superfície de concreto (Gonçalves, 1986). 3.3.1 - Descrição do método O método consiste no disparo de pinos com uma pistola, que penetram no concreto. Segundo o ACI 228 (1989), a essência do método envolve a energia cinética inicial do pino e a absorção de energia pelo concreto. O pino penetra no concreto até que sua energia cinética inicial seja totalmente absorvida pelo concreto. Parte da energia é absorvida pela fricção entre o pino e o concreto, e outra parte na fratura do concreto. A profundidade da penetração dos pinos é usada para estimar a resistência do concreto usando-se curvas de calibração. O sistema disponível internacionalmente denomina-se “Windsor Probe”. No Brasil faz-se uma adaptação do método, utilizando-se pistola e pinos da marca WALSYWA. Este método foi inicialmente usado por Vieira (1978). De acordo com a BS 1881 : Part 201 (1986), este método pode ser empregado em concreto com agregado de dimensão máxima de até 50 mm, com a superfície lisa ou áspera, e através das fôrmas de madeira. Com ele pode-se avaliar o concreto entre 25 mm a 75 mm abaixo da superfície. O método é influenciado principalmente pelo tipo de agregado, não sendo sensível a fatores como teor de umidade, tipo de cimento e cura (BS 1881 : Part 201,1986). 3.3.2 - Vantagens e limitações O equipamento usado neste método é simples e durável; e também não muito sensível à experiência do operador. O método é útil no monitoramento da resistência 52 do concreto, causando danos reduzidos na peça estrutural. (Malhotra,1984, ACI364,1993). Para realização do ensaio é necessário o acesso apenas a uma face da estrutura. É necessário evitar as barras de aço, no caso do concreto armado, e tomar os cuidados inerentes à utilização de uma arma de fogo. Após as medições, devem ser retirados os pinos, deixando um dano na superfície em torno de 75mm de diâmetro (BS1881:Part 201,1986). 3.3.3 - Aplicações O método é usado para estimar a resistência à compressão e uniformidade do concreto. Como o ensaio pode ser feito com disparos através da madeira, pode-se estimar a resistência antes da retirada das fôrmas (ACI-364,1993). 3.3.4 - Acurácia A estimativa de resistência apresenta acurácia em torno de +15 a +20 %, desde que os corpos de prova sejam moldados, curados e ensaiados sob condições idênticas às em que se estabelecem as curvas de calibração (Malhotra,1984). Bungey (1989) cita que é possível estimar a resistência no intervalo de confiança de 95% com acurácia de +20% , para um conjunto de 3 penetrações. Segundo Malhotra (1984), em geral o coeficiente de variação dos resultados das penetrações é da ordem de 6% a 10 %. Ao investigarem as variações próprias do ensaio de penetração, Yun et al (1988) obtiveram médias dos coeficientes de variação de 11,7% , 16,1% e 15,4% para ensaio em argamassa, no concreto com agregado de Dmáx=25mm e no concreto com agregado de Dmáx=40mm, respectivamente. Turkstra et al (1988) apresentaram coeficientes de variação para este ensaio de cerca de 12,4% a 15,8%. 53 3.3.5 – Fatores que influenciam os resultados do ensaio Segundo o ACI 228 1R-89 (1988), a resistência tanto da argamassa quanto dos agregados influenciam a profundidade de penetração dos pinos, enquanto que no ensaio de resistência à compressão a argamassa tem uma influência predominante no resultado. A ASTM C803 (1990) cita que, para um determinado concreto e um dado equipamento de ensaio, a relação entre resistência à compressão e resistência à penetração poderá ser estabelecida experimentalmente. A correlação poderá mudar de acordo com o tipo de cura, tipo e tamanho do agregado e nível de resistência desenvolvido no concreto. As correlações podem ser feitas com a resistência obtida tanto em testemunhos extraídos da estrutura quanto em corpos de prova moldados. De acordo com a BS 1881:Part 207 (1992), a correlação entre resistência à penetração e resistência à compressão é influenciada pelas características e proporcionamento dos agregados graúdos e miúdos no concreto. 3.5.5.1 – Condições da superfície Devido à penetração do pino no concreto, os resultados deste ensaio não são influenciados pela textura e a umidade da superfície, porém acabamento com colher de pedreiro propicia uma camada superficial mais dura, e isto pode resultar em valores menores de penetração, e também maior dispersão dos resultados (ACI 228 1R-89, 1988). O resultado deste ensaio pode ser influenciado pelo tipo de fôrma usada, de madeira ou de aço (ASTM C803,1990). 3.5.5.2 – Tipo e dimensão máxima do agregado Bungey (1989) cita que, em geral, os fabricantes dos equipamentos para este ensaio consideram apenas a dureza do agregado nas curvas de calibração propostas. No entanto, há também a influência da aderência agregado/matriz devido às 54 características da superfície do agregado. A figura 3.11 apresenta a correlação entre o comprimento exposto e a resistência à compressão para diferentes tipos de agregados. Figura 3.11 – Influência do tipo de agregado na relação entre fc e comprimento exposto (Bungey, 1989) Com relação às condições de umidade, dimensão máxima (acima de 50mm) e teor de agregado, Bungey relata que estas influências não são tão significativas quanto a dureza e o tipo de agregado. Yun et al (1988) investigaram composições com agregados de Dmáx.=25mm e de Dmáx=40mm e verificaram que a correlação deste ensaio com a resistência à compressão é influenciada pela dimensão do agregado graúdo. 3.5.5.3 – Variações na carga de pólvora Jenkins (1985) relata que variações na carga de pólvora, limpeza e posicionamento da pistola, que deve ser perpendicular à superfície do concreto, 55 podem influenciar a velocidade do disparo do pino, resultando numa variação da profundidade de penetração. Este autor também cita o procedimento de reduzir a carga de pólvora sugerido pelo fabricante da pistola Windsor para avaliar concreto de resistência à compressão menor do que 20,7 MPa. Em alguns casos, os dados obtidos com redução da carga de pólvora indicaram resistência maior do que 20,7 MPa, enquanto que com a carga de pólvora padrão os dados obtidos indicaram resistência menor do que 20,7MPa. Yun te al (1988) sugerem três tipos de carga para ensaio de penetração : • carga baixa para concreto com resistência de 21 MPa, • carga padrão para concreto com resistência de 35 MPa, • carga padrão e baixa para concreto com resistência de 28 MPa. 3.5.5.4 – Tipo de pino De acordo com Al-Manaseer e Aquino (1999), para os ensaios com a pistola Windsor (ASTM C803) em concretos de alta resistência há necessidade de modificar o tipo do pino, pois em concretos com resistência à compressão acima de 25 MPa o pino já apresenta tendência a quebrar na parte superior. Esses autores também concluíram que este método de ensaio não pode ser realizado para concreto com resistência à compressão acima de 130 MPa, pois os pinos não penetram no concreto. 3.3.6 – Normalização Algumas comparações entre os procedimento de normas para este ensaio encontram-se na tabela 3.5. 56 Tabela 3.5 – Comparação entre procedimentos de normas para ensaio de resistência à penetração de pinos Normas Área de ensaio Distância mínima entre pinos Distância mínima entre pinos e as arestas da peça Resultado Precisão BS1881:Part207:1992 200 mm 150 mm ASTM C803/1990 Diâmetro de 38 mm para cada pino 175 mm 100 mm Média de 3 penetrações 5 mm para 3 medições Média de 3 penetrações 8,4mm para 3 medições para concreto com agregado de Dmáx=25 mm e 11,7mm para 3 medições para concreto com agregado de Dmáx=50 mm 57 3.3.7 – Recomendações quanto às curvas de correlação O ACI 228.1R (1989) recomenda que para os ensaios em 6 idades diferentes, deve-se ter um conjunto de 12 corpos de prova cilíndricos e uma laje com dimensões onde sejam possíveis 18 ensaios de penetração. Para cada idade, ensaiam-se 2 cilindros e realizam-se 3 penetrações. Para ensaios de elementos verticais em sito, a correlação deve ser estabelecida por meio de ensaios em paredes moldadas, onde é feito o ensaio de penetração, e ao lado extrações de testemunhos. 58 3.4 - MÉTODO “PULLOFF” Este método foi desenvolvido no início da década de 70, para pesquisa sobre vigas de concreto com cimento de elevado teor de alumina (Long e Murray,1984). Figura 3. 12 – Representação esquemática do ensaio de pulloff : (a) Ensaio superficial, (b) Ensaio com corte parcial da superfície (Bungey e Mandandoust, 1992). 3.4.1 - Descrição do método Como pode ser visto na figura 3.12, um disco circular metálico é inicialmente colado no concreto. Uma força de tração é posteriormente aplicada a este disco usando-se um sistema mecânico portátil, até o concreto a ele colado romper. A força de tração que causa ruptura, em conjunto com as curvas de calibração baseadas num grande número de ensaios, torna possível uma estimativa da resistência à compressão (ACI-364,1993, Long e Murray,1984). O ensaio pode ser realizado de duas formas : com corte superficial seguindo a dimensão do disco metálico, e sem a execução deste. A execução do corte pode ser feita para evitar a influência das condições da superfície do concreto, como no caso das superfícies carbonatadas (BS 1881:Part 207, 1992). 59 3.4.2 - Vantagens e limitações Este tipo de ensaio é simples e não necessita de um operador altamente qualificado. Não têm sido verificados problemas em utilizar este ensaio em superfície vertical ou em vigas e lajes, pois mostra-se também adequado para elementos estruturais de pequena seção . A tensão na ruptura é a medida direta da resistência à tração, sendo que esta é sensível à compactação e às condições de cura. Este ensaio não necessita de planejamento anterior ao lançamento do concreto (Long e Murray,1984). Como desvantagem, pode ser citada a necessidade de reparos nos locais onde foram feitos os ensaios (ACI-364,1993). Também deve-se considerar o tempo de espera necessário para a cura da resina usada na colagem do disco antes da aplicação da carga. No caso do ensaio ser realizado sem o corte superficial, a zona fraturada ocorre aproximadamente a 5 mm abaixo da superfície. Caso o ensaio seja executado com corte, a zona fraturada deverá ocorrer a uma profundidade de no mínimo 20 mm, para que não ocorram variações significativas da resistência ao arrancamento. (Bungey e Mandandoust, 1992). 3.4.3 - Aplicações Long e Murray (1984) citam que na Inglaterra, nos anos 70, os problemas relacionados com concretos produzidos com cimento de alto teor de alumina levaram à necessidade dos ensaios em sito, e o “pulloff” tem sido usado desde então com sucesso para avaliar a resistência de concretos com cimento portland comum ou concretos com cimento de alto teor de alumina. Este método também pode ser usado para verificar a tensão de aderência do concreto, nos casos de reparos na superfície (Gonçalves, 1986). 60 3.4.4 – Acurácia Segundo a BS 1881: Part 201 (1986), é possível estimar a resistência à compressão com acurácia de +15%. Long e Murray (1984) obtiveram coeficientes de variação de 8% em ensaios realizados no laboratório e de 20%.em sito. 3.4.5 -Fatores que influenciam os resultados do ensaio De acordo com a BS 1881:Part201 (1986), o tipo de agregado é o principal fator que influencia a correlação da força de tração medida com a resistência à compressão do concreto. Segundo Bungey e Madandoust (1992), além das propriedades do concreto, os principais fatores que podem influenciar os resultados deste tipo de ensaio são: • material do disco, • diâmetro e espessura do disco, • efeitos do corte feito no concreto, • sistema de reação do equipamento, • velocidade de aplicação de carga. A relação entre a força de tração e a resistência à compressão depende dos seguintes fatores : idade, tipo e dimensão máxima do agregado, condições de cura, dosagem e tipo de cimento (Gonçalves, 1986). 3.4.5.1 – Tipo de concreto e método de ensaio Johnstons, apud Long e Murray (1984), verificou que o tipo de rocha do agregado graúdo e a dimensão máxima do agregado influenciam a relação resistência à tração/resistência à compressão. Nos ensaios de “pulloff”, Long e Murray (1984) constataram a necessidade de uma curva de correlação para o concreto com cálcario e outra para concretos com basalto, cascalho, granito e arenito. 61 Bungey e Madandoust (1992) investigaram dois tipos de concreto, um leve (agregado graúdo de cinza volante sinterizada – Lytag) e outro convencional (seixo). Os fatores considerados neste trabalho foram : o material do disco, as dimensões do disco e, no caso do ensaio com corte da superfície, a profundidade deste (ver figura 3.9). Foi constatado que a carga de ruptura do ensaio com corte tende a ser menor do que a do ensaio sem o corte para o mesmo corpo de prova. Esta redução deve-se à concentração de tensões ao redor do corte e à ausência de concreto nesta região. Notou-se que no concreto leve esta redução é mais significativa do que no concreto convencional. Também constatou-se para o concreto com agregado convencional que o corte através dos grãos do agregado e da interface agregado/matriz contribui para a redução da carga de ruptura. 3.4.5.2 – Material e dimensão do disco Os estudos de Bungey e Madandoust (1992) indicaram também que, para o ensaio superficial, tanto a distribuição de tensões quanto a carga de ruptura são influenciadas pelo material do disco, pois para discos de mesmo tamanho e concretos de composições similares, os discos de aço proporcionam uma distribuição de tensões mais uniforme e também maiores cargas de ruptura do que discos de alumínio. Quanto às dimensões do disco, Bungey e Madandoust (1992) verificaram que, para o ensaio superficial, aumentando a espessura do disco de 20 para 30 mm há uma uniformidade maior das tensões, e também menor influência do módulo de elasticidade do concreto. Eles observaram que, para o concreto de mesma resistência à compressão, o de maior módulo de elasticidade acarreta distribuição de tensões na zona de ruptura menos uniforme e carga de ruptura menor. 62 Esses autores recomendam a utilização de discos de 50mm de diâmetro com espessura mínima de 30mm, e, no caso do ensaio com corte, profundidade deste não inferior a 20mm. De acordo com Lopes e Pereira (1996), ensaios de “pulloff” empregando-se discos de aço de 75mm de diâmetro apresentam resultados com menor dispersão do que disco de diâmetros menores ou de alumínio. A BS 1881:Part 207 (1992) recomenda que a relação espessura/diâmetro do disco não deve ser menor do que 40%, para que seja assegurada uma distribuição de tensões mais uniforme. Para discos de alumínio, a relação espessura/diâmetro mais adequada é de 60%. 3.4.6 – Normalização Para o ensaio de “pulloff”, só existe a BS1881: Part207 (1992). A norma alemã refere-se ao “pulloff” como um ensaio específico para reparos de estrutura de concreto (Bungey e Mandandoust,1992). 3.4.7 – Recomendações quanto às curvas de calibração Segundo a BS 1881 : Part 207 (1992), para estimar a resistência à compressão do concreto, as curvas de correlação devem-se ser estabelecidas experimentalmente, levando-se em conta o tipo de agregado do concreto e o tipo de material e a espessura do disco que é colado ao concreto. Este ensaio pode ser realizado de duas formas; uma simplesmente colando o disco na peça, e outra onde primeiramente é feito um pequeno corte no concreto do tamanho do disco, isolando um cilindro onde o disco é colado. Para as duas formas de ensaio os resultados são similares. É citado que mesmo causando no concreto ruptura por tração, os resultados não podem ser diretamente comparados aos obtidos no ensaio de resistência à tração por compressão diametral do concreto. 63 3.5 – MÉTODO DA MATURIDADE O conceito de maturidade foi estabelecido entre o final da década de 40 e o início dos anos 50 (Carino e Tank, 1992, Pinto, 1997). Este método é diferente dos demais ensaios não destrutivos, pois o principal fator que o influência é a temperatura do concreto . Segundo a BS1881:Part201 (1986), maturidade é uma propriedade baseada nas medições da temperatura interna de um elemento de concreto, ao longo da pega, endurecimento e estágios de desenvolvimento da resistência do concreto. 3.5.1 - Descrição do método O conceito básico é que a resistência varia em função do tempo e da temperatura. A maturidade do concreto em sito pode ser monitorada por termopares ou instrumentos denominados medidores de maturidade (Malhotra,1984, Gonçalves, 1986, Bungey, 1989). Segundo Mehta e Monteiro (1994), para usar este conceito objetivando estimar a resistência à compressão, assume-se que, para uma composição específica, os concretos de mesma maturidade atingirão a mesma resistência, independentemente da combinação tempo-temperatura. Além disto, considera-se que entre –12º C e -10oC (temperatura de origem) se encontra a temperatura limite abaixo da qual o concreto não mostra sinais de aumento de resistência com o tempo (Gonçalves, 1986, ACI228,1989, Bungey, 1989, Neville, 1997). Neville (1997) cita que a validade da temperatura de origem de –10ºC foi confirmada para idades até 28 dias e temperatura de cura de 0ºC a 20ºC; e que para temperaturas mais elevadas pode ser mais adequado uma temperatura de referência mais alta. 3.5.2 - Vantagens e limitações As medições de maturidade levam em conta o desenvolvimento da temperatura do concreto durante a hidratação do cimento, o que é importante para o 64 monitoramento do desenvolvimento da sua resistência, especialmente no caso de construções em condições ambientais adversas que poderão influenciar as condições de cura do concreto e determinar o momento de retirada de fôrmas, escoras e aplicação de cargas (BS1881:Part201,1986),. As limitações devem-se principalmente ao fato das medições estarem relacionadas a ensaios pontuais; para considerar as variações internas do concreto torna-se necessário uma grande quantidade de pontos a serem investigados simultaneamente, que pode resultar num ensaio caro (BS1881:Part201,1986). A correlação entre resistência e maturidade é especifica para cada composição e condição de cura do concreto (Bungey, 1989). 3.5.3 - Aplicações As principais aplicações relacionam-se ao acompanhamento do desenvolvimento da resistência nas idades iniciais, visando a retirada de fôrma e escoramento (Parsons e Naik, 1985, Oluokun et al, 1990, Pinto, 1997). Myers (2000) relatou a aplicação do método da maturidade para controle de qualidade de tabuleiro de pontes feitas com concreto de alto desempenho. Segundo Hulshizer (2001), este método é simples e preciso para estimar a resistência à compressão inicial do concreto especialmente nos caso de concretagens em climas frios. 3.5.4 – Fatores que influenciam os resultados do ensaio A relação entre resistência e maturidade depende principalmente da temperatura, do tipo de agregado, do tipo de cimento e da relação água/cimento (Parsons e Naik, 1985, Neville,1997). Pinto (1997), alterando apenas o tipo de agregado, não verificou um influência significativa na relação entre resistência à compressão e a idade equivalente (horas a 20ºC). 65 3.5.5 – Funções de maturidade As funções de maturidade são expressões matemáticas que relacionam a influência do tempo e da temperatura na hidratação do concreto (ASTM C1074). De acordo com fib Bulletin 1, a função mais simples apresenta uma relação linear entre a taxa de hidratação e a temperatura (equação 4 ): n M = ∑ Ti ∆t i (4) i =1 onde M = fator temperatura - tempo (oC x dias ) Ti = temperatura durante o intervalo ∆ ti (oC) ∆ ti = intervalo de tempo de cura na temperatura Ti Saul (1951), apud Pinto (1997), que apresentou a função maturidade levando em consideração o produto do tempo pela temperatura como mostra a equação 5. t M = ∑ (T − T0 )∆t (5) 0 onde M = maturidade, em oC x dias ou oC x h T = temperatura do concreto no intervalo de tempo ∆ t To = temperatura limite a partir da qual não há aumento de resistência ( -10 oC) ∆ t = intervalo de tempo Alguns autores (Parsons e Naik ,1984, Carino e Tank, 1992) sugeriram valores diferentes de -10oC para temperatura de origem (To). Oluokun et al (1990), num estudo sobre maturidade obtida em idade iniciais citam que nos Estados Unidos e no Canadá são aceitos valores de To entre –11,7 oC e –10 oC. 66 Gonçalves (1986) ressalta que pela equação (5) a maturidade varia linearmente com a temperatura, porém sabe-se da cinética das reações químicas que a velocidade do processo aumenta com a temperatura numa forma exponencial seguindo a equação de Arrhenius (equação 6): K = A.e (− E / R.T ) (6) onde k = constante de velocidade de hidratação, em 1/t E = energia de ativação , em J/mol R = constante universal de gás (8,314 J/ mol º K) T = temperatura , em º K A = constante Segundo Pinto (1997), para considerar a taxa de hidratação do cimento na função maturidade, Freiesleben Hanson e Pedersen (1977) basearam-se na função de Arrhenius que considera a energia de ativação e a temperatura das reações. A equação 7 apresenta a função maturidade proposta por Freiesleben Hanson e Pedersen . t te = ∑e E 1 1 − − R T Tr ∆t 0 onde E = energia de ativação , em J/mol (7) 67 R = constante universal de gás (8,314 J/mol ºK) te = idade equivalente na temperatura de referência, em dias ou h Tr = temperatura de referência do concreto Freiesleben Hanson e Pedersen, apud Pinto (1997), sugerem que a energia de ativação da hidratação do cimento possa ser estimada em 33,5 kJ/mol para temperaturas de cura maiores que 20oC. Para temperaturas abaixo de 20oC pode ser usada a equação 8 : E = 33,5 + 1,47 (20 – T) (8) A ASTM C 1074 sugere valores de E igual a 50 kJ/mol para concretos feitos com cimento tipo I. 3.5.6 – Correlação entre maturidade e resistência à compressão De acordo com a norma ASTM C1074, podem ser usadas a equação 5 para obter o fator temperatura - tempo e a equação 7 para obter a idade equivalente numa determinada temperatura e também indica como obter valores de To e E. Plowman, apud Pinto (1997), sugeriu a equação 9 para expressar a relação entre resistência e maturidade : fc = a + b. log(M ) (9) onde M = maturidade baseada na equação de Nurse – Saul com To igual a -11,3ºC a, b = constantes 68 Parsons e Naik (1985) verificaram que a resistência à compressão é melhor representada pelo logaritmo natural da maturidade. Oluokun et al (1990) verificaram que relações nas primeiras idades (até 3 dias) não há uma relação totalmente linear entre resistência e maturidade, assim foi proposta a equação 10: ( f cx = f c 1 − e −γm ) (10) onde fcx = resistência à compressão numa determinada maturidade, em psi m = maturidade M dividida por 10.000 , em F x h fc = resistência à compressão aos 28 dias, em psi γ = constante Outras propostas de relações entre resistência e maturidade são mostradas por Pinto (1997). Segundo ele, Freiesleben Hansen e Pederson (1985) apresentaram a relação exponencial (equação 11) e Carino e Lew (1983) o modelo hiperbólico (equação 12) . f c = f c∞e(− (τ / M ) α ) onde fc = resistência à compressão na maturidade M, M = maturidade, fc∞ = resistência numa maturidade infinita, resistência limite, τ = tempo constante (11) 69 α = parâmetro de forma. f c = f c∞ M − M0 a + (M − M 0 ) (12) onde fc = resistência à compressão na maturidade M, Mo = maturidade no tempo to, a partir do qual inicia o desenvolvimento da resistência a = constante Figura 3.13- Relação entre resistência à compressão e maturidade (Pinto,1997) Pinto (1997), ao pesquisar três modelos (hiperbólico, parabólico-hiperbólico e exponencial) de curvas relacionando resistência e idade equivalente para temperatura de 20 ºC, e usando a idade equivalente calculada pela função maturidade (FHP) proposta por Freiesleben Hanson e Pedersen, constatou que o modelo hiperbólico se ajustou melhor os dados obtidos experimentalmente . 70 3.6 – MÉTODOS COMBINADOS Dois ou mais ensaios podem ser combinados em curvas de correlação para aumentar a acurácia da grandeza a ser avaliada (Malhotra,1984). Além disto, quando variações nas propriedades do concreto influenciam os resultados dos ensaios, principalmente de maneiras opostas, o uso de um único método pode não ser suficiente para estudar e avaliar esta propriedade (Qasrawi, 2000). O ACI-228 (1989) cita que na combinação de métodos de ultra-som e esclerometria há um aumento da acurácia, porém na maioria das combinações entre outros métodos este aumento não é muito significativo, o que faz que elas não sejam economicamente justificáveis. A RILEM NDT 4 (1993) relata que há um aumento da acurácia quando se combinam dois ou mais métodos. Para a combinação de dois métodos tem-se como exemplo: ultra-som + esclerometria, ultra-som + “pullout”, ultra-som + raios γ , ultrasom + maturidade, esclerometria + “pullout”, esclerometria + maturidade. Entre as combinações de 3 métodos tem-se , por exemplo ultra-som + esclerometria + “pullout”. Segundo a RILEM NDT 4 (1993), para que a combinação seja vantajosa: a) cada método deve fornecer informação sobre diferentes propriedades que influenciam a resistência do concreto, b) cada método deve ser apropriado para ensaiar elementos de tamanhos e formas diferentes, c) os ensaios devem ser rápidos, d) os métodos em questão devem fornecer a resistência com níveis similares de acurácia, e) os ensaios não devem afetar a performance estrutural do elemento a ser ensaiado. 71 3.6.1 - Método combinado de ultra-som e esclerometria A combinação entre ultra-som e esclerometria é a mais conhecida e a mais utlizada por vários autores (Focaoaru,1984, Samarin e Dhir, 1984, Almeida 1993, Gonçalves, 1995, Qasrawi, 2000, Pascale et al 2000) e informações mais detalhadas podem ser encontradas na RILEM NDT4 (1993) A combinação dos resultados do ultra-som e da esclerometria é menos influenciada pela granulometria do agregado, teor de cimento e teor de umidade, do que os resultados apenas do ultra-som. Porém, esta combinação não é recomendada quando há grandes diferenças entre as propriedades do concreto na superfície e nas camadas mais profundas do elemento de concreto, quando deve-se empregar apenas o ultra-som, como em elementos de grande volume (RILEM NDT4 ,1993). Alguns fatores que influenciam os métodos de maneira diferente, como por exemplo a umidade, que diminui o índice esclerométrico e aumenta a velocidade de propagação da ondas do ultra-som, podem ter seus efeitos minimizados quando ocorre a combinação dos métodos, aumentando a acurácia da estimativa da resistência à compressão (Gonçalves, 1995). 3.6.1.1 - Descrição do método Este método consiste na medição conjunta de velocidades de ondas de ultrasom e dos valores do índice esclerométrico (Focaoaru,1984). Segundo Gonçalves (1995), considerando-se em conjunto as medições de índice esclerométrico e da velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas e empregando regressão linear múltipla na análise dos resultados, pode ser possível reduzir o erro da estimativa da resistência à compressão do concreto. Segundo a RILEM NDT 4 (1993), para determinar as curvas de mesma resistência devem ser variados os seguintes parâmetros: a) quantidade de água da mistura, b) grau de compactação, 72 c) idade do concreto (3 dias a 90 dias), d) condições de cura, e) proporção de agregados miúdos (+ 8%), f) teor de cimento (+ 10%). Os dados podem ser representados graficamente da seguinte forma : a) V na abscissa e índice esclerométrico na ordenada, ou b) V na abscissa e resistência à compressão na ordenada. 3.6.1.2 - Vantagens e limitações Segundo Gonçalves (1995), o método mais preciso para estimar a resistência à compressão na estrutura é o da extração de testemunhos, porém isto causa danos, demanda mais tempo e é caro. Assim, o uso do esclerômetro e do ultra-som torna-se mais interessante, pois não causam danos e os ensaios são de execução mais rápida. Esta é a combinação mais interessante, pois os resultados fornecem informações sobre o concreto ao longo da espessura do elemento analisado, e também não são necessárias preparações especiais antes da concretagem e não ocorrem danos no local durante o ensaio (Focaoaru,1984, Samarin e Dhir,1984). 3.6.1.3 - Aplicações A aplicação do método combinado de esclerometria e ultra-som tem sido proposta para estimar a resistência do concreto com maior acurácia. (Tanigawa et al,1984, Samarin e Dhir, 1984, Gonçalves, 1995). 3.6.1.4 - Acurácia Focaoaru (1984) e a RILEM NDT4 (1993) relatam que, para um intervalo de confiança de 90% , podem ser considerados os seguintes níveis de acurácia: 73 a) 10 a 14% , quando corpos de prova ou testemunhos estão disponíveis e a composição do concreto é conhecida; b) 12 a 16% , quando apenas corpos de prova ou testemunhos estão disponíveis; c) 15 a 20% , quando apenas a composição do concreto é conhecida; d) > 20% , quando não estão disponíveis corpos de prova, testemunhos, nem a composição do concreto. Gonçalves (1995) apresentou os seguintes coeficientes de correlação (r): 0,93, 0,85, 0,97 para índice esclerométrico, velocidade de propagação de ondas ultrasônicas e índice esclerométrico + , velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas, respectivamente. No trabalho realizado com concreto de alto desempenho, Almeida (1993) obteve coeficientes de determinação (r2) maiores nas curvas de regressão linear múltipla onde combinava-se índice esclerométrico e , velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas para estimar a resistência à compressão, do que nas correlações lineares simples entre fc e I.E. e entre fc e V. 3.6.1.5 - Equações propostas Tanigawa et al (1984) apresentaram as equações 13 e 14 (maiores coeficientes de correlação) para estimar a resistência à compressão por meio desse método combinado : f c = a + bIE + cV onde fc = resistência à compressão, IE = índice esclerométrico, V = velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas no concreto, (13) 74 a, b e c = constantes. Esses autores também incluiram fatores como : relação água / cimento, idade do concreto e condições de cura, que foram gradativamente adicionados nas equações como variáveis. A partir destas análises, foi proposta a equação 14 : f c = a + bIE + cV + d ( a / c) + e( j ) + f (cura) (14) onde a/c = relação água/cimento, em porcentagem j = idade do concreto, em semanas, cura = condições de cura (1 para cura na água e 2 para cura ao ar). a, b , c, d, e, f = constantes. Samarin e Meynink (1981) apresentaram a equação 15 determinada para uma certa idade e tipo de agregado graúdo: fc = a + bIE + cV 4 (15) onde a, b e c = constantes. No trabalho realizado por Almeida (1993), a equação que apresentou maior coeficiente de determinação apresenta a seguinte forma: IE = e a ( f c ) b (V )c onde a, b e c = constantes. (16) 75 Pascale et al (2000) também realizaram um estudo com concretos de alto desempenho (30MPa a 150MPa), e apresentaram a equação 17 para a combinação dos métodos de ultra-som e esclerometria : f c = aIE bV c (17) a, b e c = constantes. Em discussão sobre o trabalho de Qsarawi (2000), Arioglu et al (2000) apresentaram a equação 18 argumentado que o melhor ajuste para o método combinado seria o não linear. Qsarawi (2000) apresentou relações lineares entre a resistência à compressão e a , velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas para diferentes faixas de valores do índice esclerométrico. ( f c = A V 3 IE 4 ) B (18) 3.7 – CONSIDERAÇÕES GERAIS De acordo com o que foi visto neste capítulo, para a utilização adequada dos ensaios não destrutivos é preciso conhecer suas limitações, vantagens e desvantagens, acurácia e os fatores que influem nas grandezas neles medidas, na resistência à compressão e na correlação entre resistência à compressão e as grandezas medidas nesses ensaios. As tabelas 3.6 a 3.8 apresentam um resumo das constatações de diferentes autores e normas quanto a alguns parâmetros que influenciam os resultados dos ensaios de ultra-som, esclerometria e penetração de pinos. Verificou-se que os resultados do ensaio de “pull-off” são influenciados principalmente pelo tipo de agregado. 76 A aplicação do método de maturidade é função da idade e da temperatura. Assim, na correlação com a resistência à compressão, a temperatura nas primeiras idades desempenha um papel fundamental . Tem sido constatado que a combinação de ensaios não destrutivos leva à estimativa de resistência à compressão do concreto com maior acurácia do que quando se usa apenas um deles. 77 Tabela 3.6 - Constatações quanto aos fatores que influenciam os resultados do ensaio de ultra-som. Autor Tipo de cimento RILEM NDT1 Teor e tipo de cimento influem na Tipo correlação entre fc e V influem (1972) Tipo de agregado e Proporcionamento da mistura Dmáx. - - Quanto maior a quantidade de agregado, - granulometria na correlação entre fc e V Elvery e Não há influência Ibrahim comparando (1976) cimento ASTM tipo I e cimento concreto na com - V, maior a V. A relação água/cimento não : influencia sgnificativamente a V ASTM tipo III, após 2 dias de idade Tomsett (1980) - Chung e Law - - Rocha (1983) Sturrup et al (1984) Não há comparando influência concreto na com V, : de - origem Quanto maior a quantidade de agregado, V é maior para concreto com Dmáx maior - influencia a V maior a V Concreto leve apresenta Nas idades iniciais a influência é menor do V é maior para menor V que em idades mais avançadas concreto com Dmáx maior cimento ASTM tipo I e cimento ASTM tipo III BS 1881:Part 203 (1986) Teor e tipo de cimento influem na O tipo de agregado influi correlação fc e V na correlação fc e V NBR O tipo de cimento e o grau de 8802(1994) hidratação influem na V Nogueira e - Willam (2001) O tipo de agregado e a Influi na correlação entre fc e V - Influencia o resultado da V - sua massa específica - A relação água/cimento não influencia V é maior para sgnificativamente a V concreto Dmáx maior com 78 Tabela 3.7 - Constatações quanto aos fatores que influenciam os resultados do ensaio esclerométrico. Autor Dmáx Tipo de cimento Idade do concreto RILEM NDT3(1984) - Influencia o IE, em especial cimento aluminoso e cimento supersulfatado. 3 dias a 3 meses não considera-se a carbonatação BS1881:Part2 01(1986) - Influencia o IE, em especial cimento aluminoso e cimento supersulfatado. 3 dias a 3 meses não considera-se a carbonatação Teodoru (1988) - Influencia na correlação entre IE e fc Yun et (1988) al O teor de agregado têm maior influência que o Dmáx. Bungey (1989) - ACI (1989) 228 IE maior em superfície carbonatada NBR (1995) 7584 NM 78 (1996) Neville (1997) - - - - Influencia o IE, em especial cimento aluminoso e cimento supersulfatado. O teor de cimento não influi no I.E. - - - Influencia na correlação entre IE e fc Influencia o IE, em especial cimento aluminoso e cimento com alto teor de escória de alto forno. Variação no consumo não influencia 14 a 60 dias, considera-se a curva obtida em condições normalizadas 14 a 60 dias, considera-se a curva obtida em condições normalizadas Tipo de agregado Curva IE x fc para agregados convencionais e curva IE x fc para agregado leve Curva IE x fc para agregados convencionais e curva IE x fc para agregado leve O tipo e a proporção dos agregados graúdos influencia I.E. e a relação fc x I.E. O tipo e a proporção dos agregados graúdos influencia I.E. e a relação fc x I.E. Curva fc x IE para cada tipo de agregado Curva IE x fc varia com o tipo de agregado Curva IE x fc para agregados com composições petrográficas diferentes I.E diferente para diferentes tipos de agregados 79 Tabela 3.8 - Constatações quanto aos fatores que influenciam os resultados do ensaio de penetração de pinos Autor Tipo do agregado Tipo do Dmáx do agregado Carga da pólvora - - agregado ACI 228 (1989) Influencia a penetração Tipo do agregado BS1881:Part207(1992) Influencia a penetração Tipo Bungey (1989) e dureza do agregado Influenciam a - penetração Jenkins (1985) - Yun et al (1988) - ASTM C803 (1990) - Influencia a penetração Dmáx influencia a penetração Influencia a penetração - 80 CAPÍTULO 4 PROGRAMA EXPERIMENTAL 4.1 – INTRODUÇÃO Objetivando propor curvas de correlação entre a resistência à compressão e a grandeza medida nos ensaios não destrutivos do concreto, o programa experimental englobou diferentes composições de concreto. Variaram-se o tipo e a dimensão máxima dos agregados graúdos, o tipo de cimento e também a relação água/cimento para que se tivessem diferentes resistências à compressão para uma determinada idade de ensaio. Para avaliar quais ensaios não destrutivos seriam empregados no programa experimental foram feitos ensaios preliminares dos seguintes métodos : velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas, índice esclerométrico, resistência à penetração de pinos e resistência à tração direta (“pull-off”). Também fizeram-se tentativas para realizar o ensaio de arrancamento (“pullout”), no entanto o equipamento para este ensaio deveria ser usado com discos préinstalados nas fôrmas antes da concretagem. Para evitar que este método só fosse feito se programado antes da concretagem, tentou-se usar chumbadores disponíveis no mercado brasileiro inseridos em furos feitos nos corpos de prova, porém ocorria o deslizamento nos tipos de chumbadores testados. A partir dos ensaios preliminares, verificou-se que o ensaio de penetração de pinos não é adequado para concretos leves, pois o agregado leve (argila expandida) não resiste à penetração; e para os concretos com os agregados graúdos britados verificou-se maior dispersão dos resultados. Os resultados do ensaio “pull-off” foram os que apresentaram, para os concretos com agregados britados, a pior correlação com a resistência à compressão, parecendo este ensaio ser mais adequado para avaliar a aderência entre camadas de 81 concreto. Assim, este método não foi utilizado no estudo subsequente. No anexo III encontram-se as relações entre resistência à compressão e a obtida por meio do “pulloff” nos ensaios preliminares, onde observa-se que apenas para o concreto leve podese estabelecer uma correlação entre a resistência à compressão e a resistência à tração medida no ensaio de “pull-off”. O método da maturidade também foi aqui utilizado para avaliar a resistência à compressão, embora não tenha sido empregado nos ensaios preliminares. 4.2.- MATERIAIS UTILIZADOS Nas composições dos concretos ensaiados os materiais utilizados foram: cimento + agregado graúdo (de massa específica convencional e leve) + agregado miúdo (areia) + água. 4.2.1.- Cimento Os dois tipos de cimento usados foram os que são mais consumidos pelas concreteiras no Rio de Janeiro. Foram feitas quatro séries de composições utilizando-se o cimento Portland de Alto Forno (CP III 32) e uma série com o cimento do Portland de Alta Resistência Inicial (CP V), ambos fornecidos pela Holdercim. As propriedades físicas e químicas dos dois tipos de cimento encontram-se na tabela 4.1. 82 Tabela 4.1 – Análise física e química dos cimento CP III 32 e cimento CPV * Ensaios físicos CP III 32 CP V #325 (%) 12,6 2,9 2 Blaine (cm /g) 3785 4444 Início de pega (min.) 243 145 Final de pega (min.) 332 217 fc 1 dia (MPa) - 27,8 fc 3 dias (MPa) 18,9 43,4 fc 7 dias (MPa) 29,6 48,4 fc 28 dias (MPa) 40,3 57,2 Ensaios químicos CP III 32 CP V CO2 (%) 2,04 2,71 Perda ao fogo 1000oC (%) 3,22 3,45 Resíduo Insolúvel (%) 0,69 0,30 SO3 (%) 2,66 2,73 *Dados fornecidos pela Holdercim 4.2.2- Agregado Graúdo Os agregados graúdos britados foram caracterizados por meio dos ensaios de granulometria, massa específica e massa unitária, de acordo com as NBR 7217, NBR 7251 e NBR 9937. Foram empregadas britas de gnaisse, com dimensão máxima de 9,5mm e 19mm e brita de traquito com dimensão máxima de 19mm (ver foto 4.1). Para o agregado graúdo leve (argila expandida produzida pela CINASITA), dos ensaios indicados pela especificação brasileira EB 230 para caracterização do agregado leve para o concreto com função estrutural, foram realizados os que fornecem a granulometria, a massa específica e a absorção, características necessárias para a dosagem do concreto. O ensaio de granulometria dos agregados foi realizado de acordo com a NBR 7217, obtendo-se a curva granulométrica, a dimensão máxima (Dmáx.) e o módulo de finura. 83 Gnaisse 19mm Gnaisse 9,5mm Traquito 19mm Argila expandida 19mm Foto 4.1- Agregados graúdos de massa específica convencional e leve Na tabela 4.2 encontram-se os dados dos três tipos de agregados graúdos : britas de gnaisse e de traquito e argila expandida . A figura 4.1 apresenta as curvas granulométricas dos agregados utilizados. No caso dos agregados de massa específica convencional, o ensaio de massa específica foi feito utilizando-se um picnômetro, de acordo com a NBR 9937. Para a brita de gnaisse de Dmáx.=19mm, a massa específica obtida foi de 2,72 kg/dm3, para a de Dmáx.=9,5 mm foi 2,70 kg/dm3 e para a brita de traquito foi de 2,65 kg/dm3. As características da argila expandida encontram-se na tabela 4.3. 84 Tabela 4.2 – Granulometria dos Agregados Graúdos Gnaisse Gnaisse Traquito Argila (% Retida (%Retida (%Retida Expandida Acumulada) Acumulada) Acumulada) (%Retida Acumulada) 19 4 0 5 0 12,5 56 0 67 96 9,5 82 0 91 99 6,3 98 30 99 100 4,8 99 75 100 100 2,4 100 91 100 100 1,2 100 93 100 100 0,6 100 100 100 100 0,3 100 100 100 100 0,15 100 100 100 100 Dmáx 19 9,5 19 19 6,85 5,59 6,96 6,99 Peneira (mm) Módulo de Finura Tabela 4.3- Características da Argila Expandida Propriedades físicas Dmáx=19 mm Massa específica dos grãos-S.S.S.* 1,28 kg/dm3 Massa específica dos grãos - seca 1,06 kg/dm3 Massa específica do material impermeável dos grãos Absorção em 24 h * S.S.S - Saturada-Superfície Seca 1,35 kg/dm3 19,7 % % Retida Acumulada 85 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 5 10 15 20 25 Peneira , mm Gnaisse 19 mm Ganisse 9,5 mm Argila Exp. 19 mm Areia Traquito 19 mm Figura 4.1 – Curva granulométrica dos agregados 4.2.3- Agregado miúdo A granulometria da areia, que é apresentada na tabela 4.4, foi obtida de acordo com a NBR 7217. A massa específica de 2,62 kg/dm3 foi determinada segundo a norma NBR 9776. Tabela 4.4 – Granulometria do Agregado Miúdo Peneira (mm) % Retida Acumulada 4,8 2,4 1,2 0,6 0,3 0,15 Fundo 0 3 17 62,2 90,6 98,8 100 Dmáx 2,40 Módulo de Finura 2,71 86 4.2.4- Água Foi utilizada água potável disponível na rede de abastecimento da UFRJ. 4.3 - DEFINIÇÃO DAS COMPOSIÇÕES Como para cada tipo de agregado, tipo de cimento, e agregado graúdo com dimensão máxima diferente foram dosados concretos variando-se a relação água/cimento: 0,40, 0,45, 0,50, 0,55, 0,60 e 0,65, o estudo compreendeu trinta dosagens de concreto. 4.3.1- Proporcionamento das composições dos concretos Foi empregado no proporcionamento dos concretos convencionais e leve o método de Faury, que, além de ser simples, tem sido usado com sucesso (Almeida, 1990). Para utilização desse método são empregados os seguintes parâmetros: • quantidade de cimento, • granulometria dos agregados, • dosagem de água, • volume de vazios, • massa específica dos componentes, • trabalhabilidade e • raio médio do molde. Para avaliar a influência do agregado graúdo nos ensaios não destrutivos, nas dosagens procurou-se manter constantes os volumes do agregado graúdo e de água, variando a quantidade de agregado miúdo e o consumo de cimento para que fossem obtidas diferentes relações água/cimento ao se variar cada parâmetro estudado (tipo de agregado, tipo de cimento, tipo e dimensão máxima de agregado 87 graúdo). Para que todas as composições apresentassem abatimento de 100+20 mm, empregou-se um aditivo plastificante polifuncional (MASTERMIX 390N) na proporção de 0,5% a 0,8% da massa de cimento. 4.3.2 – Composições dos concretos ensaiados A tabela 4.5 mostra a faixa de variação dos consumos de agregado miúdo, de cimento e de plastificante para cada série de composições M1, M2, M3, M4 e M5, além dos outros dados. Cada série englobou composições a, b, c, d, e, f de acordo com a relação a/c ( 0,65, 0,60, 0,55, 0,50, 0,45, 0,40, respectivamente). O consumo em cada uma das 30 composições é dado no anexo I. Tabela 4.5 – Composições por m3 de concreto. Materiais Séries M1 M2 M3 M4 M5 Agregado Gnaisse Gnaisse Traquito Gnaisse Argila graúdo (kg) Dmáx=19mm Dmáx =9,5mm Dmáx =19mm Dmáx =19mm Expandida Dmáx =19mm 1075 1070 1050 1075 505 830 a 680 830 a 680 830 a 680 830 a 680 830 a 680 Cimento (kg) 277 a 450 277 a 450 277 a 450 277 a 450 277 a 450 Plastificante 1,2 a 3,0 1,2 a 3,0 1,2 a 3,0 1,2 a 3,0 1,2 a 3,0 Água (!) 180 180 180 180 180 Relação a/c 0,65 a 0,40 0,65 a 0,40 0,65 a 0,40 0,65 a 0,40 0,65 a 0,40 Tipo de CP III 32 CP III 32 CP III 32 CP V CP III 32 Agregado miúdo (kg) (!) cimento 88 Na série M5, o agregado graúdo de argila expandida foi empregado após imersão em água por 24 horas para que não absorvesse água de amassamento do concreto. 4.4 - MOLDAGEM E CURA DOS CORPOS DE PROVA Para cada tipo de concreto foram necessárias duas betonadas. Foram moldados 38 corpos de prova cilíndricos de 150mmx300mm, sendo 19 para cada betonada, para serem feitos ensaios de resistência à compressão, velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas, esclerometria e maturidade. Para os ensaios de penetração de pinos foram feitos corpos de prova prismáticos de 200mmx200mmx600mm, num total de 4 para cada composição. A tabela 4.6 resume os corpos de prova moldados para cada concreto. Esses corpos de prova foram preparados segundo a NBR 5738. Tabela 4.6 – Definição da amostragem para cada composição fc , V e I.E. No. de betonadas 2 Maturidade 2 Penetração de pinos 2 Ensaio Idade de ensaio 3, 7, 14, 28 e 90 dias 3, 7, 14, 28 e 90 dias 3, 7, 14, 28 e 90 dias No. de corpos de prova 36 2 4 Tipo de corpo de prova Cilíndrico– 150mm x 300mm Cilíndrico– 150mm x 300mm Prismático– 200mmx200mmx 600mm Para todos os concretos foram adotados dois procedimentos de cura : um com cura úmida (imersão em água + cal) até dois dias antes da idade do ensaio (cura 1) e outro com cura úmida por 7 dias e posterior cura ao ar no interior do laboratório (cura 2).Na cura 1, a retirada dos corpos de prova dois dias antes da idade do ensaio deve-se à exigência da NM 78 para o ensaio de esclerometria. 4.5 – NORMAS PARA ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS 89 Para obtenção das curvas de correlação entre a grandeza obtida por meio dos ensaios não destrutivos (ultra-som, esclerometria, resistência à penetração de pinos e maturidade), foram adotadas as normas NM 58, NM78 , ASTM C 803 e ASTM C 1074, respectivamente. As normas do Mercosul além da metodologia de ensaio, apresentam o procedimento para realizar as curvas de correlação, e as normas brasileiras para ultra-som e esclerometria apresentam apenas a metodologia de execução dos ensaios. Como não há norma brasileira para o ensaio de penetração de pinos e de maturidade, foram adotadas para estes ensaios a ASTM C 803 e a ASTM C 1074, respectivamente. 4.6 – ENSAIOS REALIZADOS Para avaliar o comportamento do concreto ao longo do tempo, os ensaios foram feitos nas idades de 3, 7, 14, 28 e 90 dias. O método da maturidade foi realizado apenas até a idade de 28 dias. 4.6.1 – Ensaio de resistência à compressão Os ensaios de resistência à compressão nos corpos de prova cilíndricos de 150mmx300mm foram realizados de acordo com a NBR 5739. Para cada idade e tipo de cura, foram ensaiados 4 corpos de prova e calculada a média dos resultados obtidos. Nestes mesmos corpos de prova, primeiramente foram feitos ensaios de ultrasom e esclerometria. 4.6.2 – Ensaio de velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas Para este ensaio, utilizou-se o equipamento PUNDIT com transdutores de 54kHz, diâmetro de 50mm. O procedimento adotado foi o da NM 58 (1996) e foi empregada a transmissão direta entre os transdutores (ver foto 4.2). 90 A calibração do equipamento foi realizada antes de cada ensaio empregandose uma barra cilíndrica de referência (d=50mm e h=160mm). Em cada idade e para cada tipo de cura foram ensaiados 4 corpos de prova cilíndricos (150mmx300mm). As medições foram feitas ao longo do comprimento do corpo de prova, conforme mostra a foto 4.2. Foto 4.2 – Realização das medições de velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas 4.6.3 – Ensaio do índice esclerométrico Utilizou-se o esclerômetro Schmidt tipo ND com energia de percussão de 2,207 Nm, e seguiu-se a NM78 (1996) para execução deste ensaio. A calibração do equipamento foi realizada de acordo com o procedimento indicado pelo fabricante. Em cada idade foram feitas 9 medições em cada corpo de prova, totalizando 36 medições por idade. Na foto 4.3 pode-se ver os locais de medição em uma das faces. 91 Foto 4.3 – Realização das medições de esclerometria 4.6.4 – Ensaio de penetração de pinos Para execução deste ensaio, adotou-se o procedimento descrito na norma ASTM C803 e foram utilizados a pistola tipo finca pinos, pinos WSW de 55mm e cartuchos “CBC” forte da marca WALSYVA. Este método de ensaio foi proposto por Vieira (1978). Para cada idade, o ensaio foi feito em corpos de prova prismáticos, sendo cravados 5 pinos em cada corpo de prova (ver foto 4.4). 92 Foto 4.4 – Realização do ensaios de resistência à penetração . 4.6.5 – Método de maturidade Este ensaio foi feito de acordo com a norma ASTM C1074. Para medir a temperatura utilizaram-se termopares que foram imersos no concreto durante a moldagem dos cilindros de 150mm x300mm. Para cada composição, foram usados dois corpos de prova, com um termopar em cada. Logo após a concretagem, os corpos de prova foram mantidos em uma sala com temperatura ambiente de 21ºC + 2ºC e os termopares conectados a um sistema de aquisição automática de dados. A temperatura da sala era medida por meio de um termohigrógrafo, que além da temperatura fornece dados de pressão e de umidade. Nas primeiras 72 horas as medições de temperatura foram feitas a cada intervalo de 30 minutos; após esse período o intervalo foi maior. Os corpos de prova foram desmoldados após 24 h, e em seguida imersos em água. Na idade de 7 dias um corpo de prova foi retirado da água e mantido no ambiente da sala. 93 A relação entre as medições do termopar e a temperatura foi obtida por meio de uma função fornecida pelo fabricante e verificada neste estudo. Nas idades de 3 dias e 7 dias para o cálculo da maturidade utilizou-se a média das temperaturas obtidas por meio de dois termopares e nas demais idades apenas a dada pelo que ficou no corpo de prova mantido imerso em água . No anexo IV encontram-se gráficos da evolução da temperatura ao longo do tempo. 94 4.7 – RESULTADOS OBTIDOS Aqui são apresentados apenas os resultados dos ensaios dos concretos submetidos à cura do tipo 1 (imersão em água até dois dias antes idade do ensaio). A relação entre os resultados destes concretos e os submetidos à cura do tipo 2 (imersão em água por 7 dias e posterior cura ao ar no interior do laboratório) é apresentada no capítulo 5. 4.7.1 - Ensaio de resistência à compressão (fc) Na tabela 4.7 encontram-se os resultados de fc,j e fc,j/fc,28 para todos os concretos. As figuras 4.2 a 4.6 apresentam o desenvolvimento da resistência à compressão ao longo do tempo para as séries M1, M2, M3, M4 e M5. Entre as 5 séries observa-se que, em cada idade e a cada relação a/c, a M4(CP V) foi a que apresentou valores mais altos de resistência e a M5 (argila expandida) valores mais baixos. Comparando-se os resultados das série M1 e M2, verifica-se que, ao se diminuir a dimensão máxima do agregado graúdo de gnaisse, em geral, houve diminuição da resistência à compressão do concreto. Ao se mudar o agregado graúdo de gnaisse para traquito (séries M1 e M3), na idade de 3 dias houve clara diminuição de resistência. Para outras idades esta diminuição nem sempre ocorreu. 95 Tabela 4.7 – Resultados de fc e fc,j/fc,28 para todos os concretos Idade, dias CP V Argila expandida 19mm Gnaisse 19mm Traquito 19mm Gnaisse 9,5mm Gnaisse 19 mm Concretos a/c fc,3 fc,3/ fc,7 fc,7/ fc,14 fc,14/ (MPa) fc,28 (MPa) fc,28 (MPa) fc,28 fc,28 fc,90 (MPa) (MPa) fc,90/ fc28 M1a 0,65 10,8 0,51 18,0 0,86 20,2 0,96 21,0 27,4 1,30 M1b 0,60 11,9 0,41 15,9 0,55 21,0 0,72 29,0 33,6 1,16 M1c 0,55 15,5 0,53 18,8 0,65 27,6 0,95 29,0 29,7 1,02 M1d 0,50 24,2 0,56 31,5 0,73 38,2 0,88 43,4 52,0 1,20 M1e 0,45 23,3 0,54 38,2 0,89 39,0 0,91 42,8 52,4 1,22 M1f 0,40 24,6 0,51 34,0 0,71 40,6 0,85 48 53,0 1,10 M2a 0,65 10,3 0,48 16,3 0,76 19,7 0,92 21,5 26,3 1,22 M2b 0,60 10,1 0,35 18,1 0,63 24,3 0,84 28,9 29,7 1,03 M2c 0,55 11,1 0,34 22,8 0,69 25,1 0,76 33,0 36,7 1,11 M2d 0,50 14,2 0,41 24,3 0,70 28,1 0,81 34,8 36,1 1,04 M2e 0,45 17,9 0,45 34,5 0,86 35,1 0,88 40,0 42,1 1,05 M2f 0,40 18,7 0,48 32,0 0,82 34,3 0,88 39,1 46,0 1,17 M3a 0,65 8,0 0,30 18,4 0,69 19,7 0,74 26,6 27,7 1,04 M3b 0,60 9,5 0,33 22,4 0,78 24,6 0,86 28,7 31,3 1,09 M3c 0,55 9,8 0,34 22,3 0,76 28,9 0,99 29,2 31,6 1,08 M3d 0,50 12,0 0,40 24,0 0,81 24,4 0,82 29,7 30,7 1,03 M3e 0,45 12,5 0,35 26,1 0,73 29,6 0,82 36,0 37,7 1,05 M3f 0,40 19,1 0,40 35,9 0,76 41,5 0,87 47,5 48,7 1,03 M4a 0,65 23,3 0,88 24,2 0,91 25,6 0,97 26,5 31,4 1,18 M4b 0,60 26,1 0,76 30,7 0,90 33,2 0,97 34,2 37,9 1,11 M4c 0,55 30,4 0,88 31,5 0,91 34,1 0,99 34,5 42,7 1,24 M4d 0,50 34,4 0,93 36,0 0,97 36,8 0,99 37,1 40,7 1,10 M4e 0,45 33,5 0,73 38,8 0,84 44,2 0,96 46,2 49,2 1,06 M4f 0,40 36,0 0,62 37,8 0,65 47,8 0,82 53,0 58,3 1,01 M5a 0,65 7,1 0,45 11,8 0,74 13,7 0,86 15,9 16,1 1,01 M5b 0,60 7,3 0,40 13,6 0,74 15,0 0,82 18,3 18,5 1,01 M5c 0,55 8,1 0,43 12,6 0,66 16,5 0,87 19,0 19,5 1,03 M5d 0,50 11,8 0,59 14,8 0,74 18,6 0,93 19,9 21,0 1,06 M5e 0,45 13,3 0,70 15,6 0,82 17,6 0,93 19,0 19,5 1,03 M5f 0,40 12,2 0,58 18,1 0,85 18,7 0,88 21,2 24,0 1,13 96 fc, MPa 60 M1a 50 M1b 40 M1c M1d 30 M1e 20 M1f 10 0 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.2 – Variação de fc com o tempo para série M1 fc, MPa 60 M2a 50 M2b 40 M2c M2d 30 M2e 20 M2f 10 0 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.3 – Variação de fc com o tempo para série M2 fc, MPa 60 M3a 50 M3b 40 M3c M3d 30 M3e 20 M3f 10 0 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.4 – Variação de fc com o tempo para série M3 97 fc, MPa 60 M4a 50 M4b 40 M4c M4d 30 M4e 20 M4f 10 0 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.5 – Variação de fc com o tempo para série M4 fc, MPa 60 M5a 50 M5b 40 M5c M5d 30 M5e 20 M5f 10 0 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.6 – Variação de fc com o tempo para série M5 As relações entre a resistência à compressão em cada idade de ensaio e a aos 28 dias encontram-se nas figuras 4.7 a 4.11. Nessas figuras e na tabela 4.7 constata-se que os menores valores de fc,3 / fc,28 correspondem aos concretos com agregado de traquito e os maiores para os com cimento CP V. Os maiores valores de fc,90 / fc,28 tenderam a ocorrer nos concretos com menor relação a/c e os menores nos concretos com agregados graúdos de traquito e leve. 98 1,4 Relação fcj/fc28 1,2 M1a 1,0 0,8 M1b M1c 0,6 M1d M1e 0,4 M1f 0,2 0,0 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.7 – Relação fc,j/fc,28 em função da idade para série M1 1,4 Relação fcj/fc28 1,2 M2a M2b M2c M2d M2e M2f 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.8 – Relação fc,j/fc,28 em função da idade para série M2 1,4 Relação fcj/fc28 1,2 M3a M3b M3c M3d M3e M3f 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.9 – Relação fc,j/fc,28 em função da idade para série M3 99 1,4 Relação fc/fc28 1,2 M4a M4b M4c M4d M4e M4f 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.10 – Relação fc,j/fc,28 em função da idade para série M4 1,4 Relação fcj/fc28 1,2 1,0 M5a M5b 0,8 M5c 0,6 M5d M5e M5f 0,4 0,2 0,0 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.11 – Relação fc,j/fc,28 em função da idade para série M5 4.7.2 – Ensaio da velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas (V) As velocidades de propagação de ondas ultra-sônicas foram obtidas nas idades de 3 dias, 7 dias, 14 dias, 28 dias e 90 dias fazendo-se as médias dos resultados dos ensaios de 4 corpos de prova. Encontram-se na tabela 4.8 os resultados de Vj e Vj/V28 para todos os concretos. As figuras 4.12 a 4.16 apresentam a evolução da V com o tempo. 100 Entre os resultados das velocidades obtidas nas 5 séries, em cada idade e a cada relação a/c, verifica-se que os menores são da série M5 (argila expandida), sendo os da M2 (Dmáx=9,5mm) maiores que os de M5, mas menores do que os das séries M1, M3 e M4. 101 Tabela 4.8 – Resultados de Vj e Vj / V28 para todos os concretos Idade, dias CP V Argila expandida 19mm Ganisse 19mm Traquito 19mm Gnaisse 9,5mm Gnaisse 19mm Concretos a/c V3 V3/ V7 V7/ V14 V14/ V28 V90 V90 / (km/s) V28 (km/s) V28 (km/s) V28 (km/s) (km/s) V28 M1a 0,65 3,92 0,90 4,19 0,96 4,34 1,00 4,35 4,50 1,03 M1b 0,60 4,03 0,91 4,25 0,96 4,42 1,00 4,44 4,54 1,02 M1c 0,55 4,12 0,92 4,35 0,98 4,37 0,98 4,46 4,53 1,02 M1d 0,50 4,16 0,92 4,36 0,97 4,39 0,97 4,51 4,57 1,01 M1e 0,45 4,13 0,92 4,38 0,97 4,40 0,98 4,51 4,55 1,01 M1f 0,40 4,19 0,93 4,34 0,96 4,42 0,98 4,50 4,56 1,01 M2a 0,65 3,67 0,88 4,02 0,97 4,11 0,99 4,16 4,25 1,02 M2b 0,60 3,67 0,85 4,10 0,95 4,14 0,96 4,31 4,32 1,00 M2c 0,55 3,69 0,85 4,16 0,96 4,24 0,97 4,35 4,40 1,01 M2d 0,50 3,84 0,88 4,21 0,97 4,31 0,99 4,35 4,41 1,01 M2e 0,45 4,01 0,91 4,33 0,98 4,34 0,98 4,42 4,47 1,01 M2f 0,40 4,05 0,93 4,33 0,99 4,35 1,00 4,37 4,38 1,00 M3a 0,65 3,76 0,86 4,26 0,97 4,27 0,97 4,38 4,46 1,02 M3b 0,60 3,85 0,87 4,34 0,98 4,36 0,99 4,41 4,48 1,02 M3c 0,55 3,88 0,89 4,25 0,97 4,33 0,99 4,36 4,47 1,03 M3d 0,50 4,06 0,90 4,43 0,99 4,46 0,99 4,49 4,54 1,01 M3e 0,45 4,11 0,91 4,43 0,98 4,47 0,99 4,51 4,57 1,01 M3f 0,40 4,25 0,94 4,49 0,99 4,50 1,00 4,52 4,57 1,01 M4a 0,65 3,97 0,92 4,14 0,96 4,28 1,00 4,30 4,37 1,02 M4b 0,60 4,01 0,90 4,31 0,97 4,32 0,97 4,45 4,47 1,00 M4c 0,55 4,16 0,95 4,28 0,97 4,39 1,00 4,40 4,55 1,03 M4d 0,50 4,19 0,95 4,28 0,97 4,39 1,00 4,40 4,54 1,03 M4e 0,45 4,38 0,96 4,48 0,98 4,49 0,99 4,55 4,64 1,02 M4f 0,40 4,40 0,97 4,49 0,99 4,53 1,00 4,55 4,65 1,02 M5a 0,65 3,33 0,92 3,48 0,96 3,53 0,98 3,62 3,75 1,04 M5b 0,60 3,34 0,90 3,49 0,94 3,65 0,99 3,70 3,77 1,02 M5c 0,55 3,37 0,89 3,55 0,94 3,65 0,97 3,78 3,87 1,02 M5d 0,50 3,50 0,92 3,58 0,94 3,66 0,96 3,82 3,91 1,02 M5e 0,45 3,58 0,91 3,81 0,97 3,83 0,97 3,94 3,95 1,00 M5f 0,40 3,58 0,90 3,82 0,96 3,89 0,98 3,98 4,03 1,01 V, km/s 102 5 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4 3,2 3 M1a M1b M1c M1d M1e M1f 0 20 40 60 80 100 idade, dias V, km/s Figura 4.12 – Variação de V com o tempo para série M1 5 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4 3,2 3 M2a M2b M2c M2d M2e M2f 0 20 40 60 80 100 idade, dias V, km/s Figura 4.13 – Variação de V com o tempo para série M2 5 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4 3,2 3 M3a M3b M3c M3d M3e M3f 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.14 – Variação de V com o tempo para série M3 V,km/s 103 5 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4 3,2 3 M4a M4b M4c M4d M4e M4f 0 20 40 60 80 100 idade, dias V, km/s Figura 4.15 – Variação de V com o tempo para série M4 5 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4 3,2 3 M5a M5b M5c M5d M5e M5f 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.16 – Variação de V com o tempo para série M5 As figuras 4.17 a 4.21 mostram como Vj / V28 varia com a idade dos concretos. Nelas e nas tabelas 4.7 e 4.8 constata-se que essa relação varia entre 0,85 e 1,04, enquanto fcj / fc28 varia entre 0,30 e 1,30. 104 Relação Vj / V28 1,40 M1a 1,20 M1b 1,00 M1c 0,80 M1d 0,60 M1e M1f 0,40 0,20 0,00 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.17 – Relação Vj/V28 em função da idade para série M1 Relação Vj / V28 1,40 M2a 1,20 M2b 1,00 M2c 0,80 M2d 0,60 M2e M2f 0,40 0,20 0,00 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.18 – Relação Vj/V28 em função da idade para série M2 1,40 M3a Relação Vj / V28 1,20 M3b 1,00 M3c 0,80 M3d 0,60 M3e M3f 0,40 0,20 0,00 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.19 – Relação Vj/V28 em função da idade para série M3 105 Relação Vj / V28 1,40 M4a 1,20 M4b 1,00 M4c 0,80 M4d 0,60 M4e M4f 0,40 0,20 0,00 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.20 – Relação Vj/V28 em função da idade para série M4 1,40 M 5a Relação Vj / V28 1,20 M 5b 1,00 M 5c 0,80 M 5d 0,60 M 5e M 5f 0,40 0,20 0,00 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.21 – Relação Vj/V28 em função da idade para série M5 106 4.7.3 –Ensaio do índice esclerométrico (I.E.) Os valores de índice esclerométrico dos concretos das séries M1, M2, M3, M4 e M5 foram obtidos nas idades de 3 dias, 7 dias, 14 dias, 28 dias e 90 dias por meio da média dos resultados dos ensaios de 4 corpos de prova (9 medições em cada corpo de prova). Os valores de IEj e as relações IEj / IE28 encontram-se na tabela 4.9. As figuras 4.22 a 4.26 apresentam a variação dos índices esclerométricos com o tempo. Entre as 5 séries observa-se que, para cada idade e relação a/c, a série M4 (cimento CPV) foi a que apresentou índices esclerométricos mais altos, e a série M5 (agregado leve) a que teve índices mais baixos. 107 Tabela 4.9 – Resultados de IEj e IEj / IE28 para todos os concretos Idade, dias CP V Argila expandida 19mm Gnaisse 19mm Traquito 19mm Gnaisse 9,5mm Gnaisse 19mm Concretos a/c IE3 IE3/ IE28 IE7 IE7/ IE28 IE14 IE14/ IE28 IE28 IE90 IE90/ IE28 M1a 0,65 16,0 0,68 21,0 0,89 22,0 0,94 23,5 27,5 1,17 M1b 0,60 17,3 0,59 22,2 0,75 28,4 0,96 29,5 30,5 1,03 M1c 0,55 24,7 0,82 26,8 0,89 29,4 0,98 30,0 31,5 1,05 M1d 0,50 30,0 0,94 30,5 0,95 31,0 0,97 32,0 34,0 1,06 M1e 0,45 29,3 0,90 31,4 0,97 30,4 0,94 32,5 35,0 1,08 M1f 0,40 29,0 0,88 31,0 0,94 31,5 0,95 33,0 34,2 1,04 M2a 0,65 20,5 0,85 22,7 0,94 23,0 0,95 24,2 25,0 1,03 M2b 0,60 19,8 0,67 26,5 0,90 27,4 0,93 29,5 32,0 1,08 M2c 0,55 20,2 0,71 25,3 0,89 26,6 0,94 28,3 29,0 1,02 M2d 0,50 22,3 0,74 29,6 0,99 29,8 0,99 30 30,6 1,02 M2e 0,45 23,6 0,71 31,6 0,95 32,0 0,96 33,4 33,2 0,99 M2f 0,40 23,5 0,71 28,7 0,87 29,5 0,90 32,9 34,7 1,05 M3a 0,65 19,1 0,84 19,7 0,86 20,1 0,88 22,8 26,2 1,15 M3b 0,60 19,0 0,76 21,3 0,85 23,1 0,92 25,1 27,2 1,08 M3c 0,55 19,2 0,77 20,8 0,83 24,8 0,99 25,0 27,7 1,11 M3d 0,50 19,1 0,64 25,0 0,84 28,1 0,94 29,8 30,0 1,01 M3e 0,45 21,7 0,71 28,2 0,93 29,7 0,98 30,4 32,1 1,06 M3f 0,40 22,1 0,67 30,5 0,92 32,5 0,98 33,0 36,0 1,09 M4a 0,65 27,2 0,88 29,2 0,94 29,6 0,95 31,0 32,0 1,03 M4b 0,60 28,3 0,86 29,5 0,90 29,8 0,91 32,8 33,7 1,03 M4c 0,55 31,8 0,93 32,8 0,96 34,0 1,00 34,1 37,2 1,09 M4d 0,50 31,7 0,91 33,2 0,95 34,5 0,99 35,0 36,6 1,05 M4e 0,45 32,4 0,86 35,5 0,95 36,4 0,97 37,5 39,1 1,04 M4f 0,40 35,3 0,85 39,0 0,94 39,5 0,95 41,7 42,0 1,01 M5a 0,65 14,3 0,63 18,9 0,83 21,8 0,96 22,8 24,1 1,06 M5b 0,60 14,2 0,64 18,4 0,83 19,0 0,86 22,1 23,5 1,06 M5c 0,55 14,8 0,59 20,2 0,81 21,8 0,87 25,0 27,1 1,08 M5d 0,50 17,1 0,65 21,8 0,83 23,4 0,89 26,4 28,1 1,06 M5e 0,45 21,1 0,87 23,4 0,96 23,6 0,97 24,3 27,6 1,14 M5f 0,40 18,2 0,74 22,0 0,90 24,0 0,98 24,5 27,7 1,13 108 I.E. 45 M1a 40 M1b 35 M1c 30 M1d 25 M1e M1f 20 15 10 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.22 – Variação do índice esclerométrico com o tempo na série M1 I.E. 45 M2a 40 M2b 35 M2c 30 M2d 25 M2e M2f 20 15 10 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.23 – Variação do índice esclerométrico com o tempo na série M2 I.E. 45 M3a 40 M3b 35 M3c 30 M3d 25 M3e M3f 20 15 10 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.24 – Variação do índice esclerométrico com o tempo na série M3 109 I.E. 45 M4a 40 M4b 35 M4c 30 M4d 25 M4e M4f 20 15 10 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.25 – Variação do índice esclerométrico com o tempo na série M4 I.E 45 M5a 40 M5b 35 M5c 30 M5d 25 M5e M5f 20 15 10 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.26 – Variação do índice esclerométrico com o tempo na série M5 Nas figuras 4.27 a 4.31 é mostrada a variação de IEj / IE28 com a idade. A faixa de variação desta relação (0,59 a 1,17) também foi menor que a de fcj / fc28 (0,30 a 1,30). 110 Relação IEj / IE28 1,40 M1a 1,20 M1b 1,00 M1c 0,80 M1d 0,60 M1e M1f 0,40 0,20 0,00 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.27 – Relação IEj/IE28 em função da idade para série M1 Relação IEj / IE28 1,40 M2a 1,20 M2b 1,00 M2c 0,80 M2d 0,60 M2e M2f 0,40 0,20 0,00 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.28 – Relação IEj/IE28 em função da idade para série M2 1,40 M3a Relação IEj / IE28 1,20 M3b 1,00 M3c 0,80 M3d 0,60 M3e M3f 0,40 0,20 0,00 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.29 – Relação IEj/IE28 em função da idade para série M3 111 Relação IEj / IE28 1,40 M4a 1,20 M4b 1,00 M4c 0,80 M4d 0,60 M4e M4f 0,40 0,20 0,00 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.30 – Relação IEj/IE28 em função da idade para série M4 1,40 M 5a Relação IEj / IE28 1,20 M 5b 1,00 M 5c 0,80 M 5d 0,60 M 5e M 5f 0,40 0,20 0,00 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.31 – Relação IEj/IE28 em função da idade para série M5 112 4.7.4 – Ensaio de penetração de pinos (Lp) Cada resultado dos ensaios de penetração de pinos, para determinada idade, foi obtido fazendo-se a média das profundidades de penetração (Lp) de 5 pinos. Na tabela 4.10 encontram-se os valores de Lpj e Lpj/Lp28 de todos os concretos, a menos dos da série M5, já que verificou-se que esse ensaio não é adequado para concretos leves, pois a argila expandida não oferece resistência à penetração de pinos. As figuras 4.32 a 4.35 apresentam a profundidade de penetração em função do tempo para as séries M1, M2, M3 e M4. Essas figuras e a tabela 4.10 mostram que, na idade de 3 dias, apenas os concretos com maior resistência apresentaram diferenciação de Lp com a variação de a/c. Os concretos que tiveram maior profundidade de penetração de pinos foram os da série M2 (agregado graúdo de menor dimensão máxima) seguidos dos da série M3 (agregado graúdo de traquito). Os da série M4 (cimento CP V) tiveram os menores valores de Lp . 113 Tabela 4.10 – Resultados de Lp e Lp j/ Lp28 para todos os concretos Idade, dias 19mm CP V Gnaisse 19mm Traquito 19mm Gnaisse 9,5mm Gnaisse Concretos a/c Lp3 Lp3/ Lp7 Lp7/ Lp14 Lp14/ (mm) Lp28 (mm) Lp28 (mm) Lp28 (mm) (mm) Lp28 Lp28 Lp90 Lp90/ M1a 0,65 55,0 1,23 43,7 0,98 42,4 0,95 44,8 38,9 0,87 M1b 0,60 55,0 1,26 46,5 1,07 45,3 1,04 43,6 41,7 0,96 M1c 0,55 55,0 1,28 55,0 1,28 43,6 1,02 42,9 40,4 0,94 M1d 0,50 42,3 1,22 39,5 1,14 39,3 1,13 34,8 31,6 0,91 M1e 0,45 40,0 1,20 34,0 1,02 34,3 1,03 33,4 30,3 0,91 M1f 0,40 41,2 1,30 33,7 1,06 34,9 1,10 31,8 32,5 1,02 M2a 0,65 55,0 1,19 55,0 1,19 50,0 1,08 46,4 41,2 0,89 M2b 0,60 55,0 1,15 51,1 1,07 49,7 1,04 47,9 36,7 0,77 M2c 0,55 55,0 1,33 50,1 1,21 44,0 1,06 41,5 42,1 1,01 M2d 0,50 55,0 1,33 46,3 1,12 43,3 1,05 41,2 37,3 0,91 M2e 0,45 55,0 1,62 46,0 1,36 37,3 1,10 33,9 31,3 0,92 M2f 0,40 47,2 1,17 42,2 1,04 41,6 1,03 40,5 35,1 0,87 M3a 0,65 55,0 1,21 50,0 1,10 48,4 1,06 45,6 40,3 0,88 M3b 0,60 55,0 1,19 50,0 1,08 45,0 0,97 46,4 39,1 0,84 M3c 0,55 55,0 1,29 48,2 1,13 42,5 1,00 42,5 38,4 0,90 M3d 0,50 55,0 1,42 50,4 1,30 46,1 1,19 38,8 31,7 0,82 M3e 0,45 48,7 1,30 39,5 1,05 39,8 1,06 37,6 33,6 0,89 M3f 0,40 48,4 1,46 37,9 1,15 32,4 0,98 33,1 34,0 1,03 M4a 0,65 38,3 1,06 37,6 1,04 35,1 0,98 36,0 37,5 1,04 M4b 0,60 35,3 1,12 34,2 1,08 30,6 0,97 31,6 32,0 1,01 M4c 0,55 33,7 1,17 31,4 1,09 30,1 1,04 28,9 32,0 1,11 M4d 0,50 33,2 1,13 30,6 1,04 30,7 1,04 29,5 33,0 1,12 M4e 0,45 34,8 1,27 33,6 1,22 34,7 1,26 27,5 27,0 0,98 M4f 0,40 32,7 1,18 32,3 1,16 28,7 1,03 27,8 28,3 1,02 114 Lp, mm 60 M1a 50 M1b 40 M1c M1d 30 M1e 20 M1f 10 0 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.32 – Variação da profundidade de penetração com o tempo na série M1 60 M 2a 50 M 2b M 2c Lp, mm 40 M 2d 30 M 2e M 2f 20 10 0 0 20 40 60 80 100 id a d e , d ia s Figura 4.33 – Variação da profundidade de penetração com o tempo na série M2 Lp, mm 60 M3a 50 M3b 40 M3c M3d 30 M3e 20 M3f 10 0 0 20 40 60 80 100 idade, dias Figura 4.34 – Variação da profundidade de penetração com o tempo na série M3 115 60 Lp, mm M4a 50 M4b 40 M4c M4d 30 M4e M4f 20 10 0 0 20 40 60 80 100 id ad e, d ia s Figura 4.35 – Variação da profundidade de penetração com o tempo na série M4 Os gráficos da relação Lpj / Lp28 em função da idade encontram-se nas figuras 4.36 a 4.39. Neles e na tabela 4.10 verifica-se que nem sempre essa relação tem valores maiores que a unidade para j < 28 dias e menores para j = 90 dias (concreto M1a; concretos série M4, a menos do M4e). 116 Relação Lpj / Lp28 1 ,8 0 1 ,6 0 M 1a 1 ,4 0 M 1b 1 ,2 0 M 1c 1 ,0 0 M 1d M 1e 0 ,8 0 M 1f 0 ,6 0 0 ,4 0 0 ,2 0 0 ,0 0 0 20 40 60 80 100 id a d e , d ia s Figura 4.36 – Relação Lpj/Lp28 em função da idade para série M1 Relação Lpj / Lp28 1 ,8 0 1 ,6 0 M 2a 1 ,4 0 M 2b 1 ,2 0 M 2c 1 ,0 0 M 2d M 2e 0 ,8 0 M 2f 0 ,6 0 0 ,4 0 0 ,2 0 0 ,0 0 0 20 40 60 80 100 id a d e , d ia s Figura 4.37 – Relação Lpj/Lp28 em função da idade para série M2 Relação Lpj / Lp28 1 ,8 0 1 ,6 0 M 3a 1 ,4 0 M 3b 1 ,2 0 M 3c 1 ,0 0 M 3d 0 ,8 0 M 3e M 3f 0 ,6 0 0 ,4 0 0 ,2 0 0 ,0 0 0 20 40 60 80 100 id a d e , d ia s Figura 4.38 – Relação Lpj/Lp28 em função da idade para série M3 117 Relação Lpj / Lp28 1 ,8 0 1 ,6 0 M 4a 1 ,4 0 M 4b 1 ,2 0 M 4c 1 ,0 0 M 4d M 4e 0 ,8 0 M 4f 0 ,6 0 0 ,4 0 0 ,2 0 0 ,0 0 0 20 40 60 80 100 id a d e , d ia s Figura 4.39 – Relação Lpj/Lp28 em função da idade para série M4 4.7.5 – Método da maturidade (M) A maturidade foi calculada utilizando-se a equação proposta por Saul (ver capítulo 3, item 3.5.5). Os concretos foram mantidos numa temperatura de cura de 21ºC + 2ºC. Na tabela 4.11 encontram-se os valores de M j e Mj/Mj28 de todos os concretos. Nas figuras 4.40 a 4.44, que apresentam a maturidade em função do tempo para cada série de concretos, verifica-se que as diferenças de maturidade são pequenas para os diferentes concretos de cada série. Isto ocorre porque as temperaturas nos concretos quase não variaram, apesar das variações das relações a/c. Nas primeiras 24 horas esperava-se que os concretos com menores relações a/c apresentassem temperaturas mais elevadas que as dos concreto com relações a/c maiores. Entretanto, a manutenção dos concretos em fôrmas metálicas durante esse período num ambiente com temperatura de 21ºC + 2ºC propiciou a dissipação da temperatura do concreto. O concreto ao redor do termopar (raio de 75mm) não foi suficiente para evitar a dissipação da temperatura do concreto durante as reações de hidratação. 118 Para que fosse possível obter a temperatura alcançada pelo concreto, deveria constar na metodologia deste ensaio a proteção dos corpos de prova contra a influência da temperatura externa. A linearidade das relações entre maturidade e idade ocorre porque os valores das temperaturas obtidas nos diferentes concretos são próximas. Além disso, utilizou-se na equação de Saul (ver item 3.5.5) o mesmo valor de To para todas as composições. 119 Tabela 4.11 – Resultados de Mj e Mj/ M28 para todos os concretos Idade, dias CP V Argila expandida 19mm Gnaisse 19mm Traquito 19mm Gnaisse 9,5mm Gnaisse 19mm Concretos a/c M3 M3/ M7 M7/ M14 M14/ M28 (ºC x h) M28 (ºC x h) M28 (ºC x h) M28 (ºC x h) M1a 0,65 2657 0,111 6105 0,256 11500 0,482 23841 M1b 0,60 2607 0,109 6314 0,263 11766 0,490 24012 M1c 0,55 2591 0,106 6365 0,260 12382 0,505 24508 M1d 0,50 2711 0,114 6314 0,266 12185 0,513 23772 M1e 0,45 2726 0,107 6058 0,237 12467 0,487 25582 M1f 0,40 2605 0,107 6088 0,251 11912 0,491 24251 M2a 0,65 2682 0,111 5930 0,246 12322 0,512 24063 M2b 0,60 2666 0,109 5977 0,245 11929 0,488 24422 M2c 0,55 2735 0,107 6276 0,246 13071 0,511 25565 M2d 0,50 2655 0,104 6007 0,234 12373 0,482 25650 M2e 0,45 2534 0,105 6212 0,258 12134 0,504 24063 M2f 0,40 2541 0,105 6062 0,250 12049 0,497 24251 M3a 0,65 2591 0,109 5994 0,252 12023 0,506 23755 M3b 0,60 2609 0,108 6011 0,249 12237 0,507 24149 M3c 0,55 2673 0,110 6118 0,252 12100 0,499 24251 M3d 0,50 2584 0,106 6088 0,250 14495 0,595 24381 M3e 0,45 2655 0,109 6156 0,254 12049 0,497 24251 M3f 0,40 2755 0,115 6144 0,256 11689 0,487 23995 M4a 0,65 2771 0,113 6015 0,245 12143 0,494 24576 M4b 0,60 2773 0,113 6011 0,245 12384 0,505 24525 M4c 0,55 2536 0,101 6062 0,243 11954 0,478 24986 M4d 0,50 2726 0,107 6059 0,237 12467 0,487 25582 M4e 0,45 2762 0,116 6118 0,258 11920 0,502 23755 M4f 0,40 2812 0,113 6229 0,251 12561 0,506 24832 M5a 0,65 2627 0,108 6097 0,250 12211 0,500 24422 M5b 0,60 2607 0,107 6122 0,251 12202 0,499 24439 M5c 0,55 2700 0,109 6203 0,251 12322 0,499 24696 M5d 0,50 2644 0,107 6092 0,247 12288 0,498 24679 M5e 0,45 2644 0,107 6092 0,247 12288 0,498 24679 M5f 0,40 2614 0,105 6045 0,242 12194 0,489 24934 120 M 1a 27000 Maturidade, C xh M 1b 22000 M 1c M 1d 17000 M 1e M 1f 12000 7000 2000 0 10 20 30 id a d e , d ia s Figura 4.40 - Maturidade em função do tempo para a série M1 M 2a Maturidade, C x h 27 000 M 2b 22 000 M 2c M 2d 17 000 M 2e 12 000 M 2f 70 00 20 00 0 10 20 30 idade , dias Figura 4.41 - Maturidade em função do tempo para a série M2 M 3a Maturidade, C x h 27000 M 3b 22000 M 3c 17000 M 3d M 3e 12000 M 3f 7000 2000 0 10 20 30 idade, dias Figura 4.42 - Maturidade em função do tempo para a série M3 121 M 4a 27000 Maturidade, C x h M 4b 22000 M 4c M 4d 17000 M 4e 12000 M 4f 7000 2000 0 10 20 30 id a d e , d ia s Figura 4.43 - Maturidade em função do tempo para a série M4 M 5a 27000 Maturidade, C x h M 5b 22000 M 5c M 5d 17000 M 5e M 5f 12000 7000 2000 0 10 20 30 id a d e , d ia s Figura 4.44 - Maturidade em função do tempo para a série M5 As figuras 4.45 a 4.49 apresentam as relações entre a maturidade em cada idade de ensaio e a aos 28 dias. Nestas figuras e na tabela 4.11 verifica-se que a relação Mj/M28 varia de 0,101 a 0,595. 122 1,40 M 1a Mj / M28 1,20 M 1b 1,00 M 1c 0,80 M 1d M 1e 0,60 M 1f 0,40 0,20 0,00 0 10 20 30 id a d e , d ia s Figura 4.45 - Relação Mj/M28 em função da idade para a série M1 1 ,4 0 M 2a 1 ,2 0 M 2b Mj / M28 1 ,0 0 M 2c M 2d 0 ,8 0 M 2e 0 ,6 0 M 2f 0 ,4 0 0 ,2 0 0 ,0 0 0 10 20 30 id a d e , d ia s Figura 4.46 - Relação Mj/M28 em função da idade para a série M2 1 ,4 0 M 3a 1 ,2 0 Mj / M28 M 3b 1 ,0 0 M 3c 0 ,8 0 M 3d M 3e 0 ,6 0 M 3f 0 ,4 0 0 ,2 0 0 ,0 0 0 10 20 30 id a d e , d ia s Figura 4.47 - Relação Mj/M28 em função da idade para a série M3. 123 Mj / M28 1,40 M 4a 1,20 M 4b 1,00 M 4c 0,80 M 4d 0,60 M 4e M 4f 0,40 0,20 0,00 0 10 20 30 id ad e, dias Figura 4.48 - Relação Mj/M28 em função da idade para a série M4. 1,40 M 5a Mj / M28 1,20 M 5b 1,00 M 5c 0,80 M 5d M 5e 0,60 M 5f 0,40 0,20 0,00 0 10 20 30 id ad e , d ias Figura 4.49 - Relação Mj/M28 em função da idade para a série M5. 124 4.7.6 – Considerações gerais Analisando-se os resultados dos ensaios, em termos gerais, pode-se dizer que : a) para idades de até 90 dias, a relação fcj /fc28 é a que tem maior faixa de variação (0,30 a 1,30) seguida, em ordem decrescente, de Lpj / Lp28 (1,62 a 0,85), IEj /IE28 (0,59 a 1,17) e Vj / V28 (0,85 a 1,04). A relação Mj / M28 tem faixa de variação menor do que a relação fcj /fc28 para idades até 28 dias (0,101 a 0,595). b) os valores dos ensaios de resistência à compressão e do índice esclerométrico obtidos nas séries M1, M2 e M3 são menores do que os da série M4 (cimento CP V) e maiores do que os da série M5 (agregado leve); c) os valores de V obtidos nas séries M2 (Dmáx. menor) e M5 (agregado leve) foram menores do que os das séries M1, M3 e M4; d) os menores valores de profundidade de penetração foram medidos nos concretos da série M4 (cimento CP V). Na tabela 4.12 encontram-se resumidas as faixas dos resultados de fc, V, Lp e I.E. entre as idades de 3 dias e 90 dias. Colocando-se as séries em ordem decrescente de faixa de variação das grandezas medidas, e considerando-se que as faixas de variação de Lp das séries M2 e M3 são praticamente iguais, verifica-se que as séries ficam na mesma ordem para fc, I.E. e Lp (M1, M3, M2, M4 e M5), mas não para V e M. No ensaio de maturidade as séries em ordem decrescente de faixas de variação foram de 2534 a 25650; 2536 a 25582; 2605 a 25582; 2614 a 24934 e 2584 a 24381 para M2, M4, M1, M5 e M3, respectivamente. 125 Tabela 4.12– Faixa de variação dos resultados das diferentes séries de concretos SÉRIE M1 M2 M3 M4 M5 fc Variação V Variação (MPa) (MPa) (km/s) (km/s) 10,8 a 53,0 10,1 a 46,0 8,0 a 48,7 23,3 a 58,3 7,1 a 24,0 42,2 35,9 40,7 35,0 16,9 3,92 a 4,57 3,67 a 4,47 3,76 a 4,57 3,97 a 4,65 3,33 a 4,03 0,65 0,80 0,81 0,68 0,70 I.E. 16,0 a 35,0 19,8 a 34,7 19,0 a 36,0 27,2 a 42,0 14,2 a 28,1 Variação Lp Variação (I.E.) (mm) (mm) 19,0 14,9 17,0 14,8 13,9 55,0 a 30,3 55,0 a 31,3 55,0 a 31,7 38,3 a 27,0 - 24,7 23,7 23,3 11,3 - 126 CAPÍTULO 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste capítulo são analisados os fatores que influenciam os resultados de resistência à compressão, da velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas, do índice esclerométrico e da penetração de pinos. Para as comparações entre os concretos foram feitos gráficos para as relações a/c de 0,65, 0,60 0,55, 0,50, 0,45 e 0,40, isto é, composições a, b, c, d, e, e f, respectivamente. Foi também utilizada a análise estatística de variância (ANOVA) para avaliar se os parâmetros dimensão máxima do agregado (Dmáx.), tipo de agregado graúdo e tipo de cimento têm uma influência significativa nos resultados dos ensaios. Esta análise fornece valores de F que expressam quão diferentes são as médias das amostras. Se o valor de F calculado (fornecido pela análise) é maior que o de F tabelado (distribuição de Fisher-Snedecor), conclui-se que há uma influência significativa do parâmetro que se está investigando. Também é fornecido pela ANOVA o valor p (nível de significância observado) que, quando comparado ao nível de significância adotado para o teste, usualmente de 5%, permite verificar se o parâmetro estudado (Dmáx, tipo de cimento, tipo de agregado) exerce influência nos resultados dos ensaios. Se o valor p é menor do que o nível de significância adotado no teste, há influência do fator estudado. As análise estatísticas foram feitas entre as série M1 e M2 , para verificar a influência do Dmáx., M1 e M3, para verificar a do tipo de agregado graúdo britado, M1 e M4, para verificar a do tipo de cimento, e M1 e M5 para verificar a influência do agregado leve. Para analisar a influência dos parâmetros estudados nas correlações entre resistência à compressão e as grandezas medidas nos ensaios não destrutivos são feitos estudos de regressão linear simples. Após este estudo é apresentado o de 127 regressão múltipla visando uma melhor estimativa da resistência à compressão por meio da combinação de métodos de ensaios não destrutivos. Com relação ao ensaio de maturidade foi visto na capítulo 4 (item 4.7.5) que para os diferentes concretos, em cada idade, os valores não apresentaram diferenças significativas. A influência dos fatores (tipo de agregado, Dmáx. e tipo de cimento) na correlação entre fc e maturidade é apresentada no item 5.6.4. 5.1. – ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO Os principais fatores que influenciam a resistência à compressão do concreto podem ser divididos em 3 grandes grupos : características e proporções dos materiais, condições de cura e parâmetros de ensaio (Metha,1994). São aqui abordados o tipo e a dimensão máxima do agregado, o tipo de cimento e o tipo de cura. 5.1.1. – Influência do tipo de agregado graúdo As figuras 5.1 a 5.6 comparam, para diferentes idades, as resistência dos concretos das séries M1, M3 e M5 (brita de gnaisse, brita de traquito e argila expandida). Elas mostram que, entre os concretos de agregados britados, as maiores diferenças, em todas as idades, são para os concretos com relação a/c de 0,50 e 0,45. Em todas as idades, os concretos de argila expandida são os que têm menor resistência. 128 60 50 50 fc, MPa 40 M1a 30 M3a M5a 20 fc, MPa 60 40 M1b 30 M3b M5b 20 10 10 0 0 3 7 14 28 90 3 7 14 28 90 idade, dias Figura 5.1 – Influência do agregado em fc dos concretos com a/c=0,65 Figura 5.2 - Influência do agregado em fc dos concretos com a/c=0,60 60 60 50 50 40 M 1c 30 M 3c M 5c 20 fc, MPa fc, MPa idade, dias 40 10 0 0 7 14 28 M 3d M 5d 20 10 3 M 1d 30 3 90 7 28 90 idade, dias idade, dias Figura 5.3 - Influência do agregado em fc dos concretos com a/c=0,55 Figura 5.4 - Influência do agregado em fc dos concretos com a/c=0,50 60 60 50 50 40 M 1e 30 M 3e M 5e 20 fc, MPa fc, MPa 14 40 M1f 30 M3f 20 M5f 10 10 0 0 3 7 14 28 90 3 7 14 28 90 idade, dias idade, dias Figura 5.5 - Influência do agregado em fc dos concretos com a/c=0,45 Figura 5.6 - Influência do agregado em fc dos concretos com a/c=0,40 129 5.1.2. - Influência da dimensão máxima do agregado graúdo Para avaliar a influência da dimensão máxima do agregado, nas figuras 5.7 a 5.12 compararam-se as resistências dos concretos das séries M1 e M2, concretos com britas de gnaisse de Dmáx=19mm e Dmáx=9,5mm, respectivamente. Observa-se que, para os concretos com relação a/c de 0,65 e 0,60, as diferenças são pequenas, cerca de 3% a 13 % maiores para os da série M1. Quando a relação a/c diminui para 0,50, 0,45 e 0,40 as resistências dos concretos da série M1 passam a ser 6% a 49% maiores. Na figura 5.9, referente aos concretos com a/c=0,55, nota-se que as resistências são maiores ora para os concretos da série M1 e ora maior para os da série M2, variando a diferença de 10% a 30%. 60 60 50 50 40 M1a 30 M2a fc, MPa fc, MPa 130 40 20 20 10 10 0 0 3 7 14 28 M 1b 30 M 2b 3 90 7 14 28 90 id a d e , d ia s Figura 5.7 - Influência do Dmáx do agregado em fc dos concretos com a/c=0,65 Figura 5.8 - Influência do Dmáx do agregado em fc dos concretos com a/c=0,60 60 60 50 50 40 M1c 30 M2c fc, MPa fc, MPa idade, dias 40 M1d 30 20 20 10 10 M2d 0 0 3 7 14 28 3 90 7 14 28 90 id a d e , d ia s idade, dias 60 60 50 50 40 40 M1e 30 M2e fc, MPa fc, MPa Figura 5.9 - Influência do Dmáx do agregado Figura 5.10 - Influência do Dmáx do agregado em fc dos concretos com a/c=0,50 em fc dos concretos com a/c=0,55 20 20 10 10 0 M 1f 30 M 2f 0 3 7 14 28 idade, dias 90 3 7 14 28 90 id a d e , d ia s Figura 5.11-Influência do Dmáx do agregado Figura 5.12 - Influência do Dmáx do agregado em fc dos concretos com a/c=0,45 em fc dos concretos com a/c=0,40 131 5.1.3 - Influência do tipo de cimento Em condições de cura normalizadas, o cimento Portland de alta resistência inicial hidrata-se mais rapidamente que os demais tipos de cimento Portland. Nas figuras 5.13 a 5.18 podem ser vistas as diferenças entre as resistências obtidas para os concretos das séries M1 e M4. Em todas as idades, exceto para os concretos de relação a/c=0,50 e 0,45, as resistências são maiores para os concretos de cimento CP V , e as maiores diferenças entre as resistências dos concretos de CP V e de CP III são para a idade de 3 dias. Nas figuras 5.16 e 5.17, referentes aos concretos com a/c=0,50 e a/c=0,45, respectivamente, nota-se que as resistências são maiores ora para a série M1 e ora para os da série M4 (menores idades), variando a diferença de 3% a 46%. 60 60 50 50 40 40 M 1a 30 M 4a fc, MPa fc, MPa 132 M1b 30 M4b 20 20 10 10 0 0 3 3 7 14 28 7 Figura 5.13 - Influência do tipo de cimento em fc dos concretos com a/c=0,65 90 Figura 5.14 - Influência do tipo de cimento em fc dos concretos com a/c=0,60 60 60 50 50 40 40 M1c 30 M4c fc, MPa fc, MPa 28 idade, dias idade, dias M1d 30 20 20 10 10 M4d 0 0 3 7 14 28 3 90 7 14 28 90 idade, dias idade, dias Figura 5.15 - Influência do tipo de cimento em fc dos concretos com a/c=0,55 Figura 5.16 - Influência do cimento em fc dos concretos com a/c=0,50 60 60 50 50 40 M1e 30 M4e fc, MPa 40 fc, MPa 14 90 M1f 30 20 20 10 10 M4f 0 0 3 7 14 28 90 3 7 14 28 90 idade, dias idade, dias Figura 5.17 - Influência do tipo de cimento em fc dos concretos com a/c=0,45 Figura 5.18 - Influência do tipo de cimento em fc dos concretos com a/c=0,40 133 5.1.4. - Influência do tipo de cura As relações entre as resistências à compressão obtidas nas idades de 14 dias, 28 dias e 90 dias para os tipo de cura 1 (úmida até dois dias antes da idade do ensaio) e o tipo de cura 2 (úmida por 7 dias e condições do laboratório posteriormente) encontram-se na tabela 5.1. Observa-se que para as séries M1, M2, M3, M4 e M5 as relações obtidas variam de 0,86 a 1,12, 0,82 a 1,06, 0,85 a 1,14, 0,85 a 1,14 e 0,87 a 1,16, respectivamente. Em todas as séries, as relações médias aproximam-se mais de 1. As maiores diferenças entre as resistências para as séries M1, M2, M3 , M4 e M5 são de 5%, 8%, 4%, 4% e 3% , respectivamente. Devido ao fato de que, em ambos os tipos de cura, os corpos de prova permaneceram imersos em água por um período de 7 dias, quando as reações de hidratação do cimento são mais intensas, não se obtiveram diferenças significativas nas resistências à compressão. 134 Tabela 5.1 – Relações entre as resistências dos concretos submetidos aos tipos de cura 1 e 2 fcj,1/fcj,2 Composições 14 dias 28 dias 90 dias M1a 1,116 0,942 0,982 M1b 0,861 1,094 0,941 M1c 1,104 0,976 0,887 M1d 0,905 0,937 0,954 M1e 1,043 0,872 0,937 M1f Média 0,879 0,985 0,916 0,956 1,011 0,952 M2a 0,887 0,892 0,923 M2b 1,030 0,957 1,007 M2c 1,059 0,968 1,022 M2d 0,824 0,906 0,889 M2e 0,893 0,930 0,933 M2f Média 0,866 0,927 0,848 0,917 0,987 0,960 M3a 0,961 1,137 1,000 M3b 1,025 1,075 0,994 M3c 1,025 0,924 0,978 M3d 0,946 1,014 1,055 M3e 0,955 1,059 1,047 M3f Média 0,852 0,961 0,960 1,028 0,928 1,000 M4a 0,992 0,914 0,932 M4b 0,954 1,021 0,902 M4c 0,945 0,940 1,206 M4d 1,003 1,022 1,041 M4e 0,923 0,902 1,021 M4f Média 0,914 0,955 0,948 0,958 0,917 1,003 M5a 0,867 0,975 0,920 M5b 1,034 1,011 0,959 M5c 0,892 1,038 1,000 M5d 1,163 0,985 1,105 M5e 1,121 0,823 0,867 M5f Média 1,075 1,025 1,005 0,973 1,062 0,985 135 5.1.5. – Análise estatística Na tabela 5.2 encontram-se os dados da análise de variância: valores de F(calculado e tabelado) e p. O nível de significância adotado é de 0,05. Tabela 5.2 – Valores obtidos na análise estatística dos resultados do ensaio de resistência à compressão Parâmetro variado Agregado-Traquito M1 e M3 F calculado F tabelado p 3,40 4,03 0,071 61,85 4,03 2,7 x 10-10 2,59 4,03 0,114 7,01 4,03 0,011 Agregado – Argila expandida M1 e M5 Dmáx. M1 e M2 Tipo de cimento M1 e M4 Como quando o valor F calculado é maior que o tabelado, e o valor de p é menor que o nível de significância adotado, há influência do parâmetro variado na grandeza em análise, pode-se concluir que o agregado leve e o tipo de cimento influenciam de maneira significativa a resistência à compressão, mas não a Dmáx. e o tipo de agregado graúdo britado. 5.2. – VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS ULTRA-SÔNICAS 5.2.1. – Influência do tipo de agregado graúdo De acordo com o que foi visto no capítulo 3, o agregado exerce um influência significativa neste ensaio, pois este é o componente que ocupa cerca de 60% a 80% do volume total do concreto e o tempo de propagação das ondas no concreto é a soma dos tempos de propagação na pasta e no agregado. 136 A velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas relaciona-se principalmente com as propriedades elásticas e massa específica do concreto, e para diferentes tipos de rochas são obtidas diferentes velocidades de propagação (Chung e Law, 1983). Nas figuras 5.19 a 5.24 comparam-se as velocidades obtidas nas séries do concreto leve (M5) e nas duas séries de concreto convencional (M1 e M3) com agregado de Dmáx=19 mm. Os concretos destas três séries têm o mesmo volume de agregado graúdo, variando-se a relação água/cimento, o volume de areia e o volume de cimento. Entre as séries dos concretos com agregados de gnaisse e de traquito observa-se que as diferenças variam de 1% a 6%. A maior diferença é vista entre a série feita de concreto com agregado graúdo de argila expandida e as outras duas, sendo a velocidade cerca de 13% a 20% menor nos concretos leves. Os agregados graúdos de gnaisse e de traquito são de tipos de rochas diferentes: granito e felsito, respectivamente, mas não diferem muito quanto às massas específicas que são de 2,72 kg/dm3 para o gnaisse e 2,65 kg/dm3 para o traquito. 137 5 5 4 ,8 4 ,8 4 ,6 4 ,6 4 ,4 4 ,2 M 1a 4 M 3a 3 ,8 M 5a V, km/s V, km/s 4 ,4 4 ,2 M 1b 4 M 3b 3 ,8 M 5b 3 ,6 3 ,6 3 ,4 3 ,4 3 ,2 3 ,2 3 3 3 7 14 28 3 90 7 14 28 90 id ad e, d ias id ad e, d ias Figura 5.19 - Influência do tipo de agregado Figura 5.20 - Influência do tipo de agregado em V dos concretos com a/c=0,60 em V dos concretos com a/c=0,65 5 5 4 ,8 4 ,8 4 ,6 4 ,6 4 ,4 4 ,2 M 1c 4 M 3c 3 ,8 M 5c V, km/s V, km/s 4 ,4 4 ,2 M 1d 4 M 3d 3 ,8 M 5d 3 ,6 3 ,6 3 ,4 3 ,4 3 ,2 3 ,2 3 3 3 7 14 28 3 90 7 14 28 90 id ad e, d ias id a d e , d ia s Figura 5.21 - Influência do tipo de agregado Figura 5.22- Influência do tipo de agregado em V dos concretos com a/c=0,50 em V dos concretos com a/c=0,55 5 5 4 ,8 4,8 4 ,6 4,6 4,4 4 ,2 M 1e 4 M 3e 3 ,8 M 5e V, km/s V, km/s 4 ,4 4,2 M1f 4 M3f 3,8 M5f 3 ,6 3,6 3 ,4 3,4 3 ,2 3,2 3 3 3 7 14 id ad e, d ias 28 90 3 7 14 28 90 idade, dias Figura 5.23 - Influência do tipo de agregado Figura 5.24 - Influência do tipo de agregado em V dos concretos com a/c=0,60 em V dos concretos com a/c=0,65 138 5.2.2. - Influência da dimensão máxima do agregado graúdo Ao analisar a influência de Dmáx do agregado graúdo deve-se ressaltar que a proporção deste nas séries M1 e M2 é mantida constante. Em alguns estudos vistos no capítulo 3, ao alterar Dmáx , altera-se também a proporção do agregado graúdo no concreto, e assim a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas pode ser maior se há uma maior quantidade de agregado e não pelo fato deste ter maior Dmáx. Nas figuras 5.25 a 5.30 pode ser visto que a série M1 (Dmáx=19mm), apresentou velocidades de propagação maiores, cerca de 2,5% a 11%, do que a série M2 (Dmáx=9,5mm). 5 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4 3,2 3 M 1a M 2a 3 7 14 28 V, km/s V, km/s 139 5 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4 3,2 3 90 M 1b M 2b 3 7 idade, dias 14 28 90 idade, dias 5 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4 3,2 3 M1c M2c 3 7 14 28 V, km/s V, km/s Figura 5.25 - Influência do Dmáx do agregado Figura 5.26 - Influência do Dmáx do agregado em V dos concretos com a/c=0,65 em V dos concretos com a/c=0,60 5 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4 3,2 3 90 M1d M2d 3 7 idade, dias 14 28 90 idade, dias Figura 5.27 - Influência do Dmáx do agregado Figura 5.28 - Influência do Dmáx do agregado em V dos concretos com a/c=0,55 em V dos concretos com a/c=0,50 M1e 4 M2e 3,8 3,6 3,4 3,2 3 3 7 14 idade, dias 28 90 V, km/s V, km/s 5 4,8 4,6 4,4 4,2 5 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4 3,2 3 M1f M2f 3 7 14 28 90 idade, dias Figura 5.29 - Influência do Dmáx do agregado Figura 5.30 - Influência do Dmáx do agregado em V dos concretos com a/c=0,50 em V dos concretos com a/c=0,50 140 5.2.3. - Influência do tipo de cimento Alguns estudos apresentados no capítulo 3 indicam que o tipo de cimento influencia a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas principalmente nas primeiras 24 h. Nas figuras 5.31 a 5.36 não se observa grande diferença entre os valores de V dos concretos das séries M1 (CP III) e M4 (CP V), mas eles foram ensaiados com idade igual ou maior a 3 dias. De um modo geral, a série M4 apresentou velocidades um pouco maiores (cerca de 5%). 5 4,8 5 4,8 4,6 4,4 4,2 4,6 4,4 M1a 4 3,8 3,6 3,4 M4a V, km/s V, km/s 141 4,2 4 3,8 M1b M4b 3,6 3,4 3,2 3 3,2 3 3 7 14 28 90 3 7 idade, dias 14 28 90 idade , dias 5 5 4,8 4,8 4,6 4,6 4,4 4,4 4,2 M1c 4 M4c 3,8 V, km/s V, km/s Figura 5.31 - Influência do tipo de cimento Figura 5.32 - Influência do tipo de cimento em V dos concretos com a/c=0,65 em V dos concretos com a/c=0,60 4,2 M4d 3,8 3,6 3,6 3,4 3,4 3,2 3,2 3 M1d 4 3 3 7 14 28 90 3 7 idade, dias 14 28 90 idade, dias Figura 5.33 - Influência do tipo de cimento Figura 5.34 - Influência do tipo de cimento em V dos concretos com a/c=0,55 em V dos concretos com a/c=0,50 5 4,8 4,6 4,2 M1e 4 M4e 3,8 3,6 3,4 3,2 3 3 7 14 idade, dias 28 90 V, km/s V, km/s 4,4 5 4,8 4,6 4,4 4,2 M1f 4 3,8 3,6 3,4 3,2 3 M4f 3 7 14 28 90 idade, dias Figura 5.35 - Influência do tipo de cimento Figura 5.36 - Influência do tipo de cimento em V dos concretos com a/c=0,45 em V dos concretos com a/c=0,40 142 5.2.4. - Influência do tipo de cura Sturrup et al (1982) citam que Kaplan, comparando os resultados de concretos curados em condições normalizadas e no local da obra, verificou que para uma mesma resistência a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas obtida no concreto em condições de cura normalizadas foi maior do que no concreto exposto ao meio ambiente. Com relação à umidade do concreto na ocasião do ensaio de ultra-som, de um modo geral, a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas é maior nos concreto úmidos do que nos secos, pois a velocidade de propagação das ondas ultra-sônicas é maior na água no que no ar (Coutinho, 1973 Ohdaira e Masuzawa, 2000, Popovics,2001). A tabela 5.3 apresenta as relações entre os valores de V dos concretos de todas as séries submetidos às duas condições de cura : imersão em água até 48 h antes da idade do ensaio (cura 1) e imersão em água até a idade de 7 dias, seguida de exposição ao ar no interior do laboratório até a idade do ensaio (cura 2). Não se constatam diferenças significativas entre os resultados dos concretos submetidos às duas condições de cura, possivelmente devido à permanência dos corpos de prova fora da água por 48 horas antes do ensaio no caso da cura 1. 143 Tabela 5.3 – Relações entre valores de Vj dos concretos submetidos aos 2 tipos de cura. Relação Vj,1/Vj,2 Composições 14 dias 28 dias 90 dias M1a 1,000 0,986 1,007 M1b 1,005 1,002 0,996 M1c 0,998 1,000 1,016 M1d 0,989 1,002 0,996 M1e 0,989 0,989 0,998 M1f Média 1,000 0,997 1,000 0,997 1,027 1,006 M2a 0,990 0,993 1,000 M2b 0,993 0,995 0,991 M2c 0,984 1,000 1,002 M2d 0,998 0,995 1,000 M2e 1,002 0,993 1,002 M2f Média 1,000 0,994 0,993 0,995 0,982 0,996 M3a 0,986 0,995 1,007 M3b 0,991 1,000 1,016 M3c 0,986 0,982 0,996 M3d 1,007 1,018 1,011 M3e 0,993 0,993 1,002 M3f Média 0,987 0,992 0,991 0,997 1,007 1,006 M4a 1,002 1,014 1,033 M4b 0,998 1,035 1,032 M4c 0,995 0,991 1,022 M4d 1,012 1,000 1,032 M4e 1,000 1,009 1,031 M4f Média 0,989 0,999 0,983 1,005 1,011 1,027 M5a 0,992 0,997 0,989 M5b 1,008 0,995 0,995 M5c 0,995 1,003 0,992 M5d 1,005 0,992 1,024 M5e 0,992 1,013 0,990 M5f Média 0,995 0,998 1,015 1,002 1,013 1,000 144 5.2.5. – Análise estatística Na tabela 5.4 encontram-se os dados da análise de variância: valores de F(calculado e tabelado) e de p. O nível de significância adotado é de 0,05. Tabela 5.4 – Resultados obtidos na análise estatística dos valores de V.P.U.S. Parâmetro variado Agregado-Traquito M1 e M3 F calculado F tabelado p 0,56 4,03 0,458 625,66 4,03 6,27 x 10-30 46,29 4,03 1,22 x 10-08 0,55 4,03 0,459 Agregado – Argila expandida M1 e M5 Dmáx. M1 e M2 Tipo de cimento M1 e M4 Observando a tabela 5.4 verifica-se que o agregado leve e o Dmáx do agregado graúdo influenciam de maneira significativa a velocidade de propagação do som, mas não os tipos de agregado graúdo britado e de cimento. 5.3. – ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO 5.3.1. – Influência do tipo de agregado graúdo Foi visto no capítulo 3 (item 3.2.5.3) que podem ser obtidos índices esclerométricos diferentes em concretos de mesma fc, dependendo do tipo do agregado graúdo. As figuras 5.37 a 5.42 apresentam os valores dos índices esclerométricos obtidos nos concretos feitos com brita de gnaisse, brita de traquito e argila expandida, séries M1, M3 e M5, respectivamente. Observa-se que, de um modo geral, a série M1 apresenta índices cerca de 5% a 58% maiores do que M3 e que a diferença é maior na idade de 3 dias para concretos com menores valores de a/c. 145 As menores diferenças entre as três séries ocorrem nos concretos com relação a/c=0,65 e as maiores diferenças entre concretos convencionais e concreto leve ocorrem para os concretos com relação a/c =0,40. 146 45 45 40 40 35 M1a 30 M3a 25 I.E. I.E. 35 M5a M3b 25 20 20 15 15 10 M1b 30 M5b 10 3 7 14 28 90 3 7 idade, dias 14 28 90 idade, dias Figura 5.37- Influência do tipo de agregado Figura 5.38- Influência do tipo de agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,65 no I.E. dos concretos com a/c=0,60 45 45 40 40 35 M1c 30 M3c 25 I.E. I.E. 35 M5c M3d 25 20 20 15 15 10 M1d 30 M5d 10 3 7 14 28 90 3 7 idade, dias 14 28 90 idade, dias Figura 5.39- Influência do tipo de agregado Figura 5.40- Influência do tipo de agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,55 no I.E. dos concretos com a/c=0,50 45 45 40 40 35 M1e 30 M3e 25 M5e I.E. I.E. 35 M3f 25 20 20 15 15 10 M1f 30 M5f 10 3 7 14 idade , dias 28 90 3 7 14 28 90 idade , dias Figura 5.41- Influência do tipo de agregado Figura 5.42- Influência do tipo de agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,45 no I.E. dos concretos com a/c=0,40 147 5.3.2 - Influência da dimensão máxima do agregado graúdo Conforme visto no item 3.2.5.3., o tipo e a quantidade do agregado graúdo exercem uma influência maior nos valores de I.E. do que a sua dimensão máxima . Nas figuras 5.43 a 5.48 observa-se que, na idade de 3 dias, as diferenças entre os índices esclerométricos são maiores, e para as relações a/c de 0,55, 0,50, 0,45 e 0,40, são cerca de 17% a 30% maior para os concretos da série M1, e para as relações de 0,65 e 0,60 os índices são maiores nos concretos da série M2. Nas demais idades, os índices são maiores ora para série M1 ora para a série M2, variando a diferença de 0% a 10% 148 45 45 40 40 35 35 I.E. M1a M2a 25 30 M1b I.E. 30 M2b 25 20 20 15 15 10 10 3 7 14 28 3 90 7 14 28 90 id a d e , d ia s id a d e , d ia s 45 45 40 40 35 35 30 M1c 25 M2c I.E. I.E. Figura 5.43- Influência do Dmáx. do agregado Figura 5.44- Influência do Dmáx. do agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,60 no I.E. dos concretos com a/c=0,65 30 M1d 25 M2d 20 20 15 15 10 10 3 7 14 28 90 3 7 idade, dias 14 28 90 idade, dias 45 45 40 40 35 35 30 M1e 25 M2e I.E I.E. Figura 5.45- Influência do Dmáx. do agregado Figura 5.46- Influência do Dmáx. do agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,55 no I.E. dos concretos com a/c=0,50 30 M1f 25 M2f 20 20 15 15 10 10 3 7 14 idade, dias 28 90 3 7 14 28 90 id ad e , d ias Figura 5.47- Influência do Dmáx. do agregado Figura 5.48- Influência do Dmáx. do agregado no I.E. dos concretos com a/c=0,40 no I.E. dos concretos com a/c=0,45 149 5.3.3. - Influência do tipo de cimento Mencionou-se no capítulo 3 que as maiores diferenças entre os valores de I.E. de concretos com cimento Portland e concretos com outros cimentos verificam-se quando se usa o cimento aluminoso ou o cimento supersulfatado. Observa-se nas figuras 5.49 a 5.54 que há uma diferença significativa entre os índices esclerométricos obtidos nos concretos da série M1 e da série M4. As diferenças variam de 13% a 70% , sendo os índices esclerométricos mais altos para a série M4. 45 45 40 40 35 35 30 M1a 25 M4a I.E. I.E. 150 30 M1b 25 M4b 20 20 15 15 10 10 3 7 14 28 90 3 7 idade, dias 14 28 90 idade, dias 45 45 40 40 35 35 30 M1c 25 M4c I.E. I.E. Figura 5.49- Influência do tipo de cimento Figura 5.50- Influência do tipo de cimento no I.E. dos concretos com a/c=0,65 no I.E. dos concretos com a/c=0,60 30 M1d 25 M4d 20 20 15 15 10 10 3 7 14 28 90 3 7 idade, dias 14 28 90 idade, dias 45 45 40 40 35 35 30 M1e 25 M4e I.E. I.E. Figura 5.51- Influência do tipo de cimento Figura 5.52- Influência do tipo de cimento no I.E. dos concretos com a/c=0,55 no I.E. dos concretos com a/c=0,50 30 M1f 25 M4f 20 20 15 15 10 10 3 7 14 idade, dias 28 90 3 7 14 28 90 idade, dias Figura 5.53- Influência do tipo de cimento Figura 5.54- Influência do tipo de cimento no I.E. dos concretos com a/c=0,40 no I.E. dos concretos com a/c=0,45 151 5.3.4 - Influência do tipo de cura Na BS1881:Part202 (1986) é citado que deve-se obter novas correlações entre o índice esclerométrico e a resistência à compressão quando há mudança no método de cura. Também foi verificado por outros autores (Bungey, 1989, Tam et al, 1991) que a dureza do concreto na superfície é menor quando esta está molhada do que quando está seca. Para realização destes ensaios, os corpos de prova sob condição de cura úmida, foram retirados 48 horas antes do ensaio, segundo recomendação da norma NM78. As relações entre os índices esclerométricos obtidos em corpos de prova imersos em água até 48 h antes da idade do ensaio (cura 1) e imersos em água até a idade de 7 dias, e depois expostos ao ar no interior do laboratório até a idade do ensaio (cura 2) encontram-se na tabela 5.5. Observa-se que a maior parte dos índices obtidos para a condição de cura tipo 2 foram maiores do que os para a condição de cura 1. Ou seja, para os concretos que permaneceram no mínimo 7 dias expostos ao ambiente do laboratório, os índices esclerométricos foram, em geral, maiores do que nos concretos que permaneceram por 48 horas expostos ao ambiente do laboratório antes dos ensaios. A influência do tipo de cura foi menor para a série de concretos M4, possivelmente devido ao fato de que nas primeiras idades os concretos feitos com CP V alcançam cerca de 90% dos índices obtidos aos 28 dias e aos 90 dias. 152 Tabela 5.5 – Relações entre os valores de I.E.j de concretos submetidos aos dois tipos de cura Relação I.E.j,1/I.E.j,2 Composições 14 dias 28 dias 90 dias M1a 0,75 0,72 0,85 M1b 0,88 0,87 0,85 M1c 0,92 0,97 0,98 M1d 0,97 1,00 1,00 M1e 0,95 0,96 0,96 M1f Média 0,95 0,90 0,89 0,90 0,94 0,93 M2a 0,85 0,82 0,80 M2b 1,00 1,02 1,14 M2c 0,88 0,88 0,85 M2d 0,93 0,92 0,89 M2e 0,96 1,01 0,96 M2f Média 0,89 0,92 0,98 0,94 0,96 0,93 M3a 0,84 0,85 0,87 M3b 1,00 0,87 0,87 M3c 0,92 0,87 0,96 M3d 0,97 0,97 0,93 M3e 0,97 0,97 0,96 M3f Média 1,05 0,96 1,02 0,92 1,03 0,93 M4a 1,01 1,00 0,91 M4b 0,95 1,03 0,96 M4c 0,96 1,00 0,99 M4d 1,06 0,99 0,99 M4e 0,97 0,99 0,99 M4f Média 0,99 0,99 1,06 1,01 1,06 0,99 M5a 1,05 0,85 0,96 M5b 0,95 0,87 0,93 M5c 1,00 0,91 1,00 M5d 0,98 0,96 1,11 M5e 0,89 1,01 0,96 M5f Média 0,93 0,97 0,94 0,92 0,92 0,98 153 5.3.5. – Análise estatística Na tabela 5.6 encontram-se os dados da análise de variância: valores de F(calculado e tabelado) e de p. O nível de significância adotado é de 0,05. Tabela 5.6 – Resultados obtidos na análise estatística dos valores de I.E. Parâmetro variado Agregado-Traquito M1 e M3 F calculado F tabelado p 7,44 4,03 0,009 54,64 4,03 1,46 x 10-09 1,05 4,03 0,310 29,51 4,03 1,64 x 10-06 Agregado – Argila expandida M1 e M5 Dmáx. M1 e M2 Tipo de cimento M1 e M4 Pode ser visto na tabela 5.6 que o tipo de agregado graúdo (britado e leve) e o tipo de cimento influenciam de maneira significativa o I.E. , mas não o Dmáx do agregado graúdo. 5.4. – PENETRAÇÃO DE PINOS De acordo com o que foi visto no capítulo 3, o principal fator influenciador na penetração de pinos no concreto é o tipo e a proporção de agregado graúdo. 5.4.1. – Influência do tipo de agregado graúdo A influência do tipo de agregado pode ser vista nas figuras 5.55 a 5.60, onde são comparados os resultados dos ensaios nas séries M1 (brita de gnaisse) e M3 (brita de traquito). 154 As duas séries de concretos com relação a/c=0,65, 0,60 e 0,55 não apresentaram resistência à penetração na idade de 3 dias. Nesta mesma idade, para as demais relações a/c a série M3 apresentou profundidade de penetração cerca de 17% a 31% maior do que a M1. De um modo geral, a série M1 apresentou valores de Lp próximos ou menores do que a série M3. 60 55 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 M1a M3a Lp, mm Lp, mm 155 50 45 40 35 M1b M3b 30 25 20 15 10 3 7 14 28 90 3 7 idade, dias 14 28 90 idade, dias 60 60 55 55 50 50 45 45 40 35 M1c M3c 30 25 Lp, mm Lp, mm Figura 5.55- Influência do tipo de agregado Figura 5.56- Influência do tipo de agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,65 no valor de Lp dos concretos com a/c=0,60 40 M1d 35 M3d 30 25 20 20 15 15 10 10 3 7 14 28 3 90 7 idade, dias 14 28 90 idade, dias Figura 5.57- Influência do tipo de agregado Figura 5.58- Influência do tipo de agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,55 no valor de Lp dos concretos com a/c=0,50 60 55 50 40 M1e 35 M3e 30 25 20 15 10 3 7 14 idade, dias 28 90 Lp, mm Lp, mm 45 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 M1f M3f 3 7 14 28 90 idade, dias Figura 5.59- Influência do tipo de agregado Figura 5.60- Influência do tipo de agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,45 no valor de Lp dos concretos com a/c=0,40 156 5.4.2. - Influência da dimensão máxima do agregado graúdo A influência da Dmáx do agregado graúdo pode ser observada nas figuras 5.61 a 5.66. Nelas se comparam os valores de Lp dos concretos da série M1, de brita de gnaisse de Dmáx=19mm, e com os dos concretos da série M2, de brita de gnaisse de Dmáx=9,5mm. De um modo geral a série M2 apresentou profundidades de penetração maiores do que a série M1, sendo a diferença de 4% a 38% . Na idade de 3 dias, para os concretos com relação a/c=0,65, 0,60 e 0,55 não houve resistência à penetração em ambas as séries. 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 M1a M2a 3 7 14 28 Lp, mm Lp, mm 157 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 90 M1b M2b 3 7 idade, dias 14 28 90 idade, dias 60 55 50 45 40 60 55 50 M1c 35 30 25 20 15 10 M2c Lp, mm Lp, mm Figura 5.61- Influência da Dmáx. do agregado Figura 5.62- Influência da Dmáx. do agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,65 no valor de Lp dos concretos com a/c=0,60 45 40 35 30 25 M1d M2d 20 15 10 3 7 14 28 90 3 7 idade, dias 14 28 90 idade, dias 60 55 50 60 45 40 35 30 25 45 55 50 M1e M2e Lp, mm Lp, mm Figura 5.63- Influência da Dmáx. do agregado Figura 5.64- Influência da Dmáx. do agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,55 no valor de Lp dos concretos com a/c=0,50 40 M1f 35 M2f 30 25 20 15 10 20 15 10 3 7 14 idade, dias 28 90 3 7 14 28 90 idade, dias Figura 5.65- Influência da Dmáx. do agregado Figura 5.66- Influência da Dmáx. do agregado no valor de Lp dos concretos com a/c=0,45 no valor de Lp dos concretos com a/c=0,40 158 5.4.3. - Influência do tipo de cimento Nas figuras 5.67 a 5.72 observa-se que há uma diferença significativa entre os resultados obtidos para os concretos de cimento diferentes. Nos concretos da série M1 (CP III) a profundidade de penetração foi até 62% maior do que na série M4 (CP V). Na idade de 3 dias, para os concretos com relação a/c=0,65, 0,60 e 0,55 houve resistência à penetração apenas para a série M4. 60 60 55 55 50 50 45 45 40 M1a 35 M4a 30 Lp, mm Lp, mm 159 40 M4b 30 25 25 20 20 15 15 10 M1b 35 10 3 7 14 28 90 3 7 idade, dias 14 28 90 idade , dias 60 60 55 55 50 50 45 45 40 M1c 35 M4c 30 Lp, mm Lp, mm Figura 5.67- Influência do tipo de cimento Figura 5.68- Influência do tipo de cimento no valor de Lp dos concretos com a/c=0,65 no valor de Lp dos concretos com a/c=0,60 40 M1d 35 M4d 30 25 25 20 20 15 15 10 10 3 7 14 28 3 90 7 14 28 90 idade , dias idade , dias 60 60 55 55 50 50 45 45 40 M1e 35 M4e 30 Lp, mm Lp, mm Figura 5.69- Influência do tipo de cimento Figura 5.70- Influência do tipo de cimento no valor de Lp dos concretos com a/c=0,55 no valor de Lp dos concretos com a/c=0,50 40 M1f 35 M4f 30 25 25 20 20 15 15 10 10 3 7 14 idade, dias 28 90 3 7 14 28 90 idade, dias Figura 5.71- Influência do tipo de cimento Figura 5.72- Influência do tipo de cimento no valor de Lp dos concretos com a/c=0,45 no valor de Lp dos concretos com a/c=0,40 160 5.4.5. – Análise estatística Na tabela 5.7 encontram-se os dados da análise de variância: valores de F(calculado e tabelado) e de p. O nível de significância adotado é de 0,05. Tabela 5.7 – Resultados obtidos na análise estatística dos valores de Lp Parâmetro variado F calculado F tabelado p 3,43 4,03 0,070 8,92 4,03 0,004 45,46 4,03 1,52 x 10-08 Agregado-Traquito M1 e M3 Dmáx. M1 e M2 Tipo de cimento M1 e M4 De acordo com os dados da tabela 5.6, o tipo de cimento e o Dmáx do agregado graúdo influenciam significativamente a profundidade de penetração de pinos, o que não ocorre com relação ao tipo de agregado graúdo britado . 5.5 – PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM OS RESULTADOS DOS DIFERENTES ENSAIOS A tabela 5.8 apresenta um resumo das análises estatísticas feitas para cada método de ensaio. Cabe lembrar que nos concretos analisados manteve-se constante o volume de agregado graúdo, parâmetro que também pode ter influência relevante nos resultados. Tabela 5.8 – Parâmetros que influenciam significativamente os resultados dos ensaios realizados V I.E. Lp Parâmetro variado fc Tipo de agregado britado Agregado Leve X Dmáx. Tipo de cimento X * ensaio não realizado X X X X X * X X 161 5.6 – RELAÇÕES ENTRE AS GRANDEZAS MEDIDAS NOS ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS E A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO Foi observado anteriormente que alguns fatores influenciam de maneira significativa a resistência à compressão mas não influenciam os resultados dos ensaios não destrutivos, ou vice-versa (tabela 5.8). A seguir são feitas análises visando verificar que parâmetros têm influência relevante nas correlações entre fc e V, I.E. e Lp e que tipo de curvas melhor representam estas correlações. A tabela 5.9 apresenta os coeficientes de determinação obtidos num estudo que objetivou determinar qual o melhor tipo de curva para relacionar fc com V, I.E. ou Lp. No anexo V encontra-se os resultados do estudo de intervalos de confiança feitos para as séries M1, M2, M3, M4 e M5, para o conjunto de dados das séries M1, M2 e M3, e das séries M1, M2, M3 e M4. Tabela 5.9 – Coeficientes de determinação (r2) obtidos no estudo de regressão dos dados das séries M1, M2, M3, M4, e M5 Relações fc x V fc x I.E. fc x Lp Tipo de curva Linear Potência Exponencial Polinômio º (2 grau) Logarítmica Linear Potência Exponencial Polinômio º (2 grau) Logarítmica Linear Potência Exponencial Polinômio (2º grau) Logarítmica M1 0,61 0,69* 0,69* M2 0,85 0,95 0,96* r2 M3 0,76 0,91 0,92* 0,64 0,94 0,83 0,83* 0,90* 0,60 0,75 0,82 0,86 0,83 0,88 0,90* 0,88 0,74 0,85* 0,78 0,75 0,72 0,88 0,88 0,88 0,89 0,88 0,90* 0,86 0,89* 0,89 0,85* 0,89* 0,88 0,68 0,81 0,86 0,85 0,88 0,83 0,76 0,79 0,85* 0,83* 0,76 0,79 0,87 0,57 0,60* 0,60* 0,88 - 0,88* 0,84* 0,83* 0,58 - 0,58 - 0,85 0,81 0,82 *Maiores coeficientes de determinação de cada série M4 0,74 0,77 0,78 M5 0,88 0,85 0,84 162 Segundo a tabela 5.9, para a relação entre fc e V, as curvas que melhor se ajustaram aos dados experimentais são as de potência e exponencial. Estas foram as propostas por alguns autores (Elvery e Ibrahim, 1976, Teodoru, 1988, Almeida, 1993, Pascale et al, 2000), como mostra a tabela 5.10, mas o ajuste linear também foi indicado por alguns pesquisadores (Yun et al, 1988, Gonçalves, 1995, Shoshiroda e Voroputhaporn, 1999, Phonn et al, 1999, Qasrawi, 2000). Segundo a RILEM NDT (1972), as curvas mais utilizadas para essa relação são : potência , exponencial e polinômio do 2º grau (ver Capítulo 3, item 3.1.6) . Tabela 5.10 – Equações de outros autores para correlação entre fc e V Autor Equação* Ravindrajah e Tam(1988) f c = 0,060e1,44V f c = 0,0133V Almeida (1993) 5,5430 f c = 0,011V 5,654 Gonçalves** (1995) f c = 0,02V − 65,4 Qasrawi (2000) f c = 36,72V − 129,077 Soshiroda e Voraputhaporn (1999) f c 28 = 44,52V1 − 126,83 Phoon (1999) f c = 124,4V − 587,0 + ε et al f c 28 = 54,18V28 − 206,27 fc (MPa) Corpo de prova 15,0 a75,0 Cubo 100mm 40,1 a 120,3 Cubo 150mm 18,0 a 42,0 Testemunho 70mmx70mm 6,0 a 42,0 Cubo 150mm 20,0 a 65,0 Cubo 150mm 35,0 , 55,0 e 75,0 Cubo 150mm Pascale et al** (2000) Elvery e Ibrahim(1976) f c = 10 −28 V 8.1272 Teodoru (1988) f c = 0,0259e1,612V 2,0 a 24,0 f c = 0,329V − 1065 Testemunho 5,0 a 30,0 150mmx300m m Yun et (1988) al f c = 0,0012e 2,27V ± 6,4 30,0 a 150,0 15,0 a 60,0 Cubo 150mm Cubo 100 mm - Tipo de agregado granito (Dmáx=20mm) OBS ª 1 e 2ª etapas granito (Dmáx=25mm) de ensaio Idade – 28 dias a 3 meses Cura ao diversos ar V1–em 1 dia seixo V28–aos 28 dias ensaio granito aos 28 (Dmáx=20mm) dias Calcário (Dmáx=15mm) Seixo (Dmáx=19mm) ensaio aos 28 dias Seixo (Dmáx=25mm e Dmáx=40mm) * fc em MPa e V em km/s , ** fc em MPa e V em m/s Para a relação entre fc e I.E. os maiores coeficientes de determinação foram obtidos para os tipos de curva linear, polinômio do 2ºgrau, logarítimica e potência. Na 163 tabela 5.11 vê-se que curvas dos tipos linear, potência e exponencial foram propostas anteriormente. Tabela 5.11– Equações de outros autores para correlação entre fc e IE Autor Ravindrajah e Tam(1988) Equação* f c = 7,25e 0,08 IE f c = 1,0407 IE Almeida (1993) fc (MPa) Corpo de prova 15,0 a75,0 Cubo 100mm 1,1546 f c = 1,041IE 1,155 40,1 a 120,3 Cubo 150mm Gonçalves (1995) f c = 1,73IE − 34,3 18,0 a 42,0 Testemunho 70mmx70mm Pascale et al (2000) Qasrawi (2000) f c = 0,000135IE 3,4424 30,0 a 150,0 Cubo 150mm f c = 1,353IE − 17,393 6,0 a 42,0 Cubo 150mm Soshiroda e Voraputhaporn (1999) f c 28 = 1,61IE3 − 1,37 f c 28 = 1,47 IE 28 − 16,85 Proceq-Digi Schimdt Lima e Silva (2000) 20,0 a 65,0 Cubo 150mm fc14−56 = 1,398IE14−56 − 20,171 25,1 a 33,1 Cubo 200mm f c = 0,0501IE 1,8428 25,1 a 33,1 Cilindro f c 7 = 1,4553IE 7 − 22,817 Tipo de agregado granito (Dmáx=20mm) OBS ª 1 e 2ª etapas granito (Dmáx=25mm) de ensaio Idade – 28 dias a 3 meses Calcário (Dmáx=15mm) diversos IE3–em 3 dias Seixo IE 28–aos 28 dias Seixo 7 dias (Dmáx=32mm) 14 dias a 56 dias. brita 0 e brita1 * fc em MPa A curva polinomial do 2º grau foi a que apresentou os maiores coeficientes de determinação para a correlação entre fc e Lp. Na tabela 5.12 verifica-se que os autores que utilizaram o mesmo equipamento de ensaio (pistola Walsyva) adotado neste trabalho sugeriram uma reta ou um polinômio do 2º grau para essa relação. 164 Tabela 5.12 – Equações de outros autores para correlação entre fc e Lp Autor Equação* Corpo de Tipo de prova agregado fc (MPa) Vieira(1978) fc = −0,7294L p + 41,231 7,0 a 38,5 Cilindro - Danielleto(1986) f c = 0,08L2p − 7,80L p + 187,53 14,8 a 53,1 Cilindro gnaisse *fc em MPa e Lp em mm Para uma melhor comparação entre as séries investigadas, adota-se o tipo de curva que apresentou maior coeficiente de determinação na maioria das séries. Desta forma, para a correlação entre fc e V para todas as séries é usado o tipo de curva exponencial. No caso da correlação entre fc e I.E., e fc e Lp a curva polinomial do 2º grau foi a que apresentou maior coeficiente de determinação na maioria das séries, porém nas séries M2 e M3 a concavidade das curvas ficou oposta à da curva da série M1, dificultando a comparação entre elas. Assim, optou-se por uma relação linear entre fc e Lp e por uma potência para a relação entre fc e I.E., cujos coeficientes de determinação eram os maiores para a maioria das séries depois dos obtidos no ajuste do polinômio do 2º grau. A título de exemplo, no anexo V, as figuras V.1 a V.4 mostram os intervalos de confiança, para nível de significância de 95%, das relações lineares entre fc e Lp obtidas para as diferentes séries de concreto. 5.6.1.- Correlações entre resistência à compressão e velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas Nos itens 5.1.5 e 5.2.5 foi visto que o tipo de cimento e o agregado leve influenciam os resultados da resistência à compressão, e que a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas é influenciada pelo agregado leve e Dmáx. do 165 agregado graúdo. Na figuras 5.73 a 5.75 são apresentadas as correlações para diferentes grupos de séries de concreto para que se verifique a influência dos fatores estudados na correlação entre fc e V. A figura 5.73 apresenta as correlações das séries M1, M3 e M5. Nela pode ser constatada a diferença entre as correlações para os concretos de agregado leve e as para os de concreto com agregado britado, esta diferença é de 100%. Entre as séries com agregados britados a maior diferença é cerca de 13%. O que é mostrado na figura 5.73 está de acordo com o que foi verificado por outros autores (Chung e Law, 1983, Sturrup et al, 1984). A influência da dimensão máxima do agregado graúdo pode ser vista nas correlações das séries M1 e M2 mostradas na figura 5.74. Neste caso, para uma determinada velocidade, a resistência estimada poderia ser aproximadamente 25% maior se fosse empregada a correlação da série M2 para a série M1. Alguns autores (Tomsett, 1980, Sturrup et al, 1984, Nogueira e Willan, 2001) também verificaram que, para uma dada resistência, a V é maior em concretos de maior Dmáx.. Na figura 5.75 podem ser observadas diferenças de até 83% entre correlações obtidas nas série M1 e M4. Numa faixa de 3,9 km/s a 4,6 km/s, para uma determinada velocidade, a resistência obtida pela curva da série M1 é menor do que a obtida pela curva da M4. 166 60 50 M1 fc, MPa 40 M3 M5 30 Expon. (M1) Expon. (M3) 20 Expon. (M5) 10 0 3 3,2 3,4 3,6 3,8 4 4,2 4,4 4,6 4,8 5 V, km/s Figura 5.73– Correlações entre fc e V para as séries M1 , M3 e M5 60 50 fc, MPa 40 M1 M2 30 Expon. (M2) Expon. (M1) 20 10 0 3 3,2 3,4 3,6 3,8 4 4,2 4,4 4,6 4,8 5 V, km/s Figura 5.74– Correlações entre fc e V para as séries M1 e M2 60 50 fc, MPa 40 M1 M4 30 Expon. (M1) Expon. (M4) 20 10 0 3 3,2 3,4 3,6 3,8 4 4,2 4,4 4,6 4,8 V, km/s Figura 5.75–Correlações entre fc e V para as séries M1 e M4 167 A influência do tipo de cimento na relação entre fc e V foi verificada neste estudo usando-se o CP III e o CP V. Outros autores (Elvery e Ibrahim, 1976, Sturrup et al 1984) constaram esta diferença entre concretos com cimento Portland ASTM tipo I (cimento Portland Comum) e o Portland ASTM tipo III (Cimento Portland de Alta Resistência Inicial). Neste caso, para uma dada velocidade, a resistência menor é dada pela curva de concretos com cimento tipo I. As equações obtidas para as correlações encontram-se na tabela 5.13. Na figura 5.76 apresentam-se as curvas de correlação entre resistência à compressão e velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas obtidas por outros autores (Elvery e Ibrahim, 1976, Ravindrajah e Tam, 1988, Almeida, 1993, Pascale et al, 2000) juntamente com as deste trabalho. Estes autores usaram corpos de prova submetidos à condição de cura normalizada e os ensaios foram feitos em diferentes idades. Nas equações onde a resistência à compressão é obtida em cubos, para o traçado dos gráficos, foi feita a conversão para resistência em cilindros admitindo-se relação entre a cilindros e a de cubos igual a 0,85. Tabela 5.13 – Equações propostas para relacionar fc com V Série Equação* r2 M1 f c = (0,0025)e 2,138V 0,69 M2 f c = (0,0124)e1,8146V 0,96 M3 f c = (0,0031)e 2,062V 0,92 M4 f c = (0,1913)e1,1938V 0,78 M5 f c = (0,0768)e1,4343V 0,84 *fc em MPa e V em km/s Nas séries estudadas, verificou-se que na correlação entre resistência à compressão e velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas os fatores que mais influenciam são 168 a) a massa específica do agregado graúdo, pois as maiores diferenças estão entre concretos leves e convencionais b) o tipo de cimento Na figura 5.76 verifica-se que as correlações entre fc e V variam muito entre si e que algumas delas são bem diferentes das mostradas pelos resultados dos ensaios deste trabalho, principalmente a proposta para concretos de alta resistência (Almeida, 1993) . Figura 5.76 – Comparações de correlações entre fc e V propostas neste trabalho e as de outros autores. 169 5.6.2.- Correlações entre resistência à compressão e índice esclerométrico A influência do tipo de agregado na correlação pode ser verificada na figura 5.77. Observa-se que maiores diferenças ocorrem entre as curvas das série feitas com concreto convencional e a do concreto leve. Na figura 5.78 podem ser vistas as correlações para as séries M1 e M2 com diferentes valores de Dmáx., onde não se constata uma influência significativa deste parâmetro na correlação. Nas correlações para as séries M1 e M4 mostradas na figura 5.79 nota-se que, com o aumento da resistência à compressão a diferença entre as curvas para concretos com CP III e CP V passa a ser maior. As correlações feitas neste trabalho são válidas para o esclerômetro do tipo ND, com energia de percussão de 2,207 Nm. 170 60 50 M1 fc, MPa 40 M3 M5 30 Potência (M1) Potência (M3) 20 Potência (M5) 10 0 10 15 20 25 30 35 40 45 I.E. Figura 5.77– Correlações entre fc e I.E. para as séries M1, M3 e M5 60 50 fc, MPa 40 M1 M2 30 Potência (M1) Potência (M2) 20 10 0 10 15 20 25 30 35 40 45 I.E. Figura 5.78– Correlações entre fc e I.E. para as séries M1 e M2 60 50 40 M1 M4 30 Potência (M1) Potência (M4) 20 10 0 10 15 20 25 30 35 40 45 Figura 5.79 – Relação entre fc e I.E. para as séries M1 e M4 171 As equações obtidas para correlacionar fc com I.E. encontram-se na tabela 5.14. Na figura 5.80 estas curvas serão comparadas com as encontradas por outros autores (Ravindrajah e Tam, 1988, Almeida, 1993, Pascale et al, 2000, Lima e Silva, 2000) e com a do fabricante do esclerômetro (Proceq Dig Schimdt). Tablela 5.14 – Equações propostas para relacionar fc e I.E. Série Equação r2 M1 f c = 0,033IE 2,02 0,82 M2 f c = 0,007 IE 2, 477 0,90 M3 f c = 0,0252 IE 2,128 0,78 M4 f c = 0,046 IE1,888 0,88 M5 f c = 0,1339 IE1,5404 0,90 Nas séries estudadas verificou-se que na correlação entre fc e I.E os fatores que que influenciam significativamente são : a) a massa específica do agregado graúdo b) o tipo de cimento Na figura 5.80 observa-se que a curva proposta pelo fabricante (Proceq-Digi Schimdt) leva a resistências à compressão menores do que as obtidas neste trabalho, a não ser no caso da série M5 (concreto leve), para I.E. maior que 30. Entre os autores, as curvas de Lima e Silva (2000) são as que, em geral, mais se aproximam das obtidas neste estudo. As curvas para concretos de alta resistência são as que mais se distanciam das dos demais autores e das deste trabalho. 172 Figura 5.80 – Comparações de correlações entre fc e I.E. propostas neste trabalho e as de outros autores 5.6.3.- Correlação entre resistência à compressão e a penetração do pino Na figura 5.81 verifica-se que praticamente não há diferença entre as curvas das séries M1 e M3. Com relação ao Dmáx. , observa-se na figura 5.82 que as diferenças diminuem com o aumento da resistência à compressão. Nas correlações para as séries M1 e M4 da figura 5.83 verifica-se uma diferença significativa entre as duas curvas (de até cerca de 57% em fc). 173 60 50 fc, MPa 40 M1 M3 30 Linear (M1) Linear (M3) 20 10 0 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Lp, mm Figura 5.81– Correlações entre fc e Lp para as séries M1 e M3 60 50 fc, MPa 40 M1 M2 30 Linear (M1) Linear (M2) 20 10 0 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Lp, mm Figura 5.82 – Correlações entre fc e Lp para as séries M1 e M2 60 50 fc, MPa 40 M1 M4 30 Linear (M1) Linear (M4) 20 10 0 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Lp, mm Figura 5.83 – Correlações entre fc e Lp para as séries M1 e M4 174 As equações obtidas para as correlações entre a resistência e a V encontramse na tabela 5.15. Na figura 5.84 encontram-se estas equações e as obtidas por outros autores (ver tabela 5.12) Tablela 5.15 – Equações propostas para relacionar fc com Lp Série Equação r2 M1 f c = −1,505L p + 92,05 0,81 M2 f c = −1,287 L p + 85,11 0,83 M3 f c = −1,303L p + 83,31 0,83 M4 f c = −2,059 L p + 103,05 0,57 Entre as séries estudadas verificou-se que na correlação entre resistência à compressão e Lp o fator que mais influencia é o tipo de cimento. Na figura 5.84 verifica-se que os resultados deste trabalho mostram tendências de correlação diferenciadas para os concretos com diferentes tipos de cimento. As duas curvas de correlação propostas anteriormente levam a menores resistências à compressão que as experimentais obtidas neste trabalho. 175 Figura 5.84 – Comparações de correlações entre fc e Lp propostas neste trabalho e as de outros autores. 176 5.6.4.- Correlação entre resistência à compressão e a maturidade De acordo com Coutinho e Gonçalves (1994), para um determinado concreto parece possível estimar a resistência do concreto, a partir da maturidade, desde que seja previamente estabelecida uma relação entre fc e M para as mesmas condições de cura. Parsons e Naik (1985) constataram que as correlações entre fc e M são significativamente diferentes para cada relação a/c, tipo de cimento e temperatura. Assim, as correlações foram feitas para cada concreto e temperatura. As figuras 5.85 a 5.89 apresentam as relações para cada série. Verifica-se que estas relações assemelham-se às obtidas entre resistência à compressão e a idade do concreto até 28 dias. Não foi possível para este ensaio realizar comparações entre as séries M1 e M2; M1, M3 e M5; e M1 e M4, englobando-se todas as relações a/c como feito anteriormente. São mostradas nas figura 5.90 a 5.95, para cada relação a/c, variações nas relações fc -M entre as séries. Em geral, para uma mesma maturidade a resistência obtida é maior para os concretos feitos com CP V (M4), e as menores para os concretos leves. Entre as séries dos concretos com agregados britados e cimento CP III a ordem varia para as diferentes relações a/c, como acontece nas relações entre fc e a idade. 177 60,00 60,00 50,00 50,00 M1a 40,00 M2a 40,00 M1c 30,00 M1d M2b fc, MPa fc, MPa M1b M2c 30,00 M2d M1e 20,00 M2e 20,00 M1f 10,00 M2f 10,00 0,00 0,00 0 5000 0 10000 15000 20000 25000 30000 5000 Maturidade, C x h 10000 15000 20000 25000 30000 Maturidade, C x h Figura 5.85 - Relações entre fc e M para Figura 5.86 - Relações entre fc e M para concretos da série M1 concretos da série M2 60,00 60,00 50,00 50,00 M3a M4a 40,00 M4b M3b M3c 30,00 M3d fc, MPa fc, MPa 40,00 M4c 30,00 M4d M3e 20,00 M3f 10,00 M4e 20,00 M4f 10,00 0,00 0,00 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 0 5000 Maturidade, C x h 10000 15000 20000 25000 30000 Maturidade, C x h Figura 5.87 - Relações entre fc e M para Figura 5.88 - Relações entre fc e M para concretos da série M3 concretos da série M4 60,00 50,00 M5a 40,00 fc, MPa M5b M5c 30,00 M5d M5e 20,00 M5f 10,00 0,00 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 Maturidade, C x h Figura 5.89 - Relações entre fc e M para concretos da série M5 178 60,00 60,00 50,00 50,00 40,00 30,00 M3a M4a fc, MPa M2a fc, MPa 40,00 M1a M5a 20,00 M1b M2b 30,00 M3b M4b M5b 20,00 10,00 10,00 0,00 0,00 0 5000 0 10000 15000 20000 25000 30000 5000 10000 15000 20000 25000 30000 Maturidade, C x h Maturidade, C x h Figura 5.90- Relações entre fc e M para Figura 5.91 - Relações entre fc e M para concretos com relação a/c=0,60 concretos com relação a/c=0,65 60,00 60,00 50,00 50,00 M1c M2c M3c 30,00 M4c 20,00 M1d 40,00 fc, MPa fc, MPa 40,00 M2d 30,00 M3d M4d 20,00 M5c 10,00 M5d 10,00 0,00 0 10000 20000 0,00 30000 0 Maturidade, C x h 5000 10000 15000 20000 25000 30000 Maturidade, C x h Figura 5.92 - Relações entre fc e M para Figura 5.93 - Relações entre fc e M para concretos com relação a/c=0,50 concretos com relação a/c=0,55 60,00 60,00 50,00 50,00 M1e M2e 30,00 M3e M4e 20,00 M1f 40,00 fc, MPa fc, MPa 40,00 M2f M3f 30,00 M4f 20,00 M5f M5e 10,00 10,00 0,00 0,00 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 Maturidade, Cx h 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 Maturidade, Cx h Figura 5.94- Relações entre fc e M para Figura 5.95- Relações entre fc e M para concretos com relação a/c=0,45 concretos com relação a/c=0,40 179 5.6.5.- Considerações gerais De um modo geral, pode-se dizer que os fatores que influenciam de forma relevante as correlações entre fc e V, fc e I.E e fc e Lp são o tipo de cimento e o agregado leve. Agrupando-se os dados de cada série, não foi possível estabelecer correlação entre resistência à compressão e maturidade, verificando-se que é necessário obter correlação específica para cada concreto, independentemente da variável considerada. 180 5.7 – MÉTODOS COMBINADOS Como foi visto no capítulo 3, item 3.6 , o principal objetivo da combinação de métodos de ensaios não destrutivos é aumentar a acurácia da estimativa da resistência à compressão. O coeficiente de determinação obtido na correlação múltipla é maior do que o da regressões simples para as relações entre fc e a grandeza medida no ensaio não destrutivo. Além disto, por meio da combinação, a influência de alguns parâmetros na avaliação de fc pode ser minimizada. Para o estudo da combinação dos métodos as séries M1, M2 e M3 são agrupadas, pois nas correlações simples estas foram a que apresentaram curvas mais próximas. As séries M4 e M5 serão analisadas separadamente, pois o tipo de cimento (CP V) e o agregado leve foram os fatores que influenciaram de forma relevante as correlações entre fc e as grandezas medidas nos ensaios não destrutivos. Os dados da regressão simples feita para o conjunto de dados das séries M1, M2 e M3 encontram-se na tabela 5.16. Tabela 5.16 – Coeficientes de determinação (r2) obtidos no estudo de regressão dos dados das séries M1, M2, M3 agrupados Relações Tipo de curva r2 Linear Potência fc x V Exponencial Polinômio (2º grau) Logarítmica Linear Potência fc x I.E. Exponencial Polinômio (2º grau) Logarítmica Linear Potência fc x Lp Exponencial Polinômio (2º grau) Logarítmica * Maiores coeficientes de determinação 0,647 0,761 0,765* 0,688 0,636 0,806 0,812 0,813 0,835* 0,773 0,809 0,777 0,800 0,815* 0,815* 181 Como exemplo, a figura V.5 do anexo V mostra o intervalo de confiança, para o nível de significância de 95%, da relação polinomial do 2º grau obtida para os dados agrupados das séries M1, M2 e M3. 5.7.1 - Relação entre resistência à compressão, velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas e índice esclerométrico Para o estudo de regressão múltipla foram experimentados tipos de funções sugeridos por vários autores (Samarim e Meynink,1981, Tanigawa et al, 1984, Almeida, 1993, Arioglu et al,2000 , Pascale et al, 2000): a) f c = a + bIE + cV b) f c = aIE V b c a b c c) f c = e IE V d) f c = e (a+bIE +c.V ) e) f c = 1 /(a + bIE + cV ) 4 f) f c = a + bIE + cV onde a, b e c são constantes . Nelas tem-se fc em MPa e V em km/s. A tabela 5.17 apresenta os resultados das regressões múltiplas do conjunto de dados das séries M1, M2 e M3, e também das séries M4 e M5. Observa-se que as seis funções empregadas apresentam coeficientes de determinação (r2) considerados bons pelo critério empírico de Papadakis e Venuat apud Almeida (1993), ou seja, superior a 0,81 (ver anexo II). 182 Tabela 5.17 – Resultados da regressão múltipla para as séries (M1, M2, M3), M4 e M5 Modelos de curva r2 a 0,848 b 0,881 c 0,881 M1, M2 e M3 d 0,890* e 0,869 f 0,854 a 0,888 b 0,902 c 0,902 M4 d 0,906 e 0,918* f 0,890 a 0,922* b 0,888 c 0,888 M5 d 0,885 e 0,842 f 0,916 * Maior coeficiente de determinação Série A -80,17 0,000111 -6,74 -1,55 -0,19 -31,87 -55,021 0,019 -4,007 0,398 0,127 -31,601 -35,95 0,403 0,282 -0,003 0,257 -5,863 B 1,52 1,59 1,60 0,058 -0,002 1,47 1,787 1,499 1,499 0,045 -0,0009 1,664 0,507 0,630 0,386 0,039 -0,0018 0,583 C 15,52 3,25 3,25 0,75 -0,248 0,05 6,999 1,537 1,559 0,406 -0,0156 0,031 11,027 0,769 0,382 0,508 -0,0408 0,0475 O modelo d foi o que apresentou maior coeficiente de determinação (0,890) no conjunto das séries M1, M2 e M3. Para as regressões simples entre fc e V e fc e I.E., o maior coeficiente foi de 0,765 (potência) e 0,834 (polinômio do 2º grau), respectivamente (ver tabela 5.15). Assim, observa-se que o coeficiente de determinação da regressão múltipla é maior do que os das regressões simples. Para as séries M4 e M5 as curvas que melhor se ajustaram aos dados experimentais foram a e e a a, respectivamente. No estudo de regressão simples das séries M4 e M5 os maiores coeficientes de determinação foram de 0,830 e 0,890, e 0,900 e 0,900, respectivamente, para as correlações entre fc e V e fc e I.E., respectivamente. Na combinação dos métodos o maior coeficiente obtido foi de 0,918 para M4 e 0,922 para M5, o que mostra que com ela a estimativa de fc pode ser feita com maior acurácia. 183 A tabela 5.18 apresenta equações para relacionar fc, V e I.E obtidas por outros autores em estudos de regressão múltiplas. Os valores de r2 destas correlações foram maiores do que os obtidos nas regressões simples. Tabela 5.18 – Equações de outros autores para correlação entre fc , V e I.E. Autor Equação* Gonçalves** (1995) f c = 1,22 I .E. + 0,01V − 59,9 IE = e −1,699 + (V ) 1,915 Almeida (1993) Soshiroda e Voraputhaporn (1999) Arioglu et al (2000) + ( fc ) r2 r2 r2 fc x V fc x I.E. fc x VxIE 0,72 0,86 0,94 0,73 0,90 0,95 0,83 0,53 0,92 0,92 0,94 0,92 - - 0,96 0,558 f c28 = 14,60V1 +1,16IE3 − 44,45 f c 28 = 0,63V28 + 1,46 IE 28 − 19,31 f c = 0 ,00153 (IE 3V ) 4 0 , 611 Tanigawa et f = 1,47 IE + 15,9V − 82,2 0,30 0,61 c al (1984) Samarim e f c = 1,24 IE + 0,058V 4 − 24,1 0,76 0,85 Meynink (1981) * fc em MPa e V em km/s, ** fc em MPa e V em m/s 0,88 0,90 As equações que apresentaram os maiores coeficientes de determinação na regressão múltipla feita neste trabalho encontram-se na tabela 5.19. Tabela 5.19 – Equações propostas para relacionar fc com V e I.E. Série Equação* r2 M1, M2 e M3 f c = e ( −1,554+0,0584 IE +0,750V ) 0,890 M4 f c = 1 / (0,127 − 0,0009IE − 0,0156V ) 0,918 M5 f c = −35,95 + 0,507 IE + 11,027V 0,922 *fc em MPa , V em km/s 184 A figura 5.96 apresenta a correlação feita com o conjunto de dados das séries M1, M2 e M3, e as figuras 5.97 e 5.98 as correlações das séries M4 (concreto com CP V) e M5 (concreto leve), respectivamente. Série M1, M2 e M3 fc=exp((-1,554)+(0,0584)*I.E.+(0,750)*V) 12,479 16,533 20,586 24,640 28,694 32,748 36,802 40,856 44,910 48,963 above Figura 5.96–Correlação múltipla entre fc, I.E. e V proposta para as séries M1,M2,M3, de concretos com agregado britado e CP III 185 Série M4 fc=1/(0,127-0,0009*I.E.- 0,0156*V) 27,371 30,414 33,457 36,500 39,542 42,585 45,628 48,671 51,714 54,756 above Figura 5.97 – Correlação múltipla entre fc, I.E. e V proposta para a série M4 de concretos com CP V 186 Série M5 fc=-35,95+0,507*I.E.+11,027*V 9,316 10,659 12,002 13,345 14,688 16,031 17,374 18,717 20,060 21,403 above Figura 5.98 – Correlação múltipla entre fc, I.E. e V proposta para a série M5 de concretos leves Os gráficos das figuras 5.96 a 5.98, em três dimensões, apresentam uma visão do comportamento de fc em função de I.E. e V, mas não são de fácil utilização. Nos gráficos das figuras 5.99 a 5.101, em duas dimensões, se obtém fc de forma direta a partir de I.E. e V. 187 Figura 5.99– Ábacos propostos para estimar a resistência à compressão de concretos convencionais com cimento CP III por meio da combinação de I.E. e V . Figura 5.100– Ábacos propostos para estimar a resistência à compressão de concretos convencionais com cimento CP V por meio da combinação de I.E. e V. 188 Figura 5.101– Ábacos propostos para estimar a resistência à compressão de concretos leves por meio da combinação de I.E. e V. 5.7.2 - Relação entre resistência à compressão, velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas e penetração de pinos Para o estudo de regressão múltipla com dados de fc, V e Lp , foram adotadas também as que foram empregadas no item 5.7.1. : a) f c = a + bL p + cV b) f c = aL p V b c a c c) f c = e L p V b d) f c = e (a +bL p +cV ) e) f c = 1 /(a + bL p + cV ) 4 f) f c = a + bL p + cV 189 onde a, b e c são constantes . Nelas tem-se fc em MPa e V em km/s e Lp em mm. A tabela 5.20 apresenta os resultados da regressão múltipla combinando-se os dados dos ensaios de ultra-som e de penetração de pinos. No conjunto das séries M1, M2 e M3, o modelo de regressão múltipla da equação d foi o que apresentou o maior coeficiente de determinação (0,847). Os coeficientes das regressões simples entre fc e V e fc e Lp, foram de 0,765 (função exponencial) e 0,815 (função logarítimica), respectivamente. Assim, observa-se que com a combinação dos dois métodos há uma melhor correlação para estimativa de fc. Tabela 5.20 – Resultados da regressão múltipla para as séries (M1, M2, M3) e M4 Modelos de curva r2 a 0,828 b 0,846 c 0,846 M1, M2 e M3 d 0,847* e 0,820 f 0,831 a 0,790 b 0,841 c 0,841 M4 d 0,846 e 0,865* f 0,819 * Maior coeficiente de determinação Série A 23,626 30,911 3,431 1,706 0,108 57,281 -76,04 0,502 -0,689 -0,097 0,147 23,778 B -1,062 -1,345 -1,345 -0,035 0,001 -1,028 -0,886 -0,715 -0,715 -0,024 0,0005 -0,809 C 11,697 3,351 3,351 0,713 -0,027 0,044 32,24 4,569 4,569 1,013 0,0306 0,105 Para a série M4 a curva e foi a que melhor se ajustou aos dados experimentais. O coeficiente de determinação de 0,865 da combinação dos métodos foi maior do que o das correlações individuais entre fc e V e fc e Lp, de 0,830 (polinômio do 2º grau) e 0,60 (exponencial e potência), respectivamente. A tabela 5.21 apresenta as equações que apresentaram maiores coeficientes de determinação na regressão múltipla. 190 Tabela 5.21 – Equações propostas para relacionar fc com V e Lp Série Equação* r2 M1, M2 e M3 f c = e(1,706 + 0,035 Lp + 0,713V ) 0,887 M4 f c = 1 / (0,147 − 0,00047Lp − 0,0306V ) 0,865 *fc em MPa , V em km/s e Lp em mm As figuras 5.92 e 5.93 apresentam as correlações para o conjunto de dados das séries M1, M2 e M3 e para a série M4, respectivamente. Séries M1, M2 e M3 fc=exp(1,706-0,0350*Lp+0,713*V) 14,598 18,119 21,639 25,160 28,681 32,201 35,722 39,243 42,764 46,284 above Figura 5.102 – Correlação múltipla entre fc, Lp e V proposta para as séries M1,M2,M3 de concretos de agregado graúdo britado e CP III 191 Série M4 fc=1/(0,147+0,00047*Lp-0,0306*V) 25,775 28,806 31,836 34,867 37,897 40,928 43,958 46,989 50,019 53,050 above Figura 5.103 – Correlação múltipla entre fc, Lp e V proposta para a série M4 de concretos de CP V No ábaco da figura 5.104 pode-se obter fc a partir de Lp e V, para os concretos de agregados graúdos britados e CP III . Os ábacos para os concretos com CP V encontram-se na figura 5.105. 192 Figura 5.104 – Ábacos propostos para estimar a resistência à compressão de concretos convencionais com cimento CP III por meio da combinação de V e Lp . Figura 5.105– Ábacos propostos para estimar a resistência à compressão de concretos convencionais com cimento CP V por meio da combinação de V e Lp . 193 5.7.3 - Relação entre resistência à compressão, índice esclerométrico e penetração de pinos Além das combinações entre fc, V e I.E. e fc , V e Lp , foi feita a de fc, I.E. e Lp. Foram adotadas as expressões de curvas usadas nos itens 5.7.1 e 5.7.2 para verificar quais as que se melhor se ajustam aos dados experimentais : a) f c = a + bL p + cIE b) f c = aL p IE b c a c c) f c = e L p IE b d) f c = e (a+bL p +cIE ) e) f c = 1 /(a + bL p + cIE ) 4 f) f c = a + bL p + cIE onde a, b e c são constantes . Nelas tem-se fc em MPa e Lp em mm. A tabela 5.22 apresenta os resultados da regressão múltipla combinando-se resultados de esclerometria e de penetração de pinos. Para o conjunto das séries M1, M2 e M3, e também para a série M4, a equação de regressão múltipla d foi a que apresentou os maiores coeficientes de determinação, 0,889 e 0,908, respectivamente. 194 Tabela 5.22 – Dados do estudo de regressão múltipla nas séries M1, M2, M3 e M4 – combinação I.E e Lp Modelos de curva r2 a 0,875 b 0,886 c 0,886 M1, M2 e M3 d 0,889* e 0,867 f 0,888 a 0,895 b 0,905 c 0,905 M4 d 0,908* e 0,900 f 0,907 *Maiores coeficientes de determinação Série A 29,847 10,477 2,236 2,929 0,054 46,742 -10,960 0,421 -0,866 2,381 0,056 38,62 B -0,734 -0,924 -0,921 -0,023 0,00069 -0,662 -0,434 -0,416 -0,416 -0,013 0,0004 -0,523 C 1,097 1,333 1,336 0,048 -0,002 0,000015 1,805 1,671 1,671 0,0475 -0,001 0,00001 Os maiores coeficientes das regressões simples dos dados agrupados das séries M1, M2 e M3 entre fc e I.E. e fc e Lp, foram de 0,835 (polinômio do 2º grau) e 0,815 (função logarítimica), respectivamente. Para a série M4 os maiores coeficientes foram de 0,89 (polinômio do 2º grau) e 0,60 (potência e exponencial). As figuras 5.106 e 5.107 apresentam as correlações (em três dimensões) para o conjunto de dados das séries M1, M2 e M3 , e para a série M4, respectivamente. A tabela 5.23 apresenta as equações que apresentaram maiores coeficientes de determinação na regressão múltipla. Tabela 5.23 – Equações propostas para relacionar fc com I.E. e Lp Série Equação* r2 M1, M2 e M3 f c = e( 2,929 + 0,0228 Lp + 0,0485 IE ) 0,889 M4 f c = e( 2,381+ 0,013 Lp + 0,0475 IE ) 0,908 *fc em MPa e Lp em mm 195 Séries M1, M2 e M3 fc=exp(2,929-0,0228*Lp+0,0485*I.E.) 15,420 19,251 23,083 26,914 30,745 34,576 38,408 42,239 46,070 49,901 above Figura 5.106 – Correlação múltipla entre fc, Lp e I.E proposta para as séries M1,M2,M3 de concretos com agregados graúdos britados e CP III 196 Série M4 fc=exp(2,381-0,013*Lp+0,0475*I.E.) 26,704 29,614 32,523 35,433 38,343 41,253 44,163 47,073 49,983 52,893 above Figura 5.107 – Correlação múltipla entre fc, Lp e I.E proposta para a série M4 de concretos com CP V Foram também feitos ábacos para as séries dos concretos convencionais feitos com cimento CP III e para os com CP V (figuras 5.108 e 5.109) para facilitar a estimativa da resistência à compressão. 197 Figura 5.108 – Ábacos propostos para estimar a resistência à compressão de concretos convencionais com cimento CP III por meio da combinação de I.E. e Lp . Figura 5.109– Ábacos propostos para estimar a resistência à compressão de concretos com cimento CP V por meio da combinação de I.E. e Lp. 198 5.7.4 – Considerações gerais Com relação à combinação de métodos de ensaios não destrutivos para estimativa de fc, em geral, pode-se dizer que as combinações levaram a coeficientes de determinação maiores do que os obtidos nas correlações simples. A tabela 5.24 apresenta os maiores coeficientes de determinação obtidos nas regressões simples e na combinação dos métodos. A combinação de fc x V x IE apresentou, para o conjunto das séries M1, M2 e M3, coeficiente de determinação 16% e 6,5 % maior do que os das regressões simples entre fc x V e fc x IE, respectivamente. Esses valores foram 10,5% e 3,1% para a série M4 e 4% e 2,4% para a série M5. Para o conjunto das séries M1, M2 e M3, o coeficiente de determinação da combinação de fc x V x Lp foi 10,7% maior do que o da regressão simples entre fc x V, e 9,1% maior do que o da relação entre fc x Lp. Para a série M4, o coeficiente desta combinação foi 4,2% maior do que o da relação fc x V e 44,1% maior do que o da relação entre fc x Lp. A combinação fc x IE x Lp apresentou, para o conjunto das séries M1, M2 e M3, coeficiente de determinação 6,5% maior do que o da regressão simples entre fc x I.E e 9,1% maior do que o da relação entre fc x Lp. Para a série M4 o coeficiente desta combinação foi 3,1% maior do que o da relação entre fc x IE e 51,1% maior do que o da relação entre fc x Lp. Tabela 5.24 – Maiores coeficientes de determinação obtidos nas regressões simples e nas regressões múltiplas r2 r2 r2 r2 r2 r2 Séries fc x V fc x I.E. fc x Lp fc x V xI.E. fc x V x Lp fc x IE x Lp M1, M2 e M3 0,765 0,835 0,815 0,890 0,847 0,889 M4 0,830 0,890 0,600 0,918 0,865 0,908 M5 0,890 0,900 - 0,922 - - 199 CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS Além de ampla revisão bibliográfica, este trabalho apresenta os resultados de programa experimental que envolveu 30 tipos de concreto feitos com materiais disponíveis no Rio de Janeiro. Nesses concretos procurou-se englobar as principais variáveis que poderiam influenciar a estimativa da resistência à compressão a partir de ensaios não destrutivos. Neles realizaram-se 960 ensaios de resistência à compressão e 960 de ultra-som, 8640 medições de índice esclerométrico, 750 penetrações de pinos e 120 medições de temperatura. Na análise dos parâmetros que influenciam os ensaios de resistência à compressão, da velocidade de propagação de ondas ultra-sônica, do índice esclerométrico e da penetração de pinos constatou-se que nem sempre o fator que influi significativamente na resistência à compressão influencia de maneira relevante a grandeza medida no ensaio não destrutivo e vice-versa. Cabe lembrar que para analisar a influência do tipo e da dimensão máxima do agregado e do tipo de cimento manteve-se constante o volume de agregado graúdo que também poderia influenciar os resultados destes ensaios. Pôde ser visto que a resistência à compressão é influenciada significativamente pelo agregado leve e pelo tipo de cimento; a velocidade de propagação de ondas ultrasônica pelo agregado leve e dimensão máxima do agregado graúdo; o índice esclerométrico pelo tipo de agregado graúdo britado, agregado leve e tipo de cimento; e a profundidade de penetração de pinos pela dimensão máxima do agregado e pelo tipo de cimento. Ao analisar a influência das condições de cura (imersão em água até 48 h antes de cada ensaio e imersão em água até 7 dias) nos resultados dos ensaios realizados observou-se que apenas nos dos ensaio de esclerometria chegou-se a 200 diferenças da ordem de 10%, sendo elas bem menores nos resultados dos demais ensaios. O conhecimento dos fatores que influem nos resultados de cada ensaio permitem melhor interpretar esse resultados e a obtenção de correlações entre a resistência à compressão e a grandeza do ensaio não destrutivo mais confiáveis. Nas análises das correlações entre a resistência à compressão e a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas para as diferentes séries de concreto, verificouse que pode-se adotar um única correlação para concretos de agregados britados e um mesmo tipo de cimento, mas se agregado leve e/ou outro tipo de cimento é usado outra correlação é necessária. As normas NBR 8802 , NM 58 , BS 1881 : Part 203, RILEM NDT1 relatam a influência dos diferentes tipos de agregados e tipos de cimento. Nos concretos estudados, a correlação entre índice esclerométrico e resistência à compressão foi influenciada principalmente pelo agregado leve e tipo de cimento. No entanto, as normas NBR 7584 e NM 78 recomendam correlações diferentes para agregados com composições petrográficas diferentes. Quanto ao tipo de cimento, as normas NBR 7584, NM78, RILEM NDT3 e BS 1881: Part 201 recomendam que diferentes curvas de correlação sejam feitas para diferentes tipos de cimento. Entre os fatores estudados, o tipo de cimento é o que influencia significativamente a correlação entre resistência à compressão e a profundidade de penetração de pinos. Verificou-se que a regressão múltipla aplicada a dados de dois tipos de ensaios não destrutivos levam à estimativa da resistência à compressão com maior acurácia. Embora a combinação mais usada seja a da velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas e índice esclerométrico, as combinações entre velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas e penetração de pinos e índice esclerométrico e penetração de pinos apresentaram coeficientes de determinação próximos ao obtido para essa 201 combinação, havendo uma diferença de apenas 5% para a combinação entre velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas e penetração de pinos. Verificou-se que as correlações entre resistência à compressão e maturidade devem ser feitas para cada concreto específico e para uma determinada condição de cura. A diferença de condição de cura pode, entretanto, ser contornada adotando-se função de maturidade diferente da aqui usada. A grande vantagem deste ensaio com relação aos demais seria possibilitar estimar a resistência à compressão nas primeiras idades do concreto, mas resultados apresentados na literatura mostram que, nessas idades, as incertezas nesses valores estimados são grandes. As diferenças entre as curvas de correlação obtidas neste e em outros trabalhos evidenciam a importância da calibração dessas curvas para concretos semelhantes àqueles que se deseja investigar. Para o caso de concretos de alta resistência as diferenças são ainda maiores. Como as pesquisas relacionadas ao ensaios não destrutivos no Brasil não têm sido muito freqüentes, há ainda muito o que ser feito visando obter curvas de correlação adequadas aos concretos aqui usados e formar mão de obra qualificada. Sugere-se que sejam feitos estudos para concretos específicos de cada região. Neles deve-se adicionar escória, prática corrente atual, microssílica e plastificantes e superplastificantes em diferentes dosagens. Uma outra sugestão é realizar comparações entre as correlações obtida a partir corpos de prova padronizados a partir de testemunhos extraídos de diferentes tipos de elementos estruturais. 202 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Abbasi, A .F. and Al-Tayyib, A.J., 1990, “Effect of hot weather on pulse velocity and modulus of elasticity of concrete “, Material and Structures, No.23, pp. 334-340. Ahmed, E. A., 1999, “Does core size affect strength testing? “, Concrete International, August, pp. 35-39. Al-Manaseer, A. A., Aquino, E. B., 1999, “Windsor Probe Test for Nondestructive Evaluation of Normal and High-Strength Concrete”, ACI Materials Journal, July-August, pp. 440-447. Almeida, I. R. ,1990, Betões de alta resistência e durabilidade. 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Série M3 Materiais a b c d e Agregado graúdo (kg) 1047 1047 1047 1047 1047 f 1047 Agregado miúdo (kg) Cimento (kg) Plastificante (!) Água (!) Relação a/c Slump (mm) 647 450 2,90 180 0,40 80 Materiais 833 277 1,20 180 0,65 100 806 277 1,20 180 0,65 110 811 300 1,25 180 0,60 115 785 300 1,25 180 0,60 100 787 327 1,74 180 0,55 112 760 327 1,70 180 0,55 93 760 360 2,20 180 0,50 92 756 360 2,40 180 0,50 95 730 360 2,10 180 0,50 90 693 400 2,69 180 0,45 80 211 Tabela I.4 – Composições por m3 de todos os concretos da série M4. Série M4 Materiais a b c d e Agregado graúdo (kg) 1074 1074 1074 1074 1074 f 1074 Agregado miúdo (kg) Cimento (kg) Plastificante (!) Água (!) Relação a/c Slump (mm) 724 400 2,00 180 0,45 77 678 450 2,90 180 0,40 75 Tabela I.5 – Composições por m3 de todos os concretos da série M5. Série M5 Materiais a b c d e Agregado graúdo (kg) 506 506 506 506 506 f 506 Agregado miúdo (kg) Cimento (kg) Plastificante (!) Água (!) Relação a/c Slump (mm) 837 450 2,95 180 0,40 80 837 277 1,20 180 0,65 105 678 277 1,15 180 0,65 118 815 300 1,25 180 0,60 100 724 300 1,25 180 0,60 115 790 327 1,45 180 0,55 95 760 327 1,35 180 0,55 108 760 360 1,60 180 0,50 80 791 360 1,47 180 0,50 96 815 400 2,10 180 0,45 85 212 ANEXO II ANÁLISE ESTATÍSTICA Para análise dos resultados dos ensaios não destrutivos e da sua correlação com a resistência à compressão é importante apresentar alguns conceitos estatísticos, tais como (Costa Neto, 1977, Silva, P. A., 1998) : • intervalo de confiança – intervalo que, com probabilidade conhecida, deverá conter o valor real do parâmetro : x ± t n −1,α / 2 σ n onde n = tamanho da amostra x = média da amostra t = t da distribuição de Student (tabelado) α = probabilidade de erro na estimativa σ = desvio padrão da amostra = desvio padrão da população quando n>30 • acurácia – mede a proximidade de cada observação do valor-alvo que se procura atingir. É numericamente igual à semi-amplitude do intervalo de confiança : t n −1,α / 2 • n coeficiente de variação –quociente entre o desvio-padrão e a média: δ= • σ σ x desvio-padrão - raiz quadrada positiva da variância : σ = s2 213 • variância – média dos quadrados das diferenças entre valores individuais e a sua média : n s2 = ∑ (x i − x )2 i =1 n −1 • correlação – têndencia de variação conjunta de duas ou mais variáveis; • coeficiente de determinação (r2) – varia de 0 a 1, seu valor indica quanto a curva de regressão fica bem determinada em função da correlação dos pontos experimentais. Papadakis e Venuat apud, Almeida (1993), apresentaram o seguinte critério empírico para avaliação qualitativa dos coeficientes de determinção para diferentes composições de concretos: de 1,00 a 0,81 – bom de 0,80 a 0,50 – razoável de 0,49 a 0,25 –baixo de 0,24 a 0,00 –muito baixo • ANOVA (análise de variância) – procedimentos estatísticos para fazer inferências sobre populações com base nas informações das amostras, sendo comparadas as variâncias dentro cada amostra e as variâncias entre as amostras • razão F – na ANOVA a razão F é usada para testar a hipótese de que as amostras provêem de populações diferentes, ou seja, as médias são significativamente diferentes umas das outras. Este valor é comparado com o F tabelado (distribuição de Snedecor), e quando o F calculado é maior que o F tabelado pode-se dizer que o efeito do fator que influência a amostra é significativo • valor p – este valor, resultante da ANOVA, é comparado com o nível de significância (α) adotado para o teste; se for menor, pode-se dizer que o efeito do fator que influencia a amostra é significativo. Normalmente, o nível de significância adotado varia de 1% a 5%. 214 ANEXO III ENSAIO DE “PULL-OFF” Na figura III.1 observa-se que os resultados do ensaio de “pull-off” são significativamente sensíveis ao tipo de agregados nas proximidades da superfície do concreto. Para os concretos com agregado argila expandida houve menor dispersão dos resultados desse ensaio, possivelmente devido à sua menor resistência e à sua melhor aderência à pasta. 45 40 fc (MPa) 35 30 Ganisse 9,5 mm 25 Gnaisse 19mm Traquito 19mm Argila Exp. 19 mm 20 15 10 5 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 Resistência à Tração (MPa)-PULLOFF Figura III.1- Correlação entre a resistência à compressão e a resistência à tração obtida no ensaio de “pull-off” 215 ANEXO IV MEDIÇÕES DE TEMPERATURA 35 Temperatura, C 30 25 20 TP2 15 TP1 10 5 0 0 200 400 600 800 1000 idade, h Figura IV.1 – Relação entre temperatura e idade do concreto M1a 35 Temperatura , C 30 25 20 TP4 TP5 15 10 5 0 0 200 400 600 800 1000 idade, horas Figura IV.2 – Relação entre temperatura e idade do concreto M1b 35 Temperatuta, C 30 25 20 TP7 TP8 15 10 5 0 0 200 400 600 800 1000 idade, h Figura IV.3 – Relação entre temperatura e idade do concreto M1c 216 35 Temperatura, C 30 25 20 TP5 TP8 15 10 5 0 0 200 400 600 800 1000 id a d e , h Figura IV.4 – Relação entre temperatura e idade do concreto M1d 35 Temperatura, C 30 25 20 TP5 TP6 15 10 5 0 0 200 400 600 800 idade, h Figura IV.5 – Relação entre temperatura e idade do concreto M1e Temperatura, C 30 25 20 TP7 TP8 15 10 5 0 0 200 400 600 800 1000 idade, h Figura IV.6 – Relação entre temperatura e idade do concreto M1f 217 ANEXO V INTERVALOS DE CONFIANÇA Nas figuras V.1 a V.5 encontram-se, para as relações entre fc e Lp, os resultados do estudo de intervalos de confiança para as séries M1, M2, M3 e M4, e também para os dados agrupados das séries M1, M2 e M3. Foi admitido o nível de significância de 95%. 55 fc, MPa 45 35 25 15 5 28 34 40 46 52 Lp, mm Figura V.1 – Relação entre fc e Lp para a série M1 58 218 55 fc, MPa 45 35 25 15 5 28 34 40 46 52 58 Lp,mm Figura V.2 – Relação entre fc e Lp para a série M1 55 fc, MPa 45 35 25 15 5 28 34 40 46 52 Lp, mm Figura V.3 – Relação entre fc e Lp para a série M3 58 219 55 fc, MPa 45 35 25 15 5 26 28 30 32 34 36 38 40 Lp, mm Figura V.4 – Relação entre fc e Lp para a série M4 55 fc, MPa 45 35 25 15 5 28 34 40 46 52 58 Lp, mm Figura V.5 – Relação entre fc e Lp para os dados agrupados das séries M1, M2 e M3
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