PDF - Universidade Federal Fluminense
Transcription
PDF - Universidade Federal Fluminense
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE BIOLOGIA PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROIMUNOLOGIA PAULO EMÍLIO CORRÊA LEITE INFLUÊNCIA DA ATIVAÇÃO SELETIVA DO RECEPTOR DE ACETILCOLINA α7, E O EFEITO DO EXTRATO DE Eugenia punicifolia NA LESÃO E INFLAMAÇÃO MUSCULAR DO CAMUNDONGO mdx COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE Niterói 2011 PAULO EMÍLIO CORRÊA LEITE ii INFLUÊNCIA DA ATIVAÇÃO SELETIVA DO RECEPTOR DE ACETILCOLINA α7, E O EFEITO DO EXTRATO DE Eugenia punicifolia NA LESÃO E INFLAMAÇÃO MUSCULAR DO CAMUNDONGO mdx COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE Tese submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Neuroimunologia do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutor em Neuroimunologia. Área de concentração: Patologia Celular. Orientadoras Prof.a Dr.a Thereza Quirico dos Santos Prof.a Dr.a Jussara Lagrota-Cândido iii X 000 Leite, Paulo Emílio Corrêa Ativação seletiva da subunidade α7 do receptor nicotínico de acetilcolina e a utilização do extrato de Eugenia punicifolia como estratégias antiinflamatórias na lesão muscular do camundongo mdx com distrofia muscular de Duchenne/ – Paulo Emílio Corrêa Leite. – Niterói: [s.n.], 2011. 144 f. Tese – Doutorado em Neuroimunologia – Universidade Federal Fluminense, 2011. 1. Distrofia Muscular de Duchenne. 2. Miopatia Inflamatória. 3. Músculo esquelético. 4. Receptor Nicotínico de Acetilcolina. 5. Inflamação. I. Título. CDD.: 000.0000 iv PAULO EMÍLIO CORRÊA LEITE INFLUÊNCIA DA ATIVAÇÃO SELETIVA DO RECEPTOR DE ACETILCOLINA α7, E O EFEITO DO EXTRATO DE Eugenia punicifolia NA LESÃO E INFLAMAÇÃO MUSCULAR DO CAMUNDONGO mdx COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE Tese submetida à coordenação do curso de pósgraduação em Neuroimunologia do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutor em Neuroimunologia. Área de concentração: Patologia Celular. BANCA EXAMINADORA: Dr.a Claudia Mermelstein (UFRJ) Dr. Newton G. Castro (UFRJ) Dr.a Izabel Christina de Palmer Paixão (UFF) Dr.a Thereza Fonseca Quirico dos Santos (Orientadora - UFF) Dr.a Claire Fernandes Kubelka (Suplente – FIOCRUZ/RJ) Dr. Wilson da Costa Santos (Revisor - UFF) v Dedico esta tese À minha família, em especial aos meus pais Emílio Ramos Leite e Elizia Corrêa Leite, sempre presentes, apoiando minhas escolhas, me incentivando de forma incondicional, e por serem essenciais para a minha formação. vi AGRADECIMENTOS A Deus, por ter me concedido uma família maravilhosa e por ter colocado as pessoas certas em meu caminho. A meus pais Emílio e Elizia, meus melhores amigos, presentes durante todo o decorrer do doutorado e em todos os momentos marcantes de minha vida. Às minhas orientadoras Profas Thereza Quírico e Jussara Lagrota, por terem me orientado durante esses anos de doutorado. Aos grandes colaboradores desta tese: Profs Wilson Santos, Luis Gandia e Ricardo Pascual, por me ajudarem com os experimentos no Brasil e na Espanha. A Nina, Bartira e Regina, pela amizade e pelo auxílio nas técnicas laboratoriais, além de serem ótimas companheiras de trabalho. A todos os meus amigos de laboratório que foram muito importantes tanto na execução de experimentos quanto na cumplicidade do dia-a-dia: Douglas, Eustáquio, Rafael, Lian, Angélica, Aline, Camila, Fernanda e Letícia, companheiros da rotina laboratorial, os quais deram contribuições significativas para o desenvolvimento desta tese. Aos amigos de outros laboratórios: Monique, pela paciência nos ensinamentos e trabalho inicial em experimentos in vitro; Guilherme, pelo companheirismo e vii amizade essenciais no trabalho e também para a vida toda; Alexandre Kaled, ou Kaleidoscópio, pessoa calma até demais, sensato e excelente pra dividir apartamento; Pablo, muito companheiro de trabalho, conselhos e moradia, embora dividir apartamento novamente é algo que espero não repetir; Ísis, amizade fiel e inteligente; Ana Lúcia, sempre me ouvindo e aconselhando pacientemente; Gustavo, por ser sempre prestativo e amigo; Elisa, por me ajudar quando tinha dúvidas relacionadas à redação em inglês. Às minhas alunas de iniciação científica: Juliana, Kessiane, Isabela e Carolina, por terem me ajudado nas técnicas laboratoriais e sempre me questionarem fazendo com que eu sempre buscasse respostas. A todos os meus colegas de pós-graduação e professores da UFF não citados aqui, mas não menos importantes. A possibilidade de utilizar camundongos no trabalho, pois sem eles não haveria pesquisa, e sem pesquisa não haveria desenvolvimento científico e saúde. viii "Faça o que você escolheu fazer em sua vida com amor e ética, sempre pensando no próximo”. Emílio Ramos Leite ix A parte experimental deste trabalho foi executada no Laboratório de Patologia Celular, Departamento de Biologia Celular e Molecular do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF); e no Laboratório de Farmacologia, Departamento de Farmacología y Terapéutica do Instituto Teófilo Hernando de I+D del Medicamento, Facultad de Medicina da Universidade Autonoma de Madrid. x SUMÁRIO Página AGRADECIMENTOS.................................................................................................... vi LISTA DE ABREVIATURAS....................................................................................... xii RESUMO....................................................................................................................... xiv ABSTRACT................................................................................................................... xv 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1 1.1 Lesão e inflamação muscular.............................................................................. 1 1.1.1 Participação de macrófagos na regeneração muscular........................................ 1 1.1.2 Envolvimento de metaloproteases de matriz...................................................... 2 1.1.3 Envolvimento do fator de necrose tumoral α...................................................... 4 1.2 Regulação neural autônoma da imunidade......................................................... 5 1.2.1 Mecanismos de comunicação e integração do sistema imune e SNC................ 6 1.2.2 Via colinérgica antinflamatória e o reflexo inflamatório.................................... 8 1.2.3 Modelo hipotético do reflexo inflamatório......................................................... 10 1.2.4 Baço como efetor da via colinérgica antinflamatória......................................... 11 1.3 Características gerais da Distrofia muscular do tipo Duchenne.......................... 12 1.3.1 Distrofina e o complexo de Glicoproteínas........................................................ 14 1.3.2 Modelos animais de distrofinopatia.................................................................... 15 1.3.3 Estratégias terapêuticas para a DMD.................................................................. 17 1.4 Extrato de Eugenia punicifolia como possível modulador da neurotransmissão nicotínica colinérgica...................................................................................................... 22 2. OBJETIVOS....................................................................................................... 24 2.1 Gerais.................................................................................................................. 24 2.2 Específicos.......................................................................................................... 24 3 Artigos................................................................................................................. 25 3.1 Artigo 1, publicado: Nicotinic acetylcholine receptor activation reduces skeletal muscle inflammation of mdx mice….............................................................................. 25 3.2 Artigo 2, a submeter: Selective activation of α7 nicotinic acetylcholine receptor subunit (nachrα7) as a new anti-inflammatory strategy prevents muscular degeneration in mdx mice..................................................................................................................... 33 3.3 Artigo 3, a submeter: Eugenia punicifolia (Myrtaceae) dichloromethane fraction inhibits DNA synthesis and proliferation of C2C12 cells via MAPK signaling pathway........................................................................................................................... 55 xi 3.4 Artigo 4, publicado: Anti-inflammatory activity of Eugenia punicifolia extract on muscular lesion of mdx dystrophic mice.................................................................... 79 4 Discussão.......................................................................................................... 88 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 101 xii LISTA DE ABREVIATURAS Bgtx Alfa-bungarotoxina Bgtx-AChR Receptor de acetilcolina sensível à alfa-bungarotoxina ACh Acetilcolina nAChR Receptor nicotínico de acetilcolina nAChR7 Subunidade alfa 7 do receptor nicotínico de acetilcolina AP Área postrema ATP Adenosina tri-fosfato BBB Barreira hemato-encefálica CVOs Órgãos circunventriculares DGC Complexo de glicoproteínas associadas à distrofina DMD Distrofia muscular de Duchenne DMN Núcleo motor dorsal do nervo vago HMGB1 Proteína do tipo high mobility group box 1 HPA Hipotálamo-pituitária-adrenal IL Interleucina LPS Lipopolissacarídeo MAPK Proteína quinase ativada por mitógeno MMP Metaloprotease de matriz mRNA RNA mensageiro NA Núcleo ambíguo NTS Núcleo do tracto solitário PGE2 Prostaglandina E2 SDS Dodecil sulfato de sódio xiii RESUMO A fisiopatologia da miopatia inflamatória no camundongo mdx com distrofia muscular de Duchenne é caracterizada em diferentes idades por mionecrose com áreas de infiltrado inflamatório seguida de regeneração e posterior fibrose persistente com perda da função muscular. Estudos em modelo de sepse mostraram que a ativação da subunidade α7 do receptor de acetilcolina reduz a inflamação sendo esta estimulação dependente do nervo vago e denominada "via colinérgica antiinflamatória". O presente trabalho teve como objetivo verificar uma suposta participação da função antiinflamatória dos receptores nicotínicos de acetilcolina (nAChR) na lesão muscular do mdx. Resultados dos experimentos in vitro e ex vivo mostraram que a atenuação da mionecrose e produção reduzida de TNFα foi concomitante ao aumento no número de macrófagos F4/80 expressando nAChRα7. O tratamento in vivo com nicotina diminuiu a inflamação muscular evidenciada por redução na atividade da metaloprotease -9 e níveis dos mediadores inflamatórios TNFα e NFkB. A ativação nicotínica reduziu a inflamação além de favorecer regeneração muscular mesmo na ausência de inervação vagal parassimpática. A utilização do modelo de lesão muscular com bupivacaína e administração do agonista seletivo da subunidade α7 PNU282987 mostraram a incapacidade de camundongos α7-/- knockout de reduzir a inflamação muscular em contraste ao observado no controle selvagem de camundongos α7+/+. Considerando que o extrato de E. punicifolia foi capaz de alterar os efeitos de antagonistas competitivos nicotínicos colinérgicos, e que a ativação de mecanismos colinérgicos pode reduzir a inflamação, analisamos os efeitos de diferentes frações do extrato de E. punicifolia em células musculares in vitro e no músculo distrófico. O extrato foi obtido de arbusto da família Myrtaceae, sendo empregado por habitantes da região Amazônica como agente antiinflamatório natural. Foram realizados experimentos in vitro com a linhagem C2C12 de mioblasto murino e in vivo no camundongo mdx. A fração diclorometânica do extrato causou inibição dose-dependente da proliferação e ação citostática nas células C2C12, efeito que foi reversível depois da retirada do agente. A inibição das proteínas pERK e ciclina D1 com superexpressão de pAkt e p27kip1 indicam ativação de vias capazes de afetar a síntese de DNA na fase G1 do ciclo celular. A implantação de polímero contendo esta fração do estrato na região do músculo gastrocnêmico do camundongo mdx mostrou importante participação no remodelamento tecidual. Em comparação ao músculo controle contendo polímero com veículo, o músculo com o polímero contendo o extrato apresentou redução nos níveis de TNFα, IL-1β bioativa, caspase-3 clivada, NFkB, MMPs -9 e -2, e aumento nos níveis de miogenina sem afetar a deposição de colágeno relacionada com fibrose não-funcional. Também foi verificado que as atividades enzimáticas de colina acetiltransferase e acetilcolinesterase não foram alteradas após a implantação do polímero com o extrato. Estes dados excluem a possibilidade de que a fração diclorometânica do extrato esteja inibindo a ação da acetilcolinesterase e amplificando a interação do receptor de acetilcolina. Em conjunto, os dados mostram que a ativação seletiva da nAChRα7 via mecanismo colinérgico não exclusivo à inervação vagal, e que a presença de substâncias bioativas na fração diclorometânica do extrato de E. punicifolia são capazes de reduzir a inflamação e ativar mecanismos de regeneração muscular no camundongo mdx com distrofia muscular de Duchenne. É plausível supor que essas estratégias possam também ser aplicadas em outras patologias inflamatórias. xiv ABSTRACT The physiopathology of the inflammatory myopathy in the mdx mouse with Duchenne’s muscle dystrophy is characterized in different ages by myonecrosis with inflammatory infiltrate areas followed by regeneration and posterior persistent fibrosis with loss of muscle function. Studies in sepsis model have shown that the activation of nicotinic acetylcholine receptor α7 subunit reduces inflammation through a vagus nervedependent stimulation termed “anti-inflammatory cholinergic pathway”. The present study had the objective to verify a putative participation of the anti-inflammatory function of acetylcholine nicotinic receptors in the mdx muscle lesion. The results of in vitro and ex vivo experiments showed that attenuation of myonecrosis and reduced TNFα production was simultaneous to the increase in the number of F4/80 macrophages expressing nAChRα7. In vivo treatment with nicotine reduced muscle inflammation evidenced by a reduction in metalloprotease -9 activity and inflammatory mediators TNFα and NFkB levels. Nicotinic activation reduced inflammation and favored muscle regeneration even in the absence of parasympathetic vagal innervation. Using the bupivacaine muscle lesion model and administration of the α7 subunit selective agonist PNU282987 showed the inability of α7-/- knockout mice to reduce muscle inflammation in contrast to the effect observed in wild-type α7+/+ mice. Considering that the E. punicifolia extract was capable of altering the effects of competitive cholinergic nicotinic antagonists, and that the activation of cholinergic mechanisms may reduce inflammation, we analyzed the effects of different fractions of E. punicifolia extract in muscle cells in vitro and in the dystrophic muscle. The extract was obtained from a shrub of the Myrtaceae family, and is used by inhabitants of the Amazon region as a natural anti-inflammatory agent. In vitro experiments were conducted with C2C12 cell lineage from murine myoblasts and in vivo in the mdx mouse. The dichloromethanic fraction of the extract caused a dose-dependent inhibition of proliferation and had cytostatic action on C2C12 cells, effect that was reversed after withdrawing the agent. Inhibition of pERK and cyclin D1 proteins, with overexpression of pAkt and p27kip1 indicate the activation of pathways capable of affecting DNA synthesis during the G1 stage of the cell cycle. The implantation of a polymer containing this same fraction of the extract in the gastrocnemic muscle of the mdx mouse had an important participation in tissue remodeling. In comparison to vehicle-containing polymer control muscle, the muscle with the extract presented reduction in TNFα, bioactive IL-1β, cleaved caspases3, NFkB, MMPs -9 and -2, and increase in myogenin levels without affecting collagen deposition related to non-functional fibrosis. It was also verified that the enzymatic activities of choline acetyltransferase and acetylcholinesterase were not altered after the extract-containing polymer implant. These data exclude the possibility that the dichloromethanic fraction of the extract might be inhibiting acetylcholinesterase activity and amplifying acetylcholine receptor interaction. Overall, our data show that selective activation of nAChRα7 through a cholinergic mechanism not exclusive to vagal innervation, and that the presence of bioactive substances in the dichloromethanic fraction of E. punicifolia are capable of reducing inflammation and activating mechanisms of muscle regeneration in the mdx mouse with Duchenne muscle dystrophy. It is plausible to suppose that these strategies might also be applied in other inflammatory pathologies. 1 INTRODUÇÃO 1.1 Lesão e inflamação muscular 1.1.1 Participação de macrófagos na regeneração muscular Logo após a entrada dos neutrófilos no local de lesão surge a subpopulação de macrófagos M1 que expressa óxido nítrico sintase induzida (iNOS) e participa na remoção de restos celulares produzidos por danos oxidativos, mas também pode induzir lesão porque iNOS converte arginina em citrulina e óxido nítrico (NO) aumentando os níveis citotóxicos para as células musculares. Contudo, macrófagos M1 também produzem citocinas da família Th1 capazes de promover a fase proliferativa da miogênese (Villalta et al., 2009). Diferentemente de lesões agudas onde macrófagos M2a entram no local da lesão após os macrófagos M1, no camundongo mdx essas duas subpopulações de macrófagos já estão presentes na fase inicial da patologia e parecem desempenhar um papel diferente no músculo distrófico. Macrófagos M2a expressam CD206 e produzem níveis elevados de interleucina-4 (IL-4) e da enzima arginase que converte arginina em ornitina e uréia. Arginase e iNOS possuem o mesmo substrato, a arginina, sugerindo a possibilidade de competição entre essas duas enzimas. Adição de macrófagos M2a em co-cultura de macrófagos M1 com células musculares reduz a produção de NO e a citotoxicidade, indicando que macrófagos M2a podem reduzir danos no músculo distrófico causados por macrófagos M1 (Tidball and Villalta, 2010; Tidball and Wehling-Henricks, 2004; Villalta et al., 2009). Durante a transição da fase predominantemente necrótica para a fase regenerativa ocorre a transição do fenótipo M1 e M2a para a população de macrófagos M2c que são maioria no músculo regenerando. Estes macrófagos produzem altos níveis de IL-4 e IL-10 podendo reduzir a lesão 2 muscular e promover a regeneração. A citocina IL-4 contribui para a mudança do fenótipo de macrófagos M1 para macrófagos M2c e promove a ativação e diferenciação de células satélites, ao passo que a IL-10 inibe macrófagos M1 indicando que a população de macrófagos M2 tem um papel central na regulação da regeneração do músculo distrófico (Gordon, 2003; Gordon and Taylor, 2005; Villalta et al., 2009). 1.1.2 Envolvimento de metaloproteases de matriz As metaloproteases (MPs) são uma grande família de enzimas que possuem um íon de zinco no sítio ativo de seu domínio catalítico. As metaloproteases de matriz (MMPs) fazem parte de um grupo distinto de MPs, constituído por pelo menos 26 membros o qual inclui: colagenases, gelatinases, estromelisinas, metaloproteases de membrana, matrilisinas e metaloelastases (Chandler et al., 1996; Frederiks and Mook, 2004; Mannello, 2003). Essa família de endopeptidases dependentes de íons Ca+2 e Zn+2 possuem capacidade de degradação e remodelagem de componentes da matriz extracelular, desempenhando um papel importante nos processos de degeneração e regeneração muscular. As MMPs possuem características semelhantes, incluindo o modo comum de ativação, seqüência de aminoácidos conservados na região de ligação do sítio ativo, e inibição por proteases inibidoras específicas conhecidas como inibidores teciduais de metaloproteases (TIMPs) (Carmeli et al., 2004). As MMPs são sintetizadas como pró-enzimas transmembranares ou como zimogênios latentes, sendo ativados por fatores como outras proteases. A ativação das MMPs se dá por duas etapas: primeiramente, ocorre clivagem inicial por ativadores como citocinas, hormônios, fatores de crescimento e NO em uma região exposta no peptídeo, desestabilizando a interação entre o Zn2+ e as cisteínas (Zhang et al., 2003); em seguida ocorre clivagem, geralmente por outra MMP, liberando o radical amino- 3 terminal da enzima madura pelo rompimento da ligação entre o Zn+2 e o resíduo de cisteína (Johnson et al., 1998), caracterizada pela perda de aproximadamente 10 kDa (Kherif et al., 1999) referente à seqüência de 80 aminoácidos que sofreu clivagem (Kumar and Bhatnagar, 2010; Mannello et al., 2006; Page-McCaw et al., 2007). O músculo esquelético na distrofia muscular de Duchenne apresenta aumento na atividade da MMP-9 (ou gelatinase A, que possui 72 kDa em humanos e 60 kDa em camundongos) e MMP-2 (ou gelatinase B, com 92 kDa em humanos e 100 kDa em camundongos) (Kherif et al., 1999; Li et al., 2009). No modelo de lesão muscular induzido por cardiotoxina a atividade da MMP-9 está bastante elevada nos três primeiros dias após a lesão, diminuindo ao final de sete dias e chegando a quantidades não detectáveis no inicio da segunda semana. Células musculares precursoras produzem MMP-9 in vivo e as células satélites em cultura após tratamento com forbol éster (PMA), sugerindo participação da MMP-9 na migração celular durante o processo de regeneração muscular (Guerin and Holland, 1995; Kherif et al., 1999). A atividade da MMP-2 aumenta em três a dez dias após a lesão com ativação máxima sendo observada no sétimo dia, retornando ao nível basal após o fusionamento dos mioblastos indicando a importância da atividade da MMP-2 no início da regeneração muscular (Kherif et al., 1999). Na distrofinopatia o papel relevante de cada MMP depende do estágio da doença, sugerindo que a inibição delas poderia trazer conseqüências tanto positivas quanto negativas para progressão da lesão (Kumar and Bhatnagar, 2010; Li et al., 2009). O balanço entre produção e ativação excessiva de MMPs parece ser uma característica fundamental da patologia de muitas doenças inflamatórias (Chandler et al., 1996; Kherif et al., 1999). 4 1.1.3 Envolvimento do fator de necrose tumoral α A produção exacerbada de citocinas pode causar manifestações clínicas de doenças, como os sinais clínicos cardinais de inflamação, incluindo febre, edema, dor e vermelhidão. O TNF é uma citocina pleiotrópica com aproximadamente 17kDa, produzida principalmente por macrófagos em resposta a patógenos e outros estímulos danosos. Possui funções que podem variar de indução a choque na sepse a necrose de tumores. Baixos níveis de TNF contribuem para os mecanismos de imunidade inata do hospedeiro, limitando a resposta inflamatória local, controlando a invasão microbiana e promovendo o processo de cura. Em uma resposta inflamatória normal, suas atividades protetoras e benéficas predominam, entretanto a magnitude e duração da liberação de TNF é limitada, por não ser secretado sistemicamente (Czura and Tracey, 2005; Pavlov and Tracey, 2005; Peterson et al., 2006; Tracey, 2002). O aumento sistêmico de TNF promove dano tecidual deprimindo a função cardíaca, induzindo trombose microvascular e mediando a síndrome sistêmica de fraqueza vascular (Tracey, 2009). Esta citocina pode também mediar a síndrome de perda muscular, conhecida como caquexia. A caquexia se manifesta como complicação secundária, mas é potencialmente letal em doenças crônicas como câncer (Peterson et al., 2006). TNF induz leucocitose e ativa nas células endoteliais genes de moléculas de adesão como ICAM-1 (molécula de adesão intercelular -1), VCAM-1 (molécula de adesão vascular -1) e diversas outras citocinas como MCP-1 (proteína quimioatrativa de monócitos -1). Essas moléculas contribuem para o aumento da adesão de neutrófilos, monócitos e macrófagos ao endotélio vascular (Peterson et al., 2006; Saeed et al., 2005), facilitando o rolamento, adesão, ativação e a migração celular (diapedese) (Figura 9) (Ransohoff et al., 2003; Saeed et al., 2005). O TNF é capaz de amplificar e prolongar a resposta inflamatória e dano tecidual ativando outras células a produzir citocinas como 5 IL-1 (interleucina -1) e HMGB1 (high mobility group box 1), além de outros mediadores como eicosanóides e óxido nítrico (NO), promovendo dessa forma o aumento da inflamação. Anticorpos anti-TNF têm sido utilizados na clínica no tratamento de doenças imune-inflamatórias como artrite reumatóide e doença de Crohn (Pavlov and Tracey, 2006). Trabalhos recentes indicaram que a expressão de TNF é regulada tanto em níveis transcricionais quanto traducionais, porém quando sua produção é interrompida, as células responsáveis por sua síntese se tornam refratárias às estimulações posteriores. Este é um importante mecanismo de controle que previne a produção exacerbada de TNF. Outros mecanismos conhecidos também são capazes de impedir a secreção exagerada de TNF, tais como o eixo hormonal adrenocorticotrópico-glicocorticóide (ACTH – glicocorticóide), a via anti-inflamatória simpática (dor e Substância P – adrenalina e noradrenalina) e a atividade de outros fatores anti-inflamatórios produzidos durante uma resposta inflamatória normal. Também a IL-10 (interleucina-10) e o TGF (fator de transformação de crescimento ), são capazes de suprimir independentemente a ativação de macrófagos e liberação de TNF. Descobertas recentes mostraram que a via colinérgica anti-inflamatória também inibe a produção de TNF em macrófagos (Czura and Tracey, 2005). 1.2 Regulação neural autônoma da imunidade O sistema nervoso é composto por sistemas sensitivos, que detectam o estado de órgãos e outras estruturas do corpo, e sistemas motores, que transmitem sinais para essas estruturas corporais. O sistema motor somático controla os movimentos voluntários, enquanto o sistema motor autônomo controla funções involuntárias, tais como funções viscerais e inervação de glândulas. O sistema nervoso autônomo se 6 subdivide em duas vias: a simpática e a parassimpática, que trabalham em sinergia ou em oposição para mediar respostas fisiológicas básicas em tempo real, como pressão sangüínea, batimento cardíaco, freqüência respiratória, mobilidade gastrintestinal e temperatura corporal (Tracey, 2009; Tracey, 2010). O sistema nervoso autônomo recebe informações de receptores sensoriais especializados em detectar o estado fisiológico, como baroceptores que monitoram a pressão sangüínea e quimioceptores que monitoram a atividade gástrica. O cérebro primitivo, incluindo o sistema límbico, tronco encefálico e hipotálamo recebem os sinais desses receptores, coordenando então respostas neurais simpáticas e parassimpáticas para manter a homeostase e regular a digestão. As funções autônomas mediadas pelo nervo vago são integradas e reguladas centralmente. Interconexões neurais recíprocas entre núcleos autônomos do tronco cerebral, incluindo o núcleo do tracto solitário (NTS), núcleo motor dorsal do vago (DMN) e núcleo ambíguo (NA), assim como estruturas cerebrais superiores como o hipotálamo, amígdala e córtex insular, constituem a rede autônoma central. Essa rede regula a atividade eferente do nervo vago, correspondendo a funções viscerais periféricas (Pavlov and Tracey, 2005). 1.2.1 Mecanismos de comunicação e integração do sistema imune e SNC A inflamação periférica é detectada pelo SNC por meio de dois importantes mecanismos de comunicação: rota humoral e rota neural. Na rota humoral (Figura 10), o TNF e a IL-1 são ativamente transportados através da barreira hemato-encefálica (BBB), enquanto a IL-1 penetra diretamente no cérebro através dos órgãos circunventriculares (CVOs) onde a BBB é inexistente ou descontínua, induzindo cicloxigenase -2 (COX-2) que processa ácido araquidônico e libera prostaglandina E2 (PGE2). Receptores de PGE localizam-se em áreas cerebrais que possuem importantes 7 funções na resposta inflamatória periférica como ativação do eixo hipotálamo-ptuitáriaadrenal (HPA), febre e anorexia. As estruturas do complexo dorsal do nervo vago respondem ao aumento de TNF circulante, alterando a atividade do nervo, sendo este o meio predominante para a comunicação do sistema imune com o SNC quando os níveis de citocinas estão bem elevados (Czura and Tracey, 2005; Tracey, 2002). Os CVOs quando estimulados por citocinas circulantes também estimulam a produção de glicocorticóides através do eixo HPA para o controle da inflamação. Entretanto, esta modalidade de regulação é mais lenta e não-integrada, dependendo de gradientes de concentração para um controle inflamatório efetivo (Rivest et al., 2000). Na rota neural (Figura 10), mesmo quando os níveis de citocinas ainda estão baixos, o SNC é capaz de detectar o nível da inflamação via sinais neurais aferentes. Esta sinalização é possível devido à inervação vagal nos órgãos-alvo e nas células próximas a essas terminações nervosas. A rota neural da inflamação funciona em baixos níveis de detecção, ativando respostas mesmo quando os agentes inflamatórios estão presentes nos tecidos em níveis não suficientes para alcançar o cérebro pela circulação sangüínea (Czura and Tracey, 2005; Tracey, 2002). Alguns pesquisadores já observaram que a secção vagal impede o surgimento de febre em animais expostos a baixas doses intra-abdominais de IL-1 ou endotoxina (Watkins et al., 1995). Ainda não está totalmente claro todo o mecanismo de detecção de mediadores inflamatórios, mas neurônios do nervo vago expressam tanto o mRNA quanto o receptor de IL-1 (Goehler et al., 2000). Estudos eletrofisiológicos também indicaram que o nervo vago pode ser ativado por TNF e outras citocinas, mecanoceptores, quimioceptores, sensores de temperatura e osmolaridade, o qual podem ser ativados no sítio da inflamação (Berthoud and Neuhuber, 2000; Czura and Tracey, 2005). 8 Os sinais aferentes humorais e neurais são processados ao chegar ao cérebro, seguido de respostas humorais e neurais coordenadas adequadas. As fibras aferentes vagais chegam ao NTS e AP, regiões ativadas durante a inflamação periférica (Czura and Tracey, 2005). Em seguida, há ativação de neurônios de segunda ordem no NTS via atividade de glutamato (Smith et al., 1998). O NTS forma o ápice no controle vagal que modula a atividade visceral através de dois mecanismos diferentes. Primeiro, os neurônios do NTS inibem os neurônios do DMN, que provê sinais excitatórios colinérgicos para as vísceras. Segundo, os neurônios do NTS também inibem a atividade visceral ativando outros neurônios eferentes do DMN através de vias nãoadrenérgicas e não-colinérgicas (Rogers et al., 1999). Tanto o NTS quanto o DMN possuem vasos sangüíneos sem BBB, tornando-se importantes estruturas que recebem sinalização de mediadores inflamatórios circulantes e aferências vagais. A comunicação entre o NTS, DMN, hipotálamo e talvez outras estruturas cerebrais são capazes de coordenar respostas humorais e neurais que modulam o funcionamento do sistema imune (Czura and Tracey, 2005). 1.2.2 Via colinérgica antinflamatória e o reflexo inflamatório A via colinérgica antinflamatória é um mecanismo fisiológico que modula as respostas inflamatórias do hospedeiro através de estimulação do nervo vago (Bernik et al., 2002; Borovikova et al., 2000; Tracey, 2009). Esta via é chamada de colinérgica porque a acetilcolina é o principal neurotransmissor, e antinflamatória porque macrófagos expostos a esse neurotransmissor são eficientemente inibidos em secretar TNF, IL-1, HMGB1 e uma série de outros mediadores inflamatórios (Figuras 10, 11 e 12) (Tracey, 2010). 9 O nervo vago inerva os principais órgãos do corpo, incluindo fígado, pulmões, baço, rins e intestino (Figura 11). Fibras aferentes sensoriais vagais, que residem no gânglio nodoso, são capazes de detectar a inflamação através de suas projeções axonais que estão no sítio da inflamação, transmitindo esse sinal para estruturas cerebrais envolvidas na geração do controle neural da inflamação (Figura 10). As fibras aferentes vagais chegam ao principal local de terminação: o NTS medular, que recebe principalmente sinais de inflamação local. Os neurônios do NTS se projetam para neurônios vagais pré-ganglionares no DMN e NA, que se comunicam com a área postrema (AP), o qual não possui BBB (Pavlov and Tracey, 2005; Pavlov et al., 2003). Projeções bi-direcionais também ocorrem entre o NTS, o hipotálamo e outras estruturas anteriores do cérebro dentro da rede central autônoma (Pavlov and Tracey, 2005). A AP e outros CVOs funcionam como portais para citocinas circulantes sinalizarem para o cérebro a presença de inflamação periférica (Buller, 2001). Os sinais aferentes transmitidos pelo nervo vago ativam o reflexo inflamatório resultando em uma estimulação eferente. A acetilcolina liberada pelas terminações sinápticas vagais no interior dos órgãos-alvos é capaz de interagir especificamente com nAChR7 de macrófagos, que se localizam nas proximidades. A interação da acetilcolina com nAChR7 de macrófagos ocasiona sua desativação, resultando em inibição de secreção de citocinas. Sinais inflamatórios, portanto, são capazes de ativar uma resposta antinflamatória que rapidamente previne a produção exacerbada de citocinas. O controle neural de produção e secreção de citocinas provê uma importante alternativa para a regulação humoral por ser rápido, integrado, e não dependente de gradientes de concentração (Czura and Tracey, 2005). 10 1.2.3 Modelo hipotético do reflexo inflamatório Com base nos trabalhos científicos publicados, é possível considerar o seguinte modelo hipotético do reflexo inflamatório: 1) mediadores inflamatórios periféricos induzem o surgimento de sinais sensoriais aferentes para o cérebro através do nervo vago e CVOs; 2) o sinal periférico é processado pelo NTS e outras estruturas que fazem parte da rede autônoma central, responsáveis pela interpretação das mudanças internas, produzindo uma resposta integrada enviada aos neurônios vagais eferentes; 3) a via colinérgica antinflamatória é ativada e as fibras nervosas vagais eferentes encaminham o sinal antinflamatório à periferia; 4) ACh é liberada nas terminações dos axônios colinérgicos e interage com a nAChR7 das células imunes (macrófagos), resultando na inibição de secreção de citocinas pró-inflamatórias e restauração da homeostase imunológica (Figura 12) (Pavlov and Tracey, 2005). O mecanismo exato pelo qual a ACh liberada nas terminações vagais exerce seu efeito nos receptores nicotínicos das células imunes ainda precisa ser melhor pesquisado. É possível considerar o “modelo de difusão”, onde teoricamente a ACh liberada de neurônios colinérgicos se difunde pelo parênquima dos órgãos inervados pelo vago antes de interagir com a nAChR7 das células imunes adjacentes às terminações axonais. Entretanto, neste modelo há uma limitação: o rápido catabolismo da ACh pela acetilcolinesterase. Por outro lado, a colina, produto da reação mediada pela acetilcolinesterase, é naturalmente um agonista específico da nAChR7. Torna-se então possível que a colina se difunda das terminações vagais e ative a nAChR7 das células imunes. Isto porque anatomicamente, os gânglios vagais parassimpáticos localizam-se muito próximos ou até mesmo dentro dos órgãos inervados. Isso aumenta a 11 possibilidade de além dos neurônios pós-ganglionares, os neurônios pré-ganglionares liberarem o “neurotransmissor antinflamatório” ACh ou o seu produto, a colina (Pavlov and Tracey, 2005). 1.2.4 Baço como efetor da via colinérgica antinflamatória O nervo vago possui diversos órgãos-alvos, mas o baço exibe propriedades peculiares no controle da inflamação. Com o conhecimento de que o reflexo inflamatório inibe a produção de citocinas inflamatórias e que os principais componentes fisiológicos dessa via como monócitos e macrófagos residem nestes órgãos, torna-se importante investigar os efeitos da estimulação vagal e administração de agonistas para nAChRα7 na produção dessas citocinas em diferentes órgãos inervados pelo nervo vago durante a endotoxemia letal e sepse polimicrobial. Em um estudo foi observado que a esplenectomia inativou os efeitos antinflamatórios tanto mediado pelo nervo vago quanto através da administração de agonistas para nAChRα7 no baço e no soro. A anatomia funcional da via antinflamatória vagal para o baço foi investigada através de vagotomia abdominal seletiva antes da estimulação vagal. Inferior ao diafragma, o tronco ventral do nervo vago se divide nos ramos gástrico, hepático e celíaco, enquanto que o tronco dorsal se divide nos ramos gástrico e celíaco. A estimulação cervical do nervo vago atenua os níveis de TNFα no soro e baço em animais submetidos à vagotomia ventral subdiafragmática. Entretanto, a vagotomia de ambos os ramos celíacos anula os efeitos de supressão de TNFα após estimulação cervical vagal, tanto no soro quanto no baço. Isso indica que a inervação vagal via ramos celíacos são requeridos para a regulação do TNFα sistêmico e esplênico (Huston et al., 2006). Essas evidências suportam fortemente que o baço é um alvo específico e essencial da via colinérgica antinflamatória. 12 1.3 Características gerais da Distrofia muscular do tipo Duchenne Distrofia muscular constitui um grupo heterogêneo de doenças geneticamente determinadas apresentando alteração estrutural e funcional das miofibras e destruição progressiva das fibras musculares esqueléticas (Manzur and Muntoni, 2009). As distrofias musculares mapeadas em 29 loci diferentes originam 34 doenças distintas que apresentam heterogeneidade clínica, variam na faixa etária de instalação da doença, no modo de herança, na morbidade e nos grupos musculares primariamente afetados (Dalkilic and Kunkel, 2003). A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é a mais comum e devastadora forma de miopatia inflamatória, é uma miopatia hereditária recessiva ligada ao cromossomo X que afeta 1 a cada 3500 meninos nascidos vivos (Brunelli and RovereQuerini, 2008; Voisin and de la Porte, 2004). A clonagem completa do gene dmd mostra que mais de 50% da mutação em humanos envolve ampla deleção no locus Xp21 (Kapsa et al., 2003), o que determina ausência ou expressão da molécula truncada nãofuncional da isoforma de 427 kDa da proteína distrofina nas células musculares esqueléticas estriadas, células endoteliais e células do sistema nervoso central (SNC) (Mehler, 2000; Mendell et al., 1995; van der Bergh et al., 1995). O gene da distrofina é extremamente grande (3,4 Mb), contém 79 exons e 2,4 milhões de bases. A sua grande complexidade propicia uma alta taxa de novas mutações, deleções ou duplicações gênicas que são evidenciadas em um terço dos pacientes com DMD (Hoffman, 1996). Alguns pacientes com DMD apresentam retardo mental, porém as principais alterações clínicas são evidentes ainda na primeira infância, por volta de 2 a 5 anos de idade, afetando inicialmente os músculos da cintura pélvica e posteriormente os músculos da cintura escapular. Embora os músculos faciais, faríngeos e extraocular não 13 sejam muito afetados, muitos pacientes apresentam atraso na fala e no desenvolvimento cognitivo (Essex and Roper, 2001). A substituição do tecido muscular por tecido conjuntivo e adiposo causa pseudo-hipertrofia dos músculos afetados. A perda da capacidade de deambular ocorre entre oito a dez anos de idade, havendo a necessidade do uso de cadeira de rodas. A evolução para o óbito ocorre em torno da segunda década de vida, geralmente devido à insuficiência cardíaca ou respiratória (Anderson et al., 2002; Jejurikar and Kuzon, 2003; Nakamura and Takeda, 2009). Aproximadamente 10% das mulheres portadoras do gene com mutação no cromossomo X apresentam alguma manifestação da doença afetando quase exclusivamente as funções cardíacas e/ ou cognitivas. Embora a doença seja mais branda nas mulheres, em alguns casos raros ela se manifesta com a mesma gravidade. Além de alguns casos associados com rearranjos cromossômicos, assume-se que a maioria das meninas é afetada como resultado de um desvio significativo ou distorção de um padrão médio de inativação do cromossomo X (Hoffman et al., 1992; Richards et al., 1990). As características histológicas do músculo distrófico no início da doença são os inúmeros focos de mionecrose, intenso infiltrado inflamatório, miofibras hipertróficas com tamanhos variados e altos níveis de creatina quinase no soro. Mecanismos fibróticos e os ciclos repetidos de degeneração e regeneração causam substituição progressiva do tecido muscular contrátil por tecido fibroso. As miofibras apresentam também sarcoplasma grosseiramente granular e vacuolizado, fragmentação e nucleação central (Collins and Morgan, 2003). apresentando 14 1.3.1 Distrofina e o complexo de Glicoproteínas A distrofina é uma proteína que pertence à superfamília das espectrinas, sendo a mais abundante na fibra muscular, correspondendo a aproximadamente 5% do seu citoesqueleto. Apresenta várias isoformas cuja expressão tecido-específica depende do controle da transcrição por oito diferentes promotores, resultando na expressão das isoformas do músculo, coração, cérebro, células de Purkinje, linfócitos, retina, rins e células de Schwann (Ahn and Kunkel, 1993; Lewis et al., 2009). A distrofina apresenta localização interna no sarcolema formando uma trama associada a um complexo de glicoproteínas (DGC) constituído pelas distroglicanas, sarcoglicanas, sintrofinas, distrobrevinas, sarcospan e actina (Watkins et al., 2000). A isoforma de 427-KDa é encontrada na célula muscular humana, formando quatro domínios funcionais: um domínio N-terminal com 336 aminoácidos permite ligação aos filamentos de F-actina na região do subsarcolema no citoesqueleto; um domínio central inclui 24 domínios tripla hélice com 88 a 126 aminoácidos, referido como repetição do tipo espectrina e 4 domínios de dobradiça conferindo flexibilidade, uma propriedade importante na contração muscular; um domínio com 135 aminoácidos rico em cisteína, que interage com os complexos distroglicana e sarcoglicana, e um domínio C-terminal com 320 aminoácidos e sítios de ligação para sintrofina e distrobrevina (Nakamura and Takeda, 2009; Yeung et al., 2005) (Figura 6). A formação do complexo distrofina/DGC é crucial para a ligação da matriz extracelular com o citoesqueleto (Kapsa et al., 2003), sendo a organização desse complexo essencial para a integridade do sarcolema e também conferindo estabilização da fibra muscular, de receptores de moléculas sinalizadoras e canais iônicos (Lewis et al., 2009). Na DMD a expressão das proteínas do DGC também é muito reduzida (Ervasti and Campbell, 1991; Miyake and McNeil, 2003). 15 A deficiência de distrofina e de outras proteínas do complexo DGC resultam frequentemente em dano membranar (Miyake and McNeil, 2003), extravasando proteínas solúveis como a creatina quinase para o plasma, entretanto apresentando aumento no conteúdo de Ca2+ intracelular o qual ativa proteases como a calpaína. As alterações da expressão ou função de proteínas associadas à distrofina na membrana plasmática, tais como óxido nítrico sintase (nNOS), aquaporina-4, canais de Na+, canais de Ca2+ do tipo L e canais ativados por estiramento estão envolvidas nos mecanismos moleculares de degeneração muscular (Allen et al., 2010; Yeung et al., 2005). Diferentes tipos de distrofias musculares em várias espécies animais também estão associados à mutação, redução ou desorganização de proteínas do complexo DGC (Lapidos et al., 2004; Nonaka, 1998; Roberts, 1995; van der Bergh et al., 1995). Mutações nos genes que codificam as sarcoglicanas causam as distrofias musculares da cintura e membros (LGMD) enquanto que mutações no gene da merosina causam distrofia muscular congênita (CMD) (Allamand and Campbell, 2000). A perda de distrobrevinas causa distrofia muscular em camundongos e defeitos em outras proteínas, incluindo colágeno VI, titina, desmina e caveolina-3, causando miopatias graves (Martin, 2003). 1.3.2 Modelos animais de distrofinopatia Alguns animais como o camundongo, gato e o cão são usados como modelos experimentais da DMD por apresentarem alteração no gene que codifica a proteína distrofina. Algumas raças de cães, como o labrador golden retriever, rottweiler, fox terrier, selter e pointer alemão podem também apresentar deficiência de distrofina. A progressão da doença é acompanhada pelo enfraquecimento e contratura muscular desde os três meses de idade seguida de morte antes da vida adulta. Nos felinos, a deficiência 16 de distrofina causa uma doença fatal devido à hipertrofia da língua e da parte caudal do diafragma (Watchko et al., 2002). O camundongo distrófico mdx mutante de uma colônia de C57BL/10 ScSn, apresenta uma mutação pontual na região HqBpa do cromossomo X, não expressam distrofina e apresentam níveis séricos muito elevados da enzima creatina quinase, um indicativo de extensa destruição muscular (Smith and Schofield, 1994). Contudo o camundongo mdx apresenta fenótipo benigno da doença com poucos sintomas clínicos aparentes, sobrevida praticamente normal e regeneração eficiente do tecido muscular (Bulfield et al., 1984). O músculo do mdx apresenta poucas alterações histológicas no período pós-natal, porém logo após o desmame, inicia-se uma fase de extensa mionecrose (Cullen and Mastaglia, 1980) com intenso infiltrado inflamatório constituído principalmente de macrófagos, linfócitos T e raros linfócitos B (LagrotaCandido et al., 2002; McDouall et al., 1990; Spencer et al., 1997). Na oitava semana de vida pós-natal, a mionecrose é parcialmente compensada pela regeneração da miofibra, sendo evidente um número elevado de fibras regeneradas com nucleação central (Nonaka, 1998). Nos camundongos mdx mais idosos com 24 semanas, ainda ocorre uma discreta mionecrose com redução na regeneração e aumento na fibrose. Contudo após 52 semanas de vida pós-natal, os camundongos mdx apresentam um declínio significativo do peso corporal e da massa muscular (Lefaucheur et al., 1995). As fibras musculares do mdx idoso apresentam grande variação no tamanho, inclusive com miofibras atrofiadas, fragmentadas e aumento da fibrose no endomísio (LagrotaCandido et al., 2002; Pastoret and Sebille, 1995). No diafragma onde a patologia é mais acentuada, ocorre perda de fibra muscular e alta deposição de colágeno. A degeneração progressiva do diafragma é semelhante à que ocorre nos músculos de humanos com DMD, não sendo o músculo 17 capaz de manter os ciclos repetidos de degeneração e regeneração e ocorrendo excessiva produção de tecido conjuntivo com progressiva perda de função e enfraquecimento muscular (Coirault et al., 2003; Stedman et al., 1991). 1.3.3 Estratégias terapêuticas para a DMD Ainda não existe um tratamento efetivo para a DMD. Os glicocorticóides são os únicos medicamentos atualmente disponíveis que retardam o declínio da força e da função muscular, reduzem a escoliose e estabilizam a função pulmonar (Biggar et al., 2006; King et al., 2007), porém causam efeitos colaterais significativos (Bushby et al., 2010). O óbito decorre de complicações relacionadas com fraqueza dos músculos respiratórios como hipoventilação, distúrbios respiratórios do sono, tosse fraca e incapacidade de expectoração (Bushby et al., 2010; Eagle, 2002; Wagner, 2008). As terapias farmacológica, gênica e celular são consideradas estratégias promissoras, porém a regeneração muscular é um processo complexo que envolve a participação de vários tipos celulares, componentes da matriz extracelular, além de moléculas sinalizadoras que participam no recrutamento e ativação de células miogênicas para restauração da funcionalidade da fibra muscular (Kapsa et al., 2003; Khurana and Davies, 2003; Partridge, 2003; Skuk et al., 2002). Dentre as terapias farmacológicas, destaca-se a terapia de Exon Skipping e oligonucleotídeo antisense, sendo este último ácido desoxirribonucléico de fita simples quimicamente sintetizado para hibridizar com uma sequência complementar no mRNA, alterando o processamento deste RNA pela exclusão de um ou mais exons (exon skipping) durante sua clivagem (splicing) (Guglieri and Bushby, 2010). Mutações no gene da distrofina levam ao rompimento do quadro de leitura da proteína, resultando na completa perda da função da distrofina e desenvolvimento da DMD. Contudo algumas 18 mutações não rompem o quadro de leitura, o que resulta em uma proteína parcialmente funcional causando a forma mais branda da doença, a Distrofia Muscular de Becker (DMB) (Koenig et al., 1989). É possível que a terapia de exon skipping em paciente com a DMD, ao gerar a deleção de um exon adicional possa restaurar o quadro de leitura da distrofina, determinando um resultado clínico similar àquele visto em pacientes com DMB. Embora resultados promissores tenham sido observados (Guglieri and Bushby, 2010; van Deutekom et al., 2001; van Deutekom et al., 2007), mais estudos são necessários para investigar aspectos toxicológicos e o aumento da eficiência na formação da distrofina. Fatores limitantes desta técnica encontram-se em sua incapacidade para restaurar a expressão de distrofina no coração, como observado em estudos no camundongo mdx (Lu et al., 2003), e também devido ao grande tamanho do gene da distrofina e a grande quantidade de mutações encontradas em pacientes com DMD, seria necessário produzir e testar individualmente muitas sequências diferentes de oligonucleotídeos antisense, gerando um processo lento e com custos elevados. Na última década surgiram alguns trabalhos com antibióticos aminoglicosídeos sugerindo seu papel terapêutico para o tratamento da DMD. Os aminoglicosídeos são moléculas capazes de induzir o ribossomo a fazer leitura de códons prematuros de parada gerados por mutações, mas respeitando a leitura do códon de terminação normal e permitindo a formação de uma proteína funcional. O primeiro estudo a obter sucesso in vivo demonstrando o potencial farmacológico da correção do códon de parada prematuro foi realizado com o antibiótico gentamicina nos camundongos mdx (Barton-Davis et al., 1999a). Contudo a sua aplicação clínica tem sido limitada devido à incapacidade da gentamicina reproduzir resultados semelhantes em um grupo de pacientes com distrofia muscular de Duchenne e Becker. 19 A terapia gênica é o tratamento de doenças baseado na transferência de material genômico utilizando vetores virais ou não virais. Em sua forma mais simples, a terapia gênica consiste na inserção de genes funcionais em células com genes defeituosos para substituir ou complementar os genes causadores da doença. Nos últimos anos, diferentes tipos de vetores foram utilizados para carrear o gene completo da distrofina, a minidistrofina, a microdistrofina ou o gene completo da utrofina como possíveis estratégias terapêuticas para DMD. Entretanto, os adenovírus apresentaram limitada capacidade de inserção de cDNA de distrofina miniatura em camundongos mdx (aproximadamente 8-kb) após injeção intramuscular. Devido à capacidade reduzida deste adenovirus, o cDNA usado produzia uma proteína com deleção de parte significativa do domínio central (Ragot et al., 1993). Mesmo utilizando vetores adenovirais dependentes de auxílio (hdAD), que promove redução na resposta imune, aumento na expressão do transgene e aumento na capacidade de inserção gênica, foram necessárias grandes doses de vetor para tratar camundongos mdx adultos devido à ineficiência da infecção no músculo (DelloRusso et al., 2002). A administração de doses elevadas, tanto de adenovirus de primeira geração quanto de hdAD resultaram na indução de resposta imune inata e celular com toxicidade muito elevada eventualmente ocasionando o óbito (Muruve et al., 2004). Os vetores lentivirais podem transportar entre 7,5 a 9-kb de DNA que são amplamente suficientes para clonagem de transgenes significativamente grandes tais como a minidistrofina, os marcadores seletivos e os promotores necessários à expressão. Podem ser utilizados para correção genética em longo prazo em vários distúrbios musculares, entretanto, mais estudos precisam ser feitos para avaliar a segurança deste modelo porque vetores retrovirais estão associados com desenvolvimento de leucemia em terapias hematopoiéticas (Cavazzana-Calvo and Fischer, 2007). Outro aspecto 20 importante é a eliminação dos vetores devido à ativação de resposta imune e a pobre dispersão do tecido injetado (Kimura et al., 2010; Li et al., 2005). Entre os sistemas de vetores virais o que mais tem gerado otimismo para o eventual tratamento da distrofia muscular é o vírus adeno-associado (AAV). AAV é um pequeno vírus com DNA de fita simples (~4,7-kb) cujo genoma é flanqueado por repetições terminais invertidas (ITRs) com aproximadamente 145 nucleotídeos. Os ITRs são sequências palindrômicas de 145 pares de bases envolvidas na regulação do ciclo celular do AAV que estão dispostas nas porções terminais 5' e 3' do genoma viral funcionando como origem e iniciadores para a replicação do DNA. Recentemente foi mostrado que a injeção intraperitoneal do gene da minidistrofina com AAV promove melhora das alterações histológicas e na função dos principais músculos esqueléticos de camundongos mdx neonatos e duplo-deficientes dys-/-utrn-/-, diminuindo a morbidade e aumentando a sobrevida. Porém a restauração completa da função muscular e o considerável aumento na sobrevida apenas com a utilização da microdistrofina continuam a ser um grande desafio (Wang et al., 2009). A terapia celular é uma esperança para o tratamento da DMD. Durante vários anos acreditou-se que o transplante de mioblastos e células satélites eram as únicas responsáveis pela manutenção e crescimento do músculo esquelético, mas recentemente foram descritas diversas populações de células-tronco com potencial miogênico para utilização terapêutica em pacientes com DMD. Dentre essas células, incluem-se célulastronco derivadas do músculo (MDSC), células side population (SP), mesoangioblastos, pericitos, células progenitoras hematopoiéticas /endoteliais circulantes CD133+ e células-tronco da medula óssea (BMSC). Em geral, apesar da injeção celular de alta densidade restaurar a expressão de distrofina nas fibras musculares de modo satisfatório, grandes quantidades de células injetadas aumentam o estresse e a resposta imune do 21 hospedeiro, limitando a disponibilidade de O2, nutrientes e retardando a eliminação dos metabólitos (Kuang and Rudnicki, 2008). Muitas vezes a restauração na expressão de distrofina não está associada ao aumento de função e força muscular. A capacidade de disseminação celular sistêmica e o percentual de fibras formadas são outra barreira para se atingir níveis considerados terapêuticos (Perez et al., 2009). As pesquisas para o aperfeiçoamento e desenvolvimento de novas terapias farmacológica, gênica e celular são necessárias para o tratamento da DMD e outras distrofias musculares, porém ainda são consideradas estratégias promissoras. Como relatado anteriormente, a terapia com glicocorticóides ainda exibe os melhores resultados em relação à espectaviva e qualidade de vida dos pacientes. Como a DMD possui uma característica inflamatória importante, torna-se necessário asossiar aos novos tratamentos promissores uma estratégia antinflamatória para se obter resultados mais satisfatórios. 1.4 Extrato de Eugenia punicifolia como possível modulador da neurotransmissão colinérgica Em muitos países e diferentes comunidades, incluindo no Brasil, os produtos naturais derivados de plantas constituem fontes tradicionais para o tratamento clínico de diversas condições fisiopatológicas, onde muitas vezes são as únicas formas de abordagem terapêutica que esses grupos dispõem para o manejo farmacológico das doenças que lhe afligem (Leal-Cardoso et al., 2004). Um exemplo é a família Myrtaceae, que é constituída por mais de 3.000 espécies em pelo menos 130 gêneros, distribuídos principalmente em regiões tropicais como a Amazônia. Várias espécies desta família são utilizadas na medicina caseira contra diarréia e problemas estomacais (goiaba, pitanga). Outras fornecem óleos essenciais e temperos, como o óleo de 22 eucalipto e pimenta, muitas são comestíveis, como araçá-boi (Eugenia stipitata), pitanga (E. uniflora), araçá-pera (Psidium acutangulum), goiaba (P. guajava), jabuticaba (Myrciaria cauliflora), e também com alto teor vitamínico, principalmente vitamina C (ex: camu-camu ou caçari – Myrciaria dubia). No norte do Brasil, infusões de E. punicifolia (Kunt) DC. (Myrtaceae) são amplamente empregadas, ainda que de forma empírica, para o tratamento de distúrbios hiperglicêmicos, como o diabetes mellitus. E. punicifolia, popularmente conhecida como “pedra-ume caá”, é um arbusto largamente distribuído em toda a Amazônia e sua aplicação popular menciona o uso de suas folhas frescas em decocção ou infusos. Esta empregabilidade terapêutica popular da planta já foi reportada para outras espécies do gênero, como E. jambolana (Grover et al., 2000; Ravi et al., 2004; Sharma et al., 2003). Adicionalmente, já foi demonstrado que a espécie E. uniflora atua como um agente antihipertensivo (Consolini et al., 1999). Com efeito, E. uniflora parece ser a principal espécie investigada do gênero Eugenia, pois diversos trabalhos publicados mostraram seu uso como antidiarréico, diurético, e antireumático (Pio Correa, 1984; Schapoval et al., 1994). Dentre as principais classes de compostos químicos já isolados de algumas espécies do gênero, encontram-se flavonóides (miricitrin, quercetin, quercetrin), esteróides, mono- e triterpenóides, taninos, antraquinonas e óleos essenciais (Consolini and Sarubbio, 2002). Em busca por produtos naturais que pudessem interferir na neurotransmissão colinérgica (Grangeiro et al., 2006), foi observado que extratos de E. punicifolia eram capazes de modificar o padrão das respostas farmacológicas de alguns antagonistas nicotínicos no diafragma de ratos. Em sequência, utilizando esta clássica preparação biológica como modelo experimental (Bulbring, 1946; Oshima-Franco et al., 2004) para os protocolos de estudos de neurotransmissão autonômica (Garcez-do-Carmo and 23 Santos, 2006; Santos et al., 2001; Santos et al., 2003), foi verificado que o extrato bruto aquoso (5% p/v das folhas de E. punicifolia) foi capaz de reverter totalmente o efeito farmacológico de bloqueio das contrações induzidas por estímulo elétrico, produzidos pelos antagonistas nicotínicos galamina e pancurônio diferentemente da reversão parcial causada por neostigmina, um clássico inibidor reversível da enzima acetilcolinesterase. Ademais, E. punicifolia foi também capaz de deslocar para a direita as curvas concentração-efeito cumulativas dos antagonistas nicotínicos, sugerindo um mecanismo de ação da planta, mediado possivelmente por receptores nicotínicos (Grangeiro et al., 2006). Estes resultados sugeriram que a planta E. punicifolia pode ser uma importante ferramenta para estudos de neurotransmissão colinérgica, bem como nas doenças nas quais as alterações neste sistema estão envolvidas, como distúrbios do comportamento, doença de Alzheimer, adicção à nicotina, síndrome de Tourette, doença de Parkinson, dentre outras, além de desordens inflamatórias. Considerando que algumas destas condições ainda não possuem as alterações fisiopatológicas totalmente elucidadas, e que a interferência no sistema colinérgico é uma das bases clínicas para a abordagem de algumas destas doenças, é compreensível considerar que a descrição de uma nova e natural ferramenta para estudo e eventual empregabilidade em distúrbios nos quais a neurotransmissão colinérgica está implicada, como a E. punicifolia, pode apresentar interesse experimental e terapêutico. Além disso, uma vez que seus constituintes químicos possam ser elucidados, novas estratégias terapêuticas para tais doenças poderão ser desenvolvidas com maior especificidade. 24 2 OBJETIVOS 2.1 Geral Investigar a participação da função antiinflamatória de receptores nicotínicos de acetilcolina em camundongos mdx com distrofia muscular de Duchenne. 2.2 Específicos 1. Analisar a expressão de mRNA e níveis protéicos da nAChRα7 e TNFα nas células do microambiente do músculo esquelético gastrocnêmio nas diferentes fases da miopatia do camundongo mdx; 2. Correlacionar a expressão da nAChRα7 em macrófagos presentes no microambiente da lesão muscular nas diferentes fases da miopatia do camundongo mdx com a inflamação e regeneração do músculo esquelético; 3. Investigar os efeitos da ativação nicotínica colinérgica não-seletiva sobre a inflamação e regeneração muscular; 4. Investigar os efeitos da ativação nicotínica colinérgica seletiva da nAChRα7 sobre os mediadores inflamatórios no soro sanguíneo, e na inflamação e regeneração muscular; 5. Analisar os efeitos in vitro do extrato de Eugenia punicifolia na linhagem celular C2C12; 6. Analisar os efeitos in vivo e ex vivo do extrato de Eugenia punicifolia no músculo esquelético gastrocnêmio sobre a atividade de colina acetiltransferase, acetilcolinesterase, inflamação, apoptose e regeneração muscular. 25 26 27 28 29 30 31 32 33 SELECTIVE ACTIVATION OF α7 NICOTINIC ACETYLCHOLINE RECEPTOR SUBUNIT (nAChRα7) AS A NEW ANTI-INFLAMMATORY STRATEGY PREVENTS MUSCULAR DEGENERATION IN mdx MICE Paulo Emílio Corrêa Leite a,b,§, Luís Gandía d, Ricardo de Pascual d, Wilson C. Santos c, Jussara Lagrota-Candido b, Thereza Quirico-Santos a,§ a Departamento de Biologia Celular e Molecular, b Departamento de Imunobiologia, c Departamento de Farmácia e Administração Farmacêutica; Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, 24020-141, Brasil. d Departamento de Farmacología y Terapéutica, Instituto Teófilo Hernando; Universidad Autónoma de Madrid, Madrid, 28029, España. Competing interest statement: The authors declare no competing financial interests. Running Title: Activation of cholinergic mechanisms inhibits inflammation in mdx skeletal muscle § Corresponding authors: Laboratory of Cellular Pathology, Institute of Biology, Federal Fluminense University, Niterói, RJ, 24020-141, Brazil. Tel.: +55 21 2629 2305; fax: +55 21 2629 2268. Email address: leitepec@gmail.com; tquirico@vm.uff.br. 34 ABSTRACT In the last years it has been shown that activation of α7 nicotinic acetylcholine receptor subunit (nAChRα7) reduces inflammation. This regulation termed “cholinergic antiinflammatory pathway” consists on an inflammatory reflex activation that is dependent of parasympathetic vagus nerve stimulation. In the present study we show that inflammation and lesion in skeletal muscles, which do not displays parasympathetic vagal innervation, can be attenuated by selective activation of nAChRα7 subunit and displays a role on muscle regeneration of the mdx model of Duchenne muscular dystrophy. These data are supported by induced muscle injury nAChRα7-/- mice that failed to present reduced muscle inflammation, determined by matrix metalloprotease -9 (MMP-9) activity and analysis of areas of inflammatory infiltrate, after administration of the selective nAChRα7 subunit agonist PNU282987. In contrast, induced muscle injury nAChRα7+/+ mice showed reduction of these parameters, beyond increased activity levels of the active-MMP-2 form. Thus, these data suggest that selective activation of the nAChRα7 subunit may be a novel therapeutic strategy to decrease muscle inflammation of mdx phenotype and possibly other inflammatory disorders through a cholinergic mechanism not exclusive to vagal innervation. Key words: Muscular dystrophy; mdx mice; skeletal muscle; acetylcholine receptor; nAChRα7. 35 INTRODUCTION The nervous and immune systems are not fully independent. Both can alter the physiology of the other in order to maintain homeostasis. The idea that some events of the immune system can be controlled and modulated by neural circuits is intriguing (Blalock, 1984) when in the past it was considered that the immune system was largely autonomous. Besides neurons, acetylcholine may also be produced by immune, endothelial, amongst others cells (Rosas-Ballina et al., 2008). In addition, cells of the immune system also express neurotransmitter receptors, and the interaction of these receptors with ligand can modulate important cellular functions (Junger, 2011; Livnat et al., 1985; Strom et al., 1974; Tracey, 2009). Today we know that immune system is widely distributed and coordinated by neural circuits being regulated by neural principles for maintaining physiological homeostasis in various organs. An example of this regulation is the participation of the vagus nerve as a bidirectional connector between brain and immune systems in reducing inflammation process, and recently many efforts have been raised to understand the mechanisms of this phenomenon. The vagus nerve is able to detect physiological changes in the innerved organ because it expresses different types of receptors for molecules released in these target organs, as baroreceptors that sense pressure caused by edema formation and local production of cytokines during inflammation, and also chemoreceptors that detect local changes in pH (Tracey, 2002). After activation of sensory fibers of the vagus nerve by the immune system, these afferent signals ascend to synapse in the nucleus tractus solitarius and the information is processed by the brain. In response, efferent neurons originating in the dorsal motor nucleus of the vagus nerve are activated releasing acetylcholine in the parenchyma of innervated organs which in turn activates nAChRα7 of macrophages from these tissues. As a result, the production of pro- 36 inflammatory cytokines is inhibited and the peripheral immune system can be controlled (Pavlov and Tracey, 2005; Ulloa, 2005). Many important works have been published showing the importance of the cholinergic anti-inflammatory pathway stimulation through the vagus nerve and nAChRs activation, as in a mouse model of septic peritonitis that generates relevant anti-inflammatory effects (van Westerloo et al., 2005). This bidirectional capability of the vagus nerve to modulate central nervous and immune system responses provides a therapeutic mechanism for neurological and immunological disorders (Wang et al., 2003). In the context of cholinergic mechanism activation in immune cells in which inflammation is reduced, some researchers evaluated experiments in other models of immune disorders to investigate if this mechanism of inflammation control is dependent of parasympathetic innervations exclusively. In the ultraviolet-induced lesion skin model, in which parasympathetic innervations are not involved, a local proinflammatory response is induced and it was shown that cytokine responses to UV radiation in mice were reduced with oral chronic administration of nicotine (OsborneHereford et al., 2008). In other study, a mouse model of collagen-induced rheumatoid arthritis showed that even after cervical vagotomy procedure, clinical arthritis and synovial inflammation was ameliorated by oral and intraperitoneal nicotine administration, and also by intraperitoneal administration of the specific nAChRα7 agonist AR-R17779 (van Maanen et al., 2009). These results were not seen in nAChRα7 knockout control mice, reinforcing that nAChRα7 activation exhibits a relevant role in modulating local pro-inflammatory response in the absence of parasympathetic innervation (Osborne-Hereford et al., 2008). 37 In this sense, the objective of our group was to analyze a possible involvement of nAChRα7 in muscle lesion of mdx mice, the animal model of Duchenne muscular dystrophy (DMD). Mdx mice develop an inflammatory myopathy characterized at different ages by myonecrosis with scattered inflammatory infiltrate followed by muscular regeneration and later persistent fibrosis, caused by a defect in the gene coding for dystrophin, a large cytoskeletal protein present in skeletal muscles and certain neurons (Bani et al., 2008a; Brunelli and Rovere-Querini, 2008; Leite et al., 2010a; Voisin and de la Porte, 2004). We found a correlation between the expression levels of nAChRα7 and TNFα at different stages of the disease: when nAChRα7 was upregulated, TNFα cytokine was downregulated. Intraperitoneal administration of nicotine attenuated muscular inflammation and increased regeneration, showing that activation of nAChRs can be a new strategy to reduce the effects of the disease (Leite et al., 2010b). In spite of the positive effects induced by nicotine, it may also activate different types of nicotinic receptors leading to undesirable responses and, in high doses, causing important side effects. Among the side effects, we highlight its oxidation and aperture of the ring transforming in 4-(n-methyl-n-nitrosamine)-1-(3-pyridyl)-1-butanone and 4(n-methyl-n-nitrosamine)-4-(3-pyridyl)-butanal, where nitrosamine possessing a resonance type which a carbocation is easily donated to a nitrogenous base in DNA (guanine, cytosine, adenine or thymine), causing transcription failure and leading to the possibility of cancer development. Considering this, our objective was to determine whether nAChRα7 selective activity in the dystrophic model would generate positive results concerning inflammation and muscular regeneration, knowing that as this activation is specific and directed it will probably reduce the activation and alteration of other mechanisms and undesirable pathways. 38 Accordingly, we reasoned that administration of the selective nAChRα7 agonist PNU282987, highly selective for nAChRα7 capable of generating responses in neurons of rats when administered intravenously at a concentration of 1 mg/kg (Hajos et al., 2005), may have a better role in regulating inflammation in the pathophysiology of DMD and cause minor side effects, as the current cellular therapies are not effective to the resolution of the inflammatory disorder (Barton-Davis et al., 1999b; Kimura et al., 2010; Lu et al., 2003; Muruve et al., 2004; Perez et al., 2009; Wang et al., 2009). For this purpose we determined the balance of MMP-9, pro-MMP-2 and the active-MMP-2 form activity levels in serum and muscle, areas of inflammatory infiltrate and regeneration in muscle and TNFα levels in serum. MATERIAL AND METHODS Animal care Male mdx dystrophic and age-matched C57BL/10 control non-dystrophic mice were maintained at the Cellular Pathology animal house facilities at Universidade Federal Fluminense, and male nAChRα7-/- and age-matched C57BL/6 control mice at Universidad Autónoma de Madrid, with a light /dark cycle of 12 hours at constant temperature (21oC). Each cage housed up to 4 mice of the same age and offspring to minimize stress. Mdx and control mice were sacrificed in the period of inflammatory prevalence at 4 weeks, regeneration at 12 weeks, or deposition of non-functional collagen at 24 weeks; and nAChRα7-/- and control mice at 6 weeks age. All procedures in Brazil were done within the guidelines established by the Committee of Animal Experimentation of UFF (CEPA-UFF) and approved by this Institutional Animal Ethics Board, and in Spain according to the guidance of the Ethics Committee for Handling Research Animals of Medical School of Universidad Autónoma de Madrid. 39 The induced muscle injury model nAChRα7-/- and C57BL/6 control mice at 6 weeks age were anesthetized with ketamine (100 mg/kg) and xylazine (5 mg/kg) by intraperitoneal injection and had their both gastrocnemius muscles injured with 80 µL of 0.5% bupivacaine hydrochloride (Neocaína, Cristália, Brazil) in its central region. In vivo treatment with drugs Mdx mice at 3 weeks age (21 days postnatal - PN), induced muscle injury nAChRα7-/- and C57BL/6/nAChRα7+/+ control mice received daily intraperitoneal injections of 0.3, 1 mg/kg PNU282987 (N-(3R)-1-Azabicyclo[2.2.2]oct-3-yl-4chlorobenzamide) (Tocris Bioscience, Bristol, UK) or vehicle saline solution during 7 days. These three different groups were also treated with the nAChRα7 nicotinic receptor antagonist Methyllycaconitine citrate (1α,4(S),6β,14α,16β]-20-Ethyl-1,6,14,16tetramethoxy-4-[[[2-(3-methyl-2,5-dioxo-1-pyrrolidinyl)benzoyl]oxy]methyl]aconitane7,8-diol citrate) at 1 mg/kg (MLA 1029, Tocris Bioscience, Bristol, UK) or PNU282987 together with MLA (both at 1 mg/kg). At the end of treatment mice were sacrificed and blood and tissues collected. At least 4 animals were included in each group to all experimental procedures. ELISA (Enzyme-Linked Immuno Sorbent Assay) Mice serum were separated from blood and frozen in aliquots. TNFα ELISA kit was obtained from PeproTech (PeproTech Inc., NJ, EUA). The capture and detection antibodies used were specific for mouse TNFα cytokine. Briefly, 96-well plates were coated with 100 µl/well of anti-mouse TNFα capture antibodies at 1 µg/mL concentration and incubated overnight at room temperature. Wells were washed three 40 times with wash buffer (PBS) and plates blocked with blocking solution (PBS with 1% BSA, pH 7.0) for 1 h and then washed. 100 µl of each respective standard, positive controls and samples were added and plates incubated overnight at 4ºC. After washes, 100 µl of biotinylated anti-mouse TNFα polyclonal detection antibodies at 0.25 µg/mL were incubated for 2 h followed by washing steps. Finally, 100 µl of avidin-horseradish peroxidase diluted as recommended was added for 30 min. After final washes, 100 µl of ABTS (Sigma, St. Louis, USA) was added and incubated for 30 min in the dark. Absorbance was read with a main filter at 405 nm and with a correction filter of 650 nm in an ELISA reader after the addition of the stop solution (1% SDS). Gelatin zymography Gastrocnemius muscles were removed, serum separated from blood and immediately frozen in aliquots preserved in liquid nitrogen (-196ºC). Muscles were homogenized (1/10 w/v) in Tris-buffered saline (TBS, 100 mM Tris-HCl pH 7.6, 200 mM NaCl, 100 mM CaCl2 and 1% Triton X-100). Protein concentration in supernatant aliquots was determined (Lowry et al., 1951) and equal amounts of total protein loaded for zymography (60 g/lane). SDS-PAGE zymography was performed to determine gelatinase activity (Heussen and Dowdle, 1980). Zymogram gels consisted of 7.5% polyacrylamide-SDS impregnated with 2 mg/ml type A gelatin from porcine skin (Sigma, St. Louis, MI) and 4% polyacrylamide-SDS for stacking gels. Gels were further washed twice for 30 min in 2.5% Triton X-100 solution and incubated at 37ºC for 24 h in substrate buffer (10 mM Tris-HCl buffer, pH 7.5 with 5 mM CaCl2, 1 M ZnCl2). Gels were stained with 30% methanol /10% acetic acid solution containing 0.5% brilliant blue R-250 (Sigma, St Louis, MI) and discolored with the same solution 41 without brilliant blue R-250. Gelatinase activity was visualized as unstained bands on a blue background representing areas of proteolysis. Metalloproteases are secreted in a latent form and require cleavage of a NH2 terminus peptide for activation. The exposure of proenzymes to SDS during gel separation leads to activation without proteolytic cleavage (Talhouk et al., 1992) with appeareance of bands corresponding to 100-kDa (MMP-9), 66-kDa (pre-pro-MMP-2) and 60-kDa (pro-MMP-2), and less frequently 55-kDa (active-MMP-2) (Kherif et al., 1999). Histological staining and morphometric analysis Gastrocnemius muscles were removed and fixed in formalin-buffered Millonig fixative (pH 7.2) for 24 h. Wax-embedded 5 m-thick sections were stained with hematoxilin-eosin and syrius red. Images of all cross-sections from mice were acquired with a microdigital camera mounted on a Zeiss Axioplan microscope (Zeiss, Oberkochen, Germany) using a 20x objective. Images were mounted with the Photomerge tool of Adobe Photoshop CS5 software. Total surface area, areas occupied by inflammatory infiltrate and myofibers in regeneration process, as well as area of collagen deposition were determined with Image-Pro 4.5 software. Regenerating fibers were identified by strong basophilic sarcoplasma and centrally located nuclei. Results were expressed as percentage of total area in the cross-section. Quantitative and statistical analysis Quantitative analysis was performed using image-analysis software (Scion Image for Windows, Scion Corporation, National Institutes of Health; Bethesda, MD) for zymography. GraphPad Prism 5 (GraphPad software Inc.) was used to calculate mean 42 and standard errors. One-way ANOVA and unpaired t test were applied to obtain statistical significance of means. Differences were considered to be statistically significant at the 0.05 level of confidence. RESULTS Balance of MMPs activity in skeletal muscle is different among the stages of myopathy A different pattern of MMPs activity can be observed according to disease progression. MMP-9 is only induced when a tissue is damaged and the inflammation occurs, unlike MMP-2 which is constitutively expressed, requiring cleavage of the proMMP-2 form to active-MMP-2 form for mediating its biological properties. For this reason MMP-9 activity is absent in control C57 and MMP-2 is found in both control and dystrophic mice. Mdx at 4 weeks of age, period characterized by myonecrosis and inflammation of dystrophy, MMP-9 activity was intense, reducing at 12 w (87 ± 20%, P < 0.05) and not being detected at 24 w. Pro-MMP-2 showed increased activity levels at 4 w compared to 12 w (132 ± 17%, P < 0.005), and in an inverse pattern the active-MMP-2 form increased 8.3x (P < 0.0005) from 4 w to 12 w, and was not detected at 24 w. Control C57 and mdx mice at 2 weeks of age did not show MMP-9 activity or presented differences among MMP-2 forms (Fig. 1). Reduction of muscle inflammation after specific activation of nAChRα7 in mdx mice In order to investigate the effects of selective nAChRα7 activation on the TNFα cytokine circulating levels after intraperitoneal administration of the selective agonist 43 PNU282987 in mdx mice, we analyzed the amount of serum TNFα in these mice. Serum TNFα reduced 21 ± 3.3% (P < 0.005) after 7 daily injections of PNU282987 at 1 mg/kg, which was blocked after treatment with the competitive antagonist MLA at 1 mg/kg together with the agonist (Fig. 2A). Activity of MMP-9, a protease that cleaves TNFα into soluble form and contributes to systemic inflammation had a drastic reduction of 91 ± 16% (P < 0.005) in the serum (Fig. 2B) and a less intensive reduction of 54 ± 18% (P < 0.05) in the gastrocnemius muscle (Fig. 2C) after treatment with the higher dose of the selective agonist. Only MLA was not able to alter the MMP-9 activity, but this competitive antagonist reversed the effect of the agonist when administered together with PNU282987 in both analysis. Pro-MMP-2 activity was not significantly modified in serum and muscle with the treatments. Active-MMP-2, the cleaved and mature form of MMP-2 which is an important protease related to increase tissue muscle remodeling, was not observed in serum (Fig. 2B) but increased 170 ± 35% (P < 0.05) in gastrocnemius muscle after PNU282987 treatment. This effect was reversed when MLA was administered concomitantly (Fig. 2C). nAChRα7 protein is crucial for reduction of muscle inflammation Aiming to investigate whether nAChRα7 protein and activation is crucial to reduction of muscle inflammation, we induced muscle injury in nAChRα7+/+ mice and made daily treatments with the nAChRα7 selective agonist. It was observed a reduction of 33 ± 11 (P < 0.05) on MMP-9 activity and an increase of 81 ± 13 (P < 0.05) on active-MMP-2 activity, but not any modulation in pro-MMP-2 (Fig. 3A). The nAChRα7-/- mice did not show modulation on MMP-9, pro-MMP-2 and active-MMP-2 activities after treatment with the nAChRα7 selective agonist PNU282987 (Fig. 3B). 44 Selective activation of nAChRα7 reduces area of inflammatory infiltrate and improves regeneration in mdx muscle Histological analysis of gastrocnemius skeletal muscle showed that selective nAChRα7 activation reduced inflammatory infiltrate areas in mdx mice (49 ± 13, P < 0.005) displaying reduced number of migrated leukocytes. It was also observed increased myofiber regeneration (35 ± 12, P < 0.05), assessed by area measurement of basophilic sarcoplasma and centrally located nuclei, without significant changes upon collagen production (Fig. 4). DISCUSSION Production of inflammatory cytokines displays important roles against tissue injury and host defense. Moreover, injured tissue can cause a local or systemic inflammatory imbalance and may result in organ failure or even in lethal systemic inflammation due to an excessive production of inflammatory cytokines (Dantzer and Kelley, 2007). In our previous reports, we suggested that endogenous mechanisms responsible for regulating inflammation are activated and contribute to the regulation of exacerbated immune response, consequently leading to posterior muscle regeneration in the inflammatory myopathy of mdx mice (Leite et al., 2010b). Our current results corroborate this statement, since they show increase MMP-9 activity in dystrophic mice, which is involved in TNFα, NFkB and MMP-9 induction, during the inflammatory prevalence stage (4 weeks), and its reduction during the regeneration and tissue repair stage (12 weeks). Oppositely, the active form of MMP-2, which is involved in regeneration and tissue repair, is considerably lower in 4 weeks in comparison to 12 weeks. 45 These data suggest a natural control of inflammation. However, so that this occurs the inflammatory disorder might have to reach a certain activity level, what would disrupting the homeostasis and demand time to yield a more effective regeneration. Considering this and previous reports (Osborne-Hereford et al., 2008; van Maanen et al., 2009; van Westerloo et al., 2005), we have used nicotine to activate nicotinic receptors including nAChRα7, in the stage that precedes the inflammatory characteristic period in order to reduce the deleterious effects of this stage which might affect an early efficient regeneration in the course of the pathology. We observed that muscle inflammation reduced in the inflammatory prevalence stage when the treatment was performed soon after weaning, demonstrated by decreased levels of MMP-9, TNFα and NFkB. Also, treatment increased muscle regeneration without altering non-functional tissue deposition such as collagen and fibrosis (Leite et al., 2010b). Our results have shown that intraperitoneal administration of the agonist PNU282987 at 1 mg/kg for 7 days practically abolished serum MMP-9, also reducing its activity in the gastrocnemic muscle of mdx mice. The administration of the receptor antagonist MLA in the same concentration caused a discrete and not statistically significant increase in muscle MMP-9 activity. When the agonist was administered with the antagonist at the same time, we did not observe modulation of MMP-9, suggesting that MLA competed with the agonist for the nAChRα7 binding site. Similar results were obtained when serum TNFα levels were measured, although these levels in the serum of mdx mice are naturally low. On the other hand, despite the pro-MMP2 was not altered in serum and gastrocnemic muscle, active-MMP-2 was increased in animals treated with the agonist. These data suggest that selective activation of nAChRα7 reduces the inflammatory signaling mediated by MMP-9, since this enzyme is able to induce the transcription factor NFkB and its own synthesis, also inducing the production and 46 cleavage of TNFα in its mature form (Kherif et al., 1999). That explains gastrocnemic MMP-9 and also serum TNFα and MMP-9 reduced levels. With the knowledge that reduction of inflammation favors muscle regeneration (Messina et al., 2006; RendonMitchell et al., 2003) and that active-MMP-2 activity was increased with the nAChRα7 agonist treatment, it is conceivable to consider that selective nAChRα7 activation may contribute direct or indirectly for tissue remodeling. This hypothesis is reinforced by the data showing diminished myonecrosis and inflammatory infiltrate areas, increased regeneration area and no changes in the non-functional tissue (collagen) in the muscular tissue after treatment. It is also possible to consider that minor leukocyte infiltration in muscle tissue after nAChRα7 activation might be due to reduced NFkB synthesis and nuclear translocation, which would eventually lead to a reduction in cellular adhesion receptors and production of molecules important to diapedesis, as ICAM-1 and VCAM-1 (Ransohoff et al., 2003; Saeed et al., 2005). The hypothesis that nAChRα7 has a relevant involvement as a regulator of inflammation and muscular tissue remodeling is consistent because induced muscle injury C57BL6/nAChRα7-/- mice did not present MMP-9 activity reduction or activeMMP-2 modulation after treatment with the agonist PNU282987. In contrast, induced muscle injury in wild type with the same genetic background (C57BL6/nAChRα7+/+) treated with the agonist presented reduction of MMP-9 activity without any alterations on pro-MMP-2. However, the active-MMP-2 was increased as in mdx mice, reinforcing the hypothesis that this active and mature metalloprotease is important for tissue remodeling. As this therapeutic strategy is highly selective for nAChRα7, fewer undesirable side effects are expected, and the damaging effects that occur during the progression of 47 Duchenne muscular dystrophy are potentially reduced favoring efficient healing. These data show that nAChRα7 activation mainly expressed by macrophage cells in the inflammatory infiltrate, which are the main production source of TNFα and MMP-9, can be considered a potential target of pharmacological strategies to reduce inflammation and activating mechanisms of muscle remodeling reducing the damaging effects of Duchenne muscular dystrophy progression and possibly others inflammatory diseases. ACKNOWLEDGEMENTS This study was supported by grants from CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), FAPERJ (Fundação de Amparo a Pesquisa do Rio de Janeiro) and Santander Bank. 48 Fig. 1. Different pattern of metalloproteases activity in skeletal muscle of mdx mice. Zymograms of metalloproteases activity from gastrocnemius muscle of control C57 (C) and dystrophic mdx mice (M) in different stages of myopathy. One-way ANOVA test indicates P < 0.005 for graphs showing the activity level of MMP-9, pro-MMP-2 and active-MMP-2 (mdx). Unpaired t test analysis (* P < 0.05; ** P < 0.005; *** P < 0.0005). 5 mice were included per experimental group. Results are expressed as mean with standard error of mean (±SEM). 49 Fig. 2. Selective nAChRα7 activation reduces serum and muscle inflammation of mdx mice. (A) ELISA and (B) zymograms of metalloproteases activity from serum and (C) gastrocnemius muscle of mdx mice treated with Vehicle saline, PNU282987 at 0.3 and 1.0 mg/kg, MLA at 1.0 mg/kg, or both PNU282987 and MLA at 1.0 mg/kg for 7 days. The active-MMP-2 activity was not detected in the serum. One-way ANOVA test indicates P < 0.05 for graphs showing TNFα content and P < 0.005 for MMP-9 activity in the serum, and P < 0.05 for MMP-9 and active-MMP-2 activity levels in the gastrocnemius muscle. Unpaired t test analysis (* P < 0.05; ** P < 0.005). 4 mice were included per experimental group. Results are expressed as mean with standard error of mean (±SEM). 50 Fig. 3. nAChRα7 activation is crucial for reduced muscle inflammation. Zymograms of metalloproteases activity from muscle injury-induced (A) C57BL6/nAChRα7+/+ and (B) C57BL6/nAChRα7-/- mice after a 5 daily treatment with Vehicle saline or PNU282987 at 1.0 mg/kg, or without any treatment (Control). One-way ANOVA test indicates P < 0.05 for graphs of MMP-9 and active-MMP-2 activity levels of C57BL6/nAChRα7+/+ mice. Unpaired t test analysis (* P < 0.05). 4 mice were included per experimental group. Results are expressed as mean with standard error of mean (±SEM). 51 Fig. 4. nAChRα7 activation reduces inflammatory infiltrate area and improves regeneration in mdx muscle. Histological analysis of mdx gastrocnemius muscle after vehicle or PNU282987 treatment, with images from entire cross-section on top. In the middle, representative micrographs of the inflammatory infiltrate and regeneration area. Below, graphs showing quantification of inflammatory infiltrate and regeneration areas, and also collagen production. Unpaired t test analysis (* P < 0.05). 7 mice were included per experimental group. Results are expressed as mean with standard error of mean (±SEM). 52 REFERENCES Bani, C., Lagrota-Candido, J., Pinheiro, D.F., Leite, P.E., Salimena, M.C., HenriquesPons, A., Quirico-Santos, T., 2008. Pattern of metalloprotease activity and myofiber regeneration in skeletal muscles of mdx mice. Muscle Nerve. Barton-Davis, E.R., Cordier, L., Shoturma, D.I., Leland, S.E., Sweeney, J.L., 1999. Aminoglycoside antibiotics restore dystrophin function to skeletal muscles of mdx mice. J.Clin. Invest. () : 104, 375-381. Blalock, J.E., 1984. The immune system as a sensory organ. J Immunol 132, 10671070. Brunelli, S., Rovere-Querini, P., 2008. The immune system and the repair of skeletal muscle. Pharmacol Res 58, 117-121. Dantzer, R., Kelley, K.W., 2007. Twenty years of research on cytokine-induced sickness behavior. Brain Behav Immun 21, 153-160. Hajos, M., Hurst, R.S., Hoffmann, W.E., Krause, M., Wall, T.M., Higdon, N.R., Groppi, V.E., 2005. The selective alpha7 nicotinic acetylcholine receptor agonist PNU-282987 [N-[(3R)-1-Azabicyclo[2.2.2]oct-3-yl]-4-chlorobenzamide hydrochloride] enhances GABAergic synaptic activity in brain slices and restores auditory gating deficits in anesthetized rats. J Pharmacol Exp Ther 312, 12131222. Heussen, C., Dowdle, E.B., 1980. Electrophoretic analysis of plasminogen activators in polyacrylamide gels containing sodium dodecyl sulfate and copolymerized substrates. Anal Biochem 102, 196-202. Junger, W.G., 2011. Immune cell regulation by autocrine purinergic signalling. Nat Rev Immunol 11, 201-212. Kherif, S., Lafuma, C., Dehaupas, M., Lachkar, S., Fournier, J.G., Verdiere-Sahuque, M., Fardeau, M., Alameddine, H.S., 1999. Expression of matrix metalloproteinases 2 and 9 in regenerating skeletal muscle: a study in experimentally injured and mdx muscles. Dev Biol 205, 158-170. Kimura, E., Li, S., Gregorevic, P., Fall, B.M., Chamberlain, J.S., 2010. Dystrophin delivery to muscles of mdx mice using lentiviral vectors leads to myogenic progenitor targeting and stable gene expression. Mol Ther 18, 206-213. Leite, P.E., de Almeida, K.B., Lagrota-Candido, J., Trindade, P., da Silva, R.F., Ribeiro, M.G., Lima-Araujo, K.G., Santos, W.C., Quirico-Santos, T., 2010a. Antiinflammatory activity of Eugenia punicifolia extract on muscular lesion of mdx dystrophic mice. J Cell Biochem 111, 1652-1660. Leite, P.E., Lagrota-Candido, J., Moraes, L., D'Elia, L., Pinheiro, D.F., da Silva, R.F., Yamasaki, E.N., Quirico-Santos, T., 2010b. Nicotinic acetylcholine receptor activation reduces skeletal muscle inflammation of mdx mice. J Neuroimmunol 227, 44-51. Livnat, S., Felten, S.Y., Carlson, S.L., Bellinger, D.L., Felten, D.L., 1985. Involvement of peripheral and central catecholamine systems in neural-immune interactions. J Neuroimmunol 10, 5-30. Lowry, O.H., Rosebrough, N.J., Farr, A.L., Randall, R.J., 1951. Protein measurement with the Folin phenol reagent. J Biol Chem 193, 265-275. Lu, Q.L., Mann, C.J., Lou, F., Bou-Gharios, G., Morris, G.E., Xue, S.A., Fletcher, S., Partridge, T.A., Wilton, S.D., 2003. Functional amounts of dystrophin produced by skipping the mutated exon in the mdx dystrophic mouse. Nat Med 9, 10091014. 53 Messina, S., Bitto, A., Aguennouz, M., Minutoli, L., Monici, M.C., Altavilla, D., Squadrito, F., Vita, G., 2006. Nuclear factor kappa-B blockade reduces skeletal muscle degeneration and enhances muscle function in Mdx mice. Exp Neurol 198, 234-241. Muruve, D.A., Cotter, M.J., Zaiss, A.K., White, L.R., Liu, Q., Chan, T., Clark, S.A., Ross, P.J., Meulenbroek, R.A., Maelandsmo, G.M., Parks, R.J., 2004. Helperdependent adenovirus vectors elicit intact innate but attenuated adaptive host immune responses in vivo. J Virol 78, 5966-5972. Osborne-Hereford, A.V., Rogers, S.W., Gahring, L.C., 2008. Neuronal nicotinic alpha7 receptors modulate inflammatory cytokine production in the skin following ultraviolet radiation. J Neuroimmunol 193, 130-139. Pavlov, V.A., Tracey, K.J., 2005. The cholinergic anti-inflammatory pathway. Brain Behav Immun 19, 493-499. Perez, A.L., Bachrach, E., Illigens, B.M., Jun, S.J., Bagden, E., Steffen, L., Flint, A., McGowan, F.X., Del Nido, P., Montecino-Rodriguez, E., Tidball, J.G., Kunkel, L.M., 2009. CXCR4 enhances engraftment of muscle progenitor cells. Muscle Nerve 40, 562-572. Ransohoff, R.M., Kivisakk, P., Kidd, G., 2003. Three or more routes for leukocyte migration into the central nervous system. Nat Rev Immunol 3, 569-581. Rendon-Mitchell, B., Ochani, M., Li, J., Han, J., Wang, H., Yang, H., Susarla, S., Czura, C., Mitchell, R.A., Chen, G., Sama, A.E., Tracey, K.J., 2003. IFN-gamma induces high mobility group box 1 protein release partly through a TNFdependent mechanism. J Immunol 170, 3890-3897. Rosas-Ballina, M., Ochani, M., Parrish, W.R., Ochani, K., Harris, Y.T., Huston, J.M., Chavan, S., Tracey, K.J., 2008. Splenic nerve is required for cholinergic antiinflammatory pathway control of TNF in endotoxemia. Proc Natl Acad Sci U S A 105, 11008-11013. Saeed, R.W., Varma, S., Peng-Nemeroff, T., Sherry, B., Balakhaneh, D., Huston, J., Tracey, K.J., Al-Abed, Y., Metz, C.N., 2005. Cholinergic stimulation blocks endothelial cell activation and leukocyte recruitment during inflammation. J Exp Med 201, 1113-1123. Strom, T.B., Sytkowski, A.J., Carpenter, C.B., Merrill, J.P., 1974. Cholinergic augmentation of lymphocyte-mediated cytotoxicity. A study of the cholinergic receptor of cytotoxic T lymphocytes. Proc Natl Acad Sci U S A 71, 1330-1333. Talhouk, R.S., Bissell, M.J., Werb, Z., 1992. Coordinated expression of extracellular matrix-degrading proteinases and their inhibitors regulates mammary epithelial function during involution. J Cell Biol 118, 1271-1282. Tracey, K.J., 2002. The inflammatory reflex. Nature 420, 853-859. Tracey, K.J., 2009. Reflex control of immunity. Nat Rev Immunol 9, 418-428. Ulloa, L., 2005. The vagus nerve and the nicotinic anti-inflammatory pathway. Nat Rev Drug Discov 4, 673-684. van Maanen, M.A., Lebre, M.C., van der Poll, T., LaRosa, G.J., Elbaum, D., Vervoordeldonk, M.J., Tak, P.P., 2009. Stimulation of nicotinic acetylcholine receptors attenuates collagen-induced arthritis in mice. Arthritis Rheum 60, 114122. van Westerloo, D.J., Giebelen, I.A., Florquin, S., Daalhuisen, J., Bruno, M.J., de Vos, A.F., Tracey, K.J., van der Poll, T., 2005. The cholinergic anti-inflammatory pathway regulates the host response during septic peritonitis. J Infect Dis 191, 2138-2148. 54 Voisin, V., de la Porte, S., 2004. Therapeutic strategies for Duchenne and Becker dystrophies. Int Rev Cytol 240, 1-30. Wang, B., Li, J., Fu, F.H., Xiao, X., 2009. Systemic human minidystrophin gene transfer improves functions and life span of dystrophin and dystrophin/utrophindeficient mice. J Orthop Res 27, 421-426. Wang, H., Yu, M., Ochani, M., Amella, C.A., Tanovic, M., Susarla, S., Li, J.H., Yang, H., Ulloa, L., Al-Abed, Y., Czura, C.J., Tracey, K.J., 2003. Nicotinic acetylcholine receptor alpha7 subunit is an essential regulator of inflammation. Nature 421, 384-388. 55 Eugenia punicifolia (Myrtaceae) dichloromethane fraction inhibits DNA synthesis and proliferation of C2C12 cells via MAPK signaling pathway Paulo Emílio Corrêa Leite a,§, Guilherme Rapozeiro b, Jussara Lagrota-Candido d, Wilson C. Santos c,e, Thereza Quirico-Santos a,§ a c Departamento de Biologia Celular e Molecular, bDepartamento de Neurobiologia, Departamento de Farmácia e Administração Farmacêutica, d Departamento de Imunobiologia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, 24020-141, Brasil; e Instituto Teófilo Hernando, Departamento de Farmacología, Facultad de Medicina, Universidad Autónoma de Madrid, España. Conflicting interest statement: The authors declare no competing financial interests. Running Title: Cytostatic effect of Eugenia punicifolia § Corresponding authors: Laboratory of Cellular Pathology, Institute of Biology, Federal Fluminense University, Niteroi, RJ, 24020-141, Brazil. Tel.: +55 21 2629 2305; fax: +55 21 2629 2268. Email address: leitepec@gmail.com; tquirico@vm.uff.br. Key words: SKELETAL MUSCLE; C2C12; Eugenia punicifolia; CELL SIGNALING; MAPK. Number of figures: 6. 56 ABSTRACT Sustained chronic inflammation induces activation of numerous genes involved in cellular proliferation and apoptosis thereby causing severe skeletal muscle degeneration characteristic of inflammatory myopathies. We previously showed that Eugenia punicifolia dichloromethane (Ep-CM) fraction causes significant reduction of muscular inflammation and improve skeletal muscle regeneration of dystrophic mdx mouse, the animal model of Duchenne muscular dystrophy. This work aimed to investigate the in vitro effect of Ep-CM fraction upon activation of pathways involved in the regulation of cell proliferation, viability and signaling of C2C12 cell lineage. Ep-CM fraction inhibited cell proliferation in a dose-dependent manner, confirmed by reduction of [3H] thymidine uptake without affecting cell viability or inducing apoptosis. The inhibitory effect was totally reversed after 48 h washout experiment. Expression of pERK and Cyclin D1 were reduced in a concentration-dependent manner, but pAkt and p27kip1 expression levels were increased. In contrast Ep-CM increased the activity of metalloproteases -9 and -2 compared to controls. The cytostatic effect of Ep-CM upon C2C12 cells occurred mainly via inhibition of pERK activation and DNA synthesis without affecting cell viability or inducing apoptosis but possibly inhibiting the G1 phase of the cell cycle. The increased production of metalloproteases -9 and -2 further indicates that Ep-CM also exerts an important role in tissue remodeling. 57 1. INTRODUCTION Natural products from plant extracts often display pharmacological activities and many efforts have been employed for the development of compounds with possible therapeutic applications in various pathologies (Rahimi et al., 2010). The Eugenia genus of Myrtaceae family is largely used for diarrhea and stomach disturbances and as hypoglycaemic remedy by some communities in the Amazon region (Bopp et al., 2009; Brito et al., 2007). Flavonoids (myricitrin, quercetin, quercetrin), steroids, terpenoids, tanines and anthraquinones are among chemical compounds with pharmacological properties isolated from Eugenia species (Consolini and Sarubbio, 2002). We have previously shown that aqueous E. punicifolia extract enhanced cholinergic nicotinic neurotransmission in rat diaphragm (Grangeiro et al., 2006) whereas the dichloromethane fraction (Ep-CM) exhibited a potent antiinflammatory activity in skeletal muscles of mdx mice, through a yet unknown mechanism (Leite et al., 2010a). Likewise, resolution of skeletal muscle inflammation in mdx mice, the animal model of Duchenne muscular dystrophy was accompanied by increased expression of non-neuronal nicotinic 7 acetylcholine receptor subunit (nAChR7) in macrophages located nearby inflammatory foci (Leite et al., 2010b). Activation of nAChR7 receptors inhibits secretion of TNF inflammatory cytokine and also NFκB translocation towards the nucleus and synthesis of inflammatory proteins (Saeed et al., 2005; Tracey, 2009). Inasmuch persistently exacerbated levels of inflammatory proteins as TNF are directly implicated in amplification of mdx skeletal muscle degeneration (Bani et al., 2008a), it is important to elucidate the mechanisms underlying the antiinflammatory effect of E. punicifolia as a putative new therapeutic agent for muscular dystrophy. The present study aimed to investigate the in vitro effects of Ep- 58 CM fraction upon C2C12 myoblast proliferation, viability, activation of signaling pathways and also production of metaloproteases involved in tissue remodeling. 2. MATERIAL AND METHODS 2.1. Drugs and reagents Dimethyl sulfoxide (DMSO) was purchased from Sigma Chem. Co., USA; [3H]thymidine (0.5 μCi) from Amersham Biosciences; Dapi (4’,6-diamidino-2- phenylindole) from Pierce Biotechnology (Rockford, IL, USA); Dulbecco’s modified Eagle’s medium (DMEM) and the supplement fetal bovine serum from Gibco BRL (Grand Island, NY, USA); MEK1 specific inhibitor PD98059 was purchased from New England Biolabs (Beverly, MA, USA). All other reagents were of analytical grade. 2.2. Plant material and extract preparation E. punicifolia was supplied by the Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS, Manaus, AM, Brazil) and identified at the National Museum (Rio de Janeiro Federal University, Brazil). Official authorization for scientific investigation with plant components was given by the government environmental institution (IBAMA, Brazil), registration 16602-1 with a voucher specimen deposited at the National Museum (Rio de Janeiro, Brazil). The plant was successively extracted at room temperature with solvents of increasing polarity beginning with hexane, dichloromethane and methanol. Extracts were evaporated to dryness and the residues stored at 4 ºC. Stock solutions (1 mg /mL) were prepared in 10-2 M DMSO. E. punicifolia crude extract was separated on three fractions: hexanic, dichloromethanic and methanolic, but results with statistical relevance were obtained only with the dichloromethanic fraction. 59 2.3. Cell culture Mouse myoblast cells (C2C12) were maintained as subconfluent monolayer in DMEM containing 4.5 g /L glucose and L-glutamine supplemented with 10% fetal bovine serum (FBS), 50 U /ml penicillin, and 50 mg /ml streptomycin and maintained at 37 ºC in a 5% CO2 humidified atmosphere. Cell cultures were performed on 8-wells slide chamber system for cell morphology, immunofluorescence and TUNEL; 24-wells culture plates for [3H]-thymidine incorporation, cell membrane and mitochondria viability and zymography; and in 6-wells culture plates for western blot assays. 2.4. Cell morphology analysis 5 x 104 C2C12 cells were treated with vehicle (DMSO) or 100 μg /mL Ep-CM during 24 h at 37 ºC in a 5% CO2 incubator. Cells were fixed with 4% paraformaldehyde and 2% glutaraldehyde in 0.1 M PBS for 30 min, followed by PBS wash and nuclei staining with Dapi. Phase contrast images were obtained using a Nikon Eclipse TE2000-U microscope. 2.5. Gelatin zymography Conditioned medium obtained 24 h after treatment was collected and diluted (1/10 v/v) in a non-reducing sample buffer pH 6.8 (100 mM Tris, 10% glycerol, 4% sodium dodecyl sulfate, 0.1% bromophenol blue). Equal volumes of conditioned medium from control (DMSO vehicle) and Ep-CM treated cell cultures were loaded. SDS-PAGE zymography was performed to determine the gelatinase activity (Heussen and Dowdle, 1980). Briefly, zymogram gels consisted of 7.5% polyacrylamide-SDS impregnated with 2 mg /mL type A gelatin from porcine skin (Sigma, St. Louis, MI) and 4% polyacrylamide-SDS for stacking gels. Gels were further washed twice for 30 min in 60 2.5% Triton X-100 solution, then incubated at 37 ºC for 24 h in substrate buffer (10 mM Tris buffer pH 7.5 with CaCl2 5 mM and ZnCl2 1M). Thereafter gels were stained with 30% methanol /10% acetic acid containing 0.5% brilliant blue R-250 (Sigma, St Louis, MI). Gelatinase activity was visualized as unstained bands on a blue background, representing areas of substrate protein proteolysis. Metalloproteases are secreted in latent form and require cleavage of a NH2 terminus peptide for activation. Exposure of proenzymes of tissue extracts to sodium dodecyl sulfate during gel separation procedure leads to activation without proteolytic cleavage (Talhouk et al., 1992). 2.6. [3H]-thymidine incorporation 105 C2C12 cells were treated with different concentrations of Ep-CM extract or vehicle during 24 hours and next incubated with [3H]-thymidine (0.5 μCi) for 60 min at 37 ºC in 5% CO2 incubator. Cultures were washed three times with 1 mL DMEM buffered with 25 mM Hepes pH 7.4, dissolved with 0.1 mL of 0.4 N NaOH and further treated with TCA solution (1.5 mL H2O it was added 0.3 mL of 50% trichloroacetic acid) and incubated for 30 min at 4 ºC. Samples were filtered through Whatmann GF/B glass fiber filters and washed three times with 5% TCA. Filters were dried and the radioactivity determined by scintillation spectroscopy (Packard, model 1600 TR). 2.7. Viability of mitochondria and cell membrane Mitochondrial viability was determined by the MTT (3-(4,5-Dimethylthiazol-2yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide) reduction method (Mosmann, 1983) in which tetrazolium salt is converted to a dark-blue formazan by succinate dehydrogenase complex II located in the inner mitochondrial membrane. 5 x 104 C2C12 cells were 61 treated with crescent concentrations of Ep-CM extract during 24 hours at 37 ºC in a 5% CO2 incubator. Thereafter cells were washed with PBS pH 7.6 and incubated with 1.5 mg /mL MTT (Sigma, St Louis, MI). After 4 hours, cells were treated with alcoholicacid lyse solution (12N HCl and isopropyl acid 6:1) and soluble formazan product estimated by the absorbance at 570 nm after subtracting the absorbance at 650 nm. Membrane viability was determined by live-dead kit according to manufacturer recommendations (Molecular probes, Eugene, OR). Live cells were distinguished by the presence of ubiquitous intracellular esterase activity determined by enzymatic conversion of virtually no fluorescent cell permeate calcein AM to the intensely fluorescent calcein. The polyanionic dye calcein is well retained within live cells, producing an intense uniform green fluorescence in live cells (ex /em ~495 nm /~515 nm). Ethidium homodimer-1 (EthD-1) enters cells with damaged membranes and undergoes a 40-fold fluorescence enhancement upon binding to nucleic acids, thereby producing a bright red fluorescence in dead cells (ex/em ~495 nm /~635 nm). EthD-1 is excluded by the intact plasma membrane of live cells. Determination of cell viability depends on these physical and biochemical properties of cells. Background fluorescence levels are very low in this assay because both dyes are virtually non-fluorescent before interacting with cells. Fluorescent images were obtained using a Nikon Eclipse TE2000U microscope and merged on Adobe Photoshop CS5. 2.8. Western blot analysis Western blot was performed for analysis of proteins involved in apoptosis, cell signaling and differentiation. 5 x 105 C2C12 cells were plated and after specific treatment cells were homogenized by a standard procedure with sample buffer pH 6.8 (173 mM Tris, 20% glycerol, 4% sodium dodecyl sulfate, 10% -mercaptoethanol) 62 containing protease inhibitor buffer (Sigma, St Louis, MI). Protein quantification was determined by Lowry protocol (Lowry et al., 1951). Samples were denatured by boiling for 5 min and 50 µg of protein loaded on 10% SDS-PAGE for protein detection, further transferred to PVDF membranes (Immobilon-P; Millipore, MA, USA) and blocked with 5% nonfat dry milk in 0.05% Tween-20 Tris-buffered saline (TBST) pH 7.4 for 2 h on a rocking platform. Membranes were incubated individually in 5% nonfat dry milk TBST at 4 ºC overnight with primary polyclonal rabbit antibodies for cleaved caspase-3 (Asp175 at 1:1000) and ERK1/2 (Erk1/2 at 1:2000) both from Cell Signaling Technology (Beverly, MA, USA); and for Cyclin D1 (sc-717 at 1:1000), NFκB p65 (A at 1:500) and myogenin (at 1:2000) from Santa Cruz Biotechnology (Santa Cruz, CA, USA). The following monoclonal antibodies were also used: rabbit anti-Akt (pan C67E7 at 1:2000) and anti-pAkt (Ser473 D9E at 1:2000) and mouse anti-pERK1/2 (Thr202/Tyr204 E10 at 1:2000 from Cell Signaling Technology, Beverly, MA; antip27kip1 (57/Kip1/p27 at 1:4000) from BD Biosciences (Franklin Lakes, NJ, USA) and anti-HMGB1 (MAb1690 at 1:500) from R&D Systems (Minneapolis, MN, USA). Peroxidase-conjugated donkey anti-rabbit at 1:3000 (Zymed, San Francisco, CA, USA) and goat anti-mouse at 1:3000 (Zymed, San Francisco, CA) were also used. Bands were identified by chemiluminescence with ECL Plus (Amersham Biosciences, Fairfield, CT, USA) followed by subsequent film exposure for 5 min. Presence of proteins were verified by comparison with Molecular Rainbow Weight Marker (Amersham Biosciences; Fairfield, CT). As negative control, samples were incubated without primary antibodies. Equal loading of protein was assessed on stripped blots by immunodetection of β-actin using goat anti-human polyclonal peroxidase-conjugated antibody at 1:1000 (Santa Cruz Biotechnology, Santa Cruz, CA). 63 2.9. TUNEL in situ detection Terminal deoxynucleotidyl transferase mediated dUTP nick-end labeling (TUNEL) method was utilized to identify apoptotic cells (Upstate, Temecula, USA). 5 x 104 C2C12 cells were plated and treatments conducted for further TUNEL analysis. Cells were fixed for 30 min and rinsed for 20 min in PBST. In brief, after incubation of protein kinase for 30 min at 37 ºC and washing steps, sections were labeled with biotinylated nucleotides by incubation with Terminal deoxynucleotidyl Transferase (TdT) enzyme for 1 h in a humidity chamber at 37 ºC. The incorporated nucleotides were detected using avidin-FITC in the dark for 30 min at 37 ºC. Cells were counterstained with Dapi and images were randomly obtained with a Nikon Eclipse TE2000-U microscope with identical time exposure and image settings and merged on Adobe Photoshop CS5. 2.10. Immunofluorescence 5 x 105 C2C12 cells were fixed for 30 min, washed with PBS and incubated for 1 h with blocking buffer PBST (0.05% Triton X-100 in PBS, containing 5% normal goat serum). Cells were incubated overnight at 4 ºC with polyclonal rabbit anti-NFκB p65 (at 1:400) and anti-myogenin (at 1:1000) both from Santa Cruz Biotechnology, Santa Cruz, CA; or monoclonal mouse antibodies anti-pERK1/2 (Thr202/Tyr204 E10; Cell Signaling Technology, Beverly, MA) and anti-HMGB1 (MAb1690 at 1:500; R&D Systems, Minneapolis, MN, USA) in blocking buffer at 4 ºC overnight. Thereafter samples were incubated with secondary antibodies donkey anti-rabbit IgG Alexa 568, 488 or goat anti-mouse IgG Alexa 488-labeled, all at 1:200 (Molecular probes, Eugene, OR). Cells were counterstained with Dapi and images obtained with a Nikon Eclipse 64 TE2000-U microscope with identical time exposure and image settings and merged on Adobe Photoshop CS5. 2.11. Quantitative and statistical analysis All experiments were conducted in quadruplicates. Quantitative analysis for [3H]thymidine incorporation, mitochondria viability, western blot and zymography was performed using the image-analysis software Scion Image for Windows (Scion Corporation, National Institutes of Health; Bethesda, MD). GraphPad Prism 5 (GraphPad software Inc.) was used to calculate mean and standard deviations. One-way ANOVA and unpaired t test were applied to obtain statistical significance of means. Differences were considered to be statistically significant at the 0.05 level of confidence. 3. RESULTS 3.1. Effect of Ep-CM extract upon cell proliferation Addition of Ep-CM at 100 µg /mL in the culture medium, in comparison to C2C12 control cells treated with DMSO vehicle, reduced cell density with few cells undergoing mitosis (Fig. 1A). Analysis of different concentrations of Ep-CM upon cell proliferation showed marked reduction of cell proliferation from 50 to 100 µg /mL (P < 0.0005) in a concentration dependent manner reaching 89% ± 0.6% inhibition at 100 µg /mL (Fig. 1B). The inhibitory effect on cell proliferation only occurred while the extract was present. [3H]-thymidine incorporation after medium replacement caused a partial recovery of C2C12 myoblastoma cell proliferation after 24 h (66 ± 10%, P < 0.0005) and totally after 48 h (91 ± 5%, P < 0.0005) (Fig. 1C). 65 3.2. Effect of Ep-CM extract upon cell apoptosis and viability After observation of reduced cell density caused by Ep-CM treatment, it was important to verify possible induction of apoptosis and /or detachment of treated cells from the culture plate. C2C12 cells were either treated with 75 and 100 µg /mL of EpCM or DMSO vehicle and supernatants collected, centrifuged and resuspended. It was observed few cells in the supernatant and the degree of apoptosis assessed by TUNEL was similar in detached cells from both groups. Regarding the cultured and adhered cells in the plate, the amount of fragmented nuclei was very low in both groups (images not shown) and also undetectable levels of cleaved caspase-3 (Fig. 2A). Mitochondrial viability was assessed by MTT assay (Fig. 2B) and cellular membrane viability by fluorescent enzymatic reaction of intracellular calcein (viable cells, green) and DNA intercalation with ethidium bromide EthD-1 for non-viable cells (red nuclei) (Fig. 2C). Ep-CM treated cells did not show significant difference in mitochondrial and cellular membrane viability in comparison with control cells treated with vehicle. 3.3. Effect of Ep-CM extract upon metalloproteases production Matrix metalloproteases (MMPs) are key regulatory molecules in the formation, remodeling, and degradation of extracellular matrix components in both physiological and pathological processes. Analysis of metalloproteases secreted by C2C12 cells treated with 100 µg /mL Ep-CM showed increased activity levels of MMP-9 (128 ± 14%, P < 0.005) and MMP-2 (110 ± 18%, P < 0.005) in comparison with control groups (Fig. 3). 66 3.4. Ep-CM extract inhibits the MAPKinase signaling pathway PD98059 was used as a classic specific inhibitor of MEK1 phosphorylation (Tortorella et al., 2001) to assess if Ep-CM extract could affect the MAPK signaling pathway considering its importance for cellular proliferation, differentiation and development. Similarly to the effect produced by Ep-CM extract, the PD98059 inhibitor reduced C2C12 cell proliferation (86%, ± 1%, P < 0.0005) at 50 µM without affecting cell viability (Fig. 4A). Ep-CM treatment also reduced pERK expression in a dose-dependent manner reaching 72% (± 12%, P< 0.005) at 100 µg /mL (Fig. 4B), supported by reduced fluorescent signal which confirms the reduced levels of pERK protein detected by western blot analysis (Fig. 4C). 3.5. Ep-CM extract does not influence NFkB activation, myogenin expression or HMGB1 production NFkB is a transcription factor involved in the control of proliferation and cellular events (Lee et al., 2007), myogenin is a myogenic regulatory protein essential for terminal differentiation of myoblasts into myotubes (Spassov et al., 2011), and HMGB1 a cellular molecule released from activated macrophage and necrotic cells with intrinsic proinflammatory activity (Wang et al., 2004). No alterations were observed on nuclear /cytoplasmic localization of NFkB, myogenin and HMGB1 evidenced by immunofluorescence (Fig. 5A, B, C), and neither in the protein expression evidenced by western blot (Fig. 5D). 67 3.6. Ep-CM extract influences proteins that regulate the cell cycle The expression levels of pAkt and p27kip1 proteins were assessed on C2C12 cells after Ep-CM treatment with 75 and 100 µg /mL. It was observed a dose-dependent increase of pAkt reaching 77% ± 20% (P < 0.05) and 82% ± 10% (P < 0.05) for p27 expression levels at 100 µg /mL (Fig. 6A, B). Conversely, Ep-CM treatment caused a reduction of cyclin D1 levels reaching 38% ± 9% (P < 0.05) at 100 µg /mL in comparison a control vehicle (Fig. 6C). 4. DISCUSSION There is growing interest in natural compounds as major source for development of new drugs for treatment of many inflammatory disorders. The present work shows that Ep-CM fraction inhibits C2C12 cell proliferation in a dose-dependent manner with no effect in the viability or induction of apoptosis. The inhibitory effect upon cell proliferation only occurred while Ep-CM was available in the culture medium, because removal and reconstitution by fresh medium completely abolished the effect after 48 h with C2C12 cells returning to earlier status. In addition 100 µg /mL Ep-CM also increased production of MMP-9 and MMP-2. Such results indicate that Ep-CM may also influence adaptive responses of C2C12 cells to produce molecules with important role in tissue remodeling which favors myofiber regeneration. MAPK signaling pathway regulates cell cycle via synthesis of cyclin D1 mRNA through Fos transcription factors family. ERK activation triggers Elk1 stimulation of immediate genes as c-Fos with subsequent activation of the cyclin D1 gene (Burch et al., 2004). Conversely, inhibition of MEK1 phosphorylation halts cell proliferation. We present evidences that Ep-CM extract was capable to inhibit C2C12 proliferation with similar effect comparable to the classic specific inhibitor of MEK1 phosphorylation 68 PD98059 (Tortorella et al., 2001). In order to ascertain that the inhibitory effect of EpCM on cell proliferation was mediated via inhibition of MAPK signaling pathway, we further analysed NFkB expression and nuclear translocation since this transcription factor is also involved in the control of proliferation and cellular events (Lee et al., 2007). No alterations were observed on nuclear translocation of NFkB, indicating that the cytostatic effect mediated by Ep-CM may be occurring directly via inhibition of MAPK signaling pathway upon ERK phosphorylation. The expression and translocation of HMGB1 to the cytoplasm did not change after 24 h of treatment further confirming that Ep-CM treatment did not induce C2C12 cell death by necrosis. HMGB1 is a protein important for maintenance of structural dynamics and DNA repair, and also an inducer of inflammation whenever translocated to the cytoplasm and secreted into the extracellular medium (Lange and Vasquez, 2009). It is not ruled out that Ep-CM treatment could have altered the bending of nucleic acids chain resulting in slower gene transcription. Cell proliferation is a complex phenomenon involving interaction of several proteins in a coordinate manner (Stamatakos et al., 2010). The three main members of this system are the cyclins (A, B, D and E), the cyclin-dependent kinases (Cdks) and the cyclin-dependent kinase inhibitors (CKIs). The progression of cell cycle requires increased expression of cyclins but decreased expression of CKIs (Traganos, 2004; Yang et al., 2006). In our experiments, treatment of C2C12 cells with Ep-CM extract reduced expression of cyclin D1 and increased levels of p27Kip1 which are essential proteins to positively and also negatively control the cell cycle, respectively. Cyclin D1 has been linked to cell cycle progression during G1 phase (Favreau et al., 2008; Jones and Kazlauskas, 2001), and p27Kip1 as an inhibitor of the interaction of cyclin/CDK preventing progression of cell cycle during G1 phase (Deng et al., 2004). The present 69 results suggest that Ep-CM extract inhibits cellular proliferation during G1 phase due to increased p27Kip1 and decreased cyclin D1 levels which control the cell cycle in this phase. Activation of PI3K/Akt pathway in C2C12 cells acts as a negative regulator of cell proliferation. The paired-like homeodomain 2 (PITX2) encodes a protein that controls cell proliferation in a tissue-specific manner possessing key roles in morphogenesis. PITX2 is phosphorylated by protein kinase Akt2, and it is expressed in all phases of the cell cycle during embryonic development promoting expansion of muscle progenitors. A differentiation program in C2C12 cells is initiated when PITX2 phosphorylation by Akt2 reduces the half life of cyclin D1 mRNA, contributing to the switch of C2C12 cells from a proliferating to a differentiating phenotype (Gherzi et al., 2010). Furthermore, cyclin D1 ubiquitination followed by proteolysis is accelerated by activation of Akt pathway in NIH-3T3 (Diehl et al., 1998) and in C2C12 cells (Yang et al., 2007). In general, the halting of myoblast proliferation coincides with activation of the differentiation program towards myotube formation. The effect of Ep-CM treatment increasing pAkt levels and production of metalloproteinases (MMP-9 and MMP-2) indicates a possible role in the activation of early C2C12 cell differentiation program, because treatment did not alter expression and nuclear localization of myogenin which is considered a marker of later differentiation stage (Spassov et al., 2011). We have previously shown (Leite et al., 2010a) that Ep-CM in vivo treatment reduced MMPs -9 and -2 activities in the mdx mice but herein we observed that in vitro treatment of C2C12 muscle cell lineage caused a significant increase of MMPs. Such paradoxical effect may be due to the fact that in vivo, the tissue presents an organized structure formed by a mesh of extracellular matrix molecules and endothelial vascular cells closely associated with different cell types (fibroblasts, 70 stromal, muscular and immunological cells) that are important producers of MMP-9 and MMP-2. For instance, muscular injury activates migration of immune cells to the lesion site that respond to the stimulus by producing MMPs and inflammatory cytokines. In addition, in vivo reduction of MMP-9 and MMP-2 may be attributed to the reduced number of leukocytes and inflammatory infiltrate in the skeletal muscle, and this is supported by the evidence that Ep-CM inhibits MAPK pathway, as shown in the present manuscript. The production of both MMPs by C2C12 myoblast cells was interpreted as a result of increased tissue remodeling, because in vivo experiments (Leite et al., 2010a) showed that treatment improved regeneration and increased levels of myogenin which is a marker of muscle differentiation. Altogether, these data suggest that the effect could be different in more complex systems, because factors released within the microenvironment following stimulation of cell-cell and cell-extracellular matrix interactions would ultimately influence the outcome either cytostatic effect with increased tissue remodeling and MAPK pathway inhibition, decreasing in vivo inflammation of mdx dystrophic muscles (Leite et al., 2010a). Development of strategies that mitigate or halt muscular inflammation will be of great valuable to improve the quality of life of DMD patients. In this context we are certain that Ep-CM has a promising future. In fact we find important to characterize the bioactive fraction and further isolate the molecule responsible for the antiinflammatory and cytostatic effect. ACKNOWLEDGEMENTS This study was supported by grants from CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico) and FAPERJ (Fundação de Amparo a Pesquisa do Rio 71 de Janeiro). Authors are indebted to Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), Manaus, AM, Brasil for the provision of plants, and Fundación Teófilo Hernando (Spain) for continued support. We are grateful to Ventura AL from Departmento de Neurobiologia for providing adequate laboratory facilities. WCS is a member of the INCT de Processos Redox em Biomedicina funded by CNPq/FAPESP (Brazil). 72 Fig 1. Effect of Ep-CM fraction upon C2C12 proliferation. (A) Phase contrast images from C2C12 cells merged with Dapi 24 h after treatment with vehicle DMSO or Ep-CM at 100 µg /mL. Black arrows indicate proliferating cells. Scale bar 100 m. (B) [3H]-thymidine incorporation following treatment with different Ep-CM concentrations. (C) [3H]-thymidine incorporation after 24 and 48 h washout assay. One-way ANOVA test showed P < 0.0005 for [3H]-thymidine incorporation assays. Unpaired t test analyses (*, P < 0.0005). Results are represented as mean SD (n = 3 in quadruplicates for all assays). 73 Fig 2.Effect of Ep-CM fraction in C2C12 viability and apoptosis. (A) Immunoblot analysis for cleaved Caspase-3 after E. punicifolia treatment. C2C12 positive control cells for apoptosis were previously treated with etoposide. 43-kDa actin was used as loading control (image not shown); (B) C2C12 mitochondrial viability after Ep-CM treatment with different concentrations;(C) C2C12 cellular membrane viability of controls (vehicle DMSO) on top or E. punicifolia at 100 µg /mL. Green cells and red nuclei indicate viable and non-viable cells, respectively. White arrows show red nuclei and non-viable cells. Scale bar 100 m. Results are represented as mean SD (n = 3 in quadruplicates for all assays). 74 Fig 3. Ep-CM increases metalloproteases production. C2C12 gelatin zymogram of conditioned medium with SBF 10%: Control medium, cells without treatment; vehicle, cells treated with DMSO; 50 and 100 g /mL, C2C12 cells treated with different concentrations of Ep-CM; reversion 24 and 48 hs, conditioned medium with the extract discarded after 24 hs and every 24 hs added fresh medium for analysis. One-way ANOVA test showed P < 0.0005 for both MMP-9 and MMP-2 analysis. Unpaired t test analyses (*, P < 0.005). Results are represented as mean SD (n = 3 in quadruplicates). Fig 4. Ep-CM extract inhibits the MAPKK signaling pathway. (A) On top, [3H]-thymidine incorporation and below, mitochondria viability of C2C12 cells after treatment with 20 and 50 µL of PD98059; (B) immunoblot analysis of pERK expression after Ep-CM treatment with 75 and 100 µg /mL. Total ERK was used as loading control; (C) pERK immunocytochemistry and merged images with Dapi after treatment with vehicle or 100 µg /mL Ep-CM. Negative control did not show immunoreactivity (image not shown). Scale bar 50 m. One-way ANOVA test showed P < 0.0005 for [3H]-thymidine incorporation and P < 0.005 for immunoblot analysis. Unpaired t test analyses (*, P < 0.05; **, P < 0.005; ***, P < 0.0005). Results are represented as mean SD (n = 3 in quadruplicates for [3H]-thymidine incorporation and mitochondria viability, and triplicates for immunoblots analysis). 75 Fig 5. Effect of Ep-CM in NFkB activation, myogenin expression and HMGB1 production. Immunocytochemistry of (A) NFkB, (B) myogenin and (C) HMGB1 on C2C12 cells and merged images with Dapi after treatment with vehicle or Ep-CM at 100 µg /mL. White arrows indicate low HMGB1 immunolabeling on cellular nuclei of both groups. Negative control did not show immunoreactivity (image not shown). Scale bar 50 m. (D) Immunoblots analysis of NFkB, myogenin and HMGB1 protein expression after Ep-CM treatment with 75 and 100 µg /mL. 43-kDa -actin was used as loading control (image not shown), n = 3 in triplicates for all assays. 76 Fig 6. Ep-CM influences C2C12 cell cycle. Immunoblot analysis of (A) pAkt, (B) p27 and (C) Cyclin D1 protein expression after Ep-CM. Total Akt or 43-kDa -actin were used as loading controls. One-way ANOVA test showed P < 0.05 for pAkt and p27, and P < 0.01 for Cyclin D1 immunoblot analysis. Unpaired t test analyses (*, P < 0.05). Results are represented as mean SD (n = 3 in triplicates for all immunoblots). 77 REFERENCES Bani C, Lagrota-Candido J, Pinheiro DF, Leite PE, Salimena MC, Henriques-Pons A, Quirico-Santos T. 2008. Pattern of metalloprotease activity and myofiber regeneration in skeletal muscles of mdx mice. Muscle Nerve. Bopp A, De Bona KS, Belle LP, Moresco RN, Moretto MB. 2009. Syzygium cumini inhibits adenosine deaminase activity and reduces glucose levels in hyperglycemic patients. Fundam Clin Pharmacol 23:501-7. Brito FA, Lima LA, Ramos MF, Nakamura MJ, Cavalher-Machado SC, Siani AC, Henriques MG, Sampaio AL. 2007. Pharmacological study of anti-allergic activity of Syzygium cumini (L.) Skeels. Braz J Med Biol Res 40:105-15. Burch PM, Yuan Z, Loonen A, Heintz NH. 2004. An extracellular signal-regulated kinase 1- and 2-dependent program of chromatin trafficking of c-Fos and Fra-1 is required for cyclin D1 expression during cell cycle reentry. Mol Cell Biol 24:4696-709. Consolini AE, Sarubbio MG. 2002. Pharmacological effects of Eugenia uniflora (Myrtaceae) aqueous crude extract on rat's heart. J Ethnopharmacol 81:57-63. Deng X, Mercer SE, Shah S, Ewton DZ, Friedman E. 2004. The cyclin-dependent kinase inhibitor p27Kip1 is stabilized in G(0) by Mirk/dyrk1B kinase. J Biol Chem 279:22498-504. Diehl JA, Cheng M, Roussel MF, Sherr CJ. 1998. Glycogen synthase kinase-3beta regulates cyclin D1 proteolysis and subcellular localization. Genes Dev 12:3499511. Favreau C, Delbarre E, Courvalin JC, Buendia B. 2008. Differentiation of C2C12 myoblasts expressing lamin A mutated at a site responsible for Emery-Dreifuss muscular dystrophy is improved by inhibition of the MEK-ERK pathway and stimulation of the PI3-kinase pathway. Exp Cell Res 314:1392-405. Gherzi R, Trabucchi M, Ponassi M, Gallouzi IE, Rosenfeld MG, Briata P. 2010. Akt2mediated phosphorylation of Pitx2 controls Ccnd1 mRNA decay during muscle cell differentiation. Cell Death Differ 17:975-83. Grangeiro MS, Calheiros-Lima AP, Martins MF, Arruda LF, Garcez-do-Carmo L, Santos WC. 2006. Pharmacological effects of Eugenia punicifolia (Myrtaceae) in cholinergic nicotinic neurotransmission. J Ethnopharmacol 108:26-30. Heussen C, Dowdle EB. 1980. Electrophoretic analysis of plasminogen activators in polyacrylamide gels containing sodium dodecyl sulfate and copolymerized substrates. Anal Biochem 102:196-202. Jones SM, Kazlauskas A. 2001. Growth factor-dependent signaling and cell cycle progression. FEBS Lett 490:110-6. Lange SS, Vasquez KM. 2009. HMGB1: the jack-of-all-trades protein is a master DNA repair mechanic. Mol Carcinog 48:571-80. Lee CH, Jeon YT, Kim SH, Song YS. 2007. NF-kappaB as a potential molecular target for cancer therapy. Biofactors 29:19-35. Leite PE, de Almeida KB, Lagrota-Candido J, Trindade P, da Silva RF, Ribeiro MG, Lima-Araujo KG, Santos WC, Quirico-Santos T. 2010a. Anti-inflammatory activity of Eugenia punicifolia extract on muscular lesion of mdx dystrophic mice. J Cell Biochem 111:1652-60. Leite PE, Lagrota-Candido J, Moraes L, D'Elia L, Pinheiro DF, da Silva RF, Yamasaki EN, Quirico-Santos T. 2010b. Nicotinic acetylcholine receptor activation reduces skeletal muscle inflammation of mdx mice. J Neuroimmunol 227:44-51. 78 Lowry OH, Rosebrough NJ, Farr AL, Randall RJ. 1951. Protein measurement with the Folin phenol reagent. J Biol Chem 193:265-75. Mammoto A, Ingber DE. 2009. Cytoskeletal control of growth and cell fate switching. Curr Opin Cell Biol. Mosmann T. 1983. Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival: application to proliferation and cytotoxicity assays. J Immunol Methods 65:55-63. Rahimi R, Ghiasi S, Azimi H, Fakhari S, Abdollahi M. 2010. A review of the herbal phosphodiesterase inhibitors; future perspective of new drugs. Cytokine 49:123-9. Saeed RW, Varma S, Peng-Nemeroff T, Sherry B, Balakhaneh D, Huston J, Tracey KJ, Al-Abed Y, Metz CN. 2005. Cholinergic stimulation blocks endothelial cell activation and leukocyte recruitment during inflammation. J Exp Med 201:111323. Shi ZD, Wang H, Tarbell JM. 2011. Heparan sulfate proteoglycans mediate interstitial flow mechanotransduction regulating MMP-13 expression and cell motility via FAK-ERK in 3D collagen. PLoS One 6:e15956. Spassov A, Gredes T, Gedrange T, Lucke S, Pavlovic D, Kunert-Keil C. 2011. The expression of myogenic regulatory factors and muscle growth factors in the masticatory muscles of dystrophin-deficient (MDX) mice. Cell Mol Biol Lett. Stamatakos M, Palla V, Karaiskos I, Xiromeritis K, Alexiou I, Pateras I, Kontzoglou K. 2010. Cell cyclins: triggering elements of cancer or not? World J Surg Oncol 8:111. Talhouk RS, Bissell MJ, Werb Z. 1992. Coordinated expression of extracellular matrixdegrading proteinases and their inhibitors regulates mammary epithelial function during involution. J Cell Biol 118:1271-82. Tortorella LL, Milasincic DJ, Pilch PF. 2001. Critical proliferation-independent window for basic fibroblast growth factor repression of myogenesis via the p42/p44 MAPK signaling pathway. J Biol Chem 276:13709-17. Tracey KJ. 2009. Reflex control of immunity. Nat Rev Immunol 9:418-28. Traganos F. 2004. Cycling without cyclins. Cell Cycle 3:32-4. Wang H, Liao H, Ochani M, Justiniani M, Lin X, Yang L, Al-Abed Y, Metz C, Miller EJ, Tracey KJ, Ulloa L. 2004. Cholinergic agonists inhibit HMGB1 release and improve survival in experimental sepsis. Nat Med 10:1216-21. Yang K, Guo Y, Stacey WC, Harwalkar J, Fretthold J, Hitomi M, Stacey DW. 2006. Glycogen synthase kinase 3 has a limited role in cell cycle regulation of cyclin D1 levels. BMC Cell Biol 7:33. Yang W, Zhang Y, Li Y, Wu Z, Zhu D. 2007. Myostatin induces cyclin D1 degradation to cause cell cycle arrest through a phosphatidylinositol 3-kinase/AKT/GSK-3 beta pathway and is antagonized by insulin-like growth factor 1. J Biol Chem 282:3799-808. 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 4 DISCUSSÃO A inflamação excessiva contribui para o aumento da morbidade e mortalidade em diversas doenças, embora mecanismos endógenos também influenciem na regulação da resposta imune inata (Akira et al., 2001; O'Neill et al., 2011). Células do sistema imunológico também possuem receptores de neurotransmissores, e interações desses receptores com seus ligantes são capazes de modular importantes funções celulares (Junger, 2011; Livnat et al., 1985; Rosas-Ballina et al., 2008; Strom et al., 1974; Tracey, 2009). De fato, a ativação de mecanismos colinérgicos principalmente via nAChRα7 é capaz de regular a produção de moléculas envolvidas na resposta inflamatória como TNFα, IL-1β e HMGB1 (Tracey, 2007; Ulloa, 2005; Wang et al., 2004; Wang et al., 2003; Wang et al., 2011; Yoshikawa et al., 2006). O fator de necrose tumoral α (TNFα), considerado um dos maiores indicadores da inflamação local e sistêmica, é encontrado tanto na forma complexada à membrana celular apresentando 27-kDa e na forma madura solúvel de 17-kDa produzida pela clivagem proteolítica da enzima conversora de TNFα (TACE) ou metaloprotease de matriz -9 (MMP-9) (Kherif et al., 1999; Mullberg et al., 2000). Os resultados apresentados nesta tese mostram que durante a fase de prevalência de mionecrose do músculo esquelético do camundongo mdx com 4 semanas de idade, a forma solúvel do TNFα encontra-se aumentada em oposição à forma membranar que está reduzida, sugerindo aumento de clivagem proteolítica da citocina. Esses dados são reforçados pela atividade aumentada da MMP-9 neste estágio da miopatia em comparação aos estágios seguintes (Bani et al., 2008b), e também devido às fases posteriores exibirem níveis reduzidos de TNFα solúvel e aumentados da forma membranar. Dado este interpretado como devido em parte à diminuição na atividade de MMP-9 e das áreas com foco de 89 inflamação no músculo esquelético. O processamento proteolítico e liberação de TNFα solúvel bem como sua síntese são eventos regulados em nível de tradução e de transcrição protéica. Nossos resultados mostram que os níveis de mRNA e da proteína TNFα estão elevados durante o período de mionecrose nos camundongos mdx com 4 semanas (Leite et al., 2010b), sugerindo rápida tradução protéica da citocina e correlação com o dano e perda de fibras musculares (Rendon-Mitchell et al., 2003). Nesta fase da doença (pico da mionecrose) ocorre aumento na produção de TNFα e ativação de NFkB (Messina et al., 2006), moléculas que regulam negativamente o fator de transcrição miogênico MyoD, essencial para a formação de novas miofibras e para indução da regeneração muscular (Guttridge et al., 2000). Estes dados indicam que o controle da produção local de TNFα e ativação de NFkB é essencial para o favorecimento do reparo e regeneração muscular. Durante a fase de prevalência de regeneração muscular no camundongo mdx com 12 semanas foram observados grande aumento na área total do infiltrado inflamatório com predomínio de macrófagos F4/80+. Também foi observado redução marcante nos níveis de TNFα solúvel e aumento (3,5 vezes) no número de macrófagos expressando nAChRα7 no infiltrado inflamatório em comparação com a fase de prevalência de mionecrose e inflamação. Além disso, os níveis protéicos de nAChRα7 aumentaram 138% enquanto do marcador de regeneração muscular NCAM 3,2 vezes (Leite et al., 2010b). Neste sentido, é razoável considerar que a lesão muscular ativa mecanismos endógenos de regulação da inflamação contribuindo com certa eficiência para ajustar a resposta imune exacerbada e permitindo ativação de mecanismos de regeneração muscular. Um maior número de macrófagos com atividade inflamatória reduzida presentes no sítio da lesão sugere alteração no fenótipo dessas células de um padrão inflamatório para regulatório. É plausível considerar que a ativação da nAChRα7 90 possua papel relevante neste mecanismo, fundamentado pelos níveis aumentados da nAChRα7 por macrófagos no sítio da lesão. Além de neurônios, vários tipos celulares incluindo as células do sistema imunológico, endoteliais e epiteliais, também produzem o neurotransmissor acetilcolina (Rosas-Ballina et al., 2008). Neste contexto, é concebível considerar que a acetilcolina derivada dessas fontes possa estar influenciando os processos de mionecrose, inflamação e regeneração muscular no modelo distrófico mdx. Embora o músculo esquelético não apresente inervação parassimpática, os resultados desta tese indicam que macrófagos F4/80+ nAChRα7+ infiltrados no músculo esquelético possuem importantes funções no controle da lesão muscular. Essa hipótese está em concordância com publicações que utilizaram outros modelos de desordens imunológicas para comprovar que o controle da inflamação não é dependente exclusivamente de inervações parassimpáticas vagais (Osborne-Hereford et al., 2008; van Maanen et al., 2009; van Westerloo et al., 2005). Não é descartada a possibilidade de que a ativação local de mecanismos endógenos reguladores da inflamação possa regular a resposta imune exacerbada favorecendo a regeneração muscular na miopatia inflamatória do camundongo mdx. Contudo, é provável que seja necessário atingir um limiar de atividade e/ou tempo capaz de quebrar esta homeostase permitindo a indução de uma regeneração mais eficiente (Osborne-Hereford et al., 2008; van Maanen et al., 2009; van Westerloo et al., 2005). Neste contexto utilizamos tratamento com nicotina para ativar receptores nicotínicos, incluindo a nAChRα7 num estágio da doença que antecede o período inflamatório objetivando reduzir os efeitos deletérios dessa fase que eventualmente repercute negativamente na evolução da doença. Quando o tratamento foi feito logo após o desmame (21 dias) foi observado no pico da mionecrose uma redução da inflamação 91 muscular do mdx demonstrada pela diminuição na atividade de MMP-9 e redução nos níveis de TNFα e NFkB. Este tratamento também aumentou a regeneração muscular sem alterar a deposição de tecido não-funcional tais como colágeno e fibrose (Leite et al., 2010b). O aumento na produção de TNFα e outras citocinas inflamatórias induz a produção de MMP-9 em parte devido aos sítios de ligação dos fatores de transcrição NFkB e SP-1 estarem presentes na região promotora do gene da MMP-9 porém ausentes no gene da MMP-2 (Kherif et al., 1999) explicando portanto, a redução nos níveis de MMP-9 e a manutenção dos níveis de MMP2. Como a indução das proteínas inflamatórias MMP-9, TNFα e NFkB estão intimamente relacionadas entre si, é possível considerar que o tratamento com nicotina reduza os níveis desses mediadores de forma global. Com a redução da inflamação no microambiente muscular, a regeneração e a formação de novas miofibras são favorecidas ocasionando aumento na ativação de MyoD e posterior expressão de miogenina, uma proteína característica da fase final do estágio de regeneração muscular. Esses dados em conjunto sugerem que a ativação de receptores nicotínicos possa ser uma nova estratégia para minimizar a lesão e potencializar a regeneração muscular (Leite et al., 2010b). O tratamento com nicotina reduziu a inflamação e aumentou a regeneração em nosso modelo de estudo, entretanto a nicotina pode ativar os diferentes tipos de receptores nicotínicos gerando respostas não desejadas e efeitos colaterais importantes quando administrada em doses elevadas. Dentre os efeitos colaterais destaca-se a oxidação da molécula com abertura do anel, formando 4-(n-metil-n-nitrosamino)-1-(3piridil)-1-butanona (CETONA) e 4-(n-metil-n-nitrosamino)-4-(3-piridil)-butanal (ALDEÍDO), possuindo nitrosamino na estrutura sendo portanto uma forma de ressonância onde um carbocátion é facilmente doado a uma base nitrogenada do DNA 92 (guanina, citosina, adenina ou timina) causando falha na transcrição e eventualmente desenvolvendo neoplasia. Neste contexto foi importante determinar se a ativação seletiva da nAChRα7 no modelo distrófico geraria resultados também positivos no que tange à inflamação e regeneração muscular, sabendo-se a priori que a sinalização é específica reduzindo consideravelmente a ativação e alteração de outros mecanismos e vias indesejáveis. Para tanto foi selecionado o agonista PNU282987 (N-(3R)-1Azabicyclo[2.2.2]oct-3-yl-4-chlorobenzamide) altamente seletivo para a nAChRα7 e capaz de gerar respostas em neurônios de ratos quando administrado por via endovenosa na concentração de 1 mg/kg (Hajos et al., 2005). Os resultados mostram que a administração intraperitoneal do agonista PNU282987 por 7 dias na concentração de 1 mg/kg /animal praticamente aboliu a atividade da MMP-9 no soro e reduziu os níveis de atividade no músculo gastrocnêmio de camundongos mdx. A administração do antagonista do receptor, Citrato de Metilicaconitina (MLA, 1α,4(S),6β,14α,16β]-20-Ethyl-1,6,14,16-tetramethoxy-4-[[[2(3-methyl-2,5-dioxo-1-pyrrolidinyl)benzoyl]oxy]methyl]aconitane-7,8-diol citrate), na mesma concentração causou um discreto aumento porém não significativo na atividade da MMP-9 muscular. Quando o agonista foi administrado juntamente com o antagonista não foi observada modulação da MMP-9. Resultados semelhantes foram obtidos quando os níveis de TNFα foram medidos no soro sanguíneo, embora esses níveis no soro do camundongo mdx sejam naturalmente baixos. Por outro lado, apesar da forma não ativada da MMP-2 (pro-MMP2) não ter sido alterada no soro e no músculo gastrocnêmio, sua forma ativada (MMP-2 ativa) aumentou nos animais tratados com o agonista. Esses dados sugerem que a ativação seletiva da nAChRα7 reduz a sinalização inflamatória mediada pela MMP-9, enzima que além de ativar o fator de transcrição inflamatório NFkB e induzir sua própria síntese, ainda induz a produção de TNFα e o 93 deixa maduro após clivagem. Isso explica a redução nos níveis de TNFα e MMP-9 no soro e MMP-9 no músculo esquelético. Com o conhecimento de que a redução da inflamação favorece a regeneração muscular e que a atividade da forma ativada da MMP-2 foi aumentada com o tratamento, é concebível considerar que a ativação seletiva da nAChRα7 esteja contribuindo direta ou indiretamente para o remodelamento tecidual. Esta conjectura é reforçada pela diminuição na área de mionecrose e de infiltrado inflamatório, pelo aumento na área de regeneração e a não-modulação no conteúdo de colágeno característico de fibrose e tecido muscular não-funcional após o tratamento. É possível também considerar que a menor infiltração de leucócitos no tecido muscular após ativação da nAChRα7 se deva à redução da translocação nuclear e síntese de NFkB e consequente redução na produção de moléculas e receptores de adesão celular, importantes para a ocorrência da diapedese e migração celular (Ransohoff et al., 2003; Saeed et al., 2005). A hipótese de que a nAChRα7 tenha participação relevante como regulador da inflamação e remodelamento do tecido muscular torna-se consistente porque camundongos C57BL6 nocautes para nAChRα7 (C57BL6/nAChRα7-/-) submetidos a lesão muscular com substância miotóxica não apresentaram redução na atividade da MMP-9 ou modulação das formas pró ou ativada da MMP-2 após tratamento com o agonista PNU282987. Em contraste, os animais selvagens de mesmo fundo genético (C57BL6/nAChRα7+/+) submetidos a lesão muscular com substância miotóxica e tratados com o agonista apresentaram redução na atividade da MMP-9 sem alterar a forma pro-MMP-2. Contudo a forma ativada da MMP-2 estava aumentada como observado nos animais distróficos. Estes dados mostram que a ativação da nAChRα7 principalmente nos macrófagos do infiltrado inflamatório e principal fonte produtora de TNFα e MMP-9 pode ser considerado um potencial alvo de estratégias farmacológicas 94 que visem a redução da inflamação e ativação de mecanismos de remodelamento muscular reduzindo os efeitos danosos decorrentes da progressão da distrofia muscular de Duchenne. Seguindo nesta mesma linha de investigação com o conceito de que a ativação de mecanismos colinérgicos reduz a inflamação, consideramos estudar o extrato de E. punicifolia devido dados na literatura demonstrarem ser capaz de restaurar totalmente os efeitos de alguns antagonistas competitivos nicotínicos colinérgicos como pancurônio e galamina no modelo experimental de ativação da junção neuromuscular do diafragma de ratos (Grangeiro et al., 2006). Substâncias naturais têm despertado interesse como importantes fontes para o desenvolvimento de novas drogas e tratamento de doenças inflamatórias. Neste contexto foi importante investigar os efeitos do extrato de E. punicifolia sobre a inflamação no músculo de camundongos mdx e também sobre apenas as células musculares in vitro, utilizando diferentes frações do extrato de E. punicifolia. Os experimentos-piloto em ambos os sistemas in vivo e in vitro mostraram resultados com relevância significativa quando utilizada a fração diclorometânica do extrato bruto (Leite et al., 2010a); (Leite et al., 2011, artigo aceito para publicação). O tratamento local do músculo gastrocnêmio com esta fração do extrato impregnado em polímero de liberação lenta (Elvax) durante 7 dias a partir do desmame (21 dias pós-natal) até o pico de mionecrose (4 semanas) não alterou os níveis de atividade das enzimas precursora da acetilcolina (ChAT) e da acetilcolinesterase (AChE). Esses resultados indicaram que o tratamento com essa fração do extrato não induziu síntese de acetilcolina ou alterou a atividade da AChE (Leite et al., 2010a) em contraste com o efeito obtido com extrato bruto aquoso da E. punicifolia que pode ter ação na ativação de receptores nicotínicos colinérgicos pós-sinápticos ou na inibição da atividade da AChE (Grangeiro et al., 2006). 95 Por outro lado, a fração diclorometânica do extrato reduziu os níveis protéicos das formas ativas das citocinas inflamatórias TNFα e IL-1β, do fator de transcrição NFkB e da atividade das MMPs -9 e -2, embora a MMP-2 seja mais relacionada à regeneração muscular. Proteínas como estas são consideradas grandes indicadores de inflamação. O aumento nos níveis de TNFα induz cascatas de sinalização que ativam a I kappa B cinase (IKK) seguido de fosforilação de proteínas como IkB, ativação e translocação nuclear do NFkB e subsequente ativação de diversos genes resultando em indução e amplificação de diversas proteínas inflamatórias (Yoshikawa et al., 2006). A apoptose também foi reduzida durante o estágio de prevalência de mionecrose no músculo gastrocnêmio. Esses resultados sugerem que o extrato produza ação inibitória direta em pelo menos um produto da inflamação o qual possui relação de indução ou redundância com outros mediadores. Esta hipótese se deve ao fato de todos os marcadores inflamatórios analisados serem passíveis de estimulação mútua e estarem com os níveis reduzidos. É plausível considerar que quando um importante componente de uma alça de indução inflamatória é inibido, resulta em incapacidade de manutenção dos eventos pró-inflamatórios e redução dos níveis protéicos de todos que compõe esta alça. Utilizando diferentes concentrações da fração diclorometânica na ordem de µg/mL em células mioblásticas C2C12 in vitro, observamos que a proliferação celular foi inibida de maneira dose-dependente sem afetar a viabilidade mitocondrial e membranar ou induzir apoptose celular. Os níveis protéicos e a translocação citoplasmática do HMGB1, potente indutor inflamatório se translocado para o citoplasma e secretado para o meio extracelular (Lange and Vasquez, 2009), não foram alterados tanto in vitro quanto no músculo gastrocnêmio do camundongo mdx, sugerindo que esse mediador inflamatório estava presente dentro da faixa de 96 normalidade no núcleo celular para desempenhar atividade normal na facilitação de transcrição gênica, manutenção da dinâmica estrutural e reparo de DNA em ambos os sistemas estudados. Esses dados confirmam que o extrato não induziu morte celular por necrose. No sistema in vitro, o efeito inibitório ocorreu apenas quando o extrato estava disponível no meio de cultura, porque quando removido as células voltavam a proliferar atingindo o status anterior em até 48 hs, sugerindo portanto efeito reversível. Devido o extrato de E. punicifolia ter inibido a proliferação celular in vitro, consideramos que o tratamento poderia produzir efeitos inibitórios sobre a via de sinalização da MAPK, muito importante para a progressão da proliferação. Os resultados mostraram que o extrato (100 µg/mL) inibiu a proliferação de forma comparável ao inibidor PD98059 (50 µM), seletivo para a MEK1, reduzindo a fosforilação da ERK e também a atividade proliferativa. A redução da fosforilação da ERK também resultou em alteração no seu padrão de imunodetecção. Como proteínas de citoesqueleto possuem importantes funções no controle da sinalização citoplasmática, transcrição gênica e ciclo celular (Mammoto and Ingber, 2009), talvez esta alteração possa ter envolvimento na regulação dos eventos supracitados. O efeito citostático e inibitório sobre a proliferação via MAPK torna-se mais consistente porque o tratamento das células não alterou os níveis totais ou a translocação do NFkB, fator de transcrição que também pode estar envolvido na proliferação celular. O tratamento das células musculares C2C12 in vitro com o extrato de E. punicifolia causou significativo aumento na atividade das MMPs (Leite et al., 2011, artigo aceito para publicação). Entretanto, o tratamento local no músculo gastrocnêmio de camundongos mdx com o extrato reduziu a atividade de ambas MMPs (Leite et al., 2010a). Esses efeitos paradoxais podem ser pelo fato de que in vivo, o tecido apresenta uma estrutura organizada formada por uma rede de moléculas de matriz extracelular e 97 células endoteliais vasculares intimamente associadas com diferentes tipos celulares, como células do sistema imunológico, estromais, musculares e fibroblastos. Estas células são importantes produtores de MMPs -9 e -2. Por exemplo, a lesão muscular ativa a migração de células do sistema imunológico para o sítio da lesão que respondem ao estímulo produzindo MMPs e citocinas inflamatórias. A redução das MMPs -9 e -2 in vivo pode ser atribuída à menor migração de leucócitos e formação de infiltrado inflamatório no músculo esquelético, dado este apoiado pela forte evidência de que o extrato inibiu a via da MAPK. Cabe aqui ressaltar que a molécula p38 é a efetora final da via da MAPK em células imunológicas, sendo ativada para a síntese de citocinas inflamatórias. Portanto, é possível considerar que a inibição da via da MAPK refletiu em inibição da p38 nessas células ocasionando a redução de citocinas inflamatórias e consequentemente MMPs, diferente do que ocorre in vitro com as células C2C12 onde a MAPK está envolvida com a proliferação celular. A produção aumentada das MMPs -9 e -2 pelas células mioblásticas C2C12 pode ser interpretada como resultado de respostas adaptativas e indução de remodelamento tecidual in vivo. As principais evidências após 9 semanas de tratamento são o aumento dos níveis de miogenina e das áreas de regeneração muscular. O tratamento com o extrato reduziu os níveis de proteínas indutoras de inflamação, principalmente TNFα e NFkB, o que pode ter favorecido a transcrição do fator miogênico MyoD, essencial para a formação de novas fibras musculares (Guttridge et al., 2000) contribuindo também para um reparo eficiente do tecido muscular. Os diferentes efeitos entre os sistemas estudados ocorrem provavelmente devido à produção in vivo de diversos fatores que são secretados no microambiente, promovendo interações entre células e componentes da matriz extracelular que favorecem o remodelamento tecidual e inibem a via da MAPK com consequente redução da 98 inflamação no músculo distrófico do camundongo mdx sem afetar a deposição de tecido não-funcional como colágeno ou induzir fibrose (Leite et al., 2010a). Os resultados discutidos anteriormente nos levam a considerar que o efeito inibitório, porém citostático sobre a proliferação celular in vitro poderia estar influenciando proteínas importantes envolvidas na progressão do ciclo celular. Como os níveis das proteínas ciclina D1 relacionada com a progressão do ciclo na fase G1 diminuíram, e a p27kip1 inibidora da interação ciclina/CDK durante a fase G1 aumentaram, proteínas estas consideradas essenciais respectivamente para o controle positivo e negativo do ciclo celular, podemos sugerir que o extrato de E. punicifolia esteja inibindo a proliferação celular na fase G1 do ciclo através da regulação dessas proteínas. Além do equilíbrio entre essas proteínas no controle do ciclo celular, a ativação da via PI3K/Akt nas células C2C12 também age como regulador negativo da proliferação. Os resultados mostraram aumento da forma fosforilada da Akt, estando em consonância com os dados anteriores. A fosforilação da Akt2 inicia um programa de diferenciação nas células C2C12 reduzindo a meia vida do mRNA da ciclina D1, contribuindo para a mudança no fenótipo de proliferação para diferenciação celular (Gherzi et al., 2010). Além disso, a ubiquitinação da ciclina D1 seguida de proteólise é acelerada pela ativação da via da Akt em células NIH-3T3 (Diehl et al., 1998) e C2C12 (Yang et al., 2007). Em geral, o bloqueio da proliferação de mioblastos coincide com a ativação de um programa de diferenciação para a formação do miotubo. O efeito do aumento nos níveis da pAkt e produção das MMPs -9 e -2 com o tratamento do extrato de E. punicifolia indica um possível papel na ativação inicial de um programa de diferenciação das células C2C12. Esta hipótese se deve ao fato do tratamento não ter alterado os níveis e localização nuclear da miogenina, considerado um marcador de diferenciação muscular de fase tardia (Spassov et al., 2011). Em suma, 99 esses resultados sugerem que a fração estudada do extrato iniba a via da MAPK sem induzir apoptose ou necrose celular, produzindo um efeito músculo-protetor ativando mecanismos relacionados com o remodelamento tecidual. O desenvolvimento de estratégias que atenuam ou interrompem a inflamação, seja ela muscular ou não são muito importantes e de grande interesse para aumentar a expectativa e qualidade de vida de indivíduos acometidos por doenças inflamatórias degenerativas como a distrofia muscular de Duchenne. Os trabalhos apresentados nesta tese de doutorado foram desenvolvidos seguindo um objetivo principal: Estudar o suposto envolvimento da ativação de mecanismos nicotínicos colinérgicos na inibição da inflamação utilizando estratégias farmacológicas em camundongos mdx com distrofia muscular de Duchenne. Este propósito nos motivou a investigar a ativação seletiva da nAChRα7 como estratégia antinflamatória a fim de minimizar os efeitos deletérios da inflamação muscular. Nossos resultados mostram que não só a inflamação foi controlada como houve ativação de mecanismos de regeneração e reparo tecidual mais efetivo. Seguindo neste racional e buscando utilizar produtos naturais da flora brasileira que exibissem atividade pró-colinérgica como nova ferramenta para a redução da inflamação, investigamos os efeitos da fração diclorometânica do extrato de E. punicifolia. Apesar de não detectarmos efeitos colinérgicos nesta fração do extrato, os resultados nos indicaram um potente efeito antiinflamatório que favoreceu também a regeneração muscular e o reparo tecidual através de um mecanismo ainda desconhecido. Torna-se relevante caracterizar e isolar substâncias bioativas do extrato de E. punicifolia para que sejam aplicadas futuramente em pacientes com distrofia muscular de Duchenne ou outras desordens inflamatórias. É possível também considerar que as estratégias apresentadas possam ser utilizadas com a finalidade de a inflamação ser 100 regulada para que outras terapias associadas, como a terapia celular e gênica sejam potencializadas visando o restabelecimento da função muscular, qualidade e expectativa de vida dos pacientes. 101 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ahn, A.H., Kunkel, L.M., 1993. The structural and functional diversity of dystrophin. Nat Genet 3, 283-291. Akira, S., Takeda, K., Kaisho, T., 2001. Toll-like receptors: critical proteins linking innate and acquired immunity. Nat Immunol 2, 675-680. Allamand, V., Campbell, K.P., 2000. Animal models for muscular dystrophy: valuable tools for the development of therapies. Hum. Mol. Genet. 9, 2459-2467. Allen, D.G., Gervasio, O.L., Yeung, E.W., Whitehead, N.P., 2010. Calcium and the damage pathways in muscular dystrophy. Can J Physiol Pharmacol 88, 83-91. Anderson, J.L., Head, S.I., Rae, C., Morley, J.W., 2002. Brain function in Duchenne muscular dystrophy. Brain 125, 4-13. Bani, C., Lagrota-Candido, J., Pinheiro, D.F., Leite, P.E., Salimena, M.C., HenriquesPons, A., Quirico-Santos, T., 2008a. Pattern of metalloprotease activity and myofiber regeneration in skeletal muscles of mdx mice. Muscle Nerve. Bani, C., Lagrota-Candido, J., Pinheiro, D.F., Leite, P.E., Salimena, M.C., HenriquesPons, A., Quirico-Santos, T., 2008b. Pattern of metalloprotease activity and myofiber regeneration in skeletal muscles of mdx mice. Muscle Nerve 37, 583592. Barton-Davis, E.R., Cordier, L., Shoturma, D.I., Leland, S.E., Sweeney, H.L., 1999a. Aminoglycoside antibiotics restore dystrophin function to skeletal muscles of mdx mice. J Clin Invest 104, 375-381. Barton-Davis, E.R., Cordier, L., Shoturma, D.I., Leland, S.E., Sweeney, J.L., 1999b. Aminoglycoside antibiotics restore dystrophin function to skeletal muscles of mdx mice. J.Clin. Invest. () : 104, 375-381. Bernik, T.R., Friedman, S.G., Ochani, M., DiRaimo, R., Ulloa, L., Yang, H., Sudan, S., Czura, C.J., Ivanova, S.M., Tracey, K.J., 2002. Pharmacological stimulation of the cholinergic antiinflammatory pathway. J Exp Med 195, 781-788. Berthoud, H.R., Neuhuber, W.L., 2000. Functional and chemical anatomy of the afferent vagal system. Auton Neurosci 85, 1-17. Biggar, W.D., Harris, V.A., Eliasoph, L., Alman, B., 2006. Long-term benefits of deflazacort treatment for boys with Duchenne muscular dystrophy in their second decade. Neuromuscul Disord 16, 249-255. Blalock, J.E., 1984. The immune system as a sensory organ. J Immunol 132, 10671070. Bopp, A., De Bona, K.S., Belle, L.P., Moresco, R.N., Moretto, M.B., 2009. Syzygium cumini inhibits adenosine deaminase activity and reduces glucose levels in hyperglycemic patients. Fundam Clin Pharmacol 23, 501-507. Borovikova, L.V., Ivanova, S., Zhang, M., Yang, H., Botchkina, G.I., Watkins, L.R., Wang, H., Abumrad, N., Eaton, J.W., Tracey, K.J., 2000. Vagus nerve stimulation attenuates the systemic inflammatory response to endotoxin. Nature 405, 458-462. Brito, F.A., Lima, L.A., Ramos, M.F., Nakamura, M.J., Cavalher-Machado, S.C., Siani, A.C., Henriques, M.G., Sampaio, A.L., 2007. Pharmacological study of antiallergic activity of Syzygium cumini (L.) Skeels. Braz J Med Biol Res 40, 105115. Brunelli, S., Rovere-Querini, P., 2008. The immune system and the repair of skeletal muscle. Pharmacol Res 58, 117-121. 102 Bulbring, E., 1946. Observations on the isolated phrenic nerve diaphragm preparation of the rat. Br J Pharmacol Chemother 1, 38-61. Bulfield, G., Siller, W.G., Wight, P.A.L., Moore, K.J., 1984. X-chromosome-linked muscular dystrophy (mdx) in the mouse. Proc. Natl. Acad. Sci. USA 81, 11891992. Buller, K.M., 2001. Role of circumventricular organs in pro-inflammatory cytokineinduced activation of the hypothalamic-pituitary-adrenal axis. Clin Exp Pharmacol Physiol 28, 581-589. Burch, P.M., Yuan, Z., Loonen, A., Heintz, N.H., 2004. An extracellular signalregulated kinase 1- and 2-dependent program of chromatin trafficking of c-Fos and Fra-1 is required for cyclin D1 expression during cell cycle reentry. Mol Cell Biol 24, 4696-4709. Bushby, K., Finkel, R., Birnkrant, D.J., Case, L.E., Clemens, P.R., Cripe, L., Kaul, A., Kinnett, K., McDonald, C., Pandya, S., Poysky, J., Shapiro, F., Tomezsko, J., Constantin, C., 2010. Diagnosis and management of Duchenne muscular dystrophy, part 2: implementation of multidisciplinary care. Lancet Neurol 9, 177-189. Carmeli, E., Moas, M., Reznick, A.Z., Coleman, R., 2004. Matrix metalloproteinases and skeletal muscle: a brief review. Muscle Nerve 29, 191-197. Cavazzana-Calvo, M., Fischer, A., 2007. Gene therapy for severe combined immunodeficiency: are we there yet? J Clin Invest 117, 1456-1465. Chandler, S., Cossins, J., Lury, J., Wells, G., 1996. Macrophage metalloelastase degrades matrix and myelin proteins and processes a tumour necrosis factoralpha fusion protein. Biochem Biophys Res Commun 228, 421-429. Coirault, C., Pignol, B., Cooper, R.N., Butler-Browne, G., Chabrier, P.E., Lecarpentier, Y., 2003. Severe muscle dysfunction precedes collagen tissue proliferation in mdx mouse diaphragm. J Appl Physiol 94, 1744-1750. Collins, C.A., Morgan, J.E., 2003. Duchenne's muscular dystrophy: animal models used to investigate pathogenesis and develop therapeutic strategies. Int J Exp Pathol 84, 165-172. Consolini, A.E., Baldini, O.A., Amat, A.G., 1999. Pharmacological basis for the empirical use of Eugenia uniflora L. (Myrtaceae) as antihypertensive. J Ethnopharmacol 66, 33-39. Consolini, A.E., Sarubbio, M.G., 2002. Pharmacological effects of Eugenia uniflora (Myrtaceae) aqueous crude extract on rat's heart. J Ethnopharmacol 81, 57-63. Cullen, M.J., Mastaglia, F.L., 1980. Morphological changes in dystrophic muscle. Br Med Bull 36, 145-122. Czura, C.J., Tracey, K.J., 2005. Autonomic neural regulation of immunity. J Intern Med 257, 156-166. Dalkilic, I., Kunkel, L., 2003. Muscular dystrophies: genes to pathogenesis. Curr Opin Genet Dev 13, 231-238. Dantzer, R., Kelley, K.W., 2007. Twenty years of research on cytokine-induced sickness behavior. Brain Behav Immun 21, 153-160. DelloRusso, C., Scott, J.M., Hartigan-O'Connor, D., Salvatori, G., Barjot, C., Robinson, A.S., Crawford, R.W., Brooks, S.V., Chamberlain, J.S., 2002. Functional correction of adult mdx mouse muscle using gutted adenoviral vectors expressing full-length dystrophin. Proc Natl Acad Sci U S A 99, 12979-12984. Deng, X., Mercer, S.E., Shah, S., Ewton, D.Z., Friedman, E., 2004. The cyclindependent kinase inhibitor p27Kip1 is stabilized in G(0) by Mirk/dyrk1B kinase. J Biol Chem 279, 22498-22504. 103 Diehl, J.A., Cheng, M., Roussel, M.F., Sherr, C.J., 1998. Glycogen synthase kinase3beta regulates cyclin D1 proteolysis and subcellular localization. Genes Dev 12, 3499-3511. Eagle, M., 2002. Report on the muscular dystrophy campaign workshop: exercise in neuromuscular diseases Newcastle, January 2002. Neuromuscul Disord 12, 975983. Ervasti, J.M., Campbell, K.P., 1991. Membrane organization of the dystrophinglycoprotein complex. Cell 66, 1121-1131. Essex, C., Roper, H., 2001. Lesson of the week: late diagnosis of Duchenne's muscular dystrophy presenting as global developmental delay. BMJ 323, 37-38. Favreau, C., Delbarre, E., Courvalin, J.C., Buendia, B., 2008. Differentiation of C2C12 myoblasts expressing lamin A mutated at a site responsible for Emery-Dreifuss muscular dystrophy is improved by inhibition of the MEK-ERK pathway and stimulation of the PI3-kinase pathway. Exp Cell Res 314, 1392-1405. Frederiks, W.M., Mook, O.R., 2004. Metabolic mapping of proteinase activity with emphasis on in situ zymography of gelatinases: review and protocols. J Histochem Cytochem 52, 711-722. Garcez-do-Carmo, L., Santos, W.C., 2006. L-NAME pre-treatment partially inhibits the agmatine-evoked depression of the electrically induced twitch contraction of isolated rat vas deferens. Life Sci 79, 854-860. Gherzi, R., Trabucchi, M., Ponassi, M., Gallouzi, I.E., Rosenfeld, M.G., Briata, P., 2010. Akt2-mediated phosphorylation of Pitx2 controls Ccnd1 mRNA decay during muscle cell differentiation. Cell Death Differ 17, 975-983. Goehler, L.E., Gaykema, R.P., Hansen, M.K., Anderson, K., Maier, S.F., Watkins, L.R., 2000. Vagal immune-to-brain communication: a visceral chemosensory pathway. Auton Neurosci 85, 49-59. Gordon, S., 2003. Alternative activation of macrophages. Nat Rev Immunol 3, 23-35. Gordon, S., Taylor, P.R., 2005. Monocyte and macrophage heterogeneity. Nat Rev Immunol 5, 953-964. Grangeiro, M.S., Calheiros-Lima, A.P., Martins, M.F., Arruda, L.F., Garcez-do-Carmo, L., Santos, W.C., 2006. Pharmacological effects of Eugenia punicifolia (Myrtaceae) in cholinergic nicotinic neurotransmission. J Ethnopharmacol 108, 26-30. Grover, J.K., Vats, V., Rathi, S.S., 2000. Anti-hyperglycemic effect of Eugenia jambolana and Tinospora cordifolia in experimental diabetes and their effects on key metabolic enzymes involved in carbohydrate metabolism. J Ethnopharmacol 73, 461-470. Guerin, C.W., Holland, P.C., 1995. Synthesis and secretion of matrix-degrading metalloproteases by human skeletal muscle satellite cells. Dev Dyn 202, 91-99. Guglieri, M., Bushby, K., 2010. Molecular treatments in Duchenne muscular dystrophy. Curr Opin Pharmacol 10, 331-337. Guttridge, D.C., Mayo, M.W., Madrid, L.V., Wang, C.Y., Baldwin, A.S., Jr., 2000. NFkappaB-induced loss of MyoD messenger RNA: possible role in muscle decay and cachexia. Science 289, 2363-2366. Hajos, M., Hurst, R.S., Hoffmann, W.E., Krause, M., Wall, T.M., Higdon, N.R., Groppi, V.E., 2005. The selective alpha7 nicotinic acetylcholine receptor agonist PNU-282987 [N-[(3R)-1-Azabicyclo[2.2.2]oct-3-yl]-4-chlorobenzamide hydrochloride] enhances GABAergic synaptic activity in brain slices and restores auditory gating deficits in anesthetized rats. J Pharmacol Exp Ther 312, 1213-1222. 104 Heussen, C., Dowdle, E.B., 1980. Electrophoretic analysis of plasminogen activators in polyacrylamide gels containing sodium dodecyl sulfate and copolymerized substrates. Anal Biochem 102, 196-202. Hoffman, E.P., 1996. Clinical and histopathological features of abnormalities of the dystrophin-based membrane cytoskeleton. Brain Pathology 6, 49-61. Hoffman, E.P., Arahata, K., Minetti, C., Bonilla, E., Rowland, L.P., 1992. Dystrophinopathy in isolated cases of myopathy in females. Neurology 42, 967975. Huston, J.M., Ochani, M., Rosas-Ballina, M., Liao, H., Ochani, K., Pavlov, V.A., Gallowitsch-Puerta, M., Ashok, M., Czura, C.J., Foxwell, B., Tracey, K.J., Ulloa, L., 2006. Splenectomy inactivates the cholinergic antiinflammatory pathway during lethal endotoxemia and polymicrobial sepsis. J Exp Med 203, 1623-1628. Jejurikar, S.S., Kuzon, W.M., Jr., 2003. Satellite cell depletion in degenerative skeletal muscle. Apoptosis 8, 573-578. Johnson, B.J., Halstead, N., White, M.E., Hathaway, M.R., Dicostanzo, A., Dayton, W.R., 1998. Activation state of muscle stellite cells isolated from steers implanted with a combined trenbolone acetate and estradiol implant. J. Anim. Sci. 76, 2779-2786. Jones, S.M., Kazlauskas, A., 2001. Growth factor-dependent signaling and cell cycle progression. FEBS Lett 490, 110-116. Junger, W.G., 2011. Immune cell regulation by autocrine purinergic signalling. Nat Rev Immunol 11, 201-212. Kapsa, R., Kornberg, A.J., Byrne, E., 2003. Novel therapies for Duchenne muscular dystrophy. Lancet Neurol 2, 299-310. Kherif, S., Lafuma, C., Dehaupas, M., Lachkar, S., Fournier, J.G., Verdiere-Sahuque, M., Fardeau, M., Alameddine, H.S., 1999. Expression of matrix metalloproteinases 2 and 9 in regenerating skeletal muscle: a study in experimentally injured and mdx muscles. Dev Biol 205, 158-170. Khurana, T.S., Davies, K.E., 2003. Pharmacological strategies for muscular dystrophy. Nat Rev Drug Discov 2, 379-390. Kimura, E., Li, S., Gregorevic, P., Fall, B.M., Chamberlain, J.S., 2010. Dystrophin delivery to muscles of mdx mice using lentiviral vectors leads to myogenic progenitor targeting and stable gene expression. Mol Ther 18, 206-213. King, W.M., Ruttencutter, R., Nagaraja, H.N., Matkovic, V., Landoll, J., Hoyle, C., Mendell, J.R., Kissel, J.T., 2007. Orthopedic outcomes of long-term daily corticosteroid treatment in Duchenne muscular dystrophy. Neurology 68, 16071613. Koenig, M., Beggs, A.H., Moyer, M., Scherpf, S., Heindrich, K., Bettecken, T., Meng, G., Muller, C.R., Lindlof, M., Kaariainen, H., et al., 1989. The molecular basis for Duchenne versus Becker muscular dystrophy: correlation of severity with type of deletion. Am J Hum Genet 45, 498-506. Kuang, S., Rudnicki, M.A., 2008. The emerging biology of satellite cells and their therapeutic potential. Trends Mol Med 14, 82-91. Kumar, A., Bhatnagar, S., 2010. Matrix metalloproteinase inhibitor batimastat alleviates pathology and improves skeletal muscle function in dystrophin-deficient mdx mice. Am J Pathol 177, 248-260. Lagrota-Candido, J., Vasconcellos, R., Cavalcanti, M., Bozza, M., Savino, W., QuiricoSantos, T., 2002. Resolution of skeletal muscle inflammation in mdx dystrophic 105 mouse is accompanied by increased immunoglobulin and interferon-gamma production. Int J Exp Pathol 83, 121-132. Lange, S.S., Vasquez, K.M., 2009. HMGB1: the jack-of-all-trades protein is a master DNA repair mechanic. Mol Carcinog 48, 571-580. Lapidos, K.A., Kakkar, R., McNally, E.M., 2004. The dystrophin glycoprotein complex: signaling strength and integrity for the sarcolemma. Circ Res 94, 1023-1031. Leal-Cardoso, J.H., Moreira, M.R., da Cruz, G.M., de Morais, S.M., Lahlou, M.S., Coelho-de-Souza, A.N., 2004. Effects of essential oil of Alpinia zerumbet on the compound action potential of the rat sciatic nerve. Phytomedicine 11, 549-553. Lee, C.H., Jeon, Y.T., Kim, S.H., Song, Y.S., 2007. NF-kappaB as a potential molecular target for cancer therapy. Biofactors 29, 19-35. Lefaucheur, J.P., Pastoret, C., Sebille, A., 1995. Phenotype of dystrophinopathy in old mdx mice. Anat Rec 242, 70-76. Leite, P.E., de Almeida, K.B., Lagrota-Candido, J., Trindade, P., da Silva, R.F., Ribeiro, M.G., Lima-Araujo, K.G., Santos, W.C., Quirico-Santos, T., 2010a. Antiinflammatory activity of Eugenia punicifolia extract on muscular lesion of mdx dystrophic mice. J Cell Biochem 111, 1652-1660. Leite, P.E., Lagrota-Candido, J., Moraes, L., D'Elia, L., Pinheiro, D.F., da Silva, R.F., Yamasaki, E.N., Quirico-Santos, T., 2010b. Nicotinic acetylcholine receptor activation reduces skeletal muscle inflammation of mdx mice. J Neuroimmunol 227, 44-51. Lewis, C., Carberry, S., Ohlendieck, K., 2009. Proteomic profiling of x-linked muscular dystrophy. J Muscle Res Cell Motil 30, 267-269. Li, H., Mittal, A., Makonchuk, D.Y., Bhatnagar, S., Kumar, A., 2009. Matrix metalloproteinase-9 inhibition ameliorates pathogenesis and improves skeletal muscle regeneration in muscular dystrophy. Hum Mol Genet 18, 2584-2598. Li, S., Kimura, E., Fall, B.M., Reyes, M., Angello, J.C., Welikson, R., Hauschka, S.D., Chamberlain, J.S., 2005. Stable transduction of myogenic cells with lentiviral vectors expressing a minidystrophin. Gene Ther 12, 1099-1108. Livnat, S., Felten, S.Y., Carlson, S.L., Bellinger, D.L., Felten, D.L., 1985. Involvement of peripheral and central catecholamine systems in neural-immune interactions. J Neuroimmunol 10, 5-30. Lowry, O.H., Rosebrough, N.J., Farr, A.L., Randall, R.J., 1951. Protein measurement with the Folin phenol reagent. J Biol Chem 193, 265-275. Lu, Q.L., Mann, C.J., Lou, F., Bou-Gharios, G., Morris, G.E., Xue, S.A., Fletcher, S., Partridge, T.A., Wilton, S.D., 2003. Functional amounts of dystrophin produced by skipping the mutated exon in the mdx dystrophic mouse. Nat Med 9, 10091014. Mammoto, A., Ingber, D.E., 2009. Cytoskeletal control of growth and cell fate switching. Curr Opin Cell Biol. Mannello, F., 2003. Effects of blood collection methods on gelatin zymography of matrix metalloproteinases. Clin Chem 49, 339-340. Mannello, F., Tonti, G.A., Bagnara, G.P., Papa, S., 2006. Role and function of matrix metalloproteinases in the differentiation and biological characterization of mesenchymal stem cells. Stem Cells 24, 475-481. Manzur, A.Y., Muntoni, F., 2009. Diagnosis and new treatments in muscular dystrophies. J Neurol Neurosurg Psychiatry 80, 706-714. Martin, P.T., 2003. Dystroglycan glycosylation and its role in matrix binding in skeletal muscle. Glycobiology 13, 55R-66R. 106 McDouall, R.M., Dunn, M.J., Dubowitz, V., 1990. Nature of the mononuclear infiltrate and the mechanism of muscle damage in juvenile dermatomyositis and Duchenne muscular dystrophy. J Neurol Sci 99, 199-217. Mehler, M.F., 2000. Brain dystrophin, neurogenetics and mental retardation. Brain Res. Rev. 32, 277-307. Mendell, J.R., Sahenk, Z., Prior, T.W., 1995. The childhood muscular dystrophies: diseases sharing a common pathogenesis of membrane instability. J Child Neurol 10, 150-159. Messina, S., Bitto, A., Aguennouz, M., Minutoli, L., Monici, M.C., Altavilla, D., Squadrito, F., Vita, G., 2006. Nuclear factor kappa-B blockade reduces skeletal muscle degeneration and enhances muscle function in Mdx mice. Exp Neurol 198, 234-241. Miyake, K., McNeil, P.L., 2003. Mechanical injury and repair of cells. Crit Care Med 31, S496-501. Mosmann, T., 1983. Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival: application to proliferation and cytotoxicity assays. J Immunol Methods 65, 5563. Mullberg, J., Althoff, K., Jostock, T., Rose-John, S., 2000. The importance of shedding of membrane proteins for cytokine biology. Eur Cytokine Netw 11, 27-38. Muruve, D.A., Cotter, M.J., Zaiss, A.K., White, L.R., Liu, Q., Chan, T., Clark, S.A., Ross, P.J., Meulenbroek, R.A., Maelandsmo, G.M., Parks, R.J., 2004. Helperdependent adenovirus vectors elicit intact innate but attenuated adaptive host immune responses in vivo. J Virol 78, 5966-5972. Nakamura, A., Takeda, S., 2009. Exon-skipping therapy for Duchenne muscular dystrophy. Neuropathology 29, 494-501. Nonaka, I., 1998. Animal models of muscular dystrophies. Lab. Animal Sci. 48, 8-16. O'Neill, L.A., Sheedy, F.J., McCoy, C.E., 2011. MicroRNAs: the fine-tuners of Tolllike receptor signalling. Nat Rev Immunol 11, 163-175. Osborne-Hereford, A.V., Rogers, S.W., Gahring, L.C., 2008. Neuronal nicotinic alpha7 receptors modulate inflammatory cytokine production in the skin following ultraviolet radiation. J Neuroimmunol 193, 130-139. Oshima-Franco, Y., Leite, G.B., Belo, C.A., Hyslop, S., Prado-Franceschi, J., Cintra, A.C., Giglio, J.R., da Cruz-Hofling, M.A., Rodrigues-Simioni, L., 2004. The presynaptic activity of bothropstoxin-I, a myotoxin from Bothrops jararacussu snake venom. Basic Clin Pharmacol Toxicol 95, 175-182. Page-McCaw, A., Ewald, A.J., Werb, Z., 2007. Matrix metalloproteinases and the regulation of tissue remodelling. Nat Rev Mol Cell Biol 8, 221-233. Partridge, T.A., 2003. Stem cell route to neuromuscular therapies. Muscle Nerve 27, 133-141. Pastoret, C., Sebille, A., 1995. mdx mice show progressive weakness and muscle deterioration with age. J Neurol Sci 129, 97-105. Pavlov, V.A., Tracey, K.J., 2005. The cholinergic anti-inflammatory pathway. Brain Behav Immun 19, 493-499. Pavlov, V.A., Tracey, K.J., 2006. Controlling inflammation: the cholinergic antiinflammatory pathway. Biochem Soc Trans 34, 1037-1040. Pavlov, V.A., Wang, H., Czura, C.J., Friedman, S.G., Tracey, K.J., 2003. The cholinergic anti-inflammatory pathway: a missing link in neuroimmunomodulation. Mol Med 9, 125-134. Perez, A.L., Bachrach, E., Illigens, B.M., Jun, S.J., Bagden, E., Steffen, L., Flint, A., McGowan, F.X., Del Nido, P., Montecino-Rodriguez, E., Tidball, J.G., Kunkel, 107 L.M., 2009. CXCR4 enhances engraftment of muscle progenitor cells. Muscle Nerve 40, 562-572. Peterson, J.M., Feeback, K.D., Baas, J.H., Pizza, F.X., 2006. Tumor necrosis factoralpha promotes the accumulation of neutrophils and macrophages in skeletal muscle. J Appl Physiol 101, 1394-1399. Pio Correa, M., 1984. Dicionário de plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Ministério da agricultura. Instituto Brasileiro de desenvolvimento Florestal, Rio de Janeiro, pp. 129. Ragot, T., Finerty, S., Watkins, P.E., Perricaudet, M., Morgan, A.J., 1993. Replicationdefective recombinant adenovirus expressing the Epstein-Barr virus (EBV) envelope glycoprotein gp340/220 induces protective immunity against EBVinduced lymphomas in the cottontop tamarin. J Gen Virol 74 ( Pt 3), 501-507. Rahimi, R., Ghiasi, S., Azimi, H., Fakhari, S., Abdollahi, M., 2010. A review of the herbal phosphodiesterase inhibitors; future perspective of new drugs. Cytokine 49, 123-129. Ransohoff, R.M., Kivisakk, P., Kidd, G., 2003. Three or more routes for leukocyte migration into the central nervous system. Nat Rev Immunol 3, 569-581. Ravi, K., Ramachandran, B., Subramanian, S., 2004. Effect of Eugenia Jambolana seed kernel on antioxidant defense system in streptozotocin-induced diabetes in rats. Life Sci 75, 2717-2731. Rendon-Mitchell, B., Ochani, M., Li, J., Han, J., Wang, H., Yang, H., Susarla, S., Czura, C., Mitchell, R.A., Chen, G., Sama, A.E., Tracey, K.J., 2003. IFNgamma induces high mobility group box 1 protein release partly through a TNFdependent mechanism. J Immunol 170, 3890-3897. Richards, C.S., Watkins, S.C., Hoffman, E.P., Schneider, N.R., Milsark, I.W., Katz, K.S., Cook, J.D., Kunkel, L.M., Cortada, J.M., 1990. Skewed X inactivation in a female MZ twin results in Duchenne muscular dystrophy. Am J Hum Genet 46, 672-681. Rivest, S., Lacroix, S., Vallieres, L., Nadeau, S., Zhang, J., Laflamme, N., 2000. How the blood talks to the brain parenchyma and the paraventricular nucleus of the hypothalamus during systemic inflammatory and infectious stimuli. Proc Soc Exp Biol Med 223, 22-38. Roberts, R.G., 1995. Dystrophin, its gene, and the dystrophinopathies. Adv. Gen. 33, 177-231. Rogers, R.C., Hermann, G.E., Travagli, R.A., 1999. Brainstem pathways responsible for oesophageal control of gastric motility and tone in the rat. J Physiol 514 ( Pt 2), 369-383. Rosas-Ballina, M., Ochani, M., Parrish, W.R., Ochani, K., Harris, Y.T., Huston, J.M., Chavan, S., Tracey, K.J., 2008. Splenic nerve is required for cholinergic antiinflammatory pathway control of TNF in endotoxemia. Proc Natl Acad Sci U S A 105, 11008-11013. Saeed, R.W., Varma, S., Peng-Nemeroff, T., Sherry, B., Balakhaneh, D., Huston, J., Tracey, K.J., Al-Abed, Y., Metz, C.N., 2005. Cholinergic stimulation blocks endothelial cell activation and leukocyte recruitment during inflammation. J Exp Med 201, 1113-1123. Santos, W.C., Hernandez-Guijo, J.M., Ruiz-Nuno, A., Olivares, R., Jurkiewicz, A., Gandia, L., Garcia, A.G., 2001. Blockade by agmatine of catecholamine release from chromaffin cells is unrelated to imidazoline receptors. Eur J Pharmacol 417, 99-109. 108 Santos, W.C., Smaili, S.S., Jurkiewicz, A., Picarro, I., Garcez-do-Carmo, L., 2003. Dual effect of agmatine in the bisected rat vas deferens. J Pharm Pharmacol 55, 373380. Schapoval, E.E., Silveira, S.M., Miranda, M.L., Alice, C.B., Henriques, A.T., 1994. Evaluation of some pharmacological activities of Eugenia uniflora L. J Ethnopharmacol 44, 137-142. Sharma, S.B., Nasir, A., Prabhu, K.M., Murthy, P.S., Dev, G., 2003. Hypoglycaemic and hypolipidemic effect of ethanolic extract of seeds of Eugenia jambolana in alloxan-induced diabetic rabbits. J Ethnopharmacol 85, 201-206. Skuk, D., Vilquin, J.T., Tremblay, J.P., 2002. Experimental and therapeutic approaches to muscular dystrophies. Curr Opin Neurol 15, 563-569. Smith, B.N., Dou, P., Barber, W.D., Dudek, F.E., 1998. Vagally evoked synaptic currents in the immature rat nucleus tractus solitarii in an intact in vitro preparation. J Physiol 512 ( Pt 1), 149-162. Smith, J., Schofield, P.N., 1994. The effects of fibroblast growth factors in long-term primary culture of dystrophic (mdx) mouse muscle myoblasts. Exp. Cel. Res. 210, 86-93. Spassov, A., Gredes, T., Gedrange, T., Lucke, S., Pavlovic, D., Kunert-Keil, C., 2011. The expression of myogenic regulatory factors and muscle growth factors in the masticatory muscles of dystrophin-deficient (MDX) mice. Cell Mol Biol Lett. Spencer, M.J., Walsh, C.M., Dorshkind, K.A., Rodriguez, E.M., Tidball, J.G., 1997. Myonuclear apoptosis in dystrophic mdx muscle occurs by perforin-mediated cytotoxicity. J Clin Invest 99, 2745-2751. Stamatakos, M., Palla, V., Karaiskos, I., Xiromeritis, K., Alexiou, I., Pateras, I., Kontzoglou, K., 2010. Cell cyclins: triggering elements of cancer or not? World J Surg Oncol 8, 111. Stedman, H.H., Sweeney, H.L., Shrager, J.B., Maguire, H.C., Panettieri, R.A., Petrof, B., Narusawa, M., Leferovich, J.M., Sladky, J.T., Kelly, A.M., 1991. The mdx mouse diaphragm reproduces the degenerative changes of Duchenne muscular dystrophy. Nature 352, 536-539. Strom, T.B., Sytkowski, A.J., Carpenter, C.B., Merrill, J.P., 1974. Cholinergic augmentation of lymphocyte-mediated cytotoxicity. A study of the cholinergic receptor of cytotoxic T lymphocytes. Proc Natl Acad Sci U S A 71, 1330-1333. Talhouk, R.S., Bissell, M.J., Werb, Z., 1992. Coordinated expression of extracellular matrix-degrading proteinases and their inhibitors regulates mammary epithelial function during involution. J Cell Biol 118, 1271-1282. Tidball, J.G., Villalta, S.A., 2010. Regulatory interactions between muscle and the immune system during muscle regeneration. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol 298, R1173-1187. Tidball, J.G., Wehling-Henricks, M., 2004. Evolving therapeutic strategies for Duchenne muscular dystrophy: targeting downstream events. Pediatr Res 56, 831-841. Tortorella, L.L., Milasincic, D.J., Pilch, P.F., 2001. Critical proliferation-independent window for basic fibroblast growth factor repression of myogenesis via the p42/p44 MAPK signaling pathway. J Biol Chem 276, 13709-13717. Tracey, K.J., 2002. The inflammatory reflex. Nature 420, 853-859. Tracey, K.J., 2007. Physiology and immunology of the cholinergic antiinflammatory pathway. J Clin Invest 117, 289-296. Tracey, K.J., 2009. Reflex control of immunity. Nat Rev Immunol 9, 418-428. 109 Tracey, K.J., 2010. Understanding immunity requires more than immunology. Nat Immunol 11, 561-564. Traganos, F., 2004. Cycling without cyclins. Cell Cycle 3, 32-34. Ulloa, L., 2005. The vagus nerve and the nicotinic anti-inflammatory pathway. Nat Rev Drug Discov 4, 673-684. van der Bergh, P.Y.K., Tomé, F.M.S., Fardeau, M., 1995. Ethyology and pathogenesis of the muscular dystrophies. Acta Neurol. Belg. 95, 123-141. van Deutekom, J.C., Bremmer-Bout, M., Janson, A.A., Ginjaar, I.B., Baas, F., den Dunnen, J.T., van Ommen, G.J., 2001. Antisense-induced exon skipping restores dystrophin expression in DMD patient derived muscle cells. Hum Mol Genet 10, 1547-1554. van Deutekom, J.C., Janson, A.A., Ginjaar, I.B., Frankhuizen, W.S., Aartsma-Rus, A., Bremmer-Bout, M., den Dunnen, J.T., Koop, K., van der Kooi, A.J., Goemans, N.M., de Kimpe, S.J., Ekhart, P.F., Venneker, E.H., Platenburg, G.J., Verschuuren, J.J., van Ommen, G.J., 2007. Local dystrophin restoration with antisense oligonucleotide PRO051. N Engl J Med 357, 2677-2686. van Maanen, M.A., Lebre, M.C., van der Poll, T., LaRosa, G.J., Elbaum, D., Vervoordeldonk, M.J., Tak, P.P., 2009. Stimulation of nicotinic acetylcholine receptors attenuates collagen-induced arthritis in mice. Arthritis Rheum 60, 114122. van Westerloo, D.J., Giebelen, I.A., Florquin, S., Daalhuisen, J., Bruno, M.J., de Vos, A.F., Tracey, K.J., van der Poll, T., 2005. The cholinergic anti-inflammatory pathway regulates the host response during septic peritonitis. J Infect Dis 191, 2138-2148. Villalta, S.A., Nguyen, H.X., Deng, B., Gotoh, T., Tidball, J.G., 2009. Shifts in macrophage phenotypes and macrophage competition for arginine metabolism affect the severity of muscle pathology in muscular dystrophy. Hum Mol Genet 18, 482-496. Voisin, V., de la Porte, S., 2004. Therapeutic strategies for Duchenne and Becker dystrophies. Int Rev Cytol 240, 1-30. Wagner, K.R., 2008. Approaching a new age in Duchenne muscular dystrophy treatment. Neurotherapeutics 5, 583-591. Wang, B., Li, J., Fu, F.H., Xiao, X., 2009. Systemic human minidystrophin gene transfer improves functions and life span of dystrophin and dystrophin/utrophindeficient mice. J Orthop Res 27, 421-426. Wang, H., Liao, H., Ochani, M., Justiniani, M., Lin, X., Yang, L., Al-Abed, Y., Metz, C., Miller, E.J., Tracey, K.J., Ulloa, L., 2004. Cholinergic agonists inhibit HMGB1 release and improve survival in experimental sepsis. Nat Med 10, 1216-1221. Wang, H., Yu, M., Ochani, M., Amella, C.A., Tanovic, M., Susarla, S., Li, J.H., Yang, H., Ulloa, L., Al-Abed, Y., Czura, C.J., Tracey, K.J., 2003. Nicotinic acetylcholine receptor alpha7 subunit is an essential regulator of inflammation. Nature 421, 384-388. Wang, X., Yang, Z., Xue, B., Shi, H., 2011. Activation of the cholinergic antiinflammatory pathway ameliorates obesity-induced inflammation and insulin resistance. Endocrinology 152, 836-846. Watchko, J.F., O'Day, T.L., Hoffman, E.P., 2002. Functional characteristics of dystrophic skeletal muscle: insights from animal models. J Appl Physiol 93, 407-417. 110 Watkins, L.R., Goehler, L.E., Relton, J.K., Tartaglia, N., Silbert, L., Martin, D., Maier, S.F., 1995. Blockade of interleukin-1 induced hyperthermia by subdiaphragmatic vagotomy: evidence for vagal mediation of immune-brain communication. Neurosci Lett 183, 27-31. Watkins, S.C., Cullen, M.J., Hoffman, E.P., Billingtoni, L., 2000. Plasma membrane cytoskeleton of muscle: a fine structural analysis. Microsc. Res. Tech. 48, 131141. Yang, K., Guo, Y., Stacey, W.C., Harwalkar, J., Fretthold, J., Hitomi, M., Stacey, D.W., 2006. Glycogen synthase kinase 3 has a limited role in cell cycle regulation of cyclin D1 levels. BMC Cell Biol 7, 33. Yang, W., Zhang, Y., Li, Y., Wu, Z., Zhu, D., 2007. Myostatin induces cyclin D1 degradation to cause cell cycle arrest through a phosphatidylinositol 3kinase/AKT/GSK-3 beta pathway and is antagonized by insulin-like growth factor 1. J Biol Chem 282, 3799-3808. Yeung, E.W., Whitehead, N.P., Suchyna, T.M., Gottlieb, P.A., Sachs, F., Allen, D.G., 2005. Effects of stretch-activated channel blockers on [Ca2+]i and muscle damage in the mdx mouse. J Physiol 562, 367-380. Yoshikawa, H., Kurokawa, M., Ozaki, N., Nara, K., Atou, K., Takada, E., Kamochi, H., Suzuki, N., 2006. Nicotine inhibits the production of proinflammatory mediators in human monocytes by suppression of I-kappaB phosphorylation and nuclear factor-kappaB transcriptional activity through nicotinic acetylcholine receptor alpha7. Clin Exp Immunol 146, 116-123. Zhang, N., Xiao, B., Li, J., 2003. [Expression of MMP-2, MMP-9 and TIMP-1 and the effects of methylprednisolone in EAM]. Hunan Yi Ke Da Xue Xue Bao 28, 5-8.