Ambiente e infecção
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Ambiente e infecção
Ambiente e infecção – O que fazer agora? Clá áudia Vallone Silva Cl Cláudia Enfª ço de Controle de Infecç ção Hospitalar Hospital Albert Einstein Enfª Serviç Servi Infec Serviço Infecção Mestre em Ciências da Saú úde – UNIFESP Sa Saúde Especialista em Gerenciamento de Enfermagem FEHIAE claudia@einstein.br Junho 2011 Para que haja a transmissão e a infecção são necessários três elementos: Reservatório Hospedeiro susceptível Evidência simples: A higienização das mãos é a medida mais eficaz para a redução de IRAS! O ambiente é importante na transmissão das infecções? Superfícies ambientais podem realmente ser reservatório de microrganismo? Estas superfícies têm sido implicadas na transmissão endêmica ou epidêmica de IH? Pode o cuidado ambiental reduzir ou eliminar os microrganismos deste reservatório? Será que esta redução pode interferir nas taxas de IRAS? Caso todas estas respostas sejam afirmativas, qual o método mais eficiente para o cuidado ambiental? Rutala WA, Weber DJ – ICHE/Aug 95 Recomendações - resumidas Selecione desinfetantes com registro adequado (Categoria IC) Não usar álcool como desinfetante de grandes superfícies (Categoria II) Use passos padronizados em todas as áreas de assistência em que não se sabe a natureza da sujidade ou não se sabe se microrganismos resistentes podem estar presentes (Categoria II) Limpe e desinfete superfícies altamente tocadas (maçanetas, grade da cama, interruptores, etc) com maior freqüência (Categoria II) CDC. Guideline for environmental infections control in healthcare facilities. MMWR 2003. Últimos Guidelines Medidas de Prevenção e Controle de IRAS As medidas propostas estão baseadas nos mecanismos de transmissão. Precauções Precauções Precauções Precauções Padrão durante o Contato por gotículas por aerossóis Precauções empíricas Precauções em Ambiente Protetor Medidas ambientais Limpeza e desinfecção de superfícies não críticas em áreas assistenciais fazem parte das Precauções Padrão. Em geral, estes procedimentos não precisam ser alterados para pacientes em Precauções por Contato. Limpeza e desinfecção de superfícies críticas (freqüentemente tocadas pelo paciente ou equipe de saúde) devem ser realizadas com maior periodicidade com produtos adequados. A freqüência da limpeza pode ser padronizada segundo nível de higiene do paciente, do grau de contaminação ambiental e para alguns agentes infecciosos com reservatório intestinal. Siegel JD, Rhinehart E, Jackson M and HICPAC, 2007 Guideline for Isolation Precautions, June 2007. http://www.cdc.gov/ncidod/dhqp/pdf/isolation2007.pdf Conceito importante: Área Crítica Área Semi-crítica Área não crítica Superfície Crítica Superfície Semi-crítica Superfície não crítica Microbiota do intestino ± 1.000.000.000 microrganismos Contaminação das mãos com a pele do paciente MRSA Pacientes colonizados ou 38% 13-25% infectados = FONTES DE VRE INFECÇÃO 29% 40% 86% 30-39% eliminadas 107 partículas por dia 10% contem bactérias viáveis Hill RLR et al. J Antimicrob Chemother 1988;22:377 Sanford MD et al. Clin Infect Dis 1994;19:1123 Bonten MJM et al. Lancet 1996; 348:1615 www.handhygiene.org Como ocorre a transmissão de microrganismos pelo ambiente ? ambiente? • Eliminação de MO pelas pessoas (paciente ou PS) • Contaminação pelas secreções • Transmissão secundária ocorre pelas mãos contaminadas Papel das mãos vs ambiente Pacientes colonizados com BMR às vezes não são identificados/reconhecidos; Quando reconhecidos são colocados em Precauções por Contato; se todas as recomendações fossem seguidas a cadeia de transmissão seria interrompida: higiene das mãos, uso de EPI adequado, limpeza ambiental mais criteriosa, materiais individualizados PS podem transferir pelas mãos BMR. Bhalla A et al. Acquisition of Nosocomial Pathogens on Hands After Contact With Environmental Surfaces Near Hospitalized Patient. Infect Control Hosp Epidemiol 2004;25:164-167 FIGURE. Porcentagem de cultura após contato com superfícies próximas ao paciente em quartos ocupados e limpos VRE = vancomycin resistant Enterococcus; GNB = gram-negative bacillus. Bhalla A et al. Acquisition of Nosocomial Pathogens on Hands After Contact With Environmental Surfaces Near Hospitalized Patient. Infect Control Hosp Epidemiol 2004;25:164-167 Questões a serem discutidas... • Superfícies inanimadas próximas ao paciente podem estar contaminadas com MRSA, VRE, Clostridium difficile, rotavirus, etc. Redução da contaminação ambiental Melhoria na técnica de limpeza reduziu VRE ambiente Aquisição de VRE diminuiu Outros fatores analisados não explicam a redução da aquisição de VRE Contaminação bacteriana de equipamentos de comunicação no ambiente operatório Contaminação de teclado de computador por VRE, MRSA e outros. Infection control and hospital epidemiology april 2006, vol. 27, no. 4 Journal of Hospital Infection, junho 2007; 397-8 Acinetobacter spp de 3 a 5 meses Clostridium difficile (esporos) 5 meses Enterococcus spp (VRE ou VSE) P. aeruginosa S.aureus, incluindo MRSA de 5 a 4 meses 6 horas a 16 meses; em local úmido até 5 semanas de 7 dias a 7 meses Medidas ambientais Durante surtos de infecção em que os reservatórios ambientais podem estar implicados, uma revisão criteriosa destes processos deve ser realizada. A aderência aos processos deve ser monitorada e reforçada. Utilizar apenas detergentes/desinfetantes com registros adequados Utilizar produtos conforme a recomendação do fabricante e que sejam de fácil manuseio para a equipe. Siegel JD, Rhinehart E, Jackson M and HICPAC, 2007 Guideline for Isolation Precautions, June 2007. http://www.cdc.gov/ncidod/dhqp/pdf/isolation2007.pdf Ambiente X Precauções durante o Contato Esteja certo de que estes quartos são priorizados para aumentar a freqüência da limpeza e desinfecção ambiental (no mínimo diariamente) focando principalmente superfícies freqüentemente tocadas pelo paciente ou equipe de saúde (grades da cama, cabeceira, criado mudo, lavatórios, maçanetas, etc) além de superfícies de equipamento próximos ao paciente. Siegel JD, Rhinehart E, Jackson M and HICPAC, 2007 Guideline for Isolation Precautions, June 2007. http://www.cdc.gov/ncidod/dhqp/pdf/isolation2007.pdf Presença de microrganismos nas superfícies ambientais depende: Número de pessoas que estiveram ou estão no ambiente; Volume de atividades; Presença de umidade local; Presença de superfícies capazes de manter o microrganismo vivo e em crescimento; Técnica de remoção da sujeira – limpeza da área; Tipo de superfície (horizontal ou vertical). Segundo vários estudos, 70% das superfícies ambientais nos quartos de pacientes colonizados ou infectados com microrganismos MR estão contaminadas. http://www.vpico.com/articlemanager Estudo correu de fev 2007 a mar 2008 Fase 1: Observação sigilosa (2 meses) – avaliadas 14 medidas de prevenção e controle de infecção (higiene de mãos, uso de luvas, uso de cobertura de placa Rx, etc) Fase 2: Observação e coletas de cultura (2 meses) - final da manhã (Gram negativos resistentes, MRSA, VRE X outras bactérias não resistentes) Fase 3: Intervenção (4 meses) – discussões diárias com os técnicos de Rx, treinamento sobre HM, uso de luvas e cuidados com equipamentos e continuidade nas coletas de culturas Fase 4: depois de 5 meses nova observação e coleta de culturas (1 mês) Resultados Antes dos cuidados 1c – observação X intervenção 2c – intervenção X fase 4 3 c – observação x fase 4 Depois da chapa e antes de tocar equipamento Depois do Rx mas antes de remover a chapa Depois de remover a chapa e antes de tocar outro pcte No de amostras Gram negativos Não resistentes 30 29 14 Resultados ios es r ó at stõ v r se que e r tas er s s m s. E e d o zada p Rx s cru ão. e o d cçõe infecç t n e infe de m a ip usar role u q e a cont c e o co tant o e i n ã c por ç é t n o ve e e e r s u o p a q nism de v o s r a p rg açõe m o o r o c mic nas d u de ídas st e s e t lu te Es ortan r inc e imp em s dev Incidência de novos casos de colonização/infecção por BMR Intervenção na rotina de limpeza e desinfecção de UTI para redução de MRSA e VRE Baseline período: 2003 a 2005 • Limpeza com quaternário de amônio Período de Intervenção: 2006 a 2008 • Limpeza adicional – – Marcador + ultravioleta – Feedback da limpeza adequada – Imersão dupla dos panos de limpeza em solução desinfetante (panos encharcados) Arch Intern Med. 2011 Intervenção na rotina de limpeza e desinfecção de UTI para redução de MRSA e VRE Aquisição Aquisição em quartos antes ocupados MRSA Aquisição em quartos não ocupados MRSA Baseline MRSA Intervenção MRSA Baseline VRE Intervenção VRE 3% 1,5% 3% 2,2% 3,9% 1,5% 4,5% 3,5% Odds ratio MRSA 1,4 2,9% 1,5% Odds ratio VRE 1,4 2,8% 2% Arch Intern Med. 2011 Outros microrganismos têm sido bastante estudados….. Norovirus: •Responsável por 90% das diarréias não bacterianas que podem causar surtos importantes. Mais frequente no inverno. •Nos EUA 23 milhões de pessoas infectadas por ano – 200.000 mortes (principalmente crianças < 5 anos). •Transmissão fecal-oral, alimentos/água e ambiente. Clostridium difficile: •Bactéria Gram-positiva anaeróbia, produtora de esporos e toxinas (A e B). •Fatores de risco: uso prolongado de antibióticos e internação prolongada. •Transmissão: paciente colonizado no intestino – atm desequilibra a flora intestinal – proliferação do agente – diarréia, mãos e ambiente. Acinetobacter spp: •Bactéria Gram-negativo não fermentador aeróbia. •Fatores de risco: pacientes UTI, uso de antibióticos de amplo espectro, dispositivos invasivos, trauma/queimados, imunossuprimidos. •Transmissão: mãos, equipamentos e ambiente. Weber DJ, Rutala WA and cols. Conclusão Para qualquer dos três microrganismos citados recomenda-se a limpeza e desinfeção das superfícies críticas (altamente tocadas pelo paciente e equipe de saúde). Para Norovirus e Clostridium difficile as soluções de Hipoclorito de Na (1:10) devem ser utilizadas em situações de surto de infecção. Weber DJ, Rutala WA and cols. , ções: Algumas considera Utilizar desinfetantes/detergentes para unidades de maior risco de contaminação ambiental (UTIs, Hemodiálise, unidades em que há maior número de bactérias MR, etc) pois a presença de contaminação visual de sangue e outros fluídos é rara e muitos pacientes são colonizados por agentes importantes porém não foram identificados Como existem algumas situações em que o desinfetante é recomendado sugere-se a padronização do processo em todas as unidades do hospital facilidade para treinamento e controle dos processos. (APIC Guideline) Algumas considerações Alemanha recomenda o uso de desinfetante em superfícies de equipamentos e superfícies próximas ao paciente, em áreas críticas; França recomenda o uso de desinfetantes em superfícies em áreas de pacientes críticos; Daschner and Dettenkofer recomendam o uso de desinfetantes em quartos de pacientes com MRSA (3 vezes ao dia nas UTIs e 1 vez ao dia para quartos de CMC). Como este agente e o VRE são bastante comuns em vários países e não existe vigilância para todos os pacientes o uso de desinfetante deveria ser padronizado como rotina. Limpeza criteriosa?! • Objetivo: avaliar a qualidade da limpeza terminal • • • • utilizando simulação com produto fluorescente Período do estudo: 4 meses Local: três hospitais Número de situações avaliadas: 60, 54 e 43 quartos em cada hospital Resultados: apenas em 47% das situações a limpeza foi efetiva (45, 42 e 56% simultaneamente) Carling PC et all. An evaluation of patient area cleaning in 3 hospitals using a novel targeting methodology. AJIC. 2005. Resultado: pia Tampa vaso Grades cama Descarg a Porta banheiro Avaliação de 4 hospitais ingleses (2 unidades em cada – cirúrgica e pediátrica) avaliação visual – superfícies livres de sujeira; avaliação com bioluminescência - adenosina triphosphato (ATP); avaliação microbiológica avaliação do Serviço de Limpeza utilizando checklist previamente elaborado As avaliações foram realizadas em 3 ocasiões distintas, imediatamente depois da limpeza completa Superfícies selecionadas: alto potencial de transmissão – bastante tocadas pelo PS e paciente além da possibilidade de contaminação com material clínico do paciente Resultados a r om hora c l o e d a sm o n i b na açã m o ape in c m o ão a p t ru e n con g o od zir a. d p du ad o o e ruz ad ent r u s q m c a e o a d m ã a itor os ç c o t on st infe n u e m e m zir c de Av. visual: 90% aceitável unidade a n i u o cirúrgica e 100% aceitável em pediatria; tre orias red risc O d it e o ATP: nenhuma das superfícies aceitáveis a e u a pez tal Av microbiológica: em unidade cirúrgica 10% das superfícies aceitáveis lim bdemonstraram ie n 3 dos hospitais níveis am os itens do checklist insatisfatórios para e apenas um mostrou-se “marginal” em relação aos mesmos itens. Utilização de marcador ultravioleta para avaliação da limpeza em banheiros de dois tipos de pacientes: com diarréia por CD – Precaução por Contato e pacientes com diarréia sem CD – Precauções Padrão; Utilização de placas de RODAC para detecção de CD; Rotina para limpeza/desinfecção de banheiros: Precaução Padrão: uma vez ao dia utilizando Perdiem® (peróxido de hidrogênio) – umedecer a superfície do vaso sanitário enquanto outras superfícies do banheiro estão sendo limpas (10 min/3 minutos); Precaução por Contato: duas vezes ao dia com a mesma técnica Resultados a V z U e e limp d o vaso e com UV – luz normal ã A – tampa do ç d a s z i o l l i t o B –uescore c 3 - resíduoapesado. o a t dC – escore o 2 – resíduo s i r e moderado r a p d o t n ien s al D o o v p d b leve o ão – escore 1re–sresíduo m a ra liaç o t s ã . s o n ava te ais n tóri o c a em ara er p ient erva d o o p lqu b res d m u t n qua es a de st e e m ra t ção e t a n r s a a t E nito l p a e n f i mo bienta desin elim e e d m d a so e d a O u essid nec Como avaliar qualidade do processo de limpeza? Inspeção visual Amostras ambientais para cultura Utilzação de adenosina triphosphato (ATP) Marcador fluorescente Como padronizar? Evolução dos cuidados ambientais Atualmente Vários microrganismos sobrevivem em superfícies ambientais! Limpeza e Desinfecção Década de 90 Década de 80 Ambiente não é tão importante! Matéria orgânica SIM – Descontaminação Limpeza ambiental Desinfetantes em superfícies Fenol sintético + Hipoclorito de Na Década de 70
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