Uma das principais aliadas dos EUA, Itália sofre
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Uma das principais aliadas dos EUA, Itália sofre
Marisa Lula: La grande mamma italiana del Presidente Diretor - Presidente: Pietro Domenico Petraglia Ano 10 Nº79 Rio de Janeiro, 28 de maio de 2004 Diretor: Julio Vanni ISSN 1676-3220 R$ 4,50 TERRORE Uma das principais aliadas dos EUA, Itália sofre com ameaças terroristas e coloca população em alerta 2 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 OPINIÃO | Serviço ao Leitor NOTÍCIAS | Comunidade e d i t o r i a l COSE NOSTRE Pietro Petraglia Entretenimento com cultura e informação Cúmplices da violência A s estarrecedoras fotos das torturas praticadas por soldados e oficiais americanos em prisioneiros iraquianos deflagraram não somente a prática desse crime hediondo, utilizado desde sempre pela CIA como método de interrogatório, mas principalmente a queda da moral do ocidente. A humilhação que o governo Bush impôs aos iraquianos faz com que seus aliados se tornem mais uma vez cúmplices da hipocrisia da guerra contra a ditadura de Saddam Hussein e suas armas de destruição em massa. Todos sabem que os EUA apóiam governos autocráticos no mundo árabe interessados no ouro negro e foram responsáveis pela aniquilação de regimes democráticos em diversos países. O que foi feito até agora para reverter o quadro de desigualdade, exclusão e fundamentalismo daquele país? Bush é o mais evidente produto do avanço do individualismo na sociedade em que prevalece o poder do dinheiro. Faltam projetos políticos que não sejam aqueles comprometidos com o capital financeiro. A política atual é o reflexo da decadência. É cada vez mais raro encontrarmos pessoas envergonhadas, como no passado, de mentir, trair, corromper, ofender ou tratar o próximo injustamente. O que está cada vez mais evidente é a falta de responsabilidade moral. O ocidente precisa reencontrar a sua força em suas mais profundas tradições. Faltam líderes que encarnem os princípios do Estado e dos deveres públicos e privados. A Itália, que é grande responsável pelos fundamentos culturais do ocidente, nos deu Dante, Giotto, S. Francesco, Lorenzo o Magnífico, Santo Agostinho, São Tommaso, entre outras centenas ou milhares de personagens imbuídas de moral forte, com conhecimentos diversos das artes, de armas, de diplomacia, de negócios, de elegância... Este país, sempre dividido entre Império e Igreja, com seus retalhos de principados, repúblicas, monarquias, impérios, apresentava modelos de virtude do homem culto, com inúmeros conhecimentos. Desde Tibério, Troiano, Adriano e Marco Aurélio, que governaram e defenderam o Império Romano por séculos, ou como primeira nação capitalista (os bancos surgiram na Itália em 1100) este país sempre influenciou o ocidente. Muitas famílias italianas observam em suas casas o exemplo da cultura desse povo, que passou por sofrimentos e constrangimentos vários, obrigados a deixarem seus lares em busca de novos horizontes, até chegar a atual posição no cenário mundial. Esta mesma Itália deveria atuar neste delicado cenário internacional. Deveria fazer aflorar seus vultos para que os líderes mundiais se espelhassem e buscassem fazer deste um mundo menos perigoso. A Espanha retirou seus 1.218 militares, admitindo que não pode cumprir com aquela missão de paz e temendo novos ataques terroristas em seu território. Enquanto isso, o povo italiano chora com a perda de vidas no Iraque e sofre com o perigo iminente do ódio inimigo. Se isso acontece é porque um simples homem, o primeiro-ministro, tomou a decisão, contra a vontade da população, de ter um inimigo. Imaginem o que um líder eleito pela grande maioria do eleitorado, com uma riqueza pessoal superior a qualquer outro político atual, líder de um partido fiel a ele e não a uma ideologia e controlador da maior rede de comunicações poderia fazer se seguisse a História que está sob seus pés? Sem dúvida o premiê Silvio Berlusconi poderia marcar uma virada importante nos rumos da atual política de autodestruição deste planeta. Depende de sua cultura, de sua moral! 3 Julio Vanni . jcvanni@aol.com FUNDADO EM MARÇO DE 1994 DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR: Pietro Domenico Petraglia (RJ23820JP) DIRETOR: Julio Cezar Vanni VICE-DIRETOR EXECUTIVO: Adroaldo Garani PUBLICAÇÃO MENSAL E PRODUÇÃO: Editora Comunità Ltda. TIRAGEM: 30.000 exemplares ESTA EDIÇÃO FOI CONCLUÍDA EM: 21/05/2004 às 17:30h DISTRIBUIÇÃO: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais, Amazonas, São Paulo REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Rua Visconde de Uruguai, 98 Centro – Niterói – RJ – Brasil CEP: 24030-070 Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2620-6680 E-MAIL: redacao@comunitaitaliana.com.br REDAÇÃO: Rubiana Peixoto e Davi Raposo REVISÃO / TRADUÇÃO Cristiana Cocco DIAGRAMAÇÃO E ARTE: Alberto Carvalho COLABORADORES: Franco Vicenzotti – Braz Maiolino – Lan – Giuseppe D’Angelo (in memoriam) – Pietro Polizzo – Giovanni Crisafulli – Venceslao Soligo – Marco Lucchesi – Luca Martucci – Domenico De Masi – Nanci Bernardi Minuscoli – Vittorio Medioli – Franco Urani – Francesco Alberoni – Rafaella de Antonellis – Giovanni Meo Zilio Guido Sonino - Fernanda Maranesi CORRESPONDENTES: Ana Paula Torres (Roma) Matteo Spini (Bergamo) Guilherme Aquino (Milão) Comunità Italiana está aberto às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da Revista. La rivista Comunità Italiana è aperto ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. Il collaboratori esprimono, nella massima libertà, personali opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione. ISSN 1676-3220 Filiato all’Associazione Stampa Italiana in Brasile Bellelli será o próximo cônsul geral no Rio de Janeiro Nascido em Zagabria (Iugoslavia), Ernesto Massimo Bellelli, de 49 anos, será o novo cônsul geral do Rio de Janeiro a partir de agosto deste ano. Formado em Jurisprudência pela Universidade de Roma em 1983, Bellelli iniciou sua carreira diplomática em março de 1986, como voluntário. Após passar por diversos setores, em 1990 foi nomeado primeiro vice-cônsul de São Paulo, e logo em seguida, cônsul adjunto da mesma sede até 1993. Depois de passar por outras sedes importantes como Bruxelas e, recentemente, Nova Delhi, volta ao Brasil para assumir o Consulado do Rio de Janeiro. Filippo Santoro assumirá o Bispado de Petrópolis O arcebispo do Rio de Janeiro, o italiano Don Filippo Santoro, reconhecido como um dos mais ativos membros da Igreja no mundo, tomará posse como bispo da cidade de Petrópolis no dia 11 de julho, às 10h, na catedral São Pedro Alcântara. Físico ítalo-brasileiro será homenageado na França O físico Mario Novello será homenageado no dia 24 de junho na França, onde receberá o título de doutor Honoris Causa da Universidade Claude Bernard de Lyon. O mérito de Novello está no fato de nunca ter aceito a teoria do Big Bang, fenômeno que teria dado origem ao universo. Para ele, o universo é eterno e se encontra em permanente expansão. O Big Bang teria sido apenas um acidente decorrente da con- densação máxima. Antes, o universo vivia uma fase colapsante. Esta teoria é hoje aplaudida pela maioria dos físicos mais conhecidos no planeta. Dorival Caymmi festeja 90 anos A família Caymmi comemorou em abril os 90 anos de vida do seu patriarca Dorival, famoso cantor e compositor brasileiro de projeção internacional. De origem italiana, mas nascido na Bahia, consagrou-se no Rio de Janeiro, onde sempre viveu compondo belas canções e sambas que marcaram épocas. “Ser brasileiro e baiano de origem italiana, é um privilégio”, disse ele certa vez em entrevista. Gozando ainda de boa saúde, seu aniversário foi motivo de grandes manifestações por parte da imprensa, da televisão, dos meios artísticos, sociais e culturais do país. Morre Lélia Abramo Faleceu em São Paulo, no dia 20 de abril, Lélia Abramo, uma ítalo brasileira que se tornou famosa pela sua versatilidade profissional. Atriz de teatro e de novelas de televisão, tornou-se conhecida, também, como escritora e jornalista. Integrou o grupo de intelectuais formado, entre outros, por Sergio Buarque de Holanda, Apolônio de Carvalho, Paulo Freire e Antônio Cândido. Orgulhosa de suas raízes italianas, viveu 12 anos na terra de seus pais para tratamento de saúde, tendo trabalhado na agência de notícias Ansa. Líder política, ajudou na fundação do Partido dos Trabalhadores e integrou a ONG Transparência Brasil dedicada a combater a corrupção no país. Título – Giancarlo Cimoli, 64 anos, foi nomeado formalmente o novo administrador da Alitalia. Sua posse oficial acontecerá no dia 17 de junho em assembléia extraordinária agendada pelo conselho administrativo. Ele foi considerado o mais capacitado administrador para salvar da falência a “nossa” empresa aérea. Abita pretende instalar ambulatório A Associação Beneficente Italiana, sediada em Niterói, dando expansão aos seus serviços sociais, programa instalar, ainda no corrente ano, um ambulatório médico visando atender, além dos seus sócios, à população carente de Niterói e da periferia. Lucchesi e toscani em festa A Sezione paulista da Associazione Lucchesi nel Mondo, que integra também os toscanos, está festejando os seus 30 anos de fundação. Claudio Pieroni, presidente da entidade em S. Paulo, preparou condignos festejos para receber o Dr. Valerio Cecchetti, que em Lucca preside a tradicional entidade. Acompanham o presidente Cecchetti a secretária dos lucchesi, Ilaria del Bianco, Silvio Bertelli, Sergio Scocci e Alessandro Pesi da Associazione Toscani nel Mondo. No Rio de Janeiro, a comitiva será homenageada pelos lucchesi e toscani com um almoço numa tradicional churrascaria da Zona Sul. Enzo Giovannetti, presidente da Sezione fluminense, além de oferecer uma recepção na Ilha do Bernardo, em Itacuruçá, colocou à disposição dos visitantes os meios para um passeio turístico pela cidade maravilhosa. Direita italiana pede extradição de Lollo no Rio U m protesto político cobriu as ruas do centro do Rio de Janeiro no mês de abril. Quinze outdoors espalhados pela cidade relembraram a década de 70, anos de chumbo na Itália, numa crítica severa ao militante político Achille Lollo. Em letras vermelhas, a mensagem acusava: “Condenado na Itália há 18 anos pelo homicídio de um rapaz e uma criança, vive impune no Rio de Janeiro”. E, por fim, o ultimato “Extradição já!”. A assinatura do outdoor é do partido de direita italiano Aliança Nacional, que se opôs abertamente à participação de Lollo como subscrevente da lista Viva L´Itália, nas últimas eleições do Comites. Achille Lollo trabalha como jornalista e editor de três revistas de política internacional, além de ser militante do PT e presidente da Associação para o Desenvolvimento da Imprensa Alternativa. Mas sua atuação como militante político nos anos 70 deixaram marcas profundas que até hoje voltam a rondar sua vida. Líder do movimento operário, em 1973, Achille Lollo e outros dois militantes da Política Operária, Marino Calvo e Manlio Grillo, derramaram benzina sobre a porta da casa do secretário do Msi de Primavalle, Mario Mattei, incendiando o apartamento e causando a morte dos filhos Virgílio e Stefano Mattei. A tragédia comoveu toda a Itália. Lollo viveu na Suécia, Angola e no Brasil, onde enfrentou e venceu um processo de extradição em 1993. Um de seus maiores defensores, Arduino Monti, então presidente do Comitê de Assistência a Refugiados Políticos, preferiu não se pro- nunciar sobre as acusações que afetam novamente o amigo jornalista. Apenas se restringiu a dizer que não existe qualquer perigo de Lollo ser extraditado já que pelas leis brasileiras o crime de homicídio doloso já prescreveu há muitos anos. Mesmo assim, integrantes da comissão estão convocando advogados para estudar a situação do ex-militante. Lollo também não quis se pronunciar sobre o protesto. 4 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 A beleza do design italiano no NOTÍCIAS | Comunidade ITALIANA RENUNCIOU GOVERNAR A INDIA Vitoriosa nas urnas, a italiana Sonia Gandhi, nascida em Maino, na Toscana, foi eleita primeira-ministra da Índia. Seria a quarta herdeira da dinastia dos Gandhi a ocupar o poder. Sônia Gandhi tornou-se cidadã indiana em 1983, depois de estudar em Cambridge, na Inglaterra e casar-se com Rajiv Gandhi. Sua mãe e suas irmãs ainda moram em Orbassano, nas proximidades de Turim. Sua vitória é atribuída à habilidade em conquistar o apoio de milhões de pobres da zona rural da Índia. Entretanto, a valorosa ítalo-indu num gesto que surpreendeu o mundo, renunciou assumir o posto de primeira-ministra daquele país. OPOSIÇÃO ITALIANA É CONTRA VISITA DE BUSH Forte esquema de segurança está sendo armado para a anunciada visita do presidente norte-americano George Bush a Roma. Entretanto, a maioria da oposição italiana manifestou-se contrária à essa visita, marcada para o dia 4 de junho, data do 60º aniversário da libertação da capital italiana pelos exércitos aliados, em 1944. O Partido Verde (ecologistas), a Aliança Popular (centro) querem o cancelamento da visita enquanto que os partidos da esquerda anunciam manifestações de protesto. Os democratas da esquerda, liderados por Massimo D’Alema e altos dirigentes da coalizão de centroesquerda Olivo, convidam os italianos a exibirem a bandeira da paz com as cores do arco-íris. GREVE CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA As organizações sindicais da Itália ameaçam convocar uma greve geral contra o projeto de lei aprovado pelo Senado italiano que reforma o sistema previdenciário, estendendo a duração das contribuições para a obtenção da aposentadoria. O projeto ainda deve ser aprovado pela Câmara de Deputados, onde a coalizão governamental tem a maioria dos votos. Atualmente, os italianos podem se aposentar com 57 anos de idade e 35 anos de contribuições. Com a reforma, as contribuições passariam para 40 anos, podendo a aposentadoria acontecer com 60 anos de idade e 35 de contribuições. Garani concorre à Prefeitura de Niterói O sub-secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Adroaldo Peixoto Garani, ítalo-brasileiro suplente ao cargo de deputado estadual, que obteve 33 mil votos nas últimas eleições legislativas, se une a Sérgio Sveiter para disputar a Prefeitura da cidade de Niterói. Concorrendo como vice-prefeito, Garani tem ampla agenda junto à comunidade italiana do município, que conta com cerca de 7 mil famílias de origem italiana. Agora é só esperar a convenção dos partidos PL/PSC, que será realizada no dia 25 de junho na Câmara Municipal de Niterói. nota Eletto il nuovo direttivo dell’Associazione Stampa Italiana in Brasile San Paolo - Riunitasi lo scorso 5 maggio, l’assemblea dell’Associazione Stampa Italiana in Brasile ha eletto, a pieni voti, il direttivo per il triennio 2004-2006. All’interno del Comitato di Presidenza, Venceslao Soligo è stato nominato presidente; Pietro Domenico Petraglia, vice-presidente, Vezio Nardini secondo vice-presidente; Oduvaldo Donnini, segretario generale; Edoardo Coen, secondo segretario; Enzo Palermo primo tesoriere e Emilia Cairo Mello, secondo tesoriere. Sono stati poi nominati supplenti, Antonio Carlos Spalletta e Antonio da Silva Leite, mentre i nuovi delegati sono Moacir Pedro Molon, Giancarlo Palmesi, Vera Caser, Angelo Antonino Mastroeni e Giuseppe Lantermo. Nuovo presidente del Consiglio Consultivo è invece Desiderio Peron mentre gli altri membri nominati sono: Ermes Luppi, Franco Ucelli, Bruno Giovanetti, Stefano GhisioErba, Antonio Carlos Cimino, Andrea Lanzi, Edoardo Pacelli e Attilio Fania. I supplenti sono Flavio Bomben e Giuseppe Celestino. Infine, i nuovi membri della Commissione fiscale sono Arnaldo Verri, Claudio Carsughi, Antonio Tofaneto e Antonio Laspro. Nel corso dell’assemblea sono state inoltre avanzate delle proposte in merito alle iniziative da intraprendere nel corso del triennio. Per il prossimo settembre, è stata proposta la convocazione del Forum dell’Associazione della Stampa Italiana in Brasile, insieme a quello del Sindacato dei Giornalisti professionisti dello Stato di San Paolo. Per l’ottobre/ novembre 2005, sarebbe previsto invece il II Congresso della Stampa italiana, brasiliana e italo-brasiliana e infine, tra il 2005 e il 2006, si dovrebbe svolgere il I Congresso del dialetto veneto e del ‘Talian’. (Aise) 5 ARTE | Eventos Salão dos Móveis Guilherme Aquino Correspondente em Milão A Semana Mundial do Design é a hora da verdade para algumas idéias geniais e outras nem tão geniais assim. Esta é a sensaçao que se tem no Salão Internacional do Móvel, em Milão, depois de horas e horas de caminhadas intermináveis pelos corredores da Feira. Gente estranha e objetos esquisitos e curiosos por toda a parte. Todos saem em busca de peças originais e funcionais pelos stands dos 1.900 expositores na Feira e mais 270 eventos colaterais espalhados pelas galerias, centros de cultura e showrooms da cidade. As propostas são tão infinitas quanto a criatividade dos designers e arquitetos. Juntos, eles queimam as pestanas sobre as pranchetas para produzir variações de um mesmo tema - as diferentes formas que uma cadeira pode ter desafiam a lei do infinito -, criar peças novas, práticas e úteis, ou adaptar antigos objetos a funções insólitas. Brasileiros no Salão A dupla de designers paulista, Alessandro Jordão e Kiko Sobrino, tenta unir a arte com o design. Eles pegaram um capu de Fusca e o transformaram em uma cadeira giratória. O processo de criação vem da inspiração dos símbolos nacionais. Nessa linha de pensamento e produção nasceu o divã Romeu e Julieta, uma homenagem ao doce mineiro de goibada com queijo, só que de espuma moldada, couro e alumínio. O mesmo processo originou a luminária Brasília acompanhada de dois pufes laterais dando a forma do Congresso Nacional. Uma “chease lounge” imita o Pão de Açucar. E, não podia faltar a cadeira com o desenho do feijão, uma referência ao prato brasileiro. A cachaça ainda não virou nenhum objeto mas, servida em doses generosas no stand brasileiro aos curiosos estrangeiros, ajuda a “vender o peixe”. “Não entendo porque existem alguns stands onde não se pode tocar as peças, nem fotografar. Aqui não, é tudo liberado”, diz Kiko Sobrino. Os dois visionários, uma vez esgotados os sím- bolos nacionais, naturais ou não, já sonham com os localizados no exterior. “Se poderia criar um objeto baseado na Torre Eiffel, claro que não seria uma cópia complicada da obra original, mas serviria a um outro objetivo e consequentemente teria um outro sentido”, diz o designer. A obra dos dois brasileiros está exposta no Salão Satélite, uma sessão dentro do evento principal, dedicada aos jovens talentos de países de todo o mundo. E que, por uma coincidência, é decorado com as cores verde e amarela. A dupla de brazucas está entre os 285 estrangeiros convidados. Mas os dois não estão sozinhos. Duas designers de Curitiba também estão presentes no Salão. Enólia Munhoz e Mariana Sassamor venceram um concurso nacional promovido pela Universidade Tuiuti, do Paraná, e foram selecionadas. As duas designers construíram um banco de rodinhas mas que serve também como mesinha de canto. Ele traz ainda uma gaveta embutida e dois colchonetes. E tudo sem derrubar uma árvore. O material usado é pó de serragem reciclado. Politicamente super-correto em tempos de preocupações internacionais com a floresta da Amazonica. Os quatro brasileiros estão tendo a chance de ver de perto a concorrência, a relação entre artesanato e indústria, os últimos lançamentos de grandes nomes do design, como Philippe Starck e Ferrucio Laviani. E, de quebra, estão sendo vistos por 3.300 jornalistas de todo o mundo presentes em Milão, ávidos para publicar a casa ideal de amanhã. Mas uma certeza os jovens designers levam de volta para os seus ateliers: Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Esta parece ser a lei da física que rege. Moda e Design O Salao do Mòvel tambèm sacramentou o casamento entre a moda e o design. Um matri- mônio que começou no início da década de 90 com o estilista Gianni Versace desenhando peças para a decoração. Mas quem està fazendo estrada mesmo é o concorrente Giorgio Armani. Os moradores da casa Armani amam o luxo sem ostentação e a elegância das linhas e das formas simples da nova coleção inspirada no oriente e nos anos 30. Já os estilistas Dolce&Gabbana abriram as portas de uma das suas principais lojas, no centro de Milão, para as obras da casa Kartell. Admiradores das peças da renomada fábrica, eles expuseram algumas obras que fizeram a história do design nos anos 50, 60 e 70. Luminárias de Gae Aulenti e Joe Pesci produzidas décadas atrás iluminavam os ternos e as roupas do último desfile. A grife Missoni também aposta alto na utilização dos sofisticados tecidos de suas coleções no revestimento de peças de design. Cadeiras, poltronas e vasos ganham vida nova dentro das “roupas” sob medida da badalada loja. Pesquisa e inovação O Salão Internacional do Móvel também é uma vitrine das últimas conquistas tecnológicas. E é também um cartão de visita da sinergia entre os artesãos e as indústrias de ponta. A peça Bourgie, do renomado Ferrucio Laviani, é uma interpretação nova do velho abajour. A novidade é o uso, pela primeira vez, de policarbonato transparente... o resto é ironia... a lâmpada parece de cristal. O trabalho de Philippe Starck para a Driade não está só na busca da forma, mas sim nos materiais. Uma pesquisa longa alcança resultados expressivos. A cadeira Oscar Bon tem um desenho simples mas a sua estrutura é de fibra de carbono que garante leveza, durabilidade e resistência. Já a Objet Perdut traz o emprego de aço lúcido, espelhado. E o sofá Lorenzo Le Magnifique, mas é coberto com um tecido de algodão especialmente produzido. A trama dos fios permite à dona de casa retirar o forro para lavà-lo sem a atual exigência de um contorcionismo físico. 6 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 CULTURA | Literatura CULTURA | Literatura imagens da itália Marco Lucchesi Tra due Mondi, Un Poeta Editore, Antologo, Traduttore e essenzialmente Poeta , Emilio Coco è l´italiano più prossimo del mondo iberico. Grande lettore di opere classiche e moderne, sente in modo particolare quella metafora della zattera di pietra, a cui si riferisce Saramago, attraverso un´ ampia sfida centrata sulla parola. I tuoi rapporti con il Mondo Iberico sono davvero notevoli, incentrati specialmente sulla poesia e sul teatro spagnolo. Come e quando ti è sorta questa passione? R. Mi sono laureato in Lingue moderne presso l’Istituto Orientale di Napoli nel lontano 1963. Nel 60 e nel 62 ebbi modo di visitare la Spagna grazie a due borse di studio. La prima volta mi fermai a Siviglia per circa tre mesi. Da giugno ad agosto. Vivevo presso una famiglia, nel Barrio de los Remedios, oltre il Quadalquivir. Per arrivarci, superato il fiume, dovevo attraversare Plaza de Cuba, ed era un vero supplizio, col sole che ti squagliava quasi, senza la possibilità di rifugiarti sotto uno spicchio d’ombra. Ho un ricordo bellissimo di questa città, con la sua cattedrale immensa, affollata la domenica di donne che si portavano dietro i loro passeggini occupati da bambini chiassosi e urlanti, che si sventagliavano sui seni procaci irriverentemente traboccanti dalle camicette. Ricordo le mie passeggiate nei giardini dell’Alcázar, nel parco di María Luisa dove sostavo davanti alla statua di Gustavo Adolfo Bécquer, imbrattata dalla cacca delle colombe, e m’inebriavo a recitare la sua poesia “Del salón en el ángulo oscuro…” che il professore di spagnolo, Félix Fernández Murga, ci aveva costretto a imparare a memoria. Due anni dopo mi recai a Madrid per raccogliere materiale per mia tesi di laurea sul teatro di Azorín. Visitai l’autore nella sua casa di Calle Zorrilla. Mi accolse affettuosamente e mi regalò alcuni suoi libri. Le vicissitudini della vita mi 7 portarono a insegnare lingua e letteratura francese, ma il mio amore per la Spagna continuò attraverso gli anni con crescente intensità. Bécquer e Azorín, poesia e teatro. A venti anni andavo pazzo per la poesia di Federico García Lorca e sapevo a memoria il suo “Llanto por Ignacio Sánchez Mejías” che declamavo con voce roca, presa in prestito da Arnoldo Foà, in spagnolo, mentre Donato, il mio amico del cuore, mi accompagnava pizzicando estroso la sua chitarra. Poi vennero Juan Ramón Jiménez e Antonio Machado, Guillén, Aleixandre, Cernuda, Salinas e Alberti. Incominciai a leggere i drammaturghi contemporanei nella collezione di teatro “Escelicer”, ma l’incontro decisivo col teatro spagnolo lo ebbi a Bari, circa quindici anni fa, in occasione di alcune giornate sul teatro europeo. Fu allora che conobbi Jerónimo López Mozo, di cui tradussi l’opera D. J. (Don Juan) che poi sarebbe stata pubblicata sulla rivista “Sipario”. A tutt’oggi ho tradotto le opere di 25 drammaturghi spagnoli, comprese nei tre volumi di teatro pubblicati dalle Edizioni dell’Orso (1996-2004). Ma sono dei rapporti complessi, quelli che ti legano alla Penisola, in vari aspetti e lingue, come possiamo desumere dalla tua opera di critico, traduttore e antologo. Penso ai libri Antologia della poesia spagnola, Il nuovo panorama poetico spagnolo, Antologia della poesia basca contemporanea, La poesia della Spagna contemporanea. Penso anche agli autori portoghesi da te tradotti in italiano... R. Sì, confesso che ho tradotto molto, forse troppo, nei miei venticinque anni di attività traduttiva. La mia conoscenza delle altre lingue parlate nel territorio spagnolo, il gallego, il catalano e l’euskera (quest’ultima in misura minore), mi hanno permesso di leggere e di scoprire poeti molto interessanti e che meriterebbero di essere conosciuti anche fuori dei loro confini regionali. L’antologia della poesia basca è nata dalla mia frequentazione di alcuni poeti di quella regione che mi hanno aiutato molto nella scelta dei testi e degli autori. Traduzioni di poeti galleghi, catalani e anche portoghesi e francesi sono sparse in riviste e in piccole pubblicazioni che ci divertiamo a confezionare con alcuni amici, armati di “computer” e di molta passione. Sono nate così le belle plaquette di “Le nuove muse”. Ma devo anche ricordare che sono editore dei “Quaderni della valle” –la valle dove si adagia il mio bellissimo paese, nel parco nazionale del Gargano–, che sono arrivati al numero 50, una collana che porto avanti con grandi sacrifici e a volte rimettendoci anche finanziariamente. E presso l’editore Levante di Bari, dirigo “I Quaderni di Abanico” (ne sono usciti 40 finora, tutti tradotti da me), che ospitano solo poeti spagnoli viventi (una collana, credo, unica in Italia, e molto apprezzata in Spagna) che si pubblicano grazie a “ayudas a la traducción” del Ministero di Cultura spagnolo o a sovvenzioni di Ayuntamientos e Diputaciones. Salta agli occhi la tua condizione assoluta di poeta. Qualcuno ti ha definito come poeta in proprio e fine traduttore. Spiegami come si equilibrano (o si squilibrano) in te il poeta e il traduttore. Sinceramente, non saprei dirtelo. Per me , poetare non è mai stata un’occupa- zione preminente. Ho incominciato molto tardi, all’età di cinquant’anni, perché volevo inserire un tassello di distinzione nel mosaico della mia nota biobibliografica. Tutti mi dicevano, dopo l’ascolto delle mie traduzioni di poeti spagnoli: ma lei è sicuramente un poeta! E io ero costretto a smentirli, ma aggiungevo a mia difesa: non è necessario saper scrivere versi. Basta avere la sensibilità del poeta. Però mi rendevo conto che bisognava dare ben altra risposta: sì, sono poeta anch’io! Tutto questo mio arrovellamento l’ho sintetizzato nei sei versi di una poesia che s’intitola appunto “Poeta antologista e traduttore” che dice così: I tuoi versi non valgono un bel niente di questo sei cosciente ma ti servono per la nota nel prossimo quaderno sulle poetesse ispanoamericane che potrai cominciare in questo modo: Poeta antologista e traduttore Un critico ha scritto che questa poesia “schernisce fino all’autodistruzione, benefica, le consuetudini della comunità letteraria”. Ma non era questa la mia intenzione. Dicevo che la poesia non mi ha mai preso totalmente. L’ho considerata sempre come un qualcosa che potesse dare maggior lustro alla mia attività di critico e traduttore. Però, devo confessare che il nostro è stato sempre un rapporto conflittuale; mi ha fatto anche soffrire, perché si è concessa a me col contagocce e non mi ha mai regalato un verso stupendo, uno di quei versi che fanno dire: basterebbe solo questo per qualificarlo come grande poeta. Ho fatto di tutto per ingraziarmela, sono ricorso anche a degli epiteti ingiuriosi nei suoi confronti, c’è stato anche un tentativo di stupro, di strangolamento, ho anche giurato a me stesso di sbatterle per sempre la porta in faccia, ma niente. L’ho continuata ad amare con un amore profondo, così come si vuole bene a un figlio verso il quale la natura è stata poco generosa, e che si prova un certo pudore a mostrare in pubblico, per evitare la commiserazione o l’intima soddisfazione degli amici di fronte alle tue disgrazie. Pochi sanno che sono anche un poeta in proprio, come si suol dire. Questo mi angoscia, però mi tiene anche al riparo da sicuri sarcasmi e risolini. Mi arrivano anche gli incoraggiamenti, non so fino a che punto sinceri. Ultimamente è uscito presso la casa editrice Caramanica il mio libro “Fingere la vita”, una delle poche case editrici italiane che pubblicano poesia, che non chiedono soldi all’autore. Questo fatto mi ha riempito d’orgoglio. Forse sono anch’io un poeta su cui contare? Daltra parte, sei stato tradotto nelle lingue in cui hai tradotto tanti poeti. Come ti senti rispecchiato o ritrasmesso da una Penisola all´altra? Certo mi ha fatto piacere. Io che ho tradotto tantissimi poeti italiani nella lingua di Cervantes, mi sono spaventato all’idea di dover tradurre in spagnolo le mie poesie. Meno male che mi è venuto incontro il poeta e amico Carlos Clementson, altrimenti il mio buon editore Basilio Rodríguez Cañada avrebbe dovuto rinunciare al suo progetto. Carlos ha fatto una traduzione stupenda e gliene sarò per sempre grato. Come mi sento? A dire il vero, mi sono sentito sempre più “spagnolo” che “italiano”, voglio dire che devo molto ai poeti spagnoli, alla musicalità e alla “leggibilità” dei loro versi. Luis Alberto de Cuenca è forse il poeta che maggiormente mi ha influenzato con la sua poetica della “linea chiara”, nella quale propende per una poesia diretta, per nulla ermetica, ironica e cordiale. Devo meno (quasi niente) ai poeti italiani di oggi, molti dei quali, per la loro oscurità e incomunicabilità con il lettore, hanno spesso messo a dura prova il mio orecchio e la mia intelligenza. Certo, il dover tradurre spesso poeti, come quelli spagnoli, che puntano molto sulla metrica e sulla musicalità, mi ha portato a vedere il lavoro di traduzione come un rompicapo, un puzzle del tutto particolare, consistente nel ricomporre in maniera non sempre e necessariamente uguale all’originaria l’immagine frantumata, anche se si è costretti a usare gli stessi minuscoli frammenti che la componevano. Un lavoro che comporta una pazienza infinita e che solo mi soddisfa se nel testo italiano, oltre al contenuto, si sono salvati il ritmo e la musicalità. Una vera ossessione, la mia! Così, spesso, mi sorprendo, nei vari momenti della giornata (mentre mangio, mentre aiuto mia moglie nei lavori domestici, persino quando sto riposando) a contare sillabe con le dita, tamburellando sul tavolo, sul bracciolo della poltrona a cui sto togliendo la polvere, o sulle mie cosce, sul petto, sulla faccia. Nelle mie poesie ci sono continui riferimenti a questa mia fobia, a quest’insano vivere. Ma ciò che più mi spaventa è che spesso vado a curiosare anche nelle traduzioni degli altri, e controllo se tutto va bene, o dissento, mi arrabbio, rampogno, sbeffeggio, correggo. Patecipi in alcun grado nelle traduzioni della tua opera poetica? R. Penso proprio di sì, per quanto detto sopra. Appena uscito in Spagna il libro La memoria del vuelo. Provo un senso di lirismo ed alta ironia. Un sorriso e una saggezza di cose vissute, da soffrirle ed amarle in chiave dialettica. Inoltre, il ruolo giocato dalla memoria. Leggo ad alta voce “Le Mie Sconfitte”, “Eravamo Tre Piccoli fratelli”, “Mais où sont mês amis d´antan?”, “Che faccio io Qui”... R. Lirismo, ironia, ma anche molta quotidianità. Scherzare, e spesso con cattiveria, sulle proprie poesie e sulla propria vocazione poetica (basterebbe leggere “Testamento”), per poi scrivere lo stesso, questo non prendersi apparentemente sul serio, è, secondo me, l’unica soluzione per non lasciarsi travolgere dal groviglio, dall’intrico che quotidianamente siamo costretti ad affrontare. La quotidianità è spesso peso insopportabile, ma non c’è fuga possibile, o se c’è si scontra con il desiderio, altrettanto forte e vitale, di non perdere la possibilità di riconoscersi nelle cose di tutti i giorni, nelle persone consuete ed amate. Le mie poesie sono la mia vita di tutti i giorni, nel contatto ricercato e temuto con i miei figli, e con mia moglie, ossessionata dalla pulizia, o nel mio lavoro d’insegnante che durante le ore dedicate al compito in classe si abbandona alle sue elucubrazioni e dà briglia sciolta alle sue ossessioni. 8 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 COMUNIDADE | Opinião COMUNIDADE | Atualidade 450 ANNI DI SAN PAOLO 150 ANNI DI FRANCESCO MATARAZZO Nel 1900 con un finanziamento inglese, apre nel Brás (quartiere operario di San Paolo) il primo grande mulino di San Paolo per il grano, marco iniziale di una traiettoria che farà di lui l’italiano più ricco del mondo, secondo la dichiarazione fatta il 1920 nel Parlamento italiano dal deputato Vittorio Emanuele Orlando. Nel 1911, fonda la “Industrias Reunidas Fabricas Matarazzo-IRFM”, una società anonima con il motto: “Fides, Honor, Labor”. Crescendo rapidamente e progressivamente allarga il suo campo di azione nel ramo degli alimenti, tessuti, bevande, navigazione, metallurgia, energia, agricoltura e immobili. Accumula risorse sempre maggiori ,investe molto, espandendosi di forma grandiosa. Fonda industrie in tutto il territorio brasiliano. La sua rete commerciale abbraccia l’intero Paese. Si trasforma nel simbolo del successo imprenditoriale, un referimento per l’immigrazione vittoriosa, mito ed esempio allo stesso tempo. Solo in occasione della Prima Guerra Mondiale lasciò il Brasile, per recarsi in Italia, per servire principalmente nel coordinamento dell’approvvigionamento per le truppe e la popolazione civile. Il suo impero industriale fu chiamato da Assis Chateaubriand: “lo Stato Matarazzo”. I suoi introiti superavano quelli di qualsiasi unità della Federazione brasiliana, con eccezione dello Stato di San Paolo. Sempre Chateaubrind, negli inizi del 1934 affermava: “In Brasile nemmeno Percival Farquhar, che realizzò la Brazil Railway, nemmeno il Barone di Mauá, riuscirono a realizzare un’opera con simili proporzioni”. Francesco Matarazzo è stato il fondatore, e anche il primo presidente della Confederazione delle Industrie dello Stato di San Paolo – CIESP, e della FIESP (Federazione delle Industrie dello Stato di San Paolo). Uomo che intravedeva il futuro, in una intervista data al giornale “Diario de S.Paulo”, nel dicembre del 1930, chiamava l’attenzione sul crescente peso del petrolio sui conti esterni brasiliani, e preconizzava l’uso dell’alcool di canna come carburante alternativo per le automobili. Suggeriva inoltre anche l’adozione del drawback per aumentare le esportazioni, che voleva fossero esenti da imposte. Non riteneva sensato il fatto di far ricadere sul contribuente l’inefficenza dello Stato, attraverso l’aumento delle tasse. Per compensare la diminuzione del gettito fiscale, raccomandava l’aumento dei tributi sui latifondi improduttivi, questo per stimolare la produzione in terre fertili e abbondanti. Come si può vedere era un uomo ben avanti al suo tempo. Il Conte Matarazzo morì nel febbraio del 1937, con 82 anni. Rimase però vivo nel seno della famiglia lo spirito imprenditoriale del patriarca. Come esempio abbiamo Francesco Matarazzo Junior, che continuò l’opera paterna, e che rimase alla direzione delle IRFM nei decenni successivi; l’industriale e mecenate, amante delle arti Francisco Matarazzo Nipote, il “Cicillo”, fondatore della “Metalúrgica Matarazzo”, della “Biennale di S.Paulo”, del “Museo d’Arte Moderna”,del Museo d’Arte Contemporanea, della “Compagnia Cinematográfica Vera Cruz”, del “Teatro Brasiliano di Commedia”, e anche Francesco” Baby” Matarazzo Pignatari, nipote del fondatore, che sviluppò anche lui un vasto complesso industriale. Autorizzato dalla famiglia, che finalmente si è decisa ad aprire gli archivi, lo storico, scrittore Ronaldo Costa Couto, da 5 anni si dedica alla stesura di un libro sui Matarazzo, con ricerche fatte sia in Italia come in Brasile, sulla storiografia, nella documentazione familiare e ufficiale e su tutte le fonti possibili. So che ha già registrato oltre 150 importanti deponimenti, e che è rimasto impressionato dalla grandezza, importanza, fascino e ricchezza della storia, come anche dalle scoperte fatte e rivelazioni ottenute nel corso delle ricerche. Conforta vedere il Conte Francesco Matarazzo nuovamnte scoperto, come anche la sua colossale e grandiosa opera. È un esempio e una referenza per tutti noi, per la dedicazione al lavoro, visione, capacità imprenditoriale e fiducia nel futuro del Brasile, già che ha saputo mostrare, attraverso un’opera che continua sino ai giorni attuali, ciò che questo grande Paese potrà diventare. A. Andrea Matarazzo, industriale. Pronipote del Conte Francesco Matarazzo. Ha occupato la Segreteria dello Stato di S.Paolo per l’Energia (Governo Covas); Ministro della Comunicazione nel Governo Fernando Henrique Cardoso; Ambasciatore in Italia. Sibms: Nuova direzione vuole ampliare attività Fotos: Ernani D. Assumpção I 450 anni della fondazione della città di San Paolo, coincidono con i 150 anni della nascita di Francesco Matarazzo, pioniere e icona dell’industrializzazione paolista e brasiliana, il maggior industriale dell’America Latina, considerato un genio imprenditoriale. Matarazzo significava ricchezza, denaro, centinaia di fabbriche, commercio, grattacieli, palazzi, fattorie, navi, ferrovie e molto ancora, il maggior conglomerato economico del Paese, con marcata connotazione internazionale. Tutto ebbe inizio con un imigrante che aveva una visione imprenditoriale previlegiata e molta capacità di lavoro, appassionato per l’Italia e anche per il Brasile, la terra di nove dei suoi tredici figli. 450 anni di San Paolo, 150 anni di Matarazzo. Nacque il 9 marzo del 1854 nella piccola Castellabate, in provincia di Salerno, in pieno Mezzogiorno italiano. Venne in Brasile nel 1881. Aveva 27 anni. Qui giunge con il fratello Andrea. Fuggiva dalla crisi italiana, voleva e aveva la necessità di “fare l’America”. Non era laureato. Si preparava per seguire la carriera militare, quando la morte prematura del padre, il medico Costanzo Matarazzo, nel 1873, l’obbligò ad accantonare questo suo progetto. Poiché era il figlio maggiore, assunse la responsabilità della famiglia. Venendo in Brasile lascia in Italia la moglie Filomena, la madre Miriangela, i fratelli, le sorelle. Sbarca con pochi mezzi e molti sogni. Comincia male però. La merce che aveva portato dall’Italia per iniziare un’attività si perde in mare, nella baia di Guanabara, nel momento che era trasportata dalla nave alla banchina del porto. Non si perde d’animo però. Si dirige a Sorocaba, città dello Stato di San Paolo, deciso a lanciarsi nel commercio con il denaro che aveva, un migliaio di lire. Simpatico si rende ben visto da tutti. Riceve l’appoggio della colonia italiana locale, fra i quali il suo buon amico Grandino, calzolaio e commerciante, anche lui di Castellabate. Nel 1882 apre un modesto deposito di alimentari, dove commercia in farina di grano e granturco, sale, fagioli ed altri alimenti, tra i quali carne e sugna di maiale, un prodotto che il Paese importava dagli Stati Uniti. Nel corso di una intervista, Francesco Matarazzo dichiarava: “Mi sono stabilito a Sorocaba, e ho iniziato con una botteguccia, o “venda”, come si dice qui in Brasile. Faccio notare che mai ho avuto, né ho mai tentato di avere quello che si chiama il padrone”. Negli anni che si seguirono, aumenta di molto il suo giro di affari. Espande la sua attività commerciale aprendo piccole fabbriche di grasso sia a Sorocaba, come anche nella regione. Chiama i fratelli Giuseppe e Luigi. In seguito verranno anche Nicola e Costabile. Produce grasso di maiale, come anche lo scatolame per contenerlo. Si trasferisce a San Paolo nel 1890, dove si occupa di commercio interno e di importazioni, come anche del settore finanziario e industriale. 9 “Associazione italiana più antica del mondo è una di quelle che riceve più incentivi dal Governo” Rubiana Peixoto I l nuovo presidente della Sociedade Italiana de Beneficência e Mútuo Socorro (Sibms), José Mario Santoro, 74, e il suo vice Antônio Aldo Chianello, 50, eletti col 70% dei voti, annunciano piani ambiziosi per il loro triennio di gestione che sta per iniziare. Sono stati insediati il 20 aprile presso la sede dell’associazione, situata nella Casa d’Italia, in una cerimonia che ha riunito 300 persone. Nella lista avversaria si trovavano Mario Bianco e Carmelo Bellarmino Trotta, che hanno ottenuto 209 voti contro i 445 dei vincitori nelle elezioni avvenute a marzo. La maggior novità si riferisce all’ampliazione del numero di soci – da 3mila a 8mila – il che cambierebbe la situazione del quadro attuale, immutato da 15 anni. Per fare ciò, una commissione di avvocati sta studiando lo statuto esistente da circa 100 anni, approvato dal Ministero della Sanità, che regola il funzionamento dell’istituzione filantropica e che rende impossibile l’entrata di nuovi soci. “Esiste una clausola che determina che i soci abbiano diritto alle attività ricreative, sociali e sanitarie. Ma la nuova legge che regola l’assistenza sanitaria privata contiene oltre 30 articoli che rendono impraticabile l’entrata di nuovi soci secondo questi termini. Visto che non potevamo cambiare la situazione dei soci attuali, abbiamo deciso di cambiare lo statuto”, spiega Santoro. La nuova direzione vuole anche costruire un nuovo padiglione per l’Hospital Italiano, in un’area di 2mila metri quadrati. Negli ultimi tre anni sono stati comprati equipaggiamenti più moderni, ambulanze, sono stati ampliati spazi fisici e sono state realizzate ristrutturazioni in varie unità. In questo momento la Sibms è composta dall’ Hospital Italiano, dal Centro Médico do Hospital Italiano, dal pensionato Villa Paradiso e dal Centro Filantrópico, che nel 2003 ha realizzato 1800 visite gratuite – sovvenzionate dal Governo italiano - a bisognosi. Inoltre la Sibms conta con la sua sede sociale, al centro di Rio. In totale, presso le varie sedi lavorano oltre 300 impiegati stabili e centinaia di lavoratori a contratto. Il console Massimo Sassi dice che la Sibms è una delle associazioni in America Latina che più riceve sovvenzioni dal Governo Italiano via Consolato, attraverso i vari accordi firmati con l’Hospital Italiano, il Centro Médico, il Pensionato, la Farmácia, oltre all’assistenza medica e legale ed altri sussidi. “L’associazione ha una grande importanza per la comunità italiana a Rio perché si prende cura di circa 500 italiani bisognosi. Inoltre, svolge un ruolo fondamentale per la città di Rio de Janeiro per il lavoro che porta avanti, occupandosi della popolazione carioca”, ha detto Sassi, senza citare valori. Ma questi numeri sono ancora piccoli davanti al montante di italiani che vivono a Rio e che avrebbe bisogno di assistenza. Questa è l’opinione di Corrado Bosco, membro del Comitato degli Italiani all’Estero e presidente della commissione di assistenza dell’organo, che svolge un importante ruolo nel contatto con le associazioni italiane a Rio. Bosco vorrebbe ottenere delle sovvenzioni col Governo italiano per aumentare da 500 a 2mila il numero di italiani assistiti nello stato e spera che la Sociedade de Beneficiência de Mùtuo Socorro riesca a far fronte a questo bisogno. Secondo Bosco, oggigiorno l’Argentina riceve il 75% dei circa 15 milioni di euro rimessi annualmente dal Governo italiano per l’assistenza in America Latina, mentre al Brasile ne spetta soltanto il 15%. Il resto viene diviso tra gli altri paesi come il Venezuela e l’Uruguai. Un’ingiustizia che, secondo lui, deve essere corretta: “Noi dobbiamo essere più attivi quando si tratta di captare sovvenzioni per gli italiani che necessitano di tutela. Gli argentini vanno in strada a battere pentole, a protestare quando la crisi annienta il loro paese. Noi, invece, rimaniamo in posizione passiva”, valuta Bosco. Oltre cento anni di storia L’importanza della SIBMS può essere misurata con i suoi anni d’esistenza. Fondata nel 1854 da italiani che arrivarono in Brasile con la comitiva dell’imperatrice Maria Teresa Cristina di Borbone, moglie di D. Pedro II, essa è uno dei più antichi organismi stranieri in America Latina. La sua storia vincente viene raccontata con ricchezza di dettagli dal più antico socio vivente della Sibms, il dirigente di marketing in pensione Giambattista Giuseppe, 81, socio dell’ente fin dal 1934 e attuale presidente emerito dell’istituzione. Nell’Ottocento, gli italiani avevano per abitudine riunirsi per cantare e stare insieme in Praça XV, al centro storico di Rio, e furono invitati dall’imperatrice in persona a formare una società nella quale potessero organizzarsi e aiutarsi gli uni con gli altri. All’inizio erano soltanto 34 persone, ma nel 1860 erano già 400. La rapida adesione degli italiani in Brasile fu conseguenza del processo di fusione che avveniva anche su suolo italiano, che culminò con l’Unità d’Italia nel 1871. Il primo presidente dell’ente fu il medico igienista Cesare Persiani che capeggiò una equipe di medici e missionari nella creazione del primo ospedale di malattie tropicali a Rio, nel Vale do Andaraí. Anni più tardi, con la fine della schiavitù e la liberazione dei porti nel 1885, ci fu la prima grande immigrazione di italiani e tutti quelli che arrivavano dall’Europa cercavano la società per ottenerne aiuti. Con la crescente richiesta, gli associati decisero di fondare la prima sede sociale della Sibms in Praça da República no 17, al centro della città. Le rovine dell’edificio sono ancora in piedi fino ad oggi. Lì funzionò il primo ambulatorio fondato per assistere gratuitamente gli associati, oltre ad essere sede di innumerevoli feste. Con la fine della 1a Guerra Mondiale, nel 1918, ci fu un nuovo ciclo di immigrazione dall’Italia verso il Brasile, il che fece aumentare l’importanza della Sibms nella vita di coloro che arrivavano nel Paese. Ma i tempi di pace erano finiti: con la 2 a Guerra Mondiale e l’appoggio del governo brasiliano agli alleati, la sede della società fu chiusa. “Con la fine della guerra nel 1946, gli associati riuscirono, con grandi difficoltà, a riavere l’edificio di Praça da República e, quattro anni più tardi, fondarono il dipartimento sociale, del quale sono stato il primo direttore”, racconta orgoglioso Giambattista. Per ottenere fondi per la costruzione del primo ospedale, la Sibms promuoveva balli tutti i sabati, cosí come attività sociali e sportive tutti i giorni della settimana: lezioni di danza, ping-pong, pallacanestro, messe in scena di pièce ed altro. Nel 1953 gli associati hanno comprato il primo bene immobile nel Grajaú – una casa in Rua Marechal Jofre 30 – dove sono cominciati i lavori di costruzione dell’ospedale, inaugurato tre anni più tardi. Allora i settori funzionanti erano quelli di ginecologia, ostetricia e chirurgia generale. Le altre specialità sono state inserite con gli anni, cosí come gli altri servizi. Secondo Giambattista, l’organizzazione adempie al suo ruolo sociale, ma ha bisogno di aggiornarsi per continuare a sopravvivere. “Ciò che i soci pagano non è sufficiente per pagare i costi del trattamento di tutti. Bisogna ampliare il quadro per equilibrare i conti”, dice. 10 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 ATUALIDADE | Comunidade ATUALIDADE | Comunidade Elezioni in tutto il Paese hanno contato su appena il 48,5% dei voti validi I nuovi Comitati di Italiani all’Estero in Brasile cominciano a scegliere i loro presidenti, segretari e membri dell’esecutivo. Le elezioni a Rio de Janeiro si sono avute il 24 aprile, presso la sede del Comites nella Casa d’Italia e hanno contato sulla partecipazione del Console di Rio de Janeiro, Massimo Sassi. Francesco Rodolfo Perrotta, della lista Forza Alternativa, è stato eletto Presidente all’unanimità. Contrariamente a quanto ci si aspettava, l’assemblea del Comites di Rio è trascorsa in clima di cordialità, dopo l’accesa disputa elettorale che ha fatto emergere divergenze politiche tra la sinistra e la destra italiane. Perrotta, che dopo essere stato eletto all’unanimità si è dichiarato “orgogliosissimo” di occupare questo incarico, ha chiesto la collaborazione di tutti per trasformare il Comites di Rio in un esempio da essere seguito dagli altri Comites. Inoltre, Perrotta ha usato le sue parole di ringraziamento per avvisare i presenti: “Spero di mantenere il Comites unito, aggirando le divergenze che potranno venire fuori”, ha affermato. Inoltre sono stati eletti: come vice presidente, Piero Stefano Ruzzenenti, líder della lista Tricolore; come tesoriere, Arduino Monti, ex presidente del Comites di Rio, della lista Viva l’Italia; come integrante dell’esecutivo, Rita Bortoluzzi, della lista Spirito Italiano, in rappresentanza degli interessi degli stati di Espirito Santo e Bahia e come segretaria, Caterina Barone, della lista Forza Alternativa. Elezione Comites: i dati sulla affluenza diffusi dal Ministero degli italiani nel Mondo Percentuale Totale Plichi inviati buste pervenute Percentuale su Plichi 2.326.111 788.644 33,90 Recife Rio de Janeiro San Paolo Plichi 5359 invati buste 2723 pervenute Percentuale 50.81% Plichi Curitiba Comites Belo Horizonte PERCENTUALI PLICHI 16039 2939 17959 77207 9841 1403 7502 28964 61.36% 47.74% 41.77% 37.51% 11 COM.IT.ES in Brasile scelgono i loro presidenti e dirigenti A São Paulo, i diritti della maggior comunità italiana all’estero in Brasile saranno difesi da una donna, Rita Blasoli, eletta con otto voti all’assemblea avutasi il 15 aprile presso la sede del Patronato Assistenziale Italiano e che ha contato sulla presenza del Console Luigi Estero. Rita aveva lavorato come segretaria del Comites durante sette anni accanto all’ex presidente Claudio Peroni, che adesso diventa il suo vice. Per il posto di segretaria è stata scelta Natalina Berto e per quello di tesoriere, Paolo Augusto Moretti. Durante l’incontro è stata anche approvata la richiesta di creazione di una sede propria per il Comites, e sono state presentate due proposte di spazi: la nuova sede del consolato, nella Avenida Paulista, o quella antica, nella Avenida Higienópolis, indirizzo presso il quale dovrebbe trasferirsi anche l’Istituto Italiano di Cultura. Italo-brasiliani eleggono i nuovi rappresentanti dei Comites La comunità italiana in Brasile respira, in questo momento, nuovi venti portati dalle elezioni dei 72 componenti dei Comitati degli Italiani all’Estero (COM.IT.ES) nel Paese, effettuata il 26 marzo. Tra gli eletti ci sono quattro consiglieri del Comitato Generale degli Italiani all’Estero (CGIE). Secondo dati forniti dall’Ambasciata italiana, i sei Consolati brasiliani (Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo) avrebbero spedito 144.516 schede per posta, ma di queste, 16.607 non sarebbero arrivate e appena 62.078 sono state rispedite e computate, arrivando ad un totale del 48,5 per cento dei voti validi. Però, a seconda della regione, questo indice è stato diverso. La maggior circoscrizione in ordine numerico di elettori, São Paulo, con 77.207 schede spedite, ha presentato il minor risultato del Paese, col 43 per cento dei voti validi. Invece il Consolato di Curitiba si trova in situazione contraria, col maggior esito del Paese in questa elezione: il 62 per cento dei voti computati. Rubiana Peixoto La spiegazione degli ottimi risultati del Consolato di Curitiba si dovrebbe alla massiccia partecipazione degli abitanti della regione sud di Santa Catarina. Secondo José Crepaldi, candidato rieletto del Comites di Curitiba per la lista Pró Brasil e abitante del comune di Siderópolis, il numero di voti validi nella sua città e nella vicina Treviso è arrivato all’ 85 per cento. Crepaldi usa i numeri per giustificare tanto interesse per l’operato del Comites: si calcola che 25mila persone dei nove comuni del sud di Santa Catarina intorno a Criciúma lavorino in questo momento all’estero (specialmente in Italia e in Germania), e molti di loro si trovavano in Brasile a febbraio e marzo, aspettando il passare del rigoroso inverno europeo. Un altro importante dato mostra che il 65 per cento della popolazione della regione è oriunda o discendente da italiani: “Questa situazione risveglia uno speciale interesse nell’operato del Consolato italiano in Brasile. Nella nostra regione abbiamo quattro o cinque programmi radiofonici rivolti alla comunità italiana, giornali e altri mezzi di comunicazione specializzati”, afferma Crepaldi, dicendo ancora che la prima rivendicazione del gruppo Rita Blasoli, eletta presidente del Comites-SP sarà la conquista dell’indipendenza consolare per soddisfare in maniera più idonea gli interessi economici e culturali della regione. Distanza e mancanza di informazioni compromettono le elezioni Il momento è di strutturazione e di riflessione sugli errori che hanno portato alla ridotta partecipazione dei cittadini italiani all’elezione dei Comites in tutto il paese, prendendo di mira le prossime elezioni del 2006, quando i cittadini italiani in tutto il mondo potranno eleggere deputati e senatori del loro paese di origine. I problemi spaziano dalle abissali divergenze tra le Attore Nicola Siri eletto per il Comites Rio: bisogna democratizzare la cultura italiana in Brasile Tra gli eletti per il Comites di Rio, abbiamo una celebrità: l’attore italiano Nicola Siri che, malgrado sia in Brasile da poco più di un anno, è già conosciuto a livello nazionale. Il suo ruolo di padre Pedro nella telenovela “Mulheres apaixonadas” della tv Globo gli ha reso una grande popolarità e ha messo in risalto le sue doti professionali. Nonostante sia stato eletto per la lista Tricolore, Nicola Siri dice di non condividere gli ideali politici della destra, e racconta di aver accettato l’invito a partecipare all’elezione perché gli avevano garantito che l’organo non era politico. Nicola Siri spera di apportare attualità e modernità ai Comites: “L’immagine che molti italiani residenti in Brasile hanno dell’Italia è la stessa di 40 anni fa. Invece è importante accompagnare lo sviluppo del Paese, e io posso contribuire a questa nuova visione”, dice. Nicola Siri, che è figlio di una brasiliana e ha fissato la residenza a Rio de Janeiro, sta girando il film “Diário de um novo mundo” a Rio Grande do Sul, dove recita insieme a Edson Cellulari e altri attori brasiliani e allo stesso tempo ha in studio nuove proposte di lavoro. Malgrado sia pieno di impegni professionali, Nicola Siri si sforza di partecipare alle riunioni del Comites. Crede che la sua immagine pubblica potrà contribuire alla diffusione dei lavori portati avanti dal gruppo, come le attività assistenziali per italiani più bisognosi. Ma i suoi progetti principali sono rivolti alla democratizzazione della lingua e della cultura italiane in Brasile: “Voglio che i discendenti degli italiani conoscano di più la nostra storia e cultura. Sto facendo dei piani per tradurre Pirandello e dei testi di nuovi drammaturghi siciliani, cosí come mi piacerebbe che gli italiani conoscessero Nelson Rodrigues. La buona arte dev’essere conosciuta da tutti, e deve trasporre le barriere regionali”, insegna. liste elettorali e le anagrafi consolari fino alla ridotta partecipazione della comunità alle votazioni. Al centro nelle due situazioni ci sono la mancanza di informazioni e le grandi distanze in un paese grande come il Brasile. I candidati eletti difendono, fin d’ora, un migliore sfruttamento della rete consolare al fine di coinvolgere la comunità nella discussione sulle decisioni del governo italiano per mezzo di una comunicazione più attiva ed efficiente. Gli elettori dell’Acre, ad esempio, devono percorrere 5mila chilometri fino a São Paulo per risolvere i loro problemi consolari. Anche se in minor proporzione, ma con maggior frequenza, il problema si ripete nella regione sud di Santa Catarina, i cui abitanti sono obbligati ad affrontare 500 chilometri per regolarizzare la loro situazione al Consolato di Curitiba. A Rio de Janeiro, unione e consenso Nr Lista COMITES BELO HORIZONTE Minas Gerais, Goiás e Tocantins 1 1 1 2 1 1 2 1 2 1 2 2 COMITES CURITIBA Paraná e Santa Catarina 1 2 1 1 1 2 2 2 1 2 4 3 COMITES PORTO ALEGRE Rio Grande do Sul 1 1 1 2 2 2 1 1 2 1 1 3 COMITES RECIFE Nome Nr Voti Preferenza Lista 1 - LISTA UNITA - Volti: 1230 Lista 2 - CTIM - Comitato Tricolore per gli italiani nel mondo - Volti: 795 SILVANO VALENTINO (presidente) 381 SILVIA ALCIATI 380 MARIO ARALDI 372 MARCIA MEGDA CESARINO 332 GIORGIO COLLINA 331 LUCIA CARTOCCI 304 SIMONE GALLO PIMENTA 298 GIULIO MATTIAZZI 283 NAZZARENO CARONTI 278 ALBERTO MEDIOLI 261 MARCELLO ABBATANTUONO 240 MARIA THEREZA GALLO 234 Lista 1 - PRÓ-BRASIL - Volti: 3988 Lista 2 - ITALIA OGGI, NEL CUORE DELLA GENTE - Volti: 3357 Lista 3 - AvantItalia - Volti: 571 Lista 4 - W L’ITALIA. Gli Italiani nel Mondo - Volti: 833 LUIGI BARINDELLI 3318 WALTER ANTONIO PETRUZZIELLO (presidente) 2821 ITAMAR BENEDET 1586 ZELMA MARIOT 1491 JOSÉ CREPALDI 1365 MARIA APARECIDA BORGHETTI 1223 NEIDE DE PELLEGRIN 1112 BRUNO VERONESI 849 LAURA RITA PIAZZETTA 781 SALETE GIASSI B. MEDEIROS 708 GIANLUCA CANTONI 484 PASQUALE AROMATARIO 445 Lista 1 - INTEGRAZIONE ITALIANA - Volti: 5369 Lista 2 - ITALIA NEL MONDO - Volti: 3328 Lista 3 - CTIM - Volti: 1123 FERNANDO ANTONIO LUCCHESE (presidente) 2944 ADRIANO BONASPETTI 2555 SILVIA REGINA FACCHIN MENEGUZ 1543 IOLE ZATTI FACCIONI 1451 FLAVIO DEL MESE 1423 ANTONIO ALBERTI 1346 CARMINE MOTTA 1312 NELSON FERRUCIO DUSO 1254 CLAUDIA ANTONINI 1145 MILENE BUSATTO ZARDO 1142 IGNES ANGELINA VANIN RIZZON 1112 LISSANDRO STALLIVIERI 540 A Rio de Janeiro, dove la disputa Amazonas, Roraima, Pará, Lista 1 - LAR - LISTA AZIONE RINNOVATA - Volti: 1171 Maranhão, Piauí, Ceará, elettorale ha polemicamente ripro- Amapá, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe dotto gli antagonismi tra correnti 1 ITALO BRUNO PERRELI 439 politiche di sinistra e di destra, il 1 MARIA CRISTINA CONTE 429 1 ANTONIO FRANCISCO ROSARIO 311 gruppo formato dai 12 rappresen1 SALVADOR SCALIA (presidente) 292 tanti eletti si è riunito per la pri1 UMBERTO SALA 287 1 GIUSEPPE SARUBBO 250 ma volta il 7 aprile scorso. Nella 1 BIAGIO PECORELLI 250 prima parte della riunione è stato 1 GIANANGELO MONTANI 247 1 TIBERIO NOVELLINO 227 bocciato per 10 voti a 1 (uno dei 1 AURENE RAIMUNDA DA SILVA 213 1 ANTONINO ROMEO 189 candidati era assente) il parere del 1 ROBERTO SOBRAL 181 Ministero degli Esteri, che consi- COMITES RIO DE JANEIRO Lista 1 - FORZA ALTERNATIVA - Volti: 1558 Lista 2 SPIRITO ITALIANO Volti: 1294 de Janeiro, Espírito Santo dera ineleggibili tutti i candidati Rio Lista 3 - VIVA L’ITALIA - Volti: 1763 e Bahia Lista 4 - CTIM - Comitato Tricolore per gli Italiani nel Mondo - Volti 1166 che lavorano presso i Patronati. 3 ANDREA LANZI 962 Nella seconda parte dell’incontro 1 CORRADO BOSCO 954 3 ARDUINO MONTI 901 sono stati confermati i nomi dei 1 FRANCESCO RODOLFO PERROTTA (presidente) 819 12 rappresentanti del Comites: 1 CATERINA BARONE 705 2 RITA DE CASSIA BORTOLUZZI HERZOG 638 quattro della lista Viva l’Italia, tre 2 GIOVANNI BATTISTA CASTAGNA 583 4 NICOLA SIRI 510 della lista Forza Alternativa, tre 3 ANTONIO SCOTTI 508 della lista Spirito Italiano e due 3 ANDRESSA DE PRA 478 2 CONSTANTINO COLODETTI 432 del Comitato Tricolore per L´Italia 4 PIERO STEFANON RUZZENENTI 393 nel Mondo. Lista 1 - ITALIA OGGI - Volti: 10658 COMITES SÃO PAULO Lista 2 - ORIUNDI INDIPENDENTI - Volti: 3438 Paulo, Mato Grosso do Sul, Il lider della lista Viva l’Italia, São Lista 3 - RINNOVAMENTO - Volti: 3088 Mato Grosso, Rondônia e Acre Lista 4 - VIVA L’ITALIA - Uniti per L’ULIVO - Volti: 7014 Andrea Lanzi, rappresentante degli 1 RITA GIUSEPPINA BLASIOLI IN COSTA (presidente) 5743 ideali di centro-sinistra dell’ Ulivo, 1 CLAUDIO JOAO PIERONI 4953 1 NATALINA BERTO 4595 ha scartato la possibilità di entrare 4 ANA LUCIA ELVIRA SERRA 4067 4 FABIO PORTA 3282 con un ricorso contro le liste op1 PAULO AUGUSTO MORETTI 3209 ponenti in questo momento, come 4 SANDRA BORGHINI 2672 1 NICOLO MAZZOLA 2312 aveva annunciato anteriormente. 2 VEZIO NARDINI 1863 Dall’altro capo, il lider della li3 ANTONIO LASPRO 1792 2 EMILIE CAIRO 1773 sta Tricolore, Piero Ruzzenenti, che 3 GIOVANNI LASPRO 1301 rappresenta i partiti della destra, afferma che non fa senso discutere di politica cultura, donna, assistenza, comunicazione ed italiana in Brasile, giacché il gruppo eletto non altri, al fine di offrire più canali di partecipaziodovrà governare, bensí tracciare azioni pratiche ne alle persone dentro i Comites: “Per mettere in pratica iniziative culturali, per aiutare la comunità locale. Comunque, ambedue sono d’accordo nel dire economiche e sociali abbiamo bisogno della moche la divulgazione dell’elezione dei Comites è bilizzazione della società. Per questo vogliamo stata insufficiente e che si dovrà dare diritto al invitare tutti a partecipare alle commissioni per voto ai 27mila italiani che non figuravano nella mezzo di gruppi di discussione in Internet e di lista del Ministero degli Esteri. Per fare ciò, gli videoconferenze. Cosí useremo anche queste eletti propongono la creazione di commissioni moderne risorse esistenti per integrare i cittaditematiche per discutere di temi come lingua- ni della nossa circoscrizione”, dice Lanzi. 12 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 ESPECIAL | Comunidade ATUALIDADE | Persona Luigi Papaiz é homenageado pela Sociedade Médica Ítalo-Brasileira Faculdade de Medicina homenageia Papaiz O falecido empresário Luigi Papaiz, Cavaliere del Lavoro e di Gran Croce, recebeu homenagem póstuma na Unidade de Endocrinologia Genética do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no dia 12 de abril. A solenidade contou com a entrega de uma placa em homenagem à Luigi Papaiz, fundador do Grupo Papaiz, como agradecimento pelo apoio financeiro dirigido ao programa de Jovens Pesquisadores da Unidade de Endocrinologia Genética, Endocrinologia, Departamento de Clínica Médica LIM/25D (Laboratório de Investigação Médica), sob responsabilidade do Dr. Sérgio Toledo. Papaiz patrocina Jogos da Juventude A Papaiz, tradicional fabricante de cadeados e fechaduras, dobradiças e esquadrias de alumínio, incentiva os Giochi Della Gioventú 2004 (Jogos da Juventude 2004), que estão acontecendo neste mês de maio, na cidade de Riccione (vizinha a Roma); co-patrocinando o evento. Os Jogos da Juventude são competições poliesportivas realizadas anualmente na Itália com representantes de todos os países onde vivem italianos e descendentes. Cada país escolhe sua seleção entre estudantes colegiais, com ou sem descendência italiana. Cerca de 3.500 atletas competem nessa edição dos Jogos que acontecem desde 1969, quando foram criados pelo CONI (Comitê Olímpico Nacional Italiano). 13 A Sociedade Médica Ítalo-Brasileira (SOMIB), realizou no dia 18 de abril no auditório do CIEE, na capital paulista, um coquetel de confraternização para comemoração da posse de sua nova Diretoria. Durante o evento, aconteceu uma emocionante homenagem póstuma ao Luigi Papaiz, fundador do Grupo Papaiz. Para o recebimento das homenagens estiveram presentes Angela, Sandra Papaiz e Roberta Papaiz de Mello Franco, respectivamente esposa e filhas do homenageado. Os novos diretores da entidade, Dr. Francisco Domenici Neto, Prof Emérito Vicente Amato Neto, Dr. João Gilberto Carazzato; Dr. Sérgio Paulo Rigonatti e Prof Dr. José Aristodemo Pinotti, contaram ainda com a presença do Cavaliere della Republica Ângelo Papaiz, irmão do sr. Luigi, acompanhado de sua esposa, sra. Maria. Em discurso, o vice-governador do Estado de São Paulo, Dr. Cláudio Lembo mencionou a completa reforma da Praça do Imigrante Italiano contendo Obra do falecido escultor Galileo Emendabili, localizada à Av. Nove de Julho próxima ao showroom do Grupo, doada por Luigi Papaiz à cidade de São Paulo. Festa nos 52 anos da Papaiz A principal atividade em comemoração aos 52 anos do Grupo Papaiz foi a solenidade que rebatizou a Avenida Papaiz como Avenida Luigi Papaiz. O evento contou com a presença do vice-prefeito de Diadema, Joel Fonseca Costa; secretário de obras Luiz Carlos Theóphilo; e do vereador Manoel Eduardo Marinho, autor da lei 2322 que aprovou o novo nome da avenida, a partir de 9 de maio de 2004, data do aniversário da empresa, que emprega atualmente cerca de 1.200 colaboradores. A iniciativa foi motivada pelo reconhecimento à atuação pessoal de Luigi Papaiz, que, com seu elevado espírito social, facilitou a implementação de diversos benefícios à comunidade do município. A festa contou com apresentações da Banda Jazz Sinfônica de Diadema e do Coral do Grupo Ação Jovem. Na ocasião foi inaugurado o Projeto Arte e Cultura nas Fábricas desenvolvido pela Prefeitura e que estenderá apresentações semelhantes para diversas outras empresas do município. Durante o dia do aniversário, todos os colaboradores vestiram a camisa camiseta estampada com uma palavra relacionada ao conjunto de valores que compõem a cultura da Empresa, respaldados pelo reconhecimento e percepção do mercado. Intervista a Marisa Lula, ‘Primeira Dama’ del Brasile Il suo ruolo a fianco del Presidente brasiliano Lula, le sue origini, la famiglia e i grandi progetti che quest’anno faranno crescere il Brasile BRASILIA - Trent’anni di politica condivisa, una grande casa dalle porte aperte. Marisa Letícia Lula da Silva ha 54 anni, e da 30 è a fianco dell’ex leader sindacale Luiz Inácio Lula da Silva, oggi Presidente del Brasile, con il quale, dal Primo gennaio 2003, alloggia al Planalto, il Palazzo Presidenziale del Paese. Nipote di italiani (i suoi nonni si sono conosciuti proprio sul vapore che li portava in Brasile), Marisa Lula è l’orgoglio della comunità italo brasiliana; ha sempre vissuto nella città di São Bernardo do Campo, nelle vicinanze di San Paolo. È lei che, nel 1980, confeziona con le proprie mani la prima bandiera del PT (Partito dei Lavoratori): una stella bianca su campo rosso. È ancora lei che, nel cuore della notte, apre la porta di casa ai militari armati che vengono a prelevare Lula per portarlo in carcere. La casa della famiglia Lula è aperta giorno e notte a sindacalisti, deputati, sindaci, lavoratori. Sul divano del loro tinello dorme, molto spesso, frei Betto (oggi il primo consigliere del presidente), il frate inviato a casa Lula da don Cláudio Hummes (l’attuale arcivescovo di San Paolo) per cercare di proteggere il sindacalista dalle incursioni dei militari del Dipartimento della Polizia Politica. Il 2003 è stato un anno denso di impegni ufficiali per la nuova coppia presidenziale brasiliana. Migliaia di chilometri da una parte all’altra del mondo per convincere il mondo che sì, di questo nuovo Brasile dell’era Lula ci si può fidare. La Primeira dama brasiliana ha accettato di rispondere ad alcune domande che vi proponiamo in questa intervista esclusiva. Da poco più di un anno lei è entrata a far parte di questo grande numero di oriundi italiani che ce l’hanno fatta. E in Italia siamo molto orgogliosi che la nipote di un emigrato italiano sia a fianco del presidente Luiz Inácio Lula da Silva: una figura così innovativa nel panorama politico internazionale dal quale il Brasile, il Sudamerica e tutto il mondo si aspettano grandi cose. Come le fa vivere, la sua sensibilità di donna, questa grande responsabilità? Essere la moglie del Presidente è certamente una grande responsabilità. Pur non avendo alcun incarico amministrativo, desidero partecipare, capire cosa succede, di giorno in giorno, e soprattutto appoggiare e promuovere le azioni del Governo. Per questo, cerco di stare vicina al Presidente e ai suoi Ministri il più possibile. È uno stile di vita che ho adottato fin dal primo giorno di matrimonio con Lula. Noi due abbiamo sempre camminato fianco a fianco. E quest’anno festeggeremo i trent’anni della nostra unione. Gli italo brasiliani hanno conservato uno straordinario sentimento verso la propria terra d’origine e un grande orgoglio per le proprie radici italiane. Moltissimi di loro vogliono conoscere la città dalla quale emigrarono i loro avi e riallacciare i rapporti con la parte della famiglia rimasta in Italia. È, in fondo, il significato più attuale dell’emigrazione. Quanta italianità c’è ancora in lei, oggi, e in quali aspetti del suo vivere quotidiano si è maggiormente espresso il suo lato italiano? Lula è solito ripetere a tutti: “Marisa è una grande mamma italiana”. È la verità, soprattutto per il mio modo d’interpretare il significato della famiglia. Anche se i miei figli vivono a San Paolo e noi a Brasilia, il nostro vincolo è così forte che non riesco a fare a meno di voler sapere continuamente se stanno bene, se è tutto a posto. In questo primo anno di mandato ho ricevuto migliaia di lettere da parte di cittadini che hanno apprezzato molto il mio modo di stare vicino a Lula e il mio affetto verso i figli. E proprio il valore della famiglia, il suo ruolo centrale nella società è uno dei punti cardinali del nostro Governo. Che immagine ha di quell’Italia che le è stata raccontata dai suoi nonni e dai suoi genitori? Sono nipote di italiani. I miei nonni si conobbero sulla nave che li portava dall’Italia al Brasile. I due rami della famiglia – quello paterno e quello materno – una volta arrivati in Brasile si sono stabiliti nella città di São Bernardo do Campo, nello Stato di San Paolo, dove sono nata, cresciuta, ho studiato, mi sono sposata e dove sono nati i miei figli, che vivono ancora là. A quell’epoca i miei nonni comprarono delle terre e cominciarono a coltivare patate. Tutta la nostra famiglia ha vissuto di questa attività. Là, mio nonno ha costruito una Cappella votiva dedicata a sant’Antonio, che esiste ancora oggi. La Cappella è situata in un quartiere che porta il nostro cognome, Casa: un omaggio che la città di São Bernardo do Campo ha voluto fare alla nostra famiglia italiana. Anche se i miei nonni sono venuti via dall’Italia a causa della guerra, parlavano con molto amore della loro terra d’origine e del popolo italiano. Degli italiani ho l’immagine di un popolo molto legato ai valori della famiglia, che ama mangiare bene e di grandi lavoratori. Essere compagna di un uomo che da sempre è molto impegnato politicamente non deve essere facile soprattutto perché, come abbiamo letto, Lei ha fatto la scelta di seguirlo il più da vicino possibile condividendo successi, sconfitte, preoccupazioni e gioie. Com’è cambiata la sua vita personale e familiare da quando è diventata la “Primeira dama” del Brasile? È cambiato il nostro quotidiano, questo è certo. Ma noi non siamo cambiati. Come ho già detto, mi piace stare vicino al presidente come lo sono sempre stata. Devo anche dire che, nel corso degli anni, ci siamo preparati a questa sfida, e adesso ci sentiamo molto maturi e consapevoli della responsabilità che abbiamo. “Fame Zero” è uno dei più ambiziosi progetti che siano mai stati pensati per combattere il grande problema della miseria e della fame in Brasile. È la prima volta che un presidente della Repubblica affronta il problema apertamente e coraggiosamente con una serie di iniziative concrete. A suo giudizio, dopo questo primo anno di interventi, si può guardare al futuro con più fiducia? Con assoluta certezza. Il Brasile è un Paese enorme. Conosciamo molto bene i suoi problemi ma vogliamo fermamente affrontarli e risolverli. Il Progetto “Fame Zero”, per esempio, ha mobilitato la società civile su questo grande problema nazionale. Tutti stanno dando il loro contributo per porre fine al flagello della fame. E noi abbiamo bisogno di tutti perché nessuno potrà mai portare a termine un’iniziativa così importante da solo. L’anno scorso abbiamo già dato vita ad una serie di azioni concrete, ma soprattutto abbiamo analizzato attentamente il problema, e abbiamo le idee chiare su quello che c’è ancora da fare. A partire da adesso, il Brasile comincerà a crescere. Ne sono convinta. Avremo il piacere di averla presto in visita in Italia? I nostri impegni sono numerosissimi. Nel 2003 abbiamo fatto moltissimi viaggi ufficiali all’estero e l’agenda presidenziale è sempre piena. Non sono in grado di dire quando potremo venire in Italia; tuttavia i nostri sentimenti per l’Italia sono di estrema simpatia. (NIP) 14 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 ECONOMIA | Social ECONOMIA | Social LULA encontra CEO da FIAT para assinatura de convênios de Projetos Sociais Presentato lo “Spazio dei Sogni” per i bambini di San Paolo San Paolo - Il prossimo 12 ottobre sarà inaugurato a San Paolo del Brasile il centro polivalente “Lo Spazio dei Sogni”. Una struttura multifunzionale, sostenuta dalla Uil Pensionati, che darà nuove opportunità didattiche, ludiche e recitative a circa 400 bambini del quartiere “Rio Pequeno”. Una zona periferica e molto povera della metropoli dove già opera, dagli anni novanta, un’altra struttura per l’infanzia voluta dalla Uilp, denominata “Casa di Rio Pequeno”, che è ormai divenuta un punto di riferimento per oltre 200 famiglie del quartiere. All’intero progetto di solidarietà stanno attivamente collaborando, oltre alla Uil confederale, l’Istituto di Cooperazione internazionale “Progetto Sud” , il patronato Ital-Uil e l’Unione Italiani nel mondo (Uim). Tra i numerosi sostenitori dell’iniziativa ricordiamo inoltre il Consolato Italiano di San Paolo, la Camera di Commercio Italo- brasiliana, l’Istituto Italiano di Cultura, l’Istituto per il Commercio Estero e l’Università di San Paolo. Lo “Spazio dei Sogni”, che dopo il completamento dei lavori di restauro - circa 300.000 euro di spesa - raggiungerà i 780 metri quadrati coperti, ospiterà un centro polivalente per le attività formative, ludiche e di laboratorio, un ambulatorio medico e di assistenza psicologica, un laboratorio artigianale, la sede del Centro arcidiocesano del lavoratore (Ceat) ed la sezione dell’organizzazione ambientalista Green Cross che fu fondata nel 1992 da Mikhail Gorbaciov. Cittadinanza onoraria di Minas Gerais al presidente della Fiat do Brasil Belo Horizonte - Con una cerimonia solenne, l’Assemblea Nazionale dello Stato di Minas Gerais ha concesso la cittadinanza onoraria a Roberto Vedovato, presidente della Fiat do Brasil. Erano presenti, oltre al rappresentante del Governatore Aecio Neves e all’Ambasciatore d’Italia Vincenzo Petrone, i segretari di Stato all’Educazione, Vanessa Guimaraes Pinto, quello per lo Sviluppo, Wilson Bruner, e quello alle Opere Pubbliche e ai Trasporti, Agostino Patrus, autore della proposta di cittadinanza. In una breve intervista 15 rilasciata subito dopo la cerimonia, Vedovato ha posto in risalto il riconoscimento, attraverso la sua persona, a “quello che la Fiat ha fatto per lo sviluppo industriale di questo Stato”. A proposito della recente visita del presidente del Brasile agli stabilimenti Fiat di Betim, Vedovato ha sottolineato “l’importanza politica della visita” e come “Luis Inácio Lula da Silva abbia potuto toccare con mano l’impegno sociale della Fiat”. Per il futuro, dopo che fra il’98 e il 2003 l’azienda ha investito 2,3 miliardi di dollari, Vedovato ha aggiunto che “gli investimenti proseguiranno non più in infrastrutture, ma in prodotti, tecnologie e processi per poter mantenere i livelli di competitività”, sottolineando “la necessità della ripresa di un mercato interno che possa essere capace di sostenere una esportazione di tipo competitivo”. Ma per la ripresa del mercato, secondo Vedovato, che ha ammesso “la necessità di ridurre il tasso uffiale di sconto”, è “anche necessario che il Governo s’impegni nell’investimento in grandi opere infrastrutturali”. A colloquio con l’ambasciatore Petrone in visita in Minas Gerais Belo Horizonte - In occasione del conferimento della cittadinanza onoraria a Roberto Vedovato, presidente della Fiat do Brasil, l’ambasciatore d’Italia, Vincenzo Petrone, ha sottolineato come il riconoscimento a Vedovato, “oltre ad essere il riconoscimento ad un grande dirigente della Fiat e ad un grande italiano”, sia anche “il riconoscimento che lo sviluppo si muove con gli investimenti e con le imprese” e che quindi in Minas Gerais “si incoraggiano gli investimenti stranieri con intelligenza e tenacia”. Nuovi investimenti delle imprese italiane: Petrone ha sottolineato la “necessità di modifiche della legislazione italiana, che prevede agevolazioni all’esportatore, ma non all’investitore; un ampliamento di tali agevolazioni avrebbe, come conseguenza, un aumento degli investimenti in Brasile”. Comites: “compiti vasti di rappresentanza della comunità italiana”, per Petrone, che vede la collaborazione fra il Consolato e gli stessi Comites come “punto forte per il raggiungimento degli obiettivi istituzionali, come l’assistenza, l’insegnamento della lingua e l’attività scolastica”. Lingua italiana: Petrone ha assicurato “l’impegno dell’Ambasciata nella diffusione dell’insegnamento della lingua in tutti gli Stati dove la presenza italiana è importante con l’inserimento di insegnanti italiani nella scuole brasiliane”; si sta operando in tal senso e, afferma Petrone, “si sta lavorando intensamente con il Ministero dell’Educazione per poter superare le difficoltà di riconoscimento dei diplomi degli insegnanti italiani nell’ordinamento brasiliano”. Coordinamento con le Regioni: “spetta alle Camere di Commercio e principalmente ai Comites”, ha detto l’ambasciatore; “diversi enti locali italiani, tra regioni, province e comuni, hanno già un ufficio permanente nella Camera di Commercio di San Paolo”; inoltre, ha aggiunto Petrone, “un Comites e una Camera di Commercio aggressivi possono cercare e ottenere la collaborazione delle regioni”. Amazzonia e progetti di biodiversità: è un punto che sta particolarmente a cuore all’ambasciatore, per il quale “la presenza italiana in Brasile non sarà completa e sufficientemente importante fino a quando noi non avremo rioccupato alcune posizioni nel nord e nel nord-est di questo grande Paese”, dove “gli italiani nell’800 hanno creato o disegnato grandi città, come Landi, a Belém, o hanno esplorato la biodiversità”. “Collaborare ai grandi progetti di biodiversità riporterebbe l’Italia nelle regioni in cui sta il futuro del Paese, come nel caso del progetto di controllo degli incendi per la preservazione dell’Amazzonia, che sta partendo adesso e a cui già partecipano 25 municipalità, mentre altre 25 stanno per entrare, su di un territorio che è pari alla metà dell’Italia”. Giancarlo Palmesi L’ambasciatore Vincenzo Petrone con il presidente della Fiat, Roberto Vedovato Os dois dirigentes formalizaram o lançamento de programas sociais do Grupo Fiat que vão beneficiar 22 mil pessoas em Minas Gerais O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o CEO da Fiat SpA, Giuseppe Morchio, formalizaram, na fábrica da Fiat Automóveis, em Betim, o lançamento de três programas sociais a serem desenvolvidos por empresas do Grupo Fiat: “Água, Caminho para a Cidadania”, da CNH, “Árvore da Vida” e “Esportista Cidadão”, ambos da Fiat Automóveis. O presidente da Fiat do Brasil, Roberto Vedovato, e os superintendentes da Fiat Automóveis, Cledorvino Belini, e da CNH, Valentino Rizzioli, participaram da assinatura do convênio. Estiveram presentes seis ministros do governo. Os três programas vão receber investimentos de R$ 3,2 milhões até 2006 e beneficiar 22 mil pessoas de Belo Horizonte, Betim e Minas Novas, cidade do Vale do Jequitinhonha. Desde o início da manhã era intenso o movimento entre os operários da montadora. Cerca de 3.000 trabalhadores assistiram à cerimônia em uma das linhas de montagem da fábrica, cuja produção foi paralisada durante parte do turno. “Os projetos têm a marca de uma empresa que sempre demonstrará identificação com o povo que a acolheu”, disse Giuseppe Morchio, que visita o Brasil pela primeira vez desde que assumiu o comando da Fiat SpA, em fevereiro de 2003. O CEO da Fiat também demonstrou sua torcida pelo desenvolvimento econômico e social do País. “Um Brasil desenvolvido e justo tem um importante papel a desempenhar. Essa é a expectativa de todo o mundo, e a Fiat estará à altura do desafio que o seu governo propôs”, afirmou a Morchio a Lula. Pessoas beneficiadas por cada um dos três programas subiram ao palco e entregaram lembranças ao presidente do Brasil. Morchio entregou a Lula as chaves de um Fiat Ducato, doada pelo Grupo Fiat ao Programa Fome Zero. A identificação entre as empresas Fiat e o Brasil foi ressaltada tanto pelo governador Aécio Neves como por Lula. “Eu não acredito que exista em Minas Gerais, a segunda economia do país, uma empresa que sintetize melhor a marca de mineiridade que essa que você visita hoje”, declarou Aécio Neves. “A Fiat deu hoje a demonstração e a lição de uma empresa que está ficando cada vez mais mineira. Daqui a pouco, vamos encontrar um italiano da Fiat no centro de Turim falando ‘uai’”, ressaltou Lula. Lula ainda destacou a clima favorável encontrado na empresa. “Quando entro aqui e percebo a quantidade de projetos sociais desenvolvidos pelo Grupo e o orgulho dos trabalhadores, eu chego à conclusão de que o mundo mudou e mudou para melhor”, disse. O embaixador da Itália no Brasil, Vicenzo Petrone, o governador do Estado, Aécio Neves, os prefeitos de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, de Minas Novas, Telma Blandina Venceslau, e de Betim, Carlaile Pedrosa, também acompanharam a cerimônia. Ainda estiveram presentes os ministros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias; do Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior, Luiz Furlan; do Turismo, Walfrido Mares Guia; da Integração Nacional, Ciro Gomes; além do secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci. Os Projetos Sociais do Grupo Fiat Os pequenos agricultores de Minas Novas, município da região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, são os beneficiados pelo “Água, Caminho para a Cidadania”, projeto da CNH que irá propiciar a construção de mil barraginhas na cidade em 2004. O projeto implica na construção de pequenas bacias para captação de água da chuva, que infiltra nos solos e permite a recarga do lençol freático, a revitalização dos mananciais e o umedecimento das baixadas, viabilizando a agricultura familiar. “Água, Caminho para a Cidadania” oferece também apoio técnico para o planejamento e o desenvolvimento dos cultivos de cada produtor da agricultura familiar e incentiva a geração de excedentes através do associativismo. As atividades devem seguir até 2006 e vão exigir investimentos de R$ 1,2 milhão da CNH. Educação Para promover a inclusão social dos jovens de Betim (MG) em situação de risco, a Fiat Automóveis aposta na educação voltada para a formação humana e a geração de trabalho e renda. Essa é a proposta do programa “Árvore da Vida”, desenvolvido em parceria com a Prefeitura de Betim, a Embaixada da Itália, fornecedores Fiat e a AVSI – Associação Voluntários para o Serviço Internacional. Os jovens do Jardim Terezópolis - bairro da cidade com os mais elevados índices de violência urbana - são o alvo do projeto. A primeira etapa é o programa de alfabetização ABC+, que prevê a erradicação do analfabetismo em quatro anos em Betim. O “Árvore da Vida” vai atuar também na formação e capacitação de jovens, através de cursos profissionalizantes direcionados às demandas de mercado e na geração de trabalho e renda por meio de microcrédito e formação de cooperativas. O programa irá beneficiar diretamente cerca de 20.000 pessoas e contempla, como suporte ao desenvolvimento educacional, atividades esportivas e culturais que estimulem valores de cidadania. Também está prevista a construção de um complexo poliesportivo. Esportes A educação de jovens carentes também é o cerne do “Esportista Cidadão”, mais um projeto social da Fiat Automóveis. O programa, em parceria com o Minas Tênis Clube, a Prefeitura de Belo Horizonte e as organizações não-governamentais Fundo Cristão para Crianças e Rede Cidadã, beneficia 1.000 crianças e adolescentes entre 7 e 16 anos do Aglomerado da Serra, considerada uma das três maiores favelas do Brasil. Os jovens atendidos precisam estar matriculados na escola. Eles têm acesso a alimentação, assistência odontológica, biblioteca, oficinas pedagógicas e práticas esportivas, aumentando as perspectivas de vida melhor e mais saudável. Atividades planejadas de educação, esporte, cultura e integração com o meio-ambiente desenvolvem as potencialidades individuais dos participantes e ainda contribuem para a redução do índice de evasão escolar e da violência urbana. A Fiat Automóveis investe R$ 2 milhões no “Esportista Cidadão” e no “Árvore da Vida”. 16 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 CAPA | Terrorismo CAPA | Terrorismo Os adeptos do islã em toda a Itália são cerca de um milhão, segundo o iman de Gallarate, detido durante a operação, Mohamed el Mahfoudi, ou 700 mil segundo dados oficiais, sendo de 40 a 50 mil os que tem cidadania italiana. Os imigrantes muçulmanos em Milão pertencem a cerca de cem países diferentes. Eles somam 70.000 residentes nas cidade e freqüentam duas mesquitas e cinco centros culturais, sendo o principal deles o Instituto Cultural Islâmico, em via Jenner. É comum ver as mulheres com o véu sobre a cabeça, e ir ao hamman (banho turco) é um programa de luxo das ocidentais. I TALIA Blindada Guilherme Aquino Correspondente em Milão U ma italiana devolveu a um senhor árabe um celular deixado num vôo de Roma para Casablanca, no começo da semana, no dia 4 de abril. O homem agradeceu muito, a chamou num canto do saguão do aeroporto, e recomendou à moça que ficasse longe das linhas do metrô de Roma e de Milão, durante o período da Páscoa. “Minha mulher é italiana e recebeu esta informação de um amigo através de um e-mail com o pedido de passar o conselho adiante. Ele, por sua vez, era conhecido da moça que, do Marrocos, escreveu a mensagem de alerta. Resultado: pelo sim, pelo não, deixamos o metrô embaixo da terra e nos deslocamos pela superfície, de bicicleta”. O clima de histeria coletiva começa a causar efeitos na vida cotidiana dos italianos. Ontem foi Madri. Amanhã pode ser uma outra metrópole européia. Londres, Roma e Milão encabeçam a lista de próximas vítimas do terrorismo internacional. As dúvidas são como, quando e onde vai ocorrer o atentado seguinte. E no feriado de Páscoa, ocasião em que 8 milhões de italianos viajaram, a grande maioria pegou o carro, deixando de lado os trens e aviões. Ferrovias, aeroportos, instituições públicas e privadas, representações diplomáticas, bases militares e atrações turísticas como monumentos e museus estão, segundo os serviços de inteligência, na mira dos terroristas. E são os alvos de sempre. Neste front, não há novidades e praticamente repete a lista da Páscoa passada. Fora deste elenco, com cerca de 4000 lugares diferentes, permanecem apenas os hospitais e os cemitérios. Afinal, são estes os destinos - quando o inferno sobe aos céus em forma de explosivo plástico e tritô- 17 nio - “dos pecadores, infiéis” e, por último, mas não menos importantes, aliados dos norte-americanos. A Itália, integrante da coalizão no Iraque, já pagou a conta com 19 militares mortos e cinco feridos. Estes últimos foram vítimas da escalada da violência em Nassíria, durante confronto com milícias xiitas pela ocupação de duas pontes sobre o rio Eufrates. Longe deste front, a caça às bruxas, de origem islâmica, já começou na Itália. O governo do chanceler Silvio Berlusconi optou pela guerra preventiva, modelo responsável pelo atoleiro norte-americano no Iraque. Detetores de metais e câmeras de TV por todos os lados são mais que habituais. Aviões sem cabines blindadas não pousam mais em território italiano. Médicos e enfermeiros estão sendo treinados para grandes emergências. Exercícios de simulações de ataques químicos se multiplicam nas estações de trem. E, finalmente, a linha de máxima: todo muçulmano é suspeito até que se prove o contrário. Se for integralista, praticamente assina uma confissão de culpa, não pelo que fez mas pelo que poderá vir a fazer. Esta parece ser a lógica com a qual agem as forças de segurança sob o comando do ministro do Interior, Giuseppe Pisanu. O iman Fald Mamour, senegalês e casado com uma italiana, pagou pela língua comprida. Ele estava pregando demais e falando em nome de Osama Bin Laden, chegando até mesmo a se auto-intitular seu porta-voz. Ele rezava para Alá na pequena cidade de Carmagnola, com muitas igrejas católicas mas nenhuma mesquita, nos arredores de Turim. A santa ousadia lhe custou a deportação. No dia 17 de novembro do ano passado, Fald Mamour foi despachado via aérea, para o seu país natal, sob a acusação de ser um perigo para a segurança nacional. Foi só o início. O iman de Turim, Bouchta Bouriqui, em recente entrevista, protestou: “o meu receio é que baste uma barba, uma roupa ou a cor da pele, para criar o pânico”. Palavras jogadas ao vento. Na dia 2 de abril, em uma blitz por todo o país, foram detidas 161 pessoas, quase todas marroquinas e suspeitas de envolvimento com o terrorismo islâmico. 15 voaram de volta para casa com passagens só de ida, sendo 3 de Milão. Os outros tiveram as suas vidas passadas a limpo e estão sob severa vigilância. Sem querer entraram no jogo do Big Brother oficial. 90% estão na Itália regularmente. Somente uma minoria era formada por clandestinos. No dia anterior, o líder terrorista turco Avni Er, do grupo Dhkp-C, foi preso na cidade de Perugia, durante uma operação internacional ocorrida na Turquia, Holanda e Bélgica. Outros quatro terroristas foram presos em território italiano. “A grande maioria dos muçulmanos honestos e trabalhadores em nosso país, não tem o que temer. A estes o governo tem a máxima disponibilidade ao diálogo e à identidade religiosa. Nós queremos isolar os extremistas e os violentos, inimigos nossos e de todos os muçulmanos”, assopra o ministro Pisanu. Ele quer morder os integrantes dos grupos salafitas argelinos, Ansar al Islam e o Grupo Islâmico Combatentes Marroquinos. A resposta veio da África. “Vão acontecer atentados na Itália, com gás nervoso e os autores não serão os integralistas com a barba mas sim os filhos de italianos”, profetiza, de longe, o ex-iman de Carmagnola, Fald Mamour. A Comunità Italiana participou de uma entrevista da imprensa estrangeira com o juiz e procurador-chefe da luta contra o terrorismo, Stefano D’Ambrosio, em Milão, que está de mudança para Viena, na Áustria. E pensar que 20 anos atrás ele conduzia, “nas praias de Salvador, uma pesquisa sobre os direitos das mulheres”, como ele contou antes de responder a algumas perguntas para a Comunità. “Não tenho a capacidade de prever se vai ou não acontecer um atentado na Itália. A possibilidade existe contra todos os países que combatem o terrorismo. Não quero fazer alarmismo, mas vivemos num clima de insegurança e em um dilema: Mais segurança dos direitos ou mais direito à segurança?!”, disse D’Ambrosio. “Descobrir um atentado antes que ele ocorra é quase um milagre, mas já o realizamos algumas vezes, como um que tinha Strasburgo como alvo ou como, poucos dias atrás, em Londres”, conclui ele. Comunità - Quem são esses terroristas e o que desejam?! Stefano D’Ambrosio - É difícil dar estas respostas. Eles querem a afirmação da sua religião. Querem a maometização do mundo em que vivem e para isso declararam uma guerra santa contra os infiéis. Estamos diante de um terrorismo religioso, muito diferente daquele político. O terrorismo islâmico se distingue daquele palestino no Oriente Médio e não tem nada a ver com as ações da Máfia ou das Brigadas Vermelhas. Existe um fenômeno novo, movido por pessoas adestradas e preparadas nos campos do Afeganistão, sob comando de Osama Bin Laden, principalmente entre os anos de 96 e 97. Lá, eles aprenderam a luta armada, a falsificação de documentos, o preparo de explosivos e atentados… enfim, argelinos, tunisianos e marroquinos formam boa parte das células terroristas espalhadas pela Itália e fizeram um grande salto de qualidade quando foram se instruir fora de seus países. CI - O que se pode aprender com o atentado de Madri? D’Ambrosio - Até a véspera do atentado, aqueles terroristas daquelas células espanholas eram vistos pelos órgãos de segurança como elementos de apoio logístico. Ou seja, falsificadores de documentos, fornecedores de roupas ou de alguma assistência a quem esti- vesse de passagem… Assim como eram consideradas até então as células italianas. Não se imaginava que eles poderiam executar atentados, como ocorreu, infelizmente. A partir daí mudamos também a nossa forma de pensar, agir e interpretar os movimentos da células italianas. CI – É possível controlar os produtores de explosivos, e a sua venda? D’Ambrosio - O problema é que os terroristas conseguem criar bombas a partir de materiais aparentemente inofensivos, comprados em farmácias e lojas de produtos agrícolas e que, combinados entre si e em grande quantidade, acabam tendo um enorme poder letal. CI - Como se combate esta guerra ao terrorismo? D’Ambrosio - Com muita informação, controle e cooperação. Muitas vezes esbarramos no problema das provas. Temos indicações, mas não provas para prender um sujeito. Classified Informations, passadas pelos Estados Unidos, colocam na lista de suspeitos muitas pessoas, mas elas não tem nenhum valor jurídico no território italiano, por exemplo, ou francês. Precisamos harmonizar os ritos jurídicos dos países envolvidos com a questão. Por isso a expulsão sumária do país é uma medida dura sim, mas é também a solução preventiva para afastar uma “possível ameaça” sem comprometer os direitos civis dela. Hoje, muitos países têm condições de gravar tudo o que é falado no mundo: Canadá, Inglaterra, Estados Unidos etc. O problema é selecionar as informações. CI - Ou seja, nada pode ser minimizado? D’Ambrosio - Exato. Um simples falsário pode fazer parte de um grupo terrorista. Uma célula fornece documentos falsos, outra as armas, outra apresenta os executores do atentado e uma quarta o financiamento. CI - Que problemas surgem para garimpar as informações? D’Ambrosio - Temos um problema real que é o do intérprete. Não é fácil encontrar pessoas disponíveis. Acho que só daqui a alguns anos, quando indivíduos que conhecem o árabe como língua-mãe entrarem para a polícia. Isso pode ocorrer com esta geração que até os 15, 16 anos viveu em países de língua árabe e que depois, com a transferência dos pais para a Itália, aprenderam também o italiano. CI - Como se pode vencer o terrorismo? D’Ambrosio - Estou convencido que só com a integração social. A grande maioria dos muçulmanos são moderados. Pelo menos duas mesquitas em Milão nem sequer foram visitadas pela polícia. Já uma outra è radical. Os terroristas misturam-se entre aos crentes. Tenho certeza de que a comunidade moderada nos ajudará a médio e longo prazo, até porque não querem ser confundidos com terroristas. Vivemos numa democracia e vamos combater com instrumentos democráticos os atos bárbaros. Eu penso que as mesquitas devam ser transparentes, devam possuir um controle interno, realizado pelos próprios fiéis. “Te faço ver como morre um italiano”. Esta frase correu o mundo no dia 15 de abril de 2004 através da rede de televisão Al Jazira. Essas sete palavras foram as ùltimas ditas por Fabrizio Quattrocchi antes de ser executado, com dois tiros na cabeça, pelo grupo Brigadas Verdes de Maometo, em alguma cidade do Iraque. Até o fechamento desta ediçao, outros três italianos ainda eram mantidos como reféns. Todos ele trabalhavam com guarda-costas particulares e prestavam serviços a diferentes empresas de segurança no país, contratados a peso de ouro. O governo italiano já adiantou que não vai sair do Iraque, como exigem os integrantes do grupo Brigadas Verdes de Maometo em troca da vida dos reféns. O govero do Irã está intermediando a negociação para libertar os seqüestrados. E ela ocorre num momento em que a Espanha anuncia a sua decisão de retirar as tropas do Iraque, saindo assim da alça de mira dos terroristas. O mesmo não ocorre com a Itália. Depois do atentado ao quartel de Nassíria, os italianos temem por uma ação contra civis, a exemplo do que ocorreu em Madrid. E por isso o país viveu a Páscoa mais vigiada dos últimos tempos. CI - Vocês têm agentes infiltrados nas mesquitas? D’Ambrosio - Talvez eu deva dar também o telefone deles!!! CI - A rede Al Qaeda ainda existe? D’Ambrosio - Ela não existe como antes de 11 de setembro. Não se pode falar mais de uma organização compacta. Ela se fragmentou e se regionalizou. Mas mantém ainda muito vivo junto aos mujhajadim (combatentes da guerra santa) o sentimento de pertencerem a uma organização internacional grande e importante. Isso deu a eles um sentido para a vida sem as perspectivas que levavam em seus países de origem. E este sentimento é que é perigoso. Um mujhadim tem a idéia fixa de preparar atentados. Ele não é um kamikaze, não quer morrer, mas se dispõe a lutar e aceita os riscos da morte. Eles vivem uma jihad (guerra santa) contínua. E esperam a ordem de um líder carismático. Se Osama Bin Laden fosse preso, acho que o terrorismo a médio prazo diminuiria, mas só até o surgimento de um outro líder. Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 COMUNIDADE | Cultura COMUNIDADE | Comércio Pianista Franco Medori volta ao Rio de Janeiro O Instituto Italiano de Cultura e a série UNIRIO Musical comemoram, em 2 de junho, o Dia Nacional da Itália com um concerto do renomado pianista Franco Medori. O maestro Medori iniciou seus estudos aos 3 anos e estreou como regente em Spoleto, aos 8 anos de idade: foi o ponto de partida para uma carreira brilhante como aluno do Conservatório Santa Cecília, em Roma, e vários prêmios importantes em concursos internacionais. Apresentou-se nas principais salas de concerto da Europa, Oriente Médio, Ásia, África e Américas como recitalis- ta e solista de orquestra, sob a direção de renomados regentes. A excelência deste grande músico é evidente também em seu trabalho pedagógico na formação de jovens artistas no Conservatório Santa Cecília em Roma, atividade que exerce há mais de duas décadas. Na quarta-feira, 2 de junho, Franco Medori tocará obras de Liszt, Albeniz e Busoni. Serviço: O concerto será na Sala Villa-Lobos (Avenida Pasteur, 436 fundos) às 18:30 horas, com entrada franca. IL PREMIO CIM A PASQUALE MAURO di Assunta Orlando U n prestigioso riconoscimento per l’opera svolta nel campo dell’imprenditoria è stato conferito a Pasquale Mauro dalla CIM (Confederazione degli Italiani nel Mondo) durante il recente Congresso che si è svolto a Parigi. Il premio è stato ritirato per Mauro, che non ha potuto essere presente alla cerimonia, dal delegato della CIM in Brasile, Corrado Bosco, fondatore e presidente dell’Associazione calabrese di Rio de Janeiro. In precedenza Mauro aveva ricevuto in Calabria, sua terra d’origine, il “Premio Calabria America”, un riconoscimento ai calabresi all’estero che si sono particolarmente distinti in vari settori. La storia dell’imprenditore calabrese che, grazie alla sua lungimiranza e capacità imprenditoriali si è affermato in Brasile, è un grande esempio di laboriosità italiana all’estero. In occasione del Premio ricevuto in Calabria, Mauro ha incontrato VERONESEVIAGGI CONSULTE NOSSAS PROMOÇÕES em 6x sem juros VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI a Paola, sua città natale, il sindaco Roberto Perrotta, che accogliendolo insieme con la Giunta Comunale nella sede del Municipio, ha espresso vivo compiacimento per un concittadino che fa onore al suo paese d’origine. Durante l’incontro è stata ricordata la storia della famiglia Mauro che emigrò negli anni ’30 per sfuggire, come tanti, alle condizioni d’estrema miseria allora esistenti in Calabria. Giunto in Brasile il piccolo Pasquale, con molta determinazione, nonostante la giovanissima età, intraprese diversi mestieri impegnandosi al massimo e lavorando anche fino a 18 ore il giorno. Lo sforzo, i tanti anni di sacrifici e di duro lavoro gli hanno permesso di riscattare i momenti molto tristi della sua infanzia. Il Brasile, che ha accolto i nostri emigranti, ha dato a molti la possibilità di migliorare le loro condizioni di vita ma ha ricevuto in cambio il grande contributo che gli italiani hanno saputo dare allo sviluppo del Paese. VERONESEVIAGGI 18 19 REGIONE TOSCANA IN VISITA AL BRASILE PER ACCORDI DI COOPERAZIONE ED ESPORTAZIONE San Paolo – Promossa dell’Istituto Commercio Estero-ICE, diretto da Riccardo Landi, ha visitato il Brasile una delegazione della Toscana. Numerose missioni economiche di questa regione si sono fatte presenti in Brasile e dal 23 al 28 marzo c’è stato il Festival Gastronomico della Toscana che ha aperto le manifestazioni nella nostra città al Terrazzo Italia e hanno proseguito nel ristorante Zafferano all’hotel Crowne Plaza. La missione è stata capeggiata da Tito Barbini assessore all’agricoltura e da Mauro Ginanneschi direttore di Toscana promozione, oltre ha Roberto Nardi, Elissa Pisani, Giorgio Norari, Edoardo Carobbi, Edoardo Chiti, Marco Monti, Roberto Manai e Roberto Rabiti. La Toscana, unica al mondo nella sua straordinaria natura, storia ed arte, tradizione gastronomica, con i suoi vini DOC dai Colli di Candia e Lunigiana a quelli della Maremma, governata da Claudio Martini già sindaco di Prato, eletto in una coalizione di centro-sinistra con il 49,35% dei voti il quale in tre anni ha realizzato grosso piano di investimenti. Nel 2000 la Toscana ha superato una produzione per il valore di 145 miliardi di euro, 6,8% della produzione italiana con un valore aggregato di 72 miliardi di euro e nello stesso anno sono stati investiti nel piano di sviluppo 13,4 miliardi di euro, cifre che ci fanno capire la dinamica di questa bellisima regione. CI- Abbiamo chiesto a Tito Barbini: qualè la strategia della Toscana per l’America Latina? Tito Barbini - La riteniamo una area importante per quanto riguarda la nostra economia, la nostra esportazione. Soprattutto perché siamo legati con alcuni paesi come l’Argentina e il Cile oltre al Brasile in cui le comunità toscane sono molto presenti nel territorio. Quindi abbiamo una strategia di fondo legata alle esportazioni, alle joint-ventures con la piccola e media impresa, come nei settori del cuoio, della moda, del calzaturiero e in quello agroalimentare. CI- Specificamente nell’agro-alimentare ci sono state ultimamente varie missioni. Quali sono stati i risultati? Barbini - Abbiamo dati positivi per quel che riguarda l’esportazione di eccellenza, di qualità della Toscana. Non tanto in termini quantitativi quanto qualitativi. I dati sono positivi per i vini di qualità. Ho trovato sia a Brasilia che a San Paolo, specie nei grandi ristoranti una presenza di vini toscani molto diffusa. Un discorso particolare riguarda l’olio d’oliva extra vergine; anche qui abbiamo forti esportazioni di nicchia. Però su tutti gli altri prodotti alimentari, pesano norme, regolamenti, percorsi burocratici che rendono difficile le nostre esportazioni, penalizzando i nostri prodotti. CI- Il Brasile si interessa molto a stabilire joint-ventures per la produzione industriale. Produce anche vini ragionevoli al sud. Con la Toscana c’è qualche accordo? Barbini - In alcuni paesi come Argentina e Cile abbiamo creato accordi di cooperazione per ciò che riguarda società miste e ci stiamo muovendo anche in Brasile. Ho avuto in questi giorni un incontro con rappresentanti del governo dello Stato del Pará, dove sul cuoio, pellame, gemme preziose, oro ed altri minerali siamo in grado di sviluppare dei rapporti di joint-ventures in cui noi portiamo tecnologia. “Non potremmo far molto se i nostri prodotti, la nostra economia non facessero riferimento a quella ricchezza che è data oggi dalla presenza degli italiani nel mondo” CI- In relazione all’oro avete un grosso centro ad Arezzo se non sbaglio Barbini - Abbiamo il primo distretto orafo d’Europa, e non soltanto per quanto riguarda la lavorazione di oro e gioielli, ma abbiamo macchine di alta tecnologia per la lavorazione, una latissima tecnologia per la lavorazione dei metalli e in Brasile ci vengono chiesti accordi per la produzione della materia prima e molti accordi sono in corso. Un altro aspetto in cui bisogna lavorare in Brasile è l’industria del Turismo, noi abbiamo una grossa domanda per il turismo di tipo ecologico, eco-ambientale o d’avventura, bisogna strutturare dei flussi turistici che possano interessare al Brasile. La Toscana ha vari Distretti industriali, che come modello potrebbero benissimo essere applicati in Brasile, ricordiamo quello di Prato ed aree del Casentino ed Alta Tiberina nel tessile e delle confezioni; del vestuario ad Empoli e Castelfiorentino; di Santa Croce sull’Arno del cortume; poi c’è una grossa produzione di mobili; marmo di Carrara, carta a Lucca, scarpe a Valdinievole e Valdarno Superiore; gioielleria ed oro ad Arezzo. Lo sviluppo economico ed industriale della Toscana si caratterizza nei clusters. Tre poli universitari, 32 facoltà, 130.500 studenti, 240 centri di ricerca arricchiscono questa conosciutissima regione. CI- Credo che le esportazioni italiane verso il Brasile, dovuto al cambio sfavorevole, tasse, balzelli e cosi via, siano molto penalizzate. Barbini - Si, sono diminuite di molto negli ultimi anni, importiamo più di quanto esportiamo, questo è dovuto al dollaro nel rapporto dollaro-euro. Devo dire che il settore agro-alimentare ha sofferto di meno, l’esportazione dei nostri vini anche in presenza di queste difficoltà congiunturali è aumentata in vari paesi. CI- Ora che c’è un forte risveglio d’italianità in Brasile, fatto che fino a 15/20 anni fa stentava, e che 40 anni fa non esisteva per niente, credo che un intercambio maggiore fra gli italiani d’Italia e quelli all’estero sarebbe auspicabile, perché si stanno aprendo delle possibilità che nel passato non esistevano. Ciò favorirebbe l’espansione dell’Italia, paese piccolo, che altrimenti potrà diventare una piccola provincia marginale dell’Europa. Penso che si debba muoverse in direzione degli italiani all’estero se non vuole essere completamente inghiottita dalla globalizzazione. Barbini - La presenza degli italiani all’estero è stata ed è una presenza preziosa per quanto riguarda il governo e le regioni italiane. Credo che non potremmo far molto se i nostri prodotti, la nostra economia non facessero riferimento a quella ricchezza che è data oggi dalla presenza degli italiani nel mondo. Venceslao Soligo 20 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 COMUNIDADE | Comércio AFFARI | Sociale VISITA DELLA DELEGAZIONE DEL SENATO ALLA CAMERA DI COMMERCIO DI SAN PAOLO SAN PAOLO - La delegazione del Senato, in aprile in visita ufficiale in Brasile, ha incontrato gli imprenditori, i finanzieri e i banchieri italiani alla Camera di Commercio e dell’Industria di San Paolo, presenti l’Ambasciatore Vincenzo Petrone e il Console Generale, Gian Luca Bertinetto. “Il vostro ruolo è importante e non soltanto per l’aspetto economico e finanziario che è importante per lo sviluppo del Brasile, ma anche per quello dell’Italia, ma c’è anche un aspetto di cucitura che voi fate nei rapporti tra i due paesi e per noi politici è importante il fatto che se si aumentano gli scambi commerciali si aumentano i rapporti, aumentano le conoscenze, si avvicinano i popoli”, ha dichiarato ai presenti il senatore Fiorello Provera, a capo della delegazione, che ha voluto questo incontro “per sentire quali sono le difficoltà e le prospettive nei rapporti con la burocrazia, con la politica e la società brasiliana, se esistono, e non soltanto nei confronti dell’Italia”. “Prendo atto con piacere – ha proseguito Provera dell’apertura di sportelli regionali, non tanto perché sia affezionato al regionalismo, sono più affezionato al federalismo, ma perché ritengo che queste iniziative, che by-passano la burocrazia regionale e nazionale, sono utili nel momento in cui questo passaggio produce effetti reali e concreti. La mia personale convinzione pur essendo, ripeto, federalista è che sia necessario un coordinamento, perché altrimenti si rischia di sovrapporre, dispendere le risorse. Quindi – ha aggiunto – la voce del territorio italiano che arriva direttamente in Brasile è giusta e sarà più giusta se sarà ben coordinata. E questo compito tocca anche alla politica”. Provera ha avuto parole d’elogio per lo Sportello Italia, con il quale, ha detto ai presenti, “voi state promuovendo un intero paese in tutte le sue connotazioni così variegate, che vale la pena incentivare nel loro insieme, perché la sinergia tra affari e cultura, non lo dobbiamo scoprire noi, è un luogo comune”. “Credo – ha continuato il senatore – che lo Sportello Italia sia una proposta intelligente, che condivido, ma che va riempita di contenuto. Questa proposta va costruita concretamente e va attuata, perché il coordinamento implica un risparmio e promuove delle sinergie nelle piccole e medie imprese, ma richiede anche una maggiore attenzione da parte della polica italiana e non soltanto del governo”. “Il Brasile merita molta più attenzione di quanto non ne abbia avuta fin ora”, ha ribadito, come nel corso degli altri incontri a San Paolo, Provera, per il quale si tratta di una questione “di filosofia, di attenzione nei confronti dell’America Latina e il gigante Brasile ne è una componente essenziale. Ritengo che il Brasile sia la nuova frontiera, non soltanto economica e finanziaria, ma anche politica dell’America Latina”. Di certo, ha aggiunto, “la nostra presenza qui è un segnale di interesse parlamentare”, che anticipa l’ormai prossima visita del Ministro degli Esteri Frattini. “Il parlamento fa il suo dovere, senza pregiudizi. Cerchiamo di capire con umiltà quali siano le situazioni che dobbiamo sostenere, quali siano i suggerimenti che voi ci date”, ha detto Provera, chiedendo però un maggiore interesse anche da parte del governo brasiliano. E a chi dalla platea ha fatto osservare che le banche italiane stanno abbandonando il Brasile, Provera ha risposto che questo è un problema che non coinvolge unicamente il Paese sud americano. E poi ha a sua volta chiesto: “quanto incide sul PIL brasiliano la media e piccola impresa?”. In Italia la cifra è del 52,6%, ma rappresenta in un due istituzioni si sono impegnate a promuovere lo scambio di informazioni e di documentazioni scientifiche e tecniche, l’organizzazione congiunta di seminari, simposi e conferenze su tematiche scientifiche e tecnologiche e a favorire lo l’interscambio di specialisti, di docenti, di ricercatori, di dottorandi e di studenti. “L’importanza della cooperazione scientifica nell’’ambito delle relazioni internazionali non deve essere sottovalutata - ha dichiarato durante l’incontro Baccini - e la cooperazione medica, in particolare, rappresenta un settore chiave per lo sviluppo della conoscenza e per il miglioramento Questo il principale obiettivo della missione dell’assessore regionale al turismo, della Toscana, Susanna Cenni Rubiana Peixoto Fiorello Provera, presidente della Commissione Estero del Senato mondo globalizzato forse un piccolo problema, nel senso che non si può globalizzare soltanto con le piccole e medie imprese”. Il presidente della Camera, Edoardo Pollastri, intervendo ha dichiarato che, in base ad una indagine svolta dalla stessa Camera di Commercio, “in Brasile sono presenti circa 14 milioni di piccole e medie imprese”, che per “il 58% sono nate per necessità, non per volontà di crearle”, mentre per “il 40% sono state create da imprenditori, con una scolarità sui 10/15 anni”, laddove la media scolastica scende nel primo caso. “La piccola e media impresa – ha proseguito Pollastri – rappresenta il 50% dell’impiego in Brasile, mentre per il PIL rappresenta il 35%”. Inoltre “queste imprese sono castigate da eccessiva burocrazia, esagerata difficoltà di accesso al credito e tassi elevatissimi, oltre alla mancanza di know how nella conduzione degli affari”. “Quindi – ha concluso Pollastri – l’imprenditore italiano che vuol stabilirsi qui deve portare oltre al know how anche i soldi, perché il denaro è eccessivamente caro. Il campo è di un’apertura enorme, i brasiliani come gli italiani hanno un’eccellente creatività e capacità lavorativa”. Venceslao Soligo FIRMATO ALLA FARNESINA UN ACCORDO PER LA COOPERAZIONE TRA L’OSPEDALE SAN RAFFAELE DI ROMA E L’ISTITUTO INCOR DI SAN PAOLO DEL BRASILE ROMA - Alla presenza del Sottosegretario di Stato agli Affari Esteri, Mario Baccini, i rappresentanti dell’’Istituto San Raffaele di Roma, Giuseppe Rosano, e dell’’Istituto Cardiologico-InCor di San Paolo, Brasile, José Antonio Ramires e Mario Gorla, hanno firmato ieri alla Farnesina un accordo quadro di cooperazione tra le due istituzioni sanitarie. L’’accordo, che mira a rafforzare le relazioni esistenti tra i due istituti sanitari e che si inserisce nell’ambito della cooperazione scientifica e culturale tra l’Italia e il Brasile, ha per obiettivo la collaborazione nei campi della formazione e della ricerca scientifica. A questo proposito le In Brasile per rafforzare la rete del turismo solidale Rodriguez Cantieri inaugura nuova Barcas della qualità della vita di tutti noi, in ogni parte del mondo. È un aspetto della cultura dell’uomo che trae enorme vantaggio dallo scambio di idee e di esperienze e che, ponendosi come obiettivo la tutela della vita, deve essere incentivato con ogni mezzo”. “È anche per questo, per dare un segnale forte a favore della cooperazione scientifica internazionale - ha aggiunto il sottosegretario Baccini - che, in qualità di presidente della Commissione nazionale per la promozione della cultura italiana all’estero, ho voluto organizzare nel 2005 un anno tematico dedicato a scienza, nuove tecnologie e patrimonio della cultura”. (aise) I l gruppo italiano Rodriguez Cantieri Navali e l’impresa Barcas S/A si stanno preparando per inaugurare, nel luglio di quest’anno, la nuova linea Charitas – Praça XV, con la consegna della prima imbarcazione costruita nell’ambito dell’accordo firmato tra le due compagnie. Per commemorare il primo risultato della partnership, che prevede la costruzione di dieci imbarcazioni e investimenti di US$ 56 milioni, si sta preparando una grande festa per mille invitati, all’ Estação das Barcas, il nuovo porticciolo di attracco costruito a Charitas. Come stella della serata è stato invitato Peppino di Capri, oltre a due famosi cantanti nazionali che si esibiranno in pockets shows di 40 minuti ognuno. Secondo le informazioni fornite dalla Barcas S/A, è stato realizzato una specie di concorso e quattro ditte presenteranno progetti per la produzione del grande evento, i cui dettagli saranno definiti entro due settimane. Secondo il direttore amministrativo della Rodriguez Cantieri, Mayar Salama, il primo catamarano a motore da essere consegnato alle Barcas S/A è in via di costruzione in alluminio, materiale più leggero e stabile, con il knowhow del cantiere italiano fondato 70 anni fa a Messina, in Sicilia. L’imbarcazione sarà di 29 metri di lunghezza e potrà trasportare 200 passeggeri seduti. Si calcola che il moderno catamarano percorrerà il tragitto tra Niterói e Rio de Janeiro in 25 minuti circa, ad una velocità di 45 km all’ora. Inoltre, il cantiere Rodriguez Cantieri ha in progetto il rifornimento di altre tre imbarcazioni uguali a questa, che serviranno soltanto alla traversata tra Charitas e Praça XV, il cui costo si aggira sui US$ 3 milioni l’una. “La Barcas S/A sta puntando sull’ampliazione del trasporto litoraneo nella città di Niteroi, che unirà la Regione Oceanica a Charitas e, da questo punto, al centro di Rio. Però tutto dipende dalle iniziative del Comune”, ha detto Salama. Il controller della Rodriguez Cantieri, che da tre anni si è trasferito in Brasile, rivela anche che il cantiere è in trattative con imprese legate all’off-shore per la costruzione di imbarcazioni da essere usate dalla Petrobras e anche con gruppi spagnoli e italiani per la fabbricazione di traghetti per il trasporto di persone e macchine. “In questo momento 500 operai stanno lavorando nel cantiere che si trova nel quartiere di Ponta d’Areia, a Niterói, ma vorremmo creare altri posti di lavoro con l’accordo fatto per realizzare questi nuovi servizi”, anticipa l’imprenditore. 21 Il direttore Mayar Santanna Minas Gerais - Rafforzare i legami con lo Stato brasiliano di Minas Gerais e valorizzare il ruolo della Toscana nella rete internazionale del turismo solidale e sostenibile. Sono questi i principali obiettivi della missione in Brasile dell’assessore regionale al turismo Susanna Cenni. L’assessore, insieme ad alcuni operatori economici toscani e al Professor Lionello F. Punzo dell’Università di Siena - che da tempo collabora con la Regione sui temi dello sviluppo sostenibile - è stato a Belo Horizonte per un programma fitto di incontri con le autorità locali dedicati in particolare a due temi: una verifica dell’accordo sottoscritto con lo stato di Minas Gerais lo scorso novembre a Firenze in occasione del convegno internazionale Euromeeting; l’ipotesi di partecipazione di aziende e istituzioni toscane alla valorizzazione dell’itinerario storico dell’Estrada Real. La serie di riunioni è stata aperta da un incontro svoltosi a Belo Horizonte con il Ministro del turismo brasiliano Mares Guia. Nel corso del colloquio è emersa la volontà di creare un coordinamento tra Emehtur, la rete che opera per le aree turistiche dell’America Latina, ed Euromeeting appuntamento annuale per le Regioni europee in tema di sviluppo sostenibile organizzato dalla Regione Toscana. Una collaborazione di alto profilo che rappresenta un primo risultato del Centro internazionale del turismo contro la povertà promosso dalla Regione. L’accordo con Minas Gerais riguarda lo sviluppo di una rete internazionale per il turismo sostenibile, una rete che diventi strumento di lotta alla povertà, consentendo la valorizzazione di questo comparto anche in realtà, come quella brasiliana, dove lo sviluppo economico è fortemente in ritardo. A sei mesi dalla stipula dell’accordo l’incontro servirà a fare il punto sulle iniziative attivate: tra le finalità dell’intesa la collaborazione per la creazione di piccole e medie imprese turistiche nel rispetto dell’ambiente e della cultura dei territori, e l’attivazione di programmi di cooperazione e iniziative promozionali comuni. Nel corso degli incontri di Belo Horizonte furonno analizzate le possibilità di collaborazione con aziende toscane in particolare per favorire l’esportazione del nostro modello di gestione (vedi l’esperienza delle strade del vino) e per stimolare scambi di esperienze e collaborazioni. 22 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 AFFARI | Comércio AFFARI | Comércio L’Italia degusta i vini brasiliani Grande successo per la manifestazione di Veronafiere, che ha registrato un incremento di presenze del 5% rispetto al 2003. I visitatori esteri sono aumentati del 13%, fra i quali da notare la forte presenza brasiliana L a Camera di Commercio Italiana di Rio de Janeiro ha accompagnato un gruppo di 18 partecipanti brasiliani al Vinitaly 2004. I partecipanti fluminensi hanno preso parte a diverse attività di promozione di vini, sia italiani che stranieri. Una parte del gruppo ha promosso vini e cachaça brasiliani, l’altra parte si è occupata, invece, della produzione di due episodi della serie “Vinho e Algo Mais”, nella TV Varig. L’impresario Carlos Henrique Machado de Sant’Anna, uno dei soci dell’impresa “Morro da Mesa”, durante un workshop con impresari tedeschi e inglesi, ha presentato la cachaça Montagnesa e la ricetta per preparare una buona caipirinha, da questa `e risultato un grande interesse per i prodotti brasiliani. In seguito, il sindaco della Lagoa Grande e proprietario della Azienda vinicola “Garziera”, Jorge Garziera, in fiera come rappresentante dei produttori di vino della Valle di São Francisco, nel Pernabuco, ha presentato i vantaggi di un investimento nella regione, accompagnando il tutto con una degustazione di vini locali. L’”Incontro con i produttori di vino di São Francisco” é stato aperto dal vice-presidente di “Veronafiere”, Camillo Cametti, il quale si è Jorge Garziera, Camilo Cametti e Alexandre Valença 23 mostrato molto interessato alla storia del successo e all’evoluzione nella Valle, motivo in più d’interesse è stato che molti dei produttori sono di origine veneta. Il sindaco della Lagoa Grande ha condotto la riunione a lato del segretario dello Sviluppo Economico di Pernabuco, Alexandre Valença, e di Fernando Jaime Galvão, coordinatore del “Programma del Vino”, della Segreteria di Scienza e Tecnologia di Pernabuco. L’equipe del programma “Vinho e Algo mais”, formata dal critico di vini e presentatore, Marcelo Copello, con la regia di Iêda Rozenfeld e con i produttori Marcelo Ferreira e Adolfo de Castro, ha presenziato all’evento, con l’appoggio della Camera Italiana e della Varig, su invito di Veronafiere. I prossimi episodi della serie tratteranno di riportare immagini e informazioni sulla famosa Fiera e sulle principali aziende vinicole del Veneto e del Piemonte. senza istituzionale, che premiano lo sforzo organizzativo compiuto dalla struttura e anche dalla città, coinvolta come non mai nel successo dell’iniziativa. Vinitaly non si limita soltanto al territorio italiano. A Mosca si terrà il prossimo 24 giugno e il Vinitaly US Tour sarà il 26 ed il 28 ottobre altri due Vinitaly a Miami e San Francisco. È programmato anche il Vinitaly China dal 24 al 26 novembre. I numeri della Fiera Circa 137mila visitatori per la 38ª edizione di Vinitaly, che si è concluso il 6 aprile a Veronafiere con un aumento delle presenze del 5% rispetto allo scorso anno. I visitatori esteri sono stati 27mila da 85 Paesi (+ 13% rispetto al 2003), mentre gli espositori si sono attestati a circa 4mila (+ 4%), di cui 300 esteri (+ 32%) da 31 Paesi, che hanno utilizzato una superficie espositiva netta di 73.700 metri quadrati (+ 10%). I giornalisti hanno raggiunto quota 2.400 da 60 Paesi. Un Vinitaly da ricordare, dunque, che ha messo d’accordo espositori e operatori - il “migliore degli ultimi 20 anni” secondo molti partecipanti -, e che conferma la sua importanza nel panorama internazionale fieristico come punto di incontro tra produttori vitivinicoli, distributori, ristoratori e importatori di tutto il mondo, una piazza di confronto ed un crocevia di affari e di idee in grado di accompagnare e di guidare il rilancio del settore. “Siamo molto soddisfatti dei risultati della manifestazione”, commenta Luigi Castelletti, presidente di Veronafiere, «e della grande pre- “Vinho e algo mais” decolla con Varig Marcelo Copello, scrittore e critico di vini della “Gazeta Mercantil”, stella nella serie “Vinho e Algo Mais” (Non solo vino) nella “VARIG TV”, diretta da Iêda Rozenfeld, Marcelo Ferreira e Adolfo de Castro. Nel programma si parla di curiositá riguardo vini come il Chianti e riguardo lo Champanhe, interviste con vinicultori di famose case vinicole e notizie sul meraviglioso mondo del vino. Con l’appoggio della Camera di Commercio Italo-Brasiliana di Rio de Janeiro e della compagnia aerea Varig, l’equipe “Vinho e Algo Mais”, é arrivata fino all’Italia per presenziare alla 38esima edizione del “Vinitaly”, la maggiore fiera del vino, che ha avuto luogo a Verona all’inizio di aprile. Dopo Vinitaly, i vini del Piemonte saranno gli argomenti delle prossime puntate. Câmaras de comércio italianas debatem futuro da relação Mercosul/UE no Rio Simone Gugliotta O vice-presidente da Associação de Câmaras Italianas no Exterior (Assocamerestero), Edoardo Pollastri e o embaixador Mario Vilalva, diretor do departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores do Brasil selaram a intenção de acordo das Câmaras italianas do Mercosul e do organismo brasileiro para a promoção conjunta da imagem do bloco na Itália e no mundo. A novidade foi selada durante o encontro das Câmaras do Mercosul, organizado pela entidade com sede no Rio de Janeiro, com apoio do Consulado Geral da Itália, na última semana de abril. Durante o evento, que reuniu presidentes e secretários gerais dos quatro países que formam o bloco – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai -, o tema principal foi a força que as ações em conjunto têm não apenas na relação comercial com a Itália, mas também com a União Européia, que desde o dia 1º de maio, foi ampliada, com 10 novos países membros. Pollastri, também presidente da Câmara de São Paulo, classificou de ondulatório o interesse do mercado italiano pela América Latina, mas afirmou que “estamos em um período de alta” . - O mercado italiano não pode mais ignorar o Mercosul e a América Latina. São 35 milhões de descendentes na América Latina e esse fator nunca foi utilizado a favor da Itália. Evidentemente, neste processo, o Brasil tem um papel muito significativo – destacou Pollastri. Rio é, pela primeira vez, sede da reunião de área As boas vindas ao grupo da Reunião de Área foram feitas pelo Cônsul Regente, Massimo Sassi, pelo presidente da Câmara Italiana do Rio de Janeiro, Raffaele Di Luca e pela secretária geral, Denise Peres. Pela primeira vez, a Câmara do Rio recepciona a reunião anual do grupo de câmaras do bloco. Di Luca destacou a relevância desse encontro para projeção do Mercosul, mostrando que os contatos ficam resumidos à troca de mensagens via Internet. Na opinião de Pollastri, a reunião no Rio de Janeiro significou um excelente momento para reforçar a sinergia dessas entidades do Mercosul que durante os debates em conjunto puderam analisar e identificar as formas mais eficientes de trabalhar em colaboração para promover os quatro países. Durante o evento, Pollastri fez menção ao encontro “América Latina e Europa ampliada: desafio para uma nova aliança” realizada em abril em Tries- te, ressaltando que a entrada de mais 10 países na União Européia, no dia 1º de maio, representara um aumento de investimentos na América Latina a longo prazo. Segundo Pollastri, os novos membros precisarão primeiramente elevar seus padrões de salário e investimentos ao nível dos demais países do bloco. “Os novos membros têm um sistema diferente dos demais países da UE e este sistema terá que ser uniformizado. Os efeitos podem ser imediatos quanto à queda de investimentos na AL, mas não perdurarão. Será necessário um posicionamento estratégico a curto prazo das promotoras de negócios latino-americanas”. 70 Câmaras Italianas reconhecidas Com 70 câmaras italianas reconhecidas pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália, Pollastri ressaltou que o sistema de câmaras de comércio é um dos sistemas promocionais mais importantes e bem estruturados que a Itália dispõe e terá grande contribuição nesse processo de redes mistas. - São quase 20 mil empresas associadas a todas as câmaras, com cerca de 1100 profissionais que prestam serviço em favor do comércio exterior da Itália e do restante do mundo. O sistema Planet, que vale para as 70 câmaras existentes, está pronto para promover negócios no mundo e já estamos negociando para uni-lo ao sistema do Instituto de Comércio Exterior italiano (ICE) e com o Ministério das Relações Exteriores – resumiu. A entrada dos novos membros na UE não deve afetar, a curto prazo, o ritmo de investimentos da Europa na AL, na opinião do embaixador Vilalva. O embaixador destacou que a América do Sul é prioridade para o comércio exterior brasileiro e lembrou que o futuro da relação da Itália será com o Mercosul, por isso avaliou a reunião de área das câmaras italianas da região como de fundamental importância por agregar sinergias. - O bloco inteiro do Mercosul deverá promover suas iniciativas na Itália e na Europa – afirmou, citando como exemplo o centro informativo do Mercosul a partir de 13 de maio em Berlim, Alemanha, além de uma reunião em junho em que o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, representará o bloco – Precisamos dar as mãos e nos promover em conjunto – acrescentou o embaixador. Ações de promoção do importador brasileiro Em sua palestra, Vilalva destacou que o governo brasileiro também está lançando campanhas de promoção do importador e pediu aos representantes das Câmaras que ajudassem a divulgar essa iniciativa. “Esse programa ajuda o importador brasileiro a comprar melhor. Antes tínhamos só a promoção do exportador. Agora estamos criando até linhas de investimento de financiamento que ajudam em terceiros mercados”. No âmbito de projetos para a importação está marcado para os dias dia 23 e 24 de junho macrorodada de negócios entre o Brasil e países da América do Sul no World Trade Center de São Paulo, no chamado “Programa de Substituição Competitiva de Importações – PSCI”. As empresas exportadoras sul americanas estão sendo arregimentadas por organismos públicos e privados de promoção comercial de seus respectivos países com apoio das embaixadas brasileiras. Os importadores interessados em participar das rodadas de negócios podem obter mais informações no site www.braziltradenet.br. Além de delegados das Câmaras do Mercosul, participaram do evento o adido comercial do Consulado da Itália, Livio Angeloni, além do diretor do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (CIN – FIRJAN), Amaury Temporal, e Bruno Musso, diretor de projetos da Organização Nacional da Indústria Petrolífera (ONIP). Representando as câmaras estiveram presentes no evento: o vice-presidente da Câmara do Rio, Tarcíso Neviani, o presidente da Câmara do Uruguai, Manuel Ascer, junto com o vice-secretário Gerardo Giglio, a secretária geral da Câmara de Porto Alegre, Janice Rota e o presidente da Câmara do Paraguai, Rodolfo Ricciardi Jara. Da Câmara de São Paulo, além de Pollastri, estiveram o secretário geral Ezio Maranesi, o vice-presidente Marzio Arcari o vice secretario geral Francesco Paternó e o diretor Giuseppe D’Anna. De Minas Gerais, a representação foi feita pelo secretário geral Antônio Muratore. A Câmara de Buenos Aires enviou o secretário geral Luigi Egidy e o “responsável desk”, Claudio Farabola. De Córdoba vieram o conselheiro Ivano Baldiali e a “responsável desk” Marina Tedesco. Os secretários gerais de Mendoza, Pedro Baziuk, e de Rosario, Raul Pacilio, também estiveram presentes. 24 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 ECONOMIA | Atualidade ITALIANI | Atualidade POTRÁ IL BRASILE APPROFITTARE DELLE OPPORTUNITÁ OFFERTE DALL´ ATTUALE CONGIUNTURA INTERNAZIONALE? | Franco Urani | C on la rapiditá ed imprevedibilitá che caratterizzano i nuovi tempi, il 2004 presenta un quadro economico internazionale che potrebbe risultare estremamente favorevole al Brasile, cosí sintetizzabile: • netta ripresa dell´economia USA che dovrebbe crescere di almeno il 4%; • la Cina – che costituisce un grosso ed inquietante problema di concorrenza industriale per USA ed Europa – continua ad espandersi di un 10% all´anno ed il Brasile potrebbe diventare uno dei suoi piú importanti partner con ingenti forniture di materie prime e prodotti agricoli; • il mercato internazionale presenta ora forte liquiditá, molti e importanti operatori stranieri sono alla ricerca di interessanti investimenti ed il Brasile potrebbe costituire un´opportunitá in quanto – per carenza di risorse finanziarie - ha una quantitá di progetti di primaria importanza non decollati nelle aree energetica, dei trasporti, delle comunicazioni ed alcuni altri avviati ma non conclusi; • i prezzi delle materie prime e dei prodotti agricoli, che in passato erano poco remunerativi, hanno avuto nell´ultimo anno un´impennata impressionante. Solo citando alcuni prodotti di normale esportazione brasiliana, gli aumenti sono stati del 27% per il caffé e mais, 67% per la soia, 17% per il cotone, 69,4% per gli acciai, 62,3% per il nichel, 20% per l´ alluminio, 18% per la cellulosa, 17% per il minerale di ferro; • in questi ultimi anni l´agricoltura ed allevamenti brasiliani hanno presentato evoluzioni assai soddisfacenti; • la performance export 2003 del Brasile giá é stata brillante con un superavit di circa 26 miliardi di dollari, si sta creando tra gli operatori economici una nuova mentalitá, i prodotti brasiliani sono generalmente apprezzati, il Governo pare abbia compreso il ruolo decisivo dell´export nell´attuale difficile congiuntura del Paese. Inoltre il cambio é stabile e su livelli realistici, l´inflazione sotto controllo, il rischio Paese assai ridot- 25 to, perfino gli interessi diminuiscono, sia pure non con la rapiditá sperata. Peraltro, esiste il diffuso timore che il Brasile potrebbe non approfittare che in parte di questa situazione eccezionale per le incertezze provocate dall´attuale crisi politica e per problemi strutturali, ambientali, burocratici. Il problema politico é di credibilitá (recente caso Waldomiro) e di competenza, in quanto il governare é un mestiere difficile che richiede profonda professionalitá. Il Governo é recente, forse alcuni Ministri ancora non hanno ancora sufficiente esperienza, gli schieramenti di maggioranza paiono eterogenei e divisi, l´opposizione cerca di sfruttare – anche in vista delle prossime elezioni municipali – l´attuale periodo di difficoltá. La situazione é ancora aggravata dai troppo frequenti scioperi dei funzionari pubblici che paralizzano servizi indispensabili. Quindi il quadro é critico, in un periodo che richiederebbe idee chiare e comunione d´intenti. Il problema strutturale é di una vastitá e complessitá impressionanti e viene da molto lontano in quanto gli investimenti degli ultimi 25 anni sono stati certamente inadeguati, sia per mancanza di una valida pianificazione che per insufficienza di risorse finanziarie. E cioé il Brasile é un Paese potenzialmente assai ricco, che potrebbe essere all´avanguardia mondiale in esportazione di alimenti e materie prime, nonostante le barriere protezionistiche di complessa rimozione. Le difficoltá sono soprattutto interne : insilaggio della produzione agricola, trasporto (mancano quasi del tutto le ferrovie ed idrovie, le strade - nonostante alcune privatizzazioni - sono insufficienti e mal conservate), i porti inadeguati e di complessa gestione corporativa. Quindi un problema logistico estremamente grave. Inoltre, lo sviluppo del Paese é in funzione della disponibilitá di energia elettrica e siamo ai limiti (o anche sotto nei periodi di siccitá) e delle telecomunicazioni, settore in cui si sono fatti progressi fantastici ma occorre persistere. Si valuta che la soluzione degli attuali problemi strutturali brasiliani richiederebbe investimenti dell´ordine di ben 65 miliardi di dollari, per cui sarebbe necessario che il Governo varasse un piano quinquennale o pluriannuale con un ampio consenso delle forze politiche e degli operatori economici, da realizzarsi con un forte e qualificato concorso internazionale, in quanto il Brasile da solo non ce la puó fare o i tempi sarebbero troppo lunghi. I fondi stranieri ci sono, ma verranno a condizione che i piani siano credibili, remunerativi, sicuri nel tempo, se potranno aprire importanti opportunitá di lavoro anche all´estero. Lo sviluppo non potrá che essere ambientalmente compatibile e certo non potranno venire tollerati gli scempi del passato. Ma occorre cercare di rapidizzare, di sburocratizzare. Leggo che la Cia. Vale do Rio Doce avrebbe paralizzato per motivi ambientali 4 iniziative di impianti idro-elettrici e l´espansione di una miniera di bauxite, con conseguente necessitá di importare il minerale dalla Guyana. Speriamo che le decisioni siano pronte, di buon senso. La sburocratizzazione é poi una imperiosa necessitá. La lentezza della macchina pubblica é esasperante, incompatibile con i tempi moderni, con l´iniziativa privata. Ma, per cambiare leggi e procedure, occorrono specialisti di provata competenza e si renderebbe probabilmente necessario il ridimensionamento e la ristrutturazione dei quadri pubblici, quindi un´ operazione di grande difficoltá. Non resta che sperare che la situazione 2004 non sia una meteora bensí una nuova e duratura tendenza economica, che il Brasile possa gradualmente inserirsi in questo nuovo e ipotetico contesto mondiale con serietá, fermezza, credibilitá e lungimiranza, potendo in tal caso economicamente riemergere, creare posti di lavoro, ricchezza, giustizia sociale. Tremaglia in Argentina annuncia ponte economico tra l’Italia e gli imprenditori italiani nel mondo Buenos Aires - “Per superare la difficile congiuntura economica internazionale gli italiani, e soprattutto gli italiani nel mondo, devono aderire ad un progetto che sostenga il ruolo dell’’Italia come potenza mondiale”. Dal 2 maggio a Buenos Aires, il ministro Mirko Tremaglia lo ha ribadito nella sede del Circolo Italiano agli imprenditori italiani attivi in Argentina. Il ministro ha salutato i direttori di imprese come Fiat, Pirelli-Telecom, BNL, Alitalia, Techint, dicendo a loro che sono “la testimonianza concreta di come gli emigranti che arrivarono con le loro valigie si siano trasformati in una risorsa economica grazie al loro lavoro”. Tremaglia ha ricordato il suo progetto di creare la Confederazione degli imprenditori italiani nel mondo, che ha già uno statuto e un comitato con 37 membri. Il ministro ha fatto anche riferimento alla realizzazione del Ponte nello Stretto di Messina che verrà battezzato “Ponte degli italiani nel mondo” e che verrà completato con un Museo internazionale dell’Emigrazione. “Il ponte, l’opera più importante che realizzeremo - ha evidenziato il mini- stro - potrebbe essere finanziato con denaro pubblico e con i capitali degli italiani residenti all’estero che naturalmente saranno poi rimborsati con gli interessi”. La proposta è piaciuta a Sergio Einaudi, dirigente della Techint-Siderca, che ha assicurato che “se verrà aperta la sottoscrizione, non ci tireremo indietro”. Prima di lui aveva preso la parola Cristiano Rattazzi, presidente di Fiat-Argentina, che ha riassunto la difficile congiuntura economica argentina e ricordato che “la forza che hanno qui la mia impresa, la Techint e la Pirelli dovrebbe facilitare un accordo fra la Confindustria italiana e l’entità sorella argentina (Uia) per stimolare l’arrivo di imprese italiane a Buenos Aires, come già è avvenuto nel passato”. “Ma prima - ha detto Rattazzi, alludendo al problema del debito estero in default – l’Argentina deve tornare ad onorare i suoi impegni. Se questo avverrà, potrà trovare soluzione, anche con la collaborazione di imprese italiane e italo-argentine, il problema del 50% di poveri esistenti attualmente, permettendo all’’Argentina di tornare ad inserirsi nel mondo nell’economia mondiale”. (aise) Promofirenze esplora il Brasile Missione commerciale nel mese di giugno: mercato o delocalizzazione? Firenze – Promofirenze, Azienda Speciale della Camera di Commercio, Industria, Agricoltura e Artigianato (CCIAA) di Firenze ha annunciato la missione commerciale in Brasile che si svolgerà nel prossimo mese di giugno. L’iniziativa prevede la possibilità, per le aziende che parteciperanno, di incontrare le aziende brasiliane, grazie a una selezione ad hoc che è in fase di realizzazione da parte dell’ufficio di Promofirenze a San Paolo del Brasile. La missione nel Paese sudamericano ha due scopi: prendere contatti con il mercato locale, ma anche valutare l’ipotesi di scegliere il Brasile come sede di delocalizzazione. Nel caso in cui dagli incontri effettuati nell’ambito della missione si sviluppino opportunità e progetti, Promofirenze sarà disponibi- le ad assistervi nei successivi passaggi operativi attraverso il proprio ufficio di San Paolo. Il Brasile presenta infatti “un mercato grande e in espansione, ricco di risorse e con standard di vita molto diversi a seconda degli stati della Federazione – dice una nota di Promofirenze -, ma comunque in grado di proporsi come mercato di sbocco per aziende europee nei settori sia industriali, che dei beni di largo consumo, che dei servizi”. Quanto alla possibilità di produrre, delocalizzando sul territorio brasiliano, Promofirenze suggerisce “magari in partnership con aziende locali, in virtù della presenza di un buon know how locale in alcuni settori produttivi e della vicinanza ai mercati di sbocco dell’area NAFTA e MERCOSUR”. (NIP) Fabiane Niclotti, Miss Brasil 2004 Nei giorni scorsi l’incoronazione per la bellezza italica che rappresenterà il suo Paese al prossimo Concorso di Miss Universo in programma il primo giugno a Quito (Equador) San Paolo - Bellezza italica in passerella, vince! Fabiane Niclotti, studentessa diciannovenne e rappresentante del Rio Grande do Sul, è, da pochi giorni, la nuova Miss Brasil 2004. Eletta nel corso di una cerimonia a San Paolo rappresenterà il suo Paese al Concorso di Miss Universo in programma il primo giugno a Quito (Equador). L’edizione di quest’anno - il cinquantesimo nella storia del Concorso - è stato il primo in cui le finaliste sono state selezionate attraverso il voto popolare - e la scelta è caduta, casualità del caso, su una giovane bellezza di origini italiane. Nata a Gramado, cittadina conosciuta per un importante Festival del Cinema che vi si svolge ogni anno, Fabiane Niclotti (è alta 1,82 cm. e pesa 62 kg.) è figlia di un imprenditore riograndense e fino ad ora non aveva mai sfilato in passerella né aveva posato come modella, se non per alcune foto promozionali per la sua Città. “Rappresentare il Rio Grande do Sul - ha affermato Fabiane subito dopo l’investitura - è una grande responsabilità perché la mia terra ha già dato a questo Concorso molte altre Miss”. 26 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 SOCIEDADE | Moda SOCIEDADE| Moda Armani alle Terme di Diocleziano con una retrospettiva antologica Ornella Muti durante l’inaugurazione della mostra di abiti di Armani Fotos: AdnKronos Oltre 500 abiti per raccontare la carriera, lo stile, le passioni profonde Lo stilista Giorgio Armani con Sofia Loren all’inaugurazione della mostra G iorgio Armani trionfa a Roma, alle Terme di Diocleziano, con la sua ‘Retrospettiva’ antologica. Oltre 500 abiti esposti, sino al 1 agosto, in uno dei luoghi più suggestivi della capitale, tra antiche volte, capitelli e statue romane. Un evento che ha riunito all’inaugurazione della mostra, promossa dalla Fondazione Solomon R. Guggenheim ed Electa, star del jet-set, politici, imprenditori, attori, attrici testimonial dell’inconfondibile ‘italian style’ di re Giorgio. C’erano tutti o quasi tutti lo scorso 5 maggio. Claudia Cardinale, Sophia Loren, Maria Grazia Cucinotta, Virna Lisi, Chiara Muti, l’architetto Massimiliano Fuksas e signora, il bomber della Roma Francesco Totti e la fidanzata Illary, Ornella Muti, il sindaco della citta’ Valter Veltroni che accompagnava Quincy Jones, il regista Silvio Muccino, Lucrezia Lante della Rovere, Giovannino Malago’, Lucio Dalla, Nicoletta Romanoff, interpreti ideali di una scenografia visionaria firmata da uno dei maghi del teatro contemporaneo, Robert Wilson. Ogni sala uno stile, un’epoca, un tripudio di eccellenza, classe, rigore, minimalismo. Il bianco e nero, i ricami, i tessuti preziosi, i tailleur ‘greige’, color ardesia, gli smoking, gli effetti di luce e trasparenze, l’etno-chic, l’esotico…Sempre indossati da ‘celebrities’, come ricordano i pannelli giganti nei quali sono raffigurati Di Caprio, Scorsese, Lady Helen Taylor, nipote della regina Elisabetta d’Inghilterra, Tornatore, Mira Sorvino, Julia Roberts, Kevin Costner, John Travolta, Raul Bova. ‘’Re Giorgio? No grazie, chiamatemi pure imperatore…’’, scherza il celebre stilista milanese confessando di amare particolarmente la città di Roma. ‘’Appartiene a tutti, al mondo intero, a Roma mi sento come a casa…’’. La sua ‘Retrospettiva’, curata da Germano Celant, giunge a Roma dopo un tour internazionale che ha già visto sfilare gli abiti del grande maestro a New 27 Carmela Piccione York, Bilbao, Berlino, Londra per poi proseguire alla volta di Tokio e Los Angeles. ‘’Ogni mostra è sempre stata diversa dalla precendente -confessa Armani - legata ai luoghi alle atmosfere, ai profumi di una citta’. Roma? Mi permetta strane trasgressioni e poi se ripenso ad alcuni abiti cuciti come ‘pepli’ che ricordano l’antichita’, posso tranquillamente affermare che Roma mi ha influenzato, forse incosciamente’’. Bob Wilson, sereno, pacato, afferma che la mostra dedicata a Giorgio Armani ‘’è un dialogo ininterrotto tra presente e passato, sperimentazione, avanguardia, creatività. Guardate quelle statue romane -aggiunge- Senza mani, senza volti, misteriose. Un luogo ideale”. Ricordano i manichini vestiti dal genio e dell’arte dei grandi stilisti’’. Accanto agli abiti, schizzi, bozzetti originali, filmati e tanta musica. Composta per l’occasione da Michael Galasso. La mostra è un omaggio ai 25 anni di attività di Giorgio Armani, paragonato a Mondrian, a Kandinskij, ma anche ai suoi 70 anni (li compirà il prossimo 11 luglio), alla carriera, all’evoluzione di uno stile che non ha eguali nel mondo, al suo modo di concepire la moda, soprattutto la femminilità. Re Giorgio è stato definito una delle icone del design del XX secolo, amato soprattutto dal- Lo stilista con il capitano della Roma Francesco Totti e la fidanzata Ilary Blasi le star di Hollywood, dal grande cinema internazionale. Chi non ricorda un giovanissimo Richard Gere in ‘American gigolo’, mentre sceglieva abiti e camicie griffate Armani. Seducente, ammaliante, semplicemente irresistibile. ‘’Un film epocale sulla rivoluzione dei gusti della gioventu’ degli anni ‘80 -ricorda Armani- importante, fondamentale. E poi Richard Gere era eccezionale nella sua prorompente fisicita’’. E sempre in ambiti cinematografici ancora collaborazioni eccellenti per Armani con ‘Gli intoccabili’ di Brian De Palma ambientato tra la mala di Chicago, ‘Gattaca’ diretto da Andrew Niccol, ‘Shaft’ di John Singleton dove un detective sexy e garbato (Samuel L. Jackson) indossa splendide giacche in pelle. Intanto lo stilista annuncia che ha appena ultimato gli abiti per Klevin Kline e Ashley Judd, protagonisti dell’ultimo lavoro di Irwin Winkler ‘De-Lovely’, sulla vita di Cole Porter, che sara’ presentato al prossimo Festival di Cannes. Ma re Giorgio è amatissimo dalle star del jet-set anche lontano dai set cinematografi. Tra i suoi clienti ci sono Kevin Spacey, Sean Connery, Russel Crowe, Michelle Pfeiffer e Jodie Foster, Matt Damon, Ben Affleck che durante la consegna degli Oscar hanno ringraziato pubblicamente Armani per gli splendidi smoking. Ma cosa hanno di magico, di unico, di irripetibile le creazioni di Giorgio Armani? Più volte il celebre stilista aveva affermato di amare abiti ‘portabili’, che facciano sentire le persone assolutamente a proprio agio a speciali. Contro l’omologazione Giorgio Armani ha sempre scommesso sull’individuo, la personalità. Ingredienti imprescindibili la classe, il rigore, l’eleganza discreta, la sensualità. Mai scoperta, sfacciata, conturbante, sempre velata. I suoi abiti raccontano la storia di un uomo, le sue passioni, le vocazioni assolute, le rivoluzioni nel campo della moda. Le prime intorno agli anni ‘70 quando presentò a Firenze le giacche in pelle ‘lavorate’ come tessuti, prive di linee. Un look apparentemente algido, informale, destrutturato che conquistò più tardi l’universo femminile. Le giacche da uomo create su tessuti maschili garantivano severità e autorità, spesso abbinate a gonne lunghe, coloratissime, in seta, chiffon, quasi sempre a fiori. Una scalata inarrestabile dopo il debutto nel 1964 con Nino Cerruti. Nel 1982 Armani fu il primo stilista ad apparire sulla copertina della rivista ‘Time’ dopo Christian Dior negli anni ‘40. Artista e maestro inimitabile Giorgio Armani non ha mai perso, in tutti questi anni, il suo glamour. Non solo creazioni di segno modernista e minimalista, spesso ispirati ad artisti quali Ad Reinhardt e Mark Rothko, Armani è stato l’interprete di una femminilità che re Giorgio vestiva di organza e trasparenze, di colori sfumati sulle tonalità del rosa, del blu, del verde miscelati ai neri e al beige come un affresco di Matisse, di strass, perline, drappeggi, ricami esotici ed orientali. Semplici citazioni, soprattutto passioni per l’Africa, l’India, il Giappone, la Cina, la Polinesia, l’Indonesia…Universi che hanno molto di teatrale. Ne sono la prova le collaborazioni con il bel Joaquin Cortes, il più sensuale tra i danzatori di flamenco, Lucio Dalla per la sua ‘Tosca’, Robert Due fantastici abiti da sera creati dallo stilista Wilson, John Neumeir, il coreografo di origine americana, ospite con l’Hamburg Ballet dell’edizione 2004 di ReggioEmilia Danza, che ha chiesto ad Armani di firmare i costumi di ‘Bernstein dances’. E per il futuro? ‘Non abbandonerò il mio lavoro -promette Armani- come ho più volte letto sui giornali. Si tratta di semplici illazioni, di banali provocazioni. Nessun ritiro annunciato. Non è bello sentirsi dire alla fine di un’intervista ‘scusi, ma quando va in pensione?’ Preferisco allora giocare, ironizzare per sdrammatizzare. Rispondo con il sorriso -spiega ancora‘Quando troverò un socio forse potrò andare finalmente in vacanzà. Ma so che non sarà così -aggiunge il noto stilista- la moda è la cosa più bella che mi ha concesso la vita. Non ti lascia un attimo di respiro, non ti fa sedere sugli allori, una continua sfida. Con il pubblico, con me stesso. Penso che continuerò ancora a lavorare per molto tempo -continua Armani- Con un sogno nel cassetto. Non voglio vedere morire i miei abiti, non sopporto che le mie collezioni soffochino tra buste di cellophane. Mi piacerebbe avere una mia sede, un museo permanente. Ho deciso di regalare le mie creazioni alla città di Milano. Avrei già individuato anche i luoghi… Il quartiere di via Tortona, l’Ansaldo dove ha sede la Scala e perchè no… Anche la Città della Moda -conclude- Aspetto comunque proposte anche dalla citta. “Conoscere l’Italia senza uscire da San Paolo” La Camera Italo-Brasiliana Commemora i 450 anni di San Paolo San Paolo - Per partecipare alle commemorazioni dei 450 anni della città di San Paolo, la Camera Italo-Brasiliana ha lanciato, a partire dal mese di maggio e per tutto l’anno, il progetto “Conoscere l’Italia senza uscire da San Paolo”. Creato con l’obiettivo di mettere in evidenza la presenza italiana nello sviluppo socio-culturale ed economico della capitale “paulista”, il progetto diffonderà, per mezzo d’itinerari turistici, la cultura, l’arte e le tradizioni di un popolo che ha aiutato a formare l’identità di San Paolo. La Camera di Commercio offrirà alla popolazione un servizio di gite turistiche, con sei itinerari differenti, che saranno realizzate tutte le domeniche, da maggio a dicembre, per un totale di 32 gite. Un autobus speciale, con 40 posti, circolerà per la città di San Paolo seguendo gli itinerari predefiniti e sarà accompagnato da una guida, una professoressa di storia dell’USP (Università di San Paolo), che fornirà i dettagli dei luoghi e monumenti visitati. Gli itinerari includeranno la molteplice varietà di opere d’arte, edifici e monumenti creati da artisti italiani durante i 450 anni di San Paolo. Tra di loro, il MASP, Museo dell’Arte di San Paolo, opera dell’architetto Lina Bo Bardi e diverse opere di artisti italiani della collezione del museo; il Museo dell’Arte Sacra, con il Presepio Napoletano donato dall’imprenditore Ciccillo Matarazzo; l’Edificio Martinelli, opera dell’architetto Giuseppe Martinelli, l’Obelisco del Parco Ibirapuera opera dello scultore Emendabili; il Monumento “Gloria immortale ai fondatori di San Paolo”, creato da Amadeo Zani per evidenziare il locale dove la città è nata, il “Pátio do Colégio”; e il Museo del Bixiga, che espone oggetti e mobili donati da antichi abitanti del quartiere. Inoltre faranno parte degli itinerari le feste religiose che mantengono viva la cultura della colonia italiana in San Paolo, come quella di “Nossa Senhora da Achiropita” (nel Bixiga, in agosto), quella di “Nossa Senhora de Casaluce” (nel Brás, in settembre) e di San Gennaro (nella Mooca, in luglio). Servizio: Per partecipare, contattare la Camera di Commercio Italo-Brasiliana ai numeri telefonici (11) 3179-0087 (dalle ore 9 alle 17.30) o via e-mail 450anos@italcam.com.br. 28 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 TURISMO | Lazer SOCIEDADE| Costume 1 2 3 4 As catedrais subterrâneas de Canelli Guilherme Aquino Correspondente em Milão O 5 9 12 29 6 7 10 8 11 Na festa que marcou recentemente a posse da nova diretoria da Sociedade Italiana de Beneficência e Mútuo Socorro, as lentes da Em Foco destacam a participação feminina e a beleza das ítalo-brasileiras: 1. Isabella Grão - 2. Lucilene Pocidente - 3. Fernanda Chanello - 4. Sandra Latocci Santoro - 5. Fabiana Pingitore - 6. Simoni Pinho - 7. Leonor Coelho Santoro - 8. Fabiana Chianello. 9. No evento que marcou a comemoração da data de “Liberação da Itália” do fascismo, o empresário Giorgio Veneziani, o cônsul Massimo Sassi e o diretor IIC-RJ Franco Vicenzotti falaram sobre a importância da data para a grande platéia. - 10. Após as falas, foi a vez da banda de rock Negrita, que já vendeu mais de 500 mil cópias, mostrar a atitude de contestação do grupo que já participou de várias manifestações sindicais na Itália - 11. Público participa do show do Negrita - 12. Carmine Morasco e seu irmão, o chef Bruno, do restaurante Da Carmine, realizaram evento beneficente em Niterói, a favor de crianças vítimas de maus tratos. - 13. Suzana Morasco com Irmã Tereza e as crianças do Lar da Criança de Ititioca, que abriga centenas de crianças da região. 13 Para adquirir quaisquer fotos publicadas em nossas edições, entre em contato através do telefone da Redação. 21. 2722-0181 vinho corre nos subterrâneos da cidade de Canelli, na região do Piemonte, ao sul da província de Asti. As suas catedrais, construídas no subsolo para armazenar o precioso líquido, são famosas no mundo inteiro. A preservação ao longo dos sèculos destas cantinas pode valer agora à Canelli o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Pelas calçadas da cidade escondem-se verdadeiros tesouros, enterrados sob nossos pés. Grandes e velhos barris de carvalho, alguns com mais de 200 anos, ainda estão lá e são testemunhas imóveis do preparo de um bom vinho. O tempo parece não passar nestes templos de envelhecimento. A umidade, a luminosidade e a temperatura ideais criam as condições propícias para a cultura da bebida e conferem ao local um ambiente quase sagrado. O vinho trabalha em silêncio nessas catedrais. Os túneis subterrâneos somam cerca de cinco quilômetros e são verdadeiros labirintos. As garrafas e barris, arrumados ao longo das galerias, formam um cenário misterioso. A maioria das cantinas foi construída nos séculos 19 e começo do 20 e exigiu grandes conhecimentos técnicos. Elas são verdadeiras obras primas de engenharia e arquitetura. Algumas foram escavadas na rocha e neste caso é preciso descer vários degraus de escadas. Já outras estão sob as colinas e o declive quase não se sente. E não existe uma igual a outra. Os arcos internos, as janelas e os traçados fazem a diferença. Quase todas são revestidas de tijolos para impedir o acúmulo de poeira. E no pátio externo ainda existem os velhos trilhos da ferrovia que, praticamente, entrava nas cantinas para dar escoamento à produção. Nenhuma delas escapou ao grande aluvião de 1994. As cantinas foram inundadas pelo rio Belbo e depois “soterradas” com toneladas de lama e detritos. Ainda hoje, para recordar aqueles dias, muitas delas ainda mantêm intactas as garrafas cobertas de lama no fundo das galerias. As catedrais subterrâneas são como raízes de um civilização dedicada à cultura do vinho. Elas destilam a história desta cidade, desde os tempos romanos, passando pelo período medieval até os dias de hoje. “Suave, delicado e perfeito”, resumia um relatório de 1756 da Royal Finances sobre o principal produto daquela terra originado da uva do tipo moscato. Começava naquela época os anos de ouro de Canelli. Um homem chamado Carlo Gancia inventou o primeiro espumante italiano, em 1850. Não por acaso, ele vivia em Canelli. Patenteou a criação e iniciou uma verdadeira dinastia. A família já está na quinta geração e é referencia mundial. “Precisa-se muito pouco para arruinar um trabalho de anos e anos. A cada nova geração, tivemos sempre pelo menos duas pessoas que se interessaram muito pela atividade e sempre estiveram de acordo entre si. Temos profissionais que sabem interpretar o que desejamos”, conta Lamberto Gancia, bisneto do fundador. Em torno do vinho floresceu também uma indústria. Muitas empresas se instalaram na região de Canelli e Santo Stefano Belbo. Elas fabricam todo o maquinário necessário para o processo de produção do vinho, das tampas de cortiça ao engarrafamento, dos modernos tonéis às centrifugadoras. Esse distrito industrial tem 146,08 km e conta com uma populaçao de 21.600 habitantes. A economia local escorre com o vinho. Existe uma empresa agrícola para cada dez habitantes. A crise que cerca o setor se por um lado preocupa, por outro incentiva à busca de novas estratégias de mercado. A estagnação do consumo de vinho não assusta o império do espumante. A locomotiva Gancia se dirige em direção ao leste. “Estamos abrindo novas fronteiras. Índia, Russia e China estão nos nossos planos”, acrescenta ele. E, enquanto o vinho tenta ganhar novos mercados, fermenta na cidade a indústria do turismo. Os vinhedos, os pequenos produtores, os agroturismos, os castelos romanos, as igrejas barrocas, a gastronomia e a enologia de altíssimo nível e, por último, mas não menos importante, as catedrais subterrâneas atraem cada vez mais um maior número de turistas de todo o mundo. Alemães e suíços já são fregueses antigos. Os novos têm olhos puxadinhos, mas enxergam longe. Os japoneses estão descobrindo o prazer da boa mesa em tours organizados pelas colinas da região. Concertos de música clássica e recepções são oferecidos dentro das velhas cantinas. Os moradores de Canelli sabem que a luz no fim do túnel é de velas e ilumina um bom copo de vinho. Tim tim. Informações técnicas: www.comune.canelli.at.it 30 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 ESPORTE | Atualidade ESPORTE | Atualidade Guilherme Aquino Azurra apresenta novo uniforme Itália Correspondente em Milão A azzurra està de roupa nova para a Copa Européia de 2004, que vai acontecer em junho, em Portugal. Pelo menos da falta de estilo os torcedores da seleçao de Trapattoni nao podem reclamar. O uniforme traz as ùltimas inovações tecnológicas desenvolvidas pelo departamento de pesquisa da empresa alemã Puma, a patrocinadora oficial da azzurra. Os ítens da coleção foram criados pelo designer inglês Neil Barrett que entende, e muito, de moda italiana. Durante dez anos ele foi diretor da Gucci e de Prada, seção masculina. A nova linha foi apresentada no dia 29 de março com um desfile na área VIP do moderno estádio Giuseppe Meazza, em San Siro, na cidade de Milão. Mais de cem jornalistas esportivos e de moda dos cinco continentes acompanharam o show. Na platéia estavam todos os vinte e dois jogadores convocados para o campeonato e os integrantes da comissao técnica. Os fotógrafos e cinegrafistas se desdobravam para registrar, ao mesmo tempo, as expressões de Vieri e Toti e as roupas exibidas pelos anônimos modelos. A camisa oficial da seleção tem um “look” refinado e com alguns detalhes de design, como os bordados que se transformam em faixas ou telas que permitem a transpiração. Os nomes dos jogadores são gravados com letras do latim clássico. A funcionalidade è outro ponto alto da coleção. Algodão e microfibra garantem comodidade para uma bela atuação dentro das quatro linhas regulamentares de um campo de futebol. A gola ganha uma dupla costura, cria a ilusão de uma “armadura” e reforça a imagem de “fortaleza” do jogador. Somente um olhar atento sobre o avesso da camisa pode revelar um sistema de costura idealizado para liberar os movimentos e harmonizar as estruturas da peça, consequencia direta de um novo modele científico, o Advanced Movement System. Ele também foi utilizado nos novos cortes dos shorts e garante menos atrito e, por tabela, uma corrida mais rápida. Pequenos detalhes que podem influenciar o rendimento físico do jogador e decidir uma partida. Já a camisa do goleiro contém nylon resistente ao atrito com a pele, nos cotovelos e nos antebraços, que a protege dos danos provocados pelo contato violento com o gramado. Dentro das mangas, um pano macio de poliéster garante o conforto dos braços. Os mesmos elementos acompanham o short do goleiro. Os meiões de Buffon são confeccionados em “jacquard”, que garante a capacidade de reserva da energia cinética do atleta. O estilistas Neil Barrett também criou ternos para as transferências dos jogadores. E, para os torcedores, uma grande variedade de bermudas, camisas, casacos e bolsas, no melhor estilo “casual-chic”. E, ao que tudo indica, a nova coleção fez bem à “azzurra”. O time estreou o novo uniforme no amistoso contra Portugal com uma vitória. Se a moda pega, quem sabe a Itália não vence a Eurocopa?!!!! A festa do Milan O Milan venceu o Roma por 1 a 0, no estádio San Siro. O resultado garantiu ao time o “scudetto” por antecipação. Os outros jogos serviriam apenas para cumprir tabela. Festa para a torcida “rossonera” que ocupou as ruas de Milão. E muita comemoração dos jogadores, entre eles Cafu, Dida, Serginho e Kaká, o mais novo do grupo. “ Sempre é bom vencer, ainda mais contra os nossos ex-companheiros”, disse, rindo, Cafu, se referindo ao seu antigo clube. Já Kaká foi eleito a revelação do campeonato por quase todos os jornalistas esportivos, impressionados com a rápida adaptação do craque ao futebol italiano. Aos jogadores do Milan, que dedicaram o título à sua habilidade, Kaká respondeu com humildade: “Este título é do Sheva, artilheiro do campeonato, é do meio campo forte, é da defesa, enfim é de todo o grupo que me ajudou ao longo desta temporada”, afirmou o craque brasileiro e ídolo dos torcedores. (G.A.) no topo do mundo S ilvio Mondinelli é um garoto. Seus quarenta anos de idade pesam pouco ou quase nada sobre as suas costas. Alto, esguio e ágil, ele é conhecido como Gnaro. Sorte do seu filho e da filha que vai nascer em abril, quando ele estará no Nepal, escalando o monte Everest. “Melhor assim, pois, quando eu voltar, ela já vai estar crescidinha. Minha mulher que não me escute. Ela diz sempre que tenho a cabeça no Nepal, e è verdade”, diz a lenda viva italiana. Este guia alpino, policial da Guardia di Finanza, nascido em Brescia mas radicado em Alagna, não resiste ao chamado da montanha e parte para mais um desafio. Ele è um dos integrantes da equipe de cientistas italianos que viaja ao topo do mundo para medir a altura exata da montanha e depois segue para o K2, na comemoração do cinqüentenário da conquista “azzurra”. Silvio Mondinelli (www.gnaromondinelli.it) é um dos cinco alpinistas em todo o mundo que subiu o Everest sem oxigênio. Este mito do alpinismo internacional já escalou dez montanhas acima dos 8.000 metros. Uma façanha que não o sacia. Ainda lhe faltam quatro para fechar o ciclo das 14 grandes. E, cansado de ver tanta pobreza na região do Himalaia, está construindo uma escola e um ambulatório para as crianças locais, através da ONULUS Amici del Monte Rosa. ComunitàItaliana conversou com ele em março, um mês antes da partida para o Himalaia. A entrevista foi em um restaurante na pequena cidade de Alagna, ao pés do Monte Rosa. CI - O Everest se transformou em uma montanha comercial. Como você avalia o papel dos guias naquela região? Gnaro - Eu não acredito em guias de Everest. Se já é difícil cuidar de si mesmo, imagina cuidar dos outros àquela altitude. Sou contrário a este personagem. Pelo menos eu não poderia sê-lo. Posso talvez ser um consultor, ensinar o caminho, determinar a hora do ataque ao pico, mas não ser um guia. CI - Por que você quis subir sem oxigênio? Gnaro - Sou profissional e vou sem oxigênio. Quero saber que cheguei lá graças a mim mes- Guilherme Aquino, correspondente em Milão mo. Não quero ter problemas para voltar depois. Se o oxigênio termina você vai estar em sérios apuros, uma vez que depende dele. CI - O que mudou no alpinismo com a chegada da tecnologia? Gnaro - Não temos mais aquelas expedições com 300 carregadores. Os equipamentos são mais sofisticados e leves. De um certo ponto de vista perdeu-se um pouco o fascínio pela empreitada. Não temos mais que descer para dar notícias pois usamos o telefone via satélite. Mas o espírito hoje não é o de conquista mas sim o de subida. Não se conquista uma montanha. CI - Você tem medo? Gnaro - Tenho medo sim. Já tive medo de perder os dedos da minha mão. E eu acho, com todo o respeito, que a montanha não merece uma unha. CI - Sabe-se que você salvou muitas vidas no Himalaia. Chegou a renunciar o ataque ao cume para socorrer pessoas em apuros. Pode nos contar um deles? Gnaro - Não falo dos meus resgates. São histórias minhas. CI - Qual è a montanha mais difícil de se escalar? Gnaro - Acho complicado dizer que existe uma montanha mais difícil. Onde é fácil pode ficar difícil e vice-versa. Assim como não existe uma montanha mais bonita do que a outra. Cada uma tem o seu encanto. CI - Como é enfrentar o fracasso de uma escalada? Gnaro - Lamentar é humano. Não completar um projeto é frustrante. Por duas vezes o mau tempo me impediu de chegar ao cume do Everest. A experiência nos mostra que nunca aprendemos o suficiente. Estamos sempre descobrindo coisas novas. CI - Qual è o segredo do sucesso? Gnaro - Intuição, concentração e planejamento, muito planejamento. CI - Qual a sensação quando se chega ao cume? Gnaro - Satisfação… mas no fundo já fico remoendo na cabeça o próximo desafio. Subir a montanha é como uma droga. Quanto mais você faz mais vai depender dela. 31 32 Rio de Janeiro, 28MAI2004 | Nº 79 GASTRONOMIA | Accademia della Cucina Silvana Bianchi Quadrifoglio Roberto Paravagna C hi direbbe mai che un elegante piccolo ristorante tra la Lagoa e il Giardino Botanico, frequentato nella maggior parte da brasiliani eleganti e sofisticati debba le sue origini ai ricordi di una ragazzina, nata forse per caso a San Paolo, che passava i mesi di vacanza in casa dei nonni in una Lombardia antica, solida, un po’ contadina con paesaggi di brughiera, di nebbioline, di Ticino e di sapori di un tempo. Silvana Bianchi, la nostra ragazzina, ne ha fatto di strada! Il suo “QUADRIFOGLIO” è nato nel 1984, e deve il suo nome, poco comprensibile in brasiliano, al fatto che erano 4 i soci fondatori. In questi 30 anni di esistenza è cambiato l’indirizzo – dalla rua Angelica alla vicina rua Seabra al 19 – i soci ma non la nostra Silvana, che dirige il ristorante, oggi con il socio Gustavo Vernek, e che ha continuato a essere un punto di riferimento solido e importante per la buona cucina italiana a Rio de Janeiro. La tradizione e i ricordi lombardi, come dicevamo, hanno ispirato alcuni dei piatti. Tutti con nomi di fantasia per svegliare la curiosita per nuovi sapori dei clienti in genere fedeli. Ma anche aromi e sapori mediterranei, idee regionali, accostamenti di nuovi prodotti o spezie si ritrovano creativamente fusi tra loro e elencati nel menu sotto un divertente titolo che li definisce “pura follia” !... Dal risotto giallo con funghi, ai “tortelloni Quadrifoglio” di pasta verde e ricotta conditi con sugo di noci; alla faraona con risotto vegetale; alle tagliatelle al curry con gamberi, calamaretti e polipo; ai vari carpacci di carne o pesce; all’ ossobuco classico; a un brodetto di pesce con asparagi “aipo” e lenti; al petto d’ anatra ripieno di fichi secchi con semolino, al...Gran Finale come sono descritti i dessert, altra grande specialità di Silvana. Profumi Mediterranei: gelato di lavanda e rosmarino con fichi al forno; i Sospiri di Romeo: gelato di mascarpone con mango e meringa; la mousse di cioccolato bianco; il gelato all’ aceto balsamico ripieno di banana cotta e pistacchi e tanti altri dolci al di fuori degli schemi comuni. Silvana con la sua capacità di innovare e di scoprire nuovi accostamenti di sapori, è stata probabilmente la prima a farci assaggiare a Rio zampone e cotechino, la vera polenta con il gorgonzola, gli assaggini di pietanze diverse, il risotto alla milanese. E poi cucina innovativa ma con solide basi tradizionali, rivisitata e trasformata per il clima e per l’ uso di molti prodotti locali. Solo 64 coperti, buoni vini (peccato scarseggino quelli Lombardi) servizio attento e sempre successo! Dal 1994 il Quadrifoglio fa parte dell’associazione dei Piatti del Buon Ricordo. Quest’anno chi ordina i “Ravioli per la festa” (ripieno di formaggio caprino, sugo di pancetta e frutta secca - datteri, fichi e albicocche) - riceve il piatto con la ricetta in omaggio. L’ Accademia Italiana della Cucina ha insignito il Quadrifoglio del diploma di Buona cucina nel 1996 e vi ha spesso organizzato cene conviviali di successo. Al contadino non far saper quanto sia buono il cacio con le pere ! Questo vecchio adagio ha ispirato la ricetta del primo piatto del buon ricordo, da 10 anni uno dei successi di Silvana: i “Ravioli Ultima Luna” in cui il sapore del ripieno di pera si fonde splendidamente con il sugo al Gorgonzola a riprova della bontà dei buoni sapori della campagna ed è stata anche la nostra scelta per rappresentare questo ottimo ristorante. Ravioli Ultima Luna Prepara una pasta sfoglia ben fine con 400 g di farina bianca di grano duro, 4 uova, sale e acqua. Ritagliati i ravioli riempirli con un impasto morbido di 2 pere mondate, tagliate a dadini e scottate 2 minuti al vapore e 1 porro passato a pezzi 3 o 4 minuti al vapore e sminuzzati con un frullatore o con la mezzaluna, una noce di burro un pizzico di sale. Preparare il sugo con 70 g di Gorgonzola piccante (eventualmente usare quello locale), 30 g di burro, 2/3 cucchiai di panna da cucina, scaldarlo quasi al bollore in un pentolino e condire i ravioli ben caldi, cotti al dente (1 minuto circa) in acqua abbondante salata. Servire in un piatto caldo. Sopra nocciole tritate e poco endro (finocchio) ben tagliato. SERVIÇO Quadrifoglio Rua J. J. Seabra nº19 - Jardim Botânico CEP: 22470-130 - Telefax: (21) 2294-1433 e-mail: quadrifoglio@radnet.com.br Rio de Janeiro - Brasil