Efeitos do avanço cirúrgico maxilar associado ao recuo mandibular
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Efeitos do avanço cirúrgico maxilar associado ao recuo mandibular
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Odontologia EFEITOS DO AVANÇO CIRÚRGICO MAXILAR ASSOCIADO AO RECUO MANDIBULAR E DO AVANÇO MAXILOMANDIBULAR NO ESPAÇO AÉREO FARÍNGEO Daniel Paludo Brunetto, CD Dissertação submetida ao corpo docente da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos, para a obtenção do Título de Mestre em Odontologia (Ortodontia). Rio de Janeiro 2012 i EFEITOS DO AVANÇO CIRÚRGICO MAXILAR ASSOCIADO AO RECUO MANDIBULAR E DO AVANÇO MAXILOMANDIBULAR NO ESPAÇO AÉREO FARÍNGEO DANIEL PALUDO BRUNETTO, CD Orientadora: Profª. Drª. MÔNICA TIRRE DE SOUZA ARAÚJO Dissertação submetida ao corpo docente da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos, para obtenção do Título de Mestre em Odontologia (Ortodontia). Comissão Examinadora ______________________________ Prof. Dr. Antônio Carlos de O. Ruellas ______________________________ Prof. Dr. Eduardo Franzotti Sant’Anna ___________________________________ Prof. Dr. Roberto Prado Rio de Janeiro 2012 ii Ficha Catalográfica BRUNETTO, Daniel Paludo Efeitos do avanço cirúrgico maxilar associado ao recuo mandibular e de avanço maxilomandibular no espaço aéreo faríngeo. Rio de Janeiro: UFRJ/Faculdade de Odontologia, 2012. xxii, 102 f. Dissertação: Mestrado em Odontologia (Ortodontia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Odontologia, 2012. 1 Espaço aéreo faríngeo 2 Cirurgia ortognática 3 Tomografia computadorizada 4 Teses I Título II Dissertação (Mestrado - UFRJ/Faculdade de Odontologia) iii DEDICO Aos meus pais, Ademir e Márcia Ao meu irmão, Antônio “O sacrifício é temporário, o benefício duradouro” Autor desconhecido iv AGRADECIMENTOS Uma vontade lhe conduz a uma ideia. A ideia desencadeia um projeto. E o projeto às vezes se torna realidade. Cursar este mestrado surgiu de uma grande e antiga vontade de adquirir e difundir conhecimento dentro da área da Ortodontia, pois desde pequeno acompanho esta arte (seja como paciente ou como aspirante a ortodontista) no consultório de meu pai. Sempre sonhei em poder fazer as pessoas mais felizes e autoconfiantes, empunhando apenas um alicate e utilizando alguns pedaços de fios metálicos. E enfim esse projeto se tornou realidade, graças ao apoio de todas essas pessoas que serão carinhosamente citadas. Agradeço primeiramente à Deus, mentor de todos nós. Sem Ele, com certeza não seria possível angariar forças para cursar os 2 anos de intenso aprendizado e ainda elaborar e concluir esta dissertação. Aos meus pais, Ademir Roberto Brunetto e Márcia Mara Paludo Brunetto, que me mostraram que o trabalho árduo e a disciplina são os únicos caminhos do sucesso profissional e satisfação pessoal. Obrigado por me ensinar na prática os valores que pretendo levar comigo e transmitir para meus filhos, considero-os a coisa mais importante que já me deram. Sempre serão a base forte para que possa alçar voos cada vez mais altos e tenho por vocês o amor incondicional. v Agradeço a todos meu familiares, em especial ao meu avô Américo Paludo e avó Fidélia Paludo, pessoas importantes que me deram muito apoio na realização desse curso. Aos meus tios, Maria Ângela Paludo Brasil e Ricardo Brasil e primas Júlia e Helena Brasil, por representarem muito bem minha família na cidade do Rio de Janeiro, sempre presentes quando precisei. Aos professores do departamento de Ortodontia e Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Dra. Ana Maria Bolognese, Dr. Antônio Carlos de Oliveira Ruellas, Dr. Eduardo Franzotti Sant’Anna, Dr. José Fernando Stangler Brazzalle, Dr. José Vinícius Bolognese Maciel, Dr. Lincoln Issamu Nojima, Dra. Margareth Maria Gomes de Souza, Dra. Maria Evangelina Monnerat, Dra. Matilde Gonçalves Nojima, Dra. Mônica Tirre de Souza Araújo e Dra. Teresa Cristina Moreira. Serei eternamente grato pelos ensinamentos passados. À Dra Mônica Tirre de Souza Araújo, pela orientação valiosa neste trabalho. Obrigado por depositar em mim a confiança necessária para elaboração desta dissertação e por sempre ser solícita para esclarecer as dúvidas, contribuindo com ideias valiosas. Obrigado também por abraçar a Ortodontia e os seus alunos. À Dra. Ana Maria Bolognese, professora de respeito maior dentro da Ortodontia. Exemplo de profissional, inspira seus alunos pela dedicação e amor prestados à profissão. Seus ensinamentos sobre Ortodontia e sobre a vida jamais serão apagados da memória. vi Ao Dr. Lincoln Issamu Nojima, pela amizade durante esses 2 anos. Professores apenas ensinam, mestres além de ensinar dão exemplo. Obrigado pelo exemplo, que espero seguir durante toda a vida. Ao Dr. Antônio Carlos de Oliveira Ruellas, que desperta em seus alunos a paixão e apreço pela ciência. Sou eternamente grato pelos ensinamentos e pela vontade despertada de ser professor e pesquisador. Aos professores das disciplinas conexas, Dr. Carlos Nelson Elias, Dra. Ieda Maria Orioli, Dr. Paulo José Medeiros, Dr. Roberto Amarante Costa Pinto, Dr. Ronir Raggio Luiz e Dra. Sandra Regina Torres Michelle Agostini pelos ensinamentos fundamentais à formação do ortodontista. Às minhas colegas de turma, Alline Fernandes Birra, Carolina Trindade, Dayanne Silva, Geórgia Lau, Lígia Claudino, Tereza Oliveira e Thaís da Matta pelo aprendizado, incentivo mútuo e convivência agradável durante esses 2 anos. Nunca esquecerei os movimentos vividos. À colega, amiga e vizinha Geórgia Lau, sempre presente e disposta a ajudar, em assuntos ortodônticos ou não. Obrigado por tudo Lau, quem sabe não seremos colegas por mais alguns anos. Às colegas Thaís da Matta, Lígia Claudino e Alline Birra pela amizade durante esses 2 anos. Amigas de coração e pessoas especiais que espero estar sempre em contato. Aguardo a visita de vocês à Curitiba. Agradeço aos colegas do meu 2º ano, Alana Moreira, Érika Monteiro, Emerson Benetti, Hibernon Lopes, Lúcio Maia, Paola Sass, Thiago Oliveira e Vicente Telles, pelo convívio e pelos ensinamentos ortodônticos. Ao amigo Lúcio Maia, pelos bons momentos vividos dentro e fora do departamento, de quem aprendi muito sobre Ortodontia e sobre a vida. Ficarei vii sempre no aguardo de oportunidades de trabalho juntos ou de simples convivência. Ao Hibernon Lopes, pela pessoa amiga que é e sempre será. Sempre disposto a ajudar, discutir, ensinar, aprender e dar uma boas risadas. Obrigado por tudo. Aos colegas do meu 1º ano, Adriele Araújo, Ana Carolina Portes, Júlia Vianna, Lara Sigilião, Leonardo Koerich e Rodrigo Lopes, pela convivência agradável. Ao colega Leonardo Koerich, pela ajuda inestimável na confecção deste trabalho e pela parceria e grande troca de conhecimentos durante o ano. Ao colega Rodrigo Lopes, pela amizade construída e pela admiração ao seu caráter e humildade. Valeu Rodrigão. Aos colegas do doutorado, Amanda Freitas, Carolina Baratieri e Mariana Marquezan, sempre dispostas a ajudar no dia a dia. À colega e professora Claudia Mattos, pelo auxílio com a estatística e também com a estruturação do trabalho. Tornei-me admirador de sua personalidade e sabedoria. Aos colegas Alexandre Ribeiro, Matheus Alves e Thiago Lau, pela amizade e grande troca de informações e aprendizado. Aos funcionários do departamento de Ortodontia, Diane Gomes, Fernanda Silva, Mônica Gonçalves, Robson França e em especial, Waltencir Ferreira, pela prontidão e disposição em ajudar durante todo período do curso. Ao colega cirurgião Dr. Leandro Velasco, que cedeu sua casuística para estudo e contribuiu com ideias valiosas, viabilizando a execução deste trabalho. Muito obrigado pelo disponibilidade e auxílio. viii À Profa. Lúcia Helena Soares Cevidanes, pesquisadora de renome mundial que contribuiu muito para realização deste trabalho e representa de forma admirável nosso país nos EUA e no mundo. Aos professores de graduação em Odontologia da Universidade Federal do Paraná, em especial os da disciplina de Ortodontia, Dr. Ademir Roberto Brunetto, Dr. Alexandre Moro, Dr. Marco Antônio Feres e Dr. Ricardo Moresca, por ajudar a desenvolver o apreço pela profissão. Aos grandes amigos de graduação, Alex Huber, Leonardo Benato, Mariane Mazzutti, Patrícia Ritchter, Rafaelli Cézar e Renata Garcia Pena pela amizade e grande momentos vividos durante todos esses anos. E por muitos mais espero eu. Aos professores Dr. Ricardo Pasquini Filho, Dr. Régis Claret Bueno, Dr. Gilson Blitzkow Sydney, Dr. Márcio Bindo, Dr. Hércules Almilhatti, Dr. Orlando Tanaka, Dr. Paulo Roberto Muller, Dr. Newton Fahl, Dr. Marília Compagnoni, Dr. Gastão Nicolau dos Santos, Dr. Cassius Torres, Dr. Cleto Piazzeta, Dr. Bento Garcia e Dr. Dirceu Calgaro, pelo exemplo de profissionais comprometidos com a qualidade da Odontologia. Ao primo e colega Sílvio Luís Dalagnol, pelos ensinamentos e orientações preciosas. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e à Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela bolsa de estudos concedida. A todos que contribuíram direta e indiretamente para essa conquista, meu MUITO OBRIGADO! ix RESUMO BRUNETTO, Daniel Paludo. Efeitos do avanço cirúrgico maxilar associado ao recuo mandibular e do avanço maxilomandibular no espaço aéreo faríngeo. Orientadora: Dra. Mônica Tirre Souza Araújo. Rio de Janeiro: UFRJ/Faculdade de Odontologia, 2012. Dissertação (Mestrado em Odontologia – Ortodontia). 101 f. O objetivo do presente estudo foi avaliar quais são os efeitos da cirurgia de avanço maxilar associado ao recuo mandibular (AMRM) e de avanço maxilomandibular (AMM) na anatomia faríngea. Além disso, verificar a existência de correlações entre quantidade de deslocamento anteroposterior dos maxilares e quantidade de variação do volume do espaço aéreo faríngeo (EAF). A casuística foi dividida em grupo 1, contendo 19 pacientes que sofreram AMRM, e grupo 2, com 14 pacientes submetidos a AMM. As seguintes medidas bidimensionais (aferidas nos cortes axiais 1, 2 e 3) e tridimensionais foram realizadas nas tomografias pré e pós-cirúrgicas e posteriormente comparadas: anteroposterior (AP); látero-lateral (LL); área seccional axial (ASA); mínima área seccional axial (ASAm); distância da ASAm ao ponto S (DASAm); volume do compartimento superior (VolA); volume do compartimento inferior (VolB); volume total (VolTo). No grupo 1, houve aumento significativo das medidas bidimensionais AP (P=0.006) e ASA (P=0.008) na altura do corte 1, e das tridimensionais VolA (P=0.001) e VolTo x (P=0.044). Não houve redução significativa do VolB mesmo com o recuo da mandíbula. No grupo 2, todas as medidas bi e tridimensionais apresentaram um incremento significativo, exceto a DASAm. A principal diferença entre os grupos foi a medida LL nos três cortes axiais, a ASAm (P=0.027) e as três medidas volumétricas (P=0.001). Concluiu-se que pacientes submetidos ao avanço maxilar com recuo mandibular apresentaram aumento nas dimensões do EAF no nível da espinha nasal posterior, enquanto os pacientes de avanço maxilomandibular apresentaram aumento em toda a extensão mensurada da faringe. Forte correlação positiva entre o deslocamento do maxilar em questão e o compartimento de volume que lhe era mais próximo foi verificada. xi SUMMARY BRUNETTO, Daniel Paludo. Efeitos do avanço cirúrgico maxilar associado ao recuo mandibular e do avanço maxilomandibular no espaço aéreo faríngeo. Orientadora: Dra. Mônica Tirre Souza Araújo. Rio de Janeiro: UFRJ/Faculdade de Odontologia, 2012. Dissertação (Mestrado em Odontologia – Ortodontia). 101 f. The purpose of the present study was to evaluate and compare the effects of the maxillary advancement associated with mandibular setback (MAMS) and the maxillomandibular advancement (MMA) on the UA. Furthermore, correlations between the amount of jaws displacement and the volume variation of the UA were established. For this, 33 patients were divided in two groups, accordingly to the kind of surgery they had undergone. Group 1 had 19 subjects that underwent MAMS while group 2 had 14 patients who underwent MMA. The following twodimensional (taken in the axial slices 1, 2 and 3) and three-dimensional measurements were assessed on the pre and postoperative scans and than compared between them: anteroposterior (AP); latero-lateral (LL); cross-sectional area (CSA); minimal cross-sectional area (CSAm); distance from CSAm to point S (DCSAm); volume of the upper compartment (VolA); volume of the lower compartment (VolB); total volume (VolTo). In group 1, there was a statistically xii significant increase on the AP (P=0.006) and CSA (P=0.008) measurements in axial slice 1, and on measurements VolA (P=0.001) e VolTo (P=0.044) as well. In group 2, all the measurements had a significant increment, except for the DCSAm. The main difference between the groups was the LL in all the three axial slices, the CSAm (P=0.027) and the three volumetric measurements (P=0.001). MAMS’s patients showed significant increase on the UA dimensions at posterior nasal spine level, while MMA’s patients presented significant increase in all levels evaluated. Stronger positive correlations were found between the jaws displacement and the volume variation of its closest volume compartment of the UA. xiii LISTA DE FIGURAS DELINEAMENTO DA PESQUISA Página Figura 1 Imagem mostrando a orientação do crânio com o PHF paralelo ao solo. 7 Figura 2 Imagens demonstrando as oito medidas utilizadas na ETAPA 1, em A) as quatro medidas horizontais; em B) as quatro medidas verticais. 8 Figura 3 Em A) Imagem representativa da altura dos cortes axiais 1, 2 e 3; em B) imagem do corte axial número 1 com as respectivas medidas lineares. 12 Figura 4 Imagens demonstrando a metodologia para definir a altura dos cortes axiais, em A) alturas definidas a partir dos pontos anatômicos em T1; em B) alturas definidas em T2 através de referências das medidas realizadas em T1. 13 Figura 5 Imagem demonstrando a aferição da ASA (corte 1), utilizando a ferramenta “Sinus/airway” do software. 14 Figura 6 Imagens demonstrando a análise da mínima área axial, em A) definição dos limites superior e inferior (linhas em vermelho) e aferição da ASAm (linha branca); em B) distância da ASAm até o ponto S (medida perpendicular ao PHF). 15 xiv Figura 7 Imagens demonstrativas dos limites utilizados para aferição do volume do EAF. A linha vertical de referência foi utilizada para que o mesmo limite inferior de VolA fosse delineado na mesma altura compartimento nos dois superior tempos. (VolA); Em em A) B) limites do limites do compartimento inferior (VolB). 16 Figura 8 Imagens frontal e lateral da segmentação do crânio e maxilares da tomografia, feita com o software ITK- InsightSNAP. 18 Figura 9 Imagens frontal e lateral do software CMF, demonstrando a ferramenta “Mapa de cores” que mostra em verde as estruturas que não sofreram deslocamento de T1 para T2, em vermelho as estruturas que sofreram avanço e em azul as que tiveram recuo (recolocação posterior). representa um paciente submetido Este caso a avanço maxilomandibular. 20 Figura 10 Imagens do mesmo caso da Figura 9 demonstrando a associação da ferramenta “Mapa de cores” com a “Isoline”, utilizadas para aferição do deslocamento tridimensional decorrente da cirurgia dos pontos A e B. 21 ARTIGO 1 Figure 1 Images showing the selection process performed on the midsagittal slice on the Dolphin3D software. A, the four vertical measurements. B, the four horizontal measurements. Figure 2 Image demonstrating the level of the three axial slices that 47 xv were used to make the AP, LL and CSA measurements. Slice 1, posterior nasal spine. Slice 2, most caudal point of the uvula. Slice 3, most anterior and inferior point of C4. 47 Figure 3 Images depicting the three measurements that were performed on each of the axial slices. A, the AP and the LL measurements on slice 1. B, the CSA measured on slice 1. 48 Figure 4 Image of the midsagittal slice with the minimal cross-sectional area (CSAm) and its perpendicular distance to S point (DCSAm) represented. 48 Figure 5 The perpendicular distances of the axial slices to a FHP’s parallel line passing through S point (S line) were computed on T1 and reproduced on T2, working as a guide to make the measurements at the same level on both scans. A, midsagittal slice depicting the distances measured on the preoperative scan. B, same distances reproduced on T2. 49 Figure 6 Images showing the airway parameters that were used in the study. The reference line worked as a guide to use the same inter compartment limit on both scans, disregarding the position of the cervical spine (C2) that may vary on the scans. A, midsagittal slice demonstrating the limits used for the upper compartment (VolA). B, limits used for the lower compartment (VolB). ARTIGO 2 Figure 1 Images showing the measurements used on step 1 of the second phase of the sample selection process. A, the four 49 xvi vertical measurements; B, the four horizontal measurements. 71 Figure 2 Demonstrative images of the limits used to measure the two compartments that constituted the UA, always delineated on a midsagittal slice. The reference line depicted was built on T1 scan and reproduced on T2, for better reliability of the volumetric measurements. A, limits used to measure the upper compartment volume (VolA). B, limits used for the lower compartment (VolB). 71 Figure 3 Lateral and frontal views (on CMF software) of the pre and postoperative superimposed models of a patient that underwent maxillomandibular advancement. The color map tool depicts on different colors what occurred to the respective structures after surgery: green (no movement), red (forward movement) and blue (backward movement). The isoline on this image shows the point B displacement 6 months after surgery. 72 Figure 4 Linear regression model showing the goodness of fit of the variables “jaws displacement” and “percentage of volume variation” of its closer volume compartment. A, Mx-VolA model of group 1 (r = 0.785, R2 = 0.616, P < 0.001). B, MdVolB model of group 1 (r = 0.754, R2 = 0.568, P < 0.001). C, Mx-VolA model of group 2 (r = 0.830, R2 = 0.689, P < 0.01). D, Md-VolB model of group 2 (r = 0.794, R2 = 0.629, P < 0.01). Figure 5 Linear regression model for combined data of both groups. A, 72 xvii Mx-VolA showed a bad adjustment to the model (r = 0.548, R2 = 0.300, P < 0.01). B, Md-VolB showed the strongest positive correlation and the best adjustment of the study (r = 0.921, R2 = 0.914, P < 0.001). 73 DISCUSSÃO Figura 11 Imagem demonstrando como a rotação do plano oclusal pode mascarar o avanço do ponto A. Nota-se que o avanço da maxila, medido pelo incisivo central superior, é maior do que o ponto A denota. 76 Figura 12 Imagens demonstrando os diferentes tipos de aferição da ASA, em A) aferição feita com delimitação manual de limites no software Dolphin Imaging; em B) aferição automática da área axial utilizada no estudo, com a ferramenta “Sinus/airway”, na qual o operador somente define a altura desejada do corte axial no modelo tridimensional ou no corte sagital mediano. 78 xviii LISTA DE TABELAS DELINEAMENTO DA PESQUISA Tabela 1 Distribuição dos pacientes nos grupos Página 9 ARTIGO 1 Table I Descriptive and before and after statistics of group 1 45 Table II Descriptive and before and after statistics of group 2 46 Table III Intergroup differences 46 ARTIGO 2 Table I Sample distribuition 69 Table II Percentage of volume variation in groups 69 Table III Jaws anteroposterior displacement in groups (mm) 69 Table IV Jaws displacement X volume variation 70 xix LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS %VolA porcentagem da variação do VolA %VolB porcentagem da variação do VolB %VolTo porcentagem da variação do VolTo AMM (MMA) avanço maxilomandibular (maxillomandibular advancement) AMRM (MAMS) avanço maxilar associado ao recuo mandibular (maxillary advancement associated with mandibular setback) AP medida linear anteroposterior ASA (CSA) medida área seccional axial (cross-sectional area) ASAm (CSAm) medida área seccional axial mínima (minimal crosssectional) C2 vértebra cervical número 2 C3 vértebra cervical número 3 C4 vértebra cervical número 4 COD coefficient of deviation CPAP continuous positive airway pressure (pressão positiva contínua na faringe) DASAm (DCSAm) medida da distância da área seccional axial mínima ao ponto S DICOM digital imaging and comunication in medicine (comunicação e imaginologia digital em medicina) DP (SD) desvio padrão (standard deviation) xx EAF (UA) espaço aéreo faríngeo (upper airway) ENP (PNS) ponto espinha nasal posterior (posterior nasal spine) FOV field of view (campo de visão) ICC intraclass correlation ICS incisivo central superior LL medida linear látero-lateral Md (Md) mandíbula (mandible) Me ponto mento MSP midsagittal plane Mx (Mx) maxila (maxilla) Or ponto orbital P p valor (significância estatística) PHF (FHP) plano horizontal de frankfurt (frankfurt horizontal plane) Po ponto pório r coeficiente de correlação de Pearson R2 coeficiente de determinação da análise de regressão linear S ponto sela turca SAOS (OSA) síndrome da apnéia obstrutiva do sono (obstructive sleep apnea) SN linha sela-násio SPSS statistical package for social sciences (software de análise estatística) TCFC (CBCT) tomografia computadorizada de feixe cônico (cone-beam computed tomography) VolA medida do volume do compartimento superior do EAF VolB medida do volume do compartimento inferior do EAF VolTo medida do volume total do EAF xxi ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................1 2 PROPOSIÇÃO......................................................................................................5 3 DELINEAMENTO DA PESQUISA........................................................................6 3.1 CASUÍSTICA...........................................................................................6 3.2 TOMOGRAFIAS....................................................................................10 3.3 PROCEDIMENTO CIRÚRGICO...........................................................10 3.4 ANÁLISE BIDIMENSIONAL..................................................................11 3.4.1 Análise anteroposterior e látero-lateral....................................11 3.4.2 Análise da área seccional axial...............................................13 3.4.3 Análise da área seccional axial mínima..................................14 3.5 ANÁLISE TRIDIMENSIONAL...............................................................15 3.6 CORRELAÇÃO DESLOCAMENTO MAXILARES X VARIAÇÃO DO VOLUME DO EAF.......................................................................................17 3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA.......................................................................21 4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA.............................................................23 4.1 ARTIGO 1..............................................................................................24 4.2 ARTIGO 2..............................................................................................50 5 DISCUSSÃO.....................................................................................................74 xxii 6 CONCLUSÃO...................................................................................................92 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................93 8 ANEXOS.........................................................................................................101 ANEXO 1: AUTORIZAÇÃO PARA USO DE BANCO DE DADOS............101 ANEXO 2: PARECER FAVORÁVEL DO COMITÊ DE ÉTICA..................102 1 1 INTRODUÇÃO O espaço aéreo faríngeo (EAF) é uma estrutura complexa do ponto de vista anatômico, podendo ser dividido didaticamente em três segmentos: nasofaringe, que se estende desde os cornetos nasais até o palato duro; orofaringe, que inicia-se no palato duro e estende-se à base da língua; e hipofaringe, que inicia na base da língua prolongando-se até a laringe (SCHWAB; GOLDBERG; 1998). Esta estrutura participa de funções fisiológicas importantes como a deglutição, fonação e respiração (SCHWAB; GOLDBERG; 1998). Todas elas desempenham papel fundamental no desenvolvimento e qualidade de vida, porém a última possui ainda mais importância, uma vez que o ser humano não é capaz de ficar sequer alguns minutos sem respirar. A respiração é um fenômeno que requer mais atenção particularmente durante o sono, quando o indivíduo está em posição supina e os músculos da parede anterior e posterior da faringe encontram-se com seu tônus reduzido (SIMMONS; 1998), interferindo na patência do EAF. Esse relaxamento muscular, associado ou não a aspectos anatômicos desfavoráveis, pode levar o paciente a uma condição denominada de Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS). Esta é uma desordem médica grave caracterizada por colapsos da via faríngea durante o 2 sono, que levam a interrupção da passagem de ar. A sua gravidade é medida através do número médio de apnéias ou hipopnéias por hora, sendo que a partir de dez eventos por hora o paciente já é considerado portador da síndrome (JOHNS et al.; 1998). As suas principais consequências para saúde podem ser divididas em duas categorias: manifestações clínicas como a hipersonolência diurna, que ocorre devido a fragmentação da estrutura do sono pelos repetitivos despertares (necessários para que haja a reabertura do espaço aéreo) durante os eventos apneicos (JOHNS et al.; 1998); e as desordens cardiovasculares, como a vasoconstrição pulmonar e sistêmica, arritmias e hipertensão (SHEPARD; 1992). Além disso, a população com essa patologia apresenta maior frequência de depressão e se envolvem em acidentes mais frequentemente que pessoas saudáveis (TERAN-SANTOS; JIMENEZ-GOMEZ; CORDERO-GUEVARA; 1999). A patogênese da SAOS envolve basicamente um fator de obstrução anatômica do EAF, associado ou não a um componente funcional. Este está ligado ao sistema nervoso central, que controla a neuromusculatura reguladora da patência do EAF (ZHAO; LIU; GAO; 2008). Essas obstruções podem ocorrer ao longo de toda faringe, porém os locais mais frequentemente atingidos estão no nível do palato mole e da base da língua (RILEY; POWELL; GUILLEMINAULT; 1987), sendo que obstruções simultâneas nos dois níveis são mais comuns (BOHLMAN et al.; 1983). Uma vez diagnosticada a SAOS, o tratamento considerado padrão ouro é o CPAP (Continuous Positive Airway Pressure), que consiste em um aparelho que bombeia ar pressurizado na via aérea mantendo-a sempre aberta. Porém, o dispositivo é pouco tolerado pelos pacientes devido a difícil adaptação, seja pelo desconforto ou pelo barulho do aparelho. Os casos leves a moderados têm mostrado boa resposta aos aparelhos protratores mandibulares (KATO et al.; 3 2000; NG et al.; 2005), principalmente por provocarem um ganho no diâmetro transverso da faringe (ZHAO; LIU; GAO; 2008). Nos casos mais graves, o tratamento ortodôntico associado a cirurgia ortognática vem sendo utilizado já há alguns anos e tem se mostrado uma boa alternativa ao CPAP. Porém, o paciente deve possuir padrão esquelético que suporte e indique este tipo de terapia. Os tratamentos orto-cirúrgicos possuem grande impacto no EAF. Podem curar um paciente com SAOS no caso de um avanço maxilomandibular (HOLTY; GUILLEMINAULT; 2010) ou agravar uma preexistente com um recuo mandibular (SAMMAN; TANG; XIA; 2002). A cirurgia de avanço maxilomandibular (AMM) aumenta o espaço faríngeo pois expande o arcabouço esquelético, reduzindo assim a colapsabilidade da faringe durante a pressão negativa da inspiração (LI et al.; 2002; FAIRBURN et al.; 2007). Já a cirurgia de recuo mandibular em pacientes Classe III leva a mandíbula (e consequentemente a língua e seus músculos associados) para uma posição mais posterior (KITAGAWARA et al.; 2008), reduzindo o EAF e podendo levar o paciente ao desenvolvimento da síndrome (GUILLEMINAULT; RILEY; POWELL; 1985; RILEY et al.; 1987). Por isso, alguns trabalhos foram feitos demonstrando que o avanço maxilar associado ao recuo mandibular não é tão prejudicial para a faringe como o recuo mandibular isolado (DEMETRIADES et al.; 2010). Contrariamente, outros autores demonstraram que não há impacto no espaço faríngeo decorrente de tratamentos cirúrgicos para correção de deformidades esqueléticas (ATHANASIOU et al.; 1991; EGGENSPERGER; SMOLKA; IIZUKA; 2005). Os métodos de avaliação do EAF e das alterações decorrentes das cirurgias são muitos: ressonância magnética, radiografia cefalométrica de perfil, tomografia computadorizada multislice, nasofaringoscopia e reflexão acústica (SCHWAB; 4 GOLDBERG; 1998). Dentre esses, o mais utilizado é a radiografia cefalométrica, devido ao seu baixo custo, facilidade de aquisição e mensuração (DEGERLIYURT et al.; 2008). Porém, esse método apresenta algumas limitações, como a sobreposição de estruturas e a incapacidade de fazer mensurações no sentido transverso (ABOUDARA et al.; 2009). Em decorrência disso, os estudos atuais têm utilizado a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), que além de possibilitar as medidas transversas e aferição confiável do volume (LENZA et al.; 2010), tem maior precisão e reprodutibilidade na hora de marcar os pontos (GRAUER et al.; 2010). Somando essas vantagens à baixa radiação em relação a tomografia multislice, a TCFC se tornou o método de escolha para avaliação do EAF, apesar de existirem poucos trabalhos na literatura a utilizando até o presente momento (MATTOS et al.; 2011; PARK et al.; 2011). O objetivo do presente estudo foi avaliar, através de TCFC, as possíveis alterações na faringe em pacientes que foram submetidos aos tratamentos ortocirúrgicos de avanço maxilar associado ao recuo de mandíbula e de avanço maxilomandibular. Além disso, correlacionou-se a quantidade de movimentação dos maxilares com as consequentes alterações de volume do EAF. 5 2 PROPOSIÇÃO 2.1 avaliar as alterações dimensionais no espaço aéreo faríngeo de pacientes submetidos ao tratamento orto-cirúrgico de avanço maxilar associado ao recuo mandibular; 2.2 avaliar as alterações dimensionais no espaço aéreo faríngeo de pacientes submetidos ao tratamento orto-cirúrgico de avanço maxilomandibular; 2.3 comparar as alterações entre os dois tipos de cirurgia estudados; 2.4 correlacionar a quantidade de deslocamento espacial anteroposterior dos maxilares com as possíveis alterações de volume do espaço aéreo faríngeo. 6 3 DELINEAMENTO DA PESQUISA 3.1 CASUÍSTICA Constituiu-se de 33 pacientes, na faixa etária de 18 a 30 anos, submetidos ou ao tratamento orto-cirúrgico de avanço maxilar associado ao recuo mandibular ou ao avanço maxilomandibular. Os pacientes tratados com AMRM foram alocados no grupo 1 e os de AMM no grupo 2 (Tabela 1, página 9). O processo de seleção foi feito em duas fases. Na 1ª, os critérios de inclusão utilizados foram: possuir entre 18 e 30 anos; tomografias pré e pós- cirúrgicas realizadas no mesmo tomógrafo e com boa qualidade de visualização; tomografia pós-cirúrgica feita entre seis e oito meses após a cirurgia. Nesta mesma fase, alguns critérios de exclusão também foram aplicados: presença de assimetrias transversas importantes, tanto na maxila como na mandíbula; histórico de amigdalectomia e adenoidectomia; realização de mentoplastia; pacientes sindrômicos. Os pacientes selecionados nesta 1ª fase foram submetidos a uma 2ª e mais específica fase de seleção, no intuito de excluir pacientes com grandes alterações verticais, para que pudessem ser estudados os que tiveram predominância de 7 deslocamento anteroposterior dos maxilares. Nesta fase, duas etapas foram realizadas. ETAPA 1: As tomografias pré-cirúrgicas, no formato DICOM, foram importadas para o software Dolphin Imaging (versão 11.5, Chatsworth, CA) e orientadas (Figura 1). A orientação foi feita deixando o PHF paralelo ao solo, utilizando para construí-lo os pontos Pório (Po) direito e esquerdo e o ponto Orbital (Or) direito. Após, cinco pontos foram definidos sendo um na base do crânio, dois na maxila e dois na mandíbula. O ponto escolhido na base do crânio foi o ponto S (Sela turca), que foi utilizado para construir as linhas de referência. Na maxila, os pontos utilizados foram o ENP (Espinha Nasal Posterior) que representaria o segmento maxilar posterior e o ponto A, representando o segmento anterior. Na mandíbula, utilizou-se o ponto B e o ponto Mento (Me), representando o segmento anterior desta. Figura 1 Imagem mostrando a orientação do crânio com o PHF paralelo ao solo. 8 Duas linhas de referência foram utilizadas, uma vertical passando pelo ponto S e perpendicular ao PHF, e uma horizontal passando também pelo ponto S mas paralela ao PHF. Para que as linhas de referência fossem confiáveis as tomografias pré e pós-cirúrgicas deveriam estar orientadas de tal forma que o PHF estivesse paralelo ao solo. Com as linhas definidas, quatro medidas horizontais e quatro verticais foram feitas. Cada medida horizontal partia de cada um dos quatro pontos anteriormente definidos (ENP, A, B e Me) e estendia-se perpendicularmente até a linha vertical de referência (Figura 2A). As medidas verticais estendiam-se perpendicularmente dos mesmo pontos até a linha horizontal de referência (Figura 2B). A B Figura 2 Imagens demonstrando as oito medidas utilizadas na ETAPA 1, em A) as quatro medidas horizontais; em B) as quatro medidas verticais. 9 O mesmo processo foi repetido para as tomografias pós-cirúrgicas, sempre com o cuidado de manter a orientação inicial da cabeça. Desta forma, no final da etapa tinha-se as alterações verticais e horizontais (em mm) de ambos os maxilares dos pacientes. Os critérios de exclusão desta etapa foram: alteração vertical simultânea de mais de dois mm dos pontos ENP e ponto A do pré para o póscirúrgico, indicando impacção ou rebaixamento maxilar; movimento de qualquer maxilar menor do que três mm no sentido anteroposterior. ETAPA 2: Uma telerradiografia em normal lateral foi gerada a partir da tomografia pré-cirúrgica e duas medidas cefalométricas foram realizadas: inclinação do Plano Palatal e Plano Oclusal (ambas medidas em relação à linha SN). O procedimento foi repetido na tomografia pós-cirúrgica. Pacientes que apresentaram variação maior que 5º em qualquer uma das duas medidas foram excluídos do estudo. Ao término da ETAPA 2 da 2ª fase, dos 338 pacientes da amostra apenas 33 satisfizeram os critérios de inclusão e exclusão (Tabela 1). Tabela 1 Distribuição dos pacientes nos grupos Grupos n Idade (média + DP) P 1 19 23,23 ± 2,82 0.025 2 14 24,34 ± 2,46 Todos os pacientes foram selecionados do arquivo do Hospital da Face, localizado no bairro Vila Mariana na cidade de São Paulo - SP, com a devida autorização do diretor geral do hospital (anexo 1). O pesquisador obteve a concessão de acesso às informações do banco de dados da instituição supracitada, selecionando para este estudo os registros de pacientes que foram submetidos a tratamento orto-cirúrgico. A seleção foi feita exclusivamente pelo 10 número de prontuário, sem identificação nominal. Durante o tratamento dos dados coletados, os números de prontuários foram substituídos por uma nova relação numérica aleatória, passando a ser este o modo de identificar cada um dos conjuntos de dados relacionados a cada paciente. Os dados coletados dos arquivos foram o tipo de cirurgia ortognática realizada e dados das tomografias computadorizadas dos referidos pacientes. A imagem e a identidade dos pacientes não foram divulgadas por qualquer meio. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob parecer de número 115/2011 (anexo 2). 3.2 TOMOGRAFIAS Todas os exames utilizados no estudo foram do tipo TCFC, realizadas no mesmo tomógrafo i-Cat (Imaging Sciences, Hatfield CA) e pelo mesmo técnico em radiologia. A área de escaneamento, conhecida como FOV (Field of view), utilizada foi 17x23 cm (FOV estendido), com a resolução de voxel de 0,4 mm (isotrópico) e duração do exame de 36 segundos. Os pacientes, sentados em posição natural da cabeça e com os dentes em contato suave, foram orientados a não deglutir e a respirar brandamente durante a realização do mesmo. As tomografias pré-cirúrgicas (T1) foram feitas de duas a três semanas antes do procedimento cirúrgico e as pós-cirúrgicas (T2) de seis a oito meses após. 3.3 PROCEDIMENTO CIRÚRGICO 11 Todas as cirurgias foram realizadas pela mesma equipe cirúrgica e no mesmo hospital. A técnica cirúrgica foi a mesma para todos os pacientes, sendo osteotomia do tipo LeFort I para a maxila e a osteotomia sagital bilateral do ramo para a mandíbula (tanto para o avanço como para o recuo). A fixação dos maxilares foi a interna rígida, com placas e parafusos de titânio. 3.4 ANÁLISE BIDIMENSIONAL 3.4.1 Análise anteroposterior e látero-lateral: Para análise nas dimensões anteroposterior e látero-lateral do EAF, as tomografias pré-cirúrgicas foram importadas para o software Dolphin Imaging e então três cortes axiais tomográficos, paralelos ao PHF e com 0,4 mm de espessura, foram feitos nas seguintes alturas: ponto ENP (corte 1); ponto mais inferior e posterior do palato mole (corte 2); ponto mais inferior e anterior de C3 (corte 3) (Figura 3A, página 12). Cada corte axial gerou duas medidas, uma anteroposterior representada pela sigla AP mais o número do seu corte axial (ex. 1AP) e uma látero-lateral, representada por LL mais o número do corte (Figura 3B, página 12). A 1ª foi definida como a maior distância do EAF medida paralelamente ao plano sagital mediano e a 2ª como a maior distância medida perpendicularmente ao mesmo plano (FAIRBURN et al.; 2007). 12 Figura 3 Em A) Imagem representativa da altura dos cortes axiais 1, 2 e 3; em B) imagem do corte axial número 1 com as respectivas medidas lineares. A altura dos cortes axiais em T1 foi registrada, em relação ao ponto S, para que estes pudessem ser reproduzidos na mesma altura em T2. Portanto, neste tempo os cortes não foram feitos na altura dos pontos supracitados, mas sim na altura das distâncias desses pontos à linha S na tomografia pré-cirúrgica (Figura 4A e 4B, página 13). 13 A B Figura 4 Imagens demonstrando a metodologia para definir a altura dos cortes, em A) alturas definidas a partir dos pontos anatômicos em T1; em B) alturas definidas em T2 através de referências das medidas realizadas em T1. 3.4.2 Análise da área seccional axial A área seccional axial (ASA) do EAF, expressa em mm2, foi aferida utilizando os mesmos cortes axiais da análise anteroposterior e látero-lateral (corte 1, 2 e 3), para posterior comparação entre T1 e T2. A aferição foi feita de forma automática, na qual se define somente a altura da aferição no modelo tridimensional ou no corte sagital mediano, utilizando a ferramenta “Sinus/airway” do software (Figura 5, página 14). Da mesma forma que na análise anterior, a altura dos cortes axiais na TCFC pós-cirúrgica era determinada com referência na tomografia pré-cirúrgica. 14 Figura 5 Imagem demonstrando a aferição da ASA (corte 1), utilizando a ferramenta “Sinus/airway” do software Dolphin Imaging. 3.4.3 Análise da área seccional axial mínima A área seccional axial mínima (ASAm) ou área de maior constrição, também expressa em mm2, é aferida automaticamente pelo software, uma vez delimitados os limites inferior e superior do EAF (Figura 6A, página 15). A sua distância linear perpendicular ao ponto S também foi registrada, sendo denominada DASAm (Figura 6B, página 15). 15 A B Figura 6 Imagens demonstrando a análise da mínima área axial, em A) definição dos limites superior e inferior (linhas em vermelho) e aferição da ASAm (linha branca); em B) distância da ASAm até o ponto S (medida perpendicular ao PHF). 3.5 ANÁLISE TRIDIMENSIONAL Para realização da análise tridimensional ou volumétrica, o EAF foi dividido em compartimento superior e inferior. Os limites utilizados para o compartimento superior (VolA) foram: limite superior, linha paralela ao PHF passando pelo ponto mais superior do EAF; limite anterior, linha perpendicular ao PHF passando pelo ponto mais anterior e inferior do seio esfenoidal; limite inferior, linha paralela ao PHF passando pelo ponto de maior concavidade da parede anterior inferior de C2; limite posterior, linha perpendicular ao PHF passando pelo ponto mais posterior do EAF (Figura 7A, página 16). Todos os limites foram delimitados em corte sagital mediano. 16 Para o compartimento inferior (VolB), utilizou-se os seguintes limites: limite superior, linha paralela ao PHF passando pelo ponto de maior convexidade da parede anterior inferior de C2 (limite inferior do compartimento superior); limite anterior, linha perpendicular ao PHF passando pelo ponto mais anterior do seio esfenoidal; limite inferior, linha paralela ao PHF passando pelo ponto mais anterior e inferior de C4; limite posterior, linha perpendicular ao PHF passando pelo ponto mais posterior do EAF (Figura 7B). Para confirmar que o mesmo limite inferior do compartimento superior era utilizado para as medições nos dois tempos, a sua distância perpendicular à linha de referência S (linha perpendicular ao PHF e que passa pelo ponto S) foi aferida e então utilizada para definir o mesmo limite na TCFC pós-cirúrgica. A B Figura 7 Imagens demonstrativas dos limites utilizados para aferição do volume do EAF. A linha vertical de referência foi utilizada para que o mesmo limite inferior de VolA fosse delineado na mesma altura nos dois tempos. Em A) limites do compartimento superior (VolA); em B) limites do compartimento inferior (VolB). 17 Os volumes dos compartimentos superior e inferior e o volume total (VolTo), calculado através da soma de VolA e VolB, foram medidos em T1 e T2. A razão volume final/volume inicial também foi calculada para se obter a porcentagem de variação. 3.6 CORRELAÇÃO DESLOCAMENTO MAXILARES X VARIAÇÃO NO VOLUME DO EAF Avaliou-se o comportamento da relação entre o deslocamento espacial anteroposterior dos maxilares e variação do volume do EAF na casuística estudada. Para isso, obteve-se a priori o real deslocamento dos maxilares através da sobreposição por superfície das tomografias pré e pós-cirúrgicas, com um método já descrito anteriormente (CEVIDANES et al.; 2005) com algumas modificações. Primeiramente, as tomografias em formato DICOM com voxels isotrópicos de 0,4 mm de resolução, foram reformatadas para que tivessem voxels isotrópicos de 0,5 mm, através do software Imagine (programa gratuito, desenvolvido em 2004 na Universidade da Carolina do Norte). Dessa forma, menor poder computacional seria necessário para as análises e os softwares utilizados posteriormente funcionariam de forma mais adequada. A tomografia pré-cirúrgica já reformatada foi importada para o software ITK-SNAP (programa gratuito, também desenvolvido na Universidade da Carolina do Norte) para confecção da segmentação da tomografia, através de uma ferramenta semiautomática (YUSHKEVICH et al.; 2006). O processo de segmentação consiste em isolar da tomografia as estruturas que deseja-se avaliar, definindo limites nos planos axial, coronal e sagital (Figura 8, página 18). Este processo foi feito em 18 duas etapas: na primeira, segmentou-se a porção do crânio que seria utilizada posteriormente como estrutura estável para sobreposição das tomografias T1 e T2; na segunda, segmentou-se a maxila e a mandíbula para que se pudesse avaliar seus respectivos deslocamentos decorrentes da cirurgia. Concluídas essas etapas, um modelo tridimensional era gerado contendo somente as estruturas desejadas e salvo em formato GIPL (formato reconhecido pelo software de sobreposição utilizado). O mesmo procedimento foi repetido para a tomografia pós-cirúrgica. Figura 8 Imagens frontal e lateral da segmentação do crânio e dos maxilares da tomografia, feita com o software ITK-InsightSNAP. Na sequência os modelos tridimensionais pré e pós foram importados para o programa Imagine, o qual faz uma sobreposição automática dos dois volumes comparando a intensidade da escala de cinza dos voxels pertencentes a região do crânio previamente segmentada, utilizando T1 como referência (CEVIDANES et al.; 2005). Assim sendo, o programa registra os dois modelos pela base do crânio e fornece o real posicionamento dos maxilares nos dois tempos. 19 Para que os modelos 3D fossem importados para o software CMF (Craniomaxillofacial application – Jonas Chapuis, M. E. Muller Research Center for Orthopaedic Surgery, University of Bern, Switzerland), no qual foi feita a avaliação qualitativa e quantitativa do deslocamento anteroposterior dos maxilares (CHAPUIS et al.; 2007), algumas transformações de formato de arquivos foram necessárias. Editou-se o formato do arquivo de GIPL para STL (arquivo de superfície), de STL para META, e finalmente de META para IV, que era o formato reconhecido pelo software CMF. Os modelos de superfície T1 e T2, registrados somente pelo crânio, foram avaliados através da ferramenta “Mapa de cores” e “Isoline”. No “Mapa de cores”, milhares de comparações matemáticas ponto a ponto são feitas, sendo estes pontos codificados por cores, permitindo avaliar a real distância entre as duas superfícies (GERIG; JORNIER; CHAKOS; 2001). O software utiliza a morfologia e posição espacial do modelo pós-cirúrgico para fazer a comparação com o pré-cirúrgico. Ou seja, o que se observa é anatomia do modelo T2 e as diferentes cores exibidas representam as respectivas distâncias deste modelo para o modelo T1. A cor vermelha representa um deslocamento anterior, a cor azul denota um deslocamento posterior e a cor verde ausência de movimento (Figura 9, página 20). Em associação com o “Mapa de cores”, a ferramenta “Isoline” foi utilizada para aferir o deslocamento entre as superfícies de T1 e T2 nas regiões de interesse. Esta ferramenta permite que o operador escolha uma distância específica entre as superfícies dos dois modelos, que é demarcada nestes como uma linha de contorno (Isoline) nas regiões em que houve deslocamento equivalente ou superior a distância pré-determinada (Figura 10, página 21). Desta forma, aumenta-se progressivamente essa distância até determinar-se o 20 deslocamento das regiões de interesse (CARVALHO FDE et al.; 2010; ALMEIDA et al.; 2011). Neste estudo, as regiões escolhidas foram o ponto A para a maxila e ponto B para mandíbula. Sabendo-se a variação do volume do EAF, aferida na análise tridimensional, e o real deslocamento anteroposterior dos maxilares, estabeleceuse relações entre estes fatores através da correlação de Pearson e de análise de regressão linear. Primeiramente, as relações foram estabelecidas de forma separada para cada grupo. Verificou-se uma possível correlação entre o deslocamento de cada maxilar separadamente e os compartimentos nos quais o EAF foi dividido. Por fim, utilizou-se os valores de deslocamento dos maxilares e variações dos volumes dos dois grupos juntos para se estabelecer uma regressão linear entre esses fatores. Figura 9 Imagens frontal e lateral do software CMF, demonstrando a ferramenta “Mapa de cores” que mostra em verde as estruturas que não sofreram deslocamento de T1 para T2, em vermelho as estruturas que sofreram avanço e em azul as que tiveram recuo (recolocação posterior). Este caso representa um paciente submetido a avanço maxilomandibular. 21 Figura 10 Imagens do mesmo caso da Figura 9 demonstrando a associação da ferramenta “Mapa de cores” com a “Isoline”, utilizadas para aferição do deslocamento tridimensional decorrente da cirurgia dos pontos A e B. 3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA As análises bidimensionais, tridimensionais e de deslocamento de maxilares foram refeitas em dez pacientes escolhidos aleatoriamente, no intuito de determinar-se o índice de correlação intraclasse dessas medidas. A metodologia de seleção da amostra também foi testada. Os grupos foram testados para verificar homogeneidade em T1 através do teste t de Student (após verificada a normalidade de distribuição das medidas pelo teste de Kolmogorov-Smirnov) para amostras independentes, no intuito de realizar comparações posteriores. O mesmo teste estatístico foi utilizado para verificar diferenças intergrupos nas aferições pré e pós-cirúrgicas. A significância 22 estatística foi estabelecida em P<0.05. Para detectar diferenças entre as medidas de T1 e T2 intra-grupos foi utilizado o teste t para amostras pareadas. O deslocamento dos maxilares foi analisado por estatística descritiva e foi aplicado também um teste t para amostras independentes para verificar homogeneidade de deslocamento entre os grupos. Para determinar o coeficiente de correlação entre as variáveis dependente e independente foram utilizadas as análises de correlação de Pearson e a de regressão linear. 23 4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA 4.1 ARTIGO 1 BRUNETTO, D.P.; VELASCO, L.; DE PAULA, L.K.; CEVIDANES, L.H.S.; ARAÚJO, M.T.S. Upper airway effects of maxillary advancement with mandibular setback and maxillomandibular advancement surgeries: a CBCT comparison study. A ser submetido para publicação na American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. 4.2 ARTIGO 2 BRUNETTO, D.P.; VELASCO, L.; DE PAULA, L.K.; CEVIDANES, L.H.S.; ARAÚJO, M.T.S. Correlation between jaws displacement due to orthognathic surgery and the volume variation of the upper airway. A ser submetido para publicação na American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. 24 4.1 ARTIGO 1 BRUNETTO, D.P.; VELASCO, L.; DE PAULA, L.K.; CEVIDANES, L.H.S.; ARAÚJO, M.T.S. Upper airway effects of maxillary advancement with mandibular setback and maxillomandibular advancement surgeries: a CBCT comparison study. 25 Upper airway effects of maxillary advancement with mandibular setback and maxillomandibular advancement surgeries: a CBCT comparison study. Daniel Paludo Brunettoa, Leandro Velascob, Leonardo Koerich de Paulaa; Lúcia Helena Soares Cevidanesc; Mônica Tirre de Souza Araújod; a Master’s student, Department of Orthodontics, Federal University of Rio de Janeiro Dental School, Rio de Janeiro, Brazil. b Oral Surgeon, Hospital da Face, São Paulo, Brazil. c Assistant Professor, Department of Orthodontics and Pediatric Dentistry, University of Michigan School of Dentistry, Ann Arbor, MI. d Associate Professor, Department of Orthodontics, Federal University of Rio de Janeiro Dental School, Rio de Janeiro, Brazil. Corresponding Author: Mônica Tirre de Souza Araújo Department of Orthodontics - Dental School Federal University of Rio de Janeiro – UFRJ Av. Professor Rodolpho Paulo Rocco – Ilha do Fundão Rio de Janeiro – RJ CEP 21941-590 Tel: (55) 21-2590-2727 Fax: (55) 21-2590-2771 Email: monicatirre@ortodontia.ufrj.br 26 ABSTRACT Introduction: Attention has been given to the consequences on the upper airway (UA) of the jaws displacements that occur with surgical-orthodontic treatments. Although, there is still sparse evidence concerning the UA dimensions alterations. Thus, the purpose of the present study was to assess, using Cone-Beam Computed Tomography (CBCT), these alleged changes. Methods: Nineteen subjects that had undergone maxillary advancement associated with mandibular setback (group 1) and 14 subjects that had undergone maxillomandibular advancement (group 2) were selected for this retrospective study. The linear analysis included the anteroposterior (AP) and transverse (LL) measurements, which were performed on three axial slices along the UA. Area analysis consisted on the cross-sectional area (CSA) measured on the same axial slices, the minimal cross-sectional area (CSAm) and its distance to S point (DCSAm). For volumetric analysis, the UA was divided into upper compartment (VolA) and lower compartment (VolB), and their sum represented the total volume (VolTo). First, the pre and postoperative measurements were compared intra-group and then intergroups. Results: On group 1, only AP (P = 0.006) and CSA (P = 0.008) measurements of the most superior axial slice and VolA (P = 0.001) and VolTo (P = 0.044) presented statistically significant increase. For group 2, all the 27 measurements showed significant increase. The LL on all three slices and the volumetric measurements had significant differences between the groups. Conclusions: Maxillary advancement associated with mandibular setback promoted an increase on the upper airway dimensions at the posterior nasal spine level, while maxillomandibular advancement caused an expansion on all the upper airway extension. 28 INTRODUCTION Maxillary associated with mandibular setback (MAMS) is considered a stable procedure and is an alternative for isolated mandibular setback surgery in patients presenting maxillary anteroposterior deficiency. It has been the subject of special attention because previous studies have shown that this procedure is less prejudicial to the upper airway (UA) and its correlated functions, when compared to mandibular setback1-3. Maxillomandibular advancement surgery is traditionally used for the treatment of patients that have jaws posteriorly positioned, originating aesthetic and functional deficiencies. However, this procedure has been showing good outcomes in patients suffering from Obstructive Sleep Apnea (OSA), reducing their apnea/hypopnea index during sleep and improving life quality4,5. Cone beam computed tomography (CBCT) has been the method of choice to assess the UA anatomy on the most recent studies and has many advantages over lateral cephalograms, such as linear measurements almost free of distortion and with the possibility of accurate transverse and volumetric measurements1,2,6,7. Although jaws displacement arising from these surgical-orthodontics procedures seems to have influence upon the UA dimensions, there is still sparse evidence and few studies regarding these issues7,8. Therefore, the purpose of the present study was to evaluate and compare the consequences of the maxillary 29 advancement associated to mandibular setback and the maxillomandibular advancement on the dimensions of the upper airway. METHODS Patients’ data were retrospectively collected from the archive of the Hospital da Face (São Paulo, SP, Brazil), after the Research Ethics Committee of the Federal University of Rio de Janeiro had reviewed and approved the study project. To estimate the sample size, a power analysis was performed based on a pilot study. Considering a power of 80% and a significance level of 5%, the analysis showed that 12 patients were required in each group. The following inclusion criteria were applied to a sample of 338 patients that had undergone MAMS or MMA: 1) patient aging from 18 to 30 years old; 2) pre and postoperative CBCT scans taken with the same machine and postoperative scan performed 6 to 8 months after surgical procedure; 3) absence of important maxillary and/or mandibular transverse asymmetry; 4) absence of genioplasty. Hence, the eligible patients were subjected to a more specific filtering, that comprised two steps. To perform these steps, T1 and T2 CBCT scans were loaded into Dolphin 3D Imaging Software 11.5 (Dolphin Imaging and Management Solutions, Chatsworth, CA) and oriented with the Frankfurt Horizontal Plane (FHP) parallel to the ground. Step 1 contained two analysis, one vertical (Fig 1A) and one horizontal (Fig 1B), and five landmarks defined on the midsagittal plane (MSP) were used for both: S point (S), Posterior Nasal Spine (PNS), A point (A), B point (B) and Menton (Me). For the vertical analysis, four linear measurements were made starting from each 30 of the aforementioned landmarks (except S) until it reached perpendicularly the horizontal reference line (line parallel to FHP that passed through S point). The distances were obtained on T1 and T2 scans and variations greater than two mm for any of them excluded the patient from the sample. The horizontal analysis also had four measurements going from the same points through the vertical reference line (perpendicular to FHP passing through S point). Variations lower than 3 mm between pre and postoperative measurements for any point also excluded the subject. This criterion was used to filter patients that exhibited a low degree of jaws displacement. Step 2 consisted of Palatal Plane and Occlusal Plane cephalometrics measurements, performed on T1 and T2 scans as well. If any of the measurements presented a 5º or higher variation between the time points, the patient was eliminated. Finally, 33 subjects fulfilled all the requirements and were divided in two groups. Group 1 consisted of 19 patients that had undergone MAMS (mean age 23.23±2.82 years) and group 2 had 14 patients that had undergone MMA (mean age 24.34±2.46 years). The same surgical team performed all the surgeries at Hospital da Face. For the maxilla, LeFort 1 osteotomy was used and for the mandible bilateral sagittal split osteotomy. Jaws had rigid internal fixation with plates and screws. CBCT scans were taken with an I CAT machine (Imaging Sciences International, Hatfield, PA, USA) with the following scan protocol: 120 KV, 5 ma, 17x23 cm field of view, 0.4 mm voxel and scanning time of 36 seconds. Patients were oriented to maintain teeth in occlusion and breathe smoothly during the scan. A voxel-wise registration of the pre and postoperative scans that uses a sequence of specific softwares, already described in previous studies9-11, was performed so the jaws displacement could be accurately assessed. 31 On the two-dimensional analysis, the same software and the same cranial orientation of the selection process were used. Thus, three axial slices parallel to FHP and with 0.4 mm thickness were made on the following levels of the UA (Fig 2): 1) posterior nasal spine (PNS); 2) most inferior and posterior point of the uvula; 3) most anterior and inferior point of the third cervical vertebrae (C3). The anteroposterior (AP), transverse (LL) and cross-sectional area (CSA) measures were performed on each of these slices. The AP measurement was defined as the greater anteroposterior distance parallel to midsagittal plane and the LL measurement as the greater transverse distance perpendicular to MSP of the UA (Fig 3A). The CSA was measured automatically by using the “sinus/airway” tool of the software (Fig 3B). Besides, the minimal cross-sectional area (CSAm) and the perpendicular distance from CSAm to S point (DCSAm) were assessed (Fig 4). The perpendicular distance of the slices 1, 2 and 3 to the horizontal reference line were computed on T1 and reproduced on T2, so that the measurements were made at the same level on both time points (Fig 5). On the three-dimensional analysis, the UA was divided into upper compartment (VolA) and lower compartment (VolB). The limits for VolA (defined on the midsagittal plane) consisted of lines either parallel or perpendicular to FHP, which had the following base points (Fig 6A): most superior point of the UA (superior limit)12; most anterior and inferior point of the sphenoidal sinus (anterior limit); most concave point of the anterior and inferior wall of C2 (inferior limit); most posterior point of the pharynx12 (posterior limit). VolB had the following limits (Fig 6B): most concave point of the anterior and inferior wall of C2 (superior limit), same as the inferior limit of VolA; most anterior and inferior point of the sphenoidal sinus (anterior limit); most anterior and inferior point of C4 (inferior limit); most 32 posterior point of the pharynx12. The perpendicular distance of the inferior limit of the upper compartment to S point was computed on T1 and then used on T2. Total volume (VolTo) was obtained by the sum VolA + VolB. To detect differences between pre and postoperative measurements a t-test for paired samples was performed, after they had exhibited a normal distribution (confirmed by a Kolmogorov-Smirnov test). Hence, a t-test for independent sample screened for intergroup differences. All the measurements of 5 patients were redone for intra-class correlation purpose. RESULTS The measurements used in this study proved to have excellent reliability (ICC > 0.9) and had normal distribution confirmed. Data of both genders were analyzed together as no evidence of differences was found between them. The average maxillary displacement was 5.11±0,87 mm for group 1 and 4.51 ±1,15 for group 2, and the average mandibular displacement was 5.30±1,00 mm (backward) for group 1 and 6.60±1,40 mm (forward) for group 2. There were no significant discrepancies of the preoperative AP and LL measurements between the groups, except for the AP on slice 2 (P = 0.031). Area and volumetric measurements also did not exhibit significant differences. On group 1, of the eleven two-dimensional measurements only the AP (P = 0.006) and CSA (P = 0.008) on slice 1 showed statistically significant increase. Concerning the volumetric measures, VolA (P = 0.001) and VolTo (P = 0.044) presented significant increment (Table I). On group 2, all the measurements demonstrated statistical significant increase (Table II). 33 On slice 1 and 2 the main difference between the groups was on the transverse diameter. On slice 3, all the measurements showed significant differences, as expected. All three-dimensional measures exhibited statistically significant differences (Table III). DISCUSSION The present study did not intend to evaluate the stability of the UA alterations, as the jaws repositioning arising from the surgical procedures studied is considered stable on the long term3,13 - thus, only one postoperative scan was used. This exam was made from 5 to 8 months after surgery, just after the removal of the fixed appliance. Besides, after this time lapse the postoperative swelling would not interfere with the measurements14,15. Data of both genders were analyzed together as no statically significant differences were found, in consonance with other studies2,16-18. The two types of surgical-orthodontic treatments were selected due to the differences and similarities they have. The main difference is that, on group 2, the mandible goes forward and, on group 1, it goes backward. The similarity is the maxillary anterior displacement on both, serving essentially as a constant to obtain more information about mandibular displacement consequences on the UA. The selection process was designed to filter patients with important vertical alterations and occlusal plane rotations. Being so, the sample would have mainly anteroposterior displacement of the jaws. It is important to understand what occurs on the UA after these anteroposterior changes, and just then evaluate more complex surgical techniques involving associated vertical or rotational movements. 34 Although preoperative linear measurements of slice 3 and CSA of slices 2 and 3 on group 1 revealed to be slightly increased, no statistical differences were found between the groups. This is consistent with the study of Alves et al19 that found no differences on UA dimensions between skeletal Class II and Class III patients, except for the transverse measurement at the nasopharynx level. Literature has sought to define the reference values of the UA dimensions20,21. The AP measurements found are in agreement with the ones already described, despite the transverse measures that exhibited a mild increase2,20,22. Concerning the cross-sectional area, the measurements on the three slices were smaller when compared to Hong et al22. Differences may have occurred because the softwares used were not the same and the axial slices level had a slight variation. The volumetric measurements have been developed for particular purposes of this study and, for that, the comparison with preoperative measurements of other studies was hampered. On the two-dimensional analysis, the LL measurement was considered important because an UA possessing greater transverse dimension has a lower collapsibility and fewer obstructive events22,23. Li et al24 have shown that the main anatomic difference between healthy and OSA’s patients was on the transverse dimension at the oropharynx level. The CSA was measured because it depicts better the morphology of the axial slice than isolated linear measurements, such as AP and LL. The “sinus/airway” tool was used to make the area measurements, due to its automatic process. The authors believe that the manual definition of borders is subjected to more errors, even more on slices that have an irregular anatomy. As the purpose was to evaluate the consequences of the jaws displacement on the 35 same levels of the UA, the preoperative perpendicular distances from the axial slices to S point were recorded and reproduced on the postoperative scan. The level of slice 1 was chosen because it was the area with greater influence of the maxillary displacement. In fact, there was a significant increase in the AP, LL and CSA at this level on both groups (except LL on group 2). Another study did not find the same results when evaluating patients subjected to MAMS22. Differences may have occurred due to the amount of jaws displacement, which was not specified in this study. Fairburn et al6 found a significant increment on the AP and LL linear measurements, mean of 3.88 and 2.52 mm respectively, on patients that underwent MMA. However, in the present study, minor increases on both measurements were found, mean of 2.20 and 2.19 mm respectively. Slice 2 is situated on a level of frequent pharynx obstruction22,25 and is presumed under the influence of maxillary and mandibular displacements. For group 1, no statement could be formulated, as the measurements had not presented a pattern of variation (just a slight increase could be noticed). These results are in partial disagreement with Degerliyurt et al2 that found a significant reduction only on the anteroposterior dimension. A possible explanation for this variation on slice 2 is that depending on the length of patient’s uvula, the measurements were made on an upper or lower portion of the UA. The higher measurements were probably under maxillary influence (advancement) and the lower ones were under mandibular influence (setback). On group 2, all the measurements showed a significant increase because both jaws were advanced, confirming another study results6. The greatest increases on the AP, LL and CSA measurements were found at this level on group 2. The increase on the transverse dimension occurs due to the elevation of the surrounding tissue attached to the 36 maxilla, in particular the velopharyngeal muscle. The LL increase was almost as important as the AP, contributing to the significant increment of the CSA average from 252.25 to 318.83 mm2. At last, structures surrounding slice 3 level suffer high influence of tongue’s displacement, which moves accordingly to the mandible and hyoid bone displacements because it is attached to them by muscles and ligaments2,22. The linear and area measurements showed a mild decrease on group 1, but not statistically significant. Controversially, Degerliyurt et al2 and Mehra et al17 found a significant reduction at this level on the anteroposterior dimension in patients that had undergone this type of surgery (mean of 2.34 and 3.27 mm respectively). The backward movement of the lower jaw is likely responsible for this reduction, and could potentially trigger or aggravate OSA26,27. On group 2, the three measures had a significant increase owing to the mandibular advancement, with the transverse increase being as evident as the anteroposterior. Other studies have found larger increments on the AP and LL measurements when analyzing the MMA6,28. These differences probably occurred because the surgery was indicated for OSA therapy in the latter ones, requiring higher amounts of jaws displacement (10 mm approximately). The minimal cross-sectional area plays an important role when one is analyzing the UA, because it indicates the most constrict point and its reduction may predispose congestion or even interruption of the airflow (pharyngeal collapse)6,29. In this study, the CSAm showed large standard deviations on baseline measurements, on both groups. The MAMS did not cause a significant decrease on this measurement, as in earlier studies30,31. On group 2 it had a significant increment, going from approximately 170 to 215 mm2 (mean). 37 Abramsom et al28 found an average increase of 136 mm2 using the same software for the measurements, however the mean maxillary displacement was 9.2 mm and mandibular 10.1 mm. These data can be very positive in a clinical point of view, because an enlargement of the most constrict area of the UA is more likely to lead to an airflow resistance reduction than a volume increase32. The perpendicular distance of the CSAm to S point was computed on T1 and T2 scans, in order to identify a displacement pattern of the CSAm arising from the surgeries evaluated. On group 1, there was neither a significant displacement of the CSAm (mean < 1.5 mm) nor pattern of displacement (9 subjects showed an upward displacement and 10 a downward displacement). On group 2, an upward pattern of displacement was identified (mean of 8.58 mm, P = 0.007), probably owing to the mandibular advancement. To perform the three-dimensional analysis, the Dolphin3D software was chosen as it has been proved to have high reliability33 and accuracy34 for measuring UA volume. The PNS was not used as the anterior limit, as in previous studies22,28,33, because it suffered anterior displacement due to the surgical procedures. Instead, the most inferior and anterior point of the sphenoidal sinus was used, because it is an easily recognizable and stable point. The epiglottis22 and the most inferior point of C312 were used as the inferior limit in other studies. However, the inferior limit was caudally extended to the most inferior and anterior point of C435, leading to a better evaluation of the consequences that follows mandibular displacement. The superior and posterior limits used were the same as in Grauer et al12. To separately analyze the alterations induced by each jaw, the UA was divided into two compartments. The inter compartment limit used was selected because it coincided with the uvula’s most caudal point and because it 38 was an easily recognizable point that divided the pharynx into two similar size compartments. Therefore, the upper compartment would be mainly influenced by maxillary displacement and the lower compartment by mandibular displacement. Similarly to the two-dimensional analysis, the inter compartment limit was recorded on T1 scan and reproduced on the same level on T2 scan, so the scan position of the cervical spine (primarily C2) would not interfere with the volumetric measures. VolA presented similar baseline values on the groups. On both, a significant increase was evidenced after the surgeries - higher on group 2, though. With the maxillary anterior displacement, an expansion of the local skeletal framework and an increment on the muscle tension occurs6,21,36. VolB did not have a significant reduction on group 1, which can be considered controversial, as there was a real backward mandibular movement. It is believed to exist a compensation mechanism of the surrounding soft tissue1 and a posterior inferior adaptive displacement of the tongue22, that would prevent a decrease of the local pharynx dimensions. On group 2, all the patients experienced an increase on the lower compartment volume (one subject had a 45% volume increase). Concerning the total volume, patients on group 1 had an average increase of approximately 2000 mm3, despite VolB had shown a slight reduction. Hong et al22 reported a mean of 14% reduction on the UA total volume of 9 patients that had undergone MAMS, contrasting with 6.49% increase on the present study. Jakobsone et al30 and Lee et al37 did not found significant total volume alterations on patients subjected to bimaxillary surgery for Class III correction. These differences may have occurred owing to the amount of jaws displacement and to the different UA limits used on the studies - even though this comparison was made with final/initial volume ratio. Group 1 presented a slight increase when compared to group 2, which showed an 39 average increase of 6.300 mm3 (28.68%) approximately. Abramsom et al28 reported a 61% increase on the total volume of maxillomandibular advancement subjects. However, they had associated genial tubercle advancement and other airway parameters had been used. There is still little data to compare volumetric changes of the UA28, situation that is worsened by the lack of standardization of the measurements among the studies7. The ideal design of this study would associate to the aforementioned data the information provided by the polysomnography, so that the clinical implications of the UA alterations would be better evidenced. However, this exam demands considerable financial resources and infrastructure to provide the patients all the support that is needed. Other limitation of this study was to assess the UA on the same breathing stage on the pre and postoperative scans. It is known that the breathing stage may have an influence on the dimensions of the UA38, so the patients were oriented to breath gently and not swallow during the scan time2. At last, the threshold selecting process imbues some subjectivity on the volumetric measurements when using the Dolphin3D software39. Thus, these measurements require an experienced and well-trained operator in order to minimize this issue. The sensitivity value varied accordingly to the patient, but the same value was used for both pre and postoperative scans of the same subject. More studies evaluating these or other kinds of orthognathic surgeries are encouraged, improving the understanding of the consequences of jaws displacement on the upper airway. CONCLUSIONS 40 1. Maxillary advancement associated with mandibular setback surgery did not show a significant reduction on the upper airway dimensions. 2. Maxillomandibular advancement surgery exhibited significant increase on all extension of the upper airway. 3. Maxillomandibular advancement surgery proved to have greater potential of promoting alterations on the upper airway dimensions. REFERENCES 1. Park SB, Kim YI, Son WS, Hwang DS, Cho BH. Cone-beam computed tomography evaluation of short- and long-term airway change and stability after orthognathic surgery in patients with Class III skeletal deformities: bimaxillary surgery and mandibular setback surgery. Int J Oral Maxillofac Surg 2011. 2. Degerliyurt K, Ueki K, Hashiba Y, Marukawa K, Nakagawa K, Yamamoto E. A comparative CT evaluation of pharyngeal airway changes in class III patients receiving bimaxillary surgery or mandibular setback surgery. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2008;105:495-502. 3. Chen F, Terada K, Hua Y, Saito I. 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Slice 3, most anterior and inferior point of C4. Fig 3. Images depicting the three measurements that were performed on each of the axial slices. A, the AP and the LL measurements on slice 1. B, the CSA on slice 1. Fig 4. Image of the midsagittal slice with the minimal cross-sectional area (CSAm) and its perpendicular distance to S point (DCSAm) represented. Fig 5. Perpendicular distances of the axial slices to a FHP parallel line passing through S point (S line) were determined and recorded on T1 and reproduced on T2, working as a guide to make the measurements at the same level on both scans. A, midsagittal slice depicting the distances measured on the preoperative scan. B, same distances reproduced on T2. Fig 6. Images showing the airway parameters that were used in the study. The reference line served as a guide to use the same inter compartment limit on both scans, disregarding the position of the cervical spine (C2) - that may vary among scans. A, midsagittal slice demonstrating the limits used for the upper compartment (VolA). B, limits used for the lower compartment (VolB). 45 TABLE FILES Table I Descriptive and before and after treatment statistics of group 1 Slice 1 Slice 2 Slice 3 CSAm DCSAm Volume *P < 0.05 AP LL CSA AP LL CSA AP LL CSA VolA VolB VolTo T1 (mean + sd) 18.72 ± 3.92 29.48 ± 4.18 518.89 + 119.15 12.94 ± 3.77 25.30 ± 5.44 311.80 ± 152.47 11.93 ± 3.97 30.04 ± 4.59 276.95 ± 108.50 201.06 ± 95.86 87.72 ± 14.69 17329.48 ± 5658.18 12582.58 ± 4797.04 29912.07 ± 9277.93 T2 (mean + sd) 20.52 ± 4.45 29.85 ± 3.63 574.36 ± 130.42 14.11 ± 5.48 25.11 ± 5.50 323.88 ± 141.29 11.68 ± 4.23 29.74 ± 4.77 269.11 ± 111.67 192.96 ± 84.82 86.55 ± 14,99 19822.61 ± 6382.54 12101.67 ± 4597.00 31974.98 ± 9065.03 P 0.006** 0.409 0.008** 0.398 0.935 0.468 0.629 0.468 0.717 0.687 0.420 0.001** 0.420 0.044* **P ≤ 0.01 CSAm = mm VolA, VolB, VolTo = mm AP, LL, DCSAm = mm CSA, 2 3 46 Table II Descriptive and before and after treatment statistics of group 2 Slice 1 Slice 2 Slice 3 CSAm DCSAm Volume *P < 0.05 AP LL CSA AP LL CSA AP LL CSA VolA VolB VolTo T1 (mean+SD) 18.68 ± 5.02 28.82 ± 3.00 515.09 ± 156.30 10.06 ± 3.38 26.26 ± 6.85 252.25 ± 127.12 9.48 ± 4.28 27.37 ± 5.81 228.92 ± 120.67 170.01 ± 88.57 86.72 ± 14.68 17534.08 ± 6130.06 10828.03 ± 4228.06 28362.12 ± 9673.86 T2 (mean+SD) 20.88 ± 4.95 31.01 ± 3.49 591.81 ± 181.71 13.29 ± 2.71 29.97 ± 6.15 318.83 ± 101.22 11.95 ± 3.38 30.75 ± 4.02 291.03 ± 112.92 215.41 ± 80.92 78.14 ± 15.79 21822.13 ± 5737.74 13041.08 ± 3432.14 34630.22 ± 8596.96 P 0.007** 0.005** 0.01** 0.011* 0.025* 0.021* 0.002** 0.002** 0.006** 0.035* 0.007** 0.002** 0.025* 0.007** **P ≤ 0.01 CSAm = mm VolA, VolB, VolTo = mm AP, LL, DCSAm = mm CSA, 2 3 Table III Intergroup differences Slice 1 Slice 2 Slice 3 CSAm DCSAm Volume *P < 0.05 AP LL CSA AP LL CSA AP LL CSA VolA VolB VolTo **P ≤ 0.01 Group 1 mean SD 1,80 2,60 0,37 2,44 55,56 76,58 1,17 4,52 -0,19 3,77 12,08 100,18 -0,25 2,67 -0,30 1,83 -7,84 57,46 -8,10 63,89 -1,17 10,26 2493,09 497,35 -481,71 403,89 2061,39 619,81 2 Group 2 mean SD 2,71 2,14 1,75 2,12 90,95 85,61 2,68 3,85 3,86 5,16 75,15 88,76 2,03 2,84 1,34 4,36 45,45 80,99 41,40 67,77 0,47 21,63 4288,05 797,76 2212,94 537,22 6268,21 1129,40 AP, LL, DCSAm = mm CSA, CSAm = mm VolA, VolB, VolTo = mm 3 P 0,642 0,032* 0,461 0,180 0,017* 0,115 0,031* 0,011* 0,025* 0,027* 0,327 0,001** 0,001** 0,001** 47 FIGURE FILES Figure 1 Figure 2 48 Figure 3 Figure 4 49 Figure 5 Figure 6 50 4.2 ARTIGO 2 BRUNETTO, D.P.; VELASCO, L.; DE PAULA, L.K.; CEVIDANES, L.H.S.; ARAÚJO, M.T.S. Correlation between jaws displacement due to orthognathic surgery and the volume variation of the upper airway. 51 Correlation between jaws displacement due to orthognathic surgery and the volume variation of the upper airway. Daniel Paludo Brunettoa, Leandro Velascob, Leonardo Koerich de Paulaa; Lúcia Helena Soares Cevidanesc; Mônica Tirre de Souza Araújod; a Master’s student, Department of Orthodontics, Federal University of Rio de Janeiro Dental School, Rio de Janeiro, Brazil. b Oral Surgeon, Hospital da Face, São Paulo, Brazil. c Assistant Professor, Department of Orthodontics and Pediatric Dentistry, University of Michigan School of Dentistry, Ann Arbor, MI. d Associate Professor, Department of Orthodontics, Federal University of Rio de Janeiro Dental School, Rio de Janeiro, Brazil. Corresponding Author: Mônica Tirre de Souza Araújo Department of Orthodontics - Dental School Federal University of Rio de Janeiro – UFRJ Av. Professor Rodolpho Paulo Rocco – Ilha do Fundão Rio de Janeiro – RJ CEP 21941-590 Tel: (55) 21-2590-2727 Fax: (55) 21-2590-2771 Email: monicatirre@ortodontia.ufrj.br 52 ABSTRACT Introduction: Recent studies in literature have shown some contradictory results when evaluating the consequences of surgical-orthodontic treatments in the upper airway (UA). Therefore, the purpose of the present study was to establish correlations between the amount of jaws displacement after surgery and the volume variation of the UA. Methods: Patients were divided into groups according to the kind of orthognathic surgery that they had been subjected. Group 1 had 19 subjects that underwent maxillary advancement associated with mandibular setback, while group 2 had 14 patients who underwent maxillomandibular advancement. The UA was divided into upper compartment (VolA) and lower compartment (VolB) and the sum of these volumetric measures resulted in the total volume (VolTo). The maxillary and mandibular displacements due to surgery were assessed, in mm, by using closest point iteration after a voxel-wise conebeam computed tomography superimposition. Hence, jaws displacement were correlated, by Pearson’s correlation and linear regression analysis, to the volume variation of the UA (first time separately and then both groups together). Results: The strongest correlation found was between maxillary displacement and VolA (Mx-VolA) in group 2 (r = 0.903 e R2 = 0.902). With groups’ data combined, the variables mandibular displacement and VolB variation (Md-VolB) presented a high 53 coefficient of determination (r = 0.921, R2 = 0.914, P < 0.001), opposing to MxVolA (r = 0.548, R2 = 0.300, P < 0.01). Conclusion: Stronger positive correlations were found between the jaw displacement and the volume variation of its closest compartment of the UA. 54 INTRODUCTION Alterations on dimensions of the upper airway (UA) due to surgicalorthodontic treatment have been the subject of recent research. Nevertheless, there is sparse evidence of what kind and in which intensity these alterations occur1, specially regarding the volumetric measurements. This occurs mainly because most of the studies assessing these changes used cephalometric radiographs1,2, that provides two-dimensional measurements in a lateral view3. The ones that used 3D images adopted different measures, compromising comparisons and weakening the evidences1,4. Cone-beam computed tomography (CBCT) has given a greater power of analysis to orthodontists and oral surgeons, making possible accurate two- and three-dimensional measurements of the UA5,6. Moreover, current imaging technology allows a voxel-wise computed superimposition of pre and postoperative CBCT scans7, making possible a reliable assessment of the jaws displacement after orthognathic surgery8,9. Therefore, the purpose of the present study is to correlate the amount of maxillary and mandibular displacement due to surgical-orthodontic treatment with the volume variation (in percentage and in absolute values) of the upper airway, 55 METHODS All the patients were selected from the archive of the Hospital da Face (São Paulo, SP, Brazil). The protocol was reviewed and approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of Rio de Janeiro. The sample selection process was carried out in two phases for this retrospective study. On the first phase, inclusion criteria were: 1) patients aging from 18 to 30 years old; 2) pre and post-surgical CBCT scans taken with the same CT machine; 3) the postoperative scan should have been taken from 6 to 8 months after surgery. Exclusion criteria were: 1) important maxilla and mandibular transverse asymmetry; 2) chin augmentation10; 3) syndromic patients. For the second phase, that comprised two specific steps, T1 and T2 CBCT scans of the eligible patients were loaded into Dolphin 3D Imaging Software 11.5 (Dolphin Imaging and Management Solutions, Chatsworth, CA). In step 1 of the second phase, five points were used on the midsagittal plane: S point (S), Posterior nasal spine (PNS), A point (A), B point (B) and Menton (Me). The S point served as a reference for the delineation of the horizontal reference line (parallel to Frankfurt Horizontal Plane) and the vertical reference line (perpendicular to FHP). After the skull’s orientation with FHP parallel to the ground, one vertical (Fig 1A) and one horizontal (Fig 1B) analysis were performed on the pre and postoperative scans. The purpose of the vertical analysis was to exclude patients with expressive vertical variation (greater than two mm for any point) from the sample. The horizontal analysis excluded patients with minor variations of three mm for A and B points. 56 For step 2, two cephalometrics measurements were made on both T1 and T2 scans as well. If Palatal Plane and/or Occlusal Plane presented a variation greater than 5º the patient was eliminated from the study. At the end of this rigorous selection 33 subjects were selected (Table I), of which 19 had undergone maxilla advancement associated to mandibular setback (MAMS) and were allocated in group 1 and 14 had received maxillomandibular advancement 11 and were set in group 2. All the CBCT scans were performed with an i-Cat machine (Imaging Sciences International, Hatfield, PA, USA) by the same radiology technician. The scanning protocol was 120 KV, 5 ma, 17x23 cm field of view, 0.4 mm voxel and scanning time of 36 seconds. The patients had been oriented to maintain natural head position, keep the teeth in gentle contact, to not swallow and breathe smoothly during the exam. The same oral surgeon was responsible for all the surgical procedures at Hospital da Face, performing LeFort 1 osteotomy for the maxilla and bilateral sagittal split osteotomy for the mandible. Titanium plates were used for rigid fixation of the jaws. For volume assessment, the UA was divided in two parts with the “sinus/airway” tool of the Dolphin3D software. The superior compartment (VolA) had the following limits in the midsagittal plane: superior limit, line parallel to FHP going through the most superior point of the UA12; anterior limit, line perpendicular to FHP through the most anterior and inferior point of the sphenoidal sinus; inferior limit, line parallel to PHF passing through the most concave point of the anterior and inferior wall of C2; posterior limit, line perpendicular to PHF going through the most posterior part of the pharynx12 (Fig 2A). The lower compartment (VolB) had the same anterior and posterior limits of VolA. Its superior limit was the same VolA’s 57 inferior limit, and the inferior limit was a line parallel to FHP passing through the most inferior and anterior point of C4 (Fig 2B). The total volume (VolTo) was obtained by summing both compartments volumes. These measurements were performed on the pre and postoperative scans, and their variation was assessed by percentage (T2/T1) and absolute (T2-T1) values. The division limit of the two compartments was measured in T1 and reproduced on T2 measurement, with the aid of the reference line. To obtain the jaws displacement due to the surgery, a method7 of CBCT scans superimposition that have already been described and tested in the literature was used. In summary, cranial base and both jaws were segmented from the pre and postoperative scans using the ITK-SNAP open-source software13. With the software IMAGINE (developed by the National Institutes of Health and modified at UNC)7 a voxel-wise method for cranial base superimposition was performed using T1 as reference and moving T2 with 6 degrees of freedom. Three-dimensional surface models were imported to CMF software (Maurice Muller Institute, Bern, Switzerland)14 that allows the quantification of the distance between two surfaces at any location. Details of this methodology of superimposition can be found in Carvalho et al9. Two tools of this software, color map and isoline, were used to assess the distance of A and B point between T1 and T2 scans (Fig 3). The A point distance represented maxillary threedimensional displacement and B point the mandible three-dimensional displacement. Hence, the strength of Pearson’s correlations between the volume variation of the UA’s compartments and jaws displacement were established and a linear regression model was proposed. At first the groups were analyzed separately and 58 then their data was combined and tests redone. All the measurements of 5 patients were redone for ICC evaluation. A t test for independent samples was performed to identify possible differences between the groups concerning T1 volumetric measurements and the amount of anteroposterior displacement of the jaws. RESULTS All the measures used in this study showed excellent ICC, higher than 0.9. The baseline volumetric measurements presented significant difference neither between genders nor between groups. The descriptive statistics of the percentage of volume variation in groups can be visualized in Table II and the amount of jaws displacement in Table III. Maxilla had similar displacement in both groups (P = 0.098) and mandible had evident differences, as expected. Stronger correlations were found between the jaw and the volume compartment of the UA that was closer to it (Fig 4). In contrast, jaws seem not to have much influence on the more distant compartment. The strongest correlation and best goodness of fit to linear regression model were observed between Mx-VolA in group 2 (r = 0.903, R2 = 0.902, P <0.001). Just 9.80% of the variation in VolA could not be explained by maxilla displacement in this group. When total volume was analyzed, the maxilla showed greater influence than the mandible. A comparison was performed to demonstrate that correlations made with the percentage value were stronger than the ones made with the absolute value (T2-T1) of the volume variation (Table IV). When data of both groups were joined together (n = 33), the variables Mx-VolA showed a bad adjustment to the regression model (r = 0.548, R2 = 0.300, P < 59 0.01) despite the amount of maxilla displacement being similar in both groups (Fig 5). As for the Md-VolB, the strongest correlation and the best adjustment to the model of the study were found (r = 0.921, R2 = 0.914, P < 0.001) with combined data (Fig 5). DISCUSSION The T2 scan was taken 6 to 8 months after surgery, to make sure that the postoperative swelling would not have influence in volumetric measurements of the UA15-17. This study did not intend to evaluate the stability and relapse of these surgical procedures, as they are already considered stable in the long term18-21. Data of both genders could be analyzed together because they did not present significance differences, as in other studies2,22-24. The two kinds of surgical-orthodontic treatments were selected owing to the differences and similarities they have with each other. The main difference is that in one kind the mandible goes forward and in the other it goes backward. As for the maxilla, it is advanced in both types, and being so more information about mandibular displacement consequences in the UA could be observed. The fact that these surgeries are used to correct different kinds of malocclusions did not have relevance, as the purpose of this study was to evaluate the effects of the jaws displacements separately. One-jaw surgery would probably have more reliable correlations, however bimaxilary jaw surgery is preferred when considering the UA dimensions issue2,18,25. The sample selection process was designed and applied to eliminate patients with large vertical variation due to the surgery. Maxillary impaction and 60 counterclockwise rotation of the maxillomandibular complex leads to mandibular counterclockwise rotation and anterior displacement26. As the authors intend to evaluate just the effects of the anteroposterior displacement of the jaws on the airway, these events could cause a misinterpretation of the results. Dolphin3D software has previously showed high reliability6 and for that was used for volumetric measurements. In this study the PNS was not utilized as the anterior limit of the UA for volumetric measurements, as in most studies27-29, because it suffers anterior displacement with surgery. As its substitute, the most inferior and anterior point on the sphenoid sinus was used, for being a stable and easily recognizable point. Hong et al27 used the epiglottis and Grauer12 the most inferior point of C3 as the lower limit. In the present study, the lower limit of VolB was caudally extended to C4 so the effects of the mandibular displacement would be better depicted. The superior and posterior limits employed were already described in literature12, and all the limits were delineated in the midsagittal plane. For better assessing the changes, UA was divided in two compartments. The point of division chosen was the most concave point at the anterior inferior wall of C2, because in most patients it coincided with the most caudal point of the uvula. Besides, it was the most easily recognizable point that divided the UA in two similar size compartments. Thus, the upper compartment was mainly under the uvula and soft palate influence and the lower compartment under the tongue muscles influence. The importance of making such analysis and correlations with the percentage of the volume variation and not with the absolute value is evidenced in Table V. The percentage evaluation eliminates the relevance of the initial volume, which seems to have great variation within subjects and depends on individual 61 facial morphology12, among other factors. Assuming that there is a variation of volume of 10000 mm3 on a 16478 and on a 54255 mm3 airway (opposite ends of this study), one could realize that the clinical effects would not be the same in both. Now considering the percentage variation, the first one would have a 60% increase on its volume and the second just 18%, making the analysis more feasible. This consideration becomes even more important owing to the fact that 3D measurement softwares proved to have high reliability but poor accuracy6. Jakobsone22 et al reported an average forward movement of the maxilla of 3.7 mm (measured in point A) and average backward movement of the mandible of 6.9 mm measured in point B) when analyzing MAMS. In the present study both jaws had similar amount of movement in group 1, with mean of 5.11 mm of forward movement of the maxilla and 5.30 mm of backward movement of the mandible. In the MMA group, the mean of jaws displacement was substantially lower compared to previous studies, mostly because this surgery is used for the treatment of Obstructive Sleep Apnea (OSA), requiring greater degrees of jaws advancement (10 mm approximately)30-32. The method to evaluate the jaws displacement described in the present study was used because it is essential to have a reliable three-dimensional assessment of the surgical outcomes. Cephalometric studies only allow sagittal and vertical evaluation of jaws displacement30,33,34, even though patients with considerable transverse alterations had been excluded from this sample. As expected, stronger correlations were found between the jaws and the volume compartment that was closer to them. This probably occurs because the maxilla and soft palate have their correlated muscles and ligaments attached to the upper portion of the pharynx, and the mandible and tongue have its structures 62 attached to a lower portion. However, it seems that the mandibular displacement has some influence in VolA (even with the Md-VolA correlation being weak), as the volume variation of this compartment had greater increase in group 2 (P = 0.002) despite the similarity of maxillary anterior displacement in the groups (mean 5.11 mm for group 1 and 4.51 mm for group 2). One likely explanation for this is the close relation between the base of the tongue and the caudal portion of the soft palate. Therefore, when the first goes backward it probably pushes the soft palate with it, decreasing VolA’s value. Group 2 had stronger correlations and better adjustment to regression models compared to group 1, probably because both jaws moved in the same direction leading to more predictable results. When group’s data were combined, the adjustment of Mx-VolA to the regression analysis model was weak. Being so, if one wants to predict the percentage of volume variation in the upper compartment will be encouraged to use the regression model made for each group separately. As for the VolB, the combined data regression model Md-VolB showed an excellent adjustment (R2 = 0.914, P < 0.001) with greater statistical power (n = 33), and it is suitable for both kinds of surgery studied. However, this data can only be used in patients with small vertical variation and occlusal plane rotation due to the surgical procedure. The author’s believe that the strength of the correlations and goodness of fit to the regression models of this study are closely linked to the thorough sample selection process. The main limitation of this retrospective study was the absence of information about patient’s quality of sleep before and after surgical procedures. The ideal design would associate and correlate the present data with polysomnography, oxymetry and sleep questionnaires data. However, these 63 exams are time and financial resource consuming. Another limitation is the difficultty in obtaining pre and postoperative scans on the exact same breathing stage, what may influence the UA dimensions measurements35. To reduce this problem, patients were asked to breath softly and not swallow during the scanning time2. Finally, the threshold value, which is liable to be chosen when evaluating the upper airway volume on Dolphin3D, embeds subjectivity to the measurement. Alves et al36 showed that the most accurate threshold values seems to be much higher than the ones that have been used. The operator should be experienced and the same sensitivity value should be used on T1 and T2 scans of the patient in order to minimize this error (if the scans were taken with the same CBCT machine and scanning protocol). Despite these issues, the CBCT proved to be a reliable method to evaluate the volume of the upper airway and so did the Dolphin3D software, agreeing with previous studies6,37,38. The method of CBCT superimposition also proved to be reliable to assess qualitatively and quantitatively the maxilla, mandible and other structures displacement, as already seen in literature7-9,39,40. More studies with larger samples following this methodology are encouraged, so the prediction of the volume variation due to jaws displacement can be made more accurately. CONCLUSIONS 1. Stronger correlations were found between the jaws displacement and the percentage of volume variation of the compartments that were closer to them. 64 2. Prediction of the volume variation of the upper airway’s upper compartment should be made separately for each kind of orthognatic surgery. Differently, the volume variation of the lower compartment is predictable regardless the kind of surgery studied (observing the study filtering conditions). REFERENCES 1. Mattos CT, Vilani GN, Sant'anna EF, Ruellas AC, Maia LC. Effects of orthognathic surgery on oropharyngeal airway: a meta-analysis. Int J Oral Maxillofac Surg 2011. 2. Degerliyurt K, Ueki K, Hashiba Y, Marukawa K, Nakagawa K, Yamamoto E. A comparative CT evaluation of pharyngeal airway changes in class III patients receiving bimaxillary surgery or mandibular setback surgery. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2008;105:495-502. 3. Kawamata A, Fujishita M, Ariji Y, Ariji E. Three-dimensional computed tomographic evaluation of morphologic airway changes after mandibular setback osteotomy for prognathism. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2000;89:278-287. 4. Alsufyani NA, Al-Saleh MA, Major PW. 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A, limits used to measure the upper compartment volume (VolA). B, limits for the lower compartment (VolB). Fig 3. Lateral and frontal views (on CMF software) of the pre and postoperative superimposed models of a patient that underwent maxillomandibular advancement. The color map tool depicts on different colors what occurred to the respective structures after surgery: green (no movement), red (forward movement) and blue (backward movement). The isoline in this image, shows the point B displacement 6 months after surgery. Fig 4. Linear regression model showing the goodness of fit of the variables “jaws displacement” and “percentage of volume variation” of its closer volume compartment. A, Mx-VolA model of group 1 (r = 0.785, R2 = 0.616, P < 0.001). B, Md-VolB model of group 1 (r = 0.754, R2 = 0.568, P < 0.001). C, Mx-VolA model of group 2 (r = 0.830, R2 = 0.689, P < 0.01). D, Md-VolB model of group 2 (r = 0.794, R2 = 0.629, P < 0.01). Fig 5. Linear regression model for combined data of both groups. A, Mx-VolA showed a bad adjustment to the model (r = 0.548, R2 = 0.300, P < 0.01). B, Md-VolB showed the strongest correlation and the best adjustment of the whole study (r = 0.921, R2 = 0.914, P < 0.001). 69 TABLE FILES Table I Sample distribution Group 1 2 n 19 14 Age (mean +sd) 23,23 ± 2,82 24,34 ± 2,46 P 0.025 Table II Percentage of volume variation in groups Group 1 Group 2 VolA VolB VolTo VolA VolB VolTo mean (%) median (%) min (%) max (%) COD 15,22 -2,23 6,49 29,61 27,74 28,68 14,32 -2,11 6,39 25,43 24,31 25,32 4,36 -7,01 1,30 16,52 16,36 16,44 30,71 2,46 13,97 71,73 45,98 52,30 0,07 0,08 0,08 0,11 0,15 0,13 Table III Jaws anteroposterior displacement in groups (mm) Group 1 Group 2 Mx (A point) Md (B point) Mx (A point) Md (B point) Mean 5,11 -5,30 SD 0,87 1,00 Median 4,96 -5,07 Min. 3,87 -7,27 Max. 6,98 -4,18 4,51 6,60 1,15 1,40 4,30 6,36 3,09 4,70 7,36 8,88 70 Table IV Jaws displacement X volume variation Group 1 Group 2 Absolute r 0,785*** -0,100 0,624* 0,062 0,754*** 0,541* 0,830*** 0,337 0,747** 0,345 0,794*** 0,692** Mx-VolA Mx-VolB Mx-VolTo Md-VolA Md-VolB Md-VolTo Mx-VolA Mx-VolB Mx-VolTo Md-VolA Md-VolB Md-VolTo *p<0,05 **p<0,01 ***p<0,001 2 Percentage (%) 2 R 0,616*** -0,059 0,389** 0,004 0,568*** 0,293* 0,689** 0,114 0,558** 0,198 0,629** 0,478** r 0,872*** 0,149 0,812*** 0,173 0,859*** 0,495* 0,903*** 0,470 0,879*** 0,248 0,867*** 0,809** R2 0,835*** 0,022 0,778*** 0,030 0,816*** 0,245* 0,902*** 0,221 0,807*** 0,061 0,820*** 0,371* r = Pearson´s correlation R = Coefficient of determination (linear regression) 71 FIGURE FILES Figure 1 Figure 2 72 Figure 3 Figure 4 73 Figure 5 74 5 DISCUSSÃO Os dois tipos de cirurgias estudados foram escolhidos devido às suas semelhanças e diferenças entre si. Nas duas, a maxila é avançada e a mandíbula em um tipo sofre avanço e, no outro, recuo. Desta forma, a importância dos deslocamentos mandibulares ficaria evidenciado nos resultados obtidos uma vez que a maxila sofreu o mesmo movimento nos dois grupos. O fato de serem dois procedimentos utilizados para correção de duas maloclusões distintas não teve relevância, pois o foco principal do estudo foi avaliar as alterações faríngeas decorrentes dos movimentos dos maxilares de forma isolada. Não foi utilizado um grupo controle, sem tratamento cirúrgico, pois não seria ético privar um indivíduo desta terapia sendo o melhor tratamento disponível no caso (MATTOS et al.; 2011). O presente trabalho não teve a intenção de estudar a estabilidade e recidiva desses tipos de cirurgia, até porque são consideradas estáveis a longo prazo (NIMKARN; MILES; WAITE; 1995; PROFFIT; TURVEY; PHILLIPS; 1996; BUSBY et al.; 2002; CHEN et al.; 2007). Por isso, utilizou-se somente uma TCFC póscirúrgica, que foi feita seis meses após o procedimento para obter-se a certeza de que o edema decorrente da cirurgia não influenciaria os resultados, assim como recomendado por estudos (ROSEN; 1988; BETTS et al.; 1993; CHUNG et al.; 2008). Como os dados referentes a homens e mulheres não apresentaram 75 diferença estatística, os gêneros foram analisados conjuntamente, assim como em outros trabalhos realizados (MEHRA et al.; 2001; DEGERLIYURT et al.; 2008; KIM, J. S. et al.; 2010; JAKOBSONE et al.; 2011). As etapas 1 e 2 do processo de seleção foram elaboradas e aplicadas para que pacientes com grandes alterações verticais, decorrentes da cirurgia, fossem filtrados. Grandes impacções maxilares levam a uma rotação anti-horária e deslocamento anterior da mandíbula (WANG et al.; 2006), assim como rotações anti-horárias do complexo maxilomandibular levam à rotação do plano oclusal (e consequentemente da mandíbula). Como a proposta do estudo foi avaliar somente o impacto dos movimentos anteroposteriores dos maxilares, essas alterações decorrentes dos movimentos verticais e rotacionais cirúrgicos poderiam ocasionar uma distorção dos resultados (Figura 11, página 75). Essa ideia segue o raciocínio de compreender primeiramente os efeitos de movimentos isolados dos maxilares no EAF. A partir daí, as consequências de cirurgias mais complexas, com componentes verticais e de rotação do plano oclusal, poderão ser também investigadas. 76 Figura 11 Imagem demonstrando como a rotação do plano oclusal pode mascarar o avanço do ponto A. Nota-se que o avanço da maxila, medido pelo incisivo central superior, é maior do que o ponto A denota. A literatura tem procurado definir valores de referência para as medidas de EAF, tanto em pacientes normais como em portadores de SAOS (HOCHBAN et al.; 1996; GUVEN; SARACOGLU; 2005). No presente estudo, apesar de as medidas lineares do corte 3 e de área do corte 2 e 3 apresentaram-se um pouco aumentadas no grupo 1, não houve diferença estatística significativa entre nenhuma medida avaliada para os dois grupos. Ou seja, não houve diferença de valores iniciais entre padrões esqueléticos de Classe II e III, corroborando com o trabalho de Hochban et al, 1996. As medidas anteroposteriores encontradas estão de acordo com as encontradas na literatura, porém as transversas encontraramse um pouco aumentadas (GUVEN; SARACOGLU; 2005; DEGERLIYURT et al.; 2008; HONG et al.; 2011). Com relação a área seccional, as medidas nos três 77 cortes apresentaram-se diminuídas em relação ao estudo de Hong et al, 2011. As diferenças podem ter ocorrido em decorrência da utilização de outro software para aferição, pela leve variação na altura dos cortes e pela diferença de treshold (contraste) nas medidas de área. No caso da análise tridimensional, o EAF foi dividido em dois compartimentos e os limites foram alterados para propósitos específicos do estudo, dificultando a comparação com os volumes pré-cirúrgicos da literatura. Na análise bidimensional, considerou-se importante a medida LL além da AP, pois o EAF com dimensão lateral aumentada apresenta menor colapsabilidade e quantidade de eventos obstrutivos (LEITER; 1996; MAYER et al.; 1996). Li et al, 2002 demonstraram que as principais diferenças entre pacientes com SAOS e pacientes controle estavam na dimensão lateral, principalmente ao nível de orofaringe. Como pode haver variação de altura, medida em relação ao ponto S, de T1 para T2 nos pontos utilizados como referência para altura dos cortes, a altura destes foi registrada em T1 e reproduzida em T2. Isto foi feito para poder se avaliar de forma confiável o que acontece em uma mesma altura de EAF após o ato cirúrgico. A análise da ASA também foi considerada importante, pois representa de forma mais fiel a anatomia da faringe, e não só a dimensão isolada como as medidas AP e LL. A ferramenta “Sinus/airway” do software Dolphin Imaging 11.5 foi utilizada para essa medida pois os autores a consideraram mais confiável e reprodutível do que a delimitação manual dos limites no corte axial, principalmente se a anatomia do EAF no corte apresentar-se com irregularidades (Figura 12A e 12B, página 77). 78 Figura 12 Imagens demonstrando os diferentes tipos de aferição da ASA, em A) aferição feita com delimitação manual de limites no software Dolphin Imaging; em B) aferição automática da área axial utilizada no estudo, com a ferramenta “Sinus/airway”, na qual o operador somente define a altura desejada do corte axial no modelo tridimensional ou no corte sagital mediano. A altura do corte 1 (ponto ENP) foi escolhida por sofrer variação com o deslocamento maxilar e foi a altura na qual os valores iniciais se mostraram mais homogêneos entre os grupos. De fato, houve aumento significativo na medida AP e na ASA neste corte em ambos os grupos e na medida LL no grupo 2. Outro estudo não achou acréscimo significativo nestas medidas em um corte tomográfico na mesma altura, em pacientes submetidos a avanço maxilar associado ao recuo mandibular (HONG et al.; 2011). Estas diferenças podem ter acontecido devido a variação na quantidade média de deslocamento maxilar, uma vez que esses valores não foram discriminados no estudo. Fairburn et al, 2007 acharam um aumento significativo na medida AP e LL nesta altura de pacientes submetidos a avanço maxilomandibular, de em média 3,88 e 2,52 mm respectivamente. No presente estudo também houve incremento significativo em ambas as medidas, porém foram muito semelhantes, 2,20 e 2,19 mm (em média). 79 O corte 2 representa principalmente a influência da úvula e parte inferior do palato mole e está em uma altura de frequente obstrução do EAF (RILEY; POWELL; GUILLEMINAULT; 1987; POLO et al.; 1993), podendo ser supostamente influenciada tanto por movimentos maxilares como mandibulares (por estar em uma área intermediária). Para o grupo 1, neste corte, os resultados obtidos não foram conclusivos para as três medidas pois a variação foi muito alta, apresentando apenas uma leve tendência de aumento. Estes resultados corroboram com o trabalho de Hong et al, 2011 e discordam em parte com o de Degerliyurt, 2007, que encontrou um redução significativa apenas no sentido anteroposterior. Um dos possíveis motivos para tal amplitude nas medidas foi o fato de que a maxila sofreu avanço e a mandíbula recuo, sendo que o corte pode ter ficado sob maior influência de um dos maxilares dependendo do comprimento da úvula do paciente (ponto aonde era realizado o corte axial). Para o grupo 2, as três medidas sofreram aumento estatisticamente significativo, pois neste os dois maxilares foram deslocados anteriormente. Os resultados confirmam outros já descritos, com incremento significativo em AP e LL (FAIRBURN et al.; 2007). Os maiores acréscimos nas três medidas em questão foram registrados neste corte, no grupo de avanço maxilomandibular. O aumento transverso se dá principalmente pela elevação dos tecidos ligados a maxila, com relevância maior dos músculos velofaríngeos (SAMMAN; TANG; XIA; 2002), e foi quase tão importante quanto o anteroposterior. Essas alterações contribuíram para o aumento significativo da área transversal, passando de 252,25 para 318,83 mm2 em média. Por fim, o corte 3 localiza-se nas proximidades da base da língua, que movimenta-se de acordo com o corpo da mandíbula e osso hióide pois está 80 intimamente ligada à essas estruturas, através de músculos e ligamentos (DEGERLIYURT et al.; 2008; HONG et al.; 2011). No grupo 1 observou-se uma leva tendência à redução das medidas AP, LL e ASA, porém não significativa estatisticamente. Degerliyurt et al, 2008 e Mehra et al, 2001, contrariamente, constataram uma redução significativa na medida anteroposterior neste nível da faringe, de 2,34 e 3,27 mm respectivamente. O movimento mandibular de encontro a parede posterior da faringe é o provável fator responsável por essa redução e pode ser, consequentemente, fator iniciador do desenvolvimento da SAOS (RILEY et al.; 1987; HOEKEMA et al.; 2003). No grupo 2, as três medidas sofreram acréscimo significativo, sendo o transverso tão importante quanto o anteroposterior, devido ao deslocamento anterior da mandíbula. Fairburn et al, 2007 também acharam aumento significativo nas medidas AP e LL, porém registraram valores maiores, de 5,83 e 6,65 mm respectivamente, provavelmente porque a mandíbula foi avançada em média 10 mm em seu estudo. Com semelhante média de avanço de ambos maxilares, Abramsom et al, 2011 encontraram expansão anteroposterior de 4,3 mm (P<0.01) e lateral de 5,6 mm (P<0.01) na região retroglossal. A mínima área axial assume um importante papel na avaliação do EAF pois aponta o local de maior constrição, e sua diminuição pode predispor congestionamento ou até mesmo a interrupção temporária (colapso faríngeo) do fluxo aéreo (BADR; 2002; LI et al.; 2003; FAIRBURN et al.; 2007). Neste estudo, a ASAm apresentou grande variação, exibindo grande desvio padrão nos valores basais, em ambos os grupos. No grupo 1 observou-se pequena tendência a redução devido ao recuo mandibular, apesar de não significativa estatisticamente. Estudos também não acharam variação significativa nas dimensões da mínima 81 área axial na cirurgia bimaxilar para correção da Classe III (MARSAN et al.; 2009; JAKOBSONE; NEIMANE; KRUMINA; 2010). Já o grupo 2 mostrou incremento significativo nesta medida, passando em média de 170 para 215 mm2, aproximadamente. Abramson et al, 2011 acharam um aumento de aproximadamente 136 mm2 na ASAm em avanços maxilomandibulares utilizando o mesmo software para aferição, tendo encontrado esse resultado significativamente maior provavelmente devido a maior quantidade de avanço dos maxilares em seu estudo (9.2 mm para maxila e 10.1 mm para mandíbula, em média). Além disso, a orientação de cabeça utilizada no estudo foi diferente, pois adotaram como referência a linha SN com 6º de rotação horária. Esses dados podem ser muito positivos do ponto de vista clínico, pois uma expansão neste ponto de maior constrição, de suposto colabamento das paredes anterior e posterior da faringe, terá como provável consequência a redução da resistência ao fluxo aéreo, seguindo o raciocínio da equação da lei de Poiseuille’s (ABRAMSON et al.; 2011). A distância perpendicular da ASAm ao ponto S foi aferida para averiguar a existência de um padrão de deslocamento, desse local de maior obstrução, ligado aos dois tipos de cirurgia avaliados. No AMRM, praticamente não houve deslocamento da ASAm (<1,5 mm em média) e nem padrão de deslocamento (nove indivíduos apresentaram movimento inferior e dez movimento superior). No AMM, observou-se um deslocamento superior significativo da ASAm, provavelmente pelo aumento importante das dimensões da faringe principalmente na região de base de língua, uma das mais acometidas pela obstrução na SAOS (RILEY; POWELL; GUILLEMINAULT; 1987). Para análise tridimensional do EAF utilizou-se também o software Dolphin Imaging, que possui alta confiabilidade porém baixa acurácia (EL; PALOMO; 82 2010). Quando utiliza-se o percentual de variação do volume a acurácia não é tão relevante, pois o valor deste será praticamente o mesmo independentemente do número absoluto. No presente trabalho, não utilizou-se o ponto ENP, como na maioria dos estudos (ABRAMSON et al.; 2011; EL et al.; 2011; HONG et al.; 2011), como limite anterior do EAF pois este sofreu deslocamento anterior com as cirurgias. Como substituto, utilizou-se o ponto mais anterior e inferior do seio esfenoidal, por ser um ponto que não sofre alteração e é de fácil identificação. O limite inferior foi estendido no sentido caudal para melhor visualização das consequências provocadas pelos movimentos da mandíbula, utilizando-se a linha que passa pelo ponto mais anterior e inferior de C4. Estudos anteriores utilizaram pontos mais superiores como limite inferior, como a epiglote (HONG et al.; 2011) e o ponto mais caudal de C3 (GRAUER et al.; 2009), excluindo uma região importante da análise. O limite posterior e superior utilizados foram os mesmos de trabalho já descrito na literatura (GRAUER et al.; 2009). Todos os limites foram delineados no plano sagital mediano, localizado utilizando o canal incisivo e a linha média dos incisivos centrais superiores (SHIGETA et al.; 2008). Para analisar de forma separada as mudanças provocadas pelo deslocamento dos dois maxilares, segmentou-se o EAF em dois compartimentos. O ponto mais côncavo da parede anterior de C2 foi escolhido como limite inter-compartimentos, pois na maioria dos pacientes coincidia com o ponto mais caudal da úvula. Além disso, era o ponto de divisão da faringe, em dois compartimentos de volume semelhantes, mais facilmente reproduzível. Assim sendo, o compartimento superior estaria sob influência principal do deslocamento da úvula, palato mole e parte posterior da maxila e o compartimento inferior sob principalmente o deslocamento dos músculos da base da língua. Da mesma forma que na análise 83 bidimensional, a altura do limite inter-compartimentos era estabelecida na tomografia pré-cirúrgica e reproduzida na pós-cirúrgica, para eliminar-se a influência da posição da coluna (C2) que pode variar entre as tomografias. O VolA mostrou valores basais bastante homogêneos entre os grupos, exibindo um incremento estatisticamente significativo no grupo 1 e 2, sendo que neste último foi consideravelmente maior (P<0.001). Com o avanço da maxila, há uma expansão do arcabouço esquelético e aumento da tensão muscular (HOCHBAN et al.; 1996; WAITE; VILOS; 2002; FAIRBURN et al.; 2007), sendo estes dois fatores os prováveis responsáveis por esse acréscimo. O VolB não alcançou redução significativa no grupo 1, o que pode ser controverso pois houve um movimento real (5.30 mm em média) para posterior da mandíbula. Acredita-se que há um mecanismo de compensação do tecido mole, que não deixa ocorrer esse decréscimo na luz da faringe no local (PARK et al.; 2011). Hong et al, 2011 relatam que há um deslocamento póstero inferior adaptativo da língua para preservar o espaço aéreo faríngeo. Já no grupo 2, no qual a mandíbula também foi avançada, houve ampliação do VolB em 100% dos pacientes, sendo que um obteve mais de 45% de ampliação no neste compartimento. Com relação ao volume total, no grupo 1 houve um aumento significativo de aproximadamente 2000 mm3 em média, apesar de o VolB ter apresentado tendência a redução. HONG et al, 2011 demostraram que houve uma redução de aproximadamente 14% em média no volume aéreo total de nove pacientes submetidos ao AMRM, contrastando com o aumento médio de 6,49% do presente estudo. Já Jakobsone et al, 2010 não acharam variações significativas no volume total neste tipo de cirurgia. As diferenças podem ter ocorrido pela variação de quantidade de recuo mandibular e/ou também pela diferença de limites utilizados para aferir o volume 84 (apesar de esta comparação ter sido feita pela razão volume final/inicial). O aumento do grupo 1 pode ser considerado discreto quando comparado ao grupo 2, que apresentou um acréscimo de aproximadamente 6300 mm3 em média em seu VolTo, pois ambos compartimentos sofreram uma expansão estatisticamente significativa. Abramson et al, 2011 acharam um percentual de aumento do volume de aproximadamente 60%, consideravelmente maior que o do presente estudo. Porém, realizaram o avanço maxilomandibular associado ao avanço dos tubérculos genianos, além dos limites utilizados para determinação do volume terem sido diferentes. Atualmente existem poucos dados 3D para comparação dos resultados volumétricos (ABRAMSON et al.; 2011), dificultada ainda pela falta de padronização dos estudos já realizados (MATTOS et al.; 2011) A importância do cálculo da razão “volume final/volume inicial” se dá por produzir um quociente (podendo ser traduzido em porcentagem) de aumento ou redução, sem levar em conta o volume inicial. Isto não acontece quando faz-se uma subtração do volume inicial do final. O volume inicial pode variar de indivíduo para indivíduo e depende de fatores como a morfologia facial (GRAUER et al.; 2009), podendo induzir a interpretações erradas dos dados coletados. As médias das porcentagens de aumento de volume total do EAF, no grupo 1 (6,49%) e no grupo 2 (28,68%), evidenciam o benefício do ponto de vista anatômico dos dois tipos de cirurgia ortognática estudados. A quantidade de avanço maxilar obteve média semelhante nos grupos, de 5.11 mm no grupo 1 e 4.51 mm no grupo 2, não havendo diferença estatisticamente significativa entre eles (P=0.098). No AMRM, as médias de deslocamento da maxila e da mandíbula foram similares. Esse dado demonstra que em boa parte dos casos do estudo houve correção de metade da discrepância anteroposterior 85 com movimento anterior da maxila e de outra metade com movimento posterior da mandíbula. Já Jakobsone et al, 2011 avaliando radiografias cefalométricas pré e pós-cirúrgicas, acharam médias levemente diferentes, de 3.7 mm de avanço maxilar e 6.9 de recuo mandibular, mostrando um maior deslocamento da mandíbula em relação à maxila. Houve certa dificuldade de comparação com a literatura dos valores obtidos para o avanço maxilomandibular, pois na maioria dos estudos este procedimento cirúrgico é utilizado para tratamento da SAOS, portanto a quantidade de avanço tende a ser maior, com mediana de 8.7 mm para maxila e 10.7 mm para mandíbula (HOLTY; GUILLEMINAULT; 2010). Até o presente momento, não existe relato de outro trabalho que tenha utilizado a mesma metodologia para fazer este tipo de avaliação espacial pré e pós-cirúrgica de maxilares, para posteriormente correlacionar com a variação do volume da faringe. Um fato importante que merece destaque é a diferença entre as correlações feitas com a variação de volume absoluto (T2-T1) e as com o percentual de variação do volume (T2/T1). Estas foram mais fortes porque eliminam a importância do volume inicial do EAF do cálculo, proporcionando uma análise mais fidedigna. Supondo que haja uma variação de 10000 mm3 em um paciente com volume total de 16478 mm3 e em outro com 54225 mm3 (os dois extremos deste estudo), certamente os efeitos desse aumento não serão iguais para os dois indivíduos. Esta expansão ocorre mais facilmente no segundo paciente, porém tem também menor impacto nesta faringe. Agora considerando a mesma situação envolvendo o cálculo percentual, tem-se uma avaliação mais verossímil pois o 1º paciente teria um aumento de aproximadamente 60% e o 2º de apenas 18%. Isso se torna ainda mais relevante pois um estudo mostrou que os softwares de análise 86 tridimensional da faringe possuem alta confiabilidade, porém baixa acurácia. Ou seja, os diferentes programas conseguem distinguir EAF com dimensões maiores de outros com dimensões menores, porém os valores absolutos variaram mais de 60% (em média) entre alguns softwares (EL; PALOMO; 2010). Os resultados das correlações entre os compartimentos de volume e o maxilar mais próximo, como por exemplo o VolA e a maxila (Mx), mostraram-se mais fortes. Isso ocorre devido à maxila e o palato mole possuírem seus ligamentos e músculos correlacionados inseridos mais na parte superior da faringe, enquanto a mandíbula e língua e estruturas relacionadas possuem essas inserções localizadas mais inferiormente. Porém, o movimento da mandíbula (Md) parece afetar o compartimento superior (apesar de a correlação Md-VolA ter sido fraca), uma vez que houve um deslocamento maxilar anterior similar nos dois grupos e ainda assim o grupo 2 apresentou aumento significativamente maior no compartimento superior, tanto no valor absoluto (P<0.001) como no percentual (P=0.002). Isso provavelmente deve-se à relação próxima entre língua e palato mole, ou seja, quando a mandíbula sofre um deslocamento posterior (e consequentemente a língua) a parte inferior do palato mole também o sofre, dessa forma interferindo no VolA pós-cirúrgico. Devido a essa diferença significativa supracitada entre a variação percentual do VolA nos grupos, a regressão linear das variáveis “Maxila - %VolA” feita com os 33 pacientes conjuntamente apresentou um coeficiente de determinação baixo (R2=0.041, P>0.05). Assim sendo, quando se pretende predizer a variação do volume do compartimento superior do EAF de uma cirurgia que será realizada, seria mais confiável utilizar as regressões feitas separadamente para cada grupo. Já as variáveis “Mandíbula - %VolB” apresentaram um bom ajuste ao modelo da 87 regressão linear, com R2=0.914 e P<0.001. Portanto pode-se usar esse modelo para predição do VolB, independente do tipo de cirurgia, pois apresenta um bom ajuste ao modelo e com uma casuística maior (que confere maior poder de inferência estatística). Considerando o caráter piloto deste estudo e também o tamanho da casuística (n=33), mais estudos devem ser feitos repetindo esta metodologia para que num futuro próximo se possa prever com mais confiança qual será a variação percentual aproximada do volume do EAF, sabendo qual o deslocamento planejado dos maxilares. Porém, é importante haver distinção de deslocamento planejado e deslocamento real, sendo este idealmente aferido através da sobreposição de tomografias pré e pós-cirúrgica. Acredita-se também que as fortes correlações encontradas entre algumas variáveis se deram principalmente devido a criteriosa seleção da casuística, composta de várias etapas. Com ela, alguns dos fatores que poderiam provocar distorção dos dados foram eliminados (ou pelo menos reduzidos), como por exemplo a rotação do plano oclusal e as alterações verticais. Portanto, os dados mostrados só tem aplicabilidade para os pacientes que satisfizerem todas as condições de seleção propostas no estudo. Em suma, o avanço maxilar associado ao recuo mandibular mostrou considerável aumento das medidas lineares e volumétricas na região associada à maxila e leve diminuição nas medidas nas áreas ligadas à mandíbula. As medidas em locais intermediários não apresentaram um padrão de alteração. Esses resultados discordam com outros trabalhos realizados (TURNBULL; BATTAGEL; 2000; MEHRA et al.; 2001; CHEN et al.; 2007), que acharam decréscimo significativo em todas as medidas neste tipo de cirurgia. Essas diferenças podem ser atribuídas a quantidade de movimento dos maxilares ou ainda ao método de 88 avaliação utilizado (radiografia cefalométrica lateral no caso destes estudos). Levando-se em conta que o movimento mandibular para posterior pode trazer algum tipo de prejuízo permanente para o EAF, principalmente com relação ao deslocamento posterior da base da língua (TURNBULL; BATTAGEL; 2000; SAITOH; 2004; GUVEN; SARACOGLU; 2005; KAWAKAMI et al.; 2005), deve-se tomar um cuidado especial nos casos de recuo mandibular isolado (CHEN et al.; 2007), nos quais a quantidade de recolocação posterior geralmente é maior (BUSBY et al.; 2002). Além disso, nesses casos ainda não há a melhora no compartimento superior da faringe decorrente do avanço maxilar (SAMMAN; TANG; XIA; 2002). Há relatos de que esse tipo de cirurgia pode ser um fator iniciador da SAOS em pacientes com predisposição (GUILLEMINAULT; RILEY; POWELL; 1985; RILEY et al.; 1987). A qualidade anatômica e funcional do EAF deve ser levada em consideração no planejamento orto-cirúrgico e, do ponto de vista dimensional da faringe, a cirurgia de AMRM é preferível (HOEKEMA et al.; 2003; CHEN et al.; 2007). Porém, deve-se ter cautela ao afirmar que os efeitos do avanço maxilar compensam os do recuo mandibular (HONG et al.; 2011), pois apesar de haver um aumento no volume total, a resposta clínica pode não ser favorável devido ao estreitamento da faringe na região da base da língua. No AMM todas as medidas estudadas apresentaram acréscimo significativo, provando que há um benefício real na anatomia da região. Estes achados ajudam a justificar o grande índice de sucesso terapêutico, que pode chegar até 100% (PRINSELL; 1999), deste tipo de terapia em pacientes portadores da SAOS. Os resultados atuais são consistentes e têm mostrado redução significativa nos índices de apnéia/hipopnéia e melhora da saturação de oxigênio nestes pacientes (FAIRBURN et al.; 2007; HOLTY; GUILLEMINAULT; 2010). 89 Sempre se deve considerar que a SAOS e outras desordens respiratórias do sono possuem também, por vezes, um componente nervoso (ONAL; LOPATA; 1982) responsável pela regulação do tônus da musculatura da faringe, e não somente o componente anatômico (RODENSTEIN et al.; 1990). Portanto, é necessário saber qual o real impacto clínico na respiração, principalmente durante o sono, dessa expansão do EAF no caso do grupo 2 e da discreta redução no caso do VolB do grupo 1. O desenho de estudo ideal para essa avaliação consistiria em uma associação da TCFC à polissonografia, que é considerada padrão ouro para avaliação da qualidade do sono. Porém, isso demandaria considerável desgaste financeiro e físico do paciente. Alternativas à polissonografia como os questionários de sonolência (JOHNS; 1991) e oximetria são válidos, apesar de possuírem interpretação mais subjetiva e portanto menor poder de inferência. A maior limitação desse estudo retrospectivo foi justamente considerar somente o componente anatômico da faringe, sem fazer o controle da qualidade do sono ou da sonolência diurna dos pacientes. Outro problema seria a dificuldade de aquisição das TCFC pré e pós-cirúrgicas na mesma fase da respiração, podendo haver alterações nas dimensões do EAF durante a tomada tomográfica (LOWE et al.; 1986). Amenizou-se esse problema requisitando ao paciente que respirasse de forma branda e não deglutisse durante a aquisição (DEGERLIYURT et al.; 2008). A própria posição da cabeça pode influenciar o registro por provocar alterações posturais na língua (HELLSING; 1989; HOCHBAN et al.; 1996). Por isso, o paciente foi requisitado para permanecer em posição natural de cabeça (olhando para o horizonte) e o crânio foi posteriormente reorientado no software. Por fim, a questão do grau de sensibilidade (treshold) na hora de “preencher” a faringe durante a aquisição do seu volume, ainda imbui no processo certa 90 subjetividade (ALVES et al.; 2012), visto que a variação de 1 ponto de sensibilidade no software Dolphin Imaging acarreta a variação de, em média, 320 mm3 no volume do EAF. Para se alcançar resultados mais consistentes o operador deve ter experiência nas mensurações ou, no caso de mais operadores, deve-se fazer uma calibragem rigorosa. Recomenda-se escolher o valor de sensibilidade que melhor “preencha” o EAF durante a aferição, porém utilizar o mesmo valor nas tomografias pré e pós-cirúrgicas do mesmo paciente (desde que feitas com o mesmo tomógrafo e com o mesmo protocolo de aquisição). Na discussão, foi dada preferência para trabalhos que tenham utilizado a TCFC como método de avalição. Porém, como ainda existem poucos estudos na literatura a utilizando para avaliar os efeitos da cirurgia ortognática na faringe, algumas comparações com trabalhos que utilizaram-se outros métodos (principalmente telerradiografia em norma lateral) foram necessárias. Esta radiografia permite uma visualização apenas lateral da faringe, limitando o seu estudo (KAWAMATA et al.; 2000). Apesar desses contratempos, a TCFC mostrou-se um método válido e confiável para confecção de análises em duas e três dimensões do EAF e do deslocamento dos maxilares, fornecendo mais informações do que a radiografia cefalométrica. As suas principais vantagens sobre este método são a possibilidade de fazer medidas praticamente sem distorção (LAM et al.; 2004; LAGRAVERE et al.; 2008), mensurações no sentido transverso e a possibilidade de análises volumétricas (ABOUDARA et al.; 2009). O software Dolphin Imaging 11.5 também foi considerado confiável para fazer medidas bi e tridimensionais pois apresentou um ICC maior que 0.9 em todas as medidas realizadas, ratificando o trabalho de El e Palomo, 2010. 91 Mais estudos são sugeridos utilizando modelo semelhante à este e com casuísticas maiores, avaliando os mesmos ou outros tipos de movimentos cirúrgicos dos maxilares. 92 6 CONCLUSÃO Pode-se concluir que: 1. pacientes submetidos ao avanço maxilar associado ao recuo mandibular apresentaram aumento significativo, nas dimensões do espaço aéreo faríngeo, no nível do ponto espinha nasal posterior e redução no nível da base da língua; 2. pacientes submetidos ao avanço maxilomandibular apresentaram acréscimo significativo em toda a extensão do espaço aéreo faríngeo, evidenciando os benefícios deste tipo de cirurgia no que tange a anatomia da faringe; 3. os dois tipos de cirurgia apresentaram semelhanças nos efeitos no espaço aéreo faríngeo ao nível da espinha nasal posterior e diferenças ao nível da úvula e base da língua. 4. houve correlações positivas mais fortes entre o deslocamento do maxilar em questão e o volume do compartimento da faringe que lhe era mais próximo. O deslocamento da maxila demonstrou ter maior impacto no espaço aéreo faríngeo como deslocamento da mandíbula; um todo, quando comparado ao 93 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABOUDARA, C., NIELSEN, I., HUANG, J. C., MAKI, K., MILLER, A. J. e HATCHER, D. Comparison of airway space with conventional lateral headfilms and 3-dimensional reconstruction from cone-beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop, v.135, n.4, Apr, p.468-79. 2009. ABRAMSON, Z., SUSARLA, S. M., LAWLER, M., BOUCHARD, C., TROULIS, M. e KABAN, L. B. Three-dimensional computed tomographic airway analysis of patients with obstructive sleep apnea treated by maxillomandibular advancement. J Oral Maxillofac Surg, v.69, n.3, Mar, p.677-86. 2011. ALMEIDA, R. C., CEVIDANES, L. H., CARVALHO, F. A., MOTTA, A. T., ALMEIDA, M. A., STYNER, M., TURVEY, T., PROFFIT, W. R. e PHILLIPS, C. Soft tissue response to mandibular advancement using 3D CBCT scanning. Int J Oral Maxillofac Surg, v.40, n.4, Apr, p.353-9. 2011. 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