abel xavier
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ABEL XAVIER “ Temos de chegar onde o racismo está enraizado ” Dossier: 9ª Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto Futebol Feminino: SINDICATO Apresenta PROJECTO 1 apoio jurídico: Sana e Jô libertam-se de Valladolid e Leiria EDITORIAL Vistas largas ou curtas? “Não nos iludamos: a dignidade da profissão de futebolista depende de todos. De ti também. Não fiques de fora da nossa equipa” Joaquim Evangelista Presidente do SJPF A proposta de alargamento devia resultar de um prévio e reflectido debate institucional. Numa conjuntura difícil para os portugueses, o presidente da Liga e os clubes demonstraram ter falta de visão Joaquim Evangelista, Presidente da Direcção Áreas de Intervenção Assessoria Jurídica e Fiscal Formação e Qualificação Profissional Protecção Social e Seguros Defesa da Saúde Fundo de Solidariedade Social Estágio do Jogador Football Jobs - O Portal do Emprego Futebol Feminino, Futsal e Futebol de Praia Acordos e Benefícios As mudanças recentemente verificadas na Federação, na Liga e paralelamente no Governo, acrescidas da posição assumida pelo Sindicato privilegiando o diálogo, perspectivavam, numa conjuntura económica difícil, um clima de cooperação e partilha de esforços. Inopinadamente, surge a proposta de alargamento apresentada pela Liga que, ao arrepio do que se expôs, veio criar novos problemas numa conjuntura adversa. Independentemente do mérito ou demérito do “alargamento” certo é que a proposta em apreço mereceu a condenação geral dos diversos agentes do futebol sustentada em vários e pertinentes argumentos. Assim, e em primeiro lugar, trata-se de uma proposta unilateral. Na verdade , dizendo o tema (alargamento) respeito a todos, qualquer proposta deve resultar de um prévio e reflectido debate institucional. Em segundo lugar, a proposta contraria as conclusões dos diversos estudos elaborados sobre a matéria, nomeadamente pela Liga, que vão no sentido oposto. Em terceiro lugar, qualquer proposta deve respeitar os princípios da oportunidade e da verdade desportiva os quais são aqui ostensivamente ofendidos. A apresentação quase no fim da época, por um lado, a ausência de “descidas” por outro e, finalmente, a implementação a título imediato desta medida é inaceitável. Em quarto lugar, tem plena legitimidade a questão de saber como é que uma Liga que não garante o + 2 O CHUMBO DA FPF À PROPOSTA DA LIGA A FPF cumpriu o seu dever ao travar uma proposta de alargamento da Liga que não representava todo o futebol cumprimento das obrigações (nomeadamente salariais) num universo de 32 clubes o vai garantir quando este número aumenta. Em quinto lugar, ao contrário do que se apregoa, esta proposta não garante a efectivação de postos de trabalho. Aliás, quando alguém promete a quem está em dificuldades sabendo que não vai cumprir está, por um lado, a incorrer em responsabilidade e, por outro, a agravar a situação dessas pessoas ofendendo notoriamente o principio da boa-fé. Neste enquadramento factual, compreende-se que o presidente da Liga tenha ficado refém de uma promessa eleitoral e também se compreende a posição dos clubes do fundo da tabela que, no limite, querem garantir pela via administrativa aquilo que deve decorrer do mérito desportivo. Compreende-se mas não se concorda. Por um lado, o presidente da Liga tem de ter a humildade de recuar e reconhecer todos os inconvenientes que a proposta encerra. Os clubes, por sua vez, têm que garantir definitivamente um modelo de licenciamento eficaz e igualitário que premeie o mérito e penalize o incumprimento. Dirigismo desportivo Uma nota final, para esclarecer e evitar toda e qualquer confusão: quando me refiro publicamente a “dirigentes menores” não pretendo beliscar minimamente os seus + clubes. Sei bem qual é o valor e a importância destes clubes, cultural, social, histórica e desportivamente. Infelizmente, muitos desses clubes (profissionais) são dirigidos por amadores que constantemente invocam o seu voluntarismo e altruísmo para justificar todos os actos de gestão, muitas vezes danosa. Paralelamente, rodeiam-se de pessoas incompetentes, cerceando o acesso a quem poderia ajudar a gerir e projectar o futuro dos clubes. Dirigentes que diariamente invocam a situação de falência do futebol português mas que nunca colocam o seu lugar à disposição. Em suma e neste contexto podemos concluir que há clubes grandes com dirigentes pequenos e clubes pequenos com dirigentes grandes. Nota conclusiva A questão do “alargamento” assim colocada revela uma visão redutora da realidade com as consequências adversas que daí advêm. O presidente da Liga, como os demais dirigentes que apoiaram a proposta, demonstraram, infelizmente, ter vistas curtas. Trata-se de um problema de visão que pode e deve ser corrigido. Numa conjuntura difícil que aflige todos os portugueses, importa conjugar esforços e estabelecer um diálogo permanente que implique cedências mutuas. Imprescindível se torna, portanto, TER VISTAS LARGAS. A FINAL DA CHAMPIONS EM PORTUGAL O CLIMA VIVIDO NA ARBITRAGEM O Estádio da Luz vai receber a final da Champions em 2014. Portugal está na rota dos grandes eventos e mostra-se lá fora A publicação na Internet de informação pessoal dos árbitros é mais um episódio grave para um sector com tudo menos paz 03 memória ABEL XAVIER “ Fui um dos primeiros negros do Everton ” ASF - Agência de Serviços Fotográficos - asf@bola.pt, Imagens que fazem história ENTREVISTA Dossier: 9ª Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto P.14 Gabinete Jurídico: Sana rescinde com Valladolid P.26 SJPF lança livro dos 40 anos: Entrevista a António Simões P.44 Edição e propriedade SJPF, Rua Nova do Almada, nº 11 3º Drt., 1200-288 Lisboa www.sjpf.pt | sjpf@sjpf.pt T: 213 219 590 | f: 213 431 061 Director Joaquim Evangelista Director adjunto Vitor Crisóstomo Redacção Tiago Abreu Design e Paginação M&M Design Fotografia Bruno Teixeira Miguel Zambujo ASF, Agência de Serviços Fotográficos; Lusa; Colaboradores Gustavo Pires José Neto e Manuel Sérgio Projecto Futebol Feminino. O desafio aos clubes grandes P.48 Prémios SJPF Janeiro e Fevereiro P.33 10/01/1942 - 28/02/2012 3 Editorial 4 Índice 5 Memória: Jaime Graça 6 Zoom: Futebol é União! 8 Entrevista: Abel Xavier 14 Dossier: 9.ª Semana contra o Racismo e a Violência no Desporto 26 Notícias: Gabinete Jurídico 28 Notícias 33 Prémios SJPF 42 Aniversário SJPF: 40 anos resultam em livro 44 Aniversário SJPF: Entrevista a António Simões 46 Glórias: Jaime Graça 48 Futebol Feminino: Sindicato apresenta projecto 52 As Nossas Internacionais: Quem é Ana Borges 54 Opinião: Manuel Sérgio 55 Opinião: Gustavo Pires 56 Lazer 60 Clipping 61 O Meu Estádio: Quim Berto 62 Regresso à infância: Sandro Lazer: Relógios P.56 membro Impressão Light Ideas, Lda. Tiragem 2000 Exemplares Dep. Legal 256825/07 2 O MEU ESTÁDIO: Quim Berto P.6 04 Jaime Graça em Inglaterra durante o Campeonato do Mundo de Futebol. Julho de 1966. Imagem da felicidade do Magriço Jaime Graça durante o Campeonato do Mundo de 1966, em Inglaterra, onde foi totalista e Portugal alcançou um brilhante terceiro lugar. Na foto, o futebolista mostra o galhardete do Vitória de Setúbal, clube que se preparava para abandonar, e o galhardete do Benfica, para onde iria tranferir-se, após um grande Mundial. 05 zoom Futebol é União! O Sindicato dos Jogadores organizou a 9ª edição da Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto e convocou o esforço dos parceiros do futebol na luta contra todas as formas de discriminação social. Mais uma vez, os futebolistas foram origem e veículo de transmissão de uma mensagem que passou, por exemplo, nos estádios portugueses e se pretende que afecte toda a sociedade: Futebol é União! 6 7 ENTREVISTA ABEL XAVIER Temos de agir e chegar onde “o racismo está enraizado ” Abel Xavier (Nampula, 30 de Novembro de 1972) jogou em 14 clubes de oito países diferentes. Português com sangue africano, fez carreira na Europa e acabou-a na América, chegou à Selecção Portuguesa (20 internacionalizações; 2 golos), disputou um Europeu e um Mundial e tornou-se num dos ícones da sua geração, fruto de uma personalidade forte, de uma imagem característica e de um discurso marcante, capaz de abordar temas que vão do futebol até à religião. Abel Xavier considera-se um cidadão do Mundo e aceitou o desafio do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol para ser o embaixador da Semana contra o Racismo e Violência vno Desporto, que decorreu entre 24 de Fevereiro e 2 de Março. “ Portugal tem uma história de integração, mas não podemos ficar à espera que aconteça algum caso para depois agir ” 8 Ficámos com a ideia de que aceitou com grande entusiasmo o convite para ser o embaixador da Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto. Eu tenho um grande respeito e consideração pelas pessoas e instituições que lutam por causas nobres. Aceitei o convite do Sindicato dos Jogadores e do presidente Joaquim Evangelista com muita satisfação. O racismo afectou-o na sua carreira? Não podemos esconder a verdade: existe racismo em vários sectores da sociedade. No futebol, o que acontece é que por vezes existem pessoas que se aproveitam desta grande indústria para propagar determinados comportamentos que simplesmente não deviam existir no século XXI. Por razões óbvias, senti o racismo. Até antes 09 ENTREVISTA “ É preciso distinguir clubite e fanatismo de racismo e xenofobia ” de ser jogador de futebol, na minha infância... a minha família, como tantas outras famílias africanas chegadas a Portugal, sentiu discriminação. Sermos julgados e não termos acesso às mesmas coisas pela cor da pele não é justo. No futebol, o que existe em Portugal é essencialmente rivalidade clubística. O problema do racismo é mais social. Quando cheguei a Portugal, em 1975, chegaram também milhares de pessoas que foram viver em bairros clandestinos. É claro que essas pessoas se fecharam nas comunidades com que se identificavam, mas quando tentaram integrar-se sentiram discriminação. Mas houve alguma ocasião em que esteve em campo e deixou de sentir prazer em jogar? Sofri alguns episódios, mas na maioria das vezes é preciso distinguir clubite e fanatismo de racismo e xenofobia. Muitas vezes, o que acontece entre colegas nasce no calor do jogo, na intensidade do momento. É como se um jogador estivesse a fazer tudo para ganhar vantagem sobre o adversário, no fundo é como quando simula uma falta para enganar o árbitro... É claro que às vezes também se ultrapassam todos os limites e aí, claro, defendo castigos exemplares. Se falarmos dos casos de racismo que nascem entre os adeptos, muitas vezes estamos a falar de pessoas infiltradas que tentam amplificar alguns comportamentos junto das massas. Mas voltando à questão, eu nunca dei grande importância a qualquer um destes casos, porque era um jogador que me concentrava muito nas minhas tarefas dentro de campo. Quem são os principais agentes preventivos dos casos de racismo. Devem ser os jogadores ou as instituições? 10 Devemos agir ao mais ao nível dos exemplos ou apostar em castigos cada vez mais pesados? Quem pode agir são sempre as pessoas. Estamos num mundo global, não podemos controlar tudo, mas temos de encontrar aquelas pessoas que estão verdadeiramente preocupadas com estes problemas e têm uma mensagem a passar. Temos de ampliar essa mensagem, temos de aproveitar o poder da informação, porque só assim podemos chegar onde o racismo estiver verdadeiramente enraizado. Depois, nós temos de ser fiscais de nós próprios, por exemplo, temos de ter coragem de passar a mensagem à pessoa que está ao nosso lado no estádio e tem um comportamento errado. Fala-se muito de como é importante integrar, ou saber receber, mas um jogador também deve esforçar-se na adaptação a um país estrangeiro. O Abel Xavier jogou em oito países diferentes. Como é que se adaptava? É isso, o grande segredo quando chegamos a um país estrangeiro é ter capacidade de integração e isso passa desde logo por conhecer a língua. Temos de nos esforçar, lutar e às vezes isso significa ir aprender. Muitas vezes 11 há jogadores que se excluem pura e simplesmente porque não procuram integrar-se, falar o idioma local, interagir... quando fui para Holanda quis começar a falar holandês, quando fui para a Turquia quis igualmente aprender; em Itália falava italiano... este esforço, quando é feito, também é reconhecido e valorizado por quem está a receber-nos. ENTREVISTA Apesar de tudo, ou dos casos que vão aparecendo, Portugal é um país exemplar quanto ao Racismo? Creio que sim, mas nós temos de ser preventivos, somos nós que temos de ter a responsabilidade de apelar à consciência das pessoas. Hoje em dia a maioria dos cidadãos vive bastantes dificuldades e facilmente é tentado a comportamentos ou manifestações que não teria noutras condições. Portugal tem uma história de integração, mas não podemos ficar à espera que aconteça algum caso para depois agir. Jogou em tanto países, onde é que sentiu Racismo? Em Inglaterra percebi uma situação curiosa. Há 12 anos, quando fui para o Everton, constatei que a cidade de Liverpool estava dividida entre o Everton e o Liverpool por questões de ideologia, de cultura, de educação. O Everton era um clube racista, o Liverpool, onde também cheguei a jogar, não. E foi o futebol que ajudou o Everton a mudar. Eu fui um dos primeiros jogadores negros do Everton enquanto o John Barnes, que é negro, foi um dos grandes jogadores e inclusivamente capitão do Liverpool. Um dia vi o jogo da bancada no estádio do Everton e reparei que não havia um adepto negro. E estamos a falar de há 12 anos. Eu tive de interagir com os adeptos e eles depois corresponderam à minha vontade. O racismo é um fenómeno arcaico e temos de ser nós, pessoas, que temos de agir para a integração social. Como é possível que a mensagem flua mas haja gente agarrada ao passado? Temos de gerar pessoas melhores. A minha carreira de futebolista foi um veículo para me tornar um homem melhor, evoluído, aberto, liberal e valorizado. Estou agora melhor preparado do que se tivesse um diploma. Viajei, aprendi, tenho uma maneira diferente de pensar. Tive a oportunidade de fazer “ Fui um dos primeiros jogadores negros do Everton (...). Não havia um negro na bancada ” uma carreira muito rica, diversificada, bastante diferente da maioria dos meus colegas. Fui um nómada, aprendi muito e sei que isso me vai ajudar a educar os meus filhos. Tem estado afastado do futebol. Estou atento e quero regressar. E fá-loei com pessoas competentes e nunca para ser um tipo submisso. Um mundo 12 que é gerido apenas pelos resultados e conflitos, não é um mundo para mim. Vou investir fortemente no futebol para construir algo mais marcante mas não quero ser apenas mais um que se deixou descaracterizar aos olhos do povo português. Ainda há pouco tempo recebi convites para voltar a jogar. Estou consciente de que a minha imagem e o que fiz na carreira podem ser atrativos. Podia estar a jogar já amanhã mas eu tenho um rumo definido. Acredito que é preciso uma renovação no futebol português porque os discursos bonitos são inconsequentes. Há um mercado externo que quer entrar em força em Portugal e nós não permitimos que entre. Não podemos ser competitivos e não executar reformas. O que aprendeu na experência em Los Angeles? Toda aquela envolvência mexeu consigo? A vida levou-me para determinadas realidades e a conhecer determinadas pessoas que eu não estava à espera. Se eu tive de estar em LA naquela altura é porque isso tinha de acontecer. Por exemplo, aprendi muito com o David Beckham. Somos amigos e tenho projectos futuros que de certa forma o envolvem. Mas acerca da experiência em Los Angeles... quando olho para trás, para as transformações que o futebol me permitiu fazer à minha vida, penso que não mudei a forma de pensar. Sou o mesmo. “O Sindicato faz a defesa dos pilares deste desporto” O Abel Xavier teve momentos na carreira em que necessitou da ajuda do Sindicato? O Sindicato ajudou-me na sequência dos castigos que tive ao serviço da Selecção Nacional. É importante sentir que temos apoio quando estamos fora do nosso país; estamos a tentar representar e dignificar o nome de Portugal e é conveniente que nos possam ajudar nesse papel. Há momentos em que um jogador pode sentir-se isolado, por vezes necessita de ajuda em questões laborais, mas o ideal é que possa abstrair-se desses problemas para que o seu rendimento seja máximo. Essa ajuda existe, por vezes os jogadores é que não têm noção da força que podem reunir na luta pelos seus problemas. A classe dos jogadores tem de saber que, se quiser, tem força para parar a indústria do futebol. É bom que todos os jogadores, todas as grandes referências dos grandes campeonatos, a nível europeu, tenham noção deste papel e entendam que todos juntos, unidos, podem ter muita força. Reconhece ao Sindicato dos Jogadores capacidade de intervenção? O Sindicato dos Jogadores é uma instituição que assume um papel preponderante, porque faz a defesa e a protecção daqueles que são os pilares mais importantes deste desportol: os futebolistas. Há outros agentes importantes, reconhecemos que são necessários 13 outros contributos e competências para tornar o futebol na grande modalidade global que é, mas os jogadores é que estão na origem de tudo. Hoje em dia existem problemas graves de gestão na grande parte dos clubes e os jogadores é que sofrem as consequências – neste âmbito o Sindicato tem feito um trabalho notável em muitas situações concretas; e esse trabalho deve ser reconhecido por todas as entidades do futebol. dossier Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto Martim Moniz, Lisboa, tarde de sábado. O pequeno campo de futebol ali construído nunca seria suficiente para todos os miúdos que queriam dar uns pontapés na bola, inspirados pelo lema que os envolvia: “Futebol é União”. Estávamos em plena Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto, uma iniciativa do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol realizada 24 de Fevereiro e 2 Março, apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa e que potenciou todo o carácter multicultural e integrador da praça Martim Moniz. Ali não havia distinção raças, no máximo havia distinção de equipas porque, lá está, nem todos cabiam ao mesmo tempo naquele pequeno campo de futebol ‑ foi Chainho, antigo futebolista de Estrela da Amadora e no FC Porto, entre outros, que ajudou a guiar os miúdos. A dose repetiu-se ao longo dos dias, mas nem só desta animação social se fez esta Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto, a nona edição organizada pelo Sindicato dos 14 Jogadores. Também nos estádios da Liga Zon Sagres e da Liga Orangina decorreram acções de sensibilização, com os jogadores a envergarem t-shirts alusivas à iniciativa e mostrando faixas com o tal slogan, “Futebol é União”. E houve ainda a dimensão institucional do evento, marcado pela assinatura de Memorandos de Entendimento que fixaram as intenções dos parceiros do futebol no combate ao racismo, à violência e a qualquer forma de exclusão social. O anfitrião e embaixador foi Abel Xavier, um ex-internacional que também vestiu o fato de orador para alertar para o que verdadeiramente interessava. “Devemos aprofundar a colaboração entre instituições e parceiros, numa união de esforços que possibilite que o desporto em geral e o futebol em particular se desenvolva num ambiente em que são garantidas a liberdade, a segurança, a justiça e o respeito pela dignidade humana”. Aí, o Sindicato dos Jogadores esforçou-se por cumprir o seu papel – no último dia do programa, a 2 de Março, também organizou um workshop subordinado ao tema da Inclusão Social no e pelo Desporto para Clubes e Associações, uma iniciativa enquadrada no Projecto SPIN (Inclusion Sports Network), apoiado pela Comissão Europeia. Joaquim Evangelista, presidente do 15 Sindicato dos Jogadores, destacou em várias oportunidades o facto de Portugal não ser um país marcado por episódios racistas graves. Mas é bom lembrar o objectivo destas acções: devem ser essencialmente “preventivas” e ir mais além, combatendo a violência, a xenofobia e o bullying. dossier Memorando de Entendimento O Compromisso dos Parceiros do Futebol Os principais parceiros do futebol português, juntamente com o Governo, a Câmara Municipal de Lisboa e os três jornais desportivos, uniram-se ao Sindicato dos Jogadores na assinatura do Memorando de Entendimento Contra o Racismo, a Violência, A Xenofobia, a Intolerância e a Discriminação no Futebol. O Documento foi subscrito no dia 24 de Fevereiro. “Devemos ser determinados a evitar que o futebol possa ser usado como plataforma para comportamentos racistas, xenófobos e violentos”, sintetizou Abel Xavier, o embaixador da Semana e anfitrião de uma cerimónia onde estavam Augusto Baganha (presidente do Instituto do Desporto de Portugal, em representação da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto), Manuel Brito (Vereador da Câmara Municipal “ Fernando Gomes Presidente da FPF de Lisboa), Fernando Gomes (presidente da Federação Portuguesa de Futebol), Joaquim Evangelista (presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol), Gustavo Sousa (presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol), Silveira Ramos (presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol), Vítor Serpa (director do jornal A Bola), António Magalhães (director-adjunto do jornal Record) e João Sanches (chefe de redacção do jornal O Jogo). Apenas Mário Figueiredo (presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional) esteve ausente, devido a motivos de agenda. “Queria dar os parabéns ao SJPF por organizar mais uma semana contra o Racismo e Violência no Desporto”, afirmou Augusto Baganha, num elogio depois partilhado pelos parceiros de assinatura do Memorando. Manuel Brito destacou o facto de o evento esta sediado no Martim Moniz. “A Praça do Martim Moniz é um local marcado pela multiculturalidade. Por exemplo, aqui ao lado temos um jardim de infância com 75 alunos e 50 são estrangeiros. Esta é uma praça de cruzamento de culturas e de povos. O Desporto tem uma característica que por vezes é subvertida: Não nos distinguimos pela cor da pele, mas pela cor das camisolas”, afirmou o vereador do Município de Lisboa. Fernando Gomes, presidente da FFP, realçou por outro lado o facto de Abel Xavier se associar à iniciativa. “Gostava de deixar uma palavra para um jogador com um passado brilhante, por vários países clubes, encontrando sempre forma de se integrar, sendo sempre a mesma pessoa e o mesmo homem que começou a jogar desde criança”. “ Independentemente da raça, do A Praça do Martim Moniz é um sexo, da idade da religião ou convicção, local marcado pela multiculturalidade. o Desporto é uma actividade transversal Esta é uma praça de cruzamento de ” a todos os cidadãos Manuel Brito culturas e de povos Vereador do Desporto da Câmara Municipal de Lisboa 16 ” 17 dossier Imprensa junta-se na luta “A Bola”, “Record” e “O Jogo” Os três diários desportivos portugueses – “A Bola”, “Record” e “O Jogo” – associaram-se à Semana contra o Racismo e Violência no Desporto e, para além da divulgação do evento, assinaram o Memorando de Entendimento proposto pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, assumindo assim o compromisso de luta contra o flagelo do racismo, da xenofobia e da violência no desporto. “A Bola associa-se com empenho e com interesse à iniciativa do Sindicato. Continua a ser importante que o desporto, em geral, e o futebol, em particular, ganhem consciência de que o seu espaço é essencialmente um espaço de tolerância, de liberdade e de relações humanas”, disse Vítor Serpa, director de “A Bola”. António Magalhães, director-adjunto de Record, realçou a importância do desporto enquanto mecanismo de inclusão social. “O futebol, e o desporto em geral, assumiuse como um espaço que ajudou a esbater diferenças e a desfazer barreiras sociais, religiosas e culturais. Nesse sentido, deu contributo precioso para uma sociedade mais tolerante. Nos últimos tempos, porém, sucederam-se maus exemplos que voltam a colocar o tema racismo na ordem do dia e no topo das preocupações das entidades responsáveis”. Também José Manuel Ribeiro, director de O “Jogo”, que se fez representar na Semana contra o Racismo pelo chefe de redacção João Sanches, destacou a força do desporto na criação de uma sociedade mais justa e equilibrada. “No combate ao racismo, o futebol é um general coberto de medalhas, chefe do Estado Maior de um exército imenso que leva mais de um século de triunfos arrasadores sobre o preconceito. O desporto nunca se perdeu no caminho, nunca o fará e ninguém conseguirá ser melhor nem mais eficaz nessa guerra”. 18 19 dossier Workshop Inclusão Social no e pelo Desporto A Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto acabou a 2 de Março. A nona edição desta iniciativa levada cabo pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol ficou marcada, no último dia, pela realização de um workshop subordinado ao tema da Inclusão Social no e pelo Desporto. José Carlos, vice-presidente do Sindicato dos Jogadores, era o espelho do orgulho e da satisfação quando encerrou os trabalhos. “Para além de todo o conhecimento e experiência que partilhámos, só o simples facto de todos estarmos aqui a mostrar disponibilidade para novas formas de parceria e colaboração mostra logo o sucesso deste workshop. Estamos muito satisfeitos”, disse o antigo futebolista e internacional português. Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato, fez igualmente um balanço extremamente positivo do workshop e de toda a Semana Contra o Racismo, lembrando a importância do papel de responsabilidade social cumprido pelo Sindicato dos Jogadores. “Naquilo que nos é exigível, não deixaremos de actuar. Esperemos é que os outros façam também o seu trabalho. Esta não é a prioridade ou missão do Sindicato, mas temos consciência do nosso papel, do papel dos jogadores e do impacto que eles têm na sociedade e, nessa medida, esta ação visa essa responsabilidade social”, disse. O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), no seguimento das acções desenvolvidas na promoção das boas práticas desportivas e na inclusão social através do desporto, foi convidado a integrar o projecto europeu SPIN “ Mostrámos disponibilidade para novas formas de parceria, o que desde logo mostra o sucesso deste workshop ” José Carlos Vice-presidente do SJPF – Inclusão Social pelo Desporto, apoiado pela Comissão Europeia. Nesse âmbito, enquadrado na organização da 9ª Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto, promoveu este workshop subordinado ao tema das boas práticas de Inclusão 20 Social no e pelo Desporto, para Clubes e Associações desportivas. O evento decorreu no Hotel Mundial, em Lisboa, junto ao Martim Moniz, e a adesão revelouse bastante interessante, com a presença de instituições como a Fundação Aga Khan, SOS Racismo, Associação Nacional de Futebol de Rua, Projecto Távola Redonda, Clube de Futebol Benfica, Olímpico do Montijo e FC São Francisco. Nos diferentes painéis, destaque para as intervenções de representantes dos seguintes projectos: Escola.Futebol. Cidadania (Joaquim Evangelista); Projecto Futebol Feminino (José Carlos); Projecto Bola P’ra Frente (Eunice Lopes); Projecto Escola de Judo Nuno Delgado (Inês Almeida); Projecto SPIN (Salomé Marivoet); e Projecto Dar à Costa (Carolina Remédios). 21 dossier Refugiados em Portugal O futebol pode ser jogado por todos O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, no seguimento dos compromissos enquadrados no projecto SPIN (Sports Inclusion NetWork), organizou um jogo de futebol assinalando o dia dos refugiados, enquadrado ainda no programa da 9ª edição da Semana contra o Racísmo e a Violência no Desporto. O objectivo foi alertar para os constrangimentos legais e sociais que impedem o acesso dos refugiados à prática desportiva. Entre os presentes, destaque para jogadores de futebol que tentaram fazer carreira nos seus países de origem. Um desses casos, foi o de Aka N’Guessan Du Bonheur, um jovem costa-marfinense, de 20 anos, que nos contou estar desde muito novo ligado ao futebol. Aka fez toda a sua formação e início de carreira no Omnisport Korhogo, mas problemas políticos e sociais no seu país fizeram-no abandonar tudo. Partiu então “às escuras” para a Rússia, onde tentou arranjar asilo e um clube para jogar. Dadas as dificuldades encontradas naquele país, Aka N’Guessan não teve outra solução senão abandonar e partir para outro país. Neste caso para Portugal. “Na Rússia, os clubes não apostam em jogadores na minha situação, visto que os processos são demasiado caros e demorados, o que faz com que acabe por não valer a aposta e o investimento”, explicou à revista Jogadores Apesar desta contrariedade, Aka N’Guessan não desistiu, tendo arranjado alguns trabalhos precários para amealhar dinheiro com o objectivo de viajar para Portugal. Em território luso conseguiu asilo e agora quer ver a sua situação regularizada. Voltar ao seu país, pelo menos para já, está fora dos seus planos. “Quero jogar futebol em Portugal”, disse. Situação semelhante vive Konate Aboul. Este costa-marfinense de 22 anos, viu a sua vida mudar por completo em tempo de eleições presidenciais no seu país, por viver numa cidade do opositor ao presidente eleito ‑ a situação era demasiado perigosa. Face “ Quero jogar futebol em Portugal. O futebol é o meu sonho ” Aka N’Guessan Du Bonheur aos tumultos e atentados diários, chegou a perder amigos. “Foram momentos que nunca mais quero passar”, diz Konate, que teve a ajuda de um amigo para sair do seu país para a Rússia. Lá, conseguiu asilo e chegou a jogar futebol, mas sem poder dedicar-se a sério. Era o que pretendia fazer agora, em Portugal, isso e viver tranquilamente. “Chutar uma bola, para mim, é um enorme prazer.” No jogo promovido pelo Sindicato, a equipa de refugiados foi composta ainda por dois irmãos afegãos: 22 Hamid Taheri, de 18 anos e Omed Taheri, com 20. A sua família fugiu para a Ucrânia devido à guerra; passaram 12 anos na Europa de Leste, onde Hamid e Omed jogaram no Dusha 13, mas os processos burocráticos com a legalização fizeram com que tivessem de abandonar a Ucrânia em busca de um futuro melhor. Em Portugal, e ao abrigo da lei em vigor, que permite asilo durante um período de 4 meses, os dois irmãos têm tido dificuldades no que diz respeito à legalização, embora com a ajuda de instituições de solidariedade social consigam os vistos de permanência que vão protelando a sua situação. Hamid assume que gostava de continuar em Portugal, até porque tem o objectivo de concluir o ensino secundário (está actualmente no 10º ano). Aqui ficam quatro exemplos de quem acabou desviado de uma vida nos países de origem, devido às políticas e dramas sociais encontrados. 23 dossier Protocolo SJPF/ACIDI Parceria contra as formas de discriminação no Futebol O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol e a ACIDI (Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural) assinaram um Protolo contra o Racismo, a Violência, a Xenofobia, a Intolerância e Discriminação no Futebol. A cerimónia de assinatura deste documento, que regista as parcerias que virão a ser promovidas pelas duas instituições, decorreu na tenda sede da Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto, no Martim Moniz, em Lisboa, e contou com a presença do secretário de Estado adjunto do ministro adjunto dos Assuntos Parlamentares, Feliciano Barreiras Duarte. Este elogiou a iniciativa de cooperação entre o Sindicato e da ACIDI e referiu que o Governo cumpre o seu dever ao associar-se a este tipo de projectos. Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, reforçou o papel do desporto enquanto factor de integração social e congratulou-se com a possibilidade de a ACIDI poder estabelecer parcerias com o Sindicato dos Jogadores. “Na verdade, esta é já a 9ª Semana contra o Racismo. Devemos aproveitar a experiência que o Sindicato apresenta na realização destas iniciativas e 24 potenciar outras ideias”. Para além de Joaquim Evangelista, do secretário de Estado e de Rosário Farmhouse, quem assistiu à assinatura do Protocolo foi Abel Xavier, o embaixador da Semana contra o Racismo. “Nunca é de mais apelar à consciência das pessoas, temos de reunir as forças de todas as instituições e fazer do combate ao racismo uma iniciativa constante”, afirmou. 25 25 notícias Justa causa Sana rescinde com o Valladolid O internacional português Sana assinou em Março, na sede do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, em Lisboa, a rescisão unilateral do contrato que o ligava ao Valladolid, alegando justa causa devido à existência salários em atraso. O vice-campeão do mundo sub-20 aguarda agora pelo reconhecimento formal do pedido de rescisão, por parte da FIFA, mas está em condições de analisar propostas de trabalho para a próxima temporada. Sana foi acompanhado pelo Sindicato dos Jogadores ao longo e a degradação das suas condições de trabalho em Espanha impôs como única solução, de acordo com o patrocínio SJPF, colocar um termo na sua relação laboral com o Valladolid. “Fiz tudo o que estava ao meu alcance, mas além do incumprimento de que fui vítima, acabei ainda excluído pelo treinador e pelo plantel. Valeu-me o apoio do Sindicato e do seleccionador nacional, Ilídio Gabinete Jurídico esclarece Vale, treinador que esteve sempre ao meu lado”, afirma Sana. “Passei dificuldades e o Sindicato chegou a adiantar-me dinheiro para poder pagar o quarto onde dormia. Com este apoio, espero agora dar esta fase “ Até que dia deve ser satisfeita a retribuição? A retribuição deverá ser paga até ao dia 5 do mês seguinte ao da prestação do trabalho. Ao contrário do estabelecido quanto à forma de pagamento, não há lugar no que toca ao tempo do pagamento a que outra coisa seja acordada entre entidade patronal e trabalhador. O direito ao salário é um direito fundamental e indisponível sendo as normas que sobre ele incidem insusceptíveis de alteração ainda que por acordo Valeu-me o apoio do Sindicato e do seleccionador nacional ” como terminada, pagar a quem devo e concentrar-me no futuro da minha carreira”, disse ainda o jogador. Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, também comentou o caso Sana. “Infelizmente estas situações estão a ocorrer um pouco por todo o lado, mas ganham particular gravidade quando o jogador se encontra no estrangeiro e não tem ninguém a quem recorrer. O Sindicato pretende garantir que quem joga no estrangeiro pode contar com todo o apoio”. Sindicato Outros casos Hélder Sequeira e Luís Gomes Tiago David Caeiro Resolução de um diferendo que opunha os jogadores ao antigo clube, o Futebol Clube de Famalicão. Desfecho favorável numa disputa que o opunha um antigo clube, o Juventude de Évora. José Mário Lopes Cleiton Silva, Bruno Abreu, Rui Silva Desfecho favorável numa divergência que os opunha ao seu antigo clube, Associação Desportiva Pontassolense. Celso Eduardo Macedo Conclusão de um litígio com um antigo clube que representou, o Associação Desportiva de Camacha. 26 Resolução de um desacordo com o seu antigo clube, Sport Clube Praiense. André Serrão Resolução do Diferendo com o Grupo Desportivo de Ribeirão. Dionísio Fernandes Bom acordo com o Sport Clube Torreense Futebol SAD. das partes. Em conclusão, um jogador que ao dia 6 do mês seguinte àquele que prestou trabalho não tenha recebido ainda a sua retribuição é um jogador com salário em atraso, ainda que só por um dia. De que forma deve ser satisfeita a retribuição? A retribuição deverá ser satisfeita em numerário ou através de cheque nominativo, vale postal ou depósito bancário, salvo se outra forma de pagamento for acordada entre as partes. Aonde deve ser paga a retribuição? A retribuição deve ser satisfeita na localidade onde a entidade patronal tiver a sua sede, salvo acordo em contrário. Rescisão com justa causa por falta do pagamento de salários. Nos termos do Contrato Colectivo de Trabalho constitui justa causa de rescisão por iniciativa do jogador a “falta culposa do pagamento pontual da retribuição na forma devida ou o seu atraso por mais de 30 dias”. Assim, o jogador que tenha 30 dias de atraso no pagamento do seu salário pode, cumprindo as formalidades legais, promover a rescisão com justa causa do seu contrato de trabalho. INFORMA-TE Gabinete Jurídico Tel. 213219590 Tlm. 914393320 gabinete.juridico@sjpf.pt Revogação Jô abandona União de Leiria O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol mediou o acordo de revogação contratual entre o brasileiro Jô e a União de Leiria. Jô, ou Josiel Alves de Oliveira, avançado de 22 anos, entrou em litígio com o clube, queixou-se de ordenados em atraso, recorreu ao SJPF e chegou a reunir-se em Lisboa com o presidente do organismo, Joaquim Evangelista. Este entrou em contacto com João Bartolomeu, presidente da União de Leiria e ambos estabeleceram um princípio de acordo para a revogação do contrato. Jô estava suspenso de toda a actividade pela União de Leiria e as posições de ambas as partes extremaram-se. No final do processo, o futebolista agradeceu o apoio do SJPF e concentrou-se num regresso ao Brasil, mas deixando uma porta aberta para um regresso a Portugal. “Não é um adeus, é um até já. Fiquei satisfeito que tudo se 27 resolvesse sem mais problemas. Agora pretendo seguir a minha vida no Brasil e ser feliz. Obrigado ao Sindicato por todo o apoio”, disse o jovem brasileiro. Jô tinha chegado a Portugal no início desta temporada, proveniente da Juventus de Rio Branco, clube onde tinha sido eleito o melhor jogador e para o qual acertou o regresso. notícias Alargamento da Liga? Principais parceiros dizem “não” O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol posicionou-se claramente contra a proposta de alargamento da Liga, apresentada unilateralmente pelos clubes, em defesa da sustentabilidade e credibilidade do futebol. Joaquim Evangelista considerou inoportuna esta discussão e vincou a posição do organismo. A Federação Portuguesa de Futebol, os seus sócios ordinários e os principais clubes, FC Porto, Benfica, Sporting e Braga também defenderam o “não” ao alargamento. “Hoje em dia 80 por cento dos clubes têm salários em atraso. Temos de fazer a defesa do futebol português e da sua sustentabilidade, porque essa é a garantia dos direitos e das condições de trabalho para os jogadores. Não existem condições desportivas e económicas para o alargamento, não podemos acreditar que uma liga insustentável a 32 clubes possa ser sustentável com 36”, afirmou Joaquim Evangelista. O presidente do Sindicato foi acusado de não estar ao lado dos pequenos clubes, mas desmistificou esse argumento: “Não se trata de estar ao lado dos pequenos ou dos grandes, trata-se de estar ao lado do futebol e dos jogadores. Não se pode concretizar uma medida destas sem a união e discussão entre todos os parceiros do “ Estamos contra. Trata-se de estar do lado da sustentabilidade do futebol e dos jogadores ” Joaquim Evangelista Presidente SJPF futebol. Acusaram-me de estar a defender o desemprego, como se nós não soubéssemos quais são os expedientes que os clubes hoje em dia utilizam para fazer “A FPF estará sempre disponível para encontrar soluções (...) tendo em conta a sua admissibilidade regulamentar” inscrições em montar um plantel. Grave é prometer o que não se pode cumprir sem medir as consequências.”, diz Joaquim Evangelista. Depois do chumbo ao alargamento, os defensores da proposta ainda reuniram com a Federação Portuguesa de Futebol. Fernando Gomes, o presidente da FPF, avisou que o seu organismo “estará sempre disponível para encontrar soluções de consenso, tomadas com ponderação, rigor e coerência, tendo sempre em consideração a sua admissibilidade jurídica e regulamentar”. “Sou totalmente contra. Os objectivos do alargamento não são proporcionar mais jogos, mas sim que não desça ninguém” Fernando Gomes Presidente da FPF Pinto da Costa Presidente do FC Porto “Não concordo com a proposta. Não é nada benéfico para o futebol fazer um campeonato a 18 clubes” “A proposta de alargamento é uma machada no futebol português. O campeonato deixa de ter credibilidade” Luís Duque Administrador da Sporting SAD Luís Filipe Vieira Presidente do Benfica 28 Ordenados em atraso Jogadores do Leixões pedem apoio ao Sindicato As notícias dos ordenados em atraso nas ligas profissionais alastraram nos últimos meses, com clubes como a União de Leiria, Vitória de Setúbal e Vitória de Guimarães a assumirem publicamente o problema. O plantel do Leixões foi o primeiro a pedir uma reunião com Sindicato - os quatro meses de ordenados em atraso e o cenário de dimissão do presidente da SAD exigiu respostas imediatas. Joaquim Evangelista fez saber que o Sindicato avançará com o fundo de apoio previsto para os casos mais graves e também garantiu que vai pedir uma audiência ao presidente da Liga, tendo como objectivo discutir o incumprimento salarial e as suas consequências. Mais adiantou que as soluções passam por discutir a eficácia do modelo de licenciamento e o reforço do Fundo de Garantia Salarial como medida destinada a minimizar o problema. “Não é aceitável que sejam sempre os jogadores a pagar a factura dos erros de gestão dos dirigentes”, alertou. Em Leiria, por exemplo, os futebolistas denunciaram “três e quatro meses de salários em atraso”. Em Setúbal o problema já tinha sido assumido pelo presidente, Fernando Oliveria; e em Guimarães, clube recentemente marcado por um processo eleitoral, no dia 14 de Março os jogadores emitiram um comunicado no qual explicaram a situação grave em que estavam 29 envolvidos, estabelecendo um prazo para que a Direcção do clube regularizasse o problema. A estratégia do comunicado também já tinha sido utilizada pelo plantel do Leixões, há cerca de dois meses, mas sem grandes resultados. De resto, como tem vindo a público, clubes como Trofense (três meses em atraso) e Espinho (dois meses em atraso, mais alguns meses ainda da época passada) vivem situações igualmente graves. notícias Governo apresenta Logo SJPF para 2012 Plano Nacional de Ética no Desporto No passado dia 27 de Fevereiro, no auditório do Teatro Camões, decorreu a apresentação do Plano Nacional de Ética no Desporto(PNED). Trata-se de uma iniciativa do Governo que visa, através de um conjunto de acções estruturadas e planificadas, promover os valores inerentes ao desporto consagrados em documentos como a Carta Olímpica (COI) e o Código de Ética do Desporto (Conselho da Europa). O objectivo é um combate a fenómenos como a corrupção, a violência, o doping, a intolerância, o racismo e a xenofobia, num contexto de práticas desportivas que importa realçar em ano de jogos olímpicos e dos VIII Jogos Desportivos da CPLP. O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, nascido a 23 de Fevereiro de 1972, comemora ao longo de 2012 os 40 anos de existência e para assinalar a efeméride (e marcar uma presença mais notada junto dos seus sócios) lançou uma nova imagem. O novo O Fair Play, o respeito pelas regras do jogo, o jogo limpo, o respeito pelo próximo, a responsabilidade, a amizade, a entreajuda, o bem-estar, a valorização humana do indivíduo, o voluntariado, a educação, entre outros, são valores que se querem que sejam assimilados e vividos na prática desportiva. Entre as várias personalidades presentes nesta cerimónia, destaque para a presença do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, e do secretário de Estado do Desporto e da Juventude, Alexandre Mestre. O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), embaixador deste plano, esteve no evento representado pelo seu presidente de direcção, Joaquim Evangelista. Sindicato reforça-se Solidariedade após formas de pressão João Lobão no Departamento Jurídico Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, colocou-se ao lado dos árbitros e apelou à contenção verbal dos dirigentes. “Estou solidário. Os árbitros devem reconhecer que é possível fazer melhor, mas acho inaceitável a pressão existente”, afirmou. logo está visível em toda a informação institucional, ao longo deste ano. O seu desenvolvimento foi inspirado em Eusébio da Silva Ferreira, o melhor jogador português de todos os tempos e também um dos principais responsáveis pela fundação do Sindicato. Liga croata O internacional português ajudou o Dínamo de Zagreb a festejar o sétimo título consecutivo na liga croata. O antigo defesa do Sporting foi titular no triunfo em casa do Sibenik por 0-3, jogo que garantiu o campeonato para o clube de Zagreb, a cinco jornadas do final da competição. SJPF com os árbitros O campeonato chegou à última fase e a arbitragem entrou em polémica. A generalidade dos clubes queixaram-se sucessivamente do trabalho dos árbitros, mas não houve forma de pressão como o conhecimento, na internet, de informação pessoal dos homens do apito. Tonel bicampeão Nova imagem João Lobão, jurista, é o reforço do Sindicado dos Jogadores Profissionais de Futebol para o Departamento Jurídico, uma área decisiva no funcionamento do Sindicato e para a qual o objectivo é proporcionar aos associados uma capacidade de resposta o mais eficaz e célere possível. 30 As inúmeras questões jurídicas que se colocam aos futebolistas, nomeadamente ao nível laboral, marcam a intervenção do Sindicato junto dos futebolistas das várias divisões do futebol nacional, mas também daqueles que jogam no estrangeiro e recorrem aos serviços SJPF. 31 Recorde-se que Tonel, 32 anos, transferiu-se do Sporting para o Dínamo de Zagreb em 2010/11 e logo na temporada de estreia venceu o Campeonato e a Taça da Croácia. Agora bisou na Liga. “Foi excelente ser campeão de novo. Um título é sempre importante e este não foge à regra”, afirmou ao diário desportivo Record. Quanto ao futuro, Tonel – cujo contrato termina no próximo mês de Dezembro - não escondeu o desejo de rumar a outra liga mais competitiva. “Não tenho vontade de ficar, mas vamos ver. Pretendo cumprir o meu vínculo”, concluiu. notícias FIFPro e UEFA unem forças Novo Memorando de Entendimento A FIFPRO e a UEFA assinaram um Memorando de Entendimento que estabelece, entre outros, uma estreita colaboração no ataque aos problemas descritos no Livro Negro da FIFPro sobre a Europa de Leste. Durante os próximos três anos a Divisão Europa da FIFPro e a UEFA tentarão combater problemas como o do incumprimento salarial e o desrespeito pelos contratos e pelos direitos dos jogadores. Ao mesmo tempo, os dois organismos unem esforços contra outros problemas de resolução urgente, como resultados combinados, a violência, o racismo e a discriminação. O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, parte integrante da FIFPro Divisão Europa e representado pelo seu presidente, Joaquim Evangelista, congratula-se com a “criação de condições de diálogo entre os protagonistas do futebol europeu e a definição de estratégias a seguir e a implementar”. “Significa que que estamos à mesa com os principais parceiros do futebol”, ressalva Joaquim Evangelista. Entre os objectivos identificados para o período 2012-2015, realce para a luta contra o “match fixing”, com a atenção a focarse em medidas preventivas e que passam principalmente pela informação prestada a jogadores, dirigentes, treinadores e árbitros. Quanto à cooperação em matéria de licenciamento de clubes e “fair play” financeiro, pretendese um intercâmbio dos factos ocorridos ao nível das situações de incumprimento, dos contratos paralelos e outras más práticas existentes nos clubes profissionais. 32 Objectivos 1. Combate aos resultados combinados (match-fixing) 2. Cooperação no licenciamento dos clubes e no fairplay financeiro 3. Cooperação no diálogo social 4. Promoção das equipas nacionais 5. Combater qualquer tipo de discriminação e violência 6. Promover reintegração dos jogadores sem contrato 7. Promover a formação dos jogadores O reconhecimento dos melhores Fixe estes nomes: Rodrigo (Benfica), Lima (Sp. Braga), Candeias (Nacional), Licá e Steven Vitória (Estoril). Eles são os melhores jogadores de Janeiro e Fevereiro na 1ª e 2ª Ligas. No Fair Play, o Sporting de Braga luta pelo título sem ver um único cartão vermelho! 33 Liga ZON Sagres Janeiro Fevereiro jogador jogador RODRIGO LIMA melhor melhor Benfica Sp. Braga Nome: RODRIGO Moreno Machado Nacionalidade: Espanhola Nascimento: 1991-03-06 (21 anos) Naturalidade: Rio de Janeiro – Brasil Posição: Avançado Altura: 1,80 m Peso: 74 kg Clubes: Nigrán CF, Celta de Vigo, Real Madrid, Bolton e Benfica Nome: Rodrigo José LIMA dos Santos Nacionalidade: Brasileira Nascimento: 1983-08-11 (28 anos) Naturalidade: Monte Alegre ‑ Brasil Posição: Avançado Altura: 178 cm Peso: 78 kg Clubes: Mixto, Paysandu, Iraty, Corinthians-PR, Paraná, Juventus-SP, Santos, Avaí, Belenenses e Sp. Braga O avançado internacional espanhol foi uma peça determinante para a conquista de pontos decisivos na luta que os encarnados moveram pela conquista do título de campeões. No mês de Janeiro, “o camisola 19” apontou 3 golos. Rodrigo surgiu com grande qualidade e foi dos que contribuiu para sentar Saviola no banco. E naturalmente, em Março foi o melhor da I Liga. O avançado Lima tem estado em plano de evidência nesta segunda volta do campeonato e o mês de Fevereiro não foi excepção, tendo apontado seis golos, incluindo um hat-trick na 19ª jornada diante do Gil Vicente e um “bis” ao Vitória de Setúbal, uma jornada antes. Por ser um jogador tão influente na manobra do Sp. Braga, o prémio de Melhor Jogador de Fevereiro é no mínimo justo. 34 35 Liga ZON Sagres Um valor em afirmação Janeiro e Fevereiro jovem melhor Daniel Candeias nasceu a 25/02/1988 em Fornos de Algodres, no distrito da Guarda, e é um jovem extremo, que iniciou a carreira no clube da sua terra, colectividade onde conquistou dois titulos distritais e se sagrou por uma vez o melhor marcador. Na época 2001/02, destacou-se a jogar pela selecção da Guarda, onde o seu trato na bola não ficou indiferente aos olheiros portistas, que o recrutaram. Já no FC Porto, na temporada seguinte, marcou os dois golos da final de um torneio interassociações que deu a vitória da sua selecção sobre a de Lisboa. Em 2002/03, na sua primeira época como Junior-C, jogou na equipa satélite do FC Porto, o Padroense. Os muitos golos que marcou contribuiram para a chamada à selecção sub16, em Outubro de 2003. A estreia apareceria na dupla jornada contra a França, em Dezembro do mesmo ano. Ao segundo jogo marcaria o seu primeiro golo. No forte torneio internacional de Idanha-a-nova marcou um golo em cada um dos três jogos, cimentando o seu lugar e o seu CANDEIAS Nacional Nome: Daniel João Santos CANDEIAS Nacionalidade: Portuguesa Nascimento: 1988-02-25 (24 anos) Naturalidade: Fornos de Algodres - Portugal Posição: Extremo Altura: 177 cm Peso: 76 kg Clubes: FC Porto (jun.), Varzim, Rio Ave, Recreativo, Paços de Ferreira, Portimonense e Nacional da Madeira 36 37 valor. Na época de 2006/07 sagrou-se campeão de juniores pelo FC Porto, sendo depois emprestado ao Varzim, onde deu nas vistas. Em 2008/09 voltou ao FC Porto para começar a pré-época tendo ficado no plantel até janeiro, altura em que foi emprestado ao Rio Ave. A concorrência nas alas era enorme: Cristian Rodriguez, Tarik e Hulk só para citar alguns. Apesar disso, ainda teve a oportunidade de se sagrar campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal nessa mesma época. Em 2009/10, Candeias foi emprestado ao Recreativo de Huelva, a sua primeira experiência no estrangeiro, que que acabou por não correr da melhor forma, tendo voltado a Portugal para ser novamente cedido ao Paços de Ferreira. Na temporada seguinte, por via de um negócio entre o FC Porto e o Nacional da Madeira, o passe do jovem extremo luso passou para o lado dos madeirenses. Mesmo assim, seria emprestado ao Portimonense. Agora, no Nacional da Madeira, tem sido um dos jogadores-chave. LIGA ORANGINA jogador jovem melhor melhor Janeiro e Fevereiro Fevereiro Estoril Nome: Luís Carlos Pereira Carneiro (LICÁ) Nacionalidade: Portuguesa Nascimento: 1988-09-08 (23 anos) Naturalidade: Lamelas – Portugal Posição: Avançado Altura: 1,81 m Peso: 70 kg Clubes: O Crasto (jun.), Social Lamas, Académica, Tourizense, Trofense e Estoril-Praia 38 Prémio juventude não chega... O percurso no futebol de Luís Carlos Pereira Carneiro, mais conhecido por Licá, começou no “O Crasto”, clube local de Castro D’Aire, onde alinhava pelas equipas mais jovens. A sua ascenção deu-se quando na época 2006/07 ingressou nos seniores do Social de Lamas. Mais uma vez, evidênciou qualidades e fez com que a Académica o contratasse. Tal como muitos dos jovens que passam na “Briosa”, também Licá teve de rodar no clube-satélite: o Tourizense. A época de 2007/08, foi dividida por estes dois emblemas. Licá mostrou mais uma vez evolução favorável tendo na época seguinte ficado no plantel principal da briosa, aparecendo em jogos da Taça da Liga e estreando-se como titular 39 para o campeonato, à oitava jornada, diante do Belenenses. Nas duas épocas seguintes, foi emprestado sempre ao Trofense, onde marcou golos importantes que colocaram o emblema da Trofa na luta pela subida ao principal escalão do futebol nacional. Esta época (2011/12), assinou contrato pelo Estoril, e em boa hora o fez, porque tem sido uma das principais figuras da sempre competitiva II Liga. No final de Fevereiro, mês em que apontou três golos, era o segundo melhor marcador do campeonato, com 12 golos, numa equipa que liderava o campeonato com dez pontos de vantagem para o segundo classificado - motivo mais do que suficiente para aparecer nas notícias como potencial reforço de equipas da I Liga. LIGA ORANGINA Janeiro Prémio Fair Play jogador melhor STEVEN VITÓRIA 1ª Volta Portimonense Sp. Braga Estoril Liga ORANGINA Liga ZON SAGRES Nome: STEVEN de Sousa Vitória Nacionalidade: Portuguesa Nascimento: 1987-01-11 (25 anos) Naturalidade: Toronto, Canadá Posição: Defesa Altura: 195 cm Peso: 86 kg Clubes: FC Porto (jun.), Tourizense, Olhanense, Sporting da Covilhã e Estoril Praia Os extremos que se tocam Não é frequente uma equipa que disputa os primeiros lugares do campeonato ser ao mesmo tempo a mais disciplinada, mas o Sporting de Braga alcançou esse feito na primeira volta da Liga Zon Sagres, recebendo menos cartões (33 amarelos e zero vermelhos) do que todas as outras e conquistando o Prémio Fair Play atribuído pelo Sindicato dos Jogadores. Os extremos FAIR PLAY Janeiro Sete golos marcados esta época, três dos quais num só jogo, contra o Arouca, já em Janeiro, mês em que foi eleito o melhor jogador da II Liga! Se os melhores ataques também começam na defesa, então o central do Estoril é dos jogadores que mais contribui para essa ideia. Steven está em grande. Sp. Braga 40 tocam-se: na Liga Orangina, a equipa mais disciplina foi o Portimonense (44 amarelos; 1 duplo amarelo), embora os algarvios não estejam a conseguir aliar a folha disciplinar ao rendimento dentro do campo - estão no último lugar, em zona de despromoção. Destaque ainda para os prémios Fair Play de Janeiro (Braga e Moreirense) e Fevereiro (FC Porto e Penafiel). FAIR PLAY Fevereiro Moreirense FC FC Porto 41 FC Penafiel 40 ANOS Aniversário SJPF 40 ANOS A História resulta em livro O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol cumpriu no passado dia 23 de Fevereiro o seu 40º aniversário. A data coincidiu, precisamente, com o lançamento da Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto, um dos grandes projectos a que o Sindicato se propôs para este ano de 2012. Ao mesmo tempo, o Sindicato apresentou a nova imagem referente ao 40º aniversário. E ficou a saber-se que brevemente será lançado um livro que fixará a História da instituição: “SJPF, 40 anos de História”. “Assinalámos o nosso aniversário com orgulho e sentido de dever cumprido, mas um acontecimento desta dimensão significa ao mesmo tempo maior responsabilidade – nestas quatro décadas desenvolvemos trabalho, conquistámos direitos para os futebolistas, mas temos o obrigação de continuar a defendê-los e cumprir outros projectos futuros”, disse Joaquim Evangelista, numa conferência de Imprensa realizada no dia 23 de Fevereiro. O presidente do Sindicato dos Jogadores agradeceu a todos os que de forma directa ou indirecta ajudaram a construir o actual Sindicato, nomeadamente aos seus antecessores, Artur Jorge, Agostinho Oliveira, Vasco Gervásio, José Eduardo Sampaio, Shéu Han, Adelino Barros, José Couceiro e António Carraça. É esse percurso dos diferentes presidentes que ficará registado no livro “SJPF, 40 anos de História”, da autoria de Afonso de Melo e Nuno Dias, uma obra que tem o prefácio de Jorge Sampaio e Jorge Santos, os primeiros juristas que trabalharam nesta casa. A obra descreve, por exemplo, as circunstâncias em que é gerado o Sindicato no início dos anos 70 do século passado, numa altura marcada pelo combate à chamada 42 Lei de Opção, um mecanismo que os clubes utilizavam para poderem segurar os seus futebolistas. A notoriedade de Eusébio e António Simões, jogadores várias vezes impedidos de se transferirem para o estrangeiro, ampliou a insatisfação e a união dos jogadores. Após a Lei de Opção, as conquistas foram várias. O Sindicato dos Jogadores cresceu, está mais próximo dos associados, ganhou influência, está representado nas instituições nacionais e internacionais, cumpre diversos projectos de intervenção social, mas continua com a sua acção marcada pela defesa das condições laborais dos jogadores. Desde 1972 em campo pelos Jogadores 43 40 ANOS O António Simões tinha propostas para sair? Tinha vários clubes interessados, entre eles o Boca Juniors da Argentina, com uma excelente proposta até para o Benfica. Mas a resposta podia ser simplesmente um não, por mais contactos que pudessem existir. De resto, os nossos contratos eram automaticamente renovados por vontade do clube. Éramos propriedade dos clubes. António Simões Os clubes tinham todos os direitos “ e os jogadores nenhuns António Simões, uma das principais figuras do Benfica e da Selecção Nacional dos anos 60, recorda as circunstâncias em que nasceu o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, uma instituição que ao longo de 2012 cumpre o 40º aniversário, mas que teve a sua génese em factos ainda anteriores a 1972. Como é que se envolveu na génese do Sindicato? Estávamos em 1967, tinha apenas 23 anos. Naquela altura era complicado apontar algo que pudesse colocar em causa o Benfica, mas era preciso fazer alguma coisa pelo estatuto do profissional de futebol. Já tínhamos algumas condições, já íamos para estágio, a comida já era razoável, a logística funcionava, mas para a sociedade em geral os profissionais de futebol eram apenas vistos como “jogadores da bola”. Era isso que se dizia! “Jogadores da bola”. ” O António Simões era bastante novo mas pensava em mais do que jogar... Repare, nem era uma questão de dinheiro, o que percebi foi que era necessário fazer algo pela dignidade da profissão. E aí mandei-me! Era um jovem! Qual era o seu problema com o Benfica? Naquela altura os clubes tinham todos os direitos e os jogadores nenhuns. 44 Aliás, só depois é que chegou a chama “Lei de Opção”, que obrigava os clubes a igualarem uma proposta que pudesse aparecer. De certo modo foi o meu caso que veio ajudar a criar essa lei que, aliás, era boa para nós, a nível nacional, porque obrigou a que os clubes, para nos segurarem, se antecipassem a possíveis propostas que pudessem aparecer. Mas a nível internacional esta lei não significava nada: independentemente da proposta, o clube podia dizer não. Como conheceu Jorge Sampaio? Conheci o Dr. Jorge Sampaio por recomendação de alguém que nos era próximo. Sabe que ele é um grande apaixonado pelo futebol? Dizia-me que ia a pé e à chuva ver os jogos do grande Benfica da década de 60. Começámos as reuniões e aí formou-se logo ideia que era importante lutar pela criação de um Sindicato. “É necessário fazer alguma coisa para que isto não se repita”. Depois, existem nomes importantes neste processo que devemos igualmente referir: Pedro Gomes, Eusébio (pelo grande impacto da sua figura), Toni, Hilário e o Artur Jorge (que, aparecendo mais tarde, se revelou importantíssimo devido à sua formação académica). Como eram esses dias? Primeiro arrancámos com a força dos homens da bola, foi tudo espontâneo. Depois, com o Dr. Jorge Sampaio, alcançámos outro nível – é ele o responsável pelos estatutos. Lembro-me de no início lá ir eu a caminho do Ministério das Corporações, às vezes acompanhado pelo Pedro Gomes, outras pelo Hilário, mais tarde com o Toni... E o Governo recebia-os? Notei muita resistência. Sabia que estava no auge, que tinha nome, mas na altura era impensável falar em direitos de jogadores ou trabalhadores. Lembro-me de na altura fazer declarações para uma reportagem de “A Bola” e ter dito isto: “O meu direito é não ter direitos nenhuns”. Foi uma boa frase para um miúdo de 23 anos. Se calhar o facto de ser jogador do Benfica também lhe permitia dizer coisas que outras pessoas não podiam. É verdade, eu estava à vontade para dizer uma frase dessas – também era a força do futebol e do Benfica. Estou seguro que se não fosse jogador do Benfica não teria conseguido abrir portas como consegui. Sentiam alguma forma de clandestinidade? Tomavam precauções? Sim, as nossas reuniões eram feitas com discrição. Talvez eu fosse o mais irreverente, mas sentia que estava a fazer algo espontâneo e justo. Criei muitos amigos, mas também ganhei incompatibilidades. A paixão por um clube não pode colocar em causa os valores da Justiça. De qualquer forma, fomos criando as condições para que em 1972 conquistássemos finalmente o direito de estar organizados. E nasce finalmente o Sindicato. E é a partir daí que se inicia a consolidação, com o Artur Jorge decisivo, graças à sua formação. De mim costumam dizer que fui o D. Afonso Henriques do Sindicato, fui eu que dei a pátria 45 ao Sindicato. Depois, como o Dr. Jorge Sampaio estava conotado com a oposição ao regime, quem passou a acompanhar mais o Sindicato foi o Dr. Jorge Santos. Sente-se reconhecido? Isto não é uma questão de procurar mérito, é uma questão de responder ao que o futebol nos pediu. O meu mérito foi não ter recuado, não ter medo, ter coragem. Quando somos jovens temos menos medo e mais coragem. É por isso que a juventude é tão importante na sociedade. Todos foram importantes, mas eu tive o privilégio de dar o primeiro passo. Como vê o Sindicato hoje? Esta capacidade de intervenção activa é muito importante. E vai para além de questões contratuais ou laborais, porque os problemas que afectam o futebol e os jogadores surgem a vários níveis. Veja a questão do alargamento da Liga. Existe algum estudo capaz de provar que esta seria uma decisão benéfica para o futebol? O país tem condições económicas e financeiras para suportar o alargamento? Se o futebol não é capaz de gerar dinheiro para os clubes existentes, se já existem ordenados em atraso, se já existem clubes falidos, como é que a solução é o alargamento da Liga? Com esta proposta, mais uma vez o futebol fez uma grande manifestação de irresponsabilidade. E mais uma vez o Sindicato teve neste domínio uma palavra muito importante! glÓRIAs Foi uma das grandes figuras do futebol português nas décadas de sessenta e setenta. Alcançou a glória com as camisolas do Vitória de Setúbal, do Benfica e da Selecção Nacional. E… salvou Eusébio da morte. Jaime da Silva Graça nasceu a 10 de Janeiro de 1942, em Setúbal. Desde muito novo que ganhou o bichinho pelo futebol. O seu irmão Emídio Graça, internacional português que chegou a jogar no Sevilha, era a sua referência. Aos 15 anos, Jaime jogava no Palmelense. Dois anos mais tarde mudou-se para o Vitória de Setúbal. O virtuosismo de Jaime encantou os dirigentes sadinos e as gentes de Setúbal. Era craque e ninguém ficava indiferente ao seu talento. Em 1961/62, ajudou o Vitória a subir à I Divisão e até 1966 (data em que se transferiu para o Benfica) foi sempre uma das grandes figuras da equipa. Na época de 1964/65, ainda antes de se mudar para a Luz, o médio brilhou intensamente com a camisola vitoriana conquistando a Taça de Portugal. Na final, o Vitória de Setúbal derrotou o Benfica por 3-1 e Jaime marcou um dos golos. Foi ele que, juntamente com Mário Coluna, subiu à tribuna presidencial para receber o troféu das mãos do Presidente da República. Estreou-se na Selecção Nacional (36 internacionalizações e quatro golos) a 24 de Janeiro de 1965, frente à Turquia (5-1). Foi precisamente o primeiro jogo dos Foi sete vezes campeão nas nove épocas que jogou no Benfica Magriços na caminhada rumo ao brilhante terceiro lugar no Mundial de 1966, em Inglaterra. O Campeonato do Mundo mudou a sua vida. Jaime Graça foi totalista e assinou contrato com o Benfica. Em Agosto de 1966, logo após o Mundial, estreou-se com a camisola encarnada ajudando a reeditar nas águias a linha ofensiva da Selecção – o próprio, Coluna, José Augusto, António Simões, Eusébio e José Torres. Esteve durante nove épocas no Benfica. Venceu sete campeonatos nacionais e três Taças de Portugal, além de ter disputado uma final da Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1967/68 (derrota por 1-4, frente ao Manchester United). Mas a sua aventura no Benfica começou de forma atribulada. Estava apenas há seis meses no clube quando após um jogo em São João da Madeira, e já no Estádio da Luz, o treinador Fernando Riera submeteu os jogadores a sessões de hidromassagem. Aconteceu então o improvável. Um curtocircuito ceifou a vida de Luciano e se não fosse Jaime Graça a levantar-se e a desligar o quadro eléctrico uma maior tragédia teria acontecido. Com esse acto salvou a sua vida, a de Eusébio, a de Camolas, a de Carmo Pais e a de Malta da Silva. Valeram-lhe os seus 46 conhecimentos de electricista, ofício que aprendeu em Setúbal antes de se tornar num “senhor da bola”. Entre 1973 e 1975 a sua estrela começou a empalidecer e decidiu regressar ao Vitória de Setúbal. Na cidade do Sado jogou mais duas épocas. Tinha 35 anos quando despediu-se da I Divisão. Rumou aos Açores para jogar e treinar o Oliveirense de São Miguel. Entre outras equipas nacionais, Jaime Graça orientou ainda o Operário, onde lançou o antigo internacional português Pauleta, melhor marcador da história da Selecção Nacional, com 47 golos, contra 41 do “rei” Eusébio. Em 1986, coadjuvou José Torres no Mundial de 1986, no México. Jaime Graça regressou ao Benfica e ali se manteve nas camadas jovens do clube. Morreu a 28 de Fevereiro de 2012, vítima de doença prolongada, precisamente no dia em que o Benfica fez 108 anos. 47 FUTEBOL FEMININO Jogadoras lançam o desafio ao futebol português Depois de uma primeira medida, a nomeação de Carla Couto como embaixadora para o futebol feminino, o Sindicato dos Jogadores apresentou todo seu projecto para a modalidade, que contempla a criação de um gabinete próprio, liderado pelo vice-presidente José Carlos. O projecto foi oficializado em conferência de Imprensa no dia 26 de Março e, para além dos nomes atrás referidos, contou com a presença de Joaquim Evangelista e José Carlos, presidente e vicepresidente do Sindicato, ainda de Mónica Jorge, directora da Federação Portuguesa de Futebol Sindicato lança novo projecto Futebol Feminino Objectivo: Apoiar e valorizar as jogadoras portuguesas O Sindicato dos Jogadores apresentou o Projecto Futebol Feminino, criando um gabinete para a modalidade e nomeando o coordenador José Carlos e a embaixadora Carla Couto. Veja todas as medidas. 48 para o futebol feminino e Fátima Duarte (presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género). O objectivo do Sindicato dos “Há muito trabalho para fazer e temos de ser nós a fazê-lo, porque acreditamos na nossa qualidade” Carla Couto, Embaixadora Jogadores é potenciar a visibilidade e os apoios para uma modalidade que se encontra em crescimento no nosso país mas carece de incentivos para se consolidar. Mónica Jorge, directora da FPF, desafiou os clubes grandes a apostarem no futebol feminino. “Vamos ver qual será o primeiro clube grande a ter coragem de aderir ao futebol feminino. Já que chamamos grande clube, também será grande nesse aspecto”. Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato, destacou as palavras de Mónica Jorge em relação à necessidade de intervenção dos “grandes”. “A grandeza de um clube não se mede apenas pelos resultados desportivos, mas também pela sua capacidade de intervenção social. Veremos o que os clubes vão fazer neste domínio”, disse. O presidente do Sindicato destacou o facto de este projecto também combater a discriminação de género, porque pretende criar “ O Sindicato, pela sua responsabilidade, não podia passar ao lado de um projecto destes” José Carlos, Coordenador condições para a participação de mais mulheres no futebol, e apresentou as medidas que o organismo se propõe realizar (ver quadro). Projecto SJPF Medidas Organizativas/Operacionais Medidas de Intervenção política a) Criação de um Gabinete de Futebol Feminino b) Nomeação de José Carlos coordenador para o Projecto c) Nomeação de Carla Couto embaixadora SJPF d) Indicação de Carla Couto para o Comité de Futebol Feminino da FIFPro e) Extensão dos serviços SJPF ao Futebol Feminino f) Atribuição dos prémios de “Melhor Jogadora”, “Melhor Marcadora” e “Melhor Portuguesa no Estrangeiro” g) Promoção nos suportes de comunicação SJPF (revista, site e redes sociais) h) Criação de um logótipo identificador do Projecto Futebol Feminino a)Educação/Qualificação: Análise do Estatuto de Alta Competição; protocolos/parcerias com universidades (formação) b) Saúde: Lesões e seguros (desenvolvimento dos mecanismos de apoio necessários) c) Contrato Colectivo de Trabalho: Estabelecimento de um contrato colectivo de trabalho com as condições mínimas para a profissão d) Elaboração de estudos que permitam o entendimento e a discussão da realidade do Futebol Feminino em Portugal e) Promoção nas escolas, através do projecto SJPF Escola.Futebol.Cidadania 49 FUTEBOL FEMININO Selecção Nacional Sindicato apresenta projecto O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol apresentou o projecto Futebol Feminino às jogadoras da Selecção Nacional A. A 2 de Abril, aproveitando o estágio realizado no Cartaxo, Joaquim Evangelista e José Carlos – presidente do Sindicato e coordenador do projecto em causa – enunciaram as medidas que se propõe colocar em marcha no apoio às futebolistas e na promoção da modalidade. As jogadoras nacionais acolheram o projecto e sabem agora que podem contar não apenas com os serviços SJPF, mas também com a promoção da modalidade e com a discussão de temas urgentes para a sua actividade. As internacionais portuguesas representam o expoente máximo do futebol feminino, mas o Projecto enquadra-se em toda a realidade nacional. 50 51 As nossas internacionais “ “ Nem sequer imaginava ir para Espanha, quanto mais agora para os Estados Unidos Sonho jogar no Sporting. É pena não terem equipa Qual é a solução para uma futebolista que gosta de ir à praia mas joga em Saragoça, a mais de 300 kms do mar? Ou vai à praia “de vez em quando” ou transfere-se para a Califórnia, um dos estados mais abençoados da América para ir a banhos. Parece brincadeira mas Ana Borges, uma internacional portuguesa de apenas 21 anos, vai dar o salto para uma das melhores ligas do Mundo (a W-League, porque este ano a principal liga americana foi cancelada), ainda por cima para um clube da costa Leste dos Estados Unidos. A melhor jogadora da Selecção Nacional presente na última da Algarve Cup ainda não acredita mas, é um facto, a partir de Maio vai jogar no Santa Clarita Blue Heat – é mesmo na Califórnia e o Oceano Pacífico fica pouco mais de meia-hora de caminho... “Às vezes ainda penso que estou a dormir. Nem sequer imaginava ir para Espanha, quanto mais agora os Estados Unidos”, diz-nos Ana Borges. Após a Algarve Cup, esta atacante ainda regressou ao Prainsa Zaragoza, clube onde chegou em 2008, mas quatro anos depois já é tempo de dizer adeus. No outro lado do Atlântico, vai competir contra aquelas que aprendeu a admirar, embora ela própria não seja uma jogador qualquer. O seleccionador nacional, António Violante, disse que Ana Borges tem características especiais: “Acelera, vai-se embora e tem frieza na hora de finalizar”. A receita permitiulhe marcar três golos no Algarve. “É verdade, a minha principal qualidade é a velocidade”, confirma. Curioso foi o facto de ter passado pelas posições de lateral e ala, para agora assumir ” um papel de goleadora; ou então saber-se que quando era mais jovem nem achava grande piada a correr atrás de uma bola. “Jogava na escola mas quando me falavam para ir treinar a uma equipa não achava isso muito interessante... correr atrás de uma bola? Numa equipa? De resto, às vezes há miúdas que têm jeito mas não sabem onde ir jogar; essa é uma diferença em relação ao futebol masculino; precisamos de mais equipas, e precisamos que os clubes grandes também apostem no futebol feminino”, avisa. Ana Borges nasceu em Gouveia e começou a jogar no Fundação Laura Santos. “Um dia um vizinho convenceu-me a ir a um treino; fui de calças de ganga e sapatilhas normais. Não tinha noção...” Afinal tinha jeito porque logo aos 18 anos foi para Espanha. Segue-se os Estados Unidos, onde nem sequer está muito confortável com o inglês. “Terei mais portuguesas comigo e além disso naquela zona há muita gente a falar castelhano”. Apesar das dificuldades, aí está uma grande oportunidade de carreira internacional para mais uma jogadora portuguesa. “Se o futebol feminino continuar a evoluir em Portugal e se tiver sorte penso que posso jogar ao melhor nível nos próximos dez anos”, diz-nos. Só não sabe se concretizará outro sonho. “Adoro futebol, gosto muito de ver o meu Sporting. Também sonho jogar pelo Sporting, aliás, em pequenina dizia que iria jogar no meu clube. É pena que não tenham uma equipa...” 52 Nacionalidade Portuguesa Naturalidade Gouveia (15/06/1990 Idade 21 anos Posição Ala/avançada Altura 1,58 m Peso 49 kg Clubes Fundação Laura Santos Prainsa Zaragoza SC Blue Heat 47 53 ” opinião Homo Sapiens e Demens A cultura ocidental, à luz do Iluminismo, não cessa de exaltar o homo sapiens, ou seja, o homem enquanto ser de grande saber e racionalidade. Chega mesmo ao ponto de chamá-lo sapienssapiens, sábio-sábio. O cristianismo proclama-o, “urbi et orbi”, filho de Deus, irmão de Jesus Cristo. E assim, porque se sabe a primeira das criaturas, nasce, nele, como erva daninha, uma imparável vontade de domínio, ignorando e desprezando a autonomia dos demais seres vivos, incluindo povos e nações. Por seu turno, a filosofia foi construindo, paulatinamente, as bases racionais deste domínio. Descarte (1596-1650) tentou ensinar que o ser humano deve ser “o mestre e o dono da natureza”. Francis Bacon (1561-1626), o introdutor do método científico, criou a expressão “saber é poder”, dando à palavra “poder” o significado de domínio absoluto sobre a Natureza e até sobre a mulher, dado que à mulher a identificaram com a Natureza. A ciência orgulha-se de cultores de génio, como Galileu (1564-1642), Copérnico (1473-1543) e Newton (1643-1727). Só que as características da ciência, onde estes três sábios tiveram presença inesquecível, era (como se sabe) materialista e mecânica, reducionista e dualista, linear e determinista. E eis aí o ser MANUEL SÉRGIO “ Filósofo do Desporto Os problemas de resolução mais difícil, que nos surgem no treino desportivo, não são físicos – são humanos! ” humano “quebrando os laços de coexistência com os demais seres (…), esquecendo a teia de interdependências de todos os seres, de sua comunhão com os vivos e da solidariedade entre todos” (Leonardo Boff, O Despertar da Águia, Vozes, Petrópolis. 2009, p. 17). No entanto, ferve e referve, grita e palpita o apelo de todos os explorados e marginalizados, e até de todos os homens de boa vontade, por um mundo diferente, pela emergência de uma civilização assente na coopetição e não na competição – coopetição, quero eu dizer: competição com cooperação, uma competição solidária e não uma competição hostil. A construção de um mundo novo, no terceiro milénio, há-de resultar de um progressivo desenvolvimento da democracia 54 integral e portanto na economia, na ciência, na arte, na cultura, no desporto, etc. E há-de ainda resultar de um conceito de Povo que assim resumo: todos os cidadãos são chamados a ser Povo, a rejeitar as relações senhor-servo e a criar uma economia social de mercado onde se estabeleçam relações de coopetição e não de competição tão-só. O desporto, por exemplo, enquanto lazer, saúde, educação ou espetáculo, deve ser concretizado tendo em conta a eminente dignidade do ser humano e portanto de todos os praticantes. Os Governos, os Comités Olímpicos, as Autarquias, o Movimento Associativo, atuando de maneira concertada, hão-de assumir políticas de promoção e desenvolvimento do Desporto donde possa antecipar-se o Homo Sapiens e não tanto o Homo Demens. Há, dentro de cada um de nós, o Homo Sapiens e o Homo Demens, que o mesmo é dizer: ora nos revelamos como pessoas de sabedoria admirável, ora manifestamos uma insensatez inesperada. Que o Desporto se converta num espaço onde se aprende a passar da insensatez à sabedoria... Como? É tão fácil: basta que o Desporto não seja unicamente uma Atividade Física! Os problemas de resolução mais difícil, que nos surgem no treino desportivo, não são físicos – são humanos! É preferível o treinador ser amado ou temido? Na sua obra mais famosa “O Príncipe”, Nicolau Maquiavel (1469-1527) fez a seguinte pergunta: “É preferível um líder ser amado ou temido?” Podemos desde já adiantar que Maquiavel chegou à seguinte conclusão: “É importante ser amado e temido, porém, é melhor ser temido que amado.” Maquiavel explica que o amor é um sentimento volúvel e inconstante, na medida em que as pessoas são naturalmente egoístas e frequentemente podem mudar a sua lealdade. Em contrapartida, o medo da punição é um sentimento que não pode ser modificado ou ignorado tão facilmente, pelo que, de uma maneira geral, as pessoas tendem a respeitar aqueles que temem. A pergunta de Maquiavel, muito provavelmente, é frequentemente colocada pelos mais diversos treinadores por esse mundo fora que têm de dirigir equipas onde, quer do ponto de vista interno quer do ponto de vista externo, se disputam os mais diversos interesses. Por isso, o treinador, na sua arte, entre o temor e o amor, tem de saber gerir a distância entre ele próprio e a equipa que lidera. Não é fácil. No jogo que é o campeonato, de uma maneira geral, as coisas acontecem de modo diferente do previsto e apresentam um aspeto diverso daquele que tinham à partida. Se um engenheiro pode, calmamente, acompanhar a progressão da sua obra, pelo contrário, o treinador encontra-se constantemente no centro de um eterno redemoinho de: Informações falsas e verdadeiras e de uma comunicação social sem piedade; Erros cometidos devido ao medo, à negligência, ou à precipitação de dirigentes incultos e ignorantes; Hipotéticas ou reais violações da sua autoridade, Gustavo Pires Presidente do Fórum Olímpico de Portugal “ O treinador, na sua arte, entre o temor e o amor, tem de saber gerir a distância entre ele próprio e a equipa que lidera. Não é fácil. ” por motivos quer errados, quer certos, por parte dos jogadores; Sentimentos de dever mal compreendidos no calor da refrega; Indolência e provocações dos adversários mais atrevidos; Exaustão e desânimo nos momentos da derrota azarada; Irritação pelos acasos da bola que nenhum mortal poderá alguma vez prever. Em conformidade, o treinador é vítima de “100 mil pressões”, das quais: Unas têm uma tendência intimidante que o levam a criar distância relativamente à equipa; Outras têm uma tendência encorajante que o levam a aproximar-se da equipa. 55 E o treinador tem de aguentar tal como uma rocha aguenta o bater das vagas. Só com experiência, coragem e estabilidade de caráter ele adquire a competência necessária para gerir todo o tipo de incidentes quer sejam de sinal positivo quer negativo. Contudo, se a sua competência se estrutura na experiência de todos os dias, ela só se fortalece no conhecimento estruturado da reflexão teórica que a deve fundamentar. Assim sendo: 1. O treinador é temido quando coloca os jogadores perante a obrigatoriedade do esforço extraordinário, do sofrimento, das privações, do medo da derrota e do horror da morte certa enquanto atletas que, no desespero da situação sem fugas, obrigam a equipa a lutar em busca da excelência sobre a qual deve organizar a vitória desejada. 2. O treinador é amado quando, pela sua imensa força de vontade que se manifesta na perseverança, através de decisões intuitivas, espontâneas e comungadas, na intimidade afetiva do grupo e no ambiente de reflexão litúrgica que deve ser o balneário, é capaz de construir as soluções técnicas, táticas e estratégicas que conduzirão a equipa à vitória desejada. Assim sendo, para além de Maquiavel, é na gestão par- cimoniosa entre o temor e o amor que o treinador tem de sustentar a sua liderança no respeito pelo amor-próprio e o dos próprios jogadores. Ele tem de, intuitivamente, saber gerir a distância das suas relações com os jogadores. Se estiver muito próximo acaba por se tornar vulgar, se estiver muito longe perde o contacto com a dimensão humana da equipa. Ele tem de ser amado porque está próximo mas tem também de ser temido porque está longe. Só assim ele será respeitado. LAZER carros Audi A6 Avant 3.0 V6 TDI 245 CV Pequeno mas muito irrequieto e atrevido Renault Twingo Gordini RS A Renault recuperou a mítica “alcunha” Gordini para baptizar os seus modelos mais desportivos. O motor que anima o Twingo RS Gordini é o 1.6 de 133 CV e a Renault decidiu não apostar na sobrealimentação. Preferiu “puxar” a potência do bloco 1.6, mas o reverso da medalha é que a sua verdadeira alma só se faz sentir a partir das 5000 rpm. Daí até ao redline consegue ser um motor emocionante e capaz de fazer subir a adrenalina. Mas a caixa manual de cinco velocidades oferece rapidez suficiente para camuflar alguma falta de ânimo nos baixos regimes. O som do motor é agradável. A suspensão é mais firme do que em qualquer Twingo e isso ajuda a um comportamento dinâmico muito divertido. A direcção também cumpre o seu papel, já que está mais directa e permite ganhar confiança em estradas mais sinuosas. Os rija e eficaz quando a estrada é mais sinuosa. A bagageira chega aos 560 litros que podem crescer até aos 1680 litros com os bancos traseiros rebatidos. Bem equipada, esta carrinha tem tudo para agradar à família, em especial a quem vai ao volante. A navegação recorre a mapas do Google, permite uma ligação de dados para que haja Internet no carro, mas tem também um trackpad que permite escrever direcções sem tirar os olhos da estrada. Consumo, prestações e tecnologia são os grandes atributos na carrinha Audi A6. Além da cara rejuvenescida nota para o evidente salto tecnológico e para a mecânica. Se o motor 3.0 TDI tem força em todos os regimes, a verdade é que a caixa automática de dupla embraiagem de sete velocidades, S-Tronic, dá uma boa ajuda, também na redução de peso. Em modo normal fica obcecada com os consumos e faz trocas de caixa madrugadoras para que a média de combustível não dispare. Mas em modo sport, as passagens acontecem já perto do redline e tornam a condução muito entusiasmante. O comportamento em curva é fantástico, mesmo para uma carrinha que mede quase cinco metros de comprimento. O chassis é muito equilibrado e a suspensão dinâmica consegue uma proeza difícil de alcançar: confortável quando rolamos em estrada, mas mais Cilindrada (cc) Potência (CV) Binário máximo (N.m) Velocidade máxima (km/h) 0-100 km/h (s) Consumo médio (l/100 km) Emissões de CO2 (g/km) Preço (euros) 2967 245 500 243 6,3 5,9 156 78 550 Para famílias apressadas travões também são específicos desta versão, mais potentes e mais resistentes à fadiga. O chassis é equilibrado, mas quando queremos algo mais emocionantes deparamo-nos com um entrave: o ESP, de série, não pode ser desligado nem sequer tem um modo Sport. No interior não falta a placa numerada comum a todas as versões Gordini. O ambiente mistura o negro e o azul a combinar com a carroçaria – no volante, no conta-rotações, na caixa de velocidades, nas portas e nos bancos. Cilindrada (cc) 1598 Potência (CV) 133 Binário máximo (N.m) 160 Velocidade máxima (km/h) 201 0-100 km/h (s) 8,7 Consumo médio (l/100 km) 7 Emissões de CO2 (g/km) 165 Preço (euros) 21 500 56 57 LAZER LAZER relógios Puro e duro GIRARD-PERREGAUX O modelo Girard-Perregaux 1966 Lady Fases da Lua é um exemplo da excelência relojoeira e da sua fidelidade aos códigos de elegância. IWC O novo Worldtimer é ideal para quem precisa manter uma noção dos diferentes fusos horários. PANERAI O Radiomir California 3 Days é um tributo à história e ao relógio que se converteu num marco da construção de relógios para mergulhadores profissionais. Para controlar o “Need For Speed: The Run” é um verdadeiro arcade, não oferecendo grandes dificuldades de condução. A quantidade de carros licenciados presente é enorme (BMW, Ford, Porsche, Aston Martin, Nissan, entre outros – a Ferrari está ausente). O objectivo é atravessar os EUA de costa a costa. Vence quem chegar em primeiro. O protagonismo pertence a Jack Rourke que se envolve com uma mafia a quem deve dinheiro. Entra assim numa corrida ilegal. Existem diferenças mínimas na condução dos vários tipos de veículos, mas nada de extraordinário. Já os cenários por onde passa a corrida são de cortar a respiração. Montanhas, deserto, cidades, neve, chuva, há de tudo um pouco. O modo de progressão é feito por etapas, onde o jogos jogador tem de ultrapassar diversas missões, que podem ser ganhar posições na corrida, bater o relógio ou derrotar rivais. Não é possível efectuar melhorias nos carros mas pode trocar de automóvel durante a corrida. Em suma, “Need For Speed: The Run” vale pela qualidade gráfica, pela poderosa banda sonora, pelo carros licenciados e pela jogabilidade arcade. tempo Queimar gorduras VACHERON CONSTANTIN Os Métiers d’Art da Vacheron Constantin ligam as épocas, perpetuando artesanatos de tempos remotos. RICHARD MILLE O grande realce do Richard Mille 056 Felipe Massa Sapphire é o facto da sua caixa feita ser inteiramente em cristal de safira. HARRY WINSTON O Opus X da Harry Winston captura a forma e a dimensão do tempo através da rotação síncrona de módulos circulares. 58 Está com peso a mais? Quer ficar em forma? Faça exercício e “Move Fitness” pode ajudá-lo nessa, por vezes, árdua tarefa. Uma das particularidades de “Move Fitness” é ser totalmente em português. Depois, sempre dá outro gosto fazer exercício com personal trainers “famosos”. Para as senhoras, pode ser mais interessante o Rui Unas e o Kapinha, que emprestam as suas vozes aos treinadores masculinos, enquanto a vertente feminina é assegurada por Liliana Santos e por Mafalda Matos. Ao todo são cerca de 30 exercícios e outras surpresas, onde são necessários os dois comandos Move para chegar à melhor forma. Entre movimentos com técnicas de combate 59 ou treinos que englobam mente e físico, tudo conta para melhorar a performance física, sempre com um conta calorias presente para saber quantas foram queimadas em cada exercício. Para além do modo mais sério do jogo estão ainda disponíveis outros modos mais descontraídos que permitem queimar calorias. País: Portugal Record Online Period.: Diária Âmbito: Online ID: 40399930 clipping 24-02-2012 Pag.: 1 de 3 Registo/Login Pesquisa Novo registo Username ou email Password Futebol Resultados e classifica ções Internacional Modalidades Newsletter Procurar Multim édia riques Estádio D. Afonso Hen Pesquisa avançada Siga -nos em: Opini ão e-paper Texto a pesquisar OK Esqueci-me da password >>English Version Diário de informa ção generalista especializado em desporto. Diretor: Alexandre Pais Record Auto Jogo da vida | | Fora de campo | Liga Record Apostas Poker Liga Zon Sagres Liga Orangina Taça Portugal Taça da Liga 2.ª Divisão 3.ª Divisão Sele ções Futsal Futebol de praia Futebol feminino Arbitragem L. Escolhas O MEU ESTÁDIO Futebol > Nacional Visto: 609 Últimas Sindicato apoia Saná 17:29 17:06 sexta-feira, 24 fevereiro de 2012 Tiragem: 120000 24-02-2012 17:23 + Votadas Infografias Centenário do Titanic Pág: 33 17:16 Cores: Cor Period.: Diária Âmbito: Desporto e Veículos + Comentadas Partilhar EPA País: Portugal ID: 40383403 + Lidas Andebol Portugal na final do Campeonato Mediterrâneo DEVIDO A SALÁRIOS EM ATRASO NO VALLADOLID SJPF apoia Sana Atletismo Tadesse tenta bater recorde Mundial em Lisboa Área: 21,31 x 21,53 cm² 17:12 Corte: 1 de 1 Olhanense Sérgio Conceição: «Faltam-nos três ou quatro vitórias para garantirmos a manutenção» Iniciativa SJPF: Apresentação da Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto 17:12 Outras modalidades Canoagem: Campeões no Portugual Winter Trial 17:07 Freamunde Nicolau Vaqueiro: «Temos valor para sair desta situação» 17:06 Nacional Sindicato apoia Saná 17:01 P. Ferreira Melgarejo: «Quero muito fazer a pré-temporada no Benfica» Mais notícias Pág: 29 0 Cores: Cor do que Curtirgal164336 curtiram. Cadastre-se para ver 24,64 cm² País: Portu x seus amigos gostam. Área: 16,14 Period.: Diária 1 Corte: 1 de los orto e Veícu Âmbito: Desp Tiragem: 12000 06-04-2012 O Sindicato dos Jogadores Profissionais de 94 o internacional 459 Futebol (SJPF) está a apoiar ID: 411 português Saná, vice-campeão do Mundo sub20, dado que o jogador do Valladolid está com salários em atraso. Atividade recente Criar uma conta ou entre para ver o que seus amigos estão fazendo. Cadastre-se Em comunicado, o SJPF explica que Sana denunciou a existência de ordenados em atraso no clube, devido aos problemas financeiros. O mesmo comunicado avança que o Sindicato está a analisar "questões jurídicas complexas que se colocam na relação contratual entre clube e jogador". Na próxima semana Joaquim Evangelista irá deslocar-se a Valladolid onde irá encontrar-se com o internacional jovem. ID: 407 07410 13-03-201 2 Tiragem : 161374 País: Port ugal Period.: Âmbito: ção Ger al Marcador Partilhar: Pág: 8 Cores: Diária Informa Resultados | Classif. | Goleadores | Próx. jornada Cor Área: 27,0 Corte: 1 de Primeira Liga 4 x 35,6 (Futebol Nacional, Futebol) 3 Gostou desta not ícia? Votação: 0 Algum erro na not ícia? Envie-nos a correção. 8 cm² URL http://record.pt/742952 + Notícias 24/02 Marítimo 25/02 Académica - Benfica 26/02 P. Ferreira - Nacional 16:00 Beira-Mar - V. Setúbal 16:00 26/02 Olhanense FC Porto Sp. Braga SportTV4 Futebol Futebol Nacional Liga Europa Liga Orangina Liga Fotos Liga Zon Sagres - - Sporting 26/02 27/02 SportTV1 Benfica FC Porto Fotos Futebol Fotos Futebol Nacional 20ª jornada 26/02 26/02 SJPF preocupado com ordenados em atraso nos clubes portugueses SJPF reúne-se com o plantel do Leixões Plug -in social do Facebook Siga-nos no Facebook e no Twitter. ESP SportTV2 20:15 U. Leiria 20:15 Gil Vicente Medidas: 16:00 18:15 Rio Ave - Feirense 20:15 - V. Guimarães 20:15 SportTV3 Características: (sem cadeiras) - Inauguração: 100M x 69 M - Lotação: 35.990 SportTV HD Nacionalidade: Portuguesa Naturalidade: Guimarães Idade: 40 anos Posição: Defesa Clubes: Benfica de Castelo Branco; Vitória de Guimarães; Sporting; Benfica; Varzim; Estrela da Amadora, Santa Clara e Vizela TVI Rádio Record / Antena 1 ING ALE FRA ITA BRA Outras ligas Zon Sagres P. Ferreira Sporting V. Guimar ães Jogos em direto Liga Europa Curtir 164336 curtiram. Cadastre-se para ver do que seus amigos gostam. ID: 40650536 Comentários 09-03-2012 Tiragem: 8500 Pág: 25 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 30,75 x 34,73 cm² Âmbito: Regional Corte: 1 de 1 Sp. Braga é equipa mais disciplinada da Liga Mais votados 1-0 Man City | FC Porto 4-0 CSKA Moscovo | Real Madrid 1-1 Liga Zon Sagres Menos votados V. Guimarães | Benfica DR � Pedro Vieira da Silva O Sporting de Braga recebeu, ontem, dois prémios, ambos atribuídos pelo Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol. Lima foi eleito melhor jogador do mês de fevereiro, enquanto os guerreiros do Minho foram galardoados com o troféu de equipa mais disciplinada da primeira volta da Liga. Alan, capitão dos arsenalistas, recebeu o prémio fair-play em nome do conjunto de Leonardo Jardim, que continua apontado… ao título. Lima, ponta de lança brasileiro dos arsenalistas, venceu o prémio de melhor jogador… pela terceira vez esta época. O atacante, que leva 16 golos em 21 jogos (Lima tem uma média de 0,76 golos, apenas superada por Cardozo, do Benfica, que tem média de 0,80 golos, tendo o paraguaio apontado 16 em 20 jogos) marcou sete golos na Liga e um na Liga Europa durante o mês passado, tendo bisado frente ao Vitória de Setúbal e feito um hat- Mais antigos 0-1 Sporting | Legia Liga dos Campe ões Lima é o melhor jogador do mês de fevereiro Para comentar faça login ou, registe-se aqui. Mais recentes Besiktas | Sp. Braga 1-0 O troféu foi entregue por Re- fazemos muitas faltas. Qual é Sporting | P. Ferreira 1-0 belo, representante do Sindi- o segredo? O segredo é tenV. Setúbal | FC Porto cato dos Jogadores e um dos tar jogar sempre na bola. Às 1-3 futebolistas mais disciplinados vezes não é possível, mas treiU. Leiria | Beira-Mar 0-0 da história do futebol portu- namos sempre assim e vamos Olhanense: Sérgio Conceição: «Faltam-nos tr ês ou quatro vitórias manuten paração» o campo da mesma forguêspara – sógarantirmos viu um cartãoaverMais jogos em direto ma», sintetizou. melho Freamunde: Nicolau Vaqueiro: «Temos valor para sair desta situa ção»na carreira, por acuAntes Jogo 1ª parte Intervalo 2ª parte Quanto ao prémio entremulação de amarelos –, tendo 3-2012 15-0 Nacional: Sindicato apoia Saná 1.ª prol. 2.ª prol. Pen áltis Alan dito que todos estão «or- gue a Lima, Alan concorda 40750553 P. Ferreira: Melgarejo: «Quero muito fazer a pré-temporada no Benfica » pelaID: «totalmente» com a distinção. gulhosos» distinção. «Respeitamos muito os ad- «Plenamente. Não foi só nesFotogaleria Benfica: Jorge Jesus: «Temos 2 jogos importantes e n ão um particular » versários. Isto é a prova que so- tes mês, já teve outros meses Benfica: Jorge Jesus: «Esperava eliminat ória mais equilibrada do FC Porto» mos uma grande equipa, não fantásticos», enfatizou 17:12 17:07 17:06 17:01 15:26 14:51 14:36 Benfica: Jesus: «Todos queriam estar no lugar no Benfica » Final Mais fotogalerias 14:20 Benfica: Jorge Jesus: «Sem Javi somos diferentes a defender » Depois de Lima ter assumido, no final do jogo com o GuiInquérito Lima e Alan com os troféus 14:18 Benfica: Javi García convocado para Coimbra marães, que o Sporting de Braga iria lutar pelo título – ontem -trick com o Gil Vicente. Sindicato deeJogadores derança dos melhores mar- o brasileiro já mudou o discurso… --, foi a vez do trinco líbio Que resultado vai o Benfica obter em 14:07 FC Porto: Defour Mangala para ausentes do treino Djamal assumir, em declarações ao site blogolo, que os guerCoimbra, frente à Académica? Os golos apontados por a região Norte. cadores da Liga. 13:57 V. Guimarães: Júlio Mendes: «Sócios optam por um novo modelo dedo gest ão» vão mesmo lutar pelo título. reiros Minho Lima contribuíram, de forma «Fico feliz por receber este Vitória «No início da temporada queríamos acabar entre os três 13:52 FC Porto: Mangala ção «O francesa sub -21 decisiva, para a boa carreira prémio, é sinal dispensado que o meu tra-da sele Alan: segredo primeiros. Agora que estamos nesse posto, vamos lutar pelo Empate do Braga, que ocupa o terceibalho e da equipa é reconhejogar sempre título. Estamos três pontos atrás do Porto e vamos jogar contra 13:47 Sporting: Adeptos do Legia detidosé presentes a tribunal Derrota ro lugar, com os mesmos 49 cido. Espero fazer por mere- na bola» eles. Estou em Braga para ganhar títulos. O nosso objetivo era 13:42 Sporting: Schaars nos convocados da Holanda pontos do Benfica e a três do cer o bom trabalho de todos Alan, capitão do Braga, receBrasil líder FC Porto. 10:54 Mar ítimo: esta Tchô rescinde época», afirmoue ovolta ata- ao beu o prémio fair-play, troféu O artilheiro-mor dos arsena- cante, que está a fazer uma atribuído pelo Sindicato dos 10:14 FC Porto: Cronologia de uma época em sobressaltos listas recebeu, ontem de ma- grande temporada, dividin- Jogadores e que distingue a Grémio adiouque Cebola nhã, na pedreira, o09:47 troféuFC Porto: das do com Cardozo, tam-devido... equipaà goleada mais disciplinada da I mãos de Lucas, delegado do bémNono leva 16 marcados, a li-semLiga na primeira volta. 07:44 Sporting: duelo seguido perder em casa entrar na Liga dos Campeões... mas se podemos ser campeõesVotar nacionais, porque não?», questionou o trinco líbio, que fez Total de votos: 3744 questão de elogiar Lima: «É um avançado muito completo, mais completo que o Hugo Almeida», esclarecendo que a sua relação com Leonardo Jardim, com que já havia trabalhado no Beira-Mar, é sobretudo «profissional». «Não abuso. Não quero que me tomem por puxa-saco...», brincou. Ver resultados Ver mais Futebol Alan e Lima jogam à defesa Liga dos Campeões Estatuto Editorial Personare.XL Motores Pancada central Olimpismo Fotogaleria Leitores Ficha técnica Classificados Record Auto História de Record Emprego F1 «Luta pelo título? Jogo a jogo…» Sp. Braga e Lima distinguidos pelo Sindicato O Sporting de Braga está a três pontos do FC Porto, em igualdade pontual com o Benfica, mas Lima mostra-se cauteloso quando o tema resvala para a luta pelo título. «O Sporting de Braga, primeiro, pensa jogo a jogo. Temos de procurar vencer os jogos, depois fazemos as contas no fim», destacou Lima, que tem sido apontado ao FC Porto e também a emblemas estrangeiros. O capitão dos arsenalistas, Alan, alinha pelo mesmo diapasão, garantindo que o Spor- Liga Zon Sagres Liga Europa Liga Orangina Portugueses Taça Portugal Real Madrid Râguebi Taça da Liga Mundial de Clubes Ténis Record TV DR ting de Braga não está ob- bem a época e sóMundial?2010 depois penJogo da vida Triatlo Anunciar on-line Jogos 2.ª Divisão cecado com a chegada à li- sar no futuro», finalizou. Vela Copa América Carlos Laranjeira - 20 3.ª Divisão Assinaturas Tempo derança. anos de carreira Voleibol Mundial Sub-20 Seleções «Ainda há muitos jogos, Título de melhor Outras Futsal Contactos Fora de campo vamos pensar jogo a jogo, marcador éModalidades meta Futebol de praia Tentações Opinião Andebol cada jogo é para vencer», Lima, ambicioso, confessa Directórios Futebol feminino Cine estreias Atletismo Editorial afirmou. que adoraria acabar a época Arbitragem no topo da lista.Basquetebol «Ficarei feliz Cronistas Notícias por RSS Liga Record Inatel se acontecer. Ainda há muiLima decide futuro Ciclismo Crónicas na rede Promoções Apostas nãoPatins é no final daResultados época e tos jogos, mas também Hóquei em Blogs O vínculo queclassificações liga Lima aos o primeiro objetivo. JudoSe os goPoker Multimédia guerreiros do Minho termina los vão saindo é pelo trabalho Internacional em 2013, mas o atacante não de conjunto de todos. Se for quer, para já, definir o seu fu- o melhor marcador vou ficar turo. «Tenho mais um ano de feliz e agradecer a todos os Copyright © . Todos direitos É expressamente proibida a reprodução na totalidade ou em parte, em qualquer tipo de suporte, sem pr évia permissão por escrito da Edisport, S.A. , uma queosvêm aqui reservados. apoiar o Sporcontrato e tenho de focar-me empresa Cofina Media - Grupo Cofina. Consulte as Lima condições com o legais troféu de do utilização. melhor jogador do mês de fevereiro ting de Braga», rematou. mais nisso. Quero terminar SJPF marca presença na reunião da FPF sobre o alargamento da 1ª Liga 60 Área: 16,85 x Period.: Diária mais ambicioso que dupla brasileira «Vamos lutar pelo título» Cores: Cor País: Portugal 14:41 V. Setúbal: José Mota perent ório na antevisão ao duelo com o Beira -Mar 14:38 Benfica: Jorge Jesus: «Fico satisfeito que o N élson esteja convocado » Djamal Pág: 38 Tiragem: 49755 sexta -feira / 24 fevereiro de 2012 ação Âmbito: Inform Geral Corte: 1 de 1 33,79 cm² Um palco mítico Quim Berto chegou ao Sporting, ainda passou no Benfica, mas não foi Alvalade ou a Luz que o marcaram. O que lhe ficou na memória foi o Estádio Municipal de Guimarães, hoje o D. Afonso Henriques. “Foi ali que que conquistei muitas vitórias”, começa por dizer-nos, destacando um triunfo que não lhe sai da cabeça: “estávamos na época de 1996/97 e o Vitória venceu por 1-0 o Benfica”. O único golo dessa partida foi apontado precisamente por Quim Berto, de penalty, e o resultado que acabou por ditar o despedimento de Paulo Autuori do comando técnico dos encarnados. Nessa época, o FC Porto sagrou-se tri-campeão (era a caminhada para “penta”) e o Vitória de Guimarães ficou em 4º lugar, à frente do Salgueiros e do Benfica, que acabou numa das piores classificações da sua história, o 6º posto. Quim Berto jogou durante cinco épocas no clube da cidade berço, onde chegou inclusive a ser capitão de equipa, realizando no total 143 jogos e marcado 11 golos. “Não era fácil jogar naquele ambiente. É um estádio mítico que tem sempre muita gente na bancadas, ainda para mais são adeptos muito activos que amam o Vitória e que acompanham o clube para qualquer lado; quando alguma coisa não corre bem, o ambiente pode ficar bem pesado e difícil para o nosso lado”, diz, entre sorrisos. “Foi de facto um estádio que me ficou na memória e no coração, passei lá 3 anos como capitão e apesar de alguns momentos menos bons, só me lembro da glória conquistada”, conclui. Desde o Campo da Atouguia até às actuais instalações, o Vitória de Guimarães passou por vários recintos. A formação vimaranense jogou no José Minotes, no Campo da Perdiz e no Benlhevai, assim como na Amorosa. A 3 de Janeiro de 1965, a equipa do Vitória começou a disputar jogos no Estádio Municipal de Guimarães. Só mais tarde, em 1991, aquando da remodelação que tinha em vista a recepção do Mundial de Sub-21, o mesmo passou a ser conhecido como Estádio D. Afonso Henriques. Em 2002, assiste-se a mais uma renovação do Estádio D. Afonso Henriques por causa da entrada da cidade na rota dos palcos do Campeonato Europeu de 2004. 61 regresso à infância Quando teve noção de que gostava de futebol? Muito cedo, com 9 ou 10 anos. Muitos jogos de bairro? Muitos mesmo! E onde jogavam? No meu bairro havia um quadrado e fazíamos disso o campo de futebol. Posição? Era cada um por si. Dividiam-se as equipas por clubes? Era mais por rua o que gerava uma grande rivalidade porque ninguém gostava de perder. Alcunha? Na altura nunca tive, só agora é que me chamam “Capitas”. Assumia que era algum jogador conhecido? Na altura sim. Fazia-me passar pelo Futre ou pelo Pacheco. Para além da bola, o que não podia faltar? A vontade, acima de tudo. As balizas eram marcadas com pedras? Sim, sempre com as pedrinhas. Mudava e terminava aos quantos? Dependia. Se houvesse equipas mudava aos cinco e terminava aos 10, mas em caso de não haver equipas era até de noite! Primeiro a bola ou a namorada? A bola, nessa altura nem se pensava nisso. O gordo é que ia à baliza? Era normalmente o dono da bola, que também não tinha muito jeito. Muitos joelhos esfolados? Alguns (risos). SANDRO Naval, médio, 35 anos “Fazia-me passar pelo Futre ou pelo Pacheco” Havia algum ”chato” que não gostava de ver a malta a jogar? Só a dona do apartamento que ficava atrás de uma das balizas porque muitas vezes tinha os vidros partidos. Continua a ter ligação com os amigos dessa altura? Felizmente com muitos apesar de alguns de estarem fora do País, mas quando nos encontramos é como se fosse ontem. 62 63 64