Revista do 54º Bazar – 2013
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Revista do 54º Bazar – 2013
REVISTA DO 54º BAZAR/2013 CENTRO HISTÓRICO DE PORTO ALEGRE CHAVEROT I Sônia Unikowsky Teruchkin, Presidente da Na’amat Pioneiras Porto Alegre niciamos, no final do ano passado, nossa gestão frente à Na’amat Pioneiras. Já no início do ano, tive a oportunidade de participar do Seminário de Lideranças para a Na’amat Brasil, realizado em Israel. Oportunidade de ver “in loco” o trabalho que Na’amat Israel, a maior organização feminina do país, realiza em prol das mulheres trabalhadoras, através das creches, centros comunitários e do Centro Glickman, que acolhe mulheres vítimas da violência. Também pudemos visitar escolas agrícolas e profissionalizantes, destinadas aos jovens. Todo este trabalho serve-nos de inspiração para as nossas ações voluntárias. Durante este ano, a Na´amat Pioneiras Porto Alegre vem realizando uma série de eventos, alguns em parceria com outras organizações, visando manter acesa a chama do judaísmo e beneficiar a comunidade. Tem sido um trabalho de equipe muito gratificante. A escolha do Centro Histórico para o tema do N a’amat Brasil parabeniza o centro Porto Alegre pela escolha do tema que homenageia o Centro Histórico de Porto Alegre no 54º Bazar. As origens do Centro Histórico se confundem com a própria origem de Porto Alegre. Essa região da capital gaúcha recebeu em 1752 os primeiros casais de açorianos que fundaram a cidade e batizaram-na de “Porto dos Casais”. Atualmente, prevalece nesse local a vida política, cultural e de lazer nos encantadores prédios históricos, tombados e restaurados. Assim também acontece com a Na’amat Pioneiras, uma organização judaica, que está atenta ao presente, ao futuro e se orgulha do passado, respeitando nossas raízes. Nós, chaverot Na’amat, temos a consciência do trabalho consolidado e nos orgulhamos da experiência de nossas vaticot. Essa trajetória baseada em erros e acertos faz com que a Na’amat seja um crescente a cada dia. Temos o compromisso de perpetuar nossa cultura, nossa história e nossas tradições, transmitindo esses valores para os nossos jovens. 54º Bazar Anual foi uma satisfação. Homenagear o Centro Histórico de Porto Alegre significa resgatar a memória da cidade, através de seus prédios conservados e restaurados, de fotos e depoimentos que contam um pouco de nossa história. Esta é uma missão também do judaísmo: preservar a tradição e a história do povo judeu. Todos os grupos da Na’amat estão se preparando com muito esmero e carinho para que tenhamos uma grande festa no dia 07 de julho. Nessa ocasião, teremos o prazer de homenagear o ex-professor do Colégio de Aplicação da UFRGS e ex-Secretário Estadual da Cultura Carlos Jorge Appel, o presidente do Centro Hebraico Riograndense Davi Castiel Menda, dona Eva Sopher, presidente do Theatro São Pedro, e o poeta Luiz Coronel, patrono da última Feira do Livro. De braços abertos, esperamos toda a nossa comunidade na sede da Hebraica. Com um cordial Shalom, Sônia Unikowsky Teruchkin. E assim, visando ao presente, nossos atos são para que cada vez mais as mulheres e seus filhos tenham melhor qualidade de vida, elevando o status da mulher e sua consciência social. No inicio deste ano, Na’amat Israel teve papel de suma importância na elaboração do projeto que, junto ao Knesset, culminou na assinatura da “Declaração dos Direitos da Mulher”. No Brasil, o centro Na’amat Belo Horizonte foi reconhecido pela ONU por seu excelente trabalho para a Escola Municipal Anne Frank de Belo Horizonte. De olho no futuro, os centros Na’amat desenvolvem um efetivo e eficaz trabalho com muito dinamismo junto ao Dor Hemshech, com atuação dentro dos princípios da Tzedaká e das Mitzvot, assegurando assim que as novas gerações continuem a relevância de nosso trabalho. A Na’amat Brasil se orgulha de ter sido fundada aqui em Porto Alegre pelas mãos de tão determinadas chaverot que foram verdadeiras “Pioneiras”. É preciso coragem para ser diferente e muita competência para fazer a diferença, e as chaverot Na’amat sabem fazer toda a diferença. PRESIDENTES QUERIDAS Céres Maltz Bin, Presidente Executivo Nacional REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 3 Na’amat Pioneiras BAZAR ANUAL DA EDITORIAL NA’AMAT PIONEIRAS Expediente Na’amat Pioneiras ira, Suzette Levy Nunes Teixe in, sk Ra ltz Ma li Ce , er alt rknop Marili Scliar Buch ta Fischer, Lúbia Scliar Zilbe na Re , kin ch ru Te y sk sw iko Sônia Un N o final de 2012, foi lançada a sugestão do Centro Histórico como tema para o 54ª bazar. Vibrei no mesmo momento. Vi o potencial do tema, em termos de artigos e fotos para a revista. Lembrei que parte da comunidade judaica, a sefaradi, estabeleceu-se no centro, com sua sinagoga e comércio. Iniciei meu passeio fotográfico pela antiga Confeitaria Rocco. Segui para a Praça da Matriz, onde estão, imponentes, vários prédios que marcam a história da cidade, como o Theatro São Pedro, o Palácio Piratini, a Catedral Metropolitana, o Solar Palmeiro da Fontoura, o Memorial do Ministério Público, o Palácio da Justiça e a Biblioteca Pública, entre outros. Uma curiosidade: o conjunto de esculturas produzido por Décio Villares,que compõe o monumento a Júlio de Castilhos, no centro da Praça da Matriz, completou em 2013 cem anos de existência. Continuei em direção à Praça da Alfândega, cantada em prosa e verso pelos escritores e poetas durante a realização da Feira do Livro. Lá encontramos o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (antiga Alfândega), o Memorial do Rio Grande do Sul (antiga sede dos Correios e Telégrafos), o Santander Cultural, o Clube do Comércio, tendo ao fundo o cais do porto. Já na Rua da Praia, passando a Rua Gen. Câmara (mais conhecida como Rua da Ladeira), está o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo; do outro lado da praça, encontra-se a Casa de Cultura Mario Quintana. Segui para a Praça Montevidéu, onde está o prédio da Prefeitura Municipal, e encerrei o trajeto na Praça XV, onde os aromas e sabores nos levam ao mercado público e ao Chalé, tradicional reduto gastronômico da cidade. Para escrever sobre o Centro Histórico, convidamos a museóloga Teniza Spinelli, os jornalistas Claudia Laitano e Airton Gontow, a escritora Cintia Moscovich. Não poderia faltar a crônica de Luiz Coronel, cidadão emérito de Porto Alegre e patrono da 58ª Feira do Livro. Nossa chaverá Lúbia Scliar Zilberknop nos descreveu suas lembranças do centro da cidade. Ester Menda e Rita Burd nos contaram sobre a comunidade sefaradi, que se estabeleceu inicialmente nas redondezas da Rua do Arvoredo (hoje, Rua Coronel Fernando Machado). Cabe também um agradecimento ao Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, pela cedência das fotos antigas do Centro Hebraico Riograndense. Junto com Sônia Teruchkin, fomos recebidas no Theatro São Pedro, ou melhor, no Multipalco por dona Eva Sopher. Encantamento, esta é a palavra para definir o que foi esse encontro. Com seus 90 anos, completados em 18 de junho, é uma “CEO” e, ao mesmo tempo, uma senhora simples, dona de uma inteligência e memória invejáveis. Dona Eva nos relatou desde a sua chegada ao Brasil, fugindo do nazismo, até os dias de hoje, com seus projetos para o Theatro São Pedro. Porto Alegre pode se orgulhar de possuir o Centro Histórico, uma zona fervilhante,com comércio, bancos, museus, teatros e muita cultura. Um centro que, afinal, é a alma da cidade. O 54ª Bazar Anual da Na’amat Pioneiras prestará no dia 07 de julho uma justa homenagem ao centro da cidade. Na sede da Hebraica, aguardamos vocês para compartilhar essa grande festa! 4 BAZAR 2013 NA’AMAT PIONEIRAS Presidente: Sônia Unikowsky Teruchkin Vice-Presidentes: Suzette Levy Nunes Teixeira e Jane Altschieler Coordenação do Bazar: Sarah Gerber e Celi Maltz Raskin Conselho Editorial: Marili Scliar Buchalter, Renata Fischer, Lúbia Scliar Zilberknop, Celi Maltz Raskin, Sônia Unikowsky Teruchkin, Suzette Levy Nunes Teixeira Coordenação: Enfato Multicomunicação Jornalistas responsáveis: Mariana Turkenicz (Mtb 8691) e Raquel Boechat (Mtb 8840) Diagramação: Kike Borges Fotos: Marili Scliar Buchalter, Acervo Instituto Cultural Judaico Marc Chagall Pré-impressão e Impressão: Rittmann Gráfica e Editora | Distribuidora: Faster Tiragem: 1500 exemplares Distribuição Gratuita Trabalho Voluntário: Organização das Mulheres Pioneiras / Na’amat Pioneiras - Porto Alegre | Rua Gen. João Telles, 329 / 3º andar | CEP: 90 035-121 – Porto Alegre/ RS | Fone/Fax: (051) 3311 0822 | Fale Conosco: E-mail: naamatpioneirasrs@terra.com.br www.naamat.org.br REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras Sônia Unikowsky Teruchkin SEMINÁRIO DE LIDERANÇA EM ISRAEL: UMA IMPORTANTE VIVÊNCIA ma t c om N a sede da N a’a E Galia e Shirli m janeiro último, tive a oportunidade, junto com mais 11 chaverot de outros estados, de participar do Seminário de Liderança em Israel da Na’amat Pioneiras Brasil. Foi um período de grande aprendizagem e de estimulante vivência. Chegando lá, fui logo fisgada pelo carinho e amizade das chaverot brasileiras, pela receptividade da Na´amat Israel, em especial de Shirli Shavit, Diretora do Departamento Internacional, e pelos encantos do país. Foram muito proveitosos os encontros com várias profissionais da Na´amat Israel tanto em sua sede como nas visitas realizadas. Dentre as várias apresentações sobre os direitos das mulheres e das trabalhadoras, da importância do aconselhamento jurídico, do tratamento, intervenção e prevenção da violência doméstica, destaco a exposição de Galia Wolloch, Presidente Na’amat Israel e Mundial. Essa salientou a relevância da igualdade de gênero na educação, no casamento, no divórcio, nos salários, para as mesmas posições no mercado de trabalho, e na representatividade no Knesset. Ou seja, uma sociedade mais igualitária, onde a mulher deve ocupar um papel cada vez mais representativo. Também realizamos visitas a várias creches e escolas secundárias, tecnológicas e agrícolas. Em todos os lugares, fomos muito bem recebidas e cada um, com suas peculiaridades, nos proporcionou momentos de muita emoção, em especial os relatos de alunos e professores sobre suas vivências e o importante papel da Na´amat para essas instituições. Cada encontro estava ligado à história da Na’amat e de Israel, ambas intimamente relacionadas. Alguns locais sempre nos sensibilizam mais. Dentre esses, pode-se destacar o centro de recreação fechado de Siderot, um prédio antibomba, que atende a crianças e adolescentes que não podem brincar nas ruas, tendo em vista a grande proximidade com Gaza e os inúmeros ataques de mísseis à cidade. Nessa oportunidade, ouvimos emocionantes relatos sobre as técnicas antimísseis e de sobrevivência urbana. Ou- tros importantes projetos são: o Centro Glickman, que atende às mulheres e seus filhos, vítimas da violência doméstica, em ambulatórios e abrigos; a Creche Hashalom (Paz) em Jaffa, que é multirreligiosa, sendo compartilhada, em igual número, por crianças judias, cristãs e muçulmanas que comemoram as festividades das três religiões, com professoras judias e árabes, ensinando desde cedo a importância da coexistência pacífica; e o Centro Comunitário Na’amat em Carmiel, onde participam mulheres judias, drusas, cristãs e árabes muçulmanas que, através da sua integração, buscam contribuir para a paz entre os cidadãos israelenses. Nesse Centro, tivemos uma tarde de convivência e troca de experiências muito significativa e divertida. Dois interessantes museus foram muito apreciados: Yitzhak Rabin, cuja vida esteve sempre intimamente entrelaçada com a história do moderno Estado de Israel; e o Museu “From Holocaust to Revival”, no Kibutz YadMordehai, sobre o Gueto de Varsóvia. As visitas a alguns kibutzim oportunizaram importantes encontros e maior conhecimento desse sistema e como ele vem se alterando ao longo dos últimos anos. O lobby do hotel foi o “point” do grupo de seminaristas. Tomando um chá ou um café, havia, de manhã ou à noite, até altas horas, animados comentários de nossas vivências e como poderíamos aproveitá-las em nossos centros, dadas as suas peculiaridades regionais. O companheirismo e a integração afetiva entre as chaverot contribuíram para o aproveitamento do seminário; já a convivência com as profissionais da Na´amat Israel, seu amor e entusiasmo por todos os projetos, ampliou sobremaneira nossa visão do papel da Na´amat para a sociedade local. Com o maior conhecimento da importância de nosso trabalho, cresceu muito o orgulho de ser Na´amat, de pertencer a um grupo que faz a diferença. Obrigada à Na´amat Brasil pela oportunidade. r Day Care Cente NA’AMAT ISRAEL Presidente da Na´amat Pioneiras Porto Alegre, Diretora do Prêmio Exportação RS da ADVB/RS, Economista Elyachim 5 Lúbia Scliar Zilberknop HISTÓRIA Professora CENTRO DE PORTO ALEGRE: SESSÃO NOSTALGIA S ou de um tempo em que ir até o centro da cidade era um acontecimento. O centro de Porto Alegre, nos anos 40 e 50, possuía uma aura glamourosa, e as pessoas se produziam especialmente, com belas roupas e até (pasmem!) chapéus, para desfilar pela Rua da Praia. Havia, inclusive, na entrada da Gal. Chaves, um fotógrafo para o qual as “moçoilas” da época (e até os “galãs” – por que não?) posavam para guardar, para a posteridade, aquele momento. Ah! A Gal. Chaves, com a confeitaria Cruz de Malta, onde se saboreavam taças de sorvete e outras guloseimas... Ali perto, na Rua da Praia, ficava a Livraria do Globo, na época, o maior reduto da intelectualidade gaúcha, onde podiam ser vistos o Erico Veríssimo, o Mário Quintana e tantas outras pessoas ligadas à cultura da nossa terra. E Praça da Matriz 6 o que dizer das confeitarias? Havia duas, excelentes, nessa mesma rua: a Neugebauer, com um inesquecível mil folhas de nata, além da famosa torta com os canudinhos recheados de chocolate, que eu, criança na época, salivava só de olhar, e a Schramm, mais na subida, com doces também memoráveis. Naquele tempo, não havia a diversidade gastronômica que se vê hoje em Porto Alegre; no entanto, a minha memória resgata (entre poucos mais) quatro restaurantes: o Ghilosso, defronte à Praça da Alfândega, o Dona Maria, o Palácio do Comércio e o Treviso, no Mercado Público, aonde a gente, saindo dos bailes do Círculo Social Israelita (nos altos do cinema Baltimore), ia comer um saboroso filé com fritas de madrugada, convivendo democraticamente tanto com as prostitutas, marinheiros e gigolôs que lá aportavam como com a turma chique e aristocrática do Clube do Comércio (a sociedade de maior prestígio nos anos 50 e que, mais tarde, teve como “embaixatriz” a figura ímpar de Gilda Marinho). Quando o apetite não pedia uma janta farta, havia também a opção, maravilhosa, do sanduíche do Matheus, na Praça da Alfândega. Outra lembrança da minha infância também é a Banca 40 do Mercado Público, que ainda hoje, felizmente, se mantém, com os seus sorvetes e a famosa salada de frutas. E o que dizer do “footing” anos mais tarde, defronte à loja Krahe ou à Casa Victor? A rapaziada ficava no meio da rua, e as meninas desfilavam na calçada o charme, a elegância e a beleza da mulher gaúcha. Fora do eixo da Rua da Praia e transversais, havia a sorveteria Neve do Sul, na Rua Riachuelo, que fazia a distribuição, pela cidade, dos picolés e sanduíches de sorvete nas conhecidas carrocinhas empurradas pelos funcionários, que gritavam: sorveteiro! Outro marco da Porto Alegre antiga é a suntuosa Confeitaria Rocco, cujo prédio (hoje maltratado),na esquina das ruas Riachuelo e Dr. Flores, foi palco de célebres festas de casamento, inclusive, da coletividade judaica. Quanto às lojas, havia várias: as de moda mais chique eram a Cecília Louro (mais tarde, Casa Louro) e a Cardone, ambas na Rua da Praia. Nessa mesma rua, também estavam a Sloper, onde as adolescentes eram “habituées”, e a Casa Tschiedel. E os cinemas? Ah! As matinês nos domingos... Não tínhamos shoppings e, como Porto Alegre era uma cidade segura, sem a violência de hoje, os cinemas, enormes e bonitos, eram edificados nas calçadas. REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras HISTÓRIA Ch alé da Praça XV O Imperial, na Praça da Alfândega, era o mais procurado nas matinês de domingo. O Rio (depois Guarani) ficava ao lado. O Ópera, a poucas quadras desses dois. O Cacique, que ostentava dois belíssimos e enormes painéis do artista plástico Glauco Rodrigues, era um cartão de visita da nossa capital, além do Vera Cruz (mais tarde Vitória) e do Rex. Saindo do cinema, ia-se a uma casa de chá muito bonita, localizada na Rua da Praia, entre as ruas da Ladeira e Uruguai, onde a gente lanchava e ouvia música ao vivo, numa atmosfera agradabilíssima. E, para voltar para casa, nada melhor do que pegar um bonde Petrópolis ou J.Abott no abrigo da Praça XV, onde também faziam ponto os fotógrafos “lambe-lambe”... Da minha vida estudantil, relacionada com o centro da cidade, tenho algumas recordações marcantes: as aulas de balê na escola da Profa. Lya Bastian Meyer, ao lado do Theatro São Pedro, no local onde hoje está sendo erguido o Multipalco; as apresentações do Orfeão Artístico do Instituto de Educação, do qual eu fazia parte, na concha acústica do Auditório Araújo Viana que, naquela época, ficava numa parte do terreno hoje ocupado pela Assembleia Legislativa;as idas semanais ao centro, após as aulas da tarde, para comprar um disco do Gregório Barrios na Casa Coates, seguido de uma banana “split” (grande novidade nos anos 50!) nas Lojas Americanas; e a Parada dos “Bixos” (os jovens de hoje nem imaginam o que seja isso...), em que nós, os calouros da UFRGS, desfilávamos fantasiados na Salgado Filho e na Rua da Praia, fazendo críticas políticas e palhaçadas. O Theatro São Pedro também foi uma referência importante na minha infância e adolescência: excelentes peças teatrais e memoráveis concertos, como o do pianista Artur Rubinstein, no início dos anos 50, em que, devido ao excesso de lotação, tiveram que colocar cadeiras extras no palco... Só que o Theatro São Pedro, naquele tempo, ainda não havia passado pela reforma empreendida pela D. Eva Sopher: os camarotes, para preservar o “decoro” de suas ocupantes, tiveram o seu gradil coberto de estuque, para que as pernas e joelhos das finas damas da sociedade porto-alegrense não fossem vistos pelos espectadores da plateia... Enfim, estas são as recordações que eu guardo de uma região da cidade que, há 40, 50 ou 60 anos, esbanjava “glamour” e deixou muita saudade: o Centro Histórico de Porto Alegre! Mercado Público REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 7 Na’amat Pioneiras Teniza Spinelli HISTÓRIA Museóloga MUSEUS NO CENTRO HISTÓRICO DE PORTO ALEGRE N em todos conhecem os equipamentos culturais que a cidade de Porto Alegre oferece. Caminhar pelo Centro Histórico, visitar seus museus, é uma opção inteligente para quem mora aqui e, por extensão, para todos os que chegam a nossa cidade. Os Museus, conceituados como instituições a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, que adquirem, preservam, pesquisam, expõem e comunicam os testemunhos materiais e imateriais dos povos e de seu meio ambiente, atraem e fascinam diferentes públicos, dinamizando a vida social comunitária. As finalidades de estudo, educação e lazer são também da competência dos Memoriais e dos Centros Culturais, que executam funções análogas à dos museus, embora com suas características próprias. S Museu do MARG 8 Na Praça da Alfândega, por exemplo, o visitante pode escolher a tipologia de sua preferência. O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli - MARGS - oferece exposições temporárias e de longa duração de artistas gaúchos, nacionais e internacionais, do desenho à pintura, da cerâmica à escultura, da gravura às técnicas mistas, tapeçarias, instalações e novas formas de expressão artística. Outra opção é visitar o prédio do Memorial do Rio Grande do Sul, ao lado do MARGS, também de estilo arquitetônico neoclássico, que abriga o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, com seu significativo acervo documental da história rio-grandense. O Memorial do RS também oferece uma exposição permanente sobre nossa história e seus personagens, através de visitas guiadas e de uma programação de exposições, cursos, palestras e oficinas, mostrando que a função educativa das instituições de memória independe do nome que ostentam. Ainda no prédio, há um espaço para lembrar os Correios, com mostras filatélicas e lançamento de selos. Ao lado do Memorial do RS, o Santander Cultural apresenta o que há de mais avançado no campo das manifestações artísticas. Em suas origens, com outro nome, o Banco mantinha um Museu de valores, além da documentação bancária que lhe deu origem. Fusão, reorganização e acoplamento de novas funções têm sido uma constante no processo de desenvolvimento cultural das instituições contemporâneas. Saindo do miolo da Praça da Alfândega, chegamos à esquina da Caldas Júnior com a Rua dos Andradas, em frente ao jornal Correio do Povo. Ali se situa o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, que reúne um acervo diversificado de imprensa, publicidade, propaganda, fotografia, cinema, rádio e fonografia, televisão e vídeo. Podemos afirmar que estamos diante de vários museus num mesmo prédio, tal a importância desse acervo e sua diversidade, não encontrada em nenhum outro museu desta tipologia na América Latina. Continuando pela Rua dos Andradas, deparamo-nos com a Casa de Cultura Mário Quintana, com várias opções que vão dos cinemas aos teatros e de uma discoteca e duas bibliotecas ali sediadas, atendendo ao público adulto e infantil. A Casa de Cultura mantém uma exposição de objetos pertencentes ao poeta Mário Quintana, que lá residiu durante vários anos, constituindo-se num referencial de sua vida e de sua REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras HISTÓRIA S Museu do MARG obra. Outros dois museus ocupam espaços da Casa de Cultura: o Museu de Arte Contemporânea, com mostras de arte nacional e internacional, e o Museu BANRISUL, com acervo numismático e de objetos históricos daquele Banco. Continuando a caminhada em direção à Usina do Gasômetro, no início da Rua da Praia, chegamos ao característico pavilhão de madeira onde funciona o Museu do Trabalho, com um acervo de instrumentos e máquinas, destacando-se as prensas antigas e demais ferramentas que movimentam oficinas de criação e impressão de gravuras. Em direção oposta à Usina do Gasômetro, nas proximidades do Largo dos Medeiros, encontramos o Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo, no antigo prédio do Força e Luz, pertencente à Companhia Estadual de Energia Elétrica. Ele abriga o Museu da Eletricidade do RS, com uma exposição interativa, acervo tecnológico e documentação sobre o tema. Noutro andar do prédio, encontra-se a biblioteca O Continente e um memorial de livros e documentos do escritor gaúcho que dá nome à instituição. Uma programação intensa movimenta esse Centro Cultural, dentro dos propósitos que o norteiam. Por último, é preciso lembrar do mais antigo museu do Rio Grande do Sul, criado em 1903. Mas para isso é preciso sair do centro da Praça da Alfândega e subir até os altos da Praça da Matriz, seguir à direita, na Rua Duque de Caxias, 1205, e encontrar as edificações do Museu Júlio de Castilhos, que guarda um precioso acervo sobre a história do estado e do estadista Júlio de Castilhos, que ali residiu e dá nome ao museu. De tipologias jurídico-administrativas diferenciadas, de tutelas públicas ou privadas, de variadas técnicas que vão das artes visuais à literatura, da comunicação às tecnologias, todos esses equipamentos culturais que se encontram no Centro Histórico de Porto Alegre estão abertos ao público de forma permanente e gratuita, e seguem, em geral, os mesmos horários de funcionamento, com exceção de segundas-feiras. É uma caminhada cultural pelo centro da cidade que vale a pena fazer, pois os museus nos abrem portas para o mundo e neles podemos revisitar o passado, entender melhor o nosso tempo, mas também desfrutar de bons momentos de alegria e lazer. MARGS e Mem orial do RS REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 9 Na’amat Pioneiras THEATRO SÃO PEDRO EVA SOPHER: Marili Buchalter e Sônia Unikowsky Teruchkin SUA LUTA PELA CULTURA ruc pher e Sônia Te o S va E r, e lt a h Marili Buc hkin Entrevistar Eva Sopher é uma experiência muito rica. Sua estrutura “mignon” contrasta com a mulher forte que é no alto de seus 90 anos. Com uma postura firme e voz altiva, impõe-se contra todos os que possam obstaculizar seus objetivos. Obstinada, luta pela cultura gaúcha há mais de 50 anos e para isso tem enfrentado, como uma leoa que cuida de seus filhos, a burocracia. Depois de reconstruir o Theatro São Pedro, está terminando o Multipalco, que, juntos, constituem um dos maiores complexos culturais da América Latina. Uma obra, produto da paciência e da insistência de uma grande mulher objetiva, que continua tendo esperança e se emociona com cada conquista. O complexo do Theatro São Pedro é, de acordo com esta produtora, gestora, e muito mais, sua casa e seu templo. Como foi sua chegada ao Brasil e como a senhora foi acolhida? Judia, saí aos doze anos de uma Alemanha sombria, atacada pelo nazismo. Viemos viver no Brasil, onde sempre me senti livre e respeitada. Eu tenho o judaísmo muito forte dentro de mim e tenho uma educação germânica, porque nasci na Alemanha. Eu pratico a educação e pratico sim o judaísmo, mas dro Theatro São Pe 10 não frequento nada O templo pra mim é o Theatro São Pedro, o partido politico é o Theatro São Pedro. Aqui é a minha casa, o meu templo e o meu partido. Como surgiu para a senhora o interesse pelas artes? O interesse pela cultura nasceu comigo, definitivamente. Quando me perguntam por que lutar pela cultura, eu digo que, na verdade, isso deveria ser importante para todos. Também me perguntam se nunca perco a paciência e eu digo: acho que não. Força de vontade não me falta. Eu crio minhas metas e as coloco na minha frente e elas são maiores do que tudo. Nós morávamos no Rio de Janeiro, onde conheci meu marido e onde nasceram nossas filhas. No Rio, eu era ligada à PROARTE, desde os 16 anos, e lá fiz um projeto para jovens assistirem aos últimos ensaios das orquestras e dos artistas que vinham se apresentar. Depois, por motivos profissionais de meu marido, nós nos transferimos, em janeiro de 1960, para Porto Alegre. Chegando aqui, na primeira semana, encontrei um antigo colega que estava dando um seminário no Instituto de Artes e o convidei para a nossa casa. Perguntei como andava a cultura na cidade e ele respondeu: arregaça as mangas e começa de uma vez. Então, fiz uma carta para a PROARTE, comunicando que agora, como estava em Porto Alegre, eu não poderia levar adiante o meu projeto no Rio de Janeiro, mas que eu estava às ordens. Logo voltou a correspondência, dizendo-me para reativar a PROARTE em Porto Alegre. Então comecei. Como surgiu seu interesse pelo Theatro São Pedro? Estimulada pela PROARTE, que era a entidade cultural da época, já em março de 1960, três meses após nossa chegada, foi apresentado um concerto aqui no velho Theatro São Pedro, que estava em condições lamentáveis. Eu não conhecia ninguém na cidade. Fui descobrindo os espaços que deveria percorrer os quais depois se tornaram normais, utilizados por todo mundo. E, em 1971, recebi a cidadania honorária de Porto Alegre. REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras Como surgiu o Multipalco? Quando o Theatro São Pedro estava finalizando, quase no fim da obra, lamentávamos não ter um espaço adequado para a administração do teatro. Então, fui pedir um pedacinho de chão ao lado, onde havia na ocasião uma casa que tinha sido boa, mas que, a essas alturas, já nem casa era, pois estava completamente destruída. Fui ao então proprietário (a sua mãe morava lá) e pedi que ele doasse esse terreno ao futuro anexo do Theatro São Pedro. Ele não topou a ideia e ficamos sem a possibilidade de usar esse pedaço para fazer um anexo.Solicitei então a um corretor de imóveis, que tinha oferecido ajuda, que descobrisse de quem eram esses terrenos todos em volta do teatro, que estavam degradados, fechados e não eram usados a não ser por algum politico, que fez um pequeno estacionamento no local. E, depois de mais de 20 anos, conseguimos, ao lado da centenária casa da cultura, dez terrenos. E estamos fazendo um complexo cultural. Hoje estamos aqui. Na verdade, isto aqui é maior que o Lincoln Center, porém está no centro da capital dos gaúchos, no mesmo chão da centenária casa do Theatro São Pedro. No meio disto, ainda temos um galpão crioulo que, durante algum tempo, nós não mostramos. Camuflamos com medo de alguma secretaria achar ruim, até o momento em que eu senti a importância de receber aqui os atores e atrizes que vinham de fora, com um carreteiro ou churrasco depois do espetáculo. dro Theatro São Pe Aí eu fiz questão de dizer: sim, o galpão crioulo existe. É mais uma peça, regionalíssima, entre o centenário templo da cultura e o prédio da cultura futura. E isso hoje é um fato que dificilmente pode ser repetido em qualquer capital de qualquer país do mundo. Porque quem é que, a não ser com a ajuda de São Pedro, consegue dez terrenos para poder fazer isto? Não me importa mais estar na inauguração deste prédio ou não, pois isto é irreversível. E, na verdade, Porto Alegre só vai entender este complexo cultural depois de pronto. THEATRO SÃO PEDRO Como “sua vida” entrou na “vida” do Theatro São Pedro? Em 1975, um grande amigo jornalista e intelectual foi à nossa casa e disse: eu venho com um convite do governador Sinval Guazelli para te convidar a assumir a coordenação da restauração do Theatro São Pedro. Nós já estávamos morando naquilo que eu chamava de casarão e que hoje é o Palácio das Hortênsias do Governo do Estado (essa foi uma doação que meu marido fez, após termos morado lá 10 anos). Eu disse: sinto muito, porque, enfim, sou dona de casa, esposa de um industrial, recebo autoridades e tenho uma entidade com até mais ou menos 24 promoções anuais, que era a PROARTE. Mas me comprometo a encontrar alguém que assuma o Theatro São Pedro. Meu marido embarcou no dia seguinte em viagem de negócios, pois era um alto executivo da Zivi Hercules. Quando voltou, uma semana depois, perguntou: quem você encontrou para o Theatro São Pedro? E eu respondi: por enquanto, ninguém. Nesse momento, meu marido disse: olhe aqui, ou você faz, ou vão derrubar o Theatro São Pedro, assim como derrubaram o irmão gêmeo dele, que era do outro lado da rua. Quando ouvi essa frase, imaginei esse cenário; então disse: pronto. Meu marido sempre teve uma grande visão, sempre foi uma pessoa fora de série, assim como foi o nosso casamento, que o cigarro interrompeu depois de 41 anos. Mas, quer dizer que, até hoje, faço questão de dizer que o Theatro São Pedro existe graças a essa frase do meu marido. Durante nove anos, eu ouvia: o Theatro São Pedro nunca vai ficar pronto, não vai dar certo, não é possível. O próprio Paulo Autran, em uma entrevista em que perguntaram sobre o Theatro São Pedro, disse: Ah, esquece, tem uma mulher doida lá dentro. Aliás, por falar em mulher doida, quando a Fernanda Montenegro veio ver esta obra aqui, ela estava com o espetáculo “Dona Doida”, e aí, um dia, ela me disse: a dona doida não sou eu, a dona doida é você. E a burocracia? O mais difícil continua sendo a burocracia. Gastamos muito tempo. No caso da luz, aqui no Multipalco, acho que levamos mais de um ano para conseguir vencer a burocracia. Até agora, nós só podemos trabalhar de dia, pois a luz depende da velha luz do Theatro São Pedro. Agora, finalmente, após um ano ou mais, vamos fazer uma nova subestação de energia elétrica. Então uma coisa depende da outra. Tudo é engessado pela burocracia. O que a Sra. diria para nós, trabalhadoras voluntárias? Eu parabenizo todas as mulheres que encontram a necessidade e a realidade de fazer um trabalho voluntário. Quando as pessoas me perguntam, mas e a sua idade? Eu respondo que é exatamente isso que deixa a pessoa inteira. E nada é mais gratificante que um trabalho voluntário. Nós hoje temos aqui uma associação que se chama Associação Sol Maior. São 70 meninos e meninas entre 7 e 14 anos, da periferia, em situação de vulnerabilidade, que recebem aulas por voluntários de música: cordas, teclas e percussão. Nós também temos oficina de literatura, já acontecendo aqui nas salas que estão prontas.Essas crianças, quando vieram pela primeira vez, e como estávamos terminando as salas aqui no Multipalco, fizeram seus primeiros ensaios no Theatro São Pedro. Elas choravam de emoção. E, no final do ano, quando fizeram um concertinho na concha acústica, veio a família toda, muitos pela primeira vez.Para popularizar a cultura, nós temos muitos projetos de entrada franca também. E, por outro lado, quando ocorre a apresentação do “Guri de Uruguaiana”, nós enchemos o teatro. No último fim de semana, das 1800 pessoas que assistiram ao show, eu calculo que 98 a 99% nunca tinham vindo ao Theatro São Pedro.Além disso, esta casa nunca foi pichada. O respeito contagia. E o respeito que esta casa põe para fora ela recebe. REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 11 Na’amat Pioneiras Luiz Coronel Poeta e publicitário OS LIVROS E O CENTRO HISTÓRICO “A PRAÇA É DOS LIVROS COMO O CÉU É DO CONDOR” Q ue este gênio precoce, Castro Alves, me conceda o título a estas mal traçadas linhas. (Sempre que penso o poeta baiano, que vem a morrer aos 24 anos, avalio a avalanche poética que ele nos legaria se mais algumas décadas lhe fossem concedidas viver). Mas ganhemos os trilhos, pois bem dizem os lusos, “quem não sabe o que quer, quando acha não se dá conta.” A praça não tem condores, mas livros ela os tem, em larga medida. Amo Porto Alegre, cidade à beira do rio e em meu coração. Gostaria de veicular uma campanha “Muro da Mauá, Muro de Berlim, tudo que separa um dia tem fim.” Gerações sucessivas de governantes ergueram muralhas de pedra contra o estuário do Guaíba. O Sena ou o Reno são arroios Dilúvio perto de nosso deslumbrante encontro a Biblioteca Públic 12 eg a Praça da Alfând das águas. Hoje, são pensados e atuados expedientes de devolução do Guaíba à cidade e revitalização do Centro Histórico. Bravo. Que assim seja. É ali, em espaço aberto, que se realiza a Feira do Livro de Porto Alegre, entrando em sua 59ª edição. Viver a experiência de Patrono da Feira nos confere uma visão muito clara do significado do centro da cidade para a população. A palavra pertencimento explica essa relação. Os bairros são exclusivos. O centro, inclusivo. Os positivistas nos legaram, em suas edificações com destinação aos serviços públicos, prédios de soberba elegância. Lembro o Quintana: “o problema da arquitetura moderna é ela não saber fazer casas antigas”. A condição de escritor, gaúcho dos quatro costados, daqueles para os quais a partir do Mampituba tudo é exílio, faço alardes ao dizer que vivemos em um Estado ao sul de si mesmo. Quem ama o livro e devota-se a Porto Alegre, bate palmas a tudo e todos que, na medida de seus empenhos e possibilidades, vitalizem nosso Centro Histórico. É ali que o livro assume seu momento de maior majestade. Sempre ouvi dizer que os livros são janelas para o mundo. Sim. Antes, porém, eu os vejo, antes como espelhos, onde percebemos refletida, com nitidez, a nossa identidade. Qual Jorge Luis Borges, não sei pensar o paraíso sem uma biblioteca. E muito menos Porto Alegre sem a sua Feira do Livro. É no Centro Histórico de Porto Alegre que o coração de nossa gente bate mais forte. Abençoada seja a poesia, e sua refinada alquimia com as palavras. Viva os romances, eternamente a descobrir as nuanças da alma. Bem-vindos os contos, com seu espanto conclusivo. Em certo momento desta crônica, cheguei a pensar que estava misturando temas, rompendo a unidade essencial de um texto, eis que percebo que o centro da cidade e os livros formam uma indissolúvel e única realidade. REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras Cláudia Laitano A HISTÓRIA DE UMA CIDADE A s pessoas, como as cidades, desenham seus mapas a partir de um determinado centro histórico – um país que ficou para trás, uma cidade, uma praça onde a gente ralou os joelhos. Não importam a distância, o tempo e nem mesmo a constatação de que parte do nosso centro histórico evaporou-se do mundo concreto para virar bingo ou templo religioso: o espaço da infância e da adolescência é patrimônio tombado na nossa memória. Sobrevive a guerras, migrações, desastres naturais, ou arquitetônicos, quase como se um pedaço de nós nunca tivesse saído de lá – e às vezes nunca sai mesmo. Não que o centro histórico confunda-se sempre com uma espécie de paraíso perdido – às vezes, é um lugar de onde se fugiu e para onde não se quer voltar nem em cartão-postal. Mas é ali, no nosso primeiro ponto de referência geográfico, que as fugas e os eventuais retornos começam a ser tramados antes mesmo que a gente se dê conta. Se sabemos que Fellini nasceu em Rimini, que Itabira é um retrato na parede de Drummond (“mas como dói”) e que Caetano Veloso começou a escutar música em uma certa rádio de Santo Amaro é porque o centro histórico, às vezes, não é só um lugar no mapa, mas uma maneira de entender, ou não entender, o resto do mundo. Meu centro histórico é o Centro de Porto Alegre. Minha história com o bairro começa nos anos 1940, antes mesmo de os meus pais se conhecerem. Meus avós paternos (sou daquelas raras porto-alegrenses de terceira geração) mudaram-se naquela época para a primeira quadra da Riachuelo, perto da Usina e da mítica Ponta da Cadeia. No terreno daquela casa antiga, seria construído o edifício Maria Madalena, onde meus pais foram morar quando se casaram e onde eu e meus irmãos nascemos. Nosso jardim de infância foi o Picapau Amarelo, ainda hoje funcionando na Praça Alto da Bronze, e todos aprendemos a ler no grupo escolar Menna Barreto Neto, ao lado de casa. Pelo menos uma vez por semana, meus avós me levavam para brincar na Praça da Alfândega, algumas quadras mais adiante. Anos mais tarde, a família subiu na vida e na Rua Riachuelo e se instalou no edifício Jaguari, localizado atrás do Theatro São Pedro e da Praça da Matriz . As praças do Centro - Bronze, Alfândega e Matriz - ainda hoje guardam para mim aquele mistério que só os locais que nos evocam a infância conseguem preservar. A Bronze que eu vi trocar o verde pelo concreto dos brinquedos futuristas, instalados por ali no começo dos anos 70, na época em que eu frequentava o Picapau Amarelo. A Alfândega que eu encontrava coberta de barraquinhas não apenas da Feira do Livro, mas também durante as atividades do Lions Clube, quando via minha mãe e as amigas vendendo panetones para arrecadar fundos para as ações beneficentes do clube. A Matriz com suas fantásticas criaturas de bronze que um dia pareceram gigantescas à menina que eu fui (e que em certa medida ainda sou). Cuidar dessas praças é garantir que o passado de quem brincou naquela vizinhança pode se ligar ao futuro de todas as crianças que ainda vão passar por ali. Pois é do encontro de infinitos “centros históricos” que se constrói no tempo a história de uma cidade. CENTRO HISTÓRICO Jornalista Praça da Matriz REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 13 Na’amat Pioneiras Ester Miriam Menda Psicanalista SEFARADIM O CENTRO HEBRAICO E A COMUNIDADE SEFARADI EM PORTO ALEGRE O s judeus sefaradim começaram a pensar na América, em busca de uma nova vida, como forma de fuga da inquisição, aproveitando o evento das grandes navegações, promovidas pela Espanha e Portugal. O novo mundo trazia a esperança da liberdade de culto e a possibilidade de crescimento e desenvolvimento. Esse grupo de judeus os sefaradim - levava consigo a cultura dos lugares vividos, e não foi diferente na sua vinda para a América. Dessa forma, eles trouxeram enorme contribuição a essas novas terras, desde o norte até o sul. Com o passar dos séculos - no fim do XIX e início do XX - novas perseguições ocorreram na Europa, incentivando um novo grupo de judeus a atravessar os mares rumo a esta terra de mil possibilidades: os askenazim. Também os sefaradim vieram nessa época, devido a conflitos e mudanças de política nos países em que viviam, nada alentadores, que os incentivaram na mudança de lugar. Rio Centro Hebraico 14 grandense No Brasil, os judeus sefaradim participaram do desbravamento ao atuarem nas conhecidas Entradas e Bandeiras; foram usineiros no ciclo da cana-de-açúcar; embrenharam-se pela Amazônia e, dessa forma, puderam manter suas tradições e seus cultos, longe da fúria assassina e doentia dos inquisidores. Alguns historiadores chegam a mencionar que 25% do povo brasileiro é descendente dos judeus que para cá vieram no início da colonização brasileira. O maior afluxo de sefaradim, mais especificamente para a cidade de Porto Alegre, deu-se entre os anos de 1910 e 1920, ainda no século passado, na sua maioria vindos da Turquia, mas também do Egito, Marrocos e Grécia. Deve-se ressaltar que os sefaradim mantinham o mesmo idioma desde a saída da Espanha em 1492 - o ladino. Eram em pequeno número, por volta de 5% em relação aos askenazim, que já se encontravam no estado, por conta das colônias fundadas pelos barões Hirsch e Phillipson, que encabeçavam a ICA - Jewish Colonization Association - de atividade filantrópica. Em Porto Alegre, os sefaradim escolheram o bairro Cidade Baixa para morar, próximo ao centro da cidade, onde a maioria instalou suas lojas, principalmente, de tecidos, famosas pela qualidade de seus artigos. Dentre elas, pode-se destacar a Vila de Bruxelas, Ilha da Madeira, Estrela das Sedas, Casa das Sedas, Casa Safira e Casa Rodrigues. Na ânsia pelo saber, e por considerar o estudo primordial, boa parte dos descendentes desses pioneiros tornou-se profissionais liberais. Pela identificação com os costumes e com o idioma comum, formaram uma sociedade e construíram sua sinagoga; um lugar não somente para os cultos religiosos, mas também para atividades culturais e sociais: o Centro Hebraico. Foi o segundo lar de muitos, que se reuniam para conversar, para brincar, para tratar dos rumos da congregação. No entanto, o destaque fica para o teatro, cujas peças eram escritas, dirigidas e interpretadas pelos próprios membros da comunidade, que surpreendiam ao incluir expressões típicas ladinas, fora do texto e do contexto, o que levava a plateia às gargalhadas. Bons tempos - que passam - mas dão lugar a outros, na dependência dos desejos, das necessidades de seus membros. Porém, algo de importante ficou: manter a cultura, a história - que é vasta - , a culinária, os costumes. A atual Diretoria vem procurando resgatar essa cultura, não mais em nível regional - já que o número de sefaradim no estado é reduzido - mas de forma universal, publicando mensalmente a revista El Djudió, de belíssima apresentação visual e excelente conteúdo, que chega atualmente a 63 cidades em 12 países, tornando o Centro Hebraico Riograndense e os sefaradim do Rio Grande do Sul cada vez mais reconhecidos e respeitados. REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras Rita Zouvi Bensussan Burd Ex-presidente do Centro Hebraico Riograndense RUA DA PRAIA ERA SEFARADI E u me criei caminhando na Rua da Praia e reconhecendo, em cada vitrine, as lojas dos sefaradim. A nossa Kehilá (comunidade) era muito unida. Em todos os momentos importantes das nossas vidas, desde o nascimento até a morte, estávamos juntos. Não se imaginava compartilhar um casamento, Berit-Milá, Bar-Mitzvá, Festas Religiosas sem a nossa “grande família”. Na verdade, nós nos considerávamos uma grande família. Todos falavam e cantavam em ladino. Desde pequenos, frequentávamos o Centro Hebraico, e nossas mães faziam parte das Damas de Caridade Sefaradies. Assistíamos aos meldados (orações) e, sempre que um dos participantes pedia para repetir determinada reza “como se dizia no meu lugar”, nós, tchudchuks (crianças), ríamos. Então, nos olhavam e pediam silêncio. Os meldados eram sempre cantados, e eu adorava ouvir a voz do meu pai, que cantava muito bem. Mas todos cantavam. Todos participavam e sabiam ler em hebraico. No Yom Kipur, os homens eram chamados à Habimah (púlpito) para orar pelos parentes que partiram, pelo Brasil, pelos governantes e, também, para oferecer a sua Tzedakah, que era encaminhada especialmente para cada setor da Kehilá. Acabavam os Yamim Noraim (festas desde Rosh haShana até Yom Kipur), e era hora de cobrar as doações oferecidas na Habimah. Meu pai era encarregado de percorrer as Butikas de los muestros. Uma quase ao lado da outra, numa convivência feliz e tranquila. Eu me achava o máximo ao exercer essa tarefa tão importante. Ficava ao lado do meu pai, de mãos dadas. Assim, íamos percorrendo a Rua da Praia: saíamos da nossa loja, Safira, de Zouvi Bensussan, e, em seguida, íamos para a Villa de Bruxellas, dos Irmãos Castiel. Mais um pouco, a Estrela das Sedas, de José (Pepo) Poyastro e Nicio Poyastro. A Casa das Sedas, de Moisés e Rafael (Kiko) Estrougo, era a próxima. Subindo mais, em direção à Borges de Medeiros, a Casa Alberto, de Alberto Zouvi; a Ilha da Madeira, de Alberto Behar. Na frente, do lado par da Rua da Praia, a Casa Gavillon, de Alberto Gavillon e, na esquina, A Grande Moda, de David Rassi, e a Casa Maia, de Moisés Maia. Subindo a Marechal Floriano, A Valenciana, de Alberto Behar; a loja de Alexandre Soria; a Casa Rodrigues, dos Irmãos Rodrigues; a loja de Nicio Haleva, depois a Casa Açucena, de Victor Elnécavé. A seguir, a loja de Ely Ben David; a loja de Alberto Cohen; a Casa Popular, de Lieto Behar, que, mais tarde, se mudou para a Fernando Machado com o nome de Casa Suzana, e a loja de Lazar Taraboulus. Subindo para a Riachuelo, a Casa Isa, de Alberto Haleva. Infelizmente, esse universo sefaradi já não faz parte do comércio de Porto Alegre. Os nossos amados pais foram envelhecendo, e a nova geração seguiu em busca de outras profissões. Restou o exemplo de trabalho e convivência harmoniosa, de respeito e de muita saudade. SEFARADIM LEMBRANÇAS DA ÉPOCA EM QUE A (Agradeço a Jenny Elnécavé, que ajudou com sua memória a resgatar o nosso passado). Ru a da Praia REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 15 Na’amat Pioneiras Airton Gontow LEMBRANÇAS O MEU Jornalista CENTRO P or que me pedem um texto sobre o Centro de Porto Alegre? Saí da minha cidade natal ainda guri, aos 13 anos, dois dias após o bar-mitzvá, um depois da descoberta de matzeivá da minha avó. Sei pouco, muito pouco sobre o Centro... Que poderia escrever? Claro que tenho minhas lembranças. Mas, de certa forma, Porto Alegre inteira ocupa posição central na minha vida. Mesmo há 38 anos em São Paulo, e até gostando da maior metrópole do País, sinto-me permanentemente no exílio. Porto Alegre é a minha cidade. É para onde corro e onde me refugio e me energizo nos momentos mais cruciais. Nesses anos todos de Diáspora, quantas vezes rumei para a cidade, para buscar o carinho de amigos e parentes! Para visitar apenas, passar em frente do Israelita, dos Grêmios (o Israelita e o Tricolor), do Círculo, do prédio da infância - o Jardim Emília - na Protásio Alves... Para simplesmente andar pelas ruas da cidade! Do Centro, como já confessei, sei muito pouco. Não conheço os sebos que guardam tesouros da literatura. Nunca fui a uma loja de discos. Não tive a vivência de, após a faculdade, rumar para um bar bom e barato para curtir sua música, petiscos e cerveja gelada. Não fui às exposições nos museus da Praça da Alfândega! Ainda assim, é nas minhas andanças pelo Centro Histórico que mais percorro as ruas da memória: na banca 40, olho para um casal, e vejo meus avós paternos namorando; ainda na própria banca, onde paro para saborear a famosa sala de frutas com nata e/ou sorvete, pego caderninho e caneta e passo a contar quantos gremistas e colorados desfilam diante dos meus olhos. Sim, aos 51 anos, reproduzo, sempre, essa guerra de torcidas que fazia com meu pai, em dias de Gre-Nal. Ah, os dias de Gre-Nal! Valem camisetas, bonés e até chaveiros nessa importante contagem de quem tem a maior torcida! Passo em frente ao Theatro São Pedro, onde fui o arauto na peça do colégio e onde vi a minha prima Ziza dançar balé. Ali pertinho, procuro pela antiga escolinha de artes, onde meu irmão descobriu que era artista e percebi que minha habilidade motora estava apenas nos pés. Entro em uma rua estreita e descubro uma galeria. Caminho vagarosamente e, de repente, paro arrepiado, em frente a uma barbearia. Como em um portal do tempo, lá estão meu pai, meu irmão e eu. Terá sido uma das últimas vezes em que estivemos juntos? Nas Lojas Americanas, onde havia um delicioso cachorro-quente, minha avó materna sobe pelas escadas, enquanto vamos pela escada automática. Meu Deus, eu não lembrava que a “Vó Lota” tinha medo de escada rolante, essa maravilha da modernidade! Não foi no Centro, mas nunca me esque- 16 éo Praça Montevid ci da cena na casa dos meus avós, na Vicente da Fontoura, quando uma amiga disse com seriedade: “Rosalina, meu filho me deu um despertador tão inteligente, mas tão inteligente, que ele toca de manhã e, se eu não acordar, ele toca de novo!” Na última vez em que estive em Porto Alegre, quando voltava do Centro e passava pela Protásio, rumo à casa do meu tio, na Anita Garibaldi, juro que vi um bonde! Do bonde descia uma mulher baixinha, bonita, e dois guris muito bem arrumados. Fazia muito calor. As crianças estavam exaustas e tudo o que queriam era chegar em casa para descansar e brincar, de shorts. Mas, ao pular do bonde, o filho mais velho deixou cair algo no chão. Olhei com atenção e, mesmo de longe, consegui ver que era uma bala – dessas balinhas que tem uma carta de baralho desenhada na embalagem. A doce mulher ficou muito nervosa. Colocou a mão no bolso do guri e encontrou mais duas ou três balinhas. Gritou! Olhou para o filho menor e perguntou se ele sabia. Ele disse que tinha visto sim! Berrou com ele também. Acho que deu-lhe um tapa e no mais velho também, mas disso não tenho certeza (e também não contaria se soubesse, porque hoje seria politicamente incorreto). Estava um calor infernal, e eu não via a hora de chegar na casa do Tio Leonardo, mas olhei para o taxista e disse: “Volte para o Centro, por favor”. Vou silenciosamente no táxi, acompanhando o bonde até a região central da cidade. Salto do táxi e sigo os personagens até as Lojas Americanas. A mulher chama um vendedor e ordena para o filho: “diz para ele o que fizeste e pede desculpas”. Ele olha encabulado e, chorando, abre a mãozinha direita e diz: “eu peguei essas balinhas, desculpe”. É final de tarde. Com os olhos vermelhos, vou até a Casa de Cultura Mario Quintana. Quase não conheço o local. Nunca fui às suas mostras. Nunca curti as tardes musicais. Nunca vi o pôr-do-sol ao lado dos amigos ou das primeiras namoradas. Foi tão lindo o entardecer! Aquele era o meu pôr-do-sol! Aquela era a minha cidade! Aquele era o meu Centro,o eixo que me faz andar, ainda que um tanto trôpego, mais ou menos nos trilhos. Eu só sabia chorar... REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras FISICOR - MEDICINA DO EXERCÍCIO Condicionamento Físico com Supervisão Médica Lucas de Oliveira, 1118 - Fone: 3330-3634 DR. JAYME HENKIN - DR. GHEDALE SAITOVITCH Direito civil, comercial e trabalhista Venâncio Aires, 1191 - Cj. 121 Fones: 3331-3033/3330-6299 DR. LUIZ BERNARDO SPUNBERG Borges de Medeiros, 659 - Sala 1203 - Fone: 3224-8700 FISIOABREU Fisioterapia - RPG - Pilates Castro Alves, 142 - Rio Branco - Fone: 3311-8905 Atendemos Convênios e Domicílio DRA. LILIAN B. RASKIN Francisco Ferrer, 453 - Cj. 701 - Rio Branco Fone: (51) 9911-6269 ADVOGADOS DR. MARCO FETER - Advogado OAB 43762 Corretor de Imóveis - Creci - RS 44772 Fone: 8405-5212 ANZANELLO STIFELMAN - ADVOGADOS ASSOCIADOS Direito Empresarial, Direito Civil e Direito do Consumidor Rua Sete de Setembro, 745/3º andar - Centro Histórico Telefone/Fax: (51) 3214.3707 / 3214.3737 e-mail: bruno@gadol.com.br DR. CARLOS ALBERTO FITERMAN MOLINARI OAB 65406 - Direito Civil e Trabalhista Eça de Queiroz, 809 - Porto Alegre Fones: (51) 3388-2293 / 9916-3298 / 8230-1919 cmolinari@cervo.com.br CLASSIFICADOS ACADEMIA/TERAPIA OCUPACIONAL/ FISIOTERAPIA AGRONOMIA DRA. 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SÉRGIO RASKIN - Cirurgião-Dentista Francisco Ferrer, 453 / 301 - Fones: 3028-4765 e 3028-4024 18 REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras Cíntia Moscovich MERCADO E O CHALÉ O MIOLO DE NOSSA Escritora MUI LEAL E VALOROSA XV Ch alé da Praça A ntiga Praça do Paraíso, a Praça XV de Novembro contempla três pontos emblemáticos e queridos da cidade de Porto Alegre: o Chalé da Praça XV, o Mercado Público e o Paço Municipal, obras que foram dadas ao público depois da segunda metade do século 19 e que significaram um avanço na urbanização da capital dos gaúchos. Reduto da boemia, o simpático Chalé da Praça XV foi inaugurado em 1885. Como as lendas movimentam a vida em sociedade, é certo que o Chalé tem estilo bávaro mas origem controversa: não se sabe se foi construído aqui ou se veio desmontado da Europa, como era costume na época. O fato é que a estrutura de aço, madeira e vidro, que foi inicialmente um quiosque para a venda de sorvetes e refrescos, marcava também o fim da linha dos bondes e era frequentado por todo tipo de gente, ainda mais no cair da tarde, depois do trabalho, naquilo que ainda não era conhecido como happy hour. Por causa da arquitetura e do chope de colarinho maduro, o Chalé era também ponto de encontro da colônia alemã da cidade. 20 O Mercado Público foi inaugurado em 1844 e, anos depois, em 1870, com um trabalho de ampliação, foi entregue à população com formato muito similar ao que ainda hoje é mantido, Apesar de se avizinhar com a prefeitura, depois de um período de variado comércio de carnes, peixes e verduras, o Mercado sofreu dois incêndios e, por causa de enchentes, graves avarias. Com isso, a frequência declinou e o prédio começou a sofrer a ação das intempéries e do descaso. Ao mesmo tempo, crescia a necessidade de uma sede para a Intendência do município, que até então funcionava em vários prédios alugados no Centro Histórico. José Montaury, eleito pelo Partido Republicano em 1897, foi o responsável pela construção do primeiro prédio em estilo nitidamente positivista da cidade, com arquitetura tendendo à monumentalidade e estátuas e ornamentos francamente alegóricos. Em 1935, em homenagem ao centenário de Revolução Farroupilha, a comunidade espanhola doou à prefeitura um chafariz, a fonte Talavera de la Reina, que infelizmente REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras MERCADO E O CHALÉ foi sofrendo depredações ao longo do tempo e teve de, há poucos anos, ser completamente restaurada. Depois da grande enchente de 1941 e da construção do muro da Mauá, a cidade, como que revidando a agressão das águas, deu as costas para seu rio, que na verdade é estuário, e para seu centro mais pulsante. Como os centros e regiões portuárias das grandes cidades, nosso centro viu um período de escuridão e penúria. Num bravo esforço de recuperação, a prefeitura iniciou bem-vindas obras para restaurar o Mercado Público, criou calçadões — nosso Largo Glênio Peres, em homenagem a um dos homens que mais lutou pela democracia — e foi empreendida a reforma dos terminais de ônibus. O Chalé da Praça XV, fechado por mais de dez anos, passou por uma reforma completa, obras custeadas pelo Senac, que se tornou o novo permissionário, para abrigar um restaurante com cardápio típico, a exemplo daquele que funciona no Pelourinho, em Salvador. A reabertura do Chalé foi uma bela festa, saudada por gaúchos muito ilustres, como o escritor Moacyr Scliar, frequentador da casa desde o tempo dos bondes: “Este é um espaço afetivo na vida de Porto Alegre”, resumiu. Mais recentemente, as ações do Programa Monumenta e a retirada dos camelôs revigoraram a Praça XV de Novembro e a frequência do entorno. Além de um Mercado Público completamente reformado — além das vendas tradicionais de secos e molhados, das impressionantes saladas de frutas com nata, sorvetes e especialidades culinárias, virou até polo de temakerias, sushis e outras iguarias da cozinha japonesa —, o mercado conserva tradicionais restaurantes e bares. O Mercado Público Chalé da Praça XV atualmente abriga um restaurante especializado em culinária regional e internacional, com capacidade para 310 pessoas, incluindo um simpático terraço. Junto à prefeitura, o Mercado e o Chalé saúdam todos aqueles que chegam ao miolo agitado de nossa mui leal e valorosa. Mercado Público REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 21 Na’amat Pioneiras VITRINE NA’AMAT NA’AMAT PIONEIRAS – 53o Bazar Anual 53o Bazar Anual Doação do 53o Bazar Anual Passeio Nova Petrópolis Grupo Kineret Almoço Grupo Chai 64 anos da Na`Amat Pioneiras Jantar Grupo Prachim Confraternização dos Grupos Dor Hemshech Jantar Clarinha Milman Pizza da Primavera - Grupo Morashá Apresentação do Coral Zemer no Ipa 22 Doação do Grupo Morashá para Damas de Caridade Excursão a Santana do Livramento - Departamento de Turismo Jantar grupo Coach Neurim Seminário Cultural anual Doação do Grupo Coach Neurim ao Lar Maurício Seligman Doação do Grupo Berta Siminovich ao Lar Esperança e Clínica Amparo REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras VITRINE NA’AMAT – EVENTOS 2012 - 2013 Posse Nova Presidente Centro Porto Alegre Sonia Teruchkin Campanha dos Brinquedos Grupo Morashá Chá despedida Aliá Regina Libeskind Almoço de Confraternização final de ano posse nova diretoria Cabalat Shabat em Capão da Canoa com Coral Zemer Abertura dos trabalhos de 2013 Visita ao Lar Maurício Seligman com Coral Zemer Departamento Cultural Painel - O Dever da Memória 70 anos do Levante do Gueto de Varsóvia Tarde Recreativa - Grupo Elisheva Kaplan Abertura da Campanha anual 2013 Palestra Grupo Berta Siminovich Jantar Grupo Morashá Noite Nhoque da Sorte - Grupo Clarinha Milman Departamento Cultural Doação para Damas de Caridade Grupo Sara Barkait - Chá do Dia das Mães 75 anos Lúbia Zilberknop - Grupo Kineret REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 23 Na’amat Pioneiras CLASSIFICADOS 24 REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras Rua Casemiro de Abreu, 1300 - CEP 90420-000 - Bela Vista Porto Alegre - RS - Tel.: (51) 3328-2462 - 9889-8608 Rua Borges Lagoa, 1065 sala 73 - CEP 04038-032 - Vila Clementino São Paulo - SP - Tel.: (11) 5080-4910 - Cel.: (11) 9328-5001 marcotarrago@uol.com.br - www.marcotarrago.com.br Foto: Antares Martins REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 25 Na’amat Pioneiras Consultório de OdontologiaEstética DRA. MARLIZE FRIEDMAN - Periodontia Padre Chagas, 185 - cj. 907 - Fone: 3346-2339 Cel. Bordini, 675 , cj. 302 - Fones:3388- 1965 e 3321- 319 7 DR. CHUNE AVRUCH JANOVICH José do Patrocínio, 287 sl. 02 - Fone: 3286-5262 DR. CRISTIANO AGUIAR ZINGANO Cirurgião-dentista - CRO-RS-12918 E-mail: dr.cristiano@zingano.com.br José de Alencar, 1073 - sala 606 - Fone: 3223-3910 ENGENHARIA/PROJETOS/ CONSTRUÇÕES/INSTALAÇÕES BÁRIL EMPREENDIMENTOS Independência, 1299 - Sala 302 - Fone: 3092-5050 DR. JULIO NHUCH - Cirurgião-Dentista - CRO 12923 CHWARTZMANN CONSTRUÇÕES E INCORPORAÇÕES Maranguape, 97 - Fone: 3381-0011 Mestre em Implantologia e Especialista em Prótese Dentária Member ITI - International Team for Implantology DR. JARBAS MILITITSKY Amélia Teles, 90 - cj 302 - Fones: 3332-4189 e 3330-4336 CLASSIFICADOS DRA. ELIANE GULKO CARAVER Prótese e Implantes DRA. MÁRCIA SIBEMBERG TURIK Cirurgiã-dentista Odontologia Estética e Dentística Reparadora. Cel.Lucas de Oliveira,1841- cj. 201 - Fone:3332-1521 BETHANIA MÖBUS - CRO 12924 Especialista em Endodontia Francisco Ferrer, 453 - cj. 301 Fones: 3028-4765/3028-4024 E-mail: julionhuch@hotmail.com PROF. DR. RAFAEL DE LIZ POCZTARUK DRA. CLAUDIA MEZZOMO - CRO 13876 Reabilitação Oral e Ortodontia Especialista e Mestre em Prótese Dentária Especialista e Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial Doutor em Fisiologia Oral - University Medical Center Holanda Speaker da ITI (International Team for Implantology) - Suíça www.doutorrafael.com.br Francisco Ferrer 453/301 - Rio Branco - Tel: 3028-4765/9917-9030 DR. STEFAN CARDON Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial Protásio Alves, 74, cj. 201 - Fone: 3330-0416 DR. WILSON PIRILLO TAVARES Prótese em porcelana DR. WILSON PIRILLO TAVARES FILHO Cirurgião-dentista Santos Neto, 1 - Fones: 3330-8572 e 9986-1102 DRA. ALESSANDRA N. RINALDI MALISKA Especialista e Mestre em Periodontia Mariland, 597 - Fone: 3345-3677 DRA. CLÁUDIA ROITMAN - CRO 7879 Praça Dom Feliciano, 39 - Sala 901 - Fone: 3286-7003 DRA. IONE SUSLIK BARON - Cirurgiã-dentista Protásio Alves, 3332 - cj. 202 - Fone: 3334-0267 ESTACIONAMENTO ESTACIONAMENTO E LAVAGEM Lavagem c/Mão de Obra Especializada Av. Alberto Bins, 849 - Fone: 3224-6108 FARMÁCIAS CALÊNDULA Homeopatia, Dermatologia, Cosmética, Manipulação de Fórmulas Bom Fim: Henrique Dias, 115 - Fones: 3311-1933/3311-4515 Tristeza: Dr. Mário Totta, 625, Loja 104 - Fone: 3269-2962 DROGAMASTER - Farmácia de Manipulação Osvaldo Aranha, 1358 - Fone/Fax: 3312-1000 Tele-entrega - Sedex para todo o estado REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 27 Na’amat Pioneiras CLASSIFICADOS FLORICULTURA 33 anos dacasaverde Floricultura, Arranjos Florais, Cestas de Presente e Decoração. Brinquedos esportivos e ioiôs. 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GILBERTO FRIEDMAN Cardiologia, Medicina Interna e Intensivista Ramiro Barcelos, 1793 - cj. 701 - Fone: 3330-7807 PRO RITHMO - Diagnóstico de Arritmias Holter 24h Rua dos Andradas, 1781 cj. 1103 - Fone: 3346-1882 DR. JAIRO TROMBKA Cardiologia e Medicina Interna Luciana de Abreu, 337 sl. 401 - Fone: 3222-8657 ORTOCENTER - CENTRO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA DR. CARLOS ROBERTO SCHWARTSMANN DR. JOEL SCHWARTZ - Dermatologia Mostardeiro, 5 sl. 812 - Fone: 3314-8520 Leopoldo Bier, 825 - Fones: 3217-3737, 3217-6333 e 3217-6422 DR. MOACIR RABIN - Oftalmologia Mostardeiro, 5 - 4° and. - cj.401 Fones: 3228-3828 e 3211-5019 DR. PAULO FASOLO - Medicina Interna Ramiro Barcelos, 1793 cj. 504 - Fones: 3330-7244 e 3330-4846 DR. RENATO SALTZ - Cirurgia Plástica e Estética Fone: (801) 581.3149 (EUA), SPA Vitória www.plasticsurgery.utah.edu DR. ROBERTO RODRIGUES - Psiquiatria e Psicoterapia DRA. ELAINE RODRIGUES - Psicologia Icaraí, 74 - Fone: 3249-6654 DR. 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Floriano, 91 - cj. 500 - Fone: 3224-0166 JAIME LERNER REPRESENTAÇÕES Senhor dos Passos, 235 - cj. 605 - Fone: 3225-3544 RESTAURANTES/PIZZARIAS TECIDOS/LÃS/AVIAMENTOS REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 33 Na’amat Pioneiras CLASSIFICADOS TECIDOS SUPER LTDA. Tecidos para Estofados e Cortinas Protásio Alves, 120 – Fones: 3331-0575 / 3332-3190 TINTAS TURISMAX TRANSPORTE E TURISMO Vans e Carros Executivos 51 9806.2676 - 3109.0931 www.turismax.com.br SIMONE AGÊNCIA DE TURISMO Simone Szapszay e-mail: simoneturismopoa@gmail.com TÚMULOS MATZEIVAS em granito Novas, reformas e consertos Maurício Bliacheris Tel/fax: 3223-7435 e 9698-9155 TURISMO VIAJE BEM AGÊNCIA DE TURISMO LTDA Vicente da Fontoura, 2199 / 201 Fone (51) 3019-7800 e-mail: viajebem@viajebemtur.com URBANISMO 34 REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 35 Na’amat Pioneiras INSTITUIÇÕES E ENTIDADES JUDAICAS União Israelita Porto Alegrense Judaísmo, continuidade, cultura, história, tradição e orgulho de pertencer à Sinagoga mais antiga de Porto Alegre. Venha se associar na União para continuar com as tradições de nossos pais e avós. 36 REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras ABA SZAJMAN ABRAHÃO SUSLIK ADOLPHO KRAVETZ AMÁLIA HOCSMAN AMÁLIA K. GRIMBERG ANNA SPUMBERG ANÔNIMO ARIEL LERRER TERNER ABRAHAM GUELFAND HENRIQUE ROCHICHNER ROSA ARENZON SAUTE SARA ARENZON ALEXANDRE SZAPIRO OLGA SZAPIRO MIRIAM SZAPIRO ANDRE RIOGRANDINO FISCHER MIRIAM FISCHER MARGOT STRUMPF MADALENA FISCHER DAVID JOSEPH KAPEL DAVID LITVIN DORA ROZMAN DORA WOLFF (RG) DOREL GRUNBERG DR. ABRAÃO SUKIENNIK DR. JACOB KIRJNER DR. JAIME COPSTEIN DR. JOSÉ GLOCK DR. JULIO GLOCK DUNHE ZIMMERMANN DAVID TEITELBAUM ELFRIDES TEITELBAUM SOLON TEITELBAUM ELIAS AMIEL (Santa Maria) EMILIE FLEISCHER ERNESTO SPRITZER (RJ) ESTER CHMELNITSKY ESTHER TORICACHVILI EVA GOLBERT EVELYNE HERBORN ARON ENK FLORA ENK JAIRO ENK JOSÉ ENK DANIEL ENK FANNY GUS FANY UNIKOWSKY FELIPE LIPA M. HAUZMANN BERKO KAUFMAN CHANA KAUFMAN GEIVA SANDLER GUILHERMINA SANBERG GUITA FEDERMANN (CURITIBA) HANNA WULFF VARGA BERNARDO CARNOS SOPHIA W. CARNOS BERNARDO PAKTER GENY PAKTER BELA ENGELMAN BELA LICHTENSTEIN BERNARDO FIALKOW BERTA FITERMAN COLMAN BERTA MARON BERTA RUSSOWSKY SOIBELMAN BERTA SIMINOVICH BERTA TAMPOLSKY LERMANN BORIS ZILBERMAN MALVINA G. ZILBERMAN REISE Z. GUDIS CARLOS KNIJNIK SARA KNIJNIK CAMILA BANON CARMEM DORA COPSTEIN CARMEM SILVEIRA NETO FARIA CECÍLIA DAVIDSON KUMPINSKY CECÍLIA LICHTENSTEIN CECÍLIA SLAVUTZQUE CIPRA BORESTEIN CLARA FERMAN CLARA MILSTEIN CLARA NAGELSTEIN CLARA SAFRO CLARA KOR WOFCHUK CLARITA NURKIN DR. OBE RASKIN HENRIQUE ACHTENBERG REBECA ACHTENBERG HENRIQUE COROGODSKY CHEIVA COROGODSKY HERSZ WOLF FRIDMAN MINDLA FRIDMAN FRANCISCO FRIDMAN ISAAC SAUTE IDA SAUTE ISAAC NELSTEIN LIZA NELSTEIN IDA CANTERGI ISAAC AINHORN ISAAC NUDELMAN ISAAC RUBIN ISRAEL MALTZ (POLACO) ISRAEL PLATCHECK ISRAEL PIPKIN ISAAC PIPKIN JOSÉ PIPKIN ISSAK GOLANDINSKY OLGA GOLANDINSKI JACOB ENGELMAN CLARA ENGELMAN JACOB KATZ JACHETA (JANETE) KATZ SARA KATZ JACOB BERESNIACK JAIME JOVEGELEVICIUS MIKLOS ROSENFELD CLARA BERTA ROSENFELD JAIME ZELTZER RAQUEL I. ZELTZER MAURÍCIO SZYLEWICZ (SP) MAX HERZBERG MINA ALCALAY JAYME HOCHBERG MARIA HOCHBERG JAYME SALTZ ÉLIO ROSENFELD NATALIO SZUCHMAN JANETE SZUCHMAN JENI CARANGACHE JONAS WOLF JOSÉ ANAPOLSKY IDA ANAPOLSKY JOSÉ AXELRUD JOYA AXELRUD JOSÉ BLIACHERIS (BLACHER) CLARA BLIACHERIS ÉRCIO BLIACHERIS WILSON BLIACHERIS LUIZA BLIACHERIS SZUCHMAN NICOLAS SCHUL PHILIP ALBERTO SCHUL ODETE DVOSKIN PAULINA CUPERSTEIN PEDRO BERLIM JOANA KASSOW BERLIM TÂNIA BERLIM PEDRO GLOCK BERTA GLOCK JOSÉ (PEDRO) LECHTMAN AMÁLIA MALKA LECHTMAN RACHEL MATTATIA RACHEL WAINSTEIN RAFAEL ZOUVI RAQUEL CELNIC REGINA LITVIN REISLA MALTZ REVECA GUELFAND ROSA DUBOW ROSANE SANDLER RUBEM MEIER VOLQUIND JOSÉ LEVY CALAHORA REBECCA LEVY ROBERTO FITERMAN ALICE COSTA FITERMAN JOSÉ NEMETZ FANY ANA TESSLER NEMETZ RUBINAS (RAUL) GENSAS MARTA BLIACHERIS GENSAS JOSÉ DAVID KUPPER (CURITIBA) JOSÉ ROGER GLASSER JOSÉ SPUMBERG JOSÉ PEREL FLORA PEREL JOELSONS JOSEF SCHAFRAN DWORA SCHAFRAN JULHIO MOLD EVITA ABRAMOVICH MOLD LEÃO KNIJNIK ELIZETE KNIJNIK LUIZ FITERMAN JENY FITERMAN LEA SOIBELMAN GRUTSCHKO LUISA CATTÁN MELAMED LUIZ ALBERTO RABENO COHEN MALVINA PITERMAN MARA SCHWARTZMAN MARCOS RABIN MARIA SIMINOVICH MAURICIO FISCHMANN MARIA B. FISCHMANN MAURICIO PIPKIN FRIDA PIPKIN MAURICIO SUSLIK SUELY SUSLIK SVIRSKY EM MEMÓRIA “Em memória das pessoas queridas que nos deixaram.” SAMUEL NEMETZ ANA NEMETZ SALOMÃO JOVEGELEVICIUS SALOMÃO KAUFMAN SAMUEL GENSAS SAMUEL SUKIENNIK SARA KATZ SARA NEIROS GROISMAN SARA VICTORS SARA SCLIAR MOACYR SCLIAR SENDER SZAPSZAY NECHUMA SZAPSZAY SIMÃO FRENKEL ROSA FRENKEL JACOB FRENKEL ESTER F. RODRIGUES SIMÃO KUPERSTEIN SIMÃO SCHWARTZMAN SOFIA ALCALAY SOFIA KRUMHOLZ STELLA WECHSLER SUSANNE SCHALL TOBIAS GOCMAN ANA G. GOCMAN WALDEMAR CANTERJI ANITA TESSLER CANTERJI REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 37 Na’amat Pioneiras PATROCINADORES DA NA’AMAT PIONEIRAS 2013 ADÉLIA ROITHMANN ADELINA NAIDITCH ADRIANA DA SILVA RIBEIRO AIDA STEREN ALESSANDRA JOVEGELEVICIUS ALESSANDRA SHARGORODSKY TERNER ANA BEATRIZ COPSTEIN WALDEMAR ANA MARIA PASCAROLO IOCHPE ANA OLCHIK ANA TRACHTENBERG ANABELLA LOIFERMAN ANDREA WURZEL ANDRESSA B.SILVA FITERMAN (CURITIBA) ANGELA STEIN ANNA GROSSMANN ANNA ZAMEL ANNITA SOIBELMAN ANNITA WOLF AUGUSTA COROGODSKY AUGUSTA KELBERT ÁUREA NUDELMAN BEATRIZ CHWARTZMANN BEATRIZ FISCHMANN OSÓRIO BEATRIZ SAUTE GLOCK BEATRIZ PAPICH KROST BEATRIZ STRAZAS BEATRIZ ZIMMERMANN BEKY MORON DE MACADAR BELA IGOR BELA LITVIN BELA TEITELBAUM BELA FANI G. TVORECKI BELINHA NUDELMAN BERTA ROSA JOVEGELEVICIUS BERTA SALTZ BERTHA FAJER BETI BACALTCHUCK BETTY ZAMEL KATZ BRIGIDA GURSKI CATIA HELENA ROSA CECI LEWIN ZILBERKNOP (PELOTAS) CECÍLIA SUKIENNIK CEIRA LAKS CELI MALTZ RASKIN CÉLIA BERGER CÉLIA BROCHMAN CÉLIA KRAVETZ CERES MALTZ BIN CLARA GUELFAND 38 CLARA RABIN CLARA S. MALTZ CLARICE K.GUS CLARICE A. CHARCHAIT(BRASILIA) CLAUDETE GARBARSKI CLESSY BURSZTEJN CRISTIANE MENNA CZYZ CRISTINA D. RODRIGUES DAISY SUSLIK POGORELSKY DANIELA MOLD DÉBORA GENSAS MESTER DEBORA PRESMAN DELEUSE RUSSI DE AZEVEDO DIVA R. KORNFELD DORA BERGER DORA CARDONI DORA GUDIS HENKIN DORA PLATCHECK DORA TABASNIK DORINHA B. PILTCHER DORINHA RASKIN EDA WAINSTEIN ELAINE RODRIGUES ELIANE KASSOW MASTRONARDI ELIANE KIVES ELIANE SUSLIK SIBEMBERG ELKA KREITCHMAN ELOIR ZYLBERSZTEJN ENA RASKIN ENEIDA DIAMANTE ENI GALBINSKY ESTELA LEDERMAN SPRITZER (RIO) ESTELA WAINBERG ESTER BERENICE VEISSID ESTER CARDON ESTER GOLANDINSKI ESTER K. ENGELMAN ESTER UNIKOVSKI ESTHER GUELFAND ESTHER HANDLER EUGÊNIA BERLIM EVA ESMERALDA BECKER EVA PIPKIN EVA SUKSTER FANI JAWETZ FANI MESTER FANI RATINECAS FANI SALTZ ROSENFELD FANY EVA SELIGMAN FANY S. CHWARTZMANN FANNY CHMELNITSKY FANNY ROSEMBERG FANNY DVOSKIN ZAMEL FELA HALPERN FERNANDA AZAMBUJA FERNANDA C. UNIKOVSKY FERNANDA SIBEMBERG SPUNBERG FERNANDA STZILER FLÁVIA ASPESI SALTZ FLÁVIA VOGEL. FLORA AMIEL (SANTA MARIA) FLORA ZELTZER FLORA SHERMAN FRIDA ENK KAUFMAN GENY TURKIENICZ GENY SIBEMBERG GESSY AMIEL FISCHMAN GILDA L. NEMETZ GLACI FAINGLUS GLADIR O. CONCEIÇÃO HELENA B. G. ROSENFELD HELENA FRIEDRICH HELENA KEISERMAN HELENA RUBIN HELENITA SCALETSKI HENIE O. NUDELMAN HILDA PECHANSKY IDA C. GUS IDA ROCHICHNER IDA S. FRIDMAN IEDA GUTFREIND IEDA NUDELMAN INÊS GLOCK INÊS GOLBSPAN IONE GALBINSKY ISABEL SCHWARTZMANN IVONE HERZ JACQUELINE SPUMBERG JANE BEATRIZ CANTERGI GHIDALEVICH JANE MARIA GERSHENSON JANE WULFF ALTSCHIELER JANETA G. ZILBERMAN JANETE CANTERGI JANETE F. A. CORTEZ (URUGUAIANA) JOCELI MARLI KUPPER TERNER JOICE NHUCH JUDITH SCLIAR JULIETA PRAWER KARINA RABINOVICH KARINA SCHAFRAN VOLQUIND LAURA VARGA LEVY REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras MIRIAM ZELTZER FIALKOW MÔNICA HERTZ COHEN NARA B. SIROTSKY NELLY DE BERMAN NICHA BRODACZ NOÊMIA FAERMAN NOÊMIA LITVIN NOÊMIA NESTROVSKI NOÊMIA SALTZ GENSAS PATRÍCIA DAGNINO CHIWIACOWSKY OVETT SIGAL SUSLIK PATRÍCIA REGINA COHEN TVORECKI PATRÍCIA SANBERG PAULETE PAKTER PAULINA GLOCK PAULINA G. GORELIK PAULINA STIFELMAN PAULINA SUSLIK PAULINA Z. KNIJNIK PÉROLA MALTZ ZOUVI (PAULINA) POLA WACHSMANN SCHANZER RACHEL TAMAR GURSKY RAIA KNIJNIK RACHEL KIRJNER RAQUEL B. MELAMED RAQUEL CARDON RAQUEL SUSLIK (RUTH) RAQUEL TOBA SPRITZER REGINA BLIACHERIS REGINA BUCHATSKY REGINA ESTER L. CHANIN REJANE BEATRIZ KASPER GLASSER REJANE RATINECAS RENATA FISCHER RENÉE RUBIN RENÉE STEIN RITA SIMINOVICH ROSA IOLOVICH ROSA LEWKOWICZ ROSA SPUNBERG ROSA WAGNER ROSA WLADIMIRSKY ROSALI PIPKIN ROSANA ENGELMAN ROSANE BORENSTEIN ROSANE PAKTER RASKIN ROSANNE PLATCHECK ROSINHA SAPOZNIK RUTE MILMAN RUTH COIFMAN RUTH FRIDMAN SABINA K. KANTER SABRINA PRIKLADNICKI SANDRA AKCELRUD SANDRA LEISTNER SEGAL SARA BURSZTEJN SARA CANTERGI SARA CHAIT SARA FETER SARA FRAJNDLICH SARA SIBEMBERG STOLNIK SARA WAINSTEIN SARAH N. GERBER SARINA ZOUVI SARINHA S. HENKIN SARITA CANTERGI SARITA GUERCHMAN SARITA ISCOVITZ SHEILA LÉA HELER MEDEIROS SHEILA MALTZ SHEILA S. WAGNER SÍLVIA BLUM TARTAKOWSKY SÍLVIA CANTERGI. DE CANTERGI SÍLVIA HALPERN SILVIA LILIANA SCHAFRAN SÍLVIA GENSAS SPIELMANN SIMONE ROBIM LEVEMFOUS SÔNIA DVOSKIN SÔNIA FRIDMAN SÔNIA K. DRANOFF SONIA L.REICHERT ROVINSKI SÔNIA UNIKOWSKY TERUCHKIN SOPHIA NEMETZ MALTZ SOPHIE ISDRA SUZANA S. MELZER SUZANNE REBOH SUZETTE LEVY NUNES TEIXEIRA SUZETE S. ZYLBERSZTEJN TALY WERNICK TÂNIA DE LEON TÂNIA STEREN BARQUI TÂNIA WAIS TÂNIA K. WLADIMIRSKY TANISE ROITMAN CARDON TANISE S. RODRIGUES TATIANA GIRON CARDON TEREZINHA SANDLER THELMA SNE-0R SILVERSTON TILZA SIGAL SUSLIK VÂNIA CHATKIN VERA ROWE MILMAN VERA SCHWARCZ VIVIAN FISCHER VIVIAN SUSLIK ZYLBERSZTEJN YARA KNIJNIK YEDA CARNOS ZELDA PRIKLADNICKI ZELDI OLIVEN ZORAIA C.W. MARTINS ZULAMAR PIPKIN REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 PATROCINADORES LAUREN COIFMAN GROSS LÉA FIALKOW LÉA RUSSOVSKY MACIEL LÉA SCHWARTZ LÉIA WAISMANN LEILA SIGAL SUSLIK LEONOR SCHWARTZMANN LIANA CENTENO CARVALHO ZOUVI LÍBIA GRUNBERG LÍDIA ROITMAN CARDON LINA HAUZMAN LIZETE GLOCK LÚBIA SCLIAR ZILBERKNOP LÚCIA CRESPO RIBEIRO MOREIRA LÚCIA M. RUBINSTEIN LUCIANA BORENSTEIN LUIZA BILESKI LUIZA FAINGLUZ LUIZA COPSTEIN WALDEMAR MALVINA BERESNIACK MALVINA DORFMAN MALVINA SOIBELMAN MÁRCIA SIGAL MARGARETH CHWARTZMANN MARGARIDA ARENZON MARIA CRISTINA FARIA GIGUER MARIA CRISTINA CAON JOVEGELEVICIUS MARIA MADALENA MARTINS KESSLER GERCHMANN MARIA N. FOLBERG MARIA HELENA FINKEL MARIA HELENA LERRER MARIA KUPERSTEIN MARIA SCHWARTZMAN MARIA SOFIA BACALTCHUK MARIE ANNE MACADAR MARILI SCLIAR BUCHALTER MARISA SIGAL MARISTELA GALBINSKI MARIZA TERUCHKIN MARLENE KAPEL MARTA FITERMAN MARTA NEMETZ MARTA R. H. GLASER MARYSE MATTATIA WOFCHUK MATILDE GROISMAN GUS MENITA SIBEMBERG BONDAR MERCEDES BOLOGNESE MICHELLE ROCHICHNER STEIN MINA LAPTCHIK MIRA KUPPER (Curitiba) MIRIAM ABULIAC NADOLNY LEVIN MIRIAN WEISS BLIACHERIS MIRIAM LERRER TERNER 39 Na’amat Pioneiras JOVENS PATROCINADORES JOVENS PATROCINADORES NA’AMAT PIONEIRAS 2013 AGATHA LERRER DINIZ (RIO) ALESSANDRO SCHWARTZ ALEX MALTZ SCHUL ALEXANDRE FRIDMAN VARGAS ALICE ALTSCHIELER TESSLER ALICE SUKIENNIK ALIZA BLUM AMANDA COPSTEIN AMANDA GIORDANI CARDON AMIR RIBEMBOIM BLIACHERIS AMIT HALEVY (ISRAEL) ANA CAROLINA HELER MEDEIROS ANA CAROLINA ISDRA MOSZKOWICZ ANA FLAVIA W. FRIDMAN ANA LARA GORELIK PEREIRA ANA LAURA SZAPSZAY ANA LUISA TONATTO MELAMED ANA LUIZA C. DE MIRANDA ANA PAULA T. SUKIENNIK ANA TETELBOM SCHUCHMANN ANABELLA OLIVEN ANDRÉA MALTZ SCHUL ARIEL S. BARKAN ARIELA GENSAS MESTER ARTHUR COPSTEIN ARTHUR WAINSTEIN PAIVA ARTUR ZOUVI BEATRIZ C. DE MIRANDA BÁRBARA MOLD LEAL BENI BLIACHERIS BERNARDO ARAUJO CARDON BERNARDO DIAS COIFMAN BERNARDO GALO PAKTER BERNARDO MARTINS BERDICHEVSKI BERNARDO MOLD LEAL BERNARDO SCALETSKY BERNARDO SZAPSZAY BETINA KASPER GLASSER BIANCA SALTZ (USA) BRUNA WAINSTEIN GROSSMAN BRUNA ZOUVI BRUNO FRIDMAN SCHWETZ BRUNO GRINBERG BELLEZA CAMILA HUROVICH CAMILA SCALETSKY CARINA HENKIN AMIEL CAROLINA HOROWITZ VIEIRA CAROLINA OLCHIK CANTERJI CAROLINE KAPEL CAROLINE SALTZ GENSAS CATARINA CHIWIACOWSKY LEMOS CATHERINA ISDRA MOSZKOWICZ CECÍLIA WAINBERG CECÍLIA WENZEL BRODACZ CINTIA ROVINSKI 40 CÍNTIA TETELBOM SCHUCHMANN DAFNE KIVES DAN NELSTEIN FIALKOW DANA SCHAMES DANI BURSZTEJN LERMANN DANIEL GENSAS MESTER DANIEL ROSENHEIN (ISRAEL) DANIEL S. SPUNBERG DANIELA GURSKI DANIELA MALTZ RASKIN DANIELA RUBIN DANIELA SCHWARTZ DANIELA TEITELBAUM FRIEDMAN DANIELLE KASPER GLASSER DAVI FIRPO TURIK DAVID CHANAN DA ROSA GRINBERG DAVID MALTZ KRANTZ DAVID PRESMAN DÉBORA OLIVEN DÉBORA SIMINOVICH GURSKI DÉBORA SOIBELMAN DÉBORA WAINSTEIN PAIVA DEBORAH LEISTNER SEGAL DENIS MALTZ BIN DENISE ROVINSKI DIEGO ANDRÉ EIFER EDUARDA BRODACZ DE VASCONCELLOS EDUARDA JOVEGELEVICIUS EDUARDO DALL’AGNOL RODRIGUES EDUARDO FRIDMAN VARGAS EDUARDO FOLBERG EDUARDO KIVES EDUARDO MALTZ RASKIN ELISA TETELBOM SCHUCHMANN ESTER PRESMAN ESTHER FAJER FERNANDES (SEVILHA) ETIELE AMIEL CORTEZ (URUGUAIANA) FABIANA FARIA GIGUER FÁBIO SANBERG SCHUCHMANN FELIPE CANTERGI FRIDMAN FELIPE FOLBERG FELIPE LECHTMAN NETO FELIPE P. NEMETZ FELIPE SALTZ (USA) FELIPE SANBERG SCHUCHMANN FELIPE SCHWARCZ BERLIM FERNANDO ROSOLEN KIJNER FERNANDA HALPERN FAERTES FERNANDA KESSLER PEREIRA FERNANDA S. SUKIENNIK FERNANDA SOIBELMAN FERNANDO ROSOLEN KIJNER FLÁVIA GURSKI FRANCISCO MILMAN GABRIEL CZYZ GABRIEL HERNAN EIFER GABRIEL ISDRA MOSZKOWICZ GABRIEL OLCHIK BORGES GABRIEL SCHWARCZ MACHADO GABRIEL SIMINOVICH GURSKI GABRIEL SIVIERO SIBEMBERG GABRIEL TEITELBAUM FRIEDMAN GABRIEL V. DE MIRANDA GABRIELA CHIWIACOWSKY LEMOS GABRIELA FRIDMAN GABRIELA GUELFAND GABRIELA KESSLER PEREIRA GABRIELA RAPAPORT AVERBUCH GABRIELA TONATTO MELAMED GABRIELLE POGORELSKY ESPOSITO GEORGIA PAKTER GIOVANA LAPUENTE GUELFAND GUILHERME SCHWARTZMAN RODRIGUES GUILHERME V. DE MIRANDA GUSTAVO BOSA (FLORIPA) GUSTAVO FRIDMAN SCHWETZ GUSTAVO RAPAPORT GUSTAVO SCHAFRAN VOLQUIND GUSTAVO SCHWARCZ BERLIM HANAH GOLBSPAN HANNAH SHARGORODSKY TERNER HENRIQUE ISCOVITZ HENRIQUE LERRER TERNER HENRIQUE MOBÜS NHUCH HILA TURKIENICZ IAIR IUGT IAN KERSZ IAN RATINECAS IANIV SHARABANI (ISRAEL) IASMIN GOLBSPAN IGNÁCIO ISDRA SNIADOWER INBAL SHARABANI (ISRAEL) ISABELA CARDON UNIKOVSKI ISABELA NAIDITCH BERGER ISABELLA G. MÜLLER ISABELLE WAINSTEIN GROSSMANN IURI COPSTEIN IURY AMIEL CORTEZ JAIME CARRION FIALKOW JACQUES ENGELMAN KAUER JAYME CAON JOVEGELEVICIUS JULIA ADAMS PEREZ RASKIN JULIA ALTSCHIELER TESSLER JÚLIA BERESNIACK SCHEIRR JULIA BURSZTEJN LERMANN REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras MAX NELSTEIN FIALKOW MAYA KRUTER ERIJMAN MEYR SHLOMO ZAGURY(RIO) MICHAEL MILMAN MORIAH ZAGURY (RIO) MOSHE GUENDELMAN TVORECKI NATAN LEVENTAL (USA) NATAN PRESMAN NATAN ROZENFELD OLCHIK NATASCHA BERGER MURACHOVSKY NICOLAS BERLIM TORRES NICOLAS VAITSES CARNOS NICOLE DIAMANTE WAJNTRAUB NICOLE MACADAR CAVALHEIRO NICOLE GIORDANI CARDON NICOLE KAPEL OFIR WLADIMIRSKY (ISRAEL) OLÍVIA KNIJNIK DINIZ OREN SELIGMAN (ISRAEL) PAULA G. ROISENBERG PAULINHO NAHARI (USA) PAULO KREITCHMANN NETO PEDRO BECKER FITERMAN ( Curitiba) PEDRO CARDON UNIKOVSKI PEDRO L. ZOUVI PEDRO TURIK FIRMINO PEDRO W. SCHANZER DE OLIVEIRA PIERRE COPSTEIN PIETRO SIBEMBERG COSO RACHEL SPECHT ZILBERKNOP RAFAEL AMIEL CHARCHAIT (BRASÍLIA) RAFAEL CZYZ RAFAEL DALL’AGNOL RODRIGUES RAFAEL FARIA GIGUER RAFAEL FONSECA GORELIK RAFAEL GALEGO GHIDALEVICH RAFAEL H. WEINSTEIN RAFAEL HOROWITZ VIEIRA RAFAEL L. ZOUVI RAFAEL PRESMAN RAFAEL SALTZ GENSAS RAFAEL SPUMBERG SEUS RAFAEL TOBIAS COHEN TVORECKI RAFAELA BRODACZ DE VASCONCELLOS RAFAELA COIFMAN GROSS RAFAELA FISCHER FRIEDMAN RAFAELA WAINSTEIN RAFAELLA G. MÜLLER RAISSA TURIK FIRMINO RAPHAEL ZILBERKNOP MENDES REBECA AMIEL CHARCHAIT (BRASÍLIA) REBECA ISCOVITZ RENATA AXELRUD RENATA H. WEINSTEIN RENATA TERUCHKIN DA COSTA RENATO AMIEL CHARCHAIT (BRASÍLIA) RICARDO H. WEINSTEIN RICARDO PESCAROLO IOCHPE ROBERTA LEISTNER SEGAL ROBERTA PESCAROLO IOCHPE ROBERTO AXELRUD ROBERTO MALTZ RASKIN ROBERTO SALTZ ROSENFELD RODRIGO CHAIT FREITAS RODRIGO FRIDMAN RODRIGO LERRER TERNER RODRIGO PRIKLADNICKI RODRIGO RAPAPORT RODRIGO ROSOLEN KIJNER RODRIGO SALTZ ROSENFELD ROGER ROZENFELD OLCHIK RONI COHEN RONI MALTZ BIN SABRINA NADOLNY LEVIN SABRINA S. BARKAN SALO JOVEGELEVICIUS SAMANTA NAHARI (USA) SAMI MALTZ BIN SAMUEL FAJER FERNANDES (SEVILHA) SARAH G. ROISENBERG SARAH SHARGORODSKY TERNER SHACHAR HALEVY (ISRAEL) SOFIA WAINSTEIN SOPHIA COIFMAN GROSS STEPHANIE KESSLER GERCHMANN SUZANA OLIVEN TAL KOSMAN TAMARA OLIVEN TATIANA S. ZAGO TESS SZAPSZAY THEILA ZAGURY (RIO) THEO HALPERN FAERTES THEO HUROVICH THÉO ISDRA SNIADOWER THIAGO KREUTZ GROSSMANN THIAGO SCHUCH ZILBERKNOP URIEL IUGT VICENTE WENZEL BRODACZ VICENZO DAYRELL BERGER VICTOR BECKER FITERMAN (CURITIBA) VINICIUS ISDRA SNIADOWER VITOR OSTERMAN GROSSMANN YAEL ROSENHEIN (ISRAEL) YAFA LECHTMAN YONI TURKIENICZ ZIR WLADIMIRSKY (ISRAEL) ZVI BLUM (ISRAEL) REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 JOVENS PATROCINADORES JÚLIA CHIWIACOWSKY LEMOS JULIA COIFMAN SZALANSKI JULIA PAKTER JULIA ZOUVI JULIANA W. FRIDMAN JULIANO SCHWARTZ LAIS T. SUKIENNIK LAYLA WAINSTEIN GROSSMAN LAURA ALEIXO IGOR LAURA KIVES LEANDRO WASCHSMAN SCHANZER LENA LEISTNER CLOTTES LEONARDO SCHUCH ZILBERKNOP LIORA SEMERIA MELAMED LÍVIA GUERREIRO SZAJMAN LORENZO Z. DE MIRANDA LUCA MACADAR FERRERA LUCAS FRIDMAN SCHWETZ LUCAS SIVIERO SIBEMBERG LUCAS SOIBELMAN MENEZES LUCAS SUSLIK LUCAS ZOUVI GERBER LUISA CHATKIN LUISA RIBEIRO KREITCHMANN LUÍSA SCALETSKY LUÍSA WLADIMIRSKI CIRIACO LUIZ ALBERTO COHEN TVORECKI LUIZ SPECHT ZILBERKNOP LUÍZA SPUNBERG MANOELA SCHNEIDER MANUELA ISDRA RAJCHENBERG MAOR SHARABANI (ISRAEL) MARCEL CANTERGI FRIDMAN MARCELA FISCHER FRIEDMAN MARCELO AXELRUD MARCELO GENSAS SPIELMANN MARCELO GUERREIRO SZAJMAN MARCELO HENKIN AMIEL (STA. MARIA) MARCELO MALTZ SCHUL MARCELO W. FRIDMAN MARIA AUGUSTA GALBINSKI MARIA EDUARDA BOSA (FLORIPA) MARIANA FOLBERG MARIANA NAIDITCH DE SOUZA MARIANA SCHNEIDER MARINA LEVENTAL (USA) MARINA NISSEMBLATH ROSENFELD MARINA PAKTER MARINA ZILBERKNOP MENDES MARIO PESCAROLO IOCHPE MARTINA IGOR MARTINA SCHWARCZ MACHADO MARTINA ZOUVI GERBER MATHEUS WAINBERG DE ALES MATHEUS ZILBERKNOP MENDES MAURICIO SZAPSZAY 41 Na’amat Pioneiras 42 REVISTA DO 54º BAZAR | 2013 Na’amat Pioneiras NA’AMAT PIONEIRAS - PORTO ALEGRE, ATRAVÉS DE SEUS GRUPOS ANY RERIN, AVODÁ, BERTA SIMINOVICH, CHAI, CLARINHA MILMAN, COACH NEURIM, ELISHEVA KAPLAN, HAMSA, HATIKVA, IACHAD, KIDMÁ, KINERET, MORASHÁ, PAULINA CUPERSTEIN, PRACHIM, SARA BARKAIT e SHEMESH, CONVIDA PARA O 54º BAZAR ANUAL “O CENTRO HISTÓRICO DE PORTO ALEGRE” HOMENAGEADOS: ENTIDADES BENEFICIADAS: Carlos Jorge Appel Davi Castiel Menda Eva Sopher Luiz Coronel Associação Israelita Damas de Caridade Casa do Artista Riograndense Instituto do Câncer Infantil Instituto da Criança com Diabetes Lar da Criança Anne Frank ALMOÇO, CHÁ DA TARDE, SHOWS MUSICAIS E DE DANÇAS, LEILÃO DE ARTES, RECREAÇÃO INFANTIL, BRECHÓ, COMIDAS TÍPICAS JUDAICAS, ARTIGOS DE ISRAEL, ARTIGOS DE COZINHA E MESA, ARTESANATO E VESTUÁRIO. Domingo, dia 7 de julho, das 10h às 18h Na Hebraica/RS - Rua Gen. João Telles, 508 (correalização Hebraica/RS)