Revista do 54º Bazar – 2013

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Revista do 54º Bazar – 2013
REVISTA
DO 54º
BAZAR/2013
CENTRO HISTÓRICO
DE PORTO ALEGRE
CHAVEROT
I
Sônia Unikowsky
Teruchkin,
Presidente da
Na’amat Pioneiras
Porto Alegre
niciamos, no final do ano passado, nossa
gestão frente à Na’amat Pioneiras. Já no início do ano, tive a oportunidade de participar
do Seminário de Lideranças para a Na’amat
Brasil, realizado em Israel. Oportunidade de
ver “in loco” o trabalho que Na’amat Israel,
a maior organização feminina do país, realiza
em prol das mulheres trabalhadoras, através
das creches, centros comunitários e do Centro Glickman, que acolhe mulheres vítimas da
violência. Também pudemos visitar escolas
agrícolas e profissionalizantes, destinadas aos
jovens. Todo este trabalho serve-nos de inspiração para as nossas ações voluntárias.
Durante este ano, a Na´amat Pioneiras Porto Alegre vem realizando uma série de eventos,
alguns em parceria com outras organizações, visando manter acesa a chama do judaísmo e beneficiar a comunidade. Tem sido um trabalho de
equipe muito gratificante.
A escolha do Centro Histórico para o tema do
N
a’amat Brasil parabeniza o centro Porto
Alegre pela escolha do tema que homenageia o Centro Histórico de Porto Alegre no 54º Bazar.
As origens do Centro Histórico se confundem
com a própria origem de Porto Alegre. Essa região da capital gaúcha recebeu em 1752 os primeiros casais de açorianos que fundaram a cidade e batizaram-na de “Porto dos Casais”.
Atualmente, prevalece nesse local a vida política, cultural e de lazer nos encantadores prédios
históricos, tombados e restaurados.
Assim também acontece com a Na’amat
Pioneiras, uma organização judaica, que está
atenta ao presente, ao futuro e se orgulha do
passado, respeitando nossas raízes. Nós, chaverot Na’amat, temos a consciência do trabalho
consolidado e nos orgulhamos da experiência de
nossas vaticot. Essa trajetória baseada em erros e
acertos faz com que a Na’amat seja um crescente
a cada dia.
Temos o compromisso de perpetuar nossa
cultura, nossa história e nossas tradições, transmitindo esses valores para os nossos jovens.
54º Bazar Anual foi uma satisfação. Homenagear
o Centro Histórico de Porto Alegre significa resgatar a memória da cidade, através de seus prédios
conservados e restaurados, de fotos e depoimentos que contam um pouco de nossa história. Esta
é uma missão também do judaísmo: preservar a
tradição e a história do povo judeu.
Todos os grupos da Na’amat estão se preparando com muito esmero e carinho para que
tenhamos uma grande festa no dia 07 de julho.
Nessa ocasião, teremos o prazer de homenagear o ex-professor do Colégio de Aplicação da
UFRGS e ex-Secretário Estadual da Cultura Carlos Jorge Appel, o presidente do Centro Hebraico
Riograndense Davi Castiel Menda, dona Eva Sopher, presidente do Theatro São Pedro, e o poeta
Luiz Coronel, patrono da última Feira do Livro.
De braços abertos, esperamos toda a nossa
comunidade na sede da Hebraica.
Com um cordial Shalom, Sônia Unikowsky
Teruchkin.
E assim, visando ao presente, nossos atos
são para que cada vez mais as mulheres e seus
filhos tenham melhor qualidade de vida, elevando
o status da mulher e sua consciência social.
No inicio deste ano, Na’amat Israel teve papel
de suma importância na elaboração do projeto
que, junto ao Knesset, culminou na assinatura da
“Declaração dos Direitos da Mulher”. No Brasil, o
centro Na’amat Belo Horizonte foi reconhecido
pela ONU por seu excelente trabalho para a Escola Municipal Anne Frank de Belo Horizonte.
De olho no futuro, os centros Na’amat desenvolvem um efetivo e eficaz trabalho com muito
dinamismo junto ao Dor Hemshech, com atuação
dentro dos princípios da Tzedaká e das Mitzvot,
assegurando assim que as novas gerações continuem a relevância de nosso trabalho.
A Na’amat Brasil se orgulha de ter sido fundada aqui em Porto Alegre pelas mãos de tão
determinadas chaverot que foram verdadeiras
“Pioneiras”.
É preciso coragem para ser diferente e muita
competência para fazer a diferença, e as chaverot
Na’amat sabem fazer toda a diferença.
PRESIDENTES
QUERIDAS
Céres Maltz Bin,
Presidente
Executivo Nacional
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
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Na’amat Pioneiras
BAZAR ANUAL DA
EDITORIAL
NA’AMAT PIONEIRAS
Expediente
Na’amat Pioneiras
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Suzette Levy Nunes Teixe
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Sônia Un
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o final de 2012, foi lançada a sugestão do Centro Histórico como tema para
o 54ª bazar. Vibrei no mesmo momento. Vi o potencial do tema, em termos
de artigos e fotos para a revista. Lembrei que parte da comunidade judaica,
a sefaradi, estabeleceu-se no centro, com sua sinagoga e comércio.
Iniciei meu passeio fotográfico pela antiga Confeitaria Rocco. Segui para a Praça
da Matriz, onde estão, imponentes, vários prédios que marcam a história da cidade,
como o Theatro São Pedro, o Palácio Piratini, a Catedral Metropolitana, o Solar Palmeiro da Fontoura, o Memorial do Ministério Público, o Palácio da Justiça e a Biblioteca
Pública, entre outros. Uma curiosidade: o conjunto de esculturas produzido por Décio
Villares,que compõe o monumento a Júlio de Castilhos, no centro da Praça da Matriz,
completou em 2013 cem anos de existência.
Continuei em direção à Praça da Alfândega, cantada em prosa e verso pelos escritores e poetas durante a realização da Feira do Livro. Lá encontramos o Museu de Arte
do Rio Grande do Sul (antiga Alfândega), o Memorial do Rio Grande do Sul (antiga sede
dos Correios e Telégrafos), o Santander Cultural, o Clube do Comércio, tendo ao fundo
o cais do porto. Já na Rua da Praia, passando a Rua Gen. Câmara (mais conhecida
como Rua da Ladeira), está o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo; do outro lado da
praça, encontra-se a Casa de Cultura Mario Quintana.
Segui para a Praça Montevidéu, onde está o prédio da Prefeitura Municipal, e encerrei o trajeto na Praça XV, onde os aromas e sabores nos levam ao mercado público
e ao Chalé, tradicional reduto gastronômico da cidade.
Para escrever sobre o Centro Histórico, convidamos a museóloga Teniza Spinelli,
os jornalistas Claudia Laitano e Airton Gontow, a escritora Cintia Moscovich. Não poderia faltar a crônica de Luiz Coronel, cidadão emérito de Porto Alegre e patrono da 58ª
Feira do Livro. Nossa chaverá Lúbia Scliar Zilberknop nos descreveu suas lembranças
do centro da cidade. Ester Menda e Rita Burd nos contaram sobre a comunidade sefaradi, que se estabeleceu inicialmente nas redondezas da Rua do Arvoredo (hoje, Rua
Coronel Fernando Machado). Cabe também um agradecimento ao Instituto Cultural
Judaico Marc Chagall, pela cedência das fotos antigas do Centro Hebraico Riograndense.
Junto com Sônia Teruchkin, fomos recebidas no Theatro São Pedro, ou melhor, no
Multipalco por dona Eva Sopher. Encantamento, esta é a palavra para definir o que foi
esse encontro. Com seus 90 anos, completados em 18 de junho, é uma “CEO” e, ao
mesmo tempo, uma senhora simples, dona de uma inteligência e memória invejáveis.
Dona Eva nos relatou desde a sua chegada ao Brasil, fugindo do nazismo, até os dias
de hoje, com seus projetos para o Theatro São Pedro.
Porto Alegre pode se orgulhar de possuir o Centro Histórico, uma zona
fervilhante,com comércio, bancos, museus, teatros e muita cultura. Um centro que,
afinal, é a alma da cidade.
O 54ª Bazar Anual da Na’amat Pioneiras prestará no dia 07 de julho uma justa homenagem ao centro da cidade. Na sede da Hebraica, aguardamos vocês para
compartilhar essa grande festa!
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BAZAR 2013
NA’AMAT
PIONEIRAS
Presidente: Sônia Unikowsky
Teruchkin
Vice-Presidentes:
Suzette Levy Nunes Teixeira
e Jane Altschieler
Coordenação do Bazar:
Sarah Gerber e Celi Maltz Raskin
Conselho Editorial: Marili Scliar
Buchalter, Renata Fischer, Lúbia
Scliar Zilberknop, Celi Maltz Raskin,
Sônia Unikowsky Teruchkin, Suzette
Levy Nunes Teixeira
Coordenação: Enfato
Multicomunicação
Jornalistas responsáveis: Mariana
Turkenicz (Mtb 8691)
e Raquel Boechat (Mtb 8840)
Diagramação: Kike Borges
Fotos: Marili Scliar Buchalter, Acervo
Instituto Cultural Judaico Marc
Chagall
Pré-impressão e Impressão:
Rittmann Gráfica e Editora |
Distribuidora: Faster
Tiragem: 1500 exemplares
Distribuição Gratuita
Trabalho Voluntário: Organização
das Mulheres Pioneiras / Na’amat
Pioneiras - Porto Alegre | Rua
Gen. João Telles, 329 / 3º andar
| CEP: 90 035-121 – Porto
Alegre/ RS | Fone/Fax: (051) 3311
0822 | Fale Conosco: E-mail:
naamatpioneirasrs@terra.com.br
www.naamat.org.br
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Na’amat Pioneiras
Sônia Unikowsky Teruchkin
SEMINÁRIO DE LIDERANÇA EM ISRAEL:
UMA IMPORTANTE VIVÊNCIA
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N a sede da N a’a
E
Galia e Shirli
m janeiro último, tive a oportunidade, junto com mais
11 chaverot de outros estados, de participar do Seminário de Liderança em Israel da Na’amat Pioneiras
Brasil. Foi um período de grande aprendizagem e de estimulante vivência.
Chegando lá, fui logo fisgada pelo carinho e amizade das
chaverot brasileiras, pela receptividade da Na´amat Israel, em
especial de Shirli Shavit, Diretora do Departamento Internacional, e pelos encantos do país.
Foram muito proveitosos os encontros com várias profissionais da Na´amat Israel tanto em sua sede como nas visitas
realizadas. Dentre as várias apresentações sobre os direitos
das mulheres e das trabalhadoras, da importância do aconselhamento jurídico, do tratamento, intervenção e prevenção da
violência doméstica, destaco a exposição de Galia Wolloch,
Presidente Na’amat Israel e Mundial. Essa salientou a relevância da igualdade de gênero na educação, no casamento, no
divórcio, nos salários, para as mesmas posições no mercado de trabalho, e na representatividade no Knesset. Ou seja,
uma sociedade mais igualitária, onde a mulher deve ocupar
um papel cada vez mais representativo.
Também realizamos visitas a várias creches e escolas
secundárias, tecnológicas e agrícolas. Em todos os lugares,
fomos muito bem recebidas e cada um, com suas peculiaridades, nos proporcionou momentos de muita emoção, em
especial os relatos de alunos e professores sobre suas vivências e o importante papel da Na´amat para essas instituições.
Cada encontro estava ligado à história da Na’amat e de Israel,
ambas intimamente relacionadas.
Alguns locais sempre nos sensibilizam mais. Dentre esses,
pode-se destacar o centro de recreação fechado de Siderot,
um prédio antibomba, que atende a crianças e adolescentes
que não podem brincar nas ruas, tendo em vista a grande
proximidade com Gaza e os inúmeros ataques de mísseis à
cidade. Nessa oportunidade, ouvimos emocionantes relatos
sobre as técnicas antimísseis e de sobrevivência urbana. Ou-
tros importantes projetos são: o Centro Glickman, que atende
às mulheres e seus filhos, vítimas da violência doméstica, em
ambulatórios e abrigos; a Creche Hashalom (Paz) em Jaffa,
que é multirreligiosa, sendo compartilhada, em igual número,
por crianças judias, cristãs e muçulmanas que comemoram
as festividades das três religiões, com professoras judias e
árabes, ensinando desde cedo a importância da coexistência
pacífica; e o Centro Comunitário Na’amat em Carmiel, onde
participam mulheres judias, drusas, cristãs e árabes muçulmanas que, através da sua integração, buscam contribuir para
a paz entre os cidadãos israelenses. Nesse Centro, tivemos
uma tarde de convivência e troca de experiências muito significativa e divertida.
Dois interessantes museus foram muito apreciados:
Yitzhak Rabin, cuja vida esteve sempre intimamente
entrelaçada com a história do moderno Estado de Israel;
e o Museu “From Holocaust to Revival”, no Kibutz YadMordehai, sobre o Gueto de Varsóvia. As visitas a alguns
kibutzim oportunizaram importantes encontros e maior
conhecimento desse sistema e como ele vem se alterando
ao longo dos últimos anos.
O lobby do hotel foi o “point” do grupo de seminaristas.
Tomando um chá ou um café, havia, de manhã ou à noite,
até altas horas, animados comentários de nossas vivências e
como poderíamos aproveitá-las em nossos centros, dadas as
suas peculiaridades regionais. O companheirismo e a integração afetiva entre as chaverot contribuíram para o aproveitamento do seminário; já a convivência com as profissionais da
Na´amat Israel, seu amor e entusiasmo por todos os projetos,
ampliou sobremaneira nossa visão do papel da Na´amat para
a sociedade local. Com o maior conhecimento da importância
de nosso trabalho, cresceu muito o orgulho de ser Na´amat,
de pertencer a um grupo que faz a diferença. Obrigada à
Na´amat Brasil pela oportunidade.
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Day Care Cente
NA’AMAT ISRAEL
Presidente da Na´amat Pioneiras Porto Alegre,
Diretora do Prêmio Exportação RS da ADVB/RS, Economista
Elyachim
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Lúbia Scliar Zilberknop
HISTÓRIA
Professora
CENTRO DE PORTO ALEGRE:
SESSÃO NOSTALGIA
S
ou de um tempo em que ir até o centro da cidade
era um acontecimento. O centro de Porto Alegre, nos
anos 40 e 50, possuía uma aura glamourosa, e as
pessoas se produziam especialmente, com belas roupas
e até (pasmem!) chapéus, para desfilar pela Rua da Praia.
Havia, inclusive, na entrada da Gal. Chaves, um fotógrafo
para o qual as “moçoilas” da época (e até os “galãs” – por
que não?) posavam para guardar, para a posteridade, aquele momento. Ah! A Gal. Chaves, com a confeitaria Cruz de
Malta, onde se saboreavam taças de sorvete e outras guloseimas... Ali perto, na Rua da Praia, ficava a Livraria do Globo, na época, o maior reduto da intelectualidade gaúcha,
onde podiam ser vistos o Erico Veríssimo, o Mário Quintana
e tantas outras pessoas ligadas à cultura da nossa terra. E
Praça da Matriz
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o que dizer das confeitarias? Havia duas, excelentes, nessa
mesma rua: a Neugebauer, com um inesquecível mil folhas
de nata, além da famosa torta com os canudinhos recheados
de chocolate, que eu, criança na época, salivava só de olhar,
e a Schramm, mais na subida, com doces também memoráveis. Naquele tempo, não havia a diversidade gastronômica
que se vê hoje em Porto Alegre; no entanto, a minha memória resgata (entre poucos mais) quatro restaurantes: o Ghilosso, defronte à Praça da Alfândega, o Dona Maria, o Palácio do Comércio e o Treviso, no Mercado Público, aonde a
gente, saindo dos bailes do Círculo Social Israelita (nos altos
do cinema Baltimore), ia comer um saboroso filé com fritas
de madrugada, convivendo democraticamente tanto com
as prostitutas, marinheiros e gigolôs que lá aportavam como
com a turma chique e aristocrática do Clube do Comércio (a
sociedade de maior prestígio nos anos 50 e que, mais tarde,
teve como “embaixatriz” a figura ímpar de Gilda Marinho).
Quando o apetite não pedia uma janta farta, havia também a
opção, maravilhosa, do sanduíche do Matheus, na Praça da
Alfândega. Outra lembrança da minha infância também é a
Banca 40 do Mercado Público, que ainda hoje, felizmente, se
mantém, com os seus sorvetes e a famosa salada de frutas.
E o que dizer do “footing” anos mais tarde, defronte à loja
Krahe ou à Casa Victor? A rapaziada ficava no meio da rua,
e as meninas desfilavam na calçada o charme, a elegância e
a beleza da mulher gaúcha. Fora do eixo da Rua da Praia e
transversais, havia a sorveteria Neve do Sul, na Rua Riachuelo, que fazia a distribuição, pela cidade, dos picolés e sanduíches de sorvete nas conhecidas carrocinhas empurradas
pelos funcionários, que gritavam: sorveteiro! Outro marco
da Porto Alegre antiga é a suntuosa Confeitaria Rocco, cujo
prédio (hoje maltratado),na esquina das ruas Riachuelo e Dr.
Flores, foi palco de célebres festas de casamento, inclusive,
da coletividade judaica. Quanto às lojas, havia várias: as de
moda mais chique eram a Cecília Louro (mais tarde, Casa
Louro) e a Cardone, ambas na Rua da Praia. Nessa mesma
rua, também estavam a Sloper, onde as adolescentes eram
“habituées”, e a Casa Tschiedel. E os cinemas? Ah! As matinês nos domingos... Não tínhamos shoppings e, como Porto
Alegre era uma cidade segura, sem a violência de hoje, os
cinemas, enormes e bonitos, eram edificados nas calçadas.
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Na’amat Pioneiras
HISTÓRIA
Ch alé da Praça
XV
O Imperial, na Praça da Alfândega, era o mais procurado nas
matinês de domingo. O Rio (depois Guarani) ficava ao lado.
O Ópera, a poucas quadras desses dois. O Cacique, que ostentava dois belíssimos e enormes painéis do artista plástico
Glauco Rodrigues, era um cartão de visita da nossa capital,
além do Vera Cruz (mais tarde Vitória) e do Rex. Saindo do
cinema, ia-se a uma casa de chá muito bonita, localizada
na Rua da Praia, entre as ruas da Ladeira e Uruguai, onde
a gente lanchava e ouvia música ao vivo, numa atmosfera
agradabilíssima. E, para voltar para casa, nada melhor do
que pegar um bonde Petrópolis ou J.Abott no abrigo da Praça XV, onde também faziam ponto os fotógrafos “lambe-lambe”... Da minha vida estudantil, relacionada com o centro da
cidade, tenho algumas recordações marcantes: as aulas
de balê na escola da Profa. Lya Bastian Meyer, ao lado do
Theatro São Pedro, no local onde hoje está sendo erguido o
Multipalco; as apresentações do Orfeão Artístico do Instituto
de Educação, do qual eu fazia parte, na concha acústica do
Auditório Araújo Viana que, naquela época, ficava numa parte do terreno hoje ocupado pela Assembleia Legislativa;as
idas semanais ao centro, após as aulas da tarde, para comprar um disco do Gregório Barrios na Casa Coates, seguido
de uma banana “split” (grande novidade nos anos 50!) nas
Lojas Americanas; e a Parada dos “Bixos” (os jovens de hoje
nem imaginam o que seja isso...), em que nós, os calouros da UFRGS, desfilávamos fantasiados na Salgado Filho
e na Rua da Praia, fazendo críticas políticas e palhaçadas.
O Theatro São Pedro também foi uma referência importante
na minha infância e adolescência: excelentes peças teatrais
e memoráveis concertos, como o do pianista Artur Rubinstein, no início dos anos 50, em que, devido ao excesso de
lotação, tiveram que colocar cadeiras extras no palco... Só
que o Theatro São Pedro, naquele tempo, ainda não havia
passado pela reforma empreendida pela D. Eva Sopher: os
camarotes, para preservar o “decoro” de suas ocupantes,
tiveram o seu gradil coberto de estuque, para que as pernas
e joelhos das finas damas da sociedade porto-alegrense não
fossem vistos pelos espectadores da plateia... Enfim, estas
são as recordações que eu guardo de uma região da cidade
que, há 40, 50 ou 60 anos, esbanjava “glamour” e deixou
muita saudade: o Centro Histórico de Porto Alegre!
Mercado Público
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Na’amat Pioneiras
Teniza Spinelli
HISTÓRIA
Museóloga
MUSEUS NO CENTRO HISTÓRICO
DE PORTO ALEGRE
N
em todos conhecem os equipamentos culturais que
a cidade de Porto Alegre oferece. Caminhar pelo
Centro Histórico, visitar seus museus, é uma opção
inteligente para quem mora aqui e, por extensão, para todos os que chegam a nossa cidade.
Os Museus, conceituados como instituições a serviço
da sociedade e de seu desenvolvimento, que adquirem, preservam, pesquisam, expõem e comunicam os testemunhos
materiais e imateriais dos povos e de seu meio ambiente,
atraem e fascinam diferentes públicos, dinamizando a vida
social comunitária. As finalidades de estudo, educação e lazer são também da competência dos Memoriais e dos Centros Culturais, que executam funções análogas à dos museus, embora com suas características próprias.
S
Museu do MARG
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Na Praça da Alfândega, por exemplo, o visitante pode escolher a tipologia de sua preferência. O Museu de Arte do Rio
Grande do Sul Ado Malagoli - MARGS - oferece exposições
temporárias e de longa duração de artistas gaúchos, nacionais e internacionais, do desenho à pintura, da cerâmica à
escultura, da gravura às técnicas mistas, tapeçarias, instalações e novas formas de expressão artística. Outra opção é
visitar o prédio do Memorial do Rio Grande do Sul, ao lado
do MARGS, também de estilo arquitetônico neoclássico, que
abriga o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, com seu
significativo acervo documental da história rio-grandense. O
Memorial do RS também oferece uma exposição permanente sobre nossa história e seus personagens, através de visitas guiadas e de uma programação de exposições, cursos,
palestras e oficinas, mostrando que a função educativa das
instituições de memória independe do nome que ostentam.
Ainda no prédio, há um espaço para lembrar os Correios,
com mostras filatélicas e lançamento de selos. Ao lado do
Memorial do RS, o Santander Cultural apresenta o que há
de mais avançado no campo das manifestações artísticas.
Em suas origens, com outro nome, o Banco mantinha um
Museu de valores, além da documentação bancária que lhe
deu origem. Fusão, reorganização e acoplamento de novas
funções têm sido uma constante no processo de desenvolvimento cultural das instituições contemporâneas. Saindo
do miolo da Praça da Alfândega, chegamos à esquina da
Caldas Júnior com a Rua dos Andradas, em frente ao jornal Correio do Povo. Ali se situa o Museu da Comunicação
Hipólito José da Costa, que reúne um acervo diversificado
de imprensa, publicidade, propaganda, fotografia, cinema,
rádio e fonografia, televisão e vídeo. Podemos afirmar que
estamos diante de vários museus num mesmo prédio, tal a
importância desse acervo e sua diversidade, não encontrada
em nenhum outro museu desta tipologia na América Latina.
Continuando pela Rua dos Andradas, deparamo-nos com a
Casa de Cultura Mário Quintana, com várias opções que vão
dos cinemas aos teatros e de uma discoteca e duas bibliotecas ali sediadas, atendendo ao público adulto e infantil. A
Casa de Cultura mantém uma exposição de objetos pertencentes ao poeta Mário Quintana, que lá residiu durante vários
anos, constituindo-se num referencial de sua vida e de sua
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Na’amat Pioneiras
HISTÓRIA
S
Museu do MARG
obra. Outros dois museus ocupam espaços da Casa de Cultura: o Museu de Arte Contemporânea, com mostras de arte
nacional e internacional, e o Museu BANRISUL, com acervo
numismático e de objetos históricos daquele Banco. Continuando a caminhada em direção à Usina do Gasômetro, no
início da Rua da Praia, chegamos ao característico pavilhão
de madeira onde funciona o Museu do Trabalho, com um
acervo de instrumentos e máquinas, destacando-se as prensas antigas e demais ferramentas que movimentam oficinas
de criação e impressão de gravuras. Em direção oposta à
Usina do Gasômetro, nas proximidades do Largo dos Medeiros, encontramos o Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo, no
antigo prédio do Força e Luz, pertencente à Companhia Estadual de Energia Elétrica. Ele abriga o Museu da Eletricidade
do RS, com uma exposição interativa, acervo tecnológico e
documentação sobre o tema. Noutro andar do prédio, encontra-se a biblioteca O Continente e um memorial de livros
e documentos do escritor gaúcho que dá nome à instituição.
Uma programação intensa movimenta esse Centro Cultural,
dentro dos propósitos que o norteiam. Por último, é preciso
lembrar do mais antigo museu do Rio Grande do Sul, criado
em 1903. Mas para isso é preciso sair do centro da Praça da
Alfândega e subir até os altos da Praça da Matriz, seguir à
direita, na Rua Duque de Caxias, 1205, e encontrar as edificações do Museu Júlio de Castilhos, que guarda um precioso acervo sobre a história do estado e do estadista Júlio de
Castilhos, que ali residiu e dá nome ao museu.
De tipologias jurídico-administrativas diferenciadas, de
tutelas públicas ou privadas, de variadas técnicas que vão
das artes visuais à literatura, da comunicação às tecnologias, todos esses equipamentos culturais que se encontram no Centro Histórico de Porto Alegre estão abertos ao
público de forma permanente e gratuita, e seguem, em geral, os mesmos horários de funcionamento, com exceção
de segundas-feiras. É uma caminhada cultural pelo centro
da cidade que vale a pena fazer, pois os museus nos abrem
portas para o mundo e neles podemos revisitar o passado,
entender melhor o nosso tempo, mas também desfrutar de
bons momentos de alegria e lazer.
MARGS e Mem
orial do RS
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Na’amat Pioneiras
THEATRO SÃO PEDRO
EVA SOPHER:
Marili Buchalter e
Sônia Unikowsky Teruchkin
SUA LUTA PELA CULTURA
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Marili Buc
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Entrevistar Eva Sopher é uma experiência muito rica. Sua estrutura “mignon” contrasta com a mulher forte que é no alto de seus 90 anos. Com uma
postura firme e voz altiva, impõe-se contra todos os que possam obstaculizar
seus objetivos. Obstinada, luta pela cultura gaúcha há mais de 50 anos e para
isso tem enfrentado, como uma leoa que cuida de seus filhos, a burocracia.
Depois de reconstruir o Theatro São Pedro, está terminando o Multipalco,
que, juntos, constituem um dos maiores complexos culturais da América Latina. Uma obra, produto da paciência e da insistência de uma grande mulher
objetiva, que continua tendo esperança e se emociona com cada conquista. O complexo do Theatro São Pedro é, de acordo com esta produtora, gestora, e muito mais, sua casa e seu templo.
Como foi sua chegada ao Brasil e como a senhora foi
acolhida?
Judia, saí aos doze anos de uma Alemanha sombria, atacada
pelo nazismo. Viemos viver no Brasil, onde sempre me senti
livre e respeitada. Eu tenho o judaísmo muito forte dentro de
mim e tenho uma educação germânica, porque nasci na Alemanha. Eu pratico a educação e pratico sim o judaísmo, mas
dro
Theatro São Pe
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não frequento nada O templo pra mim é o Theatro São Pedro,
o partido politico é o Theatro São Pedro. Aqui é a minha casa,
o meu templo e o meu partido.
Como surgiu para a senhora o interesse pelas artes?
O interesse pela cultura nasceu comigo, definitivamente.
Quando me perguntam por que lutar pela cultura, eu digo que,
na verdade, isso deveria ser importante para todos. Também
me perguntam se nunca perco a paciência e eu digo: acho
que não. Força de vontade não me falta. Eu crio minhas metas
e as coloco na minha frente e elas são maiores do que tudo.
Nós morávamos no Rio de Janeiro, onde conheci meu marido e onde nasceram nossas filhas. No Rio, eu era ligada à
PROARTE, desde os 16 anos, e lá fiz um projeto para jovens
assistirem aos últimos ensaios das orquestras e dos artistas
que vinham se apresentar. Depois, por motivos profissionais
de meu marido, nós nos transferimos, em janeiro de 1960,
para Porto Alegre. Chegando aqui, na primeira semana, encontrei um antigo colega que estava dando um seminário no
Instituto de Artes e o convidei para a nossa casa. Perguntei
como andava a cultura na cidade e ele respondeu: arregaça
as mangas e começa de uma vez. Então, fiz uma carta para a
PROARTE, comunicando que agora, como estava em Porto
Alegre, eu não poderia levar adiante o meu projeto no Rio de
Janeiro, mas que eu estava às ordens. Logo voltou a correspondência, dizendo-me para reativar a PROARTE em Porto
Alegre. Então comecei.
Como surgiu seu interesse pelo Theatro São Pedro?
Estimulada pela PROARTE, que era a entidade cultural da
época, já em março de 1960, três meses após nossa chegada, foi apresentado um concerto aqui no velho Theatro São
Pedro, que estava em condições lamentáveis. Eu não conhecia ninguém na cidade. Fui descobrindo os espaços que deveria percorrer os quais depois se tornaram normais, utilizados
por todo mundo. E, em 1971, recebi a cidadania honorária de
Porto Alegre.
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Na’amat Pioneiras
Como surgiu o Multipalco?
Quando o Theatro São Pedro estava finalizando, quase no fim
da obra, lamentávamos não ter um espaço adequado para
a administração do teatro. Então, fui pedir um pedacinho de
chão ao lado, onde havia na ocasião uma casa que tinha sido
boa, mas que, a essas alturas, já nem casa era, pois estava completamente destruída. Fui ao então proprietário (a sua
mãe morava lá) e pedi que ele doasse esse terreno ao futuro
anexo do Theatro São Pedro. Ele não topou a ideia e ficamos sem a possibilidade de usar esse pedaço para fazer um
anexo.Solicitei então a um corretor de imóveis, que tinha oferecido ajuda, que descobrisse de quem eram esses terrenos
todos em volta do teatro, que estavam degradados, fechados
e não eram usados a não ser por algum politico, que fez um
pequeno estacionamento no local. E, depois de mais de 20
anos, conseguimos, ao lado da centenária casa da cultura,
dez terrenos. E estamos fazendo um complexo cultural. Hoje
estamos aqui. Na verdade, isto aqui é maior que o Lincoln
Center, porém está no centro da capital dos gaúchos, no
mesmo chão da centenária casa do Theatro São Pedro. No
meio disto, ainda temos um galpão crioulo que, durante algum
tempo, nós não mostramos. Camuflamos com medo de alguma secretaria achar ruim, até o momento em que eu senti a
importância de receber aqui os atores e atrizes que vinham de
fora, com um carreteiro ou churrasco depois do espetáculo.
dro
Theatro São Pe
Aí eu fiz questão de dizer: sim, o galpão crioulo existe. É mais
uma peça, regionalíssima, entre o centenário templo da cultura
e o prédio da cultura futura. E isso hoje é um fato que dificilmente pode ser repetido em qualquer capital de qualquer país
do mundo. Porque quem é que, a não ser com a ajuda de São
Pedro, consegue dez terrenos para poder fazer isto? Não me
importa mais estar na inauguração deste prédio ou não, pois
isto é irreversível. E, na verdade, Porto Alegre só vai entender
este complexo cultural depois de pronto.
THEATRO SÃO PEDRO
Como “sua vida” entrou na “vida” do Theatro São Pedro?
Em 1975, um grande amigo jornalista e intelectual foi à nossa
casa e disse: eu venho com um convite do governador Sinval
Guazelli para te convidar a assumir a coordenação da restauração do Theatro São Pedro. Nós já estávamos morando naquilo que eu chamava de casarão e que hoje é o Palácio das
Hortênsias do Governo do Estado (essa foi uma doação que
meu marido fez, após termos morado lá 10 anos). Eu disse:
sinto muito, porque, enfim, sou dona de casa, esposa de um
industrial, recebo autoridades e tenho uma entidade com até
mais ou menos 24 promoções anuais, que era a PROARTE.
Mas me comprometo a encontrar alguém que assuma o Theatro São Pedro. Meu marido embarcou no dia seguinte em
viagem de negócios, pois era um alto executivo da Zivi Hercules. Quando voltou, uma semana depois, perguntou: quem
você encontrou para o Theatro São Pedro? E eu respondi: por
enquanto, ninguém. Nesse momento, meu marido disse: olhe
aqui, ou você faz, ou vão derrubar o Theatro São Pedro, assim
como derrubaram o irmão gêmeo dele, que era do outro lado
da rua. Quando ouvi essa frase, imaginei esse cenário; então
disse: pronto. Meu marido sempre teve uma grande visão,
sempre foi uma pessoa fora de série, assim como foi o nosso casamento, que o cigarro interrompeu depois de 41 anos.
Mas, quer dizer que, até hoje, faço questão de dizer que o
Theatro São Pedro existe graças a essa frase do meu marido.
Durante nove anos, eu ouvia: o Theatro São Pedro nunca vai
ficar pronto, não vai dar certo, não é possível. O próprio Paulo
Autran, em uma entrevista em que perguntaram sobre o Theatro São Pedro, disse: Ah, esquece, tem uma mulher doida lá
dentro. Aliás, por falar em mulher doida, quando a Fernanda
Montenegro veio ver esta obra aqui, ela estava com o espetáculo “Dona Doida”, e aí, um dia, ela me disse: a dona doida
não sou eu, a dona doida é você.
E a burocracia?
O mais difícil continua sendo a burocracia. Gastamos muito
tempo. No caso da luz, aqui no Multipalco, acho que levamos
mais de um ano para conseguir vencer a burocracia. Até agora, nós só podemos trabalhar de dia, pois a luz depende da
velha luz do Theatro São Pedro. Agora, finalmente, após um
ano ou mais, vamos fazer uma nova subestação de energia
elétrica. Então uma coisa depende da outra. Tudo é engessado pela burocracia.
O que a Sra. diria para nós, trabalhadoras voluntárias?
Eu parabenizo todas as mulheres que encontram a necessidade e a realidade de fazer um trabalho voluntário. Quando as
pessoas me perguntam, mas e a sua idade? Eu respondo que
é exatamente isso que deixa a pessoa inteira. E nada é mais
gratificante que um trabalho voluntário.
Nós hoje temos aqui uma associação que se chama Associação Sol Maior. São 70 meninos e meninas entre 7 e 14 anos,
da periferia, em situação de vulnerabilidade, que recebem aulas por voluntários de música: cordas, teclas e percussão. Nós
também temos oficina de literatura, já acontecendo aqui nas
salas que estão prontas.Essas crianças, quando vieram pela
primeira vez, e como estávamos terminando as salas aqui no
Multipalco, fizeram seus primeiros ensaios no Theatro São Pedro. Elas choravam de emoção. E, no final do ano, quando
fizeram um concertinho na concha acústica, veio a família toda,
muitos pela primeira vez.Para popularizar a cultura, nós temos
muitos projetos de entrada franca também. E, por outro lado,
quando ocorre a apresentação do “Guri de Uruguaiana”, nós
enchemos o teatro. No último fim de semana, das 1800 pessoas que assistiram ao show, eu calculo que 98 a 99% nunca
tinham vindo ao Theatro São Pedro.Além disso, esta casa nunca foi pichada. O respeito contagia. E o respeito que esta casa
põe para fora ela recebe.
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
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Na’amat Pioneiras
Luiz Coronel
Poeta e publicitário
OS LIVROS E O CENTRO HISTÓRICO
“A PRAÇA É DOS LIVROS
COMO O CÉU É DO CONDOR”
Q
ue este gênio precoce, Castro Alves, me conceda
o título a estas mal traçadas linhas. (Sempre que
penso o poeta baiano, que vem a morrer aos 24
anos, avalio a avalanche poética que ele nos legaria se
mais algumas décadas lhe fossem concedidas viver). Mas
ganhemos os trilhos, pois bem dizem os lusos, “quem não
sabe o que quer, quando acha não se dá conta.” A praça
não tem condores, mas livros ela os tem, em larga medida. Amo Porto Alegre, cidade à beira do rio e em meu
coração. Gostaria de veicular uma campanha “Muro da
Mauá, Muro de Berlim, tudo que separa um dia tem fim.”
Gerações sucessivas de governantes ergueram muralhas
de pedra contra o estuário do Guaíba. O Sena ou o Reno
são arroios Dilúvio perto de nosso deslumbrante encontro
a
Biblioteca Públic
12
eg a
Praça da Alfând
das águas. Hoje, são pensados e atuados expedientes de
devolução do Guaíba à cidade e revitalização do Centro
Histórico. Bravo. Que assim seja. É ali, em espaço aberto,
que se realiza a Feira do Livro de Porto Alegre, entrando em
sua 59ª edição. Viver a experiência de Patrono da Feira nos
confere uma visão muito clara do significado do centro da
cidade para a população. A palavra pertencimento explica
essa relação. Os bairros são exclusivos. O centro, inclusivo.
Os positivistas nos legaram, em suas edificações com destinação aos serviços públicos, prédios de soberba elegância.
Lembro o Quintana: “o problema da arquitetura moderna é
ela não saber fazer casas antigas”. A condição de escritor,
gaúcho dos quatro costados, daqueles para os quais a partir
do Mampituba tudo é exílio, faço alardes ao dizer que vivemos em um Estado ao sul de si mesmo. Quem ama o livro e
devota-se a Porto Alegre, bate palmas a tudo e todos que,
na medida de seus empenhos e possibilidades, vitalizem
nosso Centro Histórico. É ali que o livro assume seu momento de maior majestade. Sempre ouvi dizer que os livros são
janelas para o mundo. Sim. Antes, porém, eu os vejo, antes
como espelhos, onde percebemos refletida, com nitidez, a
nossa identidade. Qual Jorge Luis Borges, não sei pensar
o paraíso sem uma biblioteca. E muito menos Porto Alegre
sem a sua Feira do Livro. É no Centro Histórico de Porto Alegre que o coração de nossa gente bate mais forte. Abençoada seja a poesia, e sua refinada alquimia com as palavras.
Viva os romances, eternamente a descobrir as nuanças da
alma. Bem-vindos os contos, com seu espanto conclusivo.
Em certo momento desta crônica, cheguei a pensar que estava misturando temas, rompendo a unidade essencial de
um texto, eis que percebo que o centro da cidade e os livros
formam uma indissolúvel e única realidade.
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
Na’amat Pioneiras
Cláudia Laitano
A HISTÓRIA
DE UMA CIDADE
A
s pessoas, como as cidades, desenham seus mapas a partir de um determinado centro histórico
– um país que ficou para trás, uma cidade, uma
praça onde a gente ralou os joelhos. Não importam a
distância, o tempo e nem mesmo a constatação de que
parte do nosso centro histórico evaporou-se do mundo
concreto para virar bingo ou templo religioso: o espaço da infância e da adolescência é patrimônio tombado
na nossa memória. Sobrevive a guerras, migrações, desastres naturais, ou arquitetônicos, quase como se um
pedaço de nós nunca tivesse saído de lá – e às vezes
nunca sai mesmo.
Não que o centro histórico confunda-se sempre com
uma espécie de paraíso perdido – às vezes, é um lugar
de onde se fugiu e para onde não se quer voltar nem em
cartão-postal. Mas é ali, no nosso primeiro ponto de referência geográfico, que as fugas e os eventuais retornos
começam a ser tramados antes mesmo que a gente se dê
conta. Se sabemos que Fellini nasceu em Rimini, que Itabira é um retrato na parede de Drummond (“mas como dói”)
e que Caetano Veloso começou a escutar música em uma
certa rádio de Santo Amaro é porque o centro histórico, às
vezes, não é só um lugar no mapa, mas uma maneira de
entender, ou não entender, o resto do mundo.
Meu centro histórico é o Centro de Porto Alegre. Minha
história com o bairro começa nos anos 1940, antes mesmo
de os meus pais se conhecerem. Meus avós paternos (sou
daquelas raras porto-alegrenses de terceira geração) mudaram-se naquela época para a primeira quadra da Riachuelo,
perto da Usina e da mítica Ponta da Cadeia. No terreno daquela casa antiga, seria construído o edifício Maria Madalena, onde meus pais foram morar quando se casaram e onde
eu e meus irmãos nascemos. Nosso jardim de infância foi o
Picapau Amarelo, ainda hoje funcionando na Praça Alto da
Bronze, e todos aprendemos a ler no grupo escolar Menna Barreto Neto, ao lado de casa. Pelo menos uma vez por
semana, meus avós me levavam para brincar na Praça da
Alfândega, algumas quadras mais adiante. Anos mais tarde,
a família subiu na vida e na Rua Riachuelo e se instalou no
edifício Jaguari, localizado atrás do Theatro São Pedro e da
Praça da Matriz .
As praças do Centro - Bronze, Alfândega e Matriz - ainda
hoje guardam para mim aquele mistério que só os locais que
nos evocam a infância conseguem preservar. A Bronze que
eu vi trocar o verde pelo concreto dos brinquedos futuristas,
instalados por ali no começo dos anos 70, na época em que
eu frequentava o Picapau Amarelo. A Alfândega que eu encontrava coberta de barraquinhas não apenas da Feira do
Livro, mas também durante as atividades do Lions Clube,
quando via minha mãe e as amigas vendendo panetones
para arrecadar fundos para as ações beneficentes do clube.
A Matriz com suas fantásticas criaturas de bronze que um
dia pareceram gigantescas à menina que eu fui (e que em
certa medida ainda sou).
Cuidar dessas praças é garantir que o passado de quem
brincou naquela vizinhança pode se ligar ao futuro de todas
as crianças que ainda vão passar por ali. Pois é do encontro
de infinitos “centros históricos” que se constrói no tempo a
história de uma cidade.
CENTRO HISTÓRICO
Jornalista
Praça da Matriz
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
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Na’amat Pioneiras
Ester Miriam Menda
Psicanalista
SEFARADIM
O CENTRO HEBRAICO E A COMUNIDADE
SEFARADI EM PORTO ALEGRE
O
s judeus sefaradim começaram a pensar na América,
em busca de uma nova vida, como forma de fuga da
inquisição, aproveitando o evento das grandes navegações, promovidas pela Espanha e Portugal. O novo mundo
trazia a esperança da liberdade de culto e a possibilidade
de crescimento e desenvolvimento. Esse grupo de judeus os sefaradim - levava consigo a cultura dos lugares vividos, e
não foi diferente na sua vinda para a América. Dessa forma,
eles trouxeram enorme contribuição a essas novas terras,
desde o norte até o sul. Com o passar dos séculos - no fim
do XIX e início do XX - novas perseguições ocorreram na
Europa, incentivando um novo grupo de judeus a atravessar
os mares rumo a esta terra de mil possibilidades: os askenazim. Também os sefaradim vieram nessa época, devido a
conflitos e mudanças de política nos países em que viviam,
nada alentadores, que os incentivaram na mudança de lugar.
Rio
Centro Hebraico
14
grandense
No Brasil, os judeus sefaradim participaram do desbravamento ao atuarem nas conhecidas Entradas e Bandeiras;
foram usineiros no ciclo da cana-de-açúcar; embrenharam-se
pela Amazônia e, dessa forma, puderam manter suas tradições e seus cultos, longe da fúria assassina e doentia dos
inquisidores. Alguns historiadores chegam a mencionar que
25% do povo brasileiro é descendente dos judeus que para
cá vieram no início da colonização brasileira.
O maior afluxo de sefaradim, mais especificamente para a
cidade de Porto Alegre, deu-se entre os anos de 1910 e 1920,
ainda no século passado, na sua maioria vindos da Turquia,
mas também do Egito, Marrocos e Grécia. Deve-se ressaltar
que os sefaradim mantinham o mesmo idioma desde a saída
da Espanha em 1492 - o ladino. Eram em pequeno número, por volta de 5% em relação aos askenazim, que já se encontravam no estado, por conta das colônias fundadas pelos
barões Hirsch e Phillipson, que encabeçavam a ICA - Jewish
Colonization Association - de atividade filantrópica.
Em Porto Alegre, os sefaradim escolheram o bairro Cidade
Baixa para morar, próximo ao centro da cidade, onde a maioria
instalou suas lojas, principalmente, de tecidos, famosas pela
qualidade de seus artigos. Dentre elas, pode-se destacar a
Vila de Bruxelas, Ilha da Madeira, Estrela das Sedas, Casa das
Sedas, Casa Safira e Casa Rodrigues. Na ânsia pelo saber, e
por considerar o estudo primordial, boa parte dos descendentes desses pioneiros tornou-se profissionais liberais.
Pela identificação com os costumes e com o idioma comum, formaram uma sociedade e construíram sua sinagoga;
um lugar não somente para os cultos religiosos, mas também
para atividades culturais e sociais: o Centro Hebraico. Foi o
segundo lar de muitos, que se reuniam para conversar, para
brincar, para tratar dos rumos da congregação. No entanto, o
destaque fica para o teatro, cujas peças eram escritas, dirigidas e interpretadas pelos próprios membros da comunidade,
que surpreendiam ao incluir expressões típicas ladinas, fora
do texto e do contexto, o que levava a plateia às gargalhadas.
Bons tempos - que passam - mas dão lugar a outros, na
dependência dos desejos, das necessidades de seus membros. Porém, algo de importante ficou: manter a cultura, a
história - que é vasta - , a culinária, os costumes. A atual Diretoria vem procurando resgatar essa cultura, não mais em
nível regional - já que o número de sefaradim no estado é reduzido - mas de forma universal, publicando mensalmente a
revista El Djudió, de belíssima apresentação visual e excelente
conteúdo, que chega atualmente a 63 cidades em 12 países,
tornando o Centro Hebraico Riograndense e os sefaradim do
Rio Grande do Sul cada vez mais reconhecidos e respeitados.
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
Na’amat Pioneiras
Rita Zouvi Bensussan Burd
Ex-presidente do Centro Hebraico Riograndense
RUA DA PRAIA ERA SEFARADI
E
u me criei caminhando na Rua da Praia e reconhecendo, em cada vitrine, as lojas dos sefaradim. A nossa
Kehilá (comunidade) era muito unida. Em todos os
momentos importantes das nossas vidas, desde o nascimento até a morte, estávamos juntos. Não se imaginava
compartilhar um casamento, Berit-Milá, Bar-Mitzvá, Festas
Religiosas sem a nossa “grande família”. Na verdade, nós
nos considerávamos uma grande família. Todos falavam e
cantavam em ladino.
Desde pequenos, frequentávamos o Centro Hebraico, e
nossas mães faziam parte das Damas de Caridade Sefaradies. Assistíamos aos meldados (orações) e, sempre que um
dos participantes pedia para repetir determinada reza “como
se dizia no meu lugar”, nós, tchudchuks (crianças), ríamos.
Então, nos olhavam e pediam silêncio.
Os meldados eram sempre cantados, e eu adorava ouvir
a voz do meu pai, que cantava muito bem. Mas todos cantavam. Todos participavam e sabiam ler em hebraico.
No Yom Kipur, os homens eram chamados à Habimah
(púlpito) para orar pelos parentes que partiram, pelo Brasil,
pelos governantes e, também, para oferecer a sua Tzedakah, que era encaminhada
especialmente para cada setor da Kehilá.
Acabavam os Yamim Noraim (festas
desde Rosh haShana até Yom Kipur), e
era hora de cobrar as doações oferecidas
na Habimah.
Meu pai era encarregado de percorrer
as Butikas de los muestros. Uma quase
ao lado da outra, numa convivência feliz
e tranquila. Eu me achava o máximo ao
exercer essa tarefa tão importante. Ficava ao lado do meu pai, de mãos dadas.
Assim, íamos percorrendo a Rua da
Praia: saíamos da nossa loja, Safira, de
Zouvi Bensussan, e, em seguida, íamos
para a Villa de Bruxellas, dos Irmãos Castiel. Mais um pouco, a Estrela das Sedas,
de José (Pepo) Poyastro e Nicio Poyastro.
A Casa das Sedas, de Moisés e Rafael
(Kiko) Estrougo, era a próxima. Subindo
mais, em direção à Borges de Medeiros,
a Casa Alberto, de Alberto Zouvi; a Ilha da
Madeira, de Alberto Behar. Na frente, do
lado par da Rua da Praia, a Casa Gavillon, de Alberto Gavillon
e, na esquina, A Grande Moda, de David Rassi, e a Casa
Maia, de Moisés Maia.
Subindo a Marechal Floriano, A Valenciana, de Alberto
Behar; a loja de Alexandre Soria; a Casa Rodrigues, dos Irmãos Rodrigues; a loja de Nicio Haleva, depois a Casa Açucena, de Victor Elnécavé. A seguir, a loja de Ely Ben David; a
loja de Alberto Cohen; a Casa Popular, de Lieto Behar, que,
mais tarde, se mudou para a Fernando Machado com o
nome de Casa Suzana, e a loja de Lazar Taraboulus. Subindo
para a Riachuelo, a Casa Isa, de Alberto Haleva.
Infelizmente, esse universo sefaradi já não faz parte do
comércio de Porto Alegre. Os nossos amados pais foram
envelhecendo, e a nova geração seguiu em busca de outras
profissões.
Restou o exemplo de trabalho e convivência harmoniosa,
de respeito e de muita saudade.
SEFARADIM
LEMBRANÇAS DA ÉPOCA EM QUE A
(Agradeço a Jenny Elnécavé, que ajudou com
sua memória a resgatar o nosso passado).
Ru a da Praia
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
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Na’amat Pioneiras
Airton Gontow
LEMBRANÇAS
O MEU
Jornalista
CENTRO
P
or que me pedem um texto sobre o Centro de Porto Alegre? Saí da minha cidade natal ainda guri, aos
13 anos, dois dias após o bar-mitzvá, um depois da
descoberta de matzeivá da minha avó. Sei pouco, muito
pouco sobre o Centro... Que poderia escrever? Claro que
tenho minhas lembranças. Mas, de certa forma, Porto Alegre inteira ocupa posição central na minha vida.
Mesmo há 38 anos em São Paulo, e até gostando da
maior metrópole do País, sinto-me permanentemente no exílio. Porto Alegre é a minha cidade. É para onde corro e onde
me refugio e me energizo nos momentos mais cruciais.
Nesses anos todos de Diáspora, quantas vezes rumei
para a cidade, para buscar o carinho de amigos e parentes!
Para visitar apenas, passar em frente do Israelita, dos Grêmios
(o Israelita e o Tricolor), do Círculo, do prédio da infância - o
Jardim Emília - na Protásio Alves... Para simplesmente andar
pelas ruas da cidade!
Do Centro, como já confessei, sei muito pouco. Não conheço os sebos que guardam tesouros da literatura.
Nunca fui a uma loja de discos.
Não tive a vivência de, após a faculdade, rumar para um
bar bom e barato para curtir sua música, petiscos e cerveja
gelada.
Não fui às exposições nos museus da Praça da Alfândega!
Ainda assim, é nas minhas andanças pelo Centro Histórico que mais percorro as ruas da memória: na banca 40, olho
para um casal, e vejo meus avós paternos namorando; ainda
na própria banca, onde paro para saborear a famosa sala de
frutas com nata e/ou sorvete, pego caderninho e caneta e
passo a contar quantos gremistas e colorados desfilam diante
dos meus olhos. Sim, aos 51 anos, reproduzo, sempre, essa
guerra de torcidas que fazia com meu pai, em dias de Gre-Nal. Ah, os dias de Gre-Nal! Valem camisetas, bonés e até
chaveiros nessa importante contagem de quem tem a maior
torcida!
Passo em frente ao Theatro São Pedro, onde fui o arauto
na peça do colégio e onde vi a minha prima Ziza dançar balé.
Ali pertinho, procuro pela antiga escolinha de artes, onde meu
irmão descobriu que era artista e percebi que minha habilidade motora estava apenas nos pés.
Entro em uma rua estreita e descubro uma galeria. Caminho vagarosamente e, de repente, paro arrepiado, em frente a
uma barbearia. Como em um portal do tempo, lá estão meu
pai, meu irmão e eu. Terá sido uma das últimas vezes em que
estivemos juntos?
Nas Lojas Americanas, onde havia um delicioso cachorro-quente, minha avó materna sobe pelas escadas, enquanto
vamos pela escada automática. Meu Deus, eu não lembrava
que a “Vó Lota” tinha medo de escada rolante, essa maravilha
da modernidade! Não foi no Centro, mas nunca me esque-
16
éo
Praça Montevid
ci da cena na casa dos meus avós, na Vicente da Fontoura,
quando uma amiga disse com seriedade: “Rosalina, meu filho
me deu um despertador tão inteligente, mas tão inteligente,
que ele toca de manhã e, se eu não acordar, ele toca de novo!”
Na última vez em que estive em Porto Alegre, quando voltava do Centro e passava pela Protásio, rumo à casa do meu
tio, na Anita Garibaldi, juro que vi um bonde!
Do bonde descia uma mulher baixinha, bonita, e dois guris
muito bem arrumados. Fazia muito calor. As crianças estavam
exaustas e tudo o que queriam era chegar em casa para descansar e brincar, de shorts. Mas, ao pular do bonde, o filho
mais velho deixou cair algo no chão.
Olhei com atenção e, mesmo de longe, consegui ver que
era uma bala – dessas balinhas que tem uma carta de baralho
desenhada na embalagem. A doce mulher ficou muito nervosa. Colocou a mão no bolso do guri e encontrou mais duas ou
três balinhas. Gritou! Olhou para o filho menor e perguntou se
ele sabia. Ele disse que tinha visto sim! Berrou com ele também. Acho que deu-lhe um tapa e no mais velho também,
mas disso não tenho certeza (e também não contaria se soubesse, porque hoje seria politicamente incorreto).
Estava um calor infernal, e eu não via a hora de chegar na
casa do Tio Leonardo, mas olhei para o taxista e disse: “Volte
para o Centro, por favor”.
Vou silenciosamente no táxi, acompanhando o bonde até
a região central da cidade. Salto do táxi e sigo os personagens até as Lojas Americanas. A mulher chama um vendedor
e ordena para o filho: “diz para ele o que fizeste e pede desculpas”. Ele olha encabulado e, chorando, abre a mãozinha
direita e diz: “eu peguei essas balinhas, desculpe”.
É final de tarde.
Com os olhos vermelhos, vou até a Casa de Cultura Mario
Quintana.
Quase não conheço o local.
Nunca fui às suas mostras.
Nunca curti as tardes musicais.
Nunca vi o pôr-do-sol ao lado dos amigos ou das primeiras namoradas.
Foi tão lindo o entardecer!
Aquele era o meu pôr-do-sol!
Aquela era a minha cidade!
Aquele era o meu Centro,o eixo que me faz andar, ainda
que um tanto trôpego, mais ou menos nos trilhos.
Eu só sabia chorar...
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REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
Na’amat Pioneiras
Cíntia Moscovich
MERCADO E O CHALÉ
O MIOLO DE NOSSA
Escritora
MUI LEAL E VALOROSA
XV
Ch alé da Praça
A
ntiga Praça do Paraíso, a Praça XV de Novembro contempla três pontos emblemáticos e queridos da cidade de Porto Alegre: o Chalé da Praça XV, o Mercado
Público e o Paço Municipal, obras que foram dadas ao público depois da segunda metade do século 19 e que significaram um avanço na urbanização da capital dos gaúchos.
Reduto da boemia, o simpático Chalé da Praça XV foi
inaugurado em 1885. Como as lendas movimentam a vida
em sociedade, é certo que o Chalé tem estilo bávaro mas
origem controversa: não se sabe se foi construído aqui ou se
veio desmontado da Europa, como era costume na época.
O fato é que a estrutura de aço, madeira e vidro, que foi
inicialmente um quiosque para a venda de sorvetes e refrescos, marcava também o fim da linha dos bondes e era frequentado por todo tipo de gente, ainda mais no cair da tarde, depois do trabalho, naquilo que ainda não era conhecido
como happy hour. Por causa da arquitetura e do chope de
colarinho maduro, o Chalé era também ponto de encontro
da colônia alemã da cidade.
20
O Mercado Público foi inaugurado em 1844 e, anos depois, em 1870, com um trabalho de ampliação, foi entregue
à população com formato muito similar ao que ainda hoje
é mantido, Apesar de se avizinhar com a prefeitura, depois
de um período de variado comércio de carnes, peixes e
verduras, o Mercado sofreu dois incêndios e, por causa de
enchentes, graves avarias. Com isso, a frequência declinou
e o prédio começou a sofrer a ação das intempéries e do
descaso.
Ao mesmo tempo, crescia a necessidade de uma sede
para a Intendência do município, que até então funcionava
em vários prédios alugados no Centro Histórico. José Montaury, eleito pelo Partido Republicano em 1897, foi o responsável pela construção do primeiro prédio em estilo nitidamente positivista da cidade, com arquitetura tendendo à
monumentalidade e estátuas e ornamentos francamente alegóricos. Em 1935, em homenagem ao centenário de Revolução Farroupilha, a comunidade espanhola doou à prefeitura
um chafariz, a fonte Talavera de la Reina, que infelizmente
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MERCADO E O CHALÉ
foi sofrendo depredações ao longo do tempo e teve de, há
poucos anos, ser completamente restaurada.
Depois da grande enchente de 1941 e da construção do
muro da Mauá, a cidade, como que revidando a agressão
das águas, deu as costas para seu rio, que na verdade é
estuário, e para seu centro mais pulsante. Como os centros
e regiões portuárias das grandes cidades, nosso centro viu
um período de escuridão e penúria. Num bravo esforço de
recuperação, a prefeitura iniciou bem-vindas obras para restaurar o Mercado Público, criou calçadões — nosso Largo
Glênio Peres, em homenagem a um dos homens que mais
lutou pela democracia — e foi empreendida a reforma dos
terminais de ônibus.
O Chalé da Praça XV, fechado por mais de dez anos,
passou por uma reforma completa, obras custeadas pelo
Senac, que se tornou o novo permissionário, para abrigar
um restaurante com cardápio típico, a exemplo daquele que
funciona no Pelourinho, em Salvador. A reabertura do Chalé foi uma bela festa, saudada por gaúchos muito ilustres,
como o escritor Moacyr Scliar, frequentador da casa desde
o tempo dos bondes: “Este é um espaço afetivo na vida de
Porto Alegre”, resumiu.
Mais recentemente, as ações do Programa Monumenta
e a retirada dos camelôs revigoraram a Praça XV de Novembro e a frequência do entorno. Além de um Mercado Público
completamente reformado — além das vendas tradicionais
de secos e molhados, das impressionantes saladas de frutas
com nata, sorvetes e especialidades culinárias, virou até polo
de temakerias, sushis e outras iguarias da cozinha japonesa
—, o mercado conserva tradicionais restaurantes e bares. O
Mercado Público
Chalé da Praça XV atualmente abriga um restaurante especializado em culinária regional e internacional, com capacidade para 310 pessoas, incluindo um simpático terraço. Junto
à prefeitura, o Mercado e o Chalé saúdam todos aqueles que
chegam ao miolo agitado de nossa mui leal e valorosa.
Mercado Público
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Na’amat Pioneiras
VITRINE NA’AMAT
NA’AMAT PIONEIRAS –
53o Bazar Anual
53o Bazar Anual
Doação do 53o Bazar Anual
Passeio Nova Petrópolis Grupo Kineret
Almoço Grupo Chai
64 anos da Na`Amat Pioneiras
Jantar Grupo Prachim
Confraternização dos Grupos Dor Hemshech
Jantar Clarinha Milman
Pizza da Primavera - Grupo
Morashá
Apresentação do Coral Zemer
no Ipa
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Doação do Grupo Morashá para Damas
de Caridade
Excursão a Santana do
Livramento - Departamento de
Turismo
Jantar grupo Coach Neurim
Seminário Cultural anual
Doação do Grupo Coach Neurim ao
Lar Maurício Seligman
Doação do Grupo Berta
Siminovich ao Lar Esperança
e Clínica Amparo
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Na’amat Pioneiras
VITRINE NA’AMAT
– EVENTOS 2012 - 2013
Posse Nova Presidente Centro Porto Alegre Sonia Teruchkin
Campanha dos Brinquedos Grupo Morashá
Chá despedida Aliá Regina Libeskind
Almoço de Confraternização final de ano posse nova diretoria
Cabalat Shabat em Capão da Canoa com Coral
Zemer
Abertura dos trabalhos de 2013
Visita ao Lar Maurício Seligman com Coral
Zemer
Departamento Cultural Painel - O Dever da
Memória 70 anos do Levante do Gueto de
Varsóvia
Tarde Recreativa - Grupo Elisheva
Kaplan
Abertura da Campanha
anual 2013
Palestra Grupo Berta Siminovich
Jantar Grupo Morashá
Noite Nhoque da Sorte - Grupo Clarinha Milman
Departamento Cultural Doação para Damas
de Caridade
Grupo Sara Barkait - Chá do Dia
das Mães
75 anos Lúbia Zilberknop - Grupo Kineret
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Na’amat Pioneiras
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Fernandes Vieira, 203 sl. 302 - Fone: 3311-7337
JULIA ADAMS PEREZ RASKIN - Psicóloga - CRP-07/14008
Av. Iguaçu, 41 - Sala 202 - Petrópolis - Fone: 9882-9334
LÍGIA CARANGACHE KIJNER - Psicóloga
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TECIDOS/LÃS/AVIAMENTOS
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Na’amat Pioneiras
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Na’amat Pioneiras
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
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Na’amat Pioneiras
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES JUDAICAS
União
Israelita
Porto Alegrense
Judaísmo, continuidade, cultura, história, tradição e orgulho
de pertencer à Sinagoga mais antiga de Porto Alegre.
Venha se associar na União para continuar com as tradições de nossos pais e avós.
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Na’amat Pioneiras
ABA SZAJMAN
ABRAHÃO SUSLIK
ADOLPHO KRAVETZ
AMÁLIA HOCSMAN
AMÁLIA K. GRIMBERG
ANNA SPUMBERG
ANÔNIMO
ARIEL LERRER TERNER
ABRAHAM GUELFAND
HENRIQUE ROCHICHNER
ROSA ARENZON SAUTE
SARA ARENZON
ALEXANDRE SZAPIRO
OLGA SZAPIRO
MIRIAM SZAPIRO
ANDRE RIOGRANDINO FISCHER
MIRIAM FISCHER
MARGOT STRUMPF
MADALENA FISCHER
DAVID JOSEPH KAPEL
DAVID LITVIN
DORA ROZMAN
DORA WOLFF (RG)
DOREL GRUNBERG
DR. ABRAÃO SUKIENNIK
DR. JACOB KIRJNER
DR. JAIME COPSTEIN
DR. JOSÉ GLOCK
DR. JULIO GLOCK
DUNHE ZIMMERMANN
DAVID TEITELBAUM
ELFRIDES TEITELBAUM
SOLON TEITELBAUM
ELIAS AMIEL (Santa Maria)
EMILIE FLEISCHER
ERNESTO SPRITZER (RJ)
ESTER CHMELNITSKY
ESTHER TORICACHVILI
EVA GOLBERT
EVELYNE HERBORN
ARON ENK
FLORA ENK
JAIRO ENK
JOSÉ ENK
DANIEL ENK
FANNY GUS
FANY UNIKOWSKY
FELIPE LIPA M. HAUZMANN
BERKO KAUFMAN
CHANA KAUFMAN
GEIVA SANDLER
GUILHERMINA SANBERG
GUITA FEDERMANN (CURITIBA)
HANNA WULFF VARGA
BERNARDO CARNOS
SOPHIA W. CARNOS
BERNARDO PAKTER
GENY PAKTER
BELA ENGELMAN
BELA LICHTENSTEIN
BERNARDO FIALKOW
BERTA FITERMAN COLMAN
BERTA MARON
BERTA RUSSOWSKY SOIBELMAN
BERTA SIMINOVICH
BERTA TAMPOLSKY LERMANN
BORIS ZILBERMAN
MALVINA G. ZILBERMAN
REISE Z. GUDIS
CARLOS KNIJNIK
SARA KNIJNIK
CAMILA BANON
CARMEM DORA COPSTEIN
CARMEM SILVEIRA NETO FARIA
CECÍLIA DAVIDSON KUMPINSKY
CECÍLIA LICHTENSTEIN
CECÍLIA SLAVUTZQUE
CIPRA BORESTEIN
CLARA FERMAN
CLARA MILSTEIN
CLARA NAGELSTEIN
CLARA SAFRO
CLARA KOR WOFCHUK
CLARITA NURKIN
DR. OBE RASKIN
HENRIQUE ACHTENBERG
REBECA ACHTENBERG
HENRIQUE COROGODSKY
CHEIVA COROGODSKY
HERSZ WOLF FRIDMAN
MINDLA FRIDMAN
FRANCISCO FRIDMAN
ISAAC SAUTE
IDA SAUTE
ISAAC NELSTEIN
LIZA NELSTEIN
IDA CANTERGI
ISAAC AINHORN
ISAAC NUDELMAN
ISAAC RUBIN
ISRAEL MALTZ (POLACO)
ISRAEL PLATCHECK
ISRAEL PIPKIN
ISAAC PIPKIN
JOSÉ PIPKIN
ISSAK GOLANDINSKY
OLGA GOLANDINSKI
JACOB ENGELMAN
CLARA ENGELMAN
JACOB KATZ
JACHETA (JANETE) KATZ
SARA KATZ
JACOB BERESNIACK
JAIME JOVEGELEVICIUS
MIKLOS ROSENFELD
CLARA BERTA ROSENFELD
JAIME ZELTZER
RAQUEL I. ZELTZER
MAURÍCIO SZYLEWICZ (SP)
MAX HERZBERG
MINA ALCALAY
JAYME HOCHBERG
MARIA HOCHBERG
JAYME SALTZ
ÉLIO ROSENFELD
NATALIO SZUCHMAN
JANETE SZUCHMAN
JENI CARANGACHE
JONAS WOLF
JOSÉ ANAPOLSKY
IDA ANAPOLSKY
JOSÉ AXELRUD
JOYA AXELRUD
JOSÉ BLIACHERIS (BLACHER)
CLARA BLIACHERIS
ÉRCIO BLIACHERIS
WILSON BLIACHERIS
LUIZA BLIACHERIS SZUCHMAN
NICOLAS SCHUL PHILIP
ALBERTO SCHUL
ODETE DVOSKIN
PAULINA CUPERSTEIN
PEDRO BERLIM
JOANA KASSOW BERLIM
TÂNIA BERLIM
PEDRO GLOCK
BERTA GLOCK
JOSÉ (PEDRO) LECHTMAN
AMÁLIA MALKA LECHTMAN
RACHEL MATTATIA
RACHEL WAINSTEIN
RAFAEL ZOUVI
RAQUEL CELNIC
REGINA LITVIN
REISLA MALTZ
REVECA GUELFAND
ROSA DUBOW
ROSANE SANDLER
RUBEM MEIER VOLQUIND
JOSÉ LEVY CALAHORA
REBECCA LEVY
ROBERTO FITERMAN
ALICE COSTA FITERMAN
JOSÉ NEMETZ
FANY ANA TESSLER NEMETZ
RUBINAS (RAUL) GENSAS
MARTA BLIACHERIS GENSAS
JOSÉ DAVID KUPPER (CURITIBA)
JOSÉ ROGER GLASSER
JOSÉ SPUMBERG
JOSÉ PEREL
FLORA PEREL JOELSONS
JOSEF SCHAFRAN
DWORA SCHAFRAN
JULHIO MOLD
EVITA ABRAMOVICH MOLD
LEÃO KNIJNIK
ELIZETE KNIJNIK
LUIZ FITERMAN
JENY FITERMAN
LEA SOIBELMAN GRUTSCHKO
LUISA CATTÁN MELAMED
LUIZ ALBERTO RABENO COHEN
MALVINA PITERMAN
MARA SCHWARTZMAN
MARCOS RABIN
MARIA SIMINOVICH
MAURICIO FISCHMANN
MARIA B. FISCHMANN
MAURICIO PIPKIN
FRIDA PIPKIN
MAURICIO SUSLIK
SUELY SUSLIK SVIRSKY
EM MEMÓRIA
“Em memória das pessoas queridas que nos deixaram.”
SAMUEL NEMETZ
ANA NEMETZ
SALOMÃO JOVEGELEVICIUS
SALOMÃO KAUFMAN
SAMUEL GENSAS
SAMUEL SUKIENNIK
SARA KATZ
SARA NEIROS GROISMAN
SARA VICTORS
SARA SCLIAR
MOACYR SCLIAR
SENDER SZAPSZAY
NECHUMA SZAPSZAY
SIMÃO FRENKEL
ROSA FRENKEL
JACOB FRENKEL
ESTER F. RODRIGUES
SIMÃO KUPERSTEIN
SIMÃO SCHWARTZMAN
SOFIA ALCALAY
SOFIA KRUMHOLZ
STELLA WECHSLER
SUSANNE SCHALL
TOBIAS GOCMAN
ANA G. GOCMAN
WALDEMAR CANTERJI
ANITA TESSLER CANTERJI
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
37
Na’amat Pioneiras
PATROCINADORES DA NA’AMAT PIONEIRAS 2013
ADÉLIA ROITHMANN
ADELINA NAIDITCH
ADRIANA DA SILVA RIBEIRO
AIDA STEREN
ALESSANDRA JOVEGELEVICIUS
ALESSANDRA SHARGORODSKY
TERNER
ANA BEATRIZ COPSTEIN
WALDEMAR
ANA MARIA PASCAROLO IOCHPE
ANA OLCHIK
ANA TRACHTENBERG
ANABELLA LOIFERMAN
ANDREA WURZEL
ANDRESSA B.SILVA FITERMAN
(CURITIBA)
ANGELA STEIN
ANNA GROSSMANN
ANNA ZAMEL
ANNITA SOIBELMAN
ANNITA WOLF
AUGUSTA COROGODSKY
AUGUSTA KELBERT
ÁUREA NUDELMAN
BEATRIZ CHWARTZMANN
BEATRIZ FISCHMANN OSÓRIO
BEATRIZ SAUTE GLOCK
BEATRIZ PAPICH KROST
BEATRIZ STRAZAS
BEATRIZ ZIMMERMANN
BEKY MORON DE MACADAR
BELA IGOR
BELA LITVIN
BELA TEITELBAUM
BELA FANI G. TVORECKI
BELINHA NUDELMAN
BERTA ROSA JOVEGELEVICIUS
BERTA SALTZ
BERTHA FAJER
BETI BACALTCHUCK
BETTY ZAMEL KATZ
BRIGIDA GURSKI
CATIA HELENA ROSA
CECI LEWIN ZILBERKNOP
(PELOTAS)
CECÍLIA SUKIENNIK
CEIRA LAKS
CELI MALTZ RASKIN
CÉLIA BERGER
CÉLIA BROCHMAN
CÉLIA KRAVETZ
CERES MALTZ BIN
CLARA GUELFAND
38
CLARA RABIN
CLARA S. MALTZ
CLARICE K.GUS
CLARICE A.
CHARCHAIT(BRASILIA)
CLAUDETE GARBARSKI
CLESSY BURSZTEJN
CRISTIANE MENNA CZYZ
CRISTINA D. RODRIGUES
DAISY SUSLIK POGORELSKY
DANIELA MOLD
DÉBORA GENSAS MESTER
DEBORA PRESMAN
DELEUSE RUSSI DE AZEVEDO
DIVA R. KORNFELD
DORA BERGER
DORA CARDONI
DORA GUDIS HENKIN
DORA PLATCHECK
DORA TABASNIK
DORINHA B. PILTCHER
DORINHA RASKIN
EDA WAINSTEIN
ELAINE RODRIGUES
ELIANE KASSOW MASTRONARDI
ELIANE KIVES
ELIANE SUSLIK SIBEMBERG
ELKA KREITCHMAN
ELOIR ZYLBERSZTEJN
ENA RASKIN
ENEIDA DIAMANTE
ENI GALBINSKY
ESTELA LEDERMAN SPRITZER
(RIO)
ESTELA WAINBERG
ESTER BERENICE VEISSID
ESTER CARDON
ESTER GOLANDINSKI
ESTER K. ENGELMAN
ESTER UNIKOVSKI
ESTHER GUELFAND
ESTHER HANDLER
EUGÊNIA BERLIM
EVA ESMERALDA BECKER
EVA PIPKIN
EVA SUKSTER
FANI JAWETZ
FANI MESTER
FANI RATINECAS
FANI SALTZ ROSENFELD
FANY EVA SELIGMAN
FANY S. CHWARTZMANN
FANNY CHMELNITSKY
FANNY ROSEMBERG
FANNY DVOSKIN ZAMEL
FELA HALPERN
FERNANDA AZAMBUJA
FERNANDA C. UNIKOVSKY
FERNANDA SIBEMBERG
SPUNBERG
FERNANDA STZILER
FLÁVIA ASPESI SALTZ
FLÁVIA VOGEL.
FLORA AMIEL (SANTA MARIA)
FLORA ZELTZER
FLORA SHERMAN
FRIDA ENK KAUFMAN
GENY TURKIENICZ
GENY SIBEMBERG
GESSY AMIEL FISCHMAN
GILDA L. NEMETZ
GLACI FAINGLUS
GLADIR O. CONCEIÇÃO
HELENA B. G. ROSENFELD
HELENA FRIEDRICH
HELENA KEISERMAN
HELENA RUBIN
HELENITA SCALETSKI
HENIE O. NUDELMAN
HILDA PECHANSKY
IDA C. GUS
IDA ROCHICHNER
IDA S. FRIDMAN
IEDA GUTFREIND
IEDA NUDELMAN
INÊS GLOCK
INÊS GOLBSPAN
IONE GALBINSKY
ISABEL SCHWARTZMANN
IVONE HERZ
JACQUELINE SPUMBERG
JANE BEATRIZ CANTERGI
GHIDALEVICH
JANE MARIA GERSHENSON
JANE WULFF ALTSCHIELER
JANETA G. ZILBERMAN
JANETE CANTERGI
JANETE F. A. CORTEZ
(URUGUAIANA)
JOCELI MARLI KUPPER TERNER
JOICE NHUCH
JUDITH SCLIAR
JULIETA PRAWER
KARINA RABINOVICH
KARINA SCHAFRAN VOLQUIND
LAURA VARGA LEVY
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
Na’amat Pioneiras
MIRIAM ZELTZER FIALKOW
MÔNICA HERTZ COHEN
NARA B. SIROTSKY
NELLY DE BERMAN
NICHA BRODACZ
NOÊMIA FAERMAN
NOÊMIA LITVIN
NOÊMIA NESTROVSKI
NOÊMIA SALTZ GENSAS
PATRÍCIA DAGNINO CHIWIACOWSKY
OVETT SIGAL SUSLIK
PATRÍCIA REGINA COHEN TVORECKI
PATRÍCIA SANBERG
PAULETE PAKTER
PAULINA GLOCK
PAULINA G. GORELIK
PAULINA STIFELMAN
PAULINA SUSLIK
PAULINA Z. KNIJNIK
PÉROLA MALTZ ZOUVI
(PAULINA)
POLA WACHSMANN SCHANZER
RACHEL TAMAR GURSKY
RAIA KNIJNIK
RACHEL KIRJNER
RAQUEL B. MELAMED
RAQUEL CARDON
RAQUEL SUSLIK (RUTH)
RAQUEL TOBA SPRITZER
REGINA BLIACHERIS
REGINA BUCHATSKY
REGINA ESTER L. CHANIN
REJANE BEATRIZ KASPER GLASSER
REJANE RATINECAS
RENATA FISCHER
RENÉE RUBIN
RENÉE STEIN
RITA SIMINOVICH
ROSA IOLOVICH
ROSA LEWKOWICZ
ROSA SPUNBERG
ROSA WAGNER
ROSA WLADIMIRSKY
ROSALI PIPKIN
ROSANA ENGELMAN
ROSANE BORENSTEIN
ROSANE PAKTER RASKIN
ROSANNE PLATCHECK
ROSINHA SAPOZNIK
RUTE MILMAN
RUTH COIFMAN
RUTH FRIDMAN
SABINA K. KANTER
SABRINA PRIKLADNICKI
SANDRA AKCELRUD
SANDRA LEISTNER SEGAL
SARA BURSZTEJN
SARA CANTERGI
SARA CHAIT
SARA FETER
SARA FRAJNDLICH
SARA SIBEMBERG STOLNIK
SARA WAINSTEIN
SARAH N. GERBER
SARINA ZOUVI
SARINHA S. HENKIN
SARITA CANTERGI
SARITA GUERCHMAN
SARITA ISCOVITZ
SHEILA LÉA HELER MEDEIROS
SHEILA MALTZ
SHEILA S. WAGNER
SÍLVIA BLUM TARTAKOWSKY
SÍLVIA CANTERGI. DE CANTERGI
SÍLVIA HALPERN
SILVIA LILIANA SCHAFRAN
SÍLVIA GENSAS SPIELMANN
SIMONE ROBIM LEVEMFOUS
SÔNIA DVOSKIN
SÔNIA FRIDMAN
SÔNIA K. DRANOFF
SONIA L.REICHERT ROVINSKI
SÔNIA UNIKOWSKY TERUCHKIN
SOPHIA NEMETZ MALTZ
SOPHIE ISDRA
SUZANA S. MELZER
SUZANNE REBOH
SUZETTE LEVY NUNES TEIXEIRA
SUZETE S. ZYLBERSZTEJN
TALY WERNICK
TÂNIA DE LEON
TÂNIA STEREN BARQUI
TÂNIA WAIS
TÂNIA K. WLADIMIRSKY
TANISE ROITMAN CARDON
TANISE S. RODRIGUES
TATIANA GIRON CARDON
TEREZINHA SANDLER
THELMA SNE-0R SILVERSTON
TILZA SIGAL SUSLIK
VÂNIA CHATKIN
VERA ROWE MILMAN
VERA SCHWARCZ
VIVIAN FISCHER
VIVIAN SUSLIK ZYLBERSZTEJN
YARA KNIJNIK
YEDA CARNOS
ZELDA PRIKLADNICKI
ZELDI OLIVEN
ZORAIA C.W. MARTINS
ZULAMAR PIPKIN
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
PATROCINADORES
LAUREN COIFMAN GROSS
LÉA FIALKOW
LÉA RUSSOVSKY MACIEL
LÉA SCHWARTZ
LÉIA WAISMANN
LEILA SIGAL SUSLIK
LEONOR SCHWARTZMANN
LIANA CENTENO CARVALHO
ZOUVI
LÍBIA GRUNBERG
LÍDIA ROITMAN CARDON
LINA HAUZMAN
LIZETE GLOCK
LÚBIA SCLIAR ZILBERKNOP
LÚCIA CRESPO RIBEIRO MOREIRA
LÚCIA M. RUBINSTEIN
LUCIANA BORENSTEIN
LUIZA BILESKI
LUIZA FAINGLUZ
LUIZA COPSTEIN WALDEMAR
MALVINA BERESNIACK
MALVINA DORFMAN
MALVINA SOIBELMAN
MÁRCIA SIGAL
MARGARETH CHWARTZMANN
MARGARIDA ARENZON
MARIA CRISTINA FARIA GIGUER
MARIA CRISTINA CAON
JOVEGELEVICIUS
MARIA MADALENA MARTINS
KESSLER GERCHMANN
MARIA N. FOLBERG
MARIA HELENA FINKEL
MARIA HELENA LERRER
MARIA KUPERSTEIN
MARIA SCHWARTZMAN
MARIA SOFIA BACALTCHUK
MARIE ANNE MACADAR
MARILI SCLIAR BUCHALTER
MARISA SIGAL
MARISTELA GALBINSKI
MARIZA TERUCHKIN
MARLENE KAPEL
MARTA FITERMAN
MARTA NEMETZ
MARTA R. H. GLASER
MARYSE MATTATIA WOFCHUK
MATILDE GROISMAN GUS
MENITA SIBEMBERG BONDAR
MERCEDES BOLOGNESE
MICHELLE ROCHICHNER STEIN
MINA LAPTCHIK
MIRA KUPPER (Curitiba)
MIRIAM ABULIAC NADOLNY LEVIN
MIRIAN WEISS BLIACHERIS
MIRIAM LERRER TERNER
39
Na’amat Pioneiras
JOVENS PATROCINADORES
JOVENS PATROCINADORES NA’AMAT PIONEIRAS 2013
AGATHA LERRER DINIZ (RIO)
ALESSANDRO SCHWARTZ
ALEX MALTZ SCHUL
ALEXANDRE FRIDMAN VARGAS
ALICE ALTSCHIELER TESSLER
ALICE SUKIENNIK
ALIZA BLUM
AMANDA COPSTEIN
AMANDA GIORDANI CARDON
AMIR RIBEMBOIM BLIACHERIS
AMIT HALEVY (ISRAEL)
ANA CAROLINA HELER MEDEIROS
ANA CAROLINA ISDRA MOSZKOWICZ
ANA FLAVIA W. FRIDMAN
ANA LARA GORELIK PEREIRA
ANA LAURA SZAPSZAY
ANA LUISA TONATTO MELAMED
ANA LUIZA C. DE MIRANDA
ANA PAULA T. SUKIENNIK
ANA TETELBOM SCHUCHMANN
ANABELLA OLIVEN
ANDRÉA MALTZ SCHUL
ARIEL S. BARKAN
ARIELA GENSAS MESTER
ARTHUR COPSTEIN
ARTHUR WAINSTEIN PAIVA
ARTUR ZOUVI
BEATRIZ C. DE MIRANDA
BÁRBARA MOLD LEAL
BENI BLIACHERIS
BERNARDO ARAUJO CARDON
BERNARDO DIAS COIFMAN
BERNARDO GALO PAKTER
BERNARDO MARTINS BERDICHEVSKI
BERNARDO MOLD LEAL
BERNARDO SCALETSKY
BERNARDO SZAPSZAY
BETINA KASPER GLASSER
BIANCA SALTZ (USA)
BRUNA WAINSTEIN GROSSMAN
BRUNA ZOUVI
BRUNO FRIDMAN SCHWETZ
BRUNO GRINBERG BELLEZA
CAMILA HUROVICH
CAMILA SCALETSKY
CARINA HENKIN AMIEL
CAROLINA HOROWITZ VIEIRA
CAROLINA OLCHIK CANTERJI
CAROLINE KAPEL
CAROLINE SALTZ GENSAS
CATARINA CHIWIACOWSKY LEMOS
CATHERINA ISDRA MOSZKOWICZ
CECÍLIA WAINBERG
CECÍLIA WENZEL BRODACZ
CINTIA ROVINSKI
40
CÍNTIA TETELBOM
SCHUCHMANN
DAFNE KIVES
DAN NELSTEIN FIALKOW
DANA SCHAMES
DANI BURSZTEJN LERMANN
DANIEL GENSAS MESTER
DANIEL ROSENHEIN (ISRAEL)
DANIEL S. SPUNBERG
DANIELA GURSKI
DANIELA MALTZ RASKIN
DANIELA RUBIN
DANIELA SCHWARTZ
DANIELA TEITELBAUM FRIEDMAN
DANIELLE KASPER GLASSER
DAVI FIRPO TURIK
DAVID CHANAN DA ROSA GRINBERG
DAVID MALTZ KRANTZ
DAVID PRESMAN
DÉBORA OLIVEN
DÉBORA SIMINOVICH GURSKI
DÉBORA SOIBELMAN
DÉBORA WAINSTEIN PAIVA
DEBORAH LEISTNER SEGAL
DENIS MALTZ BIN
DENISE ROVINSKI
DIEGO ANDRÉ EIFER
EDUARDA BRODACZ DE
VASCONCELLOS
EDUARDA JOVEGELEVICIUS
EDUARDO DALL’AGNOL RODRIGUES
EDUARDO FRIDMAN VARGAS
EDUARDO FOLBERG
EDUARDO KIVES
EDUARDO MALTZ RASKIN
ELISA TETELBOM SCHUCHMANN
ESTER PRESMAN
ESTHER FAJER FERNANDES
(SEVILHA)
ETIELE AMIEL CORTEZ
(URUGUAIANA)
FABIANA FARIA GIGUER
FÁBIO SANBERG SCHUCHMANN
FELIPE CANTERGI FRIDMAN
FELIPE FOLBERG
FELIPE LECHTMAN NETO
FELIPE P. NEMETZ
FELIPE SALTZ (USA)
FELIPE SANBERG SCHUCHMANN
FELIPE SCHWARCZ BERLIM
FERNANDO ROSOLEN KIJNER
FERNANDA HALPERN FAERTES
FERNANDA KESSLER PEREIRA
FERNANDA S. SUKIENNIK
FERNANDA SOIBELMAN
FERNANDO ROSOLEN KIJNER
FLÁVIA GURSKI
FRANCISCO MILMAN
GABRIEL CZYZ
GABRIEL HERNAN EIFER
GABRIEL ISDRA MOSZKOWICZ
GABRIEL OLCHIK BORGES
GABRIEL SCHWARCZ MACHADO
GABRIEL SIMINOVICH GURSKI
GABRIEL SIVIERO SIBEMBERG
GABRIEL TEITELBAUM FRIEDMAN
GABRIEL V. DE MIRANDA
GABRIELA CHIWIACOWSKY LEMOS
GABRIELA FRIDMAN
GABRIELA GUELFAND
GABRIELA KESSLER PEREIRA
GABRIELA RAPAPORT AVERBUCH
GABRIELA TONATTO MELAMED
GABRIELLE POGORELSKY ESPOSITO
GEORGIA PAKTER
GIOVANA LAPUENTE GUELFAND
GUILHERME SCHWARTZMAN
RODRIGUES
GUILHERME V. DE MIRANDA
GUSTAVO BOSA (FLORIPA)
GUSTAVO FRIDMAN SCHWETZ
GUSTAVO RAPAPORT
GUSTAVO SCHAFRAN VOLQUIND
GUSTAVO SCHWARCZ BERLIM
HANAH GOLBSPAN
HANNAH SHARGORODSKY TERNER
HENRIQUE ISCOVITZ
HENRIQUE LERRER TERNER
HENRIQUE MOBÜS NHUCH
HILA TURKIENICZ
IAIR IUGT
IAN KERSZ
IAN RATINECAS
IANIV SHARABANI (ISRAEL)
IASMIN GOLBSPAN
IGNÁCIO ISDRA SNIADOWER
INBAL SHARABANI (ISRAEL)
ISABELA CARDON UNIKOVSKI
ISABELA NAIDITCH BERGER
ISABELLA G. MÜLLER
ISABELLE WAINSTEIN GROSSMANN
IURI COPSTEIN
IURY AMIEL CORTEZ
JAIME CARRION FIALKOW
JACQUES ENGELMAN KAUER
JAYME CAON JOVEGELEVICIUS
JULIA ADAMS PEREZ RASKIN
JULIA ALTSCHIELER TESSLER
JÚLIA BERESNIACK SCHEIRR
JULIA BURSZTEJN LERMANN
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
Na’amat Pioneiras
MAX NELSTEIN FIALKOW
MAYA KRUTER ERIJMAN
MEYR SHLOMO ZAGURY(RIO)
MICHAEL MILMAN
MORIAH ZAGURY (RIO)
MOSHE GUENDELMAN TVORECKI
NATAN LEVENTAL (USA)
NATAN PRESMAN
NATAN ROZENFELD OLCHIK
NATASCHA BERGER MURACHOVSKY
NICOLAS BERLIM TORRES
NICOLAS VAITSES CARNOS
NICOLE DIAMANTE WAJNTRAUB
NICOLE MACADAR CAVALHEIRO
NICOLE GIORDANI CARDON
NICOLE KAPEL
OFIR WLADIMIRSKY (ISRAEL)
OLÍVIA KNIJNIK DINIZ
OREN SELIGMAN (ISRAEL)
PAULA G. ROISENBERG
PAULINHO NAHARI (USA)
PAULO KREITCHMANN NETO
PEDRO BECKER FITERMAN ( Curitiba)
PEDRO CARDON UNIKOVSKI
PEDRO L. ZOUVI
PEDRO TURIK FIRMINO
PEDRO W. SCHANZER DE OLIVEIRA
PIERRE COPSTEIN
PIETRO SIBEMBERG COSO
RACHEL SPECHT ZILBERKNOP
RAFAEL AMIEL CHARCHAIT
(BRASÍLIA)
RAFAEL CZYZ
RAFAEL DALL’AGNOL RODRIGUES
RAFAEL FARIA GIGUER
RAFAEL FONSECA GORELIK
RAFAEL GALEGO GHIDALEVICH
RAFAEL H. WEINSTEIN
RAFAEL HOROWITZ VIEIRA
RAFAEL L. ZOUVI
RAFAEL PRESMAN
RAFAEL SALTZ GENSAS
RAFAEL SPUMBERG SEUS
RAFAEL TOBIAS COHEN TVORECKI
RAFAELA BRODACZ DE
VASCONCELLOS
RAFAELA COIFMAN GROSS
RAFAELA FISCHER FRIEDMAN
RAFAELA WAINSTEIN
RAFAELLA G. MÜLLER
RAISSA TURIK FIRMINO
RAPHAEL ZILBERKNOP MENDES
REBECA AMIEL CHARCHAIT
(BRASÍLIA)
REBECA ISCOVITZ
RENATA AXELRUD
RENATA H. WEINSTEIN
RENATA TERUCHKIN DA COSTA
RENATO AMIEL CHARCHAIT
(BRASÍLIA)
RICARDO H. WEINSTEIN
RICARDO PESCAROLO IOCHPE
ROBERTA LEISTNER SEGAL
ROBERTA PESCAROLO IOCHPE
ROBERTO AXELRUD
ROBERTO MALTZ RASKIN
ROBERTO SALTZ ROSENFELD
RODRIGO CHAIT FREITAS
RODRIGO FRIDMAN
RODRIGO LERRER TERNER
RODRIGO PRIKLADNICKI
RODRIGO RAPAPORT
RODRIGO ROSOLEN KIJNER
RODRIGO SALTZ ROSENFELD
ROGER ROZENFELD OLCHIK
RONI COHEN
RONI MALTZ BIN
SABRINA NADOLNY LEVIN
SABRINA S. BARKAN
SALO JOVEGELEVICIUS
SAMANTA NAHARI (USA)
SAMI MALTZ BIN
SAMUEL FAJER FERNANDES
(SEVILHA)
SARAH G. ROISENBERG
SARAH SHARGORODSKY TERNER
SHACHAR HALEVY (ISRAEL)
SOFIA WAINSTEIN
SOPHIA COIFMAN GROSS
STEPHANIE KESSLER GERCHMANN
SUZANA OLIVEN
TAL KOSMAN
TAMARA OLIVEN
TATIANA S. ZAGO
TESS SZAPSZAY
THEILA ZAGURY (RIO)
THEO HALPERN FAERTES
THEO HUROVICH
THÉO ISDRA SNIADOWER
THIAGO KREUTZ GROSSMANN
THIAGO SCHUCH ZILBERKNOP
URIEL IUGT
VICENTE WENZEL BRODACZ
VICENZO DAYRELL BERGER
VICTOR BECKER FITERMAN
(CURITIBA)
VINICIUS ISDRA SNIADOWER
VITOR OSTERMAN GROSSMANN
YAEL ROSENHEIN (ISRAEL)
YAFA LECHTMAN
YONI TURKIENICZ
ZIR WLADIMIRSKY (ISRAEL)
ZVI BLUM (ISRAEL)
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
JOVENS PATROCINADORES
JÚLIA CHIWIACOWSKY LEMOS
JULIA COIFMAN SZALANSKI
JULIA PAKTER
JULIA ZOUVI
JULIANA W. FRIDMAN
JULIANO SCHWARTZ
LAIS T. SUKIENNIK
LAYLA WAINSTEIN GROSSMAN
LAURA ALEIXO IGOR
LAURA KIVES
LEANDRO WASCHSMAN SCHANZER
LENA LEISTNER CLOTTES
LEONARDO SCHUCH ZILBERKNOP
LIORA SEMERIA MELAMED
LÍVIA GUERREIRO SZAJMAN
LORENZO Z. DE MIRANDA
LUCA MACADAR FERRERA
LUCAS FRIDMAN SCHWETZ
LUCAS SIVIERO SIBEMBERG
LUCAS SOIBELMAN MENEZES
LUCAS SUSLIK
LUCAS ZOUVI GERBER
LUISA CHATKIN
LUISA RIBEIRO KREITCHMANN
LUÍSA SCALETSKY
LUÍSA WLADIMIRSKI CIRIACO
LUIZ ALBERTO COHEN TVORECKI
LUIZ SPECHT ZILBERKNOP
LUÍZA SPUNBERG
MANOELA SCHNEIDER
MANUELA ISDRA RAJCHENBERG
MAOR SHARABANI (ISRAEL)
MARCEL CANTERGI FRIDMAN
MARCELA FISCHER FRIEDMAN
MARCELO AXELRUD
MARCELO GENSAS SPIELMANN
MARCELO GUERREIRO SZAJMAN
MARCELO HENKIN AMIEL (STA.
MARIA)
MARCELO MALTZ SCHUL
MARCELO W. FRIDMAN
MARIA AUGUSTA GALBINSKI
MARIA EDUARDA BOSA (FLORIPA)
MARIANA FOLBERG
MARIANA NAIDITCH DE SOUZA
MARIANA SCHNEIDER
MARINA LEVENTAL (USA)
MARINA NISSEMBLATH ROSENFELD
MARINA PAKTER
MARINA ZILBERKNOP MENDES
MARIO PESCAROLO IOCHPE
MARTINA IGOR
MARTINA SCHWARCZ MACHADO
MARTINA ZOUVI GERBER
MATHEUS WAINBERG DE ALES
MATHEUS ZILBERKNOP MENDES
MAURICIO SZAPSZAY
41
Na’amat Pioneiras
42
REVISTA DO 54º BAZAR | 2013
Na’amat Pioneiras
NA’AMAT PIONEIRAS - PORTO ALEGRE, ATRAVÉS DE SEUS GRUPOS ANY RERIN,
AVODÁ, BERTA SIMINOVICH, CHAI, CLARINHA MILMAN, COACH NEURIM, ELISHEVA
KAPLAN, HAMSA, HATIKVA, IACHAD, KIDMÁ, KINERET, MORASHÁ, PAULINA
CUPERSTEIN, PRACHIM, SARA BARKAIT e SHEMESH,
CONVIDA PARA O
54º BAZAR ANUAL
“O CENTRO HISTÓRICO
DE PORTO ALEGRE”
HOMENAGEADOS:
ENTIDADES BENEFICIADAS:
Carlos Jorge Appel
Davi Castiel Menda
Eva Sopher
Luiz Coronel
Associação Israelita Damas de Caridade
Casa do Artista Riograndense
Instituto do Câncer Infantil
Instituto da Criança com Diabetes
Lar da Criança Anne Frank
ALMOÇO, CHÁ DA TARDE, SHOWS MUSICAIS E DE DANÇAS, LEILÃO DE ARTES,
RECREAÇÃO INFANTIL, BRECHÓ, COMIDAS TÍPICAS JUDAICAS, ARTIGOS DE ISRAEL,
ARTIGOS DE COZINHA E MESA, ARTESANATO E VESTUÁRIO.
Domingo, dia 7 de julho, das 10h às 18h
Na Hebraica/RS - Rua Gen. João Telles, 508 (correalização Hebraica/RS)