Banco D. João de Castro - DOP
Transcription
Banco D. João de Castro - DOP
ISSN 0873-2841 UNIVERSIDADE DOS AÇORES DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E PESCAS Caracterização Ecológica e Sócio-Económica do Sítio de Importância Comunitária Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas Arquivos do DOP Série Relatórios Internos N.º 21/2004 Frederico Cardigos, Rogério R. Ferraz, Samanta Vizinho, Vanessa Santos, Vera Guerreiro, Fernando Tempera, Pedro Frade & Ricardo S. Santos Os Arquivos do DOP são publicações internas não periódicas e reúnem documentos técnicos e científicos, relatórios internos, estatísticos, de cruzeiros e documentais, de edição restrita, realizados por investigadores do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores (DOP/UAç) e do Centro do IMAR da Universidade dos Açores. Estes trabalhos podem não conter conclusões definitivas, podendo fazer referência apenas à aplicação e desenvolvimento de uma técnica de trabalho ou a resultados parciais de uma investigação. Como consequência, as opiniões emitidas nestas publicações comprometem exclusivamente o(s) seu(s) autor(es). UNIVERSIDADE DOS AÇORES DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E PESCAS PT-9901-862 HORTA PORTUGAL Tel.: (+ 351) 292 200 400 Fax: (+ 351) 292 200 411 http://www.horta.uac.pt Arquivos do DOP. Série Relatórios Internos ISSN 0873-2841 ARRANJO GRÁFICO - DOP/ Biblioteca e Documentação "Prof. Doutor José Ávila Martins" IMPRESSÃO - DOP/UAç Universidade dos Açores Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) Centro do IMAR da Universidade dos Açores Arquivos do DOP. Série: Relatórios Internos. N.º 21/2004 CARACTERIZAÇÃO ECOLÓGICA E SÓCIO-ECONÓMICA DO SÍTIO DE IMPORTÂNCIA COMUNITÁRIA BANCO D. JOÃO DE CASTRO (PTMIG0021) E MEDIDAS DE GESTÃO PROPOSTAS Frederico Cardigos, Rogério R. Ferraz, Samanta Vizinho, Vanessa Santos, Vera Guerreiro, Fernando Tempera, Pedro Frade & Ricardo S. Santos Departamento de Oceanografia e Pescas, Universidade dos Açores, PT 9901-862 Horta, Açores, Portugal. Horta, 4 de Outubro de 2004 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas FICHA TÉCNICA Coordenador Ricardo Serrão Santos Redactores Pedro Frade Rogério Ferraz Samanta Vizinho Vanessa Santos Vera Guerreiro Colaboradores Ricardo Medeiros Autoria A informação apresentada neste relatório é baseada na recolha de informação efectuada pela Equipa de Caracterização dos Sítios de Importância Comunitária e Sócio-Economia do Projecto OGAMP – Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas (Interreg IIIb – MAC/4.2/A2). Citação (este documento deverá ser citado como) Frederico Cardigos, Rogério R. Ferraz, Samanta Vizinho, Vanessa Santos, Vera Guerreiro, Fernando Tempera, Pedro Frade & Ricardo S. Santos. 2004. Caracterização Ecológica e Sócio-económica do Sítio de Importância Comunitária Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas. Arquivos Internos do DOP: Série Estudos n.º 21/2004: iv + 64 pp. a Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas AGRADECIMENTOS A recolha da informação necessária para a elaboração deste documento e o trabalho que lhe é inerente, iniciado em 1996, não teria sido possível sem a colaboração de diversas instituições e pessoas individuais às quais se agradece: Alexandre Aires da Silva Allan Bolten Amílcar Cardoso Ana Colaço André Sobrinho Gonçalves Angela Canha António Pascoal Carlos Silvestre Cedric d’Acoz Dália Reis Eduardo Dias Fernando Serpa Filipe Porteiro Francisco Cota Rodrigues Francisco Maduro-Dias Gérard Ayela Helen Martins Humberto Rodrigues João Alves João Gonçalves João Pedro Barreiros João Santos Jorge Fontes Jorge Gonçalves José Abraços José Gabriel Ferreira Matos José Pimentel Lourenço Azevedo Luís Garcia Rosa Luís Prieto Luís Sebastião Manuel Rufino Marc Brussieux Marco Aurélio Santos Marco Rosa Marcus Cardew Márinho Silva Mestre João Miguel Machete Nicolas Seube Norberto Serpa Pascal Coincé Paul Dando Paulo Martins Paulo Monteiro Paulo Oliveira Paulo Santos Paulo Vieira Pedro Afonso Peter Wirtz Renato Bettencourt Rogério Feio Rui Prieto Sampaio da Nóvoa Sérgio Ávila Susan Gubbay Telmo Gomes Tomaz Dentinho Valerie Sauce Vítor Hugo Forjaz Vítor Rosa. Aos mestres anónimos das embarcações de pesca que operam no D. João de Castro pelas informações detalhadas que prestaram durante a formulação de inquéritos retroactivos. Direcção Regional do Ambiente Direcção Regional das Pescas Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores. “Projecto Tartaruga” para o estudo da captura acidental de tartarugas-marinhas. Colaboração entre a Universidade da Florida e Universidade dos Açores. Empresa Lotaçor, EP. Norberto Serpa Todos os inquiridos anónimos que dispensaram algum do seu tempo para responderem aos inquéritos realizados b Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas ÍNDICE ÍNDICE........................................................................................................................................................................................................... I RESUMO ...................................................................................................................................................................................................... II CAPITULO I – DESCRIÇÃO ........................................................................................................................................................................ 1 1. INFORMAÇÕES GERAIS .......................................................................................................................................................................... 1 Localização e descrição..................................................................................................................................................................... 1 Descrição Sumária............................................................................................................................................................................. 1 Estatutos de Protecção ...................................................................................................................................................................... 2 2. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................................................................................................... 4 Características físicas ........................................................................................................................................................................ 4 Características Biológicas / Ecológicas ............................................................................................................................................. 5 3. CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA ................................................................................................................................................. 11 Pesca ............................................................................................................................................................................................... 11 Frota de tunídeos ............................................................................................................................................................................. 11 Turismo ............................................................................................................................................................................................ 11 CAPITULO II – AVALIAÇÃO E OBJECTIVOS ......................................................................................................................................... 13 1. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ECOLÓGICA ................................................................................................................................................. 13 2. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA ..................................................................................................................................... 16 Atractivo Paisagístico....................................................................................................................................................................... 19 3. FACTORES QUE INFLUENCIAM A GESTÃO .............................................................................................................................................. 19 Factores Naturais............................................................................................................................................................................. 19 Factores Introduzidos pelo Homem ................................................................................................................................................. 19 Factores Jurídicos............................................................................................................................................................................ 20 4. ORIENTAÇÕES E OBJECTIVOS DE GESTÃO ............................................................................................................................................ 20 Definição das orientações de gestão............................................................................................................................................... 20 CAPITULO III – MEDIDAS DE GESTÃO................................................................................................................................................... 22 1. MEDIDAS, ACÇÕES E ACTIVIDADES ....................................................................................................................................................... 22 Regras de Utilização ........................................................................................................................................................................ 23 Monitorização Ambiental e Sócio-Económica.................................................................................................................................. 24 Vigilância e Fiscalização .................................................................................................................................................................. 24 Promoção Ambiental........................................................................................................................................................................ 24 2. CRONOGRAMA DE TRABALHOS POR ÁREA ............................................................................................................................................ 26 CAPITULO IV – BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................... 27 1. MONOGRAFIAS, ARTIGOS CIENTÍFICOS E RELATÓRIOS ........................................................................................................................... 27 2. FOLHETOS INFORMATIVOS ................................................................................................................................................................... 27 3. PÁGINAS DE INTERNET ......................................................................................................................................................................... 27 4. LEGISLAÇÃO ........................................................................................................................................................................................ 28 ANEXO I – DESCRIÇÃO DOS LIMITES DO SIC ...................................................................................................................................... 29 ANEXO II - PROTOCOLO PARA A MONITORIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DOS SIC............................................... 30 BIÓTOPOS ............................................................................................................................................................................................... 30 Enseadas e Baías Pouco Profundas (1160).................................................................................................................................... 30 Recifes (1170).................................................................................................................................................................................. 30 Grutas Marinhas Submersas ou Semi-Submersas (8330) .............................................................................................................. 31 Espécies........................................................................................................................................................................................... 31 FICHAS DE REGISTO................................................................................................................................................................................. 31 Fichas de Mergulho.......................................................................................................................................................................... 31 Fichas de Caracterização Fisiográfica de Biótopo........................................................................................................................... 33 Fichas de Espécies .......................................................................................................................................................................... 35 Escala de Abundância SACFOR ..................................................................................................................................................... 35 ANEXO IIA – FICHA DE MERGULHO....................................................................................................................................................... 38 ANEXO IIB – FICHAS DE CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DE BIÓTOPOS .................................................................................. 39 ANEXO IIC – FICHA DE ESPÉCIES.......................................................................................................................................................... 40 ANEXO III – RESULTADOS OBTIDOS NA CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL ..................................................................................... 41 ANEXO IV – METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................................................. 57 DIMENSÃO .............................................................................................................................................................................................. 57 DIVERSIDADE .......................................................................................................................................................................................... 57 NATURALIDADE ....................................................................................................................................................................................... 58 Intervenção Terrestre....................................................................................................................................................................... 58 Exploração Costeira......................................................................................................................................................................... 58 Modificadores Antropogénicos (Área Marinha)................................................................................................................................ 59 Espécies Não Nativas ...................................................................................................................................................................... 59 ANEXO V – LISTA DE ESPÉCIES MARINHAS INTRODUZIDAS NOS AÇORES .................................................................................. 61 ANEXO VI – METODOLOGIA PARA CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA ................................................................................. 63 i Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas RESUMO Neste documento é apresentada a Caracterização Ecológica e Sócio-económica do Sítio de Importância Comunitária (SIC) Banco D. João de Castro efectuada no âmbito do Protocolo de Planos de Gestão de Sítios seleccionados nos Açores (celebrado entre a Secretaria Regional do Ambiente dos Açores e o IMAR - Instituto do Mar) e são propostas medidas de gestão para esta área. A caracterização do ambiente marinho do SIC teve especial incidência nos habitats e espécies constantes nos anexos das directivas, mas também em espécies que possuem algum tipo específico de protecção internacional, nacional ou regional, ou propostas para serem protegidas. Para a realização deste trabalho foram realizados mergulhos de caracterização ao longo de todo o SIC, além de se ter compilado a informação existente para a zona costeira dos Açores, em especial para esta área. Como um dos objectivos da Rede NATURA 2000 consiste na utilização sustentada das espécies e habitats existentes numa determinada área, foi igualmente compilado a informação existente sobre a caracterização sócio-económica do SIC realizada por Cardigos (2002), complementado com informação estatística publicada. Após a análise dos dados recolhidos, e avaliação dos mesmos, são propostas as regras de utilização deste SIC. Todas as actividades propostas têm como objectivo a melhoria da conservação das espécies e habitats existentes no local, compatibilizar as diferentes utilizações e promover actividades ambientalmente sustentáveis. Entre as medidas propostas destacam-se a ordenação do espaço, limitando a exploração em zonas pontuais. Por fim, é apresentado o cronograma para a implementação das medidas propostas e das actividades a realizar nos próximos 5 anos. ii Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas CAPITULO I – DESCRIÇÃO 1. Informações Gerais Localização e descrição Localização e limites Fig. 1. Mapa com a localização do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) no Canal entre as ilhas Terceira e São Miguel (esquerda) e limites do SIC (direita). Nome do sítio: Código: Ilha: Concelho: Coordenadas: Banco D. João de Castro PTMIG0021 Canal Terceira – São Miguel Área Terrestre: Área Marinha: Área Total: 0 1659 ha 1659 ha Altitude mínima: Profundidade máxima: 38º13,327’N - 26º36,393’W 13 m 510 m Descrição Sumária Situado a 35 milhas de Angra do Heroísmo, a 38 milhas da costa mais próxima de São Miguel (55 milhas do porto de Ponta Delgada), o Banco D. João de Castro emerge dos 1000 metros com a forma aproximada de um cone. No topo deste cone, a cerca dos 50 metros de profundidade, há uma plataforma de pendor suave e essencialmente arenosa. Este planalto é interrompido, perto do centro, pelo que resta de uma cratera. Esta cratera dispõe-se por uma área com cerca de 600 por 300 metros e tem o seu mínimo de profundidade aos 13 metros. As escoadas lávicas que compõem o cone apresentam morfologia irregular e muitas cavidades. O bordo da cratera, extremamente erodido, apresenta enormes rochas com frinchas onde a actividade hidrotermal é intensa. Na base do cone há algumas acumulações de blocos de rocha misturados com areia. Este local, apesar de longe de costa, é bastante utilizado por actividades de extracção de recursos vivos principalmente por parte da pesca comercial, mas também pela pesca turística (pesca de mar alto). Apesar de ser um local em que os mergulhadores têm de ser muito experientes começa a haver grande interesse em utilizar esta área como local de mergulho turístico. 1 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas A temperatura superficial da água varia entre 16,3ºC em Janeiro e os 26,3ºC em Setembro, tendo como média 18,4ºC (RODRIGUES 2003). A 22 m de profundidade a temperatura mínima é de cerca de 14,3ºC em Abril, e a máxima de 24,2ºC em Agosto (dados recolhidos pelo datalogger colocado em Setembro de 2002 e recolhido em Setembro de 2003). Estatutos de Protecção Diferentes estatutos de protecção podem aplicar-se aos SIC. Em seguida consideram-se apenas aqueles que se aplicam à área que sofre a influência do mar, ou seja, que vai desde o limite superior do supra-litoral até à zona subtidal. Na justificação da classificação deste local como SIC foi utilizada a ocorrência dos seguintes habitats e espécies constantes dos anexos da directiva habitats†: Habitats 1170 - Recifes Espécies Fauna Calonectris diomedea borealis (Cagarro) Caretta caretta (Tartaruga-careta) Oceanodroma castro (Angelito/Painho-da-Madeira) Tursiops truncatus (Roaz)~ * Durante a realização dos trabalhos de caracterização identificaram-se 3 habitats, que, apesar de não constarem na directiva, parece-nos ser importante a sua inclusão na definição deste SIC, ou mesmo propostos como habitats a incluir na directiva, são eles: Emanações gasosas de hidrotermais de baixa profundidade Ambiente pelágico Montes submarinos oceânicos Além das espécies constantes nos anexos das respectivas directivas, existem várias outras espécies que possuem algum nível de protecção regional, nacional ou internacional ou são especialmente importantes para o local, que devem ser tidas em conta, são elas: Invertebrados Maja capensis (Santola) Megabalanus azoricus (Craca) Octopus vulgaris (Polvo-comum) Patella aspera (Lapa brava) Scylarides latus (Cavaco) † Directiva Habitats – Directiva n.º 92/43/CEE, do Conselho, de 21 de Maio, alterada pela Directiva 97/62/CE do Conselho de 27 de Outubro de 1997 e Decreto Lei n.º 140/99 de 24 de Abril 2 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Peixes Epinephelus marginatus (Mero) Mycteroperca fusca (Badejo) Pagellus bogaraveo (Carapau quando juvenil) Pagrus pagrus (Pargo) Parablennius ruber (Caboz-lusitano) Phycis phycis (Abrótea) Xiphias gladius (Espadarte) Aves Puffinus gravis (Cagarro-de-coleira) Cetáceos Delphinus delphis (Golfinho-comum) Espécies com importância para a conservação não registadas mas de ocorrência provável no SIC ‡ Invertebrados Palinurus elephas (Lagosta) Peixes Coryphoblennius galerita (Caboz-de-crista) Diplecogaster bimaculata pectoralis (Peixe-ventosa-dos-ouriços) Gaidropsarus guttatus (Viúva) Gobius paganellus (Bochecha) Mullus surmuletus (Salmonete) Pagrus pagrus (Pargo) Parablennius incognitus (Caboz-das-cracas) As diferentes condicionantes legais que se podem aplicar a este local são: ‡ CITES (Decreto Lei n.º 114/90 de 5 de Abril); Convenção de Berna (Decreto Lei n.º 316/89 de 22 de Setembro); NATURA 2000 (Decreto Lei n.º 140/99 de 24 de Abril, Decreto Legislativo Regional n.º 18/2002/A de 16 de Maio); Instrumentos de Gestão Territorial (Decreto Lei n.º 380/99 de 22 de Setembro, com a adaptação à região pelo Decreto Legislativo Regional n.º 14/2000/A de 23 de Maio, com as alterações do Decreto Legislativo Regional 38/2002/A de 3 de Dezembro e do Decreto Legislativo Regional 24/2003/A de 12 de Maio); Lista de SIC (Decisão da Comissão de 28 de Dezembro de 2001 e aprovação para a região pela Resolução n.º 30/98 de 5 de Fevereiro, rectificada pela Declaração n.º 12/98 de 7 de Maio e adaptação à Região do Decreto Lei n.º 140/99 de 24 de Abril pelo Decreto Legislativo Regional n.º 18/2002/A de 16 de Maio); Introdução de espécies não indígenas (Decreto Lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro, Resolução n.º 148/98 de 25 de Junho); Dado que o local reúne as características ecológicas onde normalmente é possível encontrar estes organismos 3 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Regulamentação da Pesca (Decreto Regulamentar n.º 43/87 de 17 de Julho); Pesca por Apanha (Portaria n.º 1102-B/2000 de 22 de Novembro); Pesca à Linha (Portaria n.º 1102-C/2000 de 22 de Novembro, Portaria n.º 101/2002 de 24 de Outubro); Pesca por Arte de Armadilha (Portaria n.º 1102-D/2000 de 22 de Novembro, Portaria n.º 30/2004 de 22 de Abril com a rectificação pela Declaração n.º 2/2004); Pesca por Arte de Arrasto (Portaria n.º 1102-E/2000 de 22 de Novembro); Pesca por Arte Envolvente-Arrastante (Portaria n.º 1102-F/2000 de 22 de Novembro); Pesca por Arte de Cerco (Portaria n.º 1102-G/2000 de 22 de Novembro); Pesca por Arte de Emalhar (Portaria n.º 1102-H/2000 de 22 de Novembro, Portaria n.º 35/94 de 21 de Julho); Tamanhos mínimos de captura (Portaria n.º 27/2001 de 15 de Janeiro, Regulamento CE n.º 850/98 de 30 de Março, Portaria n.º 19/83 de 3 de Maio); Caça submarina (Decreto Legislativo Regional n.º 5/85/A de 8 de Maio); Regulamento da Observação de cetáceos (Decreto Legislativo Regional 10/2003/A de 22 de Março); Exploração de crustáceos costeiros (Portaria n.º 19/83 de 5 de Maio). Condicionantes técnico-científicas Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal1 o estatuto V: Epinephelus marginatus (Mero); o estatuto I: Mycteroperca fusca (Badejo), Gaidropsarus guttatus (Viúva); o estatuto K: Mullus surmuletus (Salmonete), Gobius paganellus (Bochecha), Coryphoblennius galerita (Caboz-de-crista), Parablennius incognitus (Caboz-dascracas), Parablennius ruber (Caboz-lusitano), Diplecogaster bimaculata pectoralis (Peixe-ventosa-dos-ouriços); o estatuto CT - Pagellus bogaraveo (Carapau quando juvenil), Pagrus pagrus (Pargo), Phycis phycis (Abrótea). Espécies regionais propostas para o Anexo V da Convenção OSPAR (Oslo - Paris) (Decreto n.º 59/97 de 31 Outubro): o Patella aspera (Lapa-brava); o Megabalanus azoricus (Craca). 2. Caracterização Ambiental Na caracterização bio-ecológica do SIC D. João de Castro, realizaram-se 60 mergulhos distribuídos por 6 locais. No Anexo II são apresentadas mais informações relativas aos mergulhos e metodologia aplicada. Características físicas Segundo Francisco Cota Rodrigues (informação não publicada), investigador e geólogo do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores: "O Banco D. João de Castro é um aparelho vulcânico submarino constituído por escoadas lávicas e 1 Nota: estatuto V – Vulnerável; estatuto R – Raro; estatuto I – Indeterminado; estatuto K – Insuficientemente Conhecido & estatuto CT – Comercialmente Ameaçado 4 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas depósitos vulcanoclásticos submarinos sobrepostos. Localiza-se entre as ilhas Terceira e S. Miguel, sensivelmente na zona que delimita as fossas de Hirondelle Norte e Sul. Do ponto de vista da tectónica global do Atlântico Norte, esta estrutura insere-se num alinhamento vulcano-tectónico, conhecido por rift da Terceira, constituído por uma série de falhas normais e cones vulcânicos de orientação 145º NNW-SSE que se desenvolvem desde o Sul de Santa Maria até à Crista Médio Atlântica. Para além deste aparelho vulcânico, o rift da Terceira, engloba ainda os ilhéus das Formigas, a bacia de S. Miguel, o dorso vulcânico da Terceira, a bacia da Graciosa Este, a ilha da Graciosa e a bacia da Graciosa Oeste. Do ponto de vista sísmico e vulcânico o Banco D. João de Castro é bastante activo, apresentando formas secundárias de vulcanismo muito evidentes, nomeadamente fumarolas, nascentes termais e um gradiente geotérmico muito elevado." Vítor Hugo Forjaz, investigador do Departamento de Geociências da Universidade dos Açores, acrescenta “Sob o ponto de vista geológico o Banco D. João de Castro tem invulgar interesse por ser um vulcão compósito em evolução, ou seja, é um exemplo típico do desenvolvimento duma Ilha oceânica. Primeiro instalou-se numa linha de fractura notável, denominada transoceânica (a fractura Mid-Atlantic Ridge – Graciosa – Terceira Banco D. João de Castro - S. Miguel - Gibraltar), seguidamente passou por uma série de episódios submarinos, do tipo surtseyano a emissões de pillows e possivelmente por fases serretianas (pillows temporariamente flutuantes), depois emergiu constituindo sucessivas ilhotas com derrames subaéreos, basálticos (os últimos em 1720). Posteriormente colapsou, afundando-se e actualmente parece estar a passar por uma fase de up lift com fortes desgasificações, possível prenuncio de erupção. Além disso, trata-se dum aparelho vulcânico onde se registam quer eventos de cariz vulcânico quer tectónico, neste caso, alguns eventos fortes, de alta magnitude. O Banco D. João de Castro é uma das evidentes provas da dinâmica tectónica e vulcânica do arquipélago”. A todas estas razões juntam-se “as repercussões sísmicas que podem existir na Terceira e em S. Miguel” para justificar o interesse na continuação e monitorização do estudo desta área. Em termos geomorfológicos o Banco D. João de Castro é constituído por uma montanha com base a cerca de 1000 metros de profundidade. O pendor de subida do maior pico é muito elevado e a subida pára numa grande plataforma aos 50 metros de profundidade constituída essencialmente por areia. Esta plataforma serve de base a um segundo pico de reduzidas dimensões (apenas 600 por 300 metros) constituída por rocha basáltica. É na parte NE desta pequena zona rochosa que se encontra a maior concentração hidrotermal. Um segundo pico, tem a base comum ao D. João de Castro (cerca de 1000 metros) e projecta-se com uma forma tipo cone até aos 150 metros. Foi no topo deste segundo pico que foi duplamente indiciada a presença de fenómenos vulcânicos, ainda não compreendidos na totalidade, talvez actividade hidrotermal. Características Biológicas / Ecológicas No decorrer das imersões realizadas foram identificadas um total de 230 espécies distribuídas por 15 filos, num total de 178 espécies animais, 45 espécies de algas e 1 espécie incluída no reino Monera. Os filos com maior riqueza específica foram, nas algas, o filo Rhodophycota (20 espécies), e nos animais o filo Chordata (com 82 espécies), Mollusca (45 espécies) e Arthropoda (12 espécies) (Fig. 2). 5 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Rhodophycota Phaeophycota Chlorophycota M onera Chordata M ollusca Filo Art hropoda Cnidaria Porifera Echinodermata Annelida Bryozoa Tunicata Ctenophora Pycnogonida 0 20 40 60 80 100 Nº de Espécies Fig. 2. Número de espécies de cada filo (a verde reino Algae, a amarelo reino Monera, a azul reino Animalia) identificadas no SIC D. João de Castro. Comunidades Bentónicas Algas A zona mais superficial do Banco é essencialmente rochosa e com inclinações elevadas. A zona mais profunda da zona rochosa do Banco (entre os 25 e os 45 metros) é povoada por algas da espécie Zonaria sp. (agregação C na Fig. 3). A zona mais superficial (entre os 13 e os 25 metros) sem actividade hidrotermal é povoada por algas das espécies Sargassum sp., Coralina sp. e Halopteris sp. (agregação B da Fig. 3). No caso das zonas com actividade hidrotermal registou-se a presença de tapetes de bactérias e quantidades elevadas da alga Codium elisabethae (agregação A na Fig. 3). Dentro da agregação A foi possível empiricamente separar as áreas em que os tapetes de bactérias apresentavam tons mais amarelados dos mais esbranquiçados e mais comuns. Ambas as áreas A e B, apresentaram elevado número de juvenis das espécies de peixes peixe-rei (Coris julis) e raínha (Thalassoma pavo) (esta apenas nas zonas mais superficiais). Para além das agregações de juvenis referidas, estas áreas apresentaram ainda consistentemente outras espécies de peixes como castanheta-castanha (Chromis limbata), castanheta-azul (Abudefduf luridus), veja (Sparisoma cretense), garoupa (Serranus atricauda) e bodião-vermelho (Labrus bergylta). 6 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Fig. 3. Figura tridimensional do Banco D. João de Castro com informação sobre cinco agregações de espécies identificadas para este local (imagem 3D cedida por Luís Sebastião – ISR/IST e arranjo gráfico do Grupo E). Invertebrados Em termos de invertebrados algumas espécies foram encontradas em todos os mergulhos realizados. Assim, além de junto às fontes hidrotermais ser possível encontrar sempre tapetes de bactérias do tipo Beggiatoa (a identificação ainda se encontra a realizar), é ainda vulgar encontrar grandes áreas (entre 50 a 100 cm de diâmetro) cobertas com esponjas do género Cliona sp. (diferente da C. viridis e C. celata também identificadas para o local). Espécies como as polychaeta (Hermodice carunculata e Sabella spalanzani), e os arthopoda (Calcinus tubularis, Dardanus calidus, Pagurus cuanensis e Xantho incisus) são bastante frequentes encontrar neste local. Além destes, ocasionalmente é possível encontrar santolas (Maja brachydactyla), lapas-brava (Patella aspera), polvos (Octopus vulgaris), lapa-burra (Haliotis coccinea), búzio (Charonia lampas), pina (Pina rudis), estrela-do-mar (Ophidiaster ophidianus) e os ouriços (Sphaerechinus granularis, Arbacia lixula e Paracentrotus lividus). Zonação Zonação horizontal Horizontalmente parece não haver nenhum tipo de zonação aparente, no que diz respeito a espécies de algas, invertebrados ou peixes. No entanto, as duas zonas de actividade hidrotermal identificadas (zona amarela e zona branca) (Figs. 4 e 5) parecem ser o único factor de zonação, havendo uma maior agregação de elevado número de 7 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas juvenis de peixe-rei (Coris julis) e raínha (Thalassoma pavo) (esta apenas nas zonas mais superficiais). Para além das agregações de juvenis referidas, estas áreas apresentaram ainda, consistentemente, outras espécies de peixes como castanheta-castanha (Chromis limbata), castanheta-azul (Abudefduf luridus), veja (Sparisoma cretense), garoupa (Serranus atricauda) e bodião-vermelho (Labrus bergylta). Fig. 4. Zona Branca e zona amarela no Banco D. João de Castro. 13.5' Latitude 38ºN 13.4' 13.3' 13.2' 13.1' 36.5' 36.4' 36.3' 36.2' 36.1' 36.0' Longitude 26ºW Fig. 5. Mapa indicando a zona branca (cinza) e a zona amarela. Os pequenos círculos brancos representam as zonas em que foram colocados instrumentos científicos durante os trabalhos do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores. 8 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Zonação vertical Manchas de algas do género Sargassum e de coralináceas erectas cobrem as zonas expostas que não estão tão sujeitas à actividade hidrotermal. As zonas com actividade hidrotermal são caracterizadas pela presença de tapetes de bactérias (grupo Beggiatoa) junto das saídas gasosas e algumas aglomerações de Codium elisabethae. As zonas rochosas mais profundas possuem uma densidade elevada de Zonaria tournefortii. As comunidades pelágicas são particularmente exuberantes, sendo de realçar a ocorrência de espécies de peixes pelágicas como: cavala-da-índia (Acanthocybium solandri), jamantas (Mobula tarapacana), bicudas (Sphyraena viridensis), patruças (Kyphosus spp.), bonitos (Katswonus pelamis) e serras (Sarda sarda). Biótopos e Abundâncias Neste SIC é possível identificar diversos habitats: sedimento (existente apenas a partir dos 40 m), leito rochoso, paredes, poucos blocos e fendas, biótopos que albergam espécies que pela sua presença e abundância os caracterizam. Não há dados para caracterizar com fiabilidade os biótopos a partir dos 60m. Sedimento Apenas é possível encontrar areia a cerca de 40 m de profundidade, pelo que muito pouco se pode dizer sobre o mesmo. Não foi registado qualquer crescimento algal no fundo de sedimento amostrado. Leito Rochoso e Paredes O fundo rochoso amostrado e paredes do Banco D. João de Castro apresentam, na zona mesmo profunda (13 aos 25 m) e sem actividade hidrotermal, um povoamento algal composto principalmente por algas das espécies Sargassum cf. vulgare, Coralina sp. e Halopteris filicina, sendo também possível encontrar Padina pavonica, Halopteris filicina, Carpomitra costata, e ocasionalmente comum a Cladostephus spogiosus Nas maiores profundidades os povoamentos são dominados por Zonaria tournefortii. Nas zonas de maior actividade hidrotermal a espécie Codium elisabethae pode ser super-abundante. Além das algas, em muitos dos locais onde encontramos estes dois biótopos as espécies de invertebrados não são muito abundantes, com excepção aos locais de fundo rochoso mais abrigados (em pequenas crateras). Neste locais, normalmente, há maior actividade hidrotermal e aí além das bactérias tipo Beggiatoa, é possível encontrar grandes quantidades de poliqueta Hermodice carunculata, alguns ouriços (Sphaerechinus granularis, Arbacia lixula e Paracentrotus lividus), moluscos (Pinna rudis, Charonia lampas) e estrelas-do-mar (Ophidiaster ophidianus). Blocos Este biótopo é pouco significativo neste local, encontrando-se normalmente agrupados em crateras de pequenas dimensões. Não se encontram grandes diferenças relativamente à diversidade encontrada nos locais de leito rochoso mais abrigados, descritos anteriormente. 9 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Fendas Nas fendas o crescimento algal é bastante reduzido e por essa razão não é evidente qualquer tipo de zonação. Ainda assim, as fendas são em grande parte revestidas por algas encrustantes indeterminadas, tanto rodófitas – coralináceas e não calcárias - como encrustantes faeófitas. No que diz respeito aos animais invertebrados as fendas albergam a quase totalidade das espécies encontradas neste SIC. Existe uma elevada riqueza específica, mas a maioria das espécies não são muito abundantes. Peixes Devido há mobilidade deste grupo de organismos e à pouca adequação do método de quantificação dos organismos utilizado, as densidades dos peixes não estão contabilizadas por biótopos. Pelas suas características, neste local são abundantes espécies de hábitos pelágicos tais como patruças (Kyphosus spp.) e peixe-porco (Balistes carolinensis), menos frequentemente observam-se lírios (Seriola rivoliana), jamantas (Mobula tarapacana) e cavalas-da-Índia (Acanthocybium solandri). Das espécies mais bentónicas destacam-se grandes quantidades de castanhetas (Abudefduf luridus e Cromis limbata), peixe-rei (Coris julis), salemas (Sarpa salpa), garoupa (Serranus atricauda) e rainhas (Thalassoma pavo). Além destes destacam-se pela sua presença constante o mero (Epinephelus marginatus) e o peixe-cão (Bodianus scrofa), que frequentemente aparecem a maiores profundidades. Nas fendas são muito comuns e exclusivas deste biótopo o folião (Apogon imberbis) e as moreias (Gymnothorax unicolor, Muraena augusti e M. augusti). O rascasso (Scorpaena maderensis), aparece também em grande quantidades, mas não exclusivamente nas fendas e buracos. Outros organismos Répteis De acordo com os dados do Projecto Tartaruga, que decorre no DOP desde 2000, foram registadas neste SIC três das cinco espécies de tartarugas existentes nos Açores: tartaruga-careta (Caretta caretta*), tartaruga-verde (Chelonia mydas) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Cetáceos O roaz (Tursiops trucatus) foi avistado em cerca de 50% dos dias de observação. * Espécie prioritária 10 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas 3. Caracterização Sócio-Económica Pesca Frota demersal No período de 1990 a 1999 foram registadas 20 embarcações de pesca demersal a exercer a actividade no Banco D. João de Castro. Destas, 12 estão registadas em Ponta Delgada, 6 em Angra do Heroísmo e 1 em Santa Cruz da Graciosa e outra na Horta. Duas destas embarcações estão registadas como sendo de pesca local e as restantes registadas como pesca costeira. O comprimento fora-a-fora das embarcações varia entre 9 e 28 metros e a potência entre 44 e os 368 kw. O controlo desta pescaria é realizado através da rede de lotas dos Açores Lotaçor, E.P. As artes de pesca utilizadas na zonas intermédias entre costa e largo, correspondente à zona do Banco D. João de Castro são as espinhel, estralheira, gatoeiro (linha de mão), gorazeira, jogada, palangre-de-fundo e rabadela (adaptado de Fernandes, 1984 e Menezes, 1996). Através das bases de dados de inquéritos de pesca confirmou-se a utilização de palangre-de-fundo (representa mais de 90% das descargas), da gorazeira e da linha de mão. As espécies alvo das artes utilizadas no Banco D. João de Castro são preferencialmente goraz (Pagellus bogaraveo), boca-negra (Helycolenus dactylopterus dactylopterus) e cherne (Polyprion americanus), mas também abrótea (Phycis phycis), bagre (Pontinus kuhlii), chicharro (Trachurus picturatus), garoupa (Serranus atricauda), moreia (várias espécies da família Muraenidae) e pargo (Pagrus pagrus). As tintureiras (Prionace glauca) e o espadarte (Xiphias gladius) são as principais espécies capturadas pela frota de palangre de superfície. Frota de tunídeos A frota do atum é constituída por duas dezenas de embarcações com comprimentos de cerca de 30 metros. A frota de palangre derivante ou de superfície é constituída por duas sub-frotas: a oriunda do Continente e a Açoreana. Ambas as frotas operam em toda a ZEE dos Açores, mediante licenciamento da Direcção Regional das Pescas. Existem descargas efectuadas nos Açores e descargas efectuadas no Continente, por ambas as frotas, o que significa que não há indicações sobre as capturas efectuadas especificamente nos Açores e menos ainda no Banco D. João de Castro, situação caracterizada por Cardigos (2002). Turismo As empresas de mergulho não revelam grande interesse em operar no Banco D. João de Castro. Este tipo de operação é complexo e financeiramente dispendioso e existe a impossibilidade de fazer deslocar as pequenas embarcações para este local, que se situa a 35 milhas do porto de abrigo mais próximo. Para além disto, junto à costa os operadores têm a possibilidade de efectuar três mergulhos diferentes por dia, sendo esta exploração economicamente mais atractiva. Neste momento o Banco é explorado, em termos de mergulho com escafandro autónomo, por particulares que organizam as suas próprias expedições. Por outro lado, os operadores turísticos de pesca desportiva consideram que a exploração do Banco D. João de Castro, sob o ponto de vista da escafandria, pode ser uma alternativa ao seu recurso habitual (a pesca de grandes pelágicos) visto este ser muito instável, fazendo variar os seus lucros de ano para ano (Fig. 6). 11 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Fig. 6 Imagens do Banco D. João de Castro, que enfatizam a possibilidade de utilização para o turismo subaquático com escafandro autónomo (fotos: Luís Quinta – Revista Mundo Submerso). 12 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas CAPITULO II – AVALIAÇÃO E OBJECTIVOS 1. Critérios de Avaliação Ecológica Dimensão O SIC Banco D. João de Castro, apresenta apenas a componente marinha, com uma dimensão de 1659 ha. Esta área é elevada em comparação com os restantes SIC do arquipélago dos Açores, apesar disso, parece adequada dados valores que se pretendem classificar: monte submarino oceânico com actividade hidrotermal. O SIC está todo incluído na zona infralitoral e estende-se desde profundidades superiores a 1000 m até aos 13. As dimensões determinadas para este SIC e utilizadas nos diversos cálculos encontram-se representadas no Quadro I. Quadro I Avaliação da Dimensão do SIC do Banco D. João de Castro. A classificação aplicada é descrita no Anexo IV. Classificação Muito superior Muito superior Não aplicável Área Marinha Área Total Linha de Costa As dimensões do SIC são apresentadas na secção da Localização e Descrição (pág. 1) Diversidade Estão registadas para o D. João de Castro 230 espécies. Entre estas destacam-se 4 referidas no Anexo I da Directiva Habitats (Tursiops truncatus, Caretta caretta, Calonectris diomedea borealis e Oceanodroma castro). Outras 15 espécies registadas na área, possuem algum nível de protecção. Um dos habitats presentes no D. João de Castro encontra-se classificado na Directiva Habitats (1170). Estes factos realçam a importância Europeia deste local. No entanto, 3 habitats presentes neste local e que possuem elevada importância para a conservação da natureza, não estão classificados na Directiva Habitats. Para além das características referidas anteriormente, o facto de ser um dos poucos locais a possuir emanações gasosas de baixa profundidade e de constituir um monte submarino, valoriza a importância para a conservação ambiental e o interesse científico da área. Uma avaliação da diversidade deste SIC é apresentada no Quadro II. Quadro II Avaliação da Diversidade do SIC D. João de Castro. A classificação aplicada é descrita no Anexo IV. Total Registado no SIC Classificação 1 5 Inferior Superior 2 45 101 78 230 Superior Média Média Superior Média Características Físicas N.º Habitats (Anexo I) N.º Biótopos Características Biológicas Espécies (Anexo III) Algas Invertebrados Peixes Total* * O valor apresentado para o Total inclui espécies não incluídas nos grupos considerados. 13 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Fragilidade O número elevado de espécies registadas para este SIC, comparativamente com os restantes SIC dos Açores, resulta da sua extensão em área e em profundidade e da diversidade de fontes utilizada na sua caracterização, o que não significa que possua uma diversidade extraordinária. Deve-se reforçar que, o número de espécies registadas por área ou por profundidade para o Banco D. João de Castro é reduzido. Este facto reforça a sua fragilidade e implica medidas de gestão adequadas. Os ecossistemas marinhos isolados, como as ilhas e os recifes, perdem diversidade conforme aumenta a distância aos sistemas costeiros (adaptado de MacArthur & Wilson, 1967). Uma vez que a distância que separa o Banco D. João de Castro das zonas pouco profundas mais próximas ser superior a 35 milhas, é de esperar que o número de espécies seja menos elevada. No entanto, a diminuição do número de espécies e as pequenas populações presentes favorecem uma maior fragilidade do ecossistema em relação a eventuais agressões ambientais. Esta baixa resiliência deve-se à baixa variabilidade genética (inbreeding) e à inerência estocástica dos valores demográficos (desde o número de descendentes até à dificuldade de encontrar parceiros para a reprodução) e das variações ambientais. Em grande parte das imersões realizadas no Banco D. João de Castro, tanto realizadas por mergulhadores como por meio de instrumentos científicos (veículos de operação remota), foram observados restos de aparelhos de pesca. A exploração intensiva desta área é o resultado de legislação particular dos Açores (Portaria n.º 101/2002 de 24 de Outubro) que obriga ao afastamento das zonas costeiras de parte da frota de pesca (palangreiros). Independentemente da situação anterior, a fragilidade do Banco D. João de Castro aumentou como consequência deste aumento de esforço. Representatividade O Banco D. João de Castro é um Monte Submarino do largo que engloba uma área hidrotermal de baixa profundidade de 1.1 ha. A zona com maior actividade hidrotermal concentra-se na zona NW da área mais superficial do Banco. Depois de um trabalho de rastreio intenso (Cardigos, 2000), descobriu-se uma segunda área com elevadas suspeitas de actividade hidrotermal. Esta área apelidou-se de “Dando” (em honra ao investigador Paul Dando que conduziu os trabalhos). A zona “Dando” tem apenas 611ha e para além de índices elevados de Metano, apresenta uma fisiografia que aparenta um cone vulcânico com emanações de densidade muito diferentes da água e dimensões elevadas. Raridade Dentro do património natural dos Açores, apenas neste local é possível observar fontes hidrotermais de baixa profundidade exuberantes e com tapetes de bactérias. Desta forma é considerado um local único no contexto nacional e raro no contexto internacional (Cardigos et al, in prep). Nas zonas hidrotermais notaram-se diferenças cromáticas nos tapetes de bactérias. Na missão do Projecto MAROV determinou-se que a essas diferenças cromáticas correspondem diferenças químicas subjacentes (Cardigos et al., 2001a). No entanto, há que sistematizar e analisar os resultados obtidos de forma a compreender porque razão existem propriedades tão diferentes em zonas tão próximas (Colaço, com. pess.) e qual a sua relevância. Diversas espécies (como os cetáceos atrás mencionados e tartarugas marinhas) consideradas em perigo por diversas Convenções e Directivas internacionais têm ocorrência na área. 14 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Naturalidade Apesar dos diversos registos de poluição e de exploração intensiva, o Banco D. João de Castro apresenta as espécies e habitats que o tornam importante. Este facto é reforçado por estes se encontrarem em boas condições de conservação. No entanto, a gestão deste local deverá ter em conta que os limites de sustentabilidade poderão estar a ser atingidos. As 43 espécies de peixes registadas apenas por observação em mergulho apresentam-se como um número normal comparando com outros locais com características semelhantes (ver detalhes em Cardigos, 2002). O Banco D. João de Castro apresenta um número de espécies intermédio em relação a estes locais, parecendo existir um crescimento deste número com a diminuição da distância à costa, aumento da área, diminuição da profundidade média do local analisado e número de prospecções. Sendo os números mais elevados associados a zonas de Reservas em zonas costeiras, podemos considerar o número de espécies presentes no D. João de Castro interessante para uma zona oceânica de águas pouco profundas, ou seja, perto do “natural”. Isso mesmo é confirmado através do índice de “Efeitos de Exploração Costeira” aplicável às zonas menos profundas do D. João de Castro (acima dos 60 metros) e que aponta para um ambiente “pristino”. Quadro III Avaliação da Naturalidade do SIC D. João de Castro. A classificação aplicada é descrita no Anexo IV. Índice Intervenção Terrestre Efeitos de Exploração Costeira Modificadores Antropogénicos (área marinha) Espécies não-nativas Ponderação final Classificação de Naturalidade Não aplicável ÌÌÌÌÌ ÌÌÌ ÌÌÌÌÌ ÌÌÌÌÌ Escala de Importância do Sítio A escala de importância do SIC é uma avaliação global dos factores acima descritos. Neste sentido, além da importância de cada um dos factores avaliados, é ainda atribuída a relevância desse factor (Quadro IV). O Banco D. João de Castro apresenta-se assim como um SIC de muito elevada relevância em relação à dimensão, representatividade, raridade, raridade e naturalidade. Apesar da diversidade ter uma importância europeia, dada a presença de espécies e habitats classificados por Directivas da União, não se apresenta como muito relevante no contexto Açoriano. Quadro IV Escala de Importância do SIC D. João de Castro. Dimensão Diversidade Fragilidade Representatividade Raridade Naturalidade Importância -Europeia -Internacional Internacional -- 15 Relevância Muito Elevada Média Média Muito Elevada Muito Elevada Muito Elevada Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas 2. Critérios de Avaliação Sócio-Económica Todos os detalhes relativos aos dados e métodos apresentados neste capítulo encontram-se detalhadamente descritos no trabalho de Cardigos (2002). Valor do SIC para OAMT Os Operadores de Actividades Marítimo-Turísticas (OAMT) não parecem estar muito interessados em realizar operações no Banco D. João de Castro, devido a mesma ser complexa e financeiramente dispendiosa. O custo de uma operação diária no Banco D. João de Castro custa cerca de € 250, sem contar com a amortização da embarcação e margem para lucros. O que, em termos de preço por mergulhador, ascende a pelo menos três vezes o preço do mergulho junto à costa. Nas expedições lúdicas realizadas ao Banco D. João de Castro, o mais frequente é optar-se pela caça submarina e pesca desportiva o que, apesar de questionável em termos de moralidade ecológica (praticar caça numa zona classificada como património natural), resulta na captura de grandes exemplares (vulgo “troféus”). Parece-nos questionável que se exerça esforço destrutivo com fins lúdicos, sem qualquer benefício económico-social directo ou indirecto, numa área com interesse para a conservação da natureza. A continuação desta prática, a ser realizada, deverá ter entraves do ponto de vista económico de forma a equilibrar a perda dos serviços, tal como definidos por Naeem et al (1994), prestados por esta área. A utilização desta área para algumas actividades turísticas alternativas ainda não foi explorada. Neste âmbito, ainda não foi detectada a utilização do local para a observação de cetáceos ou de aves marinhas. Potencialmente, esta área parece reunir características que a podem tornar interessante para as actividades relacionadas com a observação de cetáceos. Valor do SIC para a pesca Há três frotas a operar na área do D. João de Castro: a frota de pesca demersal, a frota por palangre de superfície e a frota de pesca de tunídeos. A primeira frota captura essencialmente espécies de alto valor comercial que habitam as zonas bentónicas ou epibentónicas entre os 20 e os 1000 metros de profundidade. A segunda frota está orientada para a captura das diversas espécies de atuns. A última frota mencionada captura, utilizando o palangre de superfície, espadarte (Xiphias gladius) e tintureira (Prionace glauca). Pesca Demersal Registaram-se 41 espécies capturadas no Banco D. João de Castro. As 10 espécies mais capturadas explicam cerca de 94% das capturas em peso e 96% do valor monetário das capturas efectuadas nesta área pela frota de pesca demersal. As espécies mais capturadas são o goraz (Pagellus bogarveo), o boca-negra (Helycolenus dactylopterus) e o congro (Conger conger). Estas três espécies representam cerca de 60% do pescado retirado do Banco D. João de Castro pela frota de pesca demersal. No Quadro V estão apresentadas hierarquicamente as espécies capturadas (para facilidade de análise eliminaram-se as espécies que representam menos de 1% do pescado capturado, estes valores foram acumulados no grupo Outros). 16 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Quadro V Proporção em peso e em valor das espécies mais capturadas no Banco D. João de Castro pela frota demersal. O valor calculado para a pesca demersal foi de cerca de € 535 mil anuais. Apenas em três portos foram registadas descargas de pescado proveniente do Banco D. João de Castro: ilha de São Miguel, Ponta Delgada (55% das descargas em peso e 77% do valor), ilha Terceira, São Mateus (16 e 7%) e Praia Vitória (29 e 17%). Pesca de Tunídeos O valor do Banco D. João de Castro estimado para a pesca de atum é de € 25 mil. Na Fig. 7 estão representados os locais com pescarias de atum registados pelo Programa de Observação para as Pescas dos Açores (POPA), entre 1998 e 2000. Como se pode verificar, os locais coincidentes com o D. João de Castro são escassos. Fig. 7. Arquipélago dos Açores com locais onde foram registadas capturas de atum (pontos) durante o período 1998 a 2000. A linha vermelha define a área considerada coincidente com o Banco D. João de Castro, em termos de pesca. Alguns pontos dispersos em volta do arquipélago dos Açores foram omitidos (Adapt. POPA, 1998-2000). 17 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Pesca de Espadarte O valor do Banco D. João de Castro para pesca de palangre de superfície foi estimado em cerca de € 968 mil. A maioria das capturas pertence a duas espécies com interesse comercial: tintureira (Prionace glauca) 62% e espadarte (Xiphias gladius) (espadarte) 35%. Para além das referidas, esta pescaria captura ocasionalmente outras 12 espécies. Esta pesca captura ainda diversas espécies importantes para a Conservação da Natureza, nomeadamente a tartaruga careta (Caretta caretta). Valor integrado das três frotas Através dos cálculos parciais para cada uma das frotas determinou-se que o valor para pesca do Banco D. João de Castro é de € 1,5 milhões por ano. Repare-se que o valor conhecido das pescas nos Açores (primeira venda em lota) ronda os € 25 milhões de (fonte: SREA, 2000). Apesar deste número não incluir o valor do pescado de palangre de superfície descarregado congelado ou vendido directamente no continente (Portugal e Espanha), o Banco D. João de Castro representa cerca de 6% do valor pescado nos Açores. Valor do SIC para a Ciência O interesse científico do Banco D. João de Castro é elevado. Este local conjuga uma série de factores que o tornam único e, por isso, especial. A oportunidade de estudar um ambiente jovem, com influência de actividade hidrotermal e sísmica invulgarmente elevados e por constituir um recife off-shore é invulgar. A investigação desta área pode conduzir a descobertas interessantes em termos de diversidade biológica e de novas organizações de habitats. Isto porque se conhecem bem os habitats dependentes da fototrofia e tem-se uma ideia razoável do funcionamento dos habitats hidrotermais profundos. Um habitat com influências intermédias pode reservar surpresas interessantes. Sendo assim, para a Ciência o investimento médio anual é de cerca de € 3 mil anuais, mas, se o padrão de crescimento observado nos últimos anos se mantiver, é natural que a cifra anual média ascenda aos € 15 mil (Fig. 8). Estes dados agregam o investimento realizado pelo Departamento de Geociências e Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores. Fig. 8. Investimento financeiro realizado tendo como objectivo a compreensão dos fenómenos científicos que ocorrem no Banco D. João de Castro. (In Cardigos, 2002) 18 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Atractivo Paisagístico Diversos autores fazem referência, em revistas populares, à utilização do Banco D. João de Castro como local com interesse e potencialidade para o turismo subaquático (Barreiros, 1999; Cardigos, 2000; Cardigos et al., 2001b e Quinta 1998) e para a prática da caça submarina (Maçanita, 1999). 3. Factores que Influenciam a Gestão Factores Naturais Existem diversas características naturais que intervêm na forma como se atingem os objectivos pretendidos com as medidas de gestão. Estes factores são: Condições atmosféricas – devido à sua posição geográfica, o arquipélago dos Açores é afectado por condições atmosféricas desfavoráveis, principalmente durante o Inverno. Assim, e principalmente durante esses meses, o Banco D. João de Castro encontra-se mais susceptível às condições adversas que impossibilitam a utilização da zona por parte dos diversos utilizadores. Acesso ao local – dada a distância da costa, apenas é possível aceder a este local por barco. Esta característica dificulta o acesso por parte de embarcações de pesca e recreativas e também de fiscalização e monitorização, impedindo o acesso contínuo. Mesmo durante o Verão, apenas nos dias com excelentes condições meteorológicas é possível aceder, operar ou mergulhar neste local. Isto deve-se à situação isolada e desabrigada do Banco D. João de Castro e à instabilidade climatérica. Atractivos estéticos e paisagísticos – a zona do Banco D. João de Castro é referida como um dos locais mais interessantes de Portugal para a prática de mergulho com escafandro autónomo podendo constituir um forte atracção turística. Espécies com valor comercial – dentro do limite do SIC foram identificadas diversas espécies com importância comercial, servindo de atractivo aos pescadores profissionais e desportivos e caçadores submarinos para aí exercerem a sua actividade. Espécies com valor turístico – Dentro do limite do SIC foram identificadas diversas espécies que podem ser valorizadas do ponto de vista do turismo aquático, servindo de atractivo aos OATM, turistas e utilizadores em geral, para aí exercerem a sua actividade. Factores Introduzidos pelo Homem O Homem é responsável por algumas acções que podem influenciar a forma como as medidas de gestão são aplicadas a uma determinada área: Introdução de espécies exóticas – algumas espécies exóticas têm sido introduzidas como resultado de actividades humanas. Apesar de este factor parecer influenciar ainda pouco a zona do Banco D. João de Castro e o seu impacto no meio marinho ainda não ser totalmente conhecido, estas podem estar a provocar alterações ecológicas; Perturbação e exploração de espécies – a perturbação de algumas espécies leva ao abandono de áreas que podem ser importantes para a sua ecologia. Por outro lado, a exploração de algumas espécies, além de poder levar à sobre-exploração das mesmas, poderá causar também impactos nos habitats onde vivem, e deste modo alterar o ecossistema em que se inserem; Acumulação de lixos e sucata – a acumulação de lixos e sucata não revelou ser um problema preocupante nesta zona. Contudo, a existência de alguns indícios de depósito de lixo no fundo submarino poderá influenciar o cumprimento dos objectivos de algumas medidas de gestão a aplicar; Conhecimento científico do local – apesar do conhecimento sobre a biologia e ecologia desta área ser elevado, será importante continuar os estudos em curso e aumentar algum investimento científico para as zonas mais profundas (a partir dos 40 metros). A sua melhoria 19 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas poderá ajudar refinar as medidas de gestão a implementar, e mais facilmente avaliar a eficácia das mesmas; Sócio-economia – o conhecimento actual sobre o valor social e económico desta área é suficiente, mas a monitorização e refinação do mesmo poderá ajudar a definir as medidas de gestão adequadas para a área, podendo servir igualmente para avaliação da eficácia das medidas aplicadas; Educação ambiental – o nível de educação ambiental das populações das ilhas adjacentes (São Miguel e Terceira) poderá interferir na boa compreensão e cumprimento das medidas de gestão; Promoção turística – a utilização do Banco D. João de Castro está muito dependente do esforço que se vier a fazer na promoção da utilização da zona. É necessário valorizar este local até ao ponto que o turista esteja disposto a pagar o investimento a realizar para a sua visita. Factores Jurídicos Visto existirem diferentes medidas jurídicas aplicadas a este local, estas podem condicionar a forma como as medidas de gestão serão aplicadas: Implementação e fiscalização deficiente – são conhecidas as dificuldades que existem ao nível da implementação e da fiscalização de algumas medidas jurídicas em vigor para as actividades ou locais; este factor deve ser tido em conta no delineamento das medidas de gestão a propor, visto ser necessário adequá-las à peculiar realidade local; Sobreposição jurídica – as diferentes medidas jurídicas existentes e implementadas para cada local deverão ser tidas em conta aquando da elaboração e proposta das medidas de gestão a aplicar, de forma a evitar conflitos entre estas. Além disso, é necessário que as diferentes medidas jurídicas sejam avaliadas e ajustadas à realidade local, de forma a serem mais eficientes. Por outro lado, não é coerente classificar esta área com base na protecção de uma espécie e, em simultâneo permitir a sua captura, mesmo que acidental. Assim, parece ser adequada a protecção de uma área significativa do Banco D. João de Castro em relação à pesca por palangre, a qual captura acidentalmente, entre outras tartarugas, a tartaruga-careta (Bolten at al., 1994). Desconhecimento da legislação – no decorrer das diferentes caracterizações realizadas, não foi notória a existência de algum desconhecimento por parte dos utilizadores das medidas jurídicas em vigor que tenha conduzido à realização de actividades ilegais. No entanto, parece essencial uma divulgação orientada para o grupo restrito de utilizadores do local no sentido de conhecerem e entenderem as actuais medidas de gestão propostas, não dificultando a sua implementação. 4. Orientações e Objectivos de Gestão Definição das orientações de gestão Âmbito Este SIC é parte integrante de uma rede de áreas marinhas com importância para a conservação, que deverão no futuro ser classificadas como Áreas Marinhas Protegidas (AMP). Esta área é caracterizada por ser um recife (habitat constante no Anexo I da Directiva Habitats), encontrando-se bem preservado e num estado razoavelmente natural. Além disso, existem espécies protegidas em níveis pouco explorados, uma elevada biodiversidade, além de uma beleza natural distinta. No futuro, a elevação deste SIC a AMP permitirá proteger diversos habitats marinhos importantes, bem como assegurar a preservação da biodiversidade aí existente. A pressão antropogénica existente neste local é ainda diminuta quando comparada com outras áreas da região, o que justifica o seu actual estado de conservação e futuras medidas de preservação preventivas. 20 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Objectivos De acordo com os resultados obtidos pretende-se gerir o ambiente marinho nesta área por forma melhorar o seu estado de conservação e ao mesmo tempo aumentar os benefícios para a comunidade local. Os objectivos específicos que se propõem são: Preservar a biodiversidade natural desta área, não se restringindo apenas o habitat alvo da Directiva mas em todos os habitats marinhos em geral; Potenciar actividades económicas sustentáveis e amigas do ambiente de forma a potenciar os benefícios provenientes desta área, em particular para a população dos Açores; Proporcionar oportunidade de investigação científica e educação ambiental com o objectivo de melhorar e divulgar o conhecimento e, consequentemente, a conservação dos recursos ambientais da Região; Promover a Educação Ambiental no SIC através da promoção da imagem e valor do SIC, promovendo práticas para a conservação do SIC; Propor formas de reduzir potenciais conflitos entre utilizadores da área marinha; Propor medidas de gestão que estejam em consonância com a realidade Açoreana. 21 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas CAPITULO III – MEDIDAS DE GESTÃO 1. Medidas, Acções e Actividades Através dos resultados obtidos na avaliação técnico-científica realizada, considera-se que a zona do SIC (Banco D. João de Castro) é adequado para a pesca e apresenta potencial para as actividades marítimo-turísticas, além de ser uma área com importância para a pesca lúdica do alto. Para além da classificação através da Directiva Habitats não há qualquer outro instrumento de gestão especialmente delineado para esta área. No entanto, o local encontra-se abrangido pela lei geral aplicável à Zona Económica Exclusiva de Portugal (Tamanhos Mínimos, etc.). No entanto, tendo em conta a informação técnico-científica reunida no decorrer deste projecto e as especificidades encontradas no local, são propostas regras de utilização específicas para este local. Dentro dos limites do SIC propõem-se a implementação do Cenário “Resolução de Conflitos” (adaptado de Cardigos, 2002), neste (Fig. 9): Zona 1 – até aos 60 metros de profundidade. Zona 2 – rectângulo em volta da zona Dando. Fig. 9. Proposta de cenário para o SIC D. João de Castro. 22 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas A gestão do SIC deverá ser da responsabilidade da Direcção Regional do Ambiente, que deverá definir qual o melhor processo para a administração deste local. Propõe-se que, de 2 em 2 anos, seja elaborado um relatório técnico de análise e avaliação do SIC e que, no quinto ano, seja realizada a avaliação do plano de gestão implementado. Em paralelo, deverá ser criada a Comissão de Acompanhamento da Rede NATURA 2000, onde estarão presentes representantes dos diferentes grupos de interesse e com responsabilidade na gestão destas áreas (DRA, Câmaras Municipais, autoridades marítimas, Universidade dos Açores, operadores marítimo-turísticos, pescadores e outros que sejam nomeadas pela comissão). Esta comissão avaliará a gestão realizada, aprovará os relatórios técnicos de análise e avaliação e indicará os ajustes necessários às medidas implementadas. Zonamento Dentro dos limites do SIC haverá um zonamento das actividades que podem ser realizadas. Todas as actividades permitidas deverão ajudar a promover o sentido de responsabilidade sobre a preservação da área em causa, de forma a que a conservação da natureza seja o mais eficaz possível. O cenário proposto é o seguinte: Zona 1 - Interditar às actividades extractivas (pesca) nas zonas com interesse para a ciência e para o turismo. Zona 2 - Interditar todas as actividades exploratórias (incluindo o turismo) na zona com maior interesse para a ciência, ou seja, a zona “Dando”. Regras de Utilização As diferentes actividades possíveis de realizar dentro do SIC, deverão estar sujeitas a regras específicas, abaixo propostas: Pesca – Fora das zonas 1 e 2 deverá ser fomentada a utilização preferencial de artes de pesca tradicionais (artes de linha de mão) e de reduzida intensidade. Visto os limites do SIC estarem a mais de 3 milhas da costa, esta medida não é implementada pela Portaria n.º 101/2002 (24 de Outubro). Dada a pequena dimensão e fragilidade da zona menos profunda, a utilização de redes, armadilhas e potes deverá ser inibida. Pesca desportiva – A pesca desportiva não será permitida nas zonas 1 e 2 do cenário “Resolução de Conflitos”. Para a realização desta actividade, deverá ser necessário possuir uma licença específica e implementado um limite de capturas, de forma semelhante ao que acontece para a caça submarina. Esta pesca deverá ser limitada à utilização de aparelhos de linha de mão. Caça-submarina – Fora das zonas 1 e 2 do cenário “Resolução de Conflitos”, a caça-submarina será permitida desde que se possua uma licença e que as capturas sejam declaradas. Em relação ao número de presas e espécies protegidas, aplicar-se-á a legislação em vigor. Apanha de crustáceos – Fora das zonas 1 e 2 do cenário “Resolução de Conflitos”, a apanha de crustáceos será permitida, de acordo com a legislação em vigor e desde que respeitados as restrições referidas anteriormente. Turismo náutico – O turismo náutico será permitido na área do SIC, com excepção da zona 2 (interesse para ciência) desde que realizado de uma forma sustentada e ambientalmente equilibrada e seguindo as normas em vigor. Deverão continuar a ser realizados estudos científicos para determinar a capacidade de carga do local e áreas sensíveis, que podem servir como base na definição de regras para estas actividades. Turísmo subaquático – Dado o perigo inerente ao isolamento da área, uma associação entre os interesses das empresas de mergulho e operadores de pesca turística poderia resultar numa maximização dos recursos e com benefícios para o ambiente. A esta operação seria apenas 23 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas necessário definir os parâmetros de segurança adicionais (por exemplo, obrigatoriedade de utilização de bóias de patamar e apitos de sinalização). Observação de cetáceos – Esta actividade será permitida na área do SIC, com excepção da zona 2 (interesse para ciência) de acordo com a legislação em vigor. Apesar de ainda não estar desenvolvida neste local, a observação de cetáceos deverá ser acompanhada por estudos científicos para determinar a capacidade de carga do local. Navegação – Será permitida a navegação em toda a área do SIC, desde que respeitada a legislação em vigor. Resíduos sólidos e sucata – Será inibida a largada de qualquer tipo de resíduos na área. Monitorização Ambiental e Sócio-Económica Espera-se que a implementação destas medidas de gestão influenciem positivamente a área, sendo o acompanhamento de tais progressos indispensável. A monitorização periódica deve servir de instrumento para identificar alterações biológicas de curto, médio e longo prazo, avaliar impactos sócio-económicos que resultem do estabelecimento das áreas protegidas e analisar a eficácia das medidas de fiscalização e gestão. Os resultados da monitorização das espécies, habitats, utilização do SIC e atitude da comunidade local podem revelar a necessidade de introduzir modificações no Plano de Gestão. O melhor conhecimento sobre a biologia e ecologia do local poderá passar não só pela monitorização científica do ambiente marinho, bem como pelo apelo à cooperação dos utilizadores locais e turistas, através do preenchimento de um questionário (elaborado por entidade a definir), que as empresas de mergulho distribuirão. Este questionário terá como objectivo melhorar o conhecimento sobre a área e a sua utilização e fomentar o envolvimento dos utilizadores como monitorizadores informais do SIC. Vigilância e Fiscalização De forma a assegurar o sucesso e a credibilidade de qualquer área com medidas de gestão específicas, são essenciais a vigilância e fiscalização das actividades realizadas. No meio marinho, são consideradas como autoridades primariamente ligadas à implementação dos regulamentos desta área protegida: a Marinha de Guerra Portuguesa, a Polícia Marítima e a Inspecção Regional das Pescas. A grande dificuldade da protecção de um banco off-shore é, sem dúvida, a fiscalização. Já começaram a ser introduzidas em Portugal as “caixas azuis” . Estes dispositivos têm implicações positivos no aumento da segurança, na ajuda à estimação do esforço de pesca (Manuel Afonso Dias, com. pess.) e podem ajudar na vigilância remota dos locais protegidos. A sua utilização no Banco D. João de Castro será essencial. Será ideal que os utilizadores apoiem os objectivos e as medidas de gestão aplicadas, o que poderá levar a uma redução do nível de fiscalização necessário. Estas circunstâncias são altamente potenciadas através de programas de divulgação e educação ambiental adequadas. Promoção Ambiental A promoção ambiental constitui uma medida de gestão que pode actuar isoladamente, mas que é considerada também uma mais valia para assegurar o cumprimento das medidas de gestão apresentadas anteriormente. 24 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Assim, são propostas as seguintes medidas de promoção ambiental: Centro de interpretação – utilizando as estruturas existentes (museu, ecotecas, biblioteca, etc.), propõe-se a instalação de um centro de interpretação com o objectivo de desenvolver a educação ambiental, de modo a contribuir para o bom funcionamento das medidas de gestão do SIC. Deverão existir duas réplicas deste Centro, uma localizada na ilha de São Miguel e outra na ilha Terceira. Este centro deverá ser o responsável por coordenar e avaliar as medidas de gestão relacionadas com a promoção ambiental. Deverá, para este efeito, desenvolver um programa educativo de acordo com estas medidas de gestão propostas. O programa educativo do centro deverá ser, sempre que possível, articulado com a autarquia, as organizações não governamentais locais, as escolas ou outras instituições que poderão ter responsabilidade nesta área. Divulgar o SIC – organização de acções com o objectivo de dar a conhecer à população local e aos visitantes a existência do SIC. Estas acções deverão basear-se na criação de um vídeo de divulgação da área e na elaboração de campanhas de publicidade (utilização de diferentes recursos – edição de materiais de divulgação [edição de folhetos e brochuras, posters, página de internet, etc.], realização de exposições, seminários temáticos, etc). Realizar acções de formação para professores – organização de acções de formação para os professores com o objectivo de integrar no programa curricular actividades relacionadas com a protecção do SIC. O plano de formação deverá incidir prioritariamente em dois tópicos distintos: técnicas didácticas para interpretar as espécies marinhas, respectivos habitats e ameaças; e práticas de educação ambiental para a participação indirecta de alunos na protecção do SIC. As acções deverão ser, sempre que possível, devidamente creditadas e articuladas com a Direcção Regional da Educação, ou outras instituições que poderão ter responsabilidade nesta área. Realizar acções de formação para pescadores – organização de acções de formação para pescadores, com o objectivo de reduzir a utilização de técnicas proibidas no SIC. O plano de formação deverá incidir prioritariamente em dois tópicos distintos: informação das medidas de gestão implementadas (limites, vantagens, actividades permitidas e proibidas no SIC); e prevenção de situações ilegais utilizando técnicas didácticas apropriadas. As acções deverão ter como públicos alvo os pescadores profissionais e lúdicos-desportivos. Estas acções deverão ser, sempre que possível, creditadas e articuladas com a Direcção Regional das Pescas, associações de pescadores locais, Marinha de Guerra Portuguesa ou outras instituições que poderão ter responsabilidade nesta área. Elaboração de um código de conduta do utilizador - uma forma pouco dispendiosa e pouco intrusiva de fortalecer o cumprimento do ordenamento, será a criação de um código de conduta do utilizador do Banco D. João de Castro. Nesse código de conduta, cuja redacção final deveria ser realizada pelos próprios, deverão estar estabelecidas algumas normas de comportamento em relação ao ambiente. Os signatários desse código não teriam mais implicações, nem positivas nem negativas, que a sua assinatura, mas ao participarem poderiam, por exemplo, passar a poder envergar o símbolo (a criar) de “embarcação amiga do ambiente”, um pouco na sequência da “embarcação amiga do golfinho”, criada pelo projecto POPA. 25 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas 2. Cronograma de Trabalhos por Área O planeamento das actividades a realizar para implementação das medidas de gestão encontram-se expostas abaixo: Quadro VI Listagem de todos os objectivos específicos e medidas de gestão, data prevista de execução e importância relativa de cada medida de gestão para a execução do plano (1 essencial; 2 importante; 3 desejável). Ano de realização da actividade Acção 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Implementação de medidas de gestão Implementação do zonamento 1 Implementação das regras 1 Criação da Comissão de Acompanhamento 2 1 Monitorização ambiental e sócio-económica Monitorização do ambiente marinho Monitorização sócio-económica Monitorização não científica Vigilância e fiscalização Promoção ambiental Criar um centro de interpretação Divulgar o SIC Realizar acções de formação para professores Realizar acções de formação para pescadores Código de conduta dos utilizadores Página de internet 2 1 1 3 1 1 1 2 1 1 Acompanhamento e avaliação das medidas propostas Relatório anual Avaliação do plano de gestão Publicação de novo plano de gestão 26 2 1 1 3 2 1 1 1 1 1 2 2 1 3 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 2 1 2 2 3 2 2 1 1 2 2 2 3 2 2 1 2 1 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas CAPITULO IV – BIBLIOGRAFIA 1. Monografias, artigos científicos e relatórios Anón. 1993. Livro vermelho dos vertebrados de Portugal; Vol. III. Peixes marinhos e estuarinos. Lisboa, Instituto da Conservação da Natureza (ICN), 146 pp. Anón. 1999. NATURA 2000 - Interpretation manual of European Union habitats – EUR 15 (version 2). 119 pp BARREIROS, A. 1999. Mistérios no mar dos Açores. Super-Interessante 20: 110-120. CARDIGOS, F. 2000. Banco D. João de Castro: os mistérios do fundo do mar tão perto de nós. Jornal Notícias do Mar 179: 34-35. CARDIGOS, F., R.S. SANTOS & A. COLAÇO 2001. Projectos de investigação científica: o caso ASIMOV. Revista Mundo Submerso; 48: 54-59. CARDIGOS, F. 2002. Contribuição para a Implementação de um Plano de Gestão no Sítio de Interesse Comunitário Banco D. João de Castro, Açores. Dissertação para a obtenção do grau de Mestre em Gestão e Conservação da Natureza. Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores. 96p. CARDIGOS, F., P. AFONSO, F. TEMPERA, R. R. FERRAZ, J. FONTES & R. S. SANTOS 2002. BANCOS 2002 Relatório preliminar da missão de 2002 do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores aos Bancos D. João de Castro e Complexo Formigas-Dollabarat. Arquivos do DOP, Série Cruzeiros, Nº1/02, 14p. FERNANDES, L.M.R. 1984 Artes de Pesca Artesanal dos Açores. Secretaria Regional da Agricultura e Pescas. 150p. MAÇANITA, A. 1999. Banco D. João de Castro. Revista Mundo Submerso 35: 22-27. MENEZES, G.M.M. 1996. Interacções tecnológicas na pesca demersal dos Açores. Arquivos do DOP, Série Estudos. 1: 187p. QUINTA, L. 1998. Um aquário oceânico. Revista Mundo Submerso 25: 42-47. RODRIGUES. M.M. 2003. Estudo da Variabilidade Espacial e Temporal da Temperatura de Superfície do Oceano na Região Oceanográfica dos Açores, Com Utilização de Imagens de Satélite NOAA. Estágio Profissionalizante, Licenciatura em Biologia, Ramo Marinha, Horta, Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, 56 pp. 2. Folhetos Informativos Departamento de Oceanografia e Pescas, Direcção Regional da Ciência e Tecnologia & Centro do IMAR da Universidade dos Açores. 1998. Invertebrados Costeiros dos Açores. Departamento de Oceanografia e Pescas & Centro do IMAR da Universidade dos Açores. 1998. Tamanhos mínimos de captura dos Invertebrados Costeiros dos Açores. 3. Páginas de Internet Censos 1864 a 1991. http://www.terravista.pt/aguaalto/2365/demografia/demografia.htm (último acesso a 20 de Março de 2004) Direcção Regional do Turismo dos Açores. http://www.drtacores.pt (último acesso a 26 de Março de 2004) Interreg Macaronésia. http://www.interreg-mac.org (último acesso a 25 de Março de 2004) Marine Species of the Azores. http://www.horta.uac.pt/species (último acesso a 15 de Março de 2004) ScubaAzores. http://www.horta.uac.pt/scubazores (último acesso a 29 de Fevereiro de 2004) Secretaria Regional do Ambiente dos Açores. http://sra.azores.gov.pt (último acesso a 29 de Fevereiro de 2004) 27 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas 4. Legislação (1979) Directiva n.º 79/409/CEE, do Conselho, de 2 de Abril – Directiva Aves (1983) Portaria n.º 19/83 de 3 de Maio – Tamanhos mínimos de captura (1983) Portaria n.º 19/83 de 5 de Maio - Exploração de crustáceos costeiros (1985) Decreto Legislativo Regional n.º 5/85/A de 8 de Maio - Caça submarina (1989) Decreto Lei n.º 316/89 de 22 de Setembro - Convenção de Berna (1990) Decreto Lei n.º 114/90 de 5 de Abril - CITES (1990) Decreto Lei n.º 93/90 de 19 de Março – Reserva Ecológica Nacional (1991) Directivas n.º 91/244/CEE, da Comissão, de 6 de Março – Alteração à Directiva Aves (1992) Directiva n.º 92/43/CEE, do Conselho, de 21 de Maio – Directiva Habitats (1993) Declaração de Rectificação n.º 182/93 de 30 de Setembro – Apanha de lapas (1993) Decreto Legislativo Regional n.º 14/93A de 31 de Julho - Apanha de lapas (1993) Portaria n.º 43/93 de 2 de Setembro – Apanha de lapas (1997) Directiva 97/62/CE do Conselho de 27 de Outubro – Alteração à Directiva Habitats (1997) Directiva n.º 97/49/CE, da Comissão, de 29 de Junho – Alteração à Directiva Aves (1998) Regulamento CE n.º 850/98 de 30 de Março – Tamanhos mínimos de captura (1998) Resolução do Governo Regional dos Açores n.º 30/98 de 5 de Fevereiro – Lista de SIC (1998) Declaração do Governo Regional dos Açores n.º 12/98 de 7 de Maio – Corrige a Lista de SIC (1998) Resolução n.º 148/98 de 25 de Junho – Introdução de espécies não indígenas (1999) Decreto Lei n.º 140/99 de 24 de Abril - NATURA 2000 (1999) Decreto Lei n.º 380/99 de 22 de Setembro – Instrumentos de Gestão Territorial (1999) Decreto Lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro – Introdução de espécies não indígenas (2000) Decreto Legislativo Regional n.º 14/2000/A de 23 de Maio – Instrumentos de Gestão Territorial (2001) Decisão da Comissão de 28 de Dezembro de 2001 – Aprova a Lista de SIC para a Macaronésia (2001) Portaria n.º 27/2001 de 15 de Janeiro - Tamanhos mínimos de captura (2002) Decreto Legislativo Regional 38/2002/A de 3 de Dezembro – Instrumentos de Gestão Territorial (2002) Decreto Legislativo Regional n.º 18/2002/A de 16 de Maio – NATURA 2000 (2003) Decreto Legislativo Regional 10/2003/A de 22 de Março - Regulamento da Observação de cetáceos (2003) Decreto Legislativo Regional 24/2003/A de 12 de Maio – Instrumentos de Gestão Territorial (2003) Lei n.º 16/2003 de 4 de Junho – Domínio Público Hídrico (2004) Decreto Regulamentar Regional n.º 14/2004/A de 20 de Maio - Lista de ZPE (2004) Portaria n.º 5/2004 de 29 de Janeiro – Regulamento da Observação de cetáceos 28 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas ANEXO I – DESCRIÇÃO DOS LIMITES DO SIC SIC Banco D. João de Castro (superfície: 1648 ha) O Sítio de Importância Comunitária do Banco D. João de Castro é delimitado por um rectângulo com os vértices em 38º14,068’N, 26º37,187’W (a noroeste), 38º14,068´N, 26º34,070’W, (a nordeste), 38º12,125´N, 26º37,187´W (a sudoeste), 38º12,125´N, 26º34,070´W (a sudeste). 29 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas ANEXO II - PROTOCOLO PARA A MONITORIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DOS SIC Para a realização da Caracterização Ambiental dos SIC utiliza-se técnicas de censos visuais com auxílio de escafandro autónomo para a identificação e quantificação das espécies de acordo com a metodologia a seguir descrita. Toda a informação recolhida durante os mergulhos é registada em placas de acrílico e após cada mergulho a mesma informação é transposta para a fichas de mergulho, habitats e espécies do projecto (ver abaixo o modo de preenchimento), estas são preenchidas em conjunto. Sempre que se encontrão organismos nunca vistos, ou que a identificação no local não é possível efectua-se a recolha do mesmo, de preferência após a fotografia no local. Sempre que tal não é possível toma-se nota de tantas características quantas possíveis para posterior identificação. Biótopos Como a definição de SIC resulta da ocorrência de um determinado número de habitats em cada local, o estado de conservação dos biótopos é o ponto mais importante para a caracterização ambiental dos SIC. Desta forma é dada especial importância à percentagem de cobertura dos 3 habitats utilizados para a definição dos SIC (Enseadas e baías pouco profundas; Recifes; Grutas marinhas submersas e semi-submersas). Os grupos a ter atenção são: Sésseis incrustrantes e coloniais contínuos (grandes ocupantes do substrato) Sésseis dispersos Móveis demersais e pelágicos (peixes) As espécies-alvo serão sempre as mais abundantes, de acordo com o apresentado no guia de espécies elaborado para este projecto. A cobertura do substrato é estimada de acordo com o Escala SACFOR (ver abaixo), e a estimação da cobertura é dividida de acordo com os diferentes horizontes de profundidade e tipos de fundo (fendas, blocos de rocha, leito rochoso, paredes, etc.) encontrados. Enseadas e Baías Pouco Profundas (1160) Grandes reentrâncias na costa onde, em contraste com os estuários, a influência de água doce é em geral limitada. Estas reentrâncias pouco profundas (profundidade máxima não definida) são em geral abrigadas da acção das ondas e contêm uma elevada diversidade de sedimentos e substratos com uma zonação de comunidades bentónicas bem desenvolvida. Estas comunidades possuem em geral uma elevada diversidade. O limite de profundidade reduzido é por vezes definido através da distribuição das associações Zosteretea e Potametea. Diversos tipos fisiográficos podem ser incluídos sob esta categoria desde que a água apresente uma profundidade reduzida na maior parte da área: baías, enseadas, rias e fiordes. Recifes (1170) Substratos rochosos ou concreções biológicas submarinas, ou expostas durante a maré vazia, que se elevam do fundo do mar na zona sublitoral, podendo extender--se até à zona litoral, onde ocorre uma zonação ininterrupta de comunidades vegetais e animais. 30 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Estes recifes suportam geralmente uma zonação de comunidades bentónicas de espécies de algas e animais incluindo concreções, incrustações e concreções coralogénicas. Grutas Marinhas Submersas ou Semi-Submersas (8330) Grutas submarinas ou abertas ao mar, pelo menos na maré-cheia, incluindo grutas marinhas parcialmente submersas. O seu fundo e as suas paredes albergam comunidades de invertebrados marinhos e algas. Espécies Um outro factor no estabelecimento dos SIC é a ocorrência de duas espécies do Anexo II da Directiva Habitats: Roaz (Tursiopus truncatus) e Tartaruga-careta (Caretta caretta). As duas espécies tem uma ampla distribuição, existindo em todo o arquipélago. Para além destas, existem outras espécies com interesse, às quais tem que se dar alguma atenção, por serem alvo de pescarias ou apresentarem algum estatuto de protecção (OSPAR, legislação nacional ou regional). Desta forma é dada grande importância às densidades de lapas (brava e mansa), visto serem um dos principais recursos costeiros explorados e o estado das suas populações servir de indicativo da utilização da costa. Desta forma, efectua-se a procura de recrutas de lapas, e sempre que possível utilizam-se quadrados de contagem destes recrutas. Estes quadrados são estabelecidos aleatoriamente no horizonte de ocorrência de lapas. Além disso tenta-se estimar, utilizando a escala SACFOR, as lapas observadas. Todas as outras espécies observadas devem ser registadas e sempre que possível deve-se estimar a sua densidade de acordo com a escala SACFOR. Fichas de registo Toda a informação recolhida durante os mergulhos é registada em placas de acrílico branco, esta informação é posteriormente transposta para fichas de caracterização de mergulho, caracterização fisiográfica de biótopo e fichas de espécies. Fichas de Mergulho Esta ficha (Anexo IIa) serve para que se descreva o mergulho realizado e apenas uma ficha deverá ser preenchida para toda a equipa que realizou o mergulho. No início da ficha faz-se toda a identificação do mergulho, com o nome do local, hora, posição GPS ou DGPS (quando possível), duração, condições físicas do mar, o nome de quem realizou o mergulho e um espaço para possíveis observações. Na segunda parte da mesma ficha realiza-se uma pequena descrição do mergulho realizado de acordo com vários pontos: Rocha predominante Zona Limites batimétricos Representatividade Modificadores Naturais e Antropogénicos 31 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Rocha predominante Os habitats rochosos podem ser de várias origens e neste ponto de caracterização do mergulho é possível assinalar o tipo de rocha predominante no local de mergulho. Além dos três principais tipo de rocha existentes no arquipélago (basalto, tufo e escoadas lávicas ou um aglomerado dos diferentes tipos), é também possível, caso o mergulho se tenha realizado junto a um porto ou outra infra-estrutura edificada, identificar com que tipo de estrutura é construído (enrocamento - blocos de rocha partidos em formas irregulares, blocos de cimento - grandes blocos cúbicos em cimento ou pés-de-galo - tetraedros fabricados em cimento normalmente colocados na parte exterior dos molhes de protecção dos portos). Nesta avaliação basta colocar um 9 para os tipos de rocha predominantes. Zona Visto as fichas de mergulho serem utilizadas tanto para a zona subtidal (observações realizadas em apneia) como intertidal (observações realizadas com o recurso a mergulho com escafandro autónomo) é necessário colocar um 9 para assinalar a zona prospectada. Limites batimétricos Neste quadro é possível assinalar os limites superiores e inferiores das observações realizadas. No projecto OGAMP realizam-se observações sempre até à superfície, no entanto, em alguns locais isto não irá ser possível por isso é necessário registar não só a profundidade máxima das observações, mas também o limite inferior. Neste quadro identifica-se a distância de linha de costa percorrida. Muitas vezes os mergulhos realizam-se numa parede em que o mergulho consistiu em descer-se até à profundidade desejada e depois realizar as observações até chegar à superfície, neste caso percorreu-se 5 ou 10 metros de costa, ou seja a distância até onde podemos observar neste perfil. Quando o mergulho se realiza ao longo da costa a linha de costa percorrida e a distância percorrida no fundo são muito próximas. Em seguida assinala-se com um 9 a distância percorrida no fundo dentro de cada uma dos intervalos apresentados. Esta distância é como se o percurso de observação realizado fosse linearizado. Representatividade Neste ponto é possível identificar a representatividade do mergulho efectuado tanto para o local de mergulho, como para o trecho de costa envolvente.: 1. Reduzida – o mergulho efectuado é muito diferente do resto do local ou trecho de costa adjacente; 2. Média – Apesar de não se conhecer muito bem o local e o trecho de costa o mergulho realizado parece ser representativo do local e do trecho de costa adjacente; 3. Elevada – Há a certeza que o mergulho realizado representa muito bem o local e costa adjacente. 32 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Modificadores Naturais e Antropogénicos Neste quadro assinala-se com um 9 os modificadores naturais e antropogénicos encontrados durante o mergulho. Neste item é possível assinalar ocorrências que de alguma forma modificam as condições ambientais do local de mergulho (escorrências de água doce, emissão de gases e água quente, exposição, correntes de maré, indícios herbívoria, ensobramento, poluição, restos de aparelho de pesca e marcas de apanha de lapas ou cracas). No caso dos modificadores naturais denominados Exposição e Correntes de Maré deve-se, sempre que possível, preencher com base no conhecimento adquirido, visto não se realizar mergulhos com condições adversas. Perfil ou plano do local No final desta ficha existe uma área reservada ao desenho do esquema do local onde se efectua o mergulho. Neste espaço esquematiza-se o mergulho (visto de cima [topo] e o perfil do mesmo) de modo a representar o melhor possível o local onde este se realizou. Estes esquemas podem ser tão complexos quanto necessários, no entanto há que tentar simplificar ao máximo e assinalar apenas os pontos mais notáveis do mergulho, sempre que necessário os esquemas podem, e devem, ser melhorados com algum texto. Fichas de Caracterização Fisiográfica de Biótopo Na Ficha de Caracterização Fisiográfica de Biótopo (Anexo IIb) efectua-se a caracterização dos tipos de fundo observados durante o mergulho. Depois da identificação geral do mergulho, em que se identifica o mergulhador, a data e o local de mergulho passa-se à caracterização de cada um dos tipos de fundo explorados. Os tipos de fundo dos Açores dividem-se pelos seguintes tipos: Fundo de sedimento – fundos de areia mais ou menos extensos; Fundo de leito rochoso – Como o próprio nome indica são fundos de rocha que não paredes ou blocos de rocha; Paredes – São fundos de rocha, mas que apresentam uma inclinação entre os 40º e superior a 90º; Blocos – Nos Açores uma parte do fundo rochoso não é formado por rocha compacta, mas sim por blocos de rocha sobre outros substratos (leito rochoso ou sedimentos); Arcos / Túneis – Devido à natureza vulcânica dos Açores em alguns locais é possível encontrar pequenos arcos ou túneis; Grutas – Este é um dos habitats alvo do OGAMP e, normalmente, as comunidades lá existentes são muito características; Fendas – Em todos os fundos rochosos existem muitas fendas e deverá ser dada alguma atenção às espécies que ai se encontrarem; Coluna de água – Na coluna de água costumam aparecer espécies com interesse comercial, pelo que alguma atenção deverá ser dada a este biótopo; Múltiplos habitats – no caso de se ter observado as espécies em diversos tipos de fundo, mas o registo de espécies não ter sido diferenciado dever-se-á assinalar o registo de espécies nesta Quadro. 33 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Tempo – No final da ficha deve-se indicado o tempo total de mergulho e quando este for diferente do tempo de observação o mesmo deverá ser indicado. Apesar de para cada um dos tipos de fundo haver características diferentes o modo de preencher é sensivelmente idêntico. No caso do Fundo de Sedimento e Blocos inicia-se a caracterização do biótopo com a determinação da percentagem de cobertura (dentro de cada biótopo) de cada uma das dimensões das partículas de sedimento ou dos blocos. Dimensões: 0. Recobrimento negligenciável a muito pequeno; 1. Menos de 5% da superfície; 2. 5 a 25 % da superfície; 3. 25 a 50 % da superfície; 4. 50 a 75% da superfície; 5. Mais de 75% da superfície A restante caracterização das características fisiográficas de todos os tipos de fundo baseia-se na colocação de um 9 para assinalar a sua presença, ou possui escalas próprias junto a cada característica. No final da ficha existe uma Quadro em que é necessário indicar a qualidade de levantamento e que Fichas de Espécies é que foram preenchidas para cada biótopo (Flora, Invertebrados, Peixes), ou seja que observações é que se realizaram e de que forma foram realizadas: M. Minuciosa – Teve-se atenção a tudo o que se via e assinalou-se tudo o que se observou; A. Aceitável – Tentou registar-se o máximo possível, no entanto dividiu-se o tempo por outros grupos de espécies; I. Incompleta – Em algumas ocasiões as observações centraram-se num único grupo de espécies; V. Avulsa – Registaram-se algumas das espécies deste grupo sem se ter dedicado muita atenção a E grupo. Além da qualidade de levantamento é necessário indicar com um 9 como foi realizada a prospecção: Restrita – Apenas se realizaram observações deste biótopo numa pequena área, apesar deste se estender por uma área maior; Média – Cobriu-se uma boa parte do biótopo, mas ficou uma parte por observar; Ampla – Grande parte do biótopo foi observado. Sempre que se assinalar a existência de uma Ficha de Espécies em cada biótopo, é necessário que a coluna respectiva da ficha de espécies seja preenchida, caso tal não aconteça deve-se caracterizar o biótopo, mas deve-se assinalar o preenchimento destas fichas apenas na coluna correspondente aos Múltiplos Habitats. Na maioria das vezes não é possível iniciar observações assim que se inicia o mergulho, nem estas continuam até terminar o mesmo, desta forma é importante registar 34 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas o tempo de mergulho (minutos no computador) em que se iniciam as observações e o tempo em que as mesmas termina (minutos no computador), por subtracção obtêm-se a o tempo de observação efectivo. Fichas de Espécies Depois de toda a caracterização do mergulho e da fisiografia dos tipos de fundo passa-se ao preenchimento da Ficha de Espécies (Anexo IIc) observadas. Em cada uma das espécies observadas em cada biótopo coloca-se a escala SACFOR correspondente (ver escala e explicação da mesma no capítulo seguinte). Como em todas as outras fichas, a primeira parte é dedicada à identificação do mergulhador ou grupo de mergulhadores, local e data do mergulho. Sempre que na ficha não aparecer uma espécie observada no final da ficha existe uma Quadro com campos em branco que permitem assinalar estas espécies. Sempre que surjam dúvidas na identificação no local dos espécimens, os mesmo devem de ser recolhidos, fotografados ou o máximo de características possíveis anotado, para posterior identificação. Especial atenção deve ser dada às espécies não nativas que se observarem. Estas estão assinaladas a negrito com o código NN (não nativas). Escala de Abundância SACFOR S=Superabundante, A=Abundante, C=Comum, F=Frequente, O=Ocasional, R=Raro FORMA DE CRESCIMENTO POV. % CROSTA/ COMPACTO COBERTURA PRADARIA /MUSGO DIMENSÃO DOS INDIVÍDUOS/COLÓNIAS <1 cm 1-3 cm 3-15 cm >15 cm >1 / 1 cm2 >10,000/ m2 1-9 / 10 cm2 (3.16x3.16 cm) 1000-9999 / m2 1-9 / 0.01 m2 (10x10 cm) 100-999 / m2 1-9 / 0.1 m2 (31,6x31,6 cm) 10-99 / m2 >80% S 40-79% A S A S 20-39% C A C A S 10-19% F C F C A S 5-9% O F O F C A 1-9 / 1 m2 1-5% ou densidade R <1% ou densidade S DENSIDADE O R R O F C 1-9 / 10 m2 (3.16x3.16 m) R O F 1-9 / 100 m2 (10x10 m) R O 1-9 / 1000 m2 (31.6x31.6 m) R >1 / 10,000 m2 (100x100 m) Exemplos de grupos ou espécies para cada categoria FORMA DE CRESCIMENTO POV. % CROSTA/ COMPACTO COBERTURA PRADARIA /MUSGO ALGAS PORIFERA HYDROZOA Crostas calcáreas, Fucus, Cystoseira Crostas DIMENSÃO DOS INDIVÍDUOS/COLÓNIAS <1 cm 1-3 cm 3-15 cm Frondosas Codium elisabethae Filamentosas Hidrários diminutos de crescimento prostado: Tubulariidae >15 cm Pequenos solitários: Guancha lacunosa Pequenos agrupamentos Peq. solitários penados (± 1,5 cm) 35 Grandes solitários: Clathrina Nemertesia, Aglaophenia, Eudendrium, Halecium Solitários <1 / 1000 m2 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas ANTHOZOA ANNELIDA Corynactis, Parazoanthus, Gerardia Spionidae Alcyonium Spirorbidae Peq. solitários: Caryophyllia Solitários médios: Alicia Ditrupa arietina (areia) Myxicola, Megaloma Grandes solitários: Antipathes Sabella, Hermodice Diopatra neapolitana CRUSTACEA Tessepora, Verruca, Chthamalus Peq. cracas, Chthamalus Anfípodes tubículas Anfípodes Serpulidae Balanus Pequenos Anomura: Calcinus Plesionika MOLLUSCA Neopycnodonte cochlear Gastrópodes diminutos: Melaraphe Bivalves diminutos: Ervilia castanea Gastrópodes pequenos: Littorina, Columbella, quítones, peq. Opistobranchia Pequenos bivalves solitários: Chlamys Espécies encrustantes Bugula sp., Sertella beaniana Peq. ouriços: Psammechinus, Arbaciella ECHINODERMATA Gastrópodes médios: Discodoris, Patella Bivalves médios: Mantellum hians, Pecten maximus Palinurus elephas, Maja squinado, Scylarides latus Grandes gastrópodes: Charonia, Aplysia Grandes bivalves: Pinna Ochaetostoma azoricum Smittina cervicornis, Bryozoa azul ECHIURA BRYOZOA Pequenos crustáceos: Pagurus, Dardanus, Galathea, Pachygrapsus, Grapsus, Eriphia, Scylarus arctus Haliotis Antedon Peq. estrelas: Coscinasterias Ofiurídeos Ouriços médios: Echinocardium, Sphaerechinus,Par acentrotus, Arbacia Grandes estrelas: Marthasterias, Ophidiaster, Hacelia, Chaetaster Ouriços grandes: Centrostephanu sBrissus Holothuria ASCIDIACEA Espécies coloniais: Distaplia, Cystodites, Didemnidae encrustantes, Clavelina Eudistoma Utilização das escalas de abundância SACFOR Estas escalas de cobertura/densidade fornecem um sistema unificado de registo das abundâncias de organismos bentónicos marinhos (fauna e flora) em levantamentos biológicos. As notas que se seguem devem ser lidas antes do uso das referidas escalas: 1. Quando uma espécie séssil cobre o substrato e a percentagem de cobertura pode ser estimada, essa escala deve ser usada em detrimento da escala de densidade. 2. Usar a escala de percentagem de cobertura povoamento compacto/musgo. para todas as espécies, à excepção das que são referidas sob a designação crostas/pradaria. 3. Quando existem dois ou mais estratos (por exemplo, algas frondosas crescendo sobre algas encrustantes), a percentagem de cobertura total pode exceder 100%, sendo que as categorias de abundância atribuídas devem reflectir esse facto. 4. As espécies epífitas (por exemplo, diversas algas filamentosas) ou epizoóticas (por exemplo ascídias, hidrários, esponjas que crescem sobre os tubos dos espirógrafos) devem ser registadas como “epi”. Tal como é referido no ponto anterior, excepção deve ser feita a espécies que cresçam sobre espécies encrustantes. Nesses casos deve ser registada a percentagem de cobertura ou a densidade. 5. Percentagens de cobertura de espécies intertidais, em particular de algas cuja postura (posicionamento vertical) seja diferente quando em imersão ou emersão (por exemplo, Fucus), devem ser estimadas durante a maré-baixa. 36 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas 6. Usar quadrados com grelhas de referência para as contagens, em particular, quando a densidade está próxima da fronteira entre duas classes da escala (isto implica levar um quadrat de 25cm*25cm para debaixo de água). 7. Alguma extrapolação das escalas pode ser necessária para estimar a abundância em habitats restritos como poças. 8. Na decisão sobre que escala usar, as espécies (como surgem no quadro) têm precedência em relação ao seu tamanho real. Ou seja, se se deparar com um povoamento constituído por juvenis de uma determinada espécie, adopta-se a escala que seria usada para quantificar os adultos da mesma espécie. 9. Quando determinadas espécies são acidentalmente recolhidas ou registadas e, por alguma razão, nenhuma classe de abundância lhes pode ser atribuída, devem ser anotadas como presentes (P). Muitas espécies carecem de características macroscópicas diagnosticantes, impedindo a identificação in situ. A falta de especialistas na taxonomia de alguns grupos de organismos (quer dentro da equipa do projecto quer em instituições cooperantes) que possam proceder à identificação em laboratório dos espécimens recolhidos em tempo útil, obriga ao agrupamento de determinados organismos em classes generalistas com hierarquia superior ao género. Tal estratégia será adoptada para determinados grupos de algas, esponjas, hidrários, assim sendo a a identificação in situ restringe-se a espécies com morfologia característica. Para registo in situ das observações efectuadas durante os mergulhos serão usados lápis e placas de acrílico branco previamente despolidas. Estas notas serão posteriormente transcritas para as folhas de amostragem descritas anteriormente. O registo e quantificações em zonas de transição devem ser evitados. Deve-se procurar que a amostra realizada em cada biocenose seja representativa da mesma. O registo das espécies de cada habitat deverá ser prosseguido até se considerar que o esforço despendido não irá aumentar significativamente o número de espécies registadas. De uma forma geral não se deve exceder os 15-20 minutos por zona. Durante este período o observador procurará certificar-se que regista e “identifica” os principais ocupantes de espaço. Em tipos de fundo para os quais os 15-20 minutos não sejam suficientes para registar todas as espécies, deve fazer-se a amostragem de forma a que as espécies que ficam por registar sejam pouco importantes em termos de ocupação de espaço ou estruturação do povoamento. Se, por motivos relacionados com constrangimentos de tempo (falta de tempo para amostrar convenientemente a comunidade) ou oceanográficos (por exemplo, correntes fortes ou visibilidade reduzida) se ficar com a ideia que a amostra recolhida não foi suficientemente representativa, deve estimar-se qual a percentagem que a área amostrada representa relativamente à extensão total do habitat. 37 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas ANEXO IIa – FICHA DE MERGULHO 38 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas ANEXO IIb – FICHAS DE CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DE BIÓTOPOS 39 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas ANEXO IIc – FICHA DE ESPÉCIES 40 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas ANEXO III – RESULTADOS OBTIDOS NA CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL Na caracterização ambiental do meio marinho esteve envolvida a seguinte equipa de mergulhadores: Alexandre Aires da Silva Cedric D'Acoz Frederico Cardigos João Gonçalves João Pedro Barreiros Jorge Fontes Miguel Machete Norberto Serpa Pedro Afonso Pedro Frade Peter Wirtz Renato Bettencourt Ricardo Serrão Santos Rogério Ferraz Sérgio Ávila Vanessa Santos Vítor Rosa Os números do trabalho realizado são: Número de mergulhos: 60 Número de locais: 6 Distância percorrida: 5000m2 Tempo total de mergulho: 6309 minutos Tempo de observação efectiva: 2709 minutos Eficiência de amostragem: 0,5 registos por minuto (segundo a metodologia SACFOR) A totalidade das espécies identificadas para cada um dos biótopos é apresentada no quadro XII. Na página internet http://www.horta.uac.pt/scubazores/D_Joao/ListaSpp.htm é mantida uma lista actualizada destes dados. Quadro XII Lista comentada de espécies registadas até 2003 no Banco D. João de Castro (as espécies com estatuto de protecção por razões comerciais ou razões de conservação da natureza estão assinaladas com * e **, respectivamente) Monera (1 espécie) tipo Beggiatoa Espécie ainda não identificada até à nível taxonómico de espécie. Os trabalhos nesse sentido estão a decorrer na Universidade de Bangor. Classificada como Ocasional nas paredes e Frequente nas fendas (Cardigos et al., 2003). Algae (45 espécies) Chlorophyta Cf. Cladophora sp. Identificada pela primeira vez por Tempera & Cardigos (2000). Espécie considerada frequente neste Banco. Considerada Rara no leito rochoso e foi recolhida uma amostra etiquetada com o número “DJC41” (Cardigos et al, 2003). 41 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Codium adhaerens Identificada apenas na Expedição de 1996 e confirmada por Tempera & Cardigos (2000). Devido às suas reduzidas dimensões é difícil o seu registo durante as identificações de macro-espécies. Considerada Frequente no leito rochoso, Ocasional nas paredes e foi recolhida uma amostra etiquetada com o número “DJC41” (Cardigos et al, 2003). Codium elisabethae Registada nas Expedições do DOP/UAç de 1996 e do Projecto ASIMOV de 1998 e por Tempera & Cardigos (2000). Espécie super-abundante em certos locais, perto das zonas mais activas, e abundante nos restantes ecossistemas até aos 30 metros. Classificada como Frequente no leito rochoso, Ocasional nas paredes e Ocasional nas fendas (Cardigos et al., 2003). Microdichtyon calodictyon Identificada pela primeira vez por Tempera & Cardigos (2000). Espécie considerada rara neste Banco. Cf. Microdichtyon Identificada pela primeira vez por Tempera & Cardigos (2000). Espécie considerada rara neste Banco. Ulva cf. rigida Identificada até ao nível de espécie por Tempera & Cardigos (2000). Considerada rara. Classificada como Rara no leito rochoso e nos Blocos (Cardigos et al., 2003). (Ulva sp.) Identificada nas Expedições de 1996 e Expedições de 1998. Valonia utricularis Identificada pela primeira vez por Tempera & Cardigos (2000). Classificada como Rara nas paredes (Cardigos et al., 2003). Phaeophyta Carpomitra costata Esta espécie foi registada por Tempera & Cardigos (2000). Considerada Ocasional. Taonia atomaria Esta espécie foi registada por Tempera & Cardigos (2000). Considerada Rara. Cladostephus spogiosus Identificada como Cladostephus hirsutus na Expedição do DOP/UAç de 1996. Em Tempera & Cardigos (2000) foi classificada como Frequente, mas atingindo o nível Comum localmente. Classificada como Ocasional no leito rochoso, Rara nas paredes e foi recolhida uma amostra etiquetada como “H1” (Cardigos et, 2003). Colpomenia cf. sinuosa Esta espécie foi apenas registada na Expedição do DOP/UAç em 1996. Identificada como Colpomenia sp. por Tempera & Cardigos (2000). Nível Raro. Cf. Cutleria multifida Esta espécie foi registada na Expedição do DOP/UAç em 1996 como Cutleria multifida. Tempera & Cardigos (2000) classificam-na como Rara na fase Agloozonia. Dictyopteris membranacea Esta espécie foi apenas registada na Expedição do DOP/UAç em 1996. Classificada como Rara e recolhida uma amostra etiquetada como “DJC22” (Cardigos et al, 2003). Dictyota adnata / bartaysi Esta espécie foi registada em 2003 e classificada como Rara no leito rochoso e nas paredes (Cardigos et al, 2003). Dictyota dichotoma Esta espécie foi registada na Expedição do DOP/UAç em 1996. Foi classificada como Rara por Tempera & Cardigos (2000). Classificada como Rara nas paredes (Cardigos et al, 2003). Halopteris filicina Esta espécie foi identificada como Halopteris scoparia na Expedição do DOP/UAç em 1996. Tempera & Cardigos (2000) classificam-na como Frequente. Classificada como Rara nas paredes (Cardigos et al, 2003). 42 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Padina pavonica Esta espécie tem fácil identificação devido ao exotismo da sua forma e foi registada nas Expedições do DOP/UAç em 1996 e do Projecto ASIMOV em 1998 e por Tempera & Cardigos (2000). Tempera & Cardigos (2000) classificam-na como Ocasional. Após os 20 metros de profundidade, foi classificada como Ocasional no leito rochoso e Rara nas paredes (Cardigos et al, 2003). Peyssonelia verde ou Lobophora Registada em 2003 e classificada como Rara nas paredes (Cardigos et al, 2003). Sargassum indeterminado Registada em 2003 e classificada como Rara no leite rochoso e paredes (Cardigos et al, 2003). Sargassum cf. vulgare Não há dúvida que uma das espécies mais abundantes no Banco D. João de Castro pertence a este género, no entanto, ainda não foi identificada a espécie. Identificada na Expedição de 1996 como Sargassum vulgare e como Sargassum sp. nas missões do Projecto ASIMOV de 1998 e 1999. Tempera & Cardigos (2000) classificam-na como Comum. A identificação das espécies deste género tem, por vezes, de recorrer a estudos genéticos (Ho et al., 1995). Stypocaulum scoparium Esta espécie foi registada na Expedição de 1996 como S. scoparia. Na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV foi classificada como Rara. Zonaria tournefortii Identificada na Expedição do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Classificada como Ocasional. Classificada como Super-Abundante no leito rochoso e blocos abaixo dos 30 metros e ocasional nas paredes acima dessa profundidade (Cardigos et al, 2003). Rhodophyta Acrosorium uncinatum Espécie registada e classificada como Rara na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Ceramialis indeterminada Género registado e classificado como Raro na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Corallina cf. enlongata Esta espécie foi registada na Expedição do DOP/UAç em 1996 como C. officinalis. Identificada e classificada como Comum na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Classificadas como Abundante no leito rochoso Ocasional nas paredes e fendas e foi recolhido uma amostra (Cardigos et al, 2003). Chylocladia verticillata Registada como “gelatinosa rosa” e classificada como Rara nas fendas (Cardigos et al, 2003). Mais tarde foi identificada como Chylocladia verticillata de acordo com o guia Delachaux et Niestlé (1992). Crostas coralinácias não identificadas Classificadas como Raras na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Classificadas como Frequentes no leito rochoso e paredes e Abundantes nas fendas (Cardigos et al, 2003). Lâmina Rodophyta não identificada Classificada como Rara na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Cf. Gellidium sp. Esta espécie foi registada na Expedição do DOP/UAç em 1996 como Gellidium sp. Na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV foi identificado o provável género, mas não foi classificada. Cf. Gigartina sp. Este género tem as pontas bicudas e amareladas, mas a identificação como pertencente ao género Gigartina não conseguiu ser confirmado durante a missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Classificada como Frequente. Halymenia sp. Este género foi apenas registado na Expedição do DOP/UAç em 1996, mas com algumas dúvidas. Hypnea sp. Este género foi identificado durante a missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV e classificada como Rara. Apesar da presença das estruturas em forma de tabiques não foi possível uma identificação até à espécie. Jania rubens Esta espécie foi apenas registada com dúvidas na Expedição do DOP/UAç em 1996. 43 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Liagora viscida Esta espécie foi apenas registada com dúvidas na Expedição do DOP/UAç em 1996. Lithophyllum incrustans Esta espécie foi apenas registada na Expedição do DOP/UAç em 1996. Lithothamnion calcareum Esta espécie foi apenas registada e com dúvidas na Expedição do DOP/UAç em 1996. Meredithia micrphyla ou Rhodymesia holmesii Identificada na missão do Projecto ASIMOV do ano 2000, classificada como Rara. Mesophylum lichenoides Identificada na Missão Bancos 2003 e classificada como Rara nas paredes (Cardigos et al, 2003). Peyssonnelia rubra Esta espécie foi registada em 2003 e classificada como Rara nas paredes (Cardigos et al., 2003). Peyssonnelia squamaria Esta espécie foi apenas registada com dúvidas na Expedição do DOP/UAç em 1996. Peyssonnelia sp. 1 Esta espécie foi registada com na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV do DOP/UAç. Apesar de amarelada não foi possível identificar até à espécie. Classificada como Ocasional. Classificada como Ocasional no leito rochoso e Frequente nas paredes (Cardigos et al, 2003). Peyssonnelia sp. 2 Esta espécie foi registada com na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV do DOP/UAç. Apesar do aspecto esverdeado não foi possível identificar até à espécie. Classificada como Rara. Porphyra sp. Esta espécie foi apenas registada com dúvidas na Expedição do DOP/UAç em 1996. Pterocladiella capilacea Esta espécie foi apenas registada na Expedição do DOP/UAç em 1996 como Pterocladia capilacea. Rodophyta indet. (crostas não calcáreas) Classificadas como Raras nas paredes (Cardigos et al, 2003). Sphaerococcus coronopifolius Identificada durante os trabalhos de mar do Projecto ASIMOV do ano 2000. Classificada como nível Rara. Porifera (13 espécies) Cliona viridis Identificada primeiro no trabalho de Boury-Esnault & Lopes (1985). A sua presença foi confirmada nos trabalhos de D’Acoz & Wirtz (1999) e na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Classificada como Rara nas paredes, embora com uma abundância relativa mais elevada acima dos 30 metros de profundidade (Cardigos et al, 2003). Cliona sp. Uma segunda espécie de Cliona foi identificada por D’Acoz & Wirtz (1999). Segundo estes autores não se tratava de C. celata ou C. viridis, possuia populações com manchas de 50 a 100cm de diâmetro, mas não conseguiram identificar a espécie. Na missão do ano 2000 foi identificada uma espécie de Cliona , mas, mais uma vez, sem uma identificação positiva da espécie. Cliona celata Identificada durante a missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Crambe crambe Identificada com algumas dúvidas durante a Expedição do DOP/UAç de 1996. Esponja 1 Esponja laranja com ósculos estrelados, mas não identificada. Esponja 2 Esponja laranja com ósculos estrelados, mas não identificada. 44 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Hamigera hamigera Registada com dúvidas em 2003 e classificada como Rara (Cardigos et al., 2003). Hexadella racovitzai Identificada apenas no trabalho Boury-Esnault & Lopes (1985). Myxilla rosacea Identificada nos trabalhos de Boury-Esnault & Lopes (1985) e durante a missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Registada como “Tedania / Myxilla” e classificada como Rara no leito rochoso e nas paredes e Ocasional nas fendas (Cardigos et al., 2003). Polimastia mamilaris Registada com dúvidas em 2003 e classificada como Rara (Cardigos et al., 2003). Sycon ciliatum Identificado durante a missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Tethya aurantium Boury-Esnault & Lopes, 1985 Terpios sp. Identificado durante a missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Ctenophora (2 espécies) Cestus veneris Identificado por D’Acoz & Wirtz (1999). Beroe forskali Registada em 2003 e classificada como Presente na coluna de água (Cardigos et al., 2003). Cnidaria (14 espécies) Cf. Actina equina Identificada na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Aglaophenia kirchenpaueri Identificado por d’Acoz & Wirtz (1999) por vezes com ovos de Doto sp. Aglaophenia tubulifera Identificada originalmente na Expedição do DOP de 1996. Presença confirmada nas missões do projecto ASIMOV de 1998 e 2000. Classificada como Ocasional no leito rochoso, paredes e fendas (Cardigos et al., 2003). Aglaophenia sp. 1 Espécie com cromancia esbranquiçada e aspecto fino identificada apenas até ao género durante a missão do Projecto ASIMOV do ano 2000. Aglaophenia sp. 2 Espécie com um aspecto ramificado e epífita de algas não identificadas. Identificada durante a missão do Projecto ASIMOV do ano 2000. Anémona não identificada Espécie identificada durante a expedição do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Anthipades wollastoni Espécie registada em 2003 e classificada como Rara nas paredes (Cardigos et al., 2003). Aurelia aurita Identificada na missão do ano 1999 do Projecto ASIMOV. 45 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Bolinopsis infundibulum Identificada na Expedição do DOP/UAç de 1996. Caryophyllia smithi Espécie identificada em grandes quantidades por D’Acoz & Wirtz (1999). Classificada como Rara nas paredes (Cardigos et al., 2003). Corynactis viridis Identificada apenas na Expedição do DOP/UAç de 1996. Hidrário não identificado Espécie identificada durante a expedição do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Hidrozoário assimétrico não identificado Registado em 2003 e classificado como Frequente nas fendas (Cardigos et al, 2003). Obelia sp. Identificada apenas na Expedição do DOP/UAç de 1996. Pelagia noctiluca Registada em 2003 e classificada como Rara (Cardigos et al, 2003). Atropoda – Crustacea (12 espécies) Decapoda Calcinus tubularis Identificado originalmente por d’Acoz & Wirtz (1999) e confirmada a presença durante a missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Dardanus calidus Identificado por d’Acoz & Wirtz (1999). Dromia marmorea Identificado durante a Expedição do DOP/UAç de 1996. Herbstia condyliata Identificada apenas a carapaça de um indivíduo por d’Acoz & Wirtz (1999). Liocarcinus corrugatus Identificado originalmente durante a Expedição do DOP/UAç de 1996. Presença confirmada por d’Acoz & Wirtz (1999) através de carapaças de indivíduos mortos. Lysmata sp. Identificada por d’Acoz & Wirtz (1999) com algumas dúvidas. * Maja capensis Identificado na Expedição do DOP/UAç de 1996 como Maja squinado. Registada como Maja capensis e classificada como Ocasional nas fendas (Cardigos et al., 2003). Pagurus cuanensis Identificado na missão de 1998 do Projecto ASIMOV. Presença confirmada por um organismo (d’Acoz & Wirtz, 1999). Xantho incisus Identificado como Xantho sp. na Expedição DOP/UAç de 1996. Diversos indivíduos identificados por d’Acoz & Wirtz (1999). Amphipoda Unidentified caprellids Identificados por d’Acoz & Wirtz (1999). Unidentified gammarids Identificados por d’Acoz & Wirtz (1999). 46 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Cirripedia Megabalanus azoricus Identificados na missão de 1998 do Projecto ASIMOV. A presença foi confirmada por d’Acoz & Wirtz (1999). Identificados novamente na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV. Classificados como Ocasionais no leito rochoso, paredes e fendas (Cardigos et al, 2003). Pycnogonida (1 espécie) Unidenfied species Espécies recolhidas por d’Acoz & Wirtz (1999) e enviadas para especialistas para identificação. Briozoa (3 espécies) Briozoa sp. 1 Espécie incrustante branca registada por Tempera & Cardigos (2000). Foi impossível identificar. Briozoa sp. 2 Espécie incrustante negra registada por Tempera & Cardigos (2000). Foi impossível identificar. Briozoa sp. 3 Espécie aborescente branca registada por Tempera & Cardigos (2000). Foi impossível identificar. Annelida - Polychaeta (4 espécies) Hermodice carunculata Identificado por d’Acoz & Wirtz (1999) e confirmada por Tempera & Cardigos (2000). Classificada como Frequente no leito rochoso, paredes e fendas (Cardigos et al., 2003). Sabella spalanzani Espécie registada por Tempera & Cardigos (2000). Serpulidae Espécie registada por Tempera & Cardigos (2000). Spirorbidae Pequenos indivíduos identificados por d’Acoz & Wirtz (1999) entre as algas. Mollusca (45 espécies) Gastropoda Prosobranchia Archaaeogastropoda Patellidae * Patella ulyssiponensis aspera Identificada como Patella sp. por Santos et al.1996. Confirmada a presença por R. Ferraz durante missão ASIMOV 2000. Scissurellidae Sinezona cingulata (Costa O. G., 1861) Identificada por Ávila et al. (submetido). Haliotidae Haliotis tuberculata Linnaeus, 1758 Identificada por Santos et al. 1996. Confirmada a presença por Ávila (1997). d’Acoz & Wirtz (1999) identificaram apenas um animal. Trochidae 47 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Calliostoma cf. conulus (Linnaeus, 1758) Identificada por Ávila et al. (submetido). Calliostoma cf. zizyphinum (Linnaeus, 1758) Identificada originalmente por Ávila (1997). Presença confirmada por d’Acoz & Wirtz (1999) e Tempera & Cardigos (2000). Exemplar recolhido por Ávila et al. (submetido). Classificado como Raro nas fendas (Cardigos et al., 2003). Gibbula sp. Género identificado por d’Acoz & Wirtz (1999). Jujubinus sp. Identificado por Ávila et al. (submetido). Trocoliidae Tricolia pullus azorica Dautzenberg, 1889 Ávila et al. (in prep) recolheram fragmentos da concha e um opérculo. Apogastropoda Cerithidae Bittium sp. Identificado em diversas raspagens efectuadas por Ávila et al. (submetido). Triphoridae Marshallora adversa (Montagu, 1803) Identificada por Ávila et al. (submetido). Rissoidae Alvania angioyi van Aartsen, 1982 Identificada por Ávila et al. (submetido). Alvania cancellata (da Costa, 1778) Identificada por Ávila et al. (submetido). Alvania sleursi (Amati, 1987) Identificada por Ávila et al. (submetido). Unidentified Rissoidae Registado por d’Acoz & Wirtz (1999). Este animal pode ser qualquer um dos anteriores Rissoideos por isso não é considerado como um novo registo até a identificação estar completa. Caecidae Caecum sp. Identificada por Ávila et al. (submetido). Vermetidae Thylaeodus cf. rugulosus Monterosato, 1878 Identificada por Ávila et al. (submetido). Vermetus cf. triquetrus Bivona-Bernardi, 1832 Identificada por Ávila et al. (submetido). Lamellariidae Lamellaria latens (Müller O. F., 1776) Identificada por Ávila et al. (submetido). 48 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Cassidae Phalium granulatum (Born, 1778) Identificado originalmente por Santos et al. (1996). Presença confirmada por Ávila (1997) sob o nome Phalium undulatum (Gmelin, 1791). Ranellidae * Charonia lampas lampas (Linnaeus, 1758) Identificada originalmente como Charonia lampas por Santos et al. 1996. Presença confirmada por Ávila 1997 e d’Acoz & Wirtz (1999). Cymatium pathenopeum parthenopeum (von Salis, 1793) Espécie Identificada por Ávila (1997). Bursidae Bursa scrobiculator (Linnaeus, 1758) Espécie Identificada por Ávila (1997). Muricidae Ocinebrina aciculata (Lamarck, 1822) Identificada por Ávila et al. (submetido). Stramonita haemastoma (Linnaeus, 1766) Espécie Identificada originalmente por Ávila (1997) como Thais haemastoma e confirmada por d’Acoz & Wirtz (1999) também como Thais haemastoma. Identificada como Stramonita haemastoma por Tempera & Cardigos (2000) e Ávila et al. (submetido). Classificado como Raro nas fendas e Presente no leito rochoso (Cardigos et al, 2003). Coralliophilidae Coralliophila meyendorffi (Calcara, 1845) Identificada por Ávila et al. (submetido). Nassariidae Nassarius incrassatus (Strøm, 1768) Identificada por Ávila et al. (submetido). Columbellidae Columbella adansoni Menke, 1853 Identificada por Ávila et al. (submetido) e confirmada por Tempera & Cardigos (2000). Mitridae Mitra cornea Lamarck, 1811 Identificada por Ávila et al. (submetido). Conidae Anachis sp. Identificada por Ávila et al. (submetido). Mitrolumna crenipicta Dautzenberg, 1889 Identificada por Ávila et al. (submetido). Raphitoma linearis (Montagu, 1803) Identificada por Ávila et al. (submetido). 49 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Heterostropha Omalogrydae Omalogyra atomus (Philippi, 1841) Identificada por Ávila et al. (submetido). Opistobranchia Thecosomata Cavoliniidae Cavolinia inflexa (Lesueur, 1813) Identificada por Ávila et al. (submetido). Limacinidae Limacina inflata (d’Orbigny, 1836) O primeiro registo conhecido desta espécie, não apenas para o Banco D. João de Castro, mas para todos os Açores, é feito por Ávila et al. (1999). Nudibranchia Discodoridae Discodoris atromaculata (Bergh, 1880) O único registo efectuado desta espécie é de Santos et al. (1996). Bivalvia Pteromorpha Arcoida Arcidae Arca tetragona Poli, 1795 Identificada por Ávila et al. (submetido). Mytiloida Mytilidae Trichomusculus semigranatus (Reeve, 1858) Identificada em diversas amostras por Ávila et al. (submetido). Pinnidae Pinna rudis Linnaeus, 1758 Identificada originalmente por Santos et al., 1996 (como Pinna nobilis) e confirmada por Ávila (1997) e Tempera & Cardigos (2000). Pterioida Pectinidae Palliolum incomparabile (Risso, 1826) Identificada por Ávila et al. (submetido). Crassadoma multistriata (Poli, 1795) Identificada em diversas amostras por Ávila et al. (submetido). Anomiidae Anomia ephippium Linnaeus, 1758 Identificada originalmente por Ávila (1997), presença confirmada por Tempera & Cardigos (2000). 50 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Limidae Limaria hians (Gmelin, 1791) Identificada por Ávila et al. (submetido). Heterodonta Veneroida Chamidae Pseudochama gryphina (Lamarck, 1819) Identificada por Ávila et al. (submetido). Semelidae Ervilia castanea (Montagu, 1803) Identificado originalmente por Santos et al. (1996) e confirmado por Ávila et al. (submetido). Cephalopoda Coleoidea Octopoda Octopodidae * Octopus vulgaris Cuvier, 1797 Identificado por Santos et al. 1996 e confirmada por Tempera e Cardigos (2000). Resgistado nos inquéritos de pesca do DOP/UAç (1990). Echinodermata (6 espécies) Holothurioidea Holothuria spp. Identificado por Santos et al. (1996). Asteroidea Ophidiaster ophidianus Identificado por Santos et al. (1996). Ophiuroidea Ophiocomina nigra Identificado por d’Acoz & Wirtz (1999). Echinoidea Sphaerechinus granularis Espécie identificada por Santos et al. (1996), d’Acoz & Wirtz (1999) e Tempera & Cardigos (2000). Registado como Frequente nas fendas (Cardigos et al, 2003). Arbacia lixula Espécie identificada por Santos et al. (1996) e d’Acoz & Wirtz (1999). Paracentrotus lividus Espécie identificada por Santos et al. (1996). Tunicata (1 espécie) SALPAS Espécie(s) não identificada(s) d’Acoz & Wirtz (1999). 51 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Pisces (78 espécies) Abudefduf luridus Identificado por Santos et al. (1996), missão do Projecto ASIMOV de 1998, por d’Acoz e Wirtz (1999), em grandes quantidades, e Tempera & Cardigos (2000), os quais incluem juvenis. Classificado como Ocasional no leito rochoso (Cardigos et al., 2003). Acanthocybium solandri Identificado por Santos et al. (1996) e confirmado por d’Acoz e Wirtz (1999). Alepisaurus ferox Registado na base de dados do Projecto Tartaruga (2000 e 2001). Alopias superciliosus Registado na base de dados do Projecto Tartaruga (2000). Aphanopus carbo Registado nos inquéritos de pesca do DOP/UAç (1999). Apletodon incognitus Identificado por d’Acoz e Wirtz (1999). Apogon imberbis Identificados durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV e confirmada a presença por Tempera & Cardigos (2000). Classificado como Ocasional nas fendas (Cardigos et al., 2003). Balistes carolinensis Identificado por Santos et al. (1996), missão do Projecto ASIMOV de 1998, por d’Acoz e Wirtz (1999) e Tempera & Cardigos (2000), em todos os casos em grandes quantidades. Registado nos inquéritos de pesca do DOP/UAç (1990, 1991 e 1999). Classificado como Abundante na coluna de água (Cardigos et al., 2003). Beryx decadactylus Inquéritos de pesca demersal do DOP/Uaç (1991, 1993, 1994, 1998 e 2000). Beryx splendens Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1991, 1993, 1998 e 1999). * Boops boops Identificado por Santos et al. (1996), missão do Projecto ASIMOV de 1998 e Tempera & Cardigos (2000). Caranx crysos Identificado durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV. Ctenolabrus caeroleus Identificado como Centrolabrus trutta por Santos et al. e durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV. Foi identificado como Ctenolabrus caeroleus por d’Acoz & Wirtz (1999) e Tempera & Cardigos (2000). Chromis limbata Identificado inicialmente por Santos et al. (1996) confirmado durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV e por Tempera & Cardigos (2000). Classificado como Frequente no leito rochoso, Abundante nas paredes e Comum na coluna de água (Cardigos et al., 2003). Conger conger Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1990, 1991, 1993, 1994, 1998 e 1999). Observações em 2000 com ROV no monte submarino a Sudeste do D. João de Castro. Coris julis Identificado por Santos et al. (1996), durante a missão de 1998 da missão ASIMOV, d’Acoz & Wirtz (1999) e Cardigos & Tempera (2000). Encontra-se na parte superior do banco e em quantidades elevadas. Classificado como Frequente no leito rochoso (Cardigos et al., 2003). Coryphaena hippurus Registado na base de dados do Projecto Tartaruga (2000 e 2001). DALATIAS LICHA Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1993). Dasyatis pastinaca Identificada por Santos et al. (1996) e confirmada por Tempera & Cardigos (2000). Classificado como Rara no leito rochoso (Cardigos et al., 2003). * Diplodus sargus cadenati Espécie apenas identificada na missão de 1998 do Projecto ASIMOV. Durante esta missão esta espécie era encontrada aglomerada num extremo do Banco D. João de Castro. Classificado como Rara na coluna de água (Cardigos et al., 2003). 52 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas ** Epinephelus marginatus Identificado originalmente por Santos et al. (1996) e posteriormente confirmada a presença por Tempera & Cardigos (2000). Registado nos inquéritos de pesca do DOP/UAç (1993 e 1999). Enchelycore anatina Identificado por Tempera & Cardigos (2000). Galeorhinus galeus Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1991, 1998 e 1999). Base de dados do Projecto Tartaruga (2000). Helicolenus dactylopterus dactylopterus Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1990, 1991, 1993, 1995, 1996, 1998 e 1999). Observações em 2000 com ROV no monte submarino a Sudeste do D. João de Castro. Isurus oxyrinchus Registado na base de dados do Projecto Tartaruga (2000 e 2001). Katswonus pelamis Identificado originalmente por Santos et al. (1996) e posteriormente confirmada durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV. Base de dados do POPA (1998, 1999 e 2000). Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1999). Classificado como Comum na coluna de água (Cardigos et al., 2003). Kyphosus sp. Identificado originalmente por Santos et al. (1996), confirmada a presença durante a missão do Projecto ASIMOV de 1998, por d’Acoz & Wirtz (1999) como Kyphosus sectatrix, e Tempera & Cardigos (2000). Os indivíduos têm grandes dimensões ao contrários dos presentes em zonas costeiras os quais normalmente são menores. Classificado como Frequente no leito rochoso e Comum na coluna de água (Cardigos et al., 2003). Labrus bergylta Identificado por Santos et al. (1996). Registados durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV, por d’Acoz & Wirtz (1999) e por Tempera & Cardigos (2000). Os indivíduos presentes possuiam grandes dimensões (Tempera & Cardigos, 2000). Lepidocybium flavobrunneum Registado na base de dados do Projecto Tartaruga (2000 e 2001). Lepidopus caudatus Registado nos inquéritos de pesca do DOP/UAç (1991, 1993, 1996, 1998 e 1999). Lophius piscatorius Registado nos inquéritos de pesca do DOP/UAç (1999). Masturus lanceolatus Registado na base de dados do Projecto Tartaruga (2000). Mobula tarapacana Registada por Santos et al. (1996) como Mobula mobular. Registada na missão de 1998 do Projecto ASIMOV como Mobula tarapacana após o trabalho de (...). Registada também em d’Acoz & Wirtz (1999) e Tempera & Cardigos (2000). Classificado como Ocasional na coluna de água (Cardigos et al., 2003). Mola mola Registado na base de dados do Projecto Tartaruga Molva dipterygia macrophthalma Registada nos inquéritos de pesca do DOP/UAç (1990, 1991, 1993, 1998 e 1999). Mora moro Registada nos inquéritos de pesca do DOP/UAç (1991, 1993, 1998 e 1999). Moreias (Gymnothorax unicolor, Muraena augusti ou Muraena helena) Registada nos inquéritos de pesca do DOP/UAç nos anos de 1990, 1991, 1993, 1998 e 1999. Muraena augusti Registado por: Santos et al. (1996) e confirmada a presença por Tempera & Cardigos (2000). Classificado como Frequente nas fendas (Cardigos et al., 2003). Muraena helena Registada por Santos et al. (1996), durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV, d’Acoz & Wirtz (1999) e Tempera & Cardigos (2000). Classificado como Ocasional no leito rochoso (Cardigos et al., 2003). 53 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Myliobatis aquila Registado por Santos et al. (1996) e confirmada a presença por Tempera & Cardigos (2000). Classificado como Ocasional nos blocos (Cardigos et al., 2003). Ophioblennius atlatnticus atlanticus Registado por Santos et al. (1996) e presença confirmada na missão de (1998) do Projecto ASIMOV. * Pagellus bogaraveo Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1990, 1991, 1993, 1994, 1995, 1996, 1998 e 1999). Base de dados do Projecto Tartaruga (2000). * Pagrus pagrus Registado por Santos et al. (1996). Registado nos inquéritos de pesca do DOP/UAç (1990, 1991, 1993, 1998 e 1999). Parablennius ruber Registada por: Santos et al. (1996), durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV, d’Acoz & Wirtz (1999) e Tempera & Cardigos (2000). Phycis phycis Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1991, 1993, 1998 e 1999). Polipryon americanus Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1991, 1993, 1994, 1995, 1998 e 1999). Pontinus khunli Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1991, 1993, 1998 e 1999). Pseudolepidaplois scrofa ou Bodiannus scrofa Registado por Santos et al. (1996) e apenas uma fêmea de grandes dimensões em Tempera & Cardigos (2000). Classificado como Ocasional nos blocos (Cardigos et al., 2003). Prionace glauca Registado por Tempera & Cardigos (2000). Exemplar capturado em palangre de superfície e alado perto da equipa de mergulho científico do Departamento de Oceanografia e Pescas. Base de dados do Projecto Tartaruga (2000 e 2001). RAIA NÃO IDENTIFICADA Registado nos inquéritos de pesca do DOP/UAç (1990, 1991, 1998 e 1999). Remora remora Durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV foi identificado um indivíduo de Mobula tarapacana possuia duas rémoras.na sua zona dorsal, no entanto a sua identificação até à espécie foi impossível. D’Acoz & Wirtz (1999) identificaram umas rémoras, também fixas à zona dorsal de Mobula tarapacana como pertencentes à espécie Remora remora. Remorina albescens Registada em conjunto com Remora remora ambas na zona dorsal de Mobula tarapacana (d’Acoz & Wirtz, 1999). RUVETUS PRETIOSUS Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1990, 1991 e 1999). Sarda sarda Registada originalmente por Santos et al. (1996). Presença confirmada durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV. Registada nos inquéritos de pesca do DOP/UAç (1991). * Sarpa salpa Resgistada originalmente durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV. Presença confirmada nos trabalhos de Tempera & Cardigos (2000). Schedophylus ovalis Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1991). Scorpaena madeirensis Registada por: Santos et al. (1996), durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV, d’Acoz & Wirtz (1999) e Tempera & Cardigos (2000). Neste local há muitos indivíduos desta espécie e alguns foram recolhidos na missão do ano 2000 do Projecto ASIMOV para se fazerem medições de Mercúrio. Classificado como Frequente no leito rochoso e Ocasional nos blocos (Cardigos et al., 2003). Scorpaena scrofa Registada nos inquéritos de pesca do DOP/UAç (1990, 1991, 1993, 1998 e 1999). Scomber japonicus Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1999). 54 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Seriola sp. Registada nos inquéritos de pesca demersal do DOP/Uaç (1999). Seriola dumerili Registada por Santos et al. (1996) e presença confirmada durante a missão de (1998) do Projecto ASIMOV. Seriola rivoliana Registada por: Santos et al. (1996), durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV, d’Acoz & Wirtz (1999) e Tempera & Cardigos (2000). Classificado como Ocasional na coluna de água (Cardigos et al., 2003). Serranus atricauda Registada por: Santos et al. (1996), durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV, d’Acoz & Wirtz (1999) e Tempera & Cardigos (2000). Tempera & Cardigos (2000) registaram a presença de um juvenil. Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1990, 1998 e 1999). Classificado como Frequente no leito rochoso e na coluna de água (Cardigos et al., 2003). Sparisoma cretense Registada por: Santos et al. (1996), durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV, d’Acoz & Wirtz (1999) e Tempera & Cardigos (2000). Tempera & Cardigos (2000) registaram a presença de diversos juvenis. Classificado como Frequente no leito rochoso e nos blocos (Cardigos et al., 2003). Sphoeroides marmuratus Registado originalmente por Santos et al. (1996) e presença confirmada por Tempera & Cardigos (2000). Classificado como Comum no sedimento, Frequente no leito rochoso e nos blocos (Cardigos et al., 2003). Spyrna zygaena Espécie apenas registada durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV. Sphyraena viridensis Registada por: Santos et al. (1996), durante a missão de 1998 do Projecto ASIMOV, d’Acoz & Wirtz (1999) e Tempera & Cardigos (2000). Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1999). Classificado como Frequente na coluna de água (Cardigos et al., 2003). Symphodus mediterraneus Registada por Santos et al. (1996), pela missão de 1998 do Projecto ASIMOV. Classificado como Ocasional nos blocos (Cardigos et al., 2003). Taeniura grabata DOP Expedição 1996; ASIMOV Expedição 1999. Taractes rubescens cf. Registado, com algumas dúvidas, na base de dados do Projecto Tartaruga (2000). Thalassoma pavo DOP Expedição 1996; ASIMOV Expedição 1998; ASIMOV Expedição 1999. Classificado como Comum no leito rochoso e Frequente nos blocos (Cardigos et al., 2003). Thunnus alalunga Registado na base de dados do Projecto Tartaruga (2001). Thunnus albacares Registado na base de dados do POPA (1998 e 2000). Thunnus obesus Inquéritos de pesca do DOP/UAç (1998). Base de Dados do POPA (1998 a 2000). Base de dados do Projecto Tartaruga (2000). Classificado como Ocasional na coluna de água (Cardigos et al., 2003). Trachinotus ovatus DOP Expedição 1996. Trachurus picturatus Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1998 e 1999). Tripterygion delaisii delaisii ASIMOV Expedição 1998. Classificado como Frequente no leito rochoso e nos blocos (Cardigos et al., 2003). Xiphias gladius Inquéritos de pesca demersal do DOP/UAç (1991 e 1999). Base de dados do Projecto Tartaruga (2000 e 2001). Zeus faber Inquéritos de pesca do DOP/UAç (1991, 1998 e 1999). 55 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Reptilia (3 espécies) ** Caretta caretta ASIMOV Expedição 2000. Base de dados do Projecto Tartaruga (2000). ** Chelonia mydas Registada na base de dados do Projecto Tartaruga (2001). ** Dermochelys coriacea Registada na base de dados do Projecto Tartaruga (2001). Aves (3 espécies) ** Puffinus gravis ASIMOV Expedição 1999 ** Calonectris diomedea borealis ASIMOV Expedição 2000 ** Oceanodroma castro ASIMOV Expedição 2000 Mamalia (1 espécie) ** Tursiops trucatus Espécie identificada apenas na missão de 2000 do Projecto ASIMOV. Durante esta última missão a espécie ocorreu em mais de 50% dos dias de mar. 56 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas ANEXO IV – METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL Para a classificação da cada um dos critérios de avaliação ambiental, foram desenvolvidas metodologias que permitiram de uma forma mais objectiva calcular cada um dos factores. Dimensão Para a avaliação da dimensão de cada um dos SIC em relação à dimensão mais frequente nos Açores (mediana da dimensão de todos os SIC), e tendo em conta apenas o tamanho (linha de costa, área marinha e área total), utilizou-se a seguinte equação: T SIC IDim = Ln Mediana T total SIC Onde IDim é o índice de dimensão; T SIC é a dimensão de cada uma das medidas dos SIC (linha de costa, área marinha ou área total do SIC); Mediana T total SIC é a mediana do tamanho de todos os SIC dos Açores para cada uma das medidas do SIC em classificação. A classificação de cada uma das dimensões é obtida comparando o IDim calculado com a seguinte escala de avaliação: Valor IDim -3 -2 -1 0 1 2 3 Classificação Muito Inferior Muito Inferior Inferior Média Superior Muito Superior Muito Superior Diversidade Para a avaliação da diversidade (habitats do Anexo I da Directiva, biótopos, espécies do Anexo III da Directiva, de algas, de invertebrados, de peixes e total), existente em cada um dos SIC, e tendo em conta os valores de todos os SIC utilizaram-se as seguintes equações: - Para a avaliação dos Habitats do Anexo I da Directiva, biótopos e Espécies do Anexo III da Directiva, utilizou-se a seguinte equação: IDiv(a) = n local n total Onde IDiv(a) é o índice de diversidade; n local é a contagem de habitats da Directiva, biótopos ou espécies da Directiva registados para cada SIC; n total é o número total de habitats da Directiva, biótopos ou espécies da Directiva registados para todos os SIC marinhos dos Açores. - Para a avaliação das espécies de algas, invertebrados, peixes e totais registadas para o SIC, utilizou-se a seguinte equação: n local IDiv(b) = n total 2 Onde IDiv(b) é o índice de diversidade; n local é o número de espécies (algas, invertebrados, peixes ou total) registadas no SIC; n total é o número médio de espécies (algas, invertebrados, peixes ou totais) registadas em todos os SIC marinhos dos Açores. 57 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas A classificação de cada uma das dimensões é obtida comparando o IDiv(a) ou IDiv(b) calculado com a seguinte escala de avaliação: Valor IDiv [ 0 a 0,3 [ [ 0,3 a 0,7 ] ] 0,7 a 1] Classificação Inferior Média Superior Naturalidade Para a avaliação da naturalidade de cada um dos SIC, considerou-se que a pouca degradação do local é indicativa do superior nível de naturalidade do local. Deste modo, a partir da classificação de cada índice, a naturalidade correspondente é classificada. Nos cálculos realizados converteu-se a escala SACFOR em valores quantitativos: SACFOR S A C F O R Quantificação 6 5 4 3 2 1 Intervenção Terrestre Para a avaliação do nível de intervenção terrestre no SIC, atribuiu-se uma classificação empírica comparativa entre SIC. Para esta avaliação, estabeleceu-se um SIC considerado como pouco intervido (classificação: Inferior) e outro como o mais intervido (classificação: Superior) da região, que se consideraram os limites superiores e inferiores da escala. Para uma intervenção média a classificação é de Média. Classificação Intervenção Terrestre Inferior Média Superior Classificação de Naturalidade ÌÌÌÌÌ ÌÌÌ Ì Exploração Costeira Para a quantificação do nível de exploração costeira na avaliação da naturalidade do SIC, utilizou-se a seguinte equação: EC = n=r ∑ n =a p × SACFOR Mtotal α × 10 Ttotal Area Onde EC é o índice de exploração costeira; n representa cada uma das 18 espécies de peixe comerciais que foram identificadas no decorrer da caracterização biológica dos SIC; p é o número de mergulhos em que a espécie n foi registada; Mtotal é o número total de mergulhos realizados no SIC; SACFOR é a média da escala de SACFOR obtido para a espécie n no SIC; α é a soma do máximo da escala de SACFOR obtido para cada espécie em todos os SIC dos Açores (neste estudo α = 69); Ttotal é a soma do tempo de observação de cada mergulhador em todos os mergulhos realizados; Area é a área marinha do SIC. 58 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas A classificação é obtida comparando o EC estimado com a seguinte escala de avaliação: Valor EC [ 0,8 a 1 ] [ 0,6 a 0,8 [ [ 0,4 a 0,6 [ [ 0,2 a 0,4 [ [ 0 a 0,2 [ Classificação “Natural” Pouco Explorado Explorado Muito Explorado Explorado Intensivamente Classificação de Naturalidade ÌÌÌÌÌ ÌÌÌÌ ÌÌÌ ÌÌ Ì Neste cálculo foram consideradas as seguintes espécies, escolhidas com base na listagem de espécies de peixe exploradas na área costeira, e vendidas nas lotas da região: Conger conger Pseudocaranx dentex Diplodus sargus Sarda sarda Epinephelus marginatus Sardina pilchardus Gymnothorax unicolor Scorpaena scrofa Muraena helena Seriola rivoliana Pagellus bogaraveo Serranus atricauda Pagrus pagrus Sparisoma cretense Phycis phycis Sphyraena viridensis Pomatomus saltator Trachurus picturatus Modificadores Antropogénicos (Área Marinha) Para a quantificação da importância dos modificadores antropogénicos, registados na área marinha, na avaliação da naturalidade do SIC, utilizou-se a seguinte equação: IMA = MAtotal MAmax × Mtotal Onde IMA é o índice de modificadores antropogénicos na área marinha; MAtotal é o número de registos de modificadores presentes no ambiente marinho do SIC; MAmax é o número máximo de modificadores possíveis de identificar por mergulho; Mtotal é o número total de mergulhos realizados no SIC. A classificação é obtida comparando o IMA calculado com a seguinte escala de avaliação: Valor IMA [ 0 a 0,3 [ [ 0,3 a 0,7 ] ] 0,7 a 1] Classificação Inferior Média Superior Classificação de Naturalidade ÌÌÌÌÌ ÌÌÌ Ì Espécies Não Nativas Para a quantificação da importância das espécies não nativas na avaliação da naturalidade do SIC, utilizou-se a seguinte equação: 59 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas n =f p ∑ n =a Mtotal NN = × SACFOR β Onde NN é o índice de espécies não nativas; n representa cada uma das 6 espécies não nativas que foram identificadas no decorrer da caracterização biológica dos SIC; p é o número de mergulhos em que a espécie n foi registada; Mtotal é o número total de mergulhos realizados no SIC; SACFOR n é o nível médio da escala de SACFOR obtido para a espécie n para todos os locais; β é a soma dos níveis máximos SACFOR registados para todas as espécies n em todos os SIC do arquipélago (neste estudo β = 24). A classificação é obtida comparando o NN calculado com a seguinte escala de avaliação: Valor NN [ 0 a 0,2 [ [ 0,2 a 0,4 [ [ 0,4 a 0,6 [ [ 0,6 a 0,8 [ [ 0,8 a 1 ] Classificação Muito Inferior Inferior Média Superior Muito Superior Classificação de Naturalidade ÌÌÌÌÌ ÌÌÌÌ ÌÌÌ ÌÌ Ì Neste cálculo foram consideradas as seguintes espécies: Asparagopsis armata Bonnemaisonia hamifera Clavelina lepadiformis Clavelina oblonga Distaplia corolla Phoronis hippocrepia 60 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas ANEXO V – LISTA DE ESPÉCIES MARINHAS INTRODUZIDAS NOS AÇORES A lista seguidamente apresentada foi elaborada por João Gonçalves e Fernando Tempera, no âmbito de um parecer solicitado pela Direcção Regional do Ambiente dos Açores ao Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores. Esta lista foi elaborada com base em diversa bibliografia e no resultado de alguns projectos de investigação. Abreviaturas dos locais onde já foram registadas: FA - Faial, FR - Flores; Gr - Graciosa, PI - Pico, SJ - São Jorge; SA - Santa Maria, SM - São Miguel; TR - Terceira. FLORA (algas) Chlorophyta: Codium fragile – introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados rafting”. FR, SM. Codium vermilara – introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados rafting”. SM. Phaeophyta: Endarachne binghamiae - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados - rafting”. FA, PI, SM, TR. Sphaerotrichia divaricata - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados – rafting”. SM. Rhodophyta: Antithamnion diminuatum - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados - rafting”. FA, SM. Antithamnion pectinatum - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados - rafting”. FA. Scageliopsis patens - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados - rafting”. FA, SM. Bonnemaisonia hamifera - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados - rafting”. FA, GR. Symphyocladia marchantoides - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados - rafting”. Todas as ilhas. Asparagopsis armata – introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados - rafting”. Todas as ilhas. Invasora, possivelmente. FAUNA Porifera: Cinachyrella alloclada – introdução inadvertida em cascos de embarcações inadvertidamente – cascos. FA. Cnidaria, Hydrozoa: Silhouetta uvacarpa - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados - rafting”. FA. Tubularia crocea - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados rafting”. FA. 61 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas Tubularia indivisa - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados rafting”. FA. Ventromma halecioides - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados - rafting”. FA. Annelida, Polychaeta, Spirorbidae: Spirorbis marioni - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados rafting”. FA, SM. Molusca, Gastropoda: Hexaplex trunculus - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de dispersão larvar em água de balastro. FA, SM, TR. Molusca, Bivalvia: Tapes decussatus - introdução deliberada na Lagoa de St. Cristo. SJ. Crustacea, Cirripedia: Balanus trigonus - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de dipersão larvar em água de balastro. FA, GR, SA, SJ, SM, TR. Balanus eburneus - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de dipersão larvar em água de balastro. FA. Phoronida: Phoronis hippocrepia - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados - rafting”. FA. Phoronis psammophila - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados - rafting”. FA?. Phoronis harmeri - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de “achados rafting”. FA?. Ascidia: Clavelina lepadiformis - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de água de balastro. FA, SM, PI. Clavelina oblonga - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de ou através de água de balastro. FA, SM?, PI. Distaplia corolla - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de ou através de água de balastro. FA, PI, SJ?, TR. Botryllus schlosserei - introdução inadvertida em cascos de embarcações ou através de ou através de água de balastro. FA?, SM. 62 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas ANEXO VI – METODOLOGIA PARA CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA São escassos os registos de pesca nos Açores. Este facto advém do esforço de monitorização das pescarias ser recente e por o investimento realizado ainda não ser o adequado para cobrir de uma forma eficiente todas as frotas. Como resultado deste facto, para os cálculos relativos à pesca não se utilizou apenas o SIC do D. João de Castro, mas sim uma área maior que integrou o Banco D. João de Castro e um monte submarino contíguo de nome Albatroz. A decisão de incluir o Banco Albatroz na área do D. João de Castro justificou-se ainda por mais uma razão. Na topografia do mapa dos Açores, apresentada em conjunto com um dos inquéritos aos pescadores, não estava explícita a diferença entre estes dois bancos. Futuras análises, com maior volume de dados, deverão tentar separar os dois bancos. Sempre que neste documento se mencionar o Banco D. João de Castro estar-se-á a referir este banco e o Banco Albatroz. Em todo o arquipélago foram realizados 1078 inquéritos à pesca (16850 registos) entre 1990 e 1999. Trinta e sete dos inquéritos foram rejeitados por informação insuficiente ou de qualidade deficiente. Foram efectuados 34 inquéritos à pesca (474 registos) relativos à zona do Banco D. João de Castro entre 1990 e 1999. Dada a pouca robustez dos inquéritos à pesca, consequência do número reduzido de inquéritos realizados sobre a actividade exercida na área do Banco D. João de Castro, utilizou-se um segundo instrumento para a determinação do valor para a pesca. Este instrumento consistiu a na entrevista retroactiva a oito mestres pescadores responsáveis por actividade de pesca no Banco D. João de Castro. No entanto, existem duas explicações que podem, de alguma forma, ajudar a justificar o valor mais elevado obtido nos retro-inquéritos em relação aos inquéritos directos. Por um lado, apenas responderam aos retro-inquéritos os pescadores que tinham registos das suas próprias actividades. Os pescadores que não guardam registos das actividades serão, provavelmente, na sua maioria menos eficientes que os restantes, visto não poderem fazer uma análise pretérita e sistemática das suas acções. Por outro lado, os inquéritos realizados no final da acção de pesca podem conter um erro devido à falta de confiança por parte dos pescadores na actividade dos inquiridores. Ou seja, os inquéritos directos podem ter um erro causado pela tentativa de manter secreta a origem das descargas. Este erro desaparece nos inquéritos retroactivos, pois deixa de ser tão pretinente esconder a origem do pescado. A forma mais eficiente de combater estas deficiências em tempo útil seria manter um observador independente a bordo. Para além das vantagens inerentes ao registo de actividades, este observador poderia ter um papel importante na monitorização dos recursos e na sensibilização ambiental da comunidade de pescadores. Cientes da dificuldades em manter a bordo mais uma pessoa, parece que seria importante criar elos que aumentassem o grau de confiança dos pescadores nos investigadores e “amostradores” (responsáveis pela execução prática dos inquéritos). Um bom exemplo da qualidade dos resultados da introdução de observadores a bordo é a qualidade dos dados obtidos através do POPA. Este Programa, ainda limitado, com algumas excepções pontuais, às embarcações de pesca do atum, permite uma análise rápida e fidedigna às operações desta frota. A diferença obtida entre as capturas supervisionadas pelo POPA e a distribuição pela área de operação indica que, de facto, o Banco D. João de Castro não é um local preferencial na agregação de tunídeos, dentro do contexto Açoreano. Apesar disso, a perspectiva de distribuição geográfica aleatória é mantida apenas porque os dados do POPA são escassos (apenas três anos de dados) e com uma variância elevada. Em futuros trabalhos, deverá ser possível omitir a estimação com base na área. O valor global detectado para o Banco D. João de Castro é indicativo e deverá ser comparado com outros trabalhos futuros, com maior volume de dados, e 63 Caracterização Ecológica e Sócio-económica do SIC Banco D. João de Castro (PTMIG0021) e Medidas de Gestão Propostas OGAMP - Ordenamento e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas preferencialmente com outras metodologias. No entanto, estes valores poderão ser utilizados para começar a discussão pública de regulamentação. As maiores limitações prenderam-se com o volume de dados. 64 Arquivos do DOP INSTRUÇÕES AOS AUTORES Apesar de os documentos a publicar nos Arquivos do DOP poderem ter uma forma livre, aconselha-se, por uma questão de uniformização, a adopção das seguintes normas: I - Estrutura do documento Os Arquivos do DOP estão divididos em cinco séries: Relatórios Internos (de divulgação restrita), Estudos, Estatísticas, Cruzeiros e Documentação. Tanto quanto possível cada documento deverá ter a seguinte estrutura: 1 - Capas rígida de cor amarela para Relatórios Internos, branca para Estudos, cinza para Estatísticas, verde para Cruzeiros e azul para Documentação. Na capa frontal deverá ser indicada a série, a numeração e o título. Este último é totalmente livre podendo também conter uma figura. O verso da capa frontal deve ter informação geral, podendo conter informação adicional, relativa por exemplo à origem da ilustração da capa, arranjo gráfico ou impressão. 2 - Primeira página, sem numeração, com título, nome do autor ou autores e morada (instituição, direcção, país e cidade) 3 - Índice, para documentos com mais de 10 páginas 4 - Página com resumos, em Português e Inglês 5 - Introdução 6 - Material e Métodos 7 - Resultados e Discussão 8 - Conclusões 9 - Referências 10 - Agradecimentos 11 - Anexos II - Forma do documento 1 - Mancha de texto Folha A4 com as seguintes margens: direita e esquerda com 2.5cm, topo, com número, 3.5cm e inferior com 3.0cm. Os documentos com mais de 10 páginas devem ser, de preferência, impressos em frente e verso. 2 - Numerações Páginas - A numeração da página deverá ser em arábico, centrada no topo da página e iniciar-se na primeira página com texto (introdução). Figuras e Tabelas - Numeradas também em arábico e de preferência inseridas no texto. 3 - Estilo e Fontes De preferência deverá ser usada a fonte Times New Roman 12, com texto a uma coluna. O espaçamento deverá ser de 1.5. A fonte e o espaçamento poderão ser reduzidos para textos muito grandes. Títulos - Deverão ser em maiúsculas. Legendas de Figuras e Tabelas - Deverão ser feitas em tamanho inferior, 10. Citações - As referências a outros trabalhos deverão ser feitas citando entre parêntesis o apelido do(s) autor(es) em maiúsculas, seguido(s) do ano de publicação, separado(s) por vírgula. Referências - Deverá seguir-se o estilo da revista ARQUIPÉLAGO (Série Ciências Biológicas e Marinhas).