Exercício PRISTINA 082
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Exercício PRISTINA 082
EDIÇÃO N.º 02 Agosto de 2008 Boletim informativo do Agrupamento MIKE Exercício PRISTINA 082 CREVAL AO AGR MIKE/ BRIGINT/KFOR “O AgrMIKE, encontra-se excelentemente organizado, bem comandado, motivado e com um forte espírito de corpo… capaz de cumprir integralmente a sua missão operacional”. A Missão da OSCE no Kosovo “...a OSCE foi a primeira organização internacional a entrar no território e a monitorizar a situação no terreno com a Kosovo Verification Mission…” EXERCÍCIO PRISTINA 082 Cap Art Roque…………..Pág 14 Dr Nuno Luzío……… Pág 18 Maj Inf Neves Pág 22 e 23 “O Exercício Pristina 082 em Cabeceiras de Basto fruiu todas as condições para executar o treino e a avaliação do AgrMIKE e mais uma vez mostrou a importância de realizar este tipo de exercícios …” A Toyota apoia o Agrupamento MIKE Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR Editorial O Bem Receber das Gentes Das Terras de “Basto” Director: TCor Cav J. Rodrigues Sub-Director: Maj Cav Pimenta Editor: Ten Capelão Gonçalves Design e layout: 1Sar Cav A. Fernandes Propriedade: Agr MIKE/BrigInt/KFOR Publicação: Mensal Distribuição: gratuita Impressão: 600 exemplares Reprodução: Tadinense A.G. www.tiptadinense.pt pág 7 Exercício TEAM SPIRIT 082 pág 8 Cap S. Santos Ten Med Amaral Ten Tm Mendes SCh Cav Coutinho SAj Cav M. Costa 2Sar Inf A. Bessa 1Cab V. Rodrigues pág 9 a 11 Marchas do Agr MIKE/BrigInt/KFOR pág 12 Génese do Hino e do Grito do Agr MIKE pág 13 CREVAL ao Agr MIKE/BrigInt/KFOR pág 14 Cerimónia de apresentação do Estandarte Heráldico do Agr MIKE e entrega das Flâmulas às Subunidades pág 15 O 2BI no Teatro de Operações do Kosovo A Missão da OSCE no Kosovo Nove anos a contribuir para a promoção de instituições democráticas e direitos humanos Controlo de Tumultos — Crowd and Riot Control Exercício PRISTINA 082 Organograma do Comando e Estado Maior do Agr MIKE Organograma da ALFA Coy do Agr MIKE Organograma da BRAVO Coy do Agr MIKE Organograma da CHARLIE Coy do Agr MIKE pág 16 e 17 Pág 18 e 19 pág 20 e 21 pág 22 e 23 Pág 24 e 25 pág 26 e 27 pág 28 pág 29 Evolução Tecnológica no Futuro Próximo Pág 30 a 33 Noções Básicas de Primeiros Socorros Controlo de Hemorragias Os últimos preparativos Pág 34 e 35 Pág 36 Preocupações com as Viaturas em Climas Frios Pág 37 e 38 Colaboradores Dr. Nuno Lúzio TCor Inf Magalhães Maj Inf Neves Cap Inf Ribeiro Cap Art Roque Cap Cav Cabral Cap Cav Branco pág 5 e 6 Exercício PRISTINA START 082 Exercício DRAGÂO 08 Ficha Técnica pág 4 Módulo de Comunicações e Sistemas de Informação - CSI Pág 39 Dia Gastronómico do Agr MIKE Pág 40 Mensagem para ti... Pág 41 No Stress Pág 42 Fotografia do mês Da missão do Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR fazem parte um conjunto de tarefas típicas das Missões de Apoio à Paz, que serão executadas de forma rotineira no TO do Kosovo. Os Postos de Controlo de Viaturas ou Vehicle Check Points (VCP) são um exemplo concreto dessa realidade. Nesta fotografia, é possível visualizar um VCP executado por uma equipa da CHARLIE Coy. Tema: Posto de Contolo de Viaturas Local: Cabeceiras de Basto—Exercício PRISTINA 082 Data: 26 de Julho de 2008 Autor: Secção de Informações do Agr MIKE Morada & contactos: Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR | Rua Infantaria Nº 8 - 4710-303 Braga Tel/Fax: 253689190/253689199 | E-mail: agrmike@gmail.com www.exercito.pt - Linha verde: 800 20 12 74 info@mail.exercito.pt | brigint@mail.exercito.pt 3 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR EDITORIAL TCor Cav J. Rodrigues Este número do Boletim do MIKE reporta-se a forma hospitaleira e desinteressada como recebeu actividade desenvolvida pelo Agrupamento (Agr) os militares da BrigInt, numa cerimónia militar simdurante o aprontamento, com especial enfoque para ples mas singela e com uma demonstração das a terceira fase (Treino Orientado para a Missão) e suas capacidades. Neste último número do Boletim do MIKE, para a quarta fase (Avaliação), bem como para a cerimónia de apresentação do Estandarte Heráldico antes da projecção, cabe um agradecimento profun(EH) do Agr e entrega das Flâmulas às Companhias. do a todos os que em nós acreditaram sem reservas Tratou-se de um período de tempo muito exigente e desde o primeiro momento e nos deram o seu voto extenuante, marcado por um conjunto diversificado de confiança, os que nos estimularam e apoiaram de actividades e dificuldades de vária ordem, algu- incondicionalmente, os que, malgrado as suas batamas delas transversais às várias Unidades, Estabe- lhas pessoais, pacientemente nos escutaram e dedilecimentos e Órgãos do Exército (UEO). No entendi- caram uma palavra, os que, nos bastidores, sem mento do Comando, o Agrupamento MIKE desem- alarde, com extrema sobriedade, com genuína amipenhou proactivamente e eficazmente todas as tare- zade, camaradagem e um inexcedível profissionalisfas planeadas, bem como uma diversidade de tare- mo, desinteressada e incansavelmente labutaram fas inopinadas, com o desassombro e a flexibilidade em nosso proveito vencendo desafios, resolvendo problemas e ultrapastipicamente “cavaleiras”, sando dificuldades por denunciando admirável “ … o Agrupamento MIKE desempenhou nós deparados ou erigicapacidade de lidar com o imprevisto e surpreendente proactivamente e eficazmente todas as tare- dos, para que a maioridade e a afirmação da resiliência à adversidade. fas planeadas (…) com o desassombro e a identidade do AgrupaOs militares do MIKE, merflexibilidade tipicamente “cavaleiras”... ” mento MIKE fosse uma cê de uma notável capacirealidade. Ao Comando dade de organização, planeamento e adaptação, às diversas solicitações e do Exército e da GNR, ao CmdOp, aos OCAD, à alterações diárias, a que não foram alheias a eleva- edilidade de Cabeceiras de Basto na pessoa do seu da motivação, forte coesão e disciplina, grande brio Presidente, Exmo. Sr. Engº Joaquim Barroso de e profissionalismo e profundo espírito de missão, Almeida Barreto, e aos cabeceirenses pelo genuíno conseguiram, mais uma vez, “levar a carta a Garcia”. e inexcedível apoio durante a condução do Exercício No Treino Orientado para a Missão os PRISTINA 082, ao Comando e Unidades da BrigInt, Homens e Mulheres do MIKE receberam formação aos Comandos da BrigMec e da BrigRR, às Direcaos mais variados níveis e nas mais diversificadas ções de Serviços e DMT, ao RC 6, às Escolas PrátiUEO do Exército, participaram em exercícios esca- cas e Centros de Instrução, às Unidades, ao 1.º lão companhia e executaram Tiro de Combate em BIPara, aos camaradas de armas, aos incontáveis Áreas Edificadas na Escola Prática de Infantaria em muitos, aos anónimos que, porventura, tendo ensejo Mafra, Tiro de Manutenção adequado ao cargo/ de ler este texto, se revirem e se sentirem cingidos função no TO na carreira de tiro de Viana do Castelo ao seu exacto significado, o nosso sincero apreço e e Tiro de Combate no Centro Tropas de Operações gratidão, o nosso respeitoso preito de homenagem e reconhecimento. Graças ao seu valioso contributo, Especiais em Lamego. A Cerimónia de apresentação do EH do Agr e partimos seguramente de uma posição deveras vanentrega das Flâmulas às Companhias teve lugar no tajosa para o início da nossa missão. Resta-me por fim, agradecer a todos aqueles dia 10 de Julho de 2008, no RC6 e constitui-se, para os Homens e Mulheres do Agrupamento MIKE, em que, de uma forma empenhada entusiástica e desinmotivo de orgulho e factores intrínsecos de coesão teressada, directa ou indirectamente, se disponibilipara os níveis que representam. Pelo que simboli- zaram para colaborar na preparação deste número, zam exigem de nós maior responsabilidade, galhar- quer na produção e apresentação de artigos e trabadia e espírito de corpo e grupo no cumprimento da lhos para publicação, quer na montagem e fotocommissão. São também factores de motivação acresci- posição, tendo-lhe dedicado uma considerável parte da, o cimento que nos une e proporcionará a coesão dos momentos destinados ao repouso e lazer, o e a disciplina necessárias para nos tornarmos num Comando manifesta o seu profundo apreço e meresó, quer nos momentos de alegria quer nos momen- cido reconhecimento. Bem hajam! Cumpriu-se o aprontamento, cumpra-se tamtos de adversidade. A Avaliação, que decorreu no período de 24 a bém o Agr MIKE/BrigInt/KFOR. A todos vós bem 31AGO082, na região de Cabeceiras de Basto, com- hajam e saibam honrar a “ditosa Pátria nossa amada preendeu o Exercício PRISTINA 082, num cenário nas terras longínquas do KOSOVO”. Conto convosem que se procurou recriar a realidade actualmente co desde o princípio e estarei convosco até ao fim! vivida no TO do KOSOVO, no qual a Força foi certificada para todas as tarefas com que irá ser defrontaTCor Cav Jocelino do N. B. Rodrigues da nesta região. Do Exercício constou a 27 e 28ACmdt Agr MIKE/BrigInt/KFOR GO08 a CREVAL1 - Avaliação da Prontidão para Combate da Força. Esta fase terminou com o Distin- _________________________________________ guished Visitors Day (DVD), no qual a Força prestou 1 Combat Readiness Evaluation tributo, à população de Cabeceiras de Basto, pela 4 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR O BEM RECEBER DAS GENTES DAS TERRAS DE “BASTO” SCh Cav Coutinho No Norte do País, um dos mais antigos e históricos concelhos do Minho com um rigor paisagístico e arquitectónico muito acima da média, sobressai por um lado o verde fresco do Minho e por outro, a aridez das montanhas de Trás – os – Montes, outorga pelo nome de Cabeceiras de Basto. “Cabeceiras de Basto é uma terra antiga e por isso, uma terra sábia. Uma Terra que soube preservar a paisagem na qual convive o Minho com os Montes Transmontanos. Situado em pleno centro histórico da Sede do Concelho, em Refojos o emblemático e lendário Guerreiro Lusitano “Basto”, é um dos muitos monumentos turísticos do mesmo2. “O Basto”, na simbologia primitiva, personificava a “raça” das gentes da região, a sua alma e as suas tradições. É nele que os habitantes de Cabeceiras revêem a sua coragem e honradez.3 Desde o início que a escolha deste concelho para a realização do Exercício Final de Aprontamento do Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR, Exercício PRISTINA 082, foi uma escolha acertada e uma mais valia, não só pela notável e distinta hospitalidade da gente das “Terras de Basto”, mas por ser uma região com características semelhantes aquelas que vamos encontrar quando em Setembro próximo formos projectados, como Força Nacional Destacada (FND), para cumprir a missão de Reserva Táctica do Comandante da NATO Kosovo Force (TACRES/COMKFOR), no Teatro de Operações (TO) do Kosovo. Riquezas de um lado e riquezas pelo outro. Também desafios e dificuldades. Cabeceiras, tem tanto de beleza natural, tanto de património, tanto de memórias nas quais todo um povo se revê na luta pela sobrevivência em condições difíceis, como vontade de tornar-se conhecida como merece. Como de necessidade de acessibilidades e de infra -estruturas de desenvolvimento. Mesmo assim é terra sábia. Terra de saberes tradicionais e de muitos sabores. Terra de convite e de hospitalidade, porque as gentes de Cabeceiras primam em saber receber.” 1 No dia 24 de Julho, o Agr MIKE deslocou-se do Regimento de Cavalaria Nº6, em Braga, com destino a Cabeceiras de Basto, tendo assentado arraiais e estabelecido aquartelamento na Escola EB 2.3 de Refojos, situada no centro da Vila, que nos foi gentilmente cedida pela edilidade até ao dia 31 de Julho. O exercício na modalidade de FTX4, contou com a presença, que muito nos honrou, do Exmo. Sr. Major General Martins Ferreira, Comandante da Brigada de Intervenção (BrigInt), a nossa Brigada, que nos acompanhou, apoiou e motivou com a sua presença amiga. O exercício teve como finalidade validar e certificar a formação e treino ministrados ao longo do aprontamento da Força. Durante o mesmo foi conduzida pela Inspecção Geral do Exército (IGE) a Avaliação da Prontidão para Combate (CREVAL5) da Força. 5 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR nificação da mesma. A cerimónia, teve como “palco” o parque do Mosteiro, tendo o Agrupamento formado na sua máxima força, cantado o seu hino e desfilado perante uma calorosa moldura humana; a cerimónia terminou com uma demonstração de capacidades do Agr MIKE que muito agradou a todos aqueles que nos arroubaram com o entusiasmo das suas palmas e palavras de incentivo. Desde o início ao epílogo deste exercício, percorremos um longo caminho repleto de pequenos passos, que no final de cada dia se foram constituindo em parcelas maiores que nos conduziram a um todo final, no qual nos revisitaremos em situações idênticas que se nos depararem no TO do KOSOVO. Os Cabeceirenses fazem parte desse todo, vão connosco no coração, assim como vai a imagem do “Basto”, gentilmente oferecida pelo Exmo. Sr. Presidente da Edilidade, que todos nós agradecemos e cujas virtudes prometemos enaltecer e glorificar nas longínquas paragens do KOSOVO. Para terminar, contemplo-vos com as seguintes palavras: “Das terras de Basto, onde um guerreiro, um dia, bastou para trazer até nós a beleza de uma paisagem única, onde a lenda se transforma em realidade e nos transforma, a todos, em guerreiros capazes de comandar a vida e a liberdade que só a nós pertencem (...)”7 No entanto, aliadas às actividades profissionais vividas nestes últimos dias, avulta o carinho, o entusiasmo e a amabilidade com que fomos recebidos pelo Exmo. Sr. Engenheiro Joaquim Barroso de Almeida Barreto, M.I. Presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, bem como por toda a população em geral, marcou-nos profundamente, pelo que a retenção na nossa memória destes momentos calorosos, contribuirá de forma inestimável para que o próximo meio ano seja arrostado com mais facilidade e “leveza”. As obrigações profissionais e as tarefas diá- rias preenchem de tal forma o nosso quotidiano, que por vezes nem nos apercebemos da rara beleza dos rincões naturais que nos rodeiam. Vivi uma situação paralela quando no passado dia 26 de Julho acompanhei o Comandante do Agrupamento a Salto, um dos lugares mais belos desta Região, em plena Serra da Cabreira, no complexo florestal da Veiga, local onde a Companhia BRAVO se instalou para executar uma operação de nível I6, coincidindo esta com a Festa dos Idosos de Cabeceiras de Basto que se juntaram no mesmo local, e tiveram o feliz ensejo de, à passagem da Força, romperem num aplauso espontâneo e sincero exemplificativo da simplicidade e nobreza de sentimentos dos Homens da “Terra de Basto”. Paralelamente ao exercício foram desenvolvidas actividades de Solidariedade Social e Cívica, na área da Saúde e da engenharia militar, junto da população das demais Freguesias do Concelho pelas equipas de Saúde e de Engenharia dos Módulos Sanitário e de Engenharia da Companhia ALFA. O Exercício PRISTINA 082 terminou com uma Cerimónia Militar presidida pelo Exmo. Sr. TenenteGeneral Pina Monteiro, M.I. Comandante Operacional do Exército e contou ainda com a presença de altas entidades civis e militares que muito contribuíram para a “O Basto” elevação, engrandecimento e dig- SCh Cav A. Coutinho Adj Cmdt Agr MIKE/BrigInt/KFOR ___________________________________________________ 1 Em apresentação do livro “CABECEIRAS, das Terras de Basto…” pelo Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Sr Eng. Joaquim Barroso de Almeida Barreto. 2 Elaborado com base na informação recolhida no sítio www.guidacidade.pt/portugal/index.php? G=monumentos.ver&artid=15842&distritoid=03 3 Segundo a Lenda, “o império visigodo, não resistiu aos ataques Mouros, comandados por Tarik. Espalhando o terror, estes avançavam “ávidos de glória”, através da Galiza. Os ecos dos seus ataques chegaram ao Mosteiro de S. Miguel de Refojos, mas não mereceram crédito. Bracara Augusta caiu também nas suas mãos. Então acreditaram e prepararamse para a defesa com uma centúria de servos e homens de armas comandados por D. Gelmiro, o venerado abade do Mosteiro Hermígio Romarigues, parente do fundador do Mosteiro, era o guerreiro-monge que mais se destacava pelo seu porte avantajado de grandes e possantes membros e com o rosto retalhado por mil golpes das escaramuças passadas. Postado junto à ponte que dava acesso ao Mosteiro, ao aproximar das tropas de Tarik estendeu a mão possante assegurando: - “Até ali, por S. Miguel, até ali Basto eu.” E bastou! Três vezes arremeteram os mouros contra as débeis defesas do Mosteiro. Mas por três vezes foram repelidos pela espada de Hermígio Romarigues. A ponte sobre a ribeira ficou atulhada de corpos e os chefes infiéis tiveram de tratar com D. Gelmiro de igual para igual gorando-se, deste modo, a suposta intenção de arrasarem o Mosteiro e decapitarem os monges. (…). Informação foi recolhida do folheto da Edilidade de Cabeceiras de Basto O BASTO – Entre Lendas e Realidades. 4 Field Terrain Exercise. 5 Combat readiness evaluation. 6 Uma Operação de nível I envolve uma Companhia Operacional e um Posto de Comando Táctico do Agrupamento com Oficias do Comando e Estado-Maior do mesmo. 7 Informação recolhida no sítio http://aquibastoeu.blogspot.com 6 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR EXERCÍCIO PRISTINA START 082 Maj Inf C. Neves No âmbito do aprontamento para o TO do Kosovo, o Agr MIKE/BrigInt/KFOR realizou o seu exercício de nivelamento de 07 a 11 de Abril de 2008, na região da Serra da Cabreira. O Exercício PRISTINA START 082 teve como finalidade consolidar e validar a formação e o treino ministrados na fase I do Programa de Treino Operacional – Nivelamento - no âmbito da técnica individual de combate, bem como permitir a execução de tiro real com todas as armas orgânicas em utilização no TO do KOSOVO. Garantir que os militares ficassem aptos a executar os procedimentos individuais e colectivos (nível secção) de acordo com a situação e ameaças com que possam vir a ser confrontados no TO, fazendo a correcta utilização do seu armamento e equipamento individual, bem como, testar todos os aspectos técnicos e administrativologísticos, necessários para garantir o apoio necessário à Força. Os principais objectivos deste exercício foram avaliar e consolidar a formação e treino ministrados na fase I do treino Operacional – Nivelamento -, garantindo que os militares do Agrupamento estavam proficientes na técnica individual de combate, bem como aproveitar a oportunidade para reforçar as capacidades militares existentes. Acresce a importância que constituiu para o estabelecimento de rotinas de trabalho aos diferentes níveis e ainda para o conhecimento mútuo dos militares que compõem o Agrupamento, reforçando os laços fun- damentais de camaradagem. Dentro do Exercício PRISTINA START 082 foram também conduzidos os exercícios TEAM SPIRIT 082 e LFX1 VULCANO. O Exercício TEAM SPIRIT 082 foi planeado e executado pelo AgrMIKE/BRIGINT/KFOR, em 09 de Abril de 2008 e visou validar a instrução e treino ministrados durante a Fase I – treino de nivelamento - do Programa de Treino Operacional. O Exercício foi conduzido através da execução de um Percurso Topográfico, na Serra da Cabreira, constituído por catorze estações, com tarefas para testar o desempenho e capacidades operacionais ao nível individual e colectivo (escalão Secção), numa extensão total aproximada de 40 quilómetros. O exercício VULCANO decorreu também na Serra da Cabreira e compreendeu a execução do tiro com as armas colectivas e o lançamento de granadas de mão. Em suma, o Exercício PRISTINA START 082 atingiu todos os objectivos propostos completando assim a primeira fase do aprontamento do Agr MIKE. O empenhamento e dedicação individual e colectiva revelaram-se fundamentais para a cabal execução de todas as tarefas propostas. Maj Inf Neves S3/S5 Agr MIKE/BrigInt/KFOR ______________________________________________ 1 Live Fire Exercise - Exercício com fogos reais 7 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR EXERCÍCIO TEAM SPIRIT 082 Maj Cav J. Pimenta • Estação inicial/Final (Partida e Chegada); • Estação 1 – SOC – Suster uma hemorragia; • Estação 2 – NBQ – Identificar material por memorização e colocar a máscara; • Estação 3 – SAP – Identificar material por memorização; • Estação 4 – ATI – Montar e desmontar Esp. Aut. G3, Met. Lig. HK21 e Walther; • Estação 5 – TCS – Efectuar a limpeza de um edifício; • Estação 6 – Camuflagem; • Estação 7 – TCS – Reagir a um ataque sniper; • Estação 8 – Slide e Rappel; • Estação 9 – TCS – Efectuar a reacção a uma emboscada próxima; • Estação 10 – TCS – Reagir a fogos indirectos; • Estação 11 – TMS – Procedimentos rádio; • Estação 12 – TCS – Efectuar a travessia de uma área perigosa linear; • Estação 13 – SOC – Efectuar transporte de feridos; • Estação 14 – ATI – Lançamento de Granadas O Sistema de Instrução do Exército (SIE) é composto pela componente do Ensino, Formação e Treino. O conceito de formação no Exército tem como principal finalidade conferir desenvolver e inculcar capacidades (conhecimentos/aptidões/ atitudes), para o desempenho de uma função específica. É constituído pela Instrução Militar, Formação Contínua e pela Formação Profissional. Por sua vez, o Treino que tem como principal finalidade a manutenção e aperfeiçoamento das capacidades obtidas, articula-se no Treino na Função, Treino Orientado e Treino Operacional. Em todas as estas componentes do SIE deverá existir um denominador comum que está directamente relacionado com a formação base que todo o militar deve possuir e que deverá ser mantida/treinada para que não se perca conhecimento. Verifica-se, no entanto, que os militares que chegam às unidades apresentam, por vezes, níveis de formação díspares que exige que se efectue um nivelamento de capacidades. Foi com este objectivo que o Grupo de AutoMetralhadoras (GAM) implementou desde 2006 a realização de uma série de exercícios com a designação “TEAM SPIRIT”, numa tentativa de anular esta “lacuna” na formação dos praças, mas também proporcionar aos graduados (Oficiais e Sargentos) um “refrescamento” de todas as matérias que fazem parte da sua formação. Os Exercícios da série “TEAM SPIRIT” têm como principal objectivo fortalecer os laços de camaradagem, coesão, espírito de corpo dos militares e por outro avaliar os militares ao nível da esquadra e secção de atiradores em situações de dificuldade técnico-táctica diversificadas1 . As condições atmosféricas adversas que se verificaram nesse dia aumentaram a dificuldade do exercício e foi um factor catalizador para que se atingissem os seus objectivos. A força moral que deve caracterizar e vincular qualquer militar, a coragem, a abnegação, a generosidade, a autoconfiança e a confiança nos superiores e camaradas foram qualidades demonstradas pelos militares do Agrupamento MIKE durante a realização deste exercício. TEAM SPIRIT 082 No âmbito do aprontamento do Agrupamento MIKE, realizou-se na região da Serra da Cabreira em 09Abr08, o Exercício “TEAM SPIRIT 082” integrado no Exercício “PRISITNA START”. O exercício constou de um percurso topográfico de cerca de 40 km composto por catorze estações, nas quais, as equipas foram avaliadas pela capacidade de orientação e pelo desempenho individual e colectivo na execução das tarefas em cada estação. Realizaram este percurso 34 equipas, compostas em média por 6 elementos. A equipa vencedora realizou o percurso em 6 horas e 7 minutos tendo sido igualmente a que teve melhor desempenho nas várias estações. As estações foram as seguintes: Maj Cav José Miguel Pimenta 2º Cmdt e CEM do Agr MIKE/BrigInt/KFOR ______________________________________________ 8 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR EXERCÍCIO DRAGÃO 08 CPX Cap Cav P. Cabral De acordo com as Especificações do Exercício (EXPEC1), o Exercício DRAGÃO 08 foi um exercício de nível táctico, planeado e conduzido pela Brigada de Intervenção (BrigInt) com a finalidade de exercitar e desenvolver a capacidade e eficiência operacional e que contou com a participação de todas as subunidades da sua estrutura operacional. A finalidade foi exercitar o planeamento, conduta e controlo de operações tácticas, por parte do Comando da Brigada e dos Comandos Subordinados, no âmbito de Operações Defensivas (Artº 5º do Tratado de Washington), para rentabilizar as potencialidades do sistema VIGRESTE, e de Operações de Resposta a Crises (CRO2), (Cap VI e VII da Carta das Nações Unidas). O exercício decorreu em duas Fases: Exercício de Postos de Comando (CPX3) e Exercício com Forças no Terreno (FTX4). No período de 15 a 23 de Abril do presente ano decorreu o CPX e foi realizado na modalidade de CAX5 em dois locais distintos. Os Postos de Comando das unidades da BrigInt foram montados no Centro de Treino de Postos de Comando no Quartel-general da Brigada em Coimbra e os jogadores junto das consolas no Centro de Simulação do Exército em Lisboa. O CPX desenrolou-se em dois períodos. No 1º período (15 a 18 de Abril), as unidades montaram os Postos de Comando, carregaram a Estrutura Orgânica de Pessoal e a Estrutura Orgânica de Material no SICCE e, ao mesmo tempo, os jogadores carregavam e treinavam com o sistema VIGRESTE. No 2º Período (21 a 23 de Abril) decorreu o jogo. O cenário desenvolvido descrevia uma situação de conflito armado na região correspondente ao território do Norte de Portugal e assumia que a BrigInt estava incluída numa força internacional da NATO (DOUROFOR) e que estava a conduzir uma operação defensiva. Nesta operação pretendia-se treinar o combate em profundidade, operações da força de segurança, esforço na zona de resistência, protecção da área da retaguarda e operações de reserva, nomeadamente rendição de uma força em sector ou contraataque da Brigada. A Brigada desenvolveu o plano, foi reforçada com outras unidades e reorganizou as suas UEB de manobra, o GAM cedeu dois Esquadrões de Autometralhadoras (EAM) e recebeu uma companhia de infantaria do 2BI e uma companhia de infantaria mecanizada, ficando com a designação de Task Force (TF) CHARLIE. O conceito de operação da BriInt era conduzir uma defesa de área com a TF BRAVO a Oeste do seu sector, com a TF ALPHA ao centro no esforço e com o Esquadrão de Reconhecimento a Este. Constituir reserva com a TF CHARLIE pronta para reforçar ou contra-atacar em qualquer parte do sector. Sendo a reserva, a TF CHARLIE desenvolveu dois planos de reforço e dois planos de contraataque e um plano para a Segurança de Área da Retaguarda (SAR). Para cumprimento dessas tarefas a TF CHARLIE constituiu dois subagrupamentos com base no 3/GAM e na 3/2BI e manteve intacta a companhia infantaria mecanizada. O conceito de operação da TF CHARLIE era manter-se em Zona de Reunião à retaguarda das unidades que defendiam o sector da Brigada e estar pronta para reforçar ou contra-atacar. Em caso de reforço, reforçava com um dos subagrupamentos e, no caso de contra-ataque, seria com os dois sub-agrupamentos, com o pelotão anticarro e o pelotão de morteiros pesados a apoiar a manobra. A companhia de atiradores mecanizada tinha a tarefa de garantir a SAR da BrigInt. Constituía reserva com o pelotão de exploração. 9 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR No primeiro dia do jogo, as forças opositoras estavam a progredir lentamente devido à tipologia do terreno e aos obstáculos colocados pela Companhia de Engenharia da BrigInt, permitindo que as forças que defendiam o sector mantivessem a integridade da FEBA, pelo que a TF CHARLIE não teve que se empenhar no combate. O dia terminou com o envio dos relatórios para o escalão superior e com um Briefing de actualização da situação ao Comandante da BrigInt (COMINTBDE UPDATE) através de vídeo-conferência. Exercício DRAGÃO 08 FTX Cap Cav A. Branco No período de 11 a 15 de Maio, decorreu a fase FTX do exercício DRAGÃO na Serra da Padrela e Serra do Alvão. Todos os encargos operacionais da BrigInt participaram nesta fase, sendo de realçar que o GAM (TF CHARLIE) participou com a EOP do AgrMIKE e o 1BI (TF ALPHA) contou com uma Companhia de Infantaria do Exército Espanhol no âmbito dos acordos bilaterais que o Exército Português mantém com os “nuestros hermanos”. No último dia do jogo, as forças opositoras romperam a FEBA6, não onde inicialmente se pressupôs, ou seja no sector onde era esperado o esforço, mas a astúcia e o desempenho das forças opositoras permitiu romper o sector da TF BRAVO, próximo do limite com a TF ALPHA. Após terem sido contidas numa bolsa, a TF CHARLIE activou o Plano de Contra-ataque CAVALO, destruiu as forças opositoras contidas na bolsa e repôs novamente a FEBA, cumprindo com sucesso a sua missão. Com a integridade da frente do seu sector novamente intacta, através do bom desempenho da TF CHARLIE no contra-ataque, a BrigInt cumpriu a sua missão. De realçar também que neste dia, o Centro de Treino de Postos de Comando recebeu a visita de altas entidades militares e civis, o que demonstra a importância deste exercício para a BrigInt, reforçada ainda pela presença de diversos órgãos de comunicação social, quer regionais, quer nacionais. Cap Cav Pedro Cabral Adjunto das Operações AgrMIKE/BrigInt/KFOR O cenário criado para esta fase foi uma evolução do que foi desenvolvido para o CPX, em que se passou de uma operação convencional com sucesso – Operação Defensiva – para uma operação de estabilização – Operação de Apoio à Paz. À BrigInt foi atribuída uma Área de Responsabilidade (AOR7), que por sua vez dividiu e atribuiu sectores às UEB de manobra onde tinham a responsabilidade de manter um ambiente calmo e seguro (SASE8) e a liberdade de movimentos (FOM9) através de uma forte e coesa presença militar. A TF CHARLIE deslocou-se para a Serra do Alvão em três unidades de Marcha, ocupou e montou a sua Base Operacional Avançada (FOB10), pronta para cumprir as tarefas que a Brigada tinha atribuído no seu EXOPLAN11. Para cumprir a missão, a TF CHARLIE dividiu o seu sector pelas duas companhias de manobra, atribuindo a zona norte do sector à CHARLIE Coy e zona sul do sector à BRAVO Coy. A ALFA Coy teve a árdua tarefa de 10 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR garantir o apoio de serviços à TF CHARLIE durante todo o exercício. O Pelotão de Morteiros ficou encarregue de garantir a segurança à FOB. Às 17H00 deu-se o startex e a TF CHARLIE deu início ao patrulhamento dos itinerários principais e à segurança de pontos sensíveis como instalações religiosas e instalações da Comunidade Internacional (CI). Nos dias seguintes deu-se cumprimento aos incidentes constantes na lista de incidentes (MEL/MIL12) injectados pela equipa de arbitragem que nos acompanhou durante o exercício. Para além dos incidentes, a TF CHARLIE recebia Ordens Parcelares (FRAGO13) provenientes da Brigada para cumprir tarefas que foram desde segurança e escolta a líderes políticos, patrulhas e postos de controlo móveis (VCP14) para combate ao contra-bando, operações de cerco e busca, garantir segurança ao transporte de refugiados e garantir segurança a peregrinos no seu deslocamento para os locais de culto. Diariamente, ao final da tarde na tenda de briefings, era efectuado o Staff Update ao Comandante da TF CHARLIE onde era transmitido tudo o que tinha acontecido nas últimas 24 horas, nomeadamente, os incidentes, os documentos recebidos, os documentos produzidos e os relatórios efectuados. Também se aproveitava a ocasião para transmitir algumas indicações de carácter administrativo, uma vez que, o Grupo de Ordens do AgrMIKE estava reunido. As missões e tarefas atribuídas à TF CHARLIE eram semelhantes com as que o AgrMIKE poderá encontrar no Teatro de Operações do KOSOVO, logo foram essenciais para que o agrupamento consolidasse a formação adquirida até à data, detectasse eventuais falhas e as pudesse corrigir até ao final do aprontamento. No último dia do exercício decorreram duas importantes actividades para a TF CHARLIE. A primeira foi a participação no DVD15, onde efectuou o assalto montado a uma instalação da CI que tinha sido ocupada por insurgentes. A segunda foi a participação numa parada militar apeada, seguida de desfile motorizado na cidade de Vila Real. Na parada militar e no desfile motorizado estiveram presentes todas as Unidades da BrigInt participantes no exercício (cerca de 1200 militares). Este dia contou com a presença de Sua Excelência o Chefe do Estado Maior do Exército, General José Luís Pinto Ramalho, acompanhado de distintos e digníssimos ilustres convidados, onde com apreço pudemos registar que os órgãos de comunicação social fizeram uma apreciável cobertura do acontecimento. Após o desfile motorizado, as unidades desconcentraram e seguiram para as respectivas Unidades regimentais. A TF CHARLIE (AgrMIKE) dividiu novamente a coluna de marcha em três unidades de marcha para facilitar a sua entrada na cidade de Braga. Após chegada ao Regimento de Cavalaria nº 6 deu-se início aos trabalhos de limpeza de materiais e viaturas. O Exercício DRAGÃO 08, possibilitou à BrigInt efectuar um treino com todas as suas unidades e colocar no terreno todos os seus encargos operacionais. Ao AgrMIKE possibilitou uma excelente oportunidade de treino e consolidação da formação ministrada no aprontamento, mas também proporcionou o fortalecimento do espírito de equipa, de corpo e camaradagem de todos os militares do agrupamento. Cap Cav Adriano Branco Cmdt CHARLIE Coy Agr MIKE/BrigInt/KFOR ______________________________________ 1 Exercise Specification Crisis Response Operation 3 Command Post Exercise 4 Field Training Exercise 5 Computer Assisted Exercise 6 Forward Edge of the Battle Area 7 Area of Responsibility 8 Safe and Secure Environment 9 Freedom of Movement 10 Forward Operational Base 11 Exercise Operations Plan 12 Main Events List/Main Incidents List 13 Fragmentary Order 14 Vehicle Check Point 15 Distinguished Visitors Day – Dia destinado à visita de Altas Entidades (tradução do autor) 2 11 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR AS MARCHAS DO AGR MIKE Cap Inf J. Ribeiro “Foram difíceis, mas chegámos todos ao fim! Foram várias, sempre com muitas expectativas, e com vontade de mostrar que não são as marchas que derrubam os Homens do Agrupamento, mas que contribuem para o seu fortalecimento e coesão!” O objectivo das marchas do Agrupamento é aumentar a capacidade geral de resistência, bem como o espírito de corpo, fortalecer os laços de camaradagem, coesão e a disciplina. Foram cinco no total, três de dia e duas à noite, sempre com dificuldade acrescida, aumentando a distância e o peso da mochila. A primeira, na distância de 8 quilómetros, sempre a subir, foi realizada por subunidades no deslocamento para a zona de bivaque durante o Exercício PRISTINA START 082. A segunda, na distância de cerca de 20 quilómetros, a mais fácil, feita durante o dia e logo de madrugada, permitiu juntar os militares para que se começassem a conhecer. A terceira, na distância de cerca de 28 quilómetros, também durante o dia, fortaleceu os laços já adquiridos dentro das companhias, contribuindo assim para aumentar a proximidade entre os Homens do Agrupamento. A quarta e quinta, ambas marchas nocturnas, nas distâncias de cerca de 32 e de 40 quilómetros respectivamente, foram sem dúvida, as mais difíceis. A resistência, o espírito de corpo e de sacrifício, a camaradagem e a disciplina foram fundamentais para que todos chegassem ao fim. “O mais difícil”, dizem os soldados, “não é o cansaço físico mas sim o cansaço psicológico.” Os cânticos entoados pelos militares davam coragem e alento para ultrapassar as dificuldades que se faziam sentir ao longo do percurso. A competitividade entre as companhias foi sempre sadia e com o objectivo de unir os militares, fortalecer a camaradagem e desenvolver o seu espírito de corpo e grupo para que o Agrupamento, em cada marcha, chegasse ao fim como um todo uno. É de realçar o grito do Agrupamento, que foi sem dúvida mais um factor de motivação para que os militares do Comando e EM, ALFA, BRAVO e CHARLIE Coy que gritavam uns após os outros, em sequência, demonstrando desta forma o orgulho de pertencer a este bloco unido, que com muito suor, algum sangue, muita tenacidade e disciplina chegou ao fim da última marcha, a mais longa. Cada marcha foi uma experiência dife- rente, nas solicitações ao nível físico e psicológico, no trabalho de preparação, no árduo labor da execução e no sofrimento, levado a extremos nalguns casos, para não cair e continuar em frente. Porém, em termos emocionais, a tónica esteve sempre no espírito de entreajuda e solidariedade. Todos os militares sem excepção fizeram honra aos objectivos estabelecidos para as marchas, desenvolver as capacidades físicas e psicológicas, fomentar o espírito de corpo e grupo para atingir a Unidade e Coesão da Força. Podemos dizer que as marchas vieram, sem sombra de dúvida, dar um contributo extremamente positivo para a formação e treino, espírito de corpo e coesão dos militares do Agrupamento MIKE. Podemos, agora, convictos, afirmar em voz alta e destemida: “O que somos? Cavaleiros Lusos! Quantos somos?! Um só! A nossa Pátria?! Portugal! Portugal! Portugal!”. Cap Inf Ribeiro Cmdt BRAVO Coy/Agr MIKE/BrigInt/KFOR Cântico das marchas Camaradas, camaradas Ponham-se lá em sentido Vai passar o Agrupamento Que defronta o inimigo. Seja um mês ou seja um ano No Kosovo vou ficar Porque’ a alma de Lusitano Nunca a vou entregar. Refrão Um, Dois Três, Quarto Monte Acima Monte Abaixo É nos homens desta Força Que reside o alento Quando a Pátria nos chama Vamos de peito ao vento. Por entre vales e montes A mochila transportar Porque as botas destes homens Têm muito para andar. Refrão Que todos sejamos UM É o lema que abraçamos Vamos com vontade e crer Sorte é o que desejamos. Com a dor e com cansaço O MIKE vai regressar Para apertar nos braços A Família e o Lar. Refrão Alf Inf Gomes Cmdt 3Pel/BRAVO Coy 12 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR GÉNESE DO HINO E DO GRITO DO AGRUPAMENTO MIKE Maj Cav J. Pimenta Os símbolos identificativos de qualquer força ocupam um lugar importante no seio da sua constituição. Efectivamente, os símbolos reúnem em si factores de coesão e de sentimento que fazem com que cada elemento pertencente à Força sinta como seu aquilo que é de todos. As Forças Nacionais Destacadas (FND) têm por hábito criar hinos e gritos sempre que se constituem como forças a projectar. O Agrupamento MIKE não fugiu à regra e em tempo criou também o seu hino e o seu grito patentes na capa do presente boletim. O HINO A letra do nosso hino foi resultado do contributo de todos os militares do Agrupamento. Numa participação muito concorrida para a criação da letra foi possível criar o poema em torno de três mensagens principais. Inicialmente uma referência ao nosso aprontamento que decorreu de uma forma dura e exigente, mas que contribuiu para a união de todo o grupo. Depois a garantia de uma postura de trabalho e dedicação a ser cumprida pelo Agr MIKE durante toda a missão. Finalmente uma mensagem de motivação para os militares do Agrupamento. A música foi fruto da inspiração de um dos militares do Agrupamento. O nosso hino é reconhecidamente distinto e constitui motivo de orgulho de todos os militares do Agrupamento. res portugueses que ao longo da história ergueram bem alto o nome do nosso País, através do excelente desempenho que tiveram nas batalhas em que participaram. Não resisto neste momento, a transcrever a conhecida lenda dos Doze de Inglaterra que contribui para reforçar o respeito e admiração que os cavaleiros lusos impuseram ao longo da história pela forma firme e destemida como lutavam. A lenda é a seguinte: “conta-se que, tendo sido doze damas inglesas da melhor nobreza ofendidas em sua honra por doze fidalgos da terra, apelaram aquelas a seu rei, para que designasse campeões que por elas se batessem; mas nenhum campeão que lutasse pelas damas foi encontrado na Inglaterra. Lembrou-se então o rei que os portugueses se batiam com bravura e destemor, e apelou a cavaleiros de Portugal para que viessem lutar pelas damas ofendidas. Doze cavaleiros lusos enfrentaram então em justas os doze ingleses ofensores, e venceramnos, assim lavando a honra das damas inglesas. Esses doze cavaleiros ficaram desde então conhecidos como “os Doze de Inglaterra”. O nosso grito faz igualmente uma referência à nossa divisa, “UT UNUM SINT”, “para que sejam um só” (Evangelho segundo S. João, XVII: 11), evocando o exemplar espírito de corpo, de camaradagem, a coesão e a unidade dos militares do Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR. O GRITO Maj Cav José Miguel Pimenta 2º Cmdt e CEM do Agr MIKE/BrigInt/KFOR O grito do Agrupamento MIKE faz uma referência aos Cavaleiros Lusos, significando os milita- 13 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR CREVAL1 AO AGR MIKE/BRIGINT/KFOR Cap Art C. Roque Decorreu nos dias mento. Em resultado das 28 e 29 de Julho de 2008 a três primeiras fases Avaliação do Estado de (Nivelamento, Operações Prontidão para o Combate Convencionais e Instrução (CREVAL), orientada pela Orientada para a Missão), Inspecção Geral do Exércidum total de cinco fases de to, cujo objectivo foi o de aprontamento, e no que diz avaliar a organização, o respeito à instrução indivinível de instrução individual e colectiva, foram excedual e colectivo, os procelentes os resultados obtidos dimentos administrativos e em todas as áreas avaliaoperacionais, assim como das. No entanto, no que se o estado de prontidão do refere aos equipamentos Agrupamento MIKE que, em Setembro do corrente essenciais para o cumprimento da missão, o AgrMIano, irá ser projectado para o Teatro de Operações KE alertou para o facto de não ter obtido, em númedo KOSOVO. ro suficiente, material Esta avaliação “O AgrMIKE, encontra-se excelentemente orga- CRC (Crowd and Riot nizado, bem comandado, motivado e com um Control) para o treino realizou-se durante o exercício final de forte espírito de corpo… capaz de cumprir inte- operacional no Controaprontamento lo de Tumultos, limitagralmente a sua missão operacional”. “PRISTINA082” na ção essa que irá ser região de Cabeceiras colmatada logo após a de Basto, onde foram apreciadas cinco áreas distin- chegada ao TO do KOSOVO, onde se irá efectuar tas: treino ao nível de escalão companhia com os equipamentos aí existentes. Tal como se pode ler na divisa da Heráldica • Preparação e Planos; do Agrupamento: “UT UNUM SINT”, “para que • Potencial de Combate; sejam um só”, espelha bem o comentário final da • Logística; Equipa de Avaliação. “O AgrMIKE, encontra-se • Deslocamento e Posicionamento; excelentemente organizado, bem comandado, moti• Defesa NBQ. vado e com um forte espírito de corpo… capaz de A avaliação faz parte da quarta fase do cumprir integralmente a sua missão operacional”. aprontamento, onde se espelha entre outros aspectos, a validação dos níveis de treino de aperfeiçoamento das capacidades operacionais do Agrupa- 1 Cap Art C. Roque S2 Agr MIKE/BrigInt/KFOR Combat Readiness Evaluation - Avaliação da Prontidão para o Combate 14 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR Cerimónia de apresentação do Estandarte Heráldico do Agr MIKE e entrega das Flâmulas às Subunidades TCor Cav J. Rodrigues A cerimónia Militar de Apresentação do Aqui é distinguida a nossa generosidade, Estandarte Heráldico do Agrupamento MIKE e dedicação, espírito de sacrifício e o nosso sentido entrega das Flâmulas às subunidades decorreu no do dever, a par de uma dedicação e competência Regimento de cavalaria N.ª 6, em Braga, a 10 de numa conjugação de esforços que tornou possível Julho de 2008 e foi presidida pelo Comandante do ultrapassar obstáculos e congregar as energias que Agrupamento Tenente-Coronel de Cavalaria Joceli- nos tem permitido, apesar das dificuldades, “levar a no do Nascimento Bragança Rodrigues, que na Carta a Garcia”. ocasião proferiu o discurso que se transcreve na Como vosso Comandante exorto-vos a pratiíntegra. car e a cultivar, em todas as circunstâncias da vos“Militares do Agrupamento MIKE (Agr MIKE), sa vida, os valores e as virtudes militares e a reafira data de hoje será sempre por todos nós recorda- mar e aperfeiçoar de forma contínua as vossas da pois marca dois acontecapacidades e competêncimentos de grande imporcias, pois só à custa do “ … estamos dispostos de forma tância, a apresentação do nosso permanente esforço Estandarte Heráldico do desinteressada, a continuar Portu- poderemos tornar-nos digAgrupamento e a entrega nos do respeito e considegal, onde a Nação e o Exército das Flâmulas às suas suburação daqueles com quem nidades, nomeadamente às iremos privar no TO do entenderem ser necessário…” companhias ALFA, BRAVO KOSOVO. e CHARLIE. Todos estamos plenamente Esta simples cerimónia, sendo um momento conscientes das dificuldades teremos que ultrade exaltação e de grandeza é também mais um passar mas estou confiante que na nossa capacidade, passo em frente, no sentido da nossa identidade própria que assumimos com justo orgulho e que ânimo, determinação e força de vontade lusa para nos guindará em altaneira postura, à verdadeira as conseguirmos vencer. Homens e Mulheres do Agr MIKE o Estandimensão humana que é, de resto, a dimensão do darte Heráldico e as Flâmulas das Companhias soldado português. Vamos pois, dentro de alguns instantes, ao são, como sabeis símbolos próprios, motivo de nível do Agrupamento e das subunidades que o orgulho e factores de coesão para os níveis que compõem, virar mais uma página da nossa vida e representam. Pelo que simbolizam exigem de nós da nossa história, assim mediante quatro símbolos galhardia, espírito de corpo e grupo no cumprimene através de um rito, com raízes muito profundas e to da missão. São também factores de motivação carregado de significado na instituição militar, acrescida, o cimento que nos une e proporcionará a vamos todos vincular-nos na defesa e na exaltação coesão e a disciplina necessárias para nos tornardos valores do Agr MIKE e das suas subunidades, mos num só, quer nos momentos de alegria quer que também são valores nacionais que perdurarão nos momentos de adversidade. A constante perseverança colocada por mais tarde para as gerações vindouras. O símbolo do “Estandarte Heráldico do Agr todos nós no cumprimento da missão, por certo fará MIKE” perante o qual assumireis o compromisso a diferença, de forma a dignificar e prestigiar o Agr formal de defender Portugal além fronteiras, encer- MIKE, a Brigada de Intervenção, o Exército, e Porra a nossa memória colectiva, a nossa identidade tugal, instituições a que todos nos orgulhamos de como Unidade constituída, a qual devemos preser- pertencer. var e defender a todo o custo. Com esta cerimónia encerramos o ciclo, que Como portugueses, como cidadãos e como eu chamaria de “ciclo de recebimento dos militares, estamos dispostos de forma desinteressasímbolos”, que se iniciou com a entrega da, a continuar Portugal, onde a Nação e o Exército do Estandarte Nacional durante as cerimóentenderem ser necessário. No entanto, só com nias comemorativas do Dia da Brigada de sacrifício, esforço, vontade, e querer é que Intervenção, que tem hoje continuidade podemos servir Portugal, honrando o Estancom a apresentação do Estandarte darte Heráldico do nosso Agrupamento e Heráldico do Agrupamento e com a a Bandeira Nacional. entrega das Flâmulas das CompaAo longo dos últimos meses nhias, terminando com a assumpE fomos submetidos a uma instruIK ção do Hino e Grito do AgrupaM gr ção e treino progressivamente mento que hoje e aqui faremos oA d mais exigentes de modo a te ouvir bem alto. ar d n desenvolver as capaciOs factores da nossa sta E dades físicas, menidentidade e Unidade estão defitais e morais e as nidos, caminhamos a passos largos competências para a “Maioridade”, desde o início do técnicoaprontamento que conto convosco e profissiovós podereis contar comigo até ao fim. nais Bem Hajam e Boa sorte para todos nós!” necessárias ao cabal desempenho da nossa futura TCor Cav Jocelino do N. B. Rodrigues missão ao serviço de Portugal e da Cmdt do Agr MIKE OTAN no Teatro de Operações do Kosovo. 15 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR O 2BI NO TEATRO DE OPERAÇÕES DO KOSOVO TCor Inf J. Magalhães Caros Camaradas Agrupamento MIKE, sérvios e albaneses. Esta solução não é bem aceite pela minoria sérvia que continua sem reconhecer a autoridade de Pristina, procurando regular-se pelas leis sérvias. E nas regiões em que está em maioria, apenas as forças da NATO continuam a manter o ambiente de estabilidade e segurança dada a incapacidade das autoridades de Pristina para o fazer ou impor. Portugal disponibiliza para a Força da NATO uma Unidade de Escalão Batalhão que constitui a sua reserva, para além de alguns elementos do Esta- do Foi com muito gosto que recebi o convite do vosso Comandante para elaborar um pequeno artigo sobre a minha experiência no Teatro de Operações do Kosovo para onde, em breve, sereis projectados a fim de cumprir a missão de Reserva Táctica da KFOR. Resumir-me-ei àquilo que o 2BI realizou no Kosovo com alguns comentários adicionais relativos à minha experiência e sensibilidade sem abordar a situação na região pois temo que o conhecimento desta possa estar já ultrapassado pelo evoluir dos acontecimentos. Certamente que, neste aspecto, o acompanhamento efectuado pelo Estado-Maior do vosso Agrupamento é mais actual e de maior utilidade para todos vós. Como sabeis o Kosovo é um território com uma longa história de discórdia e mesmo confrontação entre as duas principais etnias em presença – sérvios e albaneses. Mais recentemente, a atitude do governo sérvio sob a liderança de Milosevic para com a etnia albanesa, mereceu a atenção e reprovação por parte da Comunidade Internacional, dando origem à intervenção da NATO e à implementação da Missão das Nações Unidas no Kosovo e, desde 1999, a NATO mantém neste território uma força de paz para estabilizar a região. A declaração unilateral de independência por parte do governo provisório albanês em 17 de Fevereiro último voltou a trazer alguma tensão no relacionamento entre do-Maior da KFOR. A condição da Força Portuguesa, em consequência da sua missão, traz-lhe grande visibilidade e algum protagonismo. Tem a particularidade de poder ser empenhada em qualquer ponto do Kosovo directamente sob o comando do Comandante da KFOR ou cedida a uma das MNTF que detêm responsabilidades territoriais. A Reserva da KFOR pode cumprir uma quantidade de tarefas que englobam o reforço das Multinational Task Force (MNTF), a condução de Operações de Segurança, Cerco e Busca, Vigilância de Fronteiras, Operações de Extracção, Controlo de Tumultos (CRC) entre outras. Destaco as últimas que exigem um treino constante aos vários escalões, um cuidado extremo no que diz respeito ao Comando e Controlo, uma firme postura individual e grande coordenação. Neste âmbito, a FND portuguesa tem vindo a ganhar um capital de credibilidade, pela sua forma de actuação e pela proficiência 16 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR que demonstra, constioperação em Pristina tuindo mesmo referência resumiu-se a patrulhaentre as várias forças mentos na zona da em presença. Mas todas cidade onde a presença as outras tarefas são internacional estava exigentes como ireis ter implementada. A última oportunidade de comproprojecção para Mitrovica var e carecem de um após os acontecimentos detalhado planeamento violentos consistiu na e coordenação com as vigilância da ponte prinunidades com quem tracipal sobre o Rio Ibar e balhardes a par de uma estar pronto para actuar execução cuidada em em CRC caso qualquer que o grupo se sobrepõe manifestação assumisse ao indivíduo para cumalguma violência. Gloprir a missão. balmente, foi uma misDurante o período que esteve no TO do são muito aliciante, em que procurámos ter sempre Kosovo, o 2BI cumpriu 8 operações de Nível II e 6 como farol o desempenho das diversas operações de Nível I, desempenhando as quatro primeiras com sucesso, a Protecção da Força, a representatarefas listadas acima e esteve por quatro vezes ção do nosso país com o melhor do nosso esforço com uma prontidão muito reduzida no sentido de e que, no final, nos trouxe uma enorme satisfação e poder ser rapidamente empenhado em actividades sentimento do dever cumprido. de CRC. Para além A reserva portudisso conduziu a sua guesa é vista como “ … sabemos que irão dar o melhor de actividade de treino uma mais valia dentro com destaque para o vós para as desempenhar com a máxi- da Força da NATO, e CRC, para a conducabe-vos em breve ção das viaturas do ma proficiência e contribuir para garan- assumir esse papel. É Batalhão, para o treino ter presente tir o ambiente de estabilidade e segu- importante com helicópteros e a que a missão decorrerealização de tiro com rá ao longo dos próxirança na região…” o armamento recebido mos seis meses, onde do 2BIMEC. Podemos sereis chamados para dividir a Missão em duas fases, até à Declaração realizar uma variada série de operações e onde Unilateral de Independência e após esta data. Na continuareis a treinar para manter o nível de execuprimeira fase as operações tiveram como finalidade ção das tarefas, sendo necessário manter a persiso reconhecimento e tência na acção e a unidafamiliarização com as de de esforços para as diversas áreas de operaconduzir com o brio e ções em que seria mais eficácia a que a vossa provável o emprego da unidade nos acostumou. KTM, o incremento da Reconhecendo a interoperabilidade e grande vontade e empecoordenação com as nhamento com que todos MNTF e a demonstração quantos servem no Agruda capacidade da KFOR pamento MIKE se prepaem colocar num curto raram para a execução espaço de tempo uma das tarefas que vos força com capacidade poderão ser incumbidas, para contribuir para mansabemos que irão dar o ter ou para contribuir melhor de vós para as para impor o retorno ao desempenhar com a ambiente de estabilidade máxima proficiência e e segurança. Após a contribuir para garantir o declaração unilateral de ambiente de estabilidade e independência visaram a contribuição para a manu- segurança na região. Complementarmente sereis, tenção do ambiente de estabilidade e segurança, perante os restantes contingentes, o espelho de quer em Mitrovica de 19Fev08 a 08Mar08 e de 17 a rigor e profissionalismo do Soldado Português e os 18Mar08 quer em Pristina de 08 a 14Mar08. A ope- dignos representantes do Exército Português e de ração mais longa em Mitrovica, beneficiou da con- Portugal. dução de uma actividade CIMIC realizada no Bairro Na retaguarda, procuraremos apoiar-vos e de Monmartre em 14Fev08. O dispositivo imple- seguiremos com orgulho a vossa actividade e mentado e o contacto com os líderes de Monmartre desempenho. permitiu ter a percepção dos diversos acontecimenUma boa missão e que a sorte vos proteja. tos que foram decorrendo, obter sinais da sensibilidade de ambas as partes e possuir uma capacidaTCor Inf João Magalhães de de reacção que permitisse acorrer a qualquer CEM BrigInt local onde a segurança estivesse ameaçada. A 17 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR A MISSÃO DA OSCE NO KOSOVO Nove anos a contribuir para a promoção de instituições democráticas e direitos humanos Dr. Nuno Lúzio atingir um consenso, mas quando conseguido trata-se de uma convergência de vontades que espelha o interesse conjunto de 56 países, com interesses geoestratégicos algumas vezes distintos. A primeira incursão da OSCE no Kosovo remonta ao período do conflito, quando a OSCE foi a primeira organização internacional a entrar no território e a monitorizar a situação no terreno com a Kosovo Verification Mission4 (KVM). A Missão da OSCE no Kosovo foi estabelecida em 1999, logo a seguir ao conflito, legitimada duplamente pela Resolução 1244 do Conselho de Segurança da ONU e da Resolução 305 do Conselho Perma1 • Early warning ; nente da OSCE. A Missão tornou-se no pilar III, • Conflict prevention2; integrada na Missão das Nações Unidas no Kosovo • Crisis management and post-conflict rehabilita- (UNMIK), e foi encarregue de estabelecer e apoiar tion3. instituições democráticas, promover direitos humanos e assegurar a realização de eleições livres e A OSCE tem dezoito missões no terreno, justas. uma Assembleia Parlamentar (com sede em CopeA Missão da OSCE no Kosovo é a maior missão da nhaga, da qual é Presidente o deputado português organização no terreno, com mais de 800 funcionáJoão Soares) e várias instituições sedeadas em rios e um orçamento de aproximadamente 30 diferentes capitais europeias, que promovem direimilhões de euros. Com sede em Pristina, a Missão tos humanos, liberdade de imprensa, a promoção tem cinco centros regionais que cobrem as 30 dos direitos das minorias e eleições livres e justas. municipalidades do Kosovo. A Missão tem equipas O Secretariado (administração da Organização) e o que monitorizam e aconConselho Permanente selham as municipalida“ A OSCE contribuiu ao longo dos últimos nove (órgão decisório) têm des, fundamentalmente anos para a estabilidade e paz no Kosovo, sede em Viena, Áustria. em matéria de direitos Uma das caractegranjeando o respeito das populações e dos humanos (com especial rísticas mais interessanparceiros locais e internacionais” enfoque nas comunidates da OSCE é que, des não-albanesas) e apesar do grande númeaderência à legislação em vigor. A OSCE também ro de Estados-membros, todas as decisões são tem monitores nos tribunais e na polícia. Uma inotomadas por unanimidade no Conselho Permanenvação recente foi a constituição de equipas que te. Por inerência da composição, por vezes é difícil A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) é a maior organização regional do Mundo. A OSCE é constituída por 56 estados membros, sendo Portugal um deles. Conhecida como uma organização de diplomacia suave e intensas negociações nos bastidores, a força da OSCE tem sido desde a primeira hora a sua constituição. Os EUA, a Europa e a Rússia são membros da organização, o que a torna a única organização regional com uma matriz particularmente inclusiva. O objectivo da OSCE centra-se em quatro grandes áreas: 18 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR monitorizam a situação e assistem as comunidades não-albanesas. Para além da vasta presença no terreno, considerada por muitos the eyes and the ears 5 da comunidade internacional, a Missão tem três departamentos programáticos - o Monitoring Department 6 com especiais responsabilidades em monitorizar a situação dos direitos humanos e procedimentos democráticos (dando especial atenção às diferentes comunidades), o Assistance Department 7, que dá actualmente dá apoio ao Centro que treina as várias agências de segurança pública (bombeiros, alfândega, agentes dos serviços prisionais, etc.). A OSCE contribuiu ao longo dos últimos nove anos para a estabilidade e paz no Kosovo, granjeando o respeito das populações e dos parceiros locais e internacionais. Não pode deixar de ser relembrado que ao longo destes anos, a Missão criou e apoiou instituições tão importantes como a Provedoria de Justiça, o Instituto Judicial do Kosovo ou a Comissão Central de Eleições. Além do trabalho realizado na promoção dos direitos humanos e da democracia, a OSCE organizou cinco eleições consideradas pela comunidade internacional como um sucesso inquestionável. O futuro parece passar por continuar a apoiar todas as comunidades do Kosovo, independentemente da origem étnica, e a utilizar toda a nossa memória institucional e knowhow 9 em prol do bem comum. Dr. Nuno Lúzio Political Officer, Office of Political Affairs, OSCE Mission in Kosovo ___________________________________________________ 1 Alerta Prévio Prevenção de Conflitos 3 Resolução de conflitos e reabilitação pós conflito 4 Missão de Verificação do Kosovo 5 Olhos e Ouvidos 6 Departamento de monitorização 7 Departamento de Assistência 8 Departamento de Segurança Pública 9 Conhecimento adquirido 2 _____________________________________________ assistência a várias instituições centrais (Assembleia do Kosovo, Governo, Provedoria de Justiça, a Comissão de Media Independente, etc.) e locais do Kosovo, através de projectos que ajudam à consolidação destas instituições (conferências, workshops, mesas-redondas, publicações, cursos/ treinos para os membros destas instituições). Por último, a Missão tem o Public Safety Department 8 que estabeleceu, no princípio da década, a escola que dá formação ao Kosovo Police Service (KPS) e 19 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR CONTROLO DE TUMULTOS Crowd and Riot Control (CRC1 ) 2Sar Inf A. Bessa A necessidade de controlar situações de grande agitação social, manifestações2 , tumultos, sem contudo, matar ou ferir gravemente os participantes desses actos, é um problema enfrentado por Forças Policiais desde os anos 60. Movimentos estudantis em Paris, manifestações contra a guerra do Vietname e pelo direito dos negros nos Estados Unidos (EUA), manifestações pela Democracia contra ditaduras na América do Sul e conflitos na Irlanda, são exemplos de situações que exigiram o desenvolvimento de armas, equipamentos, munições e conceitos próprios para actuação nesse tipo de confronto. O controlo de distúrbios civis, não é exclusivo das Forças Policiais. Cada vez mais as Forças Armadas são chamadas a actuar nesse tipo de cenário, para apoiar a Polícia em agitações internas, ou até mesmo noutros países. Os EUA tiveram grandes problemas ao intervir na Somália em 1993, quando os Marines controlavam a população faminta que tentava saquear os comboios de ajuda humanitária que seria distribuída pelas Organizações Humanitárias. As Forças de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) utilizaram armamento não letal para controlar sérvios e croatas durante o conflito na Bósnia-herzegovina. Hoje vemos tropas Israelitas contra Palestinos e cada vez mais Israel deixa de empregar meios não letais para conter os revoltosos, ampliando a intensidade do confronto e atraindo a antipatia internacional. que aparenta ter melhor entendimento da situação. Muitos, na multidão nem sabem das verdadeiras causas do problema e simplesmente aceitam as sugestões dos demais sem medir as consequências. O contágio aumenta e as pessoas entusiasmam-se para imitar as outras. À medida que os indivíduos aceitam as ideias e as acções do grupo começam a sentir maior empatia com os manifestantes, passando rapidamente de uma multidão para um tumulto4. Os membros de um tumulto sentem uma sensação de poder, e se as autoridades forem incapazes, ou não quiserem intervir, essa sensação de poder aumenta. Se por um lado as acções tácticas de controlo de multidões são mais simples, por outro lado o controlo de tumultos sempre provocativo e violento representa uma grande ameaça e na maior parte das situações, principalmente quando bem organizadas, são praticamente impossíveis de controlar. As acções tácticas são geralmente de postura defensiva e incluem esforços não só para evitar ferimentos como também para proteger edifícios, impedir pilhagens ou incêndios. Multidões requerem controlo, tumultos requerem intervenção. A importância de impedir que uma multidão se torne num tumulto é um dos objectivos primários para o cumprimento do restabelecimento da Lei e da Ordem. Dentro das técnicas não letais anti-pessoais utilizadas no CRC destacamos: acústicas5, biológicas6, químicas7, electromagnéticas8 e 9 ópticas . Características dos elementos da força de Controlo de Tumultos No caso de Portugal, as Forças Nacionais Destacadas (FND) em Operações de Apoio à Paz (OAP) são chamadas, cada vez mais, a intervir em missões do tipo “Garantia da Lei e da Ordem”. Todos os dias, os nossos militares nos Teatros de Operações estão sujeitos aos mais diversos conflitos, sejam eles de natureza social, política, económica ou até mesmo religiosa. Cabe às nossas FND em acção conjunta com a Policia local, controlar todo e qualquer tipo de distúrbio civil, repondo a normalidade social. Psicologia das Multidões Quando um indivíduo se encontra no meio de uma multidão3 alterada, um número de influências psicológicas tende a que esse indivíduo fique disposto a aceitar sugestões de qualquer pessoa Pela experiência vivida em exercícios de Controlo de Tumultos, devo dizer que ser agente da Lei e da Ordem é uma missão difícil, que exige cuidada preparação e perfeita execução por parte de todos os intervenientes, que devem ser capazes de aplicar em cada momento qualquer uma das possíveis combinações tácticas e técnicas adequadas às mais variadas situações. Em alguns casos não se consegue obter o controlo imediato, pelo que se deve tentar reduzir o distúrbio ao mínimo possível, sem esquecer que o princípio fundamental de controlo de distúrbios civis é: APLICAÇÃO DA MÍNIMA FORÇA e que em Ordem Pública não há INIMIGO, há ADVERSÁRIO. Uma actuação inoportuna, imprópria ou mal executada pela nossa Força originará um agravamento da situação. Deste modo, um elemento de controlo de tumultos para ser um agente da Lei e da Ordem tem que à partida possuir determinadas características, nomeadamente: 20 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR • • • • Ser capaz de controlar as emoções, particularmente o medo em situações de maior risco; Ser capaz de manter uma atitude firme, em situações de grande tensão física e emocional; Respeitar todos os indivíduos, sem olhar a ideologias, partidarismos ou favoritismos, mantendo sempre uma atitude neutral e imparcial; Ser calmo e paciente e acima de tudo bastante disciplinado, nunca agindo isoladamente, respeitando sempre a voz de comando. “SE QUERES CONHECER OS TEUS HOMENS, DÁ-LHES UM EQUIPAMENTO DE CONTROLO DE TUMULTOS!” MUNIÇÕES Designação/ Características: Granada fumígena e lacrimogénea - FLS Corpo cinzento metalizado Fumo branco 30s de tempo de emissão de gases Dispersão de multidões Imagem CONCLUSÃO As Forças Militares Portuguesas em OAP assumem cada vez mais funções de manutenção de ordem pública em coordenação e cooperação com autoridades policiais locais. Pelo que é importante ter equipamento e pessoal devidamente preparado para lidar com situações de distúrbios civis e prontos a actuar em missões de “Garantia da Lei e da Ordem”. Somente uma instrução e um treino prático que inclua exercícios simulados da realidade, bem como aperfeiçoamento das técnicas e tácticas e o uso do equipamento de controlo de tumultos, se poderá traduzir em acções efectivas legais, isto é, aquelas que recorram ao uso mínimo da força e sem uso de armas letais. Equipamentos e Armamento mais utilizados: Escudo – Feito em policarbonato transparente, quebra sem estilhaçar, é destinado a protecção individual e colectiva do militar; Capacete – Feito em poliestireno proporciona alta resistência à penetração de objectos, tem alta capacidade de absorção de impactos e possui viseira basculante; Colete balístico – Este equipamento para além da protecção contra projécteis de armas de fogo, garante protecção contra armas brancas, bem como contra materiais contundentes. Caneleiras com protecção da articulação tibiotárcica – Protege a região baixa e frontal da perna; Máscara antigás – São utilizadas para protecção do militar quando o ambiente estiver muito saturado por agentes químicos. Bastão de Borracha 70cm – É um equipamento individual, destinado ao uso ofensivo ou defensivo nas acções de controlo de distúrbios civis; LG 56mm COUGAR- Calibre: 56mm Alcance: 220m Peso: 3,850 Kg Pistola 9mm Walther, Espingarda Automática 7,62 mm G-3 2Sar Inf Arlete Bessa Cmdt 2ªSec At/2Pel/BRAVO Coy/Agr MIKE ______________________________________________ 1 Elaborado com base no Manual Manutenção Ordem Publica GNR. Manifestação - É a demonstração, realizada por pessoas temporariamente reunidas, de sentimento hostil ou simpático à determinada autoridade ou a alguma condição ou facto de natureza política, económica ou social; 3 Multidão - Aglomeração psicologicamente unificada por interesses comuns. Em geral, a formação de multidão caracteriza-se pelo aparecimento do emprego do pronome “nós” entre os membros de uma aglomeração, assim: “nós estamos aqui para protestar...” ou “nós viemos prestar nossa solidariedade...”. 4 Tumulto - É caracterizado pela concentração de pessoas revoltosas, armadas ou não, que fazem barulho e provocam a desordem insurgindose contra a autoridade. 5 Acústicas - Sons audíveis; sons inaudíveis e sons de frequência muito baixa, que podem causar desde confusão mental até desmaios. 6 Biológicas - Inibidores de neurónios que incapacitam a pessoa, paralisando a troca sináptica nervosa. 7 Químicas - Agentes adesivos, tipo espuma; agentes calmantes; barreiras com produtos que solidificam rapidamente; alucinógenos (Há relatos de que o LSD, ácido lisérgico, foi utilizado em combate no Vietname, contra os comunistas); irritantes (CN e CS); lubrificantes para tornar superfícies escorregadias; neurobloqueadores e neuroinibidores. 8 Electromagnéticas – armas electrónicas como o “taser” (que através de descarga eléctrica atinge o sistema nervoso central) e micro-ondas de alta potência, que podem causar até o coma. Cinéticas – munições de embaraço, tipo redes; projécteis não penetrantes de borracha, plástico ou madeira, canhões com jacto de água de alta potência. 9 Ópticas - Lasers de baixa energia, para cegar temporariamente; munições ópticas, como granadas de luz e som (flash bangs); obscurantes (granadas de fumo); luzes estroboscópicas de alta intensidade para desorientar. 2 Granada fumígena e lacrimogénea multi-capsular CM4/CM6 Corpo cinzento c/ cinta vermelha Fumo branco 4/6 Cápsulas activas de gás lacrimogéneo 30s de tempo de emissão de gases Dispersão de multidões em grandes áreas Granada de efeito ensurdecedor Lacrimogénea GLI-F4 Corpo cinzento, ponta laranja Detona provocando efeito de sopro Emissão de gases na detonação Dispersão de multidões em contacto próximo Granada de desencarceramento - DBD Corpo preto 36 Bagos de borracha Lançamento pelo solo Dispersão de multidões violentas em contacto próximo Granada de exercício Instrução de tropas Corpo branco em plástico/borracha 21 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR EXERCÍCIO PRISTINA 082 Maj Inf C. Neves Corolário de um intensivo treino ministrado ao longo de 5 meses, o exercício final do Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR decorreu de 24 a 31JUL08, em Cabeceiras de Basto, a fim de testar a proficiência da Força, bem como avaliar a sua capacidade no domínio das operações de paz e convencionais, atenta a missão que lhe será cometida no Kosovo. De forma a criar um ambiente semelhante ao existente no TO, optou-se por realizar o exercício num ambiente urbano onde fossem simuladas diversas características associadas a esta realidade, tais como: trânsito, população, infra-estruturas, entre outras. Fruto do excelente relacionamento entre a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, a Escola Secundária EB 2 + 3 de Cabeceiras de Basto e a Brigada de Intervenção (BrigInt), esse desiderato foi plenamente atingindo. As instalações revelaram ser perfeitas e, após a sua devida adaptação tornaram-se num modelo fiel de JUBILEE BARRACKS (aquartelamento no Kosovo onde o AgrMIKE se vai instalar) o que muito contribuiu para o realismo que foi conferido ao exercício. O principal objectivo do Exercício PRISTINA 082 consistiu em testar e validar os níveis de formação e treino e a consequente capacidade operacional da Força. Foram tidas em consideração não só as acções específicas das Operações de Apoio à Paz1, mas também as actividades e tarefas de âmbito convencional, tendo como referenciais a doutrina OTAN, a missão específica do Agrupamento e as características da Área de Operações. Assim, o Exercício PRISTINA 082 teve como finalidade praticar o planeamento, o controlo e a conduta de Operações Tácticas, associadas às PSO, no quadro das missões e tarefas passíveis de serem desempenhadas pelo AgrMIKE/BrigInt/TACRES2/KFOR3, tendo como referencial o ambiente operacional que se vive no Kosovo e as possíveis evoluções que a situação pode assumir. Os principais objectivos deste exercício foram: • Desenvolver a capacidade de planear e controlar operações de escalão Batalhão; • Conduzir Operações de reserva através de meios terrestres orgânicos dentro da AOR4 da KFOR, aplicar a doutrina e praticar os procedimentos associados às PSO; • Desenvolver a capacidade de destacar forças por tempo limitado [Nível I - 1 Unidade de Escalão Companhia (UEC) e parte do Comando Agr] ou Nível II (2 UEC e o Comando do Agr), para o cumprimento de tarefas específicas; • Garantir a auto-suficiência em termos logísticos, de comunicações e segurança, ao nível do TO até 72 horas. 22 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR Durante a conduta do Exercício, o AgrMIKE, através das suas companhias de manobra, executou diversos tipos de missões. Estas foram planeadas e executadas através de Ordens Parcelares (FRAGO’S), das quais resultou uma actividade Operacional considerável, nomeadamente, 69 patrulhas, 13 postos de observação, 27 postos de controlo de veículos, 4 operações de segurança de pontos sensíveis, 3 escoltas e 1 operação de cerco e busca. A culminar o exercício o Agr MIKE efectuou, em 31JUL08, no recinto adjacente à emblemática Igreja de S. Miguel de Refojos, perante o Comandante Operacional, TGEN Pina Monteiro e diversa assistência, uma parada militar e uma demonstração das suas capacidades, que foram largamente apreciadas pelos presentes. As situações recriadas na demonstração de capacidades inseriram-se num cenário o mais real possível e dentro do espírito da missão do AgrMIKE, tendo sido efectuadas as seguintes acções: • Patrulhamentos e montagem de Postos de Observação; • Controlo de Tumultos; • Operações de Cerco e Busca e Operações de resgate. O Exercício PRISTINA 082 decorreu num ambiente hospitaleiro e acolhedor, sendo evidente em cada passo e lugar, a amabilidade do povo de Cabeceiras de Basto e das localidades envolventes. Essa percepção alargou-se a cada militar incluindo o Exmo. TGen Pina Monteiro que o referiu no seu sentido e emocionado discurso onde agradeceu ao Exmo. Sr. Presidente da Câmara, Sr. Engº Joaquim Barroso de Almeida Barreto e a todos os cabeceirenses. O Exercício Pristina 082 em Cabeceiras de Basto fruiu todas as condições para executar o treino e a avaliação do AgrMIKE e mais uma vez mostrou a importância de realizar este tipo de exercícios entrosados com outras actividades que envolvam a população civil, constituindo uma excelente oportunidade para a divulgação da missão que o AgrMIKE vai desempenhar no Kosovo, da imagem da BrigInt e do Exercito Português. Maj Inf C. Neves S3/S5 Agr MIKE/BrigInt/KFOR _____________________________________________ 1 Peace Support Operations (PSO). Tactical Reserve (Reserva Táctica). 3 Kosovo Force 4 Area of Responsability (Área de Responsabilidade). 2 23 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR COMANDO E ESTADO MAIOR DO AGRUPAMENTO MIKE A Estrutura Operacional de Pessoal (EOP) do Agr MIKE contempla 29 Oficiais, 56 Sargentos e 205 Praças num total global de 290 militares. A EOP encontra-se a 100% e este nível foi atingido no mês de Junho de 2008. O Comando e Estado-Maior do Agr MIKE é constituído pelas diversas secções de Estado-Maior (S1/S7, S2/PAO, S3/S5, S4, S6, S8, S9/ NBQ, Of Man, Of Med, Of Tm e Capelão) pela Secção de Ligação com dois Oficiais e pelo Módulo de Apoio (DOE) compreendendo 10 Oficiais, 9 Sargentos e 9 Praças num total global de 34 militares, das quais 4 são do sexo feminino. 24 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR COMANDO E ESTADO MAIOR DO AGRUPAMENTO MIKE 25 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR ALFA COY A ALFA Coy é constituída pelo Comando e Secção de Comando, Módulo de Transmissões, Módulo Sanitário, Módulo de Engenharia e Serviços Gerais, Secção de manutenção, Pelotão de Reabastecimentos e Serviços e Pelotão de Morteiros. A Companhia compreende 03 Oficiais, 22 Sargentos e 55 Praças num total global de 80 militares, dos quais 10 são do sexo feminino. 26 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR 27 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR A BRAVO Coy é constituída por um Comando e Secção de Comando e 3 pelotões de manobra equipados com Jeeps Toyota Land Cruiser e VBL Chaimite V200. A EOP da companhia compreende 5 oficiais, 14 Sargentos e 73 Praças num total de 92 militares dos quais 7 são do sexo feminino. ORGANOGRAMA BRAVO COY 28 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR ORGANOGRAMA CHARLIE COY A CHARLIE Coy é constituída por um Comando e Secção de Comando e 3 pelotões de manobra equipada com VBR Panhard M11. A EOP desta companhia compreende 05 oficiais, 11 Sargentos e 68 Praças, num total global de 84 militares dos quais 7 são do sexo feminino. 29 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA NO FUTURO PRÓXIMO1 Continuamos neste número uma temática, que nos parece será do agrado de todos os nossos leitores, dando continuidade ao artigo do primeiro número, “Soldados do Futuro – uma realidade muito próxima”. Este assunto será abordado durante a publicação do Boletim Informativo do MIKE e neste número, para além da Introdução abordaremos a evolução das fontes para obtenção da Energia necessária para substituir, de forma gradual, o papel desempenhado pelo petróleo até aos dias de hoje. Esta temática será tratada, de forma transversal, por todos os elementos do Comando e EstadoMaior do Agrupamento. tisfação permanente e procura de upgrades, levam as empresas e os seus cientistas a pesquisar e inovar permanentemente. Por outro lado, e contrariamente ao que acontecia no passado, hoje as diferentes disciplinas científicas trabalham em conjunto favorecendo a aceleração permanente do progresso. A informática alia-se à genética, a electrónica à biologia, as nano tecnologias à medicina, etc. ENERGIA DO FUTURO (…) “AS CIDADES NO FUTURO SERÃO ILUMINADAS PELAS ONDAS DO MAR” (…) INTRODUÇÃO “A economia do conhecimento” não é um conceito abstracto, nos próximos quinze anos os laboratórios de todo o mundo, que nunca deram emprego e puseram a funcionar tantos cérebros, vão-nos oferecer “um fogo de artifício” de inovações tecnológicas, das quais apresentaremos uma selecção das mais prometedoras nos diversos campos do nosso quotidiano. Nunca na história da humanidade se conheceu uma tão grande avalanche de inovações em tão pouco tempo e nunca o nosso modo de vida foi por elas tão directamente influenciado. Se um ser humano dos anos oitenta abrisse um jornal hoje, teria a impressão de ter sido tele transportado para um futuro mais longínquo – quiçá o planeta Marte. Efectivamente os debates sobre a bioética, as controvérsias sobre o fenómeno do aquecimento global, o iPhone, o Chat, a Web, os Blogs, os drones, os clones étc…são novidades que nos chegam todos os dias através dos Media. Doravante a guerra económica vai jogar-se na inovação tecnológica. Antigamente os laboratórios de pesquisa e os centros de Investigação e Desenvolvimento (I&D) eram restritos das grandes potências como os EUA, a ex-URSS e de um grupo restrito de nações da Europa Ocidental. Hoje germinam diariamente laboratórios e centros de I&D em todas as latitudes do planeta e muitos deles muito avançados, mesmo quando comparados com os das antigas potências. A Índia possui hoje dezenas de milhares de cientistas, a China e a Coreia do Sul juntaram-se ao pelotão da frente, a título de exemplo a China apresentou este ano 2100 novas patentes no âmbito das nano tecnologias, contra apenas 290 da França. No entanto, quanto mais se pesquisa mais se inventa é este o verdadeiro motor da nova economia chamada de “economia do conhecimento”. Os consumidores têm um papel hiperactivo, a sua insa- O efeito de estufa e o aumento constante do barril de petróleo, fonte de energia não renovável, obrigou a que a procura de energias renováveis, “limpas”, se tornasse uma prioridade à escala mundial. Os resultados, nalguns casos no segredo dos deuses, não tardarão muito a surpreender-nos. De facto o petróleo continua a ser a fonte principal de energia no nosso dia-a-dia, ainda que as reservas mundiais estejam em vias de se esgotar e o movimento Green Peace mantenha em permanência, na agenda mundial, os efeitos nefastos do Dióxido de Carbono no aquecimento global e no buraco na camada de Ozono. Os efeitos devastadores sobre o clima e os custos elevados fazem com que esta fonte de energia se torne numa das maiores preocupações do planeta em geral e das potências emergentes em particular. Por um lado todas estas dificuldades são bem vindas pois dão ânimo novo e motivação aos cientistas que estão cheios de ideias, algumas antigas que foram ventiladas quando do primeiro choque petrolífero nos anos setenta e que ficaram em banho Maria face as dificuldades de as pôr em prática na altura, e outras completamente inovadoras para a substituir. Entre a cultura das micro algas, a instalação em grande escala de máquinas que permitem retirar a 30 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR energia das ondas do mar, ou a instalação de novas gerações de centrais solares, fica aqui apenas o “levantar do véu” das imensas surpresas que a próxima década nos reserva, relevando para segundo plano a “velha” fonte energética, o petróleo. CENTRAIS SOLARES QUE FUNCIONARÃO DE DIA E DE NOITE Na Andaluzia espanhola, 195 hectares de terras áridas estão inteiramente cobertas por uma nova geração de painéis solares com base em espelhos. Esta central eléctrica, Andasol 13, foi instalada pela sociedade alemã Solar Milennium3. A finalidade deste investimento é produzir, ainda este ano, energia suficiente para alimentar 100 000 casas a partir da energia solar. Aqui não há painéis um cumprimento de 140 m e flutuam no mar perto da costa onde a força das marés (ondas) se faz sentir com mais intensidade. Se tudo correr de acordo com o planeado, esta concentração de tecnologias, desenvolvida pela sociedade escocesa Pelamis Wave Power5, permitir-nos-á, a breve trecho, poupar milhares de barris de petróleo. Os seus quatro segmentos ligados por três articulações, são capazes de captar a energia mecânica produzida pelas ondas e transformá-la em electricidade. A superfície dos oceanos está constantemente agitada pelas ondas, constituindo-se numa fonte inesgotável de energia “limpa”. Três exemplares desta “serpente” acabam de ser montados em Aguçadouras, Portugal. O projecto prevê a implantação de mais sistemas idênticos no próximo ano. Andasol 1 fotovoltaicos de alta tecnologia, só há espelhos que ao concentrarem os raios solares permitem aquecer a 400º C um líquido transportador do calor e de pôr em movimento um gerador eléctrico. A grande inovação é que o líquido permitirá aquecer também 28 500 toneladas de sal fundido, armazenadas num reservatório isotérmico. Quando o Sol se põe, o sal aquecido desempenha o papel dos raios solares, libertando o calor armazenado. Assim, a turbina continuará a trabalhar mais sete horas, até às 3 horas da manhã nas noites de Verão. Solar Milennium A central Solar TRES (17 megawatts), desenvolvida por Sener4 na província de Sevilha, terá ainda um desempenho superior. O armazenamento de calor corresponderá a 15 horas de produção, permitindo deste modo o funcionamento contínuo durante todo o ano. APROVEITAMENTO DA ENERGIA DAS ONDAS DO MAR As máquinas desenvolvidas para extrair energia das ondas do mar são extremamente eficazes ainda que pouco estéticas no seu formato. Têm Aproveitamento da energia das ondas O objectivo final é instalar este tipo de centrais movidas pelas ondas do mar um pouco por todo o litoral europeu. AS FUTURAS ESTAÇÕES EÓLICAS SERÃO CAPAZES DE PROCURAR O VENTO NAS NUVENS Em teoria os ventos normais seriam suficientes para suprir as necessidades de energia da humanidade. Efectivamente a potência total dos ventos a nível do planeta é da ordem dos 2000 a 3000 terawatts (mil milhares de watts). No entanto, os seres humanos apenas consomem 14 terawatts de energia. O problema é que as correntes potentes e regulares de ventos ocorrem sobretudo a grandes altitudes. Por volta dos dez mil metros de altitude podemos encontrar, um pouco em todo o lado, ventos que sopram a 100 kms/h. A oitocentos metros acima do solo, a atmosfera é mais calma mas pode-se no entanto contar captar cerca de quatro vezes mais potência do que ao nível das águas do mar. Daqui surgiu a ideia de instalar Estações Eólicas nas nuvens. Os adeptos deste tipo de energia ainda são pouco numerosos. A empresa americana Sky Wind Power6 investiga uma espécie de helicópteros fixos por um cabo, e empresas da Holanda, Itália e Canadá pesquisam e apostam em materiais mais leves do que o ar, uma delas acabou de comercializar balões cheios de Hélio, que o vento faz girar em torno do próprio eixo. Esta nova abordagem da energia eólica é tão prometedora que a própria Google decidiu investir dez milhões de dólares numa sociedade americana pioneira na pesquisa nesta área. 31 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR O SOL DO SAARA ILUMINARÁ AS NOSSAS CIDADES AS HIDRÁULICAS CAPTARÃO A ENERGIA DAS CORRENTES MARÍTIMAS Até agora o sol do Saara não era de grande utilidade, mas no futuro poder-se-á tornar extremamente rentável. De facto os cientistas conseguiram criar cabos eléctricos de alta tensão de um novo tipo, capazes de transportar a corrente eléctrica a grandes distâncias sem perdas devido ao aquecimento por atrito. Graças a esta invenção poder-seão construir imensas centrais solares em África e transportar a energia produzida para qualquer parte do mundo. Um projecto em grande escala chamado Trans-Mediterranean Renewable Energy Cooperation7 (TREC) está no papel, com base numa Joint venture de vários países, e em breve passará à prática. Este projecto prevê a construção de uma vasta rede interligada que ligará por cabo os grandes centros de consumo do velho continente, às futuras unidades solares Saarianas, às quintas eólicas instaladas no sul de Marrocos onde os ventos são potentes e permanentes, às barragens hidroeléctricas e as instalações geotermais ou biocarburantes, localizadas nos melhores sítios da África do Norte, do Médio Oriente e da Europa. Esta iniciativa continua à espera de financiamento, mas poderá, a qualquer momento, face à evolução do mercado do petróleo, seduzir numerosos investidores. Para recuperar a extraordinária potência das correntes marítimas, nomeadamente as originadas pelas marés, só existia até hoje uma solução: Construir uma barragem num braço de mar, técnica que apresenta um duplo inconveniente, os custos associados e as nocivas alterações ambientais introduzidas nos ecossistemas locais. Os trabalhos desenvolvidos por uma sociedade britânica que acabou de instalar, no estreito de Strangford, na Irlanda do Norte, uma Hidráulica dupla, em que as hélices de profundidade são movidas pelas correntes marítimas, a semelhança do que acontece com as eólicas movidas pelo vento, vai permitir ultrapassar estas dificuldades. Aproveitamento das correntes marítimas Este projecto já ultrapassou a fase do protótipo e deverá fornecer 1,2 megawatts à rede eléctrica a partir do corrente Verão. A próxima etapa é um projecto que produzirá 10 megawatts no País de Gales. GASOLINA A PARTIR DE MICRO ALGAS Trans-Mediterranean Renewable Energy Cooperation OS BIOCARBURANTES DEIXARÃO DE FAZER CONCORRÊNCIA Á AGRICULTURA Provavelmente nunca ouviu falar de Jatropha curcas8, no entanto poderá tornar-se num dos elementos chave em termos de biocarburantes. Ao contrário dos biocarburantes clássicos, em que a produção em grande escala ocupa grandes quilómetros quadrados de terrenos agrícolas, esta planta cresce nas regiões semidesérticas, nas terras áridas onde nada pode ser cultivado; requer pouca água, poucos cuidados e produz um excelente rendimento em termos de óleo, o qual é facilmente transformável num composto compatível com o diesel. Nos próximos anos a Jatropha poderá ser um grande negócio em particular na África e na Ásia; só na Índia está projectado o cultivo de quarenta milhões de hectares. Menos gulosas que as Jatropha curcas, algumas algas compostas por mais de 50% de óleos, só precisam, para se reproduzirem água, de Sol e Dióxido de Carbono; uma substância que procuramos desesperadamente libertar-nos face aos efeitos nocivos, no que a camada de ozono e ao aquecimento global diz respeito. Uma empresa americana já está actualmente a produzir massivamente algas deste tipo, em quintas no Estado do Texas, enquanto outra empresa também americana se prepara para investir 850 milhões de dólares, numa produção no deserto do México. Aqui produzir-se-á Etanol a partir de uma alga microscópica que se chama cianobactéria, cultivada na água do mar com uma antevisão de lucros extraordinários. Espera-se produzir 56 mil litros de Etanol por hectare, ou seja 16 vezes mais daquilo que se obteria a partir do milho. 32 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR GRANDE REDUÇÃO NO CUSTO DOS PAINÉIS SOLARES Os painéis solares fotovoltaicos que permitem produzir energia directamente a partir dos raios solares, evoluíram de uma forma exponencial. A implantação reduzida deste sistema estava ligada ao seu elevado custo, associado à sua produção a partir de Silício Cristalino. Com o aparecimento das nano tecnologias, algumas empresas pioneiras produziram os painéis a partir de camadas muito finas que requerem uma quantidade ínfima de material nobre. Esta nova tecnologia permite multiplicar por 100 a produtividade e permitirá obter a energia fotovoltaica a uma velocidade superior. Esta técnica é muito bem vinda uma vez que, o conjunto da totalidade dos painéis solares clássicos instalados no ano transacto no planeta Terra equivale apenas à Projecto ITER gia quase inesgotável e praticamente sem efeitos nocivos para o meio ambiente. A fusão do átomo mobiliza apenas substâncias abundantes e disponíveis em todo o planeta (os elementos Deutério e Lítio) e produz uma menor quantidade de resíduos radioactivos quando comparado como o processo actual da cisão nuclear. O seu rendimento é no entanto gigantesco, um grama de Deutério produzirá tanta energia como duas toneladas de petróleo. Painéis solares Texto e Fotos Cmd e EM do AgrMIKE potência de duas centrais nucleares. ITER UM PROJECTO PARA REPRODUZIR O __________________________________________ MECANISMO DO SOL9 1 Em Saint-Paul-Lès Durance, uma aldeia com 900 habitantes, à 40 quilómetros d’Aixe en Provence, na França, vai dentro de pouco tempo apostarse naquilo que poderá tornar-se numa parte importante do futuro projecto energético do planeta. Aqui, as retroescavadoras iniciaram os trabalhos para construir um gigantesco centro de pesquisa que reunirá mais de um milhar de cientistas de todo o mundo. O projecto ITER10 tem como fim último produzir energia da mesma forma que se produz no coração do Sol, através da fusão de átomos de Hidrogénio a uma temperatura de 150 milhões de graus centígrados. Os sete parceiros envolvidos no projecto, União Europeia, Rússia, Japão, China, Índia, Coreia do Sul e Estados Unidos da América investiram um total de 10 biliões de euros para construir e explorar esta grande máquina que testará o mecanismo de fusão do átomo a partir de 2016, com a expectativa de produzir energia nuclear de um novo tipo. Se este projecto científico for corroborado de sucesso, o mundo passará a dispôr de uma fonte de ener- Artigo elaborado com base em informação recolhida na revista CAPITAL, Nº 203, Pág 40 e seguintes e em www.capital.fr. 2 Andasol: Maior projecto europeu de energia solar. Situa-se em Espanha (ver mais em www.abb.pt) 3 Empresa alemã vocacionada para as tecnologias relacionadas com a enrgia solar. (ver mais em www.solarmillennium.de) 4 www.sener.es 5 www.pelamiswave.com 6 www.skywindpower.com 7 www.trec-eumena.org 8 Jatropha curcas, planta cujo óleo pode ser utilizado como biodisel (http://en.wikipedia.org/wiki/Jatropha) 9 Os EUA investiram 650 milhões de €, interromperam o financiamento mas vão retomá-lo no próximo ano. A china investiu 530 milhões € e será responsável pela alimentação eléctrica da e protecção das paredes internas da máquina. A Índia investiu 530 milhos de € e será responsável pela blindagem magnética e sistema de arrefecimento da máquina. A Rússia investiu 530 milhões de €, foi o país que desenvolveu o projecto nos anos 70 e vai ser responsável por instalar a cobertura em aço. A União Europeia investiu 3,6 biliões de € e será responsável por hospedar o projecto, pela construção das infra-estruturas e edifícios de apoio. A Coreia do Sul investiu 530 milhões de € e será responsável por desenvolver e instalar as bobines magnéticas que pesarão 300 toneladas. Finalmente o Japão investiu 650 milhões de € e será responsável pela protecção térmica externa da máquina. 10 International Thermonuclear Experimental Reactor (www.iter.org) 33 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR NOÇÕES BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS Controlo de Hemorragias Ten Med Ana Amaral A hemorragia, principal causa de morte em situações de combate, pode e deve ser prevenida. Assim, é possível controlar a perda de sangue na maioria das feridas. O controlo atempado e efectivo da perda sanguínea é fundamental e permite salvar vidas. A hemorragia é severa quando a frequência respiratória e cardíaca aumentam, a pressão arterial diminui e o nível de consciência se altera. Locais de Hemorragia Hemorragias Externas As lesões das extremidades, couro cabeludo e região dorsal são as causas mais comuns de hemorragia em combate, estando frequentemente associadas a fracturas expostas ou amputações. Hemorragias Internas A principal causa de hemorragia interna são lesões a nível do toráx, abdómen, região pélvica e fracturas das extremidades. Nestas situações o nível de mortalidade é elevado, caso não haja um transporte atempado para unidades de saúde de forma a garantir cuidados cirúrgicos. Abordagem inicial da vítima Hemorragias externas A compressão directa da lesão é o método mais efectivo e utilizado para controlo de hemorragia. Definição de Hemorragia A hemorragia é a perda de sangue do sistema circulatório. Esta perda pode ocorrer internamente, quando o sangue sai dos vasos sanguíneos para dentro ou externamente, para fora do organismo. A perda de sangue leva à diminuição da oxigenação dos tecidos podendo levar à morte se não for controlada. Fig.1 - A compressão directa do local é o tratamento de base Controlar a hemorragia é uma prioridade nos cuidados primários de um traumatizado. Efeitos da Hemorragia A primeira resposta do organismo face a uma perda de sangue é tentar preservar a circulação dos rins, cérebro e coração. O aumento do pulso é o primeiro sinal mensurável. Os sinais e sintomas da perda sanguínea variam de acordo com a quantidade de sangue perdido. Nas situações menos complicadas, ocorre um aumento discreto do pulso e diminuição ligeira da pressão arterial. Se a percentagem de perda for aumentando, vai havendo um agravamento progressivo do quadro clínico com intensificação das alterações do estado de consciência da vítima. Não devem ser retirados objectos impalados, de forma a evitar hemorragias profusas. A elevação da extremidade poderá reduzir a quantidade de sangue perdida, desde que não haja nenhum impedimento para movimentar o local (por exemplo, fractura). Fig.2 - O objectivo é a elevação da extremidade acima do nível do coração 34 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR Efectuar pressão na artéria próxima à lesão, ajuda a controlar a hemorragia no local da lesão. Qualquer pulso palpável pode ser utilizado para reduzir a hemorragia. A aplicação de torniquete não está aconselhada na maioria dos casos porque pode conduzir a necrose ou perda da extremidade. Os torniquetes só deverão ser aplicados se as técnicas iniciais falharem ou em situações de combate, caso seja necessário a aplicação de um método rápido e em situações de múltiplas vítimas; A imobilização de fracturas com extremidades ósseas pontiagudas ou cortantes, reduz o risco de hemorragia, oferecendo melhores condições para os mecanismos de coagulação actuarem. A movimentação da extremidade lesada pode mesmo agravar a hemorragia. Fig.3 - Aplicar pressão indirecta quando a pressão directa e a elevação são ineficazes Hemorragias internas As hemorragias do tórax e abdómen não podem ser controladas em locais sem assistência médica, pelo que requerem evacuação imediata ou cirurgia definitiva. Ten Médica Ana Amaral Of Méd e Cmdt Mod San Agr MIKE/BrigInt/KFOR __________________________________________ 35 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR OS ÚLTIMOS PREPARATIVOS Ten SAR A. Gonçalves Depois de seis meses de preparação e de um pequeno período de férias estamos prontos para partir para a missão no TO do KOSOVO. Na nossa bagagem, para além, de todos os objectos necessários levamos também uma grande e firme vontade de cumprir bem a missão que foi confiada ao Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR. Neste mês de Agosto estamos a fazer os últimos preparativos para a viagem até ao KOSOVO, que será a “nossa terra” durante os próximos seis meses. Cada um dos militares, aos mais diversos níveis, está consciente da sua responsabilidade pessoal e colectiva, para que a missão possa ser coroada de êxito. Como Capelão do AgrMIKE, posso dizer que os militares estão com uma moral elevada e com a natural expectativa para que possam materializar, no KOSOVO, todas as actividades aperfeiçoadas ao longo da preparação. Porque nem sempre nos lembramos de tudo, gostava de deixar algumas recomendações para que possamos estar na missão com o mínimo de preocupações por quem deixamos: - Alerto para a necessidade de cada militar ter tempo suficiente para se despedir com calma e serenidade dos seus familiares e amigos; - É importante alertar as famílias para a eventualidade de algumas dificuldades nas comunicações, ou porque estamos em posições que não permitem a comunicação ou porque os meios mostram-se inoperantes; - Divulgar a todas as pessoas que acharmos por bem o folheto que foi preparado para fazer a ponte com as famílias. Neste folheto estão todas as indicações para contactos telefónicos, serviços postais entre outros. De salientar a importância de cada militar esclarecer os familiares e amigos do seu nome, posto, NIM e morada correcta. Nada melhor que escrever tudo direito e entregar pessoalmente; - Deixar algum familiar ou “procurador” a par dos compromissos periódicos com as finanças, seguros, segurança social, inspecção de veículos, rendas, etc; - Confiar numa pessoa para receber e abrir o correio e, posteriormente, informar-nos dos assuntos recebidos em nossas casas. Para todos os militares que vão partir desejo as maiores felicidades e que sempre possam pautar a sua vida pelo respeito dos valores humanos e virtudes militares. Para todas as famílias deixo uma palavra de estímulo e de inter-ajuda para que nunca falte com o carinho, a oração e todas as preocupações inerentes à trama das relações familiares. Queira Deus que todos possamos cumprir o lema do AgrMIKE: “Ut Unum Sint” (que todos sejam um), contando também com a intercessão da Senhora do Sameiro e Senhora de Fátima que recebemos das mãos de Sua Exª Rev.ª D. Januário Torgal Mendes Ferreira, durante a Eucaristia no Santuário do Sameiro, no dia 3 de Setembro de 2008. Ten SAR Artur Gonçalves Capelão Agr MIKE/BrigInt/KFOR Com o apoio de: Tadinense AG - Tel.: 253 605 700 - www.tiptadinense.pt 36 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR PREOCUPAÇÕES COM AS VIATURAS EM CLIMAS FRIOS Cap SMAT Sónia Santos Em zonas sujeitas a baixas temperaturas, como será o caso que vamos viver no Kosovo, os cuidados com as viaturas terão de ser redobrados já que as condições climatéricas irão afectar seriamente o piso, a visibilidade e o domínio do veículo. Como tal, e fazendo valer o lema “MAIS VALE PREVENIR DO QUE REMEDIAR”, todos os condutores e chefes de viatura deverão ter em consideração algumas recomendações, que embora muito simples são fundamentais para o bom funcionamento das viaturas. Em caso de avaria • Colocar o veículo fora da faixa de rodagem (num local seguro); • Colocar o triângulo de sinalização; • Ligar as luzes de emergência intermitentes; • Tentar resolver a avaria; • Contactar o Módulo de Manutenção, caso não consiga resolver a avaria. Em caso de acidente (com ou sem culpa) Antes de iniciar a marcha deve verificar: O óleo, os depósitos hidráulicos, o nível do liquido de arrefecimento, do lava pára-brisas e escovas, o liquido do radiador, a bateria, a iluminação (com especial atenção aos stops), a buzina, os pneus, mesmo o suplente (incluindo a pressão), folgas e desapertos, o estado e o acondicionamento dos equipamentos, ferramentas e da palamenta e finalmente se o boletim da viatura está em dia. Procedimentos adicionais para o Inverno • Remover o gelo e a neve dos vidros, do capot, do tejadilho, das grelhas das ligações frontais e das luzes; • Remover a neve e o gelo compacto das cavas das rodas, para que os movimentos de direcção e de suspensão não sejam afectados; • Verificar, uma vez por semana, que a bateria tem água, que as ligações estão bem feitas e apertadas. Manter os cabos limpos e cobrir os bornes com vaselina; • Certificar-se que os travões de pé e de mão funcionam correctamente (o travão de mão pode ter congelado); • Com o motor a trabalhar, efectuar o aquecimento do motor sem acelerar, durante 10 minutos e testar a 1ª velocidade; • Ao parquear a viatura (fora de uma área coberta), e não havendo spray descongelante cobrir os vidros com um cartão e levantar as escovas pára-brisas; • No fim do serviço, deve proteger o motor depois de arrefecer, com cobertura de papel ou pano seco. • Manter a calma; • Contactar a unidade e relatar acontecimentos e necessidades; • Não pagar seja o que for; • Não entregar documentos pessoais; • Solicitar nomes, moradas e detalhes sobre os seguros. A população local aparenta não ter grandes conhecimentos sobre as regras de condução pelo que, e por forma a evitar qualquer tipo de acidente os condutores deverão: • • • • Cumprir o código da estrada; Redobrar os cuidados na condução; Evitar ultrapassagens perigosas; Manter a calma e a cordialidade com os outros condutores; • Conduzir com os faróis médios acesos (mesmo durante o dia e com boa visibilidade); • Reduzir a velocidade em caso de chuva, neve, gelo, nevoeiro ou encadeamento solar; • Estacionar devidamente, sem colocar em perigo viaturas, pessoas ou animais. Conselhos úteis: • Em caso de dúvida, consulte o Módulo de Manutenção do AgrMIKE; • “Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto”; • A viatura deve estar sempre limpa e nas melhores condições de utilização ; • Transportar sempre a palamenta (Obrigatória no Inverno). • Correntes de neve; 37 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR • • • • • • • • Chave de rodas; Triângulo de sinalização; Colete reflector; Macaco; Pá; Espátula. • • • abandonar a zona pelo caminho mais curto. Manter uma velocidade constante em zonas sinuosas; Conduzir devagar; Trancar as portas nas travessias de zonas perigosas (da linha da frente); Conduzir sempre com os faróis ligados. COLOCAÇÃO de CORRENTES de NEVE • • • • • • Utilizar correntes de neve, sempre que a quantidade de gelo ou neve o justificar; A utilização das correntes onde não há gelo nem neve leva-as ao desgaste prematuro; Utilizar correntes de neve aos pares; Quando se utiliza só um par de correntes e se liga a tracção às quatro rodas, as mesmas devem ser aplicadas à frente; Quando se liga a tracção normal de duas rodas, o par de correntes deve ser aplicado nas rodas motrizes; Quando parar nas subidas, deve-se colocar calços para suster a viatura. Os condutores devem inspeccionar o seu veiculo à noite. Os condutores devem inspeccionar o seu veiculo todas as manhãs quando estiverem em missão. Os condutores nunca devem: Os Condutores devem sempre: • • Em caso de perigo e para permitir uma retirada mais rápida: manter a viatura engatada em primeira/ marcha-atrás; • • • • • • Deixar-se bloquear; Tentar atravessar a linha da frente sem o depósito cheio; Conduzir fora da estrada junto à linha da frente; Passar sobre alguma coisa desconhecida; Deixar o veículo isolado; Deixar os documentos na viatura durante a noite. Cap SMAT Sónia Santos Of Man Agr MIKE/BrigInt(/KFOR 38 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR MÓDULO DE COMUNICAÇÕES E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO - CSI Ten Eng Tm L. Mendes Comunicações e sistemas de informação (CSI) são dois conceitos difusos e presentes no mundo militar e no mundo empresarial. Estes conceitos têm uma crescente e elevada importância na sobrevivência das empresas na competitividade económica e empresarial vivida num conflito económico actual globalizado, importância que se reflecte de forma simétrica, mas com superior relevância nas instituições militares, na determinação do sucesso das suas missões. As comunicações e os sistemas de informação são vistos na instituição militar com um factor ou utensílio tecnológico indispensável para o desempenho de operações e missões militares independentemente da sua natureza. Não sendo excepção a esta realidade, as Operações de Apoio à Paz contemplam na sua estrutura um módulo dedicado às comunicações e aos sistemas de informação. O AgrMIKE/BrigInt/KFOR integra na sua constituição um módulo CSI de forma a manter, operar e potencializar todos os seus meios CSI. O módulo constituído por quatro graduados e dez praças, detém formação técnica de elevada especificidade, métodos e evoluídas capacidades de trabalho em equipa, disciplina e solidez, sustentadas no decorrer do aprontamento com formação, treino e investigação. As actividades desenvolvidas pelo módulo CSI durante o aprontamento foram consequentes do objectivo primordial da sua missão, sendo esta: disponibilizar, manter e operar todos os meios disponíveis para o Comando e Controlo do Agrupamento. Não desvalorizando objectivos paralelos como disponibilização de meios para o moral e bem-estar dos militares na área da Internet. O módulo planeou adequadamente a seguintes actividades: • Treino e estágios com os meios CSI disponíveis; • Cursos de formação na área de redes tácticas de computadores, curso de material e segurança cripto e curso de formação de condutores na categoria C; • Investigação na área de comunicações sem fios a longas distâncias, alcançando actualmente os 15 mil metros, implementação de comunicações VOIP1 e videoconferência, estudos na área de redes de computadores na implementação de servidores com sistemas Linux2 de forma a aumentar a segurança, flexibilidade, fiabilidade e imunidade a vírus. No decorrer da fase de treino e formação foram avaliadas as dificuldades com as CSI, salientase entre estas dificuldades a indisponibilidade de meios presentes no teatro de operações durante o aprontamento, que impossibilita o treino e familiarização dos operadores com os meios e consequentemente a eficiência de operação destes. O módulo de CSI encontra-se numa fase de preparação da projecção para o Teatro de Operações, com elaboração de planos de formação exaustivos já no Kosovo, de forma a colmatar dificuldades que possam surgir no decorrer da Missão. O módulo de CSI responde às elevadas exigências do Comando e da missão com superior flexibilidade, adaptabilidade, iniciativa e capacidade autodidacta e elevados níveis de motivação. Ten Eng Tm Luís Mendes Of Tm e Cmdt Mod Tm do Agr MIKE/BrigInt/KFOR _________________________________________ 1 Voice Over Internet Protocol 2 Linux: Sistema Operativo, alternativo ao Windows, Open Source baseado em UNIX. 39 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR DIA GASTRONÓMICO DO AGR MIKE SAj Cav M. Costa Juntou-se uma bela ideia, com uma boa dose de iniciativa e boa vontade, adicionou-se depois resmas de generosidade, salpicada com uns grãos de boa disposição. Serviu-se quente e frio, conforme mandavam os cardápios das várias cozinhas regionais, num local aprazível e em contacto com a natureza e obteve-se um repasto impar de qualidade qb, que foi do agrado geral de quem o degustou. Foi assim o almoço do dia gastronómico do nosso Agrupamento: As iguarias ofertadas pelos militares da família MIKE, representativas das variadas regiões de Portugal Continental e Ilhas, conferiam às mesas do “barbecue” do Regimento de Cavalaria 6 um caleidoscópio de cores muito variadas e uma mescla de aromas que despertavam o sentido do olfacto e tentava o comum dos mortais a enveredar temporariamente, pelo pecado da gula. Obviamente que a presença do nosso Capelão e a necessidade de manter o peso ideal, para as “marfor” que ainda faltavam cumprir não nos deixaram pecar, mas a tentação foi grande… A equipa de alimentação agrupou e separou por mesa e por Regiões, conforme se tratasse de entradas, sobremesas, salgados ou doces, claro que, não faltou uma mesa de apoio com as bebidas. O que não faltou também, foi o prato principal da ementa regimental, frango com arroz, uma espécie de plano B, para evitar surpresas, caso os donativos não fossem em quantidade necessária e suficiente, porque, como se diz na gíria militar “tropa com estômago vazio não marcha…” Este vosso escriba não vai enumerar tudo o que foi ofertado, porque seria uma lista muito extensa e poderia correr o risco de esquecer algum género, o que iria ferir susceptibilidades, mas posso garantir, que os dadores foram generosos e daquilo que me foi dado a provar, posso garantir que estava soberbo, quase divinal… Depois de uma breves palavras proferidas pelo nosso Comandante de Agr, TCor Cav Jocelino Rodrigues, foram abertas as “hostilidades”. O repasto decorreu num ambiente familiar, sem protocolos e de uma maneira mais ou menos informal. Entre uma e outra garfada, umas piadas a um ou outro comensal que exagerava nos limites da velocidade, que é como quem diz, no ritmo que imprimia aos maxilares e na frequência com que fazia o “levantamento do alter”, ajudaram à boa disposição. Quando se escreve sobre encontros gastronómicos, é vulgar utilizar adjectivos como lauto e opíparo, que aqui não se podem aplicar. Em contrapartida, este momento de partilha serviu entre outras coisas, para se estreitarem laços de amizade e para nos conhecermos melhor, para nos sentirmos irmanados em torno de uma causa comum que neste particular foi profícuo. Aqueles instantes fizerem jus a um dos versos do nosso Hino, que diz “…as tristezas partilhamos e alegrias também!” Iniciativas deste género, na minha modesta opinião, fortalecem o espírito de corpo e ajudam a união dos vários elementos constituintes do MIKE, e são necessários para que a nossa divisa se cumpra “ UT UNUM SINT”. Organizadores, colaborantes, dadores e comensais, estamos todos de parabéns, espero que este tivesse sido o primeiro de outros. A propósito, quando é o próximo? SAj Cav Mário Costa Sarg S4 Agr MIKE/BrigInt/KFOR 40 “UT UNUM SINT” Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR MENSAGEM PARA TI… O dia desperta e acentuam-se os sentimentos…Estou sentada no quarto e daqui consigo avistar o infinito, ouvir a música que o vento trás, e num ápice deixo que a minha alma se liberte dos sonhos e me transporte para o abismo de certas realidades que se perfilam no espaço, vais estar longe desta cidade, vais estar longe de mim, mas acima de tudo vais estar junto de pessoas que te estimam. A partida, uma vez mais, vai ser em silêncio, o silêncio que aumenta a cada segundo que passa na caminhada da despedida. É um novo despertar de memórias que me invadem… fico em lágrimas, que derramam a tua ausência, no entanto, mais do que nunca entrego a vida às mãos do tempo, e, permaneço onde me deixaste a aguardar a tua chegada, essa será a maior preciosidade que irei guardar, a mais importante. À minha frente, uma imagem tua, a minha vista permanece imóvel e a minha mente voa em círculos, como que parecendo insectos subaquáticos raros que estão perdidos. Para mim é tão simples te contar o que me fazes sentir, o murmurar constante e suave das ondas; dos rochedos revestidos de tonalidades aveludadas de infinita e insustentável beleza; recordas-me as miríades de flores a flutuar nos oceanos, as estrelas que à noite espreitam por entre os ramos; a brancura dos teus pensamentos originais… Sei que vais, também tu, superar os limites que determinam a razão, a força, o crer, a vontade de possibilitar a um outro povo longínquo, uma nova dimensão que lhes permita identificar a verdade da incerteza. Será que me podes convidar a uma das tuas viagens fascinantes? É meu desejo que tu, bravo e nobre Infante, com o teu carácter simplesmente melodioso e delicadamente puro, possas contribuir com as danças das asas brancas que esvoaçam ao ar livre… recordo-me das tuas frases: “ não podes adquirir fama em cima do que ainda vais fazer”, pois ainda não aconteceu e que “nenhum acto grandioso foi alcançado sem entusiasmo”. Espero que sejam estas algumas das tuas directrizes como homem e como militar… Nunca te esqueças que eu sou tua, nunca te esqueças que tu és a verdade, nunca te esqueças que não estas só… Saudades…. Familiar anónimo 41 Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR NO STRESS Anedota O Exército encomendou um super computador, o XPTO 08, e decidiu testá-lo em pleno combate. No campo de batalha, o General coloca uma questão ao XPTO 08: - Computador! Devemos recuar ou reforçar o ataque? O computador pensa um pouco e passado alguns segundos e responde numa voz metálica: - Sim! Todos os presentes são apanhados de surpresa e ficam confusos. O General hesita um pouco e pergunta: - Sim… o quê??? O computador pensa mais um pouco e responde: - Sim, meu General! Sudoku… Para quem ainda não sabe o que é o Sudoku, fica aqui a explicação: O objectivo é preencher os quadrados com os números 1 a 9, de tal forma que em cada domínio não haja números repetidos. Um domínio é constituído por uma linha, uma coluna ou um bloco de 3x3. À partida o problema é apresentado com um número variável (normalmente à volta de 30) de quadrículas já preenchidas, as quais condicionam o preenchimento das restantes. Para saber mais, visite: www.sudoku.name/rules/pt Aniversariantes Companhia Posto e nome Data do aniversário ALFA Coy 1SAR EUSEBIO MARTINHO FREITAS MENDES 01 de Setembro BRAVO Coy SOLD MARIA ELISA MOUTA DA FONSECA 01 de Setembro CMD/EM MAJ JOSÉ MIGUEL ANDRADE SEABRA PERALTA PIMENTA 05 de Setembro CHARLIE Coy CADJ PEDRO MIGUEL VELOSO PEREIRA 05 de Setembro CMD/EM CAP JORGE MARQUES RODRIGUES 06 de Setembro BRAVO Coy 1SAR VALTER FILIPE SILVA MOREIRA 12 de Setembro ALFA Coy SOLD MARIA JOAO HENRIQUES BONITO 12 de Setembro BRAVO Coy 1CAB SAMUEL GONÇALO MACEDO 13 de Setembro BRAVO Coy 2SAR ARLETE DA FONSECA BESSA 14 de Setembro CHARLIE Coy 1SAR DOMINGOS SEQUEIRA TOMÉ 16 de Setembro BRAVO Coy 1CAB SONIA IOLANDA GONÇALVES TEIXEIRA 16 de Setembro CHARLIE Coy 2CAB ANTÓNIO JORGE CARVALHO OLIVEIRA 18 de Setembro ALFA Coy TEN LUCIO MANUEL DA COSTA LOPES 21 de Setembro ALFA Coy SOLD DAVID ROMÃO FERREIRA 23 de Setembro BRAVO Coy SOLD NUNO MIGUEL CORREIA ROCHA 27 de Setembro 42 “UT UNUM SINT” Hino do Agrupamento MIKE Com vigor nos preparamos, Sem deixar cair ninguém, As tristezas partilhamos, E alegrias também. Honraremos a Bandeira Com bravura e valentia Trabalho, dedicação Será o nosso guia. Refrão: Soldados de Portugal; Com vontade e pensamento Vamos com alento; MIKE o nosso Agrupamento. Por terras distantes e longínquas Soldados Portugueses vão levar O nome e a coragem Dum povo nobre e secular. Soldados do Agrupamento Unidos como um até à glória Vencem o perigo e a morte Sempre em busca da vitória. [Refrão]