do nosso agrupamento
Transcription
do nosso agrupamento
E S Edição: Equipas das Bibliotecas Escolares Ano letivo 2012-2013 Março DO NOSSO AGRUPAMENTO Nº 8 Atividades das Bibliotecas Escolares (ver pág. 8-9 e 16) “Luzes” – a fotografia “light painting” de José Santos (ver pág. 2) Agustina Bessa Luís Escritora independente, livre das amarras de programas e escolas. (ver pág. 3) Lidando com a suburbanização - a Casa do Gaiato (ver pág. 4) “Os Coristas” - um filme tocante e marcante que valoriza o papel do professor e da educação escolar Visita de estudo à Casa do Gaiato, Miranda do Corvo Agrupamento em ação (ver pág. 5) (ver pág. 10 -12) À conversa com a Dr.ª Anabela Sardo, diretora da Escola Superior de Turismo e Hotelaria (ver pág. 6 e 7) Leituras: conto e poesia (ver pág. 13 e 14) “Luzes” – a fotografia “light painting” de José Santos Editorial “A primavera é o tempo a crescer”. Que belo é o mote. E com esta inspiração a vida continua. Eis mais uma série de páginas do jornal “Vivências…” disponíveis para os nossos leitores. As temáticas abordadas são diversas e resultam de opiniões/reflexões, de ações desenvolvidas, ao longo deste período letivo. No contexto atual, a escola não se pode dissociar das situações problemáticas que o país e o mundo experimentam. Por isso, qualquer um de nós deve ficar agradado quando verifica que pequenos gestos divulgados, nesta fonte informativa, traduzem a importância da solidariedade/amizade e da responsabilidade que cada homem deve ter para com os seus semelhantes. Os inúmeros afetos vivenciados, em comunidade, revelam que tudo o que nos rodeia nos ensina, ajuda-nos a melhorar as nossas práticas, a aligeirar as nossas preocupações, a superar os nossos medos, a interagir com os outros. Assim, podemos dizer que Portugal vale a pena! Estar atento ao outro, em permanente ajuda e descoberta, ousar fazer sempre mais e melhor deverá ser uma forma de estar, em cada dia da nossa vida. As nossas sensibilidades são moldadas pelas múltiplas leituras que fazemos do mundo envolvente. Elas reforçam o crescimento individual e coletivo. Aqui fica, para reflexão, o segredo que a “raposa” transmitiu ao “Principezinho”: Depois voltou para o pé da raposa e despediu-se: - Adeus… - Adeus – despediu-se a raposa. – Agora vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos… - O essencial é invisível para os olhos – repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer. - Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante. - Foi o tempo que perdi com a minha rosa… - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer. - Os homens já não se lembram desta verdade – disse a raposa. – Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que cativaste. Tu és responsável pela tua rosa… - Eu sou responsável pela minha rosa… - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer. O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry A Equipa Ficha Técnica Responsáveis: Equipa das Bibliotecas Escolares Composição de textos: Comunidade Fotografia: Comunidade Email: jornalvivencias@gmail.com Web: http://www.aeseia.pt Recolha de textos e organização: Isaura Almeida, Liliana Melo, Lurdes Alcafache e Manuela Silva Montagem e fotocomposição: Manuela Silva Apoio técnico: Luís Pinto Revisão de textos: Orlanda Moreira, Isaura Almeida, Isaura Bernardo e Lurdes Alcafache Nas últimas décadas, sobretudo em consequência da vulgarização do ato de fotografar, alguns fotógrafos têm enveredado por abordagens mais artísticas da fotografia, abordando novas temáticas e explorando possibilidades técnicas experimentais que surgiram em contexto artístico como desenvolvimentos da arte contemporânea. Uma dessas técnicas denomina-se “light painting” (“pintura com luz”) e é fluentemente praticada pelo senense José Santos, que já mostrou as suas fotografias em várias exposições individuais e participa regularmente no ARTIS – Festival de Artes Plásticas de Seia. A “light painting” é uma técnica fotográfica que consiste em obter imagens através de fotos de longa exposição, movendo uma fonte luminosa diante da câmara fotográfica (“light drawing”, “light graffiti”) ou movendo a própria câmara As formas e as cores evoluem com ritmo e força visual no fundo (“camera painting”). À negro – o nada de onde tudo emerge. Foto de José Santos. primeira vista, parece o contrário da fotografia convencional, mas a “light painting” também trabalha temas e assuntos concretos, exigindo abordagens muito precisas e mobilizando grandes meios técnicos quando se trata, por exemplo, de reforçar os conteúdos emotivos da cor em fotografias de paisagens ou monumentos, que requerem desde logo condições extraordinárias de iluminação artificial. O processo utilizado por José Santos enquadra-se mais na “camera painting”, pois recorre sobretudo a movimentos da câmara e do “zoom”. À noite ou num ambiente escuro, a câmara fotográfica torna-se pincel e as luzes são utilizadas como as cores na paleta, para dar a ver diferentes aspetos da realidade ou criar imagens totalmente abstratas. Na realidade, o processo da “light painting” é tão simples de entender e fácil de executar que abundam, na Internet, imagens de todos os tipos e para todos os gostos, desde a experiência mais elementar às obras de autênticos artistas – como os norte-americanos Brian Hart e Elizabeth Carmel, o argentino Arturo Aguiar, a canadense Tatiana Slenkhin, o francês Julien Breton, o japonês Tokihiro Sato e, naturalmente, o português José Santos (1). Um desenvolvimento do ato de fotografar (literalmente, “escrever com luz”), a “light painting” aproxima a fotografia da pintura e da performance. Ao longo do século XX, os artistas utilizaram criativamente os meios da fotografia. O primeiro artista a explorar a técnica da pintura com luz terá sido Man Ray, em 1935, e a novidade não escapou à curiosidade de Pablo Picasso, que integrou algumas experiências com luz na sua vasta obra multidisciplinar. Considerando que os desenvolvimentos da arte contemporânea permitiram à fotografia tornar-se abstrata, entre outras coisas ainda ontem inaceitáveis (como as fotografias recortadas de Germán Gómez), não admira que o fotógrafo se assuma cada vez mais como artista. A arte contemporânea carateriza-se, sobretudo, pela O Cristo na cruz resplandece e o articulação de linguagens artísticas, pela interação espírito liberta-se em forma de ave. Foto de José Santos. de conceitos, espaços e metodologias – por muito pouco permutáveis que pareçam. A “light painting” é hoje creditada ao mais alto nível (a Photographic Society of America, por exemplo, dispõe de consultores para essa área específica) e a vulgarização da fotografia, ao alcance do mero utilizador de telemóvel, tem levado os fotógrafos a procurar cada vez mais o espaço das galerias de arte para desenvolverem os seus projetos noutro patamar de exigência e manterem um estatuto diferenciado. No caso particular das obras de José Santos, sobressai imediatamente o sentido da composição tal como o entendemos na pintura e o elaborado uso da cor através da criteriosa manipulação da luz. Nos seus trabalhos abstratos, predomina o diálogo das formas e harmonia das cores, despontando e evoluindo com ritmo e força visual no fundo negro – o nada de onde tudo emerge. Nos seus trabalhos mais figurativos, como na série “Cristos”, é clara a preocupação de ir além de mera representação, do visível imediato, extraindo das formas efetivamente fotografadas algo mais que uma simples imagem, o seu halo mítico, a sua energia própria, a sua luz. Autodidata da fotografia, José Santos expõe individualmente desde 2009 (Museu Grão Vasco, Viseu, fevereiro e março). Em maio de 2009 mostrou o seu trabalho em Seia, no Posto de Turismo, expondo depois no Museu de Lamego, Biblioteca Municipal de Cantanhede, Museu de Resende, Museu Diocesano de Lamego, Espaço João Abel Manta em Gouveia, Sede do Rancho Folclórico Pastores de São Romão, Casa da Beira Alta no Porto. As suas exposições mais recentes tiveram lugar na Casa da Cultura de Seia (“Luzes”, fevereiro e março de 2013) e Galeria Pátio-Velho em Vale de Ferro – Oliveira do Hospital (“Paixão”, março de 2013). Sérgio Reis Tiragem: 500 exemplares Impressão: Tipografia Central Rua Cesário Verde, nº1 Zona Industrial 2 3530-140 Mangualde (1)-As fotos de José Santos podem ser apreciadas em http://olhares.sapo.pt/Jose2103. Uma simples pequisa na Internet através do nome dos artistas referidos, dá acesso às suas páginas oficiais. Recomenda-se ainda uma visita a “Lightgraff” (francês) e “Light Paint Phtotography” (norteamericano). -2- EM DESTAQUE AGUSTINA BESSA LUÍS Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa-Luís é uma escritora portuguesa, autora de uma vasta e caudalosa produção romanesca. Nasceu a 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante. Oriunda de uma família de raízes rurais de Entre- Douro e Minho, interessou-se, desde muito cedo, pelas letras, começando por ler alguns livros da biblioteca do avô materno, Lourenço Guedes Ferreira. Foi através destas primeiras leituras que tomou contacto com alguns dos melhores escritores franceses e ingleses. Passou grande parte da sua infância e adolescência em Amarante, onde voltou sempre, durante as férias escolares, quando em 1932 foi estudar para o Porto. As vivências desta época e deste sítio marcarão indelevelmente o seu imaginário romanesco. Casou-se em 1945 com Alberto de Oliveira Luís, mudando – se, logo depois, para Coimbra, onde permaneceu até 1948. Aí, muito cedo, ainda na adolescência, publica a sua primeira obra de ficção, a novela Mundo Fechado. Em 1950 fixou, definitivamente, residência, na cidade do Porto, onde publica o seu primeiro romance, os Super-Homens. O romance A Sibila, publicado em 1954 constituiu um enorme sucesso e trouxe-lhe imediato reconhecimento geral. É com A Sibila que a escritora atinge a total maturidade do seu originalíssimo processo criador. Agustina Bessa Luís surge num momento da vida literária portuguesa marcado pelo Neo-Realismo, pelo movimento da Presença e pelas primeiras manifestações do romance Existencialista. Não obstante, afirma-se como uma escritora independente, livre das amarras de programas e escolas, de que é, aliás, um bom exemplo A Sibila. Foge, por norma, aos esquemas tradicionais do romance, criando uma diegese narrativa cheia de originalidade na novelística portuguesa. Na verdade, não se deixou influenciar diretamente nem pelo psicologismo presencista, nem pelo Neo-Realismo, nem pelo Existencialismo francês. A sua originalidade e força criadora levaram José Régio a falar dela como um novo “caso” na Literatura Portuguesa. Senhora de uma cultura vasta e riquíssima, afirmou-se como prosadora de excepcional qualidade, para quem a escrita era algo vital e premente, escrevendo quase sem corrigir. Construiu uma obra vasta e diversificada. Escreveu, até ao momento, mais de cinquenta obras, entre romances, contos, peças de teatro, biografias romanceadas, crónicas de viagem ensaios e livros infantis. A bibliografa ficcional de Agustina integra ainda uma série de ensaios romanescos de inspiração histórico-biográfica, como Santo António, Florbela Espanca, Fanny Owen (resultado de um trabalho de pesquisa, fundado em montagens sobre textos de Camilo), Sebastião José, Longos Dias Têm Cem Anos - Presença de Vieira da Silva, Adivinhas de Pedro e Inês, Um Bicho da Terra, A Monja de Lisboa, Martha Tellesou As Meninas…, tendo este último sido escrito juntamente com Paula Rego. Publicou ainda, entre muitos outros títulos, O Manto (1966), Canção diante de Uma Porta Fechada (1966), As Fúrias (1977), O Mosteiro (1981), que ganhou o prémio D. Dinis da Casa de Mateus, e Os Meninos de Ouro (1983), que recebeu o Prémio da Associação Portuguesa de Escritores. Foi traduzida para Alemão, Castelhano, Dinamarquês, Francês, Grego, Italiano e Romeno. As suas obras revelam uma profunda reflexão sobre a condição humana. É o caso do romance A Sibila (1954), o seu livro-emblema, cujo êxito considerável, foi objeto de sucessivas edições atingindo já a vigésima quinta – e também vários prémios, como o Prémio Delfim Guimarães (1953) e o Prémio Eça de Queirós (1954), que a consagrou como nome cimeiro da novelística contemporânea. O universo romanesco da maioria das obras de Agustina Bessa- luís centraliza-se em meios rurais designadamente de Entre-Douro e Minho, lugar onde passou muito da sua infância e adolescência, fazendo lembrar Camilo Castelo Branco. Uma análise psicológica profunda recai sobre antigas famílias aristocráticas, cujos membros levam uma vida cheia de manias, fealdades, falhas de carácter… Embora sempre ligada à produção literária, ocupou diversos e prestigiados cargos. Foi membro do conselho diretivo da Comunitá Europea degli Scrittori (Roma, 1961-1962). Exerceu, entre 1986 e1987, o cargo de diretora do diário O Primeiro de Janeiro (Porto). Em 1980 tinha recebido o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Entre 1990 e 1993 assumiu a direção do Teatro Nacional de D. Maria II (Lisboa). Pertenceu à Academia de Ciências de Lisboa, Classe das Letras, tornou-se membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social, da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres de Paris e da Academia Brasileira de Letras… É, também, dos escritores portugueses mais premiados, tendo o conjunto da sua obra merecido os mais importantes prémios nacionais: prémio Nacional de Novelística, em 1967, prémio União Latina, em 1997, Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências de Lisboa, em 1966 e em 1977, prémio PEN Clube e D. Dinis, em 1980, grande prémio do Romance e da Novela da Associação Portuguesa de Escritores, em 1984 e prémio Cidade do Porto… Foi, ainda, distinguida com o prémio Vergílio Ferreira 2004, atribuído pela universidade de Évora, pela sua carreira como ficcionista. Em 2004, aos 81 anos, recebeu o mais importante prémio literário da língua portuguesa: o prémio Camões. Nesse mesmo ano, 2004, editou mais uma obra, com o título Antes do Degelo. Vários dos seus romances (entre eles Fanny Owen, de 1979) foram adaptados ao cinema por Manoel de Oliveira, de quem se tornou amiga. Em maio de 2002, recebeu, pela segunda vez, o prémio da Associação Portuguesa de Escritores relativo ao ano de 2001, atribuído à obra Jóia de Família (2001). Esta sua obra também foi adaptada ao cinema por Manoel de Oliveira, dando origem ao filme O Princípio da Incerteza. Na sequência da triologia -3- literária iniciada com esta obra, a autora, em 2002, editou um novo romance, desta vez com o título A Alma dos Ricos. O seu romance As Fúrias foi adaptado ao teatro por Filipe La Féria. A 22 de março de 2005 foi distinguida, juntamente com o poeta Eugénio de Andrade, com o doutoramento "Honoris Causa", atribuído pela universidade do Porto durante a cerimónia do 94.º aniversário da sua fundação. Homenageada, ao longo da vida, em diversos países e universidades, e condecorada pelos Estados português e francês, a autora conta, ao momento com 91 anos. Encontra-se, há muito, afastada do olhar público, pela família, por razões de doença indeterminada, o que lhe tem causado "uma certa morte ainda em vida", como disse uma vez o Nobel José Saramago, que muito a admirava. Das inúmeras frases e pensamentos com que, no seu universo narrativo, brinda o leitor, levando-o, a profundas reflexões, destacamos as duas que se seguem: “As palavras não significam nada se não forem recebidas como um eco da vontade de quem as ouve.” (Agustina Bessa-Luís) “O trabalho não é uma vocação, é uma inspiração. Para manter essa inspiração é preciso um espaço de criação, não só para o artista profissional como para o indíviduo em geral.” (Agustina Bessa-Luís) Bibliografia consultada: Barreiros, António José – História da Literatura Portuguesa. 2º volume. Séculos XIX-XX. 9ª edição. Verbo, Enciclopédia – Luso Brasileira de Cultura. Edição séc.XXI. 4º volume. pt.wikipedia.org/wiki/Agustina_Bessa_Luís WWW.infopedia.pt agustina-bessa-luís agustina bessa-luís blogs. sapo.pt/www.wook.pt autores Kdfrases.com/autor/agustina bessa luís notícias.sapo.pt/nacional/…/dois inéditos-de-agustina-bessa-luís Rosa Isabel Martins OPINIÃO Lidando com a suburbanização a Casa do Gaiato “O que farias se o dinheiro não existisse?” – pergunta simples, respostas variadas… Esta interrogação anda a circular por tudo o que é rede social e toma contornos bizarramente reais na conjuntura atual: como seria se aquilo que nos prende, desaparecesse de vez… Numa altura em que os rendimentos familiares estão a descer a pique, com o desemprego a atingir valores record e com o risco de entrada no limiar da pobreza a deixar de ser uma miragem para quase metade da população portuguesa (ver gráficos), milhões e milhões de pessoas sonham com a possibilidade desta utopia se tornar realidade e de acordarem um dia sem dívidas, sem responsabilidades financeiras, sem prisões. Vamos desmistificar a situação, sem floreados nem eufemismos. Há famílias sem dinheiro para comprar comida, para comprar um simples medicamento ou até para andarem, forçosa e necessariamente, agasalhadas do frio e que são brutalmente empurradas para uma vida de mendicidade, de marginalidade e de criminalidade. Isto não é vida, é necessário ATUAR! A todo o momento a Segurança Social e variadas instituições sinalizam casos de menores que vivem nesta situação, sendo uma delas a Casa do Gaiato. Assente no lema “OBRA DE RAPAZES, PARA RAPAZES, PELOS RAPAZES”, este abrigo para crianças e jovens do sexo masculino tem várias obras espalhadas pelo país fora e consegue ter bastante sucesso nesta acção de sinalização e de tratamento de casos extremos, havendo uma tendência para que estes aumentem a cada dia que passa. Esta obra é bastante especial pois, por mais dificuldades que se estejam a passar, os sete princípios fundadores nunca são esquecidos, sendo formação religiosa. Pode parecer completamente desumano separar uma criança do seio da sua família, da sua base, do seu pilar; mais desumano ainda o acto “voluntário” de entregar um rebento numa instituição, mas é absolutamente o contrário. É dar uma nova oportunidade, uma renovação a um ser que, provavelmente, de outra maneira, nem sobreviveria. Paradoxalmente, é deixando o ninho que se encontra a vida. Além da crise (que agora parece ser a explicação para todos os problemas), também a “sobrelotação urbana” é um dos fatores, talvez de menor peso, que influencia esta decisão. A população continua a sair das áreas rurais e a imigração (legal e clandestina) é uma constante, pelo que estes não procuram mais nada a não ser melhores condições de vida, aliás, a procura da felicidade e do bem-estar é um dos instintos primitivos do ser humano, sendo ela incessante mas efémera, chegando por vezes a não ter resultados concretos. Destas tentativas resulta a sobrecarga das cidades e das suas infra-estruturas: as casas tornamse demasiado pequenas para tanta gente, as redes viárias tornam-se caóticas, os serviços vão abaixo e, pior que tudo, os bairros da lata proliferam a olhos vistos, como caixotes que se estendem por quilómetros e quilómetros nas paisagens. Cria-se assim um ciclo vicioso, uma bola de neve: pobreza cria pobreza, que cria marginalidade e abandono. Sendo assim, é nesta fase que é importante a intervenção de instituições como a Casa do Gaiato, e outras tantas, que diariamente se esforçam para dar o mínimo àqueles que merecem aproveitar o máximo da vida. Instituições que também lidam com esta crise e com esta urbanização, mas que sabem enfrentar “o touro pelos chifres”, acreditando sempre que, tal como hoje, amanhã a mesa estará cheia. estes o regime de auto governo, a liberdade e a espontaneidade, a responsabilidade, as virtudes humanas, a vida familiar, a ligação à Natureza e a Ser amigo é… Sentir que quando gostamos de um amigo não o conseguirmos largar. Ser amigo é… Ajudar uns aos outros. Respeitar os adultos. Juliana Santos, nº8, 11ºD Ser amigo é… Dar um pouco do nosso tempo, Perdoar quando nos pedem desculpa. Andar de bicicleta. Ser amigo é… Perdoar quando nos pedem desculpa, dar amo, miminhos, carinhos e brincar com alguém. Respeitar os alunos. Respeitar as auxiliares Brincar com os outros. Ser amigo é… perdoar quando nos pedem desculpa, dar amor e dar miminhos. Ser amigo é… Gostar dos outros. Eu adoro brincar com os outros. Ser amigo é… Passear com alguém e ajudar quem precisa. Ser amigo é… Quando alguém cai e fica magoado e um amigo o vai ajudar. Sinto-me feliz quando… Eu sinto-me feliz quando tenho amigos ao meu lado. Eu sinto-me feliz quando estou perto dos meus melhores amigos. Sinto-me alegre quando… Quando danço Quando brinco Quando estou com os outros Sinto-me zangado/a Quando me chamam de nomes Quando me dizem coisas más Quando me batem. Quando me chateio com os colegas Não me ligam nenhuma, fazem-me ficar zangada e chamam-me nomes Nenhum indício melhor se pode ter a respeito de um homem do que a companhia que frequenta: o que tem companheiros decentes e honestos adquire, merecidamente, bom nome, porque é impossível que não tenha alguma semelhança com eles. Como é por dentro outra pessoa Quem é que o saberá sonhar? A alma de outrem é outro universo Com que não há comunicação possível, Com que não há verdadeiro entendimento. As dos outros são olhares, São gestos, são palavras, Com a suposição de qualquer semelhança No fundo. Fernando Pessoa Adam Parfrey Nada sabemos da alma Senão da nossa; -4- OPINIÃO “Os Coristas” um filme tocante e marcante que valoriza o papel do professor e da educação escolar Com o passar dos anos, muitos deles rotineiros e outros tantos de mudanças abruptas, a que se juntam as vicissitudes dos tempos incertos que vivemos, muitos professores tendem a perder de vista os motivos que os trouxeram ao ensino ou a desvalorizá-los amargamente. Sobretudo aqueles que começaram a lecionar há muitos anos deparamse hoje com uma escola muito diferente daquela que os acolheu trinta anos atrás, mesmo há vinte, ou dez. Digamos apenas que o ensino – e as escolas – mudaram muito nos últimos tempos. O que não mudou, nem irá mudar, sendo tão antiga quanto a Humanidade, é a certeza de que a qualidade da educação determina o futuro das vidas de todos nós. É nesta perspetiva que um filme como “Os Coristas” (1) adquire particular relevância. Realizado em 2004 por Christophe Barratier, na sequência de filmes como “O Clube dos Poetas Mortos” (Peter Weir, 1989) e “O Sorriso de Mona Lisa” (Mike Newell, O Meu Livro Favorito Um dos livros que mais gostei de ler foi “Sempre do teu lado”, de Maria Teresa Maia Gonzalez. A história desenrola-se durante a adolescência e o início da vida adulta, de Guilherme, desde os doze anos. E quem nos conta a história é um cão, chamado Félix, que decide, já velho, transmitir ao seu dono Guilherme recordações dos momentos que 2003), trata-se de uma excelente proposta de bom cinema para o público comum e um filme fundamental para professores, suscitando múltiplas reflexões de natureza filosófica e pedagógica. Um filme poético na medida em que enaltece a importância do professor nos progressos e sucessos dos seus alunos, assim como nas dinâmicas de mudança da própria escola, mas também um filme realista, mostrando como uma conceção poética da missão de ensinar/educar esbarra frequentemente com a realidade fria e cega dos números e dos regulamentos. O argumento é uma adaptação da história escrita em 1945 por René Wheeler e Georges Chaperot para o filme de Jean Dréville, “La Cage aux Rossignols” (“A Gaiola dos Rouxinóis”). Os autores inspiraram-se nas experiências educativas de caráter musical realizadas nos anos 30 numa escola francesa para alunos problemáticos e “La Cage aux Rossignols” assumiu-se como o primeiro filme sério e de grande audiência sobre a escola, o professor ou a educação escolar. No final do século XX, a história continuava credível e com grande força dramática, convencendo o realizador francês Christophe Barratier a adaptar o guião original para a sua primeira longa-metragem, “Os Coristas”. Eis uma breve sinopse do filme, incompleta para não antecipar o enredo: Um maestro famoso regressa a França para o funeral da mãe. Recebe depois a visita de um antigo colega de escola, Pépinot, que lhe traz um velho diário e uma fotografia. A fotografia mostra um grupo de alunos ladeado por dois adultos. Entre os alunos, estão o maestro e Pépinot, com menos 50 anos. O maestro recorda-se de um dos adultos, o supervisor, Clément Mathieu, e quer saber dele. Pépinot estende-lhe o diário de Mathieu e convida-o a ler a sua história, que também é a deles. Cinquenta anos atrás, na França de 1949, um professor de música desempregado, Clément Mathieu, é contratado para o cargo menor de supervisor num internato para rapazes “difíceis”. Mathieu chega ao portão do internato convencido de que falhara em tudo na vida e até o nome da instituição é desanimador: “Le Fond de l'Etang” (“O Fundo da Lagoa”). Os alunos são indisciplinados e agressivos. Desagradável e prepotente, o diretor promove uma pedagogia passaram juntos. Entre o cão e o seu dono cria-se desde logo uma grande amizade e a cumplicidade entre os dois vai crescendo, tornam-se amigos de verdade e grandes confidentes. Mas o casamento de Guilherme com alguém que não gosta de cães, deixa Félix muito triste. Guilherme vai morar com a sua mulher para outra casa e Félix fica a viver em casa da mãe de Guilherme, contando com a visita do seu dono, de quinze em quinze dias. Com o passar do tempo, as forças de Félix vão enfraquecendo. Prestes a morrer, a mãe de Guilherme telefona ao filho. Félix, o cão leal, sabe que não irá viver por muito mais tempo e fica ansiosamente à espera que o seu dono chegue, mesmo a tempo de o fazer muito feliz antes de adormecer para sempre. Recomendo a leitura deste livro a todas as pessoas sensíveis, que gostam de animais e a todos os que não gostam, para aprenderem os verdadeiros sentimentos que podem unir um animal a um ser humano. Trata-se de um hino à amizade e podemos concluir que, apesar de Félix ser um cão, consegue ser melhor amigo do que algumas pessoas: ele percebe tudo, dá carinho, está sempre ao lado do seu dono e não pede nada em troca. Foi um livro que me fez brotar lágrimas sentidas. Assistente Op. Luísa Saraiva baseada na 3ª lei de Newton (princípio da açãoreação) mas os violentos castigos que impõe aos alunos provocam novas “reações” à “reação”, eternizando o conflito. Mathieu percebe que caiu no meio de uma autêntica guerra. Discordando dos métodos do diretor e da passividade dos colegas, Mathieu decide mudar a situação com inteligência e sensibilidade, envolvendo os alunos num projeto que lhes agrada e vai exigir-lhes uma mudança radical do comportamento. O coro irá mudar o quotidiano da escola, o futuro de todos e da própria instituição. O filme beneficia de um interessante trabalho dos atores, desde o esmerado Gérard Jugnot (Clément Mathieu) ao fantástico Philippe du Janerand (Langlois, o professor de aritmética), sem esquecer os jovens atores nos papéis de alunoscoristas, naturalmente auxiliados pelas vozes de um verdadeiro coro infantil, “Os Pequenos Cantores de Saint-Marc”. Barratier apostou na qualidade musical, que foi distinguida em festivais de cinema e reconhecida em Hollywood através de uma nomeação para o Óscar de Melhor Canção em 2005. “Os Coristas” será um dos últimos filmes idealistas sobre a educação escolar e o professor. Nem por acaso, o realizador deixou a ação principal no passado, em 1949 – tal como Peter Weir, que situou a ação de “O Clube dos Poetas Mortos” em 1959. Curiosamente, estes dois filmes possuem várias semelhanças, evidentes nas cenas finais, quando os alunos decidem exprimir o seu reconhecimento para com o professor despedido. Os filmes mais recentes sobre a educação escolar abordam a realidade atual sem artifícios e quase em tempo real, através de documentários ficcionados como “Entre les murs” / “A Turma” (Laurent Cantet, França, 2008) ou filmes apocalíticos como “Elephant” (Gus Van Sant, EUA, 2003) ou “Die Welle” / “A Onda” (Dennis Gansel, Alemanha, 2008). Sérgio Reis (1)-O filme “Os Coristas” encontra-se disponível nos videoclubes e p o d e s e r v i s t o n o Yo u Tu b e n a v e r s ã o o r i g i n a l (http://youtu.be/FNxSEa7jxXU) ou legendado em inglês (http://youtu.be/gGN672f_qPw). Para pesquisas complementares, sugere-se o título original “Les Choristes” e o título brasileiro do filme, “A Voz do Coração”. Sobre a poesia… Um dia, voltei a casa cansado das aulas como habitualmente, mas desta vez estava mais cansado ainda e perguntei ao meu avô que estava sentado perto da fogueira: - Avô! Porque é que se estuda a poesia? Sinceramente – disse eu – não serve para nada e só - 5- chateia com as estrofes e os versos! O meu avô inspirou profundamente e disse: - Sabes… A poesia é uma arte, uma maneira de ser, uma maneira de nos exprimirmos de forma mais elegante e permite tornar uma frase pobre e vazia numa linda declaração de amor, por exemplo. Foi com a poesia – continuou ele – que encontrei o amor da minha vida. Foi ela, a poesia, que me deu as chaves para abrir o coração da tua avó e que me permitiu viver com ela, mas isso ainda não é da tua idade! Olhei para o meu avô durante um momento e, por fim, disse: - Afinal, a poesia não é só para os velhos… O meu avô olhou para mim e sorriu com um ar satisfeito. Subi as escadas, fui para o meu quarto e nunca mais pensei no assunto. Mathis da Silva, 9º A ENTREVISTA «Vivências» conversa com a Dr.ª Anabela Sardo, Diretora da Escola Superior de Turismo e Hotelaria Jornal Vivências: Fale-nos um pouco da sua vida e do seu percurso académico. Sabemos que as suas origens estão ligadas ao litoral. Como acabou por se radicar em Seia? coração”, dediquei-me ao ensino da Língua e da Cultura Portuguesas em cursos da área do Turismo. Entretanto, tendo-me candidatado a um concurso público para docente no IPG, desliguei-me do Ensino Secundário para empreender um percurso académico no Ensino Superior, o qual tenho vindo a E estarmos no Interior não nos mete medo, torna-se antes um desafio maior que teremos de vencer com a ajuda das forças vivas da região, dos nossos parceiros, das instituições públicas, das empresas privadas, dos nossos preciosos jovens. Ultrapassar os obstáculos também depende de cada um de nós. E estarmos no Interior não nos mete medo, torna-se antes um desafio maior que teremos de vencer com a ajuda das forças vivas da região, dos nossos parceiros, das instituições públicas, das empresas privadas, dos nossos preciosos jovens. Ultrapassar os obstáculos também depende de cada um de nós. Não podemos estar à espera que alguém, lá longe, trate dos nossos problemas, resolva as nossas dificuldades... Anabela Sardo: Posso dizer que a minha vinda para Seia teve o amor como força impulsionadora. Um amor que, ao longo dos mais de vinte e cinco anos que marcam a minha vida nesta região, se transformou, também, numa afeição profunda por esta lindíssima zona que todos desejamos ver progredir. Comecei por dar aulas na Escola Secundária de Seia, instituição da qual guardo as melhores recordações e onde ainda preservo bons amigos. A minha ligação à formação de professores, levou-me a colaborar com a Universidade Católica e, em 1991, um convite do Instituto Politécnico da Guarda determinou o meu futuro como professora, profissão que abraço com imensa paixão, apesar de todas as dificuldades. Fui docente no Instituto Politécnico da Guarda (na Escola Superior de Educação Comunicação e Desporto e na Escola Superior de Tecnologia e trilhar com empenhamento e dedicação. Na Escola Superior de Turismo e Hotelaria, como é agora denominada a antiga ESTT, exerci, para além da docência, o cargo de Presidente do Conselho Técnico-científico durante dois mandatos, e, em 2009, fui nomeada Diretora da Escola, pelo Professor Jorge Mendes, então Presidente do IPG, tendo sido reconduzida para o cargo após a eleição do atual Presidente do IPG, Professor Constantino Rei. Esta função, apesar das dificuldades inerentes ao cargo, têm-me proporcionado o imenso prazer e a enorme honra de lutar por um ideal que orienta visceralmente, neste momento, a minha vida: a consolidação de uma Escola de Ensino Superior de excelência e referência nas áreas do Turismo, da Hotelaria e da Restauração. Espero, e digo-o com a maior humildade e tendo consciência das dificuldades pelas quais estamos a passar, ajudar a alcançar esse desígnio, através daquele que é o trabalho de uma qualificada e empenhada equipa de trabalho. J. V.: Como é constituído o corpo docente desta instituição? A. S.: O corpo docente da ESTH/IPG é constituído por uma qualificada e empenhada equipa de docentes, a tempo integral, nos quais contabilizamos J. V.: Quando iniciou funções como diretora da Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia? Quais as suas expectativas? A. S.: Não tinha grandes expectativas... quase fui apanhada de surpresa. Eu sempre tinha sido professora, passei a “estar”, então, numa nova função. Pessoalmente, nada mudou, a não ser ter de pensar na Escola numa perspetiva diferente. Era inevitável... Todavia, tive de imediato a certeza de que iria aplicar todos os meus conhecimentos, todas as minhas competências, todo o esforço necessário para fazer o que já referi antes: consolidar o trabalho feito e promover a Escola ao nível que ambicionamos (a Na realidade, temos uma percentagem muito considerável de empregabilidade. Um estudo recente, apresentado pelo Jornal de Negócios, apresentava, relativamente aos licenciados em Turismo e Lazer, um grau de empregabilidade de 97%. Relativamente aos diplomados de Gestão Hoteleira, de 83%. Ainda não temos dados concretos, no que diz respeito aos diplomados em Restauração e Catering, mas sabemos que a empregabilidade é grande e efetiva. É interessante referir que os nossos diplomados têm tido, igualmente, muitas oportunidades de emprego no estrangeiro, onde se encontram a trabalhar. Gestão) até 2000, momento em que a vida me trouxe um novo desafio, vir dar aulas para a recém-criada escola deste instituto, denominada, na altura, Escola Superior de Turismo e Telecomunicações. “De alma e Não podemos estar à espera que alguém, lá longe, trate dos nossos problemas, resolva as nossas dificuldades... equipa que forma a Direção da ESTH/IPG, eu e o Professor António Melo), sermos a melhor Escola Superior, nas áreas de Turismo, Hotelaria e Restauração, em Portugal. -6- os mais académicos, e um conjunto de colaboradores, a tempo parcial, com forte ligação ao mundo do trabalho, às áreas mais técnicas e profissionais. Contamos, igualmente, com a colaboração de docentes das outras Escolas do IPG, numa perspetiva integradora do exercício de funções no IPG. Algumas vezes, temos a cooperação de docentes de outras instituições de Ensino Superior, essencialmente nos cursos que temos em parceria, como é o caso do Mestrado em Gestão e ENTREVISTA Sustentabilidade no Turismo, em que trabalhamos com a Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar do Instituto Politécnico de Leiria. J. V.: Este estabelecimento de ensino integra quantos alunos? De que localidades são oriundos? A. S.: No presente ano letivo (2012/2013), a ESTH/IPG tem cerca de 320 estudantes, um número que diminuiu, em relação aos anos anteriores, agravado pela crise que se faz sentir no país. Os estudantes são oriundos, essencialmente, das zonas Norte e Centro de Portugal. Temos, também, alguns estudantes dos PALOP e ERASMUS, oriundos de países como a Espanha, Turquia, Lituânia, entre outros, o que traz à Escola uma diversidade cultural que a todos beneficia, incluindo a própria cidade. Temos, também, alunos brasileiros que vêm estudar diretamente para a ESTH/IPG. J. V.: Que tipo de estágios lhes são proporcionados? Que tipo de acompanhamento lhes é prestado? A. S.: Os nossos estudantes têm estágios curriculares integrados no seu ciclo de formação, ao nível das licenciaturas e dos cursos de especialização tecnológica. Nas licenciaturas em Gestão Hoteleira e em Restauração e Catering, os estágios começam logo no primeiro ano e são realizados em empresas nacionais e/ou internacionais. O acompanhamento é feito de muito perto, uma vez que o IPG dispõe de um Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais (GESP) que tem uma extensão na ESTH, muitíssimo atenta e competente na procura, tratamento logístico e acompanhamento dos estágios. Os estudantes estagiários são, ainda, acompanhados por um docente supervisor da Escola e por um orientador no local de estágio. O GESP tem, igualmente, outras funções, tais como estabelecer pontes efetivas de contacto entre a Escola e as instituições e empresas, quer durante o período de formação, quer após, através da procura e divulgação de ofertas de emprego. J. V.: Que saídas profissionais oferece esta instituição? Abrem-se boas perspetivas de mercado? Considero que o impacto da Escola Superior de Turismo e Hotelaria é muito grande na região da Serra da Estrela. Muito maior do que inúmeras vezes é percecionado pela própria comunidade senense, distrital e regional. no estrangeiro, onde se encontram a trabalhar. J. V.: Qual o impacto da ESTH na região da Serra da Estrela? A. S.: Considero que o impacto da Escola Superior de Turismo e Hotelaria é muito grande na região da Serra da Estrela. Muito maior do que inúmeras vezes é percecionado pela própria comunidade senense, distrital e regional. Eu costumo dizer que o Município de Seia tem um diamante precioso que muitos outros municípios gostariam de ter. Para além de todos os outros recursos naturais, patrimoniais, gastronómicos ímpares, possui uma escola de ensino superior que forma profissionais de excelência. Por outro lado, a ESTH/IPG ajuda a divulgar a região e traz mais-valias económicas à mesma. Crucial será estreitar, ainda mais, os laços entre a instituição e a comunidade, as empresas, as associações... as pessoas. J. V.: O que a ESTH está a realizar em termos de empreendedorismo? A. S.: A ESTH/IPG é, em si mesma, um exemplo de Escola empreendedora. Aliás, o Empreendedorismo é uma aposta inequívoca dos institutos politécnicos portugueses. Tem como objetivo claro incutir nos seus estudantes o espírito de iniciativa e a vontade de empreender que possa conduzir à criação da própria empresa e gerar postos de trabalho, explorando o caráter eminentemente prático e J. V.: A ESTH integra algum projeto de âmbito europeu? Recebe financiamentos provenientes de fundos europeus? A. S.: Apenas no que diz respeito a programas ERASMUS. A escola participa em Programas Intensivos Erasmus, em países da União Europeia, e recebe também esses mesmos programas. Só a título de exemplo, em 2012, participámos num IP na Lituânia e, este ano, vamos receber um na ESTH/IPG no qual participarão mais de sessenta estudantes e docentes vindos de universidades de países como a Bélgica, a Finlândia, a Espanha, a Lituânia, a O turismo é um dos mais importantes setores da economia portuguesa. O aumento do número de turistas e a importância estratégica deste setor, traduzida nas receitas que proporciona, na mão de obra que ocupa e nos efeitos multiplicadores que induz em várias áreas, deve levar os agentes económicos, perante a concorrência internacional, a adotar medidas dinamizadoras, especialmente no âmbito da oferta. Hungria, a República Checa e a Turquia. Podemos, também, referir os Estágios Erasmus e o Erasmus Mundus, por exemplo. Para além da mobilidade dos estudantes, existe internacional mobilidade de docentes e de colaboradores. A ESTH/IPG está a potenciar a entrada em redes internacionais, nomeadamente nas nossas áreas de formação e tem em desenvolvimento um projeto, apoiado pela FCT e pela Unidade de Desenvolvimento e Investigação do IPG (UDI), denominado Observatório do Turismo da Serra da Estrela. J. V.: “Turismo e hotelaria poderão ser o binómio de um futuro promissor para Portugal”. Qual a sua opinião sobre esta afirmação? profissionalizante da sua formação. O empreendedorismo é fomentado, desde o primeiro momento, a partir dos planos curriculares dos diversos cursos da ESTH/IPG, que compreendem unidades curriculares (disciplinas) como, por exemplo, “Empreendedorismo” e “Projeto e A escola participa em Programas Intensivos Erasmus, em países da União Europeia, e recebe também esses mesmos programas. Só a título de exemplo, em 2012, participámos num IP na Lituânia e, este ano, vamos receber um na ESTH/IPG no qual participarão mais de sessenta estudantes e docentes vindos de universidades de países como a Bélgica, a Finlândia, a Espanha, a Lituânia, a Hungria, a República Checa e a Turquia. Podemos, também, referir os Estágios Erasmus e o Erasmus Mundus, por exemplo. A. S.: Essencialmente as que se relacionam com as áreas de formação da Escola. Na realidade, temos uma percentagem muito considerável de empregabilidade. Um estudo recente, apresentado pelo Jornal de Negócios, apresentava, relativamente aos licenciados em Turismo e Lazer, um grau de empregabilidade de 97%. Relativamente aos diplomados de Gestão Hoteleira, de 83%. Ainda não temos dados concretos, no que diz respeito aos diplomados em Restauração e Catering, mas sabemos que a empregabilidade é grande e efetiva. É interessante referir que os nossos diplomados têm tido, igualmente, muitas oportunidades de emprego A. S.: A ESTH/IPG tem estabelecido muitíssimas parcerias com instituições públicas e empresas privadas, associações diversas, instituições de ensino superior, secundário, profissional, entre outras. Mais do que nunca, é fundamental trabalhar em parceria, estabelecer redes de colaboração, partilhar conhecimentos, competências, infraestruturas... Empreendedorismo”. Como já referi, os estudantes são incentivados a participar em concursos, nesse âmbito, como é o caso do Concurso Nacional Poliempreende, competição de projetos de vocação empresarial, da rede de ensino superior politécnica. De igual modo, é estimulada a participação em concursos regionais e locais, como já tem sido o caso do concurso Seia Empreende. J. V.: Que parcerias já estabeleceu esta instituição? Prevê outras, tendo em conta a situação económica do país? -7- A. S.: Sem dúvida. Não só este binómio é auspicioso para o nosso país, como basilar, primordial. O turismo é um dos mais importantes setores da economia portuguesa. O aumento do número de turistas e a importância estratégica deste setor, traduzida nas receitas que proporciona, na mão de obra que ocupa e nos efeitos multiplicadores que induz em várias áreas, deve levar os agentes económicos, perante a concorrência internacional, a adotar medidas dinamizadoras, especialmente no âmbito da oferta. A estratégia de promoção e desenvolvimento deste cluster deve atender às múltiplas dimensões do setor, nomeadamente o potencial para crescimento das receitas externas, para a cobertura do défice da nossa balança comercial, para o combate ao desemprego, para a valorização do património natural e cultural de Portugal, bem como para a melhoria da qualidade de vida e, essencialmente, para a atenuação das assimetrias regionais. O futuro destes setores passa por uma ótica de sustentabilidade ambiental, económica e social, no quadro de um novo modelo de desenvolvimento do turismo que privilegie a qualidade. O turismo é uma atividade de mão de obra intensiva e que, por muita evolução que haja e desenvolvimento de sistemas tecnológicos, as pessoas estão e estarão na essência desta relação comercial. J. V.: Obrigado pela sua colaboração. ATIVIDADES DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES Projeto “Ler+ com os mais velhos” Ao longo do segundo período retomou-se a parceria com os Lares de Idosos, das freguesias de Tourais e Paranhos, no âmbito das atividades promovidas pela biblioteca escolar. No dia 21 de fevereiro, sobre o tema da amizade, os alunos do 12º K dramatizaram a história do livro “O sapo apaixonado” de Max Velthuuijs. Este livro conta-nos a história de um Sapo preocupado com a sua saúde: tem o coração a bater depressa demais. A Lebre diz que ele deve estar apaixonado — SEMANA DA AMIZADE Decorreu de quatro a catorze de fevereiro, a Semana da Amizade. e Manuela Silva. Este livro narra a história de um macaco maroto que por causa do seu rabo cortado decide andar a dar, a tirar o que deu, ou seja, voltar a pedir. Esta iniciativa foi concluída ao som de canções e ao ritmo de danças tradicionais. mas por quem? O autor desta encantadora história de amor é Max Velthuijs, artista holandês de reputação internacional, cujos livros têm sido publicados no mundo inteiro. No dia 12 de março, para comemorar o Dia Mundial do Teatro e o Dia Mundial da Poesia, foram apresentadas lengalengas, retiradas do livro “Lenga Lengas” de Luísa Ducla Soares. Seguidamente, os idosos tiveram a oportunidade de escutar mais uma bela história tradicional, “O macaco de rabo cortado”, de António Torrado, pelas vozes das docentes Lurdes Alcafache Neste período de tempo, realizaram-se na Biblioteca Escolar de Tourais/Paranhos diversas atividades, entre as quais a elaboração de cartões, de textos alusivos ao tema, sopa de letras, crucigramas, ilustrações e a audição de músicas selecionadas. A culminar, no último dia (catorze de fevereiro), procedeu-se à entrega de um “miminho”, um chocolate acompanhado de uma frase simbólica, aos alunos que naquele dia “visitaram” a Biblioteca. Ainda nesta semana, foi apresentada a história “O Sapo Apaixonado”, de Max Velthuijs, aos alunos do 1.º CEB de Tourais (Turmas A, B e C). As mesmas atividades foram desenvolvidas com as crianças da Educação Pré-Escolar (Carvalhal, Tourais e Vila Verde), no âmbito do “Projeto Saltaricos”. Também as canções ocuparam lugar de destaque, bem como a partilha de pequenas lembranças entre estes grupos. As atividades promovidas tiveram como objetivo estimular o gosto pelo livro, pela leitura e incentivar/reforçar a prática do valor da AMIZADE, A equipa da BE DA PARTILHA, DA COLABORAÇÃO, DA SOLIDARIEDADE, DO RESPEITO, DA TOLERÂNCIA E DA RESPONSABILIDADE. A equipa da BE Atividades do 1º CEB Atividades de leitura na Educação Pré-escolar Mais uma vez têm sido levadas a efeito as iniciativas nos Jardins de Infância, para a promoção da leitura. Neste período mereceu destaque a história tradicional “O lobo e os sete cabritinhos”, de Jacob e Wilhelm Grimm. Com apoio da dramatização e apresentação de um painel e a descoberta das personagens, as crianças identificaram o título da história e recontaram-na através das imagens do livro. No sentido de reforçar aquisições noutras áreas curriculares (Matemática/Música) foi apresentada, entoada, visualizada e dançada a canção de Maria Vasconcelos “Sete dias, sete notas, sete cores”. Procurando promover os valores, no âmbito da área de Formação Pessoal e Social, relembrou-se a canção tradicional “Naquela linda manhã”. Em todas as iniciativas mencionadas as crianças envolveram-se com prazer e gosto, tendo por base uma perspetiva lúdica. No sentido de estimular a frequência da BE, por parte dos alunos do 1º ciclo, têm sido realizadas sessões semanais no referido espaço, para os alunos que frequentam a Escola Básica de TouraisParanhos. O trabalho realizado está a cargo das docentes Lurdes Alcafache, Manuela Silva, Liliana Melo, Leontina Figueiredo, Teresinha Galhano e das assistentes operacionais Alzira Seixas e Susana Videira. As histórias exploradas nesta atividade foram: “O sapo apaixonado” de Max Velthuijs; “O macaco de rabo cortado” de António Torrado; “Contos para rir” de Luísa Ducla Soares: “O dinheiro elástico” e “As senhoras das capinhas pretas”; “O meu pai” de Anthony Browne; “Um rabinho de coelho”, adaptada por Maria Jesus Sousa (...). Realizou-se também a exploração de canções relacionadas com as temáticas das histórias apresentadas e a dança das mesmas. A equipa da BE -8- A equipa da BE ATIVIDADES DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES Projeto «Leituras há muitas!» e a obra da escritora Maria João Lopo de Carvalho A propósito do projeto “Leituras há muitas!”, o 6.º C explorou alguns livros da coleção 7 Irmãos e, logo, logo, bastante inspirados construíram acrósticos com os nomes dos 7 personagens. Maria, a 1.ª dos irmãos Aprecia as aulas Responsável com a família Irreverente quanto baste Admirada por todos MARAVILHOSA COM AS AMIGAS ÓTIMA EM BTT NÃO SE PREOCUPA COM ROUPA ”CHIQUE” INTERESSADÍSSIMA PELO FUTEBOL CIÚMES DO PAULO TEM AMÁVEL COM OS ANIMAIS É… Rodrigo Marques, 6.ºC Mariana, a gémea. Áspera e meiga com os irmãos. Resmunga por tudo e por nada. Impossível estar triste junto dela. Asneiras faz frequentemente. Ninguém é tão rebelde como ela. Apesar de tudo, reconhece as suas fraquezas. Melancólico quanto baste Amigo de ajudar Necessita muito da Mariana Unido dos desprotegidos Estável emocionalmente Leme da sua família Boyko Panayatov, 6.º C Margarida Monteiro, 6.ºC Margarida Machado é o seu nome! A escola nova a está a preocupar. Reflete e anima-se. Galopa e ri, As colegas com ela hão de brincar. Receios irá combater, Inocente e lutadora, Dinâmica e alegre A nossa amiga tudo há de resolver… MAIS NOVINHA É. ANIMADA E BRINCALHONA, DESEJOSA DE CRESCER, ADORA OS SEUS 6 IRMÃOS. LINDA E FOFA, ESPECIAL PARA TODOS, NATURALMENTE FELIZ, ASSIM É A MADALENA! Ricardo Simões, 6.ºC MIGUEL, O SEGUNDO MAIS VELHO IDEAL PARA A RITA GOSTA DE AJUDAR OS OUTROS ULTRAPASSA QUALQUER PROBLEMA ENGRAÇADO E ESPECIAL LIDER IMPORTANTE É Vanessa Rodrigues, 6.ºC Vanessa Rodrigues, 6.ºC Carolina Costa, 6.º C SINOPSE: Maravilhosa escritora Ambiciosa nas palavras Realista nas ideias Inigualável na imaginação Adora escrever livros infantis Jorraram-lhe as palavras em “catadupa” Os bichos que retratou nÃo são pura ficção pOis existem na verdade aLgures nas nossa escolas Onde há crianças irrequietas Professores desesperados Obrigados a inventar Dezenas de receitas Engenhosas e diferentes Capazes de conseguir A atenção dos pequeninos Resolver de maneira habilidosa Variadas situações complicadas Através de histórias simples Levando casos difíceis de abordar MilHares de leitores de forma agradável Obrigando-os a refletir em cada situação Um dia Maria decidiu fazer uma viagem e quando regressou a casa toda a família foi ter ao pé dela abraçando-a, cheios de saudades. Estavam na época de Natal e o Hans tinha feito uma surpresa à Mónica cantando-lhe uma canção, todos ficaram espantados e começaram a cantar juntamente com ele. A Mariana tinha planeado com alguns amigos fazerem uma festa de passagem de ano, mas o pai não a deixou por causa das suas notas. Mariana tinha de levar Madalena para a natação todas as quartas feiras, quando a aula acabou não sabia da irmã pois estava distraída com o telemóvel e foi contar aos pais e lá a encontraram. Manuel participou no concurso de Craniomania e ficou em 1º lugar, depois de muito estudo. Havia um concurso de Cidadania na escola em que Mariana participou, fez um Mega censo escolar com o Hans e ficou em 2ºlugar, ganhando uma viagem aos Açores. Frase máxima do livro “ Mariana e Manuel” A frase de que nós gostámos mais foi a seguinte: “ Ter ideia que brilha”. (pág. 114) Escolhemos esta frase devido a parecer que a ideia é que brilhava e achamos graça à maneira como ele falava. Daniela Almeida nº5; Mariana Almeida nº13; Ruben Braz nº14 “Mas eu ser sozinho, não haver mais alemãos!” – pág. 90 Nós gostámos especialmente desta frase, pois mostra as dificuldades pela qual uma pessoa passa para poder conseguir falar e compreender uma língua que não a sua. Ruth Marmé nº15; Yelizaveta Rohach nº18; Yordan Georgiev nº19 4.º Ano, EB de Santiago Projeto ZOONOSES Ao longo do mês de março, o Dr. Carlos Ferreira e a Dr.ª Assunção, elementos do Gabinete Ve t e r i n á r i o e d a D e l e g a ç ã o d e S a ú d e , respetivamente, acompanhados pela Dr.ª Teresa Rua, em representação do grupo RBEMS, percorreram as várias escolas do agrupamento de escolas de Seia, dando voz ao projeto ZOONOSES, promovendo algumas sessões de sensibilização. Trata-se de um projeto que contribui para a prevenção da propagação de uma série de doenças animais. Em todas as escolas do 1.º ciclo, encontrava-se uma exposição de livros alusivos às temáticas abordadas, associando sempre livros e documentação de suporte a novas aprendizagens. Pelo facto de, nos nossos dias, a grande maioria das famílias possuírem animais de estimação e algumas proporcionarem o contacto direto com animais domésticos, a RBEMS, em -9 - parceria com o Município de Seia/ Gabinete Veterinário e a Delegação de Saúde, propôs desenvolver este projeto. Neste contexto, o Projeto ZOONOSES aponta para os seguintes desafios: · Aumentar a qualidade da divulgação da informação acerca da vivência e contacto direto do Homem com os animais; · Incrementar parcerias entre as escolas, município e serviços de saúde; · Consciencializar as famílias para a importância desta área da saúde; · Apostar numa prevenção cada vez mais precoce junto das crianças. Liliana Melo AGRUPAMENTO EM AÇÃO Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas de Seia A Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas de Seia (APEEAES), sendo uma entidade sem fins lucrativos, que desenvolve a sua atividade com base no voluntariado dos elementos dos seus corpos sociais e nas quotizações dos seus associados tem como objetivos principais: a) Recolher opiniões e pareceres dos associados sobre problemas educativos e culturais ou outros de interesse para os seus educandos, dando deles conhecimento à Direcção do Agrupamento e, se necessário, a outras entidades; b) Recolher e transmitir aos associados, os COMEMORAÇÃO DO CARNAVAL 2013 Nos dias sete e oito de fevereiro realizaram-se os festejos alusivos à época carnavalesca. Neste ambiente, os Jardins de Infância e as Escolas Básicas do 1.º CEB do Agrupamento organizaram desfiles em interação com as famílias/comunidade. A avaliação efetuada pelas docentes foi muito positiva e contribuiu para a aquisição de competências nas diversas áreas curriculares. Alguns dos estabelecimentos educativos desenvolveram a atividade, em articulação com o 1.º CEB da localidade, nomeadamente os Jardins de Infância de Santa Marinha, elementos mais relevantes da vida do Agrupamento, bem como promover debates, colóquios, conferências e outras actividades afins, sobre problemas da Educação e Juventude; c) Intervir, junto de entidades oficiais e particulares, por si ou em conjugação com a Direção do Agrupamento, sempre que a sua acção possa ser de interesse para os alunos. A APEEAES, com a colaboração dos Bombeiros Voluntários de Seia e da Direção do Agrupamento, com sede na Escola Secundária, deu início a 1 de março – Dia da Proteção Civil – a sessões de esclarecimento e de aprendizagem com os “Soldados da Paz”. Dirigida à comunidade escolar de todos os níveis de ensino, com deslocação dos Bombeiros a todos os estabelecimentos do Agrupamento, as sessões vão decorrer, durante os meses de março e abril, sendo exaltados os valores da Proteção Civil, Santiago e Sabugueiro. Quanto aos Jardins de Infância de Santa Comba e de Pinhanços, estes fizeram essa vivência na Escola Básica Dr. Abranches Ferrão. Também os Jardins de Infância de Tourais, d e V i l a Ve r d e e d e C a r v a l h a l , comemoraram o carnaval com um desfile em interação com os alunos do 1.º CEB na Escola Básica de Tourais/ Paranhos. No dia nove do mesmo mês o Jardim de Infância de Travancinha participou no desfile de Carnaval, uma iniciativa do Município de Seia, tendo a referida atividade sido apreciada de forma muito favorável pela docente titular. A Coordenadora do Departamento da EPE Lurdes Alcafache “Reflorestar a Serra da Estrela” Projeto transversal aos vários ciclos do Agrupamento de Escolas de Seia Em seguimento do artigo publicado na última edição do jornal “o Baril”, o projeto “Reflorestar a Serra da Estrela” foi apresentado ao Agrupamento de Escolas de Seia, que após o seu parecer favorável, foi amplamente aceite por vários departamentos e níveis de ensino. O projeto foi aceite, de uma forma transversal, pelos vários ciclos de ensino existentes no agrupamento, desde todas as turmas do pré-escolar, duas turmas do 1ºciclo, duas turmas do segundo e do terceiro ciclo, englobando cerca de 150 alunos. Na primeira fase, foi apresentado às diferentes turmas envolvidas, o livro “ O Carvalhinho da Estrela”, pelos docentes responsáveis pelas turmas e pelas autoras do livro que se deslocaram à escola Dr. Abranches Ferrão e apresentaram o seu trabalho às duas turmas do 5ºano e a uma turma do 8ºano. Em cada Jardim de Infância e escola as turmas criaram um viveiro de bolotas, que mais tarde irão ser plantadas numa zona a designar pelo Município. Também o PNSE se tornou parceiro na divulgação e implementação do projeto, tendo amavelmente deslocado uma técnica a vários estabelecimentos de ensino do agrupamento, para, junto das crianças, desenvolver ações de sensibilização sobre a importância da floresta autóctone da serra da estrela. Todas as crianças do pré-escolar e do 1º ciclo que aderiram ao projeto beneficiaram dessa ação. O jardim de infância e escola do 1º CEB de Santa Marinha foram mais longe e associaram o projeto à vivência do carnaval, tendo desfilado com as diferentes personagens da história. Paralelamente, as autoras contactaram o Município de Seia, de modo a tornase parceiro no projeto, o qual foi logo bem acolhido. O vereador do ambiente ficou de definir um ou vários locais onde vai ser concretizada a segunda fase do projeto, ou seja, a plantação. com forte incidência no ponto de que é uma atividade de todos e para todos. Na brochura e certificado entregue aos alunos participantes são apresentadas algumas das situações, onde é necessária a presença dos agentes da proteção civil, com destaque para cheias e inundações, vagas de frio, segurança aos turistas na Serra da Estrela, incêndios urbanos e florestais, acidentes e socorro a vítimas. Noutras áreas de intervenção, a Associação já desenvolveu várias diligências, durante o presente ano letivo, no sentido de concretizar alguns pedidos dos encarregados de educação, respondendo assim às preocupações diárias, sendo uma demonstração cabal da importância e interatividade e dinâmica existente entre todos os agentes do Agrupamento. Associação de Pais e E. E. do A. E. S. VISITA DE ESTUDO ABPG, ALUNOS 12ºK No dia 8 de fevereiro, no âmbito da disciplina de Animação Sociocultural. Módulo 8, saúde mental e comunitária, a prof. Rosa Machado, propôs realizarmos um aula diferente visitando a ABPG (Associação de Beneficência Popular de Gouveia). Esta IPSS tem como objetivo apoiar as pessoas que mais necessitam, uma vez que contribui para a promoção e desenvolvimento integrado da população do Concelho de Gouveia nas áreas cultural, social e económica. Nesta perspetiva, acolhe crianças, pessoas portadoras de deficiência, idosos e pessoas que necessitam de cuidados continuados, visto que a instituição oferece diversas respostas sociais: Creche, Jardim de Infância e ATL, Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) para pessoas portadoras de deficiência, Núcleo de Reabilitação Profissional (NRP), para a população portadora de deficiência, garantindo a sua formação, a informação, avaliação e orientação profissional, a integração em mercado de trabalho e o acompanhamento pós colocação, o Lar Residencial acolhe pessoas com deficiência que se encontrem impedidas, temporária ou prolongadamente, de residir no seu meio familiar. Lar de Apoio e a Unidade de Cuidados Continuados de média/longa duração e ainda a Clinica de Medicina Física e Reabilitação, com parcerias com o SNS (Serviço Nacional de Saúde). Possui também três Lares de Idosos e Centro de Dia, bem como um parque da Srª dos Verdes, onde a comunidade poderá desfrutar de vários desportos e ocupações de tempos livres, em contacto com a natureza. Esta é uma instituição, onde um técnico de apoio psicossocial deverá encontrar todas as condições para proporcionar um ótimo serviço aos utentes, de forma a promover a sua inserção na comunidade e o seu desenvolvimento pessoal e social. Poderá realizar um ótimo trabalho em equipa multidisciplinar, desenvolvendo a sua capacidade de iniciativa, dinamismo e cooperação e capacidade de atuação permanente, face às constantes mudanças sociais, culturais e tecnológicas. Gostámos imenso da visita/experiência, aprendemos bastante e enriquecemos com o contacto que mantivemos com os técnicos e utentes! A autora do projeto Educadora de infância Anabela Nunes - 10 - Os alunos do 12ºK AGRUPAMENTO EM AÇÃO Visita de estudo a Toledo – Espanha 14 e 15 de fevereiro de 2013 Nos dias 14 e 15 de fevereiro de 2013, um grupo de 52 alunos de EMRC, de diferentes turmas do 12º ano, em parceria com o Curso Técnico Profissional Psicossocial, deslocaram-se em visita de estudo a Ávila, Toledo e Salamanca. A saída estava marcada para as 8.30, junto à Escola Secundária de Seia e a primeira paragem aconteceu em Alba de Tormes para visita ao Convento, à vida e à mensagem de Santa Teresa de Ávila. Nasceu na província de Ávila, Espanha, numa família da baixa nobreza. Aos sete anos, já gostava muito de ler histórias dos santos. Seu irmão Rodrigo tinha quase a sua idade, por isto costumavam brincar juntos. As duas crianças viviam pensando na eternidade, admiravam a coragem dos santos na conquista da glória eterna. Achavam que os mártires tinham alcançado a glória muito facilmente e decidiram partir para o país dos mouros com a esperança de morrer pela fé. Assim sendo, fugiram de casa, pedindo a Deus que lhes permitisse dar a vida por Cristo. Teresa amava a solidão. A mãe de Teresa faleceu quando esta tinha catorze anos: "Quando me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Então dirigi-me a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lágrimas que me tomasse como sua filha". Quando completou quinze anos, o pai levou-a a estudar no Convento das Agostinianas de Ávila, para onde iam as jovens da sua classe social. Um ano e meio mais tarde, Teresa adoeceu e seu pai levou-a para casa. A jovem começou a pensar seriamente na vida religiosa. Então comunicou ao pai que desejava tornar-se religiosa, mas este pediu-lhe para esperar que ele morresse para ingressar no convento. Seu pai, ao vêla tão decidida, deixou de opor-se à sua vocação. Teresa começou a praticar a oração mental. Finalmente, após três anos, recuperou a saúde e O Carnaval da Floresta Havia uma floresta onde o sol brilhava, as árvores verdinhas abanavam as suas folhas e as flores cresciam cheias de cor, mas os animais viviam muito tristes e infelizes. Estava a chegar o Carnaval e eles não tinham disfarces para a festa. Então, a D.ª Serpente pegou num microfone e bem alto falou: - Amiguinhos, tive uma ideia maravilhosa, espero que gostem. Juntem-se todos para a ouvir. Os animais reuniram-se e muito atentos esperaram para ouvir a solução do grande problema que os afetava. - D.ª Serpente, eu sei onde há uma arca das trapalhadas, que há dias encontrei numa cabana abandonada, cheia de roupa e outros adereços. Podíamos vesti-los e depois de bem disfarçados, fazíamos a nossa Festa de Carnaval! Que me dizem? – questionou um dos animais da floresta. Todos os animais responderam: retornou ao Carmelo. A sua prudência, amabilidade e caridade conquistavam a todos. Segundo o costume dos conventos espanhóis da época, as religiosas podiam receber todos os visitantes que desejassem, a qualquer hora. Teresa passava grande parte de seu tempo conversando no locutório. Cada vez mais convencida de sua indignidade, Teresa invocava com frequência os grandes santos penitentes, como Santo Agostinho e Santa Maria Madalena, aos quais estão associados dois factos que foram decisivos na vida da santa. O primeiro foi a leitura das "Confissões" de Santo Agostinho. O segundo foi um chamamento à penitência que ela experimentou diante de um quadro da Paixão do Senhor: "Senti que Santa Maria Madalena vinha em meu socorro... e, desde então, muito progredi na vida espiritual". Sentia-se muito atraída pelas imagens de Cristo ensanguentado na agonia. Certa ocasião, ao deterse sob um crucifixo muito ensanguentado, perguntou: "Senhor, quem vos colocou aí?" Pareceulhe ouvir uma voz: "Foram tuas conversas no oratório que me puseram aqui, Teresa". Ela chorou muito e a partir de então não voltou a perder tempo com conversas inúteis e com as amizades que não a levavam à santidade. Colocou em prática o plano de fundar um convento reformado. Eis que chega de Roma a autorização para se criar a nova casa religiosa, o que ocorreu no dia de São Bartolomeu, em 1562. A fundação não era bem vista em Ávila, porque as pessoas desconfiavam das novidades e temiam que um convento sem recursos se transformasse num peso para a cidade. Santa Teresa não perdeu a paz no meio das perseguições e prosseguiu colocando a obra nas mãos de Deus. Teresa estabeleceu no seu convento a mais estrita clausura e o silêncio quase perpétuo. A comunidade vivia na maior pobreza. As religiosas vestiam hábitos toscos, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso foram chamadas "descalças") e eram obrigadas a abstinência perpétua de carne. A fundadora, a princípio, não aceitou comunidades com mais de treze religiosas. Foi sepultada em Alba de Tormes, onde repousam as suas relíquias. Teresa é uma das personalidades da mística católica de todos os tempos. As suas obras contêm uma doutrina que abraça toda a vida da alma, desde os primeiros passos até à intimidade com Deus. Ao morrer sua alegria foi poder afirmar: "Morro como filha da Igreja ". Foi canonizada em 1662. No dia 27 de setembro de 1970, o papa Paulo VI conferiu-lhe o título de Doutora da Igreja. Santa Teresa de Ávila é unanimemente considerada um dos maiores génios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livrespensadores são obrigados a enaltecer sua vida e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, o seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. A sua festa é comemorada no dia 15 de outubro. Seguidamente, fomos visitar Ávila e após o almoço partilhado partimos para Toledo. Cervantes descreveu Toledo como a "glória da Espanha". A parte antiga da cidade está situada no topo de uma montanha, cercada em três lados por uma curva no rio Tejo, e tem muitos sítios históricos, incluindo o Alcázar e a Catedral (a igreja primaz da Espanha). Toledo era famosa por sua tolerância religiosa e possuía grandes comunidades de judeus e muçulmanos, até que eles foram expulsos da Espanha em 1492; por isto a cidade tem importantes monumentos religiosos, como a sinagoga de Santa Maria la Blanca e a mesquita de Cristo de la Luz. No século XIII, Toledo era um importante centro cultural. A catedral é notável pela sua incorporação de luz e nada é mais notável que as imagens por trás do altar, bastante altas, com figuras fantásticas em estuque, pinturas, peças em bronze e múltiplas tonalidades de mármore, uma obra-prima medieval. A cidade foi local de residência de El Greco no final de sua vida, e é tema de muitas das suas pinturas, incluindo «O Enterro do Conde de Orgaz», exibido na Igreja de Santo Tomé. No início da tarde do dia 15, partimos para Salamanca, uma das cidades espanholas mais ricas em monumentos da Idade Média, do Renascimento e das épocas clássica e barroca. Destacam-se as Catedrais, o Palácio de La Salina, o Palácio de Anaya, o Palácio de Monterrey, a Casa das Conchas, o Convento das Dueñas e a Torre do Clavero. A atual vida quotidiana de Salamanca centra-se na sua famosa e prestigiada Universidade, na alegria cosmopolita e poliglota dos seus visitantes e na Plaza Mayor. Esta praça, edificada entre 1729 e 1755, é o centro e o símbolo universal da cidade. Salamanca foi escolhida para Capital Europeia da Cultura em 2002, sendo o seu centro histórico Património da Humanidade desde 1988. No final do dia, regressámos a Seia com a convicção de virmos mais ricos e fortalecidos na vontade de concretizar novos projetos e de sermos cada vez mais dignos de tão valioso património. - Viva! Viva! Viva! Boa ideia! De seguida, todos estavam disfarçados, uns com grandes botas, outros de pijamas, vestidos com selva. Os animais da selva até resolveram espreitar para ver o que se estava a passar e qual não foi o espanto quando viram todos os animais felizes, contentes e irreconhecíveis. Foi então que o rei leão disse: - Que maravilha de festa! Como era bom podermos participar nela. Que dizem? Todos os animais da selva concordaram. E, assim, em grande harmonia os animais divertiram-se à brava. As zebras dançavam com os tigres e os búfalos com os macacos. Rodopiavam as borboletas com os passarinhos, saltavam os hipopótamos e os leões e até a D.ª Rinoceronte deu ar da sua graça. Desta forma, todos sem exceção e com grande entusiasmo celebraram o Carnaval na floresta. Ah! Vitória, vitória, até que foi uma linda história, não acham? folhos, laços e lindos chapéus… Dançavam e cantavam com muita alegria. A festa estava mesmo animada e o barulho era tanto que até se ouvia na António Ferreira, março, 2013 Educadora Isabel Pires, JI de São Martinho Invejo — mas não sei se invejo — aqueles de quem se pode escrever uma biografia, ou que podem escrever a própria. Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem fatos, a minha história sem vida. São as minhas Confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho que dizer. Livro do Desassossego, Bernardo Soares - 11 - AGRUPAMENTO EM AÇÃO AÇÃO DE FORMAÇÃO “PRIMEIROS SOCORROS EM MEIO ESCOLAR” AÇÃO DE FORMAÇÃO “VIOLÊNCIA/BULLYING” Educação para a Saúde. A sessão, revelou-se interessante para os alunos do 6º ano, pois ficaram mais informados sobre a “violência/bullying”. Assim aprenderam que se devem respeitar uns aos outros física e psicologicamente . No fim da sessão, o cabo Jorge Albuquerque contou-nos uma das histórias da sua juventude, e aprendemos que mesmo começando No dia 19 de dezembro de 2012, decorreu no auditório da Escola Secundária de Seia a Ação de Formação intitulada “Primeiros Socorros em Meio Escolar”, dirigida aos Assistentes No dia 08 de fevereiro de 2013, decorreu no auditório da Escola Básica de Tourais/Paranhos a Ação de Formação intitulada “Violência/Bullying”, dirigida aos alunos do 6º ano, das turmas D e E, dinamizada pelo cabo Jorge Albuquerque e cabo José Mendes, Operacionais do Agrupamento de Escolas de Seia. Esta foi dinamizada pela Enfermeira Mara Marçalino (Centro conteúdos adquiridos e pela forma como de Saúde de Seia), no âmbito do Projeto foi dinamizada. de Promoção e Educação para a Saúde. Tal sessão, revelou-se de grande Dulce Vicente e Alexandra Saraiva interesse profissional e pessoal, pelos mal, podemos sempre corrigir os nossos erros e melhorar o nosso futuro. Os a l u n o s d o 6 º a n o agradecem ao cabo Jorge Albuquerque e cabo José Mendes a sua presença na nossa escola. da G.N.R. (Escola Segura), no âmbito do Projeto de Promoção e Donativos pessoais 260.00 10º F 90.00 Loriga 100.00 10º C 100.00 Tourais 101.50 Vasco Esteves de Cima 125.00 Outeiro da Vinha 55.00 10º E 90.00 Vila Nova de Tazem 100.00 10º D 85.00 10º A 100.00 11º D 25.40 À Casa do Gaiato de Miranda do Corvo, no dia 14 de janeiro, 106 alunos entregaram este valor, simbolizando nele todo o carinho e apreço que as crianças merecem. Ao longo do tempo e por diversos modos aplicámos o pensamento do fundador da Obra da Rua: “Evitar esbanjar o que para outros é Vital”. Regressámos felizes e convictos que as crianças são bonitos sorrisos de Deus ao mundo. Sentimos que a Casa do Gaiato é uma verdadeira família para quem nunca a teve. Esta frase do Padre Américo, fundador da Casa do Gaiato, traduz de forma simples e direta a razão de ser desta instituição. A Casa do Gaiato funciona sem qualquer tipo de apoio do Estado, dedicando-se a acolher, educar e integrar na sociedade crianças e jovens que, por qualquer motivo, se viram privados do meio familiar normal, desde o nascimento até aos 25 anos. A Obra da Rua vive no dia a dia o risco evangélico da solidariedade humana. Foi uma gota de água no oceano, mas sem esta gota o mar seria imensamente mais pobre. 11º A 51.70 Visita à Casa do Gaiato 10º B 90.00 11º C 52.00 Vide 110.00 Mordomos de Santa Comba 60.00 Total 1600.00 No dia 14 de janeiro de 2013, fomos visitar, mais uma vez, a Casa do Gaiato. Casa essa que tem muito que se lhe diga, que se lhe dê e nos ensine. Ensinar porquê? Pensámos nós, ignorantes no meio daquela humildade. Dado que é uma Casa em que a honestidade, a simpatia, a alegria e o sorriso perduram, tornounos pessoas mais conscientes da sociedade em que vivemos. Conduzidos pelo Padre Manuel numa breve conversa sobre a realidade de hoje em dia, conseguimos compreender a dificuldade que é criar quarenta crianças, em que pedir pelas ruas é algo que não se pode fazer, aquilo que se pode realizar é aceitar donativos de outrem, aceitar algo que os outros já não precisam, mas que para eles vale muito. Até umas simples cadeiras que não estavam em bom estado para quem as cedeu, são ótimas para estas crianças, pois nunca foram habituadas a grandes luxos, mas sim à humildade que a vida assim os obrigou a ter. Pensávamos nós, até agora, que a pobreza apenas existia nos países de 3º Mundo ou muito longe de nós, mas ela existe mesmo à nossa beira. Mesmo que não a vejamos, ela está muito perto. Apenas muitas pessoas não têm coragem de admitir as dificuldades que passam. Neste momento, numa reflexão pessoal, penso: Como é que num país em que a maior preocupação é baixar os salários, cortes e mais cortes, não se pensa nas pessoas mais carenciadas? Perdem as suas casas, não têm dinheiro para comer e têm ainda de ter a coragem e tristeza de negar comida aos seus filhos. Estes que não têm culpa de estar no Mundo, não pediram para cá estar. Sabemos também que as crianças podem tomar uma refeição por dia na cantina da escola, contudo, até agora, deixam de dar comida às crianças, pois os pais já nem conseguem pagar a sua alimentação. É triste ainda haver pessoas a morrer à fome e outras que vivem num mundo completamente paralelo negarem um simples prato de sopa. - 12 - As alunas do 6ºE: Ana Rafaela Almeida; Beatriz Tavares; Mária Matos; Mariana Alves e Sara Vieira Contudo a Casa do Gaiato, com todas as suas dificuldades, acolhe crianças apenas do sexo masculino de Norte a Sul do país ou até mesmo muitas que vêm de fora. Crianças que vivem em zonas problemáticas, onde a guerra é o prato do dia, a desordem familiar é imensa. Por conseguinte, eles são felizes à sua maneira, procurando o afeto, algo que é muito difícil de alcançar, pois sem um lar próprio, sem atenção apenas para cada um, é complicado. Ainda assim, eles mantêm um sorriso na sua cara, de modo a causar sorrisos a outras pessoas, o que foi o meu caso e de muitas outras que estiveram presentes na Casa do Gaiato. A nossa missão foi cumprida, conseguindo entregar €1600 para esta casa que merece bens materiais, mas acima de tudo boa vontade, carinho, afeto e compreensão perante todos que a habitam. A experiência de angariar dinheiro para estes gaiatos foi bastante lúcida. Conseguirmos ter noção do que é viver daquilo que os outros nos dão e não apenas pedir à mãe ou ao pai, pois esses dar-nos-ão de imediato. A luta, a confiança e a fé predominam nesta casa que não tem qualquer tipo de ajuda estatal. Foi bom ter estado em contacto com uma realidade que nos ultrapassa todos os dias da nossa vida. Por vezes, achamos que uma camisola já não vale nada na nossa gaveta e, por isso, não a usamos. Mas deveríamos pensar que há uma outra pessoa (pode não ser no outro lado do Mundo, mas estar mesmo ao nosso lado), que necessita de roupa para vestir. Vivemos numa sociedade de críticas, mas por favor, passemos à prática! O Mundo em que vivemos é completamente diferente daquele em que os mais pobres vivem. O que uns têm a mais, outros carecem-no! Ana Catarina Matias, nº3, 10ºC Conto A Senhora dos livros A minha família e eu vivemos num sítio pertinho do céu. A nossa casa fica situada num local tão alto que quase nunca vemos ninguém, a não ser falcões a planar e animais a esconder-se por entre as árvores. Chamo-me Cal e não sou nem o mais velho nem o mais novo dos irmãos. Mas, como sou o rapaz mais velho, ajudo o meu pai a lavrar e a ir buscar as ovelhas quando, às vezes, elas se escapam. Também me acontece trazer a vaca para casa ao pôr do sol, e ainda bem que o faço. É que a minha irmã Lark passa o dia todo a ler. centavo sequer temos para gastar… Muito menos em livros velhos e inúteis! Arranjou um lugar aconchegado e, em voz baixa, pôs-se a ler. O meu pai põe-se a fitar a Lark e pigarreia. Então propõe à Senhora dos livros: O meu pai costuma dizer que nos sinais da natureza está escrito se o inverno vai durar muito ou pouco. Este ano, todos os sinais anunciaram neve bem abundante e um frio tremendo. Mas, embora todos os dias ficássemos em casa apertados como sardinhas em lata, não me importei nada. Pela primeira vez. — Fazemos um contrato. Em troca de um livro dou-lhe uma saca de framboesas. Aperto bem as mãos atrás das costas. Quero falar, mas não me atrevo. As framboesas, fui eu que as apanhei… Para fazer uma tarte, não para trocar por um livro! Quando vejo a senhora recusar, até pasmo. Não aceita uma saca de framboesas, nem um molho de legumes, nem nada do que o meu pai lhe quer oferecer. Os livros não custam dinheiro; são de graça, como o ar. Ainda por cima, dentro de quinze dias, voltará para os trocar por outros! Cá para mim, tanto se me dá que a Senhora traga livros ou que não encontre o caminho até nossa casa. O que me espanta é que, mesmo que chova a cântaros, haja neve ou faça frio, ela volte sempre! Certo dia de manhã, a terra acordou mais branca do que a barba do nosso avô. O vento uivava como lince em plena escuridão e apertámo-nos todos diante da lareira, pois, num dia desses, ninguém faz nada. Com um tempo assim, até os animaizinhos da floresta se deixam ficar bem aconchegados. É claro que recebemos a forasteira de braços abertos, porque pessoa mais simpática não há. Depois de tomar chá, põe os alforges em cima da mesa e até parece ouro o que tira de lá de dentro. Os olhos da Lark põem-se a brilhar como moedas e a minha irmã não consegue ter as mãos quietas, como se quisesse apropriar-se de um tesouro. Na realidade, o que a senhora traz não é tesouro nenhum, pelo menos a meu ver. São livros! Um monte de livros que ela, sozinha, carregou pela encosta acima. Um dia inteiro a cavalo para nada! É o que eu digo! Porque, se ela os quisesse vender, como faz o caldeireiro, que anda por aí com panelas, sertãs e outras coisas, veria logo que nós nem um — Não é muito, bem sei, para o grande esforço que faz — disse a minha mãe. Em seguida, baixou a voz e acrescentou com orgulho: — E por ter conseguido arranjar dois leitores onde apenas havia um! Baixei a cabeça e esperei pelo fim da visita para comentar: — Também gostaria de ter alguma coisa para lhe oferecer. A Senhora dos livros virou-se e fitou-me com os seus grandes olhos negros: — Vem cá, Cal — disse, com muita doçura. Quando me aproximei dela, pediu: — Lê-me alguma coisa. Abri o livro que tinha entre as mãos, mesmo acabadinho de chegar. Dantes, eu pensava que eram quatro garatujas, mas agora já sei ver o que contém. E li um pouco em voz alta. — Esta é que é a minha prenda! — disse a Senhora dos livros. O meu pai diz sempre que nunca se viu uma rapariga tão superleitora... Cá comigo não é assim. Não nasci para ficar sentado e quieto a olhar para quatro garatujas. E não acho graça nenhuma a que a Lark se arme em professora, porque a única escola que existe fica a quilómetros daqui, e ela dificilmente lá irá chegar. Por isso é que ela quer ensinar-nos. Só que, a mim, a escola não me interessa! Sou sempre o primeiro a ouvir o ruído dos cascos e a ver a égua alazã da cor do barro. Sou o primeiro a dar-me conta de que o ginete não é um homem, mas uma senhora com calças de montar e cabeça bem erguida. Só quase na primavera é que a Senhora dos livros pôde voltar a visitar-nos. A minha mãe ofereceu-lhe um presente, a única coisa de valor que lhe podia dar: a sua receita de tarte de framboesa, a melhor do mundo. Heather Henson La señora de los libros Barcelona, Editorial Juventud, 2010 (Tradução e adaptação) De repente, ouviram-se umas pancadinhas na janela. Era a Senhora dos livros, abrigada até à ponta dos cabelos! Para não apanharmos frio, fez a troca através da porta entreaberta. E quando o meu pai lhe pediu que dormisse em nossa casa, não se deixou convencer: — A égua leva-me de volta — respondeu. Fiquei de boca aberta a vê-la afastar-se. Pensei que era uma pessoa muito corajosa e tive vontade de saber por que é que a Senhora dos livros se arriscava a apanhar uma constipação ou coisa bem pior. Escolhi um livro com letras e desenhos e pedi à minha irmã Lark: — Ensina-me o que está aqui, por favor. A minha irmã não se riu nem troçou de mim. - 13 - POESIA Portugal Portugal, para onde vais? Não mergulhes no escuro, Escuta rumores de pinhais Sussurrando melhor futuro… Revê-te no teu passado, Neste torrão tão marinho, Tanto sol e tanto fado, Tanto azeite, peixe e vinho. Vira as páginas da História, Gerações e gerações, Gestas de boa memória, Alouram doutas lições. Por outro, nunca te troco! Meu país de mares sem fim… Tua grandeza evoco, Lágrimas, dor, tudo enfim!... Fundo do mar No fundo do mar há brancos pavores, Onde as plantas são animais E os animais são flores. Deixámos o nosso rasto Em lugares mais que remotos, Poder na alma tão vasto Cumprindo pactos e votos. Demos a mão aos nativos, Levámos um novo Deus, Nova cultura em livros, Vaidade de europeus! Orgulha-te do que fizeste, Tens um destino a cumprir, Tua glória amarga, agreste, Preparou-te para o que há de vir!... Eu ontem passei o dia Ouvindo o que o mar dizia. Mundo silencioso que não atinge A agitação das ondas. Abrem-se rindo conchas redondas, Baloiça o cavalo-marinho. Um polvo avança No desalinho Dos seus mil braços, Uma flor dança, Sem ruído vibram os espaços. Depois, para se alegrar, Ergueu-se, e bailando, e rindo, Pôs-se a cantar Um canto molhado e lindo. Sobre a areia o tempo poisa Leve como um lenço. O seu hálito perfuma, E o seu perfume faz mal! Mas por mais bela que seja cada coisa Tem um monstro em si suspenso. Deserto de águas sem fim. Partimos à Descoberta… Deixando lares para trás, Tendo a morte mais que certa, Muita guerra, pouca paz! Dominámos o salso mar! Cruzado com sacrifício, Séculos a velejar, Sendo ossos de duro ofício… Passei o Dia Ouvindo o que o Mar Dizia Chorámos, rimos, cantámos. Falhou-me do seu destino, Do seu fado... Ó sepultura da minha raça Quando me guardas a mim? Sophia de Mello Breyner Andresen, “Obra Poética I” Mar de Setembro Tudo era claro: céu, lábios, areias. O mar estava perto, fremente de espumas. Corpos ou ondas: iam, vinham, iam, dóceis, leves - só alma e brancura. Felizes, cantam; serenos, dormem; despertos, amam, exaltam o silêncio. Tudo era claro, jovem, alado. O mar estava perto puríssimo, doirado. Poesia a Sós, Álvaro Passeira São Romão, 23 de janeiro de 2013 Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. Fernando Pessoa, “Mensagem” Mar, metade da minha alma é feita de maresia Pois é pela mesma inquietação e nostalgia, Que há no vasto clamor da maré cheia, Que nunca nenhum bem me satisfez. E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia Mais fortes se levantam outra vez, Que após cada queda caminho para a vida, Por uma nova ilusão entontecida. Ele afastou-se calado; Eu afastei-me mais triste, Mais doente, mais cansado... Ao longe o Sol na agonia De roxo as águas tingia. «Voz do mar, misteriosa; Voz do amor e da verdade! - Ó voz moribunda e doce Da minha grande Saudade! Voz amarga de quem fica, Trémula voz de quem parte...» E os poetas a cantar São ecos da voz do mar! António Botto, in 'Canções' Não Fora o Mar! Não fora o mar, e eu seria feliz na minha rua, neste primeiro andar da minha casa a ver, de dia, o sol, de noite a lua, calada, quieta, sem um golpe de asa. Não fora o mar, e seriam contados os meus passos, tantos para viver, para morrer, tantos os movimentos dos meus braços, pequena angústia, pequeno prazer. Não fora o mar, e os seus sonhos seriam sem violência como irisadas bolas de sabão, efémero cristal, branca aparência, e o resto — pingos de água em minha mão. Não fora o mar, e este cruel desejo de aventura seria vaga música ao sol pôr nem sequer brasa viva, queimadura, pouco mais que o perfume duma flor. Não fora o mar e o longo apelo, o canto da sereia, apenas ilusão, miragem, breve canção, passo breve na areia, desejo balbuciante de viagem. Não fora o mar e, resignada, em vez de olhar os astros tudo o que é alto, inacessível, fundo, cimos, castelos, torres, nuvens, mastros, iria de olhos baixos pelo mundo. Não fora o mar e o meu canto seria flor e mel, asa de borboleta, rouxinol, e não rude halali, garra cruel, Águia Real que desafia o sol. Não fora o mar e este potro selvagem, sem arção, crinas ao vento, com arreio, meu altivo, indomável coração, Eugénio de Andrade Olhando o mar, sonho sem ter de quê. Nada no mar, salvo o ser mar, se vê. Mas de se nada ver quanto a alma sonha! De que me servem a verdade e a fé? Ver claro! Quantos, que fatais erramos, Em ruas ou em estradas ou sob ramos, Temos esta certeza e sempre e em tudo Sonhamos e sonhamos e sonhamos. As árvores longínquas da floresta Parecem, por longínquas, 'star em festa. Quanto acontece porque se não vê! Mas do que há pouco ou não há o mesmo resta. Se tive amores? Já não sei se os tive. Quem ontem fui já hoje em mim não vive. Bebe, que tudo é líquido e embriaga, E a vida morre enquanto o ser revive. Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser Motivos coloridos de morrer? Mas colhe rosas. Porque não colhê-las Se te agrada e tudo é deixar de o haver? Fernando Pessoa Não fora o mar e comeria à mão, não fora o mar e aceitaria o freio. Fernanda de Castro, "Trinta e Nove Poemas" Carta ao Mar Deixa escrever-te, verde mar antigo, Largo Oceano, velho deus limoso, Coração sempre lírico, choroso, E terno visionário, meu amigo! Das bandas do poente lamentoso Quando o vermelho sol vai ter contigo, - Nada é maior, nobre e doloroso, Do que tu, - vasto e húmido jazigo! Nada é mais triste, trágico e profundo! Ninguém te vence ou te venceu no mundo!... Mas também, quem te pode consolar?! Tu és Força, Arte, Amor, por excelência! E, contudo, ouve-o aqui, em confidência; - A Musica é mais triste inda que o Mar! E se vou dizendo aos astros o meu mal É porque também tu revoltado e teatral Fazes soar a tua dor pelas alturas. E se antes de tudo odeio e fujo O que é impuro, profano e sujo, É só porque as tuas ondas são puras. António Gomes Leal, in 'Claridades do Sul' Sophia de Mello Breyner Andresen - 14 - PASSATEMPOS RIR... É BOM As 10 desculpas do estudante 1. O aluno não copia. Compara resultados. 2. O aluno não fala. Troca opiniões. 3. O aluno não dorme. Concentra-se. 4. O aluno não se distrai. Observa as moscas. 5. O aluno não falta à escola. É solicitado para outros lugares. 6. O aluno não diz asneiras. Desabafa. 7. O aluno não mastiga pastilha. Fortalece os maxilares. 8. O aluno não lê revistas na sala. Informa-se. 9. O aluno não destrói. Decora as paredes a seu gosto. 10. O aluno não reprova. Consolida a matéria mais um ano. CULINÁRIA: SUGESTÃO: Cabrito Assado no Forno De uma circular na net Um funeral com humor Numa terapia de grupo, perguntou-se a três alunos: «O que é que gostavam que dissessem de vós no vosso funeral?» - Que eu fui um grande médico e um ótimo pai de família - respondeu o primeiro. - Que eu fui um homem maravilhoso, um excelente pai de família e um professor de grande influência positiva no futuro das crianças - disse o segundo. - Gostava que dissessem: «Olha, ele está a mexer-se!» - respondeu o terceiro. Cátia Matilde, Boleiros, Fátima Palavrões Um índio cherokee foi o convidado especial na escola da minha irmã. Falou às crianças sobre as tradições da tribo dele, partilhando um facto divertido: – Na língua cherokee não existem palavrões. – Mas então suponha que estão a martelar um prego e que acidentalmente magoam o dedo polegar? – perguntou um rapazinho. – Pois – respondeu o índio –, é nessa altura que utilizamos a vossa língua. Angela Chiang - 15 - Ingredientes 1 cabrito médio 125g de margarina 100g de toucinho 4 cebolas 4 dentes de alho 2 folhas de louro 1 ramo de salsa 2,5 decilitros de vinho branco 1 colher de chá de colorau 500g de batatas Sal Pimenta Preparação Limpe o cabrito e barre-o com uma mistura de 2 cebolas picadas, os alhos e o toucinho, 50g de margarina, colorau, 1 decilitro de vinho branco, com sal e pimenta. Faça uma cama com as restantes cebolas cortadas em rodelas, num pirex, e sobreponha o cabrito, um ramo da salsa e o louro, e deixe marinar. Acrescente o restante vinho e as batatas cortadas em quartos e tempere com sal e pimenta. Espalhe pequenas nozes da restante margarina sobre o cabrito e as batatas e leve a assar ao forno, regando de vez em quando com o molho. EM DESTAQUE SEMANA DA LEITURA - 16 -