Annual Livelihoods Vulnerability ForeCast Report
Transcription
Annual Livelihoods Vulnerability ForeCast Report
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ÍNDICE Agradecimentos…………………………………………………………………….………………………….……..……...3 Acrónimos e Abreviações……….………………………………………………………………………………….…..…...4 Introdução…………………………………………….…………………………………………………….………...……...5 Zoneamento dos Meios de Sustento e Metodologia Descritiva…........………....……………………….………..…... ........5 Meios de Sustento nas Zonas Rurais de Angola….………………...........……....……………………….…………..….........7 Acontecimentos Recentes que Afectam a Segurança Alimentar e os Meios de Sustento ......………..…………..…...........9 Zona Costeira de Rendimento Pesqueiro, Horticultura e Não-Agrícola (Zona de Meios de Sustento 01)….....................10 Zona de Cultivo de Transição de Banana e Ananás (Zona de Meios de Sustento 02).…………….......................................14 Zona Pastorícia, e de Massango e Massambala do Sul (Zona de Meios de Sustento 03). ………......................…..........…..17 Zona Sub-Húmida de Pastorícia e Milho (Zona de Meios de Sustento 04)…………….................................…..........….…..20 Zona Centro-Oriental de Mandioca e Floresta (Zona de Meios de Sustento 05)……. ……………………..…..........…..23 Zona de Planalto Central de Batata e Vegetais (Zona de Meios de Sustento 06)…… …………........……........…..……..26 Zona de Planalto Central de Milho e Feijão (Zona de Meios de Sustento 07)..………………......................…..…........…..29 Zona de Planícies de Transição de Milho, Mandioca e Feijão (Zona de Meios de Sustento 08)..……… ….......….….…..32 Zona de Floresta Tropical, Mandioca, Banana e Café (Zona de Meios de Sustento 09)…….........………….…......….… 35 Zona de Floresta de Savana e Mandioca Para Comércio (Zona de Meios de Sustento 10)…........................…........……...38 Zona de Floresta de Savana e Mandioca de Subsistência (Zona de Meios de Sustento 11)........................…….............…..41 Zona de Pesca, Mandioca e Comércio Transfonteiriço (Zona de Meios de Sustento 12).................…….............................44 Zona Costeira de Agro-Pecuária (Zona de Meios de Sustento 13)….......................................………………,…,,....,….…..47 Anexo 1: Zona de Meios de Sustento e Áreas Administrativas............………………….......……………,,,,….….….…...50 Anexo 2: Lista de Participantes.…….……………………………………………………………………….......……..…..62 2 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 AGRADECIMENTOS O Workshop de Zoneamento dos Meios de Sustento e este relatório são da responsabilidade de James Acidri da Evidência para o Desenvolvimento (EfD), com o apoio técnico de Antonio Mavie do Gabinete Nacional de Moçambique da FEWSNET, de Phumzile Mdladla do Gabinete de Pretória-África do Sul da FEWSNET e de Gary Sawdon do GabineteSede da FEWS NET em Washington. Esta actividade foi conduzida em colaboração com os principais parceiros, o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MINADERP) do Governo de Angola (GoA), o Gabinete de Segurança Alimentar (GSA) e o programa de Análise e Avaliação da Vulnerabilidade Regional da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC-RVAA). Dirige-se um agradecimento especial aos funcionários do GSA, especialmente o seu Director, Sr. David Tunga, Maria da Silva, Ermelinda Caliengue, Elsa Gaspar e Odete Rochete, assim como Masozi Kachali, Evance Chapasuka, Caarla Monteiro e Duncan Samikwa, sem cuja contribuição este Relatório “Plus” do Zoneamento dos Meios de Sustento em Angola não poderia ter sido realizado. Este relatório formará parte da base de informações disponível à FEWS NET, ao Gabinete de Segurança Alimentar (GSA) do e às actividades de monitorização da segurança alimentar em Angola no âmbito do programa de Análise e Avaliação da Vulnerabilidade Regional da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC-RVAA). FEWS NET Washington info@fews.net www.fews.net FEWS NET is a USAID-funded activity. The content of this report does not necessarily reflect the view of the United States Agency for International Development or the United States Government. 3 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ACRÓNIMOS E ABREVIAÇÕES EfD Evidência de Desenvolvimento FEWS NET Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra a Fome G Recoleção, normalmente de alimentos ou produtos selvagens GSA Gabinete de Segurança Alimentar GoA Governo de Angola HEA Abordagem de Economia Familiar IK Pagamento de Serviços em Género MINADERP Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural OP Culturas de Cultivo Próprio RVAA Programa de Análise e Avaliação de Vulnerabilidades Regionais SADC Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral USAID Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional M Alimentos Comprados no Mercado USG Governo dos Estados Unidos UN Nações Unidas 4 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 INTRODUÇÃO Nos últimos anos o GoA, especialmente o seu pessoal técnico e os decisores políticos do MINADERP, têm vindo a tomar conhecimento do método e análise de meios de sustento para avaliação de populações em risco de insegurança alimentar. O Secretariado da SADC, através do Programa RVAA, tem realizado sessões introdutórias de formação sobre meios de Sustento e disponibilizado apoio consultivo técnico continuado. Em Novembro de 2011 o programa SADC RVAA realizou um exercício inicial de zoneamento de meios de sustento em parceria com o GoA, particularmente o MINADERP. Contudo, este exercício piloto apenas incidiu sobre a província do Cuanza Sul. Foi identificado e definido um total de três zonas de meios de sustento nesta província. Em resultado destas iniciativas, o GoA exprimiu grande interesse em obter formação adicional, bem como em alargar o exercício de mapeamento de meios de sustento a todo o país. A FEWS NET, enquanto parceiro técnico do programa SADC RVAA, iniciou conversações com a SADC e o GoA no sentido de desenvolver planos para levar a cabo este projecto. Tendo em consideração a complexidade, inacessibilidade e grandes dimensões de Angola, foi difícil fazer o zoneamento de todo o país num único workshop nacional. Deste modo, a FEWS NET, o GoA e a SADC desenvolveram uma estratégia para realizar vários workshops regionais sobre zoneamento de meios de sustento durante o ano de 2013. Estas actividades culminariam num produto de zoneamento nacional de meios de sustento plus para Angola. Em Fevereiro de 2013 realizou-se um workshop de mapa de fluxo de mercado e de zoneamento subnacional de meios de sustento plus, que abrangeu as regiões do centro e sul de Angola, incluindo as províncias de Benguela, Huambo, Bié, Cuando Cubango, Cunene, Namibe e Huíla. Um segundo workshop teve lugar em Setembro de 2013 com o objectivo de completar o processo de identificação e definição de zonas de meios de sustento a nível nacional em Angola, abrangendo a região norte, leste e partes da região central, particularmente as províncias de Luanda, Bengo, Zaire, Cabinda, Uíje, Cuanza Norte, Malange, Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico. Em 2013 a FEWSNET começou também a monitorizar à distância a insegurança alimentar em Angola. ZONEAMENTO DOS MEIOS DE SUSTENTO E METODOLOGIA DE DESCRIÇÃO O produto Zoneamento dos Meios de Sustento “Plus” baseia-se na Abordagem de Economia Familiar (http://www.fegconsulting.com/resource/practitioners-guide-to-hea/practitioners-guide-to-hea/). Inclui um componente de zoneamento dos meios tradicionais de sustento (http://www.feg-consulting.com/resource/practitioners-guide-tohea/2%20Livelihood%20Zoning.pdf). Para além disso, exploram-se algumas características fundamentais do estatuto socioeconómico através da justaposição de agregados familiares pobres e de outros relativamente mais prósperos. O produto Zoneamento dos Meios de Sustento oferece também uma informação mínima sobre todos os meios de sustento, tais como fontes alimentares e principais fontes de rendimento de cada grupo em cada zona. O produto também inclui uma breve descrição das características gerais, bem como calendários sazonais e de acesso a produtos alimentares em cada zona. Por fim, são identificadas as zonas mais vulneráveis em termos de insegurança alimentar. A HEA define zona de sustento como uma área geográfica onde os agregados familiares satisfazem as suas necessidades básicas de subsistência, sobretudo comida e dinheiro, de formas relativamente semelhantes. Isto significa que normalmente também formam agrupamentos socioeconómicos semelhantes, com bases semelhantes de activos, bem como padrões de consumo relativamente semelhantes. Estas semelhanças verificam-se quer em anos bons, quer em anos maus, dado que as estratégias de sobrevivência em resposta a choques são também relativamente semelhantes na mesma zona de meios de sustento. 5 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Para mais informação sobre os princípios e a análise da Abordagem de Economia Familiar, é favor consultar as páginas sobre sustento em http://www.fews.net ou descarregar “Application of the Livelihood Zone Maps and Profiles for Food 1 Security Analysis and Early Warning.” Os mapas e as descrições de zonas de meios de sustento formam parte da base de conhecimentos das actividades de monitorização da segurança alimentar da FEWS NET. Contudo, estes instrumentos não são concebidos como uma análise abrangente da segurança alimentar, ou como um instrumento completo de monitorização, mas sim para oferecer pontos de referência e indicar se as condições verificadas num determinado momento justificam um estudo mais aprofundado. Os resultados apresentados neste relatório descrevem a forma como os agregados familiares podem ser afectados por vários choques. Facultam também um contexto geográfico para a interpretação de dados de existentes monitorização, relativos à produção, aos preços e a outros indicadores, de forma a identificar potenciais problemas. É possível que equipas de avaliação rápida possam utilizar o zoneamento como base de amostragem nos seus estudos. A metodologia do Zoneamento dos Meios de Sustento ‘Plus’ consistiu em quatro fases: Fase Um: No início deste exercício foram providenciados dados secundários para o processo de zoneamento dos meios de sustento plus. Isto incluiu informação sobre zonas agro-ecológicas, sistemas de cultivo, densidade do gado, zonas de meios de sustento a nível de província e informação sobre outras actividades de meios de sustento. Fase Dois: Representantes de cada província reuniram-se em dois workshops de nível regional (Benguela e Malange) para dividir a área sul e partes das áreas do centro, norte, oeste, leste e restantes partes de regiões centrais do país em zonas de meios de sustento. Fase Três: Foram redigidas descrições de cada zona de meios de sustento nos dois workshops regionais, identificando as características fundamentais de cada zona, bem como os calendários sazonais e de consumo. Fase Quatro: Uma versão inicial dos relatórios regionais consolidados foi entregue aos participantes para que estes enviassem o seu comentário até à terceira semana de Outubro de 2013, o que resultou nesta versão do relatório, publicada a 30 de Outubro de 2013. Este relatório refere-se aos workshops consolidados de zoneamento nacional de meios do sustento plus, que tiveram lugar em Benguela (27 de Fevereiro a 2 de Março) e Malange (9 a 12 de Setembro). O objectivo de ambos os exercícios era criar um mapa nacional de zonas de meios de sustento com descrições para todo o país. O resultado dos workshop descritos neste relatório é útil das seguintes formas: 1. Faculta um contexto para identificação e melhor entendimento das diferenças económicas em todas as regiões do país e da forma como estas afectam os agregados familiares 2. Define um enquadramento apropriado da amostragem destinada a avaliação 3. Identifica indicadores apropriados e relevantes para monitorização da segurança alimentar 1 http://v4.fews.net/docs/Publications/Guidance_Application%20of%20Livelihood%20Zone%20Maps%20and%20Profiles_final_en.pdf 6 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 MEIOS DE SUSTENTO NAS ÁREAS RURAIS DE ANGOLA 2 Como actividade preparatória, a FEWS NET completou uma Desk Review (análise documental) do contexto da segurança alimentar em Angola que foi utilizada como base para identificação e criação de zonas de meios de sustento em Angola. O alto índice de crescimento económico de Angola nos últimos anos, numa média de 17% por ano entre 2004 e 2008, que decaiu para 3.9% em 2011 e cresceu para 6.8% em 2012, tem tido como impulso em grande medida os altos preços internacionais do seu petróleo complementados pelas exportações de diamantes. Isto ajudou a financiar a expansão económica da reconstrução pós-guerra e a reintegração de pessoas deslocadas. Também contribuiu para o alto índice de crescimento económico e criação de emprego nos sectores agrícola e de construção, facultando assim meios de sustento à população rural. Contudo, muito deste crescimento económico não foi equitativamente distribuido, tal como a grande desigualdade social, visível em todo o país, torna evidente (Gini Index de 58.6 por cento). Mais de 85-90% das populações rurais em Angola dependem da agricultura de subsistência, que é a sua principal fonte de subsistência, excepto na área costeira onde a irrigação é praticada por agricultores comerciais e, até certo ponto, a produção de tubérculo nas províncias do norte. No entanto, a maior parte da agricultura rural decaiu para o nível de subsistência, com pouco ou nenhum excedente comercializável. (WFP/VAM Angola, Junho de 2005). Angola tem um clima tropical com estações húmicas e secas. A precipitação de chuva aumenta de sul para norte. A precipitação média na faixa costeira, de condições semi-áridas, varia entre menos de 50-100mm em partes da província do Namibe e mais de 800mm nas áreas costeiras das provícias do Zaire e de Cabinda. Mais para o interior a variação é de entre 600mm no sul e mais de 1.600mm em partes das provícias do Uíge e de Lunda Norte, que gozam de chuva durante a maior parte do ano. O país é constituído por seis grandes zonas agro-ecológicas: (i) a zona do grande e elevado planalto interior na parte centro-sul e central do país, caracterizada por planícies secas e de grande altitude, e incluindo o ponto mais alto de Angola, o Morro de Môco (2.620m), com colinas e montanhas no planalto elevado. (ii) a zona climática húmida até à região do extremo norte e nordeste. (iii) a zona sub-húmida que ocupa a maior parte das regiões centrais, orientais e do norte, caracterizadas por florestas tropicais equatoriais e de savana. (iv) a zona semi-árida que se estende desde o sudeste ao longo de 1.600km de costa do Namibe até Luanda, caracterizada sobretudo por terras baixas e planícies. (v) a zona árida que se estende desde o sudoeste até à província de Luanda, e (vi) finalmente, as áreas desertas do extremo sudoeste concentradas sobretudo na província de Namibe. Estas diferenças regionais são o factor que mais influencia os padrões de meios de sustento, incluindo as actividades pesqueiras e a agricultura de irrigação ao longo da costa; a criação de animais e produção de massambala e massango no sul; a produção de milho, gado e leite nas áreas transumantes do norte do Cunene, com transição para condições húmidas e de chuva nas regiões centrais e do norte; e as áreas de produção predominante de mandioca, banana e café na floresta tropical de folha larga e verde, bem fornecidas de madeiras tropicais especialmente em áreas do centro, leste e norte de Angola. Para além dos factores agro-ecológicos que definiram padrões de subsistência na maior parte das zonas rurais de Angola, as condições de maior acesso e melhores ligações a mercados e a oportunidades de comércio que se seguiram a 27 anos de guerra civil continuam a influenciar os meios de sustento rural, particularmente entre o interior, agricolamente produtivo, e os mercados de produtos alimentares costeiros, estratégicos e lucrativos em áreas como Benguela, Lobito e Luanda. Isto tem sido encorajado pelo desenvolvimento de melhores 2 http://www.fews.net/docs/Publications/AO_DeskReview_2012_10.pdf 7 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 infraestruturas no caso de estradas nacionais principais e pela reconstrução da linha de caminho de ferro de Benguela, que segue as antigas rotas comerciais que passam por Benguela, Huambo e Bié. Para além disso, a presença de recursos naturais como petróleo, diamantes, minério de ferro, fosfatos, cobre, feldespato, ouro, bauxita e urânio, bem como o potencial hidroeléctrico e as ricas terras agrícolas provavelmente continuarão a fazer crescer os meios de sustento por todo o país. Contudo, apesar da significativa redução dos níveis de pobreza, actualmente o país continua pobre e importa a maior parte dos produtos alimentares necessários ao consumo nacional. A outra grande actividade económica que tem determinado os meios de sustento das populações rurais é a indústria da construção em expansão, produto da economia em rápido crescimento. Projectos de construção de casas, estradas, aeroportos, linhas de caminho de ferro e infraestruturas sociais têm aumentado as oportunidades de trabalho em zonas rurais do país. A informação contextual acima referida e os conhecedores juízos dos participantes relativamente a actividades de sustento nas zonas rurais de Angola levaram à identificação de treze grandes zonas de meios de sustento: i. ii. iii. iv. v. vi. vii. viii. ix. x. xi. xii. xiii. Zona Costeira de Rendimento Pesqueiro, Horticultura e Não-Agrícola. Zona de Cultivo de Transição de Banana e Ananás. Zona Pastorícia, e de Massango e Massambala do Sul. Zona Sub-Húmida de Pastorícia e Milho. Zona Centro-Oriental de Mandioca e Floresta. Zona de Planalto Central de Batata e Vegetais. Zona de Planalto Central de Milho e Feijão. Zona de Terras Baixas de Transição de Milho, Mandioca e Feijão. Zona de Floresta Tropical, Mandioca, Banana e Café. Zona de Floresta de Savana e Mandioca Para Comércio. Zona de Floresta de Savana e Mandioca de Sustento. Zona de Pesca, Mandioca e Comércio Transfonteiriço e Zona Costeira de Agro-Pecuária. Em geral, o risco de insegurança alimentar é maior nas áreas em que existe um alto risco de fracasso da produção devido às condições climáticas semi-áridas e à ocorrência frequente de desastres naturais, e onde os grupos mais pobres têm oportunidades limitadas de obtenção de rendimento e maiores dificuldades no acesso a mercados. As seguintes zonas são consideradas como as de maior risco de insegurança alimentar na Angola rural. Zona Pastorícia, e de Massango e Massambala do Sul (AO03)-Esta é uma zona árida do país, onde há frequentes secas e períodos sem chuva. Estas condições levam a uma produção de grão muito variável. A seca também pode conduzir a falta de pasto e água de superfície, o que ocasionalmente leva a perdas significativas de gado que constitui um bem fundamental na zona. Zona de Planalto Central de Milho e Feijão (AO07)-Esta zona tem um número significativo de pessoas anteriormente deslocadas. Apesar das condições favoráveis agro-climáticas, esta zona enfrenta problemas, tais como pequenas parcelas agrícolas, devido à alta densidade populacional, à menor quantidade de bens produtivos e aos agregados familiares relativamente pobres que não recuperaram de perdas durante a guerra civil, e ainda devido a frequentes riscos climáticos, tais como inundações, seca e escassez de chuva. Isto torna a zona vulnerável do ponto de vista da segurança alimentar devido a baixos níveis de resiliência dos agregados familiares, quer a desastres naturais, quer a choques económicos. 8 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Zona de Floresta de Savana e Mandioca de Sustento (AO11)-Dadas as favoráveis condições climáticas e de cultivo, o potencial desta zona é muito alto. Contudo, a produção permanence a nível de sustento, com grande dependência da mandioca e pouca diversificação económica. É caracterizada pela inacessibilidade física devido à sua localização remota causada pela falta de desenvolvimento de infraestruturas. Não está ligada a nenhum mercado estratégico (regional ou nacional) que facilite o acesso regular a alimento e rendimento. Deste modo, esta é uma das zonas em maior risco de insegurança alimentar. ACONTECIMENTOS RECENTES QUE AFECTAM A SEGURANÇA ALIMENTAR E OS MEIOS DE SUSTENTO 2013/2014 2012/2013 2011/2012 2010/2011 2009/2010 Níveis de chuva abaixo do normal e um período seco prolongado na zona sul de Angola afectaram a produção de massango e massambala, a pastorícia e as condições das áreas de pastagem com reduzido acesso a água para o gado. Isto elevou o risco geral de insegurança alimentar para os agregados familiares devido à perda de colheitas próprias e de produtos pastorícios bem como de rendimentos resultantes da venda de colheitas e de animais. Chuva errática e abaixo do normal em muito do território de Angola em inícios de 2012 contribuiu para uma redução da produção agrícola, o que levou ao aumento da insegurança alimentar e uma maior prevalência de má-nutrição aguda, especialmente no sul de Angola e em algumas áreas centrais do país. Fonte- USAID/OFDA- Gabinete do Alimento para a Paz (Último Boletim Informativo para Angola – Assistência Humanitária em Revisão). Aumento da produção agrícola devido a boa precipitação de chuva em todo o país, incluindo as regiões centrais e do sul, o que resultou em níveis mais elevados de oferta alimentar do que de procura, levando a uma redução dos preços. Isto teve como resultado final a redução dos rendimentos dos agregados familiares em algumas áreas rurais, o que causou défices monetários, especialmente nas áreas agrícolas muito produtivas dos planaltos centrais. Boa precipitação de chuva em todo o país, mas especialmente na região central, e aumento da produção agrícola, especialmente de alimentos básicos, e melhores condições pastorícias. Isto teve como resultado um aumento de produtos pastorícios, como leite e carne, para consumo e para venda. Chuva acima da média, causando inundações em algumas áreas, incluindo o centro e sul de Angola. A produção geral de colheitas foi abaixo da média na maior parte das áreas, especialmente no sul e centro de Angola. Isto afectou também as condições de pasto e de gado devido às más condições climáticas e a surtos de doenças dos animais em algumas áreas. 9 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ZONA COSTEIRA DE RENDIMENTO PESQUEIRO, HORTICULTURA E NÃO-AGRÍCOLA (ZONA DE MEIOS DE SUSTENTO 01) Risco de insegurança alimentar Baixo risco de insegurança alimentar devido às opções diversificadas de meios de sustento do agregado familiar. Principais bens produtivos Pobres Com mais posses Menos cabras, ovelhas, Mais cabras, ovelhas e porcos em porcos e aves currais. domésticas Equipamento de pesca (barco Equipamento de pesca motorizado, rede e anzol) (canoa de madeira, Veículo motorizado rede, linhas com anzóis- Terra cultivável- mais hectares. “Muzuas”) Bicicleta Terra cultivável- menos hectares. Principais alimentos consumidos e fontes Pobres Com mais posses Mandioca (OP/MP) Mandioca (OP) Vegetais (OP) Vegetais (OP) Milho (OP/MP) Milho (OP/MP) Peixe (G/MP) Peixe (G/MP) Carne (MP) Carne (OP/MP) Banana (MP) Banana (OP/MP) Principais fontes de rendimentos Pobres Com mais posses Venda de peixe Venda de peixe Venda de vegetais Comércio por grosso de grande Comércio de pequena escala escala Emprego formal Venda de trabalho não- Venda de vegetais laboral Remessas de dinheiro Venda de combustível doméstico Venda de sal Mercados principais Os mercados alimentares estratégicos incluem Locais, Luanda e Benguela; entretanto, o trabalho é comercializado nas indústrias de serviços, formais e informais, em expansão (armazéns e fábricas de produtos de peixe). Principais riscos e frequência aproximada Mar bravo durante a estação das chuvas Invasão por grande número de focas, uma praga durante a estação das chuvas Inundações marítimas em que a água salgada inunda a água doce durante o período de Março a Abril Principais estratégias de sustento Migração de Maior comércio de produtos trabalhadores para manufacturados áreas urbanas tais como Maior dependência de remessas de Luanda dinheiro de familiares que trabalham Maior dependência do noutros lugares auto-emprego Esta zona situa-se na linha da costa, estendendose pelas províncias do Namibe, Benguela, Cuanza Sul, Cuanza Norte, Zaire e Cabinda. Caracteriza-se por condições áridas e semi-áridas no sul, enquanto nas áreas do norte o clima é tropical fresco, especialmente ao longo da costa das províncias do Zaire e de Cabinda. A topografia caracteriza-se por uma estreita planície costeira de terras baixas com uma altitude de 0-400 metros que se eleva abruptamente transformando-se num planalto interior. A vegetação é constituída sobretudo por erva e floresta com áreas isoladas de mangais, estepe e velhas oliveiras e palmeiras de óleo que datam do tempo colonial. A precipitação varia entre 50-100mm por ano na região árida e semi-árida do sul, aumentando para 800mm na zona tropical do norte, sobretudo nas províncias do Zaire e Cabinda. As chuvas normalmente começam no início de Outubro e vão até Abril com um intervalo de Maio a Setembro. A temperatura média varia entre um o máximo de 25 a 30 C em Dezembro/Março e um o mínimo de 17 a 20 C entre Junho e Julho. A área tem uma densidade populacional de aproximadamente 5-10 habitantes por quilómetro quadrado, com uma maior concentração de pessoas nos centros urbanos (Censo Nacional de População-2000). O solo é naturalmente fértel, constituído por barro e solos aluviais que são muito adequados à agricultura de cultivo mas não são utilizados eficazmente devido às condições áridas e semiáridas especialmente no sul. As áreas de terra cultivada são pequenas, em média de 0.8 hectares. A maior parte do cultivo é feito à mão, embora os grupos com mais posses empregue trabalhadores e, por essa razão, possua maior quantidade de terreno. Em comparação com a parte norte desta zona, bem como com outras regiões do país, a parte sul tem um potencial agrícola muito baixo. 10 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 A fonte principal de alimento das famílias desta zona provém do mercado, embora as colheitas de horticultura (tomate, cebola, couve e espinafre) sejam cultivadas no sul da zona. A mandioca e o milho são produzidos na linha costeira do norte, em particular pelo grupo com maiores posses. Este grupo faz criação de animais pequenos, incluindo cabras, ovelhas, porcos e aves domésticas, principalmente para consumo familiar. Os factores principais que determinam a riqueza são o acesso ao equipamento de pesca, a posse de animais, o tamanho de terra cultivada e a capacidade de ter outro emprego e outras oportunidades económicas. Os rendimentos dos agregados familiares nesta zona baseiam-se sobretudo em actividades piscatórias marítimas de grande escala, comerciais e semi-industriais, bem como actividades piscatórias de menor escala. Os pobres e os mais favorecidos dependem sobretudo da venda de peixe como forma de rendimento. Contudo, o grupo pobre também depende da venda de vegetais, produção familiar de combustível (madeira, carvão vegetal e carvão), pequeno comércio, trabalho não qualificado em armazéns, fábricas de tratamento de peixe e outros sectores de serviços. O grupo com mais posses complementa os rendimentos com actividades de pequeno comércio e emprego formal no sector de serviços, bem como remessas de dinheiro. Outras actividades económicas possíveis são a mineração de sal e carvão em locais específicos ao longo da costa, principalmente nas partes central e sul da zona. Deve ser mencionado o facto de que a infraestrutura de transportes e comunicações, relativamente desenvolvida, (redes de estradas alcatroadas, transporte aéreo fiável com instalações de aeroporto renovadas, e linhas de caminho de ferro funcionais) facilitou o comércio com a área de grande produção agrícola do interior de Angola. Estas infraestruturas tornaram esta zona facilmente acessível a comerciantes e investidores de Angola e do estrangeiro. Os mercados principais para o comércio de peixe incluem: Namibe, Tombua, Lucira, Baia-Farta, Estomba-Benguela, Porto Amboim, Sumbe, Luanda e Cabinda. Estes mercados são complementados por mercados sazonais, tais como o comércio do sal em Sol-Namibe e Namibe e Caponte-Benguela para a venda de vegetais. Nesta zona há também uma nova refinaria de petróleo que está a ser desenvolvida actualmente na área costeira de Lobito. A indústria do petróleo também tem aumentado o acesso a mercados, especialmente no que respeita aos produtos locais. Os principais riscos e choques incluem mar bravo, que ocorre entre Novembro e Março; grande número de focas, que são consideradas pragas, entre Setembro e Abril; inundação de água salgada que entra pela água doce entre Março e Abril; e os derramamentos de petróleo que causam poluição ambiental ao longo da costa norte durante todo o ano. Ambos os grupos pobres e os grupos com mais posses reagem sobretudo através de migração laboral, maior dependência de auto-emprego e remessas de dinheiro. 11 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 01 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo produção de vegetais preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Outros pesca Riscos ondas marítimas gigantescas invasão de focas inundação de água salgada marítima derramamento de petróleo Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita O calendário de actividade sazonal mostra que a estação das chuvas tem lugar entre Outubro e Abril e que a estação seca vai de Maio a Setembro. A estação de escassez segue-se à estação festiva de Dezembro e vai de Janeiro a Abril. A produção de vegetais tem lugar todo o ano, enquanto colheitas como a mandioca e o milho, cultivadas sobretudo na parte norte da zona, são sazonais. A estação agrícola começa com a preparação da terra em Agosto e Setembro, seguida de plantação e sementeira em Outubro e Novembro. A monda tem lugar em Novembro e a colheita, especialmente a do milho, entre Dezembro e Janeiro. Outras actividades, especielmente as da colheita de mandioca, têm lugar durante todo o ano. Actividades piscatórias marinhas e fluviais também ocorrem durante todo o ano. CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 01 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos mandioca sêmola de milho Rendimento venda de peixe comércio de retalho trabalho casual-fora da quinta Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própriam m compra de mercado k k em género c c recoleção 12 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 O calendário de consumo mostra que o grupo pobre nas partes norte da zona (zonas costeiras das províncias de Cabinda e Zaire) não compra mandioca, alimento base, enquanto o grupo pobre das áreas do sul (zonas costeiras das províncias de Namibe, Benguela, Cuanza Sul e Bengo) compra milho, alimento base, durante todo o ano. A venda de peixe, o comércio de retalho de artigos familiares e actividades laborais casuais (armazéns e fábricas de tratamento de peixe) também ocorrem durante todo o ano. A escolaridade primária em Angola é actualmente gratuita. No entanto, as famílias gastam dinheiro nos materiais escolares. Estas despesas ocorrem normalmente durante os meses de Fevereiro a Junho e de Agosto a Novembro. As despesas com a saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas devido ao aumento de casos de malária. 13 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Zona de Cultivo de Transição de Banana e Ananás (Zona de meios de sustento 02) Risco de insegurança alimentar Área muito produtiva em colheitas com baixo risco de insegurança alimentar. Principais bens produtivos Pobres Com mais posses Área cultivada- menos Área cultivada- mais hectares hectares. Menos cabras Gado Menos porcos Mais cabras Aves domésticas Mais porcos (galinhas e patos) Aves domésticas (galinhas e patos ) Principais alimentos consumidos e fontes Pobres Com mais posses Milho (OP/MP) Milho (OP/MP) Peixe (G/MP) Bananas (OP/MP) Vegetais (OP) Peixe (G/MP) Mandioca (OP/MP) Carne (MP/OP) Carne (MP) Fruta (OP) Milho e Feijãoassistência alimentar. Principais fontes de rendimentos Pobres Com mais posses Venda de vegetais Venda de bananas Venda de milho Venda de milho Venda de trabalho Venda de ananás agrícola Venda de gado Venda de cabras Venda de cabras Venda de porcos Comércio de pequena Venda de artesanato escala, tal como água Venda de bebida local mineral Venda de combustível doméstico Mercados principais Mercados principais acessíveis na zona incluem Caponte e Chapanguela. O emprego laboral local ocorre sobretudo nas plantações de banana e ananás. O emprego externo também é acessível nas áreas vizinhas peri-urbanas e nas cidades com trabalhadores migrantes ao longo da costa. Principais riscos e frequência aproximada Ocorrem inundações sazonais anualmente de Novembro a Dezembro Ocorrem doenças de animais de dois em dois anos de Junho a Setembro Baixos preços das colheitas durante anos de colheita abundante. Principais estratégias de sustento Pobres Com mais posses Mais migração laboral Mais venda de gado Mais auto-emprego Maiores níveis de autoMais remessas de emprego dinheiro Esta zona situa-se na província de Benguela e na parte ocidental da província de Cuanza Sul. A topografia é sobretudo plana e caracteriza-se pela erva de savana e zonas florestais com prados, estepe e vegetação rasteira, o que a torna favorável à produção de colheitas e de animais. A área tem ainda outros recursos naturais, incluindo quartzo e águas termais e minerais. A área tem um solo de textura arenosa moderadamente fértil, o que a torna altamente produtiva em fruta tropical (banana e ananás). A precipitação de chuva na zona varia muito, com uma precipitação média entre 200mm em Benguela e 900-1.200mm em Bocoio. A zona tem um padrão de chuvas unimodal, com duas estações distintas, a estação seca (Maio/Setembro) e estação das chuvas (Outubro/Abril). As temperaturas variam o o o entre um máximo de 20 -30 C em Março e um mínimo de 16 C o a 20 C em Junho. Esta zona é moderadamente populada, com cerca de 10-20 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). I. Os sistemas de cultivo nesta zona incluem a chuva e a irrigação. O grupo dos pobres cultiva à mão, enquanto o grupo com mais posses usa uma combinação de tracção animal e práticas mecanizadas, especialmente nas grandes plantações de banana e ananás. A zona é conhecida pelas suas plantações comerciais de pequena e grande escala, quer nas áreas baixas, quer nas altas, o que resulta em rendimento em dinheiro para a população através das vendas directas de colheitas e das oportunidades de emprego especialmente entre os pobres. As maiores colheitas são as de milho, mandioca, feijão, amendoim, batata doce, vegetais e alguns citrinos. Quer os grupos com mais posses, quer alguns agregados familiares pobres são proprietários de pequenos grupos de animais, incluindo gado, cabras e porcos e, para além disso, algumas aves domésticas são mantidas para consumo doméstico. Os principais factores que determinam a riqueza nesta zona são o tamanho da área de terra cultivada e a posse de animais. O grupo pobre vive sobretudo a níveis de sustento e o seu acesso ao alimento faz-se através da sua própria produção de culturas, pesca, compras no mercado e, em alguns casos, assistência alimentar durante anos de pouca produção. Aqueles que têm mais posses são quase sempre auto-suficientes e a maior parte das suas necessidades alimentares anuais é satisfeita pela sua própria produção de culturas. A maioria dos 14 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 habitantes locais também compra peixe capturado no rio Catumbela durante todo o ano. As principais fontes de rendimento do grupo dos pobres é a venda de vegetais, fruta, animais, artesanato, bebida local, combustível doméstico (lenha e carvão) e trabalho agrícola sazonal. As principais opções de rendimento para os mais abonados são a venda de colheitas de rendimento (bananas e ananás). Para além disso, estes complementam o seu rendimento através da venda de animais e do comércio de pequena escala, como a venda de água mineral. Nos últimos anos o desenvolvimento de infraestruturas, tais como estradas de alcatrão e ligações ferroviárias, melhorou o acesso físico às áreas costeiras vizinhas e ao interior de Angola, altamente produtivo. A zona está agora acessível a mercados-chave como Gabela, Condé, Caponte, Sumbe, Porto Amboim, Wako kungo, Luanda e Chapanguela para a venda de bananas e ananás. Para ambos os grupos, a venda de colheitas complementa o dinheiro do agregado familiar durante períodos em que as oportunidades de emprego local são limitadas. A migração sazonal dos pobres para áreas vizinhas urbanas e semi-rurais é elevada durante os meses de Maio a Setembro. Os principais riscos e choques incluem inundação sazonal, doenças de animais, períodos de seca e baixos preços das colheitas. As estratégias de sustento comuns entre os pobres são a migração laboral, o aumento de auto-emprego e a maior dependência de remessas de dinheiro. O grupo com mais posses aumenta sobretudo a venda de gado e desenvolve várias formas de auto-emprego. CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 02 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Animais criação de cordeiros/cabritos/parição extracção de leite Riscos inundações doenças de animais baixos preços das colheitas Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita As chuvas começam em Outubro e terminam em Abril do ano seguinte. A estação seca começa em Maio e termina em Setembro. A estação de escassez ocorre normalmente de Setembro a Dezembro, antes das culturas verdes estarem acessíveis para consumo em fins de Janeiro. A estação agrícola começa com a preparação da terra, sobretudo para 15 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 colheitas básicas como milho e feijão, de Maio a Agosto. Segue-se a plantação e sementeira em Setembro e Outubro. Os meses de Novembro e Dezembro são quase sempre para monda dos campos. O consumo de verdes começa em Janeiro e a colheita de grão de milho e feijão tem lugar de Fevereiro a Abril. Actividades relacionadas com colheitas grandes de rendimento (ananás e banana) têm lugar durante todo o ano. Outras actividades económicas importantes incluem a criação de cordeiros e cabritos, e parição, com produção de leite entre Outubro e Abril do ano seguinte. CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 02 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos milho feijão Rendimento venda de banana venda de ananás venda de milho e feijão Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própriam m compra de mercado k k em género c c recoleção Os padrões de consumo nesta zona indicam que o grupo pobre depende de uma combinação da própria produção de colheitas e da compra de alimentos básicos no mercado. A produção própria é uma fonte importante de alimento de Março a Agosto, após o que o grupo pobre depende das compras sobretudo de milho e feijão no mercado. As principais fontes de rendimento são sobretudo sazonais, com excepção da venda de ananás. O grupo pobre vende bananas durante os meses de Novembro a Fevereiro. Milho e feijão são consumidos e vendidos entre Maio e Junho. Outras fontes de rendimento sazonal são o trabalho agrícola nas quintas comerciais de banana. Actualmente em Agola a escolaridade primária é gratuita. Contudo, as famílias gastam dinheiro em material escolar. Estas despesas ocorrem normalmente durante os meses de Fevereiro a Junho e de Agosto a Novembro. As despesas com a saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas devido ao aumento de casos de malária. 16 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ZONA PASTORÍCIA, E DE MASSANGO E MASSAMBALA DO SUL (Zona de meios de sustento 03) Risco de insegurança alimentar Alto risco de insegurança alimentar devido às condições semi-áridas e à baixa produção de culturas. Principais bens produtivos Pobres Com mais posses Menos cabras Gado Porcos Mais cabras/ovelhas Aves domésticas Aves domésticas Terra cultivada- menos Terra cultivada- mais hectares. hectares. Utensílios naturais Utensílios naturais Produtos naturais Produtos naturais Principais alimentos consumidos e fontes Pobres Com mais posses Massango (OP/MP) Massango (OP) Massambala (OP/MP) Massambala (OP) Milho (MP) Milho (MP) Leite (OP/IK/MP) Leite (OP) Carne (OP/MP) Carne (OP) Alimentos silvestres (G) Alimentos silvestres (G) Dádivas Milho e feijão (assistência alimentar) Principais fontes de rendimentos Pobres Com mais posses Venda de cabras Venda de gado Venda de porcos Venda de produtos de Venda de aves gado (leite e carne) domésticas Venda de peixe Venda de produtos naturais Mercados principais Os mercados principais acessíveis nesta zona são Nguanguelas, Kwahama, Nhaneka, Humbi, Mucubais e Muimbas. O trabalho Local também é comercializado dentro e fora da zona. Principais riscos e frequência aproximada Condições de seca, que normalmente ocorrem aproximadamente de 10 em 10 anos Inundações sazonais ocorrem anualmente Períodos de seca ocorrem uma vez de dois em dois ou de três em três anos Doenças dos animais ocorrem anualmente Principais estratégias de sustento Pobres Com mais posses Mais venda de trabalho Maior recoleção de alimentos silvestres Mais venda de animais Mais auto-emprego Esta zona situa-se sobretudo na parte sul de Angola na zona agro-ecológica árida e semi-árida. A topografia é geralmente terra baixa de tipo pradaria. A vegetação caracteriza-se por deserto, erva e floresta de savana. Nesta zona os rios incluem o Cunene que corre por uma zona que desce gradualmente para o extremo sul e escoa-se directamente numa rede de vales, incluindo a grande bacia seca do Etosha na Namíbia e outros cursos de água secos. O segundo maior rio é o Okavango na parte oriental da zona, que surge de uma área mais densamente florestada em Kubango, dentro do planalto de Bié. Atravessa o sudeste de Angola num curso inicialmente interrompido por rápidos. Ao longo do seu curso junta-se-lhe o Cuito e o Cubango, dois dos seus maiores afluentes, e depois corre ao longo da fronteira com a Namíbia, criando canais aluviais de planície bem adequados ao “Olanaka”, uma forma tradicional de agricultura de terras aluviais no sudeste de Angola. Esta zona tem um padrão de chuva unimodal, com uma precipitação média de cerca de 200-400mm por ano. Há duas estações, a estação das chuvas que vai de Setembro a Março, e a estação seca de Abril a Agosto. As temperaturas anuais médias são variáveis, aumentando do norte para o sul. A população é muito pouco densa, com cerca de 5 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). A escassez da população, combinada com as condições áridas e o solo arenoso, tornam esta região mais adequada à pastorícia do que ao cultivo. O relevo suave nesta área facilita a movimentação de animais transumantes após as inundações sazonais de áreas como as zonas baixas do rio Cunene. Uma sucessão de lagos e lagoas pouco profundos oferece pastagem para o gado na estação seca. As lagoas permanentes de Tchimporo em Kuvelai também têm um papel importante na vida económica do povo, pois oferecem oportunidades de pesca e pastagens de reserva durante períodos críticos. Os dois factores principais que determinam níveis de riqueza entre os agregados familiares são o número de animais que estes possuem e a terra cultivada por cada agregado. Cultiva-se principalmente o pequeno grão (massango e massambala) com algum milho e vegetais ao longo dos principais rios e vales. A população local também recorre à pesca sazonal fluvial como complemento do seu regime alimentar. O grupo pobre subsiste por meio da sua própria produção de colheitas e alimentos silvestres. O grupo de mais posses produz um pouco mais de alimento e todos os agregados familiares dependem de compras de bens essenciais no mercado durante os meses de Dezembro a Maio, o que é complementado por leite e carne especialmente durante a 17 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 estação das chuvas. Esta zona é conhecida pela sua produção de leite que é consumido durante todo o ano, embora as quantidades consumidas sejam maiores durante a estação das chuvas. A maioria dos produtos animais consumido pelo grupo pobre é obtida por meio de pagamento em géneros recebido do grupo com mais posses como paga pelo pastoreio de gado. A venda de animais é a fonte de rendimentos em dinheiro mais importante, quer para o grupo pobre, quer para o de mais posses. O grupo pobre obtém rendimento da venda de cabras e porcos, e também da venda de carvão e lenha. O grupo com mais posses também obtém rendimento da venda de leite e outros lacticínios. A venda de animais, produtos animais e trabalho local (pastoreio) é possível devido à procura dentro da zona e ao acesso a mercados-chave estratégicos, tais como Nguanguelas, Kwahama, Nhaneka, Humbi, Mucubais, Muimbas e Ondjiva/Santa Clara. Os mercados externos mais importantes incluem Lubango/Mutala nas regiões do centro-sul, Kalueque e, para lá da fronteira, a Namíbia. O acesso físico a esses mercados é relativamente bom devido a uma rede rodoviária razoavelmente bem distribuída por toda esta região escassamente povoada do país. Grandes riscos e choques incluem seca, períodos secos e inundações sazonais. A estratégias comuns de sustento do grupo pobre incluem a venda de trabalho e a recoleção de alimentos silvestres, mais venda de animais e diversificação de opções de auto-emprego, enquanto o grupo mais abastado tende a aumentar a venda de animais e a deslocar-se para terras mais altas em caso de inundações excessivas, especialmente ao longo da fronteira entre Angola e a Namíbia. CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 03 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Animais criação de cordeiros/cabritos/parição extracção de leite migração sazonal de gado Riscos inundações doenças de animais baixos preços das colheitas Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita 18 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 As chuvas duram de Setembro até fim de Março do ano seguinte. A estação seca começa em Abril e dura até Agosto. A estação de escassez vai normalmente de Setembro a Novembro, antes do início do aumento da produção de leite em Dezembro e do consumo de verdes em finais de Janeiro. A estação agrícola começa com a preparação da terra, sobretudo para colheitas básicas como massango e massambala, de Junho a Agosto. Segue-se a plantação e a sementeira em Setembro e Outubro. A monda faz-se entre Novembro e Janeiro. A produção de leite começa a partir de Outubro, aumentando por volta de Dezembro e até Abril. O acesso à alimentação é complementado pelo consumo de verdes a partir de fins de Janeiro. Outras actividades sazonais importantes incluem a criação de cordeiro e cabrito, e a parição, desde Outubro até Abril do ano seguinte. Os principais riscos são a inundação fluvial e as doenças dos animais, em conjunto com os baixos preços das colheitas, especialmente durante e após a principal colheita por volta de Abril. CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 03 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos milho feijão massango e massambala comércio de troca (animais por grão) assistência alimentar Rendimento venda de animais venda de massango/ massambala venda de produtos naturais Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção O padrão de consumo entre o grupo pobre nesta zona mosta uma maior dependência de compras de produtos básicos no mercado do que de colheitas próprias. As colheitas próprias de massango e massambala normalmente duram entre Junho e Novembro. Os principais alimentos básicos comprados pelo grupo pobre entre Setembro e Fevereiro são milho e feijão. O grupo pobre também troca animais por grão durante o período de Dezembro a Maio, na altura anterior à próxima colheita. As principais fontes de rendimento familiar são a venda de animais, de produtos naturais e, até certo ponto, de grão de massango e massambala imediatamente após a colheita principal (Junho a Agosto). As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril. 19 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ZONA SUB-HÚMIDA DE PASTORÍCIA E MILHO (Zona de meios de sustento 04) Risco de insegurança alimentar Baixo risco de insegurança alimentar devido à alta produtividade agrícola. Main productive assets Pobres Com mais posses Menos gado Mais gado Aves domésticas Cabras Terra cultivada- menos Ovelhas hectares Porcos Utensílios manuais Terra cultivada- mais hectares Tracção animal Principais alimentos consumidos e fontes Pobres Com mais posses Milho (OP/MP) Milho (OP) Massango (MP) Massango (MP/OP) Massambala (MP) Massambala (MP/OP) Arroz (MP) Arroz (MP) Carne (OP/MP) Mandioca (MP) Peixe (G/MP) Feijão (MP) Carne (OP/MP) Carne (OP) Mandioca (MP) Peixe (MP) Principais fontes de rendimentos Pobres Com mais posses Venda de trabalho Venda de gado Venda de milho Venda de produtos animais Venda de peixe (leite e carne) Venda de gado Emprego formal Venda de aves Comércio formal/informal domésticas Minerais- i.e. Granito Venda de produtos naturais Mercados principais As principais oportunidades de emprego local existem dentro da zona e incluem trabalho agrícola, como a preparação da terra, sementeira, remoção de erva daninha e colheita, etc. Principais riscos e frequência aproximada Seca e períodos secos Inundações Doenças de animais Doenças e pragas de culturas Frequentes fogos florestais-para renovar as condições de pastagem Preços flutuantes de alimentos no mercado Principais estratégias de sustento Pobres Com mais posses Migração laboral Irrigação Maior recoleção de Compra de alimentos alimentos silvestres distantes/stoques adequados. Mais venda de animais Mais venda de animais Migração em busca de Compra de medicamentos para água e pastagens animais Esta zona de meios de sustento está localizada nas regiões centro-sul e central da parte sub-húmida de Angola. Abrange sobretudo as provícias de Huíla e partes do Kuando Kubango. Nesta zona a vegetação caracteriza-se pela floresta seca decídua e pela savana. Os principais rios sazonais e perenes da zona incluem o Cubango, o Cuvlei e o Matala. A zona tem um padrão de chuva unimodal com precipitação média de cerca de 300-400mm por ano. O solo nesta área é de barro, relativamente fértil, e a população tem uma densidade moderada, com cerca de 5-10 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). É predominantemente ocupada pela agro-pastorícia e é conhecida pelo seu alto potencial agrícola devido à chuva e à irrigação agrícola. O GoA apoiou um programa de reabilitação do sector agrícola para os canais mais importantes por onde passa o rio Matala (particularmente na província do Huíla). Isto beneficiou muito a produção de milho. Principalmente faz-se o cultivo de milho, massango, feijão e vegetais. Outro cultivo de mais pequena escala inclui o dos citrinos. Os animais principais são sobretudo gado, dado a zona ser o maior produtor de leite do país, e cabras, ovelhas e porcos. As aves domésticas são sobretudo para consumo. Os habitantes locais também practicam a movimentação sazonal dos animais em busca de água e pasto. Os dois factores principais que determinam o nível de riqueza entre os agregados familiares são o número de animais que cada agregado familiar possui e a quantidade de terra cultivada. A principal fonte de alimentação do grupo pobre advém das suas próprias culturas, produtos animais e pesca, complementada pela recoleção de alimentos silvestres. O grupo pobre também depende da compra de alimentos básicos (milho e mandioca) durante os meses de Outubro a Fevereiro. O grupo de mais posses depende sobretudo da sua própria produção e produtos animais, com compras mínimas no mercado, especialmente de bens alimentares não básicos. As principais fontes de rendimento do grupo pobre 20 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 incluem a venda de trabalho, grão, peixe, gado e lenha, com rendimento adicional resultante do trabalho nas minhas de carvão. O grupo com mais posses vende animais e produtos animais (leite e carne) como principal fonte de rendimento, o que é complementado por emprego formal, comércio e minerais como o granito. O comércio de vários produtos é possível devido à existência de mercados importantes com boas ligações entre si, tal como João de Almeida e Mutundo (Lubango). A maioria do trabalho agrícola é providenciado localmente dentro da zona. Esta área também está estrategicamente situada, o que a torna acessível a mercados regionais lucrativos ao longo das áreas costeiras e da fronteira com a Namíbia, bem como o densamente povoado planalto central do país. O fluxo de produtos e a sua acessibilidade são determinados pelas áreas de origem, estado das estradas de acesso e factores ambientais e de linhas ferroviárias. Os principais riscos e choques incluem a seca e as condições secas, inundações, doenças de animais, pragas e doenças de colheitas e preços flutuantes de produtos alimentares. Estratégias comuns de sustento, especialmente entre os grupos pobres, incluem a migração laboral, mais recoleção de alimentos silvestres, mais venda de animais e migração em busca de água e pastagens. 21 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 04 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Animais criação de cordeiros/cabritos/parição extracção de leite migração sazonal de gado Riscos secas e períodos secos inundações doenças de animais baixos preços das colheitas Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita A estação das chuvas vai de Outubro até ao fim de Abril do ano seguinte. A estação seca é entre Maio e Setembro. A estação de escassez é normalmente de Outubro a Janeiro, antes do consumo de verdes em finais de Janeiro. A estação agrícola começa com a preparação da terra, principalmente para o cultivo de alimentos básicos (milho, feijão e mandioca) de Junho a Agosto. Segue-se a plantação e a sementeira em Setembro e Outubro. A monda é feita entre Novembro e Janeiro, o que também oferece oportunidades de emprego para o grupo pobre. Os principais riscos são a seca e as condições secas durante a estação das chuvas, inundações fluvais sazonais em Outubro e Novembro, doenças de animais de Junho a Setembro em conjunto com baixos preços das colheitas especialmente durante e após a colheita principal de Março a Junho. 22 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 04 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos milho feijão peixe Rendimento venda de milho venda de peixe venda de carvão venda de trabalho Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção O calendário de consumo do grupo pobre mostra dependência quer da compra em mercado, quer da produção própria. As colheitas básicas incluem o milho e o feijão complementado pela pesca. A colheita própria é uma importante fonte de alimento entre Abril e Agosto. As compras em mercado, especialmente grão de milho e feijão, normalmente ocorre entre Setembro e Março, após o que o grupo pobre pode obter produtos verdes da nova colheita. A pesca é uma actividade de todo o ano nos rios principais da zona. As principais fontes de rendimento em dinheiro incluem a venda de milho nos meses de Junho a Setembro. A venda de peixe é sazonal e providencia rendimento familiar nos meses de Outubro a Abril. O carvão é vendido sobretudo entre Junho e Setembro e a venda de trabalho (agrícola e não-agrícola) faz-se durante o ano e providencia rendimento muito necessário ao grupo pobre. As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças na escola, dado que a escolaridade primária é actualmente gratuita. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril. 23 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ZONA CENTRO-ORIENTAL DE MANDIOCA E FLORESTA (Zona de meios de sustento 05) Risco de insegurança alimentar Baixo risco de insegurança alimentar devido à diversificação de colheitas e produtividade agrícola. Principais bens produtivos Pobres Com mais posses Menos gado Mais gado Menos porcos Cabras Aves domésticas Mais porcos Terra cultivada- menos Aves domésticas hectares Terra cultivada- mais Tractores hectares Motociclo Bicicletas Utensílios manuais Principais alimentos consumidos e fontes Pobres Com mais posses Mandioca (OP) Mandioca (OP) Milho (OP/MP) Milho (OP/MP) Feijão (OP/MP) Feijão (OP) Peixe seco (MP) Arroz (MP) Óleo de cozinha (MP) Peixe seco (MP) Milho e feijão Óleo de cozinha (MP) (Assistência alimentar) Principais fontes de rendimentos Pobres Com mais posses Venda de colheitas Venda de colheitas Venda de lenha e carvão Venda de gado Venda de areia/pedras Venda de peixe Venda de alimentos Venda de madeira silvestres Mercados principais Os principais mercados estratégicos nesta zona são Chitembo, Cuemba, Rivungo, Nancova e Mavinga. A maior parte do trabalho é sazonal e tem lugar na zona entre Novembro e Fevereiro. Principais riscos e frequência aproximada Pragas e doenças das culturas ocorrem durante a estação das chuvas A doença nos animais ocorre durante a estação seca e a estação das chuvas O conflito entre pessoas e animais selvagens ocorre durante os meses de Fevereiro a Abril Preços flutuantes das colheitas de alimentos quando a colheita é boa. Principais estratégias de sustento Pobres Com mais posses Venda de aves Mais venda de animais domésticas Mais recoleção de alimentos silvestres Mais venda de lenha e carvão Migração laboral Monda dos campos de outras proprietários. Esta zona situa-se nas regiões do centro-leste e partes do sul e centro de Angola. A vegetação caracteriza-se por floresta decídua e erva. Contudo, as regiões nordestinas têm recursos naturais de floresta aberta com madeira de alto valor. Há também rios sazonais, como o Chifumage, o Lumege e o Luena, que correm na parte oriental da zona. Esta área tem um padrão de chuvas unimodal com precipitação média de cerca de 800-1.200mm por ano. A estação das chuvas geralmente dura de Setembro a Março. Os solo na área é sobretudo arenoso e de barro, com fertilidade moderada a alta. Estando entre as regiões moderamente populadas do país, esta zona tem cerca de 5-10 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). A zona contribui com cerca de 20% das colheitas nacionais, um indicador da sua alta produtividade agrícola comparada com zonas vizinhas. O principal cultivo de alimentos nesta zona é o de mandioca, milho e feijão. Outras colheitas produzidas numa escala mais pequena incluem vegetais e citrinos. A criação de animais não é uma característica dominante nesta zona embora haja pequenas criações de gado e porcos. As aves domésticas são primordialmente para consumo. Os dois factores principais que determinam níveis de riqueza entre os agregados familiares são o número de animais que possuem e a terra cultivada por agregado. O grupo pobre depende sobretudo das suas colheitas e do peixe para o consumo diário, complementados pela compra em mercado de milho, arroz, peixe seco e óleo de cozinha. O grupo com mais posses tem alguma maior auto-suficiência em termos da sua própria produção e é menos dependente de compras no mercado. A venda de colheitas (mandioca e milho) é a principal fonte de rendimentos para ambos os grupos, especialmente durante os anos de excedente. O grupo pobre também complementa o seu rendimento com a venda de produtos naturais (carvão, lenha, areia e pedras). O grupo mais abastado maximiza os seus rendimentos vendendo animais e produtos de madeira. Outros produtos florestais explorados por ambos os grupos incluem a recoleção e venda de mel de alta qualidade. 24 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 A venda de produtos locais nesta zona é possível devido ao acesso a mercados como os de Menongue, Rivungo, Mavinga, Nancova, Cuito, Chitembo, Nancova e Mavinga e Kuemba. O emprego laboral local também está acessível nos mesmos mercados. A maioria das oportunidades de emprego laboral é sazonal e está disponível de Novembro a Fevereiro. O acesso físico a estes mercados é bastante bom, embora por vezes limitado pelas más condições das estradas durante a estação das chuvas. Os principais choques e riscos incluem as pragas e doenças das culturas durante a estação das chuvas, as doenças dos animais durante a estação de seca e de chuvas, conflito entre pessoas e animais selvagens durante os meses de Fevereiro a Abril, e preços flutuantes das colheitas de alimentos quando a colheita é boa. As estratégias comuns de sustento, especialmente entre o grupo pobre, incluem a venda de aves domésticas, mais recoleção de alimentos silvestres, mais venda de lenha e carvão, migração laboral e monda dos campos pertencentes a outros. O grupo com mais posses sobrevive sobretudo através de mais venda de animais. CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 05 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Animais criação de cordeiros/cabritos/parição extracção de leite Riscos pragas e doenças das culturas doenças de animais conflito entre pessoas e animais selvagens baixo preço das colheitas Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita A estação das chuvas vai de Setembro até ao fim de Março do ano seguinte. A estação seca vai de Abril a Agosto. A estação de escassez vai de Dezembro a Fevereiro, antes do consumo das colheitas de verdes começar em inícios de Março. A estação agrícola começa com a preparação da terra, principalmente para culturas básicas como mandioca, milho e feijão de Junho a Agosto. Segue-se a plantação e a sementeira de Setembro a Novembro. O período de Dezembro a Janeiro é ocupado sobretudo pela monda das colheitas, que também providencia oportunidade de emprego ao grupo pobre. 25 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Os principais riscos incluem pragas e doenças das culturas com início em Setembro e até Março, doenças de animais que não são sazonais, conflito entre pessoas e animais selvagens de Fevereiro a Abril, e baixos preços de animais durante a estação das colheitas em Maio e Junho. CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 05 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos milho mandioca peixe Rendimento venda de milho venda de peixe venda de animais venda de carvão Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção O grupo pobre é mais dependente das suas próprias culturas do que de compras de mercado. As culturas básicas incluem mandioca, milho e feijão. As suas próprias colheitas, especialmente mandioca, são consumidas durante o ano, enquanto a de milho é apenas de Março a Agosto. A compra de milho no mercado ocorre normalmente de Setembro a Fevereiro; a colheita de milho verde está acessível a partir de Março. A pesca faz-se nos rios principais e é uma actvidade de todo o ano. As principais fontes de rendimento em dinheiro incluem a venda de animais nos meses de Novembro a Fevereiro, a venda de peixe de Junho a Fevereiro e a venda de carvão de Junho a Setembro. A venda de milho ocorre normalmente entre Setembro e Outubro quando os preços são mais elevados. Os artigos principais em que o agregado familiar gasta dinheiro são a compra de artigos escolares necessários às crianças que frequentam a escola, dado que a escolaridade primária é gratuita. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril. 26 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ZONA DE PLANALTO CENTRAL DE BATATA E VEGETAIS (Zona de meios de sustento 06) Risco de insegurança alimentar Baixo risco de insegurança alimentar devido à alta produtividade agrícola. Principais bens produtivos Pobres Com mais posses Menos cabras Gado Aves domésticas Mais cabras (galinhas e patos) Porcos Terra cultivada- menos Aves domésticas (galinhas e hectares. patos) Bicicleta Terra cultivada- mais Utensílios manuais hectares. (enxada, machado e Veículo motorizado panga) Tractor Tracção animal Principais alimentos consumidos e fontes Pobres Com mais posses Batata (OP/MP) Batata (OP) Vegetais (OP) Vegetais (OP) Milho (MP) Milho (MP) Arroz (MP) Arroz (MP) Feijão (MP) Feijão (OP/MP) Mandioca (MP) Mandioca (MP) Principais fontes de rendimentos Pobres Com mais posses Venda de batata Venda de batata Venda de trabalho Venda de gado Venda de produtos Emprego formal naturais (carvão e lenha) Comércio Venda de peixe Venda de artesanato Venda de alimentos silvestres Mercados principais Os mercados principais para compra e venda de produtos locais, incluindo o trabalho, localizam-se dentro da zona de meios de sustento. Os períodos de maior emprego local vão de Novembro a Dezembro e de Maio a Junho. Principais riscos e frequência aproximada Pragas e doenças de culturas ocorrem de Setembro a Março. As doenças de animais ocorrem todo o ano. O conflito entre pessoas e animais selvagens ocorre durante o período das colheitas (Fevereiro-Abril) Baixo preço das colheitas ocorre imediatamente após a colheita principal ( Maio a Junho) Principais estratégias de sustento Pobres Com mais posses Migração laboral Maior dependência de Maior procura de remessas de dinheiro emprego Mais venda de gado Mais recoleção de alimentos silvestres Esta zona de meios de sustento situa-se nas áreas altas centrais das províncias de Huambo e Bié, localizadas sobretudo na parte sudoeste do “Planalto Central”, que tem a maior altitude do país. A topgrafia é ondulante, coberta por vegetação de savana com bolsas de floresta decídua (natural e artificial), de onde alguns habitantes locais obtêm madeira e mel. A pesca tem lugar nos rios. A zona tem um padrão de chuvas unimodal com precipitação de cerca de 800-1.200mm por ano. As duas estações agrícolas principais são os períodos de chuva de Outubro-Maio e os meses secos de Maio-Setembro. As condições climáticas são tropicais e temperadas, com períodos alternados húmidos e secos e uma temperatura média anula de cerca de 19-20°Celsius. Esta zona tem uma densidade populacional relativamente alta, com cerca de 20-30 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000), em parte devido à presença de grandes cidades como Huambo e Cuito. Isto significa que a terra para produção agrícola é limitada. O grupo pobre trabalha a terra com utensílios manuais, e os que têm mais posses usam tractores e tracção animal. A principal fonte de sustento é a agricultura de água da chuva. As principais culturas são as da batata e vegetais com pequenas quantidades de milho, feijão, mandioca, amendoim e fruta, como o abacate. Contudo, a diversificação e a produtividade agrícolas são limitadas devido às pequenas parcelas de terra cultivadas pelas maior parte das famílias. Esta zona não tem números significativos de animais; contudo, existe algum gado para tracção animal. Também há algumas cabras e galinhas que o grupo pobre utiliza sobretudo para consumo local. Os dois principais factores que determinam a riqueza na zona são o tamanho da terra cultivada e a posse de animais por agregado familiar. Os que têm mais posses são quase totalmente autosuficientes em alimentos embora completem o seu regime alimentar com a compra de outros alimentos básicos, como milho, arroz e mandioca. Os pobres também são auto-suficientes durante a maior parte do ano e normalmente compram batatas apenas 27 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 durante dois meses no ano, entre Janeiro e Fevereiro. Em anos de grande precipitação, o grupo de mais posses produz excendentes de batata para venda e desenvolve outras actividades económicas, incluindo a venda de gado, o emprego formal e o comércio. As principais fontes de rendimento entre o grupo pobre incluem a venda de batata, trabalho agrícola, carvão e lenha. Sazonalmente, numa escala mais pequena, também vendem artesanato manual e alimentos silvestres. O comércio e a comercialização de produtos locais é possível dentro e fora da zona. Isto deve-se a melhoramentos da infraestrutura rodoviária e ferroviária, que liga a zona a mercados costeiros e regionais, incluindo Luanda. A zona também é acessível a alguns mercados informais, incluindo Calenga, Chinguar, Ecunha e Alemanha, bem como outros pontos de crescimento ao longo das redes ferroviárias e rodoviárias. São estes pontos de crescimento que oferecem à população algum mercado para as suas culturas. Contudo, o acesso físico a estradas principais e secundárias é bastante limitado durante a estação das chuvas. Os riscos mais frequentes são as pragas e doenças das culturas, doenças dos animais, conflito entre pessoas e animais selvagens e baixos preços das colheitas. As estratégias comuns de sustento entre o grupo pobre são a migração laboral, a maior procura de emprego e mais recoleção de alimentos silvestres. Os que têm mais posses normalmente aumentam a sua dependência de remessas de dinheiro e mais venda de gado. CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 06 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Animais criação de cordeiros/cabritos/parição extracção de leite Riscos pragas e doenças das culturas doenças de animais conflito entre pessoas e animais selvagens baixo preço das colheitas Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita A estação das chuvas decorre de Setembro a fins de Março do ano seguinte. A estação seca começa em Abril e vai até a Agosto. A estação de escassez decorre normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do consumo de verdes em inícios de Março. 28 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 A estação agrícola começa com a preparação da terra, principalmente para culturas básicas como batata e vegetais, bem como milho e feijão em Junho e Agosto. Segue-se a plantação e a sementeira de Setembro a Novembro, e depois a monda, de Dezembro a Janeiro, que também providencia oportunidade de emprego ao grupo pobre. Os principais riscos incluem pragas e doenças das culturas, doenças dos animais, conflito entre pessoas e animais selvagens sobretudo de Fevereiro a Abril, e baixos preços de animais durante a estação das colheitas em Maio e Junho. CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 06 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos Batata doce comércio de troca Rendimento venda de batata venda de milho venda de animais venda de carvão Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção O calendário de consumo mostra que o grupo pobre depende sobretudo das suas próprias culturas, especialmente a batata doce, que satisfaz a maior parte das necessidades alimentares anuais, com uma dependência limitada da troca comercial por batata durante os meses de escassez de Dezembro a Fevereiro. O consumo de culturas verdes começa em Março. As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem a venda de batata doce nos meses de Março a Dezembro, a venda de milho em Janeiro e Fevereiro, a venda de animais em Novembro e Dezembro, quando os preços estão em alta durante a estação festiva, e a venda de carvão de Junho a Setembro. As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola, dado que a escolaridade primária é actualmente gratuita. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril. 29 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ZONA DE PLANALTO CENTRAL DE MILHO E FEIJÃO (Zona de meios de sustento 07) Esta zona situa-se nas províncias de Huambo, Cuanza Sul, Bié e Risco de insegurança alimentar algumas partes da província de Huíla, situadas no Planalto Alto risco de insegurança alimentar devido à alta Central. A vegetação é maioritariamente de savana aberta e densidade populacional e ao tamanho relativamente pequeno de terra cultivável. prados arbustivos com cobertura de floresta decídua constituída Principais bens produtivos por árvores de tamanho médio e plantações de, por ex., Pobres Com mais posses eucalipto e cedro. Esta área tem recursos naturais como água, Terra cultivada- menos Terra cultivada- mais pedras e diamantes. hectares. hectares. Menos cabras Gado A zona tem um padrão de chuva unimodal com precipitação Menos porcos Mais cabras média de cerca de 900-1.200mm por ano. As condições Utensílios manuais Mais porcos (enxada, machado e Equipamento de climáticas são tropicais e temperadas, com temperaturas panga). tracção animal máximas de 25-27°Celcius e mínimas de 11-13°Celcius. A Bicicleta Motociclo estação das chuvas vai de Setembro a Março e a estação seca Principais alimentos consumidos e fontes de Abril a Agosto. Pobres Com mais posses Milho (OP/MP) Milho (OP) O solo é moderamente fértil, sendo relativamente mais fértil no Feijão (OP/MP) Feijão (OP) sul. Vegetais (OP) Vegetais (OP) Peixe fresco e seco Peixe fresco e seco (G/MP) (G/MP) Há cerca de 30 habitantes por quilómetro quadrado (Censo Alimentos silvestres (G) Alimentos silvestres (G) Nacional de População-2000). O tamanho médio das Principais fontes de rendimentos propriedades por agregado familiar é relativamente pequeno. Pobres Com mais posses Isto deve-se à alta densidade populacional, à perda de bens Venda de cabras Venda de colheitas produtivos durante a guerra civil que não foram substituídos, e Venda de trabalho Venda de gado a riscos climáticos frequentes. Recentemente houve um Venda de carvão Venda de cabras aumento significativo da utilização de tracção animal no arado, Venda de produtos Venda de porcos florestais, i.e. bagas Comércio especialmente entre o grupo com mais posses. Também são silvestres, cogumelos, utilizados bois para transporte de produtos agrícolas para os mel etc. mercados das proximidades. Mercados principais Existem possibilidades de trabalho informal na O principal sistema de cultivo é a agricutura irrigada pela chuva zona, sobretudo facultados pelo grupo com mais com sistemas de irrigação de pequena escala. As principais posses. Estas incluem o trabalho agrícola e culturas são milho e feijão e, numa escala mais pequena, batata actividades de rendimento não-agrícola. A maioria dos trabalhadores são pagos em dinheiro no final doce e mandioca, especialmente entre os pobres. A maioria do de um contrato específico. cultivo tem lugar nos sopés e nos vales – sobretudo em parcelas Principais riscos e frequência aproximada pequenas e fragmentadas, conhecidas localmente como Inundações que afectam as culturas devido a chuva “gongo”, com escoamento para pequenos rios do planalto excessiva em finais de Setembro e inícios de central através de canais baixos designados de “ombanda”. Outubro nas zonas baixas de escoamento da zona Estas parcelas permitem aos agricultores fazer cultivo entre as de meios de sustento. Por vezes também se colheitas principais. A criação de animais inclui gado, cabras e verificam condições de seca. porcos. Principais estratégias de sustento Pobres Com mais posses Maior procura de Maior volume de O principal determinante local de riqueza entre os agregados trabalho casual. negócios. familiares é o tamanho das terras cultivadas, que depende do Mais venda de produtos Maior procura de acesso de cada agregado à força de tracção e a animais. locais, por ex. lenha, emprego formal Quer o grupo pobre, quer o de mais posses subsistem das suas carvão e mudança para Venda de animais próprias culturas, peixe e alimentos silvestres, bem como algum uma alimentação mais leite. O grupo pobre depende da compra de milho no mercado barata entre Janeiro e Fevereiro, quando a sua própria colheita já foi gasta. 30 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 As famílias com mais posses obtêm o seu rendimento da venda de culturas, animais e comércio. As oportunidades de auferir rendimentos entre o grupo pobre são mais diversas embora menos rentáveis. Incluem o trabalho agrícola e casual, a venda de cabras, carvão, bagas silvestres, cogumelos e mel. A maior parte do trabalho casual tem lugar na zona, excepto durante períodos de crise, quando o grupo pobre migra para zonas vizinhas em busca de emprego. Tal como as zonas vizinhas, esta zona recentemente adquiriu acesso a uma infraestrutura rodoviária e ferroviária bem desenvolvida, assim como a transporte aéreo fiável nas cidades de Huambo e Cuito. Estes melhoramentos ajudaram a ligar a zona a mercados alimentares estratégicos e mais lucrativos, como Lobito e Luanda, na costa. Outros mercados locais onde a população vende os seus produtos incluem Cuito, Kamacupa, Catabola, Nhareia, Andulo, Cunhinga, Huambo, Chipindo, Caluquembe, Caconda e Chicomba. Os riscos mais frequentes são as inundações, secas e condições de seca. O grupo pobre normalmente subsiste através de mais trabalho casual e mais venda de produtos locais, enquanto o de mais posses usa estratégias como mais comércio, emprego formal e venda de animais. CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 07 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Animais criação de cordeiros/cabritos/parição extracção de leite Riscos inundações condições de seca Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita A estação das chuvas decorre de Setembro até ao fim de Março. A estação seca decorre de Abril a Agosto. A estação de escassez decorre normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do início do consumo de verdes em inícios de Março. A preparação da terra tem lugar de Março a Maio e de Agosto a Setembro, principalmente milho e feijão, as culturas básicas nesta zona. Segue-se a plantação e a sementeira em Junho e Julho, e Outubro e Novembro. A monda tem lugar de Dezembro a Janeiro e dá emprego ao grupo pobre. 31 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Os principais riscos incluem inundações sazonais durante a estação das chuvas em Setembro e Outubro e por vezes condições de seca de Setembro a Fevereiro. CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 07 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos milho e feijão comércio de troca Rendimento venda de animais venda de cogumelos venda de mel venda de carvão Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção O grupo pobre depende sobretudo de milho e feijão em termos de segurança alimentar, com algum comércio de troca de outros produtos alimentares durante os meses de escassez de Dezembro a Fevereiro. A compra de milho e feijão no mercado tem lugar em Janeiro e Fevereiro, após o que o consumo de culturas verdes começa em Março. As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem a venda de animais durante todo o ano, a venda de cogumelos de Novembro a Fevereiro, e de mel em Agosto e Setembro. O carvão também é vendido, sobretudo de Junho a Setembro. As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril. 32 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ZONA DE PLANÍCIES DE TRANSIÇÃO DE MILHO, MANDIOCA E FEIJÃO (Zona de meios de sustento 08) Risco de insegurança alimentar Baixo risco de insegurança alimentar devido ao padrão de plantação de culturas diversificadas na zona. Principais bens produtivos Pobres Com mais posses Terra cultivada- menos Terra cultivada- mais hectares hectares Menos cabras Gado Bicicleta Mais cabras Utensílios manuais Veículo motorizado (enxada, panga e Bicicleta machado) Equipamento de pesca Aves domésticas Utensílios manuais (galinhas e patos) (enxada, panga e machado) Aves domésticas (galinhas e patos) Principais alimentos consumidos e fontes Pobres Com mais posses Mandioca (MP/OP) Mandioca (OP) Milho (MP/OP) Milho (OP/MP) Batata doce (OP) Batata doce (OP) Peixe (G) Peixe (G) Principais fontes de rendimentos Pobres Com mais posses Venda de milho Venda de milho Venda de cabras Venda de mandioca Venda de peixe Venda de batata doce Venda de trabalho Venda de peixe Comércio a retalho Venda de cabras Comércio a retalho Mercados principais Os mercados principais acessíveis nesta zona são Saurimo, Luena e Chitato. Principais riscos e frequência aproximada Tempestades de granizo que ocorrem durante a estação das chuvas Conflitos entre pessoas e animais selvagens ocorrem durante a estação das colheitas. Principais estratégias de sustento Pobres Com mais posses Mais recoleção de Mais venda de animais. alimentos silvestres Mais migração laboral Mais venda de animais. Esta zona situa-se nas províncias de Bengo e Zaire, nas áreas de transição das planícies costeiras de Luanda, e no interior de altitude relativamente elevada. A sua topografia caracteriza-se pelas terras altas no norte, colinas ondulantes no centro e maioritariamente terras baixas no sul. A vegetação é de floresta e prado. Outros recursos naturais são os diamantes, o manganês e o ferro nas áreas do norte e centro. Na parte sul desta zona encontram-se os produtos de madeira e a pesca fluvial. Tem um padrão de chuva unimodal com precipitação média de cerca de 200-400mm por ano. Há duas estações distintas: a estação das chuvas de Setembro a Abril e uma curta estação seca de Maio a Agosto. As temperaturas atingem um máximo de cerca de 30-35° Celsius e um mínimo de 20-25° Celsius. O solo varia, sendo mais fértil no norte e moderadamente fértil no sul da zona. A densidade populacional é de cerca de 5 a 10 habitantes por quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). A área média de terra cultivada por agregado familiar é de cerca de 0.8 hectares; o grupo com mais posses cultiva um pouco mais de terra dado ter melhor acesso à força de tracção. A agricultura é a principal actividade económica. A agricultura mista é praticada com utilização mínima de força de tracção ou tecnologia mecanizada. A criação de animais não é significativa. A zona é uma área de transição entre a economia urbana e nãoagrícola e a economia rural maioritariamente agrícola. As principais culturas são milho, mandioca, batata doce, amendoim, feijão, banana e vegetais; cultiva-se o citrino em menor escala. Os animais são sobretudo cabras e algumas aves domésticas. Não possuem muito gado, mesmo o grupo com mais posses. Os três factores principais que determinam a riqueza incluem: tamanho da terra cultivada, posse de animais e accesso a bens produtivos, tais como equipamento de agricultura e pesca. Num ano normal, todos os grupos de riqueza dependem sobretudo da sua própria produção de culturas complementada pela pesca. Os pobres também dependem de compras de alimentos básicos no mercado. O grupo com mais posses pode contratar trabalhadores, cultivar mais terra e produzir excedente. Também há a ter em conta os alimentos silvestres especialmente no final da estação das chuvas. Estes alimentos são recolhidos e consumidos, quer pelos que têm melhores circunstâncias financeiras, quer pelos pobres. 33 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 A fonte principal de rendimento em dinheiro para o grupo com mais posses é a venda de culturas excedentes, como milho, mandioca e batata, seguidas de peixe e, ocasionalmente, cabras. Também se pode obter rendimento adicional da venda de produtos domésticos dentro da zona. O grupo pobre obtém rendimento em dinheiro do trabalho casual, da venda de peixe, do pequeno comércio e, ocasionalmente, da venda de uma cabra. Fontes de rendimento suplementar incluem a caça e a pesca sazonal no rio Congo, na fronteira norte da província do Zaire, bem como nos estuários costeiros. A zona também tem locais importantes de biodiversidade de água doce, que dão emprego devido às actividades de hospitalidade e turismo. Devido às condições climáticas as colheitas são geralmente pobres e a alimentação básica é importada das zonas vizinhas. Os mercados principais para venda de produtos locais e trabalho não qualificado são Saurima, Luena e Chitato, cidades costeiras vizinhas e áreas peri-urbanas. O comércio de longa distância com Luanda aumenta durante a estação das chuvas, que coincide com a estação festiva de Dezembro. Os principais riscos nesta zona são as tempestades de granizo, as secas e os períodos secos, e ainda o conflito entre pessoas e animais selvagens. A estratégia de sustento comum ao grupos pobre e ao grupo com mais posses é o aumento da venda de animais. Os pobres também recolectam mais alimentos silvestres e migram em busca de trabalho. CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 08 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Animais criação de cordeiros/cabritos/parição extracção de leite vacinação Riscos tempestades de granizo seca e períodos secos conflito entre pessoas e animais selvagens Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita A estação das chuvas vai de Setembro até ao fim de Abril. A estação seca vai de Maio a Agosto. A estação de escassez vai normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do consumo de verdes começar em inícios de Março. 34 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 A estação agrícola começa com a preparação da terra de Agosto a Outubro, seguida de plantação e sementeira (sobretudo milho, feijão e batata doce) em Outubro e Novembro. A monda tem lugar em Dezembro e Janeiro, e dá emprego ao grupo pobre. As culturas de verdes são consumidas de Janeiro até à principal colheita de milho em Março. Aa actividades relacionadas com a produção de mandioca têm lugar durante todo o ano. Os principais riscos incluem tempestades de granizo na estação das chuvas, seca e períodos secos, especialmente durante a meia estação, e o conflito entre pessoas e animais selvagens durante a estação das colheitas. CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 08 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos mandioca milho Rendimento trabalho agrícola comércio de retalho Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção O grupo pobre consome sobretudo a sua própria mandioca e milho, e compra milho durante os meses de Outubro a Março, período que inclui a estação de escassez. As culturas verdes são consumidas de fins de Fevereiro a Março. As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem o trabalho agrícola durante toda a estação das chuvas, seguido do comércio a retalho, levado a cabo durante quase todo o ano. As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril. 35 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ZONA DE FLORESTA TROPICAL, MANDIOCA, BANANA E CAFÉ (Zona de meios de sustento 09) Risco de insegurança alimentar Baixo risco de insegurança alimentar devido à alta produtividade agrícola. Principais bens produtivos Pobres Com mais posses Terra cultivada- menos Terra cultivada- mais hectares hectares Gado, cabras e porcos Aves domésticas Aves domésticas (galinhas e (galinhas e patos) patos) Bicicleta Motociclo Utensílios manuais Serras motorizadas (enxada, panga e Bombas a motor machado) Principais alimentos consumidos e fontes Pobres Com mais posses Mandioca (OP) Mandioca (OP) Banana (OP/MP) Banana (OP) Feijão (MP) Feijão (MP) Feijão nhemba (OP/MP) Feijão nhemba (OP) Vegetais (OP/MP) Vegetais (OP) Carne (MP/OP) Carne (MP/OP) Peixe (G/MP) Peixe (G/MP) Óleo de cozinha (MP) Óleo de cozinha ( MP) Alimentos silvestres (G) Principais fontes de rendimentos Pobres Com mais posses Venda de mandioca Venda de mandioca Venda de produtos Venda de banana naturais (carvão e Venda de café lenha) Venda de madeira Venda de trabalho Venda de cabras Venda de artesanato Venda de peixe Venda de peixe Mercados principais Os mercados principais na zona incluem Malanje, Ndalatando, Uíge e Cabinda. A maioria destes mercados tem ligação com Luanda. Principais riscos e frequência aproximada As chuvas excessivas e as inundações ocorrem durante a estação das chuvas Ventos fortes e tempestades ocorrem durante a estação seca O conflito entre as pessoas e os animais selvagens ocorrem durante a estação seca Pragas e doenças das culturas, como o mosaico da mandioca e a banana murcha, ocorrem anualmente durante o ano. Baixos preços das culturas, especialmente do café, durante a estação das colheitas. Principais estratégias de sustento Mais recoleção de Mais venda de animais alimentos silvestres Maior dependência de autoMais venda de emprego tal como o comércio artesanato local Esta zona de meios de sustento situa-se no planalto de grande altitude na fronteira norte de Angola com a República Democrática do Congo (RDC). A vegetação é de folha larga e floresta de madeira dura (a área inclui a grande floresta tropical de Maiombe na província de Cabinda). Para além da floresta natural há também plantações de eucalipto, pinheiro e cipestre. A precipitação é de cerca de 1.00-1.400mm por ano. As chuvas normalmente começam em Outubro e duram até Abril, havendo uma estação seca de Maio a Agosto. As temperaturas médias variam de um mínimo de 20° Celsius a um máximo de 32° Celsius. O solo é uma mistura de solo arenoso com textura de barro e a fertilidade varia de moderada a alta. A maioria do cultivo é feito manualmente e as áreas cultivadas são bastante pequenas, numa média de 0.6 a 1.2 hectares. O grupo com mais posses contrata trabalhadores e tractores e pode assim cultivar áreas maiores. A densidade populacional é de aproximadamente 1020 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). A agricultura de sequeira é realizada com práticas únicas de interculturas de mandioca, banana e café, o que fez aumentar a produção de banana e café. A produção de café foi reintroduzida recentemente na zona através de incentivos financeiros do GoA. Espera-se que venha a tornar-se uma actividade económica importante para pequenos proprietários e também para agricultores comerciais de grande escala. Outras culturas incluem milho, feijão e vegetais. A criação de animais inclui gado, cabras e aves domésticas, que se destinam ao consumo. Os principais factores determinantes de riqueza são o tamanho da terra cultivada e os tipos de culturas. Outros factores incluem o acesso a bens produtivos e a emprego pago. O grupo mais pobre subsiste das suas próprias culturas e do seu trabalho, complementado pela caça e alimentos silvestres. Fontes adicionais de alimento são a pesca e a compra no mercado de feijão e outros 36 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 alimentos não-básicos. O grupo com mais posses é, em grande medida, auto-suficiente e tem excedentes vendáveis na maior parte dos anos. As fontes principais de rendimento em dinheiro entre o grupo pobre incluem a venda de trabalho agrícola, o emprego na indústria da madeira, a venda de colheitas excedentes, e a venda de carvão e lenha. O grupo com mais posses depende sobretudo da venda de peixe, madeira e trabalho qualificado na indústria comercial da madeira. A compra e venda de produtos locais, incluindo o trabalho, tem lugar sobretudo dentro da zona. Contudo, também há comércio com Luanda, com os mercados costeiros de Catumbo, Barra-do-Dande, Cacuaco e Cabinda, e com a República Democrática do Congo. O principal obstáculo ao acesso aos mercados são as inundações sazonais. Os principais riscos são a chuva excessiva, as inundações, os fortes ventos e as tempestades, o conflito entre as pessoas e os animais selvagens, as pragas e doenças das culturas, como o mosaico da mandioca, e os baixos preços das culturas, especialmente o café. Contudo, a produção de mandioca é vista com um seguro contra a insegurança alimentar durante os anos de perda geral das colheitas. CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 09 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Animais criação de cordeiros/cabritos/parição extracção de leite vacinação Riscos inundações pragas e doenças das colheitas conflito entre pessoas e animais selvagens Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita A estação das chuvas dura de Outubro até ao fim de Abril. A estação seca dura de Maio a Setembro. A estação de escassez vai de Janeiro a Fevereiro antes do início do consumo de verdes em Fevereiro. A preparação da terra tem lugar de Junho a Setembro. Segue-se a plantação e a sementeira em Outubro e Novembro. A monda tem lugar de Dezembro a Janeiro e oferece oportunidade de emprego para os pobres. O consumo de verdes 37 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 começa em Fevereiro e a principal colheita de cereais ocorre em Junho. As actividades relacionadas com a produção de mandioca têm lugar durante todo o ano. Os principais riscos incluem tempestades de granizo durante a estação das chuvas, a seca e períodos de seca, e o conflito entre pessoas e animais selvagens durante a estação das colheitas. CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 09 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos mandioca banana Rendimento venda de mandioca venda de banana Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção O grupo pobre consome as suas próprias culturas (mandioca e banana) durante o ano, incluindo os meses de escassez. O rendimento em dinheiro entre o grupo pobre advém sobretudo da venda de mandioca e bananas. Outras fontes de rendimento que não constam do calendário de consumo incluem o emprego na indústria da madeira e o trabalho agrícola. As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril. 38 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ZONA DE FLORESTA DE SAVANA E MANDIOCA PARA COMÉRCIO (Zona de meios de sustento 10) Risco de insegurança alimentar Baixo risco de insegurança alimentar devido à alta produtividade agrícola. Principais bens produtivos Pobres Com mais posses Terra cultivada- menos Terra cultivada- mais hectares hectares Gado Menos cabras Mais cabras Porcos Ovelhas Aves domésticas (galinhas e Aves domésticas (galinhas e patos) patos) Bicicleta Motociclo Utensílios manuais (enxada, Serra motorizada panga e machado) Bomba a motor. Principais alimentos consumidos e fontes Pobres Com mais posses Mandioca (OP) Mandioca (OP) Feijão (OP) Feijão (OP) Peixe (G/MP) Carne ( MP/OP) Vegetais (OP/MP) Peixe (G/MP) Aves domésticas (OP/MP) Amendoim (OP/MP) Óleo de cozinha(MP) Vegetais(OP/MP) Alimentos silvestres (G) Óleo de cozinha(MP) Principais fontes de rendimentos Pobres Com mais posses Venda de mandioca Venda de mandioca Venda de trabalho agrícola e Venda de vegetais outro Venda de madeira Venda de artesanato manual Venda de gado Venda de bebida local Venda de cabras Venda de produtos naturais Comércio (carvão e lenha) Mercados principais Os mercados principais na zona incluem Malanje, Ndalatando, Uíge e Cabinda. A maioria destes mercados tem ligação com Luanda, o principal mercado externo acessível aos habitantes da zona. Principais riscos e frequência aproximada Chuva excessiva e inundações ocorrem durante a estação das chuvas Ventos fortes e tempestades ocorrem durante a estação seca Conflitos entre pessoas e animais selvagens ocorrem entre Fevereiro e Abril e durante a estação seca Pragas e doenças das culturas, como o mosaico da mandioca e as bananas murchas, ocorrem anualmente durante o ano. Principais estratégias de sustento Mais recoleção de alimentos Mais venda de animais silvestres Maior dependência de autoMais venda de artesanato emprego, como o comércio local Maior dependência de remessas de dinheiro Esta zona de meios de sustento situa-se nas terras planas da província de Malanje, partes de Cuanza Norte e a parte ocidental de Lunda Norte. A maior parte da zona está coberta por pastagens de savana e arbusto baixo com bolsas de floresta decídua. A precipitação é de cerca de 800-1.200mm por ano. As chuvas decorre de Outubro a Abril e a estação seca decorre de Maio a Agosto. As temperaturas ambientes variam de um mínimo de 16° Celsius a um máximo de 32° Celsius. O solo é misto, moderadamente fértil, sobretudo barro. A maioria do cultivo é manual e as áreas cultivadas são pequenas, em média de 0.5-1 hectar por agregado familiar no grupo mais pobre. Tal como em outras zonas, os grupos com mais posses podem contractar trabalhadores e tractores, pelo que as suas propriedades são muito maiores. Esta zona tem uma população escassa de aproximadamente 5-10 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). Os meios de sustento nesta zona dependem sobretudo da produção agrícola com animais de menor importância. O sector dos animais, especialmente gado, foi muito afectada por infestações da mosca tsetse e tripanossomías. As redes de transportes são boas e as culturas de excedente são comercializadas em Luanda e outras grandes cidades. As principais culturas para alimentação e rendimento são a mandioca, o feijão, os vegetais e os citrinos. Outras culturas incluem milho, bananas e outros frutos tropicais cultivados ao longo dos rios principais. Frutos selvagens como o baobá também se encontram na zona. A produção de animais em pequena escala tem lugar em toda a zona (gado, cabras, porcos e algumas ovelhas). Também há criação de aves domésticas, mas em pequeno número, e sobretudo para consumo doméstico. A recoleção de alimentos silvestres é uma fonte de alimentação adicional para os pobres, particularmente durante a estação de escassez. Os principais factores determinantes de riqueza são a área de terra cultivada e a posse de animais. Ambos os 39 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 grupos, o de pobres de o de pessoas com mais posses, têm excedentes vendáveis, especialmente de mandioca, que é comercializada para outras regiões do país. Com as redes rodoviárias melhoradas, isto traz segurança alimentar a outras regiões do país, especialmente as principais áreas urbanas, incluindo Luanda. As principais fontes de rendimento para os pobres incluem venda de mandioca, venda de lenha e carvão, e trabalho casual. O grupo com mais posses depende sobretudo da venda de colheitas excedentes, produtos de madeira, animais, e pequeno comércio em pequena escala. Os principais mercados incluem Malanje, Luanda e outros centros urbanos ao longo da costa. O acesso a mercados é relativamente bom devido à melhoria das infraestruturas rodoviárias. Os principais riscos são a chuva excessiva, as inundações, os ventos fortes e as tempestades, o conflito entre pessoas e animais selvagens, as pragas e doenças das culturas, como o mosaico da mandioca, e os baixos preços de culturas, especialmente da mandioca. Contudo, a cultura da mandioca continuou a constituir um seguro eficaz em caso de perda de outras colheitas. 40 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 10 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Animais criação de cordeiros/cabritos/parição extracção de leite vacinação Riscos inundações pragas e doenças das colheitas conflito entre pessoas e animais selvagens Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita A estação das chuvas vai de Outubro até ao fim de Abril. A estação seca começa em Maio e vai até Setembro. A estação de escassez vai de Janeiro a Fevereiro, antes do início do consumo de verdes em Fevereiro. A preparação das terras para a banana, feijão, milho e vegetais vai de Junho a Setembro. Segue-se a plantação e a sementeira em Outubro e Novembro. A monda tem lugar de Dezembro a Janeiro e oferece oportunidade de emprego para os pobres. O consumo de verduras começa em Fevereiro; a colheita do milho tem lugar em Junho. As actividades relacionadas com a produção de mandioca têm lugar durante todo o ano. 41 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 10 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos mandioca feijão Rendimento venda de mandioca venda de trabalho Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção O grupo pobre consome a sua própria mandioca durante o ano. Durante a estação de escassez (Setembro a Janeiro) compram feijão. As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem a venda de mandioca (durante o ano) e o trabalho agrícola que tem lugar sobretudo durante a estação húmida. Fontes complementares de rendimento não constam do calendário de consumo. As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril. 42 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ZONA DE FLORESTA DE SAVANA E MANDIOCA DE SUBSISTÊNCIA (Zona de meios de sustento 11) Risco de insegurança alimentar Risco moderado de insegurança alimentar devido ao nível de sustento da produção. Principais bens produtivos Pobres Com mais posses Terra cultivada- menos Terra cultivada- mais hectares. hectares. Menos cabras Gado Aves domésticas Mais cabras (Galinhas e patos) Aves domésticas Bicicleta (Galinhas e patos) Utensílios manuais Motociclo (enxada, machado e Bicicleta panga) Utensílios manuais (enxada, machado e panga) Principais alimentos consumidos e fontes Pobres Com mais posses Mandioca (OP/MP) Mandioca (OP) Milho (MP) Milho (OP/MP) Batata doce(OP/MP) Batata doce (OP) Peixe (G/MP) Peixe (MP) Carne (OP/MP) Carne (OP/MP) Vegetais (OP/MP) Vegetais (OP/MP) Frutos citrinos (OP/MP) Frutos citrinos (OP/MP) Alimentos silvestres (G) Alimentos silvestres (G) Principais fontes de rendimentos Pobres Com mais posses Venda de mandioca Venda de mandioca Venda de carvão Venda de gado e cabras Venda de bebida local Venda de carvão Venda de trabalho Comércio Mercados principais Os principais mercados internos na zona são Saurima, Luena e Chitato, com ligações a mercados externos na RDC e na Zâmbia. Principais riscos e frequência aproximada Aumento do preço dos alimentos ocorre durante a estação de escassez Conflito entre pessoas e animais selvagens ocorre durante a estação seca (período das colheitas) Tempestades de granizo ocorrem durante a estação das chuvas Principais estratégias de sustento Mais venda de animais Mais venda de animais Mais migração laboral Mais venda de alimentos silvestres Mais auto-emprego Esta zona de meios de sustento situa-se na região leste de Angola com fronteira com a RDC e a Zâmbia. Abrange as províncias de Lunda Norte, Lunda Sul e partes do Moxico. A vegetação é pastagem de savana misturada com floresta decídua de folha larga (madeira de panda e arbustos); floresta de folha perene cobre a fronteira com a RDC. A zona também tem ricos depósitos de minerais como diamantes, manganês e ferro. Encontram-se altas concentrações nas areas do norte e centro. Esta zona tem o índice de precipitação mais elevado em Angola. Tem um padrão de chuva unimodal com uma precipitação média de 1.200-1.600mm por ano. As chuvas normalmente duram de Setembro a Abril, sendo a estação seca de Maio a Agosto. As temperaturas médias variam de um mínimo de 9-15° Celsius a um máximo de 30-35° Celsius. O solo nesta zona é sobretudo ferralítico, psamo-ferralítico, psamo-hidromórfico e litossólico, com fertilidade moderada na parte sul e maior fertilidade na parte norte da zona. A maioria dos agricultores, quer pobres, quer os que têm mais posses, utilizam utensílios manuais na preparação da terra. Uma área pouco povoada, a zona tem aproximadamente 5-10 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). O cultivo é feito em pequenas parcelas, em média de 0.5-1.5 hectares por agregado familiar. Contudo, nos últimos anos a área plantada tem vindo a aumentar um pouco. A capacidade de aumentar o tamanho da terra cultivada depende da possibilidade de trabalho do agregado familiar na preparação da terra e na monda. Pratica-se a agricultura de subsistência de sequeiro, sendo a mandioca a cultura principal. A zona é relativamente remota, com más redes de transportes e comunicações e mau acesso a mercados, particularmente na parte nordeste da zona. Geralmente a produção continua a fazer-se ao nível da subsistência. As culturas mais importantes são mandioca, milho, feijão, batata doce, vegetais e citrinos. Outras culturas cultivadas em escala mais pequena incluem milho, bananas e outros frutos tropicais (mangos, laranjas, goiaba e papaia). A produção de fruta tem lugar em volta dos domicílios. Frutos selvagens como o baobá também são abundantes em alguns locais. 43 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 A criação de animais tem lugar em pequena escala. Gado e cabras são criadas com fins de pequeno comércio e consumo. Galinhas e patos são criados apenas para consumo. Os principais factores determinantes de riqueza nesta zona são o tamanho da terra cultivada e a posse de animais. O grupo pobre subsiste através da sua própria produção de culturas complementada pela compra adicional em mercado de alimentos básicos, e também pesca, caça e recoleção (cogumelo e mel selvagem). O grupo com mais posses é, em grande medida, auto-suficiente em alimento, com excedente vendável em anos de muita chuva. A venda de colheitas (mandioca) constitui a principal fonte de rendimento para pobres e para os que têm mais posses. Actividades económicas suplementares incluem a venda de carvão, bebidas locais e trabalho agrícola e casual. A venda de fruta também faculta algum rendimento adicional para o grupo pobre. O grupo com mais posses ganha rendimento em dinheiro com a venda de colheitas, comércio de pequena escala e, durante a estação de escassez, a venda de gado ou cabras. Na maioria das regiões do país o desenvolvimento de infraestructuras levou a condições de mercados muito melhoradas. Contudo, esta zona ainda não está completamente ligada aos principais mercados de província e regionais, e o acesso a mercados externos e ao comércio continua a ser limitado. A produção de excedentes é vendida localmente dentro da zona, sobretudo para centros urbanos como Saurima, Luena e Chitato. Os principais riscos incluem aumentos dos preços dos alimentos durante a estação de escassez, o conflito entre pessoas e animais selvagens durante a estação seca (período de colheitas) e tempestades de granizo durante a estação das chuvas. O grupo com mais posses subsiste através do aumento da venda de animais. Os pobres aumentam a sua migração laboral através da fronteira com a Zâmbia e a RDC. Aumentam também a venda de alimentos silvestres e, em alguns casos, intensificam as actividades de auto-emprego. O cultivo da mandioca ajuda a providenciar segurança no caso de situações de segurança alimentar muito adversas. 44 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 11 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Animais criação de cordeiros/cabritos/parição extracção de leite vacinação Riscos conflito entre pessoas e animais selvagens tempestades de granizo aumento do preço dos alimentos Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita A estação das chuvas vai de Outubro ao fim de Abril. A estação seca vai de Maio a Setembro. A estação de escassez vai de Outubro a Fevereiro. A preparação da terra vai de Maio a Agosto, sobretudo para batata doce, feijão e milho, e é seguida de plantação e sementeira de Outubro a Dezembro. A monda tem lugar de Novembro a Dezembro e dá emprego aos pobres. O consumo de verdes começa em Fevereiro e o milho e outros cereais são colhidos em Junho. As actividades relacionadas com a produção de mandioca têm lugar durante todo o ano. CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 11 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos mandioca batata doce Rendimento venda de mandioca trabalho agrícola Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção 45 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 O grupo pobre depende sobretudo das suas próprias culturas como a mandioca e a batata doce. A batata doce é comprada entre Março e Abril e entre Julho e Dezembro, abrangendo parte da estação de escassez. O consumo de verdes começa em Janeiro. As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem a venda de mandioca dentro da zona e o trabalho agrícola que pode ser feito durante a maior parte da estação das chuvas. Outras fontes complementares de rendimento (como a venda de carvão) não constam no calendário de consumo. As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril. 46 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ZONA DE PESCA, MANDIOCA E COMÉRCIO TRANSFONTEIRIÇO (Zona de meios de sustento 12) Risco de insegurança alimentar Baixo risco de insegurança alimentar devido às actividades de sustento diversificada. Principais bens produtivos Pobres Com mais posses Equipamento de pesca Equipamento de pesca (redes, anzol e cestos) (canoas e barcos) Menos cabras Gado Aves domésticas Mais cabras (galinhas e patos) Aves domésticas Utensílios manuais (galinhas e patos) (enxada, machado e Utensílios manuais panga) (enxada, machado e Equipmento- bebida panga) local Bicicletas Principais alimentos consumidos e fontes Pobres Com mais posses Mandioca (OP/MP) Mandioca (OP/MP) Peixe (G/MP) Peixe ( G/MP) Vegetais (OP/MP) Cabras carne ( OP/MP) Óleo de cozinha(MP) Vegetais ( OP/MP) Alimentos silvestres (G) Óleo de cozinha(MP) Alimentos silvestres (G) Principais fontes de rendimentos Pobres Com mais posses Venda de vinho de mel Venda de peixe Venda de alimentos Venda de mandioca silvestres Venda de mel Venda de peixe Venda de bebida local Mercados principais Os principais mercados internos da zona são Luacano, Luena, Lumeje, Luau e Cazombe. Estes mercados têm ligações com mercados externos como Lumbalaguembo na Zâmbia e a RDC. Principais riscos e frequência aproximada Inundações ocorrem durante a estação das chuvas. Baixos preços para culturas como a mandioca, que ocorrem durante a estação seca. Principais estratégias de sustento Movimentação sazonal Movimentação sazonal de terras baixas para de terras baixas para altas durante a estação altas durante a estação das chuvas. das chuvas. Aumento da migração Mais venda de animais laboral na estação seca Diversificação de actividades de rendimento, especialmente pequenos negócios Esta zona de meios de sustento situa-se ao longo da fronteira do extremo oriental de Angola com a Zâmbia e situa-se inteiramente na província de Moxico. A sua topografia é sobretudo de planície com vales e chanas de terras baixas. A vegetação é sobretudo de pastagem de savana com florestas decíduas. Grandes rios correm para lagos, lagoas, deltas interiores e pântanos. Outros recursos naturais incluem produtos florestais e de mato, nomeadamente madeira, caça, peixe, cogumelos, mel e minerals. A zona tem um padrão de chuvas unimodal. A precipitação média é de cerca de 1.000-1.400mm por ano. As chuvas começam em Setembro e terminam em Maio. A estação seca vai de Junho a Agosto. As temperaturas médias variam de um mínimo de 15° Celsius em Junho e um máximo de 30° Celsius em Outubro. Devido a frequentes inundações, o solo nesta zona é sobretudo de barro de baixa fertilidade ao longo dos pântanos e margens do rio Zambezi. Uma área pouco povoada, esta zona tem apenas cerca de 5 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). A maioria dos agricultores usam utensílios manuais na preparação das terras. A terra cultivada é em média pequena, de 0.5-1.5 hectar por família. Os meios de sustento envolvem sobretudo a pesca, a agricultura, a caça e a recoleção de alimentos selvagens. A pesca concentra-se ao longo dos cursos de água e deltas interiores. É uma actividade de todo o ano e uma fonte principal de alimento e rendimento para os pobres e para os que têm mais posses. A agricultura é inteiramente de sequeira e as culturas principais são a mandioca, o milho, o feijão e a batata doce. Outras culturas cultivadas em menor escala são o tomate, a cebola, a couve e a abóbora. Os principais animais são as cabras, as aves domésticas e algum gado que pertence ao grupo com mais posses. A riqueza nesta zona é definida pelo acesso a, e posse de, equipamento de pesca (barcos, canoas, redes, linhas, lanças e anzóis, etc.) em conjunto com a terra cultivada e o tipo e número de animais. 47 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 As principais fontes de alimento para consumo dos pobres são a mandioca, os vegetais, o peixe e o óleo de cozinha. Isto é complemetado pela recoleção de alimentos silvestres. As famílias mais pobres também dependem da compra de mandioca de Maio a Setembro. Em anos de pouca chuva o grupo intensifica as actividades de pesca. As famílias com mais posses dependem sobretudo da sua própria produção, peixe, produtos animais e algumas compras de mercado de alimentos básicos e não-básicos. A principal fonte de rendimento de dinheiro, quer entre os pobres, quer entre o grupo com mais posses, é a venda de peixe. Os pobres também vendem carvão, lenha e alimentos silvestres, fazem trabalho agrícola e migram para áreas urbanas para trabalho casual. Para além da pesca semi-comercial, o grupo com mais posses vende o seu excedente de mandioca e desenvolve o comércio de madeira e retalho especialmente com a Zâmbia. O rio Zambezi fornece peixe grande para os mercados da Zâmbia. Devido às más condições das redes rodoviárias, esta zona tem acesso limitado a outros mercados regionais, especialmente os mercados lucrativos da costa de Angola. Tal como a Zona de Sustento da Mandioca, está em desvantagem pela distância e pela sua situação remota na região oriental, onde a infraestructura rodoviária ainda não foi desenvolvida. Contudo, a zona tem acesso exclusivo a mercados lucrativos transfronteiriços na Zâmbia, particularmente na Cintura do Cobre. Os principais riscos são as inundações que limitam as actividades piscatórias e reduzem a produção de culturas, a criação de animais e o alimento selvagem. As principais estratégias de subsistência entre os pobres incluem a deslocação da terras baixas para terras altas e a migração laboral, enquanto o grupo com mais posses normalmente aumenta a venda de animais e faz negócio de pequena escala. CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 12 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Animais criação de cordeiros/cabritos/parição extracção de leite vacinação Outros pesca Riscos inundações fluviais Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita 48 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 A estação das chuvas vai de Outubro ao fim de Abril. A estação seca vai de Maio a Setembro. A estação de escassez vai normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do início do consumo de verdes em Fevereiro. A preparação das terras tem lugar de Julho a Setembro, sobretudo para a batata doce, o feijão, o milho e os vegetais, e é seguida de plantação e sementeira de Outubro a Novembro. A monda tem lugar de Novembro a Dezembro e dá emprego ao grupo pobre. O consumo de milho verde começa em Janeiro. A colheita da cultura de milho e de outros cereais é em Junho. As actividades relacionadas com a produção da mandioca têm lugar durante o ano. Outras actividades incluem a criação de cordeiro e cabrito e a parição, durante a estação das chuvas, e a vacinação de animais de Junho a Setembro. CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 12 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos mandioca peixe Rendimento venda de peixe trabalho agrícola Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção O grupo pobre depende sobretudo da sua própria mandioca e peixe. Compram alguma mandioca de Maio a Setembro. A mandioca verde é consumida a partir de Outubro. As suas principais fontes de rendimento em dinheiro incluem a venda de peixe e o trabalho agrícola durante a estação das chuvas. A mandioca não é muito vendida nesta zona devido ao acesso limitado a mercados. As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril. 49 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ZONA COSTEIRA DE AGRO-PECUÁRIA (Zona de meios de sustento 13) Risco de insegurança alimentar Risco moderado de insegurança alimentar devido a menor produção de colheitas. Principais bens produtivos Pobres Com mais posses Menos cabras Mais cabras Menos porcos Mais porcos Menos aves domésticas Mais aves domésticas (galinhas e patos) (galinhas e patos) Ocupantes sem títulos Ocupantes com títulos de propriedade de de propriedade de terra. terra. Utensílios manuais Máquinas agrícolas (enxada, panga e (imersão de gado etc.) machado) Veículo motorizado Bicicleta Principais alimentos consumidos e fontes Pobres Com mais posses Arroz (MP) Arroz (MP) Milho (MP/OP) Milho (OP/MP) Feijão (OP/MP) Feijão (OP/MP) Peixe (G/MP) Carne (OP/MP) Vegetais (OP/MP) Peixe (G/MP) Leite (IK/MP) Leite (IK/MP) Vegetais (OP/MP) Fruta (OP/MP) Principais fontes de rendimentos Pobres Com mais posses Salários de emprego Salários de emprego agrícola não qualificado e nãoVenda de cultura agrícola vegetal própria Venda de materiais de Venda de artigos construção, como areia domésticos e pedra. Venda de artigos domésticos. Mercados principais O principal mercado, que regula a economia local, é a cidade de Luanda Riscos principais e frequência aproximada O principal risco nesta zona são as condições de seca e doenças de animais, tal como dermatite, anthrax, sarna e tripanossomíase, que normalmente afectam o gado e as cabras nas fazendas comerciais. Ocorre durante o ano. Principais estratégias de sustento Diversificação de Aquisição de serviços opções de rendimento. veterinários e Migração de trabalho medicamentos para em áreas peri-urbanas animais e urbanas Esta zona de meios de sustento situa-se ao longo da planície costeira. Está concentrada nas partes rurais da província de Luanda e estende-se pela Reserva Natural do Ilhéu dos Pássaros, uma área coberta por mangais e um habitat para pássaros marinhos. É dominada por planícies com áreas baixas. A principal vegetação é a pastagem de savana e os arbustos baixos, adequada à criação de animais. O rio Cuanza e os seus afluentes, como o Luando e o Luasso, correm através da reserva. Outros recursos naturais incluem a erva, o peixe e as reservas de petróleo do interior. A precipitação é unimodal, com precipitação média de aproximadamente 300mm por ano. As temperaturas variam de um mínimo de 18° Celsius em Agosto a um máximo de 32° Celsius de Janeiro a Fevereiro. Há duas estações agrícolas, com uma estação das chuvas de Outubro a Abril e uma estação seca de Maio a Setembro. O solo é moderadamente fértil com uma mistura de solos arenosos mais próximo da costa e solos de barro nas fronteiras exteriores. Comparada com zonas vizinhas, como a de cultivo de banana e ananás em Benguela e partes do Cuanza Sul, este solo é menos fértil. A zona é, no entanto, muito adequada à criação de animais. Esta é uma zona moderadamente populada devido à presença de fazendas de gado e à influência de áreas urbanas. A densidade populacional é de cerca de 10-20 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). O grupo com mais posses tem propriedades de cerca de 2 hectares; estes são geralmente habitantes locais que vivem fora das fazendas comerciais. Os pobres têm propriedades de cerca de 0.5 hectares e são sobretudo trabalhadores em quintas comerciais com acesso limitado a terra em fazendas comerciais. A lavragem manual é o meio principal de preparação das terras entre o grupo pobre, embora a produção mecanizada e irrigada de culturas também seja feita por proprietários das fazendas comerciais de animais. As principais culturas são o milho e os vegetais. Isto é possível devido ao acesso a água providenciado pelos proprietários das fazendas comerciais. Só os que são muito ricos podem criar animais, primordialmente com propósitos comerciais. Os principais animais criados são o gado, as cabras e, em menor quantidade, porcos. 50 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Os factores locais determinantes de riqueza entre os agregados familiares desta zona são o tamanho da terra cultivada e o acesso a actividades económicas lucrativas. Quer o grupo pobre, quer o grupo com mais posses consomem as suas próprias colheitas, peixe, alimentos silvestres e algum leite de quintas comerciais e do mercado. Dependem em grande medida da compra de alimentos básicos no mercado durante mais de metade do ano. As oportunidades de rendimento para o grupo pobre são muito limitadas e incluem salários resultantes de emprego em quintas comerciais, venda de vegetais e comércio a retalho (produtos domésticos). O grupo com mais posses depende de emprego semi-qualificado não-agrícola em áreas urbanas como Luanda, da venda de materiais de construção (areia e pedras) e, em menor grau, do comércio de retalho (produtos domésticos). Comparada com as zonas vizinhas, esta área tem muito bom acesso a mercados lucrativos (Luanda e outras áreas costeiras), especialmente para produtos locais como vegetais, materiais de construção e trabalho não qualificado. Os principais riscos nesta zona são as doenças dos animais, tais como dermatite, anthrax, sarna e tripanossomias, em conjunto com a seca e as condições atmosféricas secas. Em anos de pouca chuva os pobres maximizam o acesso à alimentação por meio de trabalho migratório para obter rendimentos que lhes permitam comprar alimentos de primeira necessidade; o grupo com mais posses normalmente usa o rendimento na compra de medicamentos para os animais. CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 13 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Estações estação seca estação húmida estação de escassez Cultivo preparação da terra plantação/sementeira monda colheita Animais criação de cordeiros/cabritos/parição extracção de leite vacinação Outros Riscos doenças de animais Legenda p p preparação da terra s s plantação w w monda h h colheita A estação das chuvas vai de Outubro ao fim de Abril. A estação seca começa em Maio e continua até Setembro. A estação de escassez vai normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do início do consumo de verdes em Fevereiro. A estação agrícola começa com a preparação da terra de Julho a Setembro. Isto é sobretudo para milho e vegetais. Segue-se a plantação e a sementeira de Novembro a Dezembro. A monda tem lugar de Novembro a Dezembro e dá 51 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 oportunidades de emprego para os pobres. O consumo de verdes começa em Janeiro. A principal colheita de milho e outros cereais tem lugar em Junho. Outras actividades incluem a criação de cordeiros, cabritos, e a parição durante a estação das chuvas e a vacinação dos animais nos meses de Junho a Setembro. CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 13 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ag Set Out Nov Dez Alimentos básicos milho vegetais Rendimento venda de areia e pedras venda de trabalho agrícola Despesas educação (material escolar) saúde (custos mais elevados) Legenda p p propdução própria m m compra de mercadok k em género c c recoleção O grupo pobre depende sobretudo do mercado para o milho de Agosto a Abril. A sua própria cultura de milho vai de Fevereiro a Julho, começando com o milho verde no início de Fevereiro. Consomem vegetais durante todo o ano, em parte cultivados com irrigação. As principais fontes de rendimento em dinheiro incluem a venda de materiais de construção e o trabalho agrícola. As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril. 52 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ANNEX 1: LIVELIHOOD ZONES AND ADMINISTRATIVE AREAS LIVELIHOODS ZONA1: COASTAL FISHING, HORTICULTURE AND NON FARM INCOME Communes Municipality Province Ambriz Ambriz Bengo Baia Farta Baia Farta Benguela Barra do Dande Dande Bengo Benguela Benguela Benguela Bentiaba Namibe Namibe Biopio Lobito Benguela Cabinda Cabinda Cabinda Cacongo Cacongo Cabinda Calohanga Baia Farta Benguela Canata Lobito Benguela Canjala Lobito Benguela Catumbela Lobito Benguela Dombe Grande Baia Farta Benguela Egipto Praia Lobito Benguela Equimina Baia Farta Benguela Gungo Sumbe Kuanza Sul Kapolo Porto Amboim Kuanza Sul Kelo Soyo Zaire Kicombo Sumbe Kuanza Sul Kinzau Tomboco Zaire Lobito Lobito Benguela Lucira Namibe Namibe Malembo Cabinda Cabinda Massabi Cacongo Cabinda Musserra Nzeto Zaire Namibe Namibe Namibe Ngangula Sumbe Kuanza Sul Nzeto Nzeto Zaire Porto Amboim Porto Amboim Kuanza Sul Soyo Soyo Zaire Sumbe Sumbe Kuanza Sul Tabi Ambriz Bengo LIVELIHOODS ZONA2: TRANSITIONAL BANANA AND ANANÁS FARMING Communes Municipality Province Assango Amboim Kuanza Sul Atome Cassongue Kuanza Sul Babaera Ganda Benguela Balombo Balombo Benguela Bocoio Bocoio Benguela Botera Seles Kuanza Sul 53 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Caimbambo Caimbambo Benguela Canhamela Caimbambo Benguela Capupa Cubal Benguela Casseque Ganda Benguela Catengue Caimbambo Benguela Cayave Caimbambo Benguela Chicuma Ganda Benguela Chila Bocoio Benguela Chindumbo Balombo Benguela Chingongo Balombo Benguela Conda Conda Kuanza Sul Conde Ebo Kuanza Sul Cubal Cubal Benguela Cubal do Lumbo Bocoio Benguela Cunjo Conda Kuanza Sul Ebanga Ganda Benguela Ebo Ebo Kuanza Sul Gabela Amboim Kuanza Sul Ganda Ganda Benguela Iambala Cubal Benguela Kirimbo Quilenda Kuanza Sul Monte Belo Bocoio Benguela Passe Bocoio Benguela Quilenda Quilenda Kuanza Sul Tumbulo Cubal Benguela Uku Seles Seles Kuanza Sul Uya Ngombe Caimbambo Benguela LIVELIHOODS ZONA3: SOUTHERN ANIMAIS, MILLET AND SORGHUM ZONA Communes Municipality Province Baia dos Tigres Tombua Namibe Bibala Bibala Namibe Bolonguera Chongoroi Benguela Bondo Cuangar Kuando Kubango Cafima Cuanhama Cunene Cahama Cahama Cunene Cahinde Virei Namibe Caitou Bibala Namibe Calai Calai Kuando Kubango Camucuio Camucuio Namibe Chingo Camucuio Namibe Chinquite Camucuio Namibe Chitato Curoca Cunene Chongoroi Chongoroi Benguela Cuamato Ombandja Cunene 54 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Cuangar Cuangar Kuando Kubango Cubati Cuvelai Cunene Cuvelai Cuvelai Cunene Dinde Quilengues Huila Dirico Dirico Kuando Kubango Evale Cuanhama Cunene Humbe Ombandja Cunene Humpata Humpata Huila Impulo Quilengues Huila Lola Bibala Namibe Luiana Rivungo Kuando Kubango Maue Calai Kuando Kubango Melunga Namacunde Cunene Mongua Cuanhama Cunene Mucope Ombandja Cunene Mucusso Dirico Kuando Kubango Munhino Bibala Namibe Mupa Cuvelai Cunene Namacunde Namacunde Cunene Nampala Cuvelai Cunene Naulila Ombandja Cunene Oncocua Curoca Cunene Ondjiva Cuanhama Cunene Otchinjau Cahama Cunene Quilengues Quilengues Huila Savate Cuangar Kuando Kubango Tchimporo Cuanhama Cunene Tombua Tombua Namibe Virei Virei Namibe Xamavera Dirico Kuando Kubango Xangongo Ombandja Cunene LIVELIHOODS ZONA4: SUB HUMID ANIMAIS AND MILHO Communes Municipality Province Cacula Lubango Huila Caiundo Menongue Kuando Kubango Capunda Cavilongo Chibia Huila Cassinga Jamba Huila Chiange Gambos Huila Chibia Chibia Huila Chinguanja Cuchi Kuando Kubango Cuchi Cuchi Kuando Kubango Cueio Menongue Kuando Kubango Cutato II Cuchi Kuando Kubango Dongo Jamba Huila 55 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Folgares Matala Huila Hoque Lubango Huila Huila Lubango Huila Jamba Jamba Huila Jau Chibia Huila Kuvango Kuvango Huila Lubango Lubango Huila Matala Matala Huila Menongue Menongue Kuando Kubango Mulondo Matala Huila Quihita Chibia Huila Quipungo Quipungo Huila Tchibemba Gambos Huila LIVELIHOODS ZONA5: MID EASTERN CASSAVA AND SAVANNAH FOREST Communes Municipality Province Baixo Longa Cuito Cuanavale Kuando Kubango Cangombe Luchazes Moxico Cassamba Luchazes Moxico Catuile Mavinga Kuando Kubango Chiume Lumbala Nguimbo Moxico Cuemba Cuemba Bie Cuito Cuanavale Cuito Cuanavale Kuando Kubango Cunjamba Mavinga Kuando Kubango Longa Cuito Cuanavale Kuando Kubango Luchazes Luchazes Moxico Luengue Mavinga Kuando Kubango Lumbala Nguimbo Lumbala Nguimbo Moxico Lupire Cuito Cuanavale Kuando Kubango Lutembo Lumbala Nguimbo Moxico Luvuei Lumbala Nguimbo Moxico Mavinga Mavinga Kuando Kubango Muie Luchazes Moxico Munhango Cuemba Bie Mussuma Lumbala Nguimbo Moxico Mutumbo Chitembo Bie Nancova Nancova Kuando Kubango Neriquinha Rivungo Kuando Kubango Ninda Lumbala Nguimbo Moxico Rito Nancova Kuando Kubango Rivungo Rivungo Kuando Kubango Sachinemuna Cuemba Bie Sessa Lumbala Nguimbo Moxico Soma Cuanza Chitembo Bie Tempue Luchazes Moxico 56 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Umpulo Camacupa Novembro 2013 Bie LIVELIHOODS ZONA6: CENTRAL HIGHLANDS POTATO AND VEGETABLES Communes Municipality Province Caala Caala Huambo Calenga Caala Huambo Cangote Chinguar Bie Catata Caala Huambo Chinguar Chinguar Bie Cutato Chinguar Bie Ekunha Ekunha Huambo Kuima Caala Huambo Quipeio Ekunha Huambo LIVELIHOODS ZONA7: CENTRAL HIGHLANDS MILHO AND FEIJÃO Communes Municipality Province Alto Hama Londuimbali Huambo Amboiva Seles Kuanza Sul Andulo Andulo Bie Bailundo Bailundo Huambo Bambi Chipindo Huila Bimbe Bailundo Huambo Cachingues Chitembo Bie Caconda Caconda Huila Caiei Nharea Bie Caiuera Catabola Bie Calepi Caluquembe Huila Calima Huambo Huambo Calucinga Andulo Bie Calulo Libolo Kuanza Sul Caluquembe Caluquembe Huila Camacupa Camacupa Bie Cambandua Kuito Bie Cassongue Cassongue Kuanza Sul Cassumbe Andulo Bie Catabola Catabola Bie Cela Waku Kungo Kuanza Sul Chicala Kuito Bie Chicomba Chicomba Huila Chilata Longonjo Huambo Chipeta Catabola Bie Chipindo Chipindo Huila Chipipa Huambo Huambo Chitembo Chitembo Bie Chiuca Catabola Bie Chivaulo Andulo Bie 57 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Cuanza Camacupa Bie Cunhinga Cunhinga Bie Cusse Caconda Huila Cutenda Chicomba Huila Dando Nharea Bie Dumbi Cassongue Kuanza Sul Galanga Londuimbali Huambo Galangue Kuvango Huila Gamba Nharea Bie Gungue Caconda Huila Hengue Bailundo Huambo Huambo Huambo Huambo Hungulo Tchikala Tcholohanga Huambo Kabuta Libolo Kuanza Sul Kakoma Ukuma Huambo Kambuengo Mungo Huambo Kariango Quibala Kuanza Sul Katavola Longonjo Huambo Katchiungo Katchiungo Huambo Kienha Mussende Kuanza Sul Kissange Ebo Kuanza Sul Kissongo Libolo Kuanza Sul Kuito Kuito Bie Kumbila Londuimbali Huambo Lepi Longonjo Huambo Londuimbali Londuimbali Huambo Longonjo Longonjo Huambo Lonhe Quibala Kuanza Sul Lubia Nharea Bie Lunge Bailundo Huambo Luvemba Bailundo Huambo Malengue Chitembo Bie Mbave Tchikala Tcholohanga Huambo Muinha Camacupa Bie Mumbue Chitembo Bie Mundundo Ukuma Huambo Munenga Libolo Kuanza Sul Mungo Mungo Huambo Mussende Mussende Kuanza Sul Ndala Cachibo Quibala Kuanza Sul Negola Caluquembe Huila Nharea Nharea Bie Pambangala Cassongue Kuanza Sul Quibala Quibala Kuanza Sul 58 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Ringoma Camacupa Bie S. Lucas Mussende Kuanza Sul Sambo Tchikala Tcholohanga Huambo Sanga Waku Kungo Kuanza Sul Tchiaka Tchinjenje Huambo Tchikala Tcholohanga Tchikala Tcholohanga Huambo Tchinhama Katchiungo Huambo Tchinjenje Tchinjenje Huambo Tchiumbu Katchiungo Huambo Trumba Kuito Bie Uaba Caconda Huila Ukuma Ukuma Huambo Ussoke Londuimbali Huambo Vicungo Kuvango Huila Waku Kungo Waku Kungo Kuanza Sul LIVELIHOODS ZONA8: TRANSITIONAL MILHO, CASSAVA AND FEIJÃO FARMING Communes Municipality Province Bela Vista Ambriz Bengo Caxito Dande Bengo Cazua Pango Aluquem Bengo Dondo Cambambe Kuanza Norte Mabubas Dande Bengo Quicabo Dande Bengo Quixinge Quissama Bengo Ucua Dande Bengo Zenza do Itombe Cambambe Kuanza Norte LIVELIHOODS ZONA9: TROPICAL FOREST, CASSAVA, BANANA AND COFFEE Communes Municipality Province Alfandega Sanza Pombo Uige Alto Zaza Quimbele Uige Belize Belize Cabinda Bembe Bembe Uige Bengo Cangola Uige Beu Maquela do Zombo Uige Bindo Camabatela Kuanza Norte Bolongongo Bolongongo Kuanza Norte Buco Zau Buco Zau Cabinda Buela Cuimba Zaire Bula Atumba Bula Atumba Bengo Bungo Bungo Uige Cage Nambuangongo Bengo Caiongo Cangola Uige Camabatela Camabatela Kuanza Norte Cambambe Quitexe Uige 59 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Camboso Nova Esperanþa Uige Canacassala Nambuangongo Bengo Cangola Cangola Uige Cuango Quimbele Uige Cuilo Pombo Sanza Pombo Uige Damba Damba Uige Dimuca Negage Uige Dinge Cacongo Cabinda Gombe Nambuangongo Bengo Icoca Quimbele Uige Inhuca Buco Zau Cabinda Kibocolu Maquela do Zombo Uige Kiende Mbanza Congo Zaire Kihuhu Massango Malanje Kindege Nzeto Zaire Kingombe Tomboco Zaire Kinvuenga Songo Uige Kisseke Negage Uige Koxe Dembos Bengo Kuilu Futa Maquela do Zombo Uige Lemboa Damba Uige Luali Belize Cabinda Lucunga Bembe Uige Lufico Noqui Zaire Luinga Camabatela Kuanza Norte Luvo Mbanza Congo Zaire Mabaia Bembe Uige Macocola Santa Cruz Uige Macolo Santa Cruz Uige Madimba Mbanza Congo Zaire Maquela do Zombo Maquela do Zombo Uige Massango Massango Malanje Massau Santa Cruz Uige Maua Camabatela Kuanza Norte Mbanza Congo Mbanza Congo Zaire Miconge Belize Cabinda Mpala Noqui Zaire Muxiluando Nambuangongo Bengo Necuto Buco Zau Cabinda Negage Negage Uige Nkama Ntambu Damba Uige Nkuso Damba Uige Noqui Noqui Zaire Nova Caipemba Ambuila Uige 60 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Nova Esperanþa Nova Esperanþa Uige Nsoso Damba Uige Pango Aluquem Pango Aluquem Bengo Paredes Dembos Bengo Pedra de Feitico Soyo Zaire Piri Dembos Bengo Puri Puri Uige Quiage Bula Atumba Bengo Quibala Norte Nzeto Zaire Quibaxe Dembos Bengo Quicunzo Nambuangongo Bengo Quifuafua Quitexe Uige Quimbele Quimbele Uige Quimbianda Nova Esperanþa Uige Quinzala Mucaba Uige Quipedro Ambuila Uige Quiquiemba Bolongongo Kuanza Norte Quitende Quitexe Uige Quitexe Quitexe Uige Quixico Nambuangongo Bengo Quiximba Tomboco Zaire Sakandika Maquela do Zombo Uige Santa Cruz Santa Cruz Uige Sanza Pombo Sanza Pombo Uige Serra da Kanda Cuimba Zaire Songo Songo Uige Sumba Soyo Zaire Tando Zinze Cabinda Cabinda Tango Camabatela Kuanza Norte Terreiro Bolongongo Kuanza Norte Tomboco Tomboco Zaire Uamba Sanza Pombo Uige Uando Mucaba Uige Uige Uige Uige Zala Nambuangongo Bengo LIVELIHOODS ZONA10: SAVANNAH FOREST AND MARKET ORIENTED CASSAVA Communes Municipality Province Aldeia Nova Banga Kuanza Norte Banga Banga Kuanza Norte Bange Angola Cahombo Malanje Caculo Ndalatando Kuanza Norte Caculo Cabaþa Banga Kuanza Norte Cacuso Cacuso Malanje Cahombo Cahombo Malanje 61 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Calandula Calandula Malanje Camame Ngonguembo Kuanza Norte Cambaxe Malanje Malanje Cambo Cahombo Malanje Cambondo Golungo Alto Kuanza Norte Cambondo Malanje Malanje Cambundi Catembo Cambundi Catembo Malanje Cangandala Cangandala Malanje Capenda Camulemba Capenda Camulemba Lunda Norte Cariamba Banga Kuanza Norte Caribo Cangandala Malanje Catala Mucari Malanje Caxinga Mucari Malanje Cerca Golungo Alto Kuanza Norte Cuango Cuango Lunda Norte Dala Samba Marimba Malanje Dange Ia Menha Cambambe Kuanza Norte Dombo Luquembo Malanje Dumba Kabango Cambundi Catembo Malanje Golungo Alto Golungo Alto Kuanza Norte Kangando Malanje Malanje Kapunda Luquembo Malanje Kassanji Xa Muteba Lunda Norte Kateco Kangola Calandula Malanje Kiangombe Lucala Kuanza Norte Kiluanje Golungo Alto Kuanza Norte Kimbamba Malanje Malanje Kimbango Luquembo Malanje Kinge Calandula Malanje Kinguengue Massango Malanje Kiwaba Nzoji Kiwaba Nzoji Malanje Kizenga Cacuso Malanje Kota Calandula Malanje Kuale Calandula Malanje Kulamagia Cangandala Malanje Kunda Dia Baze Kunda Dia Baze Malanje Lemba Kunda Dia Baze Malanje Lombe Cacuso Malanje Longo Xa Muteba Lunda Norte Luando Cuemba Bie Lucala Lucala Kuanza Norte Luquembo Luquembo Malanje Luremo Cuango Lunda Norte Malanje Malanje Malanje 62 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Mangano Marimba Malanje Marimba Marimba Malanje Mbembo Cangandala Malanje Mikanda Cahombo Malanje Milando Kunda Dia Baze Malanje Moma Quela Malanje Mucari Mucari Malanje Mufuma Kiwaba Nzoji Malanje Muquixi Mucari Malanje Ndalatando Ndalatando Kuanza Norte Ngola Luije Malanje Malanje Pungo Andongo Cacuso Malanje Quela Quela Malanje Quiculungo Quiculungo Kuanza Norte Quilombo dos Dembos Ngonguembo Kuanza Norte Quirima Quirima Malanje Quitapa Xa Muteba Lunda Norte S. Pedro da Quilemba Cambambe Kuanza Norte Samba Caju Samba Caju Kuanza Norte Samba Lucala Samba Caju Kuanza Norte Sautari Quirima Malanje Tala Mungongo Cambundi Catembo Malanje Xa Muteba Xa Muteba Lunda Norte Xandele Quela Malanje Xinge Capenda Camulemba Lunda Norte LIVELIHOODS ZONA11: SAVANNAH FOREST AND SUBSISTENCE CASSAVA Communes Municipality Province Alto Chicapa Cacolo Lunda Sul Cachimo Cambulo Lunda Norte Cacolo Cacolo Lunda Sul Caluango Cuilo Lunda Norte Camanongue Camanongue Moxico Camaxilo Caungula Lunda Norte Cambulo Cambulo Lunda Norte Camissombo Lucapa Lunda Norte Cangumbe Luena Moxico Canzar Cambulo Lunda Norte Capaia Lucapa Lunda Norte Cassai Sul Muconda Lunda Sul Caungula Caungula Lunda Norte Cazage Dala Lunda Sul Chiluage Muconda Lunda Sul Chitato II Chitato Lunda Norte Cucumbi Cacolo Lunda Sul 63 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Cuilo Cuilo Lunda Norte Dala Dala Lunda Sul Leua Leua Moxico Liangongo Leua Moxico Lovua Chitato Lunda Norte Luachimo Chitato Lunda Norte Luangue Lubalo Lunda Norte Luau Luau Moxico Lubalo Lubalo Lunda Norte Lucapa Lucapa Lunda Norte Lucusse Luena Moxico Luena Luena Moxico Luia Cambulo Lunda Norte Luma Cassai Dala Lunda Sul Lutuai Luena Moxico Mona Quimbundo Saurimo Lunda Sul Muconda Muconda Lunda Sul Muriege Muconda Lunda Sul Muvulage Lubalo Lunda Norte Saurimo Saurimo Lunda Sul Sombo Saurimo Lunda Sul Xa Cassau Lucapa Lunda Norte Xassengue Cacolo Lunda Sul LIVELIHOODS ZONA12: FISHING, CASSAVA AND CROSSBORDER TRADE Communes Municipality Province Caianda Alto Zambeze Moxico Calunda Alto Zambeze Moxico Cameia Cameia Moxico Cazombo Alto Zambeze Moxico Kavungo Alto Zambeze Moxico Lago Dilolo Luacano Moxico Lovua Alto Zambeze Moxico Luacano Luacano Moxico Lumbala Alto Zambeze Moxico Lumbala Kaquengue Alto Zambeze Moxico Mucondo Alto Zambeze Moxico LIVELIHOODS ZONA13: COASTAL ANIMAIS RANCHING Communes Municipality Province Barra do Kuanza Bom Jesus Viana Icolo e Bengo Luanda Bengo Cabiri Icolo e Bengo Bengo Cacuaco Cacuaco Luanda Calomboloca Icolo e Bengo Bengo Calumbo Viana Luanda 64 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 Catete Icolo e Bengo Bengo Dembo Chio Quissama Bengo Luanda Luanda Luanda Mumbondo Quissama Bengo Muxima Quissama Bengo Viana Viana Luanda 65 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 ANNEX 2: LIST OF PARTICIPANTS Benguela Regional Workshop No. Names of participants Function or Post Institution 1. Gabriel Martinho 2. Lucas Pinto Chefe Depart. AgriculturaBenguela DPADR-Benguela Province Department of Agriculture-Benguela Province Benguela Province 3. Fernando André Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda 4. Alves Victor Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda 5. Dulce Rebeca Sakala TIDA Namibe Province 6. João Luiz Abel DPADR Namibe Province 7. Martinho Wimbu 8. Antonio F. Canjo 9. Lourenço J. Matanda Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda 10. Jõao Vicente Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda 11. Julieta M.F. da Cunha Chief of Education Benguela Province 12. Manuel Chitumba EDA Ganda Commune 13. Julia Maria Mussungo Director of Education Namibe Province 14. Lidia Nataniel Director of Education Cunene Province 15. Dilson M. F. Velho Director of Education Cuando Cubango Province 16. Antonio F. dos Santos 17. Cuando Cubango Province 18. Domingos Raimundo Ngonga Joao I. Sousa Ministry of Agriculture (MINAGRI) IDA Director of Agriculture Namibe Province 19. Justino Xili Director of Education Cunene Province 20. Adriano Moso Supervisor for Nutrition 21. Santos Félix Pedro 22. Manuel Pinto José Chief of Department Luanda Province 23. Euclides José Director of Education Huila Province 24. João C. Muluta GEPE Benguela Province 25. Valdemar Simões Morais Chief of Department Ministry of Agriculture Luanda 26. Odete Rochete 27. Arlete Alzira Director of Health Bie Province 28. Celestino E. Quididi GEP Cuando Cubango Province 29. Jose Faustino IDA Huambo Province Directorate of Health-Benguela Province EDA Lobito- Huila Province Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda Ministry of Agriculture- Luanda 66 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento Novembro 2013 30. Miguel Dambi Ministry of Agriculture (MINAGRI/GSA) 31. Paula Tunga Ministry of Agriculture (MINAGRI/GSA) 32. 33. Pinto Basilio Ermelinda Caliengue 34. Elsa Gaspar 35. Jorge Manuel Eli Sanjala Director for Planning Bie Province 36. Jose Solino Joel Director for Planning Huambo Province 37. José Felisberto Kalomo GEP Cunene Province 38. João Gonçalves Directorate of Agriculture Benguela Province 39. Jose Niangassa Zeca Directorate of Agriculture Cunene Province 40. Agostinho Pedro Independent Consultant - 40. Claire Bea Chemonics Associate- Southern Africa FEWS NET Head Office/Washing ton 41. Phumzile Mdladla, 42. Antonio Mavie Deputy Technical Manager FEWSNET Regional Office- Pretoria, South Africa FEWS NET- Mozambique 43. Masozi Kachali Technical Advisor SADC-RVAA Programme 44. James Acidri Livelihood Consultant Evidence for Development Malanje Regional Workshop No. Names 1. Ambrosio Joaquim João 2. Ermelida Caliengue 3. Odete Rochete 4. Andrade dos santos 5. Hermenegildo Barbosa 6. Carla Monteiro 7 Evance Chapasuka 8. James Acidri 9. Masozi Kachale 10. Gary Sawdon 11. Duncan Samikwa 12. Antonio Mavie 13. João Manuel 14. Catembue Camunaga 15. Nsimba Domingos Quianelundo 16. Paulo Bungo 17. David Tunga 18. José Alves 19. Maria Eugenia da Silva DPA Huambo Province Ministry of Agriculture (MINAGRI/GSA) Ministry of Agriculture (MINAGRI/GSA) Institution GEPE Malange Telephone 946839210 E-mail Address ambrosiojoao@live.com.pt GSA Luanda GSA Luanda GSA Luanda GEPE Lunda Norte SADC Consultora SADC RVAC Programa FEWS NET SADC RVAC Programa FEWS NET SADC RVAC Programa FEWS NET DPA- Malanje IDA Lunda Norte Secretaria Geral (DIII) 921110567 936137097 923306631 923696805 ercaliengue@gmail.com odetebacalhau@hotmail.com andraderodriguessantos@gmail.com hermenegildobarbosa@hotmail.com 932906167 924677661 nsibadomingos84@atlook.com IDA Lunda Norte Director GSA Tradutor GSA RVAC 923714661 923402290 924518027 paulobungo18yahoo.com.br tunga100565@gmail.com alvesbocolo1@hotmail.com echapasuka@sadc.ins janesacidi@gmail.com makachale@sadc.com gsawdon@fews.net dsamikwa@sadc.int amavie@fews.net 67 ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento 20. 21. 22. 23. Honorato Bartolomeu João José Fernanda D.S Guerra Pedro Makunde 24. 25. Tomais Manuel Inacio José pereira Brito paulo Jorge pina Brigitte Caferro Moises maquiniche Jose Mateus Santos Felix Pedro Isidro Jorge Tomais Campos Zenga dos Santos Domingos Muaiuma Manuel Gomes Antonio Mieze Quicosa Jose Leão Chiquito Joy Francisco Alberto Mulemba Pascoal Manuel Castro Inacio Chindongo Pedro Isaac Bernardo Delgado Joaqui Pedro Eduardo Gomes 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. Novembro 2013 GGTA/MINAGRI Chefe Depat. INCER GEPE Zaire Direcção provincial Zaire MINAGRI Moxico DPA Bengo 923626411 946839210 923823631 922895731 honoratoferreira@yahoo.com.br ambrosiojoao@live.com.pt 927137933 josebritopaulo25@hotmail.com IDA Zaire GEPE Lunda Sul DPA Lunda Sul DPA Lunda Norte GSA Luanda IDA MOXICO IDA Uige 936483363 947222010 936683146 925217097 918078499 923864736 923229334 IDA Lunda Sul IDA Cabinda IDA Luanda 923482594 923667168 923770535 DPA GEPE Luanda 933167870 935712681 mulemba2008@hotmail.com DPA Luanda DPA Malange 925144362 936793824 pascoalcastro07@gmail.com chindoinacio@yahoo.com.br IDA Malange 9244015584 DPA Uige IDA Uige 924831278 925408038 brigittecaferro@hotmail.com luzidalalu-kiese@yahoo.com.br campos78@live.com.pe dmuaiuma@hotmail.com magomes20@yahoo.com.br joaquimpedro76@yahoo.com.br 68