Annual Livelihoods Vulnerability ForeCast Report

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Annual Livelihoods Vulnerability ForeCast Report
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ÍNDICE
Agradecimentos…………………………………………………………………….………………………….……..……...3
Acrónimos e Abreviações……….………………………………………………………………………………….…..…...4
Introdução…………………………………………….…………………………………………………….………...……...5
Zoneamento dos Meios de Sustento e Metodologia Descritiva…........………....……………………….………..…... ........5
Meios de Sustento nas Zonas Rurais de Angola….………………...........……....……………………….…………..….........7
Acontecimentos Recentes que Afectam a Segurança Alimentar e os Meios de Sustento ......………..…………..…...........9
Zona Costeira de Rendimento Pesqueiro, Horticultura e Não-Agrícola (Zona de Meios de Sustento 01)….....................10
Zona de Cultivo de Transição de Banana e Ananás (Zona de Meios de Sustento 02).…………….......................................14
Zona Pastorícia, e de Massango e Massambala do Sul (Zona de Meios de Sustento 03). ………......................…..........…..17
Zona Sub-Húmida de Pastorícia e Milho (Zona de Meios de Sustento 04)…………….................................…..........….…..20
Zona Centro-Oriental de Mandioca e Floresta (Zona de Meios de Sustento 05)……. ……………………..…..........…..23
Zona de Planalto Central de Batata e Vegetais (Zona de Meios de Sustento 06)…… …………........……........…..……..26
Zona de Planalto Central de Milho e Feijão (Zona de Meios de Sustento 07)..………………......................…..…........…..29
Zona de Planícies de Transição de Milho, Mandioca e Feijão (Zona de Meios de Sustento 08)..……… ….......….….…..32
Zona de Floresta Tropical, Mandioca, Banana e Café (Zona de Meios de Sustento 09)…….........………….…......….… 35
Zona de Floresta de Savana e Mandioca Para Comércio (Zona de Meios de Sustento 10)…........................…........……...38
Zona de Floresta de Savana e Mandioca de Subsistência (Zona de Meios de Sustento 11)........................…….............…..41
Zona de Pesca, Mandioca e Comércio Transfonteiriço (Zona de Meios de Sustento 12).................…….............................44
Zona Costeira de Agro-Pecuária (Zona de Meios de Sustento 13)….......................................………………,…,,....,….…..47
Anexo 1: Zona de Meios de Sustento e Áreas Administrativas............………………….......……………,,,,….….….…...50
Anexo 2: Lista de Participantes.…….……………………………………………………………………….......……..…..62
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Novembro 2013
AGRADECIMENTOS
O Workshop de Zoneamento dos Meios de Sustento e este relatório são da responsabilidade de James Acidri da
Evidência para o Desenvolvimento (EfD), com o apoio técnico de Antonio Mavie do Gabinete Nacional de Moçambique
da FEWSNET, de Phumzile Mdladla do Gabinete de Pretória-África do Sul da FEWSNET e de Gary Sawdon do GabineteSede da FEWS NET em Washington. Esta actividade foi conduzida em colaboração com os principais parceiros, o
Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MINADERP) do Governo de Angola (GoA), o Gabinete de Segurança
Alimentar (GSA) e o programa de Análise e Avaliação da Vulnerabilidade Regional da Comunidade de Desenvolvimento
da África Austral (SADC-RVAA).
Dirige-se um agradecimento especial aos funcionários do GSA, especialmente o seu Director, Sr. David Tunga, Maria da
Silva, Ermelinda Caliengue, Elsa Gaspar e Odete Rochete, assim como Masozi Kachali, Evance Chapasuka, Caarla
Monteiro e Duncan Samikwa, sem cuja contribuição este Relatório “Plus” do Zoneamento dos Meios de Sustento em
Angola não poderia ter sido realizado.
Este relatório formará parte da base de informações disponível à FEWS NET, ao Gabinete de Segurança Alimentar (GSA)
do e às actividades de monitorização da segurança alimentar em Angola no âmbito do programa de Análise e Avaliação
da Vulnerabilidade Regional da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC-RVAA).
FEWS NET Washington
info@fews.net
www.fews.net
FEWS NET is a USAID-funded activity. The content of this report does not
necessarily reflect the view of the United States Agency for International
Development or the United States Government.
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ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
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ACRÓNIMOS E ABREVIAÇÕES
EfD
Evidência de Desenvolvimento
FEWS NET
Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra a Fome
G
Recoleção, normalmente de alimentos ou produtos selvagens
GSA
Gabinete de Segurança Alimentar
GoA
Governo de Angola
HEA
Abordagem de Economia Familiar
IK
Pagamento de Serviços em Género
MINADERP
Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural
OP
Culturas de Cultivo Próprio
RVAA
Programa de Análise e Avaliação de Vulnerabilidades Regionais
SADC
Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral
USAID
Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional
M
Alimentos Comprados no Mercado
USG
Governo dos Estados Unidos
UN
Nações Unidas
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Novembro 2013
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos o GoA, especialmente o seu pessoal técnico e os decisores políticos do MINADERP, têm vindo a tomar
conhecimento do método e análise de meios de sustento para avaliação de populações em risco de insegurança
alimentar. O Secretariado da SADC, através do Programa RVAA, tem realizado sessões introdutórias de formação sobre
meios de Sustento e disponibilizado apoio consultivo técnico continuado.
Em Novembro de 2011 o programa SADC RVAA realizou um exercício inicial de zoneamento de meios de sustento em
parceria com o GoA, particularmente o MINADERP. Contudo, este exercício piloto apenas incidiu sobre a província do
Cuanza Sul. Foi identificado e definido um total de três zonas de meios de sustento nesta província.
Em resultado destas iniciativas, o GoA exprimiu grande interesse em obter formação adicional, bem como em alargar o
exercício de mapeamento de meios de sustento a todo o país.
A FEWS NET, enquanto parceiro técnico do programa SADC RVAA, iniciou conversações com a SADC e o GoA no sentido
de desenvolver planos para levar a cabo este projecto. Tendo em consideração a complexidade, inacessibilidade e
grandes dimensões de Angola, foi difícil fazer o zoneamento de todo o país num único workshop nacional. Deste modo,
a FEWS NET, o GoA e a SADC desenvolveram uma estratégia para realizar vários workshops regionais sobre
zoneamento de meios de sustento durante o ano de 2013. Estas actividades culminariam num produto de zoneamento
nacional de meios de sustento plus para Angola.
Em Fevereiro de 2013 realizou-se um workshop de mapa de fluxo de mercado e de zoneamento subnacional de meios
de sustento plus, que abrangeu as regiões do centro e sul de Angola, incluindo as províncias de Benguela, Huambo, Bié,
Cuando Cubango, Cunene, Namibe e Huíla. Um segundo workshop teve lugar em Setembro de 2013 com o objectivo de
completar o processo de identificação e definição de zonas de meios de sustento a nível nacional em Angola,
abrangendo a região norte, leste e partes da região central, particularmente as províncias de Luanda, Bengo, Zaire,
Cabinda, Uíje, Cuanza Norte, Malange, Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico.
Em 2013 a FEWSNET começou também a monitorizar à distância a insegurança alimentar em Angola.
ZONEAMENTO DOS MEIOS DE SUSTENTO E METODOLOGIA DE DESCRIÇÃO
O produto Zoneamento dos Meios de Sustento “Plus” baseia-se na Abordagem de Economia Familiar (http://www.fegconsulting.com/resource/practitioners-guide-to-hea/practitioners-guide-to-hea/). Inclui um componente de
zoneamento dos meios tradicionais de sustento (http://www.feg-consulting.com/resource/practitioners-guide-tohea/2%20Livelihood%20Zoning.pdf). Para além disso, exploram-se algumas características fundamentais do estatuto
socioeconómico através da justaposição de agregados familiares pobres e de outros relativamente mais prósperos. O
produto Zoneamento dos Meios de Sustento oferece também uma informação mínima sobre todos os meios de
sustento, tais como fontes alimentares e principais fontes de rendimento de cada grupo em cada zona. O produto
também inclui uma breve descrição das características gerais, bem como calendários sazonais e de acesso a produtos
alimentares em cada zona. Por fim, são identificadas as zonas mais vulneráveis em termos de insegurança alimentar.
A HEA define zona de sustento como uma área geográfica onde os agregados familiares satisfazem as suas
necessidades básicas de subsistência, sobretudo comida e dinheiro, de formas relativamente semelhantes. Isto significa
que normalmente também formam agrupamentos socioeconómicos semelhantes, com bases semelhantes de activos,
bem como padrões de consumo relativamente semelhantes. Estas semelhanças verificam-se quer em anos bons, quer
em anos maus, dado que as estratégias de sobrevivência em resposta a choques são também relativamente
semelhantes na mesma zona de meios de sustento.
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ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Para mais informação sobre os princípios e a análise da Abordagem de Economia Familiar, é favor consultar as páginas
sobre sustento em http://www.fews.net ou descarregar “Application of the Livelihood Zone Maps and Profiles for Food
1
Security Analysis and Early Warning.”
Os mapas e as descrições de zonas de meios de sustento formam parte da base de conhecimentos das actividades de
monitorização da segurança alimentar da FEWS NET. Contudo, estes instrumentos não são concebidos como uma
análise abrangente da segurança alimentar, ou como um instrumento completo de monitorização, mas sim para
oferecer pontos de referência e indicar se as condições verificadas num determinado momento justificam um estudo
mais aprofundado. Os resultados apresentados neste relatório descrevem a forma como os agregados familiares
podem ser afectados por vários choques. Facultam também um contexto geográfico para a interpretação de dados de
existentes monitorização, relativos à produção, aos preços e a outros indicadores, de forma a identificar potenciais
problemas. É possível que equipas de avaliação rápida possam utilizar o zoneamento como base de amostragem nos
seus estudos.
A metodologia do Zoneamento dos Meios de Sustento ‘Plus’ consistiu em quatro fases:
Fase Um: No início deste exercício foram providenciados dados secundários para o processo de zoneamento dos meios
de sustento plus. Isto incluiu informação sobre zonas agro-ecológicas, sistemas de cultivo, densidade do gado, zonas de
meios de sustento a nível de província e informação sobre outras actividades de meios de sustento.
Fase Dois: Representantes de cada província reuniram-se em dois workshops de nível regional (Benguela e Malange)
para dividir a área sul e partes das áreas do centro, norte, oeste, leste e restantes partes de regiões centrais do país em
zonas de meios de sustento.
Fase Três: Foram redigidas descrições de cada zona de meios de sustento nos dois workshops regionais, identificando
as características fundamentais de cada zona, bem como os calendários sazonais e de consumo.
Fase Quatro: Uma versão inicial dos relatórios regionais consolidados foi entregue aos participantes para que estes
enviassem o seu comentário até à terceira semana de Outubro de 2013, o que resultou nesta versão do relatório,
publicada a 30 de Outubro de 2013.
Este relatório refere-se aos workshops consolidados de zoneamento nacional de meios do sustento plus, que tiveram
lugar em Benguela (27 de Fevereiro a 2 de Março) e Malange (9 a 12 de Setembro). O objectivo de ambos os exercícios
era criar um mapa nacional de zonas de meios de sustento com descrições para todo o país. O resultado dos workshop
descritos neste relatório é útil das seguintes formas:
1.
Faculta um contexto para identificação e melhor entendimento das diferenças económicas em todas as regiões do
país e da forma como estas afectam os agregados familiares
2.
Define um enquadramento apropriado da amostragem destinada a avaliação
3.
Identifica indicadores apropriados e relevantes para monitorização da segurança alimentar
1
http://v4.fews.net/docs/Publications/Guidance_Application%20of%20Livelihood%20Zone%20Maps%20and%20Profiles_final_en.pdf
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ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
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MEIOS DE SUSTENTO NAS ÁREAS RURAIS DE ANGOLA
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Como actividade preparatória, a FEWS NET completou uma Desk Review (análise documental) do contexto da
segurança alimentar em Angola que foi utilizada como base para identificação e criação de zonas de meios de sustento
em Angola.

O alto índice de crescimento económico de Angola nos últimos anos, numa média de 17% por ano entre 2004 e
2008, que decaiu para 3.9% em 2011 e cresceu para 6.8% em 2012, tem tido como impulso em grande medida os
altos preços internacionais do seu petróleo complementados pelas exportações de diamantes. Isto ajudou a
financiar a expansão económica da reconstrução pós-guerra e a reintegração de pessoas deslocadas. Também
contribuiu para o alto índice de crescimento económico e criação de emprego nos sectores agrícola e de
construção, facultando assim meios de sustento à população rural. Contudo, muito deste crescimento económico
não foi equitativamente distribuido, tal como a grande desigualdade social, visível em todo o país, torna evidente
(Gini Index de 58.6 por cento).

Mais de 85-90% das populações rurais em Angola dependem da agricultura de subsistência, que é a sua principal
fonte de subsistência, excepto na área costeira onde a irrigação é praticada por agricultores comerciais e, até certo
ponto, a produção de tubérculo nas províncias do norte. No entanto, a maior parte da agricultura rural decaiu para
o nível de subsistência, com pouco ou nenhum excedente comercializável. (WFP/VAM Angola, Junho de 2005).

Angola tem um clima tropical com estações húmicas e secas. A precipitação de chuva aumenta de sul para norte. A
precipitação média na faixa costeira, de condições semi-áridas, varia entre menos de 50-100mm em partes da
província do Namibe e mais de 800mm nas áreas costeiras das provícias do Zaire e de Cabinda. Mais para o interior
a variação é de entre 600mm no sul e mais de 1.600mm em partes das provícias do Uíge e de Lunda Norte, que
gozam de chuva durante a maior parte do ano.

O país é constituído por seis grandes zonas agro-ecológicas: (i) a zona do grande e elevado planalto interior na
parte centro-sul e central do país, caracterizada por planícies secas e de grande altitude, e incluindo o ponto mais
alto de Angola, o Morro de Môco (2.620m), com colinas e montanhas no planalto elevado. (ii) a zona climática
húmida até à região do extremo norte e nordeste. (iii) a zona sub-húmida que ocupa a maior parte das regiões
centrais, orientais e do norte, caracterizadas por florestas tropicais equatoriais e de savana. (iv) a zona semi-árida
que se estende desde o sudeste ao longo de 1.600km de costa do Namibe até Luanda, caracterizada sobretudo por
terras baixas e planícies. (v) a zona árida que se estende desde o sudoeste até à província de Luanda, e (vi)
finalmente, as áreas desertas do extremo sudoeste concentradas sobretudo na província de Namibe.

Estas diferenças regionais são o factor que mais influencia os padrões de meios de sustento, incluindo as
actividades pesqueiras e a agricultura de irrigação ao longo da costa; a criação de animais e produção de
massambala e massango no sul; a produção de milho, gado e leite nas áreas transumantes do norte do Cunene,
com transição para condições húmidas e de chuva nas regiões centrais e do norte; e as áreas de produção
predominante de mandioca, banana e café na floresta tropical de folha larga e verde, bem fornecidas de madeiras
tropicais especialmente em áreas do centro, leste e norte de Angola.

Para além dos factores agro-ecológicos que definiram padrões de subsistência na maior parte das zonas rurais de
Angola, as condições de maior acesso e melhores ligações a mercados e a oportunidades de comércio que se
seguiram a 27 anos de guerra civil continuam a influenciar os meios de sustento rural, particularmente entre o
interior, agricolamente produtivo, e os mercados de produtos alimentares costeiros, estratégicos e lucrativos em
áreas como Benguela, Lobito e Luanda. Isto tem sido encorajado pelo desenvolvimento de melhores
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http://www.fews.net/docs/Publications/AO_DeskReview_2012_10.pdf
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ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
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infraestruturas no caso de estradas nacionais principais e pela reconstrução da linha de caminho de ferro de
Benguela, que segue as antigas rotas comerciais que passam por Benguela, Huambo e Bié.

Para além disso, a presença de recursos naturais como petróleo, diamantes, minério de ferro, fosfatos, cobre,
feldespato, ouro, bauxita e urânio, bem como o potencial hidroeléctrico e as ricas terras agrícolas provavelmente
continuarão a fazer crescer os meios de sustento por todo o país. Contudo, apesar da significativa redução dos
níveis de pobreza, actualmente o país continua pobre e importa a maior parte dos produtos alimentares
necessários ao consumo nacional.

A outra grande actividade económica que tem determinado os meios de sustento das populações rurais é a
indústria da construção em expansão, produto da economia em rápido crescimento. Projectos de construção de
casas, estradas, aeroportos, linhas de caminho de ferro e infraestruturas sociais têm aumentado as oportunidades
de trabalho em zonas rurais do país.
A informação contextual acima referida e os conhecedores juízos dos participantes relativamente a actividades de
sustento nas zonas rurais de Angola levaram à identificação de treze grandes zonas de meios de sustento:
i.
ii.
iii.
iv.
v.
vi.
vii.
viii.
ix.
x.
xi.
xii.
xiii.
Zona Costeira de Rendimento Pesqueiro, Horticultura e Não-Agrícola.
Zona de Cultivo de Transição de Banana e Ananás.
Zona Pastorícia, e de Massango e Massambala do Sul.
Zona Sub-Húmida de Pastorícia e Milho.
Zona Centro-Oriental de Mandioca e Floresta.
Zona de Planalto Central de Batata e Vegetais.
Zona de Planalto Central de Milho e Feijão.
Zona de Terras Baixas de Transição de Milho, Mandioca e Feijão.
Zona de Floresta Tropical, Mandioca, Banana e Café.
Zona de Floresta de Savana e Mandioca Para Comércio.
Zona de Floresta de Savana e Mandioca de Sustento.
Zona de Pesca, Mandioca e Comércio Transfonteiriço e
Zona Costeira de Agro-Pecuária.
Em geral, o risco de insegurança alimentar é maior nas áreas em que existe um alto risco de fracasso da produção
devido às condições climáticas semi-áridas e à ocorrência frequente de desastres naturais, e onde os grupos mais
pobres têm oportunidades limitadas de obtenção de rendimento e maiores dificuldades no acesso a mercados. As
seguintes zonas são consideradas como as de maior risco de insegurança alimentar na Angola rural.
Zona Pastorícia, e de Massango e Massambala do Sul (AO03)-Esta é uma zona árida do país, onde há frequentes secas
e períodos sem chuva. Estas condições levam a uma produção de grão muito variável. A seca também pode conduzir a
falta de pasto e água de superfície, o que ocasionalmente leva a perdas significativas de gado que constitui um bem
fundamental na zona.
Zona de Planalto Central de Milho e Feijão (AO07)-Esta zona tem um número significativo de pessoas anteriormente
deslocadas. Apesar das condições favoráveis agro-climáticas, esta zona enfrenta problemas, tais como pequenas
parcelas agrícolas, devido à alta densidade populacional, à menor quantidade de bens produtivos e aos agregados
familiares relativamente pobres que não recuperaram de perdas durante a guerra civil, e ainda devido a frequentes
riscos climáticos, tais como inundações, seca e escassez de chuva. Isto torna a zona vulnerável do ponto de vista da
segurança alimentar devido a baixos níveis de resiliência dos agregados familiares, quer a desastres naturais, quer a
choques económicos.
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ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
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Zona de Floresta de Savana e Mandioca de Sustento (AO11)-Dadas as favoráveis condições climáticas e de cultivo, o
potencial desta zona é muito alto. Contudo, a produção permanence a nível de sustento, com grande dependência da
mandioca e pouca diversificação económica. É caracterizada pela inacessibilidade física devido à sua localização remota
causada pela falta de desenvolvimento de infraestruturas. Não está ligada a nenhum mercado estratégico (regional ou
nacional) que facilite o acesso regular a alimento e rendimento. Deste modo, esta é uma das zonas em maior risco de
insegurança alimentar.
ACONTECIMENTOS RECENTES QUE AFECTAM A SEGURANÇA ALIMENTAR E OS MEIOS DE
SUSTENTO
2013/2014
2012/2013
2011/2012
2010/2011
2009/2010
Níveis de chuva abaixo do normal e um período seco prolongado na zona sul de Angola
afectaram a produção de massango e massambala, a pastorícia e as condições das áreas de
pastagem com reduzido acesso a água para o gado. Isto elevou o risco geral de insegurança
alimentar para os agregados familiares devido à perda de colheitas próprias e de produtos
pastorícios bem como de rendimentos resultantes da venda de colheitas e de animais.
Chuva errática e abaixo do normal em muito do território de Angola em inícios de 2012
contribuiu para uma redução da produção agrícola, o que levou ao aumento da insegurança
alimentar e uma maior prevalência de má-nutrição aguda, especialmente no sul de Angola e
em algumas áreas centrais do país. Fonte- USAID/OFDA- Gabinete do Alimento para a Paz
(Último Boletim Informativo para Angola – Assistência Humanitária em Revisão).
Aumento da produção agrícola devido a boa precipitação de chuva em todo o país, incluindo
as regiões centrais e do sul, o que resultou em níveis mais elevados de oferta alimentar do
que de procura, levando a uma redução dos preços. Isto teve como resultado final a redução
dos rendimentos dos agregados familiares em algumas áreas rurais, o que causou défices
monetários, especialmente nas áreas agrícolas muito produtivas dos planaltos centrais.
Boa precipitação de chuva em todo o país, mas especialmente na região central, e aumento
da produção agrícola, especialmente de alimentos básicos, e melhores condições pastorícias.
Isto teve como resultado um aumento de produtos pastorícios, como leite e carne, para
consumo e para venda.
Chuva acima da média, causando inundações em algumas áreas, incluindo o centro e sul de
Angola. A produção geral de colheitas foi abaixo da média na maior parte das áreas,
especialmente no sul e centro de Angola. Isto afectou também as condições de pasto e de
gado devido às más condições climáticas e a surtos de doenças dos animais em algumas
áreas.
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ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
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ZONA COSTEIRA DE RENDIMENTO PESQUEIRO, HORTICULTURA E NÃO-AGRÍCOLA (ZONA DE
MEIOS DE SUSTENTO 01)
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido às opções
diversificadas de meios de sustento do agregado familiar.
Principais bens produtivos
Pobres
Com mais posses
Menos cabras, ovelhas,
Mais cabras, ovelhas e porcos em
porcos e aves
currais.
domésticas
Equipamento de pesca (barco
Equipamento de pesca
motorizado, rede e anzol)
(canoa de madeira,
Veículo motorizado
rede, linhas com anzóis- Terra cultivável- mais hectares.
“Muzuas”)
Bicicleta
Terra cultivável- menos
hectares.
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres
Com mais posses
Mandioca (OP/MP)
Mandioca (OP)
Vegetais (OP)
Vegetais (OP)
Milho (OP/MP)
Milho (OP/MP)
Peixe (G/MP)
Peixe (G/MP)
Carne (MP)
Carne (OP/MP)
Banana (MP)
Banana (OP/MP)




Principais fontes de rendimentos
Pobres
Com mais posses
Venda de peixe
Venda de peixe
Venda de vegetais
Comércio por grosso de grande
Comércio de pequena escala
escala
Emprego formal
Venda de trabalho não- Venda de vegetais
laboral
Remessas de dinheiro
Venda de combustível
doméstico
Venda de sal
Mercados principais
Os mercados alimentares estratégicos incluem Locais, Luanda e
Benguela; entretanto, o trabalho é comercializado nas indústrias
de serviços, formais e informais, em expansão (armazéns e
fábricas de produtos de peixe).
Principais riscos e frequência aproximada
Mar bravo durante a estação das chuvas
Invasão por grande número de focas, uma praga durante a
estação das chuvas
Inundações marítimas em que a água salgada inunda a água
doce durante o período de Março a Abril
Principais estratégias de sustento
Migração de
 Maior comércio de produtos
trabalhadores para
manufacturados
áreas urbanas tais como Maior dependência de remessas de
Luanda
dinheiro de familiares que trabalham
Maior dependência do
noutros lugares
auto-emprego
Esta zona situa-se na linha da costa, estendendose pelas províncias do Namibe, Benguela, Cuanza
Sul, Cuanza Norte, Zaire e Cabinda. Caracteriza-se
por condições áridas e semi-áridas no sul,
enquanto nas áreas do norte o clima é tropical
fresco, especialmente ao longo da costa das
províncias do Zaire e de Cabinda.
A topografia caracteriza-se por uma estreita
planície costeira de terras baixas com uma altitude
de 0-400 metros que se eleva abruptamente
transformando-se num planalto interior. A
vegetação é constituída sobretudo por erva e
floresta com áreas isoladas de mangais, estepe e
velhas oliveiras e palmeiras de óleo que datam do
tempo colonial.
A precipitação varia entre 50-100mm por ano na
região árida e semi-árida do sul, aumentando para
800mm na zona tropical do norte, sobretudo nas
províncias do Zaire e Cabinda. As chuvas
normalmente começam no início de Outubro e
vão até Abril com um intervalo de Maio a
Setembro. A temperatura média varia entre um
o
máximo de 25 a 30 C em Dezembro/Março e um
o
mínimo de 17 a 20 C entre Junho e Julho.
A área tem uma densidade populacional de
aproximadamente 5-10 habitantes por quilómetro
quadrado, com uma maior concentração de
pessoas nos centros urbanos (Censo Nacional de
População-2000).
O solo é naturalmente fértel, constituído por
barro e solos aluviais que são muito adequados à
agricultura de cultivo mas não são utilizados
eficazmente devido às condições áridas e semiáridas especialmente no sul. As áreas de terra
cultivada são pequenas, em média de 0.8
hectares. A maior parte do cultivo é feito à mão,
embora os grupos com mais posses empregue
trabalhadores e, por essa razão, possua maior
quantidade de terreno. Em comparação com a
parte norte desta zona, bem como com outras
regiões do país, a parte sul tem um potencial
agrícola muito baixo.
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ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
A fonte principal de alimento das famílias desta zona provém do mercado, embora as colheitas de horticultura (tomate,
cebola, couve e espinafre) sejam cultivadas no sul da zona. A mandioca e o milho são produzidos na linha costeira do
norte, em particular pelo grupo com maiores posses. Este grupo faz criação de animais pequenos, incluindo cabras,
ovelhas, porcos e aves domésticas, principalmente para consumo familiar.
Os factores principais que determinam a riqueza são o acesso ao equipamento de pesca, a posse de animais, o tamanho
de terra cultivada e a capacidade de ter outro emprego e outras oportunidades económicas.
Os rendimentos dos agregados familiares nesta zona baseiam-se sobretudo em actividades piscatórias marítimas de
grande escala, comerciais e semi-industriais, bem como actividades piscatórias de menor escala. Os pobres e os mais
favorecidos dependem sobretudo da venda de peixe como forma de rendimento.
Contudo, o grupo pobre também depende da venda de vegetais, produção familiar de combustível (madeira, carvão
vegetal e carvão), pequeno comércio, trabalho não qualificado em armazéns, fábricas de tratamento de peixe e outros
sectores de serviços. O grupo com mais posses complementa os rendimentos com actividades de pequeno comércio e
emprego formal no sector de serviços, bem como remessas de dinheiro. Outras actividades económicas possíveis são a
mineração de sal e carvão em locais específicos ao longo da costa, principalmente nas partes central e sul da zona.
Deve ser mencionado o facto de que a infraestrutura de transportes e comunicações, relativamente desenvolvida,
(redes de estradas alcatroadas, transporte aéreo fiável com instalações de aeroporto renovadas, e linhas de caminho
de ferro funcionais) facilitou o comércio com a área de grande produção agrícola do interior de Angola. Estas
infraestruturas tornaram esta zona facilmente acessível a comerciantes e investidores de Angola e do estrangeiro.
Os mercados principais para o comércio de peixe incluem: Namibe, Tombua, Lucira, Baia-Farta, Estomba-Benguela,
Porto Amboim, Sumbe, Luanda e Cabinda. Estes mercados são complementados por mercados sazonais, tais como o
comércio do sal em Sol-Namibe e Namibe e Caponte-Benguela para a venda de vegetais. Nesta zona há também uma
nova refinaria de petróleo que está a ser desenvolvida actualmente na área costeira de Lobito. A indústria do petróleo
também tem aumentado o acesso a mercados, especialmente no que respeita aos produtos locais.
Os principais riscos e choques incluem mar bravo, que ocorre entre Novembro e Março; grande número de focas, que
são consideradas pragas, entre Setembro e Abril; inundação de água salgada que entra pela água doce entre Março e
Abril; e os derramamentos de petróleo que causam poluição ambiental ao longo da costa norte durante todo o ano.
Ambos os grupos pobres e os grupos com mais posses reagem sobretudo através de migração laboral, maior
dependência de auto-emprego e remessas de dinheiro.
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ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
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CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 01
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
produção de vegetais
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Outros
pesca
Riscos
ondas marítimas gigantescas
invasão de focas
inundação de água salgada
marítima
derramamento de petróleo
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
O calendário de actividade sazonal mostra que a estação das chuvas tem lugar entre Outubro e Abril e que a estação
seca vai de Maio a Setembro. A estação de escassez segue-se à estação festiva de Dezembro e vai de Janeiro a Abril.
A produção de vegetais tem lugar todo o ano, enquanto colheitas como a mandioca e o milho, cultivadas sobretudo na
parte norte da zona, são sazonais. A estação agrícola começa com a preparação da terra em Agosto e Setembro,
seguida de plantação e sementeira em Outubro e Novembro. A monda tem lugar em Novembro e a colheita,
especialmente a do milho, entre Dezembro e Janeiro. Outras actividades, especielmente as da colheita de mandioca,
têm lugar durante todo o ano. Actividades piscatórias marinhas e fluviais também ocorrem durante todo o ano.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 01
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
mandioca
sêmola de milho
Rendimento
venda de peixe
comércio de retalho
trabalho casual-fora da quinta
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p
p
propdução própriam m compra de mercado
k k
em género c
c
recoleção
12
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
O calendário de consumo mostra que o grupo pobre nas partes norte da zona (zonas costeiras das províncias de
Cabinda e Zaire) não compra mandioca, alimento base, enquanto o grupo pobre das áreas do sul (zonas costeiras das
províncias de Namibe, Benguela, Cuanza Sul e Bengo) compra milho, alimento base, durante todo o ano.
A venda de peixe, o comércio de retalho de artigos familiares e actividades laborais casuais (armazéns e fábricas de
tratamento de peixe) também ocorrem durante todo o ano.
A escolaridade primária em Angola é actualmente gratuita. No entanto, as famílias gastam dinheiro nos materiais
escolares. Estas despesas ocorrem normalmente durante os meses de Fevereiro a Junho e de Agosto a Novembro. As
despesas com a saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas devido ao aumento de casos de malária.
13
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Zona de Cultivo de Transição de Banana e Ananás (Zona de meios de sustento 02)
Risco de insegurança alimentar
Área muito produtiva em colheitas com baixo risco
de insegurança alimentar.
Principais bens produtivos
Pobres
Com mais posses
Área cultivada- menos
Área cultivada- mais
hectares
hectares.
Menos cabras
Gado
Menos porcos
Mais cabras
Aves domésticas
Mais porcos
(galinhas e patos)
Aves domésticas
(galinhas e patos )
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres
Com mais posses
Milho (OP/MP)
Milho (OP/MP)
Peixe (G/MP)
Bananas (OP/MP)
Vegetais (OP)
Peixe (G/MP)
Mandioca (OP/MP)
Carne (MP/OP)
Carne (MP)
Fruta (OP)
Milho e Feijãoassistência alimentar.
Principais fontes de rendimentos
Pobres
Com mais posses
Venda de vegetais
Venda de bananas
Venda de milho
Venda de milho
Venda
de
trabalho Venda de ananás
agrícola
Venda de gado
Venda de cabras
Venda de cabras
Venda de porcos
Comércio de pequena
Venda de artesanato
escala, tal como água
Venda de bebida local
mineral
Venda de combustível
doméstico
Mercados principais
Mercados principais acessíveis na zona incluem
Caponte e Chapanguela. O emprego laboral local
ocorre sobretudo nas plantações de banana e
ananás. O emprego externo também é acessível
nas áreas vizinhas peri-urbanas e nas cidades com
trabalhadores migrantes ao longo da costa.
Principais riscos e frequência aproximada
Ocorrem inundações sazonais anualmente de
Novembro a Dezembro
Ocorrem doenças de animais de dois em dois anos
de Junho a Setembro
Baixos preços das colheitas durante anos de
colheita abundante.
Principais estratégias de sustento
Pobres
Com mais posses
Mais migração laboral
Mais venda de gado
Mais auto-emprego
Maiores níveis de autoMais remessas de
emprego
dinheiro
Esta zona situa-se na província de Benguela e na parte ocidental
da província de Cuanza Sul. A topografia é sobretudo plana e
caracteriza-se pela erva de savana e zonas florestais com
prados, estepe e vegetação rasteira, o que a torna favorável à
produção de colheitas e de animais. A área tem ainda outros
recursos naturais, incluindo quartzo e águas termais e minerais.
A área tem um solo de textura arenosa moderadamente fértil, o
que a torna altamente produtiva em fruta tropical (banana e
ananás). A precipitação de chuva na zona varia muito, com uma
precipitação média entre 200mm em Benguela e 900-1.200mm
em Bocoio. A zona tem um padrão de chuvas unimodal, com
duas estações distintas, a estação seca (Maio/Setembro) e
estação das chuvas (Outubro/Abril). As temperaturas variam
o
o
o
entre um máximo de 20 -30 C em Março e um mínimo de 16 C
o
a 20 C em Junho.
Esta zona é moderadamente populada, com cerca de 10-20
pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de
População-2000).
I. Os sistemas de cultivo nesta zona incluem a chuva e a
irrigação. O grupo dos pobres cultiva à mão, enquanto o grupo
com mais posses usa uma combinação de tracção animal e
práticas mecanizadas, especialmente nas grandes plantações de
banana e ananás.
A zona é conhecida pelas suas plantações comerciais de
pequena e grande escala, quer nas áreas baixas, quer nas altas,
o que resulta em rendimento em dinheiro para a população
através das vendas directas de colheitas e das oportunidades de
emprego especialmente entre os pobres.
As maiores colheitas são as de milho, mandioca, feijão,
amendoim, batata doce, vegetais e alguns citrinos. Quer os
grupos com mais posses, quer alguns agregados familiares
pobres são proprietários de pequenos grupos de animais,
incluindo gado, cabras e porcos e, para além disso, algumas
aves domésticas são mantidas para consumo doméstico.
Os principais factores que determinam a riqueza nesta zona são
o tamanho da área de terra cultivada e a posse de animais.
O grupo pobre vive sobretudo a níveis de sustento e o seu
acesso ao alimento faz-se através da sua própria produção de
culturas, pesca, compras no mercado e, em alguns casos,
assistência alimentar durante anos de pouca produção. Aqueles
que têm mais posses são quase sempre auto-suficientes e a
maior parte das suas necessidades alimentares anuais é
satisfeita pela sua própria produção de culturas. A maioria dos
14
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
habitantes locais também compra peixe capturado no rio Catumbela durante todo o ano.
As principais fontes de rendimento do grupo dos pobres é a venda de vegetais, fruta, animais, artesanato, bebida local,
combustível doméstico (lenha e carvão) e trabalho agrícola sazonal. As principais opções de rendimento para os mais
abonados são a venda de colheitas de rendimento (bananas e ananás). Para além disso, estes complementam o seu
rendimento através da venda de animais e do comércio de pequena escala, como a venda de água mineral.
Nos últimos anos o desenvolvimento de infraestruturas, tais como estradas de alcatrão e ligações ferroviárias,
melhorou o acesso físico às áreas costeiras vizinhas e ao interior de Angola, altamente produtivo. A zona está agora
acessível a mercados-chave como Gabela, Condé, Caponte, Sumbe, Porto Amboim, Wako kungo, Luanda e Chapanguela
para a venda de bananas e ananás.
Para ambos os grupos, a venda de colheitas complementa o dinheiro do agregado familiar durante períodos em que as
oportunidades de emprego local são limitadas. A migração sazonal dos pobres para áreas vizinhas urbanas e semi-rurais
é elevada durante os meses de Maio a Setembro.
Os principais riscos e choques incluem inundação sazonal, doenças de animais, períodos de seca e baixos preços das
colheitas. As estratégias de sustento comuns entre os pobres são a migração laboral, o aumento de auto-emprego e a
maior dependência de remessas de dinheiro. O grupo com mais posses aumenta sobretudo a venda de gado e
desenvolve várias formas de auto-emprego.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 02
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
Riscos
inundações
doenças de animais
baixos preços das colheitas
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
As chuvas começam em Outubro e terminam em Abril do ano seguinte. A estação seca começa em Maio e termina em
Setembro. A estação de escassez ocorre normalmente de Setembro a Dezembro, antes das culturas verdes estarem
acessíveis para consumo em fins de Janeiro. A estação agrícola começa com a preparação da terra, sobretudo para
15
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
colheitas básicas como milho e feijão, de Maio a Agosto. Segue-se a plantação e sementeira em Setembro e Outubro.
Os meses de Novembro e Dezembro são quase sempre para monda dos campos. O consumo de verdes começa em
Janeiro e a colheita de grão de milho e feijão tem lugar de Fevereiro a Abril. Actividades relacionadas com colheitas
grandes de rendimento (ananás e banana) têm lugar durante todo o ano.
Outras actividades económicas importantes incluem a criação de cordeiros e cabritos, e parição, com produção de leite
entre Outubro e Abril do ano seguinte.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 02
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
milho
feijão
Rendimento
venda de banana
venda de ananás
venda de milho e feijão
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p
p
propdução própriam m compra de mercado
k k
em género c
c
recoleção
Os padrões de consumo nesta zona indicam que o grupo pobre depende de uma combinação da própria produção de
colheitas e da compra de alimentos básicos no mercado. A produção própria é uma fonte importante de alimento de
Março a Agosto, após o que o grupo pobre depende das compras sobretudo de milho e feijão no mercado. As principais
fontes de rendimento são sobretudo sazonais, com excepção da venda de ananás. O grupo pobre vende bananas
durante os meses de Novembro a Fevereiro. Milho e feijão são consumidos e vendidos entre Maio e Junho. Outras
fontes de rendimento sazonal são o trabalho agrícola nas quintas comerciais de banana. Actualmente em Agola a
escolaridade primária é gratuita. Contudo, as famílias gastam dinheiro em material escolar. Estas despesas ocorrem
normalmente durante os meses de Fevereiro a Junho e de Agosto a Novembro. As despesas com a saúde normalmente
aumentam durante a estação das chuvas devido ao aumento de casos de malária.
16
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ZONA PASTORÍCIA, E DE MASSANGO E MASSAMBALA DO SUL (Zona de meios de sustento 03)
Risco de insegurança alimentar
Alto risco de insegurança alimentar devido às
condições semi-áridas e à baixa produção de
culturas.
Principais bens produtivos
Pobres
Com mais posses
Menos cabras
Gado
Porcos
Mais cabras/ovelhas
Aves domésticas
Aves domésticas
Terra cultivada- menos
Terra cultivada- mais
hectares.
hectares.
Utensílios naturais
Utensílios naturais
Produtos naturais
Produtos naturais
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres
Com mais posses
Massango (OP/MP)
Massango (OP)
Massambala (OP/MP)
Massambala (OP)
Milho (MP)
Milho (MP)
Leite (OP/IK/MP)
Leite (OP)
Carne (OP/MP)
Carne (OP)
Alimentos silvestres (G)
Alimentos silvestres (G)
Dádivas
Milho e feijão
(assistência alimentar)
Principais fontes de rendimentos
Pobres
Com mais posses
Venda de cabras
Venda de gado
Venda de porcos
Venda de produtos de
Venda de aves
gado (leite e carne)
domésticas
Venda de peixe
Venda de produtos
naturais
Mercados principais
Os mercados principais acessíveis nesta zona são
Nguanguelas, Kwahama, Nhaneka, Humbi,
Mucubais e Muimbas. O trabalho Local também é
comercializado dentro e fora da zona.
Principais riscos e frequência aproximada
Condições de seca, que normalmente ocorrem
aproximadamente de 10 em 10 anos
Inundações sazonais ocorrem anualmente
Períodos de seca ocorrem uma vez de dois em dois
ou de três em três anos
Doenças dos animais ocorrem anualmente
Principais estratégias de sustento
Pobres
Com mais posses
Mais venda de trabalho
Maior recoleção de
alimentos silvestres
Mais venda de animais
Mais auto-emprego
Esta zona situa-se sobretudo na parte sul de Angola na zona
agro-ecológica árida e semi-árida. A topografia é geralmente
terra baixa de tipo pradaria. A vegetação caracteriza-se por
deserto, erva e floresta de savana. Nesta zona os rios incluem o
Cunene que corre por uma zona que desce gradualmente para o
extremo sul e escoa-se directamente numa rede de vales,
incluindo a grande bacia seca do Etosha na Namíbia e outros
cursos de água secos. O segundo maior rio é o Okavango na
parte oriental da zona, que surge de uma área mais densamente
florestada em Kubango, dentro do planalto de Bié. Atravessa o
sudeste de Angola num curso inicialmente interrompido por
rápidos. Ao longo do seu curso junta-se-lhe o Cuito e o
Cubango, dois dos seus maiores afluentes, e depois corre ao
longo da fronteira com a Namíbia, criando canais aluviais de
planície bem adequados ao “Olanaka”, uma forma tradicional
de agricultura de terras aluviais no sudeste de Angola.
Esta zona tem um padrão de chuva unimodal, com uma
precipitação média de cerca de 200-400mm por ano. Há duas
estações, a estação das chuvas que vai de Setembro a Março, e
a estação seca de Abril a Agosto. As temperaturas anuais
médias são variáveis, aumentando do norte para o sul. A
população é muito pouco densa, com cerca de 5 pessoas por
quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). A
escassez da população, combinada com as condições áridas e o
solo arenoso, tornam esta região mais adequada à pastorícia do
que ao cultivo. O relevo suave nesta área facilita a
movimentação de animais transumantes após as inundações
sazonais de áreas como as zonas baixas do rio Cunene. Uma
sucessão de lagos e lagoas pouco profundos oferece pastagem
para o gado na estação seca. As lagoas permanentes de
Tchimporo em Kuvelai também têm um papel importante na
vida económica do povo, pois oferecem oportunidades de pesca
e pastagens de reserva durante períodos críticos.
Os dois factores principais que determinam níveis de riqueza
entre os agregados familiares são o número de animais que
estes possuem e a terra cultivada por cada agregado.
Cultiva-se principalmente o pequeno grão (massango e
massambala) com algum milho e vegetais ao longo dos
principais rios e vales. A população local também recorre à
pesca sazonal fluvial como complemento do seu regime
alimentar.
O grupo pobre subsiste por meio da sua própria produção de colheitas e alimentos silvestres. O grupo de mais posses
produz um pouco mais de alimento e todos os agregados familiares dependem de compras de bens essenciais no
mercado durante os meses de Dezembro a Maio, o que é complementado por leite e carne especialmente durante a
17
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
estação das chuvas. Esta zona é conhecida pela sua produção de leite que é consumido durante todo o ano, embora as
quantidades consumidas sejam maiores durante a estação das chuvas.
A maioria dos produtos animais consumido pelo grupo pobre é obtida por meio de pagamento em géneros recebido do
grupo com mais posses como paga pelo pastoreio de gado.
A venda de animais é a fonte de rendimentos em dinheiro mais importante, quer para o grupo pobre, quer para o de
mais posses. O grupo pobre obtém rendimento da venda de cabras e porcos, e também da venda de carvão e lenha.
O grupo com mais posses também obtém rendimento da venda de leite e outros lacticínios.
A venda de animais, produtos animais e trabalho local (pastoreio) é possível devido à procura dentro da zona e ao
acesso a mercados-chave estratégicos, tais como Nguanguelas, Kwahama, Nhaneka, Humbi, Mucubais, Muimbas e
Ondjiva/Santa Clara. Os mercados externos mais importantes incluem Lubango/Mutala nas regiões do centro-sul,
Kalueque e, para lá da fronteira, a Namíbia. O acesso físico a esses mercados é relativamente bom devido a uma rede
rodoviária razoavelmente bem distribuída por toda esta região escassamente povoada do país.
Grandes riscos e choques incluem seca, períodos secos e inundações sazonais. A estratégias comuns de sustento do
grupo pobre incluem a venda de trabalho e a recoleção de alimentos silvestres, mais venda de animais e diversificação
de opções de auto-emprego, enquanto o grupo mais abastado tende a aumentar a venda de animais e a deslocar-se
para terras mais altas em caso de inundações excessivas, especialmente ao longo da fronteira entre Angola e a
Namíbia.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 03
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
migração sazonal de gado
Riscos
inundações
doenças de animais
baixos preços das colheitas
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
18
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
As chuvas duram de Setembro até fim de Março do ano seguinte. A estação seca começa em Abril e dura até Agosto. A
estação de escassez vai normalmente de Setembro a Novembro, antes do início do aumento da produção de leite em
Dezembro e do consumo de verdes em finais de Janeiro.
A estação agrícola começa com a preparação da terra, sobretudo para colheitas básicas como massango e massambala,
de Junho a Agosto. Segue-se a plantação e a sementeira em Setembro e Outubro.
A monda faz-se entre Novembro e Janeiro. A produção de leite começa a partir de Outubro, aumentando por volta de
Dezembro e até Abril. O acesso à alimentação é complementado pelo consumo de verdes a partir de fins de Janeiro.
Outras actividades sazonais importantes incluem a criação de cordeiro e cabrito, e a parição, desde Outubro até Abril
do ano seguinte.
Os principais riscos são a inundação fluvial e as doenças dos animais, em conjunto com os baixos preços das colheitas,
especialmente durante e após a principal colheita por volta de Abril.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 03
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
milho
feijão
massango e massambala
comércio de troca (animais por
grão)
assistência alimentar
Rendimento
venda de animais
venda de massango/ massambala
venda de produtos naturais
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p p propdução própria m m compra de mercadok
k
em género c
c
recoleção
O padrão de consumo entre o grupo pobre nesta zona mosta uma maior dependência de compras de produtos básicos
no mercado do que de colheitas próprias. As colheitas próprias de massango e massambala normalmente duram entre
Junho e Novembro. Os principais alimentos básicos comprados pelo grupo pobre entre Setembro e Fevereiro são milho
e feijão. O grupo pobre também troca animais por grão durante o período de Dezembro a Maio, na altura anterior à
próxima colheita.
As principais fontes de rendimento familiar são a venda de animais, de produtos naturais e, até certo ponto, de grão de
massango e massambala imediatamente após a colheita principal (Junho a Agosto). As principais despesas incluem a
compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As despesas de saúde normalmente
aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
19
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ZONA SUB-HÚMIDA DE PASTORÍCIA E MILHO (Zona de meios de sustento 04)
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido à alta
produtividade agrícola.
Main productive assets
Pobres
Com mais posses
Menos gado
Mais gado
Aves domésticas
Cabras
Terra cultivada- menos Ovelhas
hectares
Porcos
Utensílios manuais
Terra cultivada- mais hectares
Tracção animal
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres
Com mais posses
Milho (OP/MP)
Milho (OP)
Massango (MP)
Massango (MP/OP)
Massambala (MP)
Massambala (MP/OP)
Arroz (MP)
Arroz (MP)
Carne (OP/MP)
Mandioca (MP)
Peixe (G/MP)
Feijão (MP)
Carne (OP/MP)
Carne (OP)
Mandioca (MP)
Peixe (MP)
Principais fontes de rendimentos
Pobres
Com mais posses
Venda de trabalho
Venda de gado
Venda de milho
Venda de produtos animais
Venda de peixe
(leite e carne)
Venda de gado
Emprego formal
Venda
de
aves Comércio formal/informal
domésticas
Minerais- i.e. Granito
Venda de produtos
naturais
Mercados principais
As principais oportunidades de emprego local existem
dentro da zona e incluem trabalho agrícola, como a
preparação da terra, sementeira, remoção de erva daninha
e colheita, etc.
Principais riscos e frequência aproximada
Seca e períodos secos
Inundações
Doenças de animais
Doenças e pragas de culturas
Frequentes fogos florestais-para renovar as condições de
pastagem
Preços flutuantes de alimentos no mercado
Principais estratégias de sustento
Pobres
Com mais posses
Migração laboral
Irrigação
Maior recoleção de
Compra de alimentos
alimentos silvestres
distantes/stoques adequados.
Mais venda de animais
Mais venda de animais
Migração em busca de
Compra de medicamentos para
água e pastagens
animais
Esta zona de meios de sustento está localizada nas
regiões centro-sul e central da parte sub-húmida de
Angola. Abrange sobretudo as provícias de Huíla e
partes do Kuando Kubango. Nesta zona a vegetação
caracteriza-se pela floresta seca decídua e pela savana.
Os principais rios sazonais e perenes da zona incluem o
Cubango, o Cuvlei e o Matala.
A zona tem um padrão de chuva unimodal com
precipitação média de cerca de 300-400mm por ano. O
solo nesta área é de barro, relativamente fértil, e a
população tem uma densidade moderada, com cerca de
5-10 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional
de População-2000).
É predominantemente ocupada pela agro-pastorícia e é
conhecida pelo seu alto potencial agrícola devido à
chuva e à irrigação agrícola. O GoA apoiou um programa
de reabilitação do sector agrícola para os canais mais
importantes por onde passa o rio Matala
(particularmente na província do Huíla). Isto beneficiou
muito a produção de milho.
Principalmente faz-se o cultivo de milho, massango,
feijão e vegetais. Outro cultivo de mais pequena escala
inclui o dos citrinos. Os animais principais são sobretudo
gado, dado a zona ser o maior produtor de leite do país,
e cabras, ovelhas e porcos. As aves domésticas são
sobretudo para consumo. Os habitantes locais também
practicam a movimentação sazonal dos animais em
busca de água e pasto.
Os dois factores principais que determinam o nível de
riqueza entre os agregados familiares são o número de
animais que cada agregado familiar possui e a
quantidade de terra cultivada.
A principal fonte de alimentação do grupo pobre advém
das suas próprias culturas, produtos animais e pesca,
complementada pela recoleção de alimentos silvestres.
O grupo pobre também depende da compra de
alimentos básicos (milho e mandioca) durante os meses
de Outubro a Fevereiro. O grupo de mais posses
depende sobretudo da sua própria produção e produtos
animais, com compras mínimas no mercado,
especialmente de bens alimentares não básicos.
As principais fontes de rendimento do grupo pobre
20
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
incluem a venda de trabalho, grão, peixe, gado e lenha, com rendimento adicional resultante do trabalho nas minhas de
carvão. O grupo com mais posses vende animais e produtos animais (leite e carne) como principal fonte de rendimento,
o que é complementado por emprego formal, comércio e minerais como o granito.
O comércio de vários produtos é possível devido à existência de mercados importantes com boas ligações entre si, tal
como João de Almeida e Mutundo (Lubango). A maioria do trabalho agrícola é providenciado localmente dentro da
zona. Esta área também está estrategicamente situada, o que a torna acessível a mercados regionais lucrativos ao
longo das áreas costeiras e da fronteira com a Namíbia, bem como o densamente povoado planalto central do país. O
fluxo de produtos e a sua acessibilidade são determinados pelas áreas de origem, estado das estradas de acesso e
factores ambientais e de linhas ferroviárias.
Os principais riscos e choques incluem a seca e as condições secas, inundações, doenças de animais, pragas e doenças
de colheitas e preços flutuantes de produtos alimentares.
Estratégias comuns de sustento, especialmente entre os grupos pobres, incluem a migração laboral, mais recoleção de
alimentos silvestres, mais venda de animais e migração em busca de água e pastagens.
21
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 04
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
migração sazonal de gado
Riscos
secas e períodos secos
inundações
doenças de animais
baixos preços das colheitas
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
A estação das chuvas vai de Outubro até ao fim de Abril do ano seguinte. A estação seca é entre Maio e Setembro. A
estação de escassez é normalmente de Outubro a Janeiro, antes do consumo de verdes em finais de Janeiro.
A estação agrícola começa com a preparação da terra, principalmente para o cultivo de alimentos básicos (milho, feijão
e mandioca) de Junho a Agosto. Segue-se a plantação e a sementeira em Setembro e Outubro. A monda é feita entre
Novembro e Janeiro, o que também oferece oportunidades de emprego para o grupo pobre.
Os principais riscos são a seca e as condições secas durante a estação das chuvas, inundações fluvais sazonais em
Outubro e Novembro, doenças de animais de Junho a Setembro em conjunto com baixos preços das colheitas
especialmente durante e após a colheita principal de Março a Junho.
22
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 04
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
milho
feijão
peixe
Rendimento
venda de milho
venda de peixe
venda de carvão
venda de trabalho
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p p propdução própria m m compra de mercadok
k
em género c
c
recoleção
O calendário de consumo do grupo pobre mostra dependência quer da compra em mercado, quer da produção própria.
As colheitas básicas incluem o milho e o feijão complementado pela pesca. A colheita própria é uma importante fonte
de alimento entre Abril e Agosto. As compras em mercado, especialmente grão de milho e feijão, normalmente ocorre
entre Setembro e Março, após o que o grupo pobre pode obter produtos verdes da nova colheita. A pesca é uma
actividade de todo o ano nos rios principais da zona.
As principais fontes de rendimento em dinheiro incluem a venda de milho nos meses de Junho a Setembro. A venda de
peixe é sazonal e providencia rendimento familiar nos meses de Outubro a Abril. O carvão é vendido sobretudo entre
Junho e Setembro e a venda de trabalho (agrícola e não-agrícola) faz-se durante o ano e providencia rendimento muito
necessário ao grupo pobre.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças na escola, dado que a escolaridade
primária é actualmente gratuita. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de
Outubro a Abril.
23
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ZONA CENTRO-ORIENTAL DE MANDIOCA E FLORESTA (Zona de meios de sustento 05)
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido à
diversificação de colheitas e produtividade agrícola.
Principais bens produtivos
Pobres
Com mais posses
Menos gado
Mais gado
Menos porcos
Cabras
Aves domésticas
Mais porcos
Terra cultivada- menos
Aves domésticas
hectares
Terra cultivada- mais
Tractores
hectares
Motociclo
Bicicletas
Utensílios manuais
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres
Com mais posses
Mandioca (OP)
Mandioca (OP)
Milho (OP/MP)
Milho (OP/MP)
Feijão (OP/MP)
Feijão (OP)
Peixe seco (MP)
Arroz (MP)
Óleo de cozinha (MP)
Peixe seco (MP)
Milho e feijão
Óleo de cozinha (MP)
(Assistência alimentar)
Principais fontes de rendimentos
Pobres
Com mais posses
Venda de colheitas
Venda de colheitas
Venda de lenha e carvão Venda de gado
Venda de areia/pedras
Venda de peixe
Venda de alimentos
Venda de madeira
silvestres
Mercados principais
Os principais mercados estratégicos nesta zona são
Chitembo, Cuemba, Rivungo, Nancova e Mavinga. A
maior parte do trabalho é sazonal e tem lugar na
zona entre Novembro e Fevereiro.
Principais riscos e frequência aproximada
Pragas e doenças das culturas ocorrem durante a
estação das chuvas
A doença nos animais ocorre durante a estação
seca e a estação das chuvas
O conflito entre pessoas e animais selvagens ocorre
durante os meses de Fevereiro a Abril
Preços flutuantes das colheitas de alimentos
quando a colheita é boa.
Principais estratégias de sustento
Pobres
Com mais posses
Venda de aves
Mais venda de animais
domésticas
Mais recoleção de
alimentos silvestres
Mais venda de lenha e
carvão
Migração laboral
Monda dos campos de
outras proprietários.
Esta zona situa-se nas regiões do centro-leste e partes do sul e
centro de Angola. A vegetação caracteriza-se por floresta
decídua e erva. Contudo, as regiões nordestinas têm recursos
naturais de floresta aberta com madeira de alto valor. Há
também rios sazonais, como o Chifumage, o Lumege e o Luena,
que correm na parte oriental da zona.
Esta área tem um padrão de chuvas unimodal com precipitação
média de cerca de 800-1.200mm por ano. A estação das chuvas
geralmente dura de Setembro a Março.
Os solo na área é sobretudo arenoso e de barro, com fertilidade
moderada a alta.
Estando entre as regiões moderamente populadas do país, esta
zona tem cerca de 5-10 pessoas por quilómetro quadrado
(Censo Nacional de População-2000). A zona contribui com
cerca de 20% das colheitas nacionais, um indicador da sua alta
produtividade agrícola comparada com zonas vizinhas.
O principal cultivo de alimentos nesta zona é o de mandioca,
milho e feijão. Outras colheitas produzidas numa escala mais
pequena incluem vegetais e citrinos.
A criação de animais não é uma característica dominante nesta
zona embora haja pequenas criações de gado e porcos. As aves
domésticas são primordialmente para consumo.
Os dois factores principais que determinam níveis de riqueza
entre os agregados familiares são o número de animais que
possuem e a terra cultivada por agregado.
O grupo pobre depende sobretudo das suas colheitas e do peixe
para o consumo diário, complementados pela compra em
mercado de milho, arroz, peixe seco e óleo de cozinha. O grupo
com mais posses tem alguma maior auto-suficiência em termos
da sua própria produção e é menos dependente de compras no
mercado.
A venda de colheitas (mandioca e milho) é a principal fonte de
rendimentos para ambos os grupos, especialmente durante os
anos de excedente. O grupo pobre também complementa o seu
rendimento com a venda de produtos naturais (carvão, lenha,
areia e pedras). O grupo mais abastado maximiza os seus
rendimentos vendendo animais e produtos de madeira. Outros
produtos florestais explorados por ambos os grupos incluem a
recoleção e venda de mel de alta qualidade.
24
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
A venda de produtos locais nesta zona é possível devido ao acesso a mercados como os de Menongue, Rivungo,
Mavinga, Nancova, Cuito, Chitembo, Nancova e Mavinga e Kuemba. O emprego laboral local também está acessível nos
mesmos mercados. A maioria das oportunidades de emprego laboral é sazonal e está disponível de Novembro a
Fevereiro. O acesso físico a estes mercados é bastante bom, embora por vezes limitado pelas más condições das
estradas durante a estação das chuvas.
Os principais choques e riscos incluem as pragas e doenças das culturas durante a estação das chuvas, as doenças dos
animais durante a estação de seca e de chuvas, conflito entre pessoas e animais selvagens durante os meses de
Fevereiro a Abril, e preços flutuantes das colheitas de alimentos quando a colheita é boa.
As estratégias comuns de sustento, especialmente entre o grupo pobre, incluem a venda de aves domésticas, mais
recoleção de alimentos silvestres, mais venda de lenha e carvão, migração laboral e monda dos campos pertencentes a
outros. O grupo com mais posses sobrevive sobretudo através de mais venda de animais.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 05
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
Riscos
pragas e doenças das culturas
doenças de animais
conflito entre pessoas e animais
selvagens
baixo preço das colheitas
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
A estação das chuvas vai de Setembro até ao fim de Março do ano seguinte. A estação seca vai de Abril a Agosto. A
estação de escassez vai de Dezembro a Fevereiro, antes do consumo das colheitas de verdes começar em inícios de
Março.
A estação agrícola começa com a preparação da terra, principalmente para culturas básicas como mandioca, milho e
feijão de Junho a Agosto. Segue-se a plantação e a sementeira de Setembro a Novembro. O período de Dezembro a
Janeiro é ocupado sobretudo pela monda das colheitas, que também providencia oportunidade de emprego ao grupo
pobre.
25
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Os principais riscos incluem pragas e doenças das culturas com início em Setembro e até Março, doenças de animais
que não são sazonais, conflito entre pessoas e animais selvagens de Fevereiro a Abril, e baixos preços de animais
durante a estação das colheitas em Maio e Junho.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 05
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
milho
mandioca
peixe
Rendimento
venda de milho
venda de peixe
venda de animais
venda de carvão
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p p propdução própria m m compra de mercadok
k
em género c
c
recoleção
O grupo pobre é mais dependente das suas próprias culturas do que de compras de mercado. As culturas básicas
incluem mandioca, milho e feijão. As suas próprias colheitas, especialmente mandioca, são consumidas durante o ano,
enquanto a de milho é apenas de Março a Agosto. A compra de milho no mercado ocorre normalmente de Setembro a
Fevereiro; a colheita de milho verde está acessível a partir de Março. A pesca faz-se nos rios principais e é uma
actvidade de todo o ano.
As principais fontes de rendimento em dinheiro incluem a venda de animais nos meses de Novembro a Fevereiro, a
venda de peixe de Junho a Fevereiro e a venda de carvão de Junho a Setembro. A venda de milho ocorre normalmente
entre Setembro e Outubro quando os preços são mais elevados.
Os artigos principais em que o agregado familiar gasta dinheiro são a compra de artigos escolares necessários às
crianças que frequentam a escola, dado que a escolaridade primária é gratuita. As despesas de saúde normalmente
aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
26
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ZONA DE PLANALTO CENTRAL DE BATATA E VEGETAIS (Zona de meios de sustento 06)
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido à alta
produtividade agrícola.
Principais bens produtivos
Pobres
Com mais posses
Menos cabras
Gado
Aves domésticas
Mais cabras
(galinhas e patos)
Porcos
Terra cultivada- menos
Aves domésticas (galinhas e
hectares.
patos)
Bicicleta
Terra cultivada- mais
Utensílios manuais
hectares.
(enxada, machado e
Veículo motorizado
panga)
Tractor
Tracção animal
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres
Com mais posses
Batata (OP/MP)
Batata (OP)
Vegetais (OP)
Vegetais (OP)
Milho (MP)
Milho (MP)
Arroz (MP)
Arroz (MP)
Feijão (MP)
Feijão (OP/MP)
Mandioca (MP)
Mandioca (MP)
Principais fontes de rendimentos
Pobres
Com mais posses
Venda de batata
Venda de batata
Venda de trabalho
Venda de gado
Venda de produtos Emprego formal
naturais (carvão e lenha) Comércio
Venda de peixe
Venda de artesanato
Venda de alimentos
silvestres
Mercados principais
Os mercados principais para compra e venda de produtos
locais, incluindo o trabalho, localizam-se dentro da zona
de meios de sustento. Os períodos de maior emprego
local vão de Novembro a Dezembro e de Maio a Junho.
Principais riscos e frequência aproximada
Pragas e doenças de culturas ocorrem de Setembro a
Março.
As doenças de animais ocorrem todo o ano.
O conflito entre pessoas e animais selvagens ocorre
durante o período das colheitas (Fevereiro-Abril)
Baixo preço das colheitas ocorre imediatamente após a
colheita principal ( Maio a Junho)
Principais estratégias de sustento
Pobres
Com mais posses
Migração laboral
Maior dependência de
Maior procura de
remessas de dinheiro
emprego
Mais venda de gado
Mais recoleção de
alimentos silvestres
Esta zona de meios de sustento situa-se nas áreas altas
centrais das províncias de Huambo e Bié, localizadas
sobretudo na parte sudoeste do “Planalto Central”, que
tem a maior altitude do país. A topgrafia é ondulante,
coberta por vegetação de savana com bolsas de floresta
decídua (natural e artificial), de onde alguns habitantes
locais obtêm madeira e mel. A pesca tem lugar nos rios.
A zona tem um padrão de chuvas unimodal com
precipitação de cerca de 800-1.200mm por ano. As duas
estações agrícolas principais são os períodos de chuva de
Outubro-Maio e os meses secos de Maio-Setembro.
As condições climáticas são tropicais e temperadas, com
períodos alternados húmidos e secos e uma temperatura
média anula de cerca de 19-20°Celsius. Esta zona tem
uma densidade populacional relativamente alta, com
cerca de 20-30 pessoas por quilómetro quadrado (Censo
Nacional de População-2000), em parte devido à
presença de grandes cidades como Huambo e Cuito. Isto
significa que a terra para produção agrícola é limitada. O
grupo pobre trabalha a terra com utensílios manuais, e os
que têm mais posses usam tractores e tracção animal.
A principal fonte de sustento é a agricultura de água da
chuva. As principais culturas são as da batata e vegetais
com pequenas quantidades de milho, feijão, mandioca,
amendoim e fruta, como o abacate. Contudo, a
diversificação e a produtividade agrícolas são limitadas
devido às pequenas parcelas de terra cultivadas pelas
maior parte das famílias. Esta zona não tem números
significativos de animais; contudo, existe algum gado
para tracção animal. Também há algumas cabras e
galinhas que o grupo pobre utiliza sobretudo para
consumo local.
Os dois principais factores que determinam a riqueza na
zona são o tamanho da terra cultivada e a posse de
animais por agregado familiar.
Os que têm mais posses são quase totalmente autosuficientes em alimentos embora completem o seu
regime alimentar com a compra de outros alimentos
básicos, como milho, arroz e mandioca.
Os pobres também são auto-suficientes durante a maior
parte do ano e normalmente compram batatas apenas
27
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
durante dois meses no ano, entre Janeiro e Fevereiro.
Em anos de grande precipitação, o grupo de mais posses produz excendentes de batata para venda e desenvolve outras
actividades económicas, incluindo a venda de gado, o emprego formal e o comércio. As principais fontes de rendimento
entre o grupo pobre incluem a venda de batata, trabalho agrícola, carvão e lenha. Sazonalmente, numa escala mais
pequena, também vendem artesanato manual e alimentos silvestres.
O comércio e a comercialização de produtos locais é possível dentro e fora da zona. Isto deve-se a melhoramentos da
infraestrutura rodoviária e ferroviária, que liga a zona a mercados costeiros e regionais, incluindo Luanda.
A zona também é acessível a alguns mercados informais, incluindo Calenga, Chinguar, Ecunha e Alemanha, bem como
outros pontos de crescimento ao longo das redes ferroviárias e rodoviárias. São estes pontos de crescimento que
oferecem à população algum mercado para as suas culturas. Contudo, o acesso físico a estradas principais e
secundárias é bastante limitado durante a estação das chuvas.
Os riscos mais frequentes são as pragas e doenças das culturas, doenças dos animais, conflito entre pessoas e animais
selvagens e baixos preços das colheitas. As estratégias comuns de sustento entre o grupo pobre são a migração laboral,
a maior procura de emprego e mais recoleção de alimentos silvestres. Os que têm mais posses normalmente
aumentam a sua dependência de remessas de dinheiro e mais venda de gado.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 06
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
Riscos
pragas e doenças das culturas
doenças de animais
conflito entre pessoas e animais
selvagens
baixo preço das colheitas
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
A estação das chuvas decorre de Setembro a fins de Março do ano seguinte. A estação seca começa em Abril e vai até a
Agosto. A estação de escassez decorre normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do consumo de verdes em inícios
de Março.
28
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
A estação agrícola começa com a preparação da terra, principalmente para culturas básicas como batata e vegetais,
bem como milho e feijão em Junho e Agosto. Segue-se a plantação e a sementeira de Setembro a Novembro, e depois a
monda, de Dezembro a Janeiro, que também providencia oportunidade de emprego ao grupo pobre.
Os principais riscos incluem pragas e doenças das culturas, doenças dos animais, conflito entre pessoas e animais
selvagens sobretudo de Fevereiro a Abril, e baixos preços de animais durante a estação das colheitas em Maio e Junho.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 06
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
Batata doce
comércio de troca
Rendimento
venda de batata
venda de milho
venda de animais
venda de carvão
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p p propdução própria m m compra de mercadok
k
em género c
c
recoleção
O calendário de consumo mostra que o grupo pobre depende sobretudo das suas próprias culturas, especialmente a
batata doce, que satisfaz a maior parte das necessidades alimentares anuais, com uma dependência limitada da troca
comercial por batata durante os meses de escassez de Dezembro a Fevereiro. O consumo de culturas verdes começa
em Março. As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem a venda de batata doce nos meses de Março a
Dezembro, a venda de milho em Janeiro e Fevereiro, a venda de animais em Novembro e Dezembro, quando os preços
estão em alta durante a estação festiva, e a venda de carvão de Junho a Setembro.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola, dado que
a escolaridade primária é actualmente gratuita. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das
chuvas de Outubro a Abril.
29
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ZONA DE PLANALTO CENTRAL DE MILHO E FEIJÃO (Zona de meios de sustento 07)
Esta zona situa-se nas províncias de Huambo, Cuanza Sul, Bié e
Risco de insegurança alimentar
algumas partes da província de Huíla, situadas no Planalto
Alto risco de insegurança alimentar devido à alta
Central. A vegetação é maioritariamente de savana aberta e
densidade populacional e ao tamanho
relativamente pequeno de terra cultivável.
prados arbustivos com cobertura de floresta decídua constituída
Principais bens produtivos
por árvores de tamanho médio e plantações de, por ex.,
Pobres
Com mais posses
eucalipto e cedro. Esta área tem recursos naturais como água,
Terra cultivada- menos
Terra cultivada- mais
pedras e diamantes.
hectares.
hectares.
Menos cabras
Gado
A zona tem um padrão de chuva unimodal com precipitação
Menos porcos
Mais cabras
média de cerca de 900-1.200mm por ano. As condições
Utensílios manuais
Mais porcos
(enxada, machado e
Equipamento de
climáticas são tropicais e temperadas, com temperaturas
panga).
tracção animal
máximas de 25-27°Celcius e mínimas de 11-13°Celcius. A
Bicicleta
Motociclo
estação das chuvas vai de Setembro a Março e a estação seca
Principais alimentos consumidos e fontes
de Abril a Agosto.
Pobres
Com mais posses
Milho (OP/MP)
Milho (OP)
O solo é moderamente fértil, sendo relativamente mais fértil no
Feijão (OP/MP)
Feijão (OP)
sul.
Vegetais (OP)
Vegetais (OP)
Peixe fresco e seco
Peixe fresco e seco
(G/MP)
(G/MP)
Há cerca de 30 habitantes por quilómetro quadrado (Censo
Alimentos silvestres (G)
Alimentos silvestres (G)
Nacional de População-2000). O tamanho médio das
Principais fontes de rendimentos
propriedades por agregado familiar é relativamente pequeno.
Pobres
Com mais posses
Isto deve-se à alta densidade populacional, à perda de bens
Venda de cabras
Venda de colheitas
produtivos durante a guerra civil que não foram substituídos, e
Venda de trabalho
Venda de gado
a riscos climáticos frequentes. Recentemente houve um
Venda de carvão
Venda de cabras
aumento significativo da utilização de tracção animal no arado,
Venda de produtos
Venda de porcos
florestais, i.e. bagas
Comércio
especialmente entre o grupo com mais posses. Também são
silvestres, cogumelos,
utilizados bois para transporte de produtos agrícolas para os
mel etc.
mercados das proximidades.
Mercados principais
Existem possibilidades de trabalho informal na
O principal sistema de cultivo é a agricutura irrigada pela chuva
zona, sobretudo facultados pelo grupo com mais
com sistemas de irrigação de pequena escala. As principais
posses. Estas incluem o trabalho agrícola e
culturas são milho e feijão e, numa escala mais pequena, batata
actividades de rendimento não-agrícola. A maioria
dos trabalhadores são pagos em dinheiro no final
doce e mandioca, especialmente entre os pobres. A maioria do
de um contrato específico.
cultivo tem lugar nos sopés e nos vales – sobretudo em parcelas
Principais riscos e frequência aproximada
pequenas e fragmentadas, conhecidas localmente como
Inundações que afectam as culturas devido a chuva
“gongo”, com escoamento para pequenos rios do planalto
excessiva em finais de Setembro e inícios de
central através de canais baixos designados de “ombanda”.
Outubro nas zonas baixas de escoamento da zona
Estas parcelas permitem aos agricultores fazer cultivo entre as
de meios de sustento. Por vezes também se
colheitas principais. A criação de animais inclui gado, cabras e
verificam condições de seca.
porcos.
Principais estratégias de sustento
Pobres
Com mais posses
Maior procura de
Maior volume de
O principal determinante local de riqueza entre os agregados
trabalho casual.
negócios.
familiares é o tamanho das terras cultivadas, que depende do
Mais venda de produtos
Maior procura de
acesso de cada agregado à força de tracção e a animais.
locais, por ex. lenha,
emprego formal
Quer o grupo pobre, quer o de mais posses subsistem das suas
carvão e mudança para
Venda de animais
próprias culturas, peixe e alimentos silvestres, bem como algum
uma alimentação mais
leite. O grupo pobre depende da compra de milho no mercado
barata
entre Janeiro e Fevereiro, quando a sua própria colheita já foi gasta.
30
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
As famílias com mais posses obtêm o seu rendimento da venda de culturas, animais e comércio. As oportunidades de
auferir rendimentos entre o grupo pobre são mais diversas embora menos rentáveis. Incluem o trabalho agrícola e
casual, a venda de cabras, carvão, bagas silvestres, cogumelos e mel.
A maior parte do trabalho casual tem lugar na zona, excepto durante períodos de crise, quando o grupo pobre migra
para zonas vizinhas em busca de emprego.
Tal como as zonas vizinhas, esta zona recentemente adquiriu acesso a uma infraestrutura rodoviária e ferroviária bem
desenvolvida, assim como a transporte aéreo fiável nas cidades de Huambo e Cuito.
Estes melhoramentos ajudaram a ligar a zona a mercados alimentares estratégicos e mais lucrativos, como Lobito e
Luanda, na costa. Outros mercados locais onde a população vende os seus produtos incluem Cuito, Kamacupa,
Catabola, Nhareia, Andulo, Cunhinga, Huambo, Chipindo, Caluquembe, Caconda e Chicomba.
Os riscos mais frequentes são as inundações, secas e condições de seca. O grupo pobre normalmente subsiste através
de mais trabalho casual e mais venda de produtos locais, enquanto o de mais posses usa estratégias como mais
comércio, emprego formal e venda de animais.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 07
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
Riscos
inundações
condições de seca
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
A estação das chuvas decorre de Setembro até ao fim de Março. A estação seca decorre de Abril a Agosto. A estação de
escassez decorre normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do início do consumo de verdes em inícios de Março.
A preparação da terra tem lugar de Março a Maio e de Agosto a Setembro, principalmente milho e feijão, as culturas
básicas nesta zona. Segue-se a plantação e a sementeira em Junho e Julho, e Outubro e Novembro. A monda tem lugar
de Dezembro a Janeiro e dá emprego ao grupo pobre.
31
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Os principais riscos incluem inundações sazonais durante a estação das chuvas em Setembro e Outubro e por vezes
condições de seca de Setembro a Fevereiro.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 07
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
milho e feijão
comércio de troca
Rendimento
venda de animais
venda de cogumelos
venda de mel
venda de carvão
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p p propdução própria m m compra de mercadok
k
em género c
c
recoleção
O grupo pobre depende sobretudo de milho e feijão em termos de segurança alimentar, com algum comércio de troca
de outros produtos alimentares durante os meses de escassez de Dezembro a Fevereiro. A compra de milho e feijão no
mercado tem lugar em Janeiro e Fevereiro, após o que o consumo de culturas verdes começa em Março.
As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem a venda de animais durante todo o ano, a venda de cogumelos
de Novembro a Fevereiro, e de mel em Agosto e Setembro. O carvão também é vendido, sobretudo de Junho a
Setembro.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As
despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
32
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ZONA DE PLANÍCIES DE TRANSIÇÃO DE MILHO, MANDIOCA E FEIJÃO (Zona de meios de sustento
08)
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido ao
padrão de plantação de culturas diversificadas na
zona.
Principais bens produtivos
Pobres
Com mais posses
Terra cultivada- menos
Terra cultivada- mais
hectares
hectares
Menos cabras
Gado
Bicicleta
Mais cabras
Utensílios manuais
Veículo motorizado
(enxada, panga e
Bicicleta
machado)
Equipamento de pesca
Aves domésticas
Utensílios manuais
(galinhas e patos)
(enxada, panga e
machado)
Aves domésticas
(galinhas e patos)
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres
Com mais posses
Mandioca (MP/OP)
Mandioca (OP)
Milho (MP/OP)
Milho (OP/MP)
Batata doce (OP)
Batata doce (OP)
Peixe (G)
Peixe (G)
Principais fontes de rendimentos
Pobres
Com mais posses
Venda de milho
Venda de milho
Venda de cabras
Venda de mandioca
Venda de peixe
Venda de batata doce
Venda de trabalho
Venda de peixe
Comércio a retalho
Venda de cabras
Comércio a retalho
Mercados principais
Os mercados principais acessíveis nesta zona são
Saurimo, Luena e Chitato.
Principais riscos e frequência aproximada
Tempestades de granizo que ocorrem durante a
estação das chuvas
Conflitos entre pessoas e animais selvagens
ocorrem durante a estação das colheitas.
Principais estratégias de sustento
Pobres
Com mais posses
Mais recoleção de
Mais venda de animais.
alimentos silvestres
Mais migração laboral
Mais venda de animais.
Esta zona situa-se nas províncias de Bengo e Zaire, nas áreas de
transição das planícies costeiras de Luanda, e no interior de
altitude relativamente elevada. A sua topografia caracteriza-se
pelas terras altas no norte, colinas ondulantes no centro e
maioritariamente terras baixas no sul. A vegetação é de floresta
e prado. Outros recursos naturais são os diamantes, o
manganês e o ferro nas áreas do norte e centro. Na parte sul
desta zona encontram-se os produtos de madeira e a pesca
fluvial.
Tem um padrão de chuva unimodal com precipitação média de
cerca de 200-400mm por ano. Há duas estações distintas: a
estação das chuvas de Setembro a Abril e uma curta estação
seca de Maio a Agosto. As temperaturas atingem um máximo de
cerca de 30-35° Celsius e um mínimo de 20-25° Celsius. O solo
varia, sendo mais fértil no norte e moderadamente fértil no sul
da zona.
A densidade populacional é de cerca de 5 a 10 habitantes por
quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). A
área média de terra cultivada por agregado familiar é de cerca
de 0.8 hectares; o grupo com mais posses cultiva um pouco
mais de terra dado ter melhor acesso à força de tracção.
A agricultura é a principal actividade económica. A agricultura
mista é praticada com utilização mínima de força de tracção ou
tecnologia mecanizada. A criação de animais não é significativa.
A zona é uma área de transição entre a economia urbana e nãoagrícola e a economia rural maioritariamente agrícola.
As principais culturas são milho, mandioca, batata doce,
amendoim, feijão, banana e vegetais; cultiva-se o citrino em
menor escala. Os animais são sobretudo cabras e algumas aves
domésticas. Não possuem muito gado, mesmo o grupo com
mais posses.
Os três factores principais que determinam a riqueza incluem:
tamanho da terra cultivada, posse de animais e accesso a bens
produtivos, tais como equipamento de agricultura e pesca.
Num ano normal, todos os grupos de riqueza dependem
sobretudo da sua própria produção de culturas complementada
pela pesca. Os pobres também dependem de compras de
alimentos básicos no mercado. O grupo com mais posses pode contratar trabalhadores, cultivar mais terra e produzir
excedente. Também há a ter em conta os alimentos silvestres especialmente no final da estação das chuvas. Estes
alimentos são recolhidos e consumidos, quer pelos que têm melhores circunstâncias financeiras, quer pelos pobres.
33
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
A fonte principal de rendimento em dinheiro para o grupo com mais posses é a venda de culturas excedentes, como
milho, mandioca e batata, seguidas de peixe e, ocasionalmente, cabras. Também se pode obter rendimento adicional
da venda de produtos domésticos dentro da zona. O grupo pobre obtém rendimento em dinheiro do trabalho casual,
da venda de peixe, do pequeno comércio e, ocasionalmente, da venda de uma cabra.
Fontes de rendimento suplementar incluem a caça e a pesca sazonal no rio Congo, na fronteira norte da província do
Zaire, bem como nos estuários costeiros. A zona também tem locais importantes de biodiversidade de água doce, que
dão emprego devido às actividades de hospitalidade e turismo.
Devido às condições climáticas as colheitas são geralmente pobres e a alimentação básica é importada das zonas
vizinhas. Os mercados principais para venda de produtos locais e trabalho não qualificado são Saurima, Luena e Chitato,
cidades costeiras vizinhas e áreas peri-urbanas. O comércio de longa distância com Luanda aumenta durante a estação
das chuvas, que coincide com a estação festiva de Dezembro.
Os principais riscos nesta zona são as tempestades de granizo, as secas e os períodos secos, e ainda o conflito entre
pessoas e animais selvagens. A estratégia de sustento comum ao grupos pobre e ao grupo com mais posses é o
aumento da venda de animais. Os pobres também recolectam mais alimentos silvestres e migram em busca de
trabalho.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 08
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
vacinação
Riscos
tempestades de granizo
seca e períodos secos
conflito entre pessoas e animais
selvagens
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
A estação das chuvas vai de Setembro até ao fim de Abril. A estação seca vai de Maio a Agosto. A estação de escassez
vai normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do consumo de verdes começar em inícios de Março.
34
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
A estação agrícola começa com a preparação da terra de Agosto a Outubro, seguida de plantação e sementeira
(sobretudo milho, feijão e batata doce) em Outubro e Novembro. A monda tem lugar em Dezembro e Janeiro, e dá
emprego ao grupo pobre. As culturas de verdes são consumidas de Janeiro até à principal colheita de milho em Março.
Aa actividades relacionadas com a produção de mandioca têm lugar durante todo o ano.
Os principais riscos incluem tempestades de granizo na estação das chuvas, seca e períodos secos, especialmente
durante a meia estação, e o conflito entre pessoas e animais selvagens durante a estação das colheitas.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 08
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
mandioca
milho
Rendimento
trabalho agrícola
comércio de retalho
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p p
propdução própria m m compra de mercadok
k
em género c
c
recoleção
O grupo pobre consome sobretudo a sua própria mandioca e milho, e compra milho durante os meses de Outubro a
Março, período que inclui a estação de escassez. As culturas verdes são consumidas de fins de Fevereiro a Março.
As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem o trabalho agrícola durante toda a estação das chuvas, seguido
do comércio a retalho, levado a cabo durante quase todo o ano.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As
despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
35
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ZONA DE FLORESTA TROPICAL, MANDIOCA, BANANA E CAFÉ (Zona de meios de sustento 09)
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido à alta
produtividade agrícola.
Principais bens produtivos
Pobres
Com mais posses
Terra cultivada- menos
Terra cultivada- mais hectares
hectares
Gado, cabras e porcos
Aves domésticas
Aves domésticas (galinhas e
(galinhas e patos)
patos)
Bicicleta
Motociclo
Utensílios manuais
Serras motorizadas
(enxada, panga e
Bombas a motor
machado)
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres
Com mais posses
Mandioca (OP)
Mandioca (OP)
Banana (OP/MP)
Banana (OP)
Feijão (MP)
Feijão (MP)
Feijão nhemba (OP/MP) Feijão nhemba (OP)
Vegetais (OP/MP)
Vegetais (OP)
Carne (MP/OP)
Carne (MP/OP)
Peixe (G/MP)
Peixe (G/MP)
Óleo de cozinha (MP)
Óleo de cozinha ( MP)
Alimentos silvestres (G)
Principais fontes de rendimentos
Pobres
Com mais posses
Venda de mandioca
Venda de mandioca
Venda de produtos
Venda de banana
naturais (carvão e
Venda de café
lenha)
Venda de madeira
Venda de trabalho
Venda de cabras
Venda de artesanato
Venda de peixe
Venda de peixe
Mercados principais
Os mercados principais na zona incluem Malanje,
Ndalatando, Uíge e Cabinda. A maioria destes mercados tem
ligação com Luanda.
Principais riscos e frequência aproximada
As chuvas excessivas e as inundações ocorrem durante a
estação das chuvas
Ventos fortes e tempestades ocorrem durante a estação seca
O conflito entre as pessoas e os animais selvagens ocorrem
durante a estação seca
Pragas e doenças das culturas, como o mosaico da mandioca
e a banana murcha, ocorrem anualmente durante o ano.
Baixos preços das culturas, especialmente do café, durante a
estação das colheitas.
Principais estratégias de sustento
Mais recoleção de
Mais venda de animais
alimentos silvestres
Maior dependência de autoMais venda de
emprego tal como o comércio
artesanato local
Esta zona de meios de sustento situa-se no planalto
de grande altitude na fronteira norte de Angola com a
República Democrática do Congo (RDC). A vegetação
é de folha larga e floresta de madeira dura (a área
inclui a grande floresta tropical de Maiombe na
província de Cabinda). Para além da floresta natural
há também plantações de eucalipto, pinheiro e
cipestre. A precipitação é de cerca de 1.00-1.400mm
por ano. As chuvas normalmente começam em
Outubro e duram até Abril, havendo uma estação
seca de Maio a Agosto. As temperaturas médias
variam de um mínimo de 20° Celsius a um máximo de
32° Celsius.
O solo é uma mistura de solo arenoso com textura de
barro e a fertilidade varia de moderada a alta. A
maioria do cultivo é feito manualmente e as áreas
cultivadas são bastante pequenas, numa média de 0.6
a 1.2 hectares. O grupo com mais posses contrata
trabalhadores e tractores e pode assim cultivar áreas
maiores.
A densidade populacional é de aproximadamente 1020 pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional
de População-2000). A agricultura de sequeira é
realizada com práticas únicas de interculturas de
mandioca, banana e café, o que fez aumentar a
produção de banana e café. A produção de café foi reintroduzida recentemente na zona através de
incentivos financeiros do GoA. Espera-se que venha a
tornar-se uma actividade económica importante para
pequenos proprietários e também para agricultores
comerciais de grande escala. Outras culturas incluem
milho, feijão e vegetais.
A criação de animais inclui gado, cabras e aves
domésticas, que se destinam ao consumo.
Os principais factores determinantes de riqueza são o
tamanho da terra cultivada e os tipos de culturas.
Outros factores incluem o acesso a bens produtivos e
a emprego pago.
O grupo mais pobre subsiste das suas próprias
culturas e do seu trabalho, complementado pela caça
e alimentos silvestres. Fontes adicionais de alimento
são a pesca e a compra no mercado de feijão e outros
36
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
alimentos não-básicos. O grupo com mais posses é, em grande medida, auto-suficiente e tem excedentes vendáveis na
maior parte dos anos.
As fontes principais de rendimento em dinheiro entre o grupo pobre incluem a venda de trabalho agrícola, o emprego
na indústria da madeira, a venda de colheitas excedentes, e a venda de carvão e lenha. O grupo com mais posses
depende sobretudo da venda de peixe, madeira e trabalho qualificado na indústria comercial da madeira.
A compra e venda de produtos locais, incluindo o trabalho, tem lugar sobretudo dentro da zona. Contudo, também há
comércio com Luanda, com os mercados costeiros de Catumbo, Barra-do-Dande, Cacuaco e Cabinda, e com a República
Democrática do Congo. O principal obstáculo ao acesso aos mercados são as inundações sazonais.
Os principais riscos são a chuva excessiva, as inundações, os fortes ventos e as tempestades, o conflito entre as pessoas
e os animais selvagens, as pragas e doenças das culturas, como o mosaico da mandioca, e os baixos preços das culturas,
especialmente o café.
Contudo, a produção de mandioca é vista com um seguro contra a insegurança alimentar durante os anos de perda
geral das colheitas.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 09
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
vacinação
Riscos
inundações
pragas e doenças das colheitas
conflito entre pessoas e animais
selvagens
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
A estação das chuvas dura de Outubro até ao fim de Abril. A estação seca dura de Maio a Setembro. A estação de
escassez vai de Janeiro a Fevereiro antes do início do consumo de verdes em Fevereiro.
A preparação da terra tem lugar de Junho a Setembro. Segue-se a plantação e a sementeira em Outubro e Novembro. A
monda tem lugar de Dezembro a Janeiro e oferece oportunidade de emprego para os pobres. O consumo de verdes
37
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
começa em Fevereiro e a principal colheita de cereais ocorre em Junho. As actividades relacionadas com a produção de
mandioca têm lugar durante todo o ano.
Os principais riscos incluem tempestades de granizo durante a estação das chuvas, a seca e períodos de seca, e o
conflito entre pessoas e animais selvagens durante a estação das colheitas.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 09
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
mandioca
banana
Rendimento
venda de mandioca
venda de banana
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p p
propdução própria m m compra de mercadok
k
em género c
c
recoleção
O grupo pobre consome as suas próprias culturas (mandioca e banana) durante o ano, incluindo os meses de escassez.
O rendimento em dinheiro entre o grupo pobre advém sobretudo da venda de mandioca e bananas. Outras fontes de
rendimento que não constam do calendário de consumo incluem o emprego na indústria da madeira e o trabalho
agrícola.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As
despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
38
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ZONA DE FLORESTA DE SAVANA E MANDIOCA PARA COMÉRCIO (Zona de meios de sustento 10)
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido à alta produtividade
agrícola.
Principais bens produtivos
Pobres
Com mais posses
Terra cultivada- menos
Terra cultivada- mais hectares
hectares
Gado
Menos cabras
Mais cabras
Porcos
Ovelhas
Aves domésticas (galinhas e
Aves domésticas (galinhas e
patos)
patos)
Bicicleta
Motociclo
Utensílios manuais (enxada,
Serra motorizada
panga e machado)
Bomba a motor.
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres
Com mais posses
Mandioca (OP)
Mandioca (OP)
Feijão (OP)
Feijão (OP)
Peixe (G/MP)
Carne ( MP/OP)
Vegetais (OP/MP)
Peixe (G/MP)
Aves domésticas (OP/MP)
Amendoim (OP/MP)
Óleo de cozinha(MP)
Vegetais(OP/MP)
Alimentos silvestres (G)
Óleo de cozinha(MP)
Principais fontes de rendimentos
Pobres
Com mais posses
Venda de mandioca
Venda de mandioca
Venda de trabalho agrícola e Venda de vegetais
outro
Venda de madeira
Venda de artesanato manual Venda de gado
Venda de bebida local
Venda de cabras
Venda de produtos naturais
Comércio
(carvão e lenha)
Mercados principais
Os mercados principais na zona incluem Malanje, Ndalatando,
Uíge e Cabinda. A maioria destes mercados tem ligação com
Luanda, o principal mercado externo acessível aos habitantes da
zona.
Principais riscos e frequência aproximada
Chuva excessiva e inundações ocorrem durante a estação das
chuvas
Ventos fortes e tempestades ocorrem durante a estação seca
Conflitos entre pessoas e animais selvagens ocorrem entre
Fevereiro e Abril e durante a estação seca
Pragas e doenças das culturas, como o mosaico da mandioca e
as bananas murchas, ocorrem anualmente durante o ano.
Principais estratégias de sustento
Mais recoleção de alimentos Mais venda de animais
silvestres
Maior dependência de autoMais venda de artesanato
emprego, como o comércio
local
Maior dependência de
remessas de dinheiro
Esta zona de meios de sustento situa-se nas terras
planas da província de Malanje, partes de Cuanza
Norte e a parte ocidental de Lunda Norte. A maior
parte da zona está coberta por pastagens de savana e
arbusto baixo com bolsas de floresta decídua.
A precipitação é de cerca de 800-1.200mm por ano. As
chuvas decorre de Outubro a Abril e a estação seca
decorre de Maio a Agosto. As temperaturas ambientes
variam de um mínimo de 16° Celsius a um máximo de
32° Celsius.
O solo é misto, moderadamente fértil, sobretudo
barro. A maioria do cultivo é manual e as áreas
cultivadas são pequenas, em média de 0.5-1 hectar por
agregado familiar no grupo mais pobre. Tal como em
outras zonas, os grupos com mais posses podem
contractar trabalhadores e tractores, pelo que as suas
propriedades são muito maiores.
Esta zona tem uma população escassa de
aproximadamente 5-10 pessoas por quilómetro
quadrado (Censo Nacional de População-2000).
Os meios de sustento nesta zona dependem sobretudo
da produção agrícola com animais de menor
importância. O sector dos animais, especialmente
gado, foi muito afectada por infestações da mosca
tsetse e tripanossomías. As redes de transportes são
boas e as culturas de excedente são comercializadas
em Luanda e outras grandes cidades.
As principais culturas para alimentação e rendimento
são a mandioca, o feijão, os vegetais e os citrinos.
Outras culturas incluem milho, bananas e outros frutos
tropicais cultivados ao longo dos rios principais. Frutos
selvagens como o baobá também se encontram na
zona.
A produção de animais em pequena escala tem lugar
em toda a zona (gado, cabras, porcos e algumas
ovelhas). Também há criação de aves domésticas, mas
em pequeno número, e sobretudo para consumo
doméstico. A recoleção de alimentos silvestres é uma
fonte de alimentação adicional para os pobres,
particularmente durante a estação de escassez.
Os principais factores determinantes de riqueza são a
área de terra cultivada e a posse de animais. Ambos os
39
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
grupos, o de pobres de o de pessoas com mais posses, têm excedentes vendáveis, especialmente de mandioca, que é
comercializada para outras regiões do país. Com as redes rodoviárias melhoradas, isto traz segurança alimentar a
outras regiões do país, especialmente as principais áreas urbanas, incluindo Luanda.
As principais fontes de rendimento para os pobres incluem venda de mandioca, venda de lenha e carvão, e trabalho
casual. O grupo com mais posses depende sobretudo da venda de colheitas excedentes, produtos de madeira, animais,
e pequeno comércio em pequena escala.
Os principais mercados incluem Malanje, Luanda e outros centros urbanos ao longo da costa. O acesso a mercados é
relativamente bom devido à melhoria das infraestruturas rodoviárias.
Os principais riscos são a chuva excessiva, as inundações, os ventos fortes e as tempestades, o conflito entre pessoas e
animais selvagens, as pragas e doenças das culturas, como o mosaico da mandioca, e os baixos preços de culturas,
especialmente da mandioca. Contudo, a cultura da mandioca continuou a constituir um seguro eficaz em caso de perda
de outras colheitas.
40
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 10
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
vacinação
Riscos
inundações
pragas e doenças das colheitas
conflito entre pessoas e animais
selvagens
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
A estação das chuvas vai de Outubro até ao fim de Abril. A estação seca começa em Maio e vai até Setembro. A estação
de escassez vai de Janeiro a Fevereiro, antes do início do consumo de verdes em Fevereiro. A preparação das terras
para a banana, feijão, milho e vegetais vai de Junho a Setembro. Segue-se a plantação e a sementeira em Outubro e
Novembro. A monda tem lugar de Dezembro a Janeiro e oferece oportunidade de emprego para os pobres. O consumo
de verduras começa em Fevereiro; a colheita do milho tem lugar em Junho. As actividades relacionadas com a
produção de mandioca têm lugar durante todo o ano.
41
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 10
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
mandioca
feijão
Rendimento
venda de mandioca
venda de trabalho
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p p
propdução própria m m compra de mercadok
k
em género c
c
recoleção
O grupo pobre consome a sua própria mandioca durante o ano. Durante a estação de escassez (Setembro a Janeiro)
compram feijão.
As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem a venda de mandioca (durante o ano) e o trabalho agrícola que
tem lugar sobretudo durante a estação húmida. Fontes complementares de rendimento não constam do calendário de
consumo.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As
despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
42
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ZONA DE FLORESTA DE SAVANA E MANDIOCA DE SUBSISTÊNCIA (Zona de meios de sustento 11)
Risco de insegurança alimentar
Risco moderado de insegurança alimentar devido
ao nível de sustento da produção.
Principais bens produtivos
Pobres
Com mais posses
Terra cultivada- menos
Terra cultivada- mais
hectares.
hectares.
Menos cabras
Gado
Aves domésticas
Mais cabras
(Galinhas e patos)
Aves domésticas
Bicicleta
(Galinhas e patos)
Utensílios manuais
Motociclo
(enxada, machado e
Bicicleta
panga)
Utensílios manuais
(enxada, machado e
panga)
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres
Com mais posses
Mandioca (OP/MP)
Mandioca (OP)
Milho (MP)
Milho (OP/MP)
Batata doce(OP/MP)
Batata doce (OP)
Peixe (G/MP)
Peixe (MP)
Carne (OP/MP)
Carne (OP/MP)
Vegetais (OP/MP)
Vegetais (OP/MP)
Frutos citrinos (OP/MP)
Frutos citrinos (OP/MP)
Alimentos silvestres (G)
Alimentos silvestres (G)
Principais fontes de rendimentos
Pobres
Com mais posses
Venda de mandioca
Venda de mandioca
Venda de carvão
Venda de gado e cabras
Venda de bebida local
Venda de carvão
Venda de trabalho
Comércio
Mercados principais
Os principais mercados internos na zona são
Saurima, Luena e Chitato, com ligações a mercados
externos na RDC e na Zâmbia.
Principais riscos e frequência aproximada
Aumento do preço dos alimentos ocorre durante a
estação de escassez
Conflito entre pessoas e animais selvagens ocorre
durante a estação seca (período das colheitas)
Tempestades de granizo ocorrem durante a
estação das chuvas
Principais estratégias de sustento
Mais venda de animais
Mais venda de animais
Mais migração laboral
Mais venda de alimentos
silvestres
Mais auto-emprego
Esta zona de meios de sustento situa-se na região leste de
Angola com fronteira com a RDC e a Zâmbia. Abrange as
províncias de Lunda Norte, Lunda Sul e partes do Moxico. A
vegetação é pastagem de savana misturada com floresta
decídua de folha larga (madeira de panda e arbustos); floresta
de folha perene cobre a fronteira com a RDC.
A zona também tem ricos depósitos de minerais como
diamantes, manganês e ferro. Encontram-se altas
concentrações nas areas do norte e centro.
Esta zona tem o índice de precipitação mais elevado em Angola.
Tem um padrão de chuva unimodal com uma precipitação
média de 1.200-1.600mm por ano. As chuvas normalmente
duram de Setembro a Abril, sendo a estação seca de Maio a
Agosto. As temperaturas médias variam de um mínimo de 9-15°
Celsius a um máximo de 30-35° Celsius. O solo nesta zona é
sobretudo ferralítico, psamo-ferralítico, psamo-hidromórfico e
litossólico, com fertilidade moderada na parte sul e maior
fertilidade na parte norte da zona. A maioria dos agricultores,
quer pobres, quer os que têm mais posses, utilizam utensílios
manuais na preparação da terra.
Uma área pouco povoada, a zona tem aproximadamente 5-10
pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de
População-2000). O cultivo é feito em pequenas parcelas, em
média de 0.5-1.5 hectares por agregado familiar. Contudo, nos
últimos anos a área plantada tem vindo a aumentar um pouco.
A capacidade de aumentar o tamanho da terra cultivada
depende da possibilidade de trabalho do agregado familiar na
preparação da terra e na monda.
Pratica-se a agricultura de subsistência de sequeiro, sendo a
mandioca a cultura principal. A zona é relativamente remota,
com más redes de transportes e comunicações e mau acesso a
mercados, particularmente na parte nordeste da zona.
Geralmente a produção continua a fazer-se ao nível da
subsistência.
As culturas mais importantes são mandioca, milho, feijão,
batata doce, vegetais e citrinos. Outras culturas cultivadas em
escala mais pequena incluem milho, bananas e outros frutos
tropicais (mangos, laranjas, goiaba e papaia). A produção de
fruta tem lugar em volta dos domicílios. Frutos selvagens como
o baobá também são abundantes em alguns locais.
43
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
A criação de animais tem lugar em pequena escala. Gado e cabras são criadas com fins de pequeno comércio e
consumo. Galinhas e patos são criados apenas para consumo. Os principais factores determinantes de riqueza nesta
zona são o tamanho da terra cultivada e a posse de animais.
O grupo pobre subsiste através da sua própria produção de culturas complementada pela compra adicional em
mercado de alimentos básicos, e também pesca, caça e recoleção (cogumelo e mel selvagem). O grupo com mais
posses é, em grande medida, auto-suficiente em alimento, com excedente vendável em anos de muita chuva.
A venda de colheitas (mandioca) constitui a principal fonte de rendimento para pobres e para os que têm mais posses.
Actividades económicas suplementares incluem a venda de carvão, bebidas locais e trabalho agrícola e casual. A venda
de fruta também faculta algum rendimento adicional para o grupo pobre. O grupo com mais posses ganha rendimento
em dinheiro com a venda de colheitas, comércio de pequena escala e, durante a estação de escassez, a venda de gado
ou cabras.
Na maioria das regiões do país o desenvolvimento de infraestructuras levou a condições de mercados muito
melhoradas. Contudo, esta zona ainda não está completamente ligada aos principais mercados de província e regionais,
e o acesso a mercados externos e ao comércio continua a ser limitado. A produção de excedentes é vendida localmente
dentro da zona, sobretudo para centros urbanos como Saurima, Luena e Chitato.
Os principais riscos incluem aumentos dos preços dos alimentos durante a estação de escassez, o conflito entre pessoas
e animais selvagens durante a estação seca (período de colheitas) e tempestades de granizo durante a estação das
chuvas. O grupo com mais posses subsiste através do aumento da venda de animais. Os pobres aumentam a sua
migração laboral através da fronteira com a Zâmbia e a RDC. Aumentam também a venda de alimentos silvestres e, em
alguns casos, intensificam as actividades de auto-emprego. O cultivo da mandioca ajuda a providenciar segurança no
caso de situações de segurança alimentar muito adversas.
44
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 11
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
vacinação
Riscos
conflito entre pessoas e animais
selvagens
tempestades de granizo
aumento do preço dos alimentos
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
A estação das chuvas vai de Outubro ao fim de Abril. A estação seca vai de Maio a Setembro. A estação de escassez vai
de Outubro a Fevereiro. A preparação da terra vai de Maio a Agosto, sobretudo para batata doce, feijão e milho, e é
seguida de plantação e sementeira de Outubro a Dezembro. A monda tem lugar de Novembro a Dezembro e dá
emprego aos pobres. O consumo de verdes começa em Fevereiro e o milho e outros cereais são colhidos em Junho. As
actividades relacionadas com a produção de mandioca têm lugar durante todo o ano.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 11
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
mandioca
batata doce
Rendimento
venda de mandioca
trabalho agrícola
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p p
propdução própria m m compra de mercadok
k
em género c
c
recoleção
45
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
O grupo pobre depende sobretudo das suas próprias culturas como a mandioca e a batata doce. A batata doce é
comprada entre Março e Abril e entre Julho e Dezembro, abrangendo parte da estação de escassez. O consumo de
verdes começa em Janeiro.
As fontes principais de rendimento em dinheiro incluem a venda de mandioca dentro da zona e o trabalho agrícola que
pode ser feito durante a maior parte da estação das chuvas. Outras fontes complementares de rendimento (como a
venda de carvão) não constam no calendário de consumo.
As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As
despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
46
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ZONA DE PESCA, MANDIOCA E COMÉRCIO TRANSFONTEIRIÇO (Zona de meios de sustento 12)
Risco de insegurança alimentar
Baixo risco de insegurança alimentar devido às
actividades de sustento diversificada.
Principais bens produtivos
Pobres
Com mais posses
Equipamento de pesca
Equipamento de pesca
(redes, anzol e cestos)
(canoas e barcos)
Menos cabras
Gado
Aves domésticas
Mais cabras
(galinhas e patos)
Aves domésticas
Utensílios manuais
(galinhas e patos)
(enxada, machado e
Utensílios manuais
panga)
(enxada, machado e
Equipmento- bebida
panga)
local
Bicicletas
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres
Com mais posses
Mandioca (OP/MP)
Mandioca (OP/MP)
Peixe (G/MP)
Peixe ( G/MP)
Vegetais (OP/MP)
Cabras carne ( OP/MP)
Óleo de cozinha(MP)
Vegetais ( OP/MP)
Alimentos silvestres (G)
Óleo de cozinha(MP)
Alimentos silvestres (G)
Principais fontes de rendimentos
Pobres
Com mais posses
Venda de vinho de mel
Venda de peixe
Venda de alimentos
Venda de mandioca
silvestres
Venda de mel
Venda de peixe
Venda de bebida local
Mercados principais
Os principais mercados internos da zona são
Luacano, Luena, Lumeje, Luau e Cazombe. Estes
mercados têm ligações com mercados externos
como Lumbalaguembo na Zâmbia e a RDC.
Principais riscos e frequência aproximada
Inundações ocorrem durante a estação das chuvas.
Baixos preços para culturas como a mandioca, que
ocorrem durante a estação seca.
Principais estratégias de sustento
Movimentação sazonal
Movimentação sazonal
de terras baixas para
de terras baixas para
altas durante a estação
altas durante a estação
das chuvas.
das chuvas.
Aumento da migração
Mais venda de animais
laboral na estação seca
Diversificação de
actividades de
rendimento,
especialmente
pequenos negócios
Esta zona de meios de sustento situa-se ao longo da fronteira
do extremo oriental de Angola com a Zâmbia e situa-se
inteiramente na província de Moxico. A sua topografia é
sobretudo de planície com vales e chanas de terras baixas. A
vegetação é sobretudo de pastagem de savana com florestas
decíduas.
Grandes rios correm para lagos, lagoas, deltas interiores e
pântanos. Outros recursos naturais incluem produtos florestais
e de mato, nomeadamente madeira, caça, peixe, cogumelos,
mel e minerals.
A zona tem um padrão de chuvas unimodal. A precipitação
média é de cerca de 1.000-1.400mm por ano. As chuvas
começam em Setembro e terminam em Maio. A estação seca
vai de Junho a Agosto. As temperaturas médias variam de um
mínimo de 15° Celsius em Junho e um máximo de 30° Celsius
em Outubro.
Devido a frequentes inundações, o solo nesta zona é sobretudo
de barro de baixa fertilidade ao longo dos pântanos e margens
do rio Zambezi.
Uma área pouco povoada, esta zona tem apenas cerca de 5
pessoas por quilómetro quadrado (Censo Nacional de
População-2000). A maioria dos agricultores usam utensílios
manuais na preparação das terras. A terra cultivada é em média
pequena, de 0.5-1.5 hectar por família.
Os meios de sustento envolvem sobretudo a pesca, a
agricultura, a caça e a recoleção de alimentos selvagens. A
pesca concentra-se ao longo dos cursos de água e deltas
interiores. É uma actividade de todo o ano e uma fonte principal
de alimento e rendimento para os pobres e para os que têm
mais posses.
A agricultura é inteiramente de sequeira e as culturas principais
são a mandioca, o milho, o feijão e a batata doce. Outras
culturas cultivadas em menor escala são o tomate, a cebola, a
couve e a abóbora. Os principais animais são as cabras, as aves
domésticas e algum gado que pertence ao grupo com mais
posses.
A riqueza nesta zona é definida pelo acesso a, e posse de,
equipamento de pesca (barcos, canoas, redes, linhas, lanças e
anzóis, etc.) em conjunto com a terra cultivada e o tipo e número de animais.
47
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
As principais fontes de alimento para consumo dos pobres são a mandioca, os vegetais, o peixe e o óleo de cozinha. Isto
é complemetado pela recoleção de alimentos silvestres. As famílias mais pobres também dependem da compra de
mandioca de Maio a Setembro. Em anos de pouca chuva o grupo intensifica as actividades de pesca. As famílias com
mais posses dependem sobretudo da sua própria produção, peixe, produtos animais e algumas compras de mercado de
alimentos básicos e não-básicos.
A principal fonte de rendimento de dinheiro, quer entre os pobres, quer entre o grupo com mais posses, é a venda de
peixe. Os pobres também vendem carvão, lenha e alimentos silvestres, fazem trabalho agrícola e migram para áreas
urbanas para trabalho casual. Para além da pesca semi-comercial, o grupo com mais posses vende o seu excedente de
mandioca e desenvolve o comércio de madeira e retalho especialmente com a Zâmbia. O rio Zambezi fornece peixe
grande para os mercados da Zâmbia.
Devido às más condições das redes rodoviárias, esta zona tem acesso limitado a outros mercados regionais,
especialmente os mercados lucrativos da costa de Angola. Tal como a Zona de Sustento da Mandioca, está em
desvantagem pela distância e pela sua situação remota na região oriental, onde a infraestructura rodoviária ainda não
foi desenvolvida. Contudo, a zona tem acesso exclusivo a mercados lucrativos transfronteiriços na Zâmbia,
particularmente na Cintura do Cobre.
Os principais riscos são as inundações que limitam as actividades piscatórias e reduzem a produção de culturas, a
criação de animais e o alimento selvagem. As principais estratégias de subsistência entre os pobres incluem a
deslocação da terras baixas para terras altas e a migração laboral, enquanto o grupo com mais posses normalmente
aumenta a venda de animais e faz negócio de pequena escala.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 12
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
vacinação
Outros
pesca
Riscos
inundações fluviais
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
48
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
A estação das chuvas vai de Outubro ao fim de Abril. A estação seca vai de Maio a Setembro. A estação de escassez vai
normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do início do consumo de verdes em Fevereiro.
A preparação das terras tem lugar de Julho a Setembro, sobretudo para a batata doce, o feijão, o milho e os vegetais, e
é seguida de plantação e sementeira de Outubro a Novembro. A monda tem lugar de Novembro a Dezembro e dá
emprego ao grupo pobre. O consumo de milho verde começa em Janeiro. A colheita da cultura de milho e de outros
cereais é em Junho. As actividades relacionadas com a produção da mandioca têm lugar durante o ano. Outras
actividades incluem a criação de cordeiro e cabrito e a parição, durante a estação das chuvas, e a vacinação de animais
de Junho a Setembro.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 12
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
mandioca
peixe
Rendimento
venda de peixe
trabalho agrícola
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p p
propdução própria m m compra de mercadok
k
em género c
c
recoleção
O grupo pobre depende sobretudo da sua própria mandioca e peixe. Compram alguma mandioca de Maio a Setembro.
A mandioca verde é consumida a partir de Outubro.
As suas principais fontes de rendimento em dinheiro incluem a venda de peixe e o trabalho agrícola durante a estação
das chuvas. A mandioca não é muito vendida nesta zona devido ao acesso limitado a mercados. As principais despesas
incluem a compra de material escolar necessário às crianças que frequentam a escola. As despesas de saúde
normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a Abril.
49
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ZONA COSTEIRA DE AGRO-PECUÁRIA (Zona de meios de sustento 13)
Risco de insegurança alimentar
Risco moderado de insegurança alimentar devido
a menor produção de colheitas.
Principais bens produtivos
Pobres
Com mais posses
Menos cabras
Mais cabras
Menos porcos
Mais porcos
Menos aves domésticas Mais aves domésticas
(galinhas e patos)
(galinhas e patos)
Ocupantes sem títulos
Ocupantes com títulos
de propriedade de
de propriedade de
terra.
terra.
Utensílios manuais
Máquinas agrícolas
(enxada, panga e
(imersão de gado etc.)
machado)
Veículo motorizado
Bicicleta
Principais alimentos consumidos e fontes
Pobres
Com mais posses
Arroz (MP)
Arroz (MP)
Milho (MP/OP)
Milho (OP/MP)
Feijão (OP/MP)
Feijão (OP/MP)
Peixe (G/MP)
Carne (OP/MP)
Vegetais (OP/MP)
Peixe (G/MP)
Leite (IK/MP)
Leite (IK/MP)
Vegetais (OP/MP)
Fruta (OP/MP)
Principais fontes de rendimentos
Pobres
Com mais posses
Salários de emprego
Salários de emprego
agrícola
não qualificado e nãoVenda de cultura
agrícola
vegetal própria
Venda de materiais de
Venda de artigos
construção, como areia
domésticos
e pedra.
Venda de artigos
domésticos.
Mercados principais
O principal mercado, que regula a economia local,
é a cidade de Luanda
Riscos principais e frequência aproximada
O principal risco nesta zona são as condições de
seca e doenças de animais, tal como dermatite,
anthrax, sarna e tripanossomíase, que
normalmente afectam o gado e as cabras nas
fazendas comerciais. Ocorre durante o ano.
Principais estratégias de sustento
Diversificação de
Aquisição de serviços
opções de rendimento. veterinários e
Migração de trabalho
medicamentos para
em áreas peri-urbanas
animais
e urbanas
Esta zona de meios de sustento situa-se ao longo da planície
costeira. Está concentrada nas partes rurais da província de
Luanda e estende-se pela Reserva Natural do Ilhéu dos
Pássaros, uma área coberta por mangais e um habitat para
pássaros marinhos. É dominada por planícies com áreas baixas.
A principal vegetação é a pastagem de savana e os arbustos
baixos, adequada à criação de animais. O rio Cuanza e os seus
afluentes, como o Luando e o Luasso, correm através da
reserva. Outros recursos naturais incluem a erva, o peixe e as
reservas de petróleo do interior.
A precipitação é unimodal, com precipitação média de
aproximadamente 300mm por ano. As temperaturas variam de
um mínimo de 18° Celsius em Agosto a um máximo de 32°
Celsius de Janeiro a Fevereiro. Há duas estações agrícolas, com
uma estação das chuvas de Outubro a Abril e uma estação seca
de Maio a Setembro.
O solo é moderadamente fértil com uma mistura de solos
arenosos mais próximo da costa e solos de barro nas fronteiras
exteriores. Comparada com zonas vizinhas, como a de cultivo de
banana e ananás em Benguela e partes do Cuanza Sul, este solo
é menos fértil. A zona é, no entanto, muito adequada à criação
de animais.
Esta é uma zona moderadamente populada devido à presença
de fazendas de gado e à influência de áreas urbanas. A
densidade populacional é de cerca de 10-20 pessoas por
quilómetro quadrado (Censo Nacional de População-2000). O
grupo com mais posses tem propriedades de cerca de 2
hectares; estes são geralmente habitantes locais que vivem fora
das fazendas comerciais. Os pobres têm propriedades de cerca
de 0.5 hectares e são sobretudo trabalhadores em quintas
comerciais com acesso limitado a terra em fazendas comerciais.
A lavragem manual é o meio principal de preparação das terras
entre o grupo pobre, embora a produção mecanizada e irrigada
de culturas também seja feita por proprietários das fazendas
comerciais de animais.
As principais culturas são o milho e os vegetais. Isto é possível
devido ao acesso a água providenciado pelos proprietários das
fazendas comerciais. Só os que são muito ricos podem criar
animais, primordialmente com propósitos comerciais. Os
principais animais criados são o gado, as cabras e, em menor
quantidade, porcos.
50
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Os factores locais determinantes de riqueza entre os agregados familiares desta zona são o tamanho da terra cultivada
e o acesso a actividades económicas lucrativas.
Quer o grupo pobre, quer o grupo com mais posses consomem as suas próprias colheitas, peixe, alimentos silvestres e
algum leite de quintas comerciais e do mercado. Dependem em grande medida da compra de alimentos básicos no
mercado durante mais de metade do ano.
As oportunidades de rendimento para o grupo pobre são muito limitadas e incluem salários resultantes de emprego em
quintas comerciais, venda de vegetais e comércio a retalho (produtos domésticos). O grupo com mais posses depende
de emprego semi-qualificado não-agrícola em áreas urbanas como Luanda, da venda de materiais de construção (areia
e pedras) e, em menor grau, do comércio de retalho (produtos domésticos).
Comparada com as zonas vizinhas, esta área tem muito bom acesso a mercados lucrativos (Luanda e outras áreas
costeiras), especialmente para produtos locais como vegetais, materiais de construção e trabalho não qualificado.
Os principais riscos nesta zona são as doenças dos animais, tais como dermatite, anthrax, sarna e tripanossomias, em
conjunto com a seca e as condições atmosféricas secas. Em anos de pouca chuva os pobres maximizam o acesso à
alimentação por meio de trabalho migratório para obter rendimentos que lhes permitam comprar alimentos de
primeira necessidade; o grupo com mais posses normalmente usa o rendimento na compra de medicamentos para os
animais.
CALENDÁRIO SAZONAL, ZONA 13
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Estações
estação seca
estação húmida
estação de escassez
Cultivo
preparação da terra
plantação/sementeira
monda
colheita
Animais
criação de
cordeiros/cabritos/parição
extracção de leite
vacinação
Outros
Riscos
doenças de animais
Legenda
p p preparação da terra s
s
plantação w w monda
h h colheita
A estação das chuvas vai de Outubro ao fim de Abril. A estação seca começa em Maio e continua até Setembro. A
estação de escassez vai normalmente de Dezembro a Fevereiro, antes do início do consumo de verdes em Fevereiro.
A estação agrícola começa com a preparação da terra de Julho a Setembro. Isto é sobretudo para milho e vegetais.
Segue-se a plantação e a sementeira de Novembro a Dezembro. A monda tem lugar de Novembro a Dezembro e dá
51
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
oportunidades de emprego para os pobres. O consumo de verdes começa em Janeiro. A principal colheita de milho e
outros cereais tem lugar em Junho. Outras actividades incluem a criação de cordeiros, cabritos, e a parição durante a
estação das chuvas e a vacinação dos animais nos meses de Junho a Setembro.
CALENDÁRIO DE CONSUMO PARA AGREGADOS FAMILIARES POBRES, ZONA 13
Jan
Fev
Mar
Abr Maio
Jun
Jul
Ag
Set
Out
Nov
Dez
Alimentos básicos
milho
vegetais
Rendimento
venda de areia e pedras
venda de trabalho agrícola
Despesas
educação (material escolar)
saúde (custos mais elevados)
Legenda
p p
propdução própria m m compra de mercadok
k
em género c
c
recoleção
O grupo pobre depende sobretudo do mercado para o milho de Agosto a Abril. A sua própria cultura de milho vai de
Fevereiro a Julho, começando com o milho verde no início de Fevereiro. Consomem vegetais durante todo o ano, em
parte cultivados com irrigação. As principais fontes de rendimento em dinheiro incluem a venda de materiais de
construção e o trabalho agrícola. As principais despesas incluem a compra de material escolar necessário às crianças
que frequentam a escola. As despesas de saúde normalmente aumentam durante a estação das chuvas de Outubro a
Abril.
52
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ANNEX 1: LIVELIHOOD ZONES AND ADMINISTRATIVE AREAS
LIVELIHOODS ZONA1: COASTAL FISHING, HORTICULTURE AND NON FARM INCOME
Communes
Municipality
Province
Ambriz
Ambriz
Bengo
Baia Farta
Baia Farta
Benguela
Barra do Dande
Dande
Bengo
Benguela
Benguela
Benguela
Bentiaba
Namibe
Namibe
Biopio
Lobito
Benguela
Cabinda
Cabinda
Cabinda
Cacongo
Cacongo
Cabinda
Calohanga
Baia Farta
Benguela
Canata
Lobito
Benguela
Canjala
Lobito
Benguela
Catumbela
Lobito
Benguela
Dombe Grande
Baia Farta
Benguela
Egipto Praia
Lobito
Benguela
Equimina
Baia Farta
Benguela
Gungo
Sumbe
Kuanza Sul
Kapolo
Porto Amboim
Kuanza Sul
Kelo
Soyo
Zaire
Kicombo
Sumbe
Kuanza Sul
Kinzau
Tomboco
Zaire
Lobito
Lobito
Benguela
Lucira
Namibe
Namibe
Malembo
Cabinda
Cabinda
Massabi
Cacongo
Cabinda
Musserra
Nzeto
Zaire
Namibe
Namibe
Namibe
Ngangula
Sumbe
Kuanza Sul
Nzeto
Nzeto
Zaire
Porto Amboim
Porto Amboim
Kuanza Sul
Soyo
Soyo
Zaire
Sumbe
Sumbe
Kuanza Sul
Tabi
Ambriz
Bengo
LIVELIHOODS ZONA2: TRANSITIONAL BANANA AND ANANÁS FARMING
Communes
Municipality
Province
Assango
Amboim
Kuanza Sul
Atome
Cassongue
Kuanza Sul
Babaera
Ganda
Benguela
Balombo
Balombo
Benguela
Bocoio
Bocoio
Benguela
Botera
Seles
Kuanza Sul
53
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Caimbambo
Caimbambo
Benguela
Canhamela
Caimbambo
Benguela
Capupa
Cubal
Benguela
Casseque
Ganda
Benguela
Catengue
Caimbambo
Benguela
Cayave
Caimbambo
Benguela
Chicuma
Ganda
Benguela
Chila
Bocoio
Benguela
Chindumbo
Balombo
Benguela
Chingongo
Balombo
Benguela
Conda
Conda
Kuanza Sul
Conde
Ebo
Kuanza Sul
Cubal
Cubal
Benguela
Cubal do Lumbo
Bocoio
Benguela
Cunjo
Conda
Kuanza Sul
Ebanga
Ganda
Benguela
Ebo
Ebo
Kuanza Sul
Gabela
Amboim
Kuanza Sul
Ganda
Ganda
Benguela
Iambala
Cubal
Benguela
Kirimbo
Quilenda
Kuanza Sul
Monte Belo
Bocoio
Benguela
Passe
Bocoio
Benguela
Quilenda
Quilenda
Kuanza Sul
Tumbulo
Cubal
Benguela
Uku Seles
Seles
Kuanza Sul
Uya Ngombe
Caimbambo
Benguela
LIVELIHOODS ZONA3: SOUTHERN ANIMAIS, MILLET AND SORGHUM ZONA
Communes
Municipality
Province
Baia dos Tigres
Tombua
Namibe
Bibala
Bibala
Namibe
Bolonguera
Chongoroi
Benguela
Bondo
Cuangar
Kuando Kubango
Cafima
Cuanhama
Cunene
Cahama
Cahama
Cunene
Cahinde
Virei
Namibe
Caitou
Bibala
Namibe
Calai
Calai
Kuando Kubango
Camucuio
Camucuio
Namibe
Chingo
Camucuio
Namibe
Chinquite
Camucuio
Namibe
Chitato
Curoca
Cunene
Chongoroi
Chongoroi
Benguela
Cuamato
Ombandja
Cunene
54
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Cuangar
Cuangar
Kuando Kubango
Cubati
Cuvelai
Cunene
Cuvelai
Cuvelai
Cunene
Dinde
Quilengues
Huila
Dirico
Dirico
Kuando Kubango
Evale
Cuanhama
Cunene
Humbe
Ombandja
Cunene
Humpata
Humpata
Huila
Impulo
Quilengues
Huila
Lola
Bibala
Namibe
Luiana
Rivungo
Kuando Kubango
Maue
Calai
Kuando Kubango
Melunga
Namacunde
Cunene
Mongua
Cuanhama
Cunene
Mucope
Ombandja
Cunene
Mucusso
Dirico
Kuando Kubango
Munhino
Bibala
Namibe
Mupa
Cuvelai
Cunene
Namacunde
Namacunde
Cunene
Nampala
Cuvelai
Cunene
Naulila
Ombandja
Cunene
Oncocua
Curoca
Cunene
Ondjiva
Cuanhama
Cunene
Otchinjau
Cahama
Cunene
Quilengues
Quilengues
Huila
Savate
Cuangar
Kuando Kubango
Tchimporo
Cuanhama
Cunene
Tombua
Tombua
Namibe
Virei
Virei
Namibe
Xamavera
Dirico
Kuando Kubango
Xangongo
Ombandja
Cunene
LIVELIHOODS ZONA4: SUB HUMID ANIMAIS AND MILHO
Communes
Municipality
Province
Cacula
Lubango
Huila
Caiundo
Menongue
Kuando Kubango
Capunda Cavilongo
Chibia
Huila
Cassinga
Jamba
Huila
Chiange
Gambos
Huila
Chibia
Chibia
Huila
Chinguanja
Cuchi
Kuando Kubango
Cuchi
Cuchi
Kuando Kubango
Cueio
Menongue
Kuando Kubango
Cutato II
Cuchi
Kuando Kubango
Dongo
Jamba
Huila
55
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Folgares
Matala
Huila
Hoque
Lubango
Huila
Huila
Lubango
Huila
Jamba
Jamba
Huila
Jau
Chibia
Huila
Kuvango
Kuvango
Huila
Lubango
Lubango
Huila
Matala
Matala
Huila
Menongue
Menongue
Kuando Kubango
Mulondo
Matala
Huila
Quihita
Chibia
Huila
Quipungo
Quipungo
Huila
Tchibemba
Gambos
Huila
LIVELIHOODS ZONA5: MID EASTERN CASSAVA AND SAVANNAH FOREST
Communes
Municipality
Province
Baixo Longa
Cuito Cuanavale
Kuando Kubango
Cangombe
Luchazes
Moxico
Cassamba
Luchazes
Moxico
Catuile
Mavinga
Kuando Kubango
Chiume
Lumbala Nguimbo
Moxico
Cuemba
Cuemba
Bie
Cuito Cuanavale
Cuito Cuanavale
Kuando Kubango
Cunjamba
Mavinga
Kuando Kubango
Longa
Cuito Cuanavale
Kuando Kubango
Luchazes
Luchazes
Moxico
Luengue
Mavinga
Kuando Kubango
Lumbala Nguimbo
Lumbala Nguimbo
Moxico
Lupire
Cuito Cuanavale
Kuando Kubango
Lutembo
Lumbala Nguimbo
Moxico
Luvuei
Lumbala Nguimbo
Moxico
Mavinga
Mavinga
Kuando Kubango
Muie
Luchazes
Moxico
Munhango
Cuemba
Bie
Mussuma
Lumbala Nguimbo
Moxico
Mutumbo
Chitembo
Bie
Nancova
Nancova
Kuando Kubango
Neriquinha
Rivungo
Kuando Kubango
Ninda
Lumbala Nguimbo
Moxico
Rito
Nancova
Kuando Kubango
Rivungo
Rivungo
Kuando Kubango
Sachinemuna
Cuemba
Bie
Sessa
Lumbala Nguimbo
Moxico
Soma Cuanza
Chitembo
Bie
Tempue
Luchazes
Moxico
56
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Umpulo
Camacupa
Novembro 2013
Bie
LIVELIHOODS ZONA6: CENTRAL HIGHLANDS POTATO AND VEGETABLES
Communes
Municipality
Province
Caala
Caala
Huambo
Calenga
Caala
Huambo
Cangote
Chinguar
Bie
Catata
Caala
Huambo
Chinguar
Chinguar
Bie
Cutato
Chinguar
Bie
Ekunha
Ekunha
Huambo
Kuima
Caala
Huambo
Quipeio
Ekunha
Huambo
LIVELIHOODS ZONA7: CENTRAL HIGHLANDS MILHO AND FEIJÃO
Communes
Municipality
Province
Alto Hama
Londuimbali
Huambo
Amboiva
Seles
Kuanza Sul
Andulo
Andulo
Bie
Bailundo
Bailundo
Huambo
Bambi
Chipindo
Huila
Bimbe
Bailundo
Huambo
Cachingues
Chitembo
Bie
Caconda
Caconda
Huila
Caiei
Nharea
Bie
Caiuera
Catabola
Bie
Calepi
Caluquembe
Huila
Calima
Huambo
Huambo
Calucinga
Andulo
Bie
Calulo
Libolo
Kuanza Sul
Caluquembe
Caluquembe
Huila
Camacupa
Camacupa
Bie
Cambandua
Kuito
Bie
Cassongue
Cassongue
Kuanza Sul
Cassumbe
Andulo
Bie
Catabola
Catabola
Bie
Cela
Waku Kungo
Kuanza Sul
Chicala
Kuito
Bie
Chicomba
Chicomba
Huila
Chilata
Longonjo
Huambo
Chipeta
Catabola
Bie
Chipindo
Chipindo
Huila
Chipipa
Huambo
Huambo
Chitembo
Chitembo
Bie
Chiuca
Catabola
Bie
Chivaulo
Andulo
Bie
57
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Cuanza
Camacupa
Bie
Cunhinga
Cunhinga
Bie
Cusse
Caconda
Huila
Cutenda
Chicomba
Huila
Dando
Nharea
Bie
Dumbi
Cassongue
Kuanza Sul
Galanga
Londuimbali
Huambo
Galangue
Kuvango
Huila
Gamba
Nharea
Bie
Gungue
Caconda
Huila
Hengue
Bailundo
Huambo
Huambo
Huambo
Huambo
Hungulo
Tchikala Tcholohanga
Huambo
Kabuta
Libolo
Kuanza Sul
Kakoma
Ukuma
Huambo
Kambuengo
Mungo
Huambo
Kariango
Quibala
Kuanza Sul
Katavola
Longonjo
Huambo
Katchiungo
Katchiungo
Huambo
Kienha
Mussende
Kuanza Sul
Kissange
Ebo
Kuanza Sul
Kissongo
Libolo
Kuanza Sul
Kuito
Kuito
Bie
Kumbila
Londuimbali
Huambo
Lepi
Longonjo
Huambo
Londuimbali
Londuimbali
Huambo
Longonjo
Longonjo
Huambo
Lonhe
Quibala
Kuanza Sul
Lubia
Nharea
Bie
Lunge
Bailundo
Huambo
Luvemba
Bailundo
Huambo
Malengue
Chitembo
Bie
Mbave
Tchikala Tcholohanga
Huambo
Muinha
Camacupa
Bie
Mumbue
Chitembo
Bie
Mundundo
Ukuma
Huambo
Munenga
Libolo
Kuanza Sul
Mungo
Mungo
Huambo
Mussende
Mussende
Kuanza Sul
Ndala Cachibo
Quibala
Kuanza Sul
Negola
Caluquembe
Huila
Nharea
Nharea
Bie
Pambangala
Cassongue
Kuanza Sul
Quibala
Quibala
Kuanza Sul
58
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Ringoma
Camacupa
Bie
S. Lucas
Mussende
Kuanza Sul
Sambo
Tchikala Tcholohanga
Huambo
Sanga
Waku Kungo
Kuanza Sul
Tchiaka
Tchinjenje
Huambo
Tchikala Tcholohanga
Tchikala Tcholohanga
Huambo
Tchinhama
Katchiungo
Huambo
Tchinjenje
Tchinjenje
Huambo
Tchiumbu
Katchiungo
Huambo
Trumba
Kuito
Bie
Uaba
Caconda
Huila
Ukuma
Ukuma
Huambo
Ussoke
Londuimbali
Huambo
Vicungo
Kuvango
Huila
Waku Kungo
Waku Kungo
Kuanza Sul
LIVELIHOODS ZONA8: TRANSITIONAL MILHO, CASSAVA AND FEIJÃO FARMING
Communes
Municipality
Province
Bela Vista
Ambriz
Bengo
Caxito
Dande
Bengo
Cazua
Pango Aluquem
Bengo
Dondo
Cambambe
Kuanza Norte
Mabubas
Dande
Bengo
Quicabo
Dande
Bengo
Quixinge
Quissama
Bengo
Ucua
Dande
Bengo
Zenza do Itombe
Cambambe
Kuanza Norte
LIVELIHOODS ZONA9: TROPICAL FOREST, CASSAVA, BANANA AND COFFEE
Communes
Municipality
Province
Alfandega
Sanza Pombo
Uige
Alto Zaza
Quimbele
Uige
Belize
Belize
Cabinda
Bembe
Bembe
Uige
Bengo
Cangola
Uige
Beu
Maquela do Zombo
Uige
Bindo
Camabatela
Kuanza Norte
Bolongongo
Bolongongo
Kuanza Norte
Buco Zau
Buco Zau
Cabinda
Buela
Cuimba
Zaire
Bula Atumba
Bula Atumba
Bengo
Bungo
Bungo
Uige
Cage
Nambuangongo
Bengo
Caiongo
Cangola
Uige
Camabatela
Camabatela
Kuanza Norte
Cambambe
Quitexe
Uige
59
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Camboso
Nova Esperanþa
Uige
Canacassala
Nambuangongo
Bengo
Cangola
Cangola
Uige
Cuango
Quimbele
Uige
Cuilo Pombo
Sanza Pombo
Uige
Damba
Damba
Uige
Dimuca
Negage
Uige
Dinge
Cacongo
Cabinda
Gombe
Nambuangongo
Bengo
Icoca
Quimbele
Uige
Inhuca
Buco Zau
Cabinda
Kibocolu
Maquela do Zombo
Uige
Kiende
Mbanza Congo
Zaire
Kihuhu
Massango
Malanje
Kindege
Nzeto
Zaire
Kingombe
Tomboco
Zaire
Kinvuenga
Songo
Uige
Kisseke
Negage
Uige
Koxe
Dembos
Bengo
Kuilu Futa
Maquela do Zombo
Uige
Lemboa
Damba
Uige
Luali
Belize
Cabinda
Lucunga
Bembe
Uige
Lufico
Noqui
Zaire
Luinga
Camabatela
Kuanza Norte
Luvo
Mbanza Congo
Zaire
Mabaia
Bembe
Uige
Macocola
Santa Cruz
Uige
Macolo
Santa Cruz
Uige
Madimba
Mbanza Congo
Zaire
Maquela do Zombo
Maquela do Zombo
Uige
Massango
Massango
Malanje
Massau
Santa Cruz
Uige
Maua
Camabatela
Kuanza Norte
Mbanza Congo
Mbanza Congo
Zaire
Miconge
Belize
Cabinda
Mpala
Noqui
Zaire
Muxiluando
Nambuangongo
Bengo
Necuto
Buco Zau
Cabinda
Negage
Negage
Uige
Nkama Ntambu
Damba
Uige
Nkuso
Damba
Uige
Noqui
Noqui
Zaire
Nova Caipemba
Ambuila
Uige
60
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Nova Esperanþa
Nova Esperanþa
Uige
Nsoso
Damba
Uige
Pango Aluquem
Pango Aluquem
Bengo
Paredes
Dembos
Bengo
Pedra de Feitico
Soyo
Zaire
Piri
Dembos
Bengo
Puri
Puri
Uige
Quiage
Bula Atumba
Bengo
Quibala Norte
Nzeto
Zaire
Quibaxe
Dembos
Bengo
Quicunzo
Nambuangongo
Bengo
Quifuafua
Quitexe
Uige
Quimbele
Quimbele
Uige
Quimbianda
Nova Esperanþa
Uige
Quinzala
Mucaba
Uige
Quipedro
Ambuila
Uige
Quiquiemba
Bolongongo
Kuanza Norte
Quitende
Quitexe
Uige
Quitexe
Quitexe
Uige
Quixico
Nambuangongo
Bengo
Quiximba
Tomboco
Zaire
Sakandika
Maquela do Zombo
Uige
Santa Cruz
Santa Cruz
Uige
Sanza Pombo
Sanza Pombo
Uige
Serra da Kanda
Cuimba
Zaire
Songo
Songo
Uige
Sumba
Soyo
Zaire
Tando Zinze
Cabinda
Cabinda
Tango
Camabatela
Kuanza Norte
Terreiro
Bolongongo
Kuanza Norte
Tomboco
Tomboco
Zaire
Uamba
Sanza Pombo
Uige
Uando
Mucaba
Uige
Uige
Uige
Uige
Zala
Nambuangongo
Bengo
LIVELIHOODS ZONA10: SAVANNAH FOREST AND MARKET ORIENTED CASSAVA
Communes
Municipality
Province
Aldeia Nova
Banga
Kuanza Norte
Banga
Banga
Kuanza Norte
Bange Angola
Cahombo
Malanje
Caculo
Ndalatando
Kuanza Norte
Caculo Cabaþa
Banga
Kuanza Norte
Cacuso
Cacuso
Malanje
Cahombo
Cahombo
Malanje
61
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Calandula
Calandula
Malanje
Camame
Ngonguembo
Kuanza Norte
Cambaxe
Malanje
Malanje
Cambo
Cahombo
Malanje
Cambondo
Golungo Alto
Kuanza Norte
Cambondo
Malanje
Malanje
Cambundi Catembo
Cambundi Catembo
Malanje
Cangandala
Cangandala
Malanje
Capenda Camulemba
Capenda Camulemba
Lunda Norte
Cariamba
Banga
Kuanza Norte
Caribo
Cangandala
Malanje
Catala
Mucari
Malanje
Caxinga
Mucari
Malanje
Cerca
Golungo Alto
Kuanza Norte
Cuango
Cuango
Lunda Norte
Dala Samba
Marimba
Malanje
Dange Ia Menha
Cambambe
Kuanza Norte
Dombo
Luquembo
Malanje
Dumba Kabango
Cambundi Catembo
Malanje
Golungo Alto
Golungo Alto
Kuanza Norte
Kangando
Malanje
Malanje
Kapunda
Luquembo
Malanje
Kassanji
Xa Muteba
Lunda Norte
Kateco Kangola
Calandula
Malanje
Kiangombe
Lucala
Kuanza Norte
Kiluanje
Golungo Alto
Kuanza Norte
Kimbamba
Malanje
Malanje
Kimbango
Luquembo
Malanje
Kinge
Calandula
Malanje
Kinguengue
Massango
Malanje
Kiwaba Nzoji
Kiwaba Nzoji
Malanje
Kizenga
Cacuso
Malanje
Kota
Calandula
Malanje
Kuale
Calandula
Malanje
Kulamagia
Cangandala
Malanje
Kunda Dia Baze
Kunda Dia Baze
Malanje
Lemba
Kunda Dia Baze
Malanje
Lombe
Cacuso
Malanje
Longo
Xa Muteba
Lunda Norte
Luando
Cuemba
Bie
Lucala
Lucala
Kuanza Norte
Luquembo
Luquembo
Malanje
Luremo
Cuango
Lunda Norte
Malanje
Malanje
Malanje
62
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Mangano
Marimba
Malanje
Marimba
Marimba
Malanje
Mbembo
Cangandala
Malanje
Mikanda
Cahombo
Malanje
Milando
Kunda Dia Baze
Malanje
Moma
Quela
Malanje
Mucari
Mucari
Malanje
Mufuma
Kiwaba Nzoji
Malanje
Muquixi
Mucari
Malanje
Ndalatando
Ndalatando
Kuanza Norte
Ngola Luije
Malanje
Malanje
Pungo Andongo
Cacuso
Malanje
Quela
Quela
Malanje
Quiculungo
Quiculungo
Kuanza Norte
Quilombo dos Dembos
Ngonguembo
Kuanza Norte
Quirima
Quirima
Malanje
Quitapa
Xa Muteba
Lunda Norte
S. Pedro da Quilemba
Cambambe
Kuanza Norte
Samba Caju
Samba Caju
Kuanza Norte
Samba Lucala
Samba Caju
Kuanza Norte
Sautari
Quirima
Malanje
Tala Mungongo
Cambundi Catembo
Malanje
Xa Muteba
Xa Muteba
Lunda Norte
Xandele
Quela
Malanje
Xinge
Capenda Camulemba
Lunda Norte
LIVELIHOODS ZONA11: SAVANNAH FOREST AND SUBSISTENCE CASSAVA
Communes
Municipality
Province
Alto Chicapa
Cacolo
Lunda Sul
Cachimo
Cambulo
Lunda Norte
Cacolo
Cacolo
Lunda Sul
Caluango
Cuilo
Lunda Norte
Camanongue
Camanongue
Moxico
Camaxilo
Caungula
Lunda Norte
Cambulo
Cambulo
Lunda Norte
Camissombo
Lucapa
Lunda Norte
Cangumbe
Luena
Moxico
Canzar
Cambulo
Lunda Norte
Capaia
Lucapa
Lunda Norte
Cassai Sul
Muconda
Lunda Sul
Caungula
Caungula
Lunda Norte
Cazage
Dala
Lunda Sul
Chiluage
Muconda
Lunda Sul
Chitato II
Chitato
Lunda Norte
Cucumbi
Cacolo
Lunda Sul
63
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Cuilo
Cuilo
Lunda Norte
Dala
Dala
Lunda Sul
Leua
Leua
Moxico
Liangongo
Leua
Moxico
Lovua
Chitato
Lunda Norte
Luachimo
Chitato
Lunda Norte
Luangue
Lubalo
Lunda Norte
Luau
Luau
Moxico
Lubalo
Lubalo
Lunda Norte
Lucapa
Lucapa
Lunda Norte
Lucusse
Luena
Moxico
Luena
Luena
Moxico
Luia
Cambulo
Lunda Norte
Luma Cassai
Dala
Lunda Sul
Lutuai
Luena
Moxico
Mona Quimbundo
Saurimo
Lunda Sul
Muconda
Muconda
Lunda Sul
Muriege
Muconda
Lunda Sul
Muvulage
Lubalo
Lunda Norte
Saurimo
Saurimo
Lunda Sul
Sombo
Saurimo
Lunda Sul
Xa Cassau
Lucapa
Lunda Norte
Xassengue
Cacolo
Lunda Sul
LIVELIHOODS ZONA12: FISHING, CASSAVA AND CROSSBORDER TRADE
Communes
Municipality
Province
Caianda
Alto Zambeze
Moxico
Calunda
Alto Zambeze
Moxico
Cameia
Cameia
Moxico
Cazombo
Alto Zambeze
Moxico
Kavungo
Alto Zambeze
Moxico
Lago Dilolo
Luacano
Moxico
Lovua
Alto Zambeze
Moxico
Luacano
Luacano
Moxico
Lumbala
Alto Zambeze
Moxico
Lumbala Kaquengue
Alto Zambeze
Moxico
Mucondo
Alto Zambeze
Moxico
LIVELIHOODS ZONA13: COASTAL ANIMAIS RANCHING
Communes
Municipality
Province
Barra do Kuanza
Bom Jesus
Viana
Icolo e Bengo
Luanda
Bengo
Cabiri
Icolo e Bengo
Bengo
Cacuaco
Cacuaco
Luanda
Calomboloca
Icolo e Bengo
Bengo
Calumbo
Viana
Luanda
64
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
Catete
Icolo e Bengo
Bengo
Dembo Chio
Quissama
Bengo
Luanda
Luanda
Luanda
Mumbondo
Quissama
Bengo
Muxima
Quissama
Bengo
Viana
Viana
Luanda
65
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
ANNEX 2: LIST OF PARTICIPANTS
Benguela Regional Workshop
No.
Names of participants
Function or Post
Institution
1.
Gabriel Martinho
2.
Lucas Pinto
Chefe Depart. AgriculturaBenguela
DPADR-Benguela Province
Department of Agriculture-Benguela
Province
Benguela Province
3.
Fernando André
Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda
4.
Alves Victor
Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda
5.
Dulce Rebeca Sakala
TIDA
Namibe Province
6.
João Luiz Abel
DPADR
Namibe Province
7.
Martinho Wimbu
8.
Antonio F. Canjo
9.
Lourenço J. Matanda
Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda
10.
Jõao Vicente
Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda
11.
Julieta M.F. da Cunha
Chief of Education
Benguela Province
12.
Manuel Chitumba
EDA
Ganda Commune
13.
Julia Maria Mussungo
Director of Education
Namibe Province
14.
Lidia Nataniel
Director of Education
Cunene Province
15.
Dilson M. F. Velho
Director of Education
Cuando Cubango Province
16.
Antonio F. dos Santos
17.
Cuando Cubango Province
18.
Domingos Raimundo
Ngonga
Joao I. Sousa
Ministry of Agriculture
(MINAGRI)
IDA
Director of Agriculture
Namibe Province
19.
Justino Xili
Director of Education
Cunene Province
20.
Adriano Moso
Supervisor for Nutrition
21.
Santos Félix Pedro
22.
Manuel Pinto José
Chief of Department
Luanda Province
23.
Euclides José
Director of Education
Huila Province
24.
João C. Muluta
GEPE
Benguela Province
25.
Valdemar Simões Morais
Chief of Department
Ministry of Agriculture Luanda
26.
Odete Rochete
27.
Arlete Alzira
Director of Health
Bie Province
28.
Celestino E. Quididi
GEP
Cuando Cubango Province
29.
Jose Faustino
IDA
Huambo Province
Directorate of Health-Benguela Province
EDA
Lobito- Huila Province
Ministry of Agriculture (MINAGRI)- Luanda
Ministry of Agriculture- Luanda
66
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
Novembro 2013
30.
Miguel Dambi
Ministry of Agriculture (MINAGRI/GSA)
31.
Paula Tunga
Ministry of Agriculture (MINAGRI/GSA)
32.
33.
Pinto Basilio
Ermelinda Caliengue
34.
Elsa Gaspar
35.
Jorge Manuel Eli Sanjala
Director for Planning
Bie Province
36.
Jose Solino Joel
Director for Planning
Huambo Province
37.
José Felisberto Kalomo
GEP
Cunene Province
38.
João Gonçalves
Directorate of Agriculture
Benguela Province
39.
Jose Niangassa Zeca
Directorate of Agriculture
Cunene Province
40.
Agostinho Pedro
Independent Consultant
-
40.
Claire Bea
Chemonics Associate- Southern
Africa
FEWS NET Head Office/Washing ton
41.
Phumzile Mdladla,
42.
Antonio Mavie
Deputy Technical Manager
FEWSNET Regional Office- Pretoria, South
Africa
FEWS NET- Mozambique
43.
Masozi Kachali
Technical Advisor
SADC-RVAA Programme
44.
James Acidri
Livelihood Consultant
Evidence for Development
Malanje Regional Workshop
No.
Names
1.
Ambrosio Joaquim
João
2.
Ermelida Caliengue
3.
Odete Rochete
4.
Andrade dos santos
5.
Hermenegildo Barbosa
6.
Carla Monteiro
7
Evance Chapasuka
8.
James Acidri
9.
Masozi Kachale
10.
Gary Sawdon
11.
Duncan Samikwa
12.
Antonio Mavie
13.
João Manuel
14.
Catembue Camunaga
15.
Nsimba Domingos
Quianelundo
16.
Paulo Bungo
17.
David Tunga
18.
José Alves
19.
Maria Eugenia da Silva
DPA
Huambo Province
Ministry of Agriculture (MINAGRI/GSA)
Ministry of Agriculture (MINAGRI/GSA)
Institution
GEPE Malange
Telephone
946839210
E-mail Address
ambrosiojoao@live.com.pt
GSA Luanda
GSA Luanda
GSA Luanda
GEPE Lunda Norte
SADC Consultora
SADC RVAC Programa
FEWS NET
SADC RVAC Programa
FEWS NET
SADC RVAC Programa
FEWS NET
DPA- Malanje
IDA Lunda Norte
Secretaria Geral (DIII)
921110567
936137097
923306631
923696805
ercaliengue@gmail.com
odetebacalhau@hotmail.com
andraderodriguessantos@gmail.com
hermenegildobarbosa@hotmail.com
932906167
924677661
nsibadomingos84@atlook.com
IDA Lunda Norte
Director GSA
Tradutor
GSA RVAC
923714661
923402290
924518027
paulobungo18yahoo.com.br
tunga100565@gmail.com
alvesbocolo1@hotmail.com
echapasuka@sadc.ins
janesacidi@gmail.com
makachale@sadc.com
gsawdon@fews.net
dsamikwa@sadc.int
amavie@fews.net
67
ANGOLA Zonas e Descrições de Meios de Sustento
20.
21.
22.
23.
Honorato Bartolomeu
João José
Fernanda D.S Guerra
Pedro Makunde
24.
25.
Tomais Manuel Inacio
José pereira Brito
paulo
Jorge pina
Brigitte Caferro
Moises maquiniche
Jose Mateus
Santos Felix Pedro
Isidro Jorge Tomais
Campos Zenga dos
Santos
Domingos Muaiuma
Manuel Gomes
Antonio Mieze
Quicosa
Jose Leão Chiquito
Joy Francisco Alberto
Mulemba
Pascoal Manuel Castro
Inacio Chindongo
Pedro
Isaac Bernardo
Delgado
Joaqui Pedro
Eduardo Gomes
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
Novembro 2013
GGTA/MINAGRI
Chefe Depat. INCER
GEPE Zaire
Direcção provincial
Zaire
MINAGRI Moxico
DPA Bengo
923626411
946839210
923823631
922895731
honoratoferreira@yahoo.com.br
ambrosiojoao@live.com.pt
927137933
josebritopaulo25@hotmail.com
IDA Zaire
GEPE Lunda Sul
DPA Lunda Sul
DPA Lunda Norte
GSA Luanda
IDA MOXICO
IDA Uige
936483363
947222010
936683146
925217097
918078499
923864736
923229334
IDA Lunda Sul
IDA Cabinda
IDA Luanda
923482594
923667168
923770535
DPA
GEPE Luanda
933167870
935712681
mulemba2008@hotmail.com
DPA Luanda
DPA Malange
925144362
936793824
pascoalcastro07@gmail.com
chindoinacio@yahoo.com.br
IDA Malange
9244015584
DPA Uige
IDA Uige
924831278
925408038
brigittecaferro@hotmail.com
luzidalalu-kiese@yahoo.com.br
campos78@live.com.pe
dmuaiuma@hotmail.com
magomes20@yahoo.com.br
joaquimpedro76@yahoo.com.br
68