Estudo Experimental da Interação entre Alendronato e Movimento
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Estudo Experimental da Interação entre Alendronato e Movimento
20 Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Odontologia ESTUDO EXPERIMENTAL DA INTERAÇÃO ENTRE ALENDRONATO E MOVIMENTO DENTÁRIO ORTODÔNTICO Adriele Silveira Araújo, CD Dissertação submetida ao corpo docente da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, como parte dos requisitos, para a obtenção do Título de Mestre em Odontologia (Ortodontia). Rio de Janeiro 2013 20 ESTUDO EXPERIMENTAL DA INTERAÇÃO ENTRE ALENDRONATO E MOVIMENTO DENTÁRIO ORTODÔNTICO ADRIELE SLVEIRA ARAÚJO, CD Orientador: Profª. Drª. ANA MARIA BOLOGNESE Dissertação submetida ao corpo docente da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos, para obtenção do Título de Mestre em (Ortodontia). Comissão Examinadora __________________________________ Profª. Drª. Elisa Souza Camargo, CD ______________________________ Prof. Dr. Lincoln Issamu Nojima, CD ________________________________________ Profª. Drª. Margareth Maria Gomes de Souza, CD Rio de Janeiro 2013 Odontologia ii Ficha Catalográfica ARAÚJO, Adriele Silveira Estudo experimental da interação entre alendronato e movimento dentário ortodôntico. Rio de Janeiro: UFRJ/Faculdade de Odontologia, 2013. xx, 84 f. Tese: Mestrado em Odontologia (Ortodontia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Odontologia, 2013. 1 Bisfosfonatos 2 Alendronato 3 Tratamento ortodôntico 4 Teses I Título II Dissertação (Mestrado - UFRJ/Faculdade de Odontologia) iii Aos meus pais, Antônio e Jânia, pelo amor, dedicação e incentivo constante durante todo o percurso da minha vida. Aos meus irmãos, Antônio e Jackeline, pela amizade e carinho. Sou o resultado da confiança e da força de cada um de vocês. COM TODO O MEU AMOR, DEDICO. iv AGRADECIMENTOS A Deus, pela proteção diária e pela força que me impulsionou em cada detalhe desta conquista. À minha família por todo carinho e apoio. Em especial, à minha bisavó Alzira, pelas orações que à distância podia escutá-las com o coração, e à prima Ilaíne Matos, pela agradável convivência na Cidade Maravilhosa. A Paulo, pelo amor, compreensão e consolo nos momentos de saudade desmensurável. Ao curso de pós-graduação em Odontologia - Ortodontia e seu corpo docente, por ter contribuído de maneira ímpar com o meu crescimento profissional. À Profa. Dra. Ana Maria Bolognese, com tamanha admiração, pela orientação precisa e incondicional dedicação, pela confiança e pelo apoio em todos os momentos da realização desta pesquisa. Aos professores do Curso de Ortodontia - UFRJ, Dr. Antônio Carlos de Oliveira Ruellas, Dr. Eduardo Franzotti Sant’Anna, Msc. José Fernando Stangler Brazalle, Dr. José Vinícius Bolognesi Maciel, Dr. Lincoln Issamu Nojima, Dra. Margareth Maria Gomes de Souza, Dra. Matilde da Cunha Gonçalves Nojima, Dra. Maria Evangelina Monnerat e Dra. Mônica Tirre de Araújo, em reconhecimento aos valiosos ensinamentos transmitidos com dedicação e sabedoria. À professora Dra. Cláudia Trindade Mattos, pela indispensável consultoria em estatística. Aos professores das Disciplinas conexas Dr. André Antonio Monteiro, Dr. Carlos Nelson Elias, Dr. Fábio Ribeiro Guedes, Dra. Ieda Maria Orioli, Dra. Isabela Cabral Félix de Sousa, Dra. Maria Cynésia Medeiros de Barros v Torres, Dr. Paulo José Medeiros, Dra. Rita Vilanova Prata, Msc. Roberto Amarante Costa Pinto, Dr. Ronir Raggio Luiz e Dra. Sandra Regina Torres, por complementar a minha formação profissional. Aos meus queridos colegas Júlia Sotero Viana, Lara Sigilião, Leonardo Koerich e Rodrigo Lopes, pelo companheirismo e cumplicidade durante esses dois anos e pela importante ajuda no desenvolvimento deste trabalho. Dividimos medo, incertezas e inseguranças; mas somamos entusiasmo, forças e alegrias... a saudade há de ficar! Agradecimento especial à Ana Carolina e família pela querida acolhida nos primeiros meses do curso. Aos colegas da 46ª turma, Carolina Paz Trindade, Daniel Paluto Brunetto, Geórgia Wain Thi Lau, Ligia Vieira Claudino, Theresa Cristina Pereira de Oliveira e Thaís Cristina Sobrira da Matta, pela amizade e apoio concedido. Em especial à Aline Birra Nolasco Fernandes, pela imensa ajuda no manejo dos animais, e à Dayane Lopes da Silva, pelos registros fotográficos durante a fase de montagem do aparelho ortodôntico. Aos colegas da 48ª turma, Amanda Carneiro da Cunha, Ana Paula Tenório de Sá, Cinthia Candemil Nuernberg e Rowan do Vale Vilar, pela amizade, agradável convivência e pelas risadas. Agradeço especialmente às amigas-irmãs sergipanas Carolina Vieira Valadares e Renata de Faria Santos, por tornarem meu segundo ano muito mais prazeroso. Adoro cada um de vocês e torço pelo sucesso de todos! Aos colegas do doutorado, Amanda Osório Ayres de Freitas, Carolina Mascarenha Baratieri, Hibernon Lopes Filho, Mariana Marquezan e Matheus Alves Júnior. Em especial, a Lúcio Henrique Maia, pela amizade, carinho e vi incentivo, por todo auxílio concedido desde o instante em que decidi prestar prova para este curso. Aos funcionários, Diane Esteves de Souza Gomes, Fernanda Ribeiro da Silva, Mônica Mello do Nascimento Gonçalves, Robson Antônio de França, Vanilda Antônio Saturnino e Waltencir Silva Ferreira, pela imensa atenção e disponibilidade. Em especial a Wal, pelos socorros prestados e pela preocupação constante com nosso bem-estar. Ao professor Dr. Paulo César Silva e aos funcionários do Centro de Cirurgia Experimental (CCE) do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFRJ, pela alocação dos animais, ajuda no manuseio e cuidados dispensados na manutenção dos mesmos. À professora Dra. Andréa de Castro Domingos Vieira, pela concessão do aparelho de radiografia digital e pela ajuda durante a análise fractal. À professora Dra. Lucianne Cople Maia, por permitir utilizar as dependências da Odontopediatria para a aquisição das imagens radiográficas. Aos professores Dr. Ricardo Tadeu Lopes e Dra. Inayá Corrêa Barbosa Lima e a doutoranda Alessandra Silveira Machado, do Laboratório de Instrumentação Nuclear - COPPE/UFRJ, pela aquisição e análise das imagens microtomográficas. Aos professores do Departamento de Patologia e Diagnóstico Oral, Dra. Aline Corrêa Abrahão, Dra. Márcia Grillo Cabral e Dr. Mário José Romañach Gonzalez Sobrinho, em especial à professora Msc. Juliana de Noronha Santos Netto e à técnica de histologia Arminda, pelo auxílio no processamento das peças, confecção das lâminas e análise microscópica. vii Aos alunos da graduação em Odontologia da UFRJ, por terem nos permitido o exercício da docência. À Morelli Ortodontia, pela gentil doação das molas de níquel-titânio utilizadas neste trabalho. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela bolsa de estudos concedida. A todos aqueles que, de algum modo, colaboraram para a realização desta pesquisa. Sem vocês nada disso seria possível. viii RESUMO ARAÚJO, Adriele Silveira. Estudo experimental da interação entre alendronato e movimento dentário ortodôntico. Orientador: Drª. Ana Maria Bolognese. Rio de Janeiro: UFRJ/Faculdade de Odontologia, 2013. Dissertação (Mestrado em Odontologia – Ortodontia). 84 f. O objetivo desta pesquisa foi verificar a influência do alendronato na movimentação dentária ortodôntica e a interferência deste movimento na captação do fármaco. Para tanto, 14 coelhos da raça Nova Zelândia (Oryctolagus cuniculus), 16 semanas de idade, tiveram seus primeiros molares inferiores do lado direito inclinados para mesial, sob carga constante de 85 gf. Os sete animais do grupo experimental receberam, semanalmente, aplicações subcutâneas de 3 mg/Kg de alendronato de sódio. Avaliação métrica do deslocamento dentário foi realizada a cada sete dias, até o fim do período experimental, e análises radiográficas (dimensão fractal e intensidade de pixel) e histológicas foram executadas após 21 dias de movimentação induzida. Os resultados mostraram inibição do movimento dentário em decorrência da redução da atividade reabsortiva dos osteoclastos no lado de pressão e aumento da densidade óssea causados pela ação do alendronato no grupo experimental. A redução da atividade osteoclástica foi verificada pela menor irregularidade da superfície óssea ix e pela redução no número destas células. A movimentação ortodôntica não elevou a taxa de captação do fármaco como avaliados pelas análises fractal e de intensidade de pixel do osso trabecular. Estes métodos, entretanto, mostraram-se apresentar baixa sensibilidade para esta avaliação, sendo necessários estudos futuros para comprovar esta falta de interação. x SUMMARY ARAÚJO, Adriele Silveira. Estudo experimental da interação entre alendronato e movimento dentário ortodôntico. Orientador: Drª. Ana Maria Bolognese. Rio de Janeiro: UFRJ/Faculdade de Odontologia, 2013. Dissertação (Mestrado em Odontologia – Ortodontia). 84 f. The purpose of this study was to investigate the influence of alendronate on orthodontic tooth movement and the interference of this movement in the uptake of the drug. Fourteen New Zealand rabbits (Oryctolagus cuniculus), 16-week-old, had their right first molars mesially tipped, under a constant load of 85 gf. In seven experimental animals, 3 mg/Kg of alendronate sodium was subcutaneously injected once a week. Evaluation of tooth displacement was held every seven days, until the end of the experimental period, and radiographic (fractal dimension and pixel intensity) and histology analyzes were performed after 21 days of induced movement. The outcomes showed inhibition of tooth movement as a result of reduced reabsorptive activity of osteoclasts on the pressure side and increase of bone density caused by the action of alendronate in the experimental group. The reduction of osteoclastic activity was verified by the lower irregularity of bone surface and by the decrease of these cells number. The orthodontic movement did not increase the uptake of the drug as assessed by fractal and pixel xi intensity analyzes of the trabecular bone. These methods, however, presented low sensitivity to this assessment, and future studies are necessary to confirm this lack of interaction. xii LISTA DE FIGURAS DELINEAMENTO DA PESQUISA Figura 1 Sequência de procedimentos para montagem do aparelho ortodôntico. A e B) Confecção de canaletas horizontais nas superfícies vestibular, distal e lingual dos incisivos inferiores; C) Adaptação de grampo; D) Grampo adaptado; E) Condicionamento ácido; F) Aplicação de adesivo; G) Fixação do grampo com Transbond XT; H) Estiramento da mola até alcançar 10 mm; I) Vista oclusal do dispositivo ortodôntico montado............................. Figura 2 Calibração da carga liberada. O estiramento da 16 mola propriamente dita, até que alcançasse 10 mm de comprimento, proporcionou liberação de carga de 85 gf........................................ Figura 3 Avaliação métrica do movimento dentário ortodôntico com paquímetro digital sobre o modelo de gesso.................................... Figura 4 17 17 Padronização da técnica radiográfica. Hemimandíbula sobre o posicionador radiográfico periapical com o PSP localizado por lingual da peça anatômica................................................................ 18 xiii ARTIGO 1 Figure 1 Square grid with 3 mm side-length over the histological section. * Mesial of the first molar where the osteoclast count was performed. Note the diastema between the lower right first and second molar after orthodontic movement....................................... Figure 2 38 A, micrographs with a 10x objective lens of the PDL-bone interface of the mesial of the lower first molar. B, PDL-bone interface outlined. C, image used to calculate the fractal dimension. AB, alveolar bone; PDL, periodontal ligament; C, cementum; bars = 100 μm……………….......................................... Figure 3 39 Time course of tooth movement on the control and alendronatetreat group showing mean of the amount of OTM (SD) at 7, 14 and 21 days. OTM in the experimental group was significantly lower than in the control group (p < .001 for the group main effect) and the amount of OTM increased over the time (p < .001 for the time main effect)....................................................................................... Figure 4 40 Number of osteoclasts on the mesial of the lower first molar. The error bars extend one standard deviation away from the means. Statistical difference was observed between OTM- and OTM+ sides within control group, and between control and experimental group on OTM+ side at α = .05 (Student’s t-test)............................. Figure 5 PDL-bone interface outlines. A, left and B, right side of a control animal. C, left and D, right side of an experimental animal. Note the increase of bone surface irregularity in the control group and almost no change in the experimental group after 21 days of 40 xiv induced tooth movement……………………………………………….. 41 Figure 6 Micrograph of the compression side of a right first molar from A, experimental and B, control group showing the inhibitory effect of alendronate on osteoclasts (arrows). The number of osteoclastic cells was significantly lower in the alendronate-treat rabbits (haematoxylin and eosin staining, x400). AB, alveolar bone; PDL, periodontal ligament; C, cementum; bars = 50 μm………………….. 41 ARTIGO 2 Figure 1 Fractal analysis. A, selection of the ROI, yellow rectangle; B, the ROI was duplicated; C, the duplicated image was blurred with a Gaussian filter (sigma=10); D, the blurred image was then subtracted from the original image; E, 128 was added to the result at each pixel location; F, the resultant image was converted to binary; G, and inverted. With this process, the regions that represent trabecular bone were set to black and marrow spaces were set to white; H, finally the image was skeletonized; I, superimposition of the skeletonized on the original image demonstrates that the skeletal structure corresponds to the trabecular bone; J, FD calculation by the box-counting method…... Figure 2 61 Pixel intensity analysis. A, the blue rectangle corresponds to the region measured in the periapical radiographic positioner (dashed red line) and the yellow one is the ROI; B, histogram of the ROI pixel intensity……………...……………….......................................... 62 Figure 3 Influence of alendronate, orthodontic tooth movement and xv alendronate-OTM interaction on fractal dimension and pixel intensity of the trabecular bone. The numbers above the bars are the p-values……............................................................................... Figure 4 63 Microtomography of the right and left hemimandibles. Trabecular thickness (Tb.Th) and number (Tb.N) were higher in the experimental rabbit than in the control animal while trabecular separation (Tb.Sp) was lower…………………….............................. 64 DISCUSSÃO Figura 6 Gráfico de dispersão mostrando a relação entre a densidade óssea e a magnitude do movimento dentário. Nota-se claramente que quanto maior a densidade (visualizada no grupo experimental), menor a magnitude da movimentação dentária........ 71 xvi LISTA DE TABELAS ARTIGO 1 Table I Weekly rate of orthodontic tooth movement (mm)…………............. 42 Table II Fractal dimension of the PDL-bone interface……………………… 42 Descriptive statistic for fractal dimension and pixel intensity............ 65 ARTIGO 2 Table I xvii LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AB alveolar bone ANOVA análise de variância BIJON bisphosphonate-induced jaw osteonecrosis BMU basic multicellular units C cementum CEUA Comissão de Ética com Uso de Animais CG control group COBEA Colégio Brasileiro de Experimentação Animal DF dimensão fractal dp desvio padrão dpi dots per inch EG experimental group FD fractal dimension gf grama força HE hematoxilina e eosina Intraclass Correlation Coeficiente – índice de correlação ICC intraclasse Kg quilograma kV quilovoltagem xviii LP ligamento priodontal mA miliamperagem mg miligrama ml mililitro mm milímetro OTM orthodontic tooth movement OTM- without orthodontic tooth movement OTM+ with orthodontic tooth movement PDL periodontal ligament PI pixel intensity PSP photostimulable phosphor plate PPi inorganic pyrophosphate ROI region of interest SD standard deviation TIFF Tagged Image File Format μm micrômetro xix ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO............................................................................... 1 2 PROPOSIÇÃO............................................................................... 4 3 DELINEAMENTO DA PESQUISA.................................................. 5 3.1 AMOSTRA........................................................................... 5 3.2 APLICAÇÃO DO ALENDRONATO...................................... 6 3.3 MONTAGEM DO DISPOSITIVO ORTODÔNTICO............. 7 3.4 AVALIAÇÃO MÉTRICA DO MOVIMENTO DENTÁRIO ORTODÔNTICO.................................................................. 3.5 8 PREPARO DAS PEÇAS HISTOLÓGICAS E AQUISIÇÃO DAS IMAGENS RADIOGRÁFICAS..................................... 9 3.6 CONTAGEM DOS OSTEOCLASTOS................................. 11 3.7 ANÁLISE FRACTAL DA INTERFACE ENTRE LP E OSSO ALVEOLAR.......................................................................... 12 3.8 ANÁLISE FRACTAL DO TRABECULADO ÓSSEO............ 12 3.9 ANÁLISE DA INTENSIDADE DE PIXEL............................. 13 3.10 ANÁLISE ESTATÍSTICA...................................................... 14 4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA.......................................... 19 4.1 ARTIGO 1: ARAÚJO, A.S.; NETTO, J.N.S.; MACIEL, xx J.V.B.; BOLOGNESE, orthodontic tooth A.M. movement: Bisphosphonate an evaluation of and the osteoclastic activity by fractal analysis of the PDL-bone interface. A ser submetido para publicação no American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics......... 4.2 ARTIGO 2: ARAÚJO, A.S.; VIEIRA, 20 A.C.D.; BOLOGNESE, A.M. Does orthodontic treatment increase the uptake of Bisphosphonate? A pixel intensity and fractal analyzes. A ser submetido para publicação no American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics......... 43 5 DISCUSSÃO.................................................................................. 66 6 CONCLUSÃO................................................................................. 76 7 RECOMENDAÇÕES...................................................................... 78 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 79 9 ANEXOS......................................................................................... 84 9.1 ANEXO 1: Parecer da Comissão de Ética com Uso de Animais em Experimentação Científica do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro................................................................................. 84 20 1 INTRODUÇÃO Os bisfosfonatos são medicamentos com propriedades antirreabsortivas amplamente utilizados no tratamento de doenças ósseo-metabólicas e complicações associadas às metástases ósseas de certos tipos de câncer (LICATA, 2005). São análogos sintéticos do pirofosfato inorgânico, regulador endógeno da mineralização óssea (GHONEIMA et al., 2010), com substituição do oxigênio da ligação pirofosfato por carbono (SARIN; DEROSSI; AKINTOYE, 2008). A estrutura P-C-P derivada confere a ávida afinidade do composto ao tecido ósseo (VAN BEEK et al., 2003; LICATA, 2005). Potência e modo de ação variam com os radicais ligados ao carbono central: os aminobisfosfonatos são significativamente mais potentes que aqueles sem o nitrogênio na cadeia lateral (ROGERS, 2003). O alendronato é um aminobisfosfonato oral comumente prescrito para a profilaxia e tratamento da osteoporose (EPSTEIN, 2006). Após a administração, redistribui-se para o osso, particularmente aos locais em remodelação óssea ativa (KARRAS et al., 2009). A droga é considerada inativa enquanto ligada à hidroxiapatita, até ser libertada durante a remodelação óssea e ser absorvida pelos osteoclastos. Internalizado na célula, desordena vias intracelulares específicas, resultando em ruptura do citoesqueleto e da sinalização intracelular (ROGERS, 2003; VAN BEEK et al., 2003). As consequências de tais eventos 2 incluem a supressão da atividade osteoclástica, perda da borda em escova e apoptose celular em última instância (BOIVIN; MEUNIER, 2002). O efeito é a redução da reabsorção óssea e aumento de sua densidade (FLEISCH, 2002). É indubitável que a administração do alendronato incorra em efeitos adversos ao tratamento ortodôntico, visto que a atividade osteoclástica é requisito substancial à remodelação óssea e, por conseguinte, ao movimento dentário ortodôntico. Aumento expressivo dos locais de reabsorção ocorre em consequência de maior frequência e ativação das células clásticas. A reabsorção frontal na interface do ligamento periodontal (LP) causa alterações estruturais na superfície óssea que resultam em incremento de sua irregularidade. Poucas investigações têm estudado esta região porque sua complexidade inviabiliza a mensuração por princípios geométricos euclidianos (WAGLE et al., 2005). Estudos (PIANTANELLI et al., 2005; YOKOYAMA et al., 2005; MARTINLANDROVE et al., 2007) têm avaliado superfícies teciduais irregulares por meio da análise fractal. Este método propicia a quantificação de morfologias irregulares (WAGLE et al., 2005) através de sua dimensão fractal (DF). A DF de um objeto caracteriza a sua auto-similaridade e está intimamente relacionada com o preenchimento do espaço (UPDIKE; NOWZARI, 2008); quanto maior o espaço ocupado pelo objeto, maior é a DF. A análise fractal também tem sido extensivamente utilizada em medições da complexidade do trabeculado ósseo em imagens radiográficas digitais (LESPESSAILLES et al., 2002; LANE et al., 2005; TOSONI et al., 2006; UPDIKE; NOWZARI, 2008; YU et al., 2009; KOH; PARK; KIM, 2012; SOGUR et al., 2013). Alguns estudos tem associado aumento na DF ao incremento na densidade óssea (SOUTHARD; SOUTHARD; LEE, 2001; 3 JOLLEY; MAJUMDAR; KAPILA, 2006; ALMAN et al., 2012). Outros têm utilizado a análise da intensidade de pixel para este fim (TOSONI et al., 2006; SOGUR et al., 2013), avaliando a radiopacidade numa escala de zero (preto) a 255 (branco) em imagem digital de oito bits. A captação dos bisfosfonatos está intrinsicamente relacionada à taxa de remodelação óssea. Isto eleva, de duas a três vezes, a concentração do alendronato no osso trabecular, local em que o turnover ósseo ocorre de maneira expressiva (LIN; RUSSELL; GERTZ, 1999). Por mecanismo similar, o movimento dentário ortodôntico resultaria em aumento da captação da droga no osso alveolar (ZAHROWSKI, 2007), sucedendo em potencialização dos seus efeitos e do risco de osteonecrose, complicação associada à administração desta classe de drogas. Depreender os efeitos do alendronato sobre o movimento dentário ortodôntico e a influência deste em sua captação justifica-se em virtude da crescente demanda de pacientes adultos buscando os benefícios da Ortodontia. Muitos apresentam-se com problemas de saúde e terapia medicamentosa associada. Os riscos, benefícios e efeitos destes fármacos sobre o tratamento ortodôntico devem ser integralmente elucidados. 4 2 PROPOSIÇÃO Verificar a interferência do alendronato na movimentação dentária induzida em coelhos e a influência deste movimento na captação do fármaco, por meio de: 2.1 avaliação macroscópica da magnitude da movimentação dentária; 2.2 quantificação do número de osteoclastos na superfície óssea; 2.3 avaliação da atividade osteoclástica através da análise fractal da interface entre osso e ligamento periodontal; 2.4 quantificação da complexidade do trabeculado ósseo através da dimensão fractal, e 2.5 avaliação da densidade óssea através da análise da intensidade de pixel e sua influência na taxa de movimentação dentária. 5 3 DELINEAMENTO DA PESQUISA Nesta pesquisa utilizou-se o método experimental in vivo. Foram obedecidas as recomendações éticas e legais, previstas na Lei nº 6.638/79, especificadas pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) (2007). O projeto foi submetido à Comissão de Ética com Uso de Animais (CEUA) em Experimentação Científica do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro e aprovado sob o número de referência LABCE01 (ANEXO 1, página 84). 3.1 AMOSTRA O cálculo amostral para diferença entre médias foi realizado com base em poder do estudo igual a 85% (para a análise das características do osso trabecular) e 90% (para avaliação da movimentação dentária), e nível de significância de 5%. Constatou-se que seria necessário o total de sete animais por grupo. Assim, a amostra foi composta por 14 coelhos da raça Nova Zelândia (Oryctolagus cuniculus), machos (n=12) e fêmeas (n=2), saudáveis, com aproximadamente quatro meses de idade e pesando, em média, 2,6 ± 0,3 Kg. Os animais foram divididos, aleatoriamente, em grupo controle (GC) e grupo experimental (GE). Em ambos os grupos foi realizada a movimentação ortodôntica do primeiro molar inferior direito, porém o GE recebeu aplicações 6 subcutâneas de alendronato, enquanto o GC recebeu apenas solução salina de NaCl 0,9%. Estudo com desenho split-mouth foi realizado, uma vez que no lado esquerdo da mandíbula não foi montado aparelho, pretendendo-se avaliar apenas o efeito do alendronato no osso alveolar. Durante o período experimental, os animais foram mantidos no biotério do Centro de Cirurgia Experimental do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foram acomodados em gaiolas individuais suspensas, higienizadas diariamente, a fim de permitir condições sanitárias adequadas. Para evitar alterações metabólicas, a luminosidade foi controlada, havendo ciclos claro/escuro de 12 horas. Quanto à dieta, ração apropriada e água foram disponibilizadas ad libitum. A ração foi triturada no intuito de prevenir eventuais danos à aparelhagem ortodôntica durante a função mastigatória. Os animais foram aclimatizados por período mínimo de sete dias antes do início do experimento. Todos os animais foram pesados no início da pesquisa e, semanalmente, até a sua conclusão, a fim de se observar quaisquer alterações de peso relacionadas à alimentação e/ou às condições experimentais. 3.2 APLICAÇÃO DO ALENDRONATO Alendronato de sódio triidratado, na forma cristalina e do mesmo lote, foi obtido junto à Farmácia Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sabendo-se que 1,305 mg do sal equivale a 1 mg de ácido alendrônico, solução de alendronato de sódio foi obtida na proporção de 3,915 mg de alendronato de sódio triidratado para cada mililitro de água destilada, obtendo-se solução na concentração de 3 mg/ml de ácido alendrônico. Para garantir 7 dissolução completa da substância, o recipiente contendo o material foi agitado em vórtex durante 60 segundos. A solução foi preparada a cada semana, imediatamente antes da administração, a fim de evitar que condições ambientais e de armazenamento interferissem em sua estabilidade. Os animais do GE receberam doses semanais de 3 mg de alendronato por quilograma de peso corporal. Um total de seis aplicações via subcutânea foram administradas, sendo as três primeiras realizadas antes da montagem do aparelho ortodôntico e as demais durante a execução do experimento até a eutanásia dos animais. 3.3 MONTAGEM DO DISPOSITIVO ORTODÔNTICO O aparelho ortodôntico constituiu-se em adaptação do dispositivo desenvolvido por Heller e Nanda (HELLER; NANDA, 1979). Este foi composto por mola de níquel-titânio de secção fechada com 12 mm de comprimento (Dental Morelli Ltda, Sorocaba, São Paulo, Brasil) distendida entre os incisivos inferiores e primeiro molar inferior direito, resultando em movimento de inclinação mesial desta unidade. A sequência de procedimentos, como descrita a seguir, pode ser visualizada na Figura 1 (página 16). Previamente à montagem do dispositivo ortodôntico, os animais foram sedados mediante associação de 0,35 ml/Kg de cloridrato de cetamina 10% (Syntec, Cotia, São Paulo, Brasil), 0,25 ml/Kg de cloridrato de xilazina 2% (Syntec, Cotia, São Paulo, Brasil) e 0,1 ml/Kg de maleato de acepromazina 0,2% (Syntec, Cotia, São Paulo, Brasil), via intramuscular. Em seguida, confeccionou-se orifício entre os incisivos inferiores e canaletas horizontais, paralelas entre si, nas superfícies vestibular, distal e lingual, 8 na altura do vértice da papila interdentária, utilizando ponta diamantada esférica 1011 (KG Sorense, São Paulo, São Paulo, Brasil) adaptada ao motor elétrico de baixa rotação (Beltec LB100). Após os desgastes, grampo confeccionado com fio de aço redondo 0.016” (Dental Morelli Ltda, Sorocaba, São Paulo, Brasil) foi adaptado à região. Para impedir seu deslocamento, o grampo foi coberto com resina composta Transbond XT (3M Unitek, Monrovia, California, USA), precedido de condicionamento com ácido fosfórico a 37%, lavagem com água e secagem. A fixação da extremidade posterior da mola ao primeiro molar foi realizada por meio de fio de amarrilho 0.010” (Dental Morelli Ltda, Sorocaba, São Paulo, Brasil), adaptado às canaletas horizontais confeccionadas nas superfícies vestibular e lingual, ao nível da margem gengival. A extremidade anterior foi amarrada ao grampo adaptado aos incisivos após ter sido distendida até que a mola propriamente dita, de comprimento inicial de 7 mm, alcançasse 10 mm. O estiramento da mola foi aferido com auxílio de paquímetro ortodôntico (Odin; Ortho-pli, Philadelphia, Pennsylvania, USA). Nesta circunstância, a carga liberada foi de 85 gf (Figura 2, página 17). Após a montagem do aparelho ortodôntico, os animais foram avaliados a cada sete dias, quando a integridade dos tecidos e do dispositivo instalado foram verificadas, higienização bucal realizada e supervisão do estado geral de saúde pelo veterinário conduzida. 3.4 AVALIAÇÃO MÉTRICA DO MOVIMENTO DENTÁRIO ORTODÔNTICO A aferição da movimentação dentária induzida foi realizada através da medida da distância entre a face distal do terceiro molar ao sulco distal da face lingual do primeiro molar, de forma indireta em modelos de gesso da hemiarcada 9 inferior direita, com auxílio de paquímetro digital de ponta fina (Figura 3, página 17). Para isto, os animais foram anestesiados e moldados imediatamente antes da montagem do aparelho e depois a cada sete dias até completar 21 dias de aplicação de força ortodôntica. O procedimento de moldagem foi realizado com moldeiras parciais individualizadas, confeccionadas com acrílico autopolimerizável e fio ortodôntico redondo 0.051”, utilizando hidrocolóide irreversível (Jeltrate; Dentsply, Milford, Delaware, USA) como material de impressão. Até o momento da modelagem com gesso pedra especial do tipo IV (Durone, Dentsply, Milford, Delaware, USA), os moldes foram mantidos em umidificador para evitar distorção. Concluída a presa do gesso e dado o devido acabamento aos modelos, as medidas foram, então, realizadas como descrito. Foi considerada como quantidade de movimento dentário a diferença entre as medidas realizadas nos diferentes tempos e a inicial. Medidas foram tomadas por examinador único, treinado, calibrado e cego, em dois tempos, com intervalo de duas semanas entre as avaliações, obtendo índice de correlação intraclasse (intraclass correlation coeficiente – ICC) igual a 0,993. A média entre as duas mensurações foi considerada como o valor da movimentação dentária. 3.5 PREPARO DAS PEÇAS HISTOLÓGICAS E AQUISIÇÃO DAS IMAGENS RADIOGRÁFICAS Decorridos 21 dias de movimentação dentária induzida, procedeu-se à eutanásia dos animais por meio de injeção intracardíaca de dose letal de tiopental 10 sódico (Thiopentax; Cristália, Contagem, Minas Gerais, Brasil), seguida da administração de fosfato de potássio. Secções teciduais de interesse foram obtidas após dissecção e osteotomia da mandíbula. Foram realizados orifícios para a delimitação da área com auxílio de broca esférica n° 8, montada em micromotor de baixa rotação, sob irrigação constante com soro fisiológico. Posteriormente, uniu-se os orifícios e as secções foram destacadas com espátula nº 7. As peças anatômicas dos hemi-arcos direito (com movimento ortodôntico) e esquerdo (sem movimentação dentária) apresentaram o terceiro molar como limite posterior e como limite anterior, 10 mm mesial ao primeiro molar. As peças foram armazenadas em solução fixadora de formol tamponado a 10% (pH 7,0), à temperatura ambiente, por 48 horas. Nesse ínterim, as secções teciduais foram radiografadas, utilizando sistema digital de aquisição indireta de imagens. Para padronização da técnica, as hemimandíbulas foram apoiadas em posicionador radiográfico periapical, permitindo incidência ortogonal do feixe de raios-X e em direção vestíbulo-lingual, com a placa foto-estimulável de fósforo (photostimulable phosphor – PSP) localizada na face lingual da peça (Figura 4, página 18). O feixe foi gerado por aparelho de raio-X (Spectro 70X Seletronic; Dabi Atlante, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil) calibrado em 8 mA e 70 kV e o tempo de exposição foi de 0,3 segundos. O processamento da imagem envolveu o escaneamento a laser do sensor PSP sensibilizado em equipamento apropriado (Express, Instrumentarium Dental, Tuusula, Finland) da disciplina de Radiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os arquivos gerados foram salvos como imagens de 8 bits, em formato TIFF e resolução de 600 dpi. 11 Em seguida, as peças foram descalcificadas em ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) a 14% durante 60 dias, com trocas da solução a cada três dias. Verificada a descalcificação, por método de punção com agulha, os espécimes teciduais passaram por processamento histotécnico, foram emblocados em parafina e cortados longitudinalmente, em direção mesiodistal, com espessura de 6 μm. O primeiro corte que incluísse a altura total do osso alveolar na mesial do primeiro molar e, em seguida, um a cada 10 cortes (totalizando três) foram selecionados. Após a coloração com hematoxilina e eosina (HE), as características histológicas foram observada sob microscopia de luz. 3.6 CONTAGEM DOS OSTEOCLASTOS Os osteoclastos presentes na superfície óssea da cortical alveolar da mesial dos primeiros molares direito e esquerdo foram contados, nos três cortes selecionados, por um único examinador calibrado e cego para o tipo de tratamento. A seleção da região de leitura foi realizada mediante a superposição de grade com quadrados de 9 mm2 sobre o corte histológico, paralelamente ao longo eixo do primeiro molar, de forma que o lado superior de um desses quadrados coincidisse com o ponto mais elevado da crista óssea. Os osteoclastos sobre a superfície óssea alveolar dentro deste quadrado, correspondente ao terço cervical do molar, foram contados manualmente sob microscopia de luz (microscópio Nikon Eclipse E600, aumento de 400x). Células grandes e multinucleadas, exibindo citoplasma eosinofílico, foram consideradas osteoclastos. O número de osteoclastos foi expresso como a média entre a leitura dos três cortes. 12 Repetição do procedimento foi realizado em todas as lâminas, com intervalo de uma semana, obtendo-se ICC de 0,976. 3.7 ANÁLISE FRACTAL DA INTERFACE ENTRE LP E OSSO ALVEOLAR Um dos cortes de cada hemimandíbula direita e esquerda foi selecionado aleatoriamente para a análise fractal. Fotomicrografias, com lente objetiva de 10x, da interface entre osso e LP foram capturadas. A borda lateral das imagens coincidiu com o ápice da crista óssea mesial ao primeiro molar e a borda superior foi posicionada paralelamente ao cemento. A interface LP-osso dentro desta imagem foi contornada por linha de um pixel, utilizando o software Photoshop CS6 (Adobe Systems, San Jose, California, USA) para este fim. Os contornos correspondentes foram salvos como imagens em TIFF, resolução de 300 dpi e dimensão de 945x945 pixels. O Imagem J versão 1.46r, software de domínio público desenvolvido pelo National Institutes of Health (Bethesda, Maryland, USA), foi utilizado para a mensuração da DF da superfície óssea através do método automatizado de contagem de caixa (função Fractal Box Count do menu Analyze), com os tamanhos das caixas definidos em 4, 8, 16, 32, 64, 128 e 356 pixels. O ICC para as medidas repetidas, após uma semana, foi igual a 0,902. 3.8 ANÁLISE FRACTAL DO TRABECULADO ÓSSEO A análise fractal do osso trabecular foi realizada para verificar possíveis alterações em sua estrutura, uma vez que este tecido apresenta padrão de conectividade com propriedades fractais. O cálculo da DF foi realizado por metodologia já descrita acima e em região de interesse (region of interest – ROI) 13 devidamente estabelecida. ROI de 50x40 pixels foi selecionada dentro de cada imagem radiográfica, em região de osso trabecular na mesial do primeiro molar inferior e abaixo da raiz do incisivo, evitando que estruturas como osso cortical, lâmina dura e ligamento periodontal fossem incluídas na demarcação. Para calcular a DF do osso trabecular, as ROI foram submetidas ao processamento de imagem no mesmo software, através de sequência de procedimentos modificada a partir do protocolo descrito por White e Rudolph (1999). A fim de remover variações no brilho da imagem, mantendo apenas as grandes variações de densidade, a ROI foi duplicada e desfocada utilizando o filtro gaussiano (sigma = 10 pixels). A imagem desfocada foi, então, subtraída da imagem original e o valor de 128, centro da faixa de intensidade de imagem em 8 bits, foi adicionado à escala de cinza de cada pixel. Assim, a maior variação do brilho passaria a ser devido à presença de trabéculas em relação aos espaços medulares. A imagem resultante foi binarizada e invertida, de forma que as regiões correspondentes ao trabeculado ósseo apresentaram-se em preto, enquanto os espaços medulares em branco. Por fim, a imagem foi esqueletonizada, reduzindo a área do tecido ósseo a linhas de único pixel central. A DF da imagem esqueletonizada foi calculada usando a função Fractal Box Count com os tamanhos das caixas definidos em 2, 3, 4, 6, 8, 12, 16, 32 e 64 pixels. O procedimento foi repetido com duas semanas de intervalo, obtendo-se ICC de 0,809. 3.9 ANÁLISE DA INTENSIDADE DE PIXEL A média de intensidade de pixel da mesma ROI foi mensurada utilizando a função Histogram do software Image J. A mesma análise foi também realizada em 14 área padronizada (50x40 pixels, 1,5 mm afastada dos bordos) do posicionador periapical radiográfico para permitir a normalização dos valores da intensidade de pixel de cada ROI. Este procedimento é essencial para o controle de possíveis variações na sensibilidade do PSP. Os valores normalizados foram obtidos através da divisão do valor da intensidade de pixel da ROI pelo valor apresentado pelo posicionador periapical em cada imagem radiográfica. A análise foi repedida pelo mesmo examinador, com intervalo de duas semanas, obtendo-se ICC igual a 0,995. 3.10 ANÁLISE ESTATÍSTICA A média entre as repetições realizadas para o cálculo do ICC foi utilizada para as análises estatísticas dos dados. Os testes estatísticos foram processados através dos programas Statistical Package for the Social Science (versão 17.0, SPSS Inc., Chicago, Illinois, USA), Microsoft Excel (Microsoft Corporation, Redmond, Washington, USA) e GraphPad Prism versão 5.0 (GraphPad Software Inc., San Diego, California, USA), a nível de significância de 5%. A verificação da normalidade e da homogeneidade foi realizada por meio do teste de Shapiro-Wilk e do teste de Levene, respectivamente. Análise de medidas repetidas - ANOVA, com o coelho como sujeito, e a taxa de movimento dentário induzido aos 7, 14 e 21 dias como as medidas repetidas, foi utilizada para avaliação do movimento dentário ao longo do tempo. A influência do alendronato e da interação alendronato-movimentação ortodôntica na DF e intensidade de pixel, foi avaliada através do teste Two-way ANOVA. 15 Comparações inter e intragrupo foram realizadas por meio do teste t de Student independente e pareado, respectivamente. Para a taxa semanal de movimento dentário ortodôntico, o nível de significância foi ajustado para comparações múltiplas, utilizando a correção de Bonferroni (α = 1,7%). Análise de correlação, utilizando o coeficiente de correlação de Pearson, foi realizada entre a DF da interface LP-osso e o número de osteoclastos do mesmo corte histológico a fim de avaliar a influência da atividade osteoclástica na DF. Também entre a intensidade de pixel e taxa de movimentação dentária ao 21º dia para analisar a influência da densidade na quantidade de movimento. Forte associação entre variáveis foi definida com r ≥ 0,8 (P ≤ 0,01), associação moderada com 0,56 ≤ r <0,8 (P ≤ 0,05), e fraca associação com r <0,56 (P> 0,05). 16 Figura 1 Sequência de procedimentos para montagem do aparelho ortodôntico. A e B) Confecção de canaletas h orizontais nas superfícies vestibular, distal e lingual dos incisivos inferiores; C) Adaptação de grampo; D) Grampo adaptado; E) Condicionamento ácido; F) Aplicação de adesivo; G) Fixação do grampo com Transbond XT; H) Estiramento da mola até alcançar 10 mm; I) Vista oclusal do dispositivo ortodôntico montado. 17 Figura 2 Calibração da carga liberada. O estiramento da mola propriamente dita, até que alcançasse 10 mm de comprimento, proporcionou liberação de carga de 85 gf. Figura 3 Avaliação métrica do movimento dentário ortodôntico com paquímetro digital sobre o modelo de gesso. 18 Figura 4 Padronização da técnica radiográfica. Hemimandíbula sobre o posicionador radiográfico periapical com o PSP localizado por lingual da peça anatômica. 19 4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA 4.1 ARTIGO 1 Bisphosphonate and orthodontic tooth movement: an evaluation of the osteoclastic activity by fractal analysis of the PDL-bone interface. Araújo, A.S.; Netto, J.N.S.; Maciel, J.V.B.; Bolognese, A.M. A ser submetido para publicação no American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. 4.2 ARTIGO 2 Does orthodontic treatment increase the uptake of Bisphosphonate? A pixel intensity and fractal analyzes. Araújo, A.S.; Vieira, A.C.D.; Bolognese, A.M. A ser submetido para publicação no American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. 20 ARTIGO 1 Bisphosphonate and orthodontic tooth movement: an evaluation of the osteoclastic activity by fractal analysis of the PDL-bone interface. Araújo, A.S.; Netto, J.N.S.; Maciel, J.V.B.; Bolognese, A.M. ABSTRACT Introduction: Alendronate as a bisphosphonate of third generation is an antiresorptive drug that interferes with osteoclasts activity and survival, promoting important side effects during orthodontic treatment. The purpose of this study was to evaluate the interference of alendronate on orthodontic tooth movement (OTM) and the osteoclast activity stimulated by mechanical loading. Methods: Fourteen rabbits had their lower right first molars tipped mesially by a coil spring exerting a constant 85 gf; in seven experimental rabbits, alendronate (3 mg/Kg) was injected weekly. OTM was measured indirectly on plaster casts with a fine-tip digital caliper. Osteoclasts count and fractal analysis by the box-counting method of the periodontal ligament-bone interface was performed in histological sections of the right and left sides of the mandible. Results: The rate and magnitude of OTM, and the number of osteoclasts on the right side of the jaw were significantly lower in the experimental group. After OTM there was an increase in fractal dimension only in the control group. Moderate correlations were found between number of osteoclasts and fractal dimension. Conclusions: Alendronate inhibits the OTM by an effect on osteoclasts. Osteoclastic activity leads to an increase in the irregularity of bone surface which can be quantified by its fractal dimension. 21 KEY WORDS: bisphosphonate, alendronate, orthodontic tooth movement, fractal dimension. 22 INTRODUCTION Bisphosphonates are antiresorptive agents used to treat both metabolic bone diseases and complications associated with malignant bone metastases. 1 These drugs are synthetic analogues of inorganic pyrophosphate, an endogenous regulator of bone mineralization,2 with oxygen replaced by carbon in the pyrophosphate bond. This exchange forms a phosphate–carbon–phosphate (P-CP) structural backbone,3 which imparts the avid ability of the compound to bind to hydroxyapatite.1,4 Potency and mode of action vary depending on the side-chain attached to the central carbon: nitrogen-containing bisphosphonates are several orders of magnitude more potent at inhibiting bone resorption than those without nitrogen atom in the side-chain.5 Alendronate is a nitrogen-containing bisphosphonate, orally administered, commonly prescribed for the prophylaxis and treatment of osteoporosis.6 After administration, it is redistributed to bone, particularly to areas of increased bone turnover, and subsequently incorporated into osteoclasts involved in bone resorption.7 Within these cells, the compound interferes with specific intracellular pathways, resulting in disruption of cytoskeletal function and intracellular signaling.4,5 The consequences of these events include the suppression of osteoclastic activity, loss of osteoclast cytoskeletal integrity and ruffled border, and ultimately cell apoptosis.8 Reviews9-11 have been published on the effects of bisphosphonates on bone physiology and the clinical side effects in orthodontics. The osteoclasts arrival is the requisite first step in orthodontic tooth movement (OTM);12 therefore, any interference with the function of these cells might result in decreased efficiency and effectiveness of orthodontic treatment.7 23 The biomechanical and cellular cascades initiated by orthodontic forces reshape the bony contour of the alveolus.13 After osteoclasts access the mineralized bone, matrix dissolution occurs and the resorption lacunae is formed. The frontal resorption of bone may thus cause structural changes at the bone surface, resulting in an increase of its irregularity. The irregular morphology of this region makes it difficult to measure. So, few investigations have studied the periodontal ligament (PDL)-bone interface because its complexity does not allow for numerical assessment by Euclidean geometrical principles.14 Studies15-17 have evaluated the irregularity of the junctions between the tissues in order to discriminate normal tissue or benign tumor from malignant one. Using fractal analysis, a method which provides a tool for characterizing complexity and thus quantifying morphologies that are generally considered irregular,14 larger fractal dimension was found with increasing border irregularity. The fractal dimension of an object characterizes its self-similarity and describes its space-filling properties;18 the more space the object occupies, the higher the fractal dimension. Thus, fractal analysis may be a useful method for quantifying the irregularity of the PDL-bone interface. Because alendronate’s mechanism of action is to decrease osteoclastic activity, we hypothesized that this compound, in addition to reducing the number of osteoclasts and the rate of OTM, would cause a minor irregularity of the PDL-bone interface. The consequence would be a lower increase in the fractal dimension than that which would occur with tooth movement under normal conditions. Thus, the purpose of this study was (1) to evaluate the rate and magnitude of OTM in a rabbit model, (2) to estimate the degree of bone resorption by osteoclasts count, 24 (3) to analyze the fractal dimension of the PDL-bone interface, and (4) whether there is a relationship between osteoclastic activity and the fractal dimension. MATERIAL AND METHODS Animals and bisphosphonate administration Before this study, a power analysis based on an estimate of the standard deviations (0.28 mm) and effect sizes (0.5mm) of OTM previously reported in the pilot study was performed to estimate the sample size. This analysis showed that 7 rabbits per group were needed to obtain a power of 90% with an alpha at 5%. On that basis, this in vivo experimental study sample comprised 12 male and 2 female New Zealand white rabbits, 16-week-old, with a mean weight of 2.6 ± 0.3 Kg. The animals were randomly divided into two groups, the control group and the alendronate-treated experimental group. They were acclimatized for 1 week, individually housed in cages inside a room with a 12-hour light/dark cycle and fed with water and powdered commercial pellets (to avoid damage to the orthodontic appliance) ad libitum. Weights were recorded weekly in order to detect any changes related to food and/or experimental conditions. The study protocol was reviewed and approved by the Ethics Commission on Animal Use in Scientific Research at the Heath Center of the Federal University of Rio de Janeiro. Alendronate sodium trihydrate (Sigma-Aldrich, Saint Louis, MO, USA) in crystalline form was dissolved in distilled water and vortexed for 60 seconds to obtain a solution containing 3 mg per milliliter of alendronate. The solution was prepared immediately before each administration in order to prevent interference in its stability caused by environmental and storage conditions. The experimental group received weekly subcutaneous injections of alendronate at a dosage of 25 3mg/Kg for 6 weeks (3 doses before and 3 after appliance activation), whereas saline solution was injected in the control group under the same protocol. Experimental tooth movement The mandibular right first molar of all animals were mesially tipped with a constant 85 gf for 3 weeks. The orthodontic appliance was composed of a nickel titanium closed coil spring 12 mm in length (Dental Morelli Ltda, Sorocaba, SP, BRA) stretched from the cervical area of the molar to a staple inserted into groove made with a dental handpiece on the vestibular and lingual surfaces of the mandibular incisors. The coil spring was tied to both sites by a ligature wire. Composite resin (Transbond XT; 3M Unitek, Monrovia, CA, USA) was placed over the tie wire of the molar and the staple to prevent dislodgement of the coil spring. The mandibular left first molars without orthodontic force application served as the negative controls. All procedures were carried out under general anesthesia using intramuscular injection of a mixed solution of ketamine hydrochloride (35mg/Kg), acepromazine maleate (1mg/Kg) and xylazine hydrochloride (5mg/Kg). The animals were verified weekly to perform the oral hygiene and to evaluate the physical conditions by a vet, the integrity of tissue and appliance, and the amount of tooth movement. Measurements of tooth movement were performed on plaster models. Impressions of the mandibular right molars were taken under general anesthesia at day 0 (immediately before appliance placement), 7, 14 and 21, using irreversible hydrocolloid (Jeltrate; Dentsply, Milford, DE, USA) as impression material and a custom impression tray. After waiting 3 minutes to allow adequate alginate gelation, the impression was removed, inspected to ensure that the region was adequately captured, and stored in a humid environment. Shortly thereafter, 26 the impressions were poured on a vibrating surface using an improved die stone type IV (Durone, Dentsply, Milford, DE, USA), that was vacuum-mixed for 30 seconds. After 1 hour, the plaster models were separated from the impression. The amount of induced tooth movement was measured using a fine-tip digital caliper from the distal surface of the mandibular right third molar to the distolingual groove of the first molar by a single trained examiner, blinded to the treatment. The differences between the measurements taken at different times and the measure of the day 0 were considered the amount of tooth movement. Microscopic examination After 21 days of load application, the rabbits were euthanatized by intracardiac injection of lethal dosage of thiopental, followed by administration of potassium phosphate. Tissue sections of the left (without OTM / OTM-) and right (with OTM / OTM+) quadrants of the mandible were obtained after dissection and osteotomy. They were fixed in 10% neutral buffered formalin for 48 hours, decalcified in 14% ethylenediaminetetraacetic acid (EDTA) for 60 days and embedded in paraffin. Longitudinal-sections 6 μm thick, in a mesiodistal direction, were obtained and the first one that included the entire height of the alveolar bone on the mesial side of the first molar and then one of every 10 sections (total of 3 sections) were selected. After staining with haematoxylin and eosin, the histological features were observed by light microscopy. The number of osteoclasts was counted in all 3 sections on the pressure side of the PDL by a single and blinded examiner. A square grid with 3 mm sidelength was placed over the sections parallel to the long axis of the first molar, with the upper side of a square coinciding with the bone crest (Fig 1). The osteoclasts on the alveolar bone surface within this square, corresponding to the cervical third 27 of the molar, were counted manually under light microscopy (microscope Nikon Eclipse E600, x400 magnification). Large multinucleated cells displaying eosinophilic cytoplasm were considered osteoclasts. The number of osteoclast was expressed as the mean from the 3 sections. Fractal analysis One section was randomly selected for fractal analysis. Light micrographs with a 10x objective lens of the interface between bone and periodontal ligament were captured. The lateral edge of the images coincided with the top of the mesial bone crest of the first molar and the top edge was positioned parallel to this tooth cementum (Fig 2, A). The PDL-bone interface within this image was drawn using the Photoshop CS6 software (Adobe Systems, San Jose, CA, USA) as 1 pixel-size line (Fig 2, B). The corresponding PDL-bone interface outlines were saved as a TIFF file, 300dpi resolution and 945x945 pixels dimension (Fig 2, C). The Image J version 1.46r software (National Institutes of Health, Bethesda, MD, USA) was used to measure the fractal dimension (FD) of the PDL-bone interface by the automated box-counting method. In this method, the image is covered by square grids of different box size and, for each box size, the number of squares containing the outline is counted and plotted against the total number of box in double logarithmic scale. FD is calculated from the slope of the line fitted on the data points. Square grids with side-lengths 4, 8, 16, 32, 64, 128 and 356 pixels were used. Statistical analysis Statistical tests were performed using SPSS 17.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA) and Microsoft Excel (Microsoft Corporation, Redmond, WA, USA) at a 5% level of significance. Intraexaminer reliability was evaluated based on comparisons 28 of replicate measurements of all sample in a blinded fashion, with one week interval. Single measures intraclass correlations were found to be 0.993 for measurements of tooth movement, 0.976 for osteoclast counting and 0.902 for FD of the PDL-bone interface. The mean of the 2 measurements was used for further statistical analysis. A repeated-measures analysis of variance (ANOVA), with a rabbit as a subject, and the rate of OTM at 7, 14 and 21 days as the repeated measures, was used to evaluate the tooth movement over the time. Intergroup and intragroup comparisons of the weekly rate of tooth movement, number of osteoclasts, and FD of the PDL-bone interface were analyzed with unpaired and paired Student’s t-test, respectively. For the weekly rate of OTM, the level of significance was adjusted for multiple comparisons using the Bonferroni correction (α = 1.7%). Correlation analysis, using the Pearson correlation coefficient, was performed to evaluate relationships between FD of the PDL-bone interface and number of osteoclasts of the same histological section in order to estimate the influence of osteoclastic activity on this variable. We defined a strong linear association as r ≥ 0.80 (P ≤ .01), a moderate association as 0.56 ≤ r < 0.80 (P ≤ .05), and a weak association as r < 0.56 (P > .05). RESULTS Figure 3 shows the mean OTM measurements of animals which received injections of alendronate, and those of the control group. The experimental group had lower mean OTM measurements, 0.25 mm (SD = 0.12) at 7 days, 0.35 mm (SD = 0.14) at 14 days and 0.45 mm (SD = 0.15) at 21 days, than the control 29 group, 0.54 mm (SD = 0.14) at 7 days, 0.96 mm (SD = 0.27) at 14 days and 1.36 mm (SD = 0.34) at 21 days. In the repeated-measures ANOVA, the difference in the amount of OTM between control and experimental group was significant (group main effect, averaged over the 3 time points, p < .001). Also, the amount of OTM increased over every time interval (time main effect, averaged over the 2 groups, p < .001) and this increase significantly differed in alendronate and control group (group-by-time interaction, p < .001). The increment in the amount of OTM was lower in the alendronate group since it exhibited an initial (baseline-day 7) tooth movement of 46% of that in the control group (0.25 and 0.54 mm, respectively), 36,5% (0.35 and 0.96 mm) in the second week (baseline-day 14), and 33% (0.45 and 1.36 mm) in the third week (baseline-day 21). The weekly rate of movement within the group did not differ significantly over the experimental period (Table I). After an initial rate slightly higher (0.54 and 0.25 mm for the control and experimental group, respectively), there was a mean weekly rate of 0.4 mm for the control group and 0.1 mm for the experimental group, with significant differences between the groups. The number of osteoclast on the mesial of the lower first molar is shown in Figure 4. After induction of tooth movement, there was an increase in this value in the control group (OTM- = 6.32, SD = 4.85; OTM+ = 27.43, SD = 13.55; p = .008) and a maintenance in the experimental group (OTM- = 13.36, SD = 8.35; OTM+ = 14.14, SD = 2.75; p = .803). Although the number of osteoclasts on the OTM- side in the alendronate group was twice that of the control group, there was no significant difference between the groups (p = .078). However, on the side with tooth movement, there was a significant reduction of osteoclasts in the 30 experimental group (p = .041), showing the inhibitory effect of alendronate on these cells. Similarly as in the number of osteoclasts, tooth movement increased the FD of the PDL-bone interface in the control group, but did not cause changes in the experimental group (Fig 5; Table II). This suggests that osteoclast activity may have been responsible for the increase in FD due to an increment of the boundary irregularity caused by the presence of more active resorption sites. In the Pearson’s correlation, the number of osteoclasts was moderately related to FD (r = 0.666, p < .01), and accounted for 44.4% (r2 = 0.444) of the variability in the FD value. DISCUSSION No study has investigated the effect of alendronate on rabbit during orthodontic tooth movement. In this research, significant inhibitory effect of the compound on the rate and magnitude of tooth movement was shown, supporting on published animal experiments7,19-24 and case studies25,26 that have reported a decrease in orthodontic tooth movement with bisphosphonate administration. However, the case presented by Krieger et al. 27 contradicts the above papers. Even with the need for considerable retrusion of the upper anterior teeth, they related that the orthodontic treatment was successfully accomplished after 13 months. According to the authors, possible explanations would include the shorter duration of intake (7 months) or lower cumulative dose of the alendronate, and the tooth mobility due to a significantly reduced periodontal attachment of their patient. Really, the accumulated pharmacologic effects of bisphosphonates are influenced 31 by dose and potency, route of administration, continuous administration, duration of treatment and degree of turnover in a specific bone. 28 In comparison to other species, rabbits have faster skeletal change and bone turnover, with predominant remodeling over the modeling processes.29 Consequently, the effect of alendronate was observed even with a relatively short experimental period since the uptake of the alendronate was enhanced by the high bone turnover rate of this animal. Also, a continuous administration of the compound was performed at a dosage that, based on body-mass conversion factors, approximates of that used for osteoporosis treatment. We are in agreement with Karras et al.7 who found a decrease in the OTM in a rat model after alendronate administration. They stated that this inhibitory effect is most likely owing to disruption of osteoclast function and survival at compression side where resorption is required for orthodontic tooth movement to occur. As expected, the number of osteoclasts on the mesial bone surface of right first molar was significantly lower in the experimental group (Fig 6, A) than the control group (Fig 6, B). This result corroborates the finding of other studies 20,23 that also revealed a decline in the number of osteoclasts on the pressure side along the bone surface. Moreover, osteoclasts with chromatin condensation were occasionally observed in the alendronate-treat group, suggesting the presence of cells in apoptosis. These outcomes ratify the mechanism of action of nitrogencontaining bisphosphonates that, after interference with specific intracellular pathways, culminates with the disappearance of the ruffled border, leading to inactivity and apoptosis of the osteoclasts.30 Since bisphosphonates act by preventing osteoclast activation and causing apoptosis, the result is the initiation of fewer active basic multicellular units (BMUs) 32 on bone surfaces,31,32 the most prominent effect of these compound seen in histological analysis.33 Allen et al.33 showed additional mechanism of bisphosphonates effect on bone surface through which these drugs slow the rate of bone resorption. They reported that in addition to reducing the number of active remodeling units, bisphosphonates decrease the size of these resorption sites, minimizing the amount of bone resorbed within each BMU. Due to the initiation of resorption cavities in smaller quantity and size, administration of alendronate could result in lower bone surface complexity than the control group during tooth movement since the osteoclastic activity stimulated by the mechanical loading would be inhibited by bisphosphonate. This complexity was measured in terms of fractal dimension, and the results showed increase in fractal dimension in the control group and maintenance of its value in the experimental group after 21 days of induced tooth movement. Comparing control and alendronate group, the first showed higher FD of the PDL-bone interface on the OTM+ side. Furthermore, fractal dimension was moderately related with the number of osteoclasts. Thus, it is suggested that greater number of resorption sites, produced as a consequence of increased osteoclasts activation frequency, lead to significant increment in fractal dimension. This makes the fractal analysis by the box-counting method a tool of assessment of osteoclastic activity on bone surface in microscopic examination. Only one study14 in the literature evaluated fractal dimensional change at the PDL-bone interface after mechanical stresses produced by orthodontic appliance. Wagle et al.14 showed an increase in the fractal dimension directly proportional to the magnitude of force applied. However, unlike this work, the authors stated that the increase occured apart from mechanisms of bone cell 33 directed remodeling. Actually, cellular interference could not be analyzed since the force was applied for only 6 hours, not enough time for the manifestation of significant osteoclastic activity. At 6 hours, many osteoclasts and pre-osteoclastic cells are yet observed in vascular canals.34 The number of osteoclasts in the periodontal ligament and adjacent alveolar bones increases only on day 1,34 with a peak level about 50 hours after orthodontic force application. In this study, the mechanical loading was applied until day 21 when frontal bone resorption already occurred significantly and osteoclastic activity could be evaluated. The current research does not corroborate with the finding of Wagle et al.,14 since the action of osteoclasts was necessary to increase the FD or, otherwise, would have occurred an increase in this variable also in the experimental group in which orthodontic force was applied. Based on the foregoing, orthodontists should pay careful attention to patients using alendronate. Owing to a slow rate of bone resorption, the bisphosphonates intake becomes a risk factor for adverse orthodontic outcomes. Lotwala et al.,35 in a retrospective cohort study, stated that bisphosphonate use is associated with longer treatment times among extraction patients and increased odds of poor space closure and root parallelism. This adverse effect can continue for years after the drug is discontinued, considering that bisphosphonates have long terminal bone half-life, about 10 years for alendronate. As for bisphosphonate-induced jaw osteonecrosis (BIJON), a severe adverse side effect of this therapy, no studies have attributed orthodontic treatment to increased risk of this pathological process. Nevertheless, orthodontists should monitor for exposed necrotic bone. 34 As adult patients with underlying medical condition have become more widely accepted in orthodontic practices, the risks, benefits, and effects of these medications must be fully understood by the orthodontist to provide the best treatment for them. CONCLUSION In our rabbit model, a short-term alendronate treatment inhibited the activity and survival of osteoclasts and reduced the bone resorption at the compression side after the application of orthodontic force. The result was a decrease in the rate and magnitude of the orthodontic tooth movement. The action of osteoclasts enhanced the fractal dimension of the PDL-bone interface as a consequence of increasing irregularity of bone surface. This study provides bases for the use of fractal analysis by the box-counting method as an evaluation tool of osteoclastic activity. 35 REFERENCES 1. Licata AA. Discovery, clinical development, and therapeutic uses of bisphosphonates. Ann Pharmacother 2005;39:668-677. 2. Ghoneima AA, Allam ES, Zunt SL, Windsor LJ. Bisphosphonates treatment and orthodontic considerations. Orthod Craniofac Res 2010;13:1-10. 3. Sarin J, DeRossi SS, Akintoye SO. Updates on bisphosphonates and potential pathobiology of bisphosphonate-induced jaw osteonecrosis. 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OTM in the experimental group was significantly lower than in the control group (p < .001 for the group main effect) and the amount of OTM increased over the time (p < .001 for the time main effect). Fig 4. Number of osteoclasts on the mesial of the lower first molar. The error bars extend one standard deviation away from the means. Statistical difference was observed between OTM- and OTM+ sides within control group, and between control and experimental group on OTM+ side at α = .05 (Student’s t-test). 41 Fig 5. PDL-bone interface outlines. A, left and B, right side of a control animal. C, left and D, right side of an experimental animal. Note the increase of bone surface irregularity in the control group and almost no change in the experimental group after 21 days of induced tooth movement. Fig 6. Micrograph of the compression side of a right first molar from A, experimental and B, control group showing the inhibitory effect of alendronate on osteoclasts (arrows). The number of osteoclastic cells was significantly lower in the alendronate-treat rabbits (haematoxylin and eosin staining, x400). AB, alveolar bone; PDL, periodontal ligament; C, cementum; bars = 50 μm. 42 Table I. Weekly rate of orthodontic tooth movement (mm) Control animals Experimental animals Days Mean SD Mean SD 0-7 0.54 0.14 0.25 0.12 7 - 14 0.41 0.25 0.10 0.11 14 - 21 0.40 0.17 0.10 0.11 *Significant (p < .017) change over time. Group differences p .001 .011 .002 Table II. Fractal dimension of the PDL-bone interface Orthodontic Control animals Experimental animals Group differences tooth Mean SD Mean SD p movement No 1.0726 0.021 1.0924 0.028 .161 Yes 1.1491* 0.048 1.0976 0.028 .030 *Significant (p < .05) change in the FD after the orthodontic tooth movement. 43 20 ARTIGO 2 Does orthodontic treatment increase the uptake of bisphosphonate? A pixel intensity and fractal analyzes. Araújo, A.S.; Vieira, A.C.D.; Bolognese, A.M. ABSTRACT Introduction: Bisphosphonate binds to hydroxyapatite particularly at sites undergoing bone remodeling, and the amount of drug uptake depends on the rate of bone turnover. So, it is possible that orthodontic tooth movement (OTM) increases the levels of bisphosphonates within the jawbone. The aim of this study was to assess changes in trabecular bone caused by alendronate and alendronate-OTM interaction. Methods: Fourteen rabbits had their mandibular right first molars tipped mesially by a closed coil spring releasing a constant 85 g/force. Seven experimental rabbits received subcutaneous injection of 3 mg/Kg per week of alendronate sodium. Radiographs of the left and right hemimandible were taken and trabecular bone complexity and density were measured by fractal dimension (FD) and pixel intensity (PI), respectively. Results: No variation in the FD values was caused by alendronate, but it increases the PI measures (p<0.001). No additional changes in FD and PI were observed with the alendronate-OTM interaction and the reduction in FD occurred due to the OTM only. Conclusions: Alendronate increases bone density even in healthy animal, but no additional change was caused by drug-OTM interaction, suggesting that orthodontic treatment do not increase the alendronate uptake. However, FD and PI were not sensitive for this evaluation. 44 KEY WORDS: bisphosphonate, alendronate, orthodontic tooth movement, fractal dimension, pixel intensity. 45 INTRODUCTION Bisphosphonates are currently the most important class of antiresorptive agents used in the treatment of metabolic bone diseases,1 such as osteoporosis, Paget’s disease, and some types of metastatic cancer.2 These drugs are synthetic analogues of inorganic pyrophosphate (PPi), an endogenous regulator of bone mineralization,3 with oxygen replaced by carbon in the pyrophosphate bond to form a phosphate–carbon–phosphate (P-C-P) structural backbone,4 which imparts the avid ability to bind to hydroxyapatite.2,5 Alendronate is an orally administered bisphosphonate commonly used in the prophylaxis and treatment of osteoporosis.6 After administration, it is rapidly cleared from the circulation. About 60% to 70% of the drug is bound to bone mineral surfaces at sites of active bone remodeling, with the remainder excreted through the kidneys.7 The drug is considered inactive when bound to exposed hydroxyapatite until it is released during bone remodeling and absorbed by osteoclasts. Uptake into osteoclasts inhibits its function and shortens its life span.2,8 However, more drug can be selectively bound to bone 9 and released from it10 if more sites of active bone turnover exist during the distribution time. Orthodontic tooth movement (OTM) increases alveolar bone turnover. Therefore, orthodontic movement and continuous administration of bisphosphonate could create an even more exaggerated cycle of uptake and release of the active drug locally,9 increasing its effect and the risk of osteonecrosis of the jaws, an adverse effect of bisphosphonate therapy. As well as reducing bone loss, alendronate can actually enhance the mineralization density of bone11 and bone mass. It is concentrated 2 to 3 times 46 higher in trabecular bone, since this, accounting for only 20% of the skeleton, has 80% of bone turnover.12 Digital radiographic data can be used to examine trabecular bone patterns. A digital image is composed of pixels with specific numeric values assigned for which one. Pixel intensity (PI) analysis is a measure of the blackness or whiteness on a scale from zero (black) to 255 (white) in an 8-bit digital image. This analysis could be a simple and useful method to measure mandibular bone mass. 13 Fractal analysis examines the trabecular bone microarchitecture with a numerical expression of the fractal dimension (FD). 14,15 A higher fractal dimension indicates a more complex structure.16 There are many approaches for estimating FD, but the box-counting method is the most widely used.17 The aim of this study was to evaluate the effect of alendronate and alendronate-OTM interaction on the trabecular structures, assessing the FD and PI of bone on digital radiographs. We hypothesized that drug administration alters FD and PI values and that orthodontic movement increases these changes, indicating a higher uptake of alendronate. MATERIAL AND METHODS Animals and procedures The study protocol was reviewed and approved by the Ethics Commission on Animal Use in Scientific Research at the Heath Center of the Federal University of Rio de Janeiro. A power analysis was performed to estimate the sample size. It was calculated based on a significance level of 5% and a power of 85% and showed that 7 animals per group were required. So, this in vivo experimental study sample comprised 12 male and 2 female New Zealand white rabbits, 16-week-old, 47 with a mean weight of 2.6 ± 0.3 Kg. The rabbits were randomly divided into two groups, the control group (CG) and the alendronate-treated experimental group (EG). They were acclimatized for 1 week, individually housed in cages inside a room with a 12-hour light/dark cycle and fed with powdered commercial pellets, to avoid damage to the orthodontic appliance, and water ad libitum. Weights were recorded weekly in order to detect any changes related to food and/or experimental conditions. Alendronate sodium trihydrate (Sigma-Aldrich, Saint Louis, MO, USA) in crystalline form was dissolved in distilled water and vortexed for 60 seconds to obtain a solution containing 3 mg per milliliter of alendronate. The solution was prepared immediately before each administration in order to prevent interference in its stability caused by environmental and storage conditions. The experimental group received weekly subcutaneous injections of alendronate at a dosage of 3mg/Kg for 6 weeks (3 doses before and 3 after appliance activation), whereas saline solution was injected in the control group under the same protocol. The mandibular right first molar of all animals were mesially tipped with a continuous 85 gf for 3 weeks. The orthodontic appliance was composed of a nickel titanium closed coil spring 12 mm in length (Dental Morelli Ltda, Sorocaba, SP, BRA) stretched from the cervical area of the molar to a staple inserted into groove made with a dental handpiece on the vestibular and lingual surfaces of the mandibular incisors. The coil spring was tied to both sites by a ligature wire. Composite resin (Transbond XT; 3M Unitek, Monrovia, CA, USA) was placed over the tie wire of the molar and the staple to prevent displacement of the coil spring. All procedures were carried out under general anesthesia using intramuscular injection of a mixed solution of ketamine hydrochloride (35mg/Kg), acepromazine 48 maleate (1mg/Kg) and xylazine hydrochloride (5mg/Kg). The animals were evaluated weekly to verify the integrity of tissue and appliance and to perform the oral hygiene. After 21 days of load application, the rabbits were euthanatized by intracardiac injection of lethal dosage of thiopental, followed by administration of potassium phosphate. Tissue sections of the left (without OTM / OTM-) and right (with OTM / OTM+) quadrants of the mandible were obtained after dissection and osteotomy and were stored in 10% neutral buffered formalin. Radiography Tissue sections were radiographed using digital system of indirect acquisition of images (Express; Instrumentarium Dental, Tuusula, Finland) within 24 hours after euthanasia. Periapical radiographic positioner was used to standardize the technique, allowing orthogonal incidence of the X-rays in the buccolingual direction of the hemimandibles, with the photostimulable phosphor plate (PSP) located on the lingual surface of the sections. All radiographic exposures were made using the same x-ray unit (Spectro 70X Seletronic; Dabi Atlante, Ribeirão Preto, SP, BRA) operating at 70 kV, 8 mA and 0.3 seconds exposure time. Radiographs were saved as 8-bit images, in TIFF format and resolution of 600dpi. Assessment of the fractal dimension All procedures for calculation of the fractal dimension were performed by using Image J version 1.46r software (National Institutes of Health, Bethesda, MD, USA), a public domain program. Region of interest (ROI) was drawn as a 50×40 pixel-sized rectangle, with a pixel size of 0.042 mm, at mesial of the mandibular first molar, below the root of the incisor, on each left and right hemimandible (Fig 49 1, A). This region contains the largest area of uninterrupted trabecular bone required by the analysis and less overlapping structures to obscure the data. Cortical bone, lamina dura, periodontal ligament and tooth roots were avoided in the ROI. The image processing, modified from White and Rudolph,18 was performed as follows: 1) the ROI was cropped and duplicated (Fig 1, B); 2) the duplicated image was blurred with a Gaussian filter (sigma = 10 pixels) to remove all finescale and medium-scale structure and retain only large variations in density (Fig 1, C); 3) the blurred image was subtracted from the original image (Fig 1, D); 4) a value of 128, center of the intensity range for an 8-bit image, was added to the result at each pixel location, thus the greatest variation of brightness would be due to the presence of trabeculae in relation to the marrow spaces (Fig 1, E); 5) the image was converted to a binary format (Fig 1, F); 6) and then inverted, thus the regions that represent trabecular bone were set to black and marrow spaces were set to white (Fig 1, G); 7) finally, the image was skeletonized, that is, eroded until only the central line of pixels remained (Fig 1, H). Superimposition of the skeletonized on the original image demonstrates that the skeletal structure corresponds to the trabecular bone (Fig 1, I). The FD of the skeletonized image was calculated using the box-counting function, from “analyze” menu. In this automated method, square grids cover the ROI and the resulting number of the counted tiles containing at least 1 black pixel is plotted against the total number of the tiles in double logarithmic scale and FD is calculated from the slope of the line fitted on the data points (Fig 1, J). Square grids with side-lengths 2, 3, 4, 5, 7, 9 and 11 pixels were used, determined by Kaye’s recommendation that grid size should fall between 2 and 30% of maximal trabeculae projection. 17 50 Pixel intensity analysis The mean pixel intensity of the same ROI was measured using the “histogram” function from Image J software (Fig 2). PI measurements were also performed on a standard area (50x40 pixels, 1.5 mm to the edges) of the periapical radiographic positioner to enable normalization of the ROI PI values and control possible variations in the sensitivity of the PSP. The normalized PI values were then obtained by dividing the mean PI of the bone ROI by the mean PI of the periapical radiographic positioner. Statistical analysis Data evaluation was carried out using the SPSS 17.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA) and GraphPad Prism Version 5.0 (GraphPad Software, Inc, San Diego, CA, USA). Reassessment was performed on all sample by the same reviewer with two weeks interval. The Intraclass Correlation Coefficient (ICC) was computed to test the intra-rater reliability, which was found to be 0.809 for FD and 0.995 for PI. The mean of the two measurements was used for further statistical analysis. All data acquisition and analyses were performed in a blinded fashion. Descriptive statistics were calculated for both right and left hemimandible of the control and experimental groups. The Shapiro-Wilk and Levene’s test was used for normality testing and to assess the equality of variances, respectively. Two-way ANOVA was used to examine the influence of alendronate and orthodontic tooth movement on FD and PI. Unpaired Student’s t-test measured differences between the control and experimental groups while the paired one was used to comparisons within the group. The level of significance was set at 0.05. 51 RESULTS The percentage of variation in FD and PI values caused by alendronate, orthodontic tooth movement and interaction of these two factors are presented in Figure 3. The analysis of trabecular bone revealed no alteration on FD caused by alendronate; however, it accounted for 46.31% of the variation in PI (p < .001). Orthodontic movement associated with alendronate showed no influence on the variation of FD and PI. Despite no significant difference between the mean FD values of CG OTM(1.0711 ± 0.041) and CG OTM+ (1.0256 ± 0.043) (Table I), the difference between CG OTM- and EG OTM- (1.0760 ± 0.046) over EG OTM + (1.0185 ± 0.032) (p = .021 and .042, respectively) occurred due to orthodontic movement, responsible for 31.54% of the variation in FD (p = .003), and not due to association alendronate-OTM. The PI evaluation revealed that the experimental group presented a higher bone density than the control group (p < .001). There was no difference between EG OTM- (4.424 ± 0.473) and EG OTM+ (4.413 ± 0.497), revealing a no increase in bone density caused by a possible higher alendronate uptake stimulated by OTM. DISCUSSION In the present study, the effects of systemic alendronate administration on trabecular bone were investigated in presence and absence of OTM. As alendronate is ingested, it is redistributed to bone and particularly to areas of increased bone turnover.19 It is possible that the levels of bisphosphonates within the jaws are selectively elevated when orthodontic treatment is being carried out, since OTM stimulates more alveolar bone turnover and might further enhance the 52 uptake of bisphosphonates locally.3 So, the probable over-accumulation of these compounds caused by OTM may increase the drug's effect and can make the orthodontic treatment a risk factor for bisphosphonate-induced jaw osteonecrosis (BIJON), a severe adverse side effect of the bisphosphonate therapy. In comparison to other species, the rabbit has faster skeletal change and bone turnover, with predominant remodeling over the modeling processes.20 Thus, the effect of alendronate could be observed even with a relatively short experimental period of this study since the uptake of the drug would be enhanced by the high bone turnover rate. Bone resorption was not stimulated experimentally by ovariectomy or corticosteroid treatment, for example, because it might interfere with the changes caused by alendronate itself. Furthermore, in vivo, bisphosphonates inhibit bone resorption both in unhealthy animals in which bone loss was stimulated as well as in normal animals.11 Image analysis of radiographs has a great potential to be used as a screening aid for the onset of trabecular pattern changes. 17 Cancellous alveolar bone is a complex interconnecting of trabeculae varying in thickness and orientation, but this structure exhibits an underlying geometric regularity that mathematical fractal patterns may be relevant in order to demonstrate the features of trabecular bone.21 To quantify this complex morphology of the cancellous bone by analyzing the trabecular bone and bone marrow interface, FD analysis via box counting-method was applied in this study. The fractal results indicated that the alendronate did not alter the trabecular complexity. However, it was expected a decrease in its value after the compound administration since the pilot study revealed an increase in trabecular thickness and reduction in trabecular separation in experimental group by microtomography evaluation (Fig 4). It would be the 53 reverse of the sequence described by Law, Bollen and Chen.13 According to these authors, when bone mass is lost, bone trabeculae become thinner and lose their continuity. Thus there is an increment in the number of marrow space and the alveolar structure becomes more complex, resulting in an increase in the FD values13. Similarly, Chen and Chen22, studying how a variation of trabecular diameter affects FD by trabecular models based on cylinders of different diameters, reported that they are inversely proportional. A higher FD in bone loss condition was reported by some others studies. 23,24 Apart from these research, there are conflicting reports concerning FDs of the radiographic images.14 Updike and Nowzari17 described that when the periodontal health is compromised, alveolar bone loss occurs and trabecular arrangement becomes less complex and less space-filling, and therefore fractal dimension decreases. Southard et al.25 studied radiographic textural changes in an osteoporotic rabbit model and found that the mandibular FD decreased with cumulative steroid dose. Demirbas et al.14 reported that patients with sickle cell anemia under age 20 years showed lower FD values than the controls and that this finding pointed to scarcity of trabecular bone in this group. At this time there is no consensus on the relationship between changes in trabecular structure and FD. Some findings support the idea that bone loss increases the FD while others report the concept that the trabecular complexity is higher in healthy state and greater values for FD are obtained. It is possible that both may be correct. The diversity of the results described in the literature may be explained by differences in the techniques for measuring fractal dimension15,17,26,27 and in the methods used to obtain bone images15,27, the subject under study,26 and the type of disease that 54 affects trabecular bone and how it destroys the fine trabeculae in different parts of the body.17 Even though the sensitivity of fractal methods in detecting bone changes in short-term studies has been previously demonstrated 28-30, the efficacy of FD in postmenopausal and osteoporotic patients studies has been examined31-34 and the relationship of the FD of trabecular bone projection texture with its threedimensional microarchitecture has been evidenced 35, there has been no report on the effectiveness of box-counting method and FD to evaluate the changes of the mandibular trabecular bone after alendronate administration. Data from this study suggest a lack of sensitivity of this analysis to assess the effects of alendronate on trabecular structure. The results of Lane et al. research36 support this possibility. These authors investigated the effect of bisphosphonate therapy as an adjunct to non-surgical periodontal treatment in patients with moderate to severe chronic periodontitis and reported that this therapy was associated with a 50% reduction in bone turnover, improved the clinical outcomes and prevented further deterioration. However, there was no difference in the change in periodontal bone mass between the bisphosphonate and placebo groups as measured by fractal analysis. The differences observed in FD occurred due to OTM. It is known that living bones adjust their internal structure to the mechanical load to which they are subjected.37 Wagle et al.38 examined FD change in response to OTM and reported that orthodontic force led to an increase in FD, this change was proportional to loading and this analysis could provide a new parameter for force determination in OTM. However, they use fractal analysis to quantify the complex morphology of the periodontal ligament-bone interface, thus their results cannot be compared with this study since our evaluation was performed on trabecular bone. No reports 55 exist in the literature on changes in FD of trabecular bone caused by orthodontic force, but the paper of Yaşar and Akgünlü39 provides some insight. These authors analyzed the FD of trabecular bone of dentate and edentulous regions by the boxcounting method. They observed that differences in occlusal forces (occlusal loads might be less in edentulous regions) generated during mastication caused some alterations in trabecular structure which led to lower FD in dentate regions. In this work, mechanical loading generated by orthodontic device reduced the FD values. Significant difference was found only in the experimental group, perhaps due to some additional influence of the higher bone density found in this group. However, it is believed that a larger sample size also would reveal significant difference between CG OTM- and CG OTM+ (p = .117). Further research is necessary to demonstrate the effects of these factors. PI analysis of a specific ROI in a digital image is a simple method that may be applicable to analyze bone density. Comparing four methods (FD, PI, microdensitometry and panoramic analysis of cortical thickness) to detect signs of osteoporosis, Law, Bollen and Chen 13 reported that PI appeared to distinguish between the control and the osteoporotic group at the highest levels of significance. Tosoni et al.15 did not detect osteoporotic changes with box-counting fractal analysis, but did it with PI analysis. Nonetheless, the sensitivity of PI measurements was low because they were not sufficiently sensitive to distinguish the osteopenic group from the normal group.15 Soğur et al.40 postulated that FD analysis is a more sensitive method than PI analysis for the detection of the periapical lesions visually indiscernible since the FD was capable of detecting changes in trabecular pattern earlier than PI. 56 Alendronate caused an increase in PI values, but did not alter the FD measurements. Results of this study revealed that PI analysis was more sensitive than FD in detecting changes in trabecular bone caused by alendronate. Moreover, no association of FD with bone density was observed. This association was confirmed by some studies41-43 and denied by others.25,34 We agree with Pornprasertsuk et al.44 who suggested that the FD is more appropriately a measure of structural complexity than it is of bone density. No study has directly attributed orthodontic treatment to increased uptake of alendronate on bone tissue. The OTM did not enhance the uptake of the compound as measured by FD and PI analyzes in this work. Some circumstances may have affected this result as a short period of orthodontic movement to cause an additional effect of the drug and the fact that only one tooth was moved, generating a lower turnover rate than if more teeth had been moved together. The ROI cannot be selected in the cervical region of the first molar, where the rate of bone resorption would be higher, due to the superimposition of the root of the lower incisor over that region on the radiographic image. Furthermore, although all images were direct PSP acquisitions by means of the same equipment with the same exposure factors and have been normalized, some variations of brightness may have remained. These variations may have reduced the sensitivity of the PI analysis to reveal this more subtle change. This is the first study to evaluate the effect of bisphosphonate-OTM interaction on trabecular bone. Further studies with more sensitive methods and prolonged tooth movement periods must be carried out to evaluate this interaction since, depending on the magnitude of this interaction, orthodontic treatment may increase the risk of osteonecrosis of the jaws. 57 CONCLUSION There was an increase in bone density promoted by alendronate even in animal without experimentally induced bone remodeling, but no additional changes in trabecular structure was detected with the alendronate-OTM interaction. This result suggests that OTM did not increase the alendronate uptake; however, further studies with more sensitive methods should be conducted to confirm this finding. ACKNOWLEDGMENTS The authors would like to express their grateful appreciation to: CAPES Foundation (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior); FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro); Dental Morelli Ltda for the donation of the coil springs; Professor Paulo Cesar Silva for animal support and Nuclear Instrumentation Laboratory of Federal University of Rio de Janeiro. AUTHOR DISCLOSURE STATEMENT No competing financial interests exist. 58 REFERENCES 1. Roelofs AJ, Thompson K, Gordon S, Rogers MJ. Molecular mechanisms of action of bisphosphonates: current status. Clin Cancer Res 2006;12:6222s-6230s. 2. Licata AA. Discovery, clinical development, and therapeutic uses of bisphosphonates. Ann Pharmacother 2005;39:668-677. 3. Ghoneima AA, Allam ES, Zunt SL, Windsor LJ. Bisphosphonates treatment and orthodontic considerations. Orthod Craniofac Res 2010;13:1-10. 4. Sarin J, DeRossi SS, Akintoye SO. 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With this process, the regions that represent trabecular bone were set to black and marrow spaces were set to white; H, finally the image was skeletonized; I, superimposition of the skeletonized on the original image demonstrates that the skeletal structure corresponds to the trabecular bone; J, FD calculation by the box-counting method. 62 Fig 2. Pixel intensity analysis. A, the blue rectangle corresponds to the region measured in the periapical radiographic positioner (dashed red line) and the yellow one is the ROI; B, histogram of the ROI pixel intensity. 63 Fig 3. Influence of alendronate, orthodontic tooth movement and alendronateOTM interaction on fractal dimension and pixel intensity of the trabecular bone. The numbers above the bars are the p-values. 64 Fig 4. Microtomography of the right and left hemimandibles. Trabecular thickness (Tb.Th) and number (Tb.N) were higher in the experimental rabbit than in the control animal while trabecular separation (Tb.Sp) was lower. 65 Table I. Descriptive statistic for fractal dimension and pixel intensity FD PI Mean(SD) Min-max Mean(SD) OTM1.0711(0.041) a 1.0245-1.1455 3.463(0.418) c CG OTM+ 1.0256(0.043) a,b 0.9569-1.0715 3.659(0.571) c OTM1.0760(0.046) a 1.0215-1.1478 4.424(0.473) d EG OTM+ 1.0185(0.032) b 0.9762-1.0680 4.413(0.497) d SD, standard deviation; Min-max, minimum-maximum. Different letters indicate statistical difference at α=0.05% (Student’s t-test): “a” “c” and “d” for PI. Group Min-max 2.923-3.953 2.988-4.645 3.858-5.163 4.009-5.451 and “b” for FD and 66 20 DISCUSSÃO Nos últimos anos, as grandes mudanças ocorridas na Ortodontia têm exigido aprimoramento dos profissionais da especialidade, particularmente em decorrência do crescente número de pacientes adultos à procura de tratamento ortodôntico. Além do perfil psicológico, a predisposição a estados patológicos sistêmicos e a terapia medicamentosa associada, são aspectos de relevância inquestionável que têm estimulado o desenvolvimento de pesquisas neste vasto campo do conhecimento. Em busca de respostas acerca dos efeitos de diversos fármacos, entre estes os bisfosfonatos, na movimentação dentária ortodôntica, estudos experimentais têm sido extensivamente realizados. Apesar de os resultados obtidos em animais serem aplicáveis aos humanos, com reservas, as comparações são possíveis uma vez que os mecanismos básicos de remodelação óssea não diferem, no nível celular, entre as espécies (RYGH, 1976). A possibilidade de melhor controle local e de maior número de repetições, menor diversidade genética ao se utilizar ninhadas e facilidade na obtenção de amostra e na execução de análises microscópicas são vantagens oriundas da utilização de modelos experimentais com animais na pesquisa científica (NETO, 2001). Neste estudo, o coelho foi selecionado como modelo experimental. Em comparação com outras espécies, este animal apresenta mudanças esqueletais e turnover ósseo mais acelerados (CASTANEDA et al., 2006), o que contribuiria sobremaneira para maior captação do fármaco estudado. Esta característica 67 fisiológica intrínseca à espécie compensaria o período relativamente curto de administração do fármaco. O alendronato, apesar de não ser o bisfosfonato de maior potência, foi o eleito entre os demais para a avaliação da interação dessa classe de drogas com o tratamento ortodôntico. Tendo em vista a sua indicação para a profilaxia e tratamento da osteoporose (EPSTEIN, 2006), número imódico de prescrições já foram realizadas. Siris et al (2011) examinaram registros médicos de mais de 15 milhões de mulheres com idades acima dos 45 anos e encontraram prevalência de 10% no uso de bisfosfonatos orais. Lotwala et al (2012) relataram que a maioria dos ortodontistas inicia, anualmente, tratamento ortodôntico em mais de três mulheres com idade acima de 50 anos, sendo que 35% iniciam mais de 10 destes casos. Ao somar os resultados desses dois trabalhos, nota-se que o atendimento de pacientes usuários de tal medicação nos consultórios ortodônticos é expectável. Em 2005, as 22,4 milhões de prescrições do alendronato Fosamax (Merck, Whitehouse Station, New Jersey, USA), tornou o medicamento o 19º mais prescrito nos Estados Unidos (LEADING [...], 2005). Porém, em 2011, o alendronato passou a ocupar a 116º posição (TOP [...], 2012). Há tendência atual de declínio no número total de prescrições, talvez em virtude da crescente publicação de casos de osteonecrose associada aos bisfosfonatos (AKINTOYE; HERSH, 2012; CAMPISI et al., 2012; HASEGAWA et al., 2013; TAM et al., 2013). Ainda assim, o estudo se faz importante em virtude da meia-vida destes compostos, que é de aproximadamente 10 anos para o alendronato, fazendo com que seus efeitos perdurem por longo período após a sua suspensão. 68 Este trabalho contemplou avaliações do efeito do alendronato sobre o movimento dentário ortodôntico e reabsorção óssea, bem como análise da influência do turnover acelerado pelas forças ortodônticas na captação do fármaco. A avaliação métrica do movimento dentário induzido revelou expressivo efeito inibitório do alendronato sobre a taxa semanal e magnitude do movimento. Estes resultados suportam e expandem estudos publicados que evidenciaram redução no deslocamento dentário com a aplicação de outros bisfosfonatos (IGARASHI et al., 1994; LIU et al., 2004; FUJIMURA et al., 2009; CHOI et al., 2010; SIRISOONTORN et al., 2012; HASHIMOTO et al., 2013). Além deste trabalho, apenas Karras et al (2009) e Igarashi (1994) utilizaram o alendronato como droga administrada. Apesar do efeito inibitório constatado, diferenças em relação à taxa de movimento ao longo do período experimental foram observadas. Enquanto os resultados da atual pesquisa revelaram incremento menor na quantidade de movimentação dentária ao longo do tempo no grupo experimental (46% do movimento do grupo controle na primeira semana, 36,5% na segunda e 33% na terceira), no estudo de Karras et al (2009) essa diferença na quantidade de movimento reduziu com o passar do tempo (25% na segunda semana e 42% na quarta semana). Diferenças metodológicas, principalmente relacionada à via de administração do alendronato, podem ter sido responsáveis pelos resultados contraditórios. Apesar de a dose administrada por Karras et al (2009) ter sido significativamente maior (7 mg/Kg), enquanto, nesta pesquisa, a droga foi aplicada por via subcutânea, aqueles a fizeram por gavagem, em ratos, uma vez por semana. Segundo Lin et al (1991), a biodisponibilidade oral do alendronato em ratos é de 0,9% e a administração em presença de alimentos diminui essa 69 biodisponibilidade cerca de seis a sete vezes. Por este motivo, recomenda-se a ingestão do alendronato pela manhã, pelo menos meia hora antes do primeiro alimento, para que sua absorção não seja prejudicada (FOSAMAX [...], 2011). Nenhum controle alimentar foi realizado no experimento de Karras et al (2009), o que pode ter influenciado a biodisponibilidade semanal do fármaco e ter reduzido o seu efeito cumulativo. Restrições alimentares, por sua vez, poderiam acarretar em prejuízos à saúde do animal. Soma-se a isso, o fato de o esvaziamento gástrico do coelho ser lento e raramente se encontrar livre de alimento, um obstáculo a mais à absorção do alendronato. Face ao exposto, optou-se pela administração subcutânea do fármaco nesta pesquisa. A aplicação subcutânea, além de independer de controle alimentar, é de fácil execução e tem sido utilizada em diversos trabalhos experimentais com este bisfosfonato (IGARASHI et al., 1994; CHOU et al., 2009; XIONG et al., 2010; CONTE NETO et al., 2013; LUO et al., 2013). Igarashi et al (1994), entretanto, encontraram resultados semelhantes aos desta pesquisa. Após a administração também subcutânea em ratos, a quantidade de movimento em relação ao controle reduziu com o decorrer do tempo. Zahrowski (2007) afirma que a magnitude da inibição do movimento dentário deve ser dependente da quantidade de droga no local específico. Os resultados de Igarashi et al (1994) e do atual estudo comprovam o efeito cumulativo da droga e podem dar indícios de aumento de sua captação, e consequente maior efeito, promovido pelo turnover ósseo estimulado pelo movimento dentário. Uma das indicações dos bisfosfonatos é para o controle de doenças em que a atividade osteoclástica está acelerada, como na osteoporose. Nesta 70 patologia há aumento da taxa de remodelação óssea, fazendo com que o movimento dentário ortodôntico ocorra em maior velocidade (MIDGETT; SHAYE; FRUGE, 1981; ASHCRAFT; SOUTHARD; TOLLEY, 1992). O bisfosfonato, então, regularia a remodelação óssea e levaria a taxa de movimento dentário para os níveis de normalidade. Esta hipótese é sustentada pelo trabalho de Sirisoontorn et al (2012), ao revelar taxas de movimentação ortodôntica semelhantes entre ratos ovariectomizados + ácido zoledrônico e o grupo controle, e pelo caso clínico publicado por Krieger et al (2013), no qual o tratamento ortodôntico, segundo os autores, foi finalizado com sucesso após 13 meses. Torna-se refutável, todavia, quando se avalia outros quatro casos clínicos com administração de alendronato (RINCHUSE et al., 2007; ZAHROWSKI, 2009) e o estudo coorte retrospectivo de Lotwala et al (2012). Possível explicação para estes achados contraditórios está na duração do tratamento significativamente mais curto nas duas primeiras situações, quando os efeitos cumulativos do bisfosfonato ainda não sobrepujaram os da condição patológica sistêmica associada. O principal mecanismo pelo qual o alendronato inibe o movimento dentário ortodôntico é através de seus efeitos sobre a função e sobrevivência dos osteoclastos no lado de compressão do LP, no qual a reabsorção do osso é necessária para que a movimentação ocorra (KARRAS et al., 2009). Os resultados deste estudo sustentam a afirmativa, uma vez que o número de osteoclastos na superfície óssea mesial ao primeiro molar direito foi significativamente menor no grupo experimental, corroborando trabalhos prévios (IGARASHI et al., 1994; LIU et al., 2004) que constataram, igualmente, redução no número destas células. 71 A taxa de movimentação dentária também é afetada pela densidade do osso pelo qual o dente está se deslocando (ROTHE et al., 2006). Os resultados da análise da intensidade de pixel revelaram densidade significativamente maior após administração do alendronato, interpretados em decorrência de maior radiopacidade óssea nas radiografias. O gráfico de dispersão (Figura 6) mostra que em osso de maior densidade, como verificado no grupo experimental, o movimento dentário foi menor. O coeficiente de correlação de Pearson (r = -0,661, p = 0,05) revela que a quantidade de movimento está inversa e moderadamente relacionada à densidade óssea. Os dois fatores (ação sobre os osteoclastos e aumento da densidade óssea), portanto, atuaram em conjunto na inibição do movimento dentário ortodôntico após a administração de alendronato em coelhos. Figura 6 Gráfico de dispersão mostrando a relação entre a densidade óssea e a magnitude do movimento dentário. Nota-se claramente que quanto maior a densidade (visualizada no grupo experimental), menor a magnitude da movimentação dentária. Os osteoclastos, através da sua ação enzimática, solubilizam o osso separando a fase mineral da matriz orgânica (a fase mineral é liberada para a 72 corrente sanguínea e a matriz é absorvida pelo osteoclasto por fagocitose), formando depressões conhecidas como lacunas de Howship. É certo que, quanto maior a atividade osteoclástica, maior a irregularidade da superfície óssea que está sendo reabsorvida, devido a maior número de cavidades iniciadas. Alguns estudos tem proposto a utilização de análise fractal para a quantificação da complexidade de superfícies teciduais irregulares (PIANTANELLI et al., 2005; YOKOYAMA et al., 2005; MARTIN-LANDROVE et al., 2007), obtendo resultados que apontam incremento na DF do tecido em região de maior irregularidade. Nenhum trabalho, até o momento, se propôs a avaliar a atividade osteoclástica através da análise fractal da superfície óssea que está sofrendo a ação destas células. Os resultados desta pesquisa mostraram aumento da DF da interface LPosso no lado mesial aos primeiros molares após a aplicação de força ortodôntica apenas no grupo controle, no qual a função e sobrevivência dos osteoclastos estavam livres da interferência do alendronato. Em adição, foi encontrada correlação moderada (p < 0,01) entre o número de osteoclastos, valor representativo do grau de reabsorção óssea, e a dimensão fractal da interface. Estes achados sugerem a utilização da análise fractal pelo método de contagem de caixas para a avaliação da atividade osteoclástica estimulada por carga mecânica aplicada às unidades dentárias. Apenas um estudo (WAGLE et al., 2005) na literatura avaliou alterações na dimensão fractal da interface LP-osso decorridas de forças ortodônticas. Wagle et al (2005) encontraram aumento da DF diretamente proporcional à magnitude da força aplicada. No entanto, ao contrário deste trabalho, os autores afirmaram que o aumento ocorreu independentemente de mecanismos celulares. De fato, interferência celular não poderia ser encontrada uma vez que a força foi aplicada 73 por apenas seis horas, tempo insuficiente para que a atividade osteoclástica se manifestasse de forma significativa. Dentro de seis horas, osteoclastos e préosteoclastos são ainda observados em canais vasculares (YOKOYA; SASAKI; SHIBASAKI, 1997). O número de osteoclastos no ligamento periodontal e osso alveolar adjacente aumenta apenas depois das primeiras 24 horas (YOKOYA et al., 1997), com pico cerca de 50 horas após a aplicação do estímulo ortodôntico. Neste trabalho, a carga ortodôntica foi aplicada até o 21º dia, quando o número de osteoclastos no ligamento periodontal já estava elevado, podendo expressar sua atividade. A pesquisa atual não corrobora a constatação de Wagle et al (2005), pois foi necessária a ação destas células para que ocorresse aumento da DF, do contrário, este incremento teria se expressado no grupo experimental, visto que carga mecânica também foi aplicada. As cargas ortodônticas também causaram mudanças na DF do osso trabecular. Redução da DF estatisticamente significante foi encontrada apenas no grupo experimental, embora a tendência de menores valores no grupo controle tenha ficado clara. Sabe-se que o tecido esquelético ajusta sua estrutura interna em resposta às forças mecânicas a que estão sujeitos (GERAETS, 1998). Estes ajustes parecem ter ocorrido de forma desprendida dos mecanismos celulares, uma vez que a função osteoclástica não explicaria a alteração no grupo experimental. Estudos mais específicos, com aplicação de cargas mecânicas variáveis e em ossos de diferentes densidades, por exemplo, podem ser conduzidos na tentativa de elucidar as questões causais. A aplicação de cargas ortodônticas concomitante à administração contínua de bisfosfonatos pode emanar em ciclo ainda mais exagerado de captação e liberação (forma ativa) do fármaco (ZAHROWSKI, 2007), com consequente 74 potencialização dos seus efeitos. Conhecer a magnitude dessa interação é de suma importância para que se possa avaliar os riscos e benefícios do tratamento ortodôntico em pacientes que fazem utilização de bisfosfonatos. Nesta pesquisa avaliou-se os efeitos do alendronato e da associação alendronato-movimento dentário no osso trabecular através das análises fractal e de intensidade de pixel. O alendronato e a associação não causaram alterações nos valores da DF. Apesar de a análise fractal ter se mostrado sensível na detecção de mudanças sutis no trabeculado ósseo em algumas condições patológicas (WHITE; RUDOLPH, 1999; SOUTHARD et al., 2000; DEMIRBAS et al., 2008; UPDIKE; NOWZARI, 2008; YU et al., 2009; ALMAN et al., 2012), parece não ter sido assim para os efeitos do alendronato. No estudo de Lane et al (2005), alendronato e residronato também não alteraram a DF do trabeculado, embora os autores tenham constatado redução de 50% na taxa de remodelação óssea e melhora dos resultados clínicos de pacientes com periodontite crônica após terapia com bisfosfonatos como coadjuvante do tratamento periodontal não-cirúrgico. Relatos sobre a eficácia do método de contagem de caixa e DF para avaliação de alterações no osso trabecular após a administração de bisfosfonatos são inexistentes. Os dados desta pesquisa sugerem falta de sensibilidade do método na avaliação dos efeitos do alendronato sobre a estrutura trabecular. Outros trabalhos devem ser conduzidos para investigar esta hipótese. Fleisch (2002) assegurou que os bisfosfonatos, in vivo, inibem a reabsorção óssea tanto em animais em que a perda óssea fora estimulada, bem como em animais saudáveis, favorecendo aumento da densidade óssea em ambas as situações. De fato, a análise de intensidade de pixel revelou aumento da densidade nos animais deste estudo após administração do alendronato. A 75 reabsorção óssea não foi estimulada neste experimento através de ovariectomia ou aplicações de corticosteroides, por exemplo, porque isso poderia interferir com as mudanças provocadas pelo próprio alendronato. A análise de intensidade de pixel, entretanto, não acusou aumento adicional na densidade óssea com a associação alendronato-movimento dentário ortodôntico. Este resultado sugere que a carga ortodôntica não estimulou a captação de maior quantidade do fármaco para que seus efeitos se expressassem em maior magnitude. Isto pode deveras ter ocorrido ou, então, o método foi pouco sensível para revelar alterações mais sutis. Apesar de o protocolo de aquisição das imagens ter sido rigorasamente controlado e a normalização do valor ter sido executada, algumas variações de brilho na imagem digital podem ter permanecido, prejudicando a detecção de pequenas variações. Apesar dos resultados de trabalhos experimentais não poderem ser diretamente extrapolados para a situação clínica, estes achados fornecem novos esclarecimentos nessa área. Porém estudos com métodos mais sensíveis devem ser conduzidos principalmente para avaliar o efeito do movimento dentário ortodôntico na captação da droga, pois, dependendo da magnitude, o tratamento ortodôntico pode representar fator de risco para o desenvolvimento e evolução da osteonecrose dos maxilares associada ao bisfosfonato. 76 6 CONCLUSÃO A avaliação dos efeitos da associação alendronato e movimento dentário ortodôntico possibilitou as seguintes conclusões: 6.1 o alendronato reduziu a taxa e magnitude do movimento dentário; 6.2 a inibição do movimento dentário ortodôntico foi mediado pelo efeito do alendronato sobre os osteoclastos, constatado pela redução significativa no número destas células no lado de pressão; 6.3 a atividade absortiva dos osteoclastos aumentou a irregularidade da superfície óssea. Essa irregularidade pôde ser avaliada pela análise fractal da interface LP-osso, constituindo-se em novo método para avaliação da atividade osteoclástica; 6.4 o alendronato e a associação fármaco-movimento dentário não alteraram a complexidade do osso trabecular. Sugere-se que este método apresenta sensibilidade reduzida para avaliação das alterações ósseas causadas por este bisfosfonato. A carga mecânica, entretanto, reduziu os valores de DF por mecanismo independente da atividade osteoclástica, e 6.5 aumento da densidade óssea foi verificado após administração do alendronato, o que contribuiu para a redução do movimento dentário. 77 Incremento na captação do fármaco causado pela movimentação dentária ortodôntica não foi verificado por esta análise. 78 7 RECOMENDAÇÕES Deve-se avaliar os riscos e benefícios do tratamento ortodôntico em pacientes que fazem utilização de bisfosfonatos, por isto é recomendável a condução de anamnese detalhada a fim de conhecer qual a droga e a duração do tratamento, visto que estes fatores influenciam o efeito do fármaco no metabolismo ósseo, fator fundamental para o movimento dentário ortodôntico. Futuras pesquisas devem avaliar a influência do tratamento ortodôntico na captação da droga com a utilização de métodos de investigação e leitura mais sensíveis, para que se possa estabelecer o grau em que o tratamento ortodôntico representa fator de risco para o desenvolvimento e evolução da osteonecrose associada a bisfosfonatos. 79 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AKINTOYE, S. O.; HERSH, E. V. Risks for jaw osteonecrosis drastically increases after 2 years of bisphosphonate therapy. J Evid Based Dent Pract, v. 12, n. 2, p. 116-8, Jun 2012. ALMAN, A. C. et al. Diagnostic capabilities of fractal dimension and mandibular cortical width to identify men and women with decreased bone mineral density. Osteoporos Int, v. 23, n. 5, p. 1631-6, May 2012. ASHCRAFT, M. B.; SOUTHARD, K. A.; TOLLEY, E. A. The effect of corticosteroidinduced osteoporosis on orthodontic tooth movement. Am J Orthod Dentofacial Orthop, v. 102, n. 4, p. 310-9, Oct 1992. BOIVIN, G.; MEUNIER, P. J. 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