O milagre da multiplicação dos talentos

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O milagre da multiplicação dos talentos
Associação de Deficientes Visuais e Amigos - ADEVA - Ano X - nº 47 - maio/junho/julho de 2009
Não, não é nenhum engano. Não me
confundi ao escrever o título deste editorial. Na verdade, acordei hoje com vontade
de combinar fatos e dados. Para quê?
Para, quem sabe, obter algo diferente,
procurando melhorar a mim mesmo e, a
partir daí, a realidade que me
cerca. Afinal, as diferenças
enriquecem.
O milagre da
multiplicação
dos talentos
Sem entrar no aspecto
bíblico da passagem sobre o
Milagre da Multiplicação dos
Pães (Mateus 14: 13-21) e da
Parábola dos Talentos (Mateus,
25: 14-30), mas, para saciar
minha vontade de compor algo
novo, se eu reescrevesse esses textos,
trocando seus elementos, leria que “um
homem deu a um de seus empregados
cinco pães, a outro, dois e ao terceiro,
um”. Na Parábola, a troca resultaria em
“trouxeram a Jesus cinco talentos”. Disso
implicaria que só um empregado guardou o pão. Os outros o fizeram render. E,
também, que os talentos se multiplicaram
e todos comeram até ficarem saciados.
Já pensou em alguém comendo talentos? Mais exótico ainda seria dizer que
alguém tem um grande pão para a música
ou para a matemática. Ou ouvir alguém
contar que saiu pra ganhar o seu talento,
referindo-se a trabalhar.
Pão e talento produzem uma combinação interessante. O pão sacia nossa fome
corporal; o talento, a fome de superação.
Repartir o pão significa solidariedade;
reproduzir talentos expressa união de
esforços. Para fazer o pão, é preciso ter
talento; para alimentar o talento, é preciso
que haja pão. O pão nasce do trabalho
do homem a partir de algum talento; e
este nasce com o homem, que por sua
vez, se alimenta de pão.
Em 2000, a ADEVA inicia sua multiplicação de talentos pensando na distribuição
dos pães. Nasce o Desenvolvendo Talentos,
um projeto que oferece às pessoas com
deficiência visual cursos gratuitos de
capacitação profissional com o objetivo
de inseri-las no mercado de trabalho - lá,
onde se produz o alimento que sustenta
o corpo e a alma, que gera crescimento
pessoal e que aumenta a autoestima.
Neste ano de 2009, a ADEVA completa
31 anos. Com a ajuda de amigos, associados e empresas parceiras, o projeto
Desenvolvendo Talentos completa nove
anos. Para continuar multiplicando os
talentos e distribuindo o pão, junte-se a
eles. Torne o milagre dos pães e a lição
dos talentos uma constante dia a dia.
Ainda há muita fome a saciar.
Markiano Charan Filho – Diretorpresidente da ADEVA
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Inscrições pelos telefones: 11 5084-6693 / 6695, no Centro de Treinamento Mário Covas,
e 11 3824-0560, com Sandra Maciel.
Contra ataques
Não são poucas as vezes que
recebo telefonemas de amigos,
desesperados, implorando solução urgente para seu computador
que, de repente... sem mais nem
menos... deixa de funcionar.
Depois de algumas perguntas,
contrariados, acabam me confessando que o computador já vinha
apresentando comportamentos
estranhos, mas que, devido à
correria do dia-a-dia, ainda não
tinha sido possível avaliar melhor
o que se passava.
Fazendo uma análise mais profunda, eu constato que: ou o teclado
já estava esquisito, ou certas fontes
apresentavam alguns problemas
de caracteres estranhos há um
bom tempo, ou o antivírus estava
vencido, ou não era possível apagar
alguns arquivos, ou a máquina respondia com uma lentidão enorme,
sempre atribuída ao hardware, um
pouco ultrapassado.
Segundo o sexto Relatório
de Inteligência e Segurança
da
Microsoft
<http://www.
micr osof t.com/downloads/
details.aspx?displaylang=ptbr&FamilyID=aa6e0660-dc244930-affd-e33572ccb91f >, que
traz informações e orientações
ao mercado sobre o cenário de
ameaças, referente ao segundo
semestre de 2008, no ranking
mundial de ataques de malwares,
que é liderado pela Sérvia, o Brasil
ocupa a 3ª colocação.
De acordo com o estudo, a
grande maioria desses ataques
é direcionada a vulnerabilidades
no navegador e em outros aplicativos – não ao sistema operacional.
A exemplo do que já ocorrera no
ano passado, as ameaças utilizadas
para roubo de identidade (logins
e senhas) de bancos, os trojans
Win32\bancos e Win32\banker,
continuam liderando o ranking
das principais ameaças detectadas ao estarem presentes em mais
de 43% das máquinas nacionais
que apresentaram algum tipo de
infecção – um total estimado de
843 mil computadores.
A outra categoria de ameaça
digital com prevalência significativa são os worms, que representaram 32% de todas as ameaças
– ou, aproximadamente, 267 mil
2
máquinas.
Ao informar
meus amigos que seus
computadores pararam de funcionar por problemas com vírus,
sempre ouço: “não sei como peguei
tanta praga! Sempre passo o limpador de registro do Marcos Velasco
e um antitrojan!”.
É importante esclarecer que os
limpadores de registros não eliminam pragas virtuais. Sua finalidade
é remover as entradas inválidas do
registro, ou seja, apagar “restos” de
programas que, ao serem desinstalados, sempre deixam resíduos.
Obviamente que, fazendo uma
limpeza no registro e apagando
arquivos e pastas desnecessárias,
libera-se espaço nos discos e a
performance da máquina melhora,
mas isso nada tem a ver com a
infecção por vírus. Do mesmo
modo, não se pode confiar que,
pelo simples fato de ter o firewall
do Windows ativado, já se está
seguro. Muitos instalam firewalls
mais poderosos, mas estes fazem
tantas perguntas, requerem tantos
conhecimentos que, mesmo para
os usuários mais experientes, é
difícil sua configuração.
Certamente, o leitor do
Convivaware estará se perguntando... Qual é a melhor solução
para a minha segurança? A resposta não é simples e nem exata.
Não existe uma receita de bolo que
garanta que seu computador não
será infectado. Hoje, a maioria dos
programas antivírus, e até alguns
firewalls, fazem a atualização sozinhos, ou checam a existência de
novas versões e avisam ao usuário.
Não raro, as diferenças entre as
versões são invisíveis, mas podem
significar a correção de uma vulnerabilidade conhecida não só
pela empresa responsável como
também pelos fraudadores. Desse
modo, ter um antivírus atualizado
é imprescindível.
Mas qual é o melhor antivírus?
Essa é uma discussão infindável nos blogs e listas da internet.
Sempre veremos fãs de um e outro
fabricante fazendo acaloradas defesas de seus softwares preferidos.
O certo é que, além de manter softwares e sistema operacional, como
o Windows, sempre atualizados, é
preciso ter, ao
menos, um antivírus e
um firewall instalados.
Só para deixar bem claro... o
antivírus é responsável por impedir
a entrada de vírus em seu computador, além de caçar e tentar
remover os invasores. Já o firewall
monitora o tráfego de dados com
a internet, proibindo acessos que
não interessam ao internauta.
Contudo, não dá para atribuir
aos softwares a responsabilidade
de, sozinhos, garantirem a segurança da máquina. Temos que
adotar hábitos saudáveis, principalmente no que se refere à
navegação na internet.
É fundamental ter claro qual é
seu perfil de internauta. Se você
usa seu computador para trabalho,
lendo e-mails e fazendo pesquisas em sites conhecidos, muito
provavelmente qualquer um dos
antivírus gratuitos como Avast!,
AVG, Nod32, etc., mais sistema
operacional atualizado, é claro,
mais o firewall do Windows será
suficiente.
Mas se você é daqueles que
baixa até pai de santo... é fundamental tomar muito cuidado. Os
sites pornográficos e de cracks para
programas são recheados de softwares maliciosos que invadem e
danificam seu computador.
Lembre-se de que a curiosidade
mata... Não abra e nem clique em
mensagens que prometem mundos
e fundos. Ninguém lhe dará nada
tão fácil, bem como bancos, Receita
Federal e os órgãos governamentais
não enviam e-mails com cobranças
ou ameaças do nada. Essas estratégias são criadas para apanhar
os ingênuos e distraídos, pois, ao
abrir essas mensagens, ou acessar
tais links, sua máquina será infectada, dificultando enormemente o
trabalho de seu sistema de proteção. Afinal, foi você mesmo quem
instalou, sem saber, obviamente,
a praga que tomará conta do seu
computador.
Laercio Sant’Anna
Acessa São Paulo
Responsável pelo programa Acessa
São Paulo, do governo do estado de São
Paulo, Rute Constantino ainda não estava
lá quando se estabeleceu a parceria com
a ADEVA. Na época, o programa ainda
não tinha esse nome e as unidades eram
chamadas de Infocentros.
A ADEVA montava um centro de treinamento na Escola Estadual
profª Marina Cintra, no bairro da Consolação, em São Paulo (SP)
e, então, solicitou a instalação de um posto no local. Aprovado o
pedido, o Infocentro teve sua inauguração no dia 22 de março de
2002, com a presença do então governador Geraldo Alckmin. O
parceiro institucional disponibilizou o espaço e indicou os monitores; o parceiro estadual forneceu, instalou os equipamentos
(computadores, softwares, impressoras e móveis) e treinou
os monitores.
A proposta era e continua sendo favorecer
a inclusão digital das
pessoas com deficiência visual. “A condução do programa na
ADEVA é igual à dos
demais postos, pois
o objetivo do Acessa
SP é estimular o uso
dos
computadores
e da internet, ferramentas importantes
para o trabalho, para
o estudo e o lazer, entre
outras utilidades”, esclarece Rute. “Apenas duas
particularidades o distingue: os monitores são filhos de deficientes visuais, pois é importante ter familiaridade com o grupo, e os
computadores têm um software que lê a tela do computador”,
ela acrescenta.
O posto da ADEVA é o único voltado para o atendimento de
uma instituição cujo público são deficientes visuais. E “os resultados satisfatórios que a unidade vem obtendo justificam sua
existência”, comenta Rute.
www.ecofont.eu/ecofont_pt.html – A
Spranq, agência de comunicação
holandesa (de Utrecht), criou uma
fonte tipográfica ecologicamente
correta. A Spranq Eco Sans tem
pequenos círculos em branco, O CONVIVA apoia
essa iniciativa e
que não são
usa a ecofont!
preenchidos com
tinta, mas que não
trazem prejuízo na legibilidade. Seu
uso reduz em cerca de 20% a tinta
de impressão. Nesse endereço
(versão em português), ela está
disponível para download e para
ser adicionada à lista de fontes do
editor de texto.
http://www.radioboanova.com.br/
offline.php?prog=28 – Em junho,
o diretor-presidente da Adeva,
Markiano Charan Filho, gravou duas
entrevistas no programa Gente
como a Gente, comandado por
Roberto Rios, na Rádio Boa Nova
AM 1450 kHz. Para ouvi-lo contando
um pouco da sua vida pessoal e
profissional, acesse esse link.
www.iped.com.br/sitegratis - Site
mantido pelo Instituto Politécnico
de Educação a Distância (iPed),
que oferece mais de 100 cursos
online nas áreas de informática,
programação, língua estrangeira,
pré-vestibular, animação e design,
alguns gratuitos para pessoas com
deficiência visual.
http://www.garilli.com.br
tel.: 11 2696-3288
Na unidade do Parque da Juventude, também na capital, existe
uma sala para pessoas com deficiência auditiva e visual, equipada
com software específico e com um monitor que sabe a Língua
Brasileira de Sinais (Libras), e, em alguns outros, há apenas projetos de inclusão digital para pessoas com deficiências.
É vinculado à Secretaria Estadual de Gestão Pública e gerido pela
Companhia de Processamento do Estado de São Paulo (Prodesp).
Os critérios de implantação dos postos priorizam o atendimento
dos municípios com baixos índices de desenvolvimento, de acordo
com o Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), e que
ainda não contam com unidades do programa em operação na
cidade. A implantação no Interior é realizada em conjunto com as
prefeituras municipais, cabendo ao município interessado fazer
a solicitação.
No estado de São Paulo, o Acessa possui 498 postos distribuídos em 439 cidades, com 3.825 computadores e 928 monitores.
Desde a sua fundação, há oito anos, atingiu marca superior a
37,6 milhões de atendimentos e cadastrou mais de 1,6 milhão
de usuários com acesso gratuito à internet.
MANUEL TAXISTA
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3
Recursos hídricos
A água é um bem comum, é de todos nós. Mas
nem todos têm podido usufruir desse bem. A escassez de água vem causando preocupação no mundo
inteiro.
Mas como pode algo tão abundante no planeta
estar em carência? A má administração dos recursos
hídricos é a raiz do problema. Falta gestão, sobra
poluição e desperdício. Exemplificando, esgoto doméstico e dejetos industriais têm sido despejados sem
dó em córregos e rios. Para que gastar com saneamento se a água leva tudo embora? Esse raciocínio equivocado provoca a poluição generalizada de
córregos, rios, lagos, lagoas e baías. Até as praias
sofrem com a poluição. Agora, estamos pagando o
preço da falta de visão dos governantes.
A água potável tem se tornado escassa. Despoluir
leva tempo e custa caro. Conforme informa o Ministério
das Cidades (criado, em 2003, por Luiz Inácio Lula
da Silva), nos anos de 2007 e 2008, mais de R$ 4
bilhões foram destinados para o saneamento básico
em São Paulo. Ou seja, água boa tem preço. Por isso,
a água passa a ser vista como um bem econômico.
E, como tal, administrá-la bem é fundamental.
Em São Paulo, as ETEs [Estações de Tratamento
de Efluentes], segundo o governo, têm a capacidade
de tratar 100% do esgoto gerado na cidade, mas
falta tubulação que capte do gerador e encaminhe
até as Estações. As consequências dessa administração mal planejada são visíveis nos rios Tietê,
Tamanduateí e Pinheiros que, aliás, tem 80% do
seu volume composto de esgoto.
Para que tais rios sejam despoluídos, muitos recursos serão gastos, mas esta é uma meta possível de
ser alcançada. Por exemplo, o rio Han, que corta
Seul (capital da Coréia do Sul), era puro esgoto, ou
seja, um rio considerado de classe 4, tão sujo que
dificilmente poderia ser recuperado. Mas o governo
coreano decidiu despoluí-lo e ele agora corre com
água limpa e inodora, classes 1 e 2. Hoje, o Han,
um exemplo de revitalização bem sucedida,
é usado para o transporte e como área de
lazer, com 12 parques às suas margens.
Ele é a única fonte de abastecimento dos
10,3 milhões de moradores da capital
coreana. Para garantir a qualidade da
água, é proibida a instalação, ao longo
do seu percurso, de fábricas que
possam poluí-lo. Os 40 córregos
que deságuam no Han têm a água
monitorada constantemente, em
estações de saneamento.
Lá, a gestão dos recursos
hídricos tem dado certo. Aqui
também pode dar. Eu, que já
pesquei no Tietê, no município
de Ibitinga, espero poder fazer isso em breve, em
plena marginal.
Mas o desperdício, como combatê-lo? Até recentemente, nem os agricultores nem os industriais
pagavam pela água consumida, pagavam apenas
pelo serviço de distribuição. Água de graça, desperdício na certa. Por isso alguns governos passaram
a adotar a precificação, ou seja, a cobrança pelos
recursos hídricos consumidos, revertendo o dinheiro
para a cobertura dos custos de tratamento da água e
preservação das áreas de mananciais. Nesse modelo,
o pagamento é feito pela água consumida e pela
licença para jogar os resíduos nos rios. Assim, o
agricultor e o empresário são incentivados a gastar
com parcimônia e a fazer o tratamento da água antes
de devolvê-la à natureza. Essa política mostrou-se
eficaz na França e na Alemanha.
No Brasil, a Agência Nacional de Águas (ANA)
iniciou um projeto-piloto de cobrança da água no rio
Paraíba do Sul (estado de São Paulo). No primeiro
ano da cobrança foram arrecadados cerca de R$ 6
milhões, reinvestidos em estações de tratamento em
doze cidades da região. Talvez você pense: “isso vai
encarecer os produtos e, no fim, nós vamos pagar
a conta”. Na verdade, hoje, já pagamos pelo que
não consumimos. Afinal, a água subsidiada para a
indústria e as barragens construídas para propiciar
a irrigação são pagas com os impostos arrecadados
de cada um dos brasileiros.
Outro grave problema relacionado à escassez de
água é a falta de alimento. Segundo Paul Roberts,
escritor do livro The end of food (O fim da comida,
2008), não existe água boa suficiente no mundo
para atender ao aumento projetado na demanda
de alimentos. Roberts chama a atenção para as
medidas tomadas por alguns países. A China, por
exemplo, tem substituído a produção de grãos,
que necessita de irrigação maciça, pela de verduras e frutas, que consome menos água. Em 2007,
importou 30 milhões de toneladas de soja, boa parte
vinda do Brasil. Isso significa que a China está
importando, por tabela, água brasileira. Isso
é conhecido como mercado virtual de água,
ou água virtual, termo que designa a água
“escondida” nos produtos, ou seja, a água
que foi utilizada na produção e transporte
dos produtos.
Enfim, a água está na base de
todas as cadeias produtivas e, como
mostra a história, o ser humano
administra melhor aquilo que é
tratado como bem econômico.
A água, sem dúvida, merece
tal tratamento. Portanto, cada
um faça a sua parte, evitando
o desperdício e exigindo uma
administração eficiente desse
valioso líquido.
Sidney Tobias de Souza
4
Um advogado
inspirado pelo cinema
Quem conhece Marcos Bernardo Rodrigues
(27) não tem dúvida de que ele representa bem
os deficientes visuais no mundo profissional. Sua
garra e seu esforço são alguns dos fatores responsáveis por ter chegado à Serasa e ocupar o cargo
de advogado júnior. “Entrei lá por um programa de
empregabilidade para pessoas com deficiência e
fui me desenvolvendo dentro da empresa”, conta.
“No começo, foi difícil; as pessoas não sabiam que
tipo de tarefas eu era ou não capaz de fazer, o
que, penso, ocorre com todos os deficientes que
estão ingressando no mercado de trabalho, mas,
aos poucos, fui superando esse obstáculo”.
Fazer Direito era um sonho antigo de Marcos.
“Achava que era uma profissão fácil para o deficiente
visual atuar e gostava daqueles filmes americanos
de advogados no tribunal”, revela. Estudou nas
Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), onde
se formou e, também, fez pós-graduação.
Sempre frequentou classes regulares,
na companhia de outros alunos nãodeficientes, o que contribuiu para a
sua integração social. Fez o ensino
fundamental na Escola Estadual
Visconde de Itaúna, no
bairro do Ipiranga, zona
sul de São Paulo. Lá,
havia uma professora especializada
para
transcrever
o material de tinta
para braille e lhe dar
assistência, principalmente em matemática.
Completou o ensino médio
no Pequenópolis, colégio
no Brooklin, onde também
contou com os mesmos recursos da escola pública. “A maior
dificuldade que sempre encontrei
foi a ausência de material adaptado para estudo, principalmente
em braille”, lamenta. “Atualmente,
o uso do computador, equipado com
programas de voz, supre um pouco essa
dificuldade”, ele acrescenta.
DIREITO – Curso superior, com duração de 10 semestres, oferecido
por meio de exame da Fundação Universitária para o Vestibular
(Fuvest). A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP)
disponibiliza 225 vagas para o período matutino e 235 vagas para
o período noturno. A Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (USP)
oferece 100 vagas, em período integral. O profissional graduado
pode exercer as funções de advogado em escritório, trabalhar no
setor jurídico de empresas, ou como técnico judiciário juramentado
em cartórios, ou no magistério de ensino superior, ou como juiz, ou
ser membro do Ministério Público, defensor público, procurador da
República, do Estado ou do Município, ou delegado de polícia.
Marquinhos, como é chamado pelos amigos,
nasceu em São Paulo, no dia 3 de julho de 1981,
prematuro (de cinco meses e meio). Ficou na incubadora para ganhar peso e foi aí que perdeu a visão,
uma vez que o oxigênio queimou as suas retinas.
“Tentei fazer umas cirurgias com o Dr. Hilton Rocha,
conhecido oftalmologista mineiro, de Belo Horizonte
(MG), mas não teve jeito”, lembra. Então, tocou a
vida: estudou, trabalhou e venceu profissionalmente
assim mesmo.
Teve uma infância relativamente normal, feliz e,
na medida do possível, tentava fazer tudo que as
outras crianças faziam. “Sempre tive o apoio do meu
pai Marcos, da minha mãe, Raquel, e do meu irmão,
o Rafael, o que facilitou o meu desenvolvimento”,
recorda. Praticou atletismo - corria os 400 e 800
metros - e quase participou das Paraolimpíadas de
Atenas em 2004. Mas foi praticamente obrigado a
parar de competir, principalmente em razão da falta
de tempo para o treinamento, que, segundo ele, “é
muito árduo e exaustivo”.
Como profissional, ele
sente que, apesar de o
mercado de trabalho
estar
melhorando
para as pessoas com
deficiência “além do
alto preço dos programas para a adaptação das
empresas, como o leitor de tela
Jaws e o Virtual Vision, o grande
problema é a falta de qualificação,
pois muitos sequer terminaram
o ensino médio”, lamenta. Para
vencer esse obstáculo, Marcos
fez duas viagens sozinho para
estudar inglês: uma para Londres,
em 2007, e uma para a Austrália,
neste ano. E, como ele garante,
“foram experiências únicas, inesquecíveis e maravilhosas”.
Para os deficientes que estão
começando sua carreira, deixa um
conselho: “estudem bastante e tentem
se aperfeiçoar naquilo que fazem, bem
como tentem demonstrar aos colegas
de trabalho todo o seu potencial e sua
capacidade”.
Lúcia Nascimento
ARTES CÊNICAS – Curso superior para a formação de atores,
cenógrafos, críticos, figurinistas, iluminadores, preparadores
de voz e de expressão corporal, consultores de imagem e
de som, diretores, dramaturgos e pesquisadores. A Escola
de Comunicação e Artes da USP, por meio de exame da
Fuvest, disponibiliza 15 vagas para o bacharelado, no período diurno, e 10 vagas para a licenciatura (formação de
professores), no mesmo período. O curso tem duração de
8 semestres.
Obs.: Informações referentes à entrevista concedida pela
atriz Danieli Haloten para esta seção do Conviva 46.
5
Sr. Superação
Na ADEVA, todos o conhecem
por Jânio, seu nome de batismo.
Mas, depois de lerem a sua história,
podem chamá-lo de Superação.
Sim, porque Jânio Ferreira de Paula
(29) é um exemplo para aqueles
que, por pouco ou quase nada,
desistem dos seus sonhos.
Deficiente visual desde os 12
anos, devido a uma atrofia no nervo
ótico e ao comprometimento na
retina causado pela diabetes, sua
história de superação, contudo,
começa bem cedo. Aos 3 anos de
idade, é acometido por dois tipos
de diabetes: a mellitus, caracterizada por um aumento anormal da
glicose ou açúcar no sangue, e a
insipidus, que provoca sede pronunciada e a excreção de grandes
quantidades de urina muito diluída,
que não diminui quando a ingestão
de líquidos é reduzida.
Devido à diabetes mellitus,
Jânio precisa fazer uso de insulina e controlar, rigorosamente,
sua alimentação. Por causa da
insipidus, ele não tem a hipófise,
uma glândula localizada na base
do crânio, que produz numerosos
e importantes hormônios, por isso
reconhecida como glândula-mestra
do sistema nervoso. “Quando a
doença se manifestou, eu chegava
a tomar 30 litros de água por dia”,
ele conta. Por conta disso, hoje só
consegue urinar através de uma
sonda. Para controlar a doença e
suprir a falta da hipófise, ele toma
diariamente o hormônio Dpapp,
produzido pela glândula.
Seus problemas de saúde,
porém, continuaram. Uma terceira
diabetes, a mitocondreal, um subtipo raro entre a população brasileira, também se manifestou. “Meu
corpo não absorve as vitaminas dos
alimentos e nem um comprimido
oral; tenho de tomar uma injeção
de vitaminas por mês”, explica.
Em resumo, três tipos de diabetes, problemas de visão e audição,
na bexiga e nas pernas, provocados
pela síndrome de Wolfram, um raro
distúrbio genético. Mas Jânio, que
também utiliza aparelho auditivo,
enfrentou e, ainda enfrenta, todos
esses problemas com muita garra,
estudo e trabalho.
Da infância, ele se lembra que
Tendo apenas 8% de visão
(atualmente, de 3% a 5%), Jânio
não aprendeu o braille por causa
da perda de sensibilidade nos
dedos. Na escola, utilizava livros
e apostilas com letras ampliadas
ou material em áudio, embora os
problemas de audição também o
incomodassem.
Após terminar a 8ª série, passou
por um período de depressão profunda que durou dois anos. “Achava
que a vida não valia mais a pena,
Para ler melhor
Jardim sensorial
A Bonavision Auxílios Ópticos, uma empresa
do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas
(Cietec), da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu um produto inovador – uma prancha de
leitura acoplada a uma lupa que mantém fixos a
linha de leitura e o foco, proporcionando conforto
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O Jardim Botânico da cidade do Rio de Janeiro
(RJ), criado por D. João VI nos idos de 1808,
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entre 5% e 30%), é dotado de uma lupa esférica
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Ao utilizar a prancha, que tem uma inclinação
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ou inferiores. À venda através do site da Bonavision
<www.bonavision.com.br> por R$ 390.
6
demorou a sentar e a andar e era
bem quieto. A doença, todavia, não
era desculpa para o filho caçula
do sr. Jordino de Paula e de dona
Esmeralda Ferreira de Paula não
estudar e sonhar. Jânio, que é
gêmeo com Janaina, e tem mais
dois irmãos, Jovan e Janatan, fez
o ensino fundamental no Colégio
São Vicente de Paula, na estrada
de Itapecerica da Serra (SP). Depois
cursou o técnico em eletrônica, no
colégio Paralelo, em Santo Amaro,
zona sul. Mas ele queria mais.
Com determinação, formou-se em
administração de empresas pela
Universidade Ibirapuera (Unib).
Para as pessoas com deficiência visual, oferece um percurso composto por plantas medicinais e aromáticas resistentes ao toque, que
favorecem sua percepção por outros sentidos
além da visão. E quem enxerga, desde o ano
passado, pode participar da visita guiada por
monitores cegos, de palestras, da oficina de
braille e ou a de argila com os olhos vendados
orientada pela escultora cega Rose Queiroz.
Todas as atividades são gratuitas. Endereço:
r. Jardim Botânico, 1008, telefone (centro de
visitantes): 21 3874-1808.
tomava nove tipos de remédios por dia
e dormia 18 horas”, lembra. Percebendo
que não melhorava e só sentia sono,
ele parou com os remédios, acordou
para a vida e, por meio de uma amiga,
conheceu a ADEVA.
Em 2000, fez os cursos de Virtual
Vision, Windows, Word, Excel, Access,
HTML, Lógica da Programação, Cobol,
internet e telemarketing. Por intermédio
da entidade, conseguiu, há cerca de
três anos, colocação no mercado de
trabalho, como programador júnior,
na empresa CPM Braxis.
Hoje presta serviço na ADEVA, onde
já fez um pouco de tudo: trabalhou na
área de logística, no setor de compras, no departamento administrativo
e, agora, é um dos colaboradores da
gráfica braille, onde são impressos e
encadernados livros, apostilas, manuais e cardápios. Muito querido pelos
colegas, principalmente por seu otimismo e senso de humor, Jânio está
sempre à procura do que fazer. Não
consegue ficar parado. Por conta dessa
vontade de se ocupar, ele só lamenta
ter sido obrigado a interromper o curso
de pós-graduação em gestão empresarial. “Mas eu vou retomar e quero
chegar ao doutorado. Tenho objetivos
e tenho de fazer por consegui-los”,
declara.
Jogo Rápido
Signo: Peixes.
Cor: Cinza.
Hobby: Música.
Um filme: Operação
Kickboxer, EUA, 1989.
em
Um livro: A volta ao mundo
Júlio
cês
fran
80 dias, do escritor
é de
já
3,
187
Verne (lançado em
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O
e
),
domínio público
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em
rito
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s,
Promessa
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Go s.
dramaturgo brasileiro Dias
Estilo de música: Rock.
Uma música: Não quero
dinheiro, composição de Tim
Maia, cantada por ele.
nte.
Cantora preferida: Marisa Mo
Cantor: Tim Maia.
Sobre os deficientes e a
arem
deficiência: Se vocês continu
os,
orç
esf
a realizar firmes
então, assim como as frutas
que amadurecem em uma
árvore, o benefício e a boa
sorte enfeitarão a sua vida.
Religião: Budismo.
Deus: Força suprema.
ãos.
Amigos: Meus segundos irm
Amor: Sentimento puro.
o.
Esporte preferido: Atletism
m.
nhu
Ne
:
bol
Time de fute
Família: Base da vida.
Seu sonho: Contribuir para
o bem da humanidade.
r?
O que fazer para viver melho
para
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Procurar manter bom
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a fim de vive
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Uma frase: “O ont
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o amanhã é incerto e o hoj
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realidade.
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lho
me
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o futuro é construí-lo agora”!
grafo,
Daisaku Ikeda, escritor, fotó
s,
onê
jap
ista
poeta e líder bud
),
pão
(Ja
uio
Tóq
nascido em
em 2 de janeiro de 1928.
Lúcia Nascimento
JORNAL DA BANDEIRANTE GENTE
– Um programa de longa vida –
completou 30 anos em 18 de abril –
apresentado na Rádio Bandeirante
AM 840 kHz, de segunda a sábado,
das 8h às 10h. José Paulo, Salomão
Ésper e Joelmir Beting comentam
e opinam sobre o que é notícia
no mundo da política e da economia; Milton Blay acrescenta seus
comentários, direto da Europa, e
Joel Leite oferece as novidades
do setor automotivo.
MOSAICOS – Aos domingos, com
início às 20h30, a TV Cultura apresenta a vida e a obra de intérpretes e compositores brasileiros. Boa
música e imagens que marcaram
a trajetória de artistas que pertencem à história da MPB.
HOME – Sob o lema “É muito tarde
para sermos pessimistas”, esse
documentário, que teve estreia
simultânea em 50 países, no Dia
Mundial do Meio Ambiente (5 de
junho), mostra os efeitos nocivos
da ação humana sobre a Terra.
Com roteiro e direção do fotógrafo
Yann Arthus-Bertrand, durante
quase duas horas, o texto e as
imagens impressionam e convidam à ação em prol da preservação do planeta. Disponível no
YouTube: <http://www.youtube.
com/watch?v=tCVqx2b-c7U>.
PAULO E ESTEVÃO – De 28 de
junho de 2008 a 29 de junho de
2009, a Igreja Católica celebrou
os dois mil anos de nascimento
de São Paulo, o maior difusor do
Evangelho. Este livro, psicogra-
fado por Francisco Cândido Xavier,
conta sua história e a de Estevão,
considerado o primeiro mártir cristão. Gravado em 27 fitas, está à
disposição para empréstimo na
biblioteca Louis Braille, do Centro
Cultural São Paulo, r. Vergueiro,
1.000, São Paulo (SP), telefone:
11 3397-4088.
GRANDES COMPOSITORES DA
MÚSICA CLÁSSICA – Coleção da
ed. Abril, com 40 livros acompanhados de CD, que apresenta a
vida de grandes compositores
da música clássica e suas obras.
Um guia orienta a audição das
músicas selecionadas e um glossário elucida os termos próprios
desse mundo sonoro. À venda nas
bancas de jornal.
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Gráfica braille
Palestras
A ADEVA conta com uma gráfica e oferece a impressão de textos em braille e em
caracteres ampliados.
Com o objetivo de promover o desenvolvimento pessoal e profissional de empregados e empregadores, e
conscientizar a sociedade sobre o potencial da pessoa
com deficiência, a ADEVA oferece palestras sobre temas
como estresse, etiqueta empresarial, o trabalho e o valor
do trabalhador, mitos e realidades sobre o deficiente.
Todos os recursos obtidos com a produção
desse serviço são revertidos para a manutenção da entidade.
Para agendar dia e horário, entre em contato com
Sandra Maciel ou Márcio Spoladore, pelo telefone (11) 38240560 ou pelo E-mail: marcio@adeva.org.br. As palestras
podem ser ministradas in company e seu valor abatido
do imposto de renda de pessoas jurídicas.
Os valores pagos podem ser deduzidos do
imposto de renda de pessoas jurídicas. Mais
informações pelos telefones: (11) 3824-0560
ou 3667-5210, com Márcio ou Sandra.
Oração do matuto
Ói Deus, nóis tá sempre pedindo
as coisa pro Sinhô.
Nóis pede dinhero, nóis pede
trabaio, nóis pede pra chovê
e, se chove demais, nóis pede
pra pará mode a coiêta num
afetá.
Nóis pede amor, nóis pede
pra casá, pede casa pra
morá, nóis pede saúde,
nóis pede proteção, nóis
pede paiz, nóis pede pra
dislindá os nó quando as
coisa comprica, mode a vida
corrê mió.
Quando a coisa aperta, nóis reza
pedindo tudo que nos farta.
É uma pedição sem fim e, se
as coisa dá certo, nóis vai na
igreja mais perto e, no pé de
argum santo que seja de devoção,
nóis dexa sempre uns merréis
e, lá nos cofre da frente, nóis
coloca mais uns tustão.
Mais hoje, Meu Sinhô, bateu
uma coisa isquisita e eu me
puis a matutá.
Nóis pede, pede e pede, mais
nóis nunca pergunta comé que o
Sinhô tá, se tá triste ou contente, se precisa darguma coisa
que a gente possa ajudá.
E por esse esquecimento, o Sinhô
há de nos descurpá.
Ói Deus, nóis sempre pensa que o
Sinhô não precisa de nada, mais
tarvêz não seja assim. Tarvêz o
Sinhô precisa de mim, sim.
O Sinhô precisa da minha bondade, precisa da minha alegria,
precisa da minha caridade no
trato com meus irmão.
Nóis somo o seu espêio, nóis somo
a sua Criação, nóis num pode
fazê feio, nem ficá fazendo
rodeio, nem desapontá o Sinhô,
nem amargá o seu sonho, que
foi um sonho de amor, quando
essa terra todinha criô.
Ói Deus, eu prometo, vô rezá
de outro jeito, vô pará com a
pedição e trocá milagre por
tustão.
Tarvez até eu peça uma graça,
mais antes eu vô vê direitinho
o que é que andei fazendo
de bão.
E se nada de bão eu encontrá,
muito vô me envergonhá e vô
pedí perdão.
(autor desconhecido)
Jornalista responsável: Liane Constantino (MTb 15.185). Colaboradores: Celso de Oliveira, Cezar Yamanaka ((MTb 16.969), Laercio Sant’Anna, Lúcia
Nascimento (MTb 29.273), Mara Alves, Márcio Spoladore, Markiano Charan Filho, Sandra Maciel, Sidney Tobias de Souza. Correspondência: rua Brig.
Tobias, 247, cj. 1116, Santa Ifigênia, CEP 01032-000 - São Paulo (SP) - Telefones: 11 5084-6693 / 5084-6695 - Fax: 11 5084-6298 - E-mail: adeva@
adeva.org.br Site: http://www.adeva.org.br. Editoração: Fernanda Lorenzo. Revisão: Célia Aparecida Ferreira. Fotolitos e Impressão: cortesia Garilli Artes
Gráficas Ltda. - Tel.: 11 2696-3288 - E-mail: garilli@garilli.com.br - Tiragem: 1.000 exemplares. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.
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