Como você reage quando ofendido?
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Como você reage quando ofendido?
E s p a n h o l • F r a n c ê s • I n g l ê s Como você reage quando ofendido? Cuidando de sua saúde Jesus Cristo: Mito ou história? Graça a 9.000 metros de altura No tempo certo de Deus 1 Vo l u m e 1 6 • P o r t u g u ê s REGIONAL REPRESENTATIVES DIVISÃO ÁFRICA OCIDENTAL 22 Boite Postale 1764, Abidjan 22, Cote d’Ivoire Japheth L. Agboka japhethlagboka@compuserve.com DIVISÃO ÁSIA-PACIFICO NORTE Koyang IIsan, P.O. Box 43, 783 Janghang-Dong, Ilsan-Gu, Koyang City, Kyonggi-do 411-600, República da Coréia Dong Hee Shin nsdyouth@kornet.net DIVISÃO ÁSIA-PACIFICO SUL P.O. Box 040, Silang, Cavite, 4118 Filipinas Oliver Koh okoh@ssd.org DIVISÃO CENTRO-L’ESTE AFRICANA P.O. Box 14756, Nairobi, Kenya Hudson E. Kibuuka 100076.3560@compuserve.com DIVISÃO DO SUL DO PACÍFICO Locked Bag 2014, Wahroonga, N.S.W. 2076, Australia Gilbert Cangy Gilbert_Cangy@SDASPD.adventist.org.au Barry Hill Bhill@adventist.org.au DIVISÃO EURO-AFRICANA P.O. Box 219, 3000 Bern 32, Suiça Roberto Badenas roberto.badenas@euroafrica.org DIVISÃO EURO-ASIÁTICA Krasnoyarskaya Street 3, Golianovo, 107589 Moscow, Federação Russa Heriberto Muller hcmuller@esd-rda.ru DIVISÃO INTERAMERICANA P.O. Box 140760, Miami, FL 33114-0760, EUA Carlos Archbold 74617.3457@compuserve.com Bernardo Rodríguez Bernardo@interamerica.org DIVISÃO NORTE-AMERICANA 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA Gerald Kowalsky 74617.3555@compuserve.com Richard Stenbakken 74532.1614@compuserve.com DIVISÃO SUL-AFRICANA E OCEANO INDICO H.G. 100, Highlands, Harare, Zimbábue Tommy Nkungula tnkungula@esanet.zw DIVISÃO SUL-AMERICANA Caixa Postal 02-2600, 70279-970 Brasilia, DF, Brasil Roberto de Azevedo Violeta@dsa.org.br Erton Carlos Kohler erton@dsa.org.br DIVISÃO SUL-ASIÁTICA P.O. Box 2, HCF Hosur, Tamil Nadu 635110, Índia Justus Devadas sudedn@vsnl.com DIVISÃO TRANS-EUROPÉIA 119 St. Peter’s Street, St. Albans, Herts., AL1 3EY Inglaterra Paul Tompkins 74617.1257@compuserve.com Orville Woolford CONTEÚDO ARTIGOS 5 Três modelos possíveis, mas apenas um pode produzir a verdadeira cura. Mario Pereyra 8 Cuidando de sua saúde Um estilo de vida saudável altera positivamente tanto o indivíduo quanto a sociedade. Esteban Poni 11 Jesus Cristo: Mito ou história? O Jesus da fé emerge do Jesus histórico, sem o qual a fé seria pouco mais do que um pensamento ilusório. Nancy Vyhmeister DEPARTAMENTOS 3 4 14 16 18 20 21 22 24 71307.1432@compuserve.com 25 2 Como você reage quando ofendido? EDITORIAL Leia sempre o manual do proprietário Gerry Karst CARTAS PERFIS Steliana Sandu Sara Bocaneanu Richard Hart Dustin R. Jones PONTO DE VISTA Integrando fé e ciência Rahel Davidson Schafer EM AÇÃO Estudantes adventistas evangelizam na Romênia Claudiu Popescu Universitários assistem simpósio no Brasil Fabiana Amaral LOGOS Graça a 9.000 metros de altura Kent Hansen VIDA UNIVERSITÁRIA Dificuldades com o sábado na universidade Humberto M. Rasi Uma igreja receptiva? Autor Desconhecido 26 26 27 28 29 30 32 35 LIVROS When All Alone I Stand (Doward) Mary H. T. Wong Amores que matan (Núñez) Fernando Aranda Fraga Expect Great Things (O’Ffill) Hector Hammerly Lifestyles of the Remnant (Hayden) Nancy Vyhmeister FÓRUM ABERTO Deve a mulher ficar calada na igreja? Angel Rodríguez PARA SUA INFORMAÇÃO O Geoscience Research Institute L. James Gibson PRIMEIRA PESSOA No tempo certo de Deus Jan S. Doward ETCETERA A gaiola INSERÇÃO INTERCÂMBIO DIÁLOGO 16•1 2004 EDITORIAL Leia sempre o manual do proprietário Quando compro um aparelho novo, fico sempre ansioso para usá-lo ou montá-lo tão rapidamente quanto possível. Seria mais fácil dispensar a leitura do manual do proprietário, mas a experiência tem-me ensinado que conhecer o manual torna o processo mais veloz. Permita-me dar um exemplo. Algum tempo atrás, a secadora de roupas em nossa casa parou de emitir ar quente. Removi várias partes da máquina para identificar o problema, mas sem sucesso. Achei que a dificuldade tinha a ver com o termostato ou a unidade mestra de controle. Logo eu tinha todas as peças da secadora espalhadas pelo piso da garagem. Sentindo que teria de comprar uma nova secadora, montei tudo de volta apenas para livrar-me dela. Enquanto me afastava da secadora remontada, três botões no painel frontal da máquina chamaram minha atenção. Um deles dizia “ar quente”, o do meio indicava “ar morno”, e o outro tinha escrito “ar frio”. E esse último botão estava pressionado. Seria possível? Liguei a secadora e pressionei o botão de ar quente —e, maravilha das maravilhas!— ele começou a circular na máquina. Se eu apenas tivesse lido o manual do proprietário! O apressado ritmo da vida moderna significa que preciso de um manual do proprietário para me ajudar durante o dia. Preciso de alguém com uma clara perspectiva e credenciais inquestionáveis para me apontar o rumo correto e salvar-me da frustração de tentar fazer as coisas por minha própria conta. Deus é o Arquiteto-Mestre e Ele escreveu o manual do proprietário. Ele nos projetou e sabe o que é para o nosso supremo bem. Além do mais, Ele tem um serviço de atendimento ao cliente através da oração, que nos está disponível não apenas para consulta, mas para a obtenção de conhecimento pessoal com o Arquiteto. Imagine um Arquiteto-Mestre que tem interesse pessoal em todos os Seus clientes. Esse Arquiteto-Mestre deu-nos instruções na Bíblia sobre como cuidar de nossa saúde. Ele providenciou orientação para nos ajudar a fazer escolhas positivas com relação à alimentação de nossas mentes. Com tantas informações a nos bombardear diariamente, precisamos do filtro espiritual que Deus proveu nas Escrituras: “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Filipenses 4:8). A atarefada vida do estudante exige muito de seu tempo. A Bíblia é nosso manual do proprietário, com inspiradas instruções para atenuar as frustrações da existência. Podemos achar que exige muito tempo ler o manual ou que nós já o lemos no passado e não precisamos fazêlo novamente. Mas a experiência ensinou aqueles que viveram antes de nós que, um pouco de tempo cada dia com o manual do proprietário, poupa tempo no final das contas. Davi sintetizou esse conceito quando declarou: “A Tua Palavra é lâmpada que ilumina os meus passos, e luz que clareia o meu caminho” (Salmo 119:105). Em lugar de tropeçarmos na escuridão, a luz brilha no caminho para que possamos enfrentar com confiança o que está adiante de nós. Lembre-se de ler o seu manual do proprietário cada dia. Ele economizará seu tempo e conservar-lhe-á os pés no caminho do reino de Deus. Esta revista internacional de fé, pensamento e ação, é publicada três vezes por ano em quatro edições paralelas (espanhol, francês, inglês e português) sob o patrocínio da Comissão de Apoio a Universitários e Profissionais Adventistas (CAUPA), organismo da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. Volume 16, Número 1. Copyright © 2004 pela CAUPA. Todos os direitos reservados. Diálogo afirma as crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e apóia sua missão. Os pontos de vista publicados na revista, entretanto, representam o pensamento independente dos autores. Equipe Editorial Editor-chefe Humberto M. Rasi Editor John M. Fowler Editores-Associados Alfredo García-Marenko, Richard Stenbakken Gerente Editorial Julieta Rasi Consultores James Cress, George Reid Editor de Texto Beverly Rumble Secretária Editorial Esther Rodriguez Edições Internacionais Julieta Rasi Secretárias editoriais internacionais Corinne Hauchecorne (Francês) César Luis Pagani (Português) Julieta Rasi (Espanhol) Correspondência Editorial Diálogo 12501 Old Columbia Pike Silver Spring, MD 20904-6600; EUA. Telefone 301 680-5060 Fax 301 622-9627 E-mail 74617.464@compuserve.com ou rasij@gc.adventist.org Comissão (CAUPA) Presidente Gerry Karst Vice-Presidentes C. Garland Dulan, Baraka G. Muganda, Richard Stenbakken Secretário Humberto M. Rasi Membros John M. Fowler, Jonathan Gallagher, Alfredo García-Marenko, Clifford Goldstein, Bettina Krause, Kathleen Kuntaraf, Vernon B. Parmenter, Gerhard Pfandl, Gary B. Swanson Correspondência sobre circulação Deve ser dirigida ao Representante Regional da CAUPA na região em que reside o leitor. Os nomes e endereços destes representantes encontram-se na p. 2. Assinaturas US$13.00 por ano (três números, via aérea). Ver cupom na p. 6 para detalhes. Gerry Karst Vice-presidente da Associação Geral. DIÁLOGO 16•1 2004 Website http://dialogue.adventist.org DIÁLOGO tem recebido correspondência de leitores de 117 países ao redor do mundo. 3 CARTAS Precisamos de advogados adventistas? Quero agradecer a vocês pela publicação do artigo “Precisamos de advogados adventistas?”, de autoria de Karnik Doukmetzian (Diálogo 11:3). O autor abordou o assunto com sinceridade, seriedade e equilíbrio. Como estudante de direito numa universidade pública, senti-me apoiado e encorajado por seus argumentos, em vista dos conceitos errôneos que muitos cristãos têm com relação à carreira advocatícia. Além disso, vocês merecem os parabéns por publicarem uma revista de qualidade, que une todos os universitários adventistas numa ampla fraternidade internacional. Carlos Antonio Di Prato Rio Negro, ARGENTINA italo_argentino83@yahoo.com.ar Nota do Editor: Os leitores que estiverem interessados no tema acima referido pelo Sr. Di Prato, e não tiveram a oportunidade de ler o artigo em sua publicação inicial, podem encontrá-lo no site http://dialogue.adventist.org. Equilibrando fé e razão Como estudante da Universidade Estadual da Paraíba, quero congratular-me com a equipe editorial responsável pela publicação da Diálogo. Vocês selecionam assuntos importantes em cada edição e apresentam-nos de modo atraente, equi- Escreva-nos! Recebemos seus comentários, reações e perguntas, mas, por favor, limite suas cartas a 200 palavras. Escreva para: DIALOGUE LETTERS 12501 Old Columbia Pike Silver Spring MD 20904 USA. FAX 301 622 9627 EMAIL 102555221@compuserve.com As cartas selecionadas para publicação podem ser editadas para maior clareza ou necessidade de espaço. 4 librando fé e razão. Também encontro inspiração nas histórias da seção “Primeira Pessoa”. Continuem esse seu trabalho tão importante, sob a bênção de Deus, enquanto esperamos o retorno de Cristo. Sidney Alves Moreira Areia, Pernambuco, BRASIL Fortalecido e encorajado Em nome dos estudantes adventistas que freqüentam o Cebu Institute of Technology, aceitem nossa apreciação pela publicação da Diálogo. Cada vez que leio seus artigos, minha vida espiritual é fortalecida e estimulado meu desejo de partilhar a fé com os colegas. Em 1997, organizamo-nos como membros da AMiCUS para mútuo apoio e para ajudar a outros. Os leitores da Diálogo podem visitar nossa homepage para saber mais a nosso respeito. Eis o endereço: http://geocities.com/amicus-pat/. Kevin Ransom Cebu, FILIPINAS amicuspat@yahoo.com Resposta dos Editores: Obrigado, Kevin, por sua mensagem, e parabéns por sua atraente homepage. Os membros da AMiCUS que desejarem informar nossos leitores sobre as homepages de seus grupos de estudantes, estão convidados a enviar-nos informações a respeito para inserção em futura edição da Diálogo. Uma bênção completa É muito difícil ser um estudante adventista numa escola onde a evolução ateística é ensinada como fato. Por essa razão, ter em mãos a Diálogo tem sido uma bênção completa para mim. Um de meus professores declarou em aula que conhecer a teoria darwinista abriu seus olhos (Pensei que isso talvez os tenha fechado para a realidade, mas como poderia eu dizer-lhe isso em público?). Tirei cópias de dois artigos publicados na mesma edição da Diálogo: “Gênesis e a coluna geológica” e “Da evolução à criação: minha jornada de fé” (15:1), e coloquei-as debaixo da porta do gabinete do professor, orando para que o Senhor lhe abrisse realmente os olhos. Estou feliz porque essa revista não apenas nos fornece claros argumentos em apoio à fé bíblica, mas também inclui matérias que podemos partilhar com outras pessoas. Obrigado! Valerie M. Robison Flórida. EUA. starlightblue311@yahoo.com Steve Wohlberg responde Desejo fazer alguns comentários amistosos sobre a revisão de meu livro Truth Left Behind, feita pela Dra. Nancy Vyhmeister e publicada na Diálogo 15.3. Minha afirmação de que os cristãos necessitam “vencer onde Lúcifer falhou” (pág. 169) não foi um “cochilo” ou “erro teológico”. Seu contexto mostra que eu estava me referindo à necessidade de vencer o “orgulho e o eu”, que causaram a queda de Lúcifer. O livro The Prophetic Faith of Our Fathers, de Le Roy Froom, constitui-se numa excelente fonte, mas não vejo por que não citá-lo mereça observações. O comentário de que meu estilo “parece mais apropriado a tablóides do que à cultura”, falha em apreciar que minha audiência principal não é composta de adventistas ou eruditos. Quero atingir o povo comum, conquanto também deseje apelar a leitores preocupados com fatos. Tenho feito o meu melhor para atingir essa meta e as respostas ao Truth Left Behind têm sido gratificantes. Alguém disse, certa vez: “A maior oportunidade do mundo é aquela do aperfeiçoamento”. Certamente isso se aplica tanto a autores quanto a críticos literários. Steve Wohlberg www.endtimeinsights.com Novo Visual da Diálogo Como você já notou, a capa e o visual das páginas internas desta edição mostram algumas mudanças de design. Desejamos iniciar nosso 16o ano de publicação com um visual renovado, e uma tipologia mais atraente. Joe La Com, um experiente designer gráfico da Southern Adventist University, e seu professor, Ed Guthero, merecem nossos agradecimentos por sua perícia e criatividade. DIÁLOGO 16•1 2004 Como você reage quando ofendido? Mario Pereyra Três modelos possíveis, mas apenas um pode produzir a verdadeira cura. “Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão” (Mateus 18:15). Ângela Monteiro luta para sair da cama. Seu corpo todo dói e o rosto está coberto de contusões. Na noite anterior, Artur, seu marido, surrou-a mais uma vez em meio a um acesso de raiva. Olhando-se no espelho, aplicou forte maquiagem nas manchas e pontos inchados. Penteou seu cabelo de lado para cobrir o olho roxo, tentando aparecer apresentável em seu trabalho. Jonas está furioso. Ricardo, seu companheiro de trabalho, apresentou uma proposta à mesa diretiva da empresa onde ambos trabalham, e recebeu importante reconhecimento e aumento salarial. A ira de Jonas se deve ao fato de a idéia daquela proposta ser sua, tendo-a ele partilhado com Ricardo durante uma conversação informal. Jonas passa o dia planejando como se vingar de Ricardo, para que ele pague por sua traição. Patrícia recebe um telefonema anônimo. Seu marido, Rodolfo, a está enganando com sua secretária. Quando Rodolfo chega em casa, após o trabalho, ela lhe lança em rosto a sua infidelidade. É uma experiência traumática para o seu casamento. Depois de muitas semanas de terapia e muita conversa, o casal consegue superar a crise. Embora isso tenha sido muito penoso, ambos admitem que tal experiência ajudou a fortalecer sua união. Considere essas reações a situações ofensivas. Ângela submeteu-se à violência, cobrindo-a com os cosméticos do silêncio e da dissimulação, que alimentam e perpetuam a situação. Jonas agiu DIÁLOGO 16•1 2004 com agressividade diante da ofensa, seguindo a lei do “olho por olho e dente por dente”. Patrícia enfrentou corajosamente sua penosa crise a fim de salvar seu casamento. Estas são três respostas típicas a ofensas: a atitude passiva, a reação agressiva e a conduta pró-social de negociação e reconciliação. Desde 1992, um grupo de colegas da Universidade Adventista del Plata (UAP), na Argentina, e eu temos investigado como as pessoas reagem quando ofendidas, as desordens que o atrito produz e as maneiras de superar as disputas (Moreno e Delfino, 1993; Pereyra, 1996; 2003; Moreno e Pereyra, 1999; 2000; 2001). Nossas investigações têm revelado oito atitudes características. As atitudes são formas distintas de comportamento que refletem estados emocionais, de pensamento e de vontade. Essas oito atitudes podem ser assim definidas: Oito atitudes 1. Submissão: Aceitação passiva do insulto, submetendo-se à crítica ou atitude reprovadora do ofensor, criando justificativas autodesqualificadoras e humilhantes como, por exemplo: “Eu mereço isso” ou “É culpa minha”. 2 Negação: Exclusão consciente da lembrança de idéias ou sentimentos associados à ofensa sofrida; empreendimento de esforços para “esquecer o assunto”. 3. Reação hostil: Predisposição para reagir imediatamente com violência, atacando o agressor da mesma forma; uma atitude primitiva que pode não deixar ressentimentos em relação ao sujeito, mas provavelmente agrava o conflito com a pessoa que sofre o ataque emocional. 4. Vingança: “Olho por olho e dente por dente”. Busca intencional de vingança e planejamento para executá-la, tentando dar ao ofensor a mesma ou até maior punição do que o agravo sofrido. Isso também é diferente da primeira atitude, na qual a reação não é imediata. Muito tempo pode passar antes que a retaliação tenha lugar. 5. Ressentimento: Tendência de reter sentimentos de ira e ódio, lembrandose freqüentemente da afronta sofrida, mantendo comportamentos de animosidade e rancor para com a parte culpada, sem realmente praticar atos diretos de vingança, como na reação vingativa já mencionada. 6. Explicação: Enfrentamento do faltoso na busca de uma explicação, justificativa ou motivo para a ação, a fim de superar a discórdia mediante o diálogo; “esclarecer as coisas”. 7. Perdão: Essa atitude também se centraliza na comunicação, mas busca a compreensão para esclarecer satisfatoriamente as causas da controvérsia; a pessoa cerra as portas a ações hostis, vingança ou rancor. 8.Reconciliação: Superar a discórdia mediante o diálogo e com disposição perdoadora, assim como ocorre nas duas atitudes precedentes, mas com a intenção de reavivar os laços de afeição com o ofensor, a fim de restabelecer o bom relacionamento. Quando analisamos estatisticamente centenas de estudos realizados através de testes para mensurar essas atitudes (Questionário de Atitudes em Situações de Ofensa, ASOQ [Moreno e Pereira, 2000]), com pessoas de diferentes faixas etárias, sexo, situação conjugal, crenças e origens, descobrimos que essas formas específicas de reação correspondiam a três modelos básicos. Três respostas comportamentais gerais Em outras palavras, quando somos vítimas de uma ofensa, respondemos segundo três padrões de comportamento geral, como aconteceu com Ângela, Jonas e Patrícia. O primeiro inclui atitudes de submissão e negação, que podem ser interpretadas como a tendência de internalizar impulsos hostis, reprimindo-os ou negando-os. 5 Esse é o caso de alguém que “engole” ou controla suas emoções, revelando exteriormente uma aparência tranqüila, “fingindo coragem”. A segunda resposta corresponde a comportamentos hostis, vingança e ressentimento. Diferentemente dos comportamentos submissos, essa tendência envolve agressão, buscando a certeza de ferir aqueles que feriram você. Ela inclui “explosões” e perturbações que alimentam a ira até sua descarga. A terceira forma de resposta canaliza as emoções através do diálogo e da negociação. Ela cobre as três últimas atitudes: explicação, perdão e reconciliação. Consiste em buscar superar os conflitos, preservando o bom relacionamento interpessoal e administrando o problema mediante a comunicação, como Patrícia o fez. As descobertas da investigação Investigações científicas múltiplas relatam que tanto a repressão como a negação da agressão (a primeira resposta-padrão), e a violenta exteriorização da emoção hostil (a segunda res- posta-padrão), podem estar associadas a graves desordens físicas e mentais. Por conseguinte, pode-se entender que os comportamentos dialogais, o perdão e a reconciliação estão relacionados à boa saúde. Numa investigação realizada com um grupo de jovens adultos normais (n=126), descobriu-se que aqueles que reclamavam ter mais sintomas psicossomáticos revelavam uma pontuação mais elevada nas escalas de Vingança e Rancor; em contraste, aqueles que deram respostas pró Perdão e Reconciliação, foram negativamente relacionados com sintomas “neuróticos” (Pereyra e Kerbs, 1998). Outra pesquisa realizada por A. Barchi (1999) comparou pacientes que tentaram o suicídio com uma amostra de controle simples. Barchi descobriu que o grupo suicida atingiu alta pontuação em três escalas agressivas. O mesmo resultado foi constatado em pacientes hemodialíticos de falência renal crônica (Pereyra, Bernhardt e Fontana, 1999). A literatura sobre o assunto revela que aqueles que nunca expressam suas emoções, mas as reprimem profunda- Assine Diálogo Você quer ser um pensador e não meramente um refletor do pensamento de outras pessoas? A DIÁLOGO continuará a desafiá-lo a pensar criticamente, como um cristão. Fique em contato com o melhor da ação e do pensamento adventista ao redor do mundo. Entre na DIÁLOGO. Assinatura anual (3 exemplares – via aérea): US $13.00 Números atrasados: US $4.00 cada. Gostaria de assinar DIÁLOGO em ❏ Inglês ❏ Francês ❏ Português ❏ Espanhol Edições Iniciem minha assinatura com a próxima edição. Gostaria de receber estes números anteriores: Vol.______. No ______. Pagamento Estou juntando um cheque internacional ou ordem de pagamento. Meu Mastercard ou VISA é _____________________________ Data de validade: ________________________ Por favor, preencha: Nome Endereço ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ Remeta os dados para: DIALOGUE Subscriptions, Linda Torske 12501 Old Columbia Pike; Silver Spring, MD 20904-6600; EUA. FAX 301 622 9627 E-mail 110173.1405@compuserve.com 6 mente, são mais suscetíveis ao câncer. Semelhantemente, a liberação da ira de modo explosivo, com emoção violenta, também pode causar enfermidades como ataques cardíacos ou outros sintomas cardiovasculares. A “Personalidade Tipo A” é definida na literatura especializada como sendo de indivíduos reativos, enfáticos e que explodem facilmente quando provocados. Entre eles, são freqüentes os ataques cardíacos, derrames cerebrais ou outros tipos de distúrbios cardíacos. Essa informação não prediz necessariamente o que acontecerá com a pessoa; ela apenas mostra a correlação entre tendências no trato com a agressividade e propensões a essas enfermidades. Investigando essa correlação, submetemos o ASOQ a mais de 50 pacientes que padeciam de diferentes tipos de câncer, e 50 pacientes de ambos os sexos que sofriam de diversas doenças cardiovasculares. Os resultados foram compatíveis com o que fora encontrado na literatura. As diferenças foram significativas em três fatores, especialmente nas “Respostas Passivas”, onde as atitudes submissas foram altamente expressivas em pacientes cancerosos. E também, enquanto o primeiro grupo estava freqüentemente em atitude de negação, os pacientes cardíacos eram mais hostis e rancorosos, mesmo em nível mais elevado na área de seu relacionamento com Deus, como se O culpassem por seu sofrimento e enfermidade (Moreno e Pereyra, 2000). Finalmente, outro estudo muito interessante (ibidem) de uma amostragem de 863 pessoas de cinco países pertencentes ao continente americano, e de diferentes confissões religiosas, mostrou que aqueles que tinham crenças e costumes religiosos ativos, em contraste com os que nada professavam, mostraram pontuações diferentes em todos os tipos de atitude diante de ofensas. As diferenças foram mais marcantes na questão das respostas agressivas. Os que não eram religiosos mostraram elevado índice de vingança, rancor e hostilidade, enquanto os DIÁLOGO 16•1 2004 crentes revelaram mais alta disposição para a humildade e sujeição, bem como para os comportamentos que tendiam ao diálogo e à busca de perdão e reconciliação. A perspectiva bíblica A Bíblia sempre nos surpreende com seus conceitos maravilhosos e iluminados. As descobertas feitas na pesquisa que apresentamos dão grande apoio ao que a Palavra de Deus diz sobre relações humanas. No Sermão da Montanha, Jesus censurou severamente o exercício do insulto e da agressão, considerando-o como objeto de juízo e de merecida condenação. Aquele que ofende um “irmão” deve comparecer não apenas diante de um simples magistrado, mas perante Alguém muito maior e cuja sentença é também mais grave: ele “corre o risco de ir para o fogo do inferno” (Mateus 5:22). A agressão consome seu autor, por isso é imperioso resolvê-la rapidamente, procedendo à reconciliação com a vítima. Para enfatizar a urgência e a obrigação de reparar um relacionamento danificado, a Bíblia declara que a pessoa precisa priorizá-lo até mesmo sobre o cumprimento de obrigações religiosas, tal como fazer uma oferta sobre o altar (versos 23 e 24). A lei sugere que se alguém não tiver sucesso na reconciliação, precisa tentar conseguir um acordo com o adversário, evitando assim que o caso vá perante o juiz (versos 26 e 27). Essa fórmula de resolução de conflito é a “reconciliação” ou, se houver intervenção de terceiros, a “mediação”. A despeito de tudo isso, se o agressor não cumprir o seu dever de tomar a iniciativa de resolver a discórdia, ou talvez não estiver cônscio dela, o que pode ser feito? Essa situação também está prevista na Palavra. Em Mateus 18, Jesus levanta a questão mais uma vez, dirigindo-se à vítima: “Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro” (Mateus 18:15). A responsabilidade de resolver DIÁLOGO 16•1 2004 a disputa agora é transferida ao ofendido. Pela leitura dos textos de Mateus 5 e 18, conjuntamente, podemos interpretar que, de início, o agressor tem o dever de resolver o problema, mas se após um prazo razoável ele não agir, então a vítima deve ser quem precisará tomar a iniciativa de obter um acordo. Para que isso aconteça, uma série de passos é recomendada (versos 16 e 17). Nossa pesquisa revela que aqueles que possuem convicções religiosas resolvem suas disputas pessoais mediante diálogo particular, assim como Cristo aconselhou. Apesar disso, um elevado percentual de pessoas prefere esquecer o que aconteceu, colocando as diferenças de lado, prosseguindo avante como se nada houvesse ocorrido e pensando ser essa a melhor solução. Mas, às vezes, o silêncio pode aprofundar a dor e avolumar as paredes de separação. Contrariamente, o diálogo nos ajuda a acalmar as emoções turbulentas, a obter concórdia e salvar da dissolução os relacionamentos. Para alcançar esses objetivos, o diálogo deveria ter lugar sob condições adequadas, quando a ira diminuir e a reconciliação for capaz de superar os mal-entendidos e conservar a amizade. Conservar aberta a rede de relacionamentos amigáveis e satisfatórios com o próximo promove a boa saúde mental. Isso ajuda a manter o senso de bemestar e preserva a alegria de viver. Por essa razão, é bom lembrar a exortação de Paulo: “Façam todo o possível para viver em paz com todos”. (Romanos 12:18). Mario Pereyra (Ph.D pela Universidad de Córdoba) preside o departamento de psicologia clínica na Universidade de Montemorelos, México. O Dr. Mario pode ser contatado através do site www.mariorpereyra.com. REFERÊNCIAS A. Barchi (1999) “Organización familiar, agresividad y esperanza em intentos de suicídio”. Tese, Universidad Adventista del Plata, Libertador San Martín, Argentina. E. Moreno e C. Delfino (1993), “Estudio sobre el significado referencial de la noción de perdón”, Enfoques, 5:12, pp. 54-65. E. Moreno e M. Pereyra (1999), “Aplicaciones clínicas del CASA, Estudio comparativo con pacientes cardiológico, oncológicos, renales crónicos y psiquiátricos con intento suicida”. Documento apresentado durante o XXVII Congresso Interamericano de Psicologia, Caracas, Venezuela. E. Moreno e M. Pereyra (2000), Cuestionario de actitudes frente a situaciones de agravio: Fundamentación teórica, validación y administración. Universidad Adventista del Plata, Argentina. Moreno, E. e Pereyra, M. (2001). “Attitude toward offenders scale; Assessment, validation and research”, em Manuela Martinez, ed., Prevention and Control of Aggression and the Impact on its Victims (Nova Iorque: Kluwer Academic/Plenum Publishers), pp. 377-384. M. Pereyra (1996), Estrategias y técnicas de reconciliación. Psicoteca Editorial, Buenos Aires, Argentina. M. Pereyra, E. Bernhardt e A. Fontana (1999), “Esperanza-desesperanza y manejo de la agresividad en pacientes renales crónicos en hemodiálisis”. Psicología y Salud, 113, pp. 63-71. M. Pereyra (2003), Reconciliación: Cómo reparar los vínculos dañados. Publicaciones Universidad de Montemorelos, Montemorelos, México. Assinatura gratuita para a biblioteca de sua faculdade ou universidade! Você deseja ver a Diálogo disponível na biblioteca de sua faculdade ou universidade, para que seus amigos não-adventistas possam ter acesso à revista? Faça contato com o bibliotecário, mostre-lhe um exemplar da revista e sugira que ele solicite uma assinatura gratuita à Diálogo, redigindo o pedido em documento timbrado da instituição. Nós cuidamos do resto! A carta deve ser enviada para: Dialogue Editor-in-Chief; 12501 Old Columbia Pike; Silver Spring, Maryland 20904; USA. 7 Cuidando de sua saúde Esteban Poni Um estilo de vida saudável altera positivamente tanto o indivíduo quanto a sociedade. Lucy é uma boa aluna. Ela se esforça para ser alguém na vida e ajudar sua família. Ultimamente ela passou a perder algumas refeições e horas de sono. Lucy se sente como que andando numa corda bamba. “Ontem”, diz ela, “dormi durante uma palestra! Imagine só!” Embaraçada, confessa: “Tenho de parar de fazer isso comigo mesma. Isso não é saudável!” Lucy deseja estabelecer alguns hábitos práticos de saúde, a fim de desfrutar realmente a vida universitária. Entretanto, não sabe como começar. “O que posso fazer para ser saudável?” Carlos é uma pessoa bem-educada e com bolsa de estudos em relações internacionais. Ele se preocupa com assuntos de saúde mundiais e sabe que, apesar do declínio das doenças cardíacas em alguns países, o mundo ainda sofre de cardiopatias. Em torno do ano 2020, as doenças cardíacas serão a principal causa de morte, não só nos países desenvolvidos como também nos países em desenvolvimento.1, 2 Os cientistas prevêem que os países em desenvolvimento não serão capazes de ministrar os mesmos tratamentos que os países desenvolvidos. Nos EUA, somente 20% dos casos de hipertensão são controlados adequadamente, e nos países em desenvolvimento esse número oscila entre 5 e 10%.3 Além disso, a falta de sistemas eficientes de atendimento à saúde, mais a restrição de recursos financeiros e a subestimação de um estilo de vida mais saudável, ameaçam milhões de pessoas. Carlos agora se preocupa. “Quem tem suficiente poder e influência para alterar essas projeções? O governo? Somente os governos são responsáveis por manter as pessoas tão saudáveis quanto possível?” As experiências de Lucy e Carlos são exemplos extremos. Um focaliza a saúde individual, e o outro, a saúde coletiva. De fato, Lucy precisa tomar alguma providên8 cia pessoal. Carlos, porém, enfrenta um problema maior: a saúde global. Perspectiva histórica A história da saúde e da medicina no mundo está repleta de tentativas, erros e ignorância. Guerras, fomes e pouco conhecimento médico têm-se generalizado, resultando na diminuição da expectativa de vida. Evidências arqueológicas em restos mortais ósseos do Velho Mundo e da América Pré-Colombiana, bem como os registros históricos, mostram que a expectativa de vida das pessoas mal ultrapassava os 34 anos.6-8 Uma pessoa saudável era definida como alguém “sem doença”, ou alguém que tivesse nascido sem defeito físico nem doença infecciosa. Muitas sociedades necessitavam de pessoas fisicamente robustas para lutar nas guerras ou trabalhar no campo. As próprias pessoas se consideravam vítimas, receptoras de “forças externas” que predeterminavam não somente sua saúde como também suas condições hereditárias e o status social.6 No século 19, durante a Revolução Industrial Americana, quando os primeiros serviços hospitalares militares foram estabelecidos juntamente com os departamentos de saúde urbanos, a expectativa de vida girava em torno de 40 anos, com uma taxa de mortalidade acima de 20 por 1000.7, 9, 11 Por volta de 1900, a taxa de mortalidade havia diminuído para 17,2 por mil, e 75 anos mais tarde era menor que 9 óbitos por 1000 pessoas”. Em 1993, 71% dos residentes nos EUA tinham expectativa de viver pelo menos até 70 anos. Cerca de 80% desse surto de sobrevida ocorreu entre as décadas de 1890 e 1940. Isso se deveu em grande parte a (a) mudanças radicais na disponibilidade de alimentos, na melhor compreensão da nutrição, e (b) às condições sanitárias públicas aprimoradas, incluindo abastecimento de água potável, drenagem, sistema viário mais limpo, legislação urbana, casas arejadas, controle de proliferação de ratos, pasteurização do leite e vacinação profilática. Os EUA desfrutaram muitos anos seguidos a medicina preventiva sistemática, conseguida princi- palmente através das lideranças governamentais e de uma crescente conscientização individual e coletiva, que passou a ver os hábitos “sujos” como “maus”. Por exemplo, cuspir, espirrar e tossir em público passaram não somente a ser malvistos, mas proibidos.6, 11, 12 Porque as preocupações com a saúde passaram a ser generalizadas, a saúde preventiva tornou-se mais focalizada social do que individualmente. Durante as décadas de 1930 e 1940, a descoberta de antibióticos tais como as sulfas, a penicilina e a estreptomicina, abriu novos horizontes para a medicina curativa. Os governos destinaram maiores verbas à medicina curativa e, conseqüentemente, menores recursos à medicina preventiva. Também a tecnologia médica irrompeu nessa expansiva — e mais dispendiosa — era da medicina curativa. Os hospitais tornaram-se centros de medicina curativa e gradualmente o sistema hospitalar obteve a preferência em relação ao sistema preventivo de saúde. Os nosocômios cresceram em número e tamanho para satisfazer as necessidades “de melhor saúde”. Nos EUA, na década de 1950, quando a medicina curativa tornou-se a práticapadrão de saúde, a expectativa de vida aumentou para 65 anos.7 Acreditava-se que esses resultados provinham dos “novos e maravilhosos procedimentos tecnológicos”. A verdade, entretanto, era de uma estagnação real da taxa de sobrevida entre 1950 e 1970. (Ver figura 1.) A crise na medicina americana no início da década de 1990 Tomar medidas contra os arriscados padrões de comportamento em outras doenças foi quase um desastre por causa do foco exagerado na medicina curativa. Na década de 1980, três fatores vitais se uniram para provocar uma crise que ocorreu no início da década de 1990: o aumento das “doenças de causa pessoal”, as despesas com saúde e os protestos de grupos defensores da saúde.6, 7, 13 Relatórios sobre saúde pública indicam que as “doenças de causa pessoal”, como ataques cardíacos, derrames, câncer, acidenDIÁLOGO 16•1 2004 tes automobilísticos, suicídios, violência, diabetes, uso de drogas e poluição ambiental, rapidamente se tornaram as principais causas de morte prematura7. (Ver Tabela 1.) Ficou evidente que as pessoas se expunham a esses males em função de desenvolverem hábitos prejudiciais à saúde desde cedo em suas vidas. Esses hábitos incluíam o uso de fumo e álcool, dietas gordurosas, estresse, comportamento hostil, etc. Os pesquisadores, entretanto, observaram também que outros estilos de vida eram protetores (preventivos) contra a morte prematura (por exemplo, exercícios, dieta de frutas, verduras e bom repouso). Desde a década de 1980, a taxa de mortalidade começou a diminuir, lenta mas consistentemente, pela primeira vez em 30 anos, devido ao crescente número de pessoas engajadas num estilo de vida saudável. Relatórios econômicos confirmam que a medicina preventiva foi responsável por muito da melhora na taxa de sobrevida e no “status” da saúde, e com pouco aumento nos custos, anteriormente à revolução da medicina curativa. Os protestos de grupos defensores da saúde tornaram-se politicamente importantes. As pessoas que defendem um estilo de vida saudável ou que se interessam por uma mudança de estilo de vida, consideram-se no direito de viver, por exemplo, em ambientes sem poluição. E também um crescente número de cidadãos considera que não é justo que pessoas que não cuidam de seu corpo consumam grande parte do orçamento nacional destinado à saúde. O que podemos aprender do confronto entre o comportamento passivo e o ativo Mesmo considerando que a história da saúde e da medicina fornece evidências de que as iniciativas governamentais produzem impacto na sociedade, não se pode ignorar a importância das atitudes individuais com Figura 1 Abordagens para uma melhor saúde e impacto nas taxas de mortalidade nos EUA. Fonte: Department of Health and Human Services, National Center for Health Statistics Índice Anual de Mortalidade por1,000 Grupos de 1.000 pessoas Death Rate per People 24 Age ofda Época Curative Medicina Medicine Curativa Age of Sanitation Época das Reforms Reformas Age of Nutritional Época das Melhorias Improvements Nutricionais Higiênicas 22 Age of Lifestyle Época das Improvements Melhorias no Estilo de Vida Então, o que é saúde? 20 20 18 17.2 16 14 12 9.6 10 9.5 8.8 8 1860 1880 1900 1920 1940 Year Ano DIÁLOGO 16•1 2004 relação à saúde, à doença e à morte, as quais afetam o comportamento e a sociedade. Diversos relatórios antropológicos e de psiquiatria transcultural concordam que os sistemas de saúde preventiva e curativa têm fundamentação cultural, isto é, são influenciados pelo “sistema de crenças compartilhadas, valores, costumes, comportamentos e artefatos que os membros da sociedade usam para enfrentar o seu mundo e uns aos outros, transmitidos de geração a geração por um processo cognitivo”.14, 15 Os indivíduos que são participantes ativos em sua própria saúde examinam criticamente o conceito de saúde e doença, e as causas subjacentes de como seu comportamento é determinado culturalmente. Por exemplo, um indivíduo que tem um estilo de vida saudável, não ingeriria comidas gordurosas comuns em sua cultura.16 Por outro lado, os indivíduos que se percebem como receptores de infortúnios, estão sob maior risco de adotar padrões de comportamento passivos relativamente à sua saúde. Por exemplo, alguns pacientes sob risco de infectar-se com o vírus HIV tendem a dizer: “De qualquer maneira vou morrer mesmo”.17 O que tais atitudes revelam é que colocar toda a responsabilidade pelos cuidados da saúde sobre o governo, o sistema social, o hospital, ou uma agência internacional, é negar nossa própria capacidade de ajudar-nos a nós mesmos. 1950 1960 1970 1980 8.6 2000 A “cultura do estilo de vida preventivo” coloca sobre o indivíduo uma certa responsabilidade por sua vida e saúde. Não mais se considera a saúde como simplesmente a ausência de doenças ou uma vida mais longa. Vitalidade, bem-estar e otimização da saúde têm significados muito semelhantes. Uma das mais bem conhecidas definições de saúde é dada pela Organização Mundial da Saúde: “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”.11 Esta definição descortina uma gama multidimensional e multiinterativa que define o perfil usual de uma pessoa saudável. Além dos aspectos físico, emocional e social, a saúde também abrange as dimen9 busca informações sobre saúde. Administra os fatores de risco relacionados com a doença, mas procura o auxílio de profissionais, se necessário; tenta compreender o sistema de saúde e como utilizá-lo de maneira eficiente; e aprender como administrar os fatores de risco de maneira a minimizar os seus impactos. Espiritualmente, uma pessoa saudável compreende as dimensões espirituais e as utiliza ativamente para maximizar sua serenidade, conforto e esperança. Ambientalmente, uma pessoa saudável tem consciência dos benefícios ou riscos potenciais do ambiente, e atua de maneira adequada para mantê-lo em condições saudáveis. sões interpessoal, intelectual, espiritual e ambiental. O perfil de uma pessoa saudável Fisicamente, uma pessoa saudável evita a ingestão de substâncias prejudiciais (especialmente fumo e álcool); come bem, pratica exercícios físicos regularmente, tenta manter o peso normal; compreende as limitações naturais do corpo e o processo de envelhecimento, e aceita a morte como o término desse decurso. Apesar dessa realidade, a pessoa consegue manter sua saúde otimizada. Emocional, social e interpessoalmente, uma pessoa saudável consegue o equilíbrio entre a auto-estima (a capacidade de se valorizar) e a heteroestima (a capacidade de valorizar outras pessoas); entre o uso e o abuso; e entre a liberdade (a capacidade de escolher ou agir), a segurança (o sentimento de confiança), e o risco (a percepção do perigo). Essa conscientização aplica-se a qualquer aspecto da saúde preventiva, mas é especialmente útil para o comportamento sexual saudável. Intelectualmente, uma pessoa saudável é uma pesquisadora ativa e responsável, que Todos podem ter uma saúde melhor Embora ainda existam pobreza e desigualdade em muitos países, a saúde preventiva e a participação individual são pontoschave para atender às necessidades universais de saúde. Países em desenvolvimento como a Costa Rica, o Sri Lanka, e o Estado de Kerala, na Índia, atingiram baixas taxas de mortalidade pela adoção de uma Estebam Poni (M. D. pela Universidade da Venezuela) é especialista em medicina interna, envolvido em ensino e pesquisa na área da saúde. Reside em Loma Linda, Califórnia, EUA. E-mail: este3808@hotmail.com Tabela 1 Principais causas de morte nos anos 1900 e 2000 (EUA) Início do Século 20 Ano 1900 Pneumonia / Gripe Tuberculose Doenças gastrointestinais Doenças cardíacas Doenças infecciosas e parasitárias Doenças renais Doenças da infância Enfarte Câncer Doenças do fígado % 16.0 11.0 9.0 9.0 8.0 5.0 4.0 4.0 4.0 1.3 Início do Século 21 Ano 2000 Doenças Cardíacas Câncer Enfarte COPD (*) Acidentes Diabetes Pneumonia / Gripe Mal de Alzheimer Doenças dos rins Septicemia Suicídio (*) Doenças Pulmonares Crônicas Obstrutivas Fonte: Organização Pan-Americana de Saúde. Health in the Americas 2 (1988); National Center for Health Statistics, National Vital Statistics Reports 52 (9) 2003 estratégia composta de hospitais menores, participação pública, médicos dedicados, e pessoal do serviço de saúde que chega até as pessoas mais pobres e de menor instrução. Mesmo sem acesso aos serviços de saúde, mães nigerianas muito pobres, mas com certa escolaridade, foram capazes de melhorar a sobrevida de seus filhos, o que as mães analfabetas não conseguiram.17 Nosso estilo de vida exerce um grande impacto sobre a saúde, independentemente da pobreza ou riqueza. Um estilo de vida saudável altera positivamente tanto o indivíduo como a sociedade. A receita seguinte é impressivamente recomendada para o aprimoramento da saúde pessoal: Primeiro, assuma o controle da sua saúde (Identifique o problema). Segundo, estabeleça metas e planos simples. Terceiro, execute suas metas e planos. Quarto, estabeleça novas metas e faça planos para atingi-las. Quinto, evite pessoas, coisas e situações que embaracem seus planos. Sexto, peça auxílio, se necessário. % 29.6 23.0 7.0 5.1 4.1 2.9 2.7 2.1 1.5 1.3 1.3 REFERÊNCIAS 1. T. A. Pearson , “Cardiovascular disease in developing countries: myths, realities, and opportunities,” Cardiovasc Drugs Ther 13 (1999): 95-104. 2. J. W. Levenson, P. J. Skerrett, and J. M. Gaziano, “Reducing the global burden of cardiovascular disease: The role of risk factors,” Preventive Cardiology 5 (2002): 188,189. 3. Y. K. Seedal, “The limits of antihypertensive therapy—lessons from Third World to First,” Cardiovascular Journal of South Africa 12 (2001): 94100. 4. L. J. Dominguez, M. Barbagallo, and J.R. Sowers, “Cardiovascular risk factors in South America and the Caribbean, ” Ethn Dis 9 (1999): 468-478. 5. K. S. Reddy, “Cardiovascular diseases in the develo- Continua na página 34 10 DIÁLOGO 16•1 2004 Jesus Cristo: Mito ou história? Nancy Vyhmeister O Jesus da fé emerge do Jesus histórico, sem o qual a fé seria pouco mais do que um pensamento ilusório. O Jesus da fé é o mesmo que o Jesus da história? Ou Jesus é apenas uma invenção da fé? Se a resposta for sim, deveríamos rejeitar o Jesus histórico como um mito criado pelos cristãos contemporâneos? Nos primeiros séculos da era cristã, enquanto a ressurreição e a autoridade de Jesus eram discutidas, houve pouca dúvida sobre sua historicidade. No início do quinto século, Agostinho escreveu sua Harmonia dos Evangelhos a fim de proteger suos autores contra acusações de “inverdades absolutas”, admitindo ao mesmo tempo que a ordem de eventos e os discursos poderiam ter sido reconstruídos. Porém, o Jesus da fé e o Jesus histórico eram basicamente os mesmos.1 A então chamada “busca” pelo Jesus histórico iniciou-se com Hermann Reimarus (1694-1768), que se propôs encontrar o Jesus que havia existido antes que a igreja O tivesse ocultado no dogma. Reimarus foi tão longe que chegou a acusar os discípulos de inventar histórias miraculosas e fabricar o conto da ressurreição, para evitar seu retorno ao ofício de pescadores.2 Sua obra causou consternação entre os cristãos e curiosidade entre os estudiosos. No século 19, F. J. Baur (1792-1860), usando o criticismo histórico como método, concluiu que “a visão que temos da ressurreição é de menor importância para a história”. O que realmente importa é que os apóstolos creram que isso ocorreu.3 Em 1910, a obra de Albert Schweitzer, A Busca do Jesus Histórico, criticou os trabalhos de estudiosos que haviam transformado Jesus numa “figura desenhada pelo racionalismo, dotada de vida pelo liberalismo e vestida pela teologia moderna com DIÁLOGO 16•1 2004 trajes históricos”. Ao mesmo tempo, ele concluiu que o fundamento histórico do cristianismo não mais existia e que, depois de tudo isso, não era “o Jesus historicamente conhecido, mas o Jesus espiritualmente nascido dentro dos homens” que era fundamentalmente decisivo.4 No século 20, o conhecimento sobre Jesus foi dominado por Rudolf Bultmann (1884-1976). Educado no liberalismo e no ceticismo, Bultmann afirmou que “quase nada podemos saber a respeito da vida e personalidade de Jesus, uma vez que as fontes cristãs primitivas não revelam interesse sobre tais questões, ou seja, são em sua maioria fragmentadas e freqüentemente lendárias”. Os milagres de Cristo foram “lendas”; seus dizeres mais “simbólicos” do que autênticos. A igreja deu sentido à Sua morte; Jesus não.5 Seguindo o pensamento de Bultmann, o “Seminário sobre Jesus”, um grupo de 74 eruditos, a maior parte de universidades americanas, encontrou-se no final da década de 1980 e início de 1990, a fim de preparar uma versão acadêmica dos quatro Evangelhos canônicos e do evangelho apócrifo de Tomé. Eles estudaram 1.500 declarações de Jesus, votando na percepção autêntica de cada um. Seu veredicto foi que “oitenta e dois por cento das palavras atribuídas a Jesus nos evangelhos não foram ditas por ele”. Sobre a questão dos milagres, sua posição era semelhante à de Bultmann: “O Cristo do credo e do dogma... não pode mais controlar a aceitação daqueles que têm visto os céus pelo telescópio de Galileu”.6 O co-fundador do seminário, John Dominic Crossan, afirmou que Jesus “não curou nem poderia curar” enfermidades, e que ninguém pode trazer pessoas da morte para a vida.7 A própria ressurreição de Cristo dizia-se ter envolvimentos com “transes e visões”, ao invés de ser uma representação da realidade. Crossan observou que a história da ressurreição aponta mais para a origem da autoridade cristã do que para a origem da fé cristã.8 Para Marcus Borg, membro do seminário, a narrativa do Jesus histórico se encerra com sua morte numa sexta-feira, em 30 A.D. Entretanto, o Senhor apareceu aos Seus seguidores “em nova forma, começando num domingo de páscoa e a partir de então eles O experimentaram como uma viva realidade”.9 A “busca pelo Jesus histórico” foi até certo ponto baseada no racionalismo, no naturalismo e criticismo. Suas suposições – de que milagres não aconteceram – levaram seus pesquisadores a concluir que muito daquilo que está escrito nos evangelhos é fictício. Aqueles que acreditam na exatidão essencial das Escrituras não podem aceitar os resultados dessa espécie de conhecimento. Eles também ressaltam muitas evidências para a historicidade de Jesus. Referências a Jesus em escritos não-cristãos Fontes judaicas Josefo (37 - 100 a.D.), historiador e general judeu, faz clara menção de Jesus em duas passagens de sua obra Antiguidades Judaicas. A primeira diz respeito à representação das atividades do sumo sacerdote Ananias, ao redor do ano 62 a.D: “Ele [Ananias] reuniu o sinédrio dos juízes e trouxe perante eles o irmão de Jesus, o Cristo, cujo nome era Tiago, e alguns outros. E após haver levantado uma acusação contra os transgressores da lei, ele os entregou para que fossem apedrejados”.10 O ponto de vista não-cristão é sugerido pela afirmação de que Jesus “era chamado” Cristo. Além disso, a forma cristã de considerar Tiago era “irmão do Senhor”. No Livro 18 dessa mesma obra, Antiguidades, Josefo refere-se a Jesus num tratado bem conhecido e debatido, o “Testemonium Flavianum” (O Livro 18 é apenas comprovado em três manuscritos gregos, o mais antigo datando do décimo século). Tudo indica que o texto não foi escrito por um judeu: “Nestes dias houve um homem sábio por nome Jesus, se é permitido chamá-lo homem; pois ele foi fazedor de boas e maravilhosas obras, um mestre de homens que recebiam a verdade com prazer. Ele atraiu a si muitos judeus e gentios. Ele foi (o) Cristo. E quando Pilatos, a conselho dos principais homens entre nós, O condenou à crucifixão, aqueles que O amavam a princípio não O abandonaram; pois Ele apareceu vivo entre eles 11 les saints prophètes l’avaient prédit et qu’il ferait beaucoup d’autres miracles11. » En 1971, une version arabe du « Testimonium Flavianum » fut publiée en Israël. Elle diffère de manière significative de la version grecque : « En ce temps-là il y eut un homme sage appelé Jésus. Sa conduite était bonne et [il] était connu pour être vertueux. Et beaucoup parmi les Juifs et les autres nations devinrent ses disciples. Pilate le condamna à la crucifixion et à la mort. Mais ceux qui étaient devenus ses disciples lui restèrent fidèles. Ils rapportèrent qu’il leur était apparu trois jours après sa crucifixion et qu’il était vivant ; en conséquence il était peut-être le Messie, dont les prophètes avaient raconté les merveilles12. » Les différences entre les deux déclarations suggèrent que la version grecque comporte des ajouts chrétiens. Cependant, il y a peu de doute que Flavius Josèphe a mentionné la crucifixion de Jésus. Le Talmud juif, produit dans ses formes babyloniennes et palestiniennes au cours du Ve siècle, contient une grande quantité de traditions orales transmises d’un rabbin à l’autre. Quoique Jésus soit mentionné dans plusieurs passages en des termes péjoratifs, on y trouve une déclaration intéressante : « La veille de la Pâque Yeshoua fut pendu. Car quarante jours avant que l’exécution n’ait lieu, un héraut sortit et cria, “Il va être lapidé parce qu’il a pratiqué la sorcellerie et incité Israël à l’apostasie. Toute personne qui peut intervenir en sa faveur, qu’elle s’avance et qu’elle plaide pour lui.” Mais puisque rien n’a été porté en sa faveur il fut pendu la veille de la Pâque13. » Alors que le passage est d’accord sur le fait que Jésus a été exécuté la veille de la Pâque, la mention des quarante jours est étrangère à l’histoire de l’Évangile. Curieusement, Jésus devait être lapidé pour avoir incité « Israël à l’apostasie » suivant la coutume juive. Cependant il fut « pendu », certainement selon l’ordre des Romains. En tout cas, Yeshoua a été un personnage historique qui a eu un impact marginal sur l’histoire juive. Sources païennes La plus ancienne mention de Jésus dans 12 les sources païennes apparaît dans une lettre écrite par Mara bar Sarapion, un stoïcien syrien, depuis une prison romaine pour encourager son fils à rechercher la sagesse. Il mentionne Socrate, Pythagore et le « roi sage » tué par les Juifs. Aucun de ces hommes n’est réellement mort puisqu’il a laissé un héritage de sagesse. Le roi sage continue à vivre, « à cause de la nouvelle loi qu’il a donnée14 ». Bien que le nom ne soit pas donné, il y a peu de doute que Mara se réfère à Jésus. Quand Pline devint gouverneur de Bithynie et du Pont au début du IIe siècle, il écrivit à Rome pour demander des conseils. Un des points était la façon de s’y prendre avec les chrétiens. Sa lettre mentionne Christus deux fois. Il accordait à toute personne accusée d’être chrétienne de réfuter ces charges en offrant de l’encens aux dieux et à l’empereur et en blasphémant Christus. Il décrivit aussi le culte chrétien comme ayant lieu avant l’aube et comprenant la récitation « chacun son tour [d’]une formule adressée à Christus en tant que dieu ». Bien que cette lettre, écrite vers 112, nous en apprenne peu sur les croyances et sur les pratiques chrétiennes, elle corrobore l’existence des chrétiens dont la foi était en Christ. L’historien romain Tacite (vers 55-vers 117) écrivit trente livres sur des événements survenus entre 14 et 96. Malheureusement, ceux couvrant la période allant de 29 à 32 sont parmi ceux qui manquent. Cependant le récit du grand incendie de Rome en 64, dont Néron rendit les chrétiens responsables, contient des références aux chrétiens et au Christ : « Aussi pour étouffer ce bruit, Néron accusa et frappa des peines les plus raffinées des gens détestés à cause de leurs mœurs criminelles, que la foule appelait chrétiens. Celui qui est à l’origine de ce nom est Christ, qui, sous le règne de Tibère, avait été condamné à mort par le procurateur Ponce Pilate15. » Tacite poursuit en traitant le christianisme de « superstition nuisible », qui avait surgi en Judée et ensuite à Rome. Le ton employé exclut toute possibilité d’ajout chrétien. Tacite considérait Jésus comme un personnage historique. Lucien de Samosate, auteur satirique du IIe siècle, ridiculise les chrétiens et leur fondateur : « Les chrétiens, vous savez, adorent un homme encore aujourd’hui — le distingué personnage qui introduisit leurs nouveaux rites et fut crucifié à cause de cela. » De plus, ils « adorent le sage crucifié et vivent selon ses lois16 ». Ce bref aperçu montre que les auteurs non chrétiens des premiers siècles, juifs et païens, font de Jésus un personnage historique. Ils ne croyaient pas en lui, mais ils acceptaient qu’il ait vécu et initié un mouvement religieux. La fiabilité des sources bibliques Tout en admettant ma position de croyant, je trouve des raisons de considérer les sources bibliques comme des témoins fiables de l’historicité de Jésus. Le Nouveau Testament est proche des événements rapportés On s’accorde généralement sur le fait que l’ensemble du Nouveau Testament a été écrit avant la fin du Ier siècle. Les traditions les plus anciennes font de Matthieu, Marc, Luc et Jean les auteurs des évangiles. Matthieu et Jean ont été disciples de Jésus. Marc et Luc le furent au second degré. Papias de Hiérapolis (début du IIe siècle) a écrit que Marc était l’« interprète de Pierre », qui a consigné par écrit l’histoire de Jésus selon Pierre, pas nécessairement dans l’ordre où les événements eurent lieu, mais avec la plus grande exactitude possible17. Vers 185, Irénée a écrit que Luc, l’apôtre compagnon de Paul, était l’auteur d’un évangile qui a fourni des détails sur l’histoire de Jésus non donnés dans les trois autres évangiles18. De plus, les épîtres tiennent pour évidentes la vie, la mort et la résurrection de Jésus. Paul fait même appel à des témoins des événements de la vie de Jésus (1 Corinthiens 15.5-8). La référence aux dates et aux dirigeants dans l’évangile de Luc, bien que non exempte de difficultés d’interprétation, fournit des indices que l’auteur était proche des événements. L’utilisation par Luc (3.1-3) d’un style gréco-romain signale clairement son intention de montrer l’historicité de son évangile. DIALOGUE 16•1 2004 Les auteurs chrétiens ont écrit sur Jésus peu après les événements. En comparaison, la biographie d’Alexandre le Grand, considérée comme digne de confiance par les historiens, a été écrite par Plutarque plus quatre siècles après la mort de l’empereur. Indices venant des manuscrits Le papyrus John Rylands (P52), trouvé en Égypte, contient un fragment de Jean 18. Il date du début du IIe siècle, confirmant donc que la composition de l’évangile remonte à la fin du Ier siècle. Le papyrus Bodmer II (P66), datant du IIe siècle, conserve de grandes portions de l’évangile de Jean sous forme de livre. D’autres papyrus de la fin du IIe et du début du IIIe siècle montrent aussi que les évangiles existaient, tels que nous les connaissons aujourd’hui, à une date antérieure19. Après la découverte des papyrus de Chester Beatty, Sir Frederic Kenyon a pu écrire en 1930 : « Le résultat net de cette découverte […] est en fait de réduire tellement le fossé entre les plus anciens manuscrits et les dates traditionnelles des livres du Nouveau Testament qu’il devient négligeable dans toute discussion sur leur authenticité. Aucun autre livre ancien n’a de témoignage comparable, aussi ancien et abondant, de son texte et aucun spécialiste impartial ne nierait que le texte qui nous est parvenu est réellement solide20. » Aucun autre écrit ancien n’a de manuscrits aussi proches de sa date de rédaction. Par exemple, le manuscrit le plus vieux, et le seul existant, des six premiers livres des Annales de Tacite, écrits au début du IIe siècle, date à peu près de l’an 1100. Le plus vieux manuscrit de l’Iliade d’Homère est d’environ 400 ans postérieur à la rédaction de l’épopée. Le plus ancien manuscrit existant de La Guerre des Gaules de Jules César a été copié vers 900, quelque mille ans après sa rédaction. Archéologie Bien que les découvertes archéologiques, à l’exception peut-être de l’ossuaire de Jacques connu depuis fin 200221, ne se réfèrent pas spécifiquement à Jésus, elles DIALOGUE 16•1 2004 corroborent les récits des évangiles. Des constructions, comme la synagogue de Capernaüm22 et la piscine de Béthesda à Jérusalem23, ont été mises au jour et identifiées. Des pièces de monnaie mentionnées dans les évangiles ont été trouvées et étudiées. Les ossements de Yehohanan, trouvés dans un ossuaire de Jérusalem, montrent les effets de la crucifixion ; un clou de vingt centimètres transperce toujours les os de la cheville24. L’archéologie a montré que Ponce Pilate était le procurateur romain à Jérusalem du temps de Jésus. De plus, des pièces de monnaie datées de 29 à 31 portent son nom avec des symboles religieux romains, corroborant sa malveillance envers les Juifs25. Les effets de l’Évangile La date de naissance de Jésus est incertaine ; elle a cependant divisé l’histoire en années avant et après J.-C. Si la vie de Jésus n’avait pas eu de base historique, cela ne se serait pas produit. Les disciples de Jésus ont été transformés : Pierre, un traître lâche, est devenu un fervent apôtre ; Jean le bien-aimé écrivit avec certitude : « Celui qui l’a vu en a témoigné, et son témoignage est vrai » (Jean 19.35, NBS). Pendant des siècles, des martyrs se sont laissé tuer pour leurs convictions. L’Église, malgré ses erreurs, a fondé sa proclamation et son service sur la réalité historique de Jésus. Le Jésus de la foi émerge du Jésus historique, sans lequel la foi ne serait guère plus qu’un vœu pieux. RÉFÉRENCES 1. Saint Augustin, Accord des Évangélistes, 1.7.10, in Œuvre complète de saint Augustin (Guérin, 1967), t. 5, p. 118. 2. Hermann Reimarus, On the Goal of Jesus and His Disciples (Leiden: Brill, 1970), p. 41. 3. F. C. Baur, The Church History of the First Three Centuries (Londres : Williams and Norgate, 1878), vol. 1, p. 42, 43. 4. Voir Albert Schweitzer, The Quest of the Historical Jesus (New York : Macmillan, 1959), p. 398, 401. 5. Rudolf Bultmann, Jesus and the Word (New York : Scribners, 1958), p. 8, 107, 108. 6. Robert W. Funk, Roy W. Hoover, et le Jesus Seminar, The Five Gospels: The Search for the Authentic Words of Jesus (New York : Macmillan, 1993), p. 5. 7. John Dominic Crossan, Jesus : A Revolutionary Biography (San Francisco : Harper San Francisco, 1994), p. 82, 95. 8. Ibid., p. 190. 9. Marcus J. Borg, Jesus : A New Vision : Spirit, Culture, and the Life of Discipleship (San Francisco : Harper Collins, 1987), pp. 184, 185. 10. Flavius Josèphe, Histoire ancienne des Juifs, 20.8 (Lidis, 1968-1973), p. 627. 11. Flavius Josèphe, Histoire ancienne des Juifs, 18.4 (Lidis, 1968-1973), p. 561. 12. Shlomo Pines, An Arabic Version of the Testimonium Flavianum and Its Implications (Jerusalem : Israel Academy of Sciences and Humanities, 1971) ; texte tiré de James Charlesworth, Jesus within Judaism : New Light from Exciting Archaeological Discoveries (New York : Doubleday, 1988), p. 95. 13. The Babylonian Talmud (Londres : Soncino, 1935), 27:281. 14. John P. Meier, A Marginal Jew (New York : Doubleday, 1991), 1:76-78. 15. Tacite, Annales, 15.44.2-3, in Œuvres complètes (Gallimard, 1990), p. 775. 16. Lucien, The Death of Peregrine 11-13. 17. Cité par Eusèbe de Césarée, Histoire ecclésiastique, 3.39.15 (Cerf, 1952), p. 156. 18. Irénée de Lyon, Contre les hérésies, 3.14.3 (Cerf, 1952), p. 265. 19. Kurt Aland et Barbara Aland, The Text of the New Testament (Grand Rapids : Eerdmans, 1989), p. 83102. 20. Frederic Kenyon, The Bible and Modern Scholarship (Londres : John Murray, 1948), p. 20. 21. On peut lire sur l’ossuaire : « Jacques, fils de Joseph, frère de Jésus ». Voir Biblical Archaeology Review 28 (Novembre-Décembre 2002) : 24-37; and 29 (Janvier-Février 2003): 20-25. 22. James E. Strange et Hershel Shanks, “Synagogue Where Jesus Preached Found at Capernaum,” Biblical Archaeology Review 9 (Novembre-Dicembre 1983) : 24-31. 23. Gonzalo Báez-Camargo, Archaeological Commentary on the Bible (New York : Doubleday, 1984), p. 218. 24. New International Dictionary of Biblical Archaeology, s.v. « Crucifixion ». 25. D. H. Wheaton, « Pilate », The Illustrated Bible Dictionary (Wheaton, IL : Tyndale, 1980), p. 187, 188. Nancy Vyhmeister (doctorat de l’université Andrews), retraitée, était professeur de missiologie au séminaire adventiste de théologie de Berrien Springs, au Michigan. Elle est l’auteur de nombreux articles spécialisés. Une version plus ancienne de cet essai a été publiée dans The Essential Jesus, édité par Bryan Ball et William Johnsson (Pacific Press, 2002). 13 PERFIL Steliana Sandu Diálogo com uma pesquisadora adventista da Romênia Nascida em Ploiesti, Romênia, Steliana Sandu graduou-se na Bucharest Academy of Economic Studies, obtendo seu bacharelado em 1968, e o Ph.D. em economia em 1986. Desde então, ela tem trabalhado no Instituto de Pesquisa Econômica, que está ligado à Academia Romena de Ciências. Steliana ensinou economia, estatística e história da economia em várias universidades romenas. Após 1990, especializou-se em pesquisa econômica científica, transferência de tecnologia e inovação, e se tornou uma reconhecida autoridade nesse campo, tanto em sua pátria como no exterior. Durante o biênio 1993-1994, ela atuou como coordenadora local do projeto do Banco Mundial na Romênia, sobre educação superior e reforma na pesquisa científica. Em 1994, Steliana participou do seminário internacional sobre “Política da Ciência e Tecnologia”, organizado pelo Conselho Britânico. Entre 1995 e 1996, ela recebeu uma bolsa de pesquisa para trabalhar na Universidade de Amsterdã, em transferência de tecnologia e inovação, em colaboração com o Research and Technology Ministry, na área de política da ciência. A Dra. Steliana assistiu a muitas conferências científicas internacionais e foi coordenadora de importantes projetos científicos internacionais, atuando como autora e co-autora de muitos documentos 14 e livros editados por prestigiosas editoras romenas e internacionais. Ela também dá cursos na Faculdade Adventista próxima a Bucarest. A Dra. Steliana, que se uniu à Igreja Adventista do Sétimo Dia há nove anos, está entusiasmada com os princípios da Igreja e anseia partilhá-los com seus amigos. Seu envolvimento na pesquisa científica não a impede de partilhar a fé com colegas e amigos. Ela fica feliz em poder ser acessível e útil àqueles que precisam de aconselhamento e incentivo, ou ser apenas amiga de alguém. Os jovens freqüentemente encontram nela uma “mãe” simpática, e Steliana sente imensa alegria em vê-los atingir seus objetivos. ■ Dra. Steliana, a senhora cresceu no seio de uma família com muitas oportunidades educacionais? Não, minha família era muito pobre. Tínhamos apenas poucas roupas, pouco alimento, nenhum brinquedo e nem mesmo camas. Quatro de nós dormíamos juntos em uma só cama. Minha mãe era analfabeta. Ela se submeteu à alfabetização compulsória sob o regime comunista. Possuía uma vontade indomável. ■ Como a senhora fez a opção pela carreira de pesquisadora? Quando terminei o ensino médio queria trabalhar, mas minha mãe implorou, literalmente de joelhos, que eu fosse para a faculdade. Após a formatura, tivemos de escolher nosso lugar de trabalho a partir das listas de distribuição do governo. Lembro-me de correr a lista com o dedo, até deter-me surpresa ao ler: “Academia Romena de Ciências”. O representante da academia tinha outras idéias: “Não aceitamos mulheres!” Isso foi suficiente para me tornar mais determinada a trabalhar ali. ■ Como o comunismo produziu impacto em seus estudos e trabalho? Pois bem, em 1968, quando me formei, o comunismo parecia ser uma condição muito conveniente; os bens podiam ser facilmente adquiridos, ninguém precisaria procurar emprego. A devastação da economia do país ainda não havia começado. Nós apenas víamos o lado brilhante das coisas. Mais tarde, contudo, o contraste entre a situação real e a propaganda comunista tornou-se tão patente que foi difícil continuar ensinando meus alunos, que ficavam contrariados com a realidade. Quando relembrava, todavia, o trabalho feito durante aqueles anos no instituto, não me envergonhava. Eu me especializara em economia comparativa e assim fui capaz de dizer muitas coisas indiretamente, apenas descrevendo a situação em nosso país em cotejo com o existente em outras nações. A situação tornou-se mais difícil ainda quando nosso instituto ficou sob o controle direto do Supremo Conselho do Partido para o Desenvolvimento SócioEconômico. Devíamos iniciar nossos relatórios declarando a posição do camarada Nicolae Ceausescu sobre o assunto, mas daí o restante da classe teria chocado o camarada, houvesse ele ouvido o que tinham a dizer. ■ Sua mãe, embora uma pessoa profundamente religiosa, não era adventista. Como vocês se uniram à Igreja? Meus pais eram religiosos dedicados. De fato, estavam envolvidos em atividades missionárias da ala evangélica da Igreja Ortodoxa Romena (embora, mais tarde, meu pai se tenha tornado um militante comunista e ateu). Minha mãe permaneceu muito religiosa e, quando criança, lembro-me de sua fé e orações em prol da DIÁLOGO 16•1 2004 recuperação da minha saúde, quando os médicos me haviam desenganado. Em minha juventude, achei que o mundo era tão atraente que deixei a Deus de lado. Mas naquele tempo, quando havia alcançado sucesso profissional e financeiro, quando parecia que o mundo tinha mais a me oferecer do que antes, e Deus nada, minha saúde decaiu. Eu tinha certeza de que iria morrer. Um pensamento tomou conta de minha mente: Você vai se encontrar com Deus. O que fez com a sua vida? Pela primeira vez entendi que havia pecado em minha vida. Pedi para ser perdoada. De início, Deus me enviou uma mensagem de saúde, de que eu estava necessitando; então, encontrei um grupo de uma casa de pintores adventistas, que tiveram a coragem de me convidar para visitar sua igreja. A primeira vez que fui até lá, estava curiosa para ver a igreja-tenda da qual me haviam falado (os membros de uma igreja de Bucarest se reuniram por dez anos numa grande tenda, até que essa foi destruída pelas autoridades em 1987). ■ Qual foi a reação de seus colegas quando a senhora se tornou adventista? Eles ficaram chocados. Estavam certos de que isso não passava de uma breve excitação. Mas quando entenderam que minha decisão era séria, começaram a me evitar; pareciam estar atemorizados. Em meu zelo imaturo, eu condenava tudo o que eles faziam como pecado. Após algum tempo, parei de desempenhar o papel de santa e comecei a visitá-los, preocupando-me com eles. ■ Como a senhora partilha sua fé com os outros? Eu simplesmente conto histórias da obra de Deus em minha vida. Não dou qualquer conselho. E meu testemunho é fortalecido pelo fato de que nos últimos nove anos, tenho progredido em minha carreira muito mais do que antes, de modo que posso lidar com um incrível volume de trabalho. ■ Como a senhora equilibra suas atividades e vida devocional? Elas se completam. Descubro muitos DIÁLOGO 16•1 2004 vínculos entre elas. De fato, o prêmio Nobel de Economia, Paul Samuelson, considera a Bíblia como uma das principais fontes de teoria econômica. Os princípios revelados na Bíblia permanecem verdadeiros hoje, tanto quanto o eram quando Deus primeiramente os proclamou. Tendo me unido à Igreja um pouco tarde na vida, estou faminta por ler tanto quanto puder da excelente literatura religiosa disponível. Algumas vezes eu quase tenho vontade de sair correndo do trabalho para poder dedicar todo o meu tempo ao estudo, mas sei que esse não é o plano de Deus. ■ Como a senhora considera a situação da Igreja Adventista da Romênia hoje? A Igreja Adventista na Romênia é uma das maiores da Europa e estou muito feliz de ver suas iniciativas, enquanto confirma ousadamente seu papel na sociedade. Fico surpresa pela maneira como Deus tem acrescentado e abençoado os talentos daqueles que os têm empregado para Sua glória. Estou especialmente feliz pela presença da Igreja em uma das melhores emissoras de TV do país. Quatro noites por semana, muitas das mais conhecidas personalidades da vida pública são convidadas do programa chamado “No Centro da Atenção”. Fui uma delas e essa se constituiu numa boa oportunidade de convidar meus colegas para assistirem ao programa. Eles me perguntaram onde o apresentador do programa obteve sua excelente educação, e quando eu lhes disse que ele era um pastor formado pela nossa Faculdade Adventista, vi que suas idéias sobre a qualidade da educação adventista mudaram. ■ Tendo em vista sua atarefa agenda, como a senhora tem sido capaz de se envolver com as instituições da Igreja? Atualmente estou dando muitas aulas sobre Programa da Obra Social oferecido pela Faculdade Adventista sediada próxima a Bucareste; economia para estudantes do primeiro ano e demografia para os do segundo. Posso orar com os estudantes, discutir questões importantes com eles e animá-los a estarem mais envolvidos na missão da Igreja. ■ A senhora também foi professora numa instituição pública. Como conseguiu partilhar sua fé com os alunos? Certa vez contei aos meus alunos a história do filho pródigo. Essa é uma história com a qual podem identificar-se. Eles têm o mesmo desejo por uma “terra distante”. Quando lhes disse como o pai recebeu seu filho fugitivo, muitos deles choraram. Eles anseiam pelo amor de seus pais, mas a maioria apenas recebe dinheiro e mais dinheiro. Descrevi para eles o amor de Jesus. Eles se reuniam em minha casa buscando conselho e ajuda. ■ Se um jovem adventista se sentisse atraído a uma carreira de pesquisador tal como a sua, a senhora acha que sua religião lhe impediria o progresso de algum modo? Na realidade, seria mais fácil conseguir isso se você estiver na Igreja do que no mundo. Eu dissipei em festas e bailes o tempo que uma jovem dedicada deveria consagrar ao estudo. Aconselho os jovens a que escolham uma carreira na área de pesquisa. Ela oferece estabilidade, envolvimento em muitos projetos interessantes e muitas oportunidades de viagem. Também exige dedicação a longo prazo. Leva uns vinte anos de trabalho duro para se tornar um pesquisador especializado! Entrevista concedida a Sara Bocaneanu Sara Bocaneanu estuda educação e administração em Bucareste e trabalha no Departamento de Jovens da União Romena. Seu endereço postal: Str. Erou Iancu Nicolae 38, O.P.30, Bucareste — 077190, Romênia. Endereço eletrônico; sarabocaneanu@adventist.ro. 15 PERFIL Richard Hart Diálogo com um administrador de saúde dedicado ao serviço internacional Levantando-se às cinco horas da manhã, Richard Hart vai diretamente para o trabalho. A agricultura tem sido parte de sua vida. Cuidar de suas lhamas, árvores frutíferas e árvores de Natal, e estar fora, exposto ao ar montanhês de seu sítio de quase 30.000m2, são todas atividades que ele anseia realizar cada dia. Às sete horas da manhã, o Dr. Hart se dirige para seu trabalho profissional como reitor e diretor executivo da Loma Linda University (LLU). Ele faz parte da família de Loma Linda desde 1973, tendo já atuado em várias áreas, incluindo cargos como presidente do departamento de ciências da saúde, diretor do Centro de Promoção da Saúde, diretor da Escola de Medicina, departamento de medicina preventiva e deão da Escola de Saúde Pública. Nascido na própria cidade de Loma Linda, ele recebeu sua educação fundamental em Washington, freqüentando o Walla Walla College. Lá se tornou o primeiro estudante missionário (EM) da Igreja Adventista do Sétimo Dia a servir fora da América do Norte. Em 1966, antes de seu primeiro ano na escola de medicina, casouse com Judy Osborne. Os Harts têm três filhas: Chandra, Briana e Kari. Em 1970, ele obteve duas graduações na Loma Linda University: um M.D. na Escola de Medicina e um M.P.H. (Master of Public Health—“Mestre em Saúde Pública”) na Escola de Saúde Pública. 16 De 1972 a 1976, o Dr. Hart serviu na Tanzânia. Como membro do corpo interno da Escola de Higiene e Saúde Pública Johns Hopkins, ele desenvolveu o departamento de saúde comunitária em Moshi. Durante esse tempo escreveu em parceria o livro Child Health (A Saúde da Criança), uma obra para profissionais de saúde de nível médio na África. Em 1974, a USAID fechou um contrato com a Loma Linda University para levá-lo a Dar-es-Salaam, onde o Dr. Hart ajudou a desenvolver um programa de saúde maternal e infantil para o Ministério da Saúde da Tanzânia. Em 1977, ele obteve sua graduação doutoral em saúde pública na Johns Hopkins University e tornou-se dirigente credenciado em medicina preventiva. A visão do Dr. Hart estende-se claramente aos lugares mais afastados do planeta. Seu envolvimento inicial na obra missionária estudantil foi a chave para o desenvolvimento do programa de missões estudantis na Loma Linda University e no Sistema de Saúde da Ação Social Comunitária, um sistema de saúde regional de baixo custo para pessoas impossibilitadas de pagar por serviços médicos. Ele também é presidente do Adventist Health International (AHI), uma nova organização criada para ajudar a gerenciar os sistemas de saúde dos países em desenvolvimento. ■ Dr. Hart, como o senhor se interessou por medicina e, em particular, por saúde pública? Enquanto estava crescendo, eu não tinha qualquer compreensão do que era saúde pública. Meu pai era médico de cidade interiorana e assim me familiarizei com a medicina. Quando ouvi sobre saúde pública no contexto internacional, isso me fez sentido. O conceito integral de prevenção associado à saúde global chegou-me ao conhecimento e despertou-me o interesse. Minha iniciação em saúde internacional aconteceu no segundo ano da faculdade, quando eu era um estudante missionário. ■ Então seu interesse inicial pela obra internacional foi despertado com o trabalho missionário estudantil? Estou certo que sim. Eu gastava meus verões no Peru e trabalhava nas lanchas médico-missionárias das cabeceiras do Amazonas. Fiquei fascinado pelas questões interculturais e os desafios de saúde; daí em diante, com certeza, solidifiquei meu interesse no trabalho nos países em desenvolvimento. Eu gostava de estar em meio àquele nível social e ajudar as pessoas a melhorarem sua saúde. ■ O senhor recomendaria a obra missionária estudantil aos alunos adventistas? Sim! A vivência intercultural em nível superior proporciona às pessoas o que eu chamo de “momentos educáveis”. Os estudantes tentam descobrir o que realmente são e se gostam de trabalhar nesses tipos de ambiente. Com freqüência, a experiência do estudante missionário deixará claro em sua mente se isso é ou não feito para ele, ou o convencerá definitivamente que é o que deseja fazer. ■ O senhor acha que as missões estudantis realmente produzem impacto na obra missionária adventista internacional? Um dos desafios que, entendo eu, enfrentamos como adventistas, é pendermos para o que chamo de “cristianismo turístico”, ou a tendência de achar que breves excursões podem fazer uma significativa diferença em outras culturas. Não há dúvida de que essas turnês podem ser úteis, mas eu gostaria de arguDIÁLOGO 16•1 2004 INTERCÂMBIO Amplie sua rede de amizades Estudantes universitários e profissionais adventistas leitores de Diálogo, interessados em trocar corresponência com colegas em outras partes do mundo. Ana Laura Ahumada: 20; solteira, cursando Inglês na Universidade de Catamarca; interesses: corresponderse com leitores que amam a Deus, música, canto e camping; correspondência em espanhol ou inglês. Email: yankilaura@hotmail.com. ARGENTINA. Maria A. Amado: 42; viúva; formada em teatro, produtora de um programa de televisão; interesses: alimentação natural e troca de idéias sobre saúde; correspondência em português ou inglês. Endereço: Afonso Pena, 3218 A; Governador Valadares, MG; 3275-4183; BRASIL. Email: katiuscia@aml.org.br. Stanley A. Arawi: 24; solteiro; cursando gerenciamento de terras; interesses: ler histórias bíblicas, viajar e ouvir música gospel; correspondência em inglês. Endereço: Department of Lands & Surveying; University of Technology; Private Mail Bag; Lae, Morobe Province; PAPUA-NOVA GUINÉ. Email: a2400784@std.unitech.ac.pg. Eurlene Alves Carvalho Barreto: 43; divorciada; professora e conselheira, cursando mestrado em psicologia na Universidade do Estado do Pará; interesses: fazer novos amigos e conhecer culturas estrangeiras; correspondência em português, inglês, ou espanhol. Endereço: Av. São Paulo No. 513; Bairro Jardim Belo Horizonte; 68503-690, Marabá, Paraná; BRASIL. Emmanuel Bhidhi: 21; solteiro; cursando engenharia automotiva na Universidade de Tecnologia de Chinhoyi; interesses: fazer novos amigos, canto e estudo da Bíblia; correspondência em inglês. Email: ebhidhi@yahoo.com.uk. ZIMBÁBUE. KiaJen Sy Bobo: 36; divorciada; mestrado em administração educacional; interesses: escalar montanhas, natação, kickboxing e canto; correspondência em DIÁLOGO 16•1 2004 inglês. Email: kiokujeba@yahoo.com ou kiajenu@hotmail.com. FILIPINAS. Wiliam Braun: 20; solteiro; cursando teologia na Faculdade Adventista da Bahia; interesses: tocar piano, música e desenho; correspondência em português ou espanhol. Email: braunwiliam@hotmail.com. BRASIL. Lusato Bwire: 23; solteiro; cursando contabilidade pública; interesses: música cristã; correspondência em inglês. Endereço: a/c John Maiga; P.O. Box 70039; Dar es Salaam; TANZÂNIA. Email: lusatob@yahoo.com. José Ariel Caballero de León: 31; solteiro; advogado, formado pela Universidade do Panamá; interesses: fazer novos amigos, música e assuntos bíblicos polêmicos; correspondência em espanhol. Endereço: Entrega General; Correo El Dorada, Panamá; PANAMÁ. Email: josec973@hotmail.com ou josec973@yahoo.com. Arsenio P. Cacayan: 21; solteiro; cursando engenharia; interesses: ler e fazer novos amigos; correspondência em inglês ou tagalog. Endereço: Men’s Dormitory 8 & 9; Central Luzon State Universidade; Science City de Muñoz, Nueva Ecija; 3120 FILIPINAS. Email: caca_22182@yahoo.com. Yolanda Cazón Nina: 22; solteira; cursando computação; interesses: fazer novos amigos, explorar a natureza, voleibol e música; correspondência em espanhol ou inglês. BOLÍVIA. Email: yoshi2327@hotmail.com ou yoshi232@latinmail.com Robert Chingapa: 22; solteiro; cursando engenharia elétrica no Colégio Politécnico; interesses: fazer novos amigos, viajar e música gospel a capela; correspondência em inglês. Email: robertchingapa@yahoo.co.uk. MALAVI. Fanny Cobaleda Ortiz: 50; solteira; secretária; interesses: testemunhar e música cristã. Endereço: Cra. 7 # 18-16, Barrio Balmoral; Fusagasuga, Cundinamarca; COLÔMBIA. Areli Cortazar F.: 21; solteira; cursando idiomas modernos na Universidade Juárez Autónoma de Tabasco; interesses: fazer novos amigos, culturas estrangeiras, canto e atividades da igreja; correspondência em espanhol, português, inglês, francês, ou checo. Endereço: Antonio Suárez No. 24, Col. Centro; 86690 Cunduacán, Tabasco; MÉXICO. Email: coraly2@hotmail.com ou a.cortazar@caramail.com. Dinely Cruz: 29; solteira; cursando marketing na Universidade Autônoma de Santo Domingo; interesses: fazer novos amigos, culturas estrangeiras, e viajar; correspondência em espanhol ou italiano. Endereço: OFASA 3#19-b; Camita, San Cristóbal; REPÚBLICA DOMINICANA. Email: ylenidzurc@hotmail.com. Rey Roque Díaz: 46; viúvo; professor de psicologia; interesses: trocar correspondência sobre assuntos sociais e culturais e fazer novos amigos; correspondência em espanhol. Endereço: Apartado 648; Santa Clara, Villa Clara; 50100 CUBA. Manoel Veloso dos Santos: 24; solteiro; cursando enfermagem na Universidade Adventista de São Paulo; interesses: fazer novos amigos, camping e boa música; correspondência em português. Endereço: Estrada de Itapecerica 5859; 05858-001 Jardim IAE, SP; BRASIL. Email: manoelveloso@yahoo. com.br. Marlon Antonio Enamorado R.: 28; solteiro; cursando educação artística com ênfase em música; interesses: música, canto, e profecias bíblicas; correspondência em espanhol. Endereço: Diagonal 9 No. 7-37, Barrio La Granja; Montería, Córdoba; COLÔMBIA. Email: marlonmer@latinmail.com. Jorge Fernández: 34; solteiro; cursando enfermagem; interesses: colecionar Bíblias em diferentes idiomas, estudar outros idiomas e profecias bíblicas; correspondência em espanhol ou português. Endereço: Calle Miguel de Azcuénaga 120; 5584 Palmira, Prov. de Mendoza; ARGENTINA. Email: jorgefernandez01@hotmail.com ou Jorge_fer2003@yahoo.com.ar. Karen Ferreira: 30; solteira; formada Inserção A em educação, atualmente estudando na Suíça; interesses: viajar, aprender outros idiomas e conhecer culturas estrangeiras; correspondência em português, inglês, espanhol, ou francês. Endereço: Place du 1er. Aout, 1; GrandLancy, 1212 Geneve; SUÍÇA. Email: karfrei@hotmail.com. Lesly García Baños: 29; solteira; formada em línguas e literatura espanhola pela Universidade de Cartagena; interesses: ler, colecionar postais, e pesquisar assuntos polêmicos; correspondência em espanhol ou inglês. COLÔMBIA. Email: leslydemalk@hotmail.com. Tariku Gebre: 20; solteiro; cursando Inglês na Umiversidade de Aiemaya; interesses: atletismo, camping, e música cristã; correspondência em Inglês. Endereço: Ethiopia Adventist College; P.O. Box 45; Shashamane; ETIÓPIA. Ching E. Gonzaga: 23; solteira; professora de ensino fundamental em escola adventista; interesses: ler, fazer novos amigos e ginástica; correspondência em inglês ou tagalog. Endereço: Adventist University at the Philippinees; P. O. Box 1834; Manila 1099; FILIPINAS. Email: ysteen03@yahoo.com. Deborah Gonzales: 22; solteira; cursando gerenciamento de informação no Colégio Estadual Catanduanes; interesses: aprender sobre tecnologia de comunicação, escalar montanhas e música; correspondência em inglês ou tagalog. Endereço: Rizal, Viga, Catanduanes; 4805 FILIPINAS. Email: leighroyce81@yahoo.com. Fernando González: solteiro; urologista; interesses: testemunhar, viajar e esportes aquáticos; correspondência em espanhol ou inglês. Endereço: 3ra Paralela 263 (I), Florat; Camagüey; CUBA 70200. Email: fegon@finlay. cmw.sld.cu. Rein Heart Gordon: 22; solteira; formada em educação; interesses: ler, colecionar livros interessantes e música; correspondência em inglês ou tagalog. Endereço: Egana, Sibalom; 5713 Antique; FILIPINAS. Email: nier_ traeh@yahoo.com. Lonaly P. Guillermo: 19; solteira; cursando contabilidade; interesses: colecionar livros em miniatura, ler e jogar badmington; correspondência em inglês ou filipino. Endereço: Central Philippine Adventist College; Brgy. Alegria, Murcia, Inserção B Negros Occidental; FILIPINAS 6129. Steve Hartman: 40; divorciado; formado em administração de sistemas logísticos pela Universidade Técnica de Colorado; interesses: escalar montanhas, camping, jogos de mesa e correspondência. Endereço: 3004 Moonbeam Circle North; Colorado Springs; Colorado 80916; EUA. Email: hartmans@codenet. net. Sambo Daniel Haruna: 27; solteiro; cursando matemática na Universidade de Jos. Interesses: viajar, camping, fotografia e aptidão física; correspondência em inglês. Email: harunasambo@afrione. com. NIGÉRIA. Elbita Hidalgo Martínez: 36; divorciada, dois filhos, recém-convertida à fé adventista; enfermeira especializada em saúde feminina; interesses: testemunhar, viajar e corresponder com novos amigos; correspondência em espanhol. Endereço: Calle 10 de Octubre # 518 entre Maceo y Céspedes; Banes, Holguín; 82300 CUBA. Leny M. Ibañez: 21; solteira; cursando comunicação em massa; interesses: leitura, música gospel e troca de correspondência e postais; correspondência em inglês ou filipino. Endereço: Palawan State Universidade; Tiniguiban Heights, Puerto Princesa City, Palawan; 5300 FILIPINAS. Elizabeth B. Jacinto: 23; solteira; cursando ciências contábeis na Universidade Central das Filipinas; interesses: fazer novos amigos, viajar, natureza e camping; correspondência em inglês. Endereço: 183-J Jalandoni-Wilson St.; Iloilo City; FILIPINAS. Email: ambotah2003@yahoo.com. Oburu T. Job: 18; solteiro; cursando tecnologia da aviação; interesses: fazer novos amigos, canto, flores e jornalismo; correspondência em inglês. Endereço: P.O. Box 10; Nyansiongo; QUÊNIA. Samuel Khudiram Khakha: 28; solteiro; formado em teologia; interesses: testemunhar, ajudar os outros, voleibol e notícias do mundo; correspondência em inglês. Endereço: Dhap Udy Pur S.D.A. School; P.O. Shaltigopal Pur; Mitha Pukur, Dist. Rangpur 5460; BANGLADESH. Placide Kimengele: 32; casado; formado em biologia pelo Instituto Superior Pedagógico de Bukavu; interesses: viajar, música, e pesquisa biológica (principalmente biologia aquática); correspondência em francês, inglês ou suaíle. REPÚBLICA DEMOCRÁTICA do CONGO. Email: plackim2002@hotmail.com. Joseph Lawal: 41; casado; técnico em recondicionamento de motores automobilísticos; interesses: ler, viajar, fotografia e música cristã; correspondência em inglês. Endereço: P.O. Box 923; SaponAbeokuta, Ogun State; NIGÉRIA. Patrícia Lira: 24; solteira; formada em relações públicas e planejando cursar mestrado em marketing; interesses: ler, viajar, cuidar de animais e filmes; correspondência em português, espanhol ou inglês. Endereço: Av. Daniel de La Touche, 53; 61065-020 Maranhão Novo, São Luís, Maranhão; BRASIL. Email: paty_lira24@hotmail.com. Claudia López: 22; solteira; cursando educação fundamental; interesses: fazer novos amigos, leitura, música e camping; correspondência em espanhol. Email: claulopez_cba@hotmail.com. ARGENTINA. Randy Macaraig: 18; solteiro; cursando faculdade de tecnologia de informática na Universidade Adventista das Filipinas; interesses: leitura, música cristã e esportes; correspondência em inglês ou filipino. FILIPINAS. Email: waverman22@yahoo.com. Edwin Mago Vásquez: 35; casado; formado em ciência da computação e cursando mestrado em educação; interesses: leitura, canto coral e voleibol; correspondência em espanhol. Endereço: Carretera vía Salom; Nirgua, Edo. Yaracuy; 3205-A VENEZUELA. Email: ermago@cantv.net. Albert Joseph Malakere: 21; solteiro; cursando faculdade de comércio; interesses: fazer novos amigos, leitura e canto; correspondência em inglês ou bangla. Endereço: House 1; Road 50; Gulshan, Dhaka; BANGLADESH. Email: jmalakere@yahoo.com ou joseph45@friendfinder.com. Minolta A. Marcos: 20; casada; cursando enfermagem no Colégio Adventista de Tecnologia; interesses: viajar, fazer novos amigos, camping e jardinagem; correspondência em inglês ou filipino. Endereço: 342 Urok 11-B; Tupi, South Cotabato; 9505 FILIPINAS. Lucia Marius: 29; solteira; cursando agricultura e ciência animal; interesses: DIÁLOGO 16•1 2004 viajar, camping, culturas estrangeiras e computadores; correspondência em inglês. Endereço: Neudamm Campus; Private Bag 13188; Windhoek; NAMÍBIA. Edennir Martínez: 18; solteira; cursando administração de empresa no Politécnico de Economia; interesses: viajar, fazer novos amigos, música cristã e clássica e culinária; correspondência em espanhol ou inglês. Endereço: Pobre # 707 entre San Martín y San José; Camagüey; 70100 CUBA. Sony Mathew: 24; solteiro; cursando mestrado na Universidade de Kerala; interesses: ler, escrever poesias e canções e jogar cricket; correspondência em inglês ou malaialam. Endereço: SDA Church House; Pullenthery, Karakonam; P.O. PIN; 695504 Kerala; ÍNDIA. Email: sonymathewkkm@sify.com. Iván Carlos Méndez: 28; solteiro; estudante de direito, atualmente na prisão; interesses: viajar, ler e poesia; correspondência em espanhol. Endereço: Casilla de Correo 65; 1900 La Plata; ARGENTINA. Email: bibliotecaosasis@yahoo.com.ar Rafel Millet Leyva: 35; solteiro; formado em educação fundamental; interesses: ler, pesquisar, trabalhar com crianças e música cristã; correspondência em espanhol, inglês, francês ou português. Endereço: Calle 37 # 3203, % 32 y 34; Nueva Gerona, Isla de la Juventud; CUBA. Baguma Moses: 28; solteiro; cursando faculdade de desenvolvimento; interesses: viajar, fazer novos amigos, natureza e música cristã; correspondência em inglês. Endereço: Bugema Universidade; P.O. Box 6529; Kampala; UGANDA. Bernard N. Motieri: 25; solteiro; cursando educação na Universidade de Nairóbi; interesses: viajar, ler e música; correspondência em inglês. Endereço: Box 6639 (GPO); Nairobi; 00100 QUÊNIA. Richard Kambere Musavuli: 32; formado em técnicas sociais; interesses: viajar, fazer novos amigos e música religiosa; correspondência em francês, suaíle ou kinande. Endereço: B.P. 89; Gisenyi; RUANDA. Email: richardmusa2002@yahoo.fr. Lidia Cristina Nery: 31; casada; professora em escola adventista e concluindo faculdade de educação física; interesses: DIÁLOGO 16•1 2004 trabalhar com jovens, corresponder-se com pessoas envolvidas em atividades esportivas para deficientes físicos e música; correspondência em português ou espanhol. Endereço: Est. Rio do “A” 892, Campo Grande; Rio de Janeiro, RJ; 23080-350 BRASIL. Amani Ngamije: 22; solteiro; cursando ciências contábeis; interesses: fazer novos amigos, estudar a Bíblia e futebol; correspondência em francês, inglês, suaíle, ou knyarwanda. Endereço: Université Adventiste d’Afrique Central; P.O. Box 2461; Kigali; RUANDA. Email: angamije@yahoo.fr. Abongile Ngoloyi: 19; solteiro; cursando auditoria interna na Eastern Cape Technikon; interesses: leitura, culinária e amizades; correspondência em inglês, xhosa ou africaans. Endereço: P.O. Box 7336; East London; 5200 ÁFRICA DO SUL. Email: ab14.1@webmail.co. Masha O. Nguru: 30; solteiro; jornalista e escritor; interesses: fazer novos amigos, jardinagem, camping e música gospel; correspondência em inglês. Endereço: Kurasini Seventh-day Adventist Church; P.O. Box 63131; Dares-Salaam; TANZÂNIA. Uloma C. Nwagbara: 28; solteira; cursando medicina e cirurgia na Universidade de Calabar; interesses: estudar a Bíblia, ler livros sobre saúde, ajudar os outros e cantar música gospel; correspondência em inglês. Email: ulonwagbara@yahoo.co.uk. NIGÉRIA. Evans Nyanducha: 21; solteiro; cursando educação na Universidade Kenyatta; interesses: fazer amigos, estudar a Bíblia, música cristã; correspondência em inglês, kisuaíle ou kisi. QUÊNIA. Email: evanyanducha@yahoo.com. Joan Oblad: 21; solteira; estudante de contabilidade no Mountain View College nas Filipinas, atualmente servindo como estudante missionária; interesses: conhecer melhor a Jesus, esporte e música; correspondência em inglês. Endereço: 289-11, Poseri, Bongwha-UB; Bongwha-Gun, Kyoungbuk; COREIA DO SUL. Email: pheandy_joll@yahoo. com. Richard Ogato: 19; solteiro; cursando engenharia eletrônica no Colégio de Tecnologia de Comunicação do Quênia; interesses: futebol, artes marciais e filosofia; correspondência em inglês. Email: ogato@avu.org. QUÊNIA. Paul Makokha Okoiti: 37; casado; trabalhando como assistente de oficial de renda; interesses: viajar, música cristã e esporte; correspondência em inglês. Endereço: P.O. Box 35274-00200; Nairobi; QUÊNIA. Lensah A. Oluoch: 23; solteira; cursando faculdade de idiomas e literatura; interesses: viajar, escutar música e ler novelas; correspondência em inglês. Endereço: Moi Universidade; P.O. Box 82; QUÊNIA. Email: lensaoluch@yahoo.com. Geoffrey Mogusu Oneri: 23; solteiro; cursando engenharia civil no Western College; interesses: fazer novos amigos e encorajar pessoas que perderam a esperança; correspondência em inglês ou francês. Endereço: P.O. Box 79343; Nairobi; QUÊNIA. Email: gmond79@yahoo.com. Josphat Kaunda Orangi: 28; solteiro; cursando teologia; interesses: discutir assuntos bíblicos, pregar e esporte; correspondência em inglês ou kisuaíle. Endereço: University of Eastern Africa Baraton; Box 2500; Eldoret; QUÊNIA. Email: korangij@yahoo.com. Ernesto Peña Cruz: 34; solteiro; formado em enfermagem com especialização em medicina de emergência; interesses: viajar, camping e trocar idéias com outros cristãos; correspondência em espanhol. Endereço: Calle 3ra. # 31F, Vista Alegre; Cacocum, Holguín; 82700 CUBA. Nancy Esmeralda Pérez: 26; solteira; formada em relações comerciais; interesses: ler, testemunhar, conhecer culturas estrangeiras e natureza; correspondência em espanhol ou inglês. Endereço: La Lima Parrilla, Calle Principal s/n junto a la Iglesia Católica; 86280 Villahermosa, Tabasco; MÉXICO. Email: nanes22@hotmail.com. Aleida Perdomo: 39; divorciada; pediatra; interesses: viajar, fazer novos amigos e colecionar postais; correspondência em espanhol ou inglês. Endereço: Edificio 27, Apto. 12; Micro Norte Morón; Ciego de Avila; CUBA. Santa M. Perdomo: 36; divorciada; enfermeira; interesses: ler, viajar, testemunhar e conhecer culturas estrangeiras; correspondência em espanhol ou inglês. Endereço: 141 E. 13th Street; Hialeah, Florida 33010; EUA. Heritiana Ramarolahy: 34; solteiro; Inserção C mestrado em lingüística social, trabalha no setor de comunicação de um programa de nutrição do governo; interesses: camping, pingue-pongue e leitura; correspondência em francês ou inglês. Endereço: Boite Postale 199; Tulear; MADAGÁSCAR. Email: seecatul@dts. mg. Enoch Ravolanisoa: 20; solteiro; cursando medicina na Universidade de Majunga; interesses: leitura, esportes, documentários e computadores; correspondência em francês ou malgache. Endereço: LGT 255, Cite U; Tsaramandroso Majunga 401l; MADAGÁSCAR. Email: enonoch2003@yahoo.fr. Meiby Yomeiris Rincón: 23; solteira; cursando farmácia na Universidade Central del Este; interesses: viajar, música cristã atividades ao ar livre; correspondência em espanhol. Email: meiby200@hotmail.com. REPÚBLICA DOMINICANA Francisco E. Martins Rocha: 39; solteiro; formado em biologia e cursando teologia; interesses: viajar, ler e fazer novos amigos; correspondência em português ou espanhol. Email: femrocha@bol.com.br. BRASIL. Joshua Saint-Hilaire: 24; solteiro; cursando medicina na Pontifícia Universidade Católica Madre e Maestra; interesses: trabalhar com desbravadores, fazer novos amigos e jogar xadrez; correspondência em espanhol. Email: eysz@amigosadventistas.zzn.com. REPÚBLICA DOMINICANA. Dainy de las Nieves Salazar: 25; solteira; formada em administração industrial pela Universidade de Oriente; interesses: cantar, tocar teclado, dar estudos bíblicos e fazer novos amigos; correspondência em espanhol. Endereço: Vereda 28, Sector 3, Casa No. 5, Urbanización Boyacá II; Barcelona, Estado Anzoátegui; VENEZUELA. Email: dainy_salazar@hotmail.com. O. A. Sangoniyi: 28; solteiro; bancário, formado em finanças e operações bancárias; interesses: ouvir música, viajar e fazer novos amigos; correspondência em inglês. Endereço: Coop Bank Plc.; P.M.B. 5422; Ibadan, Oyo State; NIGÉRIA. Email: sangoniyiseun@yahoo.com. Kwasi Pious Sarpong: 35; casado; cursando faculdade de religião; interesInserção D ses: fotografia e culturas estrangeiras; correspondência em inglês. Endereço: Valley View Universidade; Box KA 9358; Airport-Accra; GANA. Email: kwasarps112@yahoo.com. Fabio Siniscarchio: 21; solteiro; cursando música no Centro Universitário Adventista de São Paulo; interesses: fazer novos amigos, canto e música cristã; correspondência em português, espanhol, inglês, alemão ou francês. Endereço: Rod. SP 332, Km 160, C.P. 11; 13165970 Engenheiro Coelho, SP; BRASIL. Email: fabiosiniscarchio@yahoo.com.br. Teresa Soriano: 24; solteira; cursando administração de empresas na Universidade Tecnológica de Santiago; interesses: fazer novos amigos, música e natureza; correspondência em espanhol ou inglês. Email: t_soriano83@hotmail. com. REPÚBLICA DOMINICANA. Arlyn T. Sotomayor: 19; solteira; formada em contabilidade; interesses: testemunhar através da música, viajar, fazer novos amigos e atividades JA; correspondência em espanhol. Endereço: Calle Agramonte 930 entre San Pedro y final; Cruces, Cienfuegos; 57500 CUBA. Marlenie Moodie Spence: 18; solteira; cursando fisioterapia na Universidade Adventista de Costa Rica; interesses: ajudar pessoas deficientes, música, canto e Internet; correspondência em espanhol ou inglês. Endereço: UNADECA; Apartado 983-4050; Alajuela; COSTA RICA. Email: leniemar@icqmail.com. Cyril Ekanem Udo: 29; solteiro; formado em medicina pela Universidade da Nigéria, Nsukka; interesses: testemunhar, viajar e natureza; correspondência em inglês. Endereço: Health Care Centre; No. 10 Akpan Akpa Udo Street; P.O. Box 2992; Uyo, Akwa Ibom State; NIGÉRIA. Friday Akpan Udom: 32; solteiro; formado em agronomia pela Universidade de Calabar; interesses: viajar, testemunhar e orar; correspondência em inglês. Endereço: c/o Mr. Okon J. Afangideh; No. 38 Umo Obot Road, Ikot Ekpene; Akwa, Ibom State; NIGÉRIA. Email: friakpan2001@yahoo. com. Agu Ugochukwu: 25; formado pela Universidade de Calabar; interesses: viajar, trabalhar com desbravadores, evangelismo e esporte; correspondência em inglês. Email: aguugochukwu@hotmail. com. NIGÉRIA. Fernando R. Velásquez: 24; solteiro; cursando ciências contábeis na Universidade Adventista del Plata; interesses: leitura, desenho e boa música; correspondência em espanhol, português ou inglês. Endereço: 25 de Mayo 99; 3103 Libertador San Martín, Entre Ríos; ARGENTINA. Email: delarayo@hotmail.com ou fernandovelazquez@al.uap.edu.ar. Luis Oscar Viamonte: 41; solteiro; formado em inglês, trabalha como professor universitário; interesses: poesia, composição musical; correspondência em espanhol ou inglês. Endereço: Bosque #10; La Demajagua, Isla de la Juventud; 27400 CUBA. Convite Se você é universitário ou profissional adventista e quer ter seu nome alistado aqui, envie-nos as seguintes informaçãos: (1) Seu nome completo, com o sobrenome em letras maísculas; (2) sua idade; (3) sexo; (4) estado civil; (5) estudos correntes ou diploma obtido e especialidade; (6) faculdade ou universidade que está freqüentando ou na qual graduou-se; (7) três principais passa-tempos ou interesses; (8) língua(s) nas quais quer–se corresponder; (9) o nome da congregação adventista da qual é membro; (10) seu endereço postal; (11) seu e-mail, caso o tenha. Por favor, datilografe ou use letra de imprensa clara. Envie esta informação para Dialogue Interchange; 12501 Old Columbia Pike; Silver Spring, MD 209046600, EUA. Você pode também usar e-mail: ssicalo@yahoo.com. Apenas poremos na lista aqueles que fornecerem os 10 items de informação requerida acima. Dialogue não assume responsabilidade pela exatidão da informação dada ou pelo conteúdo da correspondência que possa resultar. DIÁLOGO 16•1 2004 mentar que seu principal impacto é sobre os indivíduos que delas participam e não sobre a população a que buscam servir. Não há o que possa substituir um envolvimento de longo prazo com as pessoas desses países. Conversei com muitos beneficiários das missões de curto prazo e disseram apreciar o que os visitantes fizeram em seu favor, mas isso não tem muito impacto em termos de desenvolvimento de longo prazo em sua sociedade. ■ O que torna a Loma Linda University tão especial? Somos a única universidade de ciências de saúde especificamente cristã em seu enfoque e missão. O senso de serviço e trabalho em áreas carentes é total dentro daquilo que essa universidade foi e é. Onde acho que a Loma Linda University se posiciona com exclusividade, é sobre seu endosso aberto e proativo ao serviço cristão como um tema. ■ A Loma Linda University tem uma abordagem inovadora com relação aos serviços médicos? Certamente. Damos ênfase ao cuidado do indivíduo como um todo e ao serviço integrado. “Produzir o Homem Integral” é o lema da universidade. Gosto de apresentar o argumento de que o cuidado da boa saúde é realçado pela compreensão dos valores espirituais. O reverso disso também é verdadeiro. A posse dos valores espirituais é aprimorada pela boa saúde. Tudo isso se consolida num todo bem equilibrado. Espero que isso seja algo a que essa universidade continue a se apegar e levar aos nossos estudantes. A alta tecnologia é importante; a medicina contemporânea e as técnicas modernas são todas valiosas, mas unidas ao cuidado atento, equilibrado e integrado, que reconhece plenamente os valores espirituais como parte integrante. ■ Em vista da rápida globalização, que papel o senhor acha que a LLU desempenha? A Igreja Adventista do Sétimo Dia opera atualmente 175 hospitais em todo o mundo. Tradicionalmente, temos mandado DIÁLOGO 16•1 2004 nossos alunos para trabalhar nos países em desenvolvimento, mas já na década passada pudemos entender que apenas isso não é suficiente. Temos dois novos programas que nos mantêm ligados intimamente ao resto do mundo. Um deles é vínculo com nossos hospitais missionários através do Adventist Health International, que presta assistência profissional e técnica na seleção de instituições de saúde adventistas que estão enfrentando desafios difíceis. No aspecto educacional, estamos desenvolvendo programas educacionais colaborativos com mais de cem faculdades e universidades que a Igreja patrocina em muitos países. A Loma Linda University está em posição única porque conseguimos, graças ao trabalho de todos aqueles que vieram antes de nós, credibilidade publicamente reconhecida em educação sanitária e serviços de saúde. É importante utilizarmos essa credibilidade para ajudar a obra da Igreja, à medida que ela desenvolve outras instituições. ■ Como a Loma Linda University está buscando fortalecer a qualidade do serviço das clínicas e hospitais adventistas nos países em desenvolvimento? Isso provavelmente pode ser mostrado de modo mais manifesto no Adventist Health International (AHI), que atualmente está atuando em dez países, administrando vinte e seis hospitais e cerca de cinqüenta clínicas. O desafio enfrentado por essas instituições não diz respeito tanto a edifícios deteriorados ou equipamento danificado, mas a administração e controle. O AHI procura fazer parceria com essas instituições, fortalecer sua administração e tornálas estáveis para que possam empreender o seu desenvolvimento e crescimento. uma peça-chave de nossa missão. Sinto-me igualmente apaixonado com relação ao oferecimento de programas de qualidade acadêmica, em parceria com outras instituições ao redor do mundo. ■ Como o senhor faz para equilibrar em sua vida as exigências da profissão, o desejo de atender às necessidades humanas e sua própria vida espiritual como cristão? …e minha vida familiar, e a administração de um sítio e umas poucas outras coisas. Eu cumpro uma agenda muito apertada, mas a satisfação que obtenho em fazer todo isso mais do que compensa qualquer tempo de férias ou outro que eu possa ter despendido. Cada manhã levanto-me satisfeito por ter um trabalho que me traz tanta realização. Nunca achei a carga do que faço muito pesada, porque me parece muito bom trazê-la desse modo. Posso lhe dizer que se equilíbrio significa estar satisfeito, então eu estou. Não vou para o trabalho como para um emprego comum; é assim que sou. Entrevista concedida a Dustin R. Jones Dustin Jones é editor de projetos especiais do departamento de relações da Loma Linda University. Ele pode ser contatado através do e-mail djones@univ. llu.edu. O Dr. Hart pode ser encontrado no Gabinete da Reitoria; Loma Linda University, Loma Linda, Califórnia 92350, EUA. Site Institucional: http://www.llu.edu ■ Por quais projetos o senhor tem uma paixão especial? Essa é uma pergunta difícil de responder. Sinto-me especialmente entusiasmado em fazer a cada estudante que está conosco uma exposição sobre os ambientes multiculturais. Também me acho muito envolvido com a estabilização dos hospitais missionários do mundo, porque creio que eles são 17 PONTO DE VISTA Integrando fé e ciência A perspectiva de uma aluna de pós-graduação Rahel Davidson Schafer Não é melhor duvidar das interpretações de uma cosmovisão naturalista do que duvidar da Palavra de Deus? Francamente, estou amando a teologia. Terminei recentemente meu mestrado em religião com ênfase no Antigo Testamento e me apaixonei pelo hebraico. Estou também me aprofundando nas verdades bíblicas. Particularmente, encontro-me em posição cada vez mais humilde perante o Deus que fala conosco de maneira tão rica, bela e verdadeira através de seu precioso Livro. Com certeza, eu também amo a ciência. Minha formação universitária foi em Biologia e estou agora fazendo o mestrado nessa ciência. Interessei-me por obter conhecimento cada vez maior da natureza e de todos os seus detalhes intrincadamente belos, bem como dos amplos sistemas que a compõem. Através do estudo da ciência, tenho cada vez mais me inclinado perante o grande Deus Criador, que hoje somente pode ser divisado de forma tênue neste mundo pecaminoso, mas que, apesar disso, ainda Se revela constantemente a nós. Na atual controvérsia entre teologia e ciência, muitos dos temas envolvidos parecem insolúveis e irreconciliáveis. De fato, o conflito por vezes tem assumido grandes proporções em minha mente e experiência como estudante, e eu gostaria de partilhar minha perspectiva e trajetória em ambas as áreas. Crescimento acadêmico Os cursos que fiz em ciência e teologia ajudaram a formar minhas crenças e opiniões. Uma das mais importantes capacidades que desenvolvi foi a leitura crítica de artigos científicos. Freqüentemente 18 aceitamos como fato aquilo que a ciência nos diz, e não dedicamos tempo para fazer separação entre os dados e sua interpretação. Despendi muitas horas lendo artigos de várias revistas científicas e examinando cuidadosamente seus dados reais. Nos artigos que tratavam das origens, às vezes não havia praticamente dados, e as interpretações feitas sob o prisma naturalista eram apresentadas como fatos. A capacidade de diferenciar entre dados e interpretação provou-se crucial no meu questionamento sobre ciência e fé. Cheguei a compreender que não é correto usar o que costumeiramente se chama de “comprovação científica esmagadora”, para afirmar que o relato bíblico da Criação é falso. Entendi que algumas pessoas conhecem pouco sobre ciência, ou deixaram de compreender a importância de distinguir entre dados e interpretação. Aprendi quão importante é que as pessoas que não se aprofundaram em certo campo científico, sejam empíricas e não dogmáticas em suas afirmações. A ciência realmente visa a descobrir a verdade sobre o mundo natural, mas isso não significa prover evidências incontroversas de que algo seja verdadeiro. O conhecimento científico será sempre incompleto e sempre haverá mais evidências a serem consideradas, e freqüentemente outras maneiras de interpretar os dados além daquelas que usualmente pensamos ou aceitamos. Sempre estaremos conseguindo melhores instrumentos e melhores técnicas, embora existam limites à nossa compreensão. Penso que isso valha especialmente quando a ciência tenta falar sobre o que aconteceu no início do Universo, da Terra e da vida sobre a Terra. Temos muitos registros sobre o que aconteceu nesta Terra e muitas observações do mundo natural feitas no decorrer de séculos e até de milênios; porém, nenhum ser humano observou nem anotou detalhadamente como a vida teve início. Podemos fazer especulações à vontade, usando dados da coluna geológica, dos muitos métodos de datação hoje disponíveis, das configurações fósseis, etc., porém, sempre existirão especulações, a não ser que se pudesse voltar no tempo ou que Deus decidisse revelar-nos todas as particularidades. Em linguagem científica, a leitura do relato da criação em Gênesis como sendo histórico e literal, provavelmente seria somente outra maneira de interpretar os dados bíblicos. Porém, se sou cristão, esses dados não se assemelham a dados científicos. Os dados bíblicos são incontestáveis e apontam para a interpretação literal e histórica de Gênesis, e não para uma multiplicidade de possíveis interpretações. Provavelmente, se eu não fosse um cristão adventista, poderia dar qualquer outra designação ao relato bíblico, a meu belprazer. Entretanto, interessei-me em ler os principais comentários críticos sobre Gênesis para o artigo que escrevi sobre a exegese de Gênesis 1:1-3. Todos eles entendem que Gênesis 1:1-11 claramente tem de ser tomado como histórico e literal, e quem entender o contrário (como, por exemplo, um relato mítico ou teológico), realmente não está compreendendo a língua hebraica. Aprendi em minhas aulas de hermenêutica a diferença entre a simples leitura e a tradução do hebraico, e a interpretação real e comparação da Escritura com a Escritura. Aprofundei-me na gramática e na sintaxe hebraica, lidando com tópicos difíceis no texto e buscando sua compreensão a partir de princípios inseridos na própria Bíblia, sem colocar nela nada proveniente de fora. Compreendi a estrutura dos capítulos, livros e até seções completas da Bíblia, sua inter-relação e a bela e perfeita forma em seu todo. Li a respeito do ponto central DIÁLOGO 16•1 2004 de orientação da Bíblia, e de como foi ele trabalhado por Deus para refletir tudo em simetria perfeita. Mais importante ainda, estudei o que a Bíblia tem a dizer sobre si mesma. Se pretendo considerar-me um cristão que toma a Bíblia como regra de fé, é exatamente isso que tenho de fazer. E a Bíblia me diz como devo tomar a sua totalidade como verdade revelada por Deus. Devo também considerar as histórias do Antigo Testamento como literais e históricas, a menos que a intenção do autor e o estilo do texto hebraico obviamente sejam diferentes como, por exemplo, nas passagens apocalípticas. Esses princípios não foram elaborados por meus professores ou por comissões eclesiásticas, mas resultaram diretamente da Palavra de Deus. Muitos têm tentado abalar a credibilidade da Bíblia quando ela fala sobre a Criação, o Dilúvio e mesmo sobre a historicidade dos patriarcas e profetas. Porém, se creio que Jesus é meu Salvador e que Ele ressuscitou e virá novamente, como posso deixar de crer na história da Criação, visto que o Novo Testamento se baseia tão integralmente no Antigo? Não é essa uma teologia inconsistente e mesmo contrária a Deus e Sua palavra? A menos que se tomem seriamente as próprias declarações da Bíblia sobre si mesma, põem-se em dúvida todos os relatos bíblicos, tanto os teológicos como os históricos. Se eu não crer na Bíblia toda como verdade, como posso ser um cristão adventista? Dessa forma, comecei a ver ainda mais claramente através de minhas atividades acadêmicas, que para mim tinha de ser tudo ou nada. Ou acredito na Bíblia ou não. Não existe base para conciliar meios caminhos. Jesus chamou-me para crer radicalmente nEle e na Sua criação do mundo como registrada em Gênesis. Existem, sim, evidências suficientes para crer, embora não suficientes para comprovar que isso seja verdade. Da mesma maneira, ao considerar as evidências a favor da ressurreição de Jesus, a comprovação deve ser substituída por uma fé básica. Uma perspectiva adequada Assim, como um estudante graduado, de que modo posso lidar com as grandes DIÁLOGO 16•1 2004 e irrespondidas questões no aparente conflito entre a ciência e o Gênesis, como por exemplo, a ordem do registro fóssil, a biogeografia, a seqüência evolutiva dos mamíferos, a idade atribuída às várias camadas geológicas, etc.? Honestamente, não pretendo ter todas as respostas. Com freqüência me deparo com incerteza e mistério ao estudar e pesquisar esses tópicos. Espero encontrar respostas ao estudar tanto a ciência como a teologia, embora às vezes somente consiga levantar novas questões. Entretanto, nos meus estudos, tenho-me convencido de que existe muito mais harmonia do que freqüentemente é admitida tanto pelos cientistas como pelos teólogos. Acho que têm sido feitos esforços para examinar os dados e apresentar interpretações alternativas. Se esses têm sido poucos e esparsos, não é porque exista falta de dados que possam apoiar qualquer um dos pontos de vista. Simplesmente é porque não existem muitas pessoas que realmente estejam buscando a harmonia, e há poucos cientistas que crêem na Palavra de Deus (comparados com o número de cientistas seculares), e que estejam trabalhando para compreender esses enigmas. Decidi, portanto, dedicar minha vida da maneira que Deus a quiser dirigir, para descobrir meios novos e criativos para permanecer fiel às Escrituras e ainda praticar a boa ciência. Tenho uma prateleira na mente onde coloco minhas indagações. Algumas vezes descubro que, pouco depois, encontro outra interpretação científica conflitante com a anterior que havia levantado questões, e isso acaba confirmando minha fé. Na maioria dos casos, entretanto, ainda não tenho respostas para as minhas questões. No entanto, isso não me faz crer menos na Palavra de Deus. Temos avançado muito na ciência, mas existem ainda miríades de mistérios que não foram resolvidos, ou mesmo começaram sequer a ser compreendidos. E sempre existem mais dados a serem incorporados em assuntos que hoje pensamos compreender muito bem. Planejo continuar a exercitar minha capacidade de pensar criticamente para determinar os dados reais, e então tentar considerar alternativas para a interpretação dada, e não simplesmente aceitar tudo como fatos. Reconhecidamente, esse método é difícil de ser seguido. Às vezes penso como seria fácil desistir de tentar resolver essas questões completamente. Porém, resolvi com a graça de Deus jamais deixar de lado minha fé absoluta em Sua Palavra, nem minha alegria em explorar Sua criação. Não sei como Ele continuará a me dirigir, ou se Ele responderá algum dia todas as minhas questões ainda neste mundo. Mas está tudo bem, pois sou um ser humano pecador, e Ele é Deus! Existem coisas que provavelmente eu precisarei da eternidade para compreender, mas minha carência de compreensão atual não deve me levar à falta de fé. A estrutura das Escrituras Deus Se compraz nos que “tremem de Sua Palavra” (Isaías 66:2), e isso se tornou meu princípio básico. Se eu começar a duvidar de alguma parte das Escrituras, estarei me colocando acima da Bíblia, pondo minha razão em primeiro lugar. E como verdadeiramente acredito que a Bíblia é a Palavra de Deus, se me colocar acima de Deus estarei cometendo o mesmo que Lúcifer tentou. Como disse Jesus, o que me importa ganhar o mundo todo e perder minha alma? Não estou afirmando que se eu crer em uma criação histórica e literal serei salvo e, caso contrário, estarei perdido. Porém, cheguei a compreender quão essencial é que eu aceite a Palavra de Deus como a mais importante. Se eu não crer nos onze primeiros capítulos de Gênesis como sendo literais e históricos, por que deveria acreditar em qualquer parte do restante da Bíblia? Em resumo, escolhi fazer da Bíblia minha regra e padrão de vida, e isso inclui aceitar os primeiros onze capítulos de Gênesis como literais e históricos. O estudo da Bíblia e da teologia são a alegria de minha vida, e como um jovem e ávido cientista tenho o privilégio e o dever de considerar novas e estimulantes interpretações dos mesmos dados que, sob a moldura conceitual naturalista, as pessoas só podem interpretar de maneira única. Continuação na página 25. 19 EM AÇÃO Estudantes adventistas evangelizam na Romênia Claudiu Popescu Iasi! O nome soa romântico, mas não foi o romantismo que invadiu essa cidade de 11 a 22 de abril de 2003, foi o amor; o amor de Deus e o amor de 36 jovens adventistas vindos de nove países (Áustria, Alemanha, Suíça, Espanha, Estados Unidos, Etiópia e Itália), para falar das boas-novas de Jesus nessa antiga cidade do nordeste da Romênia. A esse grupo se juntaram mais 70 outros jovens da organização adventista local. Os jovens visitantes viajaram de lugares distantes por conta própria. Alguns ainda estavam cursando o ensino médio, outros eram estudantes de alemão e outros ainda estudavam no Seminário de Bogenhofen, Áustria. Um denominador comum os unia: jovens evangelizando outros jovens em Iasi, a cidade que tem a segunda maior universidade da Romênia, com cerca de 30 mil estudantes. O tema dessa semana de campanha evangelística foi “Sonhos”. A juventude estava determinada, com o poder do Espírito Santo, a sonhar alto e a partilhar seu sonho do reino de Deus com uma cidade imersa em cultura e tradição, mas necessitada de ouvir o que Deus tem reservado para o seu futuro. O projeto evangelístico foi além do tradicional. Ele envolveu outros minis- 20 térios como: ajudar o necessitado, visitar os idosos em asilos, visitar famílias, levar esperança aos órfãos, transmitir, através de atos de bondade, a amizade, o calor cristão e os valores espirituais para os que mais deles necessitavam. Os dias passados em Iasi trouxeram novos significados e objetivos para todos, sobretudo para os próprios jovens evangelistas. Olhando para trás alegrar com pequenas coisas. Passamos algum tempo também nas ruas de Iasi. Alguns jovens cantaram no centro da cidade, atraindo um público que recebia o conforto transmitido pelos sons de jubilosas músicas cristãs. Outros conversaram com os transeuntes, convidando-os para as nossas reuniões evangelísticas. Vestindo roupa vermelha com o logo AMiCUS, vários jovens evangelistas foram para os arredores da cidade e, com o auxílio de quadros e painéis, falaram à juventude e aos idosos do local que Deus tem um plano, um sonho para eles, e Ele o cumprirá. A verdade e o chamado A parte mais emocionante era a reunião evangelística à noite, realizada no Teatrul Luceafarul, um grande anfiteatro no centro da cidade. Cada noite havia de 300 a 400 pessoas presentes, sendo que mais da metade era composta de visitas. Era uma O que realizamos em Iasi? Ou melhor, o que Deus realizou? Somente o tempo poderá dizer, mas os jovens voltaram aos seus respectivos lares e campi com a alegria e a satisfação que o Espírito Santo concede àqueles que compartilham sua fé e vida com os outros. Um dia típico em Iasi começava com um ministério direcionado às pessoas. Visitas aos lares, orfanatos, asilos e à ala infantil de um hospital eram eventos rotineiros. As famílias se alegravam que pessoas estranhas se preocupassem com elas e lhes proporcionassem auxílios emocional, espiritual e material. As crianças ficavam felizes com os brinquedos e animais de pelúcia que distribuímos. Foi muito emocionante ver algumas crianças extremamente pobres ou doentes rirem, talvez pela primeira vez. Elas ainda conseguem se DIÁLOGO 16•1 2004 alegria para os jovens de nossa equipe rever as pessoas que eles tinham convidado na rua naquele dia! Muitos contatos pessoais e amizades se formaram. Um animado serviço de música e mensagens musicais especiais completavam as reuniões da noite. Quatro estudantes do Seminário de Bogenhofen se alternavam para pregar, e Claudiu Popescu, o coordenador desse projeto, traduziu os sermões para a língua local. Após a reunião, havia a oportunidade de conversar com nossos novos amigos no saguão do recinto. Muitos de nossos convidados ficavam para perguntar sobre o assunto que tinha acabado de ser pregado. As respostas das Escrituras a essas questões motivavam esses jovens a vir às reuniões, noite após noite. Cada noite, nosso tema, “Sonhos”, era entremeado nos sermões que tratavam sobre os desejos, esperanças, ideais e objetivos que os jovens romenos possuíam. Começando com esses sonhos, trazíamos à mente dessa juventude o verdadeiro sonho que somente Deus poderá realizar. É o sonho de valorização e aceitação, de um objetivo e significado na vida, de perdão e nova vida. A última noite da campanha encerrou-se com um apelo para começar essa nova vida com Jesus, para conhecer melhor a Bíblia ou renovar a decisão de viver uma vida com Deus. Um total de 112 jovens expressou o desejo de receber estudos bíblicos. Quarenta deles decidiram seguir a Jesus! A continuidade desse trabalho evangelístico já teve início. Pedimos à juventude adventista ao redor do mundo que ore por esses jovens que estão buscando a verdade em Iasi, para que eles possam, em breve, fazer parte da família de Deus. Universitários assistem simpósio no Brasil Fabiana Amaral Mais de 700 estudantes assistiram ao simpósio realizado no Centro Universitário Adventista de São Paulo, Campus Engenheiro Coelho, em setembro de 2003. Alguns dos participantes eram estudantes desse campus, outros vieram de universidades públicas ou das igrejas da região. O propósito desse encontro era integrar os universitários e discutir assuntos relacionados à sua vida acadêmica, social e espiritual. Coordenado por Marly Timm, diretora do centro de aconselhamento da universidade, esse foi o terceiro de uma série de simpósios anuais. Os encontros têm enfocado temas relacionados à vida do estudante cristão: “O Universitário Cristão e a Cultura Contemporânea” (2001); “O Universitário Cristão e os Relacionamentos” (2002); e “O Universitário Cristão Fazendo a Diferença” (2003). O simpósio de 2003 manteve o mesmo elevado nível acadêmico dos anteriores, e seu principal objetivo foi fortalecer os valores espirituais, éticos e comportamentais dos estudantes. “Queremos nutrir a identidade adventista da nova geração”, afirmou Marly Timm. O programa consistiu em sessões plená- rias e seminários escolhidos apresentados por psicólogos, teólogos e líderes da Igreja, como Erton Kohler, diretor dos jovens da Divisão Sul-Americana, e o Dr. Humberto M. Rasi, representante do Comitê AMiCUS da Associação Geral. Cada estudante preencheu um questionário não-identificável, que avaliava sua atitude com respeito a questões sobre freqüência de boates e cinemas, uso de jóias, sexo antes do casamento e consumo de drogas. Os resultados foram tabelados e apresentados na última reunião do simpósio, um fórum aberto onde universitários e palestrantes participaram de um animado debate tratando dessas questões sob a perspectiva dos princípios bíblicos. “Acima da exatidão ou não de suas respostas, a discussão levou os estudantes a refletirem sobre esses temas e a tomarem uma posição”, disse o Prof. Valdecir Lima, um dos palestrantes. “Isso os ajudou a focalizar as coisas que podemos saber com convicção.” Fabiana Amaral é assistente no Centro de Pesquisas Ellen G. White, no Brasil. E-mail: fabiana_ amaral2002@hotmail.com. Claudiu Popescu, estudante no Seminário Bogenhofen (Áustria), coordenou a campanha evangelística em Iasi. Ele e seus colegas estão planejando outro projeto evangelístico jovem. E-mail: claudiu470@yahoo.com. DIÁLOGO 16•1 2004 21 LOGOS Graça a 9.000 metros de altura Kent Hansen Depois de experimentar a graça, estou mais seguro de Deus do que antes, e menos seguro sobre qualquer outra coisa. Sou advogado. Os advogados gostam de perguntas. De fato, aprendemos na faculdade de direito que as perguntas são mais importantes do que as respostas. Jesus formulava as melhores perguntas, estou certo. Um dia, na última semana antes de Sua crucifixão, Ele foi interrogado pelos principais dos sacerdotes, escribas, fariseus e saduceus, que estavam tentando fazê-Lo tropeçar e destruir Sua autoridade. Cansado desse jogo, Jesus fez a seguinte pergunta aos fariseus: “O que vocês pensam a respeito do Cristo? De quem Ele é Filho?. . . Ninguém conseguia responder-Lhe uma palavra; e daquele dia em diante, ninguém jamais se atreveu a Lhe fazer perguntas” (Mateus 21:41, 46). “O que vocês pensam a respeito do Cristo?” é a pergunta definitiva. Respostas estereotipadas não são suficientes. O que nossos pais, avós, cônjuges ou amigos pensam, não deve influenciar. Ninguém pode estar no seu ou no meu lugar em termos de resposta à pergunta definitiva, porque ou Cristo é nosso Salvador pessoal e Senhor, ou Ele não significa nada para nós. Jesus disse que boas ações—mesmo tão excelentes como pregar o Evangelho, profetizar e expulsar demônios—, não nos podem salvar. A resposta à pergunta definitiva e a chave para o reino de Deus são encontradas, disse Cristo, no relacionamento pessoal com Ele (Mateus 7:21-23; João 17:3). Eu sei que isso é verdadeiro! Eu cresci num lar cristão, freqüentei escolas cristãs, casei-me com uma cristã. Meus esforços foram recompensados com 22 bolsas de estudos, prêmios e um bom trabalho. Em 1989, eu era um jovem e atarefado advogado em ascensão, sócio-administrador de minha empresa de advocacia, líder cívico, pai de um precoce menino de dois anos e restaurador, juntamente com minha esposa, de uma velha casa. Isso é matéria-prima do sonho americano. Mas havia um sumidouro disfarçado. Por um lado, eu estava totalmente absorvido por meu trabalho, alheio a tudo o mais. Por outro, estava espiritualmente falido. Eu representava uma denominação cristã e sua nau capitânia, minha universidade. Mas a instituição enfrentava uma guerra civil sobre seu futuro, e como seu conselheiro legal, eu estava bem no meio do fogo. A religião era um negócio para mim—e um mau negócio. Havia sinais de advertência acerca de problemas. Labaredas de ira. Lágrimas de inominável tristeza, enquanto passava de um compromisso a outro. Lidando com o mundo interior Eu precisava viajar à sede da Igreja para uma reunião. Na saída de casa, escolhi um livro para ler no avião. Minha primeira opção foi uma novela. Algo dentro de mim disse não. O próximo livro na pilha era um sobre o qual meu irmão me havia falado: Ordering Your Private World, de Gordon MacDonald (Oliver-Nelson, 1985). Achando que fosse um livro sobre administração de tempo, eu o encomendara de uma livraria da cidade. Para minha surpresa, esse era um livro cristão. A premissa de MacDonald é que cada um de nós possui um mundo interior no coração e alma, onde nossa auto-estima é formada e onde nossas decisões básicas sobre motivos, valores e compromissos são tomadas. Esse é o espaço interior onde comungamos com Deus. Ele possui cinco setores: motivação, tempo, crescimento intelectual, espírito e paz sabática. Se esses setores internos estiverem adequadamente centralizados em Cristo e exercitados mediante disciplina espiritual e intelectual, nosso mundo exterior de relacionamentos será também saudável. Se esse mundo interior não estiver organizado, podemos desintegrar-nos em estresse e disfunções. MacDonald contrasta a obsessão do rei Saul com o chamado de João Batista. A obsessão pode nos prender numa gaiola dourada da alta manutenção do sucesso, deixando-nos espiritualmente exauridos e levando-nos a um desastroso colapso espiritual e moral. Não muitas páginas antes eu pensava: “Ele está falando a meu respeito”. Eu ia lendo com uma mistura de curiosidade e temor. Quando cheguei ao hotel, em Maryland, assisti ao final dos playoffs do beisebol na Costa Oeste, e então li alguma coisa mais. Prosseguindo em minha leitura na manhã seguinte, pensei que deveria orar. Mas havia um problema. Cristão professo de muitos anos, formado em escolas cristãs, filho das orações de pais crentes, eu não podia orar. Quero dizer: O que você diz a Deus quando tenta passar por uma prova, vencer um caso ou fazer um negócio? Andei pelo quarto em crescente frustração. Eu não podia orar. Finalmente balbuciei algo incoerente: “Deus, eu gostaria de falar Contigo, mas não sei como”. O dia passou cheio de atividades, mas nenhuma solução para o conflito intimo. A manhã seguinte transcorreu do mesmo modo, com minha leitura e luta para orar. Meu vôo de retorno incluía uma mudança de aviões em Chicago. Às 13h, logo após a decolagem do Aeroporto Internacional de O’Hare, eu estava lendo esta oração citada por MacDonald e feita por um velho evangelista do Exército de Salvação, Samuel Logan Brengler: “Guarda-me, ó Senhor, de me tornar mental e espiritualmente entorpecido e tolo. Ajuda-me a manter a fibra mental, DIÁLOGO 16•1 2004 física e espiritual de um atleta, do homem que se nega a si mesmo diariamente, toma sua cruz e Te segue. Faze-me bem-sucedido em meu trabalho, mas esconde de mim o orgulho. Salva-me da auto-satisfação que tão freqüentemente acompanha o sucesso e a prosperidade. Salva-me do espírito de indolência, de auto-indulgência, das enfermidades físicas e do assalto da decadência sobre mim (p. 151)”. Eu estava assentado junto à janela. O avião ainda estava em curso ascendente. Enquanto lia essa oração, ouvi distintamente uma voz e Deus a me dizer: “Você é culpado de pecado. Seu orgulho e negócios têm-Me banido de sua vida e matado o seu relacionamento com a família. Você não acha que Eu posso cuidar da universidade e de tudo o mais com que você está preocupado? Confie em Mim”. Isso me afetou fisicamente. Retorci-me em meu assento com o coração disparado. Durante muitos meses após esse acontecimento eu ainda me sentia frágil e ferido, como se houvesse sido queimado por fora e por dentro. Pondo de lado o livro, olhei pela janela aturdido. Tudo isso era real e deprimente. Tudo o que eu podia fazer era curvar-me na presença de um Deus que havia me atropelado com o grande caminhão da graça. Quando aterrissamos em Ontário, Califórnia, eu sabia que tinha de contar tudo o que havia acontecido para a minha esposa, Patrícia. Quando eu estava na pista rolante, ela veio ao meu encontro. “Precisamos apanhar o Andrew com a babá”, disse. —OK. Mas primeiro tenho de contarlhe algo. —Está tudo bem?” perguntou-me. —Bem, sim e não Assentamo-nos na sala de estar. Então lhe contei o que acontecera, e disse: “Tenho esbanjado cada parte do talento que Deus me deu para liderança e organização. Fiz tudo isso e então, como se não fosse suficiente, dei início a novas organizações. Não Lhe perguntei se deveria fazer cada uma dessas coisas. “Eu voltava para casa mais tarde, jantava e brincava com Andrew por algum tempo. Então subia até meu quarto, fechava a DIÁLOGO 16•1 2004 porta e trabalhava até depois da meianoite, noite após noite. Ninguém mais em minha empresa faz isso. Mas eu o faço para mostrar que posso fazer tudo isso e muito mais. Eu entrava depois que você estava dormindo e me levantava e saía antes que acordasse. “Você está doente e lutando contra a perda de sua visão. Quando você fica nervosa e aborrecida a respeito, eu tãosomente a dispenso, dizendo: Não lance isso sobre mim”. Fitei-a e disse: “Tenho sido tão egoísta e sinto muito, muito mesmo, e estou muito aborrecido. As coisas precisam ser diferentes. Seria bom se você estivesse nisso comigo”. Patrícia olhou-me por um momento e então disse: “As coisas têm estado fora de controle já há longo tempo. Passamos de um belo casamento para uma união ordinária. Eu também quero isso”. Inclinamos nossa cabeça e oramos juntos. Então saímos e fomos pegar nosso filho. As mudanças foram imediatas e definitivas. Fiquei com um tremendo apetite pela Palavra de Deus. Deus não deixou nada sem mexer em nossa vida. De três crentes ativos em meu escritório, na época, quinze pessoas desde então aceitaram a Cristo ou renovaram seu relacionamento com Ele. Tudo isso aconteceu tranqüilamente, sem proselitismo. Oração, encorajamento e o testemunho de uma vida transformada, têm poder. Desisti de participar de oito conselhos e comitês de sociedades num só dia. Minha vida tornou-se centralizada em Cristo e na hora tranqüila que emprego em estudo e oração com Ele, cada manhã. Deus não transformou minha vida num banco de igreja ou numa sala de aula. Ele a mudou no mundo real, onde amo minha esposa, brinco com meu filho, faço negócios, discuto casos e redijo contratos. Digo-lhes agora que, depois da devastação da graça, estou mais seguro sobre Deus do que jamais estive, e menos seguro de tudo o mais. Em cada curva da estrada, Deus Se tem tornado muito maior e mais envolvente do que eu pensava antes. Tudo o mais continua a se desvanecer. Eu Lhe pedi para deixar algumas coisas de lado por algum tempo, mas Ele é inexorável em Sua graça transformadora. Eu jamais poderia recuar. Você pode ficar desejoso de seguir pelo mesmo caminho, mas lutando para saber como prosseguir. Por que não tenta dizer a Deus o que eu Lhe disse naquele quarto de hotel: “Deus, eu quero andar Contigo, mas não sei como”? Se você pedir, tenho certeza de que receberá a resposta à questão definitiva. Kent Hansen é advogado especializado em direito comercial no sul da Califórnia. Ele também trabalha como consultor geral para a Loma Linda University e o Centro Médico. Este artigo foi extraído de seu livro Grace at 30.000 Feet and Other Unexpected Places, Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publ. Assn. 2002) Seu endereço: Loma Linda University, Loma Linda, Califórnia, 92354, EUA. Atenção, profissionais adventistas! Si você possui e-mail e um título ou diploma pós-secundário em qualquer campo acadêmico ou profissional, nós o convidamos a fazar parte da Rede de Profissionais Adventistas (RPA). Patrocinado pela Igreja Adventista, esse registro global electrônico assiste instituições e agências participantes para localizarem candidatos para posições no ensino, administrações no ensino, administração, área de saúde e a pesquisa, e consultantes especializados e voluntários para tarefas missionárias breves. Entre gratuitamente sua informação profissional diretamente no website da RPA: http://apn.adventist. org Anime outros profissionais adventistas a registrar-se! 23 CAMPUS LIFE Dificuldades com o sábado na universidade Humberto M. Rasi Cedo ou tarde, a maioria do adventistas que estuda em faculdades e universidades públicas enfrenta dificuldades com a guarda do sábado, do sétimo dia como um dia de adoração, descanso, companheirismo e serviço. Algumas dessas questões são mais fáceis de lidar, porque envolvem convites para participar de atividades culturais, desportivas ou de entretenimento. Seus amigos normalmente entenderão se você lhes explicar que o sábado é um dia especial no qual você honra a Deus como o Criador, em obediência ao Seu mandamento. Porém, é freqüentemente mais difícil tratar de atividades acadêmicas oficiais que envolvem aulas, laboratórios ou exames programados para o sábado. Os dispositivos constitucionais sobre liberdade religiosa e as leis protetoras dos direitos individuais em campi universitários variam de país para país. No entanto, os estudantes adventistas que querem permanecer fiéis às suas convicções cristãs podem considerar as seguintes sugestões, que estão baseadas na experiência de muitos outros. 1. Faça um firme compromisso de servir como embaixador de Deus no campus. Foi-lhe concedida a oportunidade de obter uma graduação universitária, e a honra de representar os princípios de Deus num campo público. Busque uma clara compreensão das razões por que você guarda o sábado. Como o jovem Daniel na corte de Babilônia, resolva ser fiel em seu testemunho (veja Daniel 1). 2. Decida ser um estudante bom e responsável. Sua credibilidade com os professores será estabelecida naturalmente, quando você for pontual e se preparar bem para cada aula. Se tiver chance, faça-os saber em particular que você é um adventista do 24 sétimo dia e que o sábado é seu dia especial de adoração, no qual você se abstém de atividades acadêmicas. 3. Combine com outros estudantes adventistas que todos permaneçam fiéis às suas convicções. Localize outros estudantes adventistas do campus e, se houver vários deles, estabeleça um companheirismo para se apoiarem uns aos outros, estudar a Bíblia e orar juntos. Também pode haver algum docente ou grupo adventista na faculdade para dar conselho valioso e apoio. 4. Aja prontamente quando souber de uma atividade acadêmica requerida durante as horas do sábado. Isso pode exigir que você faça contato com o professor envolvido e lhe sugira diplomaticamente opções razoáveis tais como prestar exames ou completar um trabalho de laboratório em outra ocasião. Esteja preparado para explicar a razão da observância do sábado (ver I Pedro 3:15, 16). 5. Ore fervorosamente pedindo a guia e intervenção divinas em seu favor. Quando você ora, estabelece uma conexão pessoal com a suprema fonte de sabedoria e poder do Universo. Compartilhe com Deus seus sonhos, planos e preocupações. Ele está sempre disponível e interessado na vida de Seus seguidores. 6. Procure apoio e idéias de colegas e outros crentes. O pastor de sua igreja, um profissional adventista experiente ou o diretor do Departamento de Liberdade Religiosa de sua região podem sugerir maneiras de encarar esse desafio. Eles podem acompanhá-lo na apresentação de sua solicitação. Estudantes não pertencentes ao círculo adventista também podem ter boas idéias sobre como resolver a dificuldade. 7. Entre em contato com os administradores acadêmicos se a solicitação inicial não for deferida. Marque uma hora com o diretor do departamento pertinente, o deão acadêmico ou o reitor. Traga consigo uma carta que contenha seu pedido cuidadosamente exposto e deixe-a com eles. 8. Organize um abaixo-assinado e entregue-o às autoridades da universidade. Pese cuidadosamente os prós e os contras antes de seguir esse curso de ação. Em alguns países os abaixo-assinados estudantis são aceitos quando baseados em precedentes legais. Às vezes é melhor sofrer em silêncio por suas convicções, como fizeram outros crentes. 9. Seja corajoso e perseverante, mas não irrazoável ou insolente. Caso seu pedido seja deferido, alegre-se e louve a Deus. Mas, apesar de ter feito tudo direito, sua solicitação pode ser negada. Isso poderia atrasar a conclusão de seus estudos. Não se desanime, contudo. 10. Reflita sobre sua experiência e, acima de tudo, permaneça fiel. Lembre-se de que “todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus” (Rom. 8:28, NVI). Continue orando por sabedoria e para jamais desistir. Mais tarde em sua vida, olhando para esse incidente, você verá evidências de Sua mão guiadora. Humberto M. Rasi (Ph.D. pela Universidade de Stanford) é o editorchefe da Diálogo. DIÁLOGO 16•1 2004 Uma igreja receptiva? Seu nome é Bill. Ele tem cabelos ruivos e revoltos, e usa camiseta, calças jeans e sandálias. Esse tem sido, praticamente, o seu guarda-roupa durante todos os quatro anos de faculdade. Bill é uma pessoa atenciosa, sensível e muito inteligente. Recentemente, durante o seu último ano de faculdade, ele se tornou cristão através da leitura particular dos Evangelhos e da amizade com um grupo de estudantes cristãos. A uns poucos quarteirões do campus de sua universidade há uma igreja cristã conservadora, cujo pastor e membros desejam desenvolver um ministério para os estudantes, porém não estão seguros de como fazê-lo. Um dia, Bill decide visitar essa igreja e assistir ao culto com os membros. Ele entra no templo usando suas roupas de sempre, mas, numa atitude de respeito, havia penteado seus revoltos cabelos e colocado sua melhor calça jeans. O culto já havia começado e Bill caminha devagar pela ala central procurando onde se acomodar. Mas a igreja está lotada e parece não haver mais lugares disponíveis. Nesse ínterim, os membros da igreja, bem vestidos para o culto, observam o visitante e começam a se sentir inquietos. Bill chega cada vez mais próximo do púlpito e, quando constata que não há nenhum lugar vazio, simplesmente se assenta no carpete lá na frente (apesar desse comportamento ser aceitável no ambiente de reuniões universitárias, isso nunca tinha acontecido naquela igreja antes). A essa altura, os membros já estão nervosos. Sente-se uma tensão no ar. Nesse momento, o pastor percebe que lá do fundo o irmão Smith, um dos diáconos, começa a dirigir-se lentamente em direção a Bill. O diácono, já com quase 80 anos, tem DIÁLOGO 16•1 2004 cabelos grisalhos e está usando um terno de três peças. Homem piedoso, ele se conduz com elegante dignidade e traz no rosto uma expressão determinada. Apóiase numa bengala e, ao encaminhar-se pela ala central rumo ao jovem, todos pensam que ninguém poderá censurá-lo pelo que vai fazer. Como um homem de sua idade e formação poderia entender um universitário sentado no chão durante o culto na igreja? Alguns minutos se passam para que o irmão Smith chegue até o rapaz. Toda a igreja está silenciosa, exceto pelos ruídos secos da bengala. Todos os olhares estão voltados para ele. Mesmo o pastor não consegue continuar o sermão até o irmão Smith concluir o que tem a fazer. De repente, os membros vêem esse idoso cavalheiro deixar cair sua bengala no chão. Então, com grande dificuldade, o irmão Smith assenta-se no chão, ao lado de Bill, e permanece com ele durante o restante do culto para que o visitante não se sinta sozinho na igreja. Todos procuram conter o que estão sentindo. Quando o pastor recupera o controle de suas emoções, ele diz: “O que estou pregando talvez você logo esqueça, mas o que viu jamais esquecerá. Tenha cuidado de como você vive, pois poderá ser a única Bíblia que algumas pessoas um dia lerão.” “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.” (Jesus, em Lucas 15:10) “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas por isso alcancei misericórdia.” (Paulo em I Timóteo 1:15, 16). Autor Desconhecido Integrando... Continuação da página 19. As questões que a ciência levanta com relação ao relato bíblico são muito importantes de considerar e podem conduzir a uma exegese mais minuciosa e profunda do que poderia ser feito sem elas, porém, unicamente a Bíblia deve ser a palavra final quando houver conflito entre a boa exegese e a aparente boa ciência. Algumas coisas provavelmente permanecerão envoltas em mistério aqui na Terra, mas sou instado a continuar estudando e pesquisando. Devo continuar a volver-me à Bíblia para conseguir um quadro mais claro da verdade, e então ampliar os horizontes da pesquisa científica para descobrir a melhor e mais verdadeira interpretação dos dados, e não somente aquela que logo se coadune com minha visão do mundo. Devo desenvolver a melhor ciência possível num mundo pecaminoso e com as limitações de nossa mente, sabendo que, quando compreendido corretamente, o livro da natureza – o segundo livro de Deus – somente reforça o que Sua primeira revelação me apresenta. Devo também permanecer aberto a novas e mais profundas compreensões da Palavra de Deus, sob a guia do Espírito Santo. Não é melhor duvidar da interpretação de uma visão naturalista do mundo, do que duvidar da Palavra de Deus? Obviamente, não devemos ignorar os problemas que a ciência parece apontar na Bíblia, mas sim descobrir maneiras novas e criativas de defender as Escrituras como literais e históricas, deixando a boa ciência prosseguir dentro dessa moldura conceitual. Creio que essa é uma necessidade, se desejamos ser chamados de cristãos adventistas do sétimo dia. Rahel Davidson Schafer é estudante de pós-graduação na Andrews University, em Berrien Springs, Michigan, EUA, e seu e-mail é: raheldavidson@hotmail.com 25 LIVROS When All Alone I Stand: The Story of A Soldier Whose Convictions Cost Him A Mother’s Love, de Jan S. Doward (Hagerstown, Md.: Review and Herald Publ. Assn., 2002; 256 pp.). Revisão de Mary H. T. Wong É possível que na América, a terra da liberdade, as pessoas sejam perseguidas por causa da religião? O que Jesus quis dizer em Lucas 12:51-53 sobre divisões que ocorreriam na família por causa dEle? As respostas a essas e outras perguntas encontram-se no livro When All Alone I Stand, de Jan S. Doward, ex-assistente do Departamento Jovem da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. No livro, o autor narra sua própria história e conversão durante a Segunda Guerra Mundial: a emocionante história de um jovem cuja vida foi dramaticamente mudada depois de se engajar no exército americano aos 18 anos de idade, e ser submetido à rígida disciplina e às condições da vida militar. Suas experiências em tempos de guerra foram ainda mais difíceis por causa de suas conscientes objeções ao exército, e os subseqüentes confrontos com seus superiores, que eram incapazes de compreender suas convicções. A forma dramática com que narra a intensa saudade que sentiu de casa ao ser subitamente levado a um acampamento do exército e o trauma de se adaptar à comida, alojamentos e disciplina do acampamento, são temperados com humor e com as situações irônicas encontradas em tais ambientes. A história da conversão do autor por meio do testemunho ativo de um amigo soldado, quando sua divisão foi enviada a Okinawa, é marcada por relatos tocantes de sua alienação da família e amigos como resultado de sua decisão por Cristo. A intensa hostilidade que sua conversão produziu na mãe é tristemente resumida numa curta declaração que ela lhe escreveu numa carta: “Preferiria que você fosse um ladrão a um adventista do sétimo dia!” Ao contar suas experiências no livro, o autor usa de forma muito interessante o contraste. Sua dolorosa rejeição pela família biológica é contrastada com o amor e carinho que recebeu dos irmãos de fé. A imagem negativa da liderança da igreja é contrastada com o belo quadro de membros fervorosos pelo Senhor e o testemunho que deram. A imagem deprimente das perseguições 26 que sofreu é contrastada com o quadro inspirador de seu compromisso com a verdade. A irônica trama da história é que o autor, 10 anos após a guerra, participou do retorno à fé adventista daquele que, um dia, o ajudara a se unir ao adventismo. Nunca se deve esquecer da necessidade de firme apego à fé. Quer alguém fique sozinho ou com outros que partilham opiniões semelhantes ou diferentes, ele sempre precisa do poder de Deus para permanecer ao Seu lado. O livro ilustra muito bem esse ponto, e por isso vale a pena ser lido pelos jovens bem como por aqueles que se sentem jovens, pelos membros em geral e pelos pastores. Mary H. T. Wong (Ph.D pela Michigan State University), ex-diretora dos ministérios da criança, família e mulher da Divisão Norte-Asiática, atualmente exerce o magistério na San Jose State University, Califórnia. Amores que matan: El flagelo de la violencia contra la mujer, de Miguel Ángel Núñez (Quito: Fortaleza Ediciones, 2003; 214 pp.). Revisão de Fernando Aranda Fraga Logo de início, o título do livro sugere uma contradição. O amor pode morrer, mas pode ele matar? O subtítulo esclarece: o assunto principal é a violência contra a mulher. O autor é bem qualificado para escrever sobre o assunto. Ele possui formação em teologia, filosofia e educação; tem experiência pastoral e atualmente ensina teologia na Universidad Adventista del Plata, na Argentina. O livro atende a uma necessidade de longa data das igrejas e comunidades, incluindo-se a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Por muito tempo, o abuso da mulher tem maculado relações conjugais e deturpado o próprio conceito do amor como definido nas Escrituras. Pode alguém amar e ainda assim tratar a esposa com violência? Para usar a contradição enunciada pelo autor, pode o verdadeiro amor matar? Já no começo Núñez declara que seu livro emerge de um clamor desesperado das vítimas e por vezes até mesmo daqueles que protagonizam a violência: O que devemos fazer? Muitos estão DIÁLOGO 16•1 2004 quase enfermos no sentido de estarem predispostos a atos de violência psicológica e física contra a mulher, sejam elas da igreja, esposas, namoradas, filhas, irmãs e outras mulheres. Alguns desses homens violentos ocupam posição de liderança nas igrejas e na comunidade. Falando francamente, o problema é endêmico. O livro é dividido em 17 capítulos e inclui uma bibliografia vasta e atual. Embora cada capítulo seja importante por seu conteúdo e sugestões úteis, a verdadeira mina de ouro está nos capítulos 6, 7, 9, 14 e 15. O capítulo 6 mostra como a violência afeta a auto-estima da mulher; ele é seguido por um capítulo que responde à pergunta: O que fazer diante da violência? O capítulo 9 deveria ser lido por toda a mulher durante o namoro; nele o autor dá muitas sugestões sobre como descobrir o potencial de possíveis atos de violência da parte do homem. O autor dedica os capítulos 14 e 15 a assuntos relacionados ao papel da mulher, sua auto-estima e relacionamento com o homem, como apresentados na Bíblia. O autor não é apenas um especialista analítico, mas também um reconciliador pastoral. Ele não apenas aponta o problema, mas também oferece soluções. Sua discussão do difícil tema do perdão de pessoas abusivas é baseada no princípio bíblico da reconciliação. O autor nunca confunde perdão com tolerância ou simplesmente com “não se importar.” Ele acredita no poder do amor cristão e no resultado reconciliador do ato de deixar Deus tomar o controle de nossa vida. Há alguma coisa impossível para Deus quando um coração pecador se torna para Ele em busca de poder para viver uma vida correta? O livro tem inúmeras ilustrações extraídas da vasta experiência do autor como pastor, capelão e professor. Ele usa sua experiência e fé para ajudar o leitor a lidar com a complexidade do comportamento social. Ele analisa o assunto sob diferentes perspectivas: O que deveria a igreja fazer? O que deveria fazer a pessoa abusadora? O que deveria a vítima fazer? E, acima de tudo, como deveriam todos eles trabalhar dentro de uma perspectiva cristã para tornar um relacionamento abusivo num diálogo amorável, ou para converter o amor que mata num amor que esteja disposto a morrer pelo outro. A obra de Núñez consiste numa grande contribuição a um assunto atual e importante da vida cristã. Embora o texto pudesse haver passado por uma edição mais minuciosa, que detectasse e corrigisse alguns erros de digitação, seu conteúdo e abordagem mais que compensam as deficiências. Recomendo totalmente este livro para profissionais que lidam com o abuso e a violência contra a mulher. Os perpetradores e as vítimas da violência também serão beneficiados pelas idéias do autor, ao serem motivados a procurar ajuda para se libertarem das garras de um problema que não deve existir dentro dos limites do amor cristão. Fernando Aranda Fraga (Ph.D. pela Universidade Católica, Santa Fe, Argentina) ensina na Universidad Adventista del Plata, Argentina. DIÁLOGO 16•1 2004 Expect Great Things: How to Be a Happy Growing Christian, de Richard W. O’Ffill (Hagerstown, Md.: Review and Herald Publ. Assn., 2001; 134 pp.). Revisão de Hector Hammerly Como ter uma vida cristã vitoriosa? Como ser igual a Jesus? Pastor experiente e autor de sucesso, Richard O’Ffill propõe neste livro uma fórmula simples que muito o ajudou em sua vida e ministério. Para aquele que está começando, ele diz: comece na cruz. Lá devemos crucificar-nos a nós mesmos, arrepender-nos de nossos pecados e aceitar a nova vida que Jesus oferece. O fingimento não resolve; ele nos priva do verdadeiro arrependimento, assim como o fazem o orgulho e a vaidade. Quando nos recusamos a ver-nos como realmente somos, a consciência não é mais a voz de Deus e nem Sua lei, mas “simplesmente passa a julgar nossas ações e pensamentos à luz dos padrões mais elevados que nós conseguimos formular no momento” (p. 42). A consciência pode ser embotada ou se tornar inoperante, deixando a pessoa sem uma bússola. Não há nada de errado em se sentir culpado; a culpa piedosa é de origem divina e um pré-requisito para o arrependimento. O complexo de culpa, porém, é destrutivo. A maneira como O’Ffill discute a vitória sobre a tentação é valiosa. Podemos esperar sofrimento e crescimento a partir dele, entendendo que Jesus está conosco, fortalecendo-nos. Domíniopróprio, um fruto do espírito, ajudar-nos-á com temas relacionados ao estilo de vida, ao passo que fanatismo deve ser evitado: “Se acontecer de você comer um sanduíche de ovos, você não precisa ser rebatizado” (p. 88). “A primeira coisa que precisamos, antes mesmo de uma aula de nutrição, é um novo coração.” O’Ffill discute nosso compromisso semanal com Deus, o sábado. Alguns adventistas acham o sábado enfadonho e ficam impacientes porque não planejaram nenhuma atividade interessante com antecedência. O sábado tem tudo a ver com nosso relacionamento com Deus. Como cristãos, às vezes esperamos ser diferentes e podermos desfrutar as diferenças. Ao passo que existem muitas culturas, como filhos de Deus somos todos parte de Sua cultura. A oração não é poderosa. Deus o é. Contudo, podemos orar tendo uma atitude errada. Auto-estima e auto-elogio — foi assim que o pecado começou no coração de Lúcifer. Na Bíblia, “perfeito” não significa “sem pecado,” mas ter um coração perfeito e comprometido. Noé, 27 Jó, Davi e Asa são chamados perfeitos na Bíblia, mas nenhum deles foi sem pecado. O último capítulo é sobre a Segunda Vinda. Um questionário aplicado em diversos países mostra que enquanto todos os adventistas querem que Jesus volte, muitos desejam que Ele espere até que possam realizar seus planos para esta vida. Muitos esperam estar prontos, mas não têm certeza de que realmente estão. Em resumo, um livro excelente com muitas sugestões úteis para todo aquele que deseja ser um cristão vitorioso. Hector Hammerly (Ph.D. pela Ohio State University), professor de Lingüística Aplicada; está aposentado e vive em British Columbia, Canadá. Lifestyles of the Remnant: A Refreshing Look at the Principles of Christian Living, de Keavin Hayden (Hagerstown, Md.: Review and Herald Publ. Assn., 2001; 128 pp.). Revisão de Nancy Vyhmeister O autor do livro, Keavin Hayden, é atualmente pastor distrital no Estado de Nova Iorque. Também é autor de cinco outros livros. Em Lifestyles of the Remnant, Hayden parte da premissa de que as regras não se destinam a “restringir nossa alegria ou liberdade,” mas proteger-nos da destruição satânica. Conquanto o ideal seja conseguir a perfeição de Jesus, a realidade é que nós não atingimos esse ideal. Por isso, o cristão deve se revestir do manto da justiça de Cristo. A solução para o problema das regras deve ser encontrada na “clara apresentação da verdade,” pela qual tudo será feito em nome do amor e harmonia. Quando amamos a Jesus, vivemos pela Regra Áurea. Então, estabeleceremos elevados padrões para nós mesmos e seremos mais tolerantes com os outros. Hayden aponta os princípios bíblicos que fundamentam as regras e refletem o caráter imutável de Deus. Tais princípios devem ser aplicados de diferentes maneiras, com bom senso e sob diferentes circunstâncias. Ao aplicar esses “princípios de segurança para os obreiros de Deus”, os extremos devem ser evitados. Hayden discute cinco áreas do estilo de vida adventista. 28 Essas incluem princípios quanto ao vestuário, saúde, modéstia e moralidade. O amor a Deus e a Seus filhos vai nortear nossa vida e fazer com que nos trajemos de modo a representar a Cristo apropriadamente. Uma versão editada do capítulo sobre jóias está disponível na Internet: http://www.adventistreview.org/2001-1538/story21.html. Hayden conclui: “O coração do assunto é realmente um assunto do coração!” Os princípios envolvidos são simplicidade, humildade e amor por aqueles que possam pensar diferente. Para discernir um padrão de música aceitável, Hayden sugere o princípio da associação — qualquer música que sugira impureza ou um comportamento impróprio deve ser evitada. Decisões quanto à música na igreja devem levar em consideração a congregação. Na introdução de seus comentários sobre princípios de saúde, Hayden assinala que o ponto básico é a “liberdade individual de consciência” (p. 89). Ele se refere a um conselho de Ellen White, salientando que “é impossível estabelecer uma regra imutável que possa controlar os hábitos dietéticos de todos” (p. 90). A seguinte citação de Ellen White resume a abordagem de Hayden: “Devemos educar o intelecto e elevar a sensibilidade moral a fim de abraçar a reforma de saúde de maneira inteligente.” As escolhas de alimento por parte do crente devem levar em consideração as sensibilidades de outros (pp. 95-99), bem como os oito componentes da saúde, segundo Ellen White: nutrição, exercício, água, sol, temperança, ar fresco, repouso e confiança em Deus (pp. 100-104). A fim de testemunhar por Jesus, os cristãos devem se misturar com a sociedade, associar-se com pessoas. Um testemunho eficiente depende antes de tudo de um relacionamento íntimo com Cristo, seguido de elevados padrões para si mesmo e, finalmente, grande amor e aceitação daqueles que nos cercam. O estilo de Hayden é lúcido, de fácil leitura, repleto de histórias pessoais. Ele usa um grande número de citações de Ellen White. Hayden escreve para um público adventista desejoso de aplicar na vida diária os princípios bíblicos; pessoas que não querem que os outros pensem por eles. Isso requer a eliminação de tabus e o reexame de tradições, além de um estudo profundo da Bíblia e o conhecimento de circunstâncias individuais. Por fim, requer também uma boa dose de amor. Nem todos vão concordar com as conclusões de Hayden (veja http://www.greatcontroversy.org/reportandreview/pau trailing. html), não obstante, ele será aplaudido por jovens adventistas que encaram com seriedade seu relacionamento com o Senhor. O desejo de analisar o tema no contexto de uma igreja mundial é louvável. O livro é uma excelente opção para discussão e estudo em grupo. Nancy Vyhmeister (Ed.D., Andrews University) é exprofessora de missões no Seminário Adventista de Teologia, Berrien Springs, Michigan, EUA. DIÁLOGO 16•1 2004 FÓRUM ABERTO Deve a mulher ficar calada na igreja? Angel Rodríguez Em nossa igreja local temos discutido o significado das passagens em que Paulo diz que “a mulher…esteja em silêncio” na igreja (I Timóteo 2:12 NVI). Como devemos entender essa orientação e colocá-la em prática hoje? Um estudo de como Paulo usou a palavra grega para “estar em silêncio” nesta e noutras passagens, ajudar-nos-á a entendermos melhor o que o apóstolo quis dizer. A forma verbal hesuchazo, “estar em silêncio/descansar”, é usada cinco vezes no Novo Testamento; a forma substantiva hesuchios, “quieto/ tranqüilo”, duas vezes. O verbo é empregado para expressar três idéias básicas: a primeira é guardar silêncio a fim de evitar uma confrontação direta (Lucas 14:4); a segunda, guardar silêncio com a intenção de pôr fim a ou manter sob controle uma discussão (Atos 11:18; 21:14); a terceira tem o sentido de permanecer inativo, descansar. Essa é a acepção da palavra em Lucas 23:56, onde as mulheres “descansaram [ficaram em silêncio] no sábado em obediência ao mandamento”. Paulo usa a palavra com um sentido mais ético, como uma virtude cristã, algo pelo qual todos os crentes deveriam se esforçar (I Tessalonicenses 4:11). A vida cristã deveria ser tranqüila/silenciosa, isto é, livre de controvérsias inúteis e ofensas a Deus. Ao estudarmos as diferentes maneiras em que o verbo é usado, podemos tirar as seguintes conclusões: na maioria das vezes, o verbo é utilizado em situações nas quais existem tensões e/ou controvérsias. Outras poucas vezes ele indica um comportamento ofensivo que é evitado por meio do silêncio. O verbo, portanto, designa uma forma de falar e DIÁLOGO 16•1 2004 agir que interrompe a interação social. Isto é, ele aponta para um tipo específico de silêncio, e não necessariamente a ausência de fala ou palavras. A igreja de Jerusalém ouviu a Pedro e, como resultado, ficou em silêncio, ou seja, cessou de polemizar com ele e “louvaram a Deus” (Atos 11:18). Visto que o verbo não significa necessariamente ausência de palavras, mas omissão de expressões altercadoras, ele pode ser usado para expressar a idéia de calma e tranqüilidade, tornando assim a comunicação realmente possível. O substantivo é usado basicamente da mesma forma. Em primeiro lugar, ele indica o silêncio que põe fim a uma discussão (Atos 22:2). Em segundo, ele evita declarações controversas e ofensivas (I Timóteo 2:11-12). Por fim, ele designa a calma da vida cristã que evita dividir a comunidade dos fiéis. É nesse último sentido que encontramos o adjetivo “tranqüilo, quieto”. Segundo Pedro, as mulheres devem adornar-se com um “espírito dócil e tranqüilo” (I Pedro 3:4). Mas de acordo com I Timóteo 2:2, esse tipo de docilidade e calma deveria ser característica de todos os crentes. Todos devem viver de forma “tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade”. Tendo examinado a evidência neotestamentária, estamos agora em condições de compreender melhor I Timóteo 2:11-12. Não há dúvida de que, nesse contexto, Paulo está preocupado com as controvérsias na igreja. No versículo 8, ele exorta os homens a orarem “sem ira e sem discussões”. No caso das mulheres, o apóstolo também está preocupado com as reações e atitudes que possam causar divisões. A fim de evitar problemas, ele as admoesta a “aprender em silêncio, com toda a sujeição” (verso 11), algo que no primeiro século era esperado de um discípulo, fosse ele homem ou mulher. A implicação é que as mulheres são consideradas aqui como estudantes, discípulas, e lembradas de suas responsabilidades como tais. O que Paulo está proibindo é a fala de uma estudante que possa atrapalhar o processo do aprendizado, protegendo assim o direito dos outros de ouvir e aprender. A frase “esteja em silêncio” (verso. 12) não significa que elas devessem permanecer mudas, mas que declarações altercadoras são inaceitáveis porque podem gerar controvérsia. Isso está em perfeita harmonia com o uso do substantivo e do verbo em outras partes do Novo Testamento. Por que Paulo referiu-se especificamente às mulheres? Possivelmente porque algumas delas haviam se tornado o alvo de falsos mestres e seus ensinamentos (II Timóteo 3:6). Como resultado, elas estavam gerando controvérsias na igreja. Paulo proíbe esse tipo de fala controversa e causadora de divisão quando diz que “a mulher …esteja em silêncio”. Angel Manuel Rodríguez (Th.D. pela Andrews University) é o diretor do Biblical Research Institute. Website: http:// biblicalresearch.gc.adventist.org. Diálogo on-line Se você perdeu alguns dos números anteriores da Diálogo, você pode agora acessar e ler os melhores artigos e entrevistas on-line. Visite nosso novo website: http://dialogue.adventist.org 29 PARA SUA INFORMAÇÃO O Geoscience Research Institute Uma organização dedicada a buscar a harmonia entre as Escrituras e a ciência L. James Gibson Roger era um estudante adventista de universidade pública. Em suas aulas ele era confrontado com argumentos de que a vida surgiu de um caldo químico pré-biótico, o qual se desenvolveu através de tentativas e erros durante centenas de milhões de anos. Essa foi a primeira vez que Roger foi forçado a lidar com esses assuntos, e não estava seguro de como respondê-los ou a quem se dirigir em busca de auxílio. Através de um amigo ele soube que sua igreja mantinha uma instituição onde tais questões eram estudadas por cientistas especializados. Essa organização é o Geoscience Research Institute (GRI), localizado em Loma Linda, Califórnia. Seu site é http://www. grisda.org. O GRI foi fundado em 1958 com o propósito de investigar os novos desenvolvimentos da ciência, que suscitam dúvidas quanto à confiabilidade do registro bíblico 30 da Criação e do Dilúvio. Imicialmente localizado na Andrews University, o instituto foi transferido para Loma Linda em 1980. Atualmente, o GRI possui em Loma Linda cinco cientistas, um editor-assistente, uma secretária e um bibliotecário de tempo parcial. Além desses, mais dois cientistas trabalham nas filiais da França e Argentina, respectivamente. Várias áreas de especialização estão representadas: geologia, paleontologia, física, biologia molecular, biometria e biogeografia. O trabalho do GRI inclui pesquisa e educação. Os projetos atuais de pesquisa em geologia e paleontologia envolvem o estudo de traços geoquímicos das rochas graníticas do Sul da Califórnia, fatores de preservação de fósseis de baleia em depósito geológico no Peru, deposição de cascas de ovo de dinossauros na Argentina e identi- ficação de fóssil de ostracódios na Europa. A pesquisa biológica abrange estudos das diferenças de DNA entre espécies de nematelmintos, comparação de marcas de mãos humanas encontradas em cavernas, e investigação de padrões biogeográficos em grande escala. Outros projetos incluem um estudo dos fósseis florestais do Yellowstone National Park, e dos processos de deposição de certos sedimentos no Grand Canyon. Vários desses projetos envolvem a colaboração de cientistas de outras instituições e universidades. Além disso, o Instituto patrocina algumas pesquisas feitas por outros cientistas adventistas. Alguns dos projetos que estão sendo realizados são: o estudo de padrões globais de direcionalidade de paleocorrentes, estudo de preservação fóssil no Wyoming, e o potencial de fossilização de cinzas vulcânicas na Argentina. A outra área principal de atividade do GRI é a educação. O instituto publica Origins, uma revista científica com artigos semi-técnicos, normalmente uma ou duas vezes por ano. Três revistas menos técnicas são publicadas duas ou três vezes por ano: a Geoscience Reports é publicada em inglês; a Ciencia de los Orígenes em espanhol; e a Science et Origines em francês. Conforme já mencionado, o GRI possui um site na Internet, http://www.grisda.org. Nesse site há cópias de todos os artigos de Origins e outras publicações diversas. Há também resenhas de vários vídeos sobre criacionismo, uma lista comentada de leituras, respostas para perguntas freqüentes e links para muitos sites que apresentam um espectro amplo de teorias sobre criacionismo e evolucionismo. Materiais de grande interesse para professores são também DIÁLOGO 16•1 2004 A missão do Geoscience Research Institute é auxiliar a Igreja Adventista do Sétimo Dia através do estudo do mundo natural, com o objetivo de descobrir a subjacente harmonia entre a ciência e as Escrituras. acrescentados periodicamente. Os membros do instituto viajam intensa e extensamente para apresentar seminários e leituras sobre ciência e fé. O instituto tem participado de inúmeros seminários criacionistas em universidades adventistas na América do Norte, América do Sul, Austrália, África, Europa e Ásia. Além disso, o GRI tem participado da maioria dos Seminários Fé e Ensino, patrocinados pelo Departamento de Educação da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. Ocasionalmente, membros da equipe do instituto ministram classes de “Tópicos sobre as Origens”. Conferências que combinam palestras e observação de campo representam uma Uma conferência in situ de geociência para educadores coreanos. das principais atividades educacionais do Geoscience Research Institute. A maioria dessas conferências é conduzida na América do Norte devido à acessibilidade a elementos geológicos, facilidade de transporte e disponibilidade de alojamento. Conferências com pesquisas in situ realizadas também na Europa e na região da Austrália-Nova Zelândia. Essas conferências são programadas a pedido de diversas entidades da Igreja. O Geoscience Research Institute está servindo à igreja mundial tanto nas áreas da descoberta científica como da educação, empenhando-se em estabelecer um equilíbrio adequado entre a fé e a razão. Existem ainda muitas questões para serem respondidas e muitos desafios a serem tratados. Assim como Roger descobriu, ninguém tem respostas para todas as perguntas, mas a equipe do instituto poderá ajudá-lo a entender a natureza das evidências e sua importância. Para maiores informações, contate-nos através do e-mail info@grisda. org. L. James Gibson (Ph.D. em Biologia pela Loma Linda University) é diretor do Geoscience Research Institute, Loma Linda, Califórnia, EUA. A equipe internacional do Geoscience Research Institute. DIÁLOGO 16•1 2004 31 PRIMEIRA PESSOA No tempo certo de Deus Em meio às incertezas da guerra, Deus escolheu falar-me. Jan S. Doward A Segunda Guerra Mundial estava quase no fim. A belonave “Almirante W. L. Capps” singrava as agitadas ondas do Oceano Pacífico rumo ao Japão. Apesar de ser apenas um dos 500 soldados a bordo, eu podia ser facilmente identificado por um recente corte de cabelo estilo moicano. Eu parecia ser o exemplo típico de alguém procurando briga. Falava com rudeza e tinha um andar desafiador, e de algum modo projetava a imagem de um opositor de consciência. Certa noite fui abordado no setor direito do navio por um soldado religioso muito intrépido, usando nosso uniforme. Gingrich era um rapaz pequeno que certamente possuía grande determinação. Ele era o que os homens rotulavam de “Zé Santo”. O tom alto e abrasivo de sua voz fez-me recuar, especialmente quando perguntou: “Você está salvo?” Fiquei tão revoltado que queria sair de sua presença o mais rápido possível. Quando ouvimos as ordens no alto-falante para que todas as tropas se dirigissem aos alojamentos, fiquei muito feliz. Não conseguia aceitar a falsa teologia de Gingrich de “uma vez salvo, salvo para sempre”; mas, repentinamente, senti a profunda necessidade do Salvador. Ir apenas ocasionalmente à igreja não era suficiente. Então, naquele exato momento e lugar, ajoelhei-me no convés metálico e entreguei minha vida a Jesus. Foi como se uma descarga elétrica passasse pelo meu corpo, e quando me levantei era um novo homem. Daquele momento em diante o rumo de minha vida foi maravilhosamente alterado. A conversão a Cristo, obviamente, é apenas o começo. O crescimento continua no decorrer da vida, mas o Senhor, indubitavelmente, orientou-me celeremente no caminho cristão. Mesmo sem pensar conscientemente sobre o assunto, minha conduta mudou de súbito. A transforma32 ção mais significativa foi meu linguajar. O Espírito Santo encarregou-Se notavelmente de minha anterior maneira de falar. E quanto ao meu corte moicano? O primeiro sargento já havia mandado tirá-lo, mas protestei com rudeza de que ele era bonito e limpo, e que nenhum regulamento de guerra o proibia. Aborrecido, ele se virou e foi embora. Gabei-me perante meus companheiros de como fui firme na minha posição. Então, uma noite, não muito depois da conversão, juntei-me a um pequeno grupo de oração no convés. Enquanto orava com a cabeça abaixada, levei minha mão direita descuidadamente à cabeça e senti o corte moicano. Relampejou através de minha mente o pensamento: “Isso parece ridículo olhando de cima!” Agora, o próximo item da minha agenda era um corte de cabelo! O que não podia ser feito por ordens superiores, realizou-se facilmente mediante convicção. Uma das coisas mais atrativas para mim agora era unir-me a um pequeno grupo de cantores que se reuniam cada dia, no crepúsculo da tarde, ao lado de uma pilha de botes salva-vidas. Sem hinários e coletâneas, esses soldados cantavam entusiasticamente do fundo do coração. Antes da experiência da conversão, eu tinha vergonha de juntar-me a esse grupo, mas agora estava feliz em participar. Certa noite alguém sugeriu que cantássemos “Louvamos-Te, ó Deus”. Eu nunca tinha ouvido esse cântico antes, mas não levei muito tempo para aprender o coro: “Aleluia! Toda glória Te rendemos sem fim, Aleluia! Tua graça imploramos, Amém.” Assim que começamos a cantar o coro pela última vez, outra voz, mais forte que todas ali presentes, juntou-se à nossa com muito entusiasmo. Volvi-me em direção à potente voz e vi um soldado alto e magro, com cabelos louros e um pouco crescidos, segurando uma Bíblia na mão e sorrindo enquanto cantava. Naquela noite, depois de a maioria dos homens haver-se recolhido a seus quartos, alguns ficaram para examinar a Bíblia. Alguém trouxe um cobertor do exército para nos assentarmos nele, mas eu me recostei nos botes salva-vidas, ansioso para ouvi-los. Apesar de ter crescido freqüentando a escola dominical, nunca aprendi muito sobre a Bíblia. Com exceção de algumas histórias como a do bebê Moisés nos juncos e as histórias anuais do Natal e da Páscoa, sabia muito pouco sobre a Palavra de Deus. O que começou como uma discussão, logo se tornou um intenso debate com Gingrich bem no centro da contenda. Enquanto cutucava as páginas da Bíblia com seu dedo indicador, ia ficando cada vez mais agitado e sua voz mais penetrante. Obviamente, ele estava atacando o homem alto e louro que em nenhum momento respondeu no mesmo tom, mas se manteve sorrindo. No início, não tive qualquer idéia do que se tratava a discussão, mas logo se tornou óbvio que Gingrich acreditava no inferno de fogo eterno e o homem alto e louro não. Enquanto eu os ouvia atentamente, logo soube que o nome do soldado alto era Floyd. Sua estatura fazia Gingrich parecer menor do que já era, mas, à medida que o debate prosseguia, a forte reação de Gingrich e seus conceitos bíblicos distorcidos pareciam equiparar-se à sua baixa estatura. Sem se alterar, Floyd calmamente o foi cercando com os argumentos bíblicos de que o ímpio será destruído no final. Isso, imediatamente, provocou uma furiosa reação em Gingrich, que se ergueu do cobertor e, meio agachado, levantava-se e abaixava-se batendo as mãos nos joelhos. Quando Floyd terminou sua breve exegese, DIÁLOGO 16•1 2004 Gingrich estava gritando: “Adventistas! Adventistas! Vocês acreditam em doutrinas demoníacas!” Pegando a Bíblia que tinha deixado cair no cobertor, saiu batendo os pés e gritando: “Adventistas! Adventistas!” Ainda que não tivesse idéia de quem eram os “adventistas”, o que eu tinha certeza era de querer falar com Floyd. Seu simpático comportamento sob pressão e a sua clara teologia baseada na Bíblia atraiu-me como um imã. Depois de apresentar-me, sua enorme mão estendeu-se e apertou a minha. Ele sorriu enquanto me cumprimentava e falou que seu nome completo era Floyd Cromwell. Eu estava ansioso para saber mais sobre a Bíblia e perguntei-lhe se estava disposto a estudá-la comigo. Nós nos encontramos no dia seguinte no convés da cozinha, sob um grande ventilador. Exceto pelos cozinheiros, o lugar estava vazio. Por isso era bem melhor ali do que no movimentado convés superior. Antes de nosso estudo começar, Floyd abriu sua Bíblia, colocou-a sobre uma das mesas e orou. Antes de começarmos a estudar, lembrei a Floyd que eu tinha preferência pelo Novo Testamento. Isso porque minha mãe havia-me dado um exemplar do NT, edição de bolso, antes de sair de Seatle, e repetidamente me dizia que a igreja a qual pertencíamos era uma “Igreja do Novo Testamento”. “Tudo bem, Jan, você tem algum plano?” Como sempre me ensinaram que o Apocalipse [“Revelação” em inglês] era um “livro fechado”, e não podia ser compreendido, pareceu-me um bom lugar para começar. Enquanto Floyd virava as páginas de sua Bíblia, ele comentou que parecia estranho que o Apocalipse não era para ser compreendido, quando o próprio nome significava revelação. Foi ali, no convés da cozinha, sob o grande ventilador, que as verdades da Palavra de Deus me foram expostas à compreensão. Aquele primeiro dia passou muito rápido para mim. Estava tão ansioso para aprender mais e tinha tantas perguntas que quase não podia esperar pelo próximo estudo. Por fim, Floyd foi capaz de mostrar-me como o Antigo e o DIÁLOGO 16•1 2004 Novo Testamentos se harmonizam, especialmente os livros interligados de Daniel e Apocalipse. Dia após dia, hora após hora, estudávamos juntos a Bíblia, enquanto o navio militar navegava pelo Pacífico. Quando chegamos em Okinawa, durante a última parte da batalha por aquela ilha, eu estava determinado a batizar-me e a unir-me à igreja remanescente de Deus. As preparações para o batismo levaram algum tempo, mas em 15 de julho de 1945 fui batizado na praia de Ishikawa por um capelão batista. Ele se recusou a batizar-me, a menos que eu assinasse uma declaração de que estava me transferindo de sua denominação para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Foi o membro mais breve que eles já tiveram! Eu esperava, sinceramente, que meus amigos e familiares nos Estados Unidos ficassem contentes em ouvir acerca das verdades que me transformaram. Regularmente eu lhes escrevia sobre o que estava aprendendo e esperava por suas respostas animadoras. Porém, eu estava errado! Antes do meu batismo, as palavras mais ásperas e chocantes vieram de minha mãe: “Eu prefiro que você seja um ladrão do que um adventista do sétimo dia!” Mas, apesar da reação negativa de casa e a forte dor da rejeição, fui sustentado pela direção do Espírito Santo a manter-me fiel ao chamado de Deus. Durante nossa permanência em Okinawa, os militares adventistas se reuniam cada sábado para o culto e, normalmente, Floyd pregava. A despeito do intenso calor, eu me sentava e ouvia fascinado. Nunca, em meus 19 anos, tinha ouvido sermões tão poderosos. Mas isso não duraria muito tempo. Logo após a guerra, fui enviado ao Japão como parte do Exército de Ocupação, enquanto Floyd navegou para a Coréia. No Japão, conheci os primeiros civis adventistas do sétimo dia e sua firme fidelidade, apesar de estarem sofrendo tempos difíceis no país. Isso me encorajou muito. Olhando para trás, vejo que tudo fazia parte de um plano. O tempo certo de Deus me colocou a bordo do navio certo na hora certa. Ali conheci meu Salvador e, mais tarde, um ex-lutador de 23 anos que estava disposto a compartilhar comigo as grandes verdades da Palavra de Deus. Ainda que Floyd Cromwell tivesse apenas o ensino médio, ele era, sem dúvida, um estudante da Bíblia. Apesar de o dinheiro e mulheres terem depois levado Floyd a abandonar a igreja, ele voltou para Deus antes de sua morte prematura por câncer. Quando eu estava ao lado de seu leito, ele me disse: “Eu amo você como um irmão.” E eu lhe respondi: “Eu o verei naquela manhã, companheiro!” Minha dívida para com ele é inestimável e Jan S. Doward, agora aposentado, foi professor, diretor de jovens, pastor, produtor de filmes documentários, escritor freelancer e fotógrafo. Este artigo foi adaptado de seu livro When All Alone I Stand. Seu endereço é: 714 Poole Road; Ferndale, CA 95536; EUA. Diálogo para você, grátis! Se você é um estudante adventista do sétimo dia de faculdade ou universidade não-adventista, a Igreja tem um plano que lhe permitirá receber gratuitamente a revista Diálogo enquanto você for estudante (aqueles que não são mais estudantes podem assinar Diálogo usando o cupom da página 6). Contate o diretor do Departamento de Educação ou do Departamento de Jovens de sua União, e peça que seu nome seja colocado na lista de distribuição da revista. Inclua seu nome completo, endereço, faculdade ou universidade onde está estudando, o curso que está fazendo e o nome da igreja onde é membro. Você também pode escrever aos nossos representantes regionais nos endereços indicados na página 2, anexando uma cópia da carta que enviou aos diretores da União mencionados acima. Caso esses passos não produzam resultado, você poderá contatar-nos via e-mail: ssicalo@yahoo.com. 33 DIRETRIZES PARA OS COLABORADORES Cuidando… Continuação de la página 10. A revista Diálogo Universitário é publicada três vezes por ano em quatro edições (inglês, espanhol, francês e português), e dirigida a adventistas do sétimo dia envolvidos com educação secundária e superior, como professores, estudantes, profissionais e capelães de campi em todo o mundo. Os editores estão interessados em artigos, entrevistas e reportagens bem redigidos e coerentes com os objetivos de nossa publicação: 1) Sustentar uma fé viva e inteligente. 2) Aprofundar o compromisso com Cristo, com a Bíblia e com a Missão Adventista Global. 3) Elaborar uma abordagem bíblica de assuntos contemporâneos. 4) Apresentar idéias e modelos de serviço cristão e evangelismo. Diálogo usualmente pauta artigos, entrevistas e reportagens para autores específicos, visando à sua publicação. Os autores potenciais são solicitados a: a) examinar previamente os assuntos de nossa revista; b) considerar cuidadosamente estas diretrizes, e c) apresentar um resumo e sua experiência pessoal antes de desenvolver o artigo proposto. Trabalhos não solicitados não serão devolvidos. Artigos — Artigos bem pesquisados e estimulantes que focalizem, a partir de uma perspectiva bíblica, temas contemporâneos referentes a artes, ciências humanas, religião ou ciências em geral. Perfis — Entrevistas com homens e mulheres adventistas bem-sucedidos em suas profissões ou carreiras, e que sejam também cristãos ativos. As sugestões são bem-vindas. Logos — Uma nova abordagem de passagens ou temas bíblicos que ofereça perspectivas e animação para uma vida de fé nos dias atuais. Vida universitária — Idéias práticas para o estudante universitário, capelão ou professor, que buscam integrar fé, educação, sociabilização e evangelismo na vida acadêmica. Reportagens de atividades — Novas sobre atividades regionais desenvolvidas por estudantes, capelães e professores adventistas. Revisões de livros — Análises de livros interessantes escritos por ou sobre adventistas do sétimo dia, publicados em inglês, francês, português ou espanhol. As sugestões são bem-vindas. Pontos de Vista — Abordagem pessoal de assunto controverso ou delicado, que seja digno de apreciação cristã. Fórum aberto — Consultas feitas pelos leitores sobre temas de interesse geral, acompanhadas de respostas dadas por especialistas. Para sua informação — Reportagens sobre eventos, atividades ou declarações interessantes para profissionais e estudantes adventistas. Primeira pessoa — Histórias sobre experiências de indivíduos, escritas por estudantes ou profissionais adventistas, que sejam inspiradoras e estimulantes a seus colegas. Endereço para correspondência: 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. Editores da Diálogo 12501 Old Columbia Pike; Silver Spring MD 20904 EUA Telefone 301-680-5060 Fax: 301-622-9627 E-mail: 74617.464@compuserve.com 1044721154@compuserve.com 16. 17. ping countries: Dimensions, determinants, dynamics and directions for public health action,” Public Health and Nutrition 5-A (2002): 231-237. S. M. Ayres in “Health Care in the United States: The facts and the choices,” The Last Quarter Century: A Guide to the Issues and the Literature, No. 4. J. H. Whaley, Jr., ed. 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DIÁLOGO 16•1 2004 Ê" h&OIPORISSOQUETROUXEA .AQUELAMANHâOPASTOR GAIOLAVAZIAHOJEv CAMINHOUVAGAROSAMENTEEM $EPOISDEUMALONGAPAUSAOPASTOR DIREÀâOAOP¢LPITO!NTESDEINICIAR PROSSEGUIU SEUSERMâOELECOLOCOUSOBREUMA h5MDIA3ATANÖSPASSOUPOR*ESUSE MESAUMAGAIOLAVELHAEVAZIAPARATODOS COMEÀOUACONVERSARCOM%LE/INIMIGO VEREM/SMEMBROSDAIGREJAOLHARAM ESTAVAVINDODO*ARDIMDO»DENETINHAUMA SURPRESOSPARAOOBJETOECOMEÀARAMA EXPRESSâOBASTANTESATISFEITA FAZERPERGUNTASUNSAOSOUTROS1UANDOO @h!HEXULTOUELEMALIGNAMENTE@-ONTEIUMA MURM¢RIOCESSOUOPASTORCOMEÀOUA ARMADILHAPARAAS4UASCRIATURASEELASCA¤RAMNELA FALAR !GORAPOSSUOA4ERRAETODOSOSQUENELA h!LGUNSDIASATRÖSEUPASSEIPORUMMENINO HABITAM%LESSâOMEUS QUEESTAVALEVANDOUMAGAIOLABALANÀANDOA @h/QUEVOCäFARÖCOMELESPERGUNTOU*ESUS DESPREOCUPADAMENTE1UANDOELESE @h6OUMEDIVERTIR%UOSENSINAREIABRIGARENTRESI APROXIMOUMAISPERCEBIQUEDENTRODA AABUSARDOSEUCORPOADESTRUIRASSUASFAM¤LIAS GAIOLAESTAVAMTRäSPÖSSAROSASSUSTADOS E4EAMALDIÀOAR6OUMOSTRARLHESAT£MESMO TREMENDODEFRIO0ERGUNTEILHEOQUEIA COMOCONSTRUIRARMASESEMATAREMEM FAZERCOMELES GUERRAS @h!LGU£MMEDEUEVOUDIVERTIRMECOM @h%DEPOISDISSO ELESDISSEMEOMENINOCOMUMSORRISO @h1UANDOEUMECANSARMATAREITODOSELES MALICIOSO@6OUFAZäLOSBRIGARENTRESIE @h%UOSCOMPRAREIDEVOCäDISSE*ESUS@1UANTO DEPOISARRANCARSUASPENAS VOCäQUERPORELES @h%QUANDOVOCäSECANSARDISSO @h0ORQUEALGU£MDESEJARIAESSESINFELIZES!L£M @h%UOSJOGAREIAOSMEUSGATOS DISSOSETENTARESAJUDÖLOSELESVâO4EREJEITAR @h6OCäOSVENDERIAPARAMIMPERGUNTEILHE CUSPIREM4EUROSTOEAMALDIÀOARO4EUNOME @h0ARAQUEVOCäOSCOMPRARIA%LESSâOAPENAS %LESAT£4EMATARâO.âOVALEMNADA TRäSPÖSSAROSFEIOSQUENEMSEQUERCANTAM @h1UANTOVOCäQUERPORELESINSISTIU*ESUS @h1UANTOVOCäQUERPELAGAIOLAEPELOS @h4UASLÖGRIMAS4EUSANGUEEMESMO PÖSSAROS 4UAVIDABRADOU3ATANÖS @h$EZDLARES @h&EITOFALOU*ESUS h!SSIMQUEPEGOUODINHEIROOMENINO h!LGUMTEMPODEPOIS%LEVEIO MENEOUSUACABEÀAINTRIGADO%UTROUXEA PAGOUOPREÀOELIBERTOUNOSv GAIOLAPARACASADEIÖGUAAOSPÖSSAROSE /PASTORCAMINHOUEM COLOQUEIALGUMASSEMENTESPARACOMEREM DIREÀâOÜGAIOLAABRIUAPORTA .AQUELATARDELEVEIAGAIOLAAUMPARQUE DELAESILENCIOSAMENTESAIUDO PRXIMOREPLETODEÖRVORES3ENTEIMENUM TEMPLO BANCOABRIAPORTADAGAIOLABATISUAVEMENTE NASSUASGRADESEUMAUMOSPÖSSAROS !N¹NIMO VOARAMPARAALIBERDADE DIÁLOGO 16•1 2004 35 “O programa Amazing Facts College of Evangelism me deu o treinamento de que necesitava para o meu ministério!” “AFCOE me forneceu o material, a confiança e a experiência prática para seguir ao Senhor. Aprendi mais acerca de como ganhar almas para Cristo do que jamais teria imaginado. Os qualificados instrutores, guiados pelo Espírito Santo, sentem uma verdadeira paixão pelas almas e ensinam de modo dinâmico o método de evangelismo de Jesus. AFCOE lhe treinará a converter-se no que o Senhor lhe chamou para ser e fazer”. –George Hamilton Graduado de AFCOE en Inglaterra No AFCOE voce poderá: Compreender as doutrinas bíblicas freqüentemente mal interpretadas. Desenvolver a confiança e habilidade de testemunhar e ensinar em qualquer momento e lugar. Aprender a conduzir eficientemente estudos bíblicos e seminários evangelísticos. Obter experiência prática durante séries de evangelismo ao vivo. Professores de Primeira Classe Pastor Doug Batchelor Presidente de Ministérios de Alan Parker As datas de inscrição estão para encerrar-se! DATA DO CURSO Curso Completo de 4 meses Intensivos de Evangelismo Pastoral e Avançado 18 de julho a 20 de novembro, 2004 7 de outubro, 2004 AFCOE Amazing Facts Ethelene Brady Diretora Coordenadora Assistente de de Extensões AFCOE de AFCOE 10 de maio, 2004 13 de setembro a Diretor de Annie Kjaer DATA DE INSCRIÇÃO Amazing Facts 916-434-3880, ext. 3049 P.O. Box 1058 ligue-nos o consulte o nosso Roseville, CA 95678, U.S.A. website em www.afcoe.org Fax 916-434-3889 email: college@amazingfacts.org 1º. de julho, 2004
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