Abril - Adventist World
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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Ab r i l 2 01 1 Depois da Água 14 Lições de Duas Missões 24 O Profeta que Não Era 27 Recebendo o Dom Prometido Abr il 2011 A IGREJA AÇÃO EM Editorial ............................ 3 Notícias do Mundo 3 Notícias & Imagens Visão Mundial K N E G E L S T E I N 8 Jovem e Pronto SAÚDE NO MUNDO J E N I E N N E Cólera ............................... 11 Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless A R T I G O D E C A P A Depois da Água Por Wilona Karimabadi .............................................................. 16 A euforia do nosso batismo inevitavelmente se transforma na rotina do cotidiano. PERGUNTAS BÍBLICAS Ele Foi Arrebatado ....... 26 Por Ángel Manuel Rodríguez DEVOCIONAL Sua Primeira Páscoa Por Oliver Jacques ............................ 12 Quanto Jesus sabia, e quando Ele soube? VIDA ADVENTISTA Lições de Duas Missões Por Nancy Vyhmeister ................ 14 ESTUDO BÍBLICO Recebendo o Dom Prometido ....................... 27 Por Mark A. Finley O que deixaremos para trás? INTERCÂMBIO CRENÇAS FUNDAMENTAIS Batismo – Mais Que Palavras Por Marcus B. Witzig .................................................................. 20 MUNDIAL 29 Cartas 30 Lugar de Oração 31 Intercâmbio de Ideias Vivendo a realidade do novo nascimento ESPÍRITO DE PROFECIA Vigiai e Orai Por Ellen G. White ........................................... 22 O Lugar das Pessoas ............................ 32 Precisamos estar bem acordados. A Vida Bizarra de um Falso Profeta Capa: O batismo é o início de uma nova vida com Cristo. Mas, é apenas o começo. Um encontro muito próximo para oferecer conforto. T O D D HERANÇA ADVENTISTA Por Michael W. Campbell ........................................................... 24 G E S S E L E / M I S S Ã O A D V E N T I S TA Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 7, nº 4, Abril de 2011. 2 Adventist World | Abril 2011 www.portuguese.adventistworld.org A Igreja em Ação EDITORIAL Idas e Vindas T – Bill Knott W A R D oda mensagem vinda de um amigo é bem-vinda, mas esta, mais que qualquer outra. Um irmão em Cristo, com o qual atuei na equipe de pastor/ancião há vários anos, há seis meses, escreveu convidando-me para participar de algo irrecusável para qualquer pastor: Será que eu poderia participar do rebatismo de sua filha que eu batizara, há mais de vinte anos, quando ela era adolescente? Sua história era dolorosa, mas familiar: uma impetuosa decisão por Cristo que, durante o final da adolescência e juventude, transformou-se numa vida completamente longe de Deus. Por meio da persistência do Espírito e do poderoso apoio da família e de amigos, ela estava fechando o ciclo pelo qual viajara por duas décadas. Feliz, nervosa e humilhada pela graça de Deus, ela perguntou se eu poderia voltar para estar ao seu lado quando, mais uma vez, escolhia Cristo como seu Senhor e Salvador. A água no tanque batismal estava excepcionalmente quente naquele sábado de janeiro, como que contrastando com a tempestade que uivava fora das janelas da igreja. A “tempestade de neve”, como denominara o meteorologista, com seu vento penetrante e o acúmulo dos esvoaçantes flocos de neve, lembrava a todos que as boas decisões nem sempre são acompanhadas de céu azul e sol brilhante. Felizmente, não só a água, mas a igreja estava quente. Raramente me senti tão seguro ao entregar alguém ao abraço do corpo de Cristo, como naquele sábado. Se alguma vez uma congregação se debruçou sobre o tanque batismal, foi dessa vez. Se alguma ovelha perdida foi bem-recebida pelo rebanho, foi essa ovelha. Eu era um feliz espectador – chamemos de testemunha – de uma comunidade de Cristo com a intenção de deixar bem claro que aquela cristã renovada era abraçada por uma comunidade renovada. No almoço, após o culto, anciãos, diáconos, familiares e amigos se reuniram ao redor dela, repartindo o pão, com uma alegria de encher o coração e bonito de se ver. É assim que o Reino cresce: uma boa decisão por vez, um coração renovado pela graça e pela bondade do povo de Deus. Quando estiver lendo as histórias de reavivamento na revista deste mês, tome a decisão de fazer da sua igreja um lugar que acolhe aqueles a quem Deus está chamando, ou chamando mais uma vez, para Si. E D NOTÍCIAS DO MUNDO Na Europa, Membros Leigos Assumem Liderança no Evangelismo Presidente mundial da igreja prestigia convenção em junho Mark A. Kellner, editor de notícias ■ Os membros leigos da Igreja Adventista do Sétimo Dia estão assumindo a liderança em compartilhar o evangelho pela Europa, uma realização que deverá ser comemorada em junho, quando os membros da Adventistlaymen’s Services and Industries (ASI) [Associação de Empresários e Profissionais Liberais] se reunirão para a convenção de quatro dias em Constança, Alemanha, cidade localizada na margem ocidental do Lago de Constança, o maior lago do país. “É a primeira vez que teremos a presença de um presidente da Associação Geral”, disse Ángel Duo, membro da ASI-Europa há 12 anos e presidente desde 2008. Exportador químico em Elche, Alicante, Espanha, ele é também o presidente da ASI-Espanha. Sobre a visita do pastor Ted N. C. Wilson, Duo afirma: “É muito importante, porque estamos trabalhando no evangelismo leigo. Portanto, teremos relatórios do desenvolvimento do treinamento de leigos para o evangelismo através do New Beginnings [Novos Começos], a ferramenta que estamos usando nos pequenos grupos.” Outro importante palestrante do evento será John Bradshaw, recentemente nomeado orador e diretor do programa It Is Written [Está Escrito], disse Duo. Ele acrescenta: “Milhares de pessoas foram treinadas em toda a Europa; vamos ter o feedback dos delegados. Será emocionante ouvir todos os relatórios desse treinamento, dos programas Jovens para Jesus que foram desenvolvidos em todo o território europeu. Embora a Europa tenha sido o primeiro campo missionário da Igreja Adventista do Sétimo Dia fora dos Estados Unidos, a força da igreja tem sido desafiada nos Abril 2011 | Adventist World 3 A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO O ESFORÇO LEIGO É IMPORTANTE: Segundo Ángel Duo, presidente da ASI-Europa, o “evangelismo da amizade”, vizinhos convidando seus vizinhos, foi o responsável por 40% da frequência ao evento evangelístico do programa It is Written, em 2010, na cidade de Roma, Itália. A foto mostra parte do auditório ao vivo, dessa série transmitida via satélite, como publicado na Adventist World de julho de 2010. F O T O : últimos anos. O pós-modernismo, que varreu a maior parte da Europa Ocidental e suas igrejas tradicionais, criou, de igual modo, um impacto sobre o adventismo: se os europeus modernos não sentem necessidade de Deus, testemunhar para eles é um desafio.” Duo diz que os membros da ASI-Europa, cuja maioria é de empresários que “falam de Cristo no mercado de trabalho, estão trabalhando para cumprir o desafio. Qual sua tática? A mensagem adventista de saúde, que é apelativa para uma sociedade estressada”. “Não é fácil compartilhar sua fé em tal ambiente, porém, cada vez mais descobrimos que várias pessoas têm sido impressionadas pelo Espírito Santo”, disse ele na entrevista por telefone. “Quando começamos a trabalhar com a 4 Adventist World | Abril 2011 I I W mensagem de saúde nos pequenos grupos, as portas se abrem. Temos, então, que ser muito sábios.” Duo acrescenta: “Realmente podemos estabelecer um contato com as pessoas por meio da mensagem de saúde.” Outra particularidade essencial no período que antecede uma campanha como o “Apocalipse Fala de Paz”, realizado em Roma, Itália, em fevereiro de 2010, é o evangelismo da amizade, quando os membros da igreja local levaram estudos bíblicos para os seus amigos e vizinhos, disse ele. “A amizade! Essa é a tática que estamos usando. Treinar os membros leigos para que façam amigos, convidem para os pequenos grupos e então, partilhem sua fé”, explica Duo. Tais esforços, apoiados pelo patrocínio da ASI na produção do DVD da série de estudos bíblicos New Beginnings , foram os responsáveis por até 40% da frequência no evento de Roma. Duo declara ainda que os desafios enfrentados pela ASI-Europa são similares aos que enfrentam as duas divisões do mundo às quais serve: as Divisões Transeuropeia e Euro-Africana. Na região europeia dessas divisões, o número de membros tem crescido nos países menos ricos, ao passo que muitos países da Europa Ocidental e Escandinávia estão mantendo o número de membros com a chegada de imigrantes vindos de outras partes do mundo ou por já serem adventistas ou por se unirem à igreja em seu novo país. “Da nossa parte, o que vemos é que o movimento da ASI não é muito forte [em alguns lugares da Europa] como em outros países”, descreve Duo. “Não se encontram tantos empresários. O número de membros é diferente na Espanha e em Portugal, onde há mais empresários.” No entanto, ele acrescenta, a ASI está “funcionando em quinze países europeus e está crescendo”. De maneira geral, Duo está otimista com o crescimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Europa. “O número dos nossos ministérios está crescendo aqui, e está alcançando cada vez mais pessoas. Estão crescendo em tamanho”, explica. “Ao mesmo tempo, a percepção que os líderes [da igreja] têm desses ministérios, e especialmente da ASI, está mudando muito. Agora são considerados como forte apoio ao ministério da igreja.” Duo continua: “Nosso relacionamento com ambas as divisões é excelente, e percebemos que os ministérios estão cada vez mais ativos e recebendo maior apoio da liderança. Algo grandioso vai acontecer. Estamos no caminho certo. Há muitos desafios, porém se trabalharmos juntos, não tenho dúvida, vamos avançar.” NOTÍCIAS DO MUNDO Adventistas Fazem a Diferença supervisionou e coordenou o trabalho durante as três semanas necessárias para levantar 180 abrigos na Coletividade Marie de Carrefour. Até agora a Adra já providenciou 2.680 abrigos para famílias de Carrefour e Petit Goave, umas das áreas mais atingidas pelo terremoto. Antes de cada família ser chamada para receber o número de seu abrigo, centenas de pessoas se reuniram na vila de abrigos, ao por do sol, para agradecer, disse Yvon Jérôme, prefeito de Carrefour. “Uma Pessoa criou o céu, as estrelas e todas as coisas e nós devemos primeiro agradecer a Deus pelo que Ele fez”, disse Jérôme. “Não somos melhores do que as pessoas que morreram. O fato de termos sido salvos não faz de nós melhores do que os outros. Agradeça. Apenas alguns de vocês receberão um abrigo temporário hoje, e agradecemos à Adra pelo que fizeram”, disse ele para a multidão de cima de uma plataforma de cerca de três metros. Recuperação do Haiti na No aniversário de um ano do terremoto, progresso significa um lar fora da rua os dois filhos e outros dois parentes. “Estou tão feliz e agradecido a Deus porque agora tenho uma casa”, diz Milo. Aos 23 anos de idade, ele está sem casa desde o terremoto. Relembra, então, que no dia 12 de janeiro de 2010 estava se sentindo mal e foi com um amigo a uma loja quando aconteceu o terremoto. Ao voltar para casa, descobriu que estava destruída. “Perdi muitos dos meus familiares e tenho morado na rua, numa barraca de lona azul, desde a noite do terremoto. Agora, não vou mais me preocupar se vai chover dentro da barraca e inundála”, diz ele. Chantal e Milo representam cerca de 180 famílias que se mudaram para a Coletividade Marie de Carrefour, um novo vilarejo com vista para o mar, construído graças à Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra) e sua parceria com doadores. “A Adra trabalhou com a prefeitura de Carrefour para construir essa comunidade de abrigos e mudar algumas das famílias que moram nas ruas”, disse Paulo Lutke, coordenador de emergências da Adra, supervisionando o projeto de abrigos temporários em Carrefour. Na verdade, essa vila foi construída com a sobra de material de outros abrigos, segundo Lutke, que L I B N A N a escuridão da madrugada, Petit Homme Chantal e dois de seus amigos estão encostados na parede de um abrigo de madeira, de aproximadamente quatro metros quadrados, de número 35. Como não pode se mudar para lá até o dia raiar, permanece de guarda com seus amigos, e por uma boa razão. Até novembro de 2010, Chantal, 42, e os filhos fizeram sua casa numa rua, no bairro Carrefour, em Porto Príncipe, Haiti. Um ano após o terremoto devastador que derrubou sua casa original, Chantal tem a oportunidade de começar a vida outra vez. Mudar para o novo lar será um sonho que se torna realidade para a família, diz ela. “Sinto-me melhor e muito feliz agora; não era normal morar numa barraca.” Essa mãe solteira de filhos que variam entre 21 anos e 8 meses de idade disse que teve que se mudar com a família de sua barraca abruptamente, pois alguém morreu de cólera em outra barraca a poucos metros da sua. Agora, ela espera acomodar a família e poder tentar reconstruir a vida. Ela quer voltar a vender produtos alimentícios na feira para sustentar os filhos, como costumava fazer antes do terremoto. Frenel Milo também está em pé ao lado do seu abrigo de madeira. A ele foi designado o abrigo 15, uma estrutura verde água que será seu lar com a esposa, S T E V E N S / I A D Reportagem de Libna Stevens, diretora assistente de comunicação da Divisão Interamericana, escreve de Porto Príncipe, Haiti FORA DAS RUAS: Petit Homme Chantal em pé em frente ao seu novo abrigo de madeira, com dois amigos, na nova vila de abrigos construída pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra) um ano após o terremoto de 2010 que destruiu Carrefour e outras regiões de Porto Príncipe, Haiti. Abril 2011 | Adventist World 5 A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO Falando, também, para a multidão estava Fritz Bissereth, diretor da Adra Haiti, que declarou que a Adra é amiga dos necessitados. “Nós queremos ajudar mais ainda. Tenham paciência. Não vamos nos esquecer de vocês. A Adra está aqui para ajudá-los. Ainda há muito que ser feito.” Enquanto Bissereth falava para as centenas de pessoas ali reunidas, elas gritavam: “Adra! Adra!” Todos participaram do momento de oração para inaugurar a nova vila, que inclui a iluminação das ruas com energia solar, uma estação de água e dezenas de latrinas. Os líderes da Adra e da igreja adventista local organizaram uma cerimônia de um dia inteiro para celebrar a vida, um ano após o terremoto. Centenas de famílias participaram do programa especial na sede da Adra Haiti, onde ouviram mensagens especiais de esperança, apresentações musicais, testemunhos dos beneficiários dos abrigos e relatórios do trabalho da Adra em Porto Príncipe e em todo o Haiti. “Deus tem sido fiel, enxugando as lágrimas dos olhos de nosso povo. Ele tem sido fiel ajudando-nos a superar o terremoto; e hoje, é uma boa oportunidade de agradecermos a todos os homens e mulheres que vieram do mundo todo para se associarem à Adra e ajudar nossas comunidades”, disse aos presentes, Theart St. Pierre, presidente da Igreja Adventista no Haiti. Dezenas de crianças receberam dos líderes da igreja, do prefeito e dos líderes da Adra, uniformes e mochilas cheias de material escolar, como parte de um dos muitos projetos de benefício à comunidade. A Adra fez um relatório dos projetos concluídos no país até o final de 2010, com a ajuda de cerca de 23 países da América do Norte, Europa, Ásia e Sul do Pacífico. Outras organizações parceiras se uniram à Adra em centenas de projetos, entre eles a gestão do acampamento das pessoas desabrigadas internamente (ADI) na Universidade 6 Adventist World | Abril 2011 Adventista do Haiti, em cujo campus de 42 acres, mais de 20.400 pessoas abrigaram-se após o terremoto. Há ainda no acampamento ADI, cerca de 400 famílias que esperam ser relocadas durante o mês de fevereiro de 2011, segundo Bissereth. Há ainda muito a ser feito pela Adra no Haiti, continuou Bissereth. “Temos o compromisso de ajudar esse povo a reconstruir a vida.” A seguir está um resumo do trabalho da Adra durante o ano passado: Gestão de Acampamento ■ A Adra administrou um acampamento de mais de vinte mil haitianos desabrigados no bairro de Carrefour, em Porto Príncipe. ■ As atividades incluíram o treinamento de líderes e conselheiros comunitários por região, proporcionando segurança, água, programas de saúde e psicossociais, e distribuição de alimentos e outros itens. Água ■ A Adra Canadá, em parceria com a Global Medic, purificou mais de 130 mil litros de água por dia em Carrefour durante a fase inicial de assistência, usando 64 unidades de purificadores de água, e 62 unidades instaladas em motocicletas. ■ Unidades móveis foram enviadas para, aproximadamente, 50 lugares por dia, em Carrefour, Porto Príncipe, Jacmel e Cap Haitien. ■ Foram utilizados na assistência mais de cinco milhões de tabletes e 110 mil sachês de purificadores de água, 55 mil unidades de sais de hidratação oral e 86 mil Aquatabs doados pela UNICEF. ■ Desde o terremoto, a Adra purificou cerca de 18 milhões de litros de água. ■ O sistema de purificação chamado Nomad continua a purificar e fornecer aproximadamente 50 mil litros de água limpa todos os dias para o acampamento em Carrefour, administrado pela Adra. Alimento ■ A Adra associou-se ao Programa de Alimentação das Nações Unidas (WFP) para distribuir 4.802 toneladas de alimento a mais de 776 mil pessoas durante três distribuições massivas de alimentos entre janeiro e março de 2010. ■ Uma doação de 16,5 toneladas de alimento para bebês, vinda da Alemanha, foi distribuída no acampamento de Carrefour. Outros Itens ■ A Adra distribuiu mais de 50 mil itens aos sobreviventes do terremoto, como sapatos, kits de higiene pessoal, recipientes para armazenar líquidos, utensílios de cozinha, jogos de ferramentas, kits de iluminação solar, lonas, remédios e lanternas. Em outras ocasiões, foram distribuídos enchimento para colchões, cobertores e mosquiteiros. Higiene Sanitária ■ Foram construídas um total de 75 latrinas em seis acampamentos e improvisada uma latrina permanente, beneficiando um total de 3.396 famílias. O projeto também providenciou pagamento em dinheiro para as 86 pessoas que cavaram as latrinas. ■ A Adra construiu 95 novos locais de banho e reformou banheiros já existentes em oito acampamentos, para 7.241 famílias. ■ Apoiada pela UNICEF, a Adra forneceu 221 latrinas móveis e o serviço de remoção dos detritos, do início do mês de março até o final de junho de 2010. Em julho, a Adra recebeu 150 latrinas móveis da Fundação Clinton, em nome da UNICEF. ■ Uma equipe de 50 trabalhadores sanitários, da própria população do acampamento, limpava as instalações sanitárias duas vezes por dia. ■ A Adra construiu dois aterros de resíduos sólidos e contratou um grupo de 50 pessoas do acampamento para coletar o lixo diariamente. ■ Foram realizados oito projetos para pagamento de trabalhadores, ajudando na sobrevivência de 169 pessoas. ■ Cerca de 15 caminhões de lixo foram removidos do acampamento em Carrefour. ■ Sete acampamentos receberam ferramentas para limpeza do local. ■ Foram construídos 35 locais para lavagem de roupas. ■ A Adra construiu uma ponte para maior segurança e conveniência aos desabrigados, ao buscar água filtrada. Saúde ■ Entre o mês de janeiro e o início de abril de 2010, a Adra administrou duas clínicas de primeiros socorros gratuitos no acampamento de Carrefour. Uma foi montada dentro de uma tenda móvel e a outra na escola fundamental de Carrefour. Durante esse período, mais de sete mil pessoas receberam assistência. Após o mês de abril, as duas clínicas móveis foram estabelecidas e já trataram mais de 5.500 pacientes até agora. ■ A Adra realizou uma campanha de imunização, por um mês, onde foram vacinadas mais de 12 mil bebês, crianças e adultos com vacinas e materiais fornecidos pela Organização Mundial de Saúde. ■ Os enfermeiros de saúde pública da Adra foram colocados em doze áreas dentro do acampamento de Carrefour. Eles foram treinados para triar pacientes, reconhecer bebês e crianças desnutridas e estimular a amamentação entre as mães para otimizar a nutrição. ■ O projeto de educação para a prevenção do cólera treinou pessoas da comunidade de Carrefour com medidas preventivas e tratamento emergencial da doença. Psicossocial ■ Entre o mês de fevereiro e começo de abril de 2010, a Adra dirigiu Espaços para Crianças no acampamento Carrefour, onde, todos os dias, 200 crianças participavam dos vários centros de atividades. ■ A Adra identificou os menores desacompanhados morando no acampamento, ajudando as famílias que cuidavam desses menores. ■ No mês de maio de 2010, um programa de Treinamento de Treinadores foi realizado em mais dois acampamentos em Carrefour, onde a Adra dirigiu os Espaços das Crianças. ■ Entre fevereiro e abril de 2010, uma equipe de 50 conselheiros matrimoniais trabalhou no acampamento de Carrefour aconselhando as famílias em questões pós-traumas. Outra equipe de estudantes avançados de psicologia também ofereceu aconselhamento individual e para famílias. Educação ■ A Adra instalou 30 barracas, usadas como salas de aulas, em 13 instituições educacionais, equipadas com 301 carteiras escolares e 101 quadros negros. Foram distribuídos entre os alunos 4.845 kits de material escolar. ■ De junho a agosto de 2010, 250 crianças e adolescentes do acampamento, que estavam sem escola, participaram das aulas de educação extra curricular. A Adra forneceu as barracas, bancos, uniformes e material escolar. ■ Materiais de informação, educação e comunicação foram distribuídos em Carrefour, inclusive panfletos sobre o uso correto do mosquiteiro, abrigos à prova d’água, e fatos sobre o terremoto. ■ Mais de 120 adultos participaram no programa de alfabetização entre junho e agosto de 2010. Abrigos ■ A Adra forneceu 900 barracas de tamanho familiar para todo Haiti, sendo 453 para Carrefour. Operando no Haiti há 30 anos, a Adra está comprometida com o povo haitiano e com a recuperação do país. Outras comunidades Adventistas do Sétimo Dia de todo mundo também participaram na assistência ao Haiti. Na Flórida (E.U.A.), membros e líderes da Associação do Sudeste (SEC) continuam ajudando o Haiti nos esforços de reconstrução. Uma semana após o terremoto que atingiu o Haiti, a associação, da qual muitos haitianos são membros, enviou um grupo de 41 médicos para a área atingida. Comissionados por Humbert Morel, presidente da SEC, e liderados por David Peay, diretor responsável por ajuda a desastres da SEC, e Nicolle Brisé, diretora do Ministério da Mulher da mesma associação, a equipe prestou assistência às vítimas do terremoto. Sete equipes, compostas por 151 profissionais médicos, viajaram para o Haiti. Brisé fez sete viagens à ilha e atualmente lidera um projeto de reconstrução do setor de maternidade do Hospital Adventista e está levantando recursos para pagar o salário da equipe médica do hospital por um ano. JeanAllah Monestime, diretor dos ministérios haitianos da SEC, fez duas viagens, liderando a iniciativa de reconstrução de duas igrejas adventistas da região. Peay fez três viagens ao Haiti. Ele e Gerly Germain, pastor da igreja francesa Betânia, em Tampa, Flórida (E.U.A.), encabeçou uma campanha que resultou na remessa de quatro contêineres de suprimentos, desde roupas a material médico. Na remessa, havia material e equipamentos odontológicos suficientes para equipar três consultórios odontológicos que estão sendo construídos no Hospital Adventista do Haiti. O Flórida Hospital, de propriedade da igreja, em parceria com a Associação Sudeste, enviou suprimentos médicos para serem usados pelas equipes médicas da SEC. A Associação Atlântico do Sul assistiu a SEC no esforço de reconstrução do Haiti, enviando recursos, suprimentos e voluntários que participaram em duas viagens àquele país. – com reportagem adicional de John Torres, Adra, e Robert Henley, Associação Sudeste dos Adventistas do Sétimo Dia. Abril 2011 | Adventist World 7 A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL Jovem e Pronto Incentivando e Preparando os Jovens para Liderar Por Ted N. C. Wilson H á mais de cem anos, Ellen White escreveu as seguintes palavras: “Com tal exército de obreiros como o que poderia fornecer a nossa juventude devidamente preparada, quão depressa a mensagem de um Salvador crucificado, ressuscitado e prestes a vir poderia ser levada ao mundo todo!”* Se há um tempo em que a igreja necessita da energia e criatividade do exército previsto por Ellen White, esse tempo é agora. O trabalho de incentivar, manter e envolver os jovens no serviço é o trabalho de todos, não apenas do pastor ou do líder de jovens. O que, então, podemos fazer individualmente e como igreja, para envolver hoje a liderança do amanhã? 8 Adventist World | Abril 2011 Seja um Mentor Cada um de nós pode se interessar pelos jovens e jovens adultos. Devemos nos familiarizar com eles e colocar-nos à disposição. Se os pais forem realmente cristãos e se identificam com seus filhos, tornam-se os seus melhores mentores, mas não os únicos. Eu tive pais maravilhosos, muito cristãos, fieis a Cristo e que desejavam que eu também tivesse uma maravilhosa experiência espiritual. Mas, foram necessárias muitas pessoas para me ajudar, quando jovem, a encontrar minha própria perspectiva e visão do mundo. Por essa razão, são necessários vários mentores disponíveis para ajudar. Essas pessoas podem ser o pastor e amigos próximos. No meu caso, foi alguém que simplesmente se M A R T I N B O U L A N G E R interessou por mim quando trabalhávamos juntos numa campanha evangelística, e que exerceu uma profunda influência sobre minha vida espiritual. Quando os jovens procuram um mentor, provavelmente vão começar pelos pais. Depois procurarão por pessoas realmente dignas de confiança, não pessoas que estão apenas procurando se mostrar ou tornar seu nome conhecido, mas pessoas que percebam ser sinceras, cristãos humildes, de quem podem aprender algo. Quando encontram essa pessoa, querem ser ouvidos, trocar ideias, e não ouvir sermões. Umas das coisas mais importantes quando lidamos com os jovens, é manter a comunicação aberta, sempre dispostos a conversar, sempre dispostos a compartilhar e sempre prontos a ouvir. No meu caso, meu pai viajava frequentemente e não estava muito presente em casa. Quando estava, porém, estava sempre disposto a ouvir e a dar conselhos. Ele nunca me dispensou. Era muito intencional. Nós que somos pais temos que ser intencionais ao desenvolvermos um relacionamento com nossos filhos, para que saibam que sempre serão apoiados por nós. Lembro-me de meus pais, especialmente meu pai, me dizendo: “Eu acredito em você.” Quando os jovens recebem esse tipo de afirmação, são ajudados não só socialmente, mas espiritualmente. Eles têm a base para encontrar seu próprio caminho para o relacionamento com o Senhor. Precisam ter certeza de que sempre poderão correr para alguém que realmente está disposto a ajudar. Esse aspecto do papel dos pais é extensivo para os que não são pais e inclui os jovens que não são nossos filhos biológicos. Cada um de nós como parte da família da igreja, deve ser um potencial mentor. Ao interagirmos com os jovens, devemos nos esforçar para gravar seus nomes. Podemos efetivamente procurar por oportunidades de animá-los. Quando os apoiamos, fazemos com que se sintam parte da família. Como resultado, os jovens irão responder; e ao sentirem-se realmente parte da família da igreja, essa se tornará a sua igreja. Crie Oportunidades de Serviço De um modo geral, a maior parte dos cargos de liderança requerem experiência, e isso os jovens não têm muita. Se formos sérios em relação à nossa missão, devemos, começando pela igreja local e em todas as nossas organizações, ser mentores dos jovens e colocá-los em posição onde podem começar a associar-se aos que têm experiência. A igreja foi iniciada por jovens e sua obra será terminada por jovens que estão inflamados pelo Senhor, associados com os que têm experiência e que ainda não perderam de vista a breve volta de Jesus. Lembro-me de quando fui escolhido, entre várias outras pessoas, numa certa igreja, para ser ancião estudante. Isso pode soar como contradição, pois geralmente espera-se que o ancião de uma igreja seja alguém com experiência. Mas, a congregação da minha igreja local teve a visão de nos dar uma oportunidade de trabalhar de perto com pessoas de grande experiência e como “anciãos estudantes” ou “diáconos estudantes” aprender com eles. Essa oportunidade foi de grande valia na aquisição de experiência e habilidades de liderança. Confie Neles Sou muito grato aos líderes da igreja que frequentei quando jovem, pelo investimento que fizeram em seus jovens. Hoje, vejo a grande necessidade de líderes da igreja, em todos os níveis, que sejam sensíveis e intencionais para incluir os jovens, solicitando sua opinião, associando-se com eles, dando a eles diferentes desafios e incluindo-os nas comissões. Geralmente os jovens não se animam a participar de comissões. O que realmente querem é fazer algo. Os líderes devem manter os jovens equipados e posicionados para que tenham a visão de sua missão. Talvez necessitem de ajuda e direção para planejar um plano de ação. Mas é importante que se trabalhe com eles em lugar de impor um plano para eles. Então, deixe que “vão à luta”. Líderes e leigos devem ser preparados para trabalhar com os jovens para realizar coisas para Deus. Eles têm enorme criatividade e oportunidade para realizar as coisas para Ele, especialmente se estiverem em comunhão com o Senhor. À luz de nossa necessidade pessoal de estar conectados ao Senhor, é bom que tomemos tempo para, pessoalmente, pedir a Deus uma compreensão ampla, visão do todo, de onde individualmente e como igreja nos encaixamos no plano de eventos no cenário do tempo do fim. O que Jesus está pedindo que façamos? Como fazê-lo melhor e como podemos cooperar com outros, especialmente com os jovens, para realizar essa tarefa? Não Tema as Inovações Envolver jovens na equipe e encorajá-los a aceitar a liderança pode parecer perigoso para alguns. Há sempre a possibilidade de os jovens, com ideias novas, aborrecerem as pessoas que preferem o que é conhecido. Experiências passadas mostram que sempre houve tensão entre a geração mais jovem e a mais antiga. Olhando através dos séculos, Ted N. C. Wilson é presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia e pai orgulhoso de suas três filhas adultas. Abril 2011 | Adventist World 9 A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL vemos exemplos de gerações mais jovens que achavam que suas ideias eram melhores que as dos mais idosos. E às vezes isso é verdade. No entanto, não deve haver esse tipo de atrito no corpo de Cristo. Os adultos não devem ter medo de envolver os jovens, especialmente nas áreas de serviço. Quando os jovens são realmente capazes de servir a outros, ajudando de maneira bem prática, rapidamente irão compreender que também é necessária a experiência nos outros aspectos da igreja. Quando os jovens fazem perguntas faz com que nossa educação seja diferente. Para ajudar os jovens a alcançar seus objetivos educacionais, temos que continuamente inovar maneiras de tornar a educação cristã adventista do sétimo dia economicamente acessível. Os jovens devem ser encorajados a trabalhar enquanto estudam. Na opinião de alguns, o estudante pode concentrarse em tempo integral nos seus estudos quando os pais pagam a escola ou quando utilizam o crédito educativo. No entanto, um trabalho significativo ajuda a balancear toda a experiência aprenderam que, embora se prometa muito, recebe-se pouco. O que os jovens querem ver é uma fé viva, que faça diferença na vida das pessoas. Ao falarmos de reavivamento e reforma em vários programas de nossa igreja, corremos o risco de imunizar nossos jovens, como também a nós, se deixarmos que o assunto seja apenas teórico. Reavivamento e reforma significa que estamos mais conectados com o Senhor e deve se tornar notório que o Espírito Santo está transformando nossa vida para sermos mais Somos todos convidados a ter uma relação íntima e maravilhosa com o Senhor que nos conduzirá ao que Deus nos chamou para fazer. desafiadoras, não devemos tomá-las como insulto pessoal ou temer as críticas. Nosso valor não deve estar baseado em cargos, jogo de poder ou por defender algo familiar e conhecido. Tudo isso pode impedir que tenhamos uma visão geral do panorama do tempo do fim, enquanto concentramos nossa atenção em nós mesmos. O egoísmo, não apenas nos jovens, mas certamente em pessoas de todas as idades, é nosso grande inimigo. Apoie a Educação Adventista Os jovens devem ser ensinados na realidade de que, não importa o que façam, e onde quer que o Senhor os dirija, são embaixadores para Ele. Somos todos convidados a ter uma relação íntima e maravilhosa com o Senhor que nos conduzirá ao que Deus nos chamou para fazer. Os jovens não devem se contentar com um envolvimento modesto com a igreja. É aí que a educação adventista faz a diferença. A combinação de estudos religiosos e coisas espirituais com o curso escolhido 10 Adventist World | Abril 2011 educacional. Naturalmente, o aluno não deve trabalhar tanto que não tenha tempo para estudar. Mesmo que alguém tenha todo o dinheiro para pagar seus estudos, a formação ética do trabalho é parte importante de qualquer educação. Existem várias maneiras de a igreja, os pais, a igreja local e a instituição de ensino ajudar a promover uma experiência cristã maravilhosa e manter baixos os custos a fim de que a educação seja acessível. A educação cristã adventista do sétimo dia deve ser vista como, e realmente deve ser, muito diferente do tipo de educação oferecida por instituições seculares. Nossa educação, tanto no aspecto espiritual como no acadêmico, deve compensar o investimento financeiro. Deixe o Reavivamento Começar com Você Os jovens cresceram em um mundo de explosão tecnológica e alarde publicitário. Estão acostumados aos apelos emocionais e da lógica de comprar algo que foi explicado nos detalhes. Também semelhantes a Jesus. Como Paulo diz: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus” (Fl 2:5 NVI). A mente de Cristo deve ser implantada em nós por meio do poder do Espírito Santo, e temos de demonstrar essa experiência santificadora em nossa vida. Cada um de nós deve ser convencido de que somos totalmente justificados pela justiça de Cristo. Nossos jovens nunca devem ter a impressão, por palavras ou ações, de que estamos tentando merecer o céu por cumprirmos uma lista de faça isso e não faça aquilo. O mais importante é aproveitarmos a oportunidade que Jesus nos oferece de nos tornarmos mais semelhantes a Ele. Estarmos dispostos a deixar que o Espírito Santo faça com que cada um de nós esteja “em obras” é a maneira mais eficaz de incentivar, manter e envolver os jovens, para que juntos possamos terminar a grande obra para a qual nós, como igreja, fomos chamados à existência. * Ellen G. White, Educação (Casa Publicadora Brasileira), p. 271. S A Ú D E N O M U N D O Cólera Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless Por que geralmente há surtos de cólera após desastres como o terremoto no Haiti? O cólera é uma forma extremamente severa de gastroenterite. É causado por um organismo chamado Vibrio cholerae, o qual provoca diarreia aquosa. A diarreia volumosa e frequente pode rapidamente desidratar uma pessoa e levá-la à morte. As crianças são mais suscetíveis por ter menor estatura e frequentemente estão entre as vítimas. O Vibrio cholerae sobrevive bem na água – o meio de transmissão mais comum – e quando acontece um caso na família, outro residente da mesma casa pode ser infectado. Por também ser transmitido por contaminação alimentar, o cólera é propagado onde o saneamento é deficiente. O surto de cólera no Haiti em 2010* não era totalmente esperado, pois, já não havia casos da doença muito tempo antes. Ainda não foi determinado como o organismo chegou ao Haiti. A interrupção do abastecimento de água e a falta de tratamento do esgoto formam as condições ideais para uma epidemia de cólera. A severidade e velocidade da epidemia de cólera pode ser medida pelo fato de que, no Haiti, os primeiros casos foram registrados em 21 de outubro de 2010; no dia 19 de novembro já havia pessoas contaminadas em todas as partes do país. No dia 17 de dezembro, já havia sido registrado cerca de 121.500 casos. O ônus da diarreia em um país debilitado foi enorme: 63.711 pessoas foram hospitalizadas e registradas 2.591 mortes. O número de casos foi ainda muito maior, pois viajantes contaminados chegaram a países adjacentes, como a República Dominicana e o estado norte americano da Flórida. A reposição de líquidos é indispensável em qualquer caso de diarreia, porém, no caso de cólera, é um fator que salva vidas. Nem todos os casos são semelhantes e nem sempre é necessário o tratamento com antibióticos. Tanto a doxiciclina como a ciprofloxacina tem-se mostrado eficientes na redução dos efeitos e na cura mais rapida da doença. É importante enfatizar que qualquer pessoa que visita um país onde o cólera está presente e é acometido por dor abdominal, diarreia, vômito, letargia e fraqueza, deve procurar um profissional de saúde imediatamente. O risco do cólera e outras doenças com presença de diarreia pode ser reduzido substancialmente pelo consumo de água limpa. Ferver a água com cloro é um recurso eficaz para purificá-la. Geralmente a água engarrafada é segura, se fornecida por uma companhia confiável. Para reduzir o risco, deve-se tomar dobrada atenção para que os alimentos sejam consumidos cozidos e servidos quentes. Outro fator importante é a lavagem das mãos com sabão e água limpa e o uso frequente de desinfetantes. Nadar ou tomar banho em rios ou canais é muito perigoso, pois podem estar contaminados com esgotos. Até que todos os países estejam livres do cólera, todos os países do mundo devem permanecer em alerta. Hoje, com as viagens sendo tão frequentes e globais, as doenças adquiridas do outro lado do mundo podem aparecer em sua casa no dia seguinte. As experiências com a vacina contra cólera foram decepcionantes. Não é mais recomendado para os viajantes, tampouco recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Também não é recomendado tomar antibióticos como preventivo contra o cólera, pois há pequena evidência quanto à sua eficácia. Embora o cólera esteja nos jornais e seja muito temido, a maioria dos casos de diarreia aguda não é causada pela doença. Prevalecem os casos virais de gastroenterite e pela patogênica E. coli como as causas mais frequentes de diarreia. A diarreia hemorrágica, associada à febre é mais séria e pode refletir uma infecção por bactérias patogênicas da família da shigella, salmonela ou yersínia. A reidratação oral é obrigatória e pacotes de sais de reidratação específicos para ser adicionados à água limpa devem ser adquiridos rapidamente. Nós confiamos na proteção de Deus, mas Ele espera que façamos a nossa parte para proteger nossa saúde. * Morbidity and Mortality Weekly Report 59, nº 50 (24 de dezembro de 2010). Allan R. Handysides, M.B., Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral. Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor executivo do ICPA e diretor associado do Ministério da Saúde da Associação Geral. Abril 2011 | Adventist World 11 D E V O C I O N A L Sua Prımeıra Páscoa Aqui está uma pergunta intrigante: O que Jesus sabia sobre Seu ministério e quando ficou sabendo? O texto a seguir é um relato imaginário do reconhecimento consciente de Jesus sobre o Templo, durante Sua primeira celebração da Páscoa, em Jerusalém, como “filho da lei”. Está baseado na descrição de Ellen White sobre o Templo, escritos hebraicos daquele período e pesquisas atuais sobre a arquitetura do Templo. Apenas caminhe pela estrada de Nazaré a Jerusalém e descubra, com Jesus, não apenas a beleza, mas o significado do Templo. — Os editores O menino Jesus está em Seu quinto dia de caminhada, de Nazaré rumo a Jerusalém. O garoto de 12 anos de idade é agora um “filho da lei”. Mais do que um rito de passagem, essa é Sua primeira celebração da Páscoa em Jerusalém! Ao tornar-Se mais maduro, começa a perceber que Sua principal responsabilidade é a obediência à lei e a Seu Pai celestial. O grupo faz paradas nos lugares familiares da história dos seus antepassados: Dotã, Sicar, Betel. Às vezes, hospeda-se em pousadas. Às vezes, dorme sob as estrelas. O garoto gosta da brisa da noite, do cheiro da mostarda silvestre, do arrulhar de uma pomba. No quinto dia, finalmente, os peregrinos aproximam-se da metrópole. Jesus está ansioso para ver Jerusalém. “Não hoje”, disse José. “Vamos passar a noite com nossos parentes em Emaús.” “Sim”, concordou Maria. “Precisamos tomar banho e lavar nossas roupas.” Emaús está repleta de peregrinos. Alguns caminharam ou navegaram por semanas. Vieram de países vizinhos, como o Egito e até de Roma, para ver o “prédio mais bonito do mundo”: o santo Templo de Jerusalém! “Caio, o romano, não o descreveu assim?”, observa José. 12 Adventist World | Abril 2011 Por Oliver Jacques À medida que os peregrinos sobem o Monte das Oliveiras, uma mulher começa a cantar: “Nossos pés já se encontram dentro de tuas portas, ó Jerusalém![…] Haja paz dentro dos teus muros e segurança nas tuas cidadelas!” (Sl 122:2, 7)*. Todos se unem a ela. Nem chegam ao topo da montanha e que vista! Elevando-se acima da cidade, está o maravilhoso prédio, incrivelmente alto, e o sol nascente é refletido em suas paredes revestidas de ouro. Uma coroa de deslumbrante mármore branco quase toca o céu. É impressionante! Jesus havia crescido ouvindo sobre o Templo. Os judeus de todos os lugares têm orgulho de sua beleza. Um grande rabino o descreve como “a luz do mundo”. Mesmo a mais extravagante linguagem, porém, é incapaz de prevenir os peregrinos daquela visão. O grupo é recebido por um sacerdote idoso que gosta de falar sobre o Templo. “O rei Herodes dobrou o tamanho do monte do Templo”, explica ele. “Ele queria que o Templo fosse como era nos dias de Salomão. Aumentou sua altura dos 60 côvados especificado por Ciro, para 100 côvados.1 Acrescentou quartos ao redor e acima do santuário, assim como pátios e prédios para os gentios. Ele usou dez mil pedreiros e carpinteiros. Herodes queria que o judaísmo fosse a religião mundial. Quando o Messias vier, não dominaremos o mundo? Mas acompanhe-me: deste ponto podemos ver o local onde é queimado incenso todos os dias, o lugar santo.” “O Templo é tão alto!”, exclama o garoto para Sua mãe. “E olhe os pilares! E aquela é a vinha dourada da qual você Me falou?” “Sim”, interrompe o sacerdote. “Cada cacho de uva é do tamanho de um homem. Foi um presente do rei Herodes, mas pessoas de todo império contribuíram com uma folha ou uva. Observe com atenção. Talvez consiga ver o santo véu. Ele tem 40 côvados de comprimento e 20 côvados de largura. Na J U A N R . C U A D R A realidade, são dois véus com um côvado de distância entre si. No Dia da Expiação, o sumo sacerdote atravessa o primeiro, passa por entre os véus para outro lado, e só então chega ao lugar santíssimo. Todos os anos são feitos novos véus por 82 virgens, cuidadosamente escolhidas para a tarefa. São necessários trezentos sacerdotes para lavá-los!” “Olhe!”, grita um peregrino. “Aquele é o altar? É enorme!”2 “É verdade!”, diz o sacerdote. “Desse modo, todos podem ver os sacrifícios. E observe as piras. Duas queimam constantemente e quatro em dias especiais.” Pessoas de todas as direções estão convergindo para os amplos degraus diante dos portões gêmeos, na parte baixa do muro sul. “É o sacrifício da manhã”, diz Maria. “Devemos nos apressar!” Entrando pelo portão da direita, sobem através de um túnel iluminado e lindamente decorado, e chegam ao monte do Templo. Enquanto os fiéis judeus se apinham em direção ao Templo, os visitantes gentios seguem em direção à Stoa Real. Há ali um muro baixo, o soreg, circundando o pátio interior. Placas, em três idiomas, advertem os não judeus a não entrarem, “sob pena de morte”. Quando chegam ao Pórtico de Salomão, a família vai para a tesouraria, também conhecida como Pátio das Mulheres. Ao entrar no vasto recinto, podem ver o coral de levitas, acompanhado por uma orquestra arrumada em 15 degraus semicirculares. De uma torre do Templo, homens com trompetes de prata chamam os adoradores para celebrar o sacrifício da manhã. O coral e orquestra apresentam o salmo escolhido para o primeiro dia. “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem” (Sl 24:1). No pátio, há galerias elevadas em três lados, para as mulheres, revestidas com caixas em formato de trompete. Os homens permanecem no piso térreo. Através de um lindo portão, eles entram no Pátio dos Israelitas, onde os cordeiros são sacrificados como ofertas pelo pecado. Com a mão do pai sobre Seus ombros, o garoto observa o sangue do cordeiro ser coletado em uma bacia e entregue ao sacerdote. Uma fila de sacerdotes descalços passa para frente as bacias com sangue, trocando as cheias pelas vazias, que retornam para o sacrifício seguinte. Quando o sacerdote mais próximo ao altar recebe a oferta e o joga sobre ele, um trompete soa. O garoto chora. Será que reconhece ser Ele mesmo o Cordeiro de Deus? Ali está o grande tanque, apoiado por doze touros enormes. Os sacerdotes necessitam de água para lavar o sangue de si mesmos e do pátio. O tanque é enchido, todos os dias, com água abundante, que chega ali pelo magnífico aqueduto romano. O sacerdote, que presidirá no altar de incenso apenas uma vez na vida, sobe os dez degraus até o Templo e solenemente acende o incensário. “As orações do povo de Deus”, sussurra José. O garoto Se surpreende com a entrada de vinte metros de altura do lugar sagrado. Ele examina tudo. Textos das Escrituras passam por Sua mente. Ele fica sabendo que os sacerdotes e rabis reúnem-se no terraço do Templo para falar sobre as Escrituras. Os fariseus desafiam o conhecimento dos saduceus. Unindo-se a eles, o garoto ouve com atenção e faz perguntas; algumas delas exigem séria reflexão e pesquisa. Logo após o sacrifício da tarde, um grupo de sacerdotes, com as mãos levantadas pronunciam a antiga bênção: “O Senhor sobre ti levante o Seu rosto...” (Nm 6:24-26). No Sábado Pascal, há milhares de pessoas no monte do Templo. Os trompetes anunciam o sábado, o coral canta e o povo adora. Assim, por uma semana emocionante, a família de Nazaré desfruta da majestade e da inspiração do santo Templo. Tantas coisas para ver e ouvir! A ceia pascal é celebrada com os parentes em Emaús; então, voltam ao monte do Templo, onde milhares de pessoas enchem os pátios e a Stoa Real. Eles ouvem muitos idiomas estrangeiros. Quando sentem fome, compram tâmaras e pão nas lojas do lado de fora dos muros com a moeda do Templo. Jesus, procurando ficar sozinho, separa-Se de Seus pais e permanece nos pátios do Templo. Termina a Páscoa e os peregrinos voltam para casa. José e Maria esperam que o filho encontre-Se com eles ao cair da noite. Mas Ele não está entre o grupo de Nazaré. Preocupados, voltam rapidamente a Jerusalém. Eles O procuram por três dias no monte do Templo. Finalmente, O encontram rodeado pelos mestres! Ele está engajado numa discussão teológica! Com lágrimas de alegria Maria grita: “Filho! Como pode fazer isso conosco? Estamos procurando por Você há três dias!” “Por que Me procuraram?” disse o garoto, levantando-Se. “Não sabem que preciso tratar dos negócios de Meu Pai?” Seus pais estavam confusos, mas Maria nunca se esqueceu dessa resposta. Jesus sabe que realmente é o “Filho da lei” e que ainda há muito a ser feito nos “negócios do Seu Pai”. Estudiosos consideram o côvado entre 45-52 centímetros. Aproximadamente 15 X 15 metros e 7,3 metros de altura. *Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. 1 2 Oliver Jacques, hoje jubilado, mora em Fallbrook, Califórnia, E.U.A. Serviu como pastor, evangelista, missionário no exterior e administrador. Abril 2011 | Adventist World 13 V I D A A D V E N T I S T A D urante recente viagem para uma reunião da família Vyhmeister, na Argentina, minha família e eu visitamos duas missões bem diferentes. A primeira era a de San Ignácio Mini, uma antiga missão jesuíta na província de Misiones. Numa manhã fria e nebu- Em 1767, os jesuítas foram expulsos da Argentina por autoridades coloniais, e os índios voltaram para suas aldeias na selva. Não mais escola. Não mais missas. Não mais trabalho. Não mais missão. Os prédios foram destruídos em 1817 e ocultados pela selva até 1897. As restaurações das ruínas Lições de Duas Mıssoes losa, nossa família de nove pessoas (pais, filhos e netos) visitou o que sobrou da missão. Sua impressionante característica arquitetônica está nas ruínas da igreja, com 74 metros de altura e 24 metros de largura, construída com arenito vermelho e adornada com esculturas religiosas. Em torno da igreja, está o que sobrou do alojamento dos padres, salas de aula, várias lojas e, finalmente, pequenas moradias dos índios locais. Essa missão era apenas uma de várias naquela área; foi fundada por dois sacerdotes jesuítas em 1610. A intenção era ajudar os índios guaranis a se converter ao cristianismo, a aprender a ler e escrever e adquirir habilidades comerciais. Em meados do século 18, três mil índios viviam na missão, frequentavam as missas diariamente, aprendiam e praticavam agricultura, construção e viviam como cristãos. Enquanto o povo permaneceu na missão, estava protegido dos salteadores e podia manter um padrão de vida decente. 14 Adventist World | Abril 2011 começaram em 1940. Hoje, San Inácio Mini é considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas). Enquanto caminhávamos pelo terreno da missão, tentávamos reconstruir o passado. Será que os índios realmente se tornaram cristãos? Que funções de liderança desempenhavam eles na vida religiosa da missão? O que aconteceu com seu cristianismo quando voltaram para a selva? Parece que a missão deixou de funcionar como tal, quando os líderes religiosos retornaram para a Europa. Pouco depois de uma semana tivemos a oportunidade de visitar uma segunda missão: a da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Argentina. Numa fria tarde de sábado, visitamos a igreja e o museu no Campo Crespo, não muito longe de onde é hoje a Universidade Adventista del Plata (UAP). Aquela missão teve seu início com a chegada de Jorge Riffel e várias outras famílias de Kansas, em 1890. Por Nancy Weber Vyhmeister E continua prosperando até hoje. Eis sua história: Muitos alemães luteranos se refugiaram na Rússia, de Catarina a Grande. Na segunda metade do século 18, foram pressionados a procurar uma vida melhor em outro lugar. Alguns se mudaram para o Brasil, outros para a Argentina e outros para os Estados Unidos. Em sua maioria, eram camponeses e profundamente religiosos. Riffel e sua família ouviram a mensagem adventista em Kansas. Quanto mais Riffel aprendia, mais queria falar de suas convicções para seus amigos na Argentina, onde havia vivido por alguns anos. No início de 1890, ele e sua família, junto com várias outras famílias, viajaram de navio para Buenos Aires. De lá tomaram um barco e subiram o Rio Paraná até Diamante. Numa sexta-feira à tarde, Riffel e seu grupo foram recebidos no porto pelo seu amigo Reinhardt Hetze, numa tradicional carroça russa. Eles conversaram sobre F O T O : C O R T E S I A D E N A N C Y W E B E R V Y H M E I S T E R Da esquerda para a direita: REUNIÃO DE FAMÍLIA: A família Vyhmeister visita o túmulo dos pais missionários da autora, localizado perto da Universidade Adventista del Plata. IGREJA: Ruínas da igreja de San Ignacio Mini, uma missão jesuíta na província de Misiones, Argentina. MUSEU: Antiga Igreja Adventista de Crespo, hoje museu, localizada nas proximidades da Universidade Adventista del Plata.TRANSPORTE: Miniatura da carroça russa no museu adventista em Crespo. o sábado por todo o caminho até Camarero, cerca apenas de 25 quilômetros, mas, naquele tempo, uma longa viagem. Quando Hetze entrou no quintal de sua casa, já estava convencido. Ele guardaria o sábado! Riffel e Hetze começaram a pregar entre os colonizadores alemães-russos e logo tinham um grupo de conversos. Hetze os batizou em um riacho próximo e começaram a se reunir regularmente. Somente em 1894, a Associação Geral enviou Frank Westphal para organizar o grupo de 36 fieis em uma igreja local. Em seguida, Westphal deixou a jovem igreja para fortalecer outros crentes e Hetze continuou pregando e batizando. Os novos membros construíram uma pequena igreja, que hoje abriga o museu que visitamos. Em 1896, cerca de 150 pessoas participaram da primeira reunião campal em Crespo. Em 1898, quando os membros foram se encontrar com o pastor Westphal que os visitava, ficaram surpresos ao ver que, pela estrada, estava chegando um jovem carregando uma mala. Quando Luís Ernst chegou, o grupo ficou impressionado ao saber que ele tinha vindo do Uruguai para estudar, pois queria ser pastor. “Bem”, disseram, “isso significa que precisamos começar uma escola!” Esse foi o humilde começo da escola Camarero, que mais tarde tornou-se o Colégio del Plata, e hoje Universidade Adventista del Plata, com mais de três mil alunos em dezenas de cursos, incluindo medicina. Dessa escola saíram obreiros para todo território americano de fala espanhola. Foram também para a África, Ásia, Europa e Estados Unidos. Além dos alunos que ao se formar tornaram-se obreiros da igreja, milhares de outros apoiam a igreja como membros leigos. Hoje, os alunos da UAP continuam a tradição da missão: são incentivados a participar do programa de estudante missionário, que também é requisito em alguns cursos. As atividades dos membros da igreja, em toda a Argentina, trazem novos membros. Como exemplo dessas atividades, em 31 de julho de 2010, mais de 400 adventistas de Buenos Aires e da UAP reuniram-se na cidade de Rosário para ajudar os membros locais com o “Impacto Rosário”. Naquele sábado, cerca de 120 mil livros foram distribuídos por toda a cidade, antes de os membros se reunirem, à tarde, para celebrar as atividades do dia. Durante a visita de nossa família à UAP, separamos um tempo para visitar o cemitério local. Muitos fieis servos de Deus lá descansam. Missionários estrangeiros, missionários locais, missionários leigos – todos esperando pelo chamado de Cristo. Tínhamos interesse em uma sepultura em especial: a dos meus pais, Charles e Hazel Weber, gerente da fazenda do colégio e nutricionista do hospital. Naquele túmulo, passamos um tempo relembrando seu abnegado serviço e como família, nos comprometemos com a missão de Deus na terra. Duas missões. Dois resultados. A diferença? A participação dos leigos. Nas missões jesuítas, os padres eram os únicos líderes religiosos. Na missão adventista, porque, por muitos anos, o grupo de pastores assalariados era pequeno, a tradição do envolvimento leigo cresceu. Talvez nós, do mundo desenvolvido, precisamos nos lembrar de que o pastor não é a igreja. Ao contrário, nós, membros, é que o somos! Para mais informação sobre a Universidade Adventista del Plata, visite www.uapar.edu/es. Filha de missionários, Nancy Weber Vyhmeister, professora emérita da Universidade Andrews, agora promove a missão em Yucaipa, Califórnia, EUA, onde mora. Abril 2011 | Adventist World 15 A R T I G O D E C A PA Depois da Água Por Wilona Karimabadi Histórias de Pessoas que Realmente se Uniram a Jesus Após o Batismo A jornada de um incrédulo que se torna crente nem sempre acaba no tanque batismal. Podemos pensar que o grande objetivo é alcançado quando uma pessoa testifica do seu novo nascimento publicamente. E, como todos sabemos, uma vez que se toma a decisão de seguir a Cristo, o caminho a percorrer nem sempre é fácil. Ellen White escreveu: “Que ninguém suponha que a conversão é o início e o fim da vida cristã. Existe uma ciência no cristianismo que deve ser compreendida. Deve haver crescimento na graça que é o constante progresso e aprimoramento. A mente deve ser disciplinada, desenvolvida, educada; pois o filho de Deus deve servir a Deus de maneira não natural, sem se harmonizar com suas tendências inatas. Os que se tornam seguidores de Cristo descobrem que são supridos com novos motivos para ação, surgem novos pensamentos que devem resultar em novas atitudes.”* A seguir estão histórias de indivíduos cuja jornada até Jesus evoluiu mais detalhadamente após emergirem das águas batismais. Provavelmente, em muitos aspectos, essas histórias são mais semelhantes à nossa do que imaginamos – mesmo daqueles que nasceram e foram criados na igreja adventista do sétimo dia. Uma coisa, porém, é certa: O Senhor nunca abandona aqueles que O escolhem. *Ellen G. White, Christian Education (Battle Creek, Mich.: International Tract Society, 1893), p. 122. Wilona Karimabadi é editora-chefe da revista KidsView e importante membro da equipe de editores da Adventist World. Veronica Montez Veronica (Ronni) Montez estava passando por um período difícil na vida quando Deus a encontrou. Ela estava doente – com depressão profunda – e não conseguia sair. Embora tivesse formação católica, ela não conhecia nem a Bíblia, nem a Deus muito bem. Um dia, sozinha em casa, ela implorou a ajuda de Deus. Pegando um estudo bíblico, procurou a passagem e leu sobre a jornada de Jesus de Jerusalém ao Calvário. A palavra “sábado” chamou-lhe 16 Adventist World | Abril 2011 a atenção. O que tem essa palavra? Ronni lembra-se de ter pensado. “A palavra sempre voltava à minha mente e eu não entendia por quê.” Sentiu, então, um desejo irresistível de busca. Ronni rodou por toda cidade procurando uma igreja que fizesse culto aos sábados, mas não encontrou. Um dia, numa sessão de fisioterapia, ouviu uma das fisioterapeutas falando que ia à igreja aos sábados. “Fiquei nervosa, mas quando ela veio me tratar, perguntei sobre o culto de sábado e se eu podia ir com ela.” Ronni rapidamente tornou-se amiga de sua fisioterapeuta e estudaram a bíblia juntas. Agora, porém, podendo frequentar a Igreja Adventista, havia um lugar onde ela poderia fazer todas as suas muitas perguntas. Seu esposo e filhos se uniram Matthew Gamble Matthew Gamble nasceu e cresceu no catolicismo, embora raramente sua família fosse à igreja, nunca lessem a Bíblia ou orassem juntos. Aos 16 anos de idade, já fumava boa quantidade de maconha e mergulhou-se no rastafarianismo. Três anos mais tarde, Matthews viajou para a Jamaica. Na viagem de volta, ele embarcou no avião para Miami, E.U.A., com cerca de um quilo de maconha em sua mala, mas conseguiu entrar no território americano sem ser pego. Ironicamente, foi esse conjunto de eventos que o fez pensar sobre as coisas espirituais. Embarcou, então, numa busca pelo mundo religioso para encontrar a verdade. “Eu orava a Jesus, Hailé Selassié, Buda, Confúcio, Abraão e Maomé, começando assim: seja você quem for, esteja onde estiver, por favor, revele-se a mim.” O tempo passou e Matthew foi padrinho em um casamento na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Determinado a encontrar respostas, ele procurou o pastor que lhe deu uma Bíblia e orou com ele. “No dia seguinte, eu peguei o telefone e liguei para a igreja adventista do sétimo dia, na cidade de St. Augustin, Flórida (E.U.A.), e no sábado seguinte eu estava lá”, diz ele. Falando de seu batismo, no Oceano Altântico, em 1996 ele diz: “Perguntei ao pastor se poderia ficar sozinho por alguns minutos. Virei para o horizonte onde não se podia ver nada feito por mãos humanas. Então, lembrei o meu Pai celestial que Ele prometera tomar os meus pecados e jogá-los no fundo do mar tornando-me uma nova criatura.” Após o batismo, Matthew estudou teologia na Universidade Andrews. Como sua nova fé afetou sua família? “É incrível como minha família tem me apoiado, especialmente por verem a transformação que Jesus fez em minha vida”, diz Matthew. “Como resultado, meus pais renovaram sua fé, frequentam a igreja regularmente, participam de programas de assistência social e estão fazendo um curso bíblico. É maravilhoso saber que Jesus é o centro de nossa vida agora.” Hoje, Matthew trabalha em tempo integral para a Vagabondservant International, um ministério sem fins lucrativos que o tem levado ao mundo todo para falar sobre a vida e os ensinos de Jesus. Atua ainda como conselheiro do Centro de Estudos sobre Secularismo e Pós-modernismo para a sede da Missão Adventista da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, e como consultor da diretoria jovem da Divisão Norte Americana e da mesa administrativa da Adventist Christian Fellowship. Matthew diz que há um único elemento que alimenta sua caminhada diária como cristão: o ministério. “Deus chama a cada um de nós para trabalhar em Seu nome. No início de minha jornada com Jesus, ouvi alguém dizer que o ministério era a sua salvação. A princípio, não compreendi aquele comentário, mas agora compreendo. O ministério – representar Jesus para outras pessoas – tem mantido minha conexão com Ele, reconhecendo que tudo é por Ele e não por mim.” a ela e tornaram-se membros da igreja pelo batismo e profissão de fé em 1995. Logo depois os problemas chegaram. Tanto Ronni como seu esposo perderam o emprego e, sem dinheiro, receberam ordem de despejo. Sua mãe e irmãs se distanciaram dela devido à sua nova fé. Se ser cristão é isso, não sei se é para mim, lembra-se de ter pensado. Mas, eles se agarraram à sua fé, jejuaram e oraram. Logo as coisas começaram a mudar. “Pouco a pouco, o Senhor nos libertou”, diz Ronni. Encontraram novos empregos, compraram um carro e puderam continuar em sua casa. Mas, Ronni ainda não se recuperara da depressão. “Eu estava tão deprimida e desanimada que queria morrer”, lembra-se Ronni. Mas Deus triunfou. “Eu disse: ‘Está bem, Senhor, está bem. O Senhor não quer que eu morra. Eu entrego tudo a Ti.’ E quando me submeti a Ele, tudo melhorou. As coisas começaram a melhorar, um dia de cada vez.” Hoje, Ronni administra uma creche e adotou um estilo de vida cristão na sua rotina diária. O casal Montez participa ativamente de sua igreja local e continua a estudar e pesquisar a Palavra de Deus. Como a filha que foi batizada com Ronni não mais frequenta a igreja, a mãe, olhando para trás, e vendo como Deus os guiou, sabe que Ele também responderá suas orações por essa filha. “Minha filha conhece e ama ao Senhor, mas não quer saber dEle agora. Mas vou orar. No tempo de Deus, Ele fará o milagre.” Abril 2011 | Adventist World 17 A R T I G O D E C A PA Alex Barrientos Quando Alex Barrientos foi batizado, não tinha a menor razão do porquê. Ele tinha 10 anos de idade quando sua mãe aceitou a mensagem Adventista do Sétimo Dia e foi batizada; Alex também quis se batizar. No entanto, ninguém lhe explicou nada. O garoto nem sequer tinha uma Bíblia. Alex e sua mãe começaram a frequentar a igreja e ele gostava da Escola Sabatina. “Continuei frequentando a Escolha Sabatina e tínhamos muitos amigos na igreja. Quando chegou o dia do meu batismo, sem aparente motivo, fui acometido por uma febre alta. Parecia que era para eu não me batizar. Mas, o pastor disse: ‘Vamos colocá-lo no tanque. A febre vai passar!’ E foi o que aconteceu. Eu saí do tanque batismal e a febre havia passado. No entanto, isso foi a única coisa que aconteceu”, disse Alex. Para ele, o batismo realmente foi apenas o começo. Na hora de ir para escola, Alex percebeu que não devia ir para a escola pública, e matriculou-se na escola adventista. No ensino médio ele continuou na Takoma Academy, em Maryland, E.U.A. “Frequentar a Takoma Academy foi a melhor escolha que já fiz em minha vida. Foi lá que me encontrei com Jesus.” Ironicamente, foi através de um castigo que Alex teve seu encontro com Cristo. “Eu me lembro de estar ali e nossa tarefa não era nada mais que ler a Bíblia. Eu li Mateus 10, fui até o professor e perguntei: ‘O que significa isso?’” “Ele sorriu e disse: ‘Um dia você saberá.’ Voltei para minha carteira e era como se ele dissesse: ‘Não vou falar nada pra você. Terá que pensar no assunto.’ E foi isso que me fez considerar todos os versos que tinham me falado desde a oitava série.” Alex foi então convidado para fazer parte do grupo de pregadores da escola, do qual participou todos os anos do ensino médio. “Durante aqueles três anos no grupo de pregadores, eu ainda estava buscando. Pensava: ‘Mas, o que é a Biblia mesmo? Eu estou só pregando sobre O Desejado de Todas as Nações, mas por que prego sobre esse livro? O que Ellen White significa pra mim?’” Kaveh Khansari Nejad Kaveh foi criado como muçulmano, no Irã, e emigrou para os Estados Unidos vários anos após a revolução islâmica. Foi introduzido ao adventismo por sua esposa, Heather. “Conheci a Heather”, diz ele, “e começamos a nos encontrar com mais frequência e nosso relacionamento começou a se tornar sério. Heather me disse: ‘Se vamos continuar namorando, e se esse relacionamento é sério, não posso continuar com alguém que não crê como eu creio.’” Kaveh ficou intrigado com a Bíblia 18 Adventist World | Abril 2011 e com a correlação entre Daniel e o Apocalipse. Ao se aprofundar nos estudos, descobriu os escritos de Ellen White e mergulhou ainda mais nas profecias. “Foram principalmente as profecias e o fato de serem tão precisas que me levou a crer que ‘o adventismo deve ter a mensagem verdadeira’.” O fato de Kaveh aceitar a mensagem adventista provocou mudanças profundas na sua vida e nos seus relacionamentos. “Cedo em minha caminhada cristã, uma das coisas que meus pais sempre diziam é que embora acreditassem que eu havia feito isso pela Heather, apreciavam o fato de eu não mais fumar ou beber. Reconheciam que eu estava vivendo um estilo de vida mais saudável e parecia não mais viver estressado.” Mais Alex também havia desenvolvido um talento especial para fazer apelos que realmente parecia tocar o coração de todos que o ouviam. “‘Alex, seus apelos são incríveis’, meu professor dizia. ‘E eu respondia: Ah! Eu só faço o que o senhor me ensina.’” O empurrão final para seu compromisso com Jesus veio numa Semana de Oração durante seu último ano. Após fazer algo do que mais tarde se arrependeu, Alex foi ao culto à noite, onde o pastor fez um apelo para os jovens considerarem o ministério, algo que esse pregador em especial, nunca fazia. “Eu fui à frente chorando e confessei o que havia feito na frente de todos. Eu disse sinceramente a Deus: ‘É para isso que o Senhor tem me chamado todo esse tempo.’ E aquilo foi muito importante porque eu estava planejando estudar medicina.” Após frequentar universidades locais, Alex aceitou o convite de um amigo para estudar teologia na Argentina, na Universidade Adventista del Plata (UAP). Quando voltou para os Estados Unidos, Alex foi para a Southern Adventist University e mais tarde para a Washington Adventist University, onde se forma este ano. “Penso que até você lutar com Deus, você não está ferido”, diz Alex. “Isso significa luta. Estou grato por ter lutado com Deus e ainda continuo a fazê-lo, porém positivamente, no bom sentido. Essa é uma experiência de aprendizagem que não podemos fazer nada para desaprender. Com certeza estou feliz por isso!” tarde, meus pais disseram a minha esposa: “As mudanças que vemos nele hoje, provavelmente nunca veríamos não fosse por sua influência, e pelo que aprendeu desde que está com você e pelo estilo de vida adventista do sétimo dia.” Kaveh foi batizado em outubro de 2002. E ele se lembra: “Quando entrei no tanque batismal, lágrimas caiam dos meus olhos sem que eu pudesse evitá-las. Sentia como se um grande fardo estivesse sendo tirado dos meus ombros. Eu seria uma pessoa diferente; era como se todos os meus problemas tivessem ficado ali.” Como consequência de sua nova fé e por guardar o sábado, logo Kaveh perdeu o emprego. Como um bebê na fé, como superou essas provações? “Exatamente como diz a Bíblia: ‘Provai e vê que o Senhor é bom,’” diz Kaveh. “Tenho visto os milagres de Deus em minha própria vida.” Ele se lembra de que, logo após perder o emprego, sua esposa perguntou o que ele achava que seria a próxima coisa a acontecer. “Eu não sei o que vai acontecer,” disse ele. “Mas, posso lhe afirmar que sinto que Deus vai nos abençoar e vai cuidar de nós. Vai dar tudo certo.” “Não dissemos nada a ninguém, mas, uma semana depois nossos amigos vieram à nossa casa e disseram: ‘Nós temos orado e Deus nos impressionou a fazer algo por vocês. Ouvimos dizer que você perdeu seu emprego. Queremos ajudá-los um pouco, e fomos impressionados a fazer isso.” Kaveh e sua esposa receberam um cheque de 5 mil dólares. “Agora eu sei que preciso confiar e obedecer, pois ao fazer isso, Deus provê. Quando Ele diz: ‘Se Eu cuido dos lírios do campo, não cuidaria de você?’ Sim, Ele cuida de mim. Ele tem cuidado de minha família. Tenho visto Suas pegadas na areia, e muitas vezes, quando não sabia o que fazer por tentar me manter no controle de tudo, Deus me levou até o final.” Atualmente, Kaveh é estudante de enfermagem em tempo integral. Ele, Heather e seus três filhos moram no Maine, E.U.A. Abril 2011 | Adventist World 19 C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S É “ muito mais fácil ser pai! Você pode ficar acordado até a hora que quiser, comer quantos doces tiver vontade e pode decidir quando quer ou não fazer caminhadas.” Essa foi a acusação que meu irmão, de 4 anos de idade e eu (6 anos) fizemos contra nossos pais quando estávamos de férias. “Tudo bem”, respondeu meu pai. E, para nosso espanto, continuou: “Vamos, então, trocar de papéis nos próximos dois dias.” Meu irmão me olhou com entusiasmo. NÚMERO 15 Batismo Por Marcus B. Witzig – Mais Que Palavras Nossos olhos brilharam alegremente enquanto apertávamos as mãos para fechar o acordo. Acordamos muito animados no dia seguinte. No entanto, nosso dia tomou um rumo inesperado, quando, no café da manhã, meu pai esfregou um schokokuss (bombom de chocolate típico alemão) no rosto da minha mãe que veio “chorando” reclamar para nós. Dali em diante as coisas foram se tornando progressivamente mais estressantes. Éramos responsáveis por manter a paz, servir de mediadores nas brigas, assim como fazer a comida e lavar a louça. No fim do dia, caímos exaustos na grande cama dos nossos pais, felizes por termos sobrevivido àquele dia. Teríamos dormido imediatamente não fosse pela “enxurrada” de perguntas que “nossos filhos” insistiam em ter as respostas naquele exato momento. No segundo dia, com prazer devolvemos o controle para nos- Marcus Witzig é o jovem pastor do distrito de Isny, sul da Alemanha. Ele é casado com Carmen. 20 Adventist World | Abril 2011 sos pais. Era muito mais fácil ser filhos. O que não teríamos compreendido com palavras sábias e explicações técnicas, aprendemos por meio de uma experiência que combinou prática e teoria. Usando Todos os Recursos para Ensinar Jesus ensinava de modo semelhante. Quando falava ao povo, Ele usava imagens que pudessem compreender. Falava de sementes em diferentes tipos de solo, casamentos e trajes próprios para casamento, assim como de ovelhas e pastores. Ainda hoje, muitas dessas imagens falam ao nosso coração e compreendemos o que Jesus queria dizer. Mais uma vez, alguns dos ensinos de Jesus são tão importantes que o grande Mestre não apenas usou imagens para explicá-las, mas na verdade, chamou-nos para participar da imaginação ou da lição.1 Somos, então, estimulados não apenas espiritualmente, mas também fisicamente. Não apenas ouvimos, mas também agimos. Não precisamos imaginar algo; ao contrário, experimentamos. Desse modo, compreendemos e absorvemos o que Jesus quer nos ensinar pessoalmente. O batismo se encaixa exatamente nessa categoria. No início de Seu ministério, Jesus enfatizou o batismo pelo M I C H A E L F A E S / M O D I F I C A D A D I G I TA L M E N T E próprio exemplo (Mt 3:15) e imediatamente instruiu Seus discípulos a praticá-lo (Jo 3:22; 4:1, 2). Pouco antes do fim do Seu ministério terrestre, Ele comissionou Seus seguidores a fazer discípulos por onde passassem (Mt 28:19, 20).2 A fim de atingir esse objetivo, enfatizou o (1) batismo e o (2) ensino. Em outras palavras, é importante que ajudemos as pessoas a tomarem uma decisão pública por Deus e ensiná-las sobre o cristianismo prático. Isso é algo muito maior que simplesmente palavras. Participação Ativa no Batismo A ligação mais próxima com o batismo pode ser encontrada no ritual do casamento (Ef 5:31, 32). Ambos são construídos sobre o mesmo princípio. Ambos são construídos sobre uma promessa: entre Deus e o cristão ou entre o casal. Ambos os rituais são testemunhados por Deus e muitos amigos. Tanto o batismo como o casamento não são eventos privados, mas envolvem toda uma comunidade. 1. Nossa Promessa: A promessa que fazemos para Deus é o primeiro ponto alto do batismo. Não deve ser mera formalidade. Quando confesso minhas necessidades, estou mostrando quão importante é Jesus para mim e minha vida deve expressá-lo (Mt 10:32, 33). Em nosso casamento, prometi a minha esposa que seria só dela pelo resto da vida, e meu estilo de vida agora, o modo como planejo as atividades da semana, giram em torno dessa decisão. É assim também no batismo. Digo a Deus: Porque o Senhor ocupa um lugar importante no meu coração, quero agradá-Lo por toda a vida (Jo 15:8). Qualquer um que se aproxima de Deus desse modo descobrirá uma mina de ouro de promessas e bênçãos que podem ser aplicadas no cotidiano da vida (2Pe 1:2). Assim, por nossa confissão pública, demonstramos que acreditamos ser importante conhecer quem é Deus e o que Ele espera de nós. 2. A Promessa de Deus: A promessa de Deus para nós é o próximo elemento. O modo como Jesus explicou o assunto, mostra sua importância para nossa nova vida em Cristo. Nossa confissão pública são apenas palavras, porém, é possível imaginar onde podemos participar ativamente. A promessa de Deus no batismo consiste de dois elementos importantes: a imersão na água e o retorno à superfície. Ao imergirmos na água, Jesus promete apagar todo o nosso passado pecaminoso. Nas palavras de Paulo, somos batizados na morte de Cristo (Rm 6:3). Nosso pecado passado é enterrado na água como um corpo é enterrado na terra. Esse ato nos liberta da visão paralisante das nossas falhas do passado. Nosso passado está morto. Agora podemos nos concentrar em outra coisa. Olhamos para Jesus que nos garante Sua maravilhosa perfeição. Jesus nos oferece um futuro ao sermos enterrados e ressuscitados da água: “Pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram” (Gl 3:27 NVI). Deus não nos abandona em nossa miséria; Ele nos salva oferecendo-Se para viver em nós (Cl 1:27). Quer nos libertar da amargura, vícios e orgulho, substituindo essas coisas pela alegria, paz e humildade. Jesus nos promete plenitude de vida se andarmos em Seus caminhos. Dá-nos um futuro com propósito e a cada passo vai transformando-nos à Sua imagem – o que no fundo, é nosso real desejo (Rm 7:19 e 8:3). Assim, quando Satanás vem acusar-me, digo como Martinho Lutero: Marcus Witzig morreu (imergiu). Agora Jesus Cristo vive aqui (ressurgiu)! Essa é a promessa de Jesus para todos nós. Uma verdade tão importante não deve ater-se à ocasião do batismo – deve acompanhar o cristão por toda a sua jornada espiritual até o lava-pés, na Santa Ceia. Novamente temos imagens interativas. Seria maravilhoso se essa lição, divinamente escolhida, pudesse ser continuamente renovada e mantida em nossa mente. O batismo refere-se a três áreas de nossa vida: passado, presente e futuro. É importante não confundir quem é responsável em cada uma dessas áreas. Jesus promete que cuidará de nosso passado e futuro, pois não temos acesso a eles. É nosso dever agora, escolhê-Lo e decidir viver com Ele. Quando compreendermos isso, deixaremos o tanque batismal com grande reverência, pois então entenderemos quanto Deus quer fazer por nós nessa nova vida. Significa que isso foi inserido por Jesus em um ritual. Um ritual é um evento repetitivo cuidadosamente planejado, com palavras especialmente escolhidas e ações destinadas a chamar a atenção dos participantes para um conteúdo específico. 1 2 No original grego o único imperativo nessa seção é “faça discípulos”. Os verbos seguintes são particípios sintaticamente subordinados. O Batismo Pelo batismo confessamos nossa fé na morte e na ressurreição de Jesus Cristo, e atestamos nossa morte para o pecado e nosso propósito de andar em novidade de vida. Assim reconhecemos a Cristo como Senhor e Salvador, tornamo-nos Seu povo e somos aceitos como membros por Sua igreja. O batismo é um símbolo de nossa união com Cristo, do perdão de nossos pecados e de nosso recebimento do Espírito Santo. É por imersão na água e depende de uma afirmação de fé em Jesus e da evidência de arrependimento do pecado. Segue-se à instrução nas Escrituras Sagradas e à aceitação de seus ensinos. (Rm 6:6; Cl 2:12, 13; At 16:30-33; 22:16; 2:38; Mt 28:19, 20.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº 15 Abril 2011 | Adventist World 21 E S P Í R I T O D E P R O F E C I A Vıgıaı e Orai O cuidado e o alimento de nossa alma Por Ellen G. White “ E stai de sobreaviso, vigiai e orai” foram as palavras de nosso Salvador referindo-Se ao tempo do fim e Sua segunda vinda para levar Seus filhos fiéis para o lar. Vigie Primeiro você deve vigiar. Vigie para que o seu falar não seja áspero, grosseiro e impaciente. Vigie para que o orgulho não encontre lugar em seu coração. Vigie para que as paixões pecaminosas não o vençam, ao contrário, que sejam subjugadas. Vigie para que o espírito da indiferença e negligência não se apodere Este artigo foi publicado pela primeira vez no Youth’s Instructor (Instrutor Jovem), de 1 de março de 1856. Os adventistas do sétimo dia acreditam que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom profético bíblico durante mais de 70 anos de ministério público. 22 Adventist World | Abril 2011 de você, tornando-o leviano e frívolo, e sua influência seja para morte e não para a vida. A Ajuda está Disponível Segundo, você deve orar. Jesus não teria dado essa ordem caso não fosse uma necessidade real. Ele sabe muito bem que por si mesmo, você não será capaz de vencer as muitas tentações e armadilhas do inimigo para você tropeçar. Ele não o abandonou para enfrentar isso sozinho, mas providenciou um meio para ajuda-lo. No entanto, Ele ordena que você ore. Orar corretamente é orar a Deus com fé pelas coisas que você precisa. Entre em seu quarto, ou em qualquer lugar à parte, e peça ao Pai, pelos méritos de Jesus, que o ajude. Há poder na oração que sai de um coração convicto de suas fraquezas, mas sincero e desejoso da força que vem de Deus. A oração fervorosa e sincera será ouvida e respondida. Busque seu Deus que é forte e que ama ouvir a oração de Seus filhos; e, embora por vezes se sinta fraco e vencido pelo inimigo por ter negligenciado a primeira ordem do Salvador de vigiar, não desista de lutar. Não Desista Esforce-se mais que antes. Não desfaleça. Coloque-se aos pés de Jesus, que já foi tentado e sabe ajudar quem está sendo tentado. Confesse suas faltas, fraquezas e o que você precisa vencer, para que não pereça. Ao pedir, creia que Deus lhe ouve. Coloque seu caso diante de Deus, por meio de Jesus, até que, confiante, busque a Sua força, seguro de que não foi deixado para vencer sozinho. Deus vai ajuda-lo. Os anjos vão cuidar de você. Antes, porém, de poder esperar por essa ajuda, deve fazer a sua parte. R YA N F O R K E L “Você precisa do alimento espiritual, na mesma quantidade e frequência que seu corpo precisa do alimento temporal.” Vigiar e orar. Que suas orações sejam fervorosas. Que a linguagem do seu coração seja: “Não Te deixarei ir se me não abençoares.” Tenha um horário específico, separe um tempo para orar, pelo menos três vezes ao dia. De manhã, ao meio dia e à noite Daniel orava ao seu Deus, a despeito do decreto real e da temida cova dos leões. Ele não tinha vergonha ou medo de orar, mas orava três vezes ao dia com as janelas abertas. Será que Deus Se esqueceu desse servo fiel quando ele foi jogado na cova dos leões? Não. Deus esteve a noite inteira com Daniel. Ele fechou a boca daqueles leões famintos de modo que não puderam machucar aquele homem de oração… Alimente-se e Fique Satisfeito Você não pode viver sem alimento; logo fica desesperado de fome e seu corpo definha e morre. Você precisa do alimento espiritual na mesma quantidade e frequência que seu corpo precisa do alimento temporal. Três vezes ao dia não é frequente demais para tirar força do céu, ou para receber a seiva e nutrição de Cristo, a videira verdadeira. Leia as palavras de nosso Salvador em Mateus 5:6: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.” Perguntas para Reflexão 1. O que você acha que aconteceria em sua vida se você fizesse um esforço consciente para parar e orar três vezes ao dia? Que atitudes devem ser tomadas para que isso realmente aconteça? 2. Além de Daniel, de que outros personagens bíblicos que tomaram tempo para orar você se lembra, que experimentaram resultados surpreendentes? 3. 4. Para quem e para quê devemos “vigiar”? Qual é a relação entre “vigiar” e “orar”? Abril 2011 | Adventist World 23 H E R A N Ç A A D V E N T I S T A P 24 Adventist World | Abril 2011 havia provas evidentes de falsificação: as folhas não estavam perfuradas como nos outros documentos do arquivo, o tipo da letra era diferente, não havia um número de registro no documento, Ellen White não estava em Santa Helena quando o documento foi datado e a sua assinatura era uma falsificação grosseira. Mesmo assim, como esse documento foi parar entre os arquivos do Patrimônio White? Havia somente uma resposta plausível. O filho caçula de W. C. White, Margaret Rowen: Por Michael W. Campbell PAT R I M Ô N I O E L L E N G . W H I T E A vida bizarra de um falso profeta D O Os líderes da igreja da Associação da Califórnia do Sul e União do Pacífico insistiram para que os membros fossem cautelosos “antes de expressar opinião sobre o assunto”. Algumas de suas primeiras visões foram publicadas por ela num livreto chamado A Stirring Message for This Time (Incitante Mensagem para Este Tempo). Os adventistas contemporâneos provavelmente também teriam percebido alguns “alertas” teológicos, tais como: sete anos entre cada uma das sete últimas pragas, o trono do julgamento está dentro de um templo de prata e deve acontecer uma “grande e terrível tempestade” logo após o fechamento da porta da graça. A despeito dessas diferenças, suas visões eram notavelmente semelhantes à escatologia descrita por Ellen White em O Grande Conflito. Em fevereiro de 1917, a União do Pacífico, na Califórnia (EUA), designou uma comissão para investigar as declarações de Margaret Rowen. Aqueles líderes da igreja visitaram-na no dia 21 de fevereiro de 1917 e poucos dias depois (24 de fevereiro) emitiram um comunicado de que não haviam conseguido encontrar nenhuma evidência de que “essas manifestações” fossem de “origem divina”.2 No outono de 1919, Margaret Rowen declarou ter visto um documento nos arquivos dos manuscritos do Patrimônio Literário de Ellen G. White, datado de 10 de agosto de 1911, no qual Ellen White declarara que Rowen seria a futura mensageira de Deus. Quando W. C. White, filho de Ellen White e secretário do conselho do Patrimônio Literário de Ellen G. White, pesquisou os arquivos de manuscritos, de fato, encontrou o documento. No entanto, C O R T E S I A Outro Profeta? O Manuscrito Misterioso F O T O S : areceria que o corpo de Ellen White nem havia esfriado, na sepultura, quando apareceu alguém afirmando ser sua sucessora e ter herdado seu manto profético. No dia 22 de junho de 1916, menos de um ano após a morte de Ellen White, Margaret Rowen, recém-convertida do metodismo, afirmou ter começado a receber visões. Alguém declarou que essa mulher de 35 anos de idade mantinha suas “mãos cruzadas sobre o peito e os olhos abertos, sem piscar, olhando para cima. [...] Não havia respiração, e, tanto quanto pudemos apurar, seu corpo estava rígido”.1 Havia Deus transferido o dom profético? Enquanto Ellen White viveu, houve vários desafios proféticos. Agora, ela já não estava presente para distinguir seu ministério dos impostores. Arthur White, com apenas 12 anos de idade na época, liderou um tour por Elmshaven, local onde estavam todos os escritos originais de Ellen White. Durante o tour as luzes se apagaram. O jovem Arthur deixou os visitantes sozinhos no local, enquanto foi buscar uma lanterna. Um pequeno feixe de luz brilhou em um dos arquivos de manuscritos. Aquela foi a gaveta onde foi encontrado o falso documento. Durante um momento de descuido, o jovem Arthur havia contribuído com uma controvérsia que continuou por mais oito anos. Foi um erro que ele nunca superou. Já idoso, quando as portas do Patrimônio White precisaram ser substituídas, Arthur White trouxe um colchonete e dormiu no corredor para estar seguro de que a integridade dos arquivos do Patrimônio White seria preservada.3 A Igreja Adventista do Sétimo Dia da Reforma Gradualmente, Rowen desenvolveu um pequeno mas leal grupo de seguidores que criam ser ela uma mensageira divinamente enviada. Sua congregação local, aparentemente, não estava convencida de suas declarações. Ela foi excluída da Igreja Adventista do Sétimo Dia do Lado Sul, em Los Angeles, em 15 de novembro de 1919. Com um mártir como líder espiritual, seus seguidores organizaram uma nova denominação sob o nome de “Igreja Adventista do Sétimo Dia da Reforma de Los Angeles, Califórnia”, pejorativamente conhecida como “rowenitas”. Acima, à esquerda: FALSO PROFETA: Margaret W. Rowen alegou ser a sucessora profética de Ellen G. White. Acima: TRAÍDO: Dr. Burt E. Fullmer, apoiador no princípio e mais tarde vítima de tentativa de homicídio por Rowen. Esquerda: FALSIFICAÇÃO: A assinatura de Ellen White forjada por Rowen mostra clara diferença da original. Agora, como organização oficial, a Igreja da Reforma aceitava os dízimos. Mais tarde, algumas questões sobre a ancestralidade de Rowen obrigou-a a fazer declarações incomuns a fim de justificar sua vocação profética. Em novembro de 1923, ela anunciou que o fechamento da graça aconteceria no dia 6 de fevereiro de 1924, e que Cristo retornaria em glória, no dia 6 de fevereiro de 1925. Esse anúncio sensacional recebeu grande atenção da mídia e causou embaraço para os adventistas do sétimo dia. Quando a previsão de Rowen sobre as datas falhou, o grupo de seus seguidores começou a desintegrar-se. Confissão e um Plano de Assassinato Uma das primeiras pessoas a apoiar Margaret Rowen e de quem recebeu maior apoio financeiro, foi Burt E. Fullmer, médico na região de Los Angeles. Pouco depois de suas previsões de datas falharem, ele descobriu que Margaret Rowen estava roubando de sua própria organização. Decepcionado com a falta de integridade manifestada por tais ações, ele confessou ter inserido o manuscrito espúrio na gaveta aberta do Patrimônio White. Na época em que os médicos atendiam em domicílio, o Dr. Fullmer foi chamado, tarde da noite, para atender alguém num hotel da vizinhança. Quando entrou no quarto, foi atingido na cabeça com um pedaço de cano. Incomodados com o barulho, os hóspedes do hotel chamaram a polícia. Quando os policiais chegaram ao local, encontraram Rowen com outros dois conspiradores com uma pá, um saco de estopa e uma corda. Os três fugiram, mas foram capturados rapidamente. Se Rowen já não havia chamado atenção suficiente da mídia três anos antes com suas declarações sobre o fim do mundo, agora era o centro de outra campanha da mídia, com a publicação do seu julgamento pelos jornais. Todos os três foram condenados à prisão por “ataque com arma mortal, com o intento de fazer grande dano físico”. Antes que pudessem continuar o processo com outro julgamento por tentativa de homicídio, Fullmer faleceu. Cerca de um ano mais tarde, Rowen foi libertada da prisão, fugiu da liberdade condicional e desapareceu da vida pública. Pesquisas recentes sugerem que ela passou muitos anos na Flórida antes de retornar à região de Los Angeles sob um pseudônimo. Acredita-se que ela tenha morrido no final dos anos 1940 ou 1950. O Que Aprendemos? Em um dos relatos mais bizarros da história adventista, vemos uma denominação que estava começando a enfrentar o fato de que não tinha mais uma voz profética viva. Colocaria Deus o manto profético sobre outra pessoa? Perguntas como essa enchiam a mente dos adventistas do final dos anos 1910 e início dos 1920. A mesma pergunta surge periodicamente quando alguns indivíduos aparecem declarando ser o sucessor profético de Ellen White. Embora toda declaração seja levada a sério pelo Patrimônio White, é importante que, como igreja, não só estejamos abertos para a possibilidade de novas manifestações do dom profético, mas de que todo ensinamento seja conferido sob a luz das Escrituras. Como diz um ditado popular: “a verdade é mais estranha que a ficção”. Por ter se metido num emaranhado de mentiras, Margeret Rowen teve que fazer declarações cada vez mais dramáticas, até ser forçada a prever o fim do mundo. Muitos adventistas, por crer em suas declarações a qualquer custo, estavam dispostos a ignorar as incoerências simplesmente porque queriam acreditar nessa líder carismática. 1 Michael W. Campbell, “Margaret Matilda (Wright) Rowen”, em Ellen G. White Encyclopedia, eds. Jerry Moon and Denis Fortin (Review and Herald, a ser publicado). 2 Claims Disproved (sem local, 1917). 3 Arthur L. White, False Prophets I Have Known (texto não publicado, sem data). Michael W. Campbell é pastor da Igreja Adventista de Wichita South, Kansas, Estados Unidos. Abril 2011 | Adventist World 25 P E R G U N TA S B Í B L I C A S P E R G U N T A : Gênesis 5:24 realmente diz que Enoque foi levado para o Céu? Nos casos que podem significar morte, isso é determinado pelo contexto, não pela frase propriamente dita. Em outras palavras, uma pessoa pode desaparecer porque morreu, ou porque Deus a “tomou”. No caso de Enoque, e você estiver procurando uma frase que diga liteo verbo “tomar” é usado na forma absoluta, ou seja, não é ralmente: “levado para o Céu”, a resposta é “não”; o mencionado o lugar. Esse uso é também encontrado no caso texto não usa essas exatas palavras. Se examinarmos a de Elias (2Rs 2:3, 5), indicando que significa “ser arrebatado”. linguagem usada no próprio verso, temos que concluir que há Isso torna mais claro o que diz Gênesis 5:24. O verbo também alguma dúvida no que diz respeito à experiência de Enoque. é usado para designar nossa vida futura com o Senhor (veja Vamos examinar a linguagem propriamente dita, explorar o Sl 49:15; 73:23-25). Note a estrutura da sentença em Gênesis contexto e, finalmente, estudar 5:24: Enoque (a) andou com suas conexões intercontextuDeus, e (b) desapareceu, ais, ou seja, outra passagem porque (a) Deus o tomou. onde o assunto é abordado. Esse relato destaca a estreita relação de Enoque com o 1. Ambiguidade na ExSenhor, resultando em sua pressão Usada: Duas frases partida/desaparecimento, principais merecem atenção: não morte. A explicação para “e já não era”*; “Deus o tomou o seu desaparecimento é que para Si”. Na primeira expresDeus o tomou, não que Deus são em hebraico (we’eynennû), o matou! que pode ser literalmente traduzida “e ele não ali”, o verbo 3. Enoque no Novo “ser” foi adicionado. Portanto, Testamento: Se você ainda o sentido é: “ele não era ou ele tiver dúvida, leia Hebreus não estava mais”. Isso pode 11:5: “Pela fé, Enoque foi significar que ele desapareceu trasladado [Grego: metatitheou que morreu. Por exemplo, mi, “mudar de endereço”, Jacó disse de José: “José já “ser arrebatado”] para não Por não existe” (Gn 42:36), que é ver a morte; não foi achado, Ángel Manuel Rodríguez o mesmo que: “Ele se foi ou porque Deus o trasladara morreu” (veja Jó 6:8; Sl 39:7). [metatithe-mi]”. A frase “e já A segunda expressão, não era”, usada em Gênesis “Deus o tomou para Si”, também é ambígua. Pode significar 5:24, é interpretada como significando que Enoque “não pôde que Deus “o tomou” (laqah ’thô) no sentido de ele ter morriser encontrado”. A frase “Deus o tomou para Si” compreendedo (veja Ez 24:16; Jn 4:3), ou que Deus o livrou ou preservou se como ele tendo sido transferido para um lugar celestial. A (Gn 7:2). Muitos comentaristas cristãos argumentam que a mudança de endereço é interpretada como não tendo expepassagem simplesmente diz que Enoque desapareceu porque rimentado a morte. Finalmente, Deus é identificado como morreu prematuramente. Na maioria das vezes, essa leitura é Aquele que o trasladou. baseada na convicção de A história de Enoque coloca esperança no coração humaque o Antigo Testamento não ensina uma ressurreição que no; esperança no fato de que por Cristo venceremos o poder conduz a uma existência na presença de Deus. Argumentam da morte. Os benefícios da morte de Cristo foram concedidos que só mais tarde tal ideia começa a aparecer no Antigo a Enoque pela fé. Sua íntima comunhão com o Senhor deve Testamento. Quando leio as Escrituras vejo algo diferente. nos inspirar a fazer de Cristo nossa mais próxima e constante companhia em nossa peregrinação cristã. 2. Avaliação Contextual: Genesis 5 é a descrição do poder da morte sobre os seres humanos, mesmo sobre os *Todos os textos bíblicos foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada. que serviram ao Senhor. Ler esse texto é como visitar um cemitério e ler as lápides. A fórmula é assim: “X viveu Y anos e morreu” (veja versos 5, 8, 11, 14, 17, 20, 27, 31). Essa fórmula não é aplicada a Enoque; não encontramos o verbo “morreu” no seu caso. Então, a frase “e já não era” realÁngel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral. mente não significa que ele “morreu”, mas que “desapareceu”. S Ele Foi Arrebatado 26 Adventist World | Abril 2011 E S T U D O B Í B L I C O Recebendo oDom Prometido Por Mark A. Finley Você já se sentiu fraco demais para enfrentar uma tentação? Ou se sentiu incapaz de viver uma vida cristã vitoriosa? Seu testemunho cristão já lhe pareceu impotente? Compreender o ministério do Espírito Santo faz toda a diferença. A chave é a presença e o poder desse dom divino. Capacitados pelo Espírito, podemos viver a vida que Deus planejou que vivêssemos. Nesta lição, estudaremos a promessa feita por Jesus de enviar o Espírito Santo à vida de cada um. 1. Pouco antes de ascender ao céu, o que Jesus ordenou aos Seus discípulos? E por que fez isso? “Eu lhes envio a promessa de Meu Pai; mas fiquem na cidade até serem revestidos do poder do alto” (Lucas 24:49). Jesus ordenou a Seus discípulos que em Jerusalém. Ele prometeu que Seus discípulos seriam com poder. Os discípulos deviam esperar antes de sair. Deviam receber antes de dar. Jesus sempre nos convida a irmos a Ele antes de irmos por Ele. Ele deve fazer algo por nós antes de fazer algo por meio de nós. 2. Quando os discípulos receberiam esse poder do alto? “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão Minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1:8). “Quando o descer sobre vocês.” Jesus sabia que a grande comissão não poderia ser realizada sem a grande promessa. Seus discípulos eram impotentes para realizar a tarefa em sua própria força. O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes capacitou os discípulos a proclamar poderosamente o evangelho. 3. Que preparo fizeram os discípulos para receber o derramamento do Espírito Santo no Pentecostes? Escreva duas ações dos discípulos encontradas no texto abaixo. “Todos eles se reuniam sempre em oração, com as mulheres, inclusive Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dEle” (Atos 1:14). “Todos eles se em .” Os discípulos estavam unidos na missão de Cristo de levar o evangelho ao mundo. Essa unidade de propósito levou-os a colocar-se de joelhos para, juntos, pedir o poder de Deus. Quando se uniram em oração, Deus agiu poderosamente. O Espírito Santo foi derramado abundantemente (veja também Atos 2:42; 4:31; 12:5). Abril 2011 | Adventist World 27 4. O que disse Jesus aos Seus discípulos sobre o desejo do Pai de enchê-los com Seu Espírito? “Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está nos céus dará o Espírito Santo a quem O pedir!” (Lucas 11:13). Se nós sabemos como dar Deus dará o para nossos filhos, quanto mais a quem o pedir! A oração abre nosso coração para receber tudo o que Jesus tem reservado para nós. Ele está ansioso para nos dar Seu Espírito. Ele nos convida a orar, não que esteja relutante em derramar Seu Espírito sobre nós, mas porque não estamos preparados para recebê-Lo. 5. Qual é a principal condição para recebermos o derramamento do Espírito Santo? “Se vocês Me amam, obedecerão aos Meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, e Ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre” (João 14:15, 16). “Nós somos testemunhas destas coisas, bem como o Espírito Santo, que Deus concedeu aos que Lhe obedecem.” (Atos 5:32). Deus sabe que estamos decididos a receber o Espírito Santo se Seus mandamentos e a Ele. O Espírito Santo nos convence do pecado, revela-nos a verdade e guia-nos a uma vida de obediência a Deus. Se nos recusarmos a abandonar algum pecado acariciado ou nos rebelarmos contra os apelos do Espírito Santo, nunca seremos preenchidos por Ele. Uma vida de oração, submissa e obediente é o melhor preparo para receber a plenitude do Espírito Santo. Quando formos convencidos, guiados e capacitados pelo Espírito, seremos levados a obedecer à Sua voz. 6. Qual será o resultado de rendermos completamente nossa vida para a habitação do Espírito Santo? “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temerem, mas receberam o Espírito que os torna filhos por adoção, por meio do qual clamamos: ‘Aba, Pai’” (Romanos 8:14, 15). Recebemos o Espírito que nos torna . Que glorioso privilégio! Por meio do Espírito Santo somos libertados das garras do pecado, recebemos direção divina e somos adotados na família celestial como filhos e filhas de Deus. Quando nos ajoelharmos diante do trono de Deus pedindo pelo Espírito Santo, submetendo nossa vida a Ele, reclamando, pela fé, o dom prometido, nosso Senhor alegremente O concederá. Abra seu coração, hoje, à maravilhosa bênção do dom prometido. Deus deseja fazer mais por nós do que podemos imaginar. Ele nos convida a “viver” e “andar” diariamente no Espírito (veja Gl 5:25). Que o Seu Espírito possa fluir em sua vida hoje, para levá-lo para mais perto de Jesus e capacitá-lo a viver uma vida de vitória e testemunho. * Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. O estudo do próximo mês será “Os Símbolos do Espírito Santo no Tempo do Fim”, continuando a série: “Capacitados pelo Espírito.” 28 Adventist World | Abril 2011 Intercâmbio Mundial C A R TA S Separado para um Santo Propósito Concordo plenamente com o artigo “Santo ao Senhor” (janeiro de 2011) e com a conclusão de Ángel M. Rodríguez de que “na igreja, o dízimo deve ser usado somente por aqueles reconhecidos por ela como instrumentos separados por Deus para a proclamação do evangelho”. Se a igreja espera que seus membros devolvam fielmente seus dízimos, os membros esperam que a Igreja Adventista, em todas suas subdivisões, use os dízimos apenas para o propósito indicado na Bíblia: a proclamação do evangelho. Werner Lange Lueneburg, Alemanha Presente Sem Preço É uma alegria receber a Adventist World todos os meses, sem ter que pagar por ela. É, realmente, uma bênção de Deus. O artigo de capa “O Pequeno Diamante”, por Chantal Klingbeil (dezembro de 2010), foi uma grande inspiração para mim. É fantástico ler histórias sobre o imenso poder de Deus na vida daqueles que são leais a Ele – como essa serva de Deus reviveu pelo Seu poder. Rodrigo Nogueira Xapuri-Acre, Brasil Agradecimento do Autor Muito obrigada por publicar o artigo “O Piano ‘Invisível’” (dezembro de 2010), enviado por mim. Estou enviando outro artigo para sua apreciação. Muito obrigada por uma revista tão interessante. A Adventist World é uma bênção para todos nós do Advent Haven Retirement Village (Instituição para Aposentados). Estamos rodeados pelas belas colinas da Reserva Natural de Suikerbosrand (Sugar Bush Hills). Aqui é muito tranquilo e realmente podemos comungar com a natureza de Deus em meio a esse ambiente encantador. É também um privilégio viver entre pessoas com a mesma fé. Que Deus continue a abençoar todos que fazem a Adventist World. Wilhelmina Dunbar Heidelberg, África do Sul A Começar por Mim Muito obrigado pelas mensagens e desafios do Concílio Anual e de Ted N. C. Wilson, nosso presidente da Associação Geral: “Wilson Exorta Adventistas do Sétimo Dia: Lembre-se do Seu Nome”, por Mark A. Keller; “Membros do Concílio Anual Aprovam, de Joelhos, Apelo ao Reavivamento e Reforma”, por Mark A. Kellner; “Realidade Virtual?” por Ted N. C. Wilson (dezembro de 2010). Trabalhei por muitos anos na sede mundial da igreja e vi muitos documentos e programas. Meu apelo é que esse programa não fique apenas no papel, mas que na qualidade de fiéis membros e obreiros o adotemos pessoalmente e façamos dele uma realidade, começando a reforma e reavivamento em nossa própria vida. Nunca vimos eventos no mundo, como os que estamos vendo hoje. Sigamos em frente e preparemos nossa vida e nosso povo para a vinda de Jesus. Leo Ranzolin, Sr. Estero, Flórida, Estados Unidos Conclusões, Escolhas Obrigado pelo artigo “Os Cristãos e o Natal”, por Ángel Manuel Rodríguez (dezembro de 2010). Tive o prazer de concordar com a opinião do autor sobre como os cristãos podem reagir a um feriado, como o Natal, apesar da possibilidade de sua origem ser pagã. Há alguns anos, fiz a pergunta: como cristão, devo considerar os feriados e tradições com raízes pagãs? Minha pesquisa começou com a Páscoa, e para meu espanto, descobri que a tradição dos quarenta dias após o Ano Novo estava longe de celebrar a ressurreição de Jesus. Não muito depois, descobri que se a Páscoa fosse retirada do meu calendário, deveria também retirar o Natal; e isso foi só o começo. Os Jogos Olímpicos, os nomes dos meses do ano e dos dias da semana, começaram todos no paganismo. Como cristão que adora a Deus no sábado [em inglês: Saturday, “dia de Saturno”], sei que não estou adorando o deus pagão. Não estou adorando Ishtar, divindade babilônica, ao chamar o dia que Jesus ressurgiu da morte de Páscoa. Eu nem penso em Július ou Augustus César quando escrevo os nomes desses meses. Como Rodríguez, sei que esse assunto deve ser deixado “de acordo com a consciência de cada indivíduo”. Em lugar de tentar removê-las, agora celebro essas tradições por causa e pela grandeza do Todo-poderoso. Timothy Lemky West Kelowna, British Columbia, Canadá Abril 2011 | Adventist World 29 Intercâmbio Mundial C A R TA S Lembrete Muito obrigado pelo seu maravilhoso trabalho. No Intercâmbio de Ideias (outubro de 2010) fui tocado pela história de Mustaq, por Sudha Khristmukti. Compreendo que ao ignorarmos nossa pobreza espiritual, maltratamos aqueles que são materialmente pobres como somos espiritualmente. Frequentemente, nos afastamos de pessoas que necessitam de nossa ajuda. Charles Karorero Bujumbura, Burundi xeique para nos fazer um alerta. Quase todas as profecias do tempo do fim já se cumpriram. Façamos tudo conscientes de que este planeta está com o tempo contado. Jimmy Nkwambo Kampala, Uganda Sinais de Sua Vinda Inclua-nos Eu os saúdo no nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Estou respondendo ao artigo de William G. Johnsson, “Adventistas e Muçulmanos: Cinco Convicções” (fevereiro de 2010). Não tenho dúvida de que o Senhor falou por meio do Nossa filha recebe a Adventist World na Polônia. Recentemente, ela se casou e se mudou, por isso não tenho mais a chance de ler essa revista. Por favor, eu gostaria de recebê-la. Minha esposa Hanna e eu iremos ler a Adventist World e compartilhá-la com nossos vizinhos que falam inglês. Que Deus os abençoe. Walter Kaczorowski Nadarzyn, Polônia Apreciação Parabéns à Adventist World. Esta é realmente uma revista internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia. É espiritualmente educativa em todos os aspectos. David Likindikoki Arusha, Tanzânia Cartas para o Editor – Envie para: letters@adventistworld.org As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas. As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas. LUGAR DE ORAÇÃO Estou à procura de um emprego permanente. Por favor, ore por mim. Ore também para que Deus me ajude a vencer os problemas que enfrento. Cynthia, África do Sul Acabamos de iniciar uma escola de agricultura aqui em Honduras. Havia tantos jovens interessados que tivemos que rejeitar alguns. Se conseguirmos a doação de equipamentos dos Estados Unidos, será uma grande ajuda no desenvolvimento agrícola de nosso ministério. Por favor, ore para que Deus providencie os meios. Jessé, Honduras Suas orações têm me acompanhado todos os anos da faculdade. Agora faltam apenas dois semestres. Mais uma 30 Adventist World | Abril 2011 vez estou sem saída. Quero crer que por meio de suas orações poderei me matricular neste semestre. Samwell, Uganda Ore por mim enquanto peço a direção do Senhor em relação ao meu casamento. Ajude-me a orar para que o Espírito Santo conduza minha vida agora e sempre. Fitzgerald, Zâmbia Por favor, gostaria que seis rapazes fossem lembrados no círculo mundial de oração, para que retornem ao Senhor e se preparem para o reino eterno de Deus. Que Deus abençoe a todos. Cliff, Canadá Por favor, ore por meu amigo que passou por uma cirurgia e agora está em casa, para que se recupere rapidamente. Creio piamente que o Senhor responde às orações. Jewell, Estados Unidos No esforço evangelístico que realizamos ano passado, 827 pessoas foram batizadas. Aleluia! Nosso alvo para este ano são mil batismos e precisamos do apoio de suas orações. Lembre-se de nós quando se ajoelhar para orar. Mark, Ghana Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA. “Eis que cedo venho…” O Intercâmbio intercâmbio mundial desta revista destina-se a você, caro leitor. Sua participação nesta coluna da Adventist World será muito bem vinda nas seguintes seções: Lugar de Oração – envie para: prayer@adventistword.org Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão resumidas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido seu nome e o país onde vive. A L F O N S O Como Participardo R O M E R O INTERCÂMBIO DE IDEIAS Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático. Editor Administrativo Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, acessor legal. Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk Editor-Chefe Bill Knott Editores em Silver Spring, Maryland, EUA Gerald A. Klingbeil (editor associado), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran, Gina Wahlen Cartas para o editor – envie para: letters@adventistworld.org As cartas devem comentar algum assunto publicado na revista Adventist World; devem ser escritas com clareza e ao ponto, com o máximo de 250 palavras. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas; nem todas, porém, serão divulgadas. Para obter maior informação, leia nossas orientações no final da seção de cartas nesta revista. O Lugar das Pessoas (contracapa) – enviar para: marank@gc.adventist.org Essa é uma coluna com assuntos de todo o mundo; são pequenas porções do cotidiano que fará com que o leitor pense, sorria e desfrute da família adventista. Esperamos participações breves nas seguintes seções: CAIXA DE ENTRADA (pensamentos curtos sobre assuntos espirituais [máximo de 100 palavras]) FRASES (ou citações profundas e espontâneas) QUE LUGAR É ESTE? (fotos, com alta qualidade, dos membros de igreja de todo mundo, com legenda explicativa) CONHEÇA SEU VIZINHO (fotos com alta qualidade, acompanhadas de pequena biografia de membros recém-batizados, adventistas engajados em serviço comunitário ou na formação de pequenos grupos ou novas maneiras de partilhar o evangelho. Máximo de 100 palavras). Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 1(301) 680-6638, ou envie para: World Exchange, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA. Envie sua participação e desfrute do Intercâmbio! Editores em Seul, Coreia do Sul Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan Editor On-line Carlos Medley Coordenadora Técnica Merle Poirier Colaborador Mark A. Finley Conselheiro E. Edward Zinke Assistente Executiva de Redação Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Alfredo Garcia-Marenko Atendimento ao Leitor Merle Poirier Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen Consultores Ted N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander. Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 209046600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos. Vol. 7, No. 4 Abril 2011 | Adventist World 31 O Lugar das PESS AS Q U E L U G A R É E S T E ? VIDA ADVENTISTA Em dezembro de 2010, meu amigo Bruce Wickwire alcançou o marco de 95 anos de idade e sua esposa Adele completou 90! Na carta que enviam a amigos de perto e de longe por ocasião do Natal, Bruce escreveu: “Em algumas partes do corpo a garantia já expirou e nossas ‘dobradiças’ estão ‘enferrujadas’.” – Charles Tidwell, Sr., Collegedale, Tennessee, Estados Unidos E N V I A D O FRASE DO P O R C H A R L E N E F. N . C L A R K E MÊS “Com Deus, todos os nossos feios desafios transformam-se em lindas mudanças!” – Isaac Milioti Daka, evangelista e coordenador de distrito em um campo no leste da Zâmbia. CONHEÇA SEU VIZINHO A primeira vez que Alexander colocou o pé na Igreja Adventista do Sétimo Dia em Tomsk, Sibéria, foi para causar problemas. Sua esposa estava frequentando N M I S S I O sétimo dia nessa cidade de meio milhão de pessoas. Ele compartilha o amor de Jesus com os outros, mas sua pequena igreja já está transbordando. Não há lugar para novos membros. A falta de igrejas por toda a Sibéria torna o evangelismo muito desafiador. Por favor, ore para que a igreja possa prover casas de culto permanentes para os novos membros a fim de que possam continuar crescendo em Jesus e que outros sejam tocados por Seu amor. – Material e fotografia da “Mission Minutes: A Newsletter From Adventist Mission”, www.adventistmission.org. R ESP O S TA : Em Kingston, Jamaica, jovens que cursaram as Classes Progressivas dos Jovens Adventistas preparam-se para a cerimônia de investidura em Liderança e Guia, e para o prêmio de Guia com Liderança em Desbravadores. I S T A D V E N T regularmente, e Alexander estava determinado a resgatá-la do que considerava “uma seita perigosa”. Para sua surpresa, ele foi recebido com uma grande manifestação de amor, e isso derreteu seu coração. “Eu estava lutando desesperadamente contra o álcool”, diz Alexander. “Se minha esposa e eu não houvéssemos encontrado Cristo, eu estaria morto. Vim para esta igreja como inimigo. Deus, porém, mostrou Seu amor por meio destes irmãos e irmãs.” Alexander aceitou a Jesus, foi batizado e agora é ancião da igreja de Tomsk, uma das apenas duas congregações adventistas do