Abril - Adventist World

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Abril - Adventist World
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Ab r i l 2 01 1
Depois
da
Água
14
Lições de Duas
Missões
24
O Profeta que
Não Era
27
Recebendo o
Dom Prometido
Abr il 2011
A
IGREJA
AÇÃO
EM
Editorial ............................ 3
Notícias do Mundo
3 Notícias & Imagens
Visão Mundial
K N E G E L S T E I N
8 Jovem e Pronto
SAÚDE
NO
MUNDO
J E N I E N N E
Cólera ............................... 11
Por Allan R. Handysides
e Peter N. Landless
A R T I G O
D E
C A P A
Depois da Água
Por Wilona Karimabadi .............................................................. 16
A euforia do nosso batismo inevitavelmente se transforma
na rotina do cotidiano.
PERGUNTAS
BÍBLICAS
Ele Foi Arrebatado ....... 26
Por Ángel Manuel Rodríguez
DEVOCIONAL
Sua Primeira Páscoa Por Oliver Jacques ............................ 12
Quanto Jesus sabia, e quando Ele soube?
VIDA
ADVENTISTA
Lições de Duas Missões Por Nancy Vyhmeister ................ 14
ESTUDO
BÍBLICO
Recebendo o Dom
Prometido ....................... 27
Por Mark A. Finley
O que deixaremos para trás?
INTERCÂMBIO
CRENÇAS
FUNDAMENTAIS
Batismo – Mais Que Palavras
Por Marcus B. Witzig .................................................................. 20
MUNDIAL
29 Cartas
30 Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
Vivendo a realidade do novo nascimento
ESPÍRITO
DE
PROFECIA
Vigiai e Orai Por Ellen G. White ........................................... 22
O Lugar das
Pessoas ............................ 32
Precisamos estar bem acordados.
A Vida Bizarra de um Falso Profeta
Capa:
O batismo é o início de uma nova vida com
Cristo. Mas, é apenas o começo.
Um encontro muito próximo para oferecer conforto.
T O D D
HERANÇA
ADVENTISTA
Por Michael W. Campbell ........................................................... 24
G E S S E L E / M I S S Ã O
A D V E N T I S TA
Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 7, nº 4, Abril de 2011.
2
Adventist World | Abril 2011
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
Idas e Vindas
T
– Bill Knott
W A R D
oda mensagem vinda de um amigo é bem-vinda, mas
esta, mais que qualquer outra. Um irmão em Cristo, com
o qual atuei na equipe de pastor/ancião há vários anos, há seis
meses, escreveu convidando-me para participar de algo irrecusável para qualquer pastor: Será que eu poderia participar
do rebatismo de sua filha que eu batizara, há mais de vinte
anos, quando ela era adolescente?
Sua história era dolorosa, mas familiar: uma impetuosa
decisão por Cristo que, durante o final da adolescência e
juventude, transformou-se numa vida completamente longe
de Deus. Por meio da persistência do Espírito e do poderoso
apoio da família e de amigos, ela estava fechando o ciclo pelo
qual viajara por duas décadas.
Feliz, nervosa e humilhada pela graça de Deus, ela perguntou se eu poderia voltar para estar ao seu lado quando, mais
uma vez, escolhia Cristo como seu Senhor e Salvador.
A água no tanque batismal estava excepcionalmente
quente naquele sábado de janeiro, como que contrastando
com a tempestade que uivava fora das janelas da igreja. A
“tempestade de neve”, como denominara o meteorologista,
com seu vento penetrante e o acúmulo dos esvoaçantes flocos
de neve, lembrava a todos que as boas decisões nem sempre
são acompanhadas de céu azul e sol brilhante. Felizmente,
não só a água, mas a igreja estava quente. Raramente me senti
tão seguro ao entregar alguém ao abraço do corpo de Cristo,
como naquele sábado. Se alguma vez uma congregação se
debruçou sobre o tanque batismal, foi dessa vez. Se alguma
ovelha perdida foi bem-recebida pelo rebanho, foi essa ovelha.
Eu era um feliz espectador – chamemos de testemunha – de
uma comunidade de Cristo com a intenção de deixar bem
claro que aquela cristã renovada era abraçada por uma comunidade renovada. No almoço, após o culto, anciãos, diáconos,
familiares e amigos se reuniram ao redor dela, repartindo o
pão, com uma alegria de encher o coração e bonito de se ver.
É assim que o Reino cresce: uma boa decisão por vez, um
coração renovado pela
graça e pela bondade do
povo de Deus. Quando estiver lendo as histórias de
reavivamento na revista
deste mês, tome a decisão
de fazer da sua igreja um
lugar que acolhe aqueles
a quem Deus está chamando, ou chamando
mais uma vez, para Si.
E D
NOTÍCIAS DO MUNDO
Na Europa, Membros Leigos Assumem
Liderança no Evangelismo
Presidente mundial da igreja prestigia convenção em junho
Mark A. Kellner, editor de notícias
■ Os membros leigos da Igreja
Adventista do Sétimo Dia estão assumindo a liderança em compartilhar o
evangelho pela Europa, uma realização
que deverá ser comemorada em junho,
quando os membros da Adventistlaymen’s Services and Industries (ASI)
[Associação de Empresários e Profissionais Liberais] se reunirão para a convenção de quatro dias em Constança,
Alemanha, cidade localizada na margem ocidental do Lago de Constança, o
maior lago do país.
“É a primeira vez que teremos a
presença de um presidente da Associação Geral”, disse Ángel Duo, membro
da ASI-Europa há 12 anos e presidente
desde 2008. Exportador químico em
Elche, Alicante, Espanha, ele é também
o presidente da ASI-Espanha.
Sobre a visita do pastor Ted N. C.
Wilson, Duo afirma: “É muito importante, porque estamos trabalhando no
evangelismo leigo. Portanto, teremos
relatórios do desenvolvimento do treinamento de leigos para o evangelismo
através do New Beginnings [Novos
Começos], a ferramenta que estamos
usando nos pequenos grupos.”
Outro importante palestrante do
evento será John Bradshaw, recentemente
nomeado orador e diretor do programa It
Is Written [Está Escrito], disse Duo.
Ele acrescenta: “Milhares de pessoas
foram treinadas em toda a Europa;
vamos ter o feedback dos delegados.
Será emocionante ouvir todos os relatórios desse treinamento, dos programas
Jovens para Jesus que foram desenvolvidos em todo o território europeu.
Embora a Europa tenha sido o primeiro
campo missionário da Igreja Adventista
do Sétimo Dia fora dos Estados Unidos,
a força da igreja tem sido desafiada nos
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
O ESFORÇO LEIGO É IMPORTANTE: Segundo Ángel Duo, presidente da
ASI-Europa, o “evangelismo da amizade”, vizinhos convidando seus vizinhos,
foi o responsável por 40% da frequência ao evento evangelístico do programa
It is Written, em 2010, na cidade de Roma, Itália. A foto mostra parte do
auditório ao vivo, dessa série transmitida via satélite, como publicado na
Adventist World de julho de 2010.
F O T O :
últimos anos. O pós-modernismo, que
varreu a maior parte da Europa Ocidental
e suas igrejas tradicionais, criou, de igual
modo, um impacto sobre o adventismo:
se os europeus modernos não sentem
necessidade de Deus, testemunhar
para eles é um desafio.” Duo diz que os
membros da ASI-Europa, cuja maioria é
de empresários que “falam de Cristo no
mercado de trabalho, estão trabalhando
para cumprir o desafio. Qual sua tática?
A mensagem adventista de saúde, que é
apelativa para uma sociedade estressada”.
“Não é fácil compartilhar sua fé em
tal ambiente, porém, cada vez mais
descobrimos que várias pessoas têm sido
impressionadas pelo Espírito Santo”,
disse ele na entrevista por telefone.
“Quando começamos a trabalhar com a
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Adventist World | Abril 2011
I I W
mensagem de saúde nos pequenos
grupos, as portas se abrem. Temos, então,
que ser muito sábios.” Duo acrescenta:
“Realmente podemos estabelecer um
contato com as pessoas por meio da
mensagem de saúde.”
Outra particularidade essencial no
período que antecede uma campanha
como o “Apocalipse Fala de Paz”,
realizado em Roma, Itália, em fevereiro
de 2010, é o evangelismo da amizade,
quando os membros da igreja local
levaram estudos bíblicos para os seus
amigos e vizinhos, disse ele.
“A amizade! Essa é a tática que estamos usando. Treinar os membros leigos
para que façam amigos, convidem para
os pequenos grupos e então, partilhem
sua fé”, explica Duo.
Tais esforços, apoiados pelo patrocínio da ASI na produção do DVD da série
de estudos bíblicos New Beginnings ,
foram os responsáveis por até 40% da
frequência no evento de Roma.
Duo declara ainda que os desafios
enfrentados pela ASI-Europa são similares aos que enfrentam as duas divisões
do mundo às quais serve: as Divisões
Transeuropeia e Euro-Africana. Na região europeia dessas divisões, o número
de membros tem crescido nos países
menos ricos, ao passo que muitos países
da Europa Ocidental e Escandinávia
estão mantendo o número de membros
com a chegada de imigrantes vindos
de outras partes do mundo ou por já
serem adventistas ou por se unirem à
igreja em seu novo país.
“Da nossa parte, o que vemos é que
o movimento da ASI não é muito forte
[em alguns lugares da Europa] como
em outros países”, descreve Duo. “Não
se encontram tantos empresários. O
número de membros é diferente na
Espanha e em Portugal, onde há mais
empresários.” No entanto, ele acrescenta, a ASI está “funcionando em quinze
países europeus e está crescendo”.
De maneira geral, Duo está otimista
com o crescimento da Igreja Adventista
do Sétimo Dia na Europa. “O número
dos nossos ministérios está crescendo
aqui, e está alcançando cada vez
mais pessoas. Estão crescendo em
tamanho”, explica. “Ao mesmo tempo,
a percepção que os líderes [da igreja]
têm desses ministérios, e especialmente
da ASI, está mudando muito. Agora
são considerados como forte apoio ao
ministério da igreja.”
Duo continua: “Nosso relacionamento com ambas as divisões é excelente,
e percebemos que os ministérios estão
cada vez mais ativos e recebendo maior
apoio da liderança. Algo grandioso
vai acontecer. Estamos no caminho
certo. Há muitos desafios, porém se
trabalharmos juntos, não tenho dúvida,
vamos avançar.”
NOTÍCIAS DO MUNDO
Adventistas Fazem a Diferença
supervisionou e coordenou o trabalho
durante as três semanas necessárias para
levantar 180 abrigos na Coletividade
Marie de Carrefour.
Até agora a Adra já providenciou
2.680 abrigos para famílias de Carrefour
e Petit Goave, umas das áreas mais atingidas pelo terremoto.
Antes de cada família ser chamada
para receber o número de seu abrigo,
centenas de pessoas se reuniram na
vila de abrigos, ao por do sol, para
agradecer, disse Yvon Jérôme, prefeito
de Carrefour.
“Uma Pessoa criou o céu, as estrelas
e todas as coisas e nós devemos primeiro agradecer a Deus pelo que Ele fez”,
disse Jérôme. “Não somos melhores do
que as pessoas que morreram. O fato
de termos sido salvos não faz de nós
melhores do que os outros. Agradeça.
Apenas alguns de vocês receberão um
abrigo temporário hoje, e agradecemos
à Adra pelo que fizeram”, disse ele para
a multidão de cima de uma plataforma
de cerca de três metros.
Recuperação
do
Haiti
na
No aniversário de um ano do terremoto,
progresso significa um lar fora da rua
os dois filhos e outros dois parentes.
“Estou tão feliz e agradecido a Deus
porque agora tenho uma casa”, diz Milo.
Aos 23 anos de idade, ele está sem casa
desde o terremoto. Relembra, então,
que no dia 12 de janeiro de 2010 estava
se sentindo mal e foi com um amigo a
uma loja quando aconteceu o terremoto. Ao voltar para casa, descobriu que
estava destruída.
“Perdi muitos dos meus familiares e
tenho morado na rua, numa barraca de
lona azul, desde a noite do terremoto.
Agora, não vou mais me preocupar se
vai chover dentro da barraca e inundála”, diz ele.
Chantal e Milo representam cerca
de 180 famílias que se mudaram para
a Coletividade Marie de Carrefour, um
novo vilarejo com vista para o mar,
construído graças à Agência Adventista
de Desenvolvimento e Recursos
Assistenciais (Adra) e sua parceria com
doadores.
“A Adra trabalhou com a prefeitura
de Carrefour para construir essa
comunidade de abrigos e mudar
algumas das famílias que moram nas
ruas”, disse Paulo Lutke, coordenador de
emergências da Adra, supervisionando
o projeto de abrigos temporários em
Carrefour. Na verdade, essa vila foi
construída com a sobra de material
de outros abrigos, segundo Lutke, que
L I B N A
N
a escuridão da madrugada,
Petit Homme Chantal e dois de
seus amigos estão encostados
na parede de um abrigo de madeira,
de aproximadamente quatro metros
quadrados, de número 35. Como não
pode se mudar para lá até o dia raiar,
permanece de guarda com seus amigos,
e por uma boa razão. Até novembro de
2010, Chantal, 42, e os filhos fizeram
sua casa numa rua, no bairro Carrefour,
em Porto Príncipe, Haiti. Um ano após
o terremoto devastador que derrubou
sua casa original, Chantal tem a oportunidade de começar a vida outra vez.
Mudar para o novo lar será um
sonho que se torna realidade para a família, diz ela. “Sinto-me melhor e muito
feliz agora; não era normal morar numa
barraca.” Essa mãe solteira de filhos
que variam entre 21 anos e 8 meses de
idade disse que teve que se mudar com
a família de sua barraca abruptamente,
pois alguém morreu de cólera em outra
barraca a poucos metros da sua. Agora,
ela espera acomodar a família e poder
tentar reconstruir a vida. Ela quer
voltar a vender produtos alimentícios
na feira para sustentar os filhos, como
costumava fazer antes do terremoto.
Frenel Milo também está em pé ao
lado do seu abrigo de madeira. A ele foi
designado o abrigo 15, uma estrutura
verde água que será seu lar com a esposa,
S T E V E N S / I A D
Reportagem de Libna Stevens, diretora assistente de comunicação
da Divisão Interamericana, escreve de Porto Príncipe, Haiti
FORA DAS RUAS: Petit Homme Chantal
em pé em frente ao seu novo abrigo
de madeira, com dois amigos, na nova
vila de abrigos construída pela Agência
Adventista de Desenvolvimento e Recursos
Assistenciais (Adra) um ano após o
terremoto de 2010 que destruiu Carrefour
e outras regiões de Porto Príncipe, Haiti.
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
Falando, também, para a multidão
estava Fritz Bissereth, diretor da Adra
Haiti, que declarou que a Adra é amiga
dos necessitados. “Nós queremos ajudar
mais ainda. Tenham paciência. Não
vamos nos esquecer de vocês. A Adra está
aqui para ajudá-los. Ainda há muito que
ser feito.” Enquanto Bissereth falava
para as centenas de pessoas ali reunidas,
elas gritavam: “Adra! Adra!” Todos participaram do momento de oração para
inaugurar a nova vila, que inclui a iluminação das ruas com energia solar, uma
estação de água e dezenas de latrinas.
Os líderes da Adra e da igreja adventista
local organizaram uma cerimônia de um
dia inteiro para celebrar a vida, um ano
após o terremoto.
Centenas de famílias participaram
do programa especial na sede da
Adra Haiti, onde ouviram mensagens
especiais de esperança, apresentações
musicais, testemunhos dos beneficiários dos abrigos e relatórios do trabalho da Adra em Porto Príncipe
e em todo o Haiti.
“Deus tem sido fiel, enxugando as
lágrimas dos olhos de nosso povo. Ele
tem sido fiel ajudando-nos a superar
o terremoto; e hoje, é uma boa oportunidade de agradecermos a todos os
homens e mulheres que vieram do
mundo todo para se associarem à Adra
e ajudar nossas comunidades”, disse aos
presentes, Theart St. Pierre, presidente
da Igreja Adventista no Haiti.
Dezenas de crianças receberam
dos líderes da igreja, do prefeito e dos
líderes da Adra, uniformes e mochilas
cheias de material escolar, como parte
de um dos muitos projetos de benefício
à comunidade.
A Adra fez um relatório dos projetos
concluídos no país até o final de 2010,
com a ajuda de cerca de 23 países da
América do Norte, Europa, Ásia e
Sul do Pacífico. Outras organizações
parceiras se uniram à Adra em centenas
de projetos, entre eles a gestão do
acampamento das pessoas desabrigadas
internamente (ADI) na Universidade
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Adventist World | Abril 2011
Adventista do Haiti, em cujo campus de
42 acres, mais de 20.400 pessoas abrigaram-se após o terremoto.
Há ainda no acampamento ADI,
cerca de 400 famílias que esperam ser
relocadas durante o mês de fevereiro
de 2011, segundo Bissereth. Há ainda
muito a ser feito pela Adra no Haiti,
continuou Bissereth. “Temos o compromisso de ajudar esse povo a reconstruir
a vida.”
A seguir está um resumo do trabalho da Adra durante o ano passado:
Gestão de Acampamento
■ A Adra administrou um acampamento de mais de vinte mil haitianos
desabrigados no bairro de Carrefour,
em Porto Príncipe.
■ As atividades incluíram o treinamento
de líderes e conselheiros comunitários
por região, proporcionando segurança,
água, programas de saúde e psicossociais, e distribuição de alimentos e
outros itens.
Água
■ A Adra Canadá, em parceria com a
Global Medic, purificou mais de 130
mil litros de água por dia em Carrefour
durante a fase inicial de assistência,
usando 64 unidades de purificadores
de água, e 62 unidades instaladas em
motocicletas.
■ Unidades móveis foram enviadas
para, aproximadamente, 50 lugares
por dia, em Carrefour, Porto Príncipe,
Jacmel e Cap Haitien.
■ Foram utilizados na assistência mais
de cinco milhões de tabletes e 110 mil
sachês de purificadores de água, 55 mil
unidades de sais de hidratação oral e
86 mil Aquatabs doados pela UNICEF.
■ Desde o terremoto, a Adra purificou
cerca de 18 milhões de litros de água.
■ O sistema de purificação chamado
Nomad continua a purificar e fornecer
aproximadamente 50 mil litros de água
limpa todos os dias para o acampamento em Carrefour, administrado
pela Adra.
Alimento
■ A Adra associou-se ao Programa de
Alimentação das Nações Unidas (WFP)
para distribuir 4.802 toneladas de alimento a mais de 776 mil pessoas durante
três distribuições massivas de alimentos
entre janeiro e março de 2010.
■ Uma doação de 16,5 toneladas de
alimento para bebês, vinda da Alemanha,
foi distribuída no acampamento de
Carrefour.
Outros Itens
■ A Adra distribuiu mais de 50 mil
itens aos sobreviventes do terremoto,
como sapatos, kits de higiene
pessoal, recipientes para armazenar
líquidos, utensílios de cozinha, jogos
de ferramentas, kits de iluminação
solar, lonas, remédios e lanternas. Em
outras ocasiões, foram distribuídos
enchimento para colchões, cobertores
e mosquiteiros.
Higiene Sanitária
■ Foram construídas um total de
75 latrinas em seis acampamentos e
improvisada uma latrina permanente,
beneficiando um total de 3.396 famílias.
O projeto também providenciou pagamento em dinheiro para as 86 pessoas
que cavaram as latrinas.
■ A Adra construiu 95 novos locais de
banho e reformou banheiros já existentes
em oito acampamentos, para 7.241
famílias.
■ Apoiada pela UNICEF, a Adra forneceu 221 latrinas móveis e o serviço de
remoção dos detritos, do início do mês
de março até o final de junho de 2010.
Em julho, a Adra recebeu 150 latrinas
móveis da Fundação Clinton, em nome
da UNICEF.
■ Uma equipe de 50 trabalhadores
sanitários, da própria população do
acampamento, limpava as instalações
sanitárias duas vezes por dia.
■ A Adra construiu dois aterros de
resíduos sólidos e contratou um grupo
de 50 pessoas do acampamento para
coletar o lixo diariamente.
■ Foram realizados oito projetos para
pagamento de trabalhadores, ajudando
na sobrevivência de 169 pessoas.
■ Cerca de 15 caminhões de lixo
foram removidos do acampamento em
Carrefour.
■ Sete acampamentos receberam ferramentas para limpeza do local.
■ Foram construídos 35 locais para
lavagem de roupas.
■ A Adra construiu uma ponte para
maior segurança e conveniência aos
desabrigados, ao buscar água filtrada.
Saúde
■ Entre o mês de janeiro e o início de
abril de 2010, a Adra administrou
duas clínicas de primeiros socorros
gratuitos no acampamento de Carrefour. Uma foi montada dentro de
uma tenda móvel e a outra na escola
fundamental de Carrefour. Durante
esse período, mais de sete mil pessoas
receberam assistência. Após o mês de
abril, as duas clínicas móveis foram
estabelecidas e já trataram mais de
5.500 pacientes até agora.
■ A Adra realizou uma campanha de
imunização, por um mês, onde foram
vacinadas mais de 12 mil bebês, crianças e adultos com vacinas e materiais
fornecidos pela Organização Mundial
de Saúde.
■ Os enfermeiros de saúde pública da
Adra foram colocados em doze áreas
dentro do acampamento de Carrefour.
Eles foram treinados para triar pacientes, reconhecer bebês e crianças desnutridas e estimular a amamentação entre
as mães para otimizar a nutrição.
■ O projeto de educação para a prevenção do cólera treinou pessoas da
comunidade de Carrefour com medidas
preventivas e tratamento emergencial
da doença.
Psicossocial
■ Entre o mês de fevereiro e começo de
abril de 2010, a Adra dirigiu Espaços
para Crianças no acampamento
Carrefour, onde, todos os dias, 200
crianças participavam dos vários
centros de atividades.
■ A Adra identificou os menores
desacompanhados morando no acampamento, ajudando as famílias que
cuidavam desses menores.
■ No mês de maio de 2010, um programa de Treinamento de Treinadores foi
realizado em mais dois acampamentos
em Carrefour, onde a Adra dirigiu os
Espaços das Crianças.
■ Entre fevereiro e abril de 2010, uma
equipe de 50 conselheiros matrimoniais trabalhou no acampamento de
Carrefour aconselhando as famílias em
questões pós-traumas. Outra equipe
de estudantes avançados de psicologia
também ofereceu aconselhamento individual e para famílias.
Educação
■ A Adra instalou 30 barracas, usadas
como salas de aulas, em 13 instituições
educacionais, equipadas com 301
carteiras escolares e 101 quadros negros.
Foram distribuídos entre os alunos
4.845 kits de material escolar.
■ De junho a agosto de 2010, 250 crianças e adolescentes do acampamento,
que estavam sem escola, participaram
das aulas de educação extra curricular.
A Adra forneceu as barracas, bancos,
uniformes e material escolar.
■ Materiais de informação, educação
e comunicação foram distribuídos em
Carrefour, inclusive panfletos sobre o
uso correto do mosquiteiro, abrigos à
prova d’água, e fatos sobre o terremoto.
■ Mais de 120 adultos participaram no
programa de alfabetização entre junho e
agosto de 2010.
Abrigos
■ A Adra forneceu 900 barracas de
tamanho familiar para todo Haiti,
sendo 453 para Carrefour.
Operando no Haiti há 30 anos, a Adra
está comprometida com o povo
haitiano e com a recuperação do país.
Outras comunidades Adventistas
do Sétimo Dia de todo mundo também
participaram na assistência ao Haiti. Na
Flórida (E.U.A.), membros e líderes da
Associação do Sudeste (SEC) continuam ajudando o Haiti nos esforços de
reconstrução.
Uma semana após o terremoto que
atingiu o Haiti, a associação, da qual
muitos haitianos são membros, enviou
um grupo de 41 médicos para a área
atingida. Comissionados por Humbert
Morel, presidente da SEC, e liderados
por David Peay, diretor responsável
por ajuda a desastres da SEC, e Nicolle
Brisé, diretora do Ministério da Mulher
da mesma associação, a equipe prestou
assistência às vítimas do terremoto. Sete
equipes, compostas por 151 profissionais médicos, viajaram para o Haiti.
Brisé fez sete viagens à ilha e
atualmente lidera um projeto de reconstrução do setor de maternidade do
Hospital Adventista e está levantando
recursos para pagar o salário da equipe
médica do hospital por um ano. JeanAllah Monestime, diretor dos ministérios haitianos da SEC, fez duas viagens,
liderando a iniciativa de reconstrução
de duas igrejas adventistas da região.
Peay fez três viagens ao Haiti. Ele e
Gerly Germain, pastor da igreja francesa
Betânia, em Tampa, Flórida (E.U.A.),
encabeçou uma campanha que resultou
na remessa de quatro contêineres de
suprimentos, desde roupas a material
médico. Na remessa, havia material e
equipamentos odontológicos suficientes
para equipar três consultórios odontológicos que estão sendo construídos no
Hospital Adventista do Haiti.
O Flórida Hospital, de propriedade
da igreja, em parceria com a Associação
Sudeste, enviou suprimentos médicos
para serem usados pelas equipes médicas
da SEC. A Associação Atlântico do Sul
assistiu a SEC no esforço de reconstrução
do Haiti, enviando recursos, suprimentos
e voluntários que participaram em duas
viagens àquele país.
– com reportagem adicional de John
Torres, Adra, e Robert Henley, Associação
Sudeste dos Adventistas do Sétimo Dia.
Abril 2011 | Adventist World
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A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
Jovem e
Pronto
Incentivando
e Preparando os
Jovens para
Liderar
Por Ted N. C. Wilson
H
á mais de cem anos, Ellen
White escreveu as seguintes
palavras: “Com tal exército
de obreiros como o que
poderia fornecer a nossa juventude devidamente preparada, quão depressa a
mensagem de um Salvador crucificado,
ressuscitado e prestes a vir poderia ser
levada ao mundo todo!”*
Se há um tempo em que a igreja
necessita da energia e criatividade do
exército previsto por Ellen White, esse
tempo é agora. O trabalho de incentivar,
manter e envolver os jovens no serviço
é o trabalho de todos, não apenas do
pastor ou do líder de jovens. O que,
então, podemos fazer individualmente
e como igreja, para envolver hoje a
liderança do amanhã?
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Adventist World | Abril 2011
Seja um Mentor
Cada um de nós pode se interessar
pelos jovens e jovens adultos. Devemos
nos familiarizar com eles e colocar-nos
à disposição. Se os pais forem realmente
cristãos e se identificam com seus filhos,
tornam-se os seus melhores mentores,
mas não os únicos. Eu tive pais maravilhosos, muito cristãos, fieis a Cristo e
que desejavam que eu também tivesse
uma maravilhosa experiência espiritual.
Mas, foram necessárias muitas pessoas
para me ajudar, quando jovem, a
encontrar minha própria perspectiva
e visão do mundo. Por essa razão, são
necessários vários mentores disponíveis
para ajudar. Essas pessoas podem ser
o pastor e amigos próximos. No meu
caso, foi alguém que simplesmente se
M A R T I N
B O U L A N G E R
interessou por mim quando trabalhávamos juntos numa campanha evangelística, e que exerceu uma profunda
influência sobre minha vida espiritual.
Quando os jovens procuram um
mentor, provavelmente vão começar
pelos pais. Depois procurarão por pessoas realmente dignas de confiança, não
pessoas que estão apenas procurando se
mostrar ou tornar seu nome conhecido,
mas pessoas que percebam ser sinceras,
cristãos humildes, de quem podem
aprender algo. Quando encontram
essa pessoa, querem ser ouvidos, trocar
ideias, e não ouvir sermões. Umas
das coisas mais importantes quando
lidamos com os jovens, é manter a
comunicação aberta, sempre dispostos a
conversar, sempre dispostos a compartilhar e sempre prontos a ouvir.
No meu caso, meu pai viajava
frequentemente e não estava muito presente em casa. Quando estava, porém,
estava sempre disposto a ouvir e a dar
conselhos. Ele nunca me dispensou.
Era muito intencional. Nós que somos
pais temos que ser intencionais ao
desenvolvermos um relacionamento
com nossos filhos, para que saibam que
sempre serão apoiados por nós. Lembro-me de meus pais, especialmente
meu pai, me dizendo: “Eu acredito em
você.” Quando os jovens recebem esse
tipo de afirmação, são ajudados não só
socialmente, mas espiritualmente. Eles
têm a base para encontrar seu próprio
caminho para o relacionamento com
o Senhor. Precisam ter certeza de que
sempre poderão correr para alguém que
realmente está disposto a ajudar.
Esse aspecto do papel dos pais é extensivo para os que não são pais e inclui
os jovens que não são nossos filhos biológicos. Cada um de nós como parte da
família da igreja, deve ser um potencial
mentor. Ao interagirmos com os jovens,
devemos nos esforçar para gravar seus
nomes. Podemos efetivamente procurar
por oportunidades de animá-los.
Quando os apoiamos, fazemos com
que se sintam parte da família. Como
resultado, os jovens irão responder; e ao
sentirem-se realmente parte da família
da igreja, essa se tornará a sua igreja.
Crie Oportunidades de Serviço
De um modo geral, a maior parte
dos cargos de liderança requerem experiência, e isso os jovens não têm muita.
Se formos sérios em relação à nossa
missão, devemos, começando pela igreja
local e em todas as nossas organizações,
ser mentores dos jovens e colocá-los
em posição onde podem começar a
associar-se aos que têm experiência. A
igreja foi iniciada por jovens e sua obra
será terminada por jovens que estão
inflamados pelo Senhor, associados com
os que têm experiência e que ainda não
perderam de vista a breve volta de Jesus.
Lembro-me de quando fui escolhido, entre várias outras pessoas, numa
certa igreja, para ser ancião estudante.
Isso pode soar como contradição, pois
geralmente espera-se que o ancião de
uma igreja seja alguém com experiência. Mas, a congregação da minha
igreja local teve a visão de nos dar uma
oportunidade de trabalhar de perto
com pessoas de grande experiência e
como “anciãos estudantes” ou “diáconos
estudantes” aprender com eles. Essa
oportunidade foi de grande valia na
aquisição de experiência e habilidades
de liderança.
Confie Neles
Sou muito grato aos líderes da igreja
que frequentei quando jovem, pelo
investimento que fizeram em seus jovens.
Hoje, vejo a grande necessidade de
líderes da igreja, em todos os níveis, que
sejam sensíveis e intencionais para incluir os jovens, solicitando sua opinião,
associando-se com eles, dando a eles
diferentes desafios e incluindo-os nas
comissões. Geralmente os jovens não se
animam a participar de comissões. O
que realmente querem é fazer algo. Os
líderes devem manter os jovens equipados e posicionados para que tenham a
visão de sua missão. Talvez necessitem
de ajuda e direção para
planejar um plano de ação. Mas é
importante que se trabalhe com eles
em lugar de impor um plano para eles.
Então, deixe que “vão à luta”. Líderes e
leigos devem ser preparados para
trabalhar com os jovens para realizar
coisas para Deus. Eles têm enorme
criatividade e oportunidade para realizar as coisas para Ele, especialmente se
estiverem em comunhão com o Senhor.
À luz de nossa necessidade pessoal
de estar conectados ao Senhor, é bom
que tomemos tempo para, pessoalmente, pedir a Deus uma compreensão
ampla, visão do todo, de onde individualmente e como igreja nos encaixamos
no plano de eventos no cenário do
tempo do fim. O que Jesus está pedindo
que façamos? Como fazê-lo melhor e
como podemos cooperar com outros,
especialmente com os jovens, para
realizar essa tarefa?
Não Tema as Inovações
Envolver jovens na equipe e encorajá-los a aceitar a liderança pode parecer
perigoso para alguns. Há sempre a possibilidade de os jovens, com ideias novas,
aborrecerem as pessoas que preferem o
que é conhecido. Experiências passadas
mostram que sempre houve tensão
entre a geração mais jovem e a mais
antiga. Olhando através dos séculos,
Ted N. C. Wilson é
presidente da Igreja
Adventista do Sétimo Dia
e pai orgulhoso de suas
três filhas adultas.
Abril 2011 | Adventist World
9
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
vemos exemplos de gerações mais jovens que achavam que suas ideias eram
melhores que as dos mais idosos. E às
vezes isso é verdade. No entanto, não
deve haver esse tipo de atrito no corpo
de Cristo. Os adultos não devem ter
medo de envolver os jovens, especialmente nas áreas de serviço. Quando os
jovens são realmente capazes de servir
a outros, ajudando de maneira bem
prática, rapidamente irão compreender
que também é necessária a experiência
nos outros aspectos da igreja.
Quando os jovens fazem perguntas
faz com que nossa educação seja diferente.
Para ajudar os jovens a alcançar
seus objetivos educacionais, temos que
continuamente inovar maneiras de
tornar a educação cristã adventista do
sétimo dia economicamente acessível.
Os jovens devem ser encorajados a trabalhar enquanto estudam. Na opinião
de alguns, o estudante pode concentrarse em tempo integral nos seus estudos
quando os pais pagam a escola ou
quando utilizam o crédito educativo.
No entanto, um trabalho significativo
ajuda a balancear toda a experiência
aprenderam que, embora se prometa
muito, recebe-se pouco. O que os jovens
querem ver é uma fé viva, que faça
diferença na vida das pessoas.
Ao falarmos de reavivamento e
reforma em vários programas de nossa
igreja, corremos o risco de imunizar
nossos jovens, como também a nós, se
deixarmos que o assunto seja apenas
teórico. Reavivamento e reforma
significa que estamos mais conectados
com o Senhor e deve se tornar notório
que o Espírito Santo está transformando nossa vida para sermos mais
Somos todos convidados a ter uma relação íntima e
maravilhosa com o Senhor que nos conduzirá ao que
Deus nos chamou para fazer.
desafiadoras, não devemos tomá-las
como insulto pessoal ou temer as
críticas. Nosso valor não deve estar
baseado em cargos, jogo de poder ou
por defender algo familiar e conhecido.
Tudo isso pode impedir que tenhamos
uma visão geral do panorama do tempo
do fim, enquanto concentramos nossa
atenção em nós mesmos. O egoísmo,
não apenas nos jovens, mas certamente
em pessoas de todas as idades, é nosso
grande inimigo.
Apoie a Educação Adventista
Os jovens devem ser ensinados na
realidade de que, não importa o que
façam, e onde quer que o Senhor os
dirija, são embaixadores para Ele.
Somos todos convidados a ter uma
relação íntima e maravilhosa com o
Senhor que nos conduzirá ao que Deus
nos chamou para fazer. Os jovens não
devem se contentar com um envolvimento modesto com a igreja. É aí que a
educação adventista faz a diferença.
A combinação de estudos religiosos e
coisas espirituais com o curso escolhido
10
Adventist World | Abril 2011
educacional. Naturalmente, o aluno
não deve trabalhar tanto que não tenha
tempo para estudar. Mesmo que alguém
tenha todo o dinheiro para pagar seus
estudos, a formação ética do trabalho é
parte importante de qualquer educação.
Existem várias maneiras de a igreja,
os pais, a igreja local e a instituição
de ensino ajudar a promover uma
experiência cristã maravilhosa e manter
baixos os custos a fim de que a educação
seja acessível.
A educação cristã adventista do sétimo dia deve ser vista como, e realmente
deve ser, muito diferente do tipo de
educação oferecida por instituições seculares. Nossa educação, tanto no aspecto
espiritual como no acadêmico, deve
compensar o investimento financeiro.
Deixe o Reavivamento Começar
com Você
Os jovens cresceram em um mundo
de explosão tecnológica e alarde publicitário. Estão acostumados aos apelos
emocionais e da lógica de comprar algo
que foi explicado nos detalhes. Também
semelhantes a Jesus. Como Paulo diz:
“Seja a atitude de vocês a mesma de
Cristo Jesus” (Fl 2:5 NVI). A mente
de Cristo deve ser implantada em nós
por meio do poder do Espírito Santo, e
temos de demonstrar essa experiência
santificadora em nossa vida. Cada um
de nós deve ser convencido de que
somos totalmente justificados pela
justiça de Cristo.
Nossos jovens nunca devem ter
a impressão, por palavras ou ações,
de que estamos tentando merecer
o céu por cumprirmos uma lista de
faça isso e não faça aquilo. O mais
importante é aproveitarmos a oportunidade que Jesus nos oferece de nos
tornarmos mais semelhantes a Ele.
Estarmos dispostos a deixar que o
Espírito Santo faça com que cada um
de nós esteja “em obras” é a maneira
mais eficaz de incentivar, manter e
envolver os jovens, para que juntos
possamos terminar a grande obra
para a qual nós, como igreja, fomos
chamados à existência.
* Ellen G. White, Educação (Casa Publicadora Brasileira), p. 271.
S A Ú D E
N O
M U N D O
Cólera
Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless
Por que geralmente há surtos de cólera
após desastres como o terremoto
no Haiti?
O
cólera é uma forma extremamente severa de gastroenterite.
É causado por um organismo
chamado Vibrio cholerae, o qual
provoca diarreia aquosa. A diarreia
volumosa e frequente pode rapidamente
desidratar uma pessoa e levá-la à morte.
As crianças são mais suscetíveis por ter
menor estatura e frequentemente estão
entre as vítimas.
O Vibrio cholerae sobrevive bem
na água – o meio de transmissão mais
comum – e quando acontece um caso
na família, outro residente da mesma
casa pode ser infectado. Por também
ser transmitido por contaminação
alimentar, o cólera é propagado onde o
saneamento é deficiente.
O surto de cólera no Haiti em 2010*
não era totalmente esperado, pois, já
não havia casos da doença muito tempo
antes. Ainda não foi determinado como
o organismo chegou ao Haiti.
A interrupção do abastecimento de
água e a falta de tratamento do esgoto
formam as condições ideais para uma
epidemia de cólera.
A severidade e velocidade da epidemia de cólera pode ser medida pelo
fato de que, no Haiti, os primeiros casos
foram registrados em 21 de outubro de
2010; no dia 19 de novembro já havia
pessoas contaminadas em todas as
partes do país. No dia 17 de dezembro,
já havia sido registrado cerca de 121.500
casos. O ônus da diarreia em um país
debilitado foi enorme: 63.711 pessoas
foram hospitalizadas e registradas 2.591
mortes. O número de casos foi ainda
muito maior, pois viajantes contaminados chegaram a países adjacentes, como
a República Dominicana e o estado
norte americano da Flórida.
A reposição de líquidos é indispensável em qualquer caso de diarreia,
porém, no caso de cólera, é um fator
que salva vidas. Nem todos os casos são
semelhantes e nem sempre é necessário
o tratamento com antibióticos. Tanto a
doxiciclina como a ciprofloxacina tem-se
mostrado eficientes na redução dos
efeitos e na cura mais rapida da doença.
É importante enfatizar que qualquer
pessoa que visita um país onde o cólera
está presente e é acometido por dor
abdominal, diarreia, vômito, letargia e
fraqueza, deve procurar um profissional
de saúde imediatamente.
O risco do cólera e outras doenças
com presença de diarreia pode ser
reduzido substancialmente pelo consumo
de água limpa. Ferver a água com cloro
é um recurso eficaz para purificá-la.
Geralmente a água engarrafada é segura,
se fornecida por uma companhia
confiável.
Para reduzir o risco, deve-se tomar
dobrada atenção para que os alimentos
sejam consumidos cozidos e servidos
quentes. Outro fator importante é a
lavagem das mãos com sabão e água
limpa e o uso frequente de desinfetantes. Nadar ou tomar banho em rios ou
canais é muito perigoso, pois podem
estar contaminados com esgotos.
Até que todos os países estejam
livres do cólera, todos os países do
mundo devem permanecer em alerta.
Hoje, com as viagens sendo tão frequentes e globais, as doenças adquiridas
do outro lado do mundo podem
aparecer em sua casa no dia seguinte.
As experiências com a vacina
contra cólera foram decepcionantes.
Não é mais recomendado para os
viajantes, tampouco recomendada
pela Organização Mundial da Saúde
(OMS). Também não é recomendado
tomar antibióticos como preventivo
contra o cólera, pois há pequena
evidência quanto à sua eficácia.
Embora o cólera esteja nos jornais
e seja muito temido, a maioria dos
casos de diarreia aguda não é causada
pela doença. Prevalecem os casos virais
de gastroenterite e pela patogênica E.
coli como as causas mais frequentes de
diarreia. A diarreia hemorrágica, associada à febre é mais séria e pode refletir
uma infecção por bactérias patogênicas
da família da shigella, salmonela ou
yersínia. A reidratação oral é obrigatória
e pacotes de sais de reidratação específicos para ser adicionados à água limpa
devem ser adquiridos rapidamente.
Nós confiamos na proteção de Deus,
mas Ele espera que façamos a nossa
parte para proteger nossa saúde.
* Morbidity and Mortality Weekly Report 59, nº 50 (24 de
dezembro de 2010).
Allan R. Handysides, M.B.,
Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG,
é diretor do Ministério da
Saúde da Associação Geral.
Peter N. Landless, M.B.,
B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA),
F.A.C.C., é diretor executivo
do ICPA e diretor associado
do Ministério da Saúde da
Associação Geral.
Abril 2011 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
Sua
Prımeıra
Páscoa
Aqui está uma pergunta intrigante: O que Jesus sabia sobre Seu
ministério e quando ficou sabendo? O texto a seguir é um relato
imaginário do reconhecimento consciente de Jesus sobre o Templo,
durante Sua primeira celebração da Páscoa, em Jerusalém,
como “filho da lei”. Está baseado na descrição de Ellen White
sobre o Templo, escritos hebraicos daquele período e pesquisas
atuais sobre a arquitetura do Templo. Apenas caminhe pela
estrada de Nazaré a Jerusalém e descubra, com Jesus, não apenas
a beleza, mas o significado do Templo. — Os editores
O
menino Jesus está em Seu quinto dia de caminhada,
de Nazaré rumo a Jerusalém. O garoto de 12 anos de
idade é agora um “filho da lei”. Mais do que um rito
de passagem, essa é Sua primeira celebração da Páscoa em
Jerusalém! Ao tornar-Se mais maduro, começa a perceber que
Sua principal responsabilidade é a obediência à lei e a Seu Pai
celestial.
O grupo faz paradas nos lugares familiares da história dos
seus antepassados: Dotã, Sicar, Betel. Às vezes, hospeda-se em
pousadas. Às vezes, dorme sob as estrelas. O garoto gosta da
brisa da noite, do cheiro da mostarda silvestre, do arrulhar de
uma pomba.
No quinto dia, finalmente, os peregrinos aproximam-se da
metrópole. Jesus está ansioso para ver Jerusalém. “Não hoje”,
disse José. “Vamos passar a noite com nossos parentes em Emaús.”
“Sim”, concordou Maria. “Precisamos tomar banho e lavar
nossas roupas.”
Emaús está repleta de peregrinos. Alguns caminharam ou
navegaram por semanas. Vieram de países vizinhos, como
o Egito e até de Roma, para ver o “prédio mais bonito do
mundo”: o santo Templo de Jerusalém! “Caio, o romano, não
o descreveu assim?”, observa José.
12
Adventist World | Abril 2011
Por
Oliver Jacques
À medida que os peregrinos sobem o Monte das Oliveiras,
uma mulher começa a cantar: “Nossos pés já se encontram
dentro de tuas portas, ó Jerusalém![…] Haja paz dentro dos
teus muros e segurança nas tuas cidadelas!” (Sl 122:2, 7)*.
Todos se unem a ela.
Nem chegam ao topo da montanha e que vista! Elevando-se
acima da cidade, está o maravilhoso prédio, incrivelmente
alto, e o sol nascente é refletido em suas paredes revestidas de
ouro. Uma coroa de deslumbrante mármore branco quase
toca o céu. É impressionante! Jesus havia crescido ouvindo
sobre o Templo. Os judeus de todos os lugares têm orgulho
de sua beleza. Um grande rabino o descreve como “a luz do
mundo”. Mesmo a mais extravagante linguagem, porém, é
incapaz de prevenir os peregrinos daquela visão.
O grupo é recebido por um sacerdote idoso que gosta de
falar sobre o Templo. “O rei Herodes dobrou o tamanho do
monte do Templo”, explica ele. “Ele queria que o Templo fosse
como era nos dias de Salomão. Aumentou sua altura dos 60
côvados especificado por Ciro, para 100 côvados.1 Acrescentou quartos ao redor e acima do santuário, assim como
pátios e prédios para os gentios. Ele usou dez mil pedreiros e
carpinteiros. Herodes queria que o judaísmo fosse a religião
mundial. Quando o Messias vier, não dominaremos o mundo?
Mas acompanhe-me: deste ponto podemos ver o local onde é
queimado incenso todos os dias, o lugar santo.” “O Templo é
tão alto!”, exclama o garoto para Sua mãe. “E olhe os pilares! E
aquela é a vinha dourada da qual você Me falou?”
“Sim”, interrompe o sacerdote. “Cada cacho de uva é do
tamanho de um homem. Foi um presente do rei Herodes,
mas pessoas de todo império contribuíram com uma folha ou
uva. Observe com atenção. Talvez consiga ver o santo véu. Ele
tem 40 côvados de comprimento e 20 côvados de largura. Na
J U A N
R .
C U A D R A
realidade, são dois véus com um côvado
de distância entre si. No Dia da Expiação,
o sumo sacerdote atravessa o primeiro,
passa por entre os véus para outro lado,
e só então chega ao lugar santíssimo.
Todos os anos são feitos novos véus
por 82 virgens, cuidadosamente
escolhidas para a tarefa. São
necessários trezentos sacerdotes
para lavá-los!”
“Olhe!”, grita um peregrino. “Aquele é
o altar? É enorme!”2
“É verdade!”, diz o sacerdote. “Desse modo, todos
podem ver os sacrifícios. E observe as piras. Duas queimam
constantemente e quatro em dias especiais.” Pessoas de todas
as direções estão convergindo para os amplos degraus diante
dos portões gêmeos, na parte baixa do muro sul.
“É o sacrifício da manhã”, diz Maria. “Devemos nos
apressar!”
Entrando pelo portão da direita, sobem através de um
túnel iluminado e lindamente decorado, e chegam ao monte
do Templo.
Enquanto os fiéis judeus se apinham em direção ao Templo, os visitantes gentios seguem em direção à Stoa Real. Há
ali um muro baixo, o soreg, circundando o pátio interior. Placas, em três idiomas, advertem os não judeus a não entrarem,
“sob pena de morte”.
Quando chegam ao Pórtico de Salomão, a família vai para
a tesouraria, também conhecida como Pátio das Mulheres. Ao
entrar no vasto recinto, podem ver o coral de levitas, acompanhado por uma orquestra arrumada em 15 degraus semicirculares. De uma torre do Templo, homens com trompetes
de prata chamam os adoradores para celebrar o sacrifício da
manhã. O coral e orquestra apresentam o salmo escolhido
para o primeiro dia. “Do Senhor é a terra e tudo o que nela
existe, o mundo e os que nele vivem” (Sl 24:1).
No pátio, há galerias elevadas em três lados, para as
mulheres, revestidas com caixas em formato de trompete. Os
homens permanecem no piso térreo. Através de um lindo
portão, eles entram no Pátio dos Israelitas, onde os cordeiros
são sacrificados como ofertas pelo pecado. Com a mão do pai
sobre Seus ombros, o garoto observa o sangue do cordeiro ser
coletado em uma bacia e entregue ao sacerdote. Uma fila de
sacerdotes descalços passa para frente as bacias com sangue,
trocando as cheias pelas vazias, que retornam para o sacrifício
seguinte. Quando o sacerdote mais próximo ao altar recebe
a oferta e o joga sobre ele, um trompete soa. O garoto chora.
Será que reconhece ser Ele mesmo o Cordeiro de Deus?
Ali está o grande tanque, apoiado por doze touros enormes.
Os sacerdotes necessitam de água para lavar o sangue de si
mesmos e do pátio. O tanque é enchido, todos os dias, com água
abundante, que chega ali pelo magnífico aqueduto romano.
O sacerdote, que presidirá no altar de incenso apenas uma
vez na vida, sobe os dez degraus até o Templo e solenemente
acende o incensário. “As orações do povo de Deus”, sussurra
José. O garoto Se surpreende com a entrada de vinte metros
de altura do lugar sagrado. Ele examina tudo. Textos das
Escrituras passam por Sua mente.
Ele fica sabendo que os sacerdotes e rabis reúnem-se no
terraço do Templo para falar sobre as Escrituras. Os fariseus
desafiam o conhecimento dos saduceus. Unindo-se a eles,
o garoto ouve com atenção e faz perguntas; algumas delas
exigem séria reflexão e pesquisa.
Logo após o sacrifício da tarde, um grupo de sacerdotes,
com as mãos levantadas pronunciam a antiga bênção: “O
Senhor sobre ti levante o Seu rosto...” (Nm 6:24-26).
No Sábado Pascal, há milhares de pessoas no monte do
Templo. Os trompetes anunciam o sábado, o coral canta e o
povo adora.
Assim, por uma semana emocionante, a família de Nazaré
desfruta da majestade e da inspiração do santo Templo.
Tantas coisas para ver e ouvir! A ceia pascal é celebrada com
os parentes em Emaús; então, voltam ao monte do Templo,
onde milhares de pessoas enchem os pátios e a Stoa Real. Eles
ouvem muitos idiomas estrangeiros. Quando sentem fome,
compram tâmaras e pão nas lojas do lado de fora dos muros
com a moeda do Templo. Jesus, procurando ficar sozinho,
separa-Se de Seus pais e permanece nos pátios do Templo.
Termina a Páscoa e os peregrinos voltam para casa. José
e Maria esperam que o filho encontre-Se com eles ao cair da
noite. Mas Ele não está entre o grupo de Nazaré. Preocupados,
voltam rapidamente a Jerusalém. Eles O procuram por três dias
no monte do Templo. Finalmente, O encontram rodeado pelos
mestres! Ele está engajado numa discussão teológica!
Com lágrimas de alegria Maria grita: “Filho! Como pode
fazer isso conosco? Estamos procurando por Você há três dias!”
“Por que Me procuraram?” disse o garoto, levantando-Se.
“Não sabem que preciso tratar dos negócios de Meu Pai?” Seus
pais estavam confusos, mas Maria nunca se esqueceu dessa
resposta. Jesus sabe que realmente é o “Filho da lei” e que
ainda há muito a ser feito nos “negócios do Seu Pai”.
Estudiosos consideram o côvado entre 45-52 centímetros.
Aproximadamente 15 X 15 metros e 7,3 metros de altura.
*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
1
2
Oliver Jacques, hoje jubilado, mora em
Fallbrook, Califórnia, E.U.A. Serviu como
pastor, evangelista, missionário no exterior e
administrador.
Abril 2011 | Adventist World
13
V I D A
A D V E N T I S T A
D
urante recente viagem para
uma reunião da família
Vyhmeister, na Argentina, minha família e eu visitamos duas missões
bem diferentes.
A primeira era a de San Ignácio Mini,
uma antiga missão jesuíta na província
de Misiones. Numa manhã fria e nebu-
Em 1767, os jesuítas foram expulsos
da Argentina por autoridades coloniais,
e os índios voltaram para suas aldeias
na selva. Não mais escola. Não mais
missas. Não mais trabalho. Não mais
missão. Os prédios foram destruídos
em 1817 e ocultados pela selva até
1897. As restaurações das ruínas
Lições de
Duas
Mıssoes
losa, nossa família de nove pessoas (pais,
filhos e netos) visitou o que sobrou da
missão. Sua impressionante característica
arquitetônica está nas ruínas da igreja,
com 74 metros de altura e 24 metros de
largura, construída com arenito vermelho e adornada com esculturas religiosas.
Em torno da igreja, está o que sobrou
do alojamento dos padres, salas de aula,
várias lojas e, finalmente, pequenas
moradias dos índios locais.
Essa missão era apenas uma de
várias naquela área; foi fundada por
dois sacerdotes jesuítas em 1610. A
intenção era ajudar os índios guaranis a
se converter ao cristianismo, a aprender
a ler e escrever e adquirir habilidades
comerciais. Em meados do século
18, três mil índios viviam na missão,
frequentavam as missas diariamente,
aprendiam e praticavam agricultura,
construção e viviam como cristãos. Enquanto o povo permaneceu na missão,
estava protegido dos salteadores e podia
manter um padrão de vida decente.
14
Adventist World | Abril 2011
começaram em 1940. Hoje, San Inácio
Mini é considerado Patrimônio da
Humanidade pela Unesco (Organização
Educacional, Científica e Cultural das
Nações Unidas).
Enquanto caminhávamos pelo terreno da missão, tentávamos reconstruir
o passado. Será que os índios realmente
se tornaram cristãos? Que funções de
liderança desempenhavam eles na vida
religiosa da missão? O que aconteceu
com seu cristianismo quando voltaram
para a selva? Parece que a missão deixou
de funcionar como tal, quando os líderes religiosos retornaram para a Europa.
Pouco depois de uma semana tivemos
a oportunidade de visitar uma segunda
missão: a da Igreja Adventista do Sétimo
Dia na Argentina. Numa fria tarde de
sábado, visitamos a igreja e o museu no
Campo Crespo, não muito longe de onde
é hoje a Universidade Adventista del Plata
(UAP). Aquela missão teve seu início com
a chegada de Jorge Riffel e várias outras
famílias de Kansas, em 1890.
Por
Nancy Weber Vyhmeister
E continua prosperando até hoje. Eis
sua história:
Muitos alemães luteranos se
refugiaram na Rússia, de Catarina a
Grande. Na segunda metade do século
18, foram pressionados a procurar uma
vida melhor em outro lugar. Alguns se
mudaram para o Brasil, outros para a
Argentina e outros para os Estados Unidos. Em sua maioria, eram camponeses
e profundamente religiosos.
Riffel e sua família ouviram a mensagem adventista em Kansas. Quanto
mais Riffel aprendia, mais queria falar
de suas convicções para seus amigos na
Argentina, onde havia vivido por
alguns anos. No início de 1890, ele e sua
família, junto com várias outras famílias,
viajaram de navio para Buenos Aires.
De lá tomaram um barco e subiram o
Rio Paraná até Diamante. Numa
sexta-feira à tarde, Riffel e seu grupo
foram recebidos no porto pelo seu amigo Reinhardt Hetze, numa tradicional
carroça russa. Eles conversaram sobre
F O T O :
C O R T E S I A
D E
N A N C Y
W E B E R
V Y H M E I S T E R
Da esquerda para a direita: REUNIÃO
DE FAMÍLIA: A família Vyhmeister visita
o túmulo dos pais missionários da
autora, localizado perto da Universidade
Adventista del Plata. IGREJA: Ruínas da
igreja de San Ignacio Mini, uma missão
jesuíta na província de Misiones, Argentina. MUSEU: Antiga Igreja Adventista de
Crespo, hoje museu, localizada nas proximidades da Universidade Adventista del
Plata.TRANSPORTE: Miniatura da carroça russa no museu adventista em Crespo.
o sábado por todo o caminho até
Camarero, cerca apenas de 25 quilômetros, mas, naquele tempo, uma longa
viagem. Quando Hetze entrou no
quintal de sua casa, já estava convencido.
Ele guardaria o sábado!
Riffel e Hetze começaram a pregar
entre os colonizadores alemães-russos
e logo tinham um grupo de conversos.
Hetze os batizou em um riacho próximo
e começaram a se reunir regularmente.
Somente em 1894, a Associação Geral
enviou Frank Westphal para organizar
o grupo de 36 fieis em uma igreja local.
Em seguida, Westphal deixou a jovem
igreja para fortalecer outros crentes e
Hetze continuou pregando e batizando.
Os novos membros construíram uma
pequena igreja, que hoje abriga o museu
que visitamos. Em 1896, cerca de
150 pessoas participaram da primeira
reunião campal em Crespo.
Em 1898, quando os membros foram
se encontrar com o pastor Westphal
que os visitava, ficaram surpresos ao
ver que, pela estrada, estava chegando
um jovem carregando uma mala.
Quando Luís Ernst chegou, o grupo
ficou impressionado ao saber que ele
tinha vindo do Uruguai para estudar,
pois queria ser pastor. “Bem”, disseram,
“isso significa que precisamos começar
uma escola!” Esse foi o humilde começo
da escola Camarero, que mais tarde
tornou-se o Colégio del Plata, e hoje
Universidade Adventista del Plata, com
mais de três mil alunos em dezenas de
cursos, incluindo medicina.
Dessa escola saíram obreiros para
todo território americano de fala
espanhola. Foram também para a
África, Ásia, Europa e Estados Unidos.
Além dos alunos que ao se formar
tornaram-se obreiros da igreja,
milhares de outros apoiam a igreja
como membros leigos.
Hoje, os alunos da UAP continuam
a tradição da missão: são incentivados
a participar do programa de estudante
missionário, que também é requisito
em alguns cursos. As atividades dos
membros da igreja, em toda a Argentina,
trazem novos membros. Como exemplo
dessas atividades, em 31 de julho de
2010, mais de 400 adventistas de Buenos
Aires e da UAP reuniram-se na cidade de
Rosário para ajudar os membros locais
com o “Impacto Rosário”. Naquele
sábado, cerca de 120 mil livros foram
distribuídos por toda a cidade, antes de
os membros se reunirem, à tarde, para
celebrar as atividades do dia.
Durante a visita de nossa família à
UAP, separamos um tempo para visitar
o cemitério local. Muitos fieis servos de
Deus lá descansam. Missionários estrangeiros, missionários locais, missionários
leigos – todos esperando pelo chamado
de Cristo. Tínhamos interesse em uma
sepultura em especial: a dos meus pais,
Charles e Hazel Weber, gerente da fazenda do colégio e nutricionista do hospital.
Naquele túmulo, passamos um tempo
relembrando seu abnegado serviço e
como família, nos comprometemos com
a missão de Deus na terra.
Duas missões. Dois resultados. A
diferença? A participação dos leigos.
Nas missões jesuítas, os padres eram
os únicos líderes religiosos. Na missão
adventista, porque, por muitos anos,
o grupo de pastores assalariados era
pequeno, a tradição do envolvimento
leigo cresceu.
Talvez nós, do mundo desenvolvido,
precisamos nos lembrar de que o
pastor não é a igreja. Ao contrário, nós,
membros, é que o somos!
Para mais informação sobre a
Universidade Adventista del Plata, visite
www.uapar.edu/es.
Filha de missionários,
Nancy Weber Vyhmeister,
professora emérita da
Universidade Andrews,
agora promove a missão em Yucaipa,
Califórnia, EUA, onde mora.
Abril 2011 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
Depois da
Água
Por
Wilona Karimabadi
Histórias de Pessoas
que Realmente se Uniram a
Jesus Após o Batismo
A
jornada de um incrédulo que se torna crente nem
sempre acaba no tanque batismal. Podemos pensar
que o grande objetivo é alcançado quando uma pessoa testifica do seu novo nascimento publicamente. E, como
todos sabemos, uma vez que se toma a decisão de seguir a
Cristo, o caminho a percorrer nem sempre é fácil.
Ellen White escreveu: “Que ninguém suponha que a
conversão é o início e o fim da vida cristã. Existe uma ciência
no cristianismo que deve ser compreendida. Deve haver
crescimento na graça que é o constante progresso e aprimoramento. A mente deve ser disciplinada, desenvolvida, educada;
pois o filho de Deus deve servir a Deus de maneira não natural, sem se harmonizar com suas tendências inatas. Os que
se tornam seguidores de Cristo descobrem que são supridos
com novos motivos para ação, surgem novos pensamentos
que devem resultar em novas atitudes.”*
A seguir estão histórias de indivíduos cuja jornada até
Jesus evoluiu mais detalhadamente após emergirem das águas
batismais. Provavelmente, em muitos aspectos, essas histórias
são mais semelhantes à nossa do que imaginamos – mesmo
daqueles que nasceram e foram criados na igreja adventista
do sétimo dia. Uma coisa, porém, é certa: O Senhor nunca
abandona aqueles que O escolhem.
*Ellen G. White, Christian Education (Battle Creek, Mich.: International Tract Society, 1893), p. 122.
Wilona Karimabadi é editora-chefe da revista
KidsView e importante membro da equipe de
editores da Adventist World.
Veronica Montez
Veronica
(Ronni)
Montez estava
passando por
um período
difícil na vida
quando Deus a encontrou. Ela estava
doente – com depressão profunda – e
não conseguia sair. Embora tivesse
formação católica, ela não conhecia
nem a Bíblia, nem a Deus muito bem.
Um dia, sozinha em casa, ela implorou
a ajuda de Deus. Pegando um estudo
bíblico, procurou a passagem e leu
sobre a jornada de Jesus de Jerusalém ao
Calvário. A palavra “sábado” chamou-lhe
16
Adventist World | Abril 2011
a atenção. O que tem essa palavra?
Ronni lembra-se de ter pensado. “A
palavra sempre voltava à minha mente
e eu não entendia por quê.” Sentiu,
então, um desejo irresistível de busca.
Ronni rodou por toda cidade
procurando uma igreja que fizesse
culto aos sábados, mas não encontrou. Um dia, numa sessão de fisioterapia, ouviu uma das fisioterapeutas
falando que ia à igreja aos sábados.
“Fiquei nervosa, mas quando ela
veio me tratar, perguntei sobre o culto de sábado e se eu podia ir com ela.”
Ronni rapidamente tornou-se amiga
de sua fisioterapeuta e estudaram a
bíblia juntas. Agora, porém, podendo
frequentar a Igreja Adventista, havia
um lugar onde ela poderia fazer todas
as suas muitas perguntas. Seu esposo
e filhos se uniram
Matthew Gamble
Matthew Gamble
nasceu e cresceu
no catolicismo,
embora raramente sua família
fosse à igreja, nunca lessem a Bíblia ou
orassem juntos. Aos 16 anos de idade, já
fumava boa quantidade de maconha e
mergulhou-se no rastafarianismo.
Três anos mais tarde, Matthews
viajou para a Jamaica. Na viagem de
volta, ele embarcou no avião para
Miami, E.U.A., com cerca de um quilo
de maconha em sua mala, mas conseguiu entrar no território americano sem
ser pego. Ironicamente, foi esse conjunto de eventos que o fez pensar sobre
as coisas espirituais. Embarcou, então,
numa busca pelo mundo religioso para
encontrar a verdade. “Eu orava a Jesus,
Hailé Selassié, Buda, Confúcio, Abraão
e Maomé, começando assim: seja você
quem for, esteja onde estiver, por favor,
revele-se a mim.”
O tempo passou e Matthew foi
padrinho em um casamento na Igreja
Adventista do Sétimo Dia. Determinado
a encontrar respostas, ele procurou o
pastor que lhe deu uma Bíblia e orou
com ele. “No dia seguinte, eu peguei o
telefone e liguei para a igreja adventista
do sétimo dia, na cidade de St. Augustin,
Flórida (E.U.A.), e no sábado seguinte
eu estava lá”, diz ele.
Falando de seu batismo, no Oceano
Altântico, em 1996 ele diz: “Perguntei
ao pastor se poderia ficar sozinho por
alguns minutos. Virei para o horizonte
onde não se podia ver nada feito por
mãos humanas. Então, lembrei o meu
Pai celestial que Ele prometera tomar os
meus pecados e jogá-los no fundo do
mar tornando-me uma nova criatura.”
Após o batismo, Matthew estudou teologia na Universidade Andrews.
Como sua nova fé afetou sua família? “É incrível como minha família tem
me apoiado, especialmente por verem a
transformação que Jesus fez em minha
vida”, diz Matthew. “Como resultado,
meus pais renovaram sua fé, frequentam a igreja regularmente, participam
de programas de assistência social e
estão fazendo um curso bíblico. É maravilhoso saber que Jesus é o centro de
nossa vida agora.”
Hoje, Matthew trabalha em tempo
integral para a Vagabondservant
International, um ministério sem fins
lucrativos que o tem levado ao mundo
todo para falar sobre a vida e os ensinos
de Jesus. Atua ainda como conselheiro
do Centro de Estudos sobre Secularismo e Pós-modernismo para a sede da
Missão Adventista da Associação Geral
dos Adventistas do Sétimo Dia, e como
consultor da diretoria jovem da Divisão
Norte Americana e da mesa administrativa da Adventist Christian Fellowship.
Matthew diz que há um único
elemento que alimenta sua caminhada
diária como cristão: o ministério. “Deus
chama a cada um de nós para trabalhar
em Seu nome. No início de minha
jornada com Jesus, ouvi alguém dizer
que o ministério era a sua salvação.
A princípio, não compreendi aquele
comentário, mas agora compreendo.
O ministério – representar Jesus para
outras pessoas – tem mantido minha
conexão com Ele, reconhecendo que
tudo é por Ele e não por mim.”
a ela e tornaram-se membros da igreja
pelo batismo e profissão de fé em 1995.
Logo depois os problemas chegaram. Tanto Ronni como seu esposo
perderam o emprego e, sem dinheiro,
receberam ordem de despejo. Sua mãe
e irmãs se distanciaram dela devido
à sua nova fé. Se ser cristão é isso, não
sei se é para mim, lembra-se de ter
pensado. Mas, eles se agarraram à sua
fé, jejuaram e oraram. Logo as coisas
começaram a mudar. “Pouco a pouco,
o Senhor nos libertou”, diz Ronni.
Encontraram novos empregos, compraram um carro e puderam continuar
em sua casa. Mas, Ronni ainda não se
recuperara da depressão. “Eu estava tão
deprimida e desanimada que queria
morrer”, lembra-se Ronni. Mas Deus
triunfou. “Eu disse: ‘Está bem, Senhor,
está bem. O Senhor não quer que eu
morra. Eu entrego tudo a Ti.’ E quando
me submeti a Ele, tudo melhorou. As
coisas começaram a melhorar, um dia
de cada vez.”
Hoje, Ronni administra uma creche
e adotou um estilo de vida cristão
na sua rotina diária. O casal Montez
participa ativamente de sua igreja local
e continua a estudar e pesquisar a
Palavra de Deus. Como a filha que foi
batizada com Ronni não mais frequenta
a igreja, a mãe, olhando para trás, e
vendo como Deus os guiou, sabe que
Ele também responderá suas orações
por essa filha. “Minha filha conhece
e ama ao Senhor, mas não quer saber
dEle agora. Mas vou orar. No tempo de
Deus, Ele fará o milagre.”
Abril 2011 | Adventist World
17
A R T I G O D E C A PA
Alex Barrientos
Quando Alex Barrientos foi batizado,
não tinha a menor razão do porquê.
Ele tinha 10 anos de idade quando
sua mãe aceitou a mensagem Adventista
do Sétimo Dia e foi batizada; Alex
também quis se batizar. No entanto,
ninguém lhe explicou nada. O garoto
nem sequer tinha uma Bíblia. Alex e sua
mãe começaram a frequentar a igreja e
ele gostava da Escola Sabatina. “Continuei frequentando a Escolha Sabatina
e tínhamos muitos amigos na igreja.
Quando chegou o dia do meu batismo,
sem aparente motivo, fui acometido
por uma febre alta. Parecia que era para
eu não me batizar. Mas, o pastor disse:
‘Vamos colocá-lo no tanque. A febre vai
passar!’ E foi o que aconteceu. Eu saí do
tanque batismal e a febre havia passado.
No entanto, isso foi a única coisa que
aconteceu”, disse Alex.
Para ele, o batismo realmente foi
apenas o começo. Na hora de ir para
escola, Alex percebeu que não devia ir
para a escola pública, e matriculou-se
na escola adventista. No ensino médio
ele continuou na Takoma Academy, em
Maryland, E.U.A. “Frequentar a Takoma
Academy foi a melhor escolha que já fiz
em minha vida. Foi lá que me encontrei
com Jesus.”
Ironicamente, foi através de um
castigo que Alex teve seu encontro com
Cristo. “Eu me lembro de estar ali e
nossa tarefa não era nada mais que ler a
Bíblia. Eu li Mateus 10, fui até o professor e perguntei: ‘O que significa isso?’”
“Ele sorriu e disse: ‘Um dia você
saberá.’ Voltei para minha carteira e
era como se ele dissesse: ‘Não vou falar
nada pra você. Terá que pensar no assunto.’ E foi isso que me fez considerar
todos os versos que tinham me falado
desde a oitava série.” Alex foi então
convidado para fazer parte do grupo
de pregadores da escola, do qual participou todos os anos do ensino médio.
“Durante aqueles três anos no grupo de
pregadores, eu ainda estava buscando.
Pensava: ‘Mas, o que é a Biblia mesmo?
Eu estou só pregando sobre O Desejado
de Todas as Nações, mas por que prego
sobre esse livro? O que Ellen White
significa pra mim?’”
Kaveh Khansari Nejad
Kaveh foi
criado como
muçulmano, no
Irã, e emigrou
para os Estados
Unidos vários
anos após a revolução islâmica. Foi introduzido ao
adventismo por sua esposa, Heather.
“Conheci a Heather”, diz ele, “e
começamos a nos encontrar com mais
frequência e nosso relacionamento
começou a se tornar sério. Heather me
disse: ‘Se vamos continuar namorando,
e se esse relacionamento é sério, não
posso continuar com alguém que não
crê como eu creio.’”
Kaveh ficou intrigado com a Bíblia
18
Adventist World | Abril 2011
e com a correlação entre Daniel e o
Apocalipse. Ao se aprofundar nos
estudos, descobriu os escritos de Ellen
White e mergulhou ainda mais nas
profecias. “Foram principalmente as
profecias e o fato de serem tão
precisas que me levou a crer que
‘o adventismo deve ter a mensagem verdadeira’.”
O fato de Kaveh aceitar a
mensagem adventista provocou
mudanças profundas na sua
vida e nos seus relacionamentos.
“Cedo em minha caminhada
cristã, uma das coisas que meus
pais sempre diziam é que embora
acreditassem que eu havia feito
isso pela Heather, apreciavam o
fato de eu não mais fumar ou beber.
Reconheciam que eu estava vivendo um
estilo de vida mais saudável e parecia
não mais viver estressado.” Mais
Alex também havia desenvolvido
um talento especial para fazer apelos
que realmente parecia tocar o coração
de todos que o ouviam. “‘Alex, seus apelos são incríveis’, meu professor dizia.
‘E eu respondia: Ah! Eu só faço o que o
senhor me ensina.’”
O empurrão final para seu compromisso com Jesus veio numa Semana de
Oração durante seu último ano. Após
fazer algo do que mais tarde se arrependeu, Alex foi ao culto à noite, onde o
pastor fez um apelo para os jovens
considerarem o ministério, algo que
esse pregador em especial, nunca fazia.
“Eu fui à frente chorando e confessei
o que havia feito na frente de todos.
Eu disse sinceramente a Deus: ‘É para
isso que o Senhor tem me chamado
todo esse tempo.’ E aquilo foi muito
importante porque eu estava planejando
estudar medicina.”
Após frequentar universidades locais,
Alex aceitou o convite de um amigo para
estudar teologia na Argentina,
na Universidade Adventista del
Plata (UAP). Quando voltou
para os Estados Unidos, Alex
foi para a Southern Adventist
University e mais tarde para a
Washington Adventist University, onde se forma este ano.
“Penso que até você lutar
com Deus, você não está ferido”, diz Alex. “Isso significa
luta. Estou grato por ter
lutado com Deus e ainda
continuo a fazê-lo, porém
positivamente, no bom sentido.
Essa é uma experiência de aprendizagem que não podemos fazer nada
para desaprender. Com certeza estou
feliz por isso!”
tarde, meus pais disseram a minha esposa:
“As mudanças que vemos nele hoje,
provavelmente nunca veríamos não fosse
por sua influência, e pelo que aprendeu
desde que está com você e pelo estilo de
vida adventista do sétimo dia.”
Kaveh foi batizado em outubro de
2002. E ele se lembra: “Quando entrei
no tanque batismal, lágrimas caiam
dos meus olhos sem que eu pudesse
evitá-las. Sentia como se um grande
fardo estivesse sendo tirado dos meus
ombros. Eu seria uma pessoa diferente;
era como se todos os meus problemas
tivessem ficado ali.”
Como consequência de sua nova
fé e por guardar o sábado, logo Kaveh
perdeu o emprego. Como um bebê
na fé, como superou essas provações?
“Exatamente como diz a Bíblia: ‘Provai
e vê que o Senhor é bom,’” diz Kaveh.
“Tenho visto os milagres de Deus em
minha própria vida.” Ele se lembra de
que, logo após perder o emprego, sua
esposa perguntou o que ele achava que
seria a próxima coisa a acontecer. “Eu
não sei o que vai acontecer,” disse ele.
“Mas, posso lhe afirmar que sinto que
Deus vai nos abençoar e vai cuidar de
nós. Vai dar tudo certo.”
“Não dissemos nada a ninguém,
mas, uma semana depois nossos
amigos vieram à nossa casa e disseram:
‘Nós temos orado e Deus nos impressionou a fazer algo por vocês. Ouvimos
dizer que você perdeu seu emprego.
Queremos ajudá-los um pouco, e
fomos impressionados a fazer isso.”
Kaveh e sua esposa receberam um
cheque de 5 mil dólares.
“Agora eu sei que preciso confiar
e obedecer, pois ao fazer isso, Deus
provê. Quando Ele diz: ‘Se Eu cuido
dos lírios do campo, não cuidaria de
você?’ Sim, Ele cuida de mim. Ele tem
cuidado de minha família. Tenho visto
Suas pegadas na areia, e muitas vezes,
quando não sabia o que fazer por
tentar me manter no controle de tudo,
Deus me levou até o final.”
Atualmente, Kaveh é estudante de
enfermagem em tempo integral. Ele,
Heather e seus três filhos moram no
Maine, E.U.A.
Abril 2011 | Adventist World
19
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
É
“
muito mais fácil ser pai! Você pode ficar acordado
até a hora que quiser, comer quantos doces
tiver vontade e pode decidir quando quer
ou não fazer caminhadas.” Essa foi a acusação
que meu irmão, de 4 anos de idade e eu (6 anos)
fizemos contra nossos pais quando estávamos de
férias. “Tudo bem”, respondeu meu pai. E, para nosso
espanto, continuou: “Vamos, então, trocar de papéis nos
próximos dois dias.” Meu irmão me olhou com entusiasmo.
NÚMERO 15
Batismo
Por
Marcus B. Witzig
– Mais Que Palavras
Nossos olhos brilharam alegremente enquanto apertávamos
as mãos para fechar o acordo.
Acordamos muito animados no dia seguinte. No entanto,
nosso dia tomou um rumo inesperado, quando, no café
da manhã, meu pai esfregou um schokokuss (bombom de
chocolate típico alemão) no rosto da minha mãe que veio
“chorando” reclamar para nós. Dali em diante as coisas foram
se tornando progressivamente mais estressantes. Éramos responsáveis por manter a paz, servir de mediadores nas brigas,
assim como fazer a comida e lavar a louça. No fim do dia,
caímos exaustos na grande cama dos nossos pais, felizes por
termos sobrevivido àquele dia. Teríamos dormido imediatamente não fosse pela “enxurrada” de perguntas que “nossos
filhos” insistiam em ter as respostas naquele exato momento.
No segundo dia, com prazer devolvemos o controle para nos-
Marcus Witzig é o jovem pastor do distrito
de Isny, sul da Alemanha. Ele é casado com
Carmen.
20
Adventist World | Abril 2011
sos pais. Era muito mais fácil ser filhos. O que não teríamos
compreendido com palavras sábias e explicações técnicas,
aprendemos por meio de uma experiência que combinou
prática e teoria.
Usando Todos os Recursos para Ensinar
Jesus ensinava de modo semelhante. Quando falava ao
povo, Ele usava imagens que pudessem compreender. Falava
de sementes em diferentes tipos de solo, casamentos e trajes
próprios para casamento, assim como de ovelhas e pastores.
Ainda hoje, muitas dessas imagens falam ao nosso coração e
compreendemos o que Jesus queria dizer.
Mais uma vez, alguns dos ensinos de Jesus são tão importantes que o grande Mestre não apenas usou imagens para
explicá-las, mas na verdade, chamou-nos para participar
da imaginação ou da lição.1 Somos, então, estimulados não
apenas espiritualmente, mas também fisicamente. Não apenas
ouvimos, mas também agimos. Não precisamos imaginar algo;
ao contrário, experimentamos. Desse modo, compreendemos e
absorvemos o que Jesus quer nos ensinar pessoalmente.
O batismo se encaixa exatamente nessa categoria. No
início de Seu ministério, Jesus enfatizou o batismo pelo
M I C H A E L
F A E S / M O D I F I C A D A
D I G I TA L M E N T E
próprio exemplo (Mt 3:15) e imediatamente instruiu Seus
discípulos a praticá-lo (Jo 3:22; 4:1, 2). Pouco antes do fim do
Seu ministério terrestre, Ele comissionou Seus seguidores a
fazer discípulos por onde passassem (Mt 28:19, 20).2 A fim de
atingir esse objetivo, enfatizou o (1) batismo e o (2) ensino.
Em outras palavras, é importante que ajudemos as pessoas
a tomarem uma decisão pública por Deus e ensiná-las sobre
o cristianismo prático. Isso é algo muito maior que simplesmente palavras.
Participação Ativa no Batismo
A ligação mais próxima com o batismo pode ser encontrada no ritual do casamento (Ef 5:31, 32). Ambos são
construídos sobre o mesmo princípio. Ambos são construídos
sobre uma promessa: entre Deus e o cristão ou entre o casal.
Ambos os rituais são testemunhados por Deus e muitos
amigos. Tanto o batismo como o casamento não são eventos
privados, mas envolvem toda uma comunidade.
1. Nossa Promessa: A promessa que fazemos para Deus
é o primeiro ponto alto do batismo. Não deve ser mera formalidade. Quando confesso minhas necessidades, estou mostrando quão importante é Jesus para mim e minha vida deve
expressá-lo (Mt 10:32, 33). Em nosso casamento, prometi a
minha esposa que seria só dela pelo resto da vida, e meu estilo
de vida agora, o modo como planejo as atividades da semana,
giram em torno dessa decisão. É assim também no batismo.
Digo a Deus: Porque o Senhor ocupa um lugar importante
no meu coração, quero agradá-Lo por toda a vida (Jo 15:8).
Qualquer um que se aproxima de Deus desse modo descobrirá uma mina de ouro de promessas e bênçãos que podem
ser aplicadas no cotidiano da vida (2Pe 1:2). Assim, por nossa
confissão pública, demonstramos que acreditamos ser importante conhecer quem é Deus e o que Ele espera de nós.
2. A Promessa de Deus: A promessa de Deus para nós é o
próximo elemento. O modo como Jesus explicou o assunto,
mostra sua importância para nossa nova vida em Cristo.
Nossa confissão pública são apenas palavras, porém, é
possível imaginar onde podemos participar ativamente. A
promessa de Deus no batismo consiste de dois elementos
importantes: a imersão na água e o retorno à superfície.
Ao imergirmos na água, Jesus promete apagar todo o
nosso passado pecaminoso. Nas palavras de Paulo, somos
batizados na morte de Cristo (Rm 6:3). Nosso pecado
passado é enterrado na água como um corpo é enterrado
na terra. Esse ato nos liberta da visão paralisante das nossas
falhas do passado. Nosso passado está morto. Agora podemos
nos concentrar em outra coisa. Olhamos para Jesus que nos
garante Sua maravilhosa perfeição.
Jesus nos oferece um futuro ao sermos enterrados e
ressuscitados da água: “Pois os que em Cristo foram
batizados, de Cristo se revestiram” (Gl 3:27 NVI). Deus não
nos abandona em nossa miséria; Ele nos salva oferecendo-Se
para viver em nós (Cl 1:27). Quer nos libertar da amargura,
vícios e orgulho, substituindo essas coisas pela alegria, paz e
humildade. Jesus nos promete plenitude de vida se andarmos
em Seus caminhos. Dá-nos um futuro com propósito e a cada
passo vai transformando-nos à Sua imagem – o que no fundo,
é nosso real desejo (Rm 7:19 e 8:3).
Assim, quando Satanás vem acusar-me, digo como Martinho
Lutero: Marcus Witzig morreu (imergiu). Agora Jesus Cristo vive
aqui (ressurgiu)! Essa é a promessa de Jesus para todos nós.
Uma verdade tão importante não deve ater-se à ocasião
do batismo – deve acompanhar o cristão por toda a sua
jornada espiritual até o lava-pés, na Santa Ceia. Novamente
temos imagens interativas. Seria maravilhoso se essa lição,
divinamente escolhida, pudesse ser continuamente renovada e
mantida em nossa mente.
O batismo refere-se a três áreas de nossa vida: passado,
presente e futuro. É importante não confundir quem é
responsável em cada uma dessas áreas. Jesus promete que
cuidará de nosso passado e futuro, pois não temos acesso a
eles. É nosso dever agora, escolhê-Lo e decidir viver com Ele.
Quando compreendermos isso, deixaremos o tanque batismal
com grande reverência, pois então entenderemos quanto
Deus quer fazer por nós nessa nova vida.
Significa que isso foi inserido por Jesus em um ritual. Um ritual é um evento repetitivo cuidadosamente planejado, com palavras especialmente escolhidas e ações destinadas a chamar a atenção dos
participantes para um conteúdo específico.
1
2
No original grego o único imperativo nessa seção é “faça discípulos”. Os verbos seguintes são
particípios sintaticamente subordinados.
O
Batismo
Pelo batismo confessamos nossa fé na morte e na ressurreição
de Jesus Cristo, e atestamos nossa morte para o pecado e nosso
propósito de andar em novidade de vida. Assim reconhecemos
a Cristo como Senhor e Salvador, tornamo-nos Seu povo e somos
aceitos como membros por Sua igreja. O batismo é um símbolo
de nossa união com Cristo, do perdão de nossos pecados e de
nosso recebimento do Espírito Santo. É por imersão na água
e depende de uma afirmação de fé em Jesus e da evidência de
arrependimento do pecado. Segue-se à instrução nas Escrituras
Sagradas e à aceitação de seus ensinos. (Rm 6:6; Cl 2:12, 13;
At 16:30-33; 22:16; 2:38; Mt 28:19, 20.) – Crenças Fundamentais dos
Adventistas do Sétimo Dia, nº 15
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E S P Í R I T O
D E
P R O F E C I A
Vıgıaı
e Orai
O cuidado e o alimento de nossa alma
Por Ellen G. White
“
E
stai de sobreaviso, vigiai e orai”
foram as palavras de nosso
Salvador referindo-Se ao tempo
do fim e Sua segunda vinda para levar
Seus filhos fiéis para o lar.
Vigie
Primeiro você deve vigiar. Vigie para
que o seu falar não seja áspero, grosseiro
e impaciente. Vigie para que o orgulho
não encontre lugar em seu coração.
Vigie para que as paixões pecaminosas
não o vençam, ao contrário, que sejam
subjugadas. Vigie para que o espírito da
indiferença e negligência não se apodere
Este artigo foi publicado pela primeira
vez no Youth’s Instructor (Instrutor Jovem),
de 1 de março de 1856. Os adventistas
do sétimo dia acreditam que Ellen G.
White (1827-1915) exerceu o dom profético
bíblico durante mais de 70 anos de
ministério público.
22
Adventist World | Abril 2011
de você, tornando-o leviano e frívolo,
e sua influência seja para morte e não
para a vida.
A Ajuda está Disponível
Segundo, você deve orar. Jesus não
teria dado essa ordem caso não fosse
uma necessidade real. Ele sabe muito
bem que por si mesmo, você não será
capaz de vencer as muitas tentações e
armadilhas do inimigo para você tropeçar. Ele não o abandonou para enfrentar
isso sozinho, mas providenciou um
meio para ajuda-lo. No entanto, Ele
ordena que você ore.
Orar corretamente é orar a Deus
com fé pelas coisas que você precisa.
Entre em seu quarto, ou em qualquer
lugar à parte, e peça ao Pai, pelos
méritos de Jesus, que o ajude. Há
poder na oração que sai de um coração
convicto de suas fraquezas, mas sincero
e desejoso da força que vem de Deus. A
oração fervorosa e sincera será ouvida
e respondida. Busque seu Deus que é
forte e que ama ouvir a oração de Seus
filhos; e, embora por vezes se sinta fraco
e vencido pelo inimigo por ter negligenciado a primeira ordem do Salvador de
vigiar, não desista de lutar.
Não Desista
Esforce-se mais que antes. Não
desfaleça. Coloque-se aos pés de Jesus,
que já foi tentado e sabe ajudar quem
está sendo tentado. Confesse suas faltas,
fraquezas e o que você precisa vencer,
para que não pereça. Ao pedir, creia que
Deus lhe ouve. Coloque seu caso diante
de Deus, por meio de Jesus, até que,
confiante, busque a Sua força, seguro
de que não foi deixado para vencer
sozinho. Deus vai ajuda-lo. Os anjos vão
cuidar de você.
Antes, porém, de poder esperar
por essa ajuda, deve fazer a sua parte.
R YA N
F O R K E L
“Você precisa do
alimento espiritual,
na mesma quantidade
e frequência que seu
corpo precisa do
alimento temporal.”
Vigiar e orar. Que suas orações sejam
fervorosas. Que a linguagem do seu
coração seja: “Não Te deixarei ir se me
não abençoares.” Tenha um horário
específico, separe um tempo para orar,
pelo menos três vezes ao dia. De manhã,
ao meio dia e à noite Daniel orava ao
seu Deus, a despeito do decreto real e
da temida cova dos leões. Ele não tinha
vergonha ou medo de orar, mas orava
três vezes ao dia com as janelas abertas.
Será que Deus Se esqueceu desse servo
fiel quando ele foi jogado na cova dos
leões? Não. Deus esteve a noite inteira
com Daniel. Ele fechou a boca daqueles
leões famintos de modo que não
puderam machucar aquele homem
de oração…
Alimente-se e Fique Satisfeito
Você não pode viver sem alimento;
logo fica desesperado de fome e seu
corpo definha e morre. Você precisa do
alimento espiritual na mesma quantidade e frequência que seu corpo precisa
do alimento temporal. Três vezes ao
dia não é frequente demais para tirar
força do céu, ou para receber a seiva e
nutrição de Cristo, a videira verdadeira.
Leia as palavras de nosso Salvador
em Mateus 5:6: “Bem-aventurados os
que têm fome e sede de justiça, porque
serão fartos.”
Perguntas
para Reflexão
1.
O que você acha que aconteceria em sua vida se você fizesse um esforço
consciente para parar e orar três vezes ao dia? Que atitudes devem ser tomadas para
que isso realmente aconteça?
2.
Além de Daniel, de que outros personagens bíblicos que tomaram tempo para orar
você se lembra, que experimentaram resultados surpreendentes?
3.
4.
Para quem e para quê devemos “vigiar”?
Qual é a relação entre “vigiar” e “orar”?
Abril 2011 | Adventist World
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H E R A N Ç A
A D V E N T I S T A
P
24
Adventist World | Abril 2011
havia provas evidentes de falsificação:
as folhas não estavam perfuradas como
nos outros documentos do arquivo,
o tipo da letra era diferente, não havia
um número de registro no documento,
Ellen White não estava em Santa Helena
quando o documento foi datado e a sua
assinatura era uma falsificação grosseira.
Mesmo assim, como esse documento foi parar entre os arquivos do
Patrimônio White?
Havia somente uma resposta
plausível. O filho caçula de W. C. White,
Margaret
Rowen:
Por
Michael W.
Campbell
PAT R I M Ô N I O
E L L E N
G .
W H
I T E
A vida bizarra de um falso profeta
D O
Os líderes da igreja da Associação da
Califórnia do Sul e União do Pacífico
insistiram para que os membros fossem
cautelosos “antes de expressar opinião
sobre o assunto”. Algumas de suas
primeiras visões foram publicadas por
ela num livreto chamado A Stirring
Message for This Time (Incitante
Mensagem para Este Tempo). Os
adventistas contemporâneos provavelmente também teriam percebido alguns
“alertas” teológicos, tais como: sete anos
entre cada uma das sete últimas pragas,
o trono do julgamento está dentro de
um templo de prata e deve acontecer
uma “grande e terrível tempestade” logo
após o fechamento da porta da graça.
A despeito dessas diferenças, suas
visões eram notavelmente semelhantes
à escatologia descrita por Ellen White
em O Grande Conflito. Em fevereiro de
1917, a União do Pacífico, na Califórnia
(EUA), designou uma comissão para
investigar as declarações de Margaret
Rowen. Aqueles líderes da igreja visitaram-na no dia 21 de fevereiro de 1917
e poucos dias depois (24 de fevereiro)
emitiram um comunicado de que não
haviam conseguido encontrar nenhuma
evidência de que “essas manifestações”
fossem de “origem divina”.2
No outono de 1919, Margaret Rowen
declarou ter visto um documento nos
arquivos dos manuscritos do Patrimônio Literário de Ellen G. White, datado
de 10 de agosto de 1911, no qual Ellen
White declarara que Rowen seria a
futura mensageira de Deus. Quando
W. C. White, filho de Ellen White e
secretário do conselho do Patrimônio
Literário de Ellen G. White, pesquisou
os arquivos de manuscritos, de fato,
encontrou o documento. No entanto,
C O R T E S I A
Outro Profeta?
O Manuscrito Misterioso
F O T O S :
areceria que o corpo de
Ellen White nem havia esfriado, na sepultura, quando
apareceu alguém afirmando
ser sua sucessora e ter herdado seu manto profético. No dia 22 de
junho de 1916, menos de um ano após
a morte de Ellen White, Margaret Rowen, recém-convertida do metodismo,
afirmou ter começado a receber visões.
Alguém declarou que essa mulher de
35 anos de idade mantinha suas “mãos
cruzadas sobre o peito e os olhos abertos, sem piscar, olhando para cima. [...]
Não havia respiração, e, tanto quanto
pudemos apurar, seu corpo estava
rígido”.1 Havia Deus transferido o dom
profético? Enquanto Ellen White
viveu, houve vários desafios proféticos.
Agora, ela já não estava presente para
distinguir seu ministério dos impostores.
Arthur White, com apenas 12 anos de
idade na época, liderou um tour por
Elmshaven, local onde estavam todos os
escritos originais de Ellen White. Durante
o tour as luzes se apagaram. O jovem
Arthur deixou os visitantes sozinhos no
local, enquanto foi buscar uma lanterna.
Um pequeno feixe de luz brilhou em
um dos arquivos de manuscritos. Aquela
foi a gaveta onde foi encontrado o falso
documento. Durante um momento
de descuido, o jovem Arthur havia
contribuído com uma controvérsia que
continuou por mais oito anos. Foi um
erro que ele nunca superou. Já idoso,
quando as portas do Patrimônio White
precisaram ser substituídas, Arthur
White trouxe um colchonete e dormiu
no corredor para estar seguro de que a
integridade dos arquivos do Patrimônio
White seria preservada.3
A Igreja Adventista do Sétimo
Dia da Reforma
Gradualmente, Rowen desenvolveu
um pequeno mas leal grupo de seguidores que criam ser ela uma mensageira
divinamente enviada. Sua congregação
local, aparentemente, não estava
convencida de suas declarações. Ela foi
excluída da Igreja Adventista do Sétimo
Dia do Lado Sul, em Los Angeles, em 15
de novembro de 1919. Com um mártir
como líder espiritual, seus seguidores
organizaram uma nova denominação
sob o nome de “Igreja Adventista do
Sétimo Dia da Reforma de Los Angeles,
Califórnia”, pejorativamente conhecida
como “rowenitas”.
Acima, à esquerda: FALSO PROFETA:
Margaret W. Rowen alegou ser a
sucessora profética de Ellen G.
White. Acima: TRAÍDO: Dr. Burt E.
Fullmer, apoiador no princípio e
mais tarde vítima de tentativa de
homicídio por Rowen. Esquerda:
FALSIFICAÇÃO: A assinatura de
Ellen White forjada por Rowen
mostra clara diferença da original.
Agora, como organização oficial, a
Igreja da Reforma aceitava os dízimos.
Mais tarde, algumas questões sobre a
ancestralidade de Rowen obrigou-a a
fazer declarações incomuns a fim de
justificar sua vocação profética. Em
novembro de 1923, ela anunciou que o
fechamento da graça aconteceria no dia
6 de fevereiro de 1924, e que Cristo retornaria em glória, no dia 6 de fevereiro
de 1925. Esse anúncio sensacional recebeu grande atenção da mídia e causou
embaraço para os adventistas do sétimo
dia. Quando a previsão de Rowen
sobre as datas falhou, o grupo de seus
seguidores começou a desintegrar-se.
Confissão e um Plano de
Assassinato
Uma das primeiras pessoas a apoiar
Margaret Rowen e de quem recebeu
maior apoio financeiro, foi Burt E.
Fullmer, médico na região de Los
Angeles. Pouco depois de suas previsões
de datas falharem, ele descobriu que
Margaret Rowen estava roubando de
sua própria organização. Decepcionado
com a falta de integridade manifestada
por tais ações, ele confessou ter inserido
o manuscrito espúrio na gaveta aberta
do Patrimônio White.
Na época em que os médicos atendiam em domicílio, o Dr. Fullmer foi
chamado, tarde da noite, para atender
alguém num hotel da vizinhança.
Quando entrou no quarto, foi atingido
na cabeça com um pedaço de cano.
Incomodados com o barulho, os
hóspedes do hotel chamaram a polícia.
Quando os policiais chegaram ao local,
encontraram Rowen com outros dois
conspiradores com uma pá, um saco de
estopa e uma corda. Os três fugiram,
mas foram capturados rapidamente.
Se Rowen já não havia chamado
atenção suficiente da mídia três anos
antes com suas declarações sobre o fim
do mundo, agora era o centro de outra
campanha da mídia, com a publicação
do seu julgamento pelos jornais. Todos
os três foram condenados à prisão por
“ataque com arma mortal, com o intento de fazer grande dano físico”. Antes
que pudessem continuar o processo
com outro julgamento por tentativa de
homicídio, Fullmer faleceu. Cerca de um
ano mais tarde, Rowen foi libertada da
prisão, fugiu da liberdade condicional e
desapareceu da vida pública. Pesquisas
recentes sugerem que ela passou muitos
anos na Flórida antes de retornar à
região de Los Angeles sob um pseudônimo. Acredita-se que ela tenha morrido
no final dos anos 1940 ou 1950.
O Que Aprendemos?
Em um dos relatos mais bizarros da
história adventista, vemos uma denominação que estava começando a enfrentar
o fato de que não tinha mais uma voz
profética viva. Colocaria Deus o manto
profético sobre outra pessoa? Perguntas
como essa enchiam a mente dos adventistas do final dos anos 1910 e início dos
1920. A mesma pergunta surge periodicamente quando alguns indivíduos aparecem declarando ser o sucessor profético de
Ellen White. Embora toda declaração seja
levada a sério pelo Patrimônio White,
é importante que, como igreja, não só
estejamos abertos para a possibilidade de
novas manifestações do dom profético,
mas de que todo ensinamento seja conferido sob a luz das Escrituras.
Como diz um ditado popular: “a
verdade é mais estranha que a ficção”.
Por ter se metido num emaranhado
de mentiras, Margeret Rowen teve que
fazer declarações cada vez mais dramáticas, até ser forçada a prever o fim do
mundo. Muitos adventistas, por crer em
suas declarações a qualquer custo, estavam dispostos a ignorar as incoerências
simplesmente porque queriam acreditar
nessa líder carismática.
1
Michael W. Campbell, “Margaret Matilda (Wright) Rowen”, em
Ellen G. White Encyclopedia, eds. Jerry Moon and Denis Fortin
(Review and Herald, a ser publicado).
2
Claims Disproved (sem local, 1917).
3
Arthur L. White, False Prophets I Have Known (texto não
publicado, sem data).
Michael W. Campbell
é pastor da Igreja
Adventista de Wichita
South, Kansas, Estados
Unidos.
Abril 2011 | Adventist World
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P E R G U N TA S B Í B L I C A S
P E R G U N T A : Gênesis
5:24 realmente diz que
Enoque foi levado para o Céu?
Nos casos que podem significar morte, isso é determinado
pelo contexto, não pela frase propriamente dita.
Em outras palavras, uma pessoa pode desaparecer porque
morreu, ou porque Deus a “tomou”. No caso de Enoque,
e você estiver procurando uma frase que diga liteo verbo “tomar” é usado na forma absoluta, ou seja, não é
ralmente: “levado para o Céu”, a resposta é “não”; o
mencionado o lugar. Esse uso é também encontrado no caso
texto não usa essas exatas palavras. Se examinarmos a
de Elias (2Rs 2:3, 5), indicando que significa “ser arrebatado”.
linguagem usada no próprio verso, temos que concluir que há Isso torna mais claro o que diz Gênesis 5:24. O verbo também
alguma dúvida no que diz respeito à experiência de Enoque.
é usado para designar nossa vida futura com o Senhor (veja
Vamos examinar a linguagem propriamente dita, explorar o
Sl 49:15; 73:23-25). Note a estrutura da sentença em Gênesis
contexto e, finalmente, estudar
5:24: Enoque (a) andou com
suas conexões intercontextuDeus, e (b) desapareceu,
ais, ou seja, outra passagem
porque (a) Deus o tomou.
onde o assunto é abordado.
Esse relato destaca a estreita
relação de Enoque com o
1. Ambiguidade na ExSenhor, resultando em sua
pressão Usada: Duas frases
partida/desaparecimento,
principais merecem atenção:
não morte. A explicação para
“e já não era”*; “Deus o tomou
o seu desaparecimento é que
para Si”. Na primeira expresDeus o tomou, não que Deus
são em hebraico (we’eynennû),
o matou!
que pode ser literalmente traduzida “e ele não ali”, o verbo
3. Enoque no Novo
“ser” foi adicionado. Portanto,
Testamento: Se você ainda
o sentido é: “ele não era ou ele
tiver dúvida, leia Hebreus
não estava mais”. Isso pode
11:5: “Pela fé, Enoque foi
significar que ele desapareceu
trasladado [Grego: metatitheou que morreu. Por exemplo,
mi, “mudar de endereço”,
Jacó disse de José: “José já
“ser arrebatado”] para não
Por
não existe” (Gn 42:36), que é
ver a morte; não foi achado,
Ángel Manuel Rodríguez
o mesmo que: “Ele se foi ou
porque Deus o trasladara
morreu” (veja Jó 6:8; Sl 39:7).
[metatithe-mi]”. A frase “e já
A segunda expressão,
não era”, usada em Gênesis
“Deus o tomou para Si”, também é ambígua. Pode significar
5:24, é interpretada como significando que Enoque “não pôde
que Deus “o tomou” (laqah ’thô) no sentido de ele ter morriser encontrado”. A frase “Deus o tomou para Si” compreendedo (veja Ez 24:16; Jn 4:3), ou que Deus o livrou ou preservou
se como ele tendo sido transferido para um lugar celestial. A
(Gn 7:2). Muitos comentaristas cristãos argumentam que a
mudança de endereço é interpretada como não tendo expepassagem simplesmente diz que Enoque desapareceu porque
rimentado a morte. Finalmente, Deus é identificado como
morreu prematuramente. Na maioria das vezes, essa leitura é
Aquele que o trasladou.
baseada na convicção de
A história de Enoque coloca esperança no coração humaque o Antigo Testamento não ensina uma ressurreição que
no; esperança no fato de que por Cristo venceremos o poder
conduz a uma existência na presença de Deus. Argumentam
da morte. Os benefícios da morte de Cristo foram concedidos
que só mais tarde tal ideia começa a aparecer no Antigo
a Enoque pela fé. Sua íntima comunhão com o Senhor deve
Testamento. Quando leio as Escrituras vejo algo diferente.
nos inspirar a fazer de Cristo nossa mais próxima e constante
companhia em nossa peregrinação cristã.
2. Avaliação Contextual: Genesis 5 é a descrição do
poder da morte sobre os seres humanos, mesmo sobre os
*Todos os textos bíblicos foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada.
que serviram ao Senhor. Ler esse texto é como visitar um
cemitério e ler as lápides. A fórmula é assim: “X viveu Y
anos e morreu” (veja versos 5, 8, 11, 14, 17, 20, 27, 31). Essa
fórmula não é aplicada a Enoque; não encontramos o
verbo “morreu” no seu caso. Então, a frase “e já não era” realÁngel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisa
Bíblica da Associação Geral.
mente não significa que ele “morreu”, mas que “desapareceu”.
S
Ele
Foi
Arrebatado
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Adventist World | Abril 2011
E S T U D O
B Í B L I C O
Recebendo
oDom Prometido
Por Mark A. Finley
Você já se sentiu fraco demais para enfrentar uma tentação? Ou se sentiu incapaz de viver
uma vida cristã vitoriosa? Seu testemunho cristão já lhe pareceu impotente?
Compreender o ministério do Espírito Santo faz toda a diferença. A chave é a presença
e o poder desse dom divino. Capacitados pelo Espírito, podemos viver a vida que Deus
planejou que vivêssemos. Nesta lição, estudaremos a promessa feita por Jesus de enviar
o Espírito Santo à vida de cada um.
1. Pouco antes de ascender ao céu, o que Jesus ordenou aos Seus discípulos?
E por que fez isso?
“Eu lhes envio a promessa de Meu Pai; mas fiquem na cidade até serem revestidos do poder do alto”
(Lucas 24:49).
Jesus ordenou a Seus discípulos que
em Jerusalém.
Ele prometeu que Seus discípulos seriam
com poder.
Os discípulos deviam esperar antes de sair. Deviam receber antes de dar. Jesus sempre
nos convida a irmos a Ele antes de irmos por Ele. Ele deve fazer algo por nós antes de fazer
algo por meio de nós.
2.
Quando os discípulos receberiam esse poder do alto?
“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão Minhas testemunhas em Jerusalém,
em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1:8).
“Quando o
descer sobre vocês.”
Jesus sabia que a grande comissão não poderia ser realizada sem a grande promessa.
Seus discípulos eram impotentes para realizar a tarefa em sua própria força. O derramamento
do Espírito Santo no Pentecostes capacitou os discípulos a proclamar poderosamente
o evangelho.
3. Que preparo fizeram os discípulos para receber o derramamento do Espírito Santo no
Pentecostes? Escreva duas ações dos discípulos encontradas no texto abaixo.
“Todos eles se reuniam sempre em oração, com as mulheres, inclusive Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos
dEle” (Atos 1:14).
“Todos eles se
em
.”
Os discípulos estavam unidos na missão de Cristo de levar o evangelho ao mundo. Essa
unidade de propósito levou-os a colocar-se de joelhos para, juntos, pedir o poder de Deus.
Quando se uniram em oração, Deus agiu poderosamente. O Espírito Santo foi derramado
abundantemente (veja também Atos 2:42; 4:31; 12:5).
Abril 2011 | Adventist World
27
4.
O que disse Jesus aos Seus discípulos sobre o desejo do Pai de enchê-los com Seu
Espírito?
“Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está nos céus
dará o Espírito Santo a quem O pedir!” (Lucas 11:13).
Se nós sabemos como dar
Deus dará o
para nossos filhos, quanto mais
a quem o pedir!
A oração abre nosso coração para receber tudo o que Jesus tem reservado para nós.
Ele está ansioso para nos dar Seu Espírito. Ele nos convida a orar, não que esteja relutante
em derramar Seu Espírito sobre nós, mas porque não estamos preparados para recebê-Lo.
5.
Qual é a principal condição para recebermos o derramamento do Espírito Santo?
“Se vocês Me amam, obedecerão aos Meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, e Ele lhes dará outro
Conselheiro para estar com vocês para sempre” (João 14:15, 16).
“Nós somos testemunhas destas coisas, bem como o Espírito Santo, que Deus concedeu aos que Lhe obedecem.”
(Atos 5:32).
Deus sabe que estamos decididos a receber o Espírito Santo se
Seus mandamentos e
a Ele.
O Espírito Santo nos convence do pecado, revela-nos a verdade e guia-nos a uma vida de
obediência a Deus. Se nos recusarmos a abandonar algum pecado acariciado ou nos
rebelarmos contra os apelos do Espírito Santo, nunca seremos preenchidos por Ele. Uma
vida de oração, submissa e obediente é o melhor preparo para receber a plenitude do
Espírito Santo. Quando formos convencidos, guiados e capacitados pelo Espírito, seremos
levados a obedecer à Sua voz.
6.
Qual será o resultado de rendermos completamente nossa vida para a habitação do
Espírito Santo?
“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Pois vocês não receberam um
espírito que os escravize para novamente temerem, mas receberam o Espírito que os torna filhos por adoção,
por meio do qual clamamos: ‘Aba, Pai’” (Romanos 8:14, 15).
Recebemos o Espírito que nos torna
.
Que glorioso privilégio! Por meio do Espírito Santo somos libertados das garras do pecado,
recebemos direção divina e somos adotados na família celestial como filhos e filhas de Deus.
Quando nos ajoelharmos diante do trono de Deus pedindo pelo Espírito Santo, submetendo
nossa vida a Ele, reclamando, pela fé, o dom prometido, nosso Senhor alegremente O
concederá. Abra seu coração, hoje, à maravilhosa bênção do dom prometido. Deus
deseja fazer mais por nós do que podemos imaginar. Ele nos convida a “viver” e “andar”
diariamente no Espírito (veja Gl 5:25). Que o Seu Espírito possa fluir em sua vida hoje, para
levá-lo para mais perto de Jesus e capacitá-lo a viver uma vida de vitória e testemunho.
* Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
O estudo do próximo mês será “Os Símbolos
do Espírito Santo no Tempo do Fim”,
continuando a série:
“Capacitados pelo Espírito.”
28
Adventist World | Abril 2011
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Separado para um Santo
Propósito
Concordo plenamente com o artigo
“Santo ao Senhor” (janeiro de 2011) e
com a conclusão de Ángel M. Rodríguez
de que “na igreja, o dízimo deve ser
usado somente por aqueles reconhecidos
por ela como instrumentos separados
por Deus para a proclamação do
evangelho”. Se a igreja espera que seus
membros devolvam fielmente seus
dízimos, os membros esperam que a
Igreja Adventista, em todas suas
subdivisões, use os dízimos apenas
para o propósito indicado na Bíblia:
a proclamação do evangelho.
Werner Lange
Lueneburg, Alemanha
Presente Sem
Preço
É uma alegria
receber a Adventist
World todos os
meses, sem ter
que pagar por
ela. É, realmente,
uma bênção de
Deus.
O artigo de capa “O Pequeno
Diamante”, por Chantal Klingbeil
(dezembro de 2010), foi uma grande
inspiração para mim. É fantástico ler
histórias sobre o imenso poder de Deus
na vida daqueles que são leais a Ele –
como essa serva de Deus reviveu pelo
Seu poder.
Rodrigo Nogueira
Xapuri-Acre, Brasil
Agradecimento do Autor
Muito obrigada por publicar o artigo
“O Piano ‘Invisível’” (dezembro de
2010), enviado por mim. Estou enviando outro artigo para sua apreciação.
Muito obrigada por uma revista
tão interessante. A Adventist World é
uma bênção para todos nós do Advent
Haven Retirement Village (Instituição
para Aposentados). Estamos rodeados
pelas belas colinas da Reserva Natural
de Suikerbosrand (Sugar Bush Hills).
Aqui é muito tranquilo e realmente
podemos comungar com a natureza de
Deus em meio a esse ambiente encantador. É também um privilégio viver entre
pessoas com a mesma fé.
Que Deus continue a abençoar
todos que fazem a Adventist World.
Wilhelmina Dunbar
Heidelberg, África do Sul
A Começar
por Mim
Muito obrigado
pelas mensagens e desafios
do Concílio
Anual e de Ted
N. C. Wilson,
nosso presidente
da Associação
Geral: “Wilson Exorta Adventistas do
Sétimo Dia: Lembre-se do Seu Nome”,
por Mark A. Keller; “Membros do
Concílio Anual Aprovam, de Joelhos,
Apelo ao Reavivamento e Reforma”, por
Mark A. Kellner; “Realidade Virtual?”
por Ted N. C. Wilson (dezembro de
2010). Trabalhei por muitos anos na
sede mundial da igreja e vi muitos
documentos e programas. Meu apelo
é que esse programa não fique apenas
no papel, mas que na qualidade de fiéis
membros e obreiros o adotemos pessoalmente e façamos dele uma realidade,
começando a reforma e reavivamento
em nossa própria vida.
Nunca vimos eventos no mundo,
como os que estamos vendo hoje.
Sigamos em frente e preparemos nossa
vida e nosso povo para a vinda de Jesus.
Leo Ranzolin, Sr.
Estero, Flórida, Estados Unidos
Conclusões, Escolhas
Obrigado pelo artigo “Os Cristãos e o
Natal”, por Ángel Manuel Rodríguez
(dezembro de 2010). Tive o prazer
de concordar com a opinião do autor
sobre como os cristãos podem reagir a
um feriado, como o Natal, apesar da
possibilidade de sua origem ser pagã.
Há alguns anos, fiz a pergunta:
como cristão, devo considerar os feriados e tradições com raízes pagãs? Minha
pesquisa começou com a Páscoa, e para
meu espanto, descobri que a tradição
dos quarenta dias após o Ano Novo
estava longe de celebrar a ressurreição
de Jesus. Não muito depois, descobri
que se a Páscoa fosse retirada do meu
calendário, deveria também retirar o
Natal; e isso foi só o começo. Os Jogos
Olímpicos, os nomes dos meses do ano
e dos dias da semana, começaram todos
no paganismo.
Como cristão que adora a Deus no
sábado [em inglês: Saturday, “dia de
Saturno”], sei que não estou adorando
o deus pagão. Não estou adorando
Ishtar, divindade babilônica, ao chamar
o dia que Jesus ressurgiu da morte
de Páscoa. Eu nem penso em Július ou
Augustus César quando escrevo os
nomes desses meses.
Como Rodríguez, sei que esse
assunto deve ser deixado “de acordo
com a consciência de cada indivíduo”.
Em lugar de tentar removê-las, agora
celebro essas tradições por causa e pela
grandeza do Todo-poderoso.
Timothy Lemky
West Kelowna, British Columbia,
Canadá
Abril 2011 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Lembrete
Muito obrigado pelo seu maravilhoso
trabalho. No Intercâmbio de Ideias
(outubro de 2010) fui tocado pela história de Mustaq, por Sudha Khristmukti.
Compreendo que ao ignorarmos nossa
pobreza espiritual, maltratamos aqueles
que são materialmente pobres como
somos espiritualmente. Frequentemente, nos afastamos de pessoas que
necessitam de nossa ajuda.
Charles Karorero
Bujumbura, Burundi
xeique para
nos fazer um
alerta. Quase
todas as profecias do tempo
do fim já se
cumpriram.
Façamos tudo
conscientes de
que este planeta está com o tempo contado.
Jimmy Nkwambo
Kampala, Uganda
Sinais de Sua Vinda
Inclua-nos
Eu os saúdo no nome de nosso Senhor
Jesus Cristo. Estou respondendo ao artigo de William G. Johnsson, “Adventistas
e Muçulmanos: Cinco Convicções”
(fevereiro de 2010). Não tenho dúvida
de que o Senhor falou por meio do
Nossa filha recebe a Adventist World
na Polônia. Recentemente, ela se casou
e se mudou, por isso não tenho mais
a chance de ler essa revista. Por favor,
eu gostaria de recebê-la. Minha esposa
Hanna e eu iremos ler a Adventist World
e compartilhá-la com nossos vizinhos
que falam inglês. Que Deus os abençoe.
Walter Kaczorowski
Nadarzyn, Polônia
Apreciação
Parabéns à Adventist World. Esta é
realmente uma revista internacional
da Igreja Adventista do Sétimo Dia. É
espiritualmente educativa em todos os
aspectos.
David Likindikoki
Arusha, Tanzânia
Cartas para o Editor – Envie para: letters@adventistworld.org
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
LUGAR DE ORAÇÃO
Estou à procura de um emprego
permanente. Por favor, ore por mim.
Ore também para que Deus me ajude a
vencer os problemas que enfrento.
Cynthia, África do Sul
Acabamos de iniciar uma escola de agricultura aqui em Honduras. Havia tantos
jovens interessados que tivemos que rejeitar alguns. Se conseguirmos a doação de
equipamentos dos Estados Unidos, será
uma grande ajuda no desenvolvimento
agrícola de nosso ministério. Por favor,
ore para que Deus providencie os meios.
Jessé, Honduras
Suas orações têm me acompanhado
todos os anos da faculdade. Agora
faltam apenas dois semestres. Mais uma
30
Adventist World | Abril 2011
vez estou sem saída. Quero crer que
por meio de suas orações poderei me
matricular neste semestre.
Samwell, Uganda
Ore por mim enquanto peço a direção
do Senhor em relação ao meu casamento.
Ajude-me a orar para que o Espírito Santo
conduza minha vida agora e sempre.
Fitzgerald, Zâmbia
Por favor, gostaria que seis rapazes
fossem lembrados no círculo mundial
de oração, para que retornem ao Senhor
e se preparem para o reino eterno de
Deus. Que Deus abençoe a todos.
Cliff, Canadá
Por favor, ore por meu amigo que passou
por uma cirurgia e agora está em casa, para
que se recupere rapidamente. Creio piamente que o Senhor responde às orações.
Jewell, Estados Unidos
No esforço evangelístico que realizamos
ano passado, 827 pessoas foram batizadas. Aleluia! Nosso alvo para este ano
são mil batismos e precisamos do apoio
de suas orações. Lembre-se de nós
quando se ajoelhar para orar.
Mark, Ghana
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem
todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome
e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material:
envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio
Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA.
“Eis que cedo venho…”
O
Intercâmbio
intercâmbio mundial desta revista destina-se a você, caro leitor. Sua
participação nesta coluna da Adventist World será muito bem vinda nas
seguintes seções:
Lugar de Oração – envie para: prayer@adventistword.org
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua
participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas
para esta seção serão resumidas por uma questão de espaço. Embora oremos por
todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão
publicados. Por favor, inclua no seu pedido seu nome e o país onde vive.
A L F O N S O
Como
Participardo
R O M E R O
INTERCÂMBIO DE IDEIAS
Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação
Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun,
vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley;
Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana;
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acessor legal.
Comissão Coordenadora da Adventist World
Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki;
Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk
Editor-Chefe
Bill Knott
Editores em Silver Spring, Maryland, EUA
Gerald A. Klingbeil (editor associado), Sandra Blackmer,
Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran,
Gina Wahlen
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questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance
de ser publicadas; nem todas, porém, serão divulgadas. Para obter maior informação,
leia nossas orientações no final da seção de cartas nesta revista.
O Lugar das Pessoas (contracapa) – enviar para:
marank@gc.adventist.org
Essa é uma coluna com assuntos de todo o mundo; são pequenas porções do
cotidiano que fará com que o leitor pense, sorria e desfrute da família adventista.
Esperamos participações breves nas seguintes seções:
CAIXA DE ENTRADA (pensamentos curtos sobre assuntos espirituais [máximo de
100 palavras])
FRASES (ou citações profundas e espontâneas)
QUE LUGAR É ESTE? (fotos, com alta qualidade, dos membros de igreja de todo
mundo, com legenda explicativa)
CONHEÇA SEU VIZINHO (fotos com alta qualidade, acompanhadas de pequena
biografia de membros recém-batizados, adventistas engajados em serviço
comunitário ou na formação de pequenos grupos ou novas maneiras de partilhar
o evangelho. Máximo de 100 palavras).
Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 1(301) 680-6638, ou envie
para: World Exchange, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA.
Envie sua participação e desfrute
do
Intercâmbio!
Editores em Seul, Coreia do Sul
Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan
Editor On-line
Carlos Medley
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Merle Poirier
Colaborador
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Conselheiro
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Atendimento ao Leitor
Merle Poirier
Diretor de Arte e Diagramação
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Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados
voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
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Adventist World é uma revista mensal editada
simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina,
Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos
Estados Unidos.
Vol. 7, No. 4
Abril 2011 | Adventist World
31
O Lugar das
PESS
AS
Q U E
L U G A R
É
E S T E ?
VIDA ADVENTISTA
Em dezembro de 2010, meu amigo Bruce
Wickwire alcançou o marco de 95 anos de
idade e sua esposa Adele completou 90! Na
carta que enviam a amigos de perto e de
longe por ocasião do Natal, Bruce escreveu:
“Em algumas partes do corpo a garantia
já expirou e nossas ‘dobradiças’ estão
‘enferrujadas’.”
– Charles Tidwell, Sr., Collegedale, Tennessee,
Estados Unidos
E N V I A D O
FRASE
DO
P O R
C H A R L E N E
F.
N .
C L A R K E
MÊS
“Com Deus, todos os nossos feios desafios transformam-se
em lindas mudanças!”
– Isaac Milioti Daka, evangelista e coordenador de distrito em um campo no leste da Zâmbia.
CONHEÇA SEU
VIZINHO
A primeira vez que Alexander
colocou o pé na Igreja Adventista
do Sétimo Dia em Tomsk, Sibéria,
foi para causar problemas. Sua
esposa estava frequentando
N
M I S S I O
sétimo dia nessa cidade de meio
milhão de pessoas. Ele compartilha o amor de Jesus com os
outros, mas sua pequena igreja já
está transbordando. Não há lugar
para novos membros.
A falta de igrejas por toda
a Sibéria torna o evangelismo
muito desafiador. Por favor, ore
para que a igreja possa prover
casas de culto permanentes para
os novos membros a fim de que
possam continuar crescendo em
Jesus e que outros sejam tocados
por Seu amor.
– Material e fotografia da “Mission
Minutes: A Newsletter From Adventist
Mission”, www.adventistmission.org.
R ESP O S TA : Em Kingston, Jamaica, jovens que cursaram as Classes Progressivas dos Jovens Adventistas
preparam-se para a cerimônia de investidura em Liderança e Guia, e para o prêmio de Guia com
Liderança em Desbravadores.
I S T
A D V E N T
regularmente, e Alexander estava
determinado a resgatá-la do que
considerava “uma seita perigosa”.
Para sua surpresa, ele foi recebido
com uma grande manifestação de
amor, e isso derreteu seu coração.
“Eu estava lutando desesperadamente contra o álcool”, diz
Alexander. “Se minha esposa e
eu não houvéssemos encontrado
Cristo, eu estaria morto. Vim para
esta igreja como inimigo. Deus,
porém, mostrou Seu amor por
meio destes irmãos e irmãs.”
Alexander aceitou a Jesus,
foi batizado e agora é ancião da
igreja de Tomsk, uma das apenas
duas congregações adventistas do