igarapé lourdes - Ecosystem Marketplace

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igarapé lourdes - Ecosystem Marketplace
DIAGNÓSTICO ETNOAMBIENTAL PARTICIPATIVO,
ETNOZONEAMENTO E PLANO DE GESTÃO EM
TERRAS INDÍGENAS - VOL. 1
TERRA INDÍGENA
IGARAPÉ LOURDES
A KANINDÉ – Associação de Defesa Etnoambiental é uma
OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sem
fins lucrativos, dedicada à luta em defesa dos direitos dos povos
indígenas, à conservação da natureza e ao uso sustentado da
biodiversidade.
Criada em 1992, a Kanindé busca soluções inovadoras que
promovam o desenvolvimento econômico justo e ambientalmente
sustentável.
Rua D. Pedro II, 1892, sala 7, Bairro Nª Srª das Graças,
CEP 76804-116 – Porto Velho-RO
Fone/fax: 55 69 3229-2826
www.kaninde.org.br
kaninde@kaninde.org.br
COORDENAÇÃO GERAL
Israel Correa Vale Junior
COORDENAÇÃO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA
Ivanete Bandeira Cardozo
CONSELHO DELIBERATIVO
Ivaneide Bandeira Cardozo
Monica Nascimento
Urariwe Surui
Amarildo Gavião
Antonio Tapa Gavião
Arnaldo Pabe Gavião
Cena Kere’ap Gavião
Chambete Gavião
Colombo Gavião
Delson Gavião
Digüt Gavião
Emilio Gavião
Iran Gavião
Isabel Gavião
Jonas Gavião
João Gavião
José Gavião
Josias Sebirop da Silva
Rodrigo Gavião
Marcio Gavião
Matilde Gavião
Miguel Gavião
Moisés Seri Gavião
Pitkawa Gavião
Raimundo Gavião
Sebastião Gavião
Valdemar Gavião
ABERTURA DE TRILHAS
Cristiano Andrey S. Vale – Biológo
CONSELHO FISCAL
Maiquel de Lima Siqueira
Wladir da Cruz Vasques
Irlan das Chagas Silva
TEXTO
Ivaneide Bandeira Cardozo – Historiadora
Samuel Vieira Cruz - Antropólogo
Israel Correa Vale Junior- Biológo
Amilca Adamy – Geólogo/Analista ambiental
Alcilene Pereira Paes –Turismologa
Aldimar Lima dos Reis – Biólogo
Adnilson de Almeida Silva – Geógrafo Ana Paula Franco dos Anjos
Ataíde de Almeida Rúbio – Identificador de campo - Mateiro
Emerson Nunes Aguiar – Economista
Gustavo Gurgel do Amaral – Geógrafo
Juliano Rodrigues Oliveira – Biólogo/IBAMA
Kleber Henrique Silva Belém – Geográfo
Luiz Sérgio Ferreira Martins – Biólogo/IBAMA
Ricardo Alexandre Medonça de Melo – Biólogo
Marilene Vasconcelos da Silva – Bióloga
Ivanete Bandeira Cardozo – Bióloga
Luiz Carlos Maretto – Eng. Florestal/Analista ambiental
Maria Aparecida de Oliveira Azevedo Lopes – Ms. Psicologia
Marcelo Rodrigues dos Anjos – Biólogo
Marcos Pérsio Dantas Santos – Doutor em Zoologia
Stefani Freitas Maia Menezes – Geógrafa
Tereza de Jesus C. Rodrigues – Historiadora
Verônica Ariadne Romano – Geógrafa
Alberto Arara
Álvaro Noep Arara
Célio Arara
Cícero Arara
Francisco Arara
Firmino Arara
Marcelo Arara
Mário Arara
Sebastião Arara
Adonias Sebirop da Silva
Afonso Gavião
ESTAGIÁRIOS
Ana Paula Albuquerque de Melo (Biologia) Carlos Anderson de Souza Sinfontes (Biologia)
Daniele Gomes Texeira (Direito)
Ederson Lauri Leandro (Turismo)
Glauko Correa da Silva (Biologia) Rosineide Castilho Figueiredo (Biologia)
Helen de Lima Coimbra (Ensino médio)
Lilian Meire Soares Silva (Ensino médio)
Lucas Rommel (Biologia) Michael de Oliveira (Biologia)
Josenir Rodrigues Neves (Ensino médio)
MAPAS: ELABORAÇÃO E ARTE
Airton Gaio Junior
Elenice Duran Silva
Israel Corrêa do Vale Júnior
FOTOGRAFIAS
Adnilson de Almeida Silva
Alexis Bastos
Fred Bastos
Luis Carlos Maretto
Ivaneide Bandeira Cardozo
Israel Corrêa do Vale Júnior
Samuel Vieira Cruz
Marcos Pérsio Dantas Santos
ACOMPANHAMENTO TÉCNICO DA FUNAI
FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO
Francisco de Assis de Figueiredo – Téc. Agropecuária
Jorge Luís Marafiga Leal - Auxiliar de Sertanista
Tennesson Gonçalves Oliveira – Téc. Agropecuária
Vicente Batista Filho – Téc. Agropecuária
Osman Ribeiro Brasil - Sertanista
PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Teia Comunicação - Adriana Zanki Cordenonsi
IMPRESSÃO
Gráfica Coan
Ficha Catolográfica
D536
Diagnóstico etnoambiental participativo, etnozoneamento e plano de gestão Terra Indígena Igarapé Lourdes / Organizadores: Ivaneide Bandeira Cardozo, Israel Correa Vale Júnior. – Porto Velho (RO): Kanindé, 2012.
92p.: il.; -- (Diagnóstico, etnozoneamento e plano de gestão em Terras Indígenas; 1)
Vários autores
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7764-046-1
1. Terra Indígena - Rondônia - Brasil. 2. Terra Indígena - Meio Ambiente - Conservação. 3. Terra Indígena - Política - Gestão Ambiental. I. Cardozo, Ivaneide Bandeira (Org.). II. Vale Júnior, Israel Correa (Org.). III. Coletânea: Diagnóstico, etnozoneameto e plano de gestão em Terras Indígenas,
1. IV. Título.
CDU: 39(811.1=1-82)
Bibliotecária Responsável: Eliane Gemaque / CRB 11-549
DIAGNÓSTICO ETNOAMBIENTAL PARTICIPATIVO,
ETNOZONEAMENTO E PLANO DE GESTÃO EM
TERRAS INDÍGENAS - VOL. 1
TERRA INDÍGENA
IGARAPÉ LOURDES
A KANINDÉ – Associação de Defesa Etnoambiental é uma
OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sem
fins lucrativos, dedicada à luta em defesa dos direitos dos povos
indígenas, à conservação da natureza e ao uso sustentado da
biodiversidade.
Criada em 1992, a Kanindé busca soluções inovadoras que
promovam o desenvolvimento econômico justo e ambientalmente
sustentável.
Rua D. Pedro II, 1892, sala 7, Bairro Nª Srª das Graças,
CEP 76804-116 – Porto Velho-RO
Fone/fax: 55 69 3229-2826
www.kaninde.org.br
kaninde@kaninde.org.br
COORDENAÇÃO GERAL
Israel Correa Vale Junior
COORDENAÇÃO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA
Ivanete Bandeira Cardozo
CONSELHO DELIBERATIVO
Ivaneide Bandeira Cardozo
Monica Nascimento
Urariwe Surui
Amarildo Gavião
Antonio Tapa Gavião
Arnaldo Pabe Gavião
Cena Kere’ap Gavião
Chambete Gavião
Colombo Gavião
Delson Gavião
Digüt Gavião
Emilio Gavião
Iran Gavião
Isabel Gavião
Jonas Gavião
João Gavião
José Gavião
Josias Sebirop da Silva
Rodrigo Gavião
Marcio Gavião
Matilde Gavião
Miguel Gavião
Moisés Seri Gavião
Pitkawa Gavião
Raimundo Gavião
Sebastião Gavião
Valdemar Gavião
ABERTURA DE TRILHAS
Cristiano Andrey S. Vale – Biológo
CONSELHO FISCAL
Maiquel de Lima Siqueira
Wladir da Cruz Vasques
Irlan das Chagas Silva
TEXTO
Ivaneide Bandeira Cardozo – Historiadora
Samuel Vieira Cruz - Antropólogo
Israel Correa Vale Junior- Biológo
Amilca Adamy – Geólogo/Analista ambiental
Alcilene Pereira Paes –Turismologa
Aldimar Lima dos Reis – Biólogo
Adnilson de Almeida Silva – Geógrafo Ana Paula Franco dos Anjos
Ataíde de Almeida Rúbio – Identificador de campo - Mateiro
Emerson Nunes Aguiar – Economista
Gustavo Gurgel do Amaral – Geógrafo
Juliano Rodrigues Oliveira – Biólogo/IBAMA
Kleber Henrique Silva Belém – Geográfo
Luiz Sérgio Ferreira Martins – Biólogo/IBAMA
Ricardo Alexandre Medonça de Melo – Biólogo
Marilene Vasconcelos da Silva – Bióloga
Ivanete Bandeira Cardozo – Bióloga
Luiz Carlos Maretto – Eng. Florestal/Analista ambiental
Maria Aparecida de Oliveira Azevedo Lopes – Ms. Psicologia
Marcelo Rodrigues dos Anjos – Biólogo
Marcos Pérsio Dantas Santos – Doutor em Zoologia
Stefani Freitas Maia Menezes – Geógrafa
Tereza de Jesus C. Rodrigues – Historiadora
Verônica Ariadne Romano – Geógrafa
Alberto Arara
Álvaro Noep Arara
Célio Arara
Cícero Arara
Francisco Arara
Firmino Arara
Marcelo Arara
Mário Arara
Sebastião Arara
Adonias Sebirop da Silva
Afonso Gavião
ESTAGIÁRIOS
Ana Paula Albuquerque de Melo (Biologia) Carlos Anderson de Souza Sinfontes (Biologia)
Daniele Gomes Texeira (Direito)
Ederson Lauri Leandro (Turismo)
Glauko Correa da Silva (Biologia) Rosineide Castilho Figueiredo (Biologia)
Helen de Lima Coimbra (Ensino médio)
Lilian Meire Soares Silva (Ensino médio)
Lucas Rommel (Biologia) Michael de Oliveira (Biologia)
Josenir Rodrigues Neves (Ensino médio)
MAPAS: ELABORAÇÃO E ARTE
Airton Gaio Junior
Elenice Duran Silva
Israel Corrêa do Vale Júnior
FOTOGRAFIAS
Adnilson de Almeida Silva
Alexis Bastos
Fred Bastos
Luis Carlos Maretto
Ivaneide Bandeira Cardozo
Israel Corrêa do Vale Júnior
Samuel Vieira Cruz
Marcos Pérsio Dantas Santos
ACOMPANHAMENTO TÉCNICO DA FUNAI
FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO
Francisco de Assis de Figueiredo – Téc. Agropecuária
Jorge Luís Marafiga Leal - Auxiliar de Sertanista
Tennesson Gonçalves Oliveira – Téc. Agropecuária
Vicente Batista Filho – Téc. Agropecuária
Osman Ribeiro Brasil - Sertanista
PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Teia Comunicação - Adriana Zanki Cordenonsi
IMPRESSÃO
Gráfica Coan
Ficha Catolográfica
D536
Diagnóstico etnoambiental participativo, etnozoneamento e plano de gestão Terra Indígena Igarapé Lourdes / Organizadores: Ivaneide Bandeira Cardozo, Israel Correa Vale Júnior. – Porto Velho (RO): Kanindé, 2012.
92p.: il.; -- (Diagnóstico, etnozoneamento e plano de gestão em Terras Indígenas; 1)
Vários autores
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7764-046-1
1. Terra Indígena - Rondônia - Brasil. 2. Terra Indígena - Meio Ambiente - Conservação. 3. Terra Indígena - Política - Gestão Ambiental. I. Cardozo, Ivaneide Bandeira (Org.). II. Vale Júnior, Israel Correa (Org.). III. Coletânea: Diagnóstico, etnozoneameto e plano de gestão em Terras Indígenas,
1. IV. Título.
CDU: 39(811.1=1-82)
Bibliotecária Responsável: Eliane Gemaque / CRB 11-549
DIAGNÓSTICO ETNOAMBIENTAL PARTICIPATIVO,
ETNOZONEAMENTO E PLANO DE GESTÃO EM
TERRAS INDÍGENAS - VOL. 1
TERRA INDÍGENA
IGARAPÉ LOURDES
ELABORAÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL DO PROJETO
Ivaneide Bandeira Cardozo
COORDENAÇÃO DA EQUIPE DE CAMPO
Israel Correa Vale Junior
ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO
Ivaneide Bandeira Cardozo
Israel Correa Vale Junior
MARÇO DE 2012
PROMOÇÃO
PARCERIA
APIA
APIG
ASSOCIAÇÃO DO POVO
INDÍGENA ARARA
ASSOCIAÇÃO DO POVO
INDÍGENA GAVIÃO
EXECUÇÃO
Associação de Defesa Etnoambiental
ORGANIZAÇÃO INDÍGENA
PADEREÉHJ
SUMÁRIO
1. Etno-história............................................................................................... 08
Apresentação.................................................................................................. 08
Agradecimentos.............................................................................................. 10
Introdução...................................................................................................... 12
Os Karo Rap................................................................................................... 13
Os Ikolen........................................................................................................ 13
Contatos com outras sociedades...................................................................... 14
Os Karo e Ikolen se conhecem........................................................................ 16
Regularização Fundiária.................................................................................. 19
Rios e Igarapés................................................................................................ 19
Moradia.......................................................................................................... 19
Energia........................................................................................................... 19
Hidrelétricas................................................................................................... 19
Comunicação.................................................................................................. 20
Meios de Transporte........................................................................................ 20
Saneamento Ambiental................................................................................... 20
Atendimento de Saúde.................................................................................... 21
Educação Escolar Indígena.............................................................................. 21
Cosmologia.................................................................................................... 22
A Lenda do Milho........................................................................................... 22
Atividades Produtivas...................................................................................... 24
Caça e Pesca.................................................................................................. 24
Cultura material.............................................................................................. 24
Associações Indígenas..................................................................................... 25
Pressão sobre o meio ambiente....................................................................... 25
Superposição com a Reserva Biológica do JARU............................................. 25
Mineração...................................................................................................... 25
2. Levantamento biológico.................................................................................... 26
Vegetação....................................................................................................... 26
Ictiofauna (peixes)........................................................................................... 32
Herpetofauna (répteis e anfíbios)..................................................................... 35
Avifauna (aves)............................................................................................... 38
Mastofauna (mamíferos de médio e grande porte).......................................... 46
4
3. Etnozoneamento...................................................................................................47
Introdução.........................................................................................................48
Mapa Etnozoneamento......................................................................................49
Normas Gerais para a Terra Indígena................................................................. 50
Zona de Proteção Integral.......................................................................50
Zona de Produção..................................................................................52
Zona de Recuperação............................................................................54
Zona Sagrada..........................................................................................55
Zona de Caça........................................................................................ 56
Zona Primitiva........................................................................................57
Zona de Resgate.....................................................................................58
Importância da Terra Indígena Igarapé Lourdes..................................................59
4. Plano de Gestão....................................................................................................60
O Plano de Gestão............................................................................................ 61
Aspectos Institucionais.......................................................................................61
Infra-estrutura e equipamentos..........................................................................62
Recursos Humanos NAL.................................................................................... 64
Estrutura Organizacional...................................................................................65
Associações Indígenas....................................................................................... 65
Enquadramento das áreas de atuação por programas temáticos......................... 66
Programa de Proteção............................................................................ 66
Programa de Estudos e Pesquisas............................................................ 68
Programa de Educação............................................................................70
Programa de Regularização Fundiária......................................................72
Programa de Infra-estrutura.................................................................... 73
Programa de Administração....................................................................75
Programa de Cooperação Institucional....................................................76
Programa de Saúde.................................................................................78
Programa de Alternativas Econômicas..................................................... 80
Programa de Valorizacão Cultural........................................................... 82
Avaliação e Revisão do Plano de Gestão................................................. 84
Bibliografia..................................................................................................................85
5
FIGURA 1. Mapa da T.I. Igarapé Lourdes desenhado por Amarildo Gavião
6
TERRA INDÍGENA IGARAPÉ LOURDES
Unidade Gestora
Administrador
Endereço
CEP
Telefone
Município e Estado
Coordenadas Geográficas
Coordenacão Regional de Ji-Paraná
Vicente Batista Filho
Rua Manoel Franco, 1780, Nova Brasília - Ji-Paraná/RO
76.908-610
69 34119404
Ji-Paraná - Rondônia
entre os paralelos 10010’07” a 10012’19” e
10032’52”” a 10050’44” de latitude sul e os
meridianos 61047’02” a 61027’54” e 61051’47”
a 61031’19” de longitude Oeste - Greenwich.
185.533,5768 hectares (cento e oitenta e cinco mil,
quinhentos e trinta e três hectares, cinquenta e sete
ares e sessenta e oito centiares) e o perímetro é de
270,583 Km.
Data de criação e número do decreto
Decreto nº 88.609 de 09/08/83
Atividades ocorrentes
Educação ambiental
Educação formal
Fiscalização
Não existe.
Ensino fundamental.
Operações fiscalizadoras realizadas pela FUNAI
para detectar invasão de pescadores, madeireiros
e fazendeiros.
Pesquisa
Avifauna, mastofauna, icitiofauna, herpetofauna,
vegetação e etno-história.
Atividades Conflitantes
Caça, pesca e desmatamento.
7
I. ETNO-HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO
O Diagnóstico Etnoambiental Participativo da Terra Indígena Igarapé Lourdes foi elaborado
com a finalidade de servir como instrumento de planejamento de Gestão Ambiental da Terra
Indígena. Foi realizado em 2004 e os dados constantes no mesmo se referem à este período.
Para sua realização contamos com o apoio da USAID – United States Agency International
Development e Amigos da Terra Suécia, que alocaram recursos para complementar os levantamentos do Diagnóstico e realizar o Plano de Gestão Ambiental da Terra Indígena Igarapé
Lourdes.
Importante e necessário registrar a parceria da FUNAI - Fundação Nacional do Índio - da
Organização Padereéhj, da Associação do Povo Indígena Arara e da Associação do Povo Indígena Gavião.
Neste livro o leitor irá encontrar um resumo das pesquisas realizadas, na terra indígena Igarapé
Lourdes.
O inteiro teor do Diagnóstico e do Plano de Gestão constam do” Relatório Etnoambiental e do
Plano de Gestão da Terra Indígena do Igarapé Lourdes”.
A importância deste livro deve-se ao fato de disponibilizar para os indígenas e o público em
geral, informações sobre a etno-história, a socioeconomia, a vegetação, a mastofauna, avifauna,
ictiofauna, herpetofauna, o meio fisico e o etnozoneamento do território. O Plano de Gestão
traz as diretrizes para a implementação das ações para a administração do território indígena.
Caso o leitor deseje mais informações deve solicitar uma cópia do Relatório as associações dos
povos indígenas Ikolen e Karo e da Kanindé - Associação de Defesa Etnoambiental.
8
9
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos povos indígenas Karo Rap e Ikolen que nos receberam, participaram e
executaram juntos todas as etapas do diagnóstico, nos ensinando e compartilhando dos seus
conhecimentos.
Ao IBAMA, FUNAI, FUNASA, SEDUC, Dioceses de Ji-Paraná, Museu Emilio Goeldi, CUNPIR,
e ao Msc. Alexandre Camilo, Almir Narayamoga Surui e Dr. Paulo Sergio Bernarde pelo apoio
e orientação.
À USAID, Amigos da Terra Suécia e Consórcio Amazoniar que tornaram possível o sonho de
realizarmos o estudo da Terra Indígena Igarapé Lourdes.
Agradecemos a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste
diagnóstico.
10
11
INTRODUÇÃO
Na Terra Indígena Igarapé Lourdes habitam dois povos indígenas, os Gavião, autodenominados
Ikolen, e os Arara, que se identificam como Karo Rap, os quais, sujeitos às dinâmicas e pressões
advindas de frentes de expansão da sociedade nacional, travaram contatos entre si – ainda
que tensos, com trocas culturais, casamentos e, finalmente, após o contato com regionais –
seringueiros e seringalistas – conflitos e mortes, realizaram laços de amizade e aliança através
de novos casamentos e novas formas de organização e articulação, hoje através da Associação
Panderej, que congrega, entre outros, ambos povos indígenas.
Além destes dois grupos, há remanescentes de um terceiro, denominado “Babekawei”,
pelos Ikolen1; pelo menos duas mulheres e um homem, casados na aldeia Paygap, de Pedro
Agamenon Arara. Há informação de outros Babekawei vivendo fora da Terra Indígena, no
espaço rural e urbano no município de Ji-Paraná.
Os Karo, assim como com os Babekawei, são falantes de língua do tronco tupi, da família ramarama e os Ikolen são do Tupi Mondé.
1 Uruku, Urubu ou Urumi segundo outros autores.
12
OS KARO RAP
O povo Karo Rap, conhecidos como Arara habitam as aldeias Iterap e Paygap, com uma população de 208 pessoas falantes da família lingüística Tupi Rama Rama.
Aldeias: Iterap (Nosso Lugar) e Paygap (Buritizal).
Sobre esta etnia há poucos registros publicados, são referidos por Curt Nimuendaju, entre as
décadas de 1920 e 19406, voltando a ser referidos por Mindlin em 2001. Há estudos lingüisticos, conduzidos pelos doutores Denny Moore e Nílson Gabbas Júnior, desde 1975, cujos
registros e relatórios de campo foram de suma importância para a construção desta memória.
OS IKOLEN
O povo indígena Ikolen (Gavião de Rondônia), habita a terra Indígena Igarapé Lourdes, são
falantes da familia linguistica Tupi Mondé, e possuem uma população de aproximadamente
523 pessoas, que se distribuem em seis aldeias - Ikolen, Cacoal, Nova Esperança, Castanheira,
Igarapé Lourdes e Ingazeira.
As primeiras referências sobre esta etnia datam da década de 1940, e pouco se estudou sobre
sua cultura ancestral.
Harald Schults (apud Mindlin) refere o povo Gavião, pela primeira vez, em 1955 – quando
passou por Rondônia. É a primeira informação sobre um povo falante de uma língua da família
Tupi Mondé, apesar destes, através de Digüt, informarem conhecer a expedição de Rondon,
da adoção de Fernando Txerepoabá no começo dos anos 1940, pelo seringalista Barros e dos
informes do Sr. José Benedito de Oliveira, sobre contatos no rio Azul no ano de 1944, entre
índios e regionais.
Os Ikolen sofreram a evangelização missionária desde a década de 1940, apesar disto, mantém
viva a memória ancestral.
Nimuendaju2 (1924; 1944) apesar de referir-se ao povo Karo (Arara) e Urumi, do tronco lingüístico tupi rama-rama, na bacia do rio Machado, nada registra sobre os povos Tupi-Mondé: os
Ikolen, chamados Gavião, contatados na década de 1940, os Cinta-Larga (1968), os Suruí (autodenominados Paiter, contatados em 1969) e os Zoró (1978).
2 “Textos Indigenistas”, Curt Nimuendaju, Edições Loyola, São Paulo, 1982.
13
CONTATOS COM OUTRAS SOCIEDADES
Os Ikolen e Karo tiveram vários contatos com outros
povos indígenas e com os não indígenas, todos com
história de conflitos e paz, de casamentos interétnicos e de inserção na economia regional, e com altas
taxas de mortalidade com epidemias transmitidas
pelos recém-chegados, como gripe, sarampo, pneumonia e malária.
Em 1977 os Karo tiveram contato com os Ikolen havendo festas e casamentos, mas em 1979 se afastaram e
foram para seu território que havia sido demarcado.
Na década de 40 os Karo e Urubu3 mantinham
encontros intermitentes com seringueiros e colonos
estabelecidos na região, iniciando relações sociais
e comerciais. Assim mesmo, os Urubu atacaram de
surpresa e mataram traba-lhadores do seringal Santa
Maria alguns anos depois.
Desde 1947 estas duas etnias (Karo e Babekawei)
manti-nham contatos ocasionais no Seringal Santa
Maria cujo proprietário, Sr. Barros, e seus emprega-
dos, passaram a utilizá-los na extração da seringa,
remunerando-os com roupas, mantimentos e outros
bens.
Em 1959 os Ikolen atacaram três aldeias dos Karo que
existiam na época, matando sete pessoas.4 Os Karo
fugiram para um seringal (Riachuelo), daí saíram para
outro (no rio Urupá), contraíram sarampo na mata, o
que causou muitas mortes.5
Em 1966, com a chegada do Serviço de Proteção ao
Indio e os missionários protestantes da Missão Novas
Tribos (New Tribes), ligados no Brasil à Igreja Batista,
que haviam chegado à região no ano anterior,6 iniciou-se um trabalho de reaproximação entre os Karo
e os Ikolen, que resultou na coexistência pacifica de
ambos no interior da Terra Indígena Igarapé Lourdes.
Os índios relatam contatos pontuais com a missão Rondon e com o próprio Marechal no começo
do século XX e a visita, em meados dos anos 50, do
antropólogo Harald Schultz. (Leonel, 1983).
3 Também denominados Uruku, Urumi ou Babekawei – na literatura e depoimentos tomados. Alguns
remanescentes desta etnia sobrevivem, casados com Karo e Ikolen, na TI Igarapé Lourdes.
4 Em “Couro dos Espíritos”, Betty Mindlin registrou depoimentos transcritos adiante sobre o episódio.
5 Moore informa que, em 1978, nas idades 16-25 anos viviam só 7 Araras na T.I. Igarapé Lourdes, por
causa da alta taxa de mortalidade daqueles anos.
6 Depoimento do Sr. Horst Stute – missionário que chegou à região em 1965.
14
15
OS KARO E IKOLEN SE CONHECEM
7
Os Arara viviam nos formadores do Igarapé Lourdes, do Igarapé Setembrino, do Prainha e
do Riachuelo, não muito longe dos Gavião, que habitavam o divisor de águas, na Serra da
Providência, nas águas do Igarapé Madeirinha e outros afluentes do rio Branco.
Um Gavião foi caçar, encontrou uma trilha dos Arara. Voltou para a sua casa avisando aos
outros Gavião, dizendo que vira um rastro, um caminho de um índio estranho. Convocaram
uma reunião, chamando parentes de outras aldeias, para irem juntos observar a novidade.
Era mesmo uma vereda dos Arara. Ninguém queria esperar, queriam ver logo quem era essa
gente. Assim foi. O primeiro a dar a notícia dos Arara, voltando da caçada, viu um galho cortado
com faca, levou para mostrar para a sua comunidade.
- Vejam só, encontrei um galho cortado, não é quebrado, é partido com uma coisa estranha.
Nunca tinham visto faca. O homem Gavião, chamado Dzaria-ti, chamou os companheiros:
- Vamos falar com esses homens, vamos entrar em contato com eles!
Dormiram na viagem, de manhãzinha recomeçaram a caminhar. Na viagem, os Gavião mataram um tamanduá, assaram. Por isso se atrasaram. No outro dia caminharam, seguiram viagem.
De manhã, lá pelas oito horas, viram um índio Arara no caminho, soprando flauta de taquara,
acompanhado por duas mulheres. Os Gavião ponderaram:
- Estão vindo para cá, vamos falar com eles; se não obedecerem, podemos matar.
O Arara estava vindo na frente, as duas mulheres o seguiam. Os Gavião cercaram, eram numerosos, fizeram como que uma fila, útil se fossem prender os três, mas esconderam-se quase
todos. O último Gavião explicou que essa trilha era de seu povo, acrescentando:
- Ó meu amigo, eu sou seu amigo!
O estrangeiro assustou-se muito ao ver o homem Gavião, ouvir sua voz, uma língua diferente.
As duas mulheres abraçaram-se trêmulas de medo, o Arara virou para trás. O Gavião mostrou
uma flecha para o índio Arara oferecendo. O estrangeiro conseguiu pegar a flecha da mão do
Gavião, apesar do tremor; vieram mais dois Gavião, deram-lhe presentes.
O Arara segurou o braço das duas mulheres.
Os outros Gavião escondidos apareceram, vinham fazer a paz. Na mesma hora puseram cocar
na cabeça do estrangeiro, deram-lhe flechas, colares, muitos cintos, muito artesanato, era um
sem fim de dons. O Arara e as duas mulheres ficaram pesados com tantos presentes. Acabando
de enfeitar o novo amigo, os Gavião convidaram:
- Vocês vão comigo para a minha casa!
Foram para o acampamento onde tinham assado o tamanduá. Deram comida para os três
Arara. Pouco depois o Arara sinalizou para os Gavião que queria voltar, deixaram um filho
em casa, mas os interlocutores não entenderam, acharam que queria avisar a comunidade.
Deixaram que fossem, e voltaram à aldeia.
7 In, Mindlin, Betty – Couro dos Espíritos, Editora SENAC, São Paulo, Editora Terceiro Nome, 2001.
16
17
18
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
A Terra indígena Igarapé Lourdes é demarcada e homologada pelo Decreto 88.609/83 de 09
de agosto de 1983. Com a demarcação ficaram fora dos limites da terra indígena importantes
territórios ocupados pelos Ikolen e Karo Rap, que atualmente são reivindicados pelos povos
indígenas para ampliação da área.
RIOS E IGARAPÉS
O Igarapé Lourdes é a principal bacia hidrográfica da terra indígena que possui as sub-bacias
do Igarapé Água Azul, Tarumã, Ji-Paraná, Jatuarana, Setembrino, Prainha, Providência, Lourdes
e Perdido.
MORADIA
As aldeias possuem casas de madeira com cobertura de telhas de amianto, de madeira com
cobertura de palha, casas de palha, casas de alvenaria (FUNAI). As casas feitas de palha demonstram a técnica indígena de construção de habitações e outras edificações (galinheiros,
chiqueiros, etc). As principais construções de palha são as malocas, que servem como moradia
para algumas famílias. Esse tipo de habitação, apesar de ser tradição da cultura indígena, atualmente é muito raro de ser encontrado nas aldeias da Terra Indígena Igarapé Lourdes.
ENERGIA
A Terra Indígena Igarapé Lourdes possui uma precária geração e distribuição de energia elétrica. Isso se dá porque apenas duas das aldeias, Paygap e Ikolen, são atendidas com energia
distribuída pelas Centrais Elétricas de Rondônia – CERON. As aldeias Cacoal, Ingazeira e Nova
Esperança não têm energia, as demais aldeias funcionam com motor gerador, que quase sempre
estão parados por não ter combustível ou por falta de manutenção.
HIDRELÉTRICAS
A discussão sobre a possível construção da hidrelétrica do rio Machado ou Ji-Paraná vem ocorrendo desde 1990. Em 1991 os indígenas Ikolen e Karo protestaram contra a construção,
fechando a ponte do rio Machado na cidade de Ji-Paraná.
Furnas vêm coletando dados sobre volume e velocidade das águas no rio Machado e seus afluentes, para a análise de viabilidade do empreendimento e possível construção da hidrelétrica.
Desde o início de 2005 estes dados vem sendo repassados à Eletronorte.
Vale salientar que os indígenas não foram consultados por Furnas, nem pela Eletronorte (Centrais
Elétricas do Norte), haja vista a construção impactar parte da Terra Indígena Igarapé Lourdes.
Durante a realização do diagnóstico os Ikolen e Karo foram categóricos em afirmar que não aceitam a construção da hidrelétrica, principalmente porque esta irá inundar parte de seu território.
19
COMUNICAÇÃO
Os meios de comunicação utilizados nas aldeias variam de telefonia celular a rádios amadores
pertencentes à FUNAI e a FUNASA, bem como através de emissoras de rádio e televisão - esta
última somente com acesso via antena parabólica. Mas a distribuição dos meios de comunicação não é igual em todas as aldeias.
Quanto à telefonia, a aldeia Ikolen possui telefonia celular rural e as aldeias Iterap e Paygap têm
acesso à telefonia celular através da antena instalada em Ji-Paraná.
MEIOS DE TRANSPORTE
Os meios de transporte utilizados pelos indígenas são divididos por etnia, ou seja, o povo Karo
possui 01 caminhão GMC, modelo G100, ano 2000, 01 barco de alumínio e 01 carroça pertencente à comunidade; 01 barco de alumínio, 01motor de popa de 15hp e 01 motocicleta
125 cilindradas pertencentes à FUNAI e 01 barco de alumínio pertencente à FUNASA, os quais
são utilizados também pela comunidade.
O povo Ikolen possui 01 caminhão GMC, modelo G100, ano 2000, 01 barco de alumínio de
8m, 01 barco de alumínio de 6m, 02 barcos de alumínio de 4m e 01 barco de madeira de 10m,
01 motor rabeta de 7hp, 01 motor de popa de 25 hp e 02 motores de popa de 15hp.
SANEAMENTO AMBIENTAL
O saneamento ambiental das aldeias da Terra Indígena Igarapé Lourdes é praticamente inexistente.
O abastecimento de água se dá via poços amazônicos e artesianos. A água dos poços amazônicos é utilizada para vários afazeres, inclusive para consumo, podendo causar doenças relacionadas à contaminação do lençol freático superficial. O tratamento da água, independente de
sua procedência, é mínimo. Alguns fervem antes do consumo, outros utilizam filtros de barro ou
hipoclorito de sódio (oferecidos pela FUNASA), mas estes procedimentos são pouco utilizados.
A destinação dos resíduos nas aldeias é inadequada, sendo que o tratamento mais usual dado
ao lixo é a queimada. Nenhuma das aldeias possui rede de esgotamento sanitário. A grande
maioria dos moradores utiliza-se de “privadas” comunitárias construídas pela própria comunidade ou pela FUNASA, ou locais próximos das aldeias. O descaso é tanto que a FUNASA
construiu as privadas no centro da aldeia Iterap e são grande foco para proliferação de doenças.
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ATENDIMENTO DE SAÚDE
O atendimento à saúde indígena nas aldeias era efetuado pela FUNASA - Fundação Nacional
de Saúde - até julho de 2004, em parceria com a CUNPIR - Coordenação da União das Nações
e Povos Indígenas de Rondônia, Noroeste do Mato Grosso e Sul do Amazonas.
O atendimento na aldeia era feito por 06 Agentes Indígenas de Saúde (05 homens e 01 mulher)
distribuídos nas aldeias: Iterap, Paygap, Ikolen, Igarapé Lourdes, Castanheira e Cacoal.
A equipe de profissionais de saúde da FUNASA trabalha em sistema de rodízio com auxiliares
de enfermagem e odontólogos que muito raramente vão às aldeias.
As doenças que prevalecem são endêmicas como a tuberculose, malária, leishmaniose e verminoses. Há ainda casos de desnutrição, subnutrição e síndrome de Down.
Há ainda muitos casos de cáries dentárias por falta de tratamento odontológico.
Para as mulheres grávidas o pré-natal é realizado na cidade de Ji-Paraná.
EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA
Na Terra Indígena Igarapé Lourdes a SEDUC - Secretaria Estadual de Educação - mantém professores lotados na Representação de Ensino - REN, do município de Ji-Paraná, os quais ministram aulas e supervisionam os professores indígenas, contratados em caráter emergencial e que
são responsáveis pela alfabetização das crianças, de jovens e adultos. Ao todo são 14 professores indígenas, sendo 13 homens e 01 mulher.
Existem 08 escolas distribuídas nas aldeias. O ensino é o fundamental bilíngüe, sendo boa parte
dos materiais didáticos produzidos na língua materna no formato de cartilhas com linguagem
missionária.
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COSMOLOGIA
Os Ikolen e os Karo Rap buscam manter suas cerimônias
tradicionais, como pajelança, encontro dos pajés (que
ocorre no mês agosto), o uso da medicina tradicional,
a Ipena’op Kanã Wajo Akanâ Pe (Festa do Jacaré), a
Ip Japijeje Te’et Na Na Te’a (Festa da Pescaria).
Com o contato outras festas foram incorporadas como
as festas juninas, Natal, Ano Novo, aniversários e o Dia
do Indio.
Moore informava, em 1978, que três anos antes os
Gavião tinham abandonado quase todas as crenças e
rituais tradicionais, “... A última grande festa com muitos jacarés vivos, com chicha, etc, foi mais ou menos
em 1970. Um chefe de posto proibiu festas exceto
duas: a “Festa do Milho Verde”, dos Goihanei, no inverno e a “Festa do Pajé”...”. Moore informa que o
servidor da FUNAI acreditava que “... as festas prejudi-
cariam a saúde e baixaria a produção”.
As festas foram retomadas a partir de 1976 (antes todos freqüentavam a igreja e tinham deixado de fazer
festa), que o pajé está trabalhando de novo (1978)
e há algumas festas. Entre abril e junho de 1977 havia muito movimento de festa e de pajé na aldeia
Cachoeira. O pajé estava trabalhando para curar o
velho Kepe, pai do Wilson e Colombo, que tinha um
problema do coração. O pajé chamou os espíritos
Oritxitxia que apareceram de noite na frente do povo
e do pesquisador (sic). Quando o doente morreu a
festa acabou – eles queimaram a casa do finado e não
falam mais seu nome. (Moore, 1978).
Apesar da pressão dos missionários e da sociedade nacional, os Ikolen e Karo Rap continuam com suas práticas tradicionais de pajelança.
A LENDA DO MILHO
COMO GOIHANEI O TROUXE
8
O Goihanei é o dono do milho verde, foi ele que o
trouxe para o povo Gavião. E é ele que cuida para que
haja boas safras, todo ano tem de comemorar e vestir
as roupas de Goihanei, que são feitas da palha do buriti. Usam cocar, penacho, roupas de índio, roupas de
Goihanei, o homem do milho. Conta que é muito
importante que seu povo não esqueça e que os
chamem Goihanei, mas só quem os conhecem, e
quem os vê, é o Pajé.
As índias iam apanhar Xum Xum-ra e tinha um pouco
que estava no chão.
Quando chegavam, a índia grávida perguntava:
- E aí? Tinha muita fruta lá?
- Não, respondíamos, nós trouxemos um pouquinho.
Chamam-se Goihanei, porque vivem nas águas.
Todas as índias iam naquela árvore para se alimentar –
o nome dela é Xum-Xum-ra (Tsyn-Tsyn-ra).
E esta festa não é inventada, já vem de muitos anos –
desde o começo do povo que estava nascendo daquela pedra, daquela rocha.
Os Gavião ainda tem sementes do milho originais que
Goihanei lhes trouxe.
É importante lembrar como é que veio o milho:
Primeiro a mulher engravidou, sem fazer relação, sem
usar homem.
Tem uma fruta que se chama Xum Xum-ra (Tsyn Tsynra), que nasce de uma árvore muito grande, grossa e
bonita, muito especial para o povo Gavião.
Então ela ia e dizia:
- Vou ver se acho pelo menos um pouco para eu
comer!
Aí, quando chegava clã, ela sentava, abria as pernas e
de sua vagina, saia o Arco-Íris. Ia lá ao alto da árvore,
balançava e as frutas caíam. Era muita fruta. Ela juntava, enchia o paneiro. Vinha para a maloca com o
paneiro cheio, cheinho. Vinha para sua casa na aldeia
e, ao entrar as outras mulheres se assustavam:
- Puta merda, onde tu pegaste tanta fruta mulher?
- Ah, achei ali mesmo e juntei – respondia.
Mas as demais mulheres desconfiaram, pois a história
sempre se repetia.Então, resolveram segui-la para ver o
que estava acontecendo. Então viram quando ela abriu
as pernas e o Arco-Íris saiu de lá de dentro. Correram
8 Narrado por Catarino Sebirop Gavião a Samuel Cruz – Notas e fitas gravadas em campo, 2004.
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para avisar os homens que foram olhar e viram que
era verdade o que as mulheres lhes contaram.
E a mulher foi lá, colheu algum e levou para casa. Mas
tinha um macaco prego que pegou algum e correu.
Pegaram um facão e cortaram o Arco-Íris, perto da
mulher, não mais do que 70 centímetros.
Um homem pegou o milho do macaco, que ficou
gritando. O homem perguntou:
- De quem é este milho?
Então um pedaço, menor, correu para dentro dela e o
outro fugiu para cima, no rumo do céu.
O que ficou para dentro virou gente – menino.
O que foi para cima virou o Arco-Íris que nós vemos
até hoje.
O menino nasceu, cresceu, virou gente e aquele que
foi para cima, se comunicava com a mulher:
- Como está o nosso filho?
- Ah, já está grande – ela respondia.
- Vou fazer uma roça aqui pro meu filho, disse o pai.
Vai ter muito milho e só você vai saber.
Quando foi no outro dia o milho já estava grande. E
era milho mesmo. Bastava ele falar que ia ter milho,
que ia fazer roça, que já estava aí. Já estava pronto.
E a mulher respondeu:
- O milho é meu!
O homem devolveu o milho para a mulher e perguntou onde ela o havia colhido. E ela respondeu:
- Tem uma roça, e foi mostrá-la aos índios.
Tinha 4 índias – aquelas que não gostavam dela – e
ela as convidou, junto com o povo, para irem até sua
roça para que acreditassem que tinha muito milho.
E o pai do menino castigou aquelas 4 mulheres – quebrou as enviras com as quais elas amarravam o milho
e as transformou em pombas.
E as 4 mulheres começaram a voar como pombas; e
estas pombas que vemos voando hoje, são descendentes daquelas transformadas pelo Arco-Íris.
Isso quer dizer, se chama Goihanei.
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ATIVIDADES PRODUTIVAS
Os Ikolen e Karo Rap praticam a agricultura tradicional indígena e a não indígena com sistemas
agro-florestais, criação de bovinos, suínos, piscicultura, galinhas e animais silvestres, além da
prática do extrativismo para coleta de castanha e óleo de copaíba, pesca tradicional e confecção de artesanato.
Entre as espécies cultivadas estão a mandioca, milho, amendoim, feijão, arroz, pupunha, cará,
batata doce, taioba, inhame, algodão, urucum, mamão, fava, banana, café, côco, melancia e
frutas cítricas.
A Terra Indígena Igarapé Lourdes possui um Plano de Manejo não Madeireiro de Uso Múltiplo
e Comunitário para que possam utilizar os recursos da floresta como óleo de copaíba, coleta
de castanha e açaí.
CAÇA E PESCA
Os Ikolen e Karo Rap caçam animais silvestres utilizando técnicas como tocaias, imitação do
som dos animais e rastreamento das pegadas dos animais.
A pesca é realizada com o arco e flecha, que geralmente tem ponta de pupunha ou ponta de
osso de onça, sendo atualmente utilizadas flechas com pontas de metal, arpão, zagaia, linhada,
anzol, tarrafa e malhadeiras.
O uso do timbó é bastante freqüente, em algumas épocas do ano, no verão, sendo utilizadas as
espécies “timbó de cipó” e o de casca de árvore timbaúba ou orelha de macaco (Enterolobium
maximum).
CULTURA MATERIAL
Produzem diversos tipos de artes, como cocar, pulseiras, colares, brincos, anéis, que são confeccionados com côco de tucumã, inajá e ossos de animais; Cestos, paneiros e redes confeccionados com fibras de árvores, palha de babaçu, algodão cru ou cipó.
As mulheres produzem a maior parte do artesanato, sendo que os homens confeccionam a arte
plumária.
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ASSOCIAÇÕES INDÍGENAS
Existem 02 associações representativas dos povos da Terra Indígena Igarapé Lourdes e 01 que
representa várias etnias incluindo os Ikolen e os Karo Rap. Estas organizações promovem a interlocução com a sociedade nacional e internacional na defesa dos direitos indígenas.
1. Associação do Povo Indígena Arara – APIA: é a representante do Povo Arara, aldeias Iterap
e Paygap.
2. Associação do Povo Indígena Gavião – APIG: substituindo a antiga Associação Agrária dos
Povos Indígenas do Igarapé Lourdes – AAPIL. É a representante do Povo Gavião, aldeias Igarapé
Lourdes, Ikolen, Ingazeira, Cacoal, Nova Esperança e Castanheira.
3. PADEREÉHJ: Organização Indígena representante de 11 etnias, inclusive os povos Karo e
Ikolen.
PRESSÃO SOBRE O MEIO AMBIENTE
A retirada ilegal de madeira, a pecuária e a invasão de fazendeiros, caçadores e pescadores são
os principais danos causados à biodiversidade da Terra Indígena Igarapé Lourdes.
SUPERPOSIÇÃO COM A RESERVA
BIOLÓGICA DO JARU
A Terra Indígena Igarapé Lourdes está sobreposta à REBIO Jaru na parte norte compreendendo
a bacia dos igarapés Água Azul, Tarumã e Providência.
MINERAÇÃO
Há ocorrência de cassiterita, laterita manganesifera, rochas graníticas, ouro, manganês.
Existem 10 pedidos de pesquisa de ouro, por empresas mineradoras na terra indígena, sendo 09
feitos pela Mineração Itamaracá Ltda e 01 pela Mineração Acará Ind. e Com. Ltda.
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2. LEVANTAMENTO BIOLÓGICO
VEGETAÇÃO
Na terra indígena ocorrem dois tipos de cobertura vegetal distintas: Floresta Ombrófila Aberta, a mais extensa,
seguida da Floresta Ombrófila Densa, menos extensa. Abaixo a lista de espécies botânicas encontradas nos estudos:
Nome científico
Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso
Família Sapotaceae
Micropholis venulosa
Abiorana Branca
-
-
-
Pouteria sp.
Abiu
Mahv djipivah
-
Comem o fruto
Pouteria guianensis
Abiu Branco
Ma ‘ eg sevaá
Pacangapirucap
Comem o fruto
Pouteria sp.
Abiu Bravo
-
-
-
Pouteria sp.
Abiurana
Borotap/Djurip
Bacangab
-
Ipterega/Dapepepe
Maipchepeap/
-
Pouteria caimito (R.et P.) Pitter Carvãozinho
Tumburichip
Pouteria sp
Guapeba
-
Manilkara bella
Parajú
Ducpcaib
Manilkara surinamensis (Miq) Maçaranduba
-
Macaco e caititu comem fruto
Tacaia
Corén
Fruto vermelho comestível
Eglerodendron paryry
Pariri
-
-
Fruto doce comestível
Pouteria sp
Abiu folha grande
Botaiadaroi
Maivop
-
Ochroma pyramidale Urb.
Algodão Bravo
-
-
-
Eriotheca macrophilla
Imbiruçu
Amboroptapó
Moagá
-
Ceiba pentandra (L.) Gaerth
Samauma
-
-
-
Gen. sp
Sapota Macho
Ebipea
Marimãe
Jabuti e anta comem o fruto
Brosimum parinarioides Ducke.
Amapá
Dabepaacab
-
-
Ficus frondosa
Apuí Amarelo
Agúi
Napeegá
-
Castilloa ulei Warburg.
Caucho
Idigiv
Macoba
Comem o fruto
Bagassa guianensis Aubl.
Garrote
-
-
-
Ficus clusiifolia Schott
Figueira Vermelha
Agój
Napegá
-
Clarisia sp.
Guariuba
Ibotina
-
-
Brosimum paraense
Muirapiranga
-
-
-
Naucleopsis caloneura
Muiratinga
Família Bombacaceae
Família Moraceae
-
-
-
Naucleopsis caloneura ducke Muiratinga
-
-
-
Maquira sclerophylla (Ducke) Muiratinga Folha Fina
-
-
-
C.C.Berg
-
-
-
Maquira guianensis (Aublet) Hub Muiratinga Folha Miuda
-
-
-
Garubuc
Itamp
-
Abixeregá
Amim
Cabo de machado de
Brosimum acutifolium Hub.
Mururé
Pseudolmedia murure Standl. Pama Amarela
pedra (Gavião)
-
-
-
Brosimum guianemsis (Aubl.) Hu Pama Folha Miuda
A bia Pabixihg
-
Comem o fruto
Sorocea guilleminiana Gaud. Pama Fura Fura
Perebea molis
Pama Caucho
-
-
-
Pama Preta
-
-
-
Pama branca
Itãn
Tapibeb
Nambú come muito
Platypodium elegans
Amendoim
-
-
-
Vatairea sp.
Angelim Amargoso
Babepèn
Aeptchan
-
Pseudolmedia faevis
Família Fabaceae
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Nome científico
Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso
Hymenolobium sp.
Angelim Rajado
Bebetia
Epchapparaimp
Passa folha em cachorro
p/ caçar
Diplotropis purpurea (Rich.) Amsh. Coração De Negro
Xuli
-
-
Diplotropis sp.
-
-
-
Vasa kóli kokùhv
Naroeimbí
-
Envira Sangue
Diplotropis purpurea (Rich.) Amsh Sucupira Preta
Família Leguminosae
Andira retusa
Angelim Manteiga
-
-
-
Dinizia excelsa
Angelim Pedra
Babepèn
Maepquin
-
Parkia pendula Benth. ex Walp. Angelim Saia
Ma’eg sara peé
Chapinmuén
-
Piptadenia sp.
Angico
-
-
-
Poeppigia procera Prest
Apijô/Pintadinho
Derebecavip
-
-
Piptadenia macrocarpa
Arapiraca
-
-
-
Schysolobium paraiba
Bandarra
Vasdákaiápé
Ioroberra
-
Miroxylon balsamum Harms Cabriuva/Balsamo
-
Maipcap
-
Torresia acreana
Cerejeira
Akàhv
Maretii
-
Dipterix odorata
Cumaru
Tamucap/Quibe/Tibeb Tiuap/Iuacap
Come a fruta e o caroço
Peltogyne paniculata
Escorrega Macaco
Bétagav
Pureab
Tomam o chá para ficar forte
Vataireopsis cf. iglesiasii
Fava Amarela
-
-
-
Ormosia sp.
Feijão Bravo
-
-
-
Zollernia paraensis
Genipapinho
Ariandãn
-
Passa no corpo para matar
Inga cf. buorgoni (Aubl.) Wild. Inga Branco
Bolirapékir
Japó
Usam o fruto na alimentação
Inga sp.
Ingá
-
-
-
Inga thibaudina DC.
Ingá Vermelho
Nambú
Ivov ápeé
Magupechavepmap -
Hymenaea oblongifolia Hub. Jutaí da Varzea
-
-
Bauhinia sp.
Mororó
Dadak / Itirincabenãn Maepiunhun
-
Erythrina glauca
Mulungu
Barien
Iauãn
Veado come a flor vermelha
Parkia sp.
Orelha de Macaco
Djapabip
Jató
Tamoncaoa
Matopcap
Pterocarpus amazonum Benth. Pau Sangue
Amsh.
-
Jacu, paca e veado comem
o fruto
Schysolobium amazonicum
Pinho Cuiabano
Páxuvàhi
Chatiirá
Utilizam a borracha
Poeppigia procera Prest.
Pintadinho/Apijô
Naricavic
Oarogap
-
Peltogyne sp.
Roxinho
Ivahv
Paramê
Lenha boa
Pterocarpus violaceus
Sangueiro/Sanguineo
Icará
-
-
Vataireopsis speciosa
Sucupira Amarela
-
-
-
Tachigali paniculata Aubl.
Taxi Preto
-
-
-
Sclerolobium goeldianum
Taxi Vermelho
-
-
-
Piptadenia suaveolens Miq.
Angico Branco
Kopéteg
Maipquipe
Lenha boa
Pithecellobium saman Jacq.
Bordão de Velho/
Ibó
Tunachap
-
Família Mimosoideae
Feijão Cru
Piptadenia sp.
Fava Branca
-
-
-
Pithecellobium sawan
Fava Mel
Vaquicuriapé
Djavaveiro
Vagem doce, paca come
Cássia multijuga
Faveira Ferro
-
-
-
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VEGETAÇÃO
Nome científico
Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso
Inga sp.
Inga Ferro
Zápóvápeé
Japó
Comem o fruto
Pithecellobium sp
Ingarana
-
-
-
Minquartia sp.
Aquariquara
-
-
-
Minquatia guianensis
Aquariquara Lisa
-
-
-
-
-
-
Família Olacaceae
Família Caesalpinoideae
Macrolobium acaciaefolium sp. Arapari
Copaifera sp.
Copaiba
-
-
-
Cupaifera reticulata Ducke
Copaiba Angelim
Púluv
Dicontiupe
-
Copaifera multijuga Hyn
Copaiba Marimari
Pêreb
Chocontiapé
-
Apuleia sp.
Garapeira
Pakòhv
Penacai
A casca serve para passar nas
pulseiras e colares para brilhar
Hymeneae stilbocarpa
Jataí
-
-
-
Hymenaea courbaril
Jatoba
Bade
Matê
-
Hymenaea parvifolia Huber
Jutai Mirin
Bade kúv
Itchãn
Comem o fruto
Hymenaea parvifolia Huber
Jutai Cafe
Djugap/Gabiá
Djacurne
Bom para caibro de casa
Martiodendron elatum
Pororoca
Injupepabcaib
Magorainhãn
-
Dialium guianense (Aubl.) Sandw Tamarindo
-
-
-
Sclerolobium tinctorium var. Taxi Branco
-
-
-
Família Annonaceae
Rollinia exsucca (Dun.) DC.
Ata Brava
Andusuap
-
-
Ruizodendon sp.
Envira Branca
-
-
-
Onychopetalum lucidum R. E. Fries Envira Caju
-
-
-
Envira Cascuda
-
-
-
Anaxagorea dalichocarpa Sandw Envira de Porco
-
-
-
Vabev
Maepaoron
Corda de paneiro e construção de casa
-
-
Anona montana
Fusaea longifolia
Envira Quiabo
Ruizodendrn sp.
Imbira Branca/Envira Branca -
Diclinanona sp
Manga de Anta
Bariconib
Sien
-
Duguetia lanceolata
Pindaíba/Envira Vassoura
Pitcham
Narinhâne
-
Euterpe precatoria
Açai
Bihv kúhv
Eu
Utilizam o caule para fazer casa
Bactris gasipaes
Pupunha
D´jobará
Iomit
Usado para fazer artesanato
Luehea speciosa
Açoita Cavalo
Duquip
-
-
Apeiba echinata Gaertn.
Pente de Macaco
Inhauab/Ipep
Mapea/Maipchapporaimp?
Attaleia speciosa
Babacu
Pasav
Matecap
Utilizam a palha para cobrir casa
Oenocarpus bacaba M.
Bacaba
-
-
-
Maximiliana maripa (Correa)
Inajá
Tiri
Machianãn
Usado para artesanato
Astrocarium murumuru Mart. Murmuru
-
-
-
Astrocaryum murumuru Mart. Muru Muru
-
-
-
Família Palmaceae
Família Tiliaceae
Família Arecaceae
28
Oenocarpus bataua Mart.
Patoá
-
-
-
Socratea exomiza Mart.
Paxiubinha
-
-
-
Iriartea deltoidea Ruiz & Pav.
Paxiubão
-
-
-
Nome científico
Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso
Astrocaryum aculeatum G. F. W. Tucumã
Malóhjaá
Oongá
Usado para artesanato
Família Clusiaceae
Platonia insignis Mart.
Bacuri de Anta
-
-
-
Rheedia brasiliensis Mart.
Bacuri Liso
-
-
-
Borirapé torô
Família Mimosaceae
Stryphnodendron guianensis Bajinha/Fava cordão
Javairauú
Veado e paca gostam do fruto
Cedrelinga catenoeformis
Cedro Mara/Cedrorana
Ipibbeu
Coe
-
Parkia pendula
Parica
-
Ainaepipa
-
Sterculia speciosa Schum.
Bolão
Andarun
Mogamoga
-
Theobroma cacao L.
Cacau da Mata
Akóa
Agaia
Fruto comestível semente branca
Arabipquip
-
-
Família Sterculiaceae
Theobroma microcarpum M. Cacaurana Vermelha
Theobroma sp.
Cupuaçu / Cupuí
Aconana
Agaiabapaop
Fruto delicioso comestível
Sterculia pruriens
Xixá da Folha Grande
-
-
-
Sebastiana klotzchiana
Branquilho
Ipcor
Morocoi
-
Ricinus communis
Carrapateiro
-
-
Remédio para dor de barriga
Sagotia racemosa Baill.
Desconhecida
-
-
-
Sapiummarmietti Hub
Leiteira/Burra Leiteira
-
-
-
Acalypha sp.
Maria Preta
Cabanden
Teaip
-
Cróton sp
Marmeleiro
-
-
-
Hevea brasiliensis
Seringueira
Bàra
Chitigá
-
Protium hebetatum D.Daly
Breu Branco
Amberecarcori
Agaiatchá
-
Tetragastriss sp
Breu Folha Fina
Ambereting
Aguaiamã
-
Protium tenuifolium
Breu Manga
Ambereb
Aguaimã
-
Protium paraense Cuatr.
Breu Mescla
Vateabecú
Mantingãn
-
Banara nitida
Cabelo de Cutia
Latio
Matop
-
Cassearia lavitensis Kunth.
Desconhecida
-
-
-
Casearia gossypiosperma
Espeteiro
Betipe
Xereuipe
-
Casearia gossypiospermum
Laranjinha
Mapaia
-
-
Ampelocera ruizii kuhlm.
Cafezinho
Paticap
Nambuchegoá
Come o fruto
Ampelocera edentula Kuhlm
Envira Iodo
Dibenãn
Acabippip
-
Celtis sp
Farinha Seca
Taruabimapea
Pechaveiamapi
Faz tinta com a casca dentro
Família Euphorbiaceae
Família Burseraceae
Família Flacourtiaceae
Família Ulmaceae
da cuia
Periquiteira/Candiuva
Dincariap
Chirãe
-
Poupartia sp
Cajarana
-
-
-
Anacardium giganteum
Caju Açu
-
-
-
Uriti
Choanhá
-
Trema micrantha (l.) Blume
Família Anacardiaceae
Anacardium giganteum Hancock Cajuí
Astronium lecointei Ducke
Gonçaleiro/Gonçalo Alves
Uaraún/Djaracab
Iuabu/Peuiip
-
Astronium lecointei Ducke
Maracatiara
Bojá kùnj
Maipchacotepant
-
29
VEGETAÇÃO
Nome científico
Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso
Família Verbenaceae
Lantana camara L.
Cambará Rosa
Uatacuricuqui
Maeppeonup
-
Vitex triflora Vahl.
Tarumã
Ipquip
-
-
Nectandra magapotamica
Canela Amarela/Bosta
Borarap
Morap
-
Ocotea spixiana
Canela Branca
-
-
-
Aiouea saligna Meissn
Canela Vermelha
-
-
-
Mezilaurus itauba Taub.
Itauba
Zòlov
Itaubacá
-
Ocotea miriantha
Louro Abacate/
Arimenabip
Morot
-
Família Lauraceae
Canela Abacate
Ocotea sp.
Louro Bosta
-
-
-
Ocotea sp.
Louro Branco
Ipetugap
-
-
-
Remédio de cachorro para
Família Rutaceae
Esenbeckia grandiflora Mart.
Canela de Cutia
Metrodorea flavida Krause
Fel de Paca
Mangae
-
Esenbeckia leiocarpa
Guarantã
Dabeap
Carangarap
Cabo de machado
Zanthoxylum rhoifolium
Maminha de Porca
-
-
-
Canela de Velho
Mandic
-
-
Hirtella sp.
Caripé Branco
Gatcharap
Tidiriuai
-
Licania apetala Fritsch
Caripé Vermelho
Gatcharap
Tidiriuai
-
Licania sp.
Macucu Ferro
Amitcherigap
Pemechiepe
-
Hirtella sp.
Macucu Vermelho
Amitcherigap
Pemechiepe
-
Licania kunthiana
Milho Torrado
-
-
-
ficar caçador
Família Violaceae
Rinorea publifora
Família Chrysobalanacea
Família Bignoniaceae
Pecamaãn
Inhangapé
-
Jacaranda copaia (Aubl.)
Caxeta
Alaga
Inhame
-
Tabebuia serratifolia Nichols.
Ipê Amarelo
Zav pé (Vajá ádú)
també
Utilizam a madeira como pilão
Tabebuia impetiginosa
Ipê Roxo
Akabin
Tumbepepê
Serve como pilão
Bertholletia excelsa
Castanheira
Mahv gàhv
Inhagap
Comem o fruto
Gustavia hexapetala (Aubl.)
Desconhecida
-
-
-
Cariniana estrellensis
Jequitiba Rosa/Vermelho
Botenãn
Magorainhãn
Eschweilera grandifolia (Aubl.) Mata Mata Branco/Ripeiro
Mandip
Magueppê
Eschweilera odorata (Poepp.) Miers. Mata Mata Roxo
-
-
Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don. Caroba/ Pará Pará
Família Lecythidaceae
Couratari sp.
Tauari Branco
Uabeb
Maguaranhã
-
Couratari macrosperma
Tauari Vermelho
Dibe
Magorainhãn
A Envira é usada para cobrir casa
Qualea dinizii Ducke
Catuaba
Manamãn
Peop
-
Vochysia vismiifolia
Cedrilho
Uatakcuricuqui
Maepuup
-
Cedro Rosa
Kójà ìhv
Coe
-
Família Vochysiaceae
Família Meliaceae
Cedrela odorata
30
Nome científico
Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso
Guarea pterorhachis Harms.
Desconhecida
-
-
-
Guarea pterorhachis Harms.
Desconhecida
-
-
-
Guarea sp.
Jito-Branco
-
-
-
Guarea sp.
Jitó Branco
-
-
-
Guarea purusana C. D. C.
Jitó Vermelho
-
-
-
Swietenia macrophylla King
Mogno
Nekóahr
Caibê
-
Trichillia sp.
Murici Vermelho
Djókan gav vòhv
Maeptachi
Comem o fruto
Cupiuba
Ipogalhan
Chirãe
-
Desconhecida
-
-
-
Cecropia sp.
Embauba
-
-
-
Cecropia leucoma
Embauba Branca
Barpétapoh
Papapac
Faz corda de arco
Pourouma sp.
Embauba Torem
Apogàhv
Erenin
Animal come fruto. A folha serve
Família Celastraceae
Goupia glabia
Família Rosaceae
Prunus myrtifolia (L.)
Família Cecropiaceae
para passar no arco (Gavião)
Família Boraginaceae
Cordia sp
Freijo
-
-
-
Cordia bicolor
Frejó Branco
-
-
-
Gemadinha
-
-
-
Guanandi
-
-
-
Jaracatiá
Ibógapéa
Cininhã
Usam para fazer mingau de milho
Guapira venosa Lundell
João Mole
Ipsoni
-
-
Neea sp..
João Mole
Ipsoni
-
-
Macucu Roxo
-
-
-
Mirindiba Amarela/
Ipcor
Morocoi
-
Tanimbuca
-
-
-
Mirindiba Roxa
-
-
-
Morototó
Arabip
-
-
Mutamba
-
-
-
Pau Conserva
-
-
-
Pau d’alho
Itone
Maiptcheuap
-
Família Rubiaceae
Guettarda angelica
Família Guttiferae
Symphonia globulifera
Família Caricaceae
Jacaratia spinosa Aubl.
Família Nyctaginaceae
Família Ochnaceae
Ouratea sp.
Família Combretaceae
Terminalia sp.
Buchenavia sp.
-
Família Araliaceae
Didymopanax morototoni
Dcne et Planch
Família Rhmnaceae
Columbrina acreana
Família Proteaceae
Roupala montana
Família Phytolacaceae
Gallesia gorazema Moq.
31
VEGETAÇÃO
Nome científico
Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso
Família Opiliaceae
Agonandra brasiliensis
Pau Marfim
-
-
-
Benth. & Hook
-
-
-
-
Aspidosperma macrocarpon Mart. Peroba
Macapquipe
Maepquip
-
Aspidosperma Populifolium
Peroba Mica
Gorenhãn
Maepchá
-
Geissospermum reticulatum
Quina Quina Amarela
Gáh rúhv
Quina quina
Fazem chá para curar doença
Geissospermum sp.
Quina Quina Branca
Gáh rúhv
Quina quina
Fazem chá para curar doença
Jerimungap
Amãn
-
Icarap
-
-
Icarap
Motopgap
-
Família Apocynaceae
Couma macrocarpa Barb. Rodr. Sorva
Família Myristicaceae
Osteophloeum platyspermum Ucuúba Branca
Mart.
Virola duckei
Virola
ICTIOFAUNA
PEIXES
Durante o inventário de ictiofauna (peixes) foram levantados 5 ordens, 18 famílias e 74 espécies. Algumas das espécies capturadas como o Ramphichthys sp e o Aequidens viridis são consideradas espécies raras e representam fortes
indicadores ambientais de qualidade.
Nome científico
Nome popular
Tupi-Mondé
Rama Rama
Família Serrasalmidae
32
Myleus sp
Pacú
Bolívkábe
Pako
Myleus sp1
-
-
-
Myleus sp2
-
-
-
Myleus cf. micans
-
-
-
Serrasalmus humeralis
Piranha
Iijìhj
Ihyãy
Serrasalmus rhombeus
-
-
-
Serrassalmus natereri
-
-
-
Serrasalmus sp
-
-
-
Serrasalmus sp1
-
-
-
Serrasalmus sp2
-
-
-
Serrasalmus sp3
-
-
-
Serrassalmus aureus
-
-
-
ICTIOFAUNA
PEIXES
Nome científico
Nome popular
Tupi-Mondé
Rama Rama
Serrasalmus spilopleura
-
-
-
Serrasalmus striolatus
-
-
-
Acestrorhyncus falcatus
Cachorrinha
Ipnanut
-
Acestrorhyncus falcirostris
-
-
-
Acestrorhyncus microlepis
-
-
-
Brycon brevicauda
Matrinxã
Zabekit
Yoway Bûk
Brycon pelegrino
-
-
-
Brycon pesu
-
-
-
Brycon sp
-
-
-
Triportheus culter
Sardinha
Dzabe
-
Triportheus elongatus
-
-
-
Triportheus sp
-
-
-
Charax gibbosus
Cachorra
Ipnanut
-
Hydrolicus scomberoides
-
-
-
Hydrolicus sp
-
-
-
Curimata cyprinoides
Branquinha
Ipkaxapótka
Pamã
Curimata hypostoma
-
-
-
Curimata cf. microcephala
-
-
-
Curimata roseni
-
-
-
Erythrinus erythrinus
Jeju
Itiw
-
Hoplerythrinus unitaeniatus
-
Hoplias malabaricus
Traíra
Paro
-
Boulengerella ocellata
Bicuda
Bixàhj
Éme
Boulengerella sp
-
-
Curimatã
Bolov Sóvàh
Parat
Laemolyta taeniata
Piau
Ixàvo
Kokan
Leporinus fasciatus
Piau – Flamengo
-
-
Leporinus desmotes
-
-
-
Leporinus friderici
-
-
-
Leporinus affinis
-
-
-
Leporinus sp
-
-
-
Potamorhina altamazonica
-
-
-
Flexinha/Cruzeiro
Iyarek
-
Cochliodon sp
Bodó/Cascudo
Ijà
Anêya
Hipostomus plecostomus
-
-
-
Família Characidae
Família Cynodontidae
Família Curimatidae
Família Erythrinidae
-
Família Ctnolucidae
Família Prochylodontidae
Prochylodus nigricans
Família Anastomidae
Família Hemiodontidae
Hemiodus immaculatus
Família Loricaridae
33
ICTIOFAUNA
PEIXES
Nome científico
Nome popular
Tupi-Mondé
Rama Rama
Hipostomus sp
-
-
-
Hipostomus sp1
-
-
-
Hipostomus sp2
-
-
-
Hipostomus sp3
-
-
-
Peckoltia vittata
-
-
-
Lasiancystrus scolymus
-
-
-
Loricaria cataphracta
Bodó-cachimbo
-
-
Spatuloricaria evansi
-
-
-
Sturisoma nigrirostum
-
-
-
Sturisoma robustum
-
-
-
Poraquê
Yogo
-
Hemisorubim Platirhyncus
Braço de moça
-
-
Megalonema sp1
Mandi
Ódjìràh
Inã
Pimelodella sp
-
-
-
Pymelodus ornatus
-
-
-
Pseudoplatystoma fasciatum
Surubim
Koran
-
Sorubim lima
Bico de pato
-
-
Cangati
Namãuã
-
Aequidens viridis
Cara
Ixatôwa
-
Retroculus lapidifer
-
-
-
Crenicichla lugubris
Jacundá
-
-
Pachypops sp.1
Corvina
Dábea
-
Pachyurus schomburgkii
-
-
-
Plagioscion squamosissimus
Pescada
-
-
Turvira/ Sarapó
-
-
Ituí
-
-
Arraia
-
-
Família Electroforidae
Electrophorus Eletricus
Família Pymelodidae
Família Auchenipteridae
Tatia sp
Família Cichlidae
Família Sciaenidae
Família Hypopomidae
Hypopomus sp
Família Ramphyctidae
Rhamphichthys sp
Família Potamotrygonidae
Potamotrygon hystrix
34
HERPETOFAUNA
RÉPTEIS E ANFÍBIOS
Foram registradas vinte e três espécies de anuros pertencentes a sete famílias. Hylidae foi a família mais abundante
(09 espécies), seguida de Leptodactylidae (07), Bufonidae (03). Registradas dezenove espécies de serpentes pertencentes as famílias Colubridae (14 espécies), Boidae (03), Viperidae (01) e Elapidae (01).
Nome científico
Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama
Família Aromobatidae
-
-
-
Rhaebo guttatus (Schneider, 1799)
Cururu
I’mádíhn
Mãygarã xu
Rhinella margaritifera (Laurenti, 1768 )
Cururu
I’mádíhn
Mãygarã xu
Rhinella marina (Linnaeus, 1758)
Cururu
I’mádíhn
Mãygarã xu
-
-
Perereca
Góag
Were
Hypsiboas calcaratus (Troschel in Schomburgk, 1848) Perereca
Góag
Were
Hypsiboas fasciatus (Günther, 1859 “1858)
Perereca
Góag
Were
Hypsiboas geographicus (Spix, 1824)
Perereca
Góag
Were
Osteocephalus sp
Perereca
Góag
Were
Osteocephalus taurinus Steindachner, 1862
Perereca
Góag
Were
Phyllomedusa tarsius (Cope, 1868)
Perereca
Góag
Were
Phyllomedusa vaillantii Boulenger, 1882
Perereca
Góag
Were
Scinax ruber (Laurenti, 1768)
Perereca
Góag
Were
Leptodactylus andreae Müller, 1923
Sapo
Koroja
Ûy
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799)
Sapo
Koroja
Ûy
Leptodactylus pentadactylus (Laurenti, 1768)
Sapo
Koroja
Ûy
Leptodactylus petersii (Steindachner, 1864)
Sapo
Koroja
Ûy
Leptodactylus rhodomystax Boulenger, 1884 “1883″ Sapo
Koroja
Ûy
Leptodactylus sp
Sapo
Koroja
Ûy
Pristimantis fenestratus (Steindachner, 1864)
Sapo
Koroja
Ûy
-
-
-
-
-
-
Lagartixa
Kég keg
-
Arthrosaura kockii (Lidth de Jeude, 1904)
-
-
-
Bachia sp
-
-
-
Cercosaura eigenmanni (Griffin, 1917)
-
-
-
Lepossoma sp
-
-
-
Camaleão
Asasó
Ãrarãt
Allobates marchesianus (Melin, 1941)
Família Bufonidae
Família Dendrobatidae
Adelphobates quinquevittatus (Steindachner, 1864) -
Família Hylidae
Hypsiboas boans (Linnaeus, 1758)
Família Leptodactilidae
Família Microhylidae
Elachistocleis ovalis (Schneider, 1799)
Família Ranidae
Lithobates palmipes (Spix, 1824)
Família Gekkonidae
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818)
Família Gymnophthalmidae
Família Iguanidae
Iguana iguana (Linnaeus, 1758)
Família Polychrotidae
35
HERPETOFAUNA
RÉPTEIS E ANFÍBIOS
Nome científico
Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama
Anolis fuscoauratus D’Orbigny, 1837
Calango
Gahverí’gív
Yáo xahwerop
Anolis nitens (Wagler, 1830)
Calango
Gahverí’gív
Yáo xahwerop
Anolis punctatus Daudin, 1802
Calango
Gahverí’gív
Yáo xahwerop
Anolis transversalis Duméril, 1851
Calango
Gahverí’gív
Yáo xahwerop
-
-
-
Coleodactylus amazonicus (Andersson, 1918)
-
-
-
Gonatodes hasemani Griffin, 1917
-
-
-
Gonatodes humeralis (Guichenot, 1855)
-
-
-
Calango verde
Gero
Yáo
Crocodilurus lacertinus — PIANKA & VITT 2003 -
-
-
Kentropyx altamazonica (Cope, 1876)
-
-
-
Kentropyx pelviceps Cope, 1868
-
-
-
Plica plica (Linnaeus, 1758)
Abraça-pau
-
Yóga yóga
Plica umbra (Linnaeus, 1758)
Abraça-pau
-
Yóga yóga
Uranoscodon superciliosus (Linnaeus, 1758)
-
-
-
Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758)
Cobra veadeira
Mamin bòh
-
Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758)
-
-
-
Eunectes murinus (Linnaeus, 1758)
Sucuri
I’mádíhn
Mãygarã xu
Família Scincidae
Mabuya nigropunctata (Spix, 1825)
Família Sphaerodactylidae
Família Teiidae
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758)
Família Tropiduridae
Família Boidae
Família Colubridae
Chironius fuscus (Linnaeus, 1758)
-
Clelia clelia (Daudin, 1803)
Muçurana
Baj pev
maybûk
Dipsas catesbyi (Sentzen, 1796)
Papa lesma
Zavápòh
-
Dipsas indica Laurenti, 1768
Papa lesma
Zavápòh
-
Drepanoides anomalus (Jan, 1863)
-
-
-
Drymarchon corais (Boie, 1827)
-
-
-
Helicops angulatus (Linnaeus, 1758)
-
-
-
Imantodes cenchoa (Linnaeus, 1758)
-
-
-
Leptodeira annulata (Linnaeus, 1758)
-
-
-
Leptophis ahaetulla (Linnaeus, 1758)
-
-
-
Oxybelis aeneus (Wagler, 1824)
Cobra cipó
Tolovírí
Maybûk
Oxyrhopus petola (Linnaeus, 1758)
-
-
-
Siphlophis compressus (Daudin, 1803)
-
-
-
Xenopholis scalaris (Wucherer, 1861)
-
-
-
Coral
Bola kár poh
Wãk wãk
Jararaca
Baj Sapóv Kir (juvenil)
-
-
Família Elapidae
Micrurus surinamensis (Cuvier, 1817)
Família Viperidae
Bothrops atrox (Linnaeus, 1758)
Xúlúg Xúlúg (adulto)
36
Nome científico
Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama
Família Chelidae
Platemys platycephala (Schneider, 1792)
-
-
-
Jabuti
Amóa
Móa
Jacaré-açú
Vavó
Wayo
Família Testudinidae
Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766)
Família Alligatoridae
Melanosuchus niger (Spix, 1825)
Nomes indígenas na língua Tupi-Mondé (povo Ikolen) e Rama Rama (povo Karo) de diversas espécies de répteis e
anfíbios da Terra Indígena Igarapé Lourdes. Tabela elaborada conforme informações repassadas pelos pesquisadores
indígenas utilizando guias de identificação de répteis e anfíbios da Amazônia:
Nome científico
Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama
Eunectes murinus (Linnaeus, 1758)
Sucuri
I’mádíhn
Mãygarã xu
Bothriopsis bilineata (Wied, 1821)
Cobra papagaio
Baj Kóhr
Koro’pe
Corallus caninus (Linnaeus, 1758)
Periquitambóia
Baj Kóhr
-
Bothrops atrox (Linnaeus, 1758)
Jararaca
Baj Sapóv Kir
-
Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) adulto
Jararaca
Xúlúg Xúlúg
-
Lachesis muta (Linnaeus, 1766)
Surucucu
Baj kerev
Ximãran
Crotalus durissus Linnaeus, 1758
Cascavel
Baj kerév
-
Boa constrictor Linnaeus, 1758
Jiboia
Baj pohj
Mãygarã xa
Clelia clelia (Daudin, 1803)
Muçurana
-
-
Atractus sp
Cobra da terra
Bola kár poh
Atõ
Micrurus sp (corais em geral)
Coral
Bola kár poh
Wãk wãk
Clelia clelia (Daudin, 1803) juvenil
Muçurana
Baj pev
maybûk
Oxybelis fulgidus (Daudin, 1803)
Bicuda
Tolovírí
Maybûk
Oxybelis aeneus (Wagler, 1824)
Cobra cipó
Tolovírí
Maybûk
Anolis sp
Calango
Gahverí’gív
Yáo xahwerop
Dipsas indica Laurenti, 1768
Papa lesma
Zavápòh
-
Plica plica (Linnaeus, 1758)
Abraça-pau
-
Yóga yóga
Melanosuchus niger (Spix, 1825)
Jacaré-açú
Vavó
Wayo
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758)
Calango verde
Gero
Yáo
Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758)
Cobra veadeira
Mamin bòh
-
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)
Jabuti
Amóa
Móa
Podocnemis sp
Tartaruga
Ixábéa
Móa
Iguana iguana (Linnaeus, 1758)
Camaleão
Asasó
Ãrarãt
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818)
Lagartixa
Kég keg
-
Amphisbaena fuliginosa Linnaeus, 1758
Cobra cega
Vató káhv
-
Pristimantis sp
Sapo
Koroja
Ûy
Hypsiboas boans (Linnaeus, 1758)
Perereca
Góag
Were
Scinax ruber (Laurenti, 1768)
Perereca
Gálav xídúg
Noron noron
Rhinella sp
Cururu
Talaláh
Mururuy
juvenil (rabo branco)
37
AVIFAUNA
Um total de 288 espécies de aves foram registradas na Terra Indígena Igarapé Lourdes, município de Jí-Paraná
– Rondônia. Essas espécies estão distribuídas em 59 famílias, das quais Thamnophilidae (32), Tyrannidae (27),
Thraupidae (15), Psittacidade (14) e Dendrocolaptidae (13), são as mais representativas quanto à riqueza de espécies.
A avifauna amostrada apresenta vários níveis de endemismos (Haffer, 1985; Haffer, 1990). Das 288 espécies
registradas, 30%(86) são endêmicas da Amazônia, das quais 04 (Pyrrhura perlata, Capito dayi, Rhegmatorhina
hoffmannsi e Lepidothrix nattereri), estão restritas à sub-região zoogeográfica Madeira-Tapajós (Stotz et al., 1996).
Nome científico
Nome popular
Nome Tupi-Mondé
Tinamus tao Temminck, 1815
Azulona
-
Tinamus major (Gmelin, 1789)
inhambu-de-cabeça-vermelha
Vatehr
Crypturellus cinereus (Gmelin, 1789) - EnAM
inhambu-preto
-
Crypturellus soui (Hermann, 1783)
Tururim
-
Crypturellus strigulosus (Temminck, 1815) - EnAM
inhambu-relógio
-
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827)
inhambu-chororó
-
pato-corredor
-
Ortalis guttata (Spix, 1825) - EnAM
Aracuã
Támóh kun
Penelope jacquacu Spix, 1825 - EnAM
jacu-de-spix
Tamóh
Aburria cujubi (Pelzeln, 1858) - EnAM
Cujubi
-
Pauxi tuberosa (Spix, 1825) - EnAM
mutum-cavalo
Vakoj
uru-corcovado
Tokolh
Biguatinga
-
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783)
socó-boi
Bága béh
Butorides striata (Linnaeus, 1758)
Socozinho
-
Ardea alba Linnaeus, 1758
garça-branca-grande
-
Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783)
garça-real
-
Egretta thula (Molina, 1782)
garça-branca-pequena
Paja vuj
coró-coró
-
Cathartes melambrotus Wetmore, 1964 - EnAM
urubu-da-mata
-
Coragyps atratus (Bechstein, 1793)
urubu-de-cabeça-preta
Majakò
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758)
urubu-rei
-
Leptodon cayanensis (Latham, 1790)
gavião-de-cabeça-cinza
-
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758)
gavião-tesoura
-
Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825
Gaviãozinho
-
Harpagus bidentatus (Latham, 1790)
gavião-ripina
-
Família Tinamidae Gray, 1840
Família Anatidae Leach, 1820
Neochen jubata (Spix, 1825)
Família Cracidae Rafinesque, 1815
Família Odontophoridae Gould, 1844
Odontophorus gujanensis (Gmelin, 1789)
Família Anhingidae Reichenbach, 1849
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766)
Família Ardeidae Leach, 1820
Família Threskiornithidae Poche, 1904
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789)
Família Cathartidae Lafresnaye, 1839
Família Accipitridae Vigors, 1824
38
Nome científico
Nome popular
Nome Tupi-Mondé
Accipiter bicolor (Vieillot, 1817)
gavião-bombachinha-grande
-
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788)
Sovi
-
Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788)
gavião-preto
-
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)
gavião-carijó
-
Pseudastur albicollis (Latham, 1790)
gavião-branco
-
Buteo nitidus (Latham, 1790)
gavião-pedrês
-
Harpia harpyja (Linnaeus, 1758)
gavião-real
Ikóló
Spizaetus ornatus (Daudin, 1800)
gavião-de-penacho
-
Daptrius ater Vieillot, 1816 - EnAM
gavião-de-anta
Zè
Ibycter americanus (Boddaert, 1783)
Gralhão
-
Caracara plancus (Miller, 1777)
Caracará
-
Milvago chimachima (Vieillot, 1816)
Carrapateiro
-
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758)
Acauã
Besarav
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817)
falcão-caburé
-
Micrastur mintoni Whittaker, 2002
falcão-críptico
-
Falco rufigularis Daudin, 1800
Cauré
-
pavãozinho-do-pará
Bákálav súhr
jacamim-de-costas-verdes
Tamali
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776)
saracura-três-potes
Xigitohr
Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819)
sanã-parda
Xigir tóhr túg
Picaparra
-
quero-quero
-
maçarico-solitário
-
Jaçanã
-
Columbina talpacoti (Temminck, 1811)
rolinha-roxa
-
Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886)
pararu-azul
Tohr
Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818)
pomba-amargosa
-
Patagioenas subvinacea (Lawrence, 1868)
pomba-botafogo
-
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855
juriti-pupu
-
Geotrygon montana (Linnaeus, 1758)
Pariri
I djòh
Ara ararauna (Linnaeus, 1758)
arara-canindé
Kasalh kihr
Ara macao (Linnaeus, 1758)
Araracanga
-
Ara chloropterus Gray, 1859
arara-vermelha-grande
Kasalh tere
Ara severus (Linnaeus, 1758)
maracanã-guaçu
Géreg géregà
Família Falconidae Leach, 1820
Família Eurypygidae Selby, 1840
Eurypyga helias (Pallas, 1781)
Família Psophiidae Bonaparte, 1831
Psophia viridis Spix, 1825 - EnAM
Família Rallidae Rafinesque, 1815
Família Heliornithidae Gray, 1840
Heliornis fulica (Boddaert, 1783)
Família Charadriidae Leach, 1820
Vanellus chilensis (Molina, 1782)
Família Scolopacidae Rafinesque, 1815
Tringa solitaria Wilson, 1813
Família Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854
Jacana jacana (Linnaeus, 1766)
Família Columbidae Leach, 1820
Família Psittacidae Rafinesque, 1815
39
AVIFAUNA
Nome científico
Nome popular
Nome Tupi-Mondé
Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783)
maracanã-do-buriti
-
Aratinga weddellii (Deville, 1851) - EnAM
periquito-de-cabeça-suja
Gérétihr
Pyrrhura perlata (Spix, 1824) - EnAM
tiriba-de-barriga-vermelha
-
Brotogeris chrysoptera (Linnaeus, 1766)
periquito-de-asa-dourada
Kìhn
Pionites leucogaster (Kuhl, 1820) - EnAM
marianinha-de-cabeça-amarela
-
Pyrilia barrabandi (Kuhl, 1820) - EnAM
curica-de-bochecha-laranja
-
Pionus menstruus (Linnaeus, 1766)
maitaca-de-cabeça-azul
-
Amazona farinosa (Boddaert, 1783)
papagaio-moleiro
-
Amazona ochrocephala (Gmelin, 1788)
papagaio-campeiro
Avalav
Deroptyus accipitrinus (Linnaeus, 1758) - EnAM
Anacã
-
Cigana
Sec sec
Piaya cayana (Linnaeus, 1766)
alma-de-gato
-
Piaya melanogaster (Vieillot, 1817) - EnAM
chincoã-de-bico-vermelho
-
Coccyzus americanus (Linnaeus, 1758)
papa-lagarta-de-asa-vermelha
-
Crotophaga major Gmelin, 1788
anu-coroca
Àjbehv
Crotophaga ani Linnaeus, 1758
anu-preto
-
Tapera naevia (Linnaeus, 1766)
Saci
-
Dromococcyx phasianellus (Spix, 1824)
peixe-frito-verdadeiro
-
coruja-da-igreja
-
Megascops watsonii (Cassin, 1849) - EnAM
corujinha-orelhuda
Po po
Lophostrix cristata (Daudin, 1800)
coruja-de-crista
-
Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790)
Murucututu
-
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788)
Caburé
-
mãe-da-lua
Kalir sahr
Nyctiphrynus ocellatus (Tschudi, 1844)
bacurau-ocelado
-
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789)
Tuju
-
Hydropsalis nigrescens (Cabanis, 1848)
bacurau-de-lajeado
-
Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789)
Bacurau
-
Hydropsalis climacocerca (Tschudi, 1844) - EnAM
Acurana
-
Chaetura brachyura (Jardine, 1846)
andorinhão-de-rabo-curto
-
Tachornis squamata (Cassin, 1853)
andorinhão-do-buriti
-
Glaucis hirsutus (Gmelin, 1788)
balança-rabo-de-bico-torto
-
Threnetes leucurus (Linnaeus, 1766) - EnAM
balança-rabo-de-garganta-preta -
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758)
rabo-branco-rubro
-
Phaethornis philippii (Bourcier, 1847) - EnAM
rabo-branco-amarelo
-
Phaethornis superciliosus (Linnaeus, 1766)
rabo-branco-de-bigodes
Piruhn
Família Opisthocomidae Swainson, 1837
Opisthocomus hoazin (Statius Muller, 1776)
Família Cuculidae Leach, 1820
Família Tytonidae Mathews, 1912
Tyto alba (Scopoli, 1769)
Família Strigidae Leach, 1820
Família Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789)
Família Caprimulgidae Vigors, 1825
Família Apodidae Olphe-Galliard, 1887
Família Trochilidae Vigors, 1825
40
Nome científico
Nome popular
Nome Tupi-Mondé
Campylopterus largipennis (Boddaert, 1783)
asa-de-sabre-cinza
-
Thalurania furcata (Gmelin, 1788)
beija-flor-tesoura-verde
-
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788)
beija-flor-de-garganta-verde
-
Trogon melanurus Swainson, 1838
surucuá-de-cauda-preta
Sálá kuhv
Trogon viridis Linnaeus, 1766
surucuá-grande-de-barriga-amarela Sálá kuhv
Trogon curucui Linnaeus, 1766
surucuá-de-barriga-vermelha
Sálá kuhv
Trogon rufus Gmelin, 1788
surucuá-de-barriga-amarela
-
Trogon collaris Vieillot, 1817
surucuá-de-coleira
Sálá kuhv
Pharomachrus pavoninus (Spix, 1824) - EnAM
surucuá-pavão
-
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766)
martim-pescador-grande
Ixano’ aá
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)
martim-pescador-pequeno
Ixano’ aá
Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766)
martim-pescador-da-mata
Ixano’ aá
Electron platyrhynchum (Leadbeater, 1829)
udu-de-bico-largo
-
Momotus momota (Linnaeus, 1766)
udu-de-coroa-azul
-
Brachygalba lugubris (Swainson, 1838)
ariramba-preta
-
Galbula cyanicollis Cassin, 1851 - EnAM
ariramba-da-mata
I pi’ur pi’ur
Galbula ruficauda Cuvier, 1816
ariramba-de-cauda-ruiva
I pi’ur pi’ur
Galbula dea (Linnaeus, 1758) - EnAM
ariramba-do-paraíso
I pi’ur pi’ur
Jacamerops aureus (Statius Muller, 1776)
jacamaraçu
-
Notharchus hyperrhynchus (Sclater, 1856)
macuru-de-testa-branca
-
Notharchus tectus (Boddaert, 1783)
macuru-pintado
-
Nystalus striolatus (Pelzeln, 1856) - EnAM
rapazinho-estriado
-
Malacoptila rufa (Spix, 1824) - EnAM
barbudo-de-pescoço-ferrugem
Djav karáv
Nonnula rubecula (Spix, 1824)
macuru
-
Monasa nigrifrons (Spix, 1824)
chora-chuva-preto
Tamikunv
Monasa morphoeus (Hahn & Küster, 1823)
chora-chuva-de-cara-branca
Tamikunv
Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782)
urubuzinho
-
capitão-de-cinta
-
Ramphastos tucanus Linnaeus, 1758
tucano-grande-de-papo-branco
Gurav
Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823
tucano-de-bico-preto
Djókáhn
Selenidera gouldii (Natterer, 1837) - EnAM
saripoca-de-gould
Pteroglossus inscriptus Swainson, 1822 - EnAM
araçari-miudinho-de-bico-riscado
Bata súhr
Pteroglossus bitorquatus Vigors, 1826 - EnAM
araçari-de-pescoço-vermelho
-
Picumnus aurifrons Pelzeln, 1870 - EnAM
pica-pau-anão-dourado
Serevá
Melanerpes cruentatus (Boddaert, 1783)
benedito-de-testa-vermelha
Kere’ ùhv
Piculus flavigula (Boddaert, 1783)
pica-pau-bufador
-
Família Trogonidae Lesson, 1828
Família Alcedinidae Rafinesque, 1815
Família Momotidae Gray, 1840
Família Galbulidae Vigors, 1825
Família Bucconidae Horsfield, 1821
Família Capitonidae Bonaparte, 1838
Capito dayi Cherrie, 1916 - EnAM
Família Ramphastidae Vigors, 1825
Família Picidae Leach, 1820
41
AVIFAUNA
Nome científico
Nome popular
Nome Tupi-Mondé
Celeus grammicus (Natterer & Malherbe, 1845) - EnAM picapauzinho-chocolate
-
Celeus elegans (Statius Muller, 1776)
pica-pau-chocolate
-
Celeus torquatus (Boddaert, 1783)
pica-pau-de-coleira
Serev adarov
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766)
pica-pau-de-banda-branca
Serevá adahr vóhv
Campephilus rubricollis (Boddaert, 1783)
pica-pau-de-barriga-vermelha
-
Pygiptila stellaris (Spix, 1825)
choca-cantadora
-
Microrhopias quixensis (Cornalia, 1849)
papa-formiga-de-bando
Indún
Myrmeciza atrothorax (Boddaert, 1783) - EnAM
formigueiro-de-peito-preto
Indún
Epinecrophylla leucophthalma (Pelzeln, 1868) - EnAM
choquinha-de-olho-branco
Piripirpir
Epinecrophylla haematonota (Sclater, 1857)
choquinha-de-garganta-carijó
Piripirpir
Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783) - EnAM
choquinha-miúda
Piripirpir
Myrmotherula hauxwelli (Sclater, 1857) - EnAM
choquinha-de-garganta-clara
Piripirpir
Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817)
choquinha-de-flanco-branco
Piripirpir
Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868 - EnAM
choquinha-de-asa-comprida
-
Thamnomanes saturninus (Pelzeln, 1878)
uirapuru-selado
Kar piúhv
Thamnomanes caesius (Temminck, 1820)
ipecuá
Indún
Dichrozona cincta (Pelzeln, 1868) - EnAM
tovaquinha
Indún
Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822)
chorozinho-de-asa-vermelha
Indún
Sakesphorus luctuosus (Lichtenstein, 1823) - EnAM
choca-d’água
-
Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764)
choca-barrada
Indún
Thamnophilus schistaceus d’Orbigny, 1835 - EnAM
choca-de-olho-vermelho
Indún
Thamnophilus aethiops Sclater, 1858
choca-lisa
Indún
Thamnophilus amazonicus Sclater, 1858 - EnAM
choca-canela
-
Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814)
papa-formiga-barrado
Indún
Sclateria naevia (Gmelin, 1788)
papa-formiga-do-igarapé
-
Schistocichla rufifacies (Hellmayr, 1929) - EnAM
formigueiro-de-cara-ruiva
-
Hypocnemoides maculicauda (Pelzeln, 1868) - EnAM
solta-asa
-
Hylophylax naevius (Gmelin, 1789) - EnAM
guarda-floresta
Indún
Hylophylax punctulatus (Des Murs, 1856) - EnAM
guarda-várzea
-
Myrmoborus leucophrys (Tschudi, 1844) - EnAM
papa-formiga-de-sobrancelha
Í´uhv
Myrmoborus myotherinus (Spix, 1825)
formigueiro-de-cara-preta
Í´uhv
Cercomacra cinerascens (Sclater, 1857) - EnAM
chororó-pocuá
-
Cercomacra nigrescens (Cabanis & Heine, 1859)
chororó-negro
Indún
Hypocnemis subflava Cabanis, 1873
cantador-galego
-
Willisornis poecilinotus (Cabanis, 1847) - EnAM
rendadinho
Indún
Família Thamnophilidae Swainson, 1824
Phlegopsis nigromaculata (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) - EnAM mãe-de-taoca
Xiav kurui
Rhegmatorhina hoffmannsi (Hellmayr, 1907) - EnAM
mãe-de-taoca-papuda
Indún
chupa-dente-de-cinta
-
Grallaria varia (Boddaert, 1783)
tovacuçu
Iririi
Myrmothera campanisona (Hermann, 1783) - EnAM
tovaca-patinho
-
Família Conopophagidae Sclater & Salvin, 1873
Conopophaga aurita (Gmelin, 1789)
Família Grallariidae Sclater & Salvin, 1873
Família Rhinocryptidae Wetmore, 1930 (1837)
42
Nome científico
Nome popular
Nome Tupi-Mondé
Liosceles thoracicus (Sclater, 1865) - EnAM
corneteiro-da-mata
-
Formicarius colma Boddaert, 1783
galinha-do-mato
Mavxilalúhr
Formicarius analis (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837)
pinto-do-mato-de-cara-preta
Mavxilalúhr
Sclerurus mexicanus Sclater, 1857
vira-folha-de-peito-vermelho
Basev pogi
Sclerurus rufigularis Pelzeln, 1868 - EnAM
vira-folha-de-bico-curto
Indún
Sclerurus caudacutus (Vieillot, 1816)
vira-folha-pardo
Indún
Dendrocincla fuliginosa (Vieillot, 1818)
arapaçu-pardo
Indún
Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829) - EnAM
arapaçu-da-taoca
Indún
Deconychura longicauda (Pelzeln, 1868)
arapaçu-rabudo
Indún
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818)
arapaçu-verde
Indún
Glyphorynchus spirurus (Vieillot, 1819)
arapaçu-de-bico-de-cunha
Sérev Túg
Xiphorhynchus elegans (Pelzeln, 1868) - EnAM
arapaçu-elegante
Sereva
Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein, 1820) - EnAM
arapaçu-riscado
Sereva
Xiphorhynchus guttatus (Lichtenstein, 1820) - EnAM
arapaçu-de-garganta-amarela
Sereva
Família Formicariidae Gray, 1840
Família Scleruridae Swainson, 1827
Família Dendrocolaptidae Gray, 1840
Campylorhamphus procurvoides (Lafresnaye, 1850) - EnAM arapaçu-de-bico-curvo
Indún
Dendroplex picus (Gmelin, 1788)
arapaçu-de-bico-branco
Sereva
Nasica longirostris (Vieillot, 1818) - EnAM
arapaçu-de-bico-comprido
-
Dendrexetastes rufigula (Lesson, 1844) - EnAM
arapaçu-galinha
-
Hylexetastes perrotii (Lafresnaye, 1844) - EnAM
arapaçu-de-bico-vermelho
Indún
Xenops minutus (Sparrman, 1788)
bico-virado-miúdo
Indún
Automolus ochrolaemus (Tschudi, 1844)
barranqueiro-camurça
Duj duj
Automolus infuscatus (Sclater, 1856) - EnAM
barranqueiro-pardo
Duj duj
Philydor erythrocercum (Pelzeln, 1859) - EnAM
limpa-folha-de-sobre-ruivo
-
Synallaxis rutilans Temminck, 1823 - EnAM
joão-teneném-castanho
Indún
Synallaxis gujanensis (Gmelin, 1789) - EnAM
joão-teneném-becuá
Indún
Tyranneutes stolzmanni (Hellmayr, 1906) - EnAM
uirapuruzinho
Indún
Pipra rubrocapilla Temminck, 1821
cabeça-encarnada
Kiug
Lepidothrix nattereri (Sclater, 1865) - EnAM
uirapuru-de-chapéu-branco
Kiug
Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766)
tangará-falso
Indún
Onychorhynchus coronatus (Statius Muller, 1776) - EnAM maria-leque
Indún
Terenotriccus erythrurus (Cabanis, 1847)
papa-moscas-uirapuru
Indún
Myiobius barbatus (Gmelin, 1789)
assanhadinho
Indún
Schiffornis amazona (Sclater, 1860)
flautim-da-amazônia
-
Laniocera hypopyrra (Vieillot, 1817)
chorona-cinza
Indún
Tityra cayana (Linnaeus, 1766)
anambé-branco-de-rabo-preto Indún
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818)
caneleiro-preto
Indún
Pachyramphus minor (Lesson, 1830) - EnAM
caneleiro-pequeno
Indún
Família Furnariidae Gray, 1840
Família Pipridae Rafinesque, 1815
Família Tityridae Gray, 1840
Família Cotingidae Bonaparte, 1849
43
AVIFAUNA
Nome científico
Nome popular
Nome Tupi-Mondé
Lipaugus vociferans (Wied, 1820)
cricrió
Tuja
Xipholena punicea (Pallas, 1764) - EnAM
anambé-pompadora
Indún
Cotinga cayana (Linnaeus, 1766) - EnAM
anambé-azul
Indún
Querula purpurata (Statius Muller, 1776)
anambé-una
Indún
Phoenicircus nigricollis Swainson, 1832 - EnAM
saurá-de-pescoço-preto
Indún
Platyrinchus coronatus Sclater, 1858 - EnAM
patinho-de-coroa-dourada
Indún
Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788) - EnAM
patinho-de-coroa-branca
-
Piprites chloris (Temminck, 1822)
papinho-amarelo
Indún
Mionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823)
abre-asa
Indún
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846
cabeçudo
Indún
Corythopis torquatus (Tschudi, 1844) - EnAM
estalador-do-norte
-
Tolmomyias assimilis (Pelzeln, 1868)
bico-chato-da-copa
-
Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski, 1884)
bico-chato-de-cabeça-cinza
-
Todirostrum maculatum (Desmarest, 1806) - EnAM
ferreirinho-estriado
Indún
Hemitriccus minor (Snethlage, 1907) - EnAM
maria-sebinha
Indún
Zimmerius gracilipes (Sclater & Salvin, 1868)
poiaeiro-de-pata-fina
Indún
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)
risadinha
Indún
Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868
guaracava-grande
Indún
Myiopagis gaimardii (d’Orbigny, 1839)
maria-pechim
Indún
Attila spadiceus (Gmelin, 1789)
capitão-de-saíra-amarelo
Indún
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859
irré
Indún
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789)
maria-cavaleira
Indún
Rhytipterna simplex (Lichtenstein, 1823)
vissiá
-
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)
bem-te-vi
Iv xi po’uhr
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766)
neinei
Indún
Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766)
bentevizinho-de-asa-ferrugínea
Indún
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819
suiriri
-
Tyrannus savana Vieillot, 1808
tesourinha
Dagá vuj
Empidonomus varius (Vieillot, 1818)
peitica
Indún
Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831)
guaracavuçu
-
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789)
pitiguari
Indún
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766)
juruviara
Indún
Hylophilus ochraceiceps Sclater, 1860
vite-vite-uirapuru
Indún
Atticora fasciata (Gmelin, 1789) - EnAM
peitoril
Xoli kúv piv
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817)
andorinha-serradora
Indún
Progne chalybea (Gmelin, 1789)
andorinha-doméstica-grande
Xoli kuhv
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783)
andorinha-do-rio
Indún
uirapuru-veado
Indún
Família Incertae sedis
Família Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907
Família Tyrannidae Vigors, 1825
Família Vireonidae Swainson, 1837
Família Hirundinidae Rafinesque, 1815
Família Troglodytidae Swainson, 1831
Microcerculus marginatus (Sclater, 1855)
44
Nome científico
Nome popular
Nome Tupi-Mondé
Troglodytes musculus Naumann, 1823
corruíra
Indún
Campylorhynchus turdinus (Wied, 1831)
catatau
Gav xipo bag
Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838)
garrinchão-pai-avô
Indún
Cyphorhinus arada (Hermann, 1783) - EnAM
uirapuru-verdadeiro
Patitetuia
bico-assovelado
-
Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823
sabiá-da-mata
Hoxihr
Turdus lawrencii Coues, 1880 - EnAM
caraxué-de-bico-amarelo
Hoxihr
Turdus albicollis Vieillot, 1818
sabiá-coleira
Indún
cambacica
Indún
Saltator maximus (Statius Muller, 1776)
tempera-viola
Indún
Saltator coerulescens Vieillot, 1817
sabiá-gongá
-
Lamprospiza melanoleuca (Vieillot, 1817) - EnAM
pipira-de-bico-vermelho
Indún
Ramphocelus carbo (Pallas, 1764)
pipira-vermelha
Indún
Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) - EnAM
tiê-galo
Indún
Lanio surinamus (Linnaeus, 1766) - EnAM
tem-tem-de-topete-ferrugíneo
-
Tangara mexicana (Linnaeus, 1766) - EnAM
saíra-de-bando
Indún
Tangara chilensis (Vigors, 1832) - EnAM
sete-cores-da-amazônia
Indún
Tangara episcopus (Linnaeus, 1766)
sanhaçu-da-amazônia
Paxihr
Tangara palmarum (Wied, 1823)
sanhaçu-do-coqueiro
Paxihr
Tangara cayana (Linnaeus, 1766)
saíra-amarela
Indún
Paroaria gularis (Linnaeus, 1766)
cardeal-da-amazônia
Aro vuhr
Tersina viridis (Illiger, 1811)
saí-andorinha
Indún
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766)
saí-azul
Indún
Cyanerpes caeruleus (Linnaeus, 1758)
saí-de-perna-amarela
Indún
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766)
saíra-de-papo-preto
Indún
Ammodramus aurifrons (Spix, 1825)
cigarrinha-do-campo
Indún
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766)
tiziu
Indún
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823)
baiano
-
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823)
coleirinho
Indún
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766)
curió
Vazer atínij
Arremon taciturnus (Hermann, 1783)
tico-tico-de-bico-preto
Indún
Habia rubica (Vieillot, 1817)
tiê-do-mato-grosso
Indún
Cyanoloxia cyanoides (Lafresnaye, 1847)
azulão-da-amazônia
Kuj kuj
Família Polioptilidae Baird, 1858
Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819
Família Turdidae Rafinesque, 1815
Família Coerebidae d’Orbigny & Lafresnaye, 1838
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)
Thraupidae Cabanis, 1847
Emberizidae Vigors, 1825
Cardinalidae Ridgway, 1901
Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller,
Peters, van Rossem, Van Tyne & Zimmer 1947
Phaeothlypis fulvicauda (Spix, 1825)
pula-pula-de-cauda-avermelhada -
Icteridae Vigors, 1825
Psarocolius viridis (Statius Muller, 1776) - EnAM
japu-verde
Indún
45
AVIFAUNA
Nome científico
Nome popular
Nome Tupi-Mondé
Psarocolius decumanus (Pallas, 1769)
japu
Iraláh
Cacicus cela (Linnaeus, 1758)
xexéu
Barav
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766)
inhapim
Indún
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788)
iraúna-grande
Atáv
Euphonia laniirostris d’Orbigny & Lafresnaye, 1837
gaturamo-de-bico-grosso
Indún
Euphonia xanthogaster Sundevall, 1834
fim-fim-grande
Indún
Fringillidae Leach, 1820
MASTOFAUNA
Foram registradas na Terra Indígena Igarapé Lourdes um total de 171 avistamentos, durante 286,2 km, com um total
de 36 espécies.
46
Nome científico
Nome popular
Nome Tupi-Mondé
Ateles chamek
Macaco-preto
Alimé
Lagothrix lagotricha
Macaco Barrigudo
Alimé Kòhr
Alouatta seniculus
Macaco guariba
Pékó
Callicebus brunneus
Macaco zogue
Mádùhn
Saimiri ustus
Macaco-de-cheiro
Basáj madjig
Pithecia irrorata
Macaco Velho/Parauacú
Basáj kòràh
Cebus apella
Macaco- Prego
Basáj Kàhv
Chiropotes albinasus
Macaco Cuxiú
Basáj pev
Callithrix emiliae
Macaco soim
Djìn gùhv
Dasypus kaplery
Tatu-quinze-quilos
Mazòj
Tamanduá tetradactyla
Tamanduá-Mirim
Xikólía
Mazama americana
Veado Vemelho
Iti
Mazama gouazoupira
Veado Roxo
Iti pev
Pecari tajacu
Caititu
Bebe kór
Tayassu pecari
Porcão/Queixada
Bebe
Dasyprocta fuliginosa
Cutia
Vakin
Sciurius ignitus
Quatipuru roxo
Báj Kír pev
Sciurius spadiceus
Quatipuru vermelho
Báj Kír
3. ETNOZONEAMENTO
TEXTO
Ivaneide Bandeira Cardozo
Alberto Arara
Álvaro Noep Arara
Célio Arara
Cícero Arara
Francisco Arara
Firmino Arara
Marcelo Arara
Mário Arara
Sebastião Arara
Adonias Sebirop da Silva
Afonso Gavião
Amarildo Gavião
Antonio Tapa Gavião
Arnaldo Pabe Gavião
Cena Kere´ap Gavião
Chambete Gavião
Colombo Gavião
Delson Gavião
Digüt Gavião
Emilio Gavião
Iran Gavião
Isabel Gavião
Jonas Gavião
João Gavião
José Gavião
Josias Sebirop da Silva
Rodrigo Gavião
Marcio Gavião
Matilde Gavião
Miguel Gavião
Moisés Seri Gavião
Pitkawa Gavião
Raimundo Gavião
Sebastião Gavião
Valdemar Gavião
47
INTRODUÇÃO
O etnozoneamento é um instrumento de planejamento que vem sendo utilizado na elaboração de Planos de
Gestão Ambiental das terras indígenas por organizações
indígenas, governo e outras instituições que atuam em
terras indígenas, em busca do desenvolvimento sustentável, que respeite e valorize a cultura indígena.
No etnozoneamento da Terra Indígena Igarapé Lourdes,
os Karo e Ikolen buscaram fazer o ordenamento territorial, garantindo a exploração e o manejo dos recursos naturais, recuperação, conservação e preservação
ambiental, proteção das áreas sagradas, resgate de
regiões perdidas pelo avanço dos invasores e valorização cultural.
Os indígenas elaboraram o mapa do etnozoneamento durante a Validação do Diagnóstico Etnoambiental
e para cada zona foram planejadas as ações a serem
desenvolvidas.
Para a elaboração do quadro de zoneamento foram
estabelecidos critérios que fossem de fácil entendimento de todos.
Para a Zona de Proteção Integral foi levada em
consideração a alta riqueza de espécies que necessitam de proteção, até mesmo pelo fato de
algumas delas ocorrerem apenas naquela região
da Terra Indígena Igarapé Lourdes (endemismo).
Outro ponto foi a dificuldade de acesso nestes
locais, aumentando ainda mais a certeza de que não
sofrerá posteriormente nenhuma alteração antrópica.
48
Uma caracterização marcante da área foi a Serra da
Providência ser um divisor de águas e onde estão as
principais nascentes da terra indígena.
Quando delimitada a Zona de Produção, foram utilizados critérios como a localização dos roçados e conseqüentemente todas as áreas que estão sendo utilizadas
para a produção (ao redor das aldeias).
A Zona de Recuperação foi delimitada exclusivamente
pelo fato de ser uma área que necessita de recuperação, por ter sofrido desmatamento pelos invasores,
ou seja, uma área que segundo os índios é digna de
recomposição.
A Zona Sagrada foi caracterizada pela existência de
cemitérios e lugares onde os espíritos habitam.
A Zona de Caça foi caracterizada pelos locais onde
caçam os Karo e Ikolen.
A Zona Primitiva foi caracterizada pelo seu estado de
conservação e por não conter desmatamento, onde as
atividades serão voltadas para a proteção.
A Zona de Resgate teve como critério toda a região
anteriormente ocupada pelos Karo e Ikolen e que ficou
fora da demarcação.
Definidos os critérios, os Karo e Ikolen demarcaram
as áreas de abrangência das 07 zonas, que podem ser
vistas no mapa ao lado.
61”45’
MATO GROSSO
RONDÔNIA
10”15’
do
acha
uM
áo
ran
i-P a
Ri o J
18”15’
61”80’
1
10”30’
10”30’
2
do
cha
á
ran
Pa
Ji-
4
5
6
10
8 9
13
12
11
10”45’
7
10”45’
Rio
ou
Ma
3
15
14
Ji-Paraná
61”45’
Zona de Resgate Karo
Zona de Resgate Ikolen
Zona de Proteção Integral
Zona de Produção
Zona Sagrada
Zona de Recuperação
Zona de Caça Karo
Zona de Caça Ikolen
Zona Primitiva
Aldeias:
1. Aldeia Ingazeira Boeirapé vaá
2. Aldeia Igarapé Lourdes / Posto Indígena FUNAI
3. Aldeia Iterap
4. Aldeia do Pedro Paygap
5. Aldeia Cacoal Akóhvh vaá
6. Aldeia do João Pabir vaá Koró Nova Esperança
7. Aldeia Ikolen 2 / Posto Indígena FUNAI
8. Aldeia Ikolen 1
9. Aldeia Abandonada
10. Aldeia Manikito
11. Aldeia Xibotigih
12. Aldeia Màhvgúveirj
13. Aldeia Padaé
14. Aldeia Uhv
15. Aldeia Zezinho Gaiapaá - Limite da TI
61”80’
Escala 1:100.000’
2
0
2
4
6
8
10
12 Km
Projecão geográfica (Lat/Long)
Datum - SAD 69
LOCALIZAÇÃO
DA ÁREA
Fontes:
Instituto Brasileiro de Geografia - IBGE
Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé
49
NORMAS GERAIS PARA A
TERRA INDÍGENA
3.1 Zona Proteção Integral
3.1.1 Descrição
É aquela onde se preserva os recursos naturais. As atividades humanas são restritas à proteção da natureza
3.1.2 Objetivo Geral
Preservar os recursos naturais.
3.1.3 Objetivos específicos
• Proteger fauna e flora;
• Proteger as nascentes, Serra da Providência;
• Evitar processos erosivos, assoreamento de cursos d´água;
• Proteger áreas de ecossistemas frágeis de grande vulnerabilidade ambiental.
3.1.4 Resultados esperados
• Ecossistemas frágeis protegidos, garantindo a preservação da biodiversidade local.
3.1.5 Indicadores
• Presença abundante de animais;
• Vegetação intacta;
• Águas não contaminadas e abundantes.
• Beleza cênica preservada.
3.1.6 Normas Gerais
• Não é permitido o desmatamento e a presença humana nesta zona.
• A pesquisa só será permitida no caso de não haver a possibilidade de ser realizada em
outros locais.
3.1.7 Atividades
• Realizar vigilância e fiscalização para impedir a entrada de invasores.
50
51
3.2 Zona de Produção
3.2.1 Descrição
É aquela destinada à produção de roças, à localização das aldeias, ao manejo florestal de
uso múltiplo, pesquisa científica e cultural;
3.2.2 Objetivo Geral
É aquela que contém áreas necessárias à administração, manutenção, roças e serviços da
Terra Indígena. Estas áreas são escolhidas e controladas de forma a não conflitarem com
seu caráter natural.
3.2.3 Objetivos específicos
• Sediar residência para funcionários, alojamento para pesquisadores, manutenção e
serviços gerais;
• Sediar postos de fiscalização e indígenas, atendendo todas as atividades indicadas para
estes;
• Controlar acessos para as aldeias e interior da terra indígena;
• Promover o manejo florestal de uso múltiplo e de roçados;
• Desenvolver atividades produtivas.
3.2.4 Resultados esperados
• Residências, Postos de Saúde, Escolas, Centro de Vivência e Postos Indígenas construídos;
• Postos de vigilância funcionando;
• Manejo de uso múltiplo e de roçados sendo desenvolvidos.
52
3.2.5 Indicadores
• Número de roças manejadas;
• Estado de conservação das residências, Postos de Vigilância e Postos Indígenas;
• Número de pessoas que visitaram as aldeias;
• Safra colhida.
3.2.6 Normas Gerais
• A infra-estrutura necessária para as atividades apontadas para esta Zona deverá ser implementada nas aldeias já existentes, e nas demais áreas definidas para os postos de fiscalização;
• A pesquisa só será permitida mediante aprovação dos povos indígenas Karo, Ikolen e
FUNAI.
3.2.7 Atividades
•Valorização cultural;
•Construção de toda infra-estrutura necessária na terra indígena;
•Desenvolvimento de pesquisas;
•Manejo florestal de uso múltiplo;
•Manejo de pesca e animais silvestres;
•Educação ambiental;
•Ecoturismo;
•Extrativismo;
•Manejo de roças;
•Educação formal;
•Atendimento à saúde;
•Lazer.
53
3.3 Zona de recuperação
3.3.1 Descrição
Toda a área desmatada por invasores da terra indígena. Esta deve ser reflorestada com
espécies nativas ou de uso econômico.
3.3.2 Objetivo Geral
Deter a degradação dos recursos e recuperar a área.
3.3.3 Objetivos específicos
Recuperar os ambientes naturais com espécies nativas ou de uso econômico.
3.3.4 Resultados esperados
• Ambientes recuperados;
• Projeto de reflorestamento encaminhado à FUNAI e IBAMA.
3.3.5 Indicadores:
• Número de mudas plantadas;
• Número de áreas recuperadas;
• Número de projetos de reflorestamento desenvolvidos.
3.3.6 Normas Gerais
• Permitido o desenvolvimento de pesquisa voltado para recuperação de áreas degradadas;
• Esses trabalhos serão orientados por projeto específico;
• A pesquisa só será permitida mediante aprovação dos povos indígenas Karo, Ikolen e
FUNAI.
3.3.7 Atividades
• Plantio de mudas nativas;
• Desenvolvimento de pesquisas sobre recuperação de áreas degradadas.
54
3.4 Zona Sagrada
3.4.1 Descrição
É aquela destinada à proteção cultural e espiritual, onde somente os pajés e pessoas por
ele autorizadas têm acesso.
3.4.2 Objetivo Geral
Preservar os ambientes naturais, que são utilizados como áreas sagradas.
3.4.3 Objetivos específicos
• Preservar locais sagrados;
• Valorizar a cultura indígena;
• Preservar os rituais espirituais;
• Resgatar locais sagrados.
3.4.4 Resultados esperados
• Locais sagrados preservados;
• Indígenas realizando rituais sagrados.
3.4.5 Indicadores
• Número de locais sagrados resgatados;
• Número de rituais realizados;
• Locais sagrados preservados;
• Jovens conhecendo rituais sagrados.
3.4.6 Normas Gerais
• Não será permita a presença de nenhuma pessoa nesta Zona, apenas sendo permitada a
entrada do pajé ou de alguém por ele autorizado;
• Não será permitido o desmatamento nesta Zona;
• Serão apoiadas atividades que promovam o conhecimento sobre os rituais sagrados;
• Não será permitida pesquisa nesta zona.
3.4.7 Atividades
• Realização de rituais na zona sagrada pelos pajés;
• Fiscalização e vigilância.
55
3.5 Zona de caça
3.5.1 Descrição
Área onde é permitida a caça, respeitando o período de reprodução dos animais.
3.5.2 Objetivo Geral
Caça de subsistência, desenvolvida de forma controlada.
3.5.3 Objetivos específicos
• Promover o manejo de fauna;
• Respeitar o período reprodutivo;
• Desenvolver pesquisas sobre a fauna;
• Monitoramento da fauna.
3.5.4 Resultados esperados
• Fauna manejada;
• Caça garantida para as gerações futuras;
• Pesquisa de fauna sendo desenvolvida.
3.5.5 Indicadores
• Número de animais caçados;
• Número de pesquisas de fauna desenvolvidas;
• Aumento da presença de animais nesta Zona.
3.5.6 Normas Gerais
• Não será permitida a caça por não indígenas;
• Serão respeitados os períodos reprodutivos;
• Permitido o manejo da fauna;
• Serão apoiadas atividades de pesquisa sobre fauna;
• Não convidar não indígenas para caçar ou pescar na Terra Indígena Igarapé Lourdes.
56
3.6 Zona primitiva
3.6.1 Descrição
É aquela onde não pode haver desmatamento, porém se permite atividades de manejo de
uso múltiplo e de animais.
3.6.2 Objetivo Geral
Conservar o ambiente natural, permitindo o manejo e apoiando as atividades de pesquisa
científica.
3.6.3 Objetivos específicos
• Proteger toda a área dos igarapés Azul, Orquídea e Rio Machado;
• Proteger a fauna e a flora;
• Possibilitar a realização de pesquisas científicas em ambientes mais íntegros;
• Serão permitidas atividades extrativistas.
3.6.4 Resultados esperados
• Região protegida contra a entrada de invasores;
• Cobertura natural e fauna preservada.
3.6.5 Indicadores
• Região sem invasão;
• Número de operações de vigilância e fiscalização realizadas;
• Número de relatórios produzidos;
• Número de inquéritos abertos.
3.6.6 Normas Gerais
• Esta Zona terá fiscalização permanente pelos indígenas e periódica pela FUNAI;
• A fiscalização incluirá, eventualmente, períodos noturnos e será feita de acordo com as
normas estabelecidas pelo Serviço de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente.
• As pesquisas científicas poderão ser autorizadas nesta Zona, mediante aprovação dos
povos indígenas Karo, Ikolen e FUNAI;
• As pesquisas científicas serão realizadas de acordo com as normas da FUNAI e disposições legais vigentes;
• Só será permitida infra-estrutura voltada para a fiscalização;
• A fiscalização e a visitação ocorrerão por meio fluvial e a pé;
• Não será permitida a permanência de espécies exóticas;
• Todo lixo gerado, orgânico ou não, deverá ser removido do local e depositado em locais
oficialmente definidos, por quem o produziu.
3.6.7 Atividades
• Construir Posto de Vigilância no Igarapé Azul com rio Machado;
• Realizar fiscalização de 03 em 03 meses e vigilância permanente.
57
3.7 Zona de Resgate
3.7.1 Descrição
É toda a região de ocupação ancestral que ficou fora dos limites da terra indígena.
3.7.2 Objetivo Geral
Resgatar áreas que ficaram fora da demarcação.
3.7.3 Objetivos específicos
• Anexar à terra indígena áreas que ficaram fora da demarcação;
• Exigir indenização do Governo Federal pelas áreas que ficaram fora da demarcação e
hoje são cidades.
3.7.4 Resultados esperados
• Reserva Biológica do Jaru sendo anexada à Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Decreto de ampliação da terra indígena publicado;
• Povo Indígena Karo e Ikolen indenizado pela perca do território.
3.7.5 Indicadores
• Decreto publicado;
• Indenização recebida.
3.7.6 Normas Gerais
• FUNAI apresentará ao Ministério da Justiça proposta de ampliação da Terra Indígena
Igarapé Lourdes;
• Será feita gestão junto aos órgãos públicos responsáveis, para que os Karo e Ikolen sejam
indenizados;
• FUNAI elaborará proposta de indenização ao povo indígena Karo e Ikolen;
• Desenvolvimento de projetos econômicos ambientalmente sustentáveis na zona de resgate, exceto na parte que incluir a Reserva Biológica do Jaru.
3.7.7 Atividades
• Elaboração de documentos pela FUNAI solicitando a ampliação da terra indígena;
• Elaboração de documentos solicitando a indenização pela área perdida.
58
IMPORTÂNCIA DA TERRA INDÍGENA
A Terra Indígena Igarapé Lourdes localiza-se no Bioma Amazônia. Tal configuração lhe fornece
características climatológicas e fitogeográficas próprias que influenciam na determinação de
suas diversas coberturas vegetais: Floresta Ombrófila Aberta, a mais extensa, seguida da Floresta Ombrófila Densa, menos extensa e floresta de altitude, na região da Serra da Providência,
além de área de ecótono (transição entre tipos de vegetação), apresentando espécies animais e
vegetais raras e incomuns para a região Noroeste do Estado de Rondônia. Nesta também vivem
duas etnias indígenas de diferentes troncos lingüísticos, culturais e sociais.
Assim, entendemos que a Terra Indígena Igarapé Lourdes é representativa e importante para
o Programa Nacional de Áreas Protegidas, por ser Área de Extrema Importância para a Conservação da Natureza, conforme o Projeto “Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação,
Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade da Amazônia Brasileira” do Programa Nacional da Diversidade Biológica - PRONABIO/Ministério do Meio Ambiente, sendo
fundamental para a manutenção dos processos ecológicos e culturais da região, oferecendo
interesse especial do ponto de vista científico, cultural e educativo.
59
4. PLANO DE GESTÃO
TEXTO
Ivaneide Bandeira Cardozo
Adonias Sebirop da Silva
Jonas Gavião
Israel Correa Vale Junior
Afonso Gavião
João Gavião
Ana Paula Albuquerque
Amarildo Gavião
José Gavião
Samuel Vieira Cruz
Antonio Tapa Gavião
Josias Sebirop da Silva
Alberto Arara
Arnaldo Pabe Gavião
Rodrigo Gavião
Álvaro Noep Arara
Cena Kere´ap Gavião
Marcio Gavião
Célio Arara
Chambete Gavião
Matilde Gavião
Cícero Arara
Colombo Gavião
Miguel Gavião
Francisco Arara
Delson Gavião
Moisés Seri Gavião
Firmino Arara
Digüt Gavião
Pitkawa Gavião
Marcelo Arara
Emilio Gavião
Raimundo Gavião
Mário Arara
Iran Gavião
Sebastião Gavião
Sebastião Arara
Isabel Gavião
Valdemar Gavião
60
O PLANO DE GESTÃO
O Plano de Gestão Etnoambiental da Terra Indígena Igarapé Lourdes enfoca a necessidade de
se planejar as ações para a terra indígena em seus vários aspectos: proteção, pesquisa, alternativas econômicas, cultura, saúde, educação e administração.
ASPECTOS INSTITUCIONAIS
A Terra Indígena Igarapé Lourdes é administrada pelo Núcleo de Apoio Local de Ji-Paraná
(NAL), que é subordinado à Administração Executiva Regional de Porto Velho, que responde
diretamente à Administração geral da FUNAI em Brasília.
61
INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS*
* situação encontrada em 2004.
Para suporte ao desenvolvimento das atividades de fiscalização, administração, o Núcleo de Apoio Local Ji-Paraná conta com 01 imóvel de 900m², contendo os mobiliários relacionados no quadro a seguir. A infra-estrutura
necessária a ser construída, está definida no programa de infra-estrutura.
EQUIPAMENTOS NÚCLEO DE APOIO LOCAL
Uso atual
Equipamentos
Observações
Administração
Mesas, cadeiras, armários,
Contém salas do chefe da
aparelhos de ar-condicionado
administração, da fiscalização,
e 06 computadores
do Serviço de Assistência, além
de sanitários feminino e
masculino e copa
Garagem
Com capacidade para 02
veículos
Posto Indígena
01 radiofonia, 01 fogão
Apenas o Posto Indígena Ikolen
tem uma boa estrutura.
62
EQUIPAMENTOS EXISTENTES
Equipamentos Existentes
Quantidades
Automóvel em péssimo estado de conservação
01
Pick up Montana
01
Mesas
08
Cadeiras
12
Radiotransceptor
01
Computadores
06
Motor de popa 25 hp
01
Terminal do SIVAM que não funciona
01
EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS
Equipamentos
Quantidades
GPS
06
Notebook
01
Máquina fotográfica digital
02
Datashow
01
Televisão
02
DVD
02
Aparelhagem de som
01
Barco
02
Motor de popa de 25 hp
02
Veículo traçado 4 x 4
02
Ar condicionado central
01
Cadeira para auditório
100
63
RECURSOS HUMANOS NAL*
* situação encontrada em 2004.
Estão lotados no Núcleo de Apoio Local (NAL) de Ji-Paraná dezessete servidores da FUNAI, incluindo o chefe da
administração, que não possui portaria e acumula o cargo de chefe do Posto Indígena (PIN) Ikolen, os quais são
responsáveis pelo desenvolvimento de todas as atividades administrativas e operacionais. No quadro a seguir estão
sintetizadas as informações sobre o pessoal do NAL:
Nome
Cargo
Formação
Aristodeni Figueiredo de Arruda
Auxiliar de serviços gerais
2º Grau completo
Arlene Amaral de Carvalho
Agente administrativo
Magistério
Arnaldo Rosa Ferreira
Auxiliar de serviços gerais
1º Grau
Catarino Sebirop Gavião
Auxiliar de serviços gerais
Fundamental
Francisco de Assis de Figueiredo
Chefe do PIN Iterap
Técnico em Agropecuária
Ligia Neiva
Assistente técnico de ensino
Assist. técnica de ensino
Mirna Soares Temóteo
Professora de 1º grau
Assist. técnica de ensino
Pedro Parintintin
Auxiliar de serviços gerais
Alfabetizado
Raimundo Castro de Oliveira
Auxiliar de serviços gerais
Alfabetizado
Salete de Araújo Brandão
Auxiliar administrativo
2º grau
Sandro Pinto de Melo
Chefe do PIN Zoró
Técnico em Agropecuária
Tanuzio Gonçalves de Oliveira
Chefe do PIN Rio Branco
Técnico em Agropecuária
Tennesson G. de Oliveira
Chefe do PIN Igarapé Lourdes
Técnico em Agropecuária
Valdevino Temóteo da Cunha
Auxiliar de sertanista
Vicente Batista Filho
Chefe do PIN Ikolen
Técnico em Agropecuária
Vicente Ferreira Lima Filho
Chefe do PIN Cajuí
Técnico em Agropecuária
Jorge Luís Marafiga Leal
Auxiliar de Sertanista
Comunicação e artes – 2º Grau
Fonte: Fundação Nacional do Índio, outubro/2004.
Necessidade de contratar via concurso público:
• 02 servidores para os postos de vigilância que serão construídos;
• 02 auxiliares de serviços gerais;
• 02 motoristas.
Necessidade de criar as seguintes Portarias:
• Chefe do NAL;
• Chefe do Serviço de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente – SPIMA;
• Chefe do Serviço de Assistência – SAS;
• Chefe do Serviço de Administração – SAD.
Necessidade de criar os seguintes FG - Função Gratificada:
• Chefe Financeiro;
• Chefe do Serviço de Atividades Produtivas;
• Chefe de Gabinete.
64
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL*
* situação encontrada em 2004
Dentro da atual estrutura organizacional da FUNAI, a responsabilidade sobre a Terra Indígena
Igarapé Lourdes é da Coordenação Regional da FUNAI de Ji-Paraná, que atuam com técnicos
locais para atender às demandas dos povos indígenas a ela jurisdicionados.
ASSOCIAÇÕES INDÍGENAS*
* situação encontrada em 2004
As associações indígenas APIA – Associação do Povo Indígena Arara, APIG – Associação do Povo
Indígena Gavião e Organização PADEREÉHJ não possuem infra-estrutura e equipamentos para
seu funcionamento, exceto a PADEREÉHJ que tem uma sede, com poucos móveis que estão em
estado razoável de conservação.
Todas as associações necessitam de capacitação técnica em gestão administrativa e financeira,
bem como de apoio ao fortalecimento institucional.
Sem quadro técnico, nem recursos financeiros para pagar pessoal, fica muito difícil manter as
atividades e o funcionamento.
A APIA e APIG precisam ser estruturadas material, financeira e politicamente. A capacitação
para seus quadros tem que envolver desde cursos na área de política indígena e ambiental à
elaboração de projetos, gestão, valorização cultural e administração financeira, entre outros.
Outra necessidade é a de organização dos livros contábeis, atas, e principalmente regularização
junto a Receita Federal, INSS, Secretaria de Fazenda Municipal e outras formalidades para que
possam obter certidões negativas e apresentar projetos às instituições públicas e privadas.
É importante ainda para o fortalecimento das associações indígenas, trabalharem um modelo de
organização que respeite a cultura indígena, e que ao criarem seus organogramas estes possam
refletir a organização social do povo Karo e Ikolen.
65
ENQUADRAMENTO DAS ÁREAS DE
ATUAÇÃO POR PROGRAMAS TEMÁTICOS
O enquadramento das áreas de atuação, espaços específicos de gerenciamento da Terra Indígena, por programas temáticos visa favorecer a execução das ações programadas, facilitando a
visualização do que fazer e onde fazer, dentro das linhas de ação estabelecidas.
Nesta abordagem do planejamento, as ações, associadas aos programas temáticos e às áreas
estratégicas, estão organizadas e apresentadas em forma de planilhas, com orçamento estimado. Nas ações referentes ao quadro de pessoal, não estimamos valores, já que dependem
de concurso público.
As ações gerenciais estão estruturadas por temas:
Proteção, Estudos e Pesquisas, Educação, Regularização Fundiária, Infra-estrutura, Administração, Cooperação Institucional, Saúde, Alternativas Econômicas, Valorização Cultural.
4.1 PROGRAMA DE PROTEÇÃO
4.1.1 Objetivo Geral
O Programa de Proteção abrangerá o acompanhamento dos aspectos ambientais das atividades
desenvolvidas na Terra Indígena Igarapé Lourdes aqui planejadas, especialmente aquelas que
dizem respeito à proteção do território, assim como acompanhamento e avaliação dos efeitos
produzidos por atividades geradoras de impacto.
4.1.2 Objetivos Específicos
• Proteger os limites e o interior da Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Proporcionar meios para a vigilância e fiscalização da Terra Indígena Igarapé Lourdes.
4.1.3 Resultados Esperados
• Terra Indígena Igarapé Lourdes protegida;
• Postos de Vigilância construídos;
• Funcionários e indígenas atuando na defesa da terra indígena.
4.1.4 Indicadores
• Banco de dados contendo informações sobre ações de proteção;
• Número de parcerias realizadas com outras organizações nas ações de proteção;
• Número de cursos de treinamento e capacitação para indígenas e aqueles que trabalham na
terra indígena;
• Número de funcionários e indígenas capacitados.
66
4.1.5 Atividades e Normas
• Planejar as ações de vigilância e fiscalização;
• Solicitar ao setor de proteção do patrimônio indígena da FUNAI em Brasília apoio para a
proteção;
• Monitorar os impactos causados pela estrada que atravessa a terra indígena;
• Monitorar impactos sobre a fauna e flora.
4.1.6 Ações Gerenciais Gerais Internas: detalhar e implementar o
sistema de proteção da Terra Indígena.
• Sistematizar rotinas de vigilância e fiscalização para controle e proteção do interior da Terra
Indígena e dos seus limites. Elaborar Manual de Procedimentos;
• Estabelecer as principais rotas de vigilância e fiscalização e identificá-las em mapa específico,
incluindo as regiões de maior pressão;
• Elaborar mensalmente a rotina de vigilância e fiscalização, definindo responsáveis, escalas
mais adequadas, logística necessária e locais prioritários;
• Adotar estratégias de vigilância e de fiscalização integradas e complementares, abrangendo a
REBIO JARU juntamente com o IBAMA, o Batalhão de Polícia Florestal e a FUNAI, envolvendo,
quando possível, ONGs e comunidade;
• Organizar estratégia de destinação de equipamentos apreendidos;
• Implementar um sistema de atendimento às denúncias;
• Relatar e sistematizar as informações obtidas na fiscalização;
• Sistematizar os relatórios apresentados pelos fiscais e vigilantes indígenas;
• Incorporar os dados sistematizados ao banco de dados da Terra Indígena;
• Operacionalizar 2 bases para dar apoio à vigilância e fiscalização: 01 na entrada que dá
acesso à Terra Indígena , 01 no rio Machado com o igarapé Azul;
• Dotar o Sistema de Proteção com os equipamentos e materiais necessários;
• Georreferenciar os pontos de interesse levantados e as fotografias;
• Treinar e capacitar o pessoal envolvido com a fiscalização e a vigilância;
• Identificar os limites da Terra Indígena nas áreas de acesso não permitido;
• Colocar placas e marcos nos limites;
• Formalizar e reforçar parcerias com órgãos públicos, tais como Polícia Militar e Batalhão Ambiental, Polícia Federal, FUNAI, SEDAM, Ministério Público e com ONGs ambientais e locais,
para auxiliar na vigilância e fiscalização;
• Reflorestar a mata ciliar;
• Promover ações de educação socioambiental e de alternativas sustentáveis para a população
do entorno;
• Encaminhar mapas da terra indígena para os órgãos públicos;
• Adquirir mapoteca;
• Adquirir livros sobre legislação;
• Manutenção das operações de vigilância e fiscalização.
67
4.2 PROGRAMA DE ESTUDOS E PESQUISAS
4.2.1 Objetivo Geral
Desenvolvimento de pesquisas científicas.
4.2.2 Objetivos Específicos
• Desenvolver pesquisas sobre os recursos hídricos, fauna, flora, recursos minerais e cultura
indígena;
• Criar banco de dados sobre a terra indígena;
• Promover intercâmbio com instituições e ONGs;
• Realizar convênios e termos de cooperação técnica com instituições que queiram desenvolver pesquisa na Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Apoiar pesquisas que valorizem a cultura indígena;
• Capacitar indígenas e aqueles que trabalham na Terra Indígena Igarapé Lourdes nas mais
diversas áreas de pesquisa;
• Desenvolver um Programa de Educação Ambiental.
4.2.3 Resultados Esperados
• Pesquisas indicadas no Diagnóstico sendo realizadas na Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Indígenas capacitados para participarem de estudos e pesquisas;
• Indígenas participando no desenvolvimento de pesquisas das mais diversas áreas temáticas;
• Funcionários da FUNAI capacitados para acompanharem pesquisadores;
• Banco de dados formados e disponíveis para apoio a pesquisa.
4.2.4 Indicadores
• Número de pesquisas realizadas;
• Número de pedido de pesquisa na Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Número de indígenas capacitados;
• Número de funcionários capacitados;
• Banco de dados funcionando.
4.2.5 Atividades e Normas
• Desenvolver pesquisas na Terra Indígena Igarapé Lourdes nas mais diversas áreas temáticas;
• Pesquisadores tem que encaminhar pedido de autorização de pesquisa ao povo indígena e à
FUNAI, contendo o projeto, seu curriculum, e um resumo executivo do projeto;
• Antes de ser dada autorização à pesquisa, o pesquisador deve realizar reunião com indígenas
e FUNAI, para explicar de forma clara e simples do que se trata a pesquisa;
• Deve ser definido pelos povos indígenas Karo e Ikolen como se dará a repartição de benefícios oriundos de pesquisa;
• No caso de capacitação as comunidades devem indicar quem irá participar e como se dará o
retorno destes conhecimentos para os beneficiários.
4.2.6 Ações Gerenciais Gerais Internas
• Implantar um sistema permanente de fomento à pesquisa científica na Terra Indígena, por
meio de convênios e acordos de cooperação com universidades e instituições de pesquisa, no
âmbito regional, nacional e internacional;
68
• Divulgar a Terra Indígena como área propícia para pesquisas sobre o Bioma Amazônia, inclusive pesquisas de longa duração;
• Fornecer infra-estrutura e apoio logístico aos pesquisadores previamente autorizados pelos
indígenas e FUNAI, também facilitando o seu deslocamento na Terra Indígena e na região;
• Criar estratégias para que os pesquisadores da área da Terra Indígena compreendam a importância dos resultados do seu trabalho para a tomada de decisões de manejo e contribuam
diretamente com alguns programas;
• Solicitar o apoio e a participação dos pesquisadores no planejamento do monitoramento
(desenvolvimento de metodologias, fornecimento de dados, etc), nos programas educativos
(palestras, cursos, material impresso, dados para interpretação, etc) e na divulgação científica
(palestras, conteúdo para mídia de divulgação científica, etc);
• Solicitar que, além dos relatórios de praxe, os pesquisadores e/ou instituições também disponibilizem um resumo executivo da pesquisa realizada, em linguagem simples, para ser utilizado em programas de divulgação e de educação e informação ambiental para visitantes e
comunidades do entorno;
• Promover oficinas e outros encontros abertos, com a participação dos pesquisadores, para a
apresentação da produção científica;
• Realizar treinamentos específicos, visando inserir as comunidades como parceiras nas atividades de campo;
• Organizar expedições para o reconhecimento de campo das áreas remotas da Terra Indígena,
ainda não conhecidas;
• Incorporar ao banco de dados da Terra Indígena as pesquisas e seus resultados, com sistema
que permita identificar as lacunas do conhecimento, importantes para o cumprimento dos objetivos específicos definidos para a Terra Indígena;
• Disponibilizar para os pesquisadores todos os dados existentes sobre a Terra Indígena e a
região que possam ser importantes para o desenvolvimento dos projetos;
• Incentivar o desenvolvimento das linhas de pesquisa, definidas durante o planejamento do
presente documento;
• Implantar um sistema permanente de monitoramento ambiental da Terra Indígena por meio
de convênios e acordos de cooperação com universidades e instituições de pesquisa;
• Planejar, implementar e coordenar o Sistema de Informações Georreferenciadas (SIG) da
Terra Indígena;
• Incorporar no Banco de Dados as informações obtidas no programa de monitoramento e
nos demais programas (proteção e manejo, pesquisa, educação, etc), mantendo um Banco de
dados único;
• Propiciar cursos de treinamento para o pessoal destinado a efetuar a coleta de dados para o
monitoramento;
• Monitorar a regeneração natural da área desmatada, conforme o etnozoneamento;
• Registrar todos os avistamentos (observação direta) de espécies da fauna;
• Monitorar o comportamento do público participante dos programas educativos e a sua aceitação das atividades propostas;
• Incorporar os registros e demais resultados do monitoramento ao banco de dados da Terra
Indígena;
• Desenvolver pesquisa sobre os recursos hídricos;
• Desenvolver pesquisas sobre os recursos minerários;
• Ampliar a pesquisa sobre manejo de quelônios;
• Ampliar a pesquisa sobre peixes da região;
• Publicar cartilha sobre fauna da terra indígena;
• Desenvolver pesquisa sobre pequenos mamíferos e entomologia.
69
4.3 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
O Programa de Educação visa atender às necessidades de educação formal e ambiental, que
respeite a diversidade cultural, valorizando a cultura dos Karo e Ikolen e a língua materna Tupi
Mondé e Rama Rama.
4.3.1 Objetivo Geral
Melhorar o atendimento à educação na terra indígena Igarapé Lourdes.
4.3.2 Objetivos Específicos
• Introduzir no Programa Curricular da Secretaria de Educação (SEDUC) as informações contidas no Diagnóstico Etnoambiental Participativo da Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Valorizar a cultura dos povos indígena Karo e Ikolen;
• Desenvolver um Programa de Educação Ambiental para a terra indígena;
• Capacitar indígenas, funcionários da FUNAI e servidores de outras instituições para atuarem
em apoio à valorização da cultura indígena;
• Avaliar o desenvolvimento do Projeto Açaí;
• Garantir a contratação de professores indígenas e não indígenas, com salários compatíveis
com os pagos aos professores da Rede Pública de Ensino.
4.3.3 Resultados Esperados
• Aulas ministradas nas escolas das aldeias, contendo informações levantadas pelo Diagnóstico;
• Indígenas Karo e Ikolen realizando festividades e rituais indígenas;
• Programa de Educação Ambiental sendo desenvolvido na Terra Indígena;
• Projeto Açaí melhorado;
• Professores indígenas e não indígenas atuando nas escolas indígenas.
4.3.4 Indicadores
• Programa de Educação Ambiental elaborado e sendo implementado;
• Número de professores contratados;
• Número de escolas funcionando;
• Projeto Açaí reestruturado;
• Número de rituais e festividades indígenas realizados pelos Karo e Ikolen;
• Número de atividades de Educação Ambiental realizadas.
4.3.5 Atividades e Normas
• O programa de Educação Ambiental deve ser elaborado por indígenas e colaboradores que
detenham conhecimento sobre o tema;
• O Projeto Açaí deve ser avaliado pelos indígenas em conjunto com os professores, sendo suas
avaliações encaminhadas para a SEDUC, que deverá incorporar seus resultados ao Projeto;
• Ao elaborarem o projeto de construção das escolas na terra indígena, este deverá respeitar a
arquitetura Karo e Ikolen, garantindo ainda que o material usado nas construções seja durável.
70
• As escolas devem conter biblioteca, salas de aula, cozinha, refeitório, sala de audiovisual,
auditório, sala de professores, sala de diretoria, laboratório, pátio interno, quadras de esportes,
sala de informática, banheiros feminino e masculino;
• A construção do Centro de Vivência deve respeitar a arquitetura indígena;
• Os professores não indígenas a serem lotados nas aldeias devem ter conhecimento sobre a
cultura indígena;
• Antes dos professores não indígenas serem lotados nas aldeias, devem passar por uma capacitação sobre antropologia, indigenismo, receberem todas as informações disponíveis sobre os
povos indígenas Karo e Ikolen;
• Os professores não indígenas devem aprender a falar a língua Tupi Mondé e Rama Rama;
• O ensino na sala de aula deve ser bilíngüe;
• Ao realizar festividades os professores devem valorizar a cultura indígena, apoio à realização
de seus rituais;
• Deverá ser publicado material didático sobre a terra indígena Igarapé Lourdes e os povos Karo
e Ikolen;
• As construções das casas de professores devem respeitar a cultura indígena;
• Deverá ser ensinada nas salas de aulas legislação indígena;
• O setor de Educação da SEDUC e SEMED deve atuar em acordo com a FUNAI e os povos
indígenas;
• Na aquisição de livros para biblioteca, deve-se dar especial atenção à aquisição de literatura
sobre povos indígenas;
• Durante a avaliação do programa de educação, recomenda-se que sejam convidados pesquisadores e outros indivíduos que atuem na questão indígena;
• Ao se conseguir o Ponto de Cultura, deve-se apresentar projeto ao MEC para capacitação de
indígenas;
• Deve-se fazer todos os esforços para realização de cursos, palestras, seminários que tratem e
valorizem a cultura indígena;
• Ao trabalhar com o entorno da Terra Indígena deve-se buscar um bom entrosamento com
os moradores e fornecer informação, legislação, mapas e literatura que tratem da questão indígena, e de preferência que ajudem no conhecimento sobre o povo Karo e Ikolen;
• A valorização do conhecimento dos indígenas é fundamental para a sobrevivência da cultura
dos Karo e Ikolen.
4.3.6 Ações Gerenciais Gerais Internas
• Dotar a TI de uma base de apoio ao programa de educação e um local apropriado - Centro
de Visitantes - para recepcionar e reunir grupos de pessoas participantes das atividades de educação (Lourdes e Iterap);
• Agregar os dados do diagnóstico com o material didático utilizado na educação formal (etnobotânica, etno-geografia, etno-fauna, etno-história);
• Publicar o material produzido no diagnóstico;
• Material produzido no diagnóstico sendo estudado em sala de aula;
• Organizar o calendário e os programas de visitação para as escolas da região e programas
especiais de visitação orientada para a comunidade do entorno, lideranças e formadores de
opinião.
71
4.3 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
• Elaborar um calendário de ocorrências naturais (eventos biológicos) a serem observadas pelos
indígenas, tais como, piracema, floração e frutificação de espécies arbóreas;
• Capacitar funcionários da Terra Indígena e outros parceiros interessados para o monitoramento de impactos: conduta de mínimo impacto, relações humanas, e outras temáticas correlacionadas à recepção e condução de visitantes para que atuem nas atividades de educação
ambiental;
• Avaliar periodicamente o andamento e os resultados alcançados com as atividades da educação formal;
• Produzir um calendário escolar nas línguas Tupi Mondé e Rama Rama;
• Construir bibliotecas nos Postos Indígenas Lourdes e Iterap e no Núcleo de Apoio Local
Ji-Paraná;
• Adquirir livros para as bibliotecas, principalmente livros sobre povos indígenas;
• Desenvolver projetos com mulheres indígenas.
4.4 PROGRAMA DE
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
O Programa de Regularização Fundiária buscar regularizar os problemas de limites da terra
indígena.
4.4.1 Objetivo Geral
Ampliação dos limites da Terra Indígena Igarapé Lourdes.
4.4.2 Objetivos Específicos
• Anexar a Reserva Biológica do Jaru à Terra Indígena;
• Povo Ikolen e Karo receberem indenização pelas áreas que ficaram fora da demarcação;
• Solucionar os problemas de fechamento de coordenadas no Memorial Discritivo.
4.4.3 Resultados Esperados
• Terra indígena com os limites ampliados;
• Memorial descritivo publicado;
• Povos Karo e Ikolen indenizados.
4.4.4 Indicadores
• Decreto de ampliação dos limites;
• Indenização paga aos povos indígenas.
72
4.4.5 Atividades e Normas
• Núcleo de Apoio Local Ji-Paraná solicitará a formação de Grupo de Trabalho para elaborar a
proposta de ampliação dos limites da terra indígena;
• Proposta de ampliação será encaminhada ao Presidente da FUNAI;
• Núcleo de Apoio Local Ji-Paraná encaminhará ao Ministério da Justiça pedido de indenização
aos povos Karo e Ikolen pela área perdida durante a demarcação;
• Povo Indígena Karo e Ikolen elaborarão proposta de como será aplicado os recursos da indenização em favor de toda comunidade;
• Reaviventar os limites da terra indígena em conjunto com as associações indígenas;
• Divulgar no entorno da terra indígena seus limites e a legislação em vigor.
4.4.6 Ações Gerenciais Gerais Internas
• Reaviventar os limites da Terra Indígena;
• Solucionar o problema da sobreposição da Terra Indígena e da REBIO Jaru;
• Anexar a REBIO Jaru à Terra Indígena;
• Funai exigir indenização pelas áreas de ocupação indígena que ficaram fora da demarcação
(zona resgate);
• Solucionar os problemas do memorial descritivo da Terra Indígena.
4.5 PROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA
Este subprograma trata dos meios que viabilizam o funcionamento da terra indígena e do
Núcleo de Apoio Local (NAL) de Ji-Paraná, indicando a manutenção da infra-estrutura existente
e a necessidade de construir novas estruturas no interior da Terra Indígena e no NAL.
4.5.1 Objetivo Geral
Garantir a infra-estrutura necessária para o perfeito funcionamento do NAL e da Terra Indígena.
4.5.2 Objetivos Específicos
• Dotar e manter a infra-estrutura da Terra Indígena de forma apropriada ao atendimento da
educação, saúde, valorização da cultura e desenvolvimento das atividades produtivas;
• Dotar a Terra Indígena dos postos de vigilância necessários para o desenvolvimento das ações
de proteção.
4.5.3 Resultados Esperados
• Terra Indígena com a infra-estrutura necessária construída;
• Postos de fiscalização funcionando.
73
4.5 PROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA
4.5.4 Indicadores
• Equipamentos e instalações construídas (100%);
• Postos de Saúde, Casa de enfermeiros, Casa do chefe de Posto, Casa do Rádio, Casa da Copaíba e Casas de Farinha construídos (100%).
4.5.5 Atividades e Normas
• Elaborar projetos arquitetônicos respeitando a cultura indígena;
• Adquirir equipamentos propostos no Programa;
• Buscar recursos junto à FUNAI e outras entidades para garantir as construções, aquisição e
manutenção dos equipamentos.
4.5.6 Ações Gerenciais Gerais Internas
• Viabilizar a construção de 02 Postos Indígenas de Vigilância e equipá-los com veículos, barcos,
motores, mobiliário e utensílios domésticos;
• Viabilizar a construção de Postos de Saúde, Casa de enfermeiros, Casa do chefe de Posto,
Casa do Rádio, Casa da Copaíba e Casas de Farinha, dotando todas com os equipamentos
necessários para seu devido funcionamento;
• Viabilizar a construção de Escolas Pólo;
• Construção de curral e Casa e trânsito na aldeia Paygap;
• Melhoria das vias de acesso, reestruturação da rede elétrica, telefonia rural;
• Viabilizar, juntamente com os demais órgãos responsáveis, a implantação do Sistema de
Sinalização nas áreas de acesso a Terra Indígena;
• Perfurar poços artesianos e canalizar água para as casas da aldeia;
• Construir privadas em locais apropriados;
• Implantação de uma farmácia contendo a medicação necessária e atendimento odontológico.
74
4.6 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO
Este subprograma trata dos meios que viabilizam o funcionamento administrativo daTerra Indígena.
4.6.1 Objetivo Geral
Garantir o funcionamento da Terra Indígena, abordando a necessidade de capacitação, ampliação do quadro de pessoal e manutenção das atividades administrativas.
4.6.2 Objetivos Específicos
• Assegurar o bom funcionamento da Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Dotar e manter a infra-estrutura da Terra Indígena de forma apropriada ao atendimento de
suas necessidades;
• Manutenção da infra-estrutura da Terra Indígena e Núcleo de Apoio Local;
• Capacitar funcionários e indígenas para a boa administração da Terra Indígena Igarapé
Lourdes.
4.6.3 Resultados Esperados
• Terra Indígena funcionando adequadamente;
• Quadro funcional preenchido e pessoal capacitado;
• Recursos financeiros suficientes para sua demanda;
• Planejamento da Terra Indígena Igarapé Lourdes avaliado e ajustado anualmente.
4.6.4 Indicadores
• Quadro funcional preenchido em pelo menos 80% até o terceiro ano de execução do Plano
de Gestão;
• 100% dos equipamentos e instalações em boas condições de operação e uso;
• Nº de cursos de treinamento e capacitação.
4.6.5 Atividades e Normas
• Complementar o quadro funcional de modo a atender as necessidades da Terra Indígena;
• Fazer gestão junto à FUNAI Brasília para dispor de Portaria de: chefe do NAL, chefe do
Serviço de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente-SPIMA, chefe do Serviço de Assistência –
SAS, chefe do Serviço de Administração – SAD; e das funções gratificadas: chefe do Financeiro,
chefe do Serviço de Atividades Produtivas, chefe de Gabinete;
• Normas e legislação da Terra Indígena sendo executada.
75
4.6 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO
4.6.6 Ações Gerenciais Gerais Internas
• Compor o quadro de pessoal para atender à demanda estabelecida da Terra Indígena;
• Fazer gestão junto à administração FUNAI Brasília para atender à demanda existente no
quadro de pessoal;
• Estabelecer a organização administrativa da Terra Indígena garantindo a participação das associações e indígenas indicados pela comunidade;
• Capacitar o quadro funcional da FUNAI e das associações indígenas em suas diversas atividades (proteção, apoio à pesquisa e monitoramento, educação ambiental, administração, entre
outros) e promover cursos de atualização;
• Promover cursos de Primeiros Socorros para todos os servidores da Terra Indígena Igarapé
Lourdes e indígenas indicados pelas comunidades;
• Providenciar revisão e manutenção periódicas das instalações e equipamentos, materiais e
vias internas da Terra Indígena;
• Planejar e implantar estratégia de captação e investimento de recursos, a partir da identificação
e articulação com fontes potenciais de financiamento/investimento, nacionais e internacionais;
• Promover a integração da gestão da Terra Indígena e demais áreas protegidas;
• Promover cursos de capacitação em gestão administrativo-financeira e vigilância.
4.7 PROGRAMA DE COOPERAÇÃO
INSTITUCIONAL
4.7.1 Objetivo Geral
O Programa de Cooperação Institucional visa promover articulação entre os diversos órgãos
governamentais, entidades não governamentais e associações indígenas para a garantir a implementação do Plano de Gestão da Terra Indígena Igarapé Lourdes.
4.7.2 Objetivos Específicos
• Desenvolver a articulação entre diversas instituições governamentais e não governamentais
para garantir apoio à implementação do Plano de Gestão da Terra Indígena Igarapé Lourdes.
• Garantir no orçamento da FUNAI, SEDUC, SEMED e Prefeituras de Ji-Paraná e Rondolândia
recursos financeiros para desenvolvimentos das ações propostas no Plano de Gestão.
4.7.3 Resultados Esperados
• Convênios e Termos de Parcerias assinados;
• Plano de Gestão implementado.
76
4.7.4 Indicadores
•Número de convênios e termos de parcerias assinados;
•Porcentagem das ações propostas no Plano de Gestão executadas.
4.7.5 Atividades e Normas
• FUNAI e Associações Indígenas buscando parceiros para implementar o Plano de Gestão;
• Associações Indígenas e FUNAI elaborando projetos para serem desenvolvidos na Terra Indígena;
• Organizações não governamentais convidadas pelos indígenas e FUNAI executando projetos
na Terra Indígena.
• Os termos de parcerias e convênio só serão assinados com anuência por escrito dos representantes dos povos indígenas Karo e Ikolen;
• Os projetos para implantação do Plano de Gestão deverão ser elaborados em conjunto com
os povos indígenas;
• As relações interinstitucionais devem ser formalizadas legalmente entre povos indígenas,
FUNAI e a entidade conveniada;
• Qualquer entidade que se dispuser a trabalhar na Terra Indígena tem que ter o projeto elaborado em conjunto com os povos indígenas;
• Não será permitida a entrada de entidades ou organizações que não tenham autorização por
escrito dos indígenas e anuência da FUNAI;
• Deve-se cumprir a lei vigente que regulamenta a entrada de pessoas ou entidades em terras
indígenas.
4.7.6 Ações Gerenciais Gerais Internas
• Operacionalizar a relação da Terra Indígena com o Programa Demonstrativo de Povos Indígenas (PDPI);
• Promover Termos de Parceria e Cooperação com ONGs, Universidades e Órgãos Públicos
para desenvolver os programas propostos;
• Articular com câmaras municipais, prefeituras, associações comunitárias de entorno e outras
parcerias, o apoio e o fortalecimento da gestão da Terra Indígena;
• Buscar parcerias com universidades e instituções de pesquisa para o desenvolvimento de
pesquisas nas linhas prioritárias definidas neste documento, discutir a definição de outras linhas
de pesquisa relevantes e viabilizar estágios para estudantes;
• Buscar parcerias com ONG’s ambientalistas e locais, bem como universidades, visando o
planejamento e implantação do Programa de Educação Ambiental;
• Articular a realização de intercâmbio ou troca de experiências com instituições governamentais e não-governamentais atuantes em áreas naturais protegidas nacionais e internacionais,
preferencialmente as que tenham particularidades ou problemáticas correspondentes às da
Terra Indígena;
• Estabelecer parcerias com os órgãos governamentais necessários para o apoio às atividades de
fiscalização, prevenção e combate à incêndios, pesquisa e monitoramento;
• Promover articulação interinstitucional entre aqueles que trabalham na Terra Indígena Igarapé
Lourdes.
77
4.8 PROGRAMA DE SAÚDE
O Programa de saúde visa garantir o atendimento de saúde no interior da Terra Indígena e fora
desta. Este deve ser elaborado pelos indígenas em parceria com profissionais de saúde das mais
diversas áreas com o apoio da FUNASA. Este documento traz apenas algumas sugestões levantandas pelos indígenas durante a validação do diagnóstico.
4.8.1 Objetivo Geral
Garantir que os povos indígenas Karo e Ikolen tenham atendimento à saúde.
4.8.2 Objetivos Específicos
• Realização pela FUNASA em conjunto com os povos indígenas Karo e Ikolen de um Programa
de Saúde específico para ser implantado na Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Contratação de profissionais de saúde para atuarem na Terra Indígena;
• Valorização da medicina tradicional.
4.8.3 Resultados Esperados
• Povos indígenas com saúde;
• FUNASA e FUNAI atuando de forma articulada;
• Profissionais de saúde atendendo nas aldeias;
• Agente Indígena de Saúde e Agente Indígena de Saneamento capacitados para atuarem na
Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Medicina indígena valorizada;
• Pajés atuando junto com profissionais de saúde;
• Postos de Saúde equipados e funcionando;
• Equipe volante composta por médicos, odontólogos, laboratoristas, enfermeiros, auxiliares de
enfermagem prestando atendimento nas aldeias.
4.8.4 Indicadores
• Número de atendimentos à indígenas reduzido;
• Número de internações;
• Número de atividades realizadas em conjunto FUNASA e FUNAI;
• Número de profissionais contratados;
• Número de profissionais lotados nas aldeias;
• Número de Postos de Saúde equipados e em funcionamento;
• Número de capacitações realizadas;
• Número de atividades realizadas em conjunto com Pajé e profissionais de saúde;
• Número de vezes em que a equipe volante prestou atendimento nas aldeias;
• Programa de saúde elaborado e em execução.
4.8.5 Atividades e Normas
• Realizar diagnóstico epidemiológico na terra indígena;
• Contratação de 14 auxiliares de enfermagem que serão lotados nas aldeias, e se revezarão
de 20 em 20 dias;
• Contratação de 01 clinico geral, 01 pediatra, 01 odontólogo, 01 enfermeira padrão, 01 laboratorista, 01 bioquimico, para prestarem atendimento nas aldeias;
78
• Construir residências para os profissionais de saúde e equipar os postos de saúde com todo
material necessário;
• Capacitar profissionais de saúde para atuarem na Terra Indígena;
• Dotar as aldeias de farmácia básica, valorizando a medicina indígena;
• Capacitação sobre medicina indígena, realizada pelos Pajés;
• Desenvolvimento de pesquisas sobre saúde indígena;
• Todo e qualquer projeto de saúde desenvolvido na Terra Indígena, tem que ter o conhecimento e autorização por escrita dos Karo e Ikolen e anuência da FUNAI conforme a lei vigente;
• As repartições de benefícios oriundos destes projetos devem ser decididas pelos Karo e Ikolen;
• O desenvolvimento de pesquisa sobre plantas medicinais deve ter autorização prévia por
escrito dos Karo e Ikolen e anuência da FUNAI;
• As descobertas sobre medicamentos oriundos de plantas medicinais e dos conhecimentos
indígenas, devem ser patenteados em nome dos povos indígenas Karo e Ikolen;
• Todo pesquisador antes de desenvolver sua pesquisa tem que apresentar seu projeto de forma
clara e simples ao povo Karo e Ikolen, que decidirão se o projeto deve ou não ser desenvolvido;
• Os profissionais de saúde não indígenas devem ser capacitados para aprenderem a língua
Tupi Mondé e o Rama Rama;
• Os representantes indígenas nos Conselhos de Saúde não devem ser indígenas contratados
pela FUNASA - Fundação Nacional de Saúde ou qualquer outra entidade que preste o atendimento de saúde na Terra Indígena, p 0ois isto impede o controle social;
• O salário dos Agentes Indígenas de Saúde e Agentes Indígenas de Saneamento devem ser
iguais aos pagos aos profissionais de saúde não indígenas, que exercem profissão semelhante;
• As ações de saúde na Terra Indígena Igarapé Lourdes devem ser avaliadas de três em três
meses, e o resultado da avaliação enviado à FUNASA, para que insira em seu planejamento.
4.8.6 Ações Gerenciais Gerais Internas
• Capacitar Agentes Indígenas de Saúde e Agentes Indígenas de Saneamento;
• Dotar as aldeias de profissionais de saúde: auxiliar de enfermagem, laboratorista;
• Melhorar os Postos de Saúde e dotá-los com medicamentos e equipamentos adequados para
o atendimento aos pacientes;
• A cada mês as aldeias deverão receber uma equipe de saúde composta por: médicos,
odontólogos, bioquímicos, auxiliares de enfermagem, enfermeiras, laboratoristas, com os equipamentos adequados para prestar atendimento aos indígenas;
• Promover cursos de saneamento ambiental para os indígenas e não indígenas que vivem nas
aldeias;
• Fortalecer a medicina tradicional;
• Capacitar o POLO Base e o Distrito Sanitário Especial Indígena sobre medicina tradicional;
• Promover cursos sobre medicina tradicional para os indígenas mais jovens. Os cursos deverão
ser ministrados pelos indígenas que entendem do assunto;
• Patentear conhecimentos dos povos indígenas sobre ervas medicinais, para evitar a
biopirataria;
• Capacitar Agentes Indígenas de Saúde e Agentes Indígenas de Saneamento sobre medicina
tradicional;
• Promover cursos de antropologia da saúde para os profissionais que trabalham com saúde
indígena na Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Promover intercâmbio com outros indígenas que trabalham com saúde.
79
4.9 PROGRAMA DE
ALTERNATIVAS ECONÔMICAS
O Programa visa apoiar o desenvolvimento de atividades que gerem melhoria na renda dos
povos indígenas Karo e Ikolen e que sejam ambientalmente sustentáveis.
4.9.1 Objetivo Geral
Melhoria na geração da renda familiar.
4.9.2 Objetivos Específicos
• Desenvolvimento de atividades agrícolas, que produzam o menor impacto ambiental possível.
• Manejo de roças;
• Manejo Florestal de usos múltiplos;
• Manejo da fauna;
• Melhoria da infra-estrutura de produção;
• Desenvolvimento de um projeto de apoio à produção do artesanato indígena;
• Fortalecimento das marcas APIA – Associação do Povo Indígena Arara, APIG – Associação do
Povo Indígena Gavião e Organização PADEREÉHJ.
4.9.3 Resultados Esperados
• Aumento na geração de renda das famílias Karo e Ikolen;
• Plano de Manejo de Uso Múltiplo sendo implementado;
• Melhoria na piscicultura existente;
• Projeto de criação de animais silvestres sendo desenvolvido nas aldeias;
• Infra-estrutura produtiva construída;
• Associações indígenas fortalecidas com seus produtos no mercado.
4.9.4 Indicadores
• Porcentagem de aumento na renda familiar;
• Porcentagem de peixes consumidos nas aldeias;
• Quantidade de óleo de copaíba e castanha vendido;
• Número de projetos de criação de animais silvestres desenvolvidos;
• Número de Casas de Farinha e galpão construídos;
• Associações indígenas funcionando.
4.9.5 Atividades e Normas
• Aprovar e homologar o Plano de Manejo Florestal de Uso Múltiplo junto ao IBAMA;
• Articular com instituições que prestam assistência técnica para dar apoio à Terra Indígena;
• Elaborar e implementar Projeto de criação de animais silvestres;
• Incentivar o manejo de roças;
• Construir casas de farinha, galpão e curral;
• Buscar recursos financeiros para resolver os problemas contábeis das associações indígenas;
• Prover as associações indígenas de pessoal administrativo;
• Capacitar indígenas em gestão administrativo-financeira.
80
• Buscar apoio para o fortalecimento institucional das associações indígenas.
• Promover atividades de coleta de frutos silvestres;
• Buscar mercado para produtos indígenas;
• Criar logomarca para os produtos Karo e Ikolen;
• Divulgar marca indígena;
• Registrar a marca indígena no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI);
• Criar um site divulgando os produtos indígenas;
• Realizar festividades tradicionais ligadas à produção;
• Confeccionar calendário agrícola indígena;
• Elaborar projetos produtivos a serem apresentados às instituições apoiadoras da produção
agrícola;
• Toda e qualquer atividade produtiva realizada dentro da Terra Indígena deve respeitar o meio
ambiente e a legislação vigente;
• Nenhum projeto produtivo pode ser desenvolvido sem a permissão dos povos Karo e Ikolen;
• Os projetos de pesquisa na área de produção devem ser apresentados aos povos indígenas de
forma clara e linguagem simples, e sua execução só ocorrerá com a permissão dada por escrito
pelos povos Karo e Ikolen com anuência da FUNAI;
• O projeto de Ecoturismo proposto durante a Validação do Diagnóstico deve ser elaborado
e implementado com pessoal que tenha conhecimento sobre a cultura indígena e a região
amazônica, devendo respeitar a cultura Karo e Ikolen e o zoneamento realizado para a Terra
Indígena Igarapé Lourdes.
4.9.6 Ações Gerenciais Gerais Internas
• Desenvolver manejo de caça e pesca;
• Manejo de copaiba, castanha e seringueiras;
• Desenvolver a produção de milho indígena;
• Construir casas de farinha e equipá-las;
• Buscar mercado para os produtos Karo e Ikolen;
• Criar animais silvestres em cativeiro para consumo e venda;
• Plantar hortaliças e pomar;
• Desenvolver, registrar e divulgar o logotipo dos produtos da Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Construir Posto de Venda dos produtos indígenas em Ji-Paraná;
• Viabilizar o escoamento da produção indígena;
• Promover a melhoria e o manejo das roças indígenas;
• Divulgar e expor à venda os artesanatos indígenas;
• Desenvolver Projeto de turismo.
81
4.10 PROGRAMA DE
VALORIZAÇÃO CULTURAL
O Programa é o mais importante para os povos indígenas Karo e Ikolen e visa valorizar a cultura
destes povos.
4.10.1 Objetivo Geral
Desenvolver atividades que valorizem todos os aspectos da cultura dos povos indígenas Karo e
Ikolen, fortalecendo os laços entre estes povos.
4.10.2 Objetivos Específicos
• Realizar atividades culturais próprias do povo Karo e Ikolen;
• Realizar projetos que valorizem as artes indígenas;
• Promover atividades culturais que valorizem as danças e cantos indígenas;
• Produzir material audiovisual sobre a cultura Karo e Ikolen;
• Fortalecer os rituais de pajelança;
• Promover intercâmbio cultural com outros povos indígenas;
• Divulgar a cultura Karo e Ikolen.
4.10.3 Resultados Esperados
• Língua Tupi Mondé e Rama Rama sendo falada por todos na Terra Indígena;
• Histórias dos povos Karo e Ikolen sendo ensinadas nas escolas;
• Material didático produzido com histórias, desenhos, geografia, fauna e flora dos povos Karo
e Ikolen;
• Material audiovisual produzido sobre a cultura Karo e Ikolen;
• Festas e cantos indígenas realizados na Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Rituais indígenas divulgados na mídia;
• Realização de cursos e oficinas de produção de artesanato Karo e Ikolen;
• Rituais sagrados sendo realizados;
• Medicina tradicional sendo usada nas aldeias;
• Pajés fortalecidos;
• Rituais perdidos ou esquecidos sendo resgatados;
• Pesquisas sobre a cultura sendo desenvolvidas na Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Arquitetura indígena valorizada.
4.10.4 Indicadores
• Número de atividades culturais indígenas desenvolvidas;
• Número de cursos e oficinas sobre artes indígenas desenvolvidos;
• Número de malocas construídas;
• Número de projetos de pesquisa desenvolvidos;
• Número de material audiovisual desenvolvido e publicado;
• Porcentagem do aumento de falantes das línguas Tupi Mondé e Rama Rama;
• Número de festas indígenas realizadas;
• Número de atendimentos feitos pelos pajés;
• Número de entrevistas, palestras e seminários realizados;
• Número de rituais sagrados realizados.
82
4.10.5 Atividades e Normas
• A cultura Karo e Ikolen será valorizada na Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Qualquer projeto de pesquisa sobre a cultura Karo e Ikolen tem que ter autorização por escrito dos indígenas e anuência da FUNAI;
• O pesquisador deve enviar cópia do projeto antecipadamente e agendar reunião com o povo
indígena, para explicar de forma clara e simples a proposta e tirar as dúvidas levantadas. Só depois de esclarecidos é que o povo Karo e Ikolen enviam sua decisão por escrito ao pesquisador
via FUNAI;
• As associações indígenas, FUNAI, SEDUC, FUNASA e demais que trabalham na Terra Indígena Igarapé Lourdes deverão apoiar e buscar ajudar na realização de atividades culturais;
• Serão realizadas palestras, seminários e outras atividades culturais no entorno da Terra Indígena e em outras localidades visando divulgar a cultura Ikolen e Karo;
• A atuação dos Pajés será respeitada;
• As informações produzidas pelo diagnóstico serão publicadas e utilizadas nas escolas;
• As festas tradicionais serão apoiadas e incentivadas;
• As línguas Tupi Mondé e Rama Rama devem ser ensinadas nas escolas da Terra Indígena
Igarapé Lourdes;
• Os não indígenas devem fazer cursos para falar as línguas Tupi Mondé e Rama Rama;
• No programa escolar a ser desenvolvido na Terra Indígena, deve ser valorizada a cultura indígena;
• As associações indígenas devem ser fortalecidas institucionalmente;
• Os projetos, convênios e termos de parcerias com entidades não governamentais e governamentais devem, entre seus objetivos, incluir o apoio à valorização cultural;
• Não será permitida nenhuma atividade na Terra Indígena que prejudique a cultura Karo e
Ikolen;
• Não será permitida nenhuma atividade na Terra Indígena que desrespeite os valores espirituais dos povos Karo e Ikolen.
4.10.6 Ações Gerenciais Gerais Internas
• Promover festas tradicionais dos povos indígenas Karo e Ikolen;
• Promover cursos de história dos povos indígenas Karo e Ikolen, ministrados pelos indígenas
mais velhos;
• Promover capacitação em confecção de artesanato e armas indígenas (arco e flecha);
• Promover cursos nas línguas Tupi Mondé e Rama Rama para indígenas e aqueles que trabalham na Terra Indígena Igarapé Lourdes;
• Promover rituais de pajelança;
• Publicar histórias nas línguas Tupi Mondé e Rama Rama;
• Publicar materiais didáticos nas línguas Tupi Mondé e Rama Rama;
• Construir 02 Centros de Vivência Indígena onde se possa promover a troca de informações e
expor produtos (Aldeias Iterap e Igarapé Lourdes);
• Promover torneios de esporte indígena;
• Promover palestras e seminários sobre a Terra Indígena Igarapé Lourdes e seus povos;
• Promover a troca de informações culturais com outros povos indígenas;
• Produzir material audiovisual sobre os povos indígenas Karo e Ikolen.
83
AVALIAÇÃO E REVISÃO DO PLANO
DE GESTÃO
Este Plano de Gestão Etnoambiental da Terra Indígena Igarapé Lourdes, por
decisão dos povos indígenas Karo e Ikolen, FUNAI e representantes de demais entidades participantes da Validação do Diagnóstico, deverá ser avaliado
a cada seis meses e revisado de três em três anos.
Deve-se durante a avaliação e revisão envolver todos que vivem na Terra
Indígena, e aqueles que desenvolvem atividades ou projetos com os povos
Karo e Ikolen.
A Avaliação semestral tem como objetivo analisar os avanços e entraves e promover reajustes no Plano de Gestão.
O Plano de Gestão traz programas e sugestões de atividades prioritárias a
serem desenvolvidas, porém se faz necessária a elaboração de projetos específicos para as ações propostas.
Os projetos específicos devem ser elaborados sempre pelos povos indígenas Karo e Ikolen, com parcerias e assessoramento de técnicos devidamente
habilitados no tema proposto.
84
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90
ZERE BAHI
PABIHV VÁA (Líder)
BABE KAPIV
Homem na beira do rio
NEPIAHV JÁVE
ZERE BAHI ZÁBEHJ XI
ZERE BAHI
BEBE KUHJ AKAAV VÁÁ
KOROJ (Líder)
DJÁ PÉH TIH
BABEKAWÔ
MADJÉHJ
KASÁHIÉHJ ÀBIHV VÁÁ
IHV KÓSÒHR
BABEKAWÔ
ZAV POHJ
ZERE BAHI
BESALÁVÀH XI
KOJABAH (Líder)
TZAPEABÁH
BAJ PÓHJ
IKOLEN E KARO
PEJÓ VÁH
Onde houve contato
entre Arara e Gavião
MOROKOY XÃKA
SERINGAL
ZAGA POHJ
GORÁ AXOEHJ
ABIHU VÁA
ZERE BAHI
SULSÚL KATAHV VÁA
CONFLITO IKOLEN
E KARO
Local do primeiro contato SANTA MARIA
ZERE BAHI
VAV A ÀRAH
ALDEIA INGAZEIRA TAPERA DO
TXIPOSEGOV
ITXAWOP-TO
CASA NA PEDRA
XUM XUM MO’IVÁA
ALDEIA IGARAPÉ LOURDES
TAPERA DO PITIKÁWA
TAPERA DO CHAMBETE
XÔ WÃ GÃT
Espírito Perigoso
AMI SÓR VÁA
Parente do Diabo
PASSÁU
KOKUHVA
COLOCAÇÃO DO MANIQUITO
ZERE BAHI
I TÁ VAHV XI
TXIKOBIPOH
Primeiro contato Gavião
ZÁBERÓHVÉHJ XI
XÔ RÔG
VAVÓ TIH
MOYERE ARARA
NA KA XA TÕT
Espírito do Pajé Perigoso
GÀLÀÉHJ SÁV XI
XIBÉHN (Líder)
COLOCAÇÃO DO
BENEDITO ARARA
PARATO (Karo)
SORABÁH
IGARAPÉ MADEIRINHA
MALOLOTH(Ikolen)
ALDEIA ITERAP
SERINGAL DO BARROSO
TSAN TSAN
PESÁU PEWÁH
AGAMENON APÛGA
IHV KÓ SÓR
YANÊMAMÂT
Homem Gago
Perigoso
ANTIGA ALDEIA ALDEIA DO PEDRO
PAIGABH
ARARA
ALDEIA CACOAL
Local do primeiro contato
BOSAV PÁGA VÁA
IXÓHV (Líder)
TIKIRI PÀ HJ VÁÁ
KOJABÁH (Líder)
TAKOR PÓHV AKAV VÁA
BASAJ ÁDÓH (Líder)
ALDEIA DO JOÃO
“PABIR VAÁ KORÓ”
TAPERA DO PEREIRA
ALDEIA IKOLEN
ALDEIA “UHV”
YA MO XAP
ALDEIA DO CARÁ
ALDEIA “MÀHVGÚVEIRJ”
ALDEIA “PADAÉ”
NOVA COLINA
DJÀTÉH TIH
MINROP XAP
YOKIN XUP
XAPÊYAKOROKÕT KA
Homem Ancestral
MARAMARÁ ÃXAP
Mapa Etno-história
Maloca Abandonada
Barreiro
Babekawô
Conflito
Ikolen
Seringal
Karo
Itxawop-to (Serra)
Zona Sagrada
Ikolen
Karo
Karo e Ikolen
Contato
Aldeias
Aldeia Karo
Não índios
Aldeia Ikolen
Índios
Zona de Caça
Zona Urbana
ZERE BAHI
ZAV VÉTÁH
ZALIÁHVTIH
VAHÁH PEHV AKAV VÁA
ZERÁR PEHV (Líder)
Mapa Sobreposição
PARCERIA
APIA
APIG
ASSOCIAÇÃO DO POVO
INDÍGENA ARARA
ASSOCIAÇÃO DO POVO
INDÍGENA GAVIÃO
EXECUÇÃO
Associação de Defesa Etnoambiental
ORGANIZAÇÃO INDÍGENA
PADEREÉHJ
Esta publicação foi produzida graças ao apoio do povo americano por meio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional
(USAID). O conteúdo é de responsabilidade de seus realizadores e não necessariamente reflete as opiniões da USAID ou do Governo dos Estados Unidos.
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PARCERIA
APIA
APIG
ASSOCIAÇÃO DO POVO
INDÍGENA ARARA
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