especial capa - Revista Mundo OK

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especial capa - Revista Mundo OK
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comunidade chinesa
melhor idade
educação
dekasseguis
perdido no japão
click
moda e beleza
j-music
dublagem
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mangá
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curiosidades
agenda e notas
economia
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comunidade
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esportes
OKids
mulher
gastronomia
automóvel
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Contagem regressiva
E
m sua quinta edição, a Mundo OK tem
levado adiante o ideal de proporcionar informação, cultura e entretenimento não só
à comunidade nikkei, como aos brasileiros das
mais variadas origens.
O Oriente tem contribuído de forma definitiva em
diferentes campos da sociedade, oferecendo o
que tem de melhor e incorporando aspectos de
um Brasil multirracial.
A editoria Encontro traz uma pequena mostra
desse sincretismo, por meio da promoção de um
diálogo rico e esclarecedor entre um monge e um
pai de santo, líderes de duas religiões minoritárias
que, ao mesmo tempo, representam o espírito de
duas nações, embora separadas por milhares de
quilômetros, visceralmente unidas.
A reportagem especial trata de uma das grandes
contribuições dos japoneses, que é a disseminação de técnicas de promoção da saúde e do bem
estar. As terapias orientais chegaram para ficar
e, parte do mérito deve ser creditada aos nipodescendentes, que começaram a aplicá-las em
suas casas e pequenos estabelecimentos e, hoje,
repassam os ensinamentos ancestrais à sociedade em geral.
O assunto, por sinal, é mais do que pertinente.
Poucos meses antes de encarar verdadeiras
maratonas de eventos alusivos ao centenário,
brasileiros, nikkeis ou não, têm à disposição informações sobre métodos de relaxamento e estética para todos os gostos.
Assim como, antes do Carnaval, as pessoas
lotam academias em busca da forma perfeita,
quem vai participar do aniversário da chegada do
Kasato Maru pode cuidar do corpo e do espírito
com shiatsu, acupuntura ou um banho de ofurô.
Capa:
Técnicas orientais de
massagem
Imagem: Stockxpert
Revista Mundo OK – Ano 1 – Número 5 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editor: Rodrigo Meikaru e David Denis Lobão • Chefe de Arte: César Gois • Diagramação: Danielli Guedes e Sandro Hojo • Tradução: Clarissa Ribeiro • Redação: Daniel Verna, Daniela Giovanniello, Danielli Guedes, David Denis Lobão, Eugenio Furbeta, Felipe Marcos, Fernando Ávila de Lima, Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Túlipe Helena, Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo
Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira • Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna, Hideo Iwata, Nicolas Tavares • Gerente de Comunicação: David Denis Lobão • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Michelle Hanate • Comercial: Clóvis Irie, Denis Kim, Fernando Ávila de
Lima, Hideki Tikasawa, Keico Ishigaki, Luciana Kusunoki, Luciana Mayumi, Marcelo Ikemori • Digital: Fabrizio
Yamai • Assistentes Digital: Felipe Marcos e Ulissis Massayuki • Administrativo: Suzana Sadatsune, Camila
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agenda e notas
PETROBRAS QUER ESTREITAR
CONTATOS COM JAPONESES
A Petrobras confirmou que deseja reforçar sua presença no Japão com a recente aquisição de uma
refinaria em Okinawa (sul), para depois ampliar suas
atividades ao restante da Ásia. De acordo com o
presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, a estratégia será de comprar uma refinaria de petróleo de
Okinawa, constituindo a primeira compra da Petrobras no arquipélago. “Utilizar os recursos naturais
do Brasil, levá-los ao Japão, refinar o combustível
aqui para satisfazer as necessidades de mercado de
Okinawa e do Japão em seu conjunto, esta é nossa
estratégia”, disse Gabrielli, antes de destacar que
também busca “um fortalecimento da Petrobras no
mercado asiático”.
ROBÔS PODEM SUBSTITUIR ALTA NO PREÇO DE CARVÃO
HUMANOS ATÉ 2030
AGITA MERCADO JAPONÊS
Segundo estimativas de especialistas do Japão, os
robôs podem ocupar os postos de trabalho de 3,5
milhões de pessoas no Japão até 2025. Nas estimativas, até 2030 o país enfrentará uma queda de
16% no tamanho da sua força de trabalho conforme
cresce o número de idosos, o que gera temores
acerca de quem trabalhará num país que não está
acostumado nem se mostra disposto a aceitar a imigração em grande escala. Os especialistas afirmam
ainda que os robôs podem ajudar a preencher lacunas. Em vez de cada robô substituir uma pessoa, a
fundação sugere que as máquinas podem ajudar as
pessoas a terem tempo para se focarem em coisas
mais importantes.
MASAAKI SHIRAKAWA ‘GUEIXAS’ MASCULINAS SÃO
É O NOVO PRESIDENTE NOVA MODA NO JAPÃO
DO BC JAPONÊS
Após muitas especulações, o governo japonês
escolheu seu novo presidente do Banco Central
do país. Trata-se de Masaaki Shirakawa, ex-oficial do próprio banco e visto por especialistas
e economistas como a escolha lógica. A indicação de Shirakawa ocorreu antes de uma reunião
para ouvir a opinião de conselheiros. A expectativa é de que as primeiras reuniões com o novo
presidente possa discutir o corte na baixa taxa
de juros básicos do Japão.
Uma nova moda ganha força em Tóquio, capital do Japão. No país onde antigamente gueixas
entretinham homens com conversa, uns passos de
dança e canções melodiosas, hoje, são as mulheres
que pagam a homens para as acompanharem e lhes
darem atenção. Segundo a rede CNN, em um bar
em Tóquio, ao primeiro olhar podem parecer casais
convencionais pela maneira como se comportam,
mas não são. Não se trata de uma saída romântica, mas sim de negócios. A mulher, uma executiva de sucesso, faz parte de um grupo crescente de
mulheres dispostas a pagarem entre mil e 50 mil
dólares, por uma companhia masculina.
As siderúrgicas e empresas de energia
japonesas concordaram em pagar duas a
três vezes mais pelo carvão de que necessitam para produzir seus principais produtos. As três maiores siderúrgicas do Japão
- Nippon Steel, JFE Steel e Sumitomo Metal
- aceitaram o aumento de US$ 98 por tonelada do carvão de coque fornecido pela
mineradora anglo-australiana BHP Billiton,
que elevou o preço do produto para US$
300 por tonelada. Já a geradora de energia
Chubu Electric Power aceitou pagar à anglo-suíça Xstrata US$ 125 por tonelada do
carvão térmico este ano fiscal, segundo fontes próximas. O valor é mais do que o dobro
dos US$ 55 por tonelada que a Chubu pagava no ano fiscal anterior. O preço pago pela
companhia é usado como referência para
outras prestadoras de serviços públicos.
MARINHEIRO AMERICANO
É PRESO ACUSADO DE
HOMICÍDIO
A polícia japonesa prendeu o marinheiro Olatunbosun Ugbogu. O cidadão nigeriano a serviço
da Marinha dos Estados Unidos é acusado pela
morte de um taxista perto de uma base naval
norte-americana nas proximidades de Tóquio.
Ugbogu é acusado do homicídio e de roubo. Segundo um porta-voz da polícia japonesa, ele teria
confessado os crimes. A polícia planeja levá-lo
aos promotores, para que ele seja em seguida
indiciado. Cerca de 50 mil homens estão servindo nas tropas norte-americanas no Japão.
O suspeito é acusado de esfaquear o taxista
Masaaki Takahashi, de 61 anos. O crime ocorreu
em 19 de março em Yokosuka, ao sul de Tóquio,
onde há uma grande base naval dos EUA
economia
A reforma tributária no ano do centenário da imigração
A
estrutura do sistema tributário
brasileiro é muito semelhante
àquela dos países mais avançados e, ao contrário do que se propaga
pela mídia, a carga tributária existente
não é mais expressiva que a observada
em outros países. Contudo, o modo sob
o qual esse sistema está configurado é
bastante complexo para as empresas já
estabelecidas.
Desse modo, o nosso sistema tributário passa por pequenas alterações ou inovações todos os dias. De tempo em tempo, o Governo Federal busca soluções com
novas formas, às vezes extremamente arrojadas, de modo a adicionar, suprimir
ou até mesmo substituir tributos.
Por esta razão, agora, a exposição de motivos da Proposta de Emenda à Constituição - PEC 233/08 enviada pelo ministro de Estado da Fazenda, Guigo Mantega,
ao presidente Luiz Inácio Lula traz como principais objetivos da reforma tributária
“simplificar o sistema tributário nacional, avançar no processo de desoneração
tributária e eliminar distorções que prejudicam o crescimento da economia
brasileira e a competitividade de nossas empresas, principalmente no que diz
respeito à chamada ‘guerra fiscal’ entre os Estados”.
Por tudo isso, a União busca uma consolidação de tributos com incidências
semelhantes, promovendo a unificação em um único imposto sobre operações
com bens e prestação de serviços. Esta será a contrapartida aos atuais tributos
indiretos incidentes (PIS e COFINS e a CIDE-Combustível). Como forma de
desoneração da folha de pagamento dos trabalhadores, propõe-se, ainda, a
extinção da Contribuição Social do Salário-Educação por meio da instituição do
IVA-F que terá também como objetivo compensar a falta de arrecadação dessa contribuição. No tocante aos Estados, o ICMS como o instrumento mais importante de
arrecadação, será substituído por um “novo ICMS” que visa eliminar de vez a “guerra
fiscal”. O novo imposto pertencerá preponderantemente ao Estado de destino da mercadoria ou serviço.
O sistema normativo terá a obrigação de definir a aplicação do mais novo “Princípio do
Destino” e o Senado Federal estará incumbido de estabelecer os limites das alíquotas
em que serão enquadrados os bens e serviços e uma alíquota padrão aplicável a todas
as hipóteses não sujeitas a outra alíquota especial.
Desse modo, espera-se que o Brasil consiga definitivamente concluir uma reforma
tributária apoiada em pilares que atinjam um ponto de equilíbrio entre o crescimento
econômico brasileiro e a arrecadação dos tributos de forma justa que possibilite às empresas, uma perfeita harmonização do novo sistema tributário com a realidade empresarial atual.
Resultado disto é que coincidentemente no ano das comemorações da imigração
japonesa, poderemos alcançar a almejada estabilidade das normas tributárias e, conseqüentemente, um aumento da competitividade entre as empresas. Objetivos esses
tão esperados e que certamente agradarão aos investidores da comunidade japonesa,
brasileira e a todos das demais comunidades que contribuem sempre para o engrandecimento desta nação chamada “BRASIL”.
Julio Batista é sócio do Guerra, Batista Associados
Rua Itapeva, 240 – cjs. 1701 a 1703
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Telefone:55 11 3251.1188
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entrevista
Christine Greiner
Por um Brasil e Japão antropofágico
Texto: Wilson Azuma | Foto: Arquivo Pessoal
C
oordenadora e co-fundadora do Centro de Estudos Orientais da PUCSP, Greiner é uma das intelectuais brasileiras mais prolíferas quando
o assunto é dança e teatro japonês. Seu interesse pelo país do nô e
kabuki surgiu do encontro com o falecido poeta Haroldo de Campos, em
meados dos anos 80. Desde então, tem estudado, escrito e divulgado a
cultura japonesa por onde passa.
A efervescente Tóquio e a milenar Quioto são suas cidades favoritas no
Japão, para onde viaja freqüentemente. A preferência reflete muito de sua
personalidade, que enxerga na mescla de tradições e culturas o caminho
para o desenvolvimento de algo novo.
A entrevista a seguir foi concedida no Sesc Paulista, onde ela é curadora
da exposição Tokyogaki, que transformou quatro andares do espaço num
caldeirão de cultura japonesa.
Mundo OK – Como aconteceu seu encontro com o Japão?
Christine Greiner – Foi no começo dos anos 80,
quando entrei no curso de mestrado em comunicação e semiótica na PUC-SP. Lá, conheci o
Haroldo de Campos. Tinha vontade de estudar
a China, porque meu pai é chinês, mas ele falou que seria complicado ter acesso aos livros
e informações, pois naquela época a China era
mais fechada. Sugeriu, então, pesquisar sobre o
dançarino Michio Ito, que foi um dos primeiros
artistas a sair do Japão no entre guerras e estudar dança moderna na Alemanha. Antes, eu
tinha relação indireta, pois a mãe de minha avó
era japonesa. O principal interesse era entender
as misturas, e o Ito mesclava a dança alemã
com a tradicional de seu país. Durante o mestrado desenvolvi a tese sobre o teatro japonês
no Ocidente (O diálogo estético entre a dança
tradicional japonesa e a dança moderna ocidental; 1991) e, para o doutorado, escrevi Dança
butô, pensamento em evolução (1997).
OK – Sua ligação se dá principalmente
pelas artes, não?
CG – Sim. Dancei desde pequena, mas sempre
gostei mais de escrever. Adoro tanto o teatro nô
quanto o kabuki. Acho tudo interessante, desde
as artes tradicionais até os movimentos pósguerra, como o teatro angura (underground).
Essas experiências performáticas olhavam a
tradição, mas ao mesmo tempo a subvertia.
OK – Como surgiu a idéia de criar o Centro
de Estudos Orientais?
CG – Fundei o Centro junto com o Haroldo, em 1999.
Ele dizia que deveríamos expandir para o Oriente também. O Japão tem interesse especial, pois é um país
que tem suas especificidades, mas, ao mesmo tempo,
é cheio de hibridações.
OK – Dizem que tudo que é japonês tem um pé
na China.
CG – Não só na China, como também na Coréia e
outros países. No Centro fazemos reuniões semanais. É
formado por um grupo de pessoas que estuda algo relacionado ao Oriente, desde cinema até anime e moda.
OK – Você acha que os brasileiros têm uma visão
estereotipada do Japão?
CG – De maneira geral, sim, e os fetiches são dos mais
variados. Há quem veja o país das gueixas e samurais.
Por outro lado, os jovens conhecem pelo lado tecnológico e da indústria cultural, dos games, animes e
mangás. Há um boom nesse sentido desde os anos
90. O curioso é que as imagens vão se transformando.
Nos últimos anos, a culinária e a moda têm ganhado
bastante força.
OK – Esses estereótipos estão presentes também na comunidade nikkei?
CG – Percebo muitas pessoas apegadas à colônia. Há
um apego ao Japão que não existe mais nem lá. O ideal
é pensar no Japão como um operador poético, uma ignição para criar outras coisas.
OK – O que os brasileiros têm a aprender com os
japoneses?
CG – Não aprendemos ainda, mas é o sentido de coletividade, de solidariedade. Viver em grupo é inerente
ao japonês, que faz isso de forma radical para o
bem ou para o mal. A cultura ocidental é voltada
ao sujeito. Os japoneses saem de casa com
máscaras quando pegam um resfriado, para
não contaminar as pessoas. Acho interessante
aprender isso. Estou convencida de que para a
gente fazer o que tem vontade, o mais certo é
compartilhar do que guardar o conhecimento.
OK – Como você vê a absorção da cultura
japonesa por parte dos não-nikkeis? A
influência se dá pelos imigrantes e seus
descendentes?
CG – Não necessariamente. Temos empatia
com a cultura japonesa porque somos antropofágicos. O Japão devora tudo e transforma,
assim como os brasileiros. Os antropofágicos já
diziam que temos um estômago eclético.
OK – Atualmente, é até difícil falar em
comunidade, pois muitos nikkeis não têm
qualquer traço da cultura dos ancestrais.
O que acha disso?
CG – É algo que acontece em todas as comunidades ao redor do mundo. Hoje, é difícil discutir
identidade. É mais uma questão de identificação. As pessoas se identificam com o ambiente, o que não quer dizer que não guardem traços culturais. Mesmo os nikkeis que nunca
exploraram o lado japonês têm algo do traço, ou
gestual. O autor hindu Homi Bhabha diz que vivemos “entre lugares”. O processo de migração
é tão intenso que não há laços com uma nação.
Quem é genuinamente alguma coisa? Somos
contaminados mesmo sem sair do lugar.
comunidade
Príncipe em terras brasileiras
Visita oficial de Naruhito ao Brasil pode durar até
dez dias e deve passar por cinco capitais
A
embaixada japonesa no Brasil confirmou
a notícia que todos esperavam. Apesar
de estar praticamente certa a visita do
príncipe herdeiro Naruhito ao Brasil, os órgãos
governamentais voltaram a confirmar a visita,
que pode durar até 10 dias em terras brasileiras,
para a celebração do Ano do Intercâmbio BrasilJapão e do Centenário da Imigração Japonesa no
Brasil.
A primeira parada de Naruhito será em Brasília.
No dia 18 de junho, ele participa de um encontro
com o presidente Luís Inácio Lula da Silva e demais autoridades brasileiras. Está prevista ainda
uma cerimônia oficial, quando ambos os líderes
deverão fazer um pronunciamento em conjunto,
além de dar início ao Projeto Origami, um painel
com milhares de dobraduras japonesas oriundas de todo o País e idealizado pelos deputados
federais da comunidade.
A próxima parada está prevista para São Paulo.
Na capital paulista, o herdeiro do trono japonês
participará, possivelmente, de um jantar oferecido
pelo Palácio dos Bandeirantes, quando se encontrará com o governador José Serra, além da
própria festividade promovida pela Associação
para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, no dia 21 de junho. Na
ocasião, se encontrará com lideranças da comunidade e prestigiará as demonstrações culturais
que estão programadas para o Sambódromo do
Anhembi.
Também está prevista a visita de Naruhito ao
Paraná, onde também participará das celebrações do Centenário local, denominado Imin 100.
A expectativa dos organizadores do evento na
região é que o príncipe visite Rolândia, Maringá,
Londrina e Curitiba. Entretanto, sabe-se que será
muito difícil encaixar todas as cidades na programação.
Além dos dois estados com maior concentração
de nipo-brasileiros, a comitiva – formada por
dezenas de pessoas – pode encaixar uma passagem rápida pelo Rio de Janeiro, local que também
festejará o Centenário. Em visita ao Japão no mês
retrasado, o governador carioca Sérgio Cabral,
em encontro com o próprio Naruhito, ouviu que
há uma grande possibilidade de visita à cidade.
países. “Correndo por fora” estão Mato Grosso do
Sul e Pará, que já reivindicaram a presença dos
representantes da Casa Imperial.
Segunda vez
Outra capital que também ganha força para receber o príncipe é Belo Horizonte, em Minas Gerais,
onde a comitiva pode visitar uma siderúrgica e
um projeto florestal dos japoneses. De acordo
com o diplomata Tatsuo Arai, da embaixada
japonesa, trata-se de uma visita longa e que
prova a importância das relações entre os dois
O príncipe-herdeiro chega ao Brasil após um
convite feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que enviou uma carta em agosto de 2006,
solicitando uma visita do imperador Akihito e da
Família Imperial ao Brasil. O príncipe-herdeiro Naruhito visitou o Brasil em 1982. Seu irmão mais
novo, príncipe Akishino, veio ao País em 1988, no
80º aniversário da imigração japonesa.
O imperador Akihito e a imperatriz Michiko vieram
ao Brasil três vezes. Em 1967, o príncipe-herdeiro
Akihito e a princesa Michiko visitaram o Brasil
pela primeira vez, com uma recepção que lotou
o estádio do Pacaembu. Em 1978, participaram
das comemorações pelos 70 anos da imigração,
novamente lotando o Pacaembu.
Em 1997 o casal imperial fez uma nova visita de
dez dias ao Brasil, provocando grande emoção
na comunidade. E em 1998, a comunidade nikkei de todo o País comemorou com festa os 90
anos da imigração, com a presença da última
sobrevivente da primeira leva de imigrantes, Tomi
Nakagawa.
cidades
São Bernardo inicia comemoração
dos
100
anos
com
Município formará bosque para homenagear
plantio de árvores - imigrantes
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
A
cidade de São Bernardo do Campo, localizada no Grande ABC paulista, deu
início às ações para a comemoração do Centenário da Imigração. E em
grande estilo. Cerca de 600 pessoas participaram de dois atos de reflorestamento no fim de março, com o plantio de mais mil árvores em dois locais
diferentes: 500 mudas no Pico do Bonilha - ponto mais alto do Município; e 800
mudas na Várzea do Alvarenga - próxima à Represa Billings.
A ação visa a formação do chamado Bosque da Diversidade, previsto para
ter, no total, 36.520 árvores em diferentes locais da cidade. Cada árvore simboliza um dia desde a vinda do primeiro imigrante japonês, em 18 de junho
de 1908.
Segundo o presidente da comissão organizadora dos festejos pela imigração
japonesa, Hiroyuki Minami, já foram realizadas outras duas etapas da formação do bosque. O objetivo é contar com a ajuda da sociedade civil, em especial, dos estudantes. “Queremos que o centenário não seja apenas motivo de
festa, mas de reflexão. Desde a importância da cultura japonesa na formação
da nossa sociedade, até a questão do meio ambiente e a importância em
recuperar o que temos degradado”, ressalta o presidente.
Nesta terceira etapa do plantio, foram convidados alunos do CAMP-SBC
- Centro de Formação e Integração Social. Segundo a superintendente da
Escola, Sonia Alakaki, o evento coincide com o conteúdo programático do
CAMP. “Os alunos têm aulas de gestão ambiental e exercem na prática,
ações que visam menor impacto no meio ambiente”. Como exemplo, Sonia
cita que os alunos separaram o lixo reciclável, fazem economia de água e de
energia elétrica.
A formação do Bosque teve início no dia 24 de fevereiro, em que cerca de
200 pessoas, em sua maior parte nipo-brasileiros, plantou 300 árvores no
Pico do Bonilha. No dia 28 de março, cerca de 800 mudas foram plantadas
por alunos na ETE Lauro Gomes. Além da formação do Bosque, São Bernardo
do Campo está com extenso calendário de eventos alusivos ao centenário
da imigração japonesa. Segundo Minami, o Município já realizou um torneio
de tênis de mesa, comemorou o aniversário da Represa Billings, apresentou
sessão gratuita de cinema japonês e promoveu um concurso de karaokê.
10
encontro
O monge e o pai de santo - Budismo e
N
a área destinada ao culto aos antepassados do Soto Zenshu, na cidade de
São Paulo, o monge apresentou ao pai
de santo a imagem de Aparecida Kanon. Feita
de madeira escura, tem aproximadamente 50
centímetros. Uma estátua negra budista? O
que um sacerdote umbandista fazia no templo?
A cena ocorreu em 9 de abril, durante a visita
do presidente do Superior Órgão de Umbanda
do Estado de São Paulo, Milton Aguirre, a Francisco Handa, um dos principais nomes do zen
no Brasil. Mediado pela Mundo OK, o encontro
instigou algo incomum: o diálogo franco e esclarecedor entre a mais brasileira das religiões
e a cultura espiritual enraizada na comunidade
nikkei.
Após as apresentações, Handa, que também
é historiador, jornalista e poeta, enfatizou as
similaridades entre as crenças. Mencionando
a origem negra de Buda - Sidarta Gautama era
da etnia drávida, de pele escura –, ele convidou Aguirre para acender incenso à Aparecida
Kanon, o que foi prontamente aceito. Confeccionada exclusivamente para o templo, a imagem simboliza o que ele chama de budismo
brasileiro. “Neste século, há um campo vasto
para desenvolver o budismo. Para isso, é importante criar identificação e adotar práticas
culturais daqui”.
Embora pareça subversivo num primeiro momento, a simbologia em torno da escultura vai
de encontro aos preceitos de respeito e tolerância da religião oriental. As imagens não existem
para adoração, mas pelo valor representativo.
Além disso, a Soto Zenshu é conhecida por
sua vocação progressista. Muitos de seus
freqüentadores não têm qualquer ascendência
japonesa. “Até agora, existe o budismo étnico,
ligado aos cerimoniais nikkeis. Mas precisamos
nos preparar para receber outras vertentes. A
tendência é que, daqui para frente, o budismo
tenha mais cores brasileiras. É um processo
inevitável”, afirmou.
Aguirre lembrou que vários traços de Aparecida
Kanon estão presentes em Oxum, a rainha dos
rios. “É o respeito total às pessoas, que fazem parte
da natureza”, conta. Ele e Handa enumeraram alguns pontos de convergência, como a intrínseca
relação com o universo, o respeito à vida (“tudo
é vida”), a tolerância à diversidade, as oferendas às almas necessitadas, a pregação da paz,
a valorização da liberdade e o incentivo ao sincretismo. “Em estudo sei tudo sobre Sidarta.
Nossas religiões não são diferentes. Pensamos
em nos doar para ajudar”, acrescenta o líder
máximo da umbanda em São Paulo.
Handa (esq.) e Aguirre pregam o diálogo inter-religioso
Desafios
Futuro
Religiões minoritárias, tanto o budismo quanto
a umbanda enfrentam desafios comuns no início deste século. Alguns são inerentes à atuação em qualquer grande cidade, como o enquadramento ao PSIU (Programa de Silêncio
Urbano), da prefeitura paulistana. O templo,
por exemplo, já recebeu reclamações de um
morador vizinho por conta do ruído emitido
diariamente pelos sinos.
O preconceito, porém, foi identificado como a
grande barreira a ser superada. Handa relatou
que freqüentemente é abordado por pregadores de outras religiões nas ruas. “Como
ando com estas vestimentas (de monge), sou
facilmente identificado. O problema não é a
pessoa falar sobre a crença dela, mas querer
convencer sem ao menos ouvir, rechaçando o
que a outra tem a dizer”, lamentou.
A umbanda vive um cenário ainda mais
desfavorável nesse sentido. Além de sofrer
perseguição das chamadas igrejas neo-pentecostais, inclusive nos programas de televisão
aberta, tem encontrado problemas para alugar
espaços físicos para sua prática. Muitos proprietários negam-se a negociar imóveis por
acreditarem que os locais serão usados com
finalidades malignas ou por receio de que haja
desvalorização. “Há quem confunda com rituais
do vodu, que não praticamos na umbanda”,
manifesta, lembrando que as consultas espirituais não são cobradas, já que as casas são
sustentadas pelos quadros associativos e por
doações de praticantes e simpatizantes.
Realizada no dia seguinte às comemorações do
nascimento de Buda, a reunião ocorreu em um
ano simbólico para os dois segmentos. Em 15
de novembro será comemorado o centenário
da umbanda, cujo marco foi a primeira manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas
em pai Zélio Ferdinando de Moraes. Por sua
vez, templos budistas em todo o País estão envolvidos no 100º aniversário da chegada dos
primeiros imigrantes japoneses ao Brasil.
Handa e Aguirre mostraram-se entusiasmados
pela congruência de conceitos, idéias e dilemas. De um lado, um budismo interessado em
se abrasileirar, expandindo os horizontes para
além da comunidade nikkei. De outro, uma
umbanda naturalmente sincrética (africana,
católica e kardecista) de braços abertos para
agregar mais uma influência.
O jornalista provocou: seria a hora de se
pensar em um budismo-umbanda ou uma
umbanda-budista? Ambos responderam com
sorrisos simpáticos. Brincadeiras à parte,
reiteram a admiração mútua e deixam em
aberto a possibilidade de dar continuidade
ao diálogo. “Vejo com simpatia (a umbanda),
pois é uma religião autêntica, de base, não
idealizada, o que é muito importante”, resumiu
o monge. “Redescobri que somos irmãos do
passado”, concluiu o pai de santo.
A experiência pôs em xeque quem imaginava
que religiões de origens tão distintas não teriam
algo a ensinar uma a outra. Fica e sensação de
que os caminhos ainda hão de se encontrar.
11
encontro
Umbanda em ano de centenários
Texto e fotos: Wilson Azuma
O que é...
Budismo
Fundado no século VI a.C., no norte da
Índia (atual Nepal), é baseado nos ensinamentos de Sidarta Gautama. Espalhou-se
pela Ásia e chegou ao Brasil, sobretudo,
pelos imigrantes japoneses. É regido por
três princípios básicos: sabedoria, meditação e disciplina moral.
Umbanda
{
Aguirre (esq.) e Handa acendem incenso para a estátua negra do templo Soto Zenshu
Bate-pronto
Religião brasileira, sincretiza elementos
afros, católicos, kardecistas e indígenas.
Há inúmeras vertentes, que, no entanto,
congregam valores comuns, como fraternidade, caridade e respeito ao próximo;
culto aos Orixás; mediunidade; imortalidade e reencarnação; e crença na fonte
criadora universal (Zumbi).
Handa
Aguirre
Não depender tanto dela
Desligados, mas caminhamos junto
Não é boa nem ruim. Não queremos mudar
ninguém
Não condenamos, convivemos
Aborto
Não fechamos questão. A princípio não é uma
coisa boa, pois tira a vida, mas deve ser uma decisão intuitiva
Contra, exceto em casos como estupro
Igreja católica
Grande companheira na jornada. Convivência
muito boa
Fazemos parte da família católica. Estamos
juntos.
Política
Homossexualidade
12
eventos
Festival do Japão prepara novidades para ano do Centenário
Evento acontece nos dias 18, 19 e 20 de julho em São Paulo
C
onsiderado a maior festa da cultura japonesa no País, o Festival
do Japão deste ano já começa a esquentar os motores. Parte do
Calendário Oficial Turístico do Estado de São Paulo e das festas que
comemoram os 100 anos de imigração japonesa no Brasil, o evento, que
acontece nos dias 18, 19 e 20 de julho de 2008, no Centro de Exposições
Imigrantes, promete atrair milhares de pessoas em sua 11ª edição.
O Festival do Japão é considerado um dos maiores eventos de cultura
japonesa no mundo. A festa, organizada desde 1998 pelo Kenren (Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil), apresenta shows
musicais, atrações culturais, danças típicas, culinária, exposições e atividades para as crianças, e acontece em um final de semana, com três dias
repletos de atividades culturais.
“A culinária é extremamente importante, é considerada a base do Festival, e
dessa maneira, divulgamos a cultura japonesa em todos os sentidos. O Centenário ajuda muito o nosso Festival, que vai crescer bastante em termos
de público. Vamos trabalhar para que o evento seja significativo para toda
comunidade, e agradecemos muito a força
dos jovens voluntários”, explica Keiji
Kato, presidente da Comissão Ex11º Festival do Japão
ecutiva do 11º Festival do Japão.
Data: 18, 19 e 20 de julho de
Todos os anos, é uma tradição
2008
do Festival do Japão escolher
Local: Centro de Exposições
um tema principal, que é
Imigrantes
utilizado para criar, inspiRodovia dos Imigrantes, km
rar e desenvolver todo o
1,5, São Paulo
evento. Em 2008, o tema
Informações:
escolhido é o Centenário da
(11) 3277-8569
Imigração Japonesa no Brasil,
mostrando um panorama
geral das comemorações.
Festa da cultura japonesa na Zona Norte de SP
Terceira edição do Festival Nikkey Matsuri reúne 11 associações nipo-brasileiras
O
s amantes da cultura e culinária japonesa podem se animar. Nos dias
26 e 27 de abril, 11 associações nipo-brasileiras da zona Norte da
Grande São Paulo realizam o 3º Nikkey Matsuri, festival de cultura
japonesa que acontece no Clube Escola Jardim São Paulo (rua Viri, 425, no
Jardim São Paulo), ao lado da estação Jardim São Paulo do Metrô. A entrada
é gratuita.
O evento, que será aberto ao público das 10 às 18 horas, contará com uma
ampla programação artística e cultural, vai da apresentação de música
e dança japonesa ao origami (arte da dobradura de papel), passando por
apresentações de taikô (tambor japonês) e artes marciais. A parte musical
promete ser animada, pois contará com intérpretes consagrados da comunidade nikkei, como Joe Hirata, Karen Ito e Maurício Mya.
No espaço livre do clube, as entidades organizadoras e as instituições assistenciais da comunidade nipo-brasileira contarão com barracas de comidas
típicas, como yakissoba, tempurá, udon e okinawa sobá, além da venda de
artesanato e cerâmica japonesa. “Toda a renda das barracas será revertida
para as obras das entidades participantes”, destaca Toshiaki Tamae, presidente da comissão organizadora.
Brasil, o público poderá ver uma exposição fotográfica dos primeiros imigrantes
japoneses, que vieram ao Brasil para trabalhar na lavoura de café, com material
cedido pela Fundação Mokiti Okada, de objetos e utensílios dos imigrantes da
província de Okinawa, e também uma mostra, em maquete, de castelos japoneses do acervo do Consulado Geral do Japão. Nos esportes, as ligas nipo-brasileiras de futsal e voleibol realizarão durante o evento, torneios internos destas modalidades nas quadras do Clube Escola.
multimídia
Pinacoteca recebe acervo de
museus japoneses
Objetos da era dos samurais
são destaques da mostra
Texto: Wilson Azuma | Foto: Divulgação
A
Pinacoteca do Estado de São Paulo
inaugura, em 17 de abril, exposição
com acervo inédito de 160 peças de
arte do período Edo (1603-1867). A mostra O
florescer das cores reúne peças de quimono,
armaduras e espadas samurais, cerâmica e
artefatos em laca, provenientes de 15 museus
japoneses. Os objetos representam a fase em
que a arte autêntica floresceu com mais vigor
no arquipélago. Caracterizada pelo isolamento
em relação ao resto do mundo, a Era Edo,
antigo nome de Tóquio, foi dominado pelo
xogunato Tokugawa, cuja administração
era militar e centralizada. Devido aos
rigorosos procedimentos de conservação, não haverá exposição entre 13
e 15 de maio, período em que parte do
acervo será substituída. Dessa forma, o
público que comparecer antes e depois
dessas datas terá acesso a mostras diferentes. A curadoria é de Saito Takamassa,
renomado profissional da Agência de Cultura do Japão, que organiza o evento em
parceria Consulado Geral em São Paulo.
Serviço
O florescer das cores
Data: 17 de abril a 22 de
junho – 3ªf. a domingo, das
10h às 18h
Local: Pinacoteca – Praça da
Luz, 2, São Paulo/SP
Ingresso: R$ 4,00 (R$ 2,00,
meia – grátis aos sábados)
Informações: (11) 3324-1000
Site: www.pinacoteca.org.
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esportes
D1 Grand Prix
Conheça os maiores campeonatos de drift do mundo
Texto: Nicolas Tavares | Foto: Divulgação \ Site oficial D1GP
A
tualmente, é impossível falar de auto-esporte no Japão sem falar de drift. É uma
manobra incomum que surgiu nos rallys,
onde os pilotos aproveitavam a baixa aderência
da pista para fazer o carro derrapar e manter
uma boa velocidade na hora de fazer as curvas. O drift moderno encontrou uma nova cara
durante os anos 70, nas mãos de Kunimitsu
Takahashi. Sua habilidade com o drift fez com
que ganhasse muitos fãs, os quais passaram
a praticar o drift nas estradas das montanhas,
as chamadas touge. Porém, o drift só se tornou
conhecido nas mãos de um dos fãs de Takahashi: Keiichi Tsuchiya, o Drift King.
A atuação de Tsuchiya inspirou a maioria da
atual geração de pilotos de drift. Em 1989, surgiu o Ikaten, um dos primeiros eventos de drift,
organizado por Tsuchiya e o criador da revista
especializada Option Magazine, Daijiro Inada.
Anos mais tarde, em 2000, foi criado um novo
evento apenas para os pilotos experientes, o All
Japan Professional Drift Championship, julgado
por Tsuchiya e Manabu Orido e narrado pelo
brasileiro Manabu Suzuki. No ano seguinte, o
campeonato foi rebatizado como D1 Grand Prix,
nome que carrega até hoje e com edições nos
Entenda o Drift
Um carro está fazendo drift quando o carro
perde tração e o ângulo da parte de trás fica
maior do que o ângulo da frente, e as rodas da
frente estão apontando para a direção oposta à
curva (por exemplo: o carro está virando para
esquerda, as rodas estão apontando para direita, ou vice-versa), e o piloto está controlando
esses fatores. Os carros mais indicados para
fazer drift são os de tração traseira.
EUA, Reino Unido, Austrália, Malásia e Nova
Zelândia.
Em 2005, nasceu o D1 Street Legal, voltado
para pilotos amadores e carros sem uma preparação muito cara e rapidamente se tornou
um sucesso de público e crítica. Todas as
máquinas que competem no D1SL precisam
possuir o Shaken, uma autorização que todos os carros no Japão recebem depois de
passar por uma vistoria. Carros que estejam
acima da potência máxima permitida ou com
alterações ilegais não recebem essa autorização.
As corridas nos campeonatos possuem duas
etapas. A primeira é uma grande eliminatória,
na qual todos os pilotos fazem três tansou,
uma corrida solo na qual devem demonstrar
habilidade em fazer um drift rápido e sem exibicionismo. No fim do dia, os doze melhores
colocados passam para a fase seguinte, disputando as corridas tsuisou, onde um carro
segue o outro pelo percurso, tentando manter o ritmo ou mesmo ultrapassar o carro da
frente. Aqui, o mais importante é o drift mais
emocionante e não é permitido bater, rodar
ou perder o ritmo.
Se quiser saber mais, visite:
http://www.d1gp.co.jp
okids
Roteiro para baixinhos
Diversão, cultura e lazer para crianças no ano do
centenário
O
ano em que a presença japonesa completa 100 primaveras é uma boa oportunidade para mostrar aos
baixinhos o universo de seus antepassados. Rica e diversificada, a cultura nikkei proporciona uma série
de atividades, que vão do origami (dobradura) e teatro infantil até o universo pop dos mangás. A Mundo
OK apresenta nesta edição atrações imperdíveis para toda a família.
ORIGAMI
A arte japonesa de dobrar papéis e formar as mais variadas figuras é destaque da programação cultural da
Aliança Cultural Brasil-Japão (www.acbj.com.br), na capital paulista. Desde fevereiro, as unidades Pinheiros
e Vergueiro oferecem aulas temáticas, sempre na última quarta-feira de cada mês. Os cursos acontecem até
outubro.
Unidade Vergueiro - R. Vergueiro, 727 - 5º andar. Tel.: (11) 3209-6630
Unidade Pinheiros - R. Dep. Lacerda Franco, 328. Tel.: (11) 3815-3446
MUSEU
Leve seu filho para passear de trem no Memorial do Imigrante. O museu, que funciona na antiga hospedaria, onde
os trabalhadores de outros países ficavam por um curto
período ao chegar ao Brasil, tem um acervo rico sobre a
história dos japoneses. O passeio dura aproximadamente
20 minutos, em trajeto de 1 quilômetro. O trem funciona
aos domingos e feriados, das 10h às 17h. É cobrada tarifa
de R$ 5 (2ª classe) e R$ 6 (carro reservado). Outra opção é
usar o bonde, que vai até a estação Bresser de metrô pelos
trilhos da rua Visconde de Parnaíba. Custa R$ 2. O Memorial fica Rua Visconde de Parnaíba, 1316, Mooca. Informações: (11) 6692–7804, ou pelo site
www.memorialdoimigrante.sp.gov.br.
TEATRO INFANTIL
A Cia. Pé no Canto apresenta, nos dias 20, 21 e 27 de abril, a peça As aventuras de Urashima Taro
– uma história de pescador, no Sesc Ipiranga (R. Bom Pastor, 822). Música ao vivo, máscaras, bonecos
e ilusionismo fazem parte da atração, que conta a história do jovem que conhece um mundo mágico no
fundo do mar após salvar uma tartaruga. Os ingressos custam R$ 9. Sócios, estudantes e professores
da rede pública de ensino, além de pessoas com mais de 60 anos, têm desconto. Informações: (11)
3340-2000 e www.sescsp.org.br.
KARAOKÊ
Apaixonados por música japonesa, os nikkeis se
reúnem em todo o país para cantar em associações e campeonatos. Está enganado quem pensa
que os chamados taikais são destinados exclusivamente aos adultos. Centenas de crianças participam ativamente das competições, que têm até
categorias especiais para os baixinhos. Informe-se
sobre o local mais próximo para levar a família pelo
telefone da UPK – União Paulista de Karaokê: (11)
3191-0403; ou no site www.upk.org.br.
MANGÁ
A unidade Pinheiros da Aliança Cultural Brasil-Japão (R. Dep. Lacerda Franco, 328) oferece cursos de
desenho dos famosos quadrinhos japoneses para crianças a partir de 7 anos. Os interessados devem
levar papel sulfite branco, lápis, lapiseira, borracha, prancheta com trava e pasta catálogo. A inscrição
custa R$ 40. O valor da mensalidade é de R$ 85. Informações: (11) 3815-3446 ou no site:
www.acbj.com.br.
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mulher
Gravidez depois dos 35
Tratamentos
Conheça os métodos mais comuns para
ter filhos durante a meia-idade
Cuidados e tecnologias para a gestação tardia
Indução da ovulação
ideal de maternidade transformou-se
ao longo das décadas. Se no tempo de
nossos avôs predominava o conceito da
mulher criada para casar, cuidar da casa e ter
filhos, hoje a realidade é bem distinta. O gênero
obteve conquistas irreversíveis desde os anos
60, quando os movimentos feministas, alguns
até de forma radical, mostraram ao mundo que
a submissão ao homem havia ficado para trás.
Desde então, as saias passaram freqüentar
lugares antes exclusivos a quem tivesse barba.
Uma das conseqüências é que as mulheres
começaram a engravidar cada vez mais tarde,
após sentirem-se realizadas profissionalmente
e também na vida pessoal. Fora isso, a popularização de métodos contraceptivos, tais como
pílulas e camisinhas, ajudaram a solidificar esse
quadro. Gerar um bebê após os 35 anos, porém,
requer cuidados especiais.
À medida que a mulher envelhece, há diminuição
considerável da reserva e da qualidade dos óvulos, afetando diretamente a fertilidade. Além disso, problemas ginecológicos, como infecções,
endometrioses, miomas e cistos, são mais
freqüentes a partir dessa idade, o que interfere
na possibilidade de engravidar.
Embora tecnologias atuais permitam diagnosticar anomalias prematuramente e até a realizar
cirurgias intra-uterinas, quem engravida nessa
fase da vida tem maior probabilidade de ter
gestações múltiplas ou fora do útero.
Recomendado para mulheres com distúrbios
hormonais ou síndrome de ovário policístico. Os
medicamentos mais comuns para combater tais
distúrbios são o citrato de clomifeno e gonadrotofina. A concepção é feita naturalmente e deve ser
realizada durante a ovulação obtida pelo tratamento.
O
“Aumenta também as chances do feto contrair
síndrome de Down, bem como desenvolver
hipertensão e diabetes. A princípio não é uma
gravidez preocupante, e pode ocorrer de forma
bastante natural, mas é importante fazer um
acompanhamento criterioso e seguir as recomendações médicas”, destaca a obstetra Juliana Casagrande Delben.
O acompanhamento deve ser o primeiro passo. Mesmo antes da concepção é importante
a realização de consultas médicas. Ainda nos
primeiros estágios, há a necessidade de estabelecer uma rotina de exames laboratoriais,
que incluem amostras de urina, hemogramas,
tipagem sanguínea e sorologias. Especialistas
recomendam também ingerir suplementos
vitamínicos de ácido fólico, sobretudo nos últimos três meses, o que minimiza o risco de má
formação do sistema nervoso central do bebê.
A tecnologia tem sido uma grande aliada para
quem opta por tornar-se mãe mais tarde. Os
métodos variam de caso a caso, sendo os mais
comuns a indução à ovulação, a fertilização in vitro e a chamada barriga de aluguel. Nesse caso,
a norma do Conselho Médico Federal permite
que seja feito em parentes de até segundo
grau.
Fertilização in vitro (FIV)
É a técnica mais conhecida de reprodução assistida, também chamada de “bebê de proveta”.
Na primeira fase, o tratamento ocorre por meio de
drogas que estimulam a produção de óvulos. Em
seguida, os óvulos são coletados por meio de ultra-sonografia transvaginal, enquanto os espermatozóides do pai são preparados em laboratório. A
etapa seguinte consiste na alocação de um óvulo
para cada 7 mil a 20 mil espermatozóides em uma
placa para a fertilização. Os embriões resultantes
são introduzidos no útero materno. Em 12 dias é
possível fazer o teste de gravidez.
ICSI
Método eficaz bastante utilizado no caso de infertilidade masculina. A técnica utiliza micromanipuladores acoplados ao microscópio. Um único
espermatozóide é injetado diretamente dentro do
óvulo, promovendo a fecundação.
Aspiração de espermatozóides
Os espermatozóides são aspirados diretamente
dos testículos para fertilizarem os óvulos por meio
da técnica ICSI no útero da mulher. O procedimento é recorrente entre homens que fizeram cirurgia
de vasectomia.
Doação de óvulos
Método indicado para pacientes que não têm
ovários, ou que os mesmos tenham a produção
limitada pela idade. Os óvulos da doadora são usados pela receptora para que sejam fertilizados em
laboratório. O embrião é introduzido na receptora,
que terá um bebê com o esperma do companheiro
e o óvulo da doadora.
mulher
Doação Temporária de Útero
Utilizado por mulheres incapacitadas de ter
gestação normal. A paciente produz óvulos como
na fertilização in vitro convencional. Os óvulos
são aspirados e, posteriormente, fecundados
em laboratório com os espermatozóides do
companheiro. O útero da doadora é preparado
para receber o embrião, que é transferido por um
cateter plástico fino.
Doação de esperma
Para homens que não apresentam espermatozóides no esperma ou até mesmo nos testículos. Os espermatozóides utilizados são provenientes de um banco e introduzidos no útero da
mulher.
Inseminação artificial
A fertilização ocorre na trompa, por meio do encontro entre o espermatozóide depositado na vagina e o óvulo captado pela trompa no momento
de sua expulsão do ovário. O procedimento ocorre
durante a ovulação, sendo essa espontânea ou
não. Indicado para pacientes que não tenham
ovulação, ou tenham ovulação baixa.
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gastronomia
Sushi jyo - Receita fusion com salmão, arroz e maionese
O
s restaurantes mais tradicionais torcem o nariz para as receitas que mesclam sushi e maionese. Mesmo nos
estabelecimentos japoneses, porém, os chefs
já se renderam à combinação, uma das preferidas dos ocidentais apreciadores da gastronomia do Sol Nascente.
O sushi jyo pode ser servido junto com uramakis e niguiris, mas também como aperitivo
para sessões de saquê. Opção de prato simples e irresistível, leva menos de 10 minutos
para ser montado.
A receita a seguir é de Augusto Hideo Miyake,
que há 13 anos é proprietário e chef do Miyake Sushi, uma das casas mais respeitadas
do bairro Jardim da Saúde, em São Paulo.
Passo 1
Passo 2
Passo 2
Passo 3
Passo 4
Passo 5
Ingredientes
Ingredientes
- 100g
salmão
- 100g
dede
filéfilé
dede
salmão
1
folha
de
cebolinha
- 1 folha de cebolinha
- 20
gramas
arroz
japonês
- 20
gramas
dede
arroz
japonês
1 colher
sobremesa
maionese
- 1-colher
dede
sobremesa
dede
maionese
- Gengibre
emem
conserva
- Gengibre
conserva
- Raiz
forte
(wasabi)
- Raiz
forte
(wasabi)
- Molho
dede
soja
(shoyu)
- Molho
soja
(shoyu)
Preparo (porção com 4 unidades)
1º passo
Cozinhe o arroz e faça quatro bolinhos pequenos e arredondados.
2º passo
Separe 20g do filé de salmão e pique em
pedacinhos pequenos. Misture junto com a
cebolinha picada e a maionese.
3º passo
Corte o restante do filé de salmão em quatro
tiras finas de 7cm. Os cortes devem cruzar as
linhas das fibras.
4º passo
Envolva os filés de salmão lateralmente aos
bolinhos de arroz.
5º passo
Coloque o recheio sobre os bolinhos.
6º passo
Na hora de degustar, se preferir, insira pedaços de gengibre em conserva sobre o recheio
de salmão picado com cebolinha e maionese.
Mergulhe a parte inferior no molho de soja
(wasabi a gosto) e prove o sushi jyo de uma
bocada.
vitrine
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vitrine
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automóvel
Sem medo da concorrência
Novo Toyota Corolla inova para
recuperar liderança em segmento
Texto: Redação | Foto: Divulgação
A
Toyota inova mais uma vez no mercado
automotivo. Após se consagrar como
uma das maiores fábricas no mundo, a
gigante japonesa aposta todas as suas fichas
no ascendente mercado brasileiro, ao apresentar a nova geração de seu maior sucesso, o
Corolla. Um tanto maior, mais tecnologia embarcada, melhor acabamento interno, mais
espaço entre a frente interna e o assento traseiro, o sedã de luxo chega para assustar seus
concorrentes e buscar novamente a liderança
no segmento de sedãs médios – hoje com o
Honda Civic.
Pelo menos autonomia a Toyota tem. Basta
dizer que só no ano passado foram vendidos
no mundo três milhões de Corolla. O carro já
está nas revendas e tem uma lista de espera
grande. São compradores ávidos por novidades e que esperam a qualidade sempre impecável da montadora nipônica.
Para conceber o Novo Corolla, os designers
da Toyota passaram quatro meses na cidade
de Turim (Itália) avaliando os aspectos do estilo local. O resultado foi um veículo de classe
superior e extremo bom gosto, com desenho
equilibrado e elaborado nos mínimos detalhes.
As linhas procuram ressaltar a beleza natural
do modelo e possuem toques de esportividade,
sem colocar a elegância em segundo plano.
O capô com vincos acentuados forma um
conjunto harmônico ao se integrar ao quadro
do pára-brisa, ao pára-choque de linhas marcantes e aos pára-lamas dianteiros. Também
se encaixam com perfeição ao conjunto dianteiro a grade do radiador com barras horizontais, os grandes faróis de formato alongado
com três parábolas internas e os faróis de neblina
(disponível nas versões XEi e SE-G).
De frente, o Corolla assemelha-se ao Camry,
veículo que dita a tendência da nova identidade
visual dos sedãs da Toyota. Ainda na dianteira,
um detalhe que denota cuidado na construção
do Novo Corolla é a textura suave do plástico da
grade frontal e o excelente acabamento da peça.
reduzindo ainda mais os níveis de emissões de
poluentes na atmosfera. O sistema VVT-i atua
continuamente na abertura e fechamento das válvulas de admissão, proporcionando aceleração
linear e torque elevado em qualquer faixa de rotação. Isso assegura máxima performance, baixo
nível de ruído e emissões de poluente e economia
de combustível.
Motor
O motor do Novo Corolla é o consagrado 1.8 VVTi
Flex de 16 válvulas que, nesta geração, rende
136 cv de potência máxima a 6.000 rpm, quando
abastecido só com álcool, e 132 cv também a
6.000 giros, se for alimentado exclusivamente
com gasolina, com torque máximo de 17,5 kgf.m
com álcool e 17,3 kgf.m com gasolina, ambos a
4.200 rpm. A taxa de compressão é de 10:1. Para
atender á norma ambiental que passa a vigorar no
Brasil a partir de 2009, o motor do Novo Corolla
recebeu um conversor catalítico mais eficiente,
Resta agora saber se o público irá aprovar todas as
mudanças. Uma pista, porém, já indica o sucesso: a
produção está atualmente trabalhando no limite.
23
turismo
Kaga, uma cidade que transpira tranqüilidade
Termas e festivais culturais são as maiores atrações para os turistas
A
Texto: www.city.kaga.ishikawa.jp/ Fotos: divulgação
cidade de Kaga, localizada na região Hokuriku do Japão e ao sul da
província de Ishikawa, possui cerca de 80.000 habitantes. Com sua
costa marítima rica e cercada de muito verde, traz ainda uma terra
com beleza fascinante onde pode-se desfrutar as mudanças serenas das
estações do ano.
Na Era Edo, prosperou como cidade do castelo do clã Daishoji. Desde então
vem preservando a característica tradicional do Japão como o espírito wabisabi, presente na cerimônia do chá e com grande influência da religião Zen
Budista, assim como a riqueza cultural e a qualidade artística elevada da
porcelana Kutani e do laqueado Yamanaka.
Dados da Cidade
Localizacao da Prefeitura:Longitude: E 136o18’28’’
Latitude: N 36o18’20’’
Extensao Territorial:305.99 Km2
Extensao da Costa Maritima:16.5km
Nas três regiões de onsen (termas) da cidade, cada uma delas possui um
visual diferente das ruas e um charme próprio, e na época dos matsuri (festivais) a cidade inteira fica agitada. Aliás, esses onsen são famosos pela
eficácia estética e dermatológica, contra enfermidades como neuralgia e
doenças da pele, proporcionando aos visitantes momentos de relaxamento
físico e mental.
Dentre as atrações de Kaga, destacam-se os frutos do mar como o
Zuwaigani (caranguejo rainha) e o Amaebi (camarão doce), os produtos das
montanhas como o Sansai (plantas silvestre comestíveis) e frutas que fazem
sentir o rico sabor de cada estacão do ano. Experimente também os vários
tipos de saquê de alta qualidade preparados com a água pura do Monte
Hakusan, localizada na região sul de Kaga. Outra dica é apreciar os pequenos objetos de arte e os doces japoneses que se desenvolveram juntamente
com a cerimônia do chá.
24
especial capa
Terapias orientais - Técnicas do outro lado
N
a fase inicial da imigração, o brasileiro que entrasse na casa de uma família japonesa
poderia se assustar com certos hábitos. Na sala, não seria estranho encontrar um dos
filho caminhando sobre as costas do pai estendido de bruços no chão. Caso a dor na
coluna persistisse, esse mesmo pai chamaria um senhor de idade, que retiraria da maleta uma
penugem amarelada e a queimaria sobre a pele, afirmando, categoricamente: “Yaito é a melhor
solução para o seu problema”.
O yaito (ou, okyu) é uma técnica terapêutica conhecida também por moxabustão. O método mais
comum utiliza bastões de folha de artemísia moída, preparada sob forma de algodão. Por meio
da queima sobre a pele, trata as enfermidades pela emissão de calor, destruindo os acúmulos
Shiatsu estimula os mecanismos de cura natural
Origem
Os procedimentos de saúde do Oriente foram desenvolvidos, sobretudo, por indianos e chineses.
A medicina ocidental tende a ver as doenças sob
a ótica da bioquímica e da microbiologia. É, portanto, mais reativa, curativa. Por sua vez, no outro
lado do mundo acredita-se que os males estão
intimamente ligados à relação do homem com o
universo.
A medicina chinesa tem origem milenar, sendo o
imperador Xing Nong considerado seu precursor.
Por volta de 3.200 a.C., ele já realizava experiências com plantas para curar enfermidades. Arqueólogos descobriram também 11 textos datados de 168 a.C, que fazem menção a práticas até
hoje adotadas, como dieta, exercício, fitoterapia
e moxabustão.
As terapias são fundamentadas no Livro das Mutações (I Ching), conceito filosófico do princípio
único (Tao) e sua dualidade energética (Yin e
Yang). Em outras palavras: a busca do equilíbrio é
possível por meio da compreensão dos opostos.
A chegada dos japoneses foi de
fundamental importância para
a disseminação de técnicas
terapêuticas. Palavras como
shiatsu, acunpuntura, ofurô e
massagem ayurvédica já não
soam estranhas.
energéticos dos pontos meridianos. Originária da China, chegou ao Brasil pelos padres jesuítas, mas
foram os japoneses que disseminaram a prática. Hoje em dia, porém, o calor é emitido de forma
indireta, apenas aproximando o bastão do local determinado. O terapeuta que utiliza a forma antiga
pode ser acusado pelo paciente por queimadura de primeiro grau.
Esse é apenas um exemplo de terapia popularizada pelos orientais. A chegada dos japoneses foi de
fundamental importância para a disseminação de tais técnicas. No final do século XX, com mais
acesso às informações e a consolidação da cultura da saúde e beleza, práticas milenares da Índia
e da China também passaram a fazer parte dos serviços oferecidos por salões de estética, spas,
clínicas e até hospitais. Palavras como shiatsu, acupuntura, ofurô e massagem ayurvédica já não
soam tão estranhas.
De acordo com essa premissa, os acupunturistas buscam áreas específicas do corpo humano
(pontos meridianos) e estimulam excessos ou
carências de energia para tratar de males, que
não são vistos como doenças específicas, mas
um desequilíbrio geral do indivíduo.
O Ayurveda indiano, por sua vez, é o mais antigo
sistema médico organizado de que se tem notícia. Surgido na Índia há mais de 5.000 anos, utiliza em sua abordagem plantas medicinais, yoga,
astrologia, massagem, meditação, aromaterapia,
gemoterapia, psicologia e até cirurgia. O país,
aliás, é conhecido como o berço de todas as civilizações. O Ayurveda influenciou práticas em todo
o mundo, firmando-se como base doutrinaria de
muitas artes médicas e filosóficas.
especial capa
do mundo ganham o Brasil
Nihon
Dos três países, o Japão é o mais sincrético no
que se refere às práticas terapêuticas. A medicina
chinesa ganhou força no arquipélago principalmente
a partir do século VI, por intermédio da Coréia. Também havia intercâmbio com a Índia, já que ambos
precisavam criar uma medicina de baixo custo
para atender às massas. Práticas provenientes
dos vizinhos, portanto, eram empregadas há
séculos.
Em 1557, a influência européia começou a
ganhar campo, quando foi instalado, em Kyushu,
o primeiro hospital de medicina ocidental. Durante
o período Edo (1603 a 1868), havia grande incentivo para o estudo da ciência dos brancos, o que
se acentuou no período da restauração Meiji.
Ao aliar a medicina tradicional e a ciência ocidental, os japoneses deram contribuições importantes para diversos tratamentos, seja aperfeiçoando a massagem anma ou as técnicas de
moxabustão, shiatsu e reiki. Uma das invenções
mais importantes foi a canaleta, que passou a ser
utilizada em larga escala na aplicação de acupuntura. Outras terapias bastante difundidas foram
os banhos de ofurô e em águas termais vulcânicas, os onsen.
Técnicas são baseadas em estudos milenares na
China, Índia e Japão
Texto e fotos: Wilsom Azuma
parte do público e até mesmo de profissionais
da área. Não é raro serem estereotipadas
pelo seu lado místico, dando margem à intolerância e também ao mau uso por charlatões. “O brasileiro ainda tem certo preconceito, principalmente em relação ao toque.
Massoterapeuta Cláudio Wauke destaca
popularização das terapias
No Japão é comum encontrar casais massageando um ao outro nas praças, parques
e metrô”, destaca o massoterapeuta Cláudio Wauke, que aprendeu shiatsu na terra
dos ancestrais e, hoje, é proprietário do espaço Zen Shin. Para ele, a tendência é que
os tratamentos orientais se popularizem.
“Até pouco tempo atrás, somente a elite
tinha acesso, mas hoje até as empresas
estão aderindo”, acrescenta.
“No Japão é
comum encontrar casais
massageando um ao outro
nas praças, parques e
metrô”
Ocidente
As terapias orientais têm ganhado espaço continuamente entre os profissionais envolvidos com
a saúde no Ocidente. Aliadas às novas tecnologias, possibilitaram o desenvolvimento de diversas técnicas, entre as quais a eletroacupuntura, a
auriculoterapia e a reflexologia.
Provenientes de culturas tão distintas, no entanto, são muitas vezes alvos de distorção por
A resistência vem diminuindo. Em 1995, a
acupuntura foi reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Médico Federal.
O método já é utilizado pelo SUS (Sistema
Único de Saúde), tendo sido comprovada
sua aplicação no combate a diversos males,
que vão de dores crônicas e estresse à obesidade. Cada vez mais, as universidades e
centros de pesquisa estudam diferentes
meios de aplicá-las. Antes vista apenas por
seu viés místico e relaxante, os brasileiros
descobrem que os ensinamentos milenares
são perfeitamente adaptáveis ao cotidiano
atribulado da vida moderna.
25
26
especial capa
Acupuntura
Por meio da aplicação de agulhas finíssimas em
pontos determinados, busca a harmonização do
corpo humano. Pode ser utilizada como tratamento principal ou auxiliar de problemas respiratórios,
gastrointestinais, neurológicos, ginecológicos,
musculares, articulares, esqueléticos e até de
dependência química e obesidade. Além da tradicional, existem outros tipos de acupuntura, como
a auricular, quiroacupuntura coreana, escalpeana
e eletroacupuntura. Pode ajudar, inclusive, no rejuvenescimento (acupuntura estética).
Onde encontrar
Espaço Arte de Curar (Rio de Janeiro/RJ) www.espacoartedecurar.com.br.
Tel.: (21) 2245-6085
Instituto Lin Pin Chuan (São Paulo/SP) www.ilpc.com.br. Tel.: (11) 5575-4251
Anma
Junção das palavras japonesas an (apertar) e
ma (esfregar), é uma técnica de massagem que
estimula os pontos meridianos estudados na medicina tradicional chinesa. Alivia a tensão muscular,
além de facilitando a circulação do sangue e dos
canais de energia. Combate o estresse, disfunções arteriais, asma, dores de cabeça e insônia.
Parente das populares quick massage.
Anma Zen (Rio de Janeiro/RJ) www.anmazen.com. Tel.: (21) 8158 6721
Zenchi (São Paulo/SP) - www.zenchi.com.br.
Tel.: (11) 3466-2461
Moxabustão
Técnica criada na China há mais de 5.000 anos, utiliza a queima da erva medicinal artemísia nos pontos
de acupuntura para provocar calor em áreas energéticas. No Ocidente, a queima direta é evitada, sendo
a aplicação mais comum por meio de bastões próximos à pele. É indicada no combate à febre, lesões
traumáticas, anemia, indigestão, fadiga, asma e uma
série de doenças. Pesquisas confirmam suas propriedades de estímulo do sistema imunológico.
Onde encontrar
Bella Luna (São Paulo/SP) www.bellalunaestetica.com.br . Tel.: (11) 5102 - 3945
Tereza Amoedo (Rio de Janeiro/RJ) –
www.terezaamoedo.com. Tel.: (21) 2522-6338
Akassuri
Significa, literalmente, “tirar o cascão”. Tratamento de embelezamento da pele por meio de exfoliação. O corpo é preparado em banho de ofurô
ou sessão de sauna. Em seguida, o profissional
aplica massagem com uma fina luva de viscose
para a retirada de células mortas.
Onde encontrar
Luiza Sato – unidade Vila Mariana (São Paulo/SP)
- www.luizasatovilamariana.com.br. Tel.: (11)
5083-5413
Shizen (Campo Grande/MS) - www.xzen.com.br.
Tel.: (67) 3327-0635
Ofurô
Banheira típica japonesa, geralmente feita de
madeira. A lavagem do corpo é feita antes de
entrar na tina. A temperatura da água deve estar
entre 36 e 40ºC. Provoca relaxamento, alivia o
estresse, limpa a pele e desintoxica os músculos.
Auxilia também no reequilíbrio hormonal, estimulando as glândulas. Está presente em quase todas
as casas no Japão.
Onde encontrar
Ofurô Clínica e Spa Urbano (Campo Grande/MS)
- www.ofurospaurbano.com.br. Tel.: (67) 33419434
Vitalité Estética (São Paulo/SP) - www.vitaliteestetica.com.br . Tel.: (11) 5054-0158
Reiki
Terapia de cura natural através da canalização de
energia pelas mãos. Essa energia é transmitida
por meio de leves toques ou pela proximidade
das mãos em forma de concha no corpo do paciente. É eficiente no tratamento de dores de cabeça, problemas de coluna, depressão, síndrome
do pânico, cortes e queimaduras. O reiki (energia
vital universal) foi disseminado pelo japonês Mikao Ussui, estudioso de manuscritos sânscritos
antigos. Desobstrui canais, elimina toxinas e
busca o equilíbrio.
Onde encontrar
Associação Brasileira de Reiki (Rio de Janeiro/RJ)
– www.ab-reiki.com.br. Tel.: (21) 2714-4146
Eva Ramalho (São Paulo/SP) www.evaramalho.com.br. Tel.: (11) 3885.7147
27
especial capa
Suidamá
Conhecida também por ventosaterapia, utiliza uma
espécie de copo de vidro grudado à pele, provocando forte movimento de sucção. Sua principal
função é harmonizar o sistema sanguíneo,
combatendo enfartes e derrames. Pode
ser empregada ainda contra gripes,
pressão alta e baixa, nevralgias, asmas,
estresse, lombalgia e dores crônicas.
Utilizada também em tratamentos
para celulite.
Onde encontrar
Centro de Estudos do Corpo e Terapias Holísticas (Rio de Janeiro/RJ)
- www.cecth.com.br. Tel.: (21)
2570-1180
Chi Tao Home Care (São Paulo/
SP) -www.chitaohomecare.com.
br. Tel.: (11) 3885-6577
Shiatsu
Adaptação japonesa da técnica da medicina
tradicional da China chamada tui-ná. A massagem é feita pelas mãos e pelos dedos no corpo do
paciente, estimulando mecanismos de cura natural
do corpo. A abordagem é semelhante a da acupuntura no que se refere aos pontos meridianos e
canais de energia, mas sem o uso de agulhas. É
bastante utilizado no tratamento de disfunções e
dores do sistema motor.
Onde encontrar
Luiza Sato – unidade Jd. Europa (São Paulo/SP)
– www.luizasato.com.br. Tel.: (11) 30855406
Zen Shin (São Paulo/SP) –
www.zens.com.br. Tel.: (11) 32593547
Watsu
Espécie de shiatsu na água.
O paciente recebe a massagem imerso em piscina
quente, sem encostar os pés
no fundo. Reduz estresses,
ansiedades e melhora a
qualidade do sono. Indicado
também contra enxaqueca,
pressão alta, dor na coluna e
depressão. Foi desenvolvido
pelo terapeuta norte-americano
Harold Dull, baseado em estudos
de técnicas orientais.
Onde encontrar
Espaço Acqua Vida (São Paulo/SP) - www.
watsuterapia.com.br. Tel.: (11) 5535-6367
Espaço Integração (Cotia/SP) www.espacointegracao.com.br. Tel.:(11) 4702-4838
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comunidade chinesa
De olho no futuro
C
om uma das economias mais dinâmicas
do planeta e sede dos Jogos Olímpicos de
2008, a China tem atraído cada vez mais
visitantes. Atenta a este mercado, a BEX Intercâmbio, agência com mais de 15 anos de mercado, está
lançando um programa de intercâmbio cultural especialmente para os brasileiros que querem conhecer o
País e estudar Mandarim (atualmente, o idioma mais
falado no mundo). “Esta é uma oportunidade de ter
um contato direto com a língua e cultura chinesas, o
que certamente contribui para a formação pessoal e
profissional do intercambista”, afirma Flávio Crusoé,
sócio-diretor da BEX Intercâmbio.
Intercâmbio na China facilita estudo do
mandarim e viagem à capital olímpica
O programa da BEX tem a duração de um mês e
é realizado em uma escola para estudantes estrangeiros em Pequim. São oferecidos cursos básico
e avançado de mandarim, além de aulas de pintura
chinesa e Tai-Chi-Chuan. A instituição está situada
dentro dos jardins imperiais de Wen Hua Gong, o
Palácio das Culturas de Pequim. “O curso também é
uma ótima oportunidade para conhecer a China em
condições mais favoráveis. Como estudante, o interessado economiza na hospedagem, alimentação
e até na passagem aérea”, explica Flávio. Os finais
de semana são livres, deixando espaço para visitas
à Cidade Proibida, à Muralha de China e aos diversos
Texto: Redação | Foto: Divulgação
complexos e obras para as Olimpíadas.
O pacote oferecido pela BEX inclui as aulas, material didático, acomodações (hotel ou pensão) e
refeições (café da manhã e/ou almoço), por R$
1,8 mil. É necessário tirar visto, cujo procedimento é também assessorado pela BEX. Além do
curso padrão (20 aulas por semana), são oferecidas opções intensiva (30 aulas por semana) ou
individual. O limite de alunos por sala é de 8 e
é necessário um teste de proficiência no idioma
aplicado no Brasil.
Para mais informações, o site é: www.bex.tur.br
melhor idade
Rádio taissô ajuda a melhorar
qualidade de vida
Ginástica praticada por 30 milhões de japoneses
vira rotina em mais de 60 locais do Brasil
Texto e fotos: Wilson Azuma
Teruo Hossokawa: líder do movimento
D
ois anos após a posse do imperador Hiroíto,
em 1930, o serviço de previdência do correio
japonês deu início ao projeto de usar a comunicação de massa em prol da saúde. Implementou
o rádio taissô – a “ginástica pelo rádio” - que, atualmente, é praticado por mais de 30 milhões de pessoas nas escolas, empresas e espaços públicos de
todo o arquipélago.
Trazida oficialmente ao Brasil em 1978, durante as
comemorações dos 70 anos da emigração japonesa,
a atividade logo se espalhou pela comunidade nikkei.
Hoje, tem adeptos, inclusive não-descendentes, em
várias regiões. “Eu estava em uma fase depressiva
há dois anos, quando mudei para um prédio próximo.
Sempre observava, mas um dia resolvi entrar. Estou realmente muito melhor. O taissô tem ajudado
muito”, destaca Gilza Lucena, 63, uma das poucas
“brasileiras” do grupo da Liberdade, em São Paulo.
É na praça do metrô do bairro oriental que se reúne
o núcleo mais ativo. Diariamente a partir das 6h30,
mais de 40 pessoas – a maioria da terceira idade e
vestida de branco – realizam a série de exercícios,
que inclui flexões, alongamentos e rotinas de equilíbrio. As sessões duram cerca de meia hora. “Quando
o caminho fica estreito as pessoas pensam em coisas ruins. O rádio taissô expande a mente. A saúde
é garantida”, acrescenta o octogenário Teruo Hossokawa, um dos fundadores do movimento.
A principal vantagem desse tipo de ginástica é
que pode ser praticado por qualquer um, indepen-
dentemente da idade. A idéia deu tão certo, que,
só na capital paulista, existem mais de 50 núcleos para a prática. Em alguns locais, como nos
bairros Luz e República, centro velho da capital
paulista, os organizadores e boa parte dos praticantes não têm qualquer ascendência oriental.
No País, a Federação de Rádio Taissô contabiliza
mais de 60 entidades filiadas, em estados como
Rio de Janeiro, Paraná e Goiás.
Superação
Embora englobe exercícios de saúde preventiva,
o taissô tem mostrado eficiência na melhoria da
qualidade de vida de pessoas com diferentes
doenças, algumas das quais graves. A aposentada
Zulmira Borba Carvalho resolveu se juntar ao grupo
da Liberdade há nove anos. Portadora de mal de
Parkinson, ela garante que às vezes até esquece
que tem a síndrome. . “Não sei o que seria de
mim sem o rádio taissô. Vou fazer para sempre”,
destaca a aposentada.
Quem também não fica um dia sem é a funcionária
pública Aparecida Manoela de Araújo. Em 1996,
ela passou por um período traumático, quando
teve diagnosticado um câncer de mama. Após a
cirurgia de retirada do tumor, começou a freqüentar
a praça da Liberdade. “Moro aqui há 30 anos, mas
tinha vergonha. Entrei aos poucos e, hoje, se não
venho um dia faz uma tremenda falta”, conclui.
29
30
educação
Educação e Cidadania no ano do Centenário da Imigração
N
este ano tão especial para a comunidade nipo-brasileira, todos os olhares estão voltados
à comemoração dos 100 anos da imigração. Como não poderia deixar de ser, é um excelente momento para reviver esta milenar cultura e as lembranças que estes imigrantes
deixaram na terra do sol nascente, como apreciar o Monte Fuji emoldurado pelas cores que vão
definindo sutilmente as quatro estações no decorrer do ano; deixar-se embalar pelos sons dos
instrumentos típicos como shamisen, kotô, taikô ou disciplinar o corpo para participar de uma
cerimônia de chá, ikebana ... Ah, saudades...
Tudo isso me remete ao tempo em que lá estudava. Lembrei-me que, certa vez, no verão, apreciando um jardim típico, no intervalo de uma aula de bailado clássico japonês, o “fuurin” balançou
suavemente emitindo um som suave e relaxante. A professora sorriu levemente.
“Que refrescante! aprenda a sentir o vento através do som ...”. Nunca mais me esqueci disso.
Esta sensibilidade do povo japonês é um dos atributos que os fazem diferentes. Um dia destes
mergulhando nas lendas do Japão com meus alunos, descobrimos que neste ano também
comemoramos o cinqüentenário da inauguração do monumento da paz, construído em memória
da Sadako, a menina que aos 12 anos morreu em decorrência dos males da bomba atômica
lançada em Hiroshima (1945), que teve toda sua esperança de viver depositada na “lenda dos
mil grous”.
Alunos do Projeto “Educar na Cidadania”
Comemoração do Koinobori no Uehara Gakuen
Seu sonho se realizou, pois
viverá eternamente na lembrança de todos aqueles que
tem esperança. A lenda dos mil
grous (tsuru)– dobrar mil pássaros para o desejo se realizar
– tornou-se um símbolo da paz
no Japão.
“EDUCAR NA CIDADANIA”, um
projeto que visa educar através
de outros saberes, que ensina o
respeito através de outras culturas transformou a encenação
da história de Sadako num projeto de prevenção à violência.
A cada encenação de nossos
jovens, investimos na perpetuação da paz no planeta através
da conscientização de novos
grupos. Almejar o comprometimento das novas gerações
para comemorar os 150 anos
de imigração japonesa no Brasil
se tornou nosso sonho!
Mitie Uehara
Diretora do Núcleo Educacional
Uehara Gakuen
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32
dekasseguis
Prefeito de Hamamatsu virá ao Brasil para falar
sobre Centenário e dekasseguis
Cidade com maior número de brasileiros no Japão quer mais aproximação
com Brasil, em especial Mogi das Cruzes
Texto: Redação | Foto: Divulgação
O
prefeito de Mogi das Cruzes, no interior paulista, Junji
Abe recebeu no gabinete, no
último dia 08 de abril, a visita do
presidente da Associação Brasileira
de Hamamatsu (Abrah), Etsuo Ishikawa. Os dois conversaram sobre a
visita que o prefeito daquela cidade,
Yasutomo Suzuki, fará a Mogi das
Cruzes no próximo dia 26 de junho,
ao lado de um grupo de autoridades
locais. Hamamatsu é, hoje, o município japonês que possui o maior
número de trabalhadores brasileiros
– cerca de 50 mil, entre eles muitos
mogianos.
“A comitiva de Hamamatsu estará
no Brasil por ocasião da passagem
do Centenário da Imigração Japonesa, tendo como data base o dia 18
de junho. O grupo, porém, também
irá ao Rio de Janeiro, onde haverá
uma solenidade com pipas gigantes, e reservou o dia 26 de junho
para estar em Mogi”, disse Junji,
acrescentando que o mês será marcado por uma intensa programação
em todo o País por conta das festividades do Centenário.
O prefeito mogiano disse ainda que
a presença de Yasutomo Suzuki
em Mogi faz parte de um processo
de aproximação entre os dois municípios para a futura assinatura de
um convênio que tornaria as duas
cidades irmãs. “Este seria o penúltimo passo para a formalização deste
convênio. Após a recepção ao prefeito de Hamamtasu e com os avanços que certamente ocorrerão, nós
devemos arrematar este processo
no final deste ano, possivelmente
no mês de novembro, com uma comitiva indo ao Japão para concretizar este acordo”, comentou Junji.
É importante lembrar que Mogi
das Cruzes já possui convênios do
tipo com as cidades de Seki e Toyama. Com o primeiro município, a
PEDIDO
oficialização do acordo ocorreu em
1969. Seki tem grande importância
econômica para o Japão: é conhecida pela fabricação de espadas e
objetos cortantes, além da pesca
com o cormorão (pato selvagem
treinado para apanhar peixes e devolvê-los ao pescador).
Já o convênio com Toyama data
de 1979. A cidade japonesa é sede
da indústria Nachi, que tem filial em
Mogi. Possui riquezas naturais (é
cercada ao leste por uma cadeia de
montanhas com mais de seis mil
metros de altitude) e passou por um
intenso desenvolvimento cultural
e econômico. Foi o primeiro município que implantou um sistema
de trens, com trilhos especialmente
compactos, sobre as ruas. O objetivo de Toyama é proporcionar
melhorias constantes no transporte
público, visando construir uma cidade versátil e com facilidades de
deslocamento.
Como concentra um grande
número de brasileiros, a comunidade local também quer
serviços consulares na região.
O deputado federal Walter
Ihoshi (DEM/SP) deu entrada
no fim de fevereiro em uma
proposição que solicita a instalação do terceiro consulado
brasileiro no Japão, na cidade
de Hamamatsu. A Indicação número 1921/2008 está na mesa diretora da
Câmara Federal e será encaminhada ao Poder Executivo nos próximos dias.
Cerca de 300 mil brasileiros residem no Japão, atualmente. Dentre eles,
14 mil moram em Hamamatsu, e 70 mil em cidades vizinhas. O consulado,
requisitado ao Ministério de Relações Exteriores por Ihoshi, é uma
demanda antiga, reforçada pela comunidade dekassegui e pelo prefeito
Yasutomu Suzuki no início deste ano.
“É de extrema relevância que um
novo consulado seja radicado no
Japão, sobretudo, em Hamamatsu.
Trata-se de uma região onde a concentração de brasileiros é muito grande, e sempre há alguém precisando de
documentos e orientações”, afirmou o deputado. “O próprio prefeito Suzuki
pediu, em nossa última viagem oficial ao Japão, feita em janeiro, para que
nós, parlamentares, intercedêssemos pelos dekasseguis. Estou empenhado
nisso desde que retornei, e farei de tudo para que este consulado seja instalado o quanto antes”, ressaltou Ihoshi.
Ainda não há previsão de quando Hamamatsu ganhará um consulado
brasileiro. Entretanto, o projeto conta com o apoio de autoridades dos Três
Poderes, como o da embaixadora Regina Dunlop, diretora do Departamento
da Ásia e Oceania do Itamaraty, fato que pode dar celeridade ao andamento da Indicação. O deputado Walter Ihoshi espera que o consulado seja
entregue ainda este ano.
dekasseguis
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Sebrae realiza curso de marketing para dekasseguis
Orientações ajudam a abrir e conduzir novos negócios em Mogi das Cruzes
O
Programa de Apoio aos Dekasseguis desenvolvido pela Prefeitura de
Mogi das Cruzes vem fortalecendo sua parceria com o Sebrae e o
Bunkyo na realização de cursos, palestras e workshops destinados
a trabalhadores que retornaram do Japão e pensam em abrir um negócio
próprio. Neste sentido, o curso “Estratégia de Marketing – O Sucesso de
Vendas da sua Empresa”, realizado no mês de abril, provou ser mais um
sucesso para ajudar na empreitada.
O diretor de Indústria, Comércio e Relações Internacionais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Hirokuni Oshima, lembra que a iniciativa da Prefeitura tem como objetivo oferecer informação aos dekasseguis que querem
conduzir o negócio próprio. “O desenvolvimento econômico da cidade é uma
prioridade do prefeito Junji Abe e, ao estimularmos a abertura de empresas
saudáveis e bem estruturadas, estamos contribuindo para a geração de novos empregos e divisas para o município”, disse Oshima.
A decisão de oferecer o curso tem como objetivo reforçar as estratégias de
marketing adotadas pelos empresários que retornam do Japão, o que auxilia
na divulgação dos produtos e no conseqüente fortalecimento do negócio.
Na programação, temas como planejamento, elaboração de estratégias e
metas, definição de preço e produto, bem como comunicação e distribuição
foram abordados.
Vale lembrar, de acordo com Oshima, que o curso, totalmente gratuito,
serve como preparação para o Seminário Empretec, considerado o principal
evento do Projeto Dekassegui Empreendedor, cuja palestra de apresentação
Texto: Redação | Foto: Divulgação
ocorrerá no dia 7 de maio, às 19 horas, também no Sebrae de Mogi. “Os
cursos oferecidos têm o apoio da Prefeitura de Mogi e do Bunkyo, e fazem parte de um ciclo de capacitação oferecido aos dekasseguis. O Seminário
Empretec será uma espécie de fechamento deste processo, sendo considerado o
supra-sumo dos workshops desta natureza”, afirmou Oshima.
Ele lembra que os dekasseguis permanecem alguns anos fora do País,trabalhando
no Japão, e por isso perdem o contato com a realidade da economia local. Quando
retornam, muitas vezes acabam investindo o dinheiro economizado em projetos que não surtem os resultados esperados. Diante dessa realidade, muitos
acabam voltando ao Japão para um novo período de trabalho. O objetivo
destes workshops é exatamente evitar que isso aconteça.
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vitrine
perdido no japão
Em Hamamatsu
E
Texto: Fabio Seiti Tikazawa* | Foto: RKO
nfim, prédios! Foi a primeira coisa que pensei
assim que sai da estação de Hamamatsu na
noite do último dia 02. Nem havia esquecido
ainda o cheiro forte de cebolinha que exalava por
toda parte na interiorana cidade de Tomioka (onde
morei durante seis meses) quando adentrei na
“brazilian town” de Shizuoka Ken.
Nos primeiros minutos o trânsito caótico e a multidão
de pessoas nas ruas me fizeram recordar a querida
São Paulo. Parece loucura, mas já estava com saudade de ficar horas parado no congestionamento da
Nove de Julho ou da turbulência da 23 de Maio. Logicamente o trânsito de Hamamatsu nem se compara,
mas só de ver uma fila de carros parados no farol já
foi o suficiente para ativar a memória.
Fazendo um city tour rápido, passei por uma série de
estabelecimentos voltados à comunidade brasileira,
como auto-escolas e despachantes, todos com
atendimento em português, além de algumas lojas
destinadas à comunidade peruana. Com toda essa
praticidade, não é difícil de entender que a cidade
possua a maior concentração de latino-americanos
per capita do Japão (dá-lhe São Google!).
35
Mas, antes mesmo de fazer um reconhecimento
geral da cidade, fui levado a um local chamado
Parque das Flores para ver uma exposição de
sakuras (flor de cerejeira). Aproveitei para brincar um pouco de fotógrafo, já que o cenário era
bem motivador e depois de praticamente lotar
um memory stick de 2 gigabytes, fui comer um
espetinho.
Não, não se tratava do tradicional espetinho de
frango (yakitori), mas de uma réplica fiel do autêntico “espetinho de gato” de porta de estação de
metrô! O cheiro era igualzinho e o sabor, tendo
um pouco de força de vontade, poderia dizer que
era bem parecido. Só um pouco salgado, não no
gosto, mas sim no preço: 500 yens por um espetinho, o equivalente a 5 dólares... E pensar que no
Brasil a gente paga 1 real e ainda ganha a farofa
de brinde. Mas o que valeu mesmo foi o japonesinho gritando de dentro da barraca “Xorrassuko!
Xorrassuko!”.
E assim terminou minha primeira aventura na cidade grande, repleta de prédios, carros, flores de
cerejeira e churrasquinho de gato japonês. Vamos
ver o que terei para contar no próximo mês. Gambarimasu!
Jya mata.
*Fabio Seiti Tikazawa é publicitário, aspirante a redator, aprendiz de dekassegui e após 6 meses no Japão
viu pela primeira vez congestionamento e multidão.
36
click
AKIMATSURI
R
ealizada pela Associação Cultural de Mogi das Cruzes, o Akimatsuri
recebeu mais de 50 mil pessoas nos três dias de evento. Um dos
destaques da festa foi a Casa do Imigrante, uma réplica da residência típica utilizada pelos primeiros japoneses, em 1908, quando chegaram
ao Brasil. Dentro dela, há um grande painel, feito pelo artista mogiano Vitor
Wuo, que retrata as plantações. A educação também é valorizada na representação.
A exposição de produtos agrícolas tem um papel importante na festa. São
mais de mil tipos de produtos expostos, entre flores, frutas, verduras, legumes, ovos de codorna, entre outros. Além disso, a festa trouxe uma rica
programação cultural, cujos destaques foram a presença do cantor japonês
Masaki Hajime, os cantores Joe Hirata e Wadaiko Sho, o grupo Oriental
Magic Show, além dos apresentadores Sammy, ex-participante do programa
Big Brother Brasil e Kendi Yamai.
O público também conferiu as diversas apresentações de taikô, artes marciais, peças teatrais, danças, músicas típicas japonesas, demonstrações de
ioiô, com a Associação Brasileira da modalidade, práticas esportivas, concursos de canto, além da escolha da Miss e Mister Nikkey Akimatsuri. Autoridades, caso do prefeito de Mogi, Junji Abe, e lideranças da comunidade
também marcaram presença.
HANAMATSURI
A
solenidade de abertura do 42º Hanamatsuri - Aniversário do Buda
Xaquianmuni, no dia 12 de abril, reuniu diversas pessoas no bairro
da Liberdade. Na ocasião, houve também um ato simbólico do início
de execução do Projeto “Caminho do Imperador” de revitalização da região
dentro das comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil.
O festival das flores, Hanamatsuri, é realizado desde 1966 e é uma promoção
conjunta da Federação das Seitas Budistas no Brasil com a ACAL – Associação Cultural e Assistencial da Liberdade.
No final do evento, um cortejo desfilou pela rua Galvão Bueno, acompanhando um grande elefante branco sobre o qual está a imagem do pequeno Buda.
O elefante branco teria aparecido num sonho da rainha, mãe de Xaquiamuni,
anunciando o nascimento de Buda.
Presidente da ACAl Hirofumi Ikesaki; Prefeito Gilberto
Kassab, Deputado Federal William Woo, Diretor do Bradesco, Milton
Matsumoto e Victor Kobayashi, do Instituto Paulo Kobayashi
{
Prefeito Gilberto Kassab, Presidente da ACAL Hirofumi
Ikesaki, Deputado Federal William Woo e Victor Kobayashi, do
Instituto Paulo Kobayashi
37
click
Instituto Paulo Kobayashi muda diretoria
Psicóloga Jéssica Kobayashi assume comando de
entidade
D
isposta a ampliar ações na área de educação
e implantar programas de capacitação de
adultos, a psicóloga Jéssica Kobayashi tomou
posse no último dia 3 de abril como nova presidente
do Instituto Paulo Kobayashi (IPK), entidade sem fins
lucrativos que integra representantes do poder público, iniciativa privada e cidadãos para a realização
de projetos sociais.
Undokai da escola HeiSei 2008
N
o dia 13 de abril de 2008 foi realizado no
Campo de Marte o undokai da escola HeiSei.
Com seu espírito de confraternização e compromisso cultural, a escola organizou a festa e divertiu os convidados. O undoukai começou às 9h e
terminou às 16h30.
9º Jantar
dançante
O
9º jantar dançante ocorreu no
dia 05/04/2008 na associação
Okinawa Santa Maria. Na
foto, os membros do departamento
de esportes.
ITAPETI
E
m Itapeti, no mês de março, ocorreu a
tradicional festa do caqui.
A Revista Mundo OK marcou presença,
realizando workshops de taiko e oficina de
mangá com professores da AreaE, além da
distribuição das revistas.
38
vitrine
moda e beleza
39
Uma introdução ao Visual Kei
‘Kei’ é o relativo em japonês para a palavra ‘estilo’.
Mas o que é implicado dentro desse ‘Estilo Visual’?
A
Texto: Dana Guedes | Foto: Divulgação
pós as Olimpíadas de Tóquio em 1960, o Japão tinha finalmente conseguido
voltar a ocupar um posto consagrado entre os países, e uma chance de se
estabelecer no mercado industrial.
Durante as Olimpíadas, o Japão ficou vislumbrado com a cultura ocidental, que tanto era
contrastante com sua própria cultura.
Foi o primeiro contato do Japão com uma nova onda chamada Rock n’ Roll, e um grupo
conhecido como ‘Rockabilly’ (fãs de rock dos anos 50).
Mesmo o ‘Rockabilly’ não sendo o precursor direto do Visual Kei, pode-se com certeza dizer
que esse foi o perfeito cenário para uma inicialização de toda uma nova moda e uma nova
idéia que iria surgir.
O Japão sempre teve uma grande sede pelo novo, e não demorou para que os japoneses
começassem uma miscigenação.
No final dos anos 70 e início dos anos 80, bandas começaram a surgir com
novas propostas, e em 1982 a banda X Japan estourou no cenário do
rock japonês, chocando a todos com um visual novo, inspirado
nos movimentos que surgiam nos Estados Unidos e em Londres.
Yoshiki, o líder da X Japan, adotou o nome ‘Visual Shock’, mas a
verdade é que era o berço direto do agora conhecido Visual Kei.
O Visual Kei, na verdade, não pode ser definido apenas como
um estilo de moda ou um estilo de música. Eles atuam
como se fossem dois irmãos da, e caminham um ao lado
do outro, se enfatizando e afirmando seus ideais. O visual ajudando a chamar atenção para as músicas, e
as músicas ajudando a definir o que é o visual.
Não foi de se estranhar que muitos jovens se tornaram adeptos desse novo mundo que se abria
no Japão. A sociedade japonesa, principalmente
após a Segunda Guerra Mundial, na necessidade
de se reerguer economicamente colocou o indivíduo como um papel secundário, e todas as
pessoas deveriam pensar no coletivo e no futuro do Japão. Muitas indústrias foram abertas,
o trabalho cada vez mais valorizado, a pressão indireta
cada vez mais forte e era intensificada a idéia de que todas as pessoas no Japão eram e deveriam ser iguais.
Quando o Visual Kei surgiu dentro desse cenário, com seus
cabelos coloridos, maquiagem pesada e suas roupas extravagantes, foi como um grito à independência e a liberdade de expressão
que os jovens tanto necessitavam.
A partir desse período, mais e mais bandas começaram a surgir, e mais estilos
também nasceram dentro do Visual Kei, e o que era, a princípio e de certa forma, uma
“cópia” do estilo ocidental de se vestir, começou a ter uma identidade. Quanto mais pessoas aderiam a esse novo visual, mais toques pessoais eram criados, tornando a moda
cada vez mais ‘únicas’.
A influência vinha de todos os lados: Do punk, do gótico, do vitoriano, do Glam, e misturados
com elementos da própria cultura japonesa (como kimonos), dando uma liberdade de usarem
isso da maneira como queriam.
Na verdade, independente de ser Visual Kei ou não, a moda no Japão é muito única, e
muito mais que uma ideologia e um apelo ao indivíduo. A moda no Japão é uma arte. É
uma forma de se expressar e mostrar do que eles realmente gostam. De se mostrar para
as outras pessoas de uma forma que eles querem ser vistos. E em um geral, isso é muito
forte entre todas as massas de jovens do país, tornando o Japão no que ele é hoje: Uma
inspiração ‘fashion’ para o mundo todo.
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j-music
Cantor Miyavi confirma show no Brasil em maio
Texto: David Denis Lobão e Tom Marques | Foto: Divulgação
O
cantor japonês Miyavi (que artisticamente assina seu nome todo em minúsculo) confirmou que sua turnê internacional vai passar pelo Brasil. O artista fará
um show único no país, em São Paulo, no mês de maio.
O astro do J-Rock será a atração principal da nova edição do YES (Yamato Music Station),
evento musical organizado pela empresa Yamato Comunicações e Eventos que já trouxe para
o Brasil o cantor Kouji Wada e a banda Charlotte em shows exclusivos no ano passado.
Em sua terceira edição, o YES pretende agradar não somente os fãs da música
japonesa, mas também os admiradores do ‘neo visualizm’, estilo visual adotado pelo
cantor Miyavi, que você conheceu melhor na última edição da revista Mundo OK.
Pra quem ainda não conhece bem o cantor, vamos falar rapidamente de sua biografia.
Miyavi (ou -miyavi-) é o nome artístico do cantor Ishihara Takamasa, nascido em 14
de setembro de 1981. Ele iniciou sua carreira com 17 anos na banda Due’le Quartz,
quando assinava como Miyabi, e desde 2002 mudou seu nome artístico e segue carreira solo. Atualmente também é chamado de Myv (MYV).
Seu estilo andrógino também se reflete nos gostos pessoais que o cantor divulga em
entrevistas. Sua cor preferida, por exemplo, é a rosa. É conhecido também por suas
declarações polêmicas, como afirmar que seu artista favorito é ele mesmo.
E em parte ele está certo, as fãs o adoram e ele é muito atencioso com elas,
interagindo durante as apresentações e até lendo algumas cartas no palco. Será que
a recepcitividade vai se manter em maio no show brasileiro?
Seja como for este cantor promete muita empolgação por aqui. Pelo visto muita
emoção está garantida na próxima edição do YES (Yamato Music Station).
Data: 24 de maio de 2008
Valor dos ingressos: R$100,00 (inteira) R$50,00 (meia)
Maiores informações: Pelo site: www.yamatomusicstation.com.br
Tel. Yamato Corporation: 3275-0780 / 3275-1596
Email: imprensa@yamatocorp.com.br
J-Music Drops: As últimas noticias da música japonesa
Texto: Leandro Cruz e Henrique Duarte (da Rádio Blast – www.radioblast.com.br) | Fotos: Divulgação
RICA MATSUMOTO DEIXOU O JAM PROJECT logo
após o fim da tour Japan Flight 2008 ~No Border~.
O motivo da saída são seus trabalhos paralelos como
dubladora no animê “Pokémon”. Rica não participará
dos shows da turnê mundial, que passará pelo Brasil.
Ainda não se sabe se o JAM Project colocará alguma
outra cantora para substituir Rica.
KANON WAKESHIMA É A NOVA APOSTA de Mana (Moi
dix Mois e ex-MALICE MIZER) para o amplo cenário musical
japonês. A garota, com apenas 19 anos, é uma violoncelista
de habilidades invejáveis e lançará seu primeiro single, Still
Doll, em 28 de maio, pela Defstar Records. Essa música,
inclusive, será utilizada como tema de encerramento do
animê “Vampire Knight”, previsto para estrear em abril.
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dublagem
A versão brasileira dos filmes japoneses
O
processo de dublagem consiste em uma
forma de arte que trabalha com a substituição da voz original dos atores de um filme
ou desenho pela interpretação de um dublador,
que se trata de um ator que trabalha com sua
voz.
A dublagem é feita em um estúdio, onde primeiramente o filme é traduzido do seu idioma original
para o português. Em seguida ele passa por um
processo onde a imagem é separada dos diálogos mantendo somente ruídos de fundo (como
uma porta batendo), isto ocorre separando o som
original em faixas diversas.
Após esta etapa, cada ator grava suas falas em
separado, acompanhado no estúdio por um diretor de dublagem, depois um mixador junta todas
as falas gravadas, de todos os atores, com o filme
original, criando assim uma faixa única de áudio
que é colocada como opção do DVD.
Um pouco da história da
dublagem no Brasil
A versão brasileira é considerada uma das melhores dublagens do mundo. O título foi dado pela
mídia internacional devido ao reconhecimento de
trabalhos como os dos filmes de Walt Disney.
E foi justamente com o estúdio americano uma
das primeiras atividades da dublagem nacional.
Em 1938, nos estúdios da CineLab, em São Cristóvão (Rio de Janeiro), o filme “Branca de Neve e
os Sete Anões” ganhou uma versão brasileira.
Com o sucesso da televisão, a necessidade de
dublagem para a tela pequena se tornou imperativa e aos poucos os brasileiros se acostumaram
à idéia. O motivo era que a qualidade da imagem no Brasil era muito ruim, o que inviabilizaria
produções legendadas na televisão.
Outro motivo da dublagem tornar-se comum no
país foi que a maioria da população brasileira é
Texto: David Denis Lobão | Fotos: Divulgação
analfabeta funcional, ou seja, sabe ler e escrever o
básico, mas não consegue compreender tudo.
Desta forma programas legendados começaram a
ser reprovados pela audiência e ficaram restritos
as fitas de vídeo e ao cinema. Com o lançamento
Elenco de dublagem principal:
Dororo - Fernanda Bulara
Hykkymaru - Márcio Araújo
Tahoumaru - Fábio Lucindo
Daigo - Nelson Machado
Demônios - Guilherme Lopes
Monge - João Angelo
Velho “Menestrel” - Renato Márcio
Pai (Shaman) - Antonio Moreno
das produções em DVD, as dublagens tornaramse comuns não somente na TV, mas também em
filmes lançados neste formato, onde a pessoa
pode escolher entre o português e o idioma original legendado.
A dublagem nacional do
filme “Dororo”
Os filmes japoneses em DVD tornaram-se comuns no Brasil nos últimos anos. Devido ao baixo
custo de licenciamento (comparado aos grandes
sucessos americanos), as produções passaram a
tornar-se lugar comum nas prateleiras das locadoras brasileiras.
Recentemente chegaram ao Brasil os filmes
“Dororo” e “Crows 0”, que começaram a
ser dublados no Brasil para lançamento em
DVD. E a revista Mundo OK esteve presente
acompanhando o processo de dublagem.
A empresa Visual Filmes lançará “Dororo” em
junho no Brasil, “Crows 0” deve chegar no segundo semestre. A dublagem foi feita na Capricórnio,
mesmo estúdio que dublou o clássico “Akira”
para o Locomotion. A produção foi dublada utilizando os estúdios da Wood Vídeo em São Paulo
e a direção de dublagem ficou nas mãos de Gisa
della Mare e Luciene Adreotti.
Nesta matéria você confere fotos dos bastidores
da versão brasileira que contou com um competente trabalho de pesquisa de Gisa, que procurou
manter para os atores japoneses seus respectivos
‘bonecos’ brasileiros, nome dado aos dubladores
que são fixos de um determinado ator, ou seja, sempre fazem a voz dele, não importando a produção.
A brasileira Fernanda Bullara, por exemplo, foi escalada para voltar a dublar a atriz Kou Shibasaki,
que ela já tinha dublado em “Batalha Real” (“Battle
Royale”) e que aqui vive a protagonista Dororo no
filme homônimo.
Gisa se diz muito empolgada com o trabalho “é
sempre um prazer dublar produções japonesas,
pois o retorno do público é muito bacana, quando
eu dublava animês, os fãs me ligavam, me escreviam, sempre com comentários e criticas produtivas”, conclui.
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game
Os jogos mais curiosos do Wii
Texto: Daniela Giovanniello | Fotos: Divulgação
A
maioria das pessoas que conhecem o mercado de videogames
já ouviu falar em algum momento do Wii, o moderno console da
Nintendo.
O Wii é atualmente o videogame mais vendido do mundo e tem feito
a cabeça dos gamemaniacos com seus jogos curiosos e seu controle diferenciado, o Wii Remote, que funciona com sensores de movimento.
Se você ainda não teve a chance de jogá-lo, apresentamos um pouco de alguns
de seus jogos, e de como os games evoluíram.
“Cooking Mama: Cook Off”
Neste jogo, você deverá seguir as receitas para fazer os pratos ou pode até
criar as suas. A preparação dos pratos é feita com o Wii Remote, desde descascar os legumes até amaciar o bife e virá-lo na hora certa. Além de bife,
há uma variedade de alimentos para preparar, como por exemplo: camarão
empanado, refogados e hambúrguer. Então mãos a obra e bom apetite.
“Trauma Center: Second Opinion”
Este jogo faz você reavaliar todos os seus conceitos quanto a “brincar de
médico”. Aqui, o jogador executa uma série de procedimentos cirúrgicos,
usando o Wii Remote e o acessório Nunchuk. O objetivo do jogo é bem claro:
não deixar o paciente morrer, ou seja, tratá-lo para que os níveis vitais não
zerem. Alguns erros podem piorar a situação ou matá-lo de vez.
“Big Brain Academy”
Este jogo é para você que acha que ficar jogando videogame é perda de
tempo (e de neurônios). São vários mini-games com exercícios para testar
o cérebro dos jogadores, que podem se enfrentar, resolvendo os mesmos
problemas simultaneamente. Esses exercícios são do tipo “encontre o pedaço que falta”, “qual das imagens é diferente”, “ajuste o relógio” entre outros
mais complexos.
“Wii Fit”
Que tal jogar videogame e entrar em forma ao mesmo tempo? Parece impossível? Não é! No “Wii Fit” você tem mais de 40 opções diferentes para “malhar”. O game usa o “Wii Balance Board” que possui sensores que medem o
peso e o centro gravitacional de quem joga. Os exercícios são feitos com a
“balança” e podem ser: flexões de braços, bambolê, stepp e salto de esqui.
“Elebits”
Os Elebits são criaturinhas que na verdade são fontes de energia. O objetivo do jogador aqui é encontrá-los para que o ambiente se modifique de
acordo com a energia armazenada. O jogador pode mover os vários itens que
compõe os cenários. Para quem gosta de uma bagunça, o jogo é perfeito.
Porque são vários os objetos que podem ser mexidos, atirados, jogados e
derrubados.
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44
animê
‘Street Fighter II’: O desenho e o novo filme de Hollywood!
N
Texto: Túlipe Helena – do portal www.ohayo.com.br
a década de 1990, época da grande ‘febre’ dos videogames no país, o SBT colocava no ar o
animê “Street Fighter II Victory”. A animação é baseada no jogo “Street Fighter 2”, com direção
de Gisaburo Sugii e produção do estúdio Group TAC, com exibição da Yomiuri TV.
No Japão, a sua transmissão original foi em abril de 1995, e no Brasil a sua primeira exibição ocorreu
em novembro do mesmo ano. O SBT exibiu a série com muito sucesso na década de 90. Mais recentemente, o Cartoon Network também exibiu a produção que tem ao todo 29 episódios.
O animê fez com que a franquia se tornasse conhecida mundialmente. Por conta disto, ele se
transportou para outras mídias, dentre elas o cinema.
Lista de episódios do animê
A história do animê começa com a separação de Ken e Ryu, dois amigos e discípulos das artes
marciais. A trama se desenvolve durante uma visita dos personagens a San Francisco. No final do
desenho, o destino dos personagens é colocado a prova, o que faz com que eles se enfrentem em
uma ilha no meio do Atlântico. Nesta altura, todas já estão no limite.
Nelson Machado, o dublador do personagem Quico do seriado “Chaves”, além de ser o narrador da
trama, também foi o diretor de dublagem no Brasil. A versão brasileira foi feita no estúdio Master
Sound.
Uma nova adaptação americana de “Street Fighter” também é aguardada nos cinemas. O filme cujo
título oficial é “Street Fighter: Legend of Chun-Li” tem direção Andrzej Bartkowiak, responsável também pela direção de “Contra o Tempo” e “Doom - A Porta do Inferno”. O roteiro é de Justin Marks.
A Hyde Park Entertainment, a Fox
Elenco de dublagem do animê
e a Capcon são responsáveis pela
contratação dos atores.
Ryu- Orlando Viggiani
Na nova trama, a protagonista
Ken - Sérgio Moreno
será a personagem Chun-Li e o
Chun Li - Tânia Gaidarji
foco será na sua luta por justiça. A
Cammy - Denise Simonetto
atriz Kristin Kreuk que interpreta a
Fei Long - Afonso Amajones
Lana de “Smallville” viverá a perSagat - Eleu Salvador
sonagem. Michael Clarke Duncan
Balrog - Francisco Borges
(“À Espera de um Milagre”) viverá
Bison - Antônio Moreno
o boxeador Balrog, Chris Klein será
Dhalsim - Daoiz Cabezudo
Nash e Rick Yune é Gen.
As filmagens começaram em
Zangief - Jonas Mello
março e utiliza locações na TailânVega - Cassius Romero
dia, Honk Kong e Vancouver. A preGuile - Guilherme Lopes
visão de lançamento é ainda para
este ano.
01 - Um convite a São Francisco
02 - O Ás da Força Aérea
03 - Duelo em Hong Kong
04 - O Inferno de Hong Kong
05 - Um Homem Chamado Dragão Voador
06 - O Segredo das Artes Marciais
07 - A Vingança de Ashura
08 - A Sombra do Terror
09 - Caratê contra Muai Thai
10 - O Mensageiro das Trevas
11 - Na Trilha das Feras
12 - Na Caverna do Demônio
13 - Em Busca do Hadouken
14 - O Príncipe Sangüinário
15 - Encontro de Gigantes
16 - A Máscara do Poder
17 - Os Tentáculos da Morte
18 - A Bela Assassina
19 - Agentes Secretos
20 - Hadouken: A Força Preponderante do
Cosmo
21 - Os Prisioneiros do Castelo
22 - A Manifestação do Hadouken
23 - O Brilho Misterioso
24 - O Reencontro com o Pesadelo
25 - A Luta Violenta
26 - A Morte do Amigo
27 - A Colisão de Energias
28 - O Domínio de Bison
29 - A Batalha Final
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mangá
‘Ark Angels’, novo manhwa no Brasil em 2008
A
NewPOP Editora completou um ano de atividades recentemente e para comemorar anunciou duas grandes novidades.
A primeira, é que agora a NewPOP faz parte do grupo
Yamato Corporotion (que também é dono da ZN Editora, que publica a revista Mundo OK) e isto vai refletir em novos investimentos em mangás (quadrinhos
japoneses) e manhwas (HQs coreanas).
A segunda novidade é a aquisição de três novos títulos que ganharam muito destaque pelo mundo. Um
deles, “Ark Angels” será lançado neste ano em uma
co-edição com a Lumus Editora, dando seqüência à
parceria existente nos títulos de autoria da coreana
Sang-Sun Park, que já teve sua obra anterior, “Tarot
Café”, lançada em 2007.
“Ark Angels” foi lançado em 2005 na Coréia e possui
três volumes. Lançado originalmente pela Tokyopop
é uma obra das obras mais elogiadas da manhwaga
(autora de manhwa) Sang-Sun Park.
Na história da revista, Shem, Hamu e Japheth são
três irmãs de outro mundo que usam seus poderes
para salvar todos os animais em extinção. No momento, seu trabalho consiste em salvar os seres
da Terra e enfrentar o que e quem está causando a
destruição do planeta.
Enquanto salvam o mundo, elas tentam passar despercebidas como simples colegiais, nem que para
isso tenham que enfrentar os mesmos problemas
que elas.
No entanto, apesar de parecerem estudantes normais elas têm poderes extraordinários, o que vai
ser essencial para resolver o problema mais grave
da Terra, a forma como os terráqueos se relacionam
com o planeta, que se não for alterada logo, fará que
ele se extinga em breve.
O enredo pode parecer um pouco batido para alguns,
mas a obra é um divertido e bonito trabalho que reúne
fantasia e magia, com uma importante mensagem
de preservação do planeta. Por estes motivos,
“Ark Angels” deve encantar e conquistar muitos
brasileiros que são fãs da cultura pop oriental.
Texto: David Denis Lobão e Felipe Marcos - editores do portal www.ohayo.com.br
cosplay
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Cosplay e Carnaval: Uma combinação possível!
N
Texto: Layla Camillo | Fotos: Quadra da Vila Maria (Remy - Cosplayers.net) / Desfile da Porto da Pedra (Arquivo Pessoal - Marcelo Vingaard)
o clima do Centenário da Imigração Japonesa, muitos eventos foram organizados para comemorar esta data tão especial. Até a mais famosa e
festiva manifestação popular brasileira, o Carnaval, não pôde ficar de fora.
Vimos neste ano Escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro exaltarem a
cultura japonesa, trazendo para a avenida um mix de representações e significados. E é claro que o cosplay não poderia ficar de fora desta festa. Afinal, o hobbie
mesmo não sendo uma criação japonesa, ganhou fama e projeção no Japão.
Em janeiro, durante Anime Dreams, tanto o público do evento como os finalistas
do YCC (Yamato Cosplay Cup) Internacional puderam conhecer um pouco a respeito desta ligação entre o Japão e o Carnaval brasileiro.
Para o público foi preparada uma palestra temática com alguns integrantes da
Escola de Samba Unidos de Vila Maria. Terceira colocada no Carnaval 2008, a
escola trouxe ao evento informações diversas e ao fim da palestra cantou um
trecho do samba-enredo, o que deixou a platéia muito animada. Encantados com
o evento, os palestrantes aproveitaram a visita e declararam ter adorado a exAcima, os cosplayers do YCC Internacional na quadra da Escola de Samba Unidos de
periência e interação.
Vila Maria. Abaixo, os cosplayers no desfile da Porto da Pedra no Rio de Janeiro.
Com relação aos cosplayers do YCC Internacional, foi realizada uma visita à
quadra da escola, com direito a muita festa e animação. Vestindo lindos cosplays,
os finalistas curtiram o ensaio da bateria de forma um tanto quanto tímida. Acompanhante do grupo, o fotógrafo Sebastião
‘Remy’ (editor do site www.cosplayers.net) afirmou em seu site que apesar de envergonhados, os cosplayers estavam
gostando muito do passeio.
Já no Carnaval carioca, a Escola de Samba Porto da Pedra levou à Sapucaí um grupo de cosplayers em seu quinto carro, cujo
tema era a cultura pop japonesa. Dentre os convidados, dois finalistas do YCC Internacional: Thais ‘Yuki’ e Marcelo ‘Vingaard’.
Desta forma, vemos que mesmo entre assuntos totalmente diferentes, existem relações e possibilidades de diálogo. Foi o que
o Carnaval e os cosplayers fizeram, dando um show de simpatia, beleza e respeito.
48
tokusatsu
O que é Metal Hero?
As adaptações americanas
“Jaspion”, “Sharivan” e os heróis metálicos que
conquistaram os brasileiros
Texto: Eugenio Furbeta – do portal www.tokusatsu.com.br |
Fotos: Divulgação / Reprodução
M
etal hero foi uma franquia de séries de televisão da produtora japonesa Toei Company, produzidas a partir de 1982, com “Uchuu Keiji Gyaban”, durando até 1996, com “B-Fighter Kabuto”.
Ao longo dos anos o gênero foi sofrendo modificações, até ser extinto em 1997.
Metal heros, como o próprio nome já diz, são herois que utilizam armaduras metalicas para lutar contra
seus inimigos, sejam eles alienigenas ou terrestres.
De todos os subgêneros do tokusatsu (seriados japoneses com efeitos especiais), este foi provavelmente o que mais fez sucesso na televisão brasileira. Em 1988, “Jaspion” começou a ser exibido pela
Rede Manchete e rapidamente se tornou febre nacional.
Na esteira do sucesso de “Jaspion”, nos anos seguintes vieram “Jiraiya” e “Jiban”, que também alcançaram sucesso. Outras emissoras se entusiasmaram com o sucesso e passaram a exibir outras séries
de Metal Hero, inclusive anteriores a “Jaspion”.
A Rede Bandeirantes trouxe “Metalder” e “Sharivan”, enquanto “Gyaban” (com o título de “Space Cop”)
e “Shaider” foram vistos na tela da Globo e TV Gazeta.
Em meados da década de 90, a Manchete exibiu “Winspector” e “Solbrain”, fechando o ciclo dos Metal
Heroes na televisão do Brasil.
Na década de 90, a produtora norte-americana
Saban, embalada pelo sucesso dos “Power
Rangers”, que adaptavam o gênero dos super
sentais para o mercado norte-americano, tentou fazer o mesmo com os metal heroes.
“Metalder” e “Spielvan” foram utilizados como
matéria-prima para a série “VR Troopers”. A
série teve um sucesso apenas mediano, e foi
marcada por uma produção sofrível, principalmente nas versões americanas das armaduras
japonesas, que eram verdadeiras caricaturas
das originais tendo inclusive uniformes da serie
de super sentai Zyuranger usadas em algumas
cenas. Na segunda temporada de “Troopers”,
“Shaider” ainda foi utilizado pela Saban. O seriado foi exibido no Brasil pela Fox Kids e pela
Rede Globo.
“B-Fighter” e “B-Fighter Kabuto” ainda foram
utilizados respectivamente nos Estados Unidos
para criar as séries “Big Bad Beetleborgs” e
“Beetleborgs Metallix”, que também foram
exibidas no Brasil pela Fox Kids e Globo, onde
foi ao ar com o nome de “Heróis por Acaso”.
Séries exibidas no Brasil
Policial do Espaço Gavan (1982)
Policial do Espaço Sharivan (1983)
Policial do Espaço Shaider (1984)
O Fantástico Jaspion (1985)
Guerreiro Dimensional Spielvan ou Jaspion
2 (1986)
Metalder, O Homem-Máquina (1987)
Jiraiya, O Incrível Ninja (1988)
Policial de Aço Jiban(1989)
Esquadrão especial Winspector (1990)
Super Equipe Solbrain (1991)
Séries que não foram exibidas no Brasil
O metal hero “Spielvan” que virou
“VRTroopers” nos Estados Unidos
Tokusou Exceedraft (1992)
Tokusou Robo Janperson (1993)
Blue Swat (1994)
Jukkou B-Fighter (1995)
B-Fighter Kabuto (1996)
13
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50
curiosidades
História da imigração em mangá
Associação Saúde lança livro de quadrinhos sobre imigrantes para atrair jovens
N
o âmbito das comemorações do Centenário da Imigração, um projeto diferente traz relatos de emoção
e sentimento. A Associação Cultural e Esportiva Saúde (ACES) acaba de lançar os livros “História do
Japão em Mangá” e “BANZAI! História da Imigração Japonesa no Brasil”. A iniciativa visa atrair a
geração mais jovem para os conceitos do passado, visando ainda facilitar o ensino da história para pessoas
de todas as idades.
O projeto faz parte do calendário oficial das atividades comemorativas do Centenário da Imigração Japonesa no
Brasil, e relata um pouco da história do Japão e dos japoneses no Brasil de forma
inusitada, por meio
dos traços expressivos do mangá (história em quadrinhos japoneses).
Retratos da imigração - O livro “ BANZAI! História da Imigração Japonesa no Brasil” traz o relato de cem
anos de uma história recheada de fatos marcantes e inesquecíveis, narrando exemplos de luta, perseverança
e solidariedade dos imigrantes pioneiros.
A obra começa narrando os bastidores da imigração japonesa, com a época anterior à vinda do navio Kasato
Maru, até a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), destacando no Pós-Guerra as conquistas dos japoneses e
seus descendentes no País. O veterano desenhista Julio Shimamoto (Shima) desenhou as 160 páginas do livro.
História milenar - Uma visão ampla e detalhada dos 2000 anos de história do Japão é o destaque do livro
“História do Japão em Mangá”, com desenhos de Roberto Kussumoto e Antonio Paulo Goulart e textos de
Francisco Sato e Francisco Handa, doutor em História pela Unesp e monge budista da escola Soto Zen.
O livro apresenta a história do Japão desde a sua origem até os dias atuais, identificando os principais acontecimentos e os mais notáveis líderes da nação, além da influência da China, a introdução da cultura do arroz, do
xintoísmo e do budismo e o período de isolamento do Japão.
Texto: Redação | Foto: Divulgação
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