Atlântico Expresso - Universidade dos Açores
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Atlântico Expresso - Universidade dos Açores
Atlântico Expresso Fundado por Victor Cruz - Director: Américo Natalino de Viveiros - Director-Adjunto: Santos Narciso - 5 de Maio de 2014 - Ano: XVI - N.º 85703 - Preço: 0,90 Euro - Semanário NOTA DE ABERTURA NOVE OBSERVADORES VÃO FISCALIZAR PESCA DO ATUM O feliz “regresso à terra” APESAR DA ÁGUA ESTAR FRIA ESPERA-SE QUE HAJA ATUM EM ABUNDÂNCIA Começou este mês de Maio, cheio de festas, eventos e comemorações, com um acontecimento que é sempre querido a todos quantos fazem parte da “família” do jornal Correio dos Açores, cuja empresa pertence também este Atlântico Expresso. Foram assinalados os 94 anos de existência do jornal fundado por José Bruno Carreiro e Francisco Luís Tavares, em 1920, e agora dirigido por Américo Viveiros que pretendeu marcar a data com um vasto e bem concebido e executado suplemento sob o tema “Regresso à Terra”. Nada mais oportuno, pela necessidade e pela actualidade e até temporalidade dos muitos testemunhos que ali ficaram arquivados e que servem de exemplo do muito que se tem feito e estímulo para muito que há para fazer, em termos políticos, empresariais e sociais, para que esse “regresso” possa ser uma realidade pujante em todas as nossas ilhas. De facto, o “regresso à terra”, como sinónimo de (re)interesse pela agricultura, em contraciclo com a monocultura que tem caracterizado os últimos decénios da vida açoriana, pode e deve ser um sinal de que é possível fazer, em termos modernos e tecnologicamente avançados, aquilo que fizeram os nossos antepassados e que resultou em períodos de grande prosperidade, como aconteceu com o ciclo do pastel, dos cereais, da laranja e mesmo do ananás em São Miguel ou dos vinhos, no Pico e na Terceira. Este regresso à terra, mais do que resposta a uma crise, é um chamamento que deve ser ouvido e entendido porque consubstancia história e vida social que importa reter. Os testemunhos lidos nos muitos trabalhos daquele Suplemento do Correio dos Açores encaminham-nos para duas realidades incontornáveis, mas às vezes esquecidas. Em primeiro lugar a dimensão e em segundo, a diversificação. O “regresso à terra” apenas pela subsistência, pode ser um mal menor, mas não deixa de ser um mal. O salto a dar é o da valorização da agricultura, adequada à nossa dimensão insular, com o fito primeiro de evitar importações, tendo o cuidado de ter preços competitivos, o que já se provou ser possível e que está a acontecer, por exemplo, na floricultura. Pensar em escalas incomportáveis para o nosso sistema de transportes é erro condenável desde o início e que tem travado muitas das iniciativas destes últimos anos. A dimensão é essencial e o tão falado “mercado interno” é o passo essencial para que este “regresso à terra” seja um êxito. Só o mercado integrado de todas as ilhas proporcionará a segunda vertente de que falámos: a diversificação! A riqueza dos Açores está acima de tudo na capacidade de termos coisas diferentes em diferentes ilhas, com qualidade que pode impulsionar a quantidade que seja suficiente para todas as ilhas e ainda para um importante mercado que é o “mercado da saudade”, sempre ávido dessa ligação com os produtos da terra-mãe. Esse “mercado da saudade”, bem implementado, dará origem a outro “regresso à terra”, desta feita com as visitas dos emigrantes e das novas gerações nascidas fora dos Açores e que, pelos produtos, acabam por querer conhecer a terra dos seus antepassados. Criar a mentalidade de que não existem “parentes pobres” dentro da agricultura e que a diversidade agrícola não prejudica em nada a importância do sector dominante que é o do leite e da carne é um trabalho longo e que requer políticas concretas e de proximidade. Por isso mesmo foi de grande importância este tema escolhido pelo jornal Correio dos Açores para assinalar estes 94 anos, precisamente num início de Maio, tempo em que verdejam os campos, florescem os jardins e as quintas que ainda resistem e tudo nos convida a um contacto com a natureza sempre pródiga destas ilhas, desde que lhe dêem carinho, atenção e trabalho. Que seja um feliz “regresso à terra”! Santos Narciso pág.s 2 e 3 PRESIDENTE DA VILA DE RABO DE PEIXE HABITAÇÃO DEGRADADA E DESEMPREGO SÃO PROBLEMAS GRAVES O presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe, Jaime Vieira, revela que o desemprego é um dos principais problemas com que se debate a vila. No entanto, “ao contrário de outros tempos”, o autarca entende que a sociedade está a mudar e as pessoas já chegam à Junta de Freguesia a pedir emprego. “Noto que as pessoas querem trabalhar, e noutras alturas seria impensável dizer às pessoas irem varrer a rua durante 4 horas por 100 euros”, afirma o presidente pág.s 8 e 9 da Junta que diz que já lhe chegaram 200 pedidos de trabalho. FENAIS DA LUZ DE COSTAS PARA O MAR E COM O VINHO A GANHAR TERRENOpág.s 12 e 13 NUTRICIONISTA IVONE MACHADO MIGUEL BRILHANTE DESVENDA ALIMENTOS SAUDÁVEIS DEVEM TER TAXAS MAIS BAIXAS COLISEU RECHEADO DE ACTIVIDADES PARA CELEBRAR 97.º ANO pág.s 10 e 11 pág. 4 2 Atlântico Expresso Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Entrevista “Esperemos que haja atum em abundância nas nossas águas para que tudo corra bem” Miguel Machete fala do Programa POPA 2014, este ano com 9 observadores Já passaram pelo POPA - Programa de Observação para as Pescas dos Açores mais de 150 observadores de várias nacionalidades, sendo que a maior parte deles vem do Continente Português. Geralmente são biólogos, altamente motivados, que querem conhecer a realidade das pescas nos Açores e que têm o desejo de contribuir para a conservação dos recursos e do meio ambiente. São pessoas com um perfil muito especial, que conseguem inserir-se no meio da pesca comercial, permanecerem embarcados (com tudo o que isso implica) e desenvolver um trabalho exigente e de grande responsabilidade. Este ano embarcam nos atuneiros dentro de dias, nove, alguns repetentes na matéria, sendo que, sendo todos portugueses, três são açorianos. No final da década de 90 tornouse claro que a indústria atuneira dos Açores seria penalizada se não conseguisse garantir o estatuto “Dolphin safe” para os seus produtos e derivados. Tornou-se por isso urgente encontrar uma solução. O Programa de Observação para as Pescas dos Açores (POPA) surgiu como resposta a essa necessidade em 1998, assegurando que as capturas de atum nos Açores não provocavam mortalidade ou molestação intencional de cetáceos. Que balanço é possível fazer destes 16 anos em que o programa já decorre? O balanço é muito positivo. O POPA, gerido pelo Centro do IMAR da Universidade dos Açores, não só tem vindo a conseguir garantir os certificados Dolphin safe e Friend of the Sea para a região (essenciais à exportação de produto para vários países), como também, com a estreita colaboração de vários parceiros (investigadores, administração regional que é aliás a entidade financiadora, armadores e indústria conserveira) tem recolhido informação crucial à gestão dos recursos pesqueiros e a espécies associadas à actividade da pesca (cetáceos, tartarugas e aves marinhas) que é depois utilizada para produzir resultados muito significativos para a região. Quais são os resultados mais visíveis do POPA na Região? Para além de possibilitar a exportação valorizada do produto da pesca, os dados recolhidos pelo Programa têm sido solicitados com frequência para Miguel Machete, Coordenador do POPA os mais diversos fins, porque neste momento possuímos uma base com um histórico de peso (16 anos de informação) que se revela única no contexto Euro- peu e até mundial. Actualmente, quando se pretende ter informação sobre a pesca de atum nos Açores (espécies e quantidades capturadas, Grandes atuns patudos pescados nos Açores Entrevista 3 dos Açores é sustentável? A pescaria de salto e vara é provavelmente a forma mais sustentável de pescar atum. A questão é que estamos a falar de recursos migradores, que não são exclusivos da região (distribuem-se por todo o Atlântico). Infelizmente, nem todas as frotas do Atlântico pescam recorrendo a esta forma artesanal. Jovens biólogos do continente português muito interessados no mar dos Açores “Foi porque a pescaria se processava de uma forma sustentável que recebeu a certificação Friend of the Sea. O que poderia ter seguido outro rumo era o enquadramento desta actividade nos mercados. O estatuto Friend of the Sea dignifica e valoriza a pescaria de atum nos Açores e isso é reconhecido por todos...” Já passaram pelo POPA mais de 150 observadores de várias nacionalidades, sendo que a maior parte deles vem do Continente Português. Geralmente são biólogos (embora já tenham passado por cá vários com outro tipo de formação) altamente motivados, que querem conhecer a realidade das pescas nos Açores ...” operação de pesca, dinâmicas, distribuição) e não só (porque também já monitorizámos outras pescarias ao longo dos anos), o POPA torna-se uma fonte incontornável. Os resultados produzidos com base nos dados do POPA encontram-se actualmente nos relatórios da ICCAT, do ICES e nas mais diversas publicações científicas (por exemplo já este ano, foi publicado um artigo muito relevante que caracteriza a distribuição Atlântico Expresso Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 espacial e temporal de todas as espécies de cetáceos nos Açores). Acrescento ainda que quando é necessário contextualizar os Açores no âmbito da política comum de pescas, na Europa, os dados do POPA contribuem para fornecer a informação necessária à discussão. Mas também há outros resultados visíveis que não podem deixar de ser mencionados: o POPA (instituído por portaria regional em 1999) é um programa que pode monitorizar qualquer pescaria nos Açores. Os seus observadores têm a capacidade de, para além de recolher informação robusta, criar elos com a comunidade piscatória e possibilitar o surgimento de pontes entre os profissionais da pesca e os restantes grupos do sector. O POPA, para além de possibilitar este certificação, revelou-se também crucial na obtenção de outro estatuto - Friend of the Sea – que certifica a pescaria nos Açores como uma actividade sustentável e amiga do ambiente, onde não ocorre sobrexploração de recursos nem danificação dos ecossistemas a eles associados. Esta, foi a primeira pescaria de atum a nível mundial, a usufruir de tal estatuto. Hoje, passados mais de dez anos, acredita que, sem esta classificação, a nossa pesca poderia ter seguido outro rumo? O rumo da pesca ou da pescaria não se alterou com a atribuição do estatuto, aliás, foi porque a pescaria se processava de uma forma sustentável que recebeu a certificação Friend of the Sea. O que poderia ter seguido outro rumo era o enquadramento desta actividade nos mercados. O estatuto Friend of the Sea dignifica e valoriza a pescaria de atum nos Açores e isso é reconhecido por todos os intervenientes (desde o comprador até ao consumidor). A pesca que se faz no mar Quantos observadores já passaram pelo POPA? De que nacionalidades? O que os motiva? Há quem repita a experiência? Já passaram pelo POPA mais de 150 observadores de várias nacionalidades, sendo que a maior parte deles vem do Continente Português. Geralmente são biólogos (embora já tenham passado por cá vários com outro tipo de formação) altamente motivados, que querem conhecer a realidade das pescas nos Açores e que têm o desejo de contribuir para a conservação dos recursos e do meio ambiente. São pessoas com um perfil muito especial, que conseguem inserir-se no meio da pesca comercial, permanecerem embarcados (com tudo o que isso implica) e desenvolver um trabalho exigente e de grande responsabilidade. Em 2013 concorreram ao POPA 191 candidatos. A avaliação do projecto do ano passado já está concluída, que conclusões há a tirar? De facto tem havido um número elevado de candidatos ao POPA. O período que atravessamos certamente que justifica também essa afluência. Em 2013, depois de algumas desistências por razões pessoais, tivemos uma equipa que conseguiu criar uma dinâmica forte e coesa. Fez-se um excelente trabalho. Para 2014, a equipa já está escolhida. Quantos observadores foram seleccionados e de que nacionalidades? Foram seleccionados nove observadores, todos Portugueses, três dos quais açorianos. Neste momento, os futuros observadores do POPA estão em formação. Que tarefas vão os mesmos desempenhar e em que período temporal? Terminada a formação, os 9 elementos irão embarcar e desenvolver as suas tarefas até ao final da safra (provavelmente Setembro/Outubro). O trabalho do observador, como já referido, centrase na recolha de dados sobre a pescaria e espécies associadas. Essa recolha é realizada através de formulários, informatizada pelos próprios diariamente e é agilizada através de vários equipamentos que cada um dispõe – gps, binóculos, computadores portáteis, etc.. As embarcações onde seguem os observadores são escolha de quem? Quais os requisitos que devem preencher as mesmas? Como é que os pescadores/armadores recebem o POPA? A APASA, Associação de produtores de atum e similares dos Açores é parceira do POPA. Os seus associados (os armadores da pescaria de atum) colaboram com o Programa, permitindo o embarque dos observadores e disponibilizando as condições necessárias para que os mesmos possam trabalhar. Todas as embarcações registadas nos Açores com mais de 20 metros podem embarcar um observador. Quais as perspectivas para o POPA 2014? São as melhores. A equipa está a responder muito bem ao período de formação e encontra-se muito motivada. Resta saber se teremos atum em abundância nas nossas águas. Esperemos que sim. A safra atuneira ainda não começou este ano em força... Ana Coelho 4 Atlântico Expresso Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 reportagem Miguel Brilhante, Director-Geral da maior casa de espectáculos dos Açores “Coliseu Micaelense pretende ser uma casa aberta e disponível a todos quantos nos queiram visitar” Mário Laginha Trio vai actuar no mesmo dia em que o Coliseu Micaelense vai comemorar o seu 97.º aniversário. Dois dias depois, ou seja, no dia 12 de Maio, decorrerá uma homenagem a um dos grandes impulsionadores da história do Coliseu Micaelense, nomeadamente, Pedro de Lima Araújo que proporcionou à cidade de Ponta Delgada e à ilha de São Miguel, durante mais de 30 anos, espectáculos de Cinema, Teatro, Circo, Teatro de Revista e um conjunto de diversões sociais que incluíram os tradicionais Grandes Bailes de Carnaval, entre outras acções. Estas e outras novidades, foram reveladas ao nosso jornal, pelo Director-Geral do Coliseu Micaelense, Miguel Brilhante. O Coliseu Micaelense prepara-se para comemorar o seu 97.º aniversário, com um grande concerto do prestigiado pianista Mário Laginha, mas não só, como nos referiu Miguel Brilhante. “A encerrar a comemoração do 97.º aniversário, faremos uma homenagem a um grande impulsionador e empreendedor que está inscrito na história do Coliseu Micaelense. Falo de Pedro de Lima Araújo que proporcionou à cidade de Ponta Delgada e à ilha de São Miguel, durante mais de 30 anos, espectáculos de Cinema, Teatro, Circo, Teatro de Revista e um conjunto de diversões sociais que incluíram os tradicionais Grandes Bailes de Carnaval entre outras acções de nível humanitário que, nesta data comemorativa, merecem ser enaltecidas e reconhecidas não só pelo município de Ponta Delgada, mas também pela actual gestão do Coliseu Micaelense”. Uma homenagem protagonizada pela Câmara Municipal de Ponta Delgada, através da sua Comissão Municipal de Toponímia, agendada para o dia 12 de Maio, às 18h30, no hall da entrada principal do Coliseu Micaelense. No que toca ao concerto de Mário Laginha, que acontecerá no dia 10 de Maio, o Director-Geral do Coliseu Micaelense destacou que será uma apresentação em palco num trio de outros grandes artistas, nomeadamente Nelson Cascais (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria), às 21h30. “Este projecto em trio de Mário Laginha nasceu para o mundo com a gravação em 2007 do CD ´Espaço´”, uma encomenda que desafiou o pianista a articular relações entre a arquitectura e a música, de que resultou um trabalho imediatamente reconhecido como um marco do jazz feito em Portugal. Passados três anos e depois de muitas dezenas de concertos dados em Portugal e no estrangeiro, um novo disco ´Mongrel´, surgido também de um desafio feito a Mário Laginha, reafirmou e reforçou o trio como uma voz muito própria no mundo do jazz, desta feita num registo algo arriscado mas superado de forma brilhante pelo pianista e compositor: a gravação de um conjunto de temas construídos a partir de obras de Chopin, encaradas de forma muito livre por Mário Laginha, de tal modo que, sendo reconhecível o seu ´pai´ autoral, se afirmam acima de tudo como emanações da linguagem própria do pianista. A base do concerto no Coliseu Micaelense terá, entre outros, temas destes dois trabalhos quadra em questão. Uma quadra que respeitamos e valorizamos através de uma oferta cultural que vá ao encontro de todos os que têm o Coliseu Micaelense no coração e as manifestações artísticas tradicionais na memória”. Açoriana Mariana e outros grandes eventos em agenda e ainda adaptações para trio de ´Canções e Fugas´, o primeiro álbum a solo gravado em 2006 por Mário Laginha. É particularmente estimulante, para um grupo como o de Mário Laginha, tocar numa sala de espectáculos com o significado e a história do Coliseu Micaelense, sobretudo numa data como o 10 de Maio. Um dos três Coliseus do país, o Micaelense é, desde logo, uma maisvalia inquestionável para a Região, sobretudo em termos de dinamização cultural e de promoção turística”. Festa do Emigrante e dois espectáculos de revista Questionado, se será a Festa do Emigrante, um dos eventos agendados para os tempos mais próximos na maior casa de espectáculos dos Açores, Miguel Brilhante respondeu positivamente à pergunta, destacando que o Coliseu Micaelense continua a preservar as iniciativas que enaltecem as nossas tradições. “A homenagem que dirigimos, anualmente, a toda a comunidade emigrante que visita os Açores por ocasião das festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres continua a merecer expressiva e prioritária atenção por parte da direcção do Coliseu Micaelense. Desde logo, pela tradição. Preservamos as iniciativas que enaltecem as nossas tradições e, essencialmente, aquilo que nos faça reviver o tão reconhe- cido percurso artístico que essa manifestação tem na nossa história comum. Mas também, a nossa abertura e disponibilidade. O Coliseu Micaelense pretende, com a nova gestão, ser uma casa aberta e disponível a todos quantos nos queiram visitar, quer para assistir aos espectáculos que agendamos, quer para visitar as nossas instalações pelo registo histórico que ela representa. Ainda mais quando falamos de todos aqueles que nos chegam carregados de saudade”. E foi a pensar nos nossos visitantes e também em todos os apreciadores de revista, que este ano foi criado dois grandes espectáculos que se prevê venha a ser um sucesso. “Na sexta-feira, dia de abertura das festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, pelas 21h30, abrimos as portas à primeira grande noite do Emigrante, com a estreia regional da peça ‘E a reforma que não chega’. Uma representação artística protagonizada pelo Grupo Aprendizagem ao Longo da Vida, da Universidade dos Açores, altamente reconhecidos pelo sucesso do seu último trabalho, ‘O Cavalo da Troika’. Na segunda-feira, dia 26, feriado municipal, às 16h00, apresentamos a peça ´As Quatro Dolores dos Açores´, uma manifestação artística tipicamente açoriana que pretende ironizar as pronúncias das nossas ilhas, sob a direcção de Armando Moreira. Segundo Miguel Brilhante, “são essas as nossas apostas para 2014 no que respeita à Mas as novidades para os próximos tempos não se ficam por aqui, e o Coliseu Micaelense tem em agenda três outros grandes espectáculos que se espera venham atrair o maior número de pessoas pela qualidade que carregam. “A grande surpresa passa, desde logo, pela digressão do Factor X, o programa da SIC que celebrizou a nossa açoriana Mariana. No dia 31 de Maio, às 21h30, e no encerramento das festas do Santo Cristo dos Milagres, o Coliseu Micaelense abre as portas a este grande espectáculo que traz a Ponta Delgada os finalistas do programa Berg, Mariana e D8 e ainda José Freitas e a banda Aurora”. É uma grande aposta do Coliseu Micaelense na programação do primeiro semestre. Os bilhetes estarão à venda a partir de terça-feira, dia 6 de Maio, e terão um preço entre os 12 euros e os 15 euros. “Outro espectáculo que se espera que possa garantir a presença de muitas pessoas é o da edição especial do Sharing the Music dedicada aos autores açorianos. Um espectáculo promovido pelo Vox Cordis e que contará com nomes sonantes do universo musical regional, assim como outros nacionais que serão revelados oportunamente. Uma terceira referência de destaque para o mês de Junho será o Concurso Filarmonia, promovido pela Federação de Filarmónicas dos Açores, e que pretende difundir e partilhar a qualidade que, cada vez mais, se assiste no seio do trabalho desenvolvidos pelas filarmónicas. É um projecto que muito entusiasma o Coliseu Micaelense não só pela preponderância cultural presente, mas também pela partilha e interacção musical entre os concorrentes”. Em suma, são estes os destaques para o mês de Junho, não esquecendo outras iniciativas dedicadas ao Jazz, ao Fado, a um concerto de piano e voz que também farão parte da agenda da casa de espectáculos, considerada a maior dos Açores. Marco Sousa 5 Literatura Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Atlântico Expresso Sargento-mor recorda os palcos de guerra em livro no Nordeste Memórias recordadas na terra natal Depois de ter sido lançado em Ponta Delgada, com a presença de autoridades civis e militares, com prefácio de Carlos Cordeiro, historiador e professor da Universidade dos Açores, o livro “O Militar, a Guerra e a História, Memórias de um Sargento”, do sargento-mor Manuel Carvalho Oliveira, teve a feliz coincidência de ser apresentado, para além de ser na Vila do Nordeste, terra natal do autor, acontecer no dia do padroeiro desta vila, São Jorge (cuja imagem o acompanhou em todas as expedições que fez para o Ultramar), assim como a dois dias da celebração dos 40 anos da Revolução de Abril, e ainda no Dia do Livro. “Foi uma satisfação para o município proporcionar a apresentação de uma obra que tanto diz aos portugueses, assim como receber em casa um nordestense”, partilhou na ocasião o vice-presidente da câmara. Associou-se ao lançamento o director regional da Energia, estando a apresentação do livro a cargo do coronel José Manuel Salgado Martins, que acompanhou a iniciativa e o nascimento da obra – com a chancela da Gráfica Açoreana - por ligação profissional e amizade ao autor. Satisfeito por se encontrar entre familiares e amigos, o sargento-mor Manuel Carvalho Oliveira (aposentado desde 2007) comoveu os presentes com um relato sentido da sua experiência de militar no campo de guerra, onde cumpriu três comissões de serviço no ex-ultramar português. Destes anos de serviço à pátria, reuniu várias memórias, que partilha agora neste livro de relatos, transportando o leitor para paragens tão diversificadas como o Portugal continental, os Açores, a Madeira, Cabo Verde, Angola e Guiné Bissau, relatando aspectos relacionados com as gentes, as paisagens e a cultura, mas também a experiência militar de um sargento, por vezes dramática, como é o caso do chamado cerco infernal a Guidage, Guiné, em 1973, relatório único do dramático cenário de guerra suportado pelas forças portuguesas em campanha no antigo território português. A primeira edição do livro esgotou, estando o autor a estudar a possibilidade de proceder a uma segunda edição. Manuel Carvalho Oliveira, SargentoMor de Infantaria, nasceu na Vila do Nordeste há 70 anos, possui o curso geral dos liceus no antigo Liceu Nacional de Ponta Delgada, cumpriu três missões no ultramar, sendo que da sua folha de serviço constam 15 louvores e várias condecorais, de que destaca na obra a Medalha de Cobre de Serviços Distintos de 4ª classe, Mérito Sargento-mor Manuel Oliveira, vice-presidente da Câmara Municipal do Nordeste, director regional de Energia, Coronel Salgado Martins e secretária do Gabinete da Presidência do Nordeste Uma plateia atenta no lançamento da obra do sargento-mor nordestense Grupo de cantares do Nordeste abrilhantou o evento Militar de 4º Classe, D. Afonso Henriques de 4ª classe, três medalhas de comportamento exemplar (cobre, prata e ouro) e as medalhas comemorativas das campanhas de Angola e Guiné e a das Forças Expedicionárias a Cabo Verde. Passou à situação de reserva em 2000 e está na reforma desde 2007. Segundo escreveu Carlos Cordeiro “trata-se de um livro de memórias, que intercala com uma espécie de diário de guerra (…). Um relato na primeira pessoa de um militar orgulhoso de ter integrado as Forças Armadas Portuguesas, com a sua tradição e valores. E esses valores vêm bem evidenciados nestas memórias de um sargento, pois Manuel Carvalho Oliveira, mais do que apresentar a sua biografia militar pretende, se compreendermos bem, exalar valores que o patriotismo assume especial destaque”. Em entrevista recente ao nosso jornal, o sargento conta que a vida militar para si “foi um sonho. Foi uma realização pessoal e profissional. Quando embarquei para o ultramar sabia que o momento era muito difícil, mas fui por gosto”. Recorda que já em Lisboa assistiu aos embarques das tropas, às famílias a chorar nas despedidas e compreendia as tristezas das pessoas, só que também desabafa: “Apesar de todos os momentos tristes a que assisti, o que queria mesmo era seguir para o teatro de operações. Enfrentei tudo muito bem. Adorei estar em Angola. Estive no mato em operações e muitas vezes pensava que andávamos tantos dias e não demos um tirinho... Gostava daquela vida, daquela aventura”. Manuel Carvalho Oliveira diz que os seus colegas lhe perguntavam: “Açoriano tu queres seguir a vida militar e não sabemos como consegues pensar nisso quando vês o que se sofre aqui… andamos dias e dias nos matos, com tanto calor, como podes sonhar com esta vida? Mas eu sempre lhes dizia que havia um bichinho que me chamava para esta vida porque gostava daquela aventura. Quando regressei, declarei que queria seguir a vida militar, e prestei provas no quartel-general para furriel. Fui aprovado e promovido, tendo logo depois sido mobilizado para Cabo Verde. Fui de vontade”. O teatro de guerra não é fácil, como confessa o Sargento-Mor na reforma, só que faz questão de sublinhar: “Sempre tive coragem de enfrentar as situações mais complicadas. Havia momentos que via a situação muito difícil mas eu estava sempre com vontade de estar. Faleceram os dois primeiros-sargentos da companhia e eu fiquei tão novinho, aos 28 anos, à frente da companhia, numa situação tão crítica, com constantes bombardeamentos de artilharia, com tantos mortos e feridos, só que devido ao meu gosto pela vida militar não me encostava a um canto. Lembro-me que a nossa secretaria foi destruída e após o ataque levei as coisas mais importantes que consegui apanhar, para uma vala e continuei a vida. Também me reconheceram e fui louvado pelos meus feitos lá. Claro que tive momentos de receio e outros em que dei coragem aos militares da companhia, para que tivessem sempre ânimo e não desistissem. Sempre tive uma palavra de esperança, embora reconheça que não é fácil ver os colegas morrerem. Há momentos muito tristes, ficamos com a moral em baixo, contudo a vida não pode parar e não podíamos cruzar os braços porque assim corríamos o risco de ficar lá todos mortos”. N.C. Atlântico Expresso 6 Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Reportagem Reitor do Seminário de Angra desafia padres a lutarem contra a indiferença Quinzena vocacional na Diocese decorre até 18 de Maio A indiferença e o laicismo que marcam a sociedade contemporânea devem constituir um estímulo para aqueles que se querem assumir seguidores de Cristo refere o Reitor do Seminário Episcopal de Angra num texto- Padre para os homens de hoje - que o Portal da Diocese publica na íntegra , no âmbito da quinzena vocacional que decorre a partir do próximo domingo, até dia 18. “A vida e o ministério de um padre apresentam hoje um novo rosto, imensamente provocador, difícil, mas verdadeiramente insubstituível e gratificante”, diz o Pe Hélder Miranda Alexandre sublinhando que “os candidatos são chamados a serem padres numa sociedade marcada por um indiferentismo crescente e desafiador” e o sacerdote “experimenta a fé em formas de radicalidade diversas de outras formas do passado”. Para o responsável pelo Seminário, a única instituição diocesana que forma sacerdotes nos Açores, o único caminho para combater essa indiferença é o testemunho da vida concreta. “O padre é e deve ser um homem de Deus, que fala de Deus aos homens com autenticidade - porque ninguém se deixa levar somente por palavras - e dos homens a Deus, que frequentemente nem falam com Ele”. Por isso, conclui, o desafio dos padres é entregarem-se “ao primeiro anúncio” e “formar sem cessar” explicando “o essencial da fé cristã”. O reitor do Seminário destaca, por último, a consciência que os sacerdotes devem ter na relação com a sua comunidade, por serem os únicos que podem presidir à Eucaristia e realizar o Sacramento da Reconciliação. “Se estes dois sacramentos se tornarem celebração bem vivida podem ser meios únicos do encontro do tempo na eternidade, dos homens com Deus, e de uma mistagogia verdadeiramente necessária. Eis a grandeza do sacerdócio: trazer Jesus aos que tanto Ele deseja”, conclui. Para assinalar a quinzena vocacional o Portal da Diocese ouviu também os quatro seminaristas que protagonizam o dia do Bom Pastor, na Diocese de Angra. Dois deles, alunos do sexto ano, serão ordenados diáconos. Bruno Espínola encara esta nova etapa da vida como um desafio. “Não posso ainda afirmar, na primeira pessoa, se vale ou não a pena ser padre. As igrejas vazias nos Açores deve ser uma inquietação para os padres... No entanto, há algo que me move interiormente e que me leva a sonhar com as comunidades que hei de servir em nome de Cristo. Tudo aquilo que ao longo destes seis anos, e que na minha capacidade pude apreender e viver neste plano de formação que o seminário oferece, agora como que quer desabrochar no meio do povo de Deus, a Igreja”. O futuro diácono lembra que ao logo do sexénio ouviu repetidas vezes a ideia de que o Seminário “existe e vive para formar Padres” e reconhece que a expressão “tem razão e significado”, dado que ser sacerdote “é concretizar o chamamento ao serviço do Evangelho e do mandamento do amor”, conclui deixando uma nota de “gratidão e reconhecimento” pelo tempo que passou na Casa. Também Rúben Pacheco, que no dia 11 de maio será ordenado diácono, lembra os anos que passou no Seminário e realça o caminho percorrido. “Cresci muito e vejo muitas coisas de forma diferente do que via antes. Contudo, esses sonhos” que o levaram ao Seminário “não deixaram de existir. Assumiram uma roupagem diferente permanecendo a essência: o desejo de querer ajudar os outros na sua caminhada de descoberta e seguimento de Jesus”. “Hoje vejo que o mais importante num caminho é deixar-se guiar por Deus, mesmo na adversidade porque apesar de não ser fácil não estamos sozinhos. Deus está connosco e é capaz de fazer o impossível para que se realize a Sua vontade se quisermos”, reconhece o seminarista que sublinha a necessidade desta caminhada ser feita sempre “de pequenos passos, sem medo de arriscar e de se entregar” “ Se queremos que haja esperança no mundo teremos de ser um sinal desta mesma esperança. Se acreditamos que Cristo é o Messias Salvador porque não anunciálo? É a melhor oferta que podemos dar”, conclui. No próximo dia 11 de maio, Dia do Bom Pastor, dois outros seminaristas, a frequentar o quinto ano, serão instituídos nos ministérios laicais de leitor e acólito. Gaspar Pimentel lembra que no inicio “não acreditava chegar ao fim”, mas “Deus foi e tem sido teimoso comigo dando-me forças para persistir neste caminho”. Forças que segundo o seminarista, de São Miguel, residem no apoio de colegas, de professores e da família. “Agora acredito que vou ser instituído. Alegro-me com isso, porque vou receber mais ferramentas para a minha mochila que carrego, para ir aonde Deus quer e para quem Ele quiser. Embora me sinta um jovem incapaz, estou rendido à graça de Deus, aos braços do Bom Pastor que quero imitar”. Pedro Aguiar tem 24 anos e é outro dos seminaristas que vai ser instituído no ministério laical. Recorda o começo desta caminhada e conta-a na primeira pessoa. “Era um jovem tímido e reservado, de missa dominical e catequese, tal como muitos outros. Nunca tinha revelado qualquer interesse em ir para o Seminário. Até que um dia tudo mudou. Já com 14 anos, naquela fase em que os jovens começam a fazer planos do que vão fazer da sua vida, senti o chamamento para ir para o Seminário. Como foi esse chamamento? Não sei, apenas senti a vontade de ser Padre”. A caminhada tem sido “intensa” mas sente “que tem crescido intelectual e espiritualmente” e diz-se “contente” por estar a dar mais um passo rumo ao sacerdócio. A cerimónia de ordenação e instituição decorre na Sé de Angra, no dia 11 de maio, pelas 18h00. No dia 10 haverá uma Vigilia de Oração na Igreja da Ribeirinha aberta a todos os grupos de jovens da ilha Terceira. Carmo Rodeia Atlântico Expresso 7 Ensino Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Antigos Alunos da Escola Antero de Quental Coordenação: Nélia Câmara O “nosso” Liceu Vasco Alves Cordeiro Em primeiro lugar, gostaria de agradecer o amável convite da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental para integrar, com o meu testemunho pessoal, o leque de ilustres personalidades que engrandecem esta obra, a qual, em boa hora, será dada à estampa como documento de grande relevância sobre a memória e as memórias do “nosso” liceu. Gostaria, ainda, de saudar os órgãos sociais da Associação dos Antigos Alunos pela vitalidade que têm imprimido à sua acção recente. Considero que esta Associação assume, não só a missão de ser a guardiã da história e do rico património do Liceu Antero de Quental, mas também a de ter um papel activo na parceria que deve unir os vários agentes em prol do sistema educativo regional. O “nosso” liceu é, no fundo, sinónimo de uma instituição secular onde milhares de jovens criaram amizades duradoiras e cimentaram os alicerces cívicos, pessoais e académicos, fundamentais para o seu percurso individual. No “nosso” liceu, que hoje considero muito mais do que um mero espaço de aquisição de conhecimentos, moldaram-se personalidades e definiram-se opções de vida, muitas vezes sem nos apercebermos, realmente, da importância destes momentos na nossa vida futura. É, pois, com alguma nostalgia saudável, que recordo os interessantes momentos passados com grupos de colegas e professores na magnífica sala que ainda serve de biblioteca, que nos permitiam descobrir novos “mundos”, através de obras notáveis de escritores como Júlio Verne, entre muitos outros. Na minha memória ficará, ainda, para sempre, a melancolia sentida quando, ao finalizar o 12º ano de escolaridade, passei pela última vez pelo portão do “nosso” liceu, num misto de sentimentos pautados, também, pela ansiedade e expectativa pela eminente partida de São Miguel rumo a Coimbra. Instalada no Palácio da Fonte Bela desde 1901, a “Antero de Quental” continua a ser, hoje, uma peça essencial do nosso sistema de ensino. Honrando o seu passado, apresenta uma dinâmica e uma qualidade de ensino condizentes com as exigências dos tempos actuais. É, pois, com orgulho que vejo, décadas depois, o “nosso” liceu a dar continuidade à sua função centenária de educar e formar, uma tarefa assegurada por quase duas centenas de professores que, diariamente, moldam as Mulheres e os Homens que vão também gerir os destinos da nossa terra. Na verdade, tenho uma dívida de gratidão a saldar para com muitos professores que, ao longo dos anos, contribuíram para a minha formação cívica e académica. Espero, pois, que este testemunho possa também ser entendido como um singelo reconhecimento que a distância dos anos apenas torna mais profundo e sincero. Do exercício da advocacia a Presidente do Governo Vasco Ilídio Alves Cordeiro nasceu a 28 de Março de 1973 na freguesia da Covoada, concelho de Ponta Delgada. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra e fez uma Pós-Graduação em Direito Regional na Universidade Clássica de Lisboa e na Universidade dos Açores. Exerceu Advocacia, entre 1995 e 2003, e leccionou Filosofia, em regime de substituição, na Escola Secundária Antero de Quental. No âmbito parlamentar, foi eleito Deputado à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, em 1996, assumindo a liderança da bancada parlamentar do PS/Açores (2000/2003). No poder local, foi eleito Deputado Municipal em Ponta Delgada (1997/2003) e Presidente da Assembleia de Freguesia de Covoada (1997/2001). No plano partidário, foi presidente da Juventude Socialista dos Açores (1997/1999) e é presidente do PS/Açores desde Janeiro de 2013. No Governo dos Açores, foi Secretário Regional da Agricultura e Pescas (2003/2004), Secretário Regional da Presidência (2004/2008) e Secretário Regional da Economia (2008/2012). Desde novembro de 2012, é Presidente do XI Governo da Região Autónoma dos Açores. O meu jardim Jaime Gama Frequentei o então Liceu Nacional de Ponta Delgada de 1958 a 1965, após ter feito a pré-primária e a primária no Externato “A Colmeia” e antes de seguir para a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Conservo desses anos uma grata recordação académica, cultural, humana, cívica e, até, geográfica, visto residir nas traseiras do liceu e, assim, ter ao meu alcance as suas próprias árvores e a panorâmica do campo de jogos. Posso mesmo dizer que o Liceu foi também, durante todo esse tempo, o meu jardim. Um corpo docente bem preparado nas ciências e nas humanidades não nos deixava sentir insularizados quando ingressávamos no ensino superior. O facto de ser constituído por professores próximos dos nossos familiares não o tornava menos exigente, sem, todavia, se transformar em autoritário. A esse ambiente devo boa parte da minha formação. Não só no plano escolar, mas, num campo mais vasto, propiciado pelas amizades liceais, a minha aprendizagem cultural tem aí o seu verdadeiro início. O Liceu era, sem dúvida, para nós, o coração da cidade por onde passava a absorção do que acontecia no mundo. Cinema, novas músicas, páginas literárias, conferências, romagens culturais, programas radiofónicos, livrarias, cafés da moda, atividades desportivas, indumentárias juvenis, bailes e festas, olhares e namoros – tudo nos dava certeza e confiança, como se fossemos paladinos de uma nova era, a marcar, com que ousadia, e falta de humildade, a pequena grandeza dos nossos saberes redentores. Procurei ser leal para com o Liceu onde tanto aprendi, correspondendo com o cumprimento escrupuloso daquilo a que podemos chamar os deveres do aluno e do colega. E, no dia da partida para Lisboa, algures em setembro de 1965, antes de embarcar no “Funchal”, fiz um longo passeio solitário pelo Liceu, jardim e campo de jogos, revi os anos da vida aí passados, guardei essa imagem comigo para sempre. Nas minhas recordações, muitas vezes volto a sentir-me aluno do Liceu Nacional de Ponta Delgada. De deputado a Presidente da Assembleia da República Jaime José Matos da Gama nasceu em 8 de Junho de 1947, na freguesia da Fajã de Baixo, em S. Miguel. Frequentou o Externato “A Colmeia” e o Liceu Nacional de Ponta Delgada, tendo-se licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa. Foi professor do Ensino Secundário e do Ensino Superior, além de se ter dedicado ao jornalismo. Militante e dirigente do Partido Socialista, foi deputado de 1975 a 2011, ano em que se retirou da vida política, tendo sido Presidente da Assembleia da República de 2005 a 2011. Anteriormente, havia desempenhado os cargos de Ministro da Administração Interna, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Ministro da Defesa Nacional e Ministro de Estado. Foi agraciado ao longo da sua vida política com várias condecorações, entre as quais recebeu a 19 de Abril de 1986 a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, a 2 de Junho de 1987 a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e a 4 de Outubro de 2004 a GrãCruz da Ordem da Liberdade. Actualmente, é o Presidente do conselho de administração do BES-Açores. Atlântico Expresso 8 Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Entrevista Habitações degradadas e desemprego ainda prejudicam Rabo de Peixe O presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe, Jaime Vieira, revela que o desemprego é um dos principais problemas com que se debate a vila. No entanto, “ao contrário de outros tempos”, o autarca entende que a sociedade está a mudar e as pessoas já chegam à Junta de Freguesia a pedir emprego. “Noto que as pessoas querem trabalhar, e noutras alturas seria impensável dizer às pessoas irem varrer a rua durante 4 horas por 100 euros”, afirma o presidente da Junta que diz que já lhe chegaram 200 pedidos de trabalho. Apesar das mudanças, Jaime Vieira acredita que muito ainda há a fazer por Rabo de Peixe, mas reconhece que a falta de verbas é um entrave. O porto de Rabo de Peixe tem sido uma obra que tem estado no meio da discórdia, concorda com aquela obra? Jaime Vieira - Só um presidente que não tivesse dois dedos de testa é que podia dizer que não é uma grande obra. Logicamente que é uma grande obra, vem embelezar aquela zona e veio também melhorar as condições de vida dos próprios pescadores embora haja uma ou outra voz que diz que não resolve o problema na totalidade. Mas o produto final, mesmo em termos do quotidiano dos pescadores, penso que vem melhorar significativamente a vida deles. Enquanto presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe não posso deixar de dizer que foi muito bem-vinda esta obra. Não podemos esquecer que aquela obra vai trazer uma beleza diferente à nossa zona costeira. Se perguntar se resolve todos os problemas dos pescadores, tenho de responder que talvez não. Resolve alguns, mas o futuro é que dirá em termos de apoios às embarcações de pesca e irá trazer a real resposta do investimento feito naquela zona. Mas foi um bom investimento e os pescadores estão maravilhados com aquela obra. Mas todas as coisas têm um aspecto negativo e aquilo que tenho ouvido é que em termos de entrada e saída das embarcações, não proporciona a segurança que eles gostariam. Aliás, até há quem diga que a obra tornou a situação até mais perigosa porque a entrada ficou encurtada. É o único aspecto negativo que tenho ouvido da classe piscatória em relação ao porto, mas no âmbito geral foi uma obra muito bem-vinda e como presidente da Junta estou feliz por esta obra ter acontecido. Outra das obras que gerou polémica foi a capela mortuária, no entanto continua a sua construção… A capela mortuária foi um “bebé” que nos foi deixado nas mãos e não foi fácil lidar com toda esta situação que mexeu muito com o íntimo das pessoas. A capela mortuária é uma mais-valia “Aquilo que as pessoas cada vez mais sentem dificuldades e mais precisam é o apoio social, o apoio ao emprego e à habitação degradada. Mais do que isso seria uma grande irresponsabilidade e falta de bom senso nesta altura que atravessamos” Jaime Vieira entende que tem havido estreita colaboração entre a Junta de Freguesia, o Governo dos Açores e a Câmara Municipal da Ribeira Grande para Rabo de Peixe, era uma ambição de um grupo de pessoas, mas podia-se ter evitado uma ou outra situação porque temos de ir ao encontro do que são as pretensões das pessoas. A Junta de Freguesia acha que o processo poderia ter sido feito de outra forma, os timings também não foram os mais adequados para a concretização desta obra. Mas todos os problemas foram ultrapassados, fomos dialogando com as pessoas, fizemos um fórum onde trouxemos as pessoas e explicámos o projecto, explicámos porque é que foi optado por um projecto em vez do outro. O retrocesso do projecto poderia por em causa a própria capela mortuária e com s intervenientes chegámos à conclusão que seria proveitoso para Rabo de Peixe continuar com o projecto que já existia. Em conjunto tomámos a decisão que ou teríamos aquela capela ou dificilmente poderíamos ter outra, porque não foi só a questão do projecto em si, houve vozes discordantes da própria localização da capela mortuária e tivemos uns primeiros meses muito agitados para o elenco da Junta. Mas conseguimos reunir as pessoas e criar algum consenso em torno do projecto e da localização e agora está a seguir. Também temos de ter sorte para poder concluir todas as obras porque estamos numa altura que não é fácil fazer esses investimentos, mas demos continuidade ao que já tinha sido iniciado pela anterior Junta de Freguesia. Aliás, o nosso caminho tem sido esse, queremos finalizar todos os projectos iniciados porque acreditamos que foi sempre feito o melhor para esta Vila e também é isso que queremos. Rabo de Peixe continua a ter casos de habitações em cima da rocha que apresentam perigo? Com as novas obras que se fizeram em Rabo de Peixe houve sempre o lado negativo, que foram as casas junto à rocha. Nós temos tido algumas situações extremamente complicadas, e tínhamos também algumas ali no Largo do Coreto que devido à reabilitação que vamos fazer ali a Câmara Municipal já adquiriu algumas daquelas casas que estavam em risco de ruim. Existem ali na Rua do Pires algumas moradias que estão em situação problemática, inclusive de uma senhora idosa que cada dia que passa sente aumentar o perigo desta moradia, mas há também outras casas em perigo. Entrevista 9 Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Atlântico Expresso Apesar do grande investimento que já foi feito em termos de habitação em Rabo de Peixe, ainda há algumas moradias degradadas e habitações em cima da rocha que apresentam risco Tem havido a indicação que o governo regional pretende inteirar-se do real pértigo da situação, sei que a Câmara Municipal da Ribeira Grande tem vindo a acompanhar a situação no sentido de averiguar o perigo imediato dessas moradias. Tem havido um cuidado também da nossa parte em acompanhar todo esse processo. Que existem algumas moradias em risco, existem, mas acredito que quando terminar a obra do Porto as situações estarão resolvidas porque o pior que pode acontecer na vida de uma pessoa é viver com medo constante. Mas vamos acreditar que haverá esse cuidado por parte do governo. A cooperação com o governo regional nestes últimos 7 meses tem sido boa? Acredito que sim, porque quando entrei para esta missão, porque ser presidente de Junta de Freguesia é extremamente complicado nestes dias, o que pretendemos fazer é fazer o melhor para Rabo de Peixe. Nesse sentido tenho procurado reunir-me com a maioria as secretarias do governo regional para obtermos a melhor colaboração possível. Temos tido um feedback extremamente interessante da parte dos diversos directores regionais, temos sido bem recebidos, temos um ou outro projecto com algumas direcções regionais que estamos a equacionar fazer. Temos trabalhado mais com a direcção regional da habitação porque, dentro daquilo que é preciso ser feito em Rabo de Peixe a habitação ainda carece de algum cuidado da nossa parte. Ao nível da acção social temos os serviços de acção social que estão muito bem representados aqui na vila, embora não seja suficiente porque cada assistente social tem cerca de 100 casos para resolver e por aí já se vê a realidade da vila em que os processos se amontoam. Mas não nos podemos sobrepor em termos de apoios nem em termos de zonas de acção e os casos que chegam à Junta de Freguesia ao nível de acção social tentamos encaminhar para os serviços de acção social e ao nível da habitação é que não tínhamos quem estivesse mais directamente ligado à população e uma das nossas grandes bandeiras foi o combate à habitação degradada. Achamos que é extremamente importante uma pessoa viver condignamente numa moradia e nisso temos tido algumas reuniões com o director regional da habitação, Carlos Faias, e toda a sua equipa e temos tido um bom feedback. Logicamente que nunca é aquilo que pretendemos, porque pretendemos sempre mais, mas dentro daquilo que é possível temos tido uma grande abertura. Estamos até a equacionar um projecto para poder intervencionar uma ou outra Novo porto de Rabo de Peixe foi uma obra que não gerou consenso mas que o presidente da Junta de Freguesia defende e entende ser uma grande obra para a vila casa, mas sabemos que estamos condicionados pela parte financeira. Condiciona o governo e condiciona a Junta, mas temos tido o cuidado de nos darmos com todas as entidades, independentemente da cor política, porque estamos ao serviço de Rabo de Peixe e nesse sentido temos de estar bem com o governo regional, com a Câmara, com a Cáritas ou com quem for. Dada a actual conjuntura depreendo pelas suas palavras que projectos para o futuro vão muito no sentido da acção social? Podemos fazer uma ou outra obra mas a altura das grandes obras já terminou. Actualmente estamos a viver numa altura que eu comparo com um grande incêndio, estamos com um incêndio a deflagrar numa grande área e temos de acudir ao que está mais próximo para não chegar às populações e o que está mais próximo é o que temos de apagar. Aquilo que as pessoas cada vez mais sentem dificuldades e mais precisam é o apoio social e o apoio do emprego e da habitação degradada que vamos tentar socorrer. Mais do que isso seria também uma grande irresponsabilidade e de falta de bom senso nesta altura que atravessamos. Outra situação que queremos, e que desde o início pretendemos, é abrir Rabo de Peixe para fora. Nós não podemos continuar a olhar para esta terra como uns coitadinhos ou como uns “comilões dos subsídios do Estado”. Temos de potenciar aquilo que são as coisas boas desta terra porque temos grandes potencialidades e o que pretendemos é mudar a visão que as pessoas têm acerca de Rabo de Peixe. Queremos que as pessoas vejam Rabo de Peixe por outro prisma, queremos que olhem para esta vila com outros olhos, de que vale a pena vir cá, que vale a pena estar cá e vale a pena visitar rabo de Peixe pelos bons motivos. Queremos fazer este esforço, que será grande porque os estigmas levam muito tempo a desvanecer-se, e queremos trazer gente de fora para Rabo de Peixe. A imagem que as pessoas de Rabo de Peixe só querem viver de subsídios já está a ser ultrapassada? Na minha opinião a sociedade mudou, tenho plena consciência disso até mesmo pela minha qualificação profissional, e as pessoas mudaram. Acho que aquilo que muitas vezes se apregoou sobre Rabo de Peixe, e que até podia ser verdadeiro, hoje em dia as pessoas querem oportunidades, as pessoas batem-me à porta, tenho mais de 200 pedidos de emprego em cima da secretária. As pessoas olham para o emprego hoje em dia como uma bóia de salvação e noutros tempos não sentia isso, muito sinceramente. Às vezes oiço dizer que as pessoas de Rabo de Peixe não querem trabalhar mas muito honestamente não noto isso, noto exactamente o contrário desde os 7 meses que estou à frente da Junta de Freguesia. Noto que as pessoas querem trabalhar, e noutras alturas seria impensável dizer às pessoas irem varrer a rua durante 4 horas por 100 euros, prestarem apoio a idosos por 100 euros ou fazerem apoios a várias instituições por 100 euros. Hoje em dia temos quem peça para ir para a construção por 100 euros. Agora já não estão à espera que caia do céu mas vão à procura e gostávamos de ter outra capacidade para mostrar à pessoa que o caminho é mesmo esse, do trabalho. O que é engraçado é que não somos nós que vamos atrás das pessoas, são elas que vêm ter connosco e os cerca de 900 atendimentos que temos feito até agora, mais de 200 foram para pedir emprego. À medida que vamos tendo capacidades de fazer o programa FIOS vamos fazendo, só tenho pena de não termos recursos para fazer mais programas do PROSA e do RECUPERAR porque embora não seja o emprego que as pessoas pretendiam é o que se pode dar. Estamos numa realidade completamente diferente, a mentalidade das pessoas tem vindo a mudar. Faço aqui um apelo que é preciso olhar de forma diferente para Rabo de Peixe porque as pessoas têm vindo a mudar e temos de aproveitar isso para lhes dar um pouco de formação prática, porque as pessoas têm vindo a aprender com a crise que já nada é igual e que precisam de uma bóia de salvação. A diáspora de rabopeixenses queixa-se da falta de actualização do site da Junta. Haverá mudanças para breve? Quando entramos para a Junta de Freguesia tivemos um grande problema com o site, tivemos algumas falhas de comunicação e estamos a preparar um novo site. Não queremos avançar já com isso sem ser pensado nem ter o nosso cunho pessoal e o novo site está quase pronto. Faltam uns pequenos detalhes mas acreditamos que no mês de Maio já estará operacional. Desde já peço desculpa à nossa diáspora porque como costumo dizer, Rabo de Peixe não são apenas 9.600 habitantes são mais 9 mil ou 10 mil porque acredito que existem mais rabopeixenses fora de rabo de peixe do que na própria vila. No entanto, temos uma página nas redes sociais que mantemos actualizada. Carla Dias 10 Atlântico Expresso Reportagem Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 A taxação da alimentação em Portugal Nutricionista açoriana defende que deve ser enfatizado o consumo de alimentos saudáveis e os seus benefícios A eventual taxação de “produtos que têm efeitos nocivos para a saúde” anunciada há algumas semanas pela ministra das Finanças - e que incluiria produtos com elevado teor de sal, gordura ou açúcar - divide os especialistas. Para Isabel do Carmo, médica especializada em obesidade e comportamento alimentar ao jornal SOL, esta é uma ideia correcta: “Foram já tomadas medidas semelhantes noutros países para os produtos com níveis elevados de sal e de açúcar, com resultados positivos”, diz a endocrinologista, lembrando que as taxas de obesidade não param de aumentar em Portugal. “Em jovens adultos do sexo masculino, as taxas duplicaram, de 2% para 4%, em nove anos. E a obesidade infantil, directamente ligada ao consumo de açúcar e de sal, tem aumentado de forma alarmante”. O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, corrobora: “A aplicação de taxas e impostos na venda deste tipo de produtos deve funcionar como uma discriminação positiva para os alimentos saudáveis, fomentando o seu consumo”. Para José Manuel Silva, “o Estado deve ter um papel positivo em modelar o comportamento dos cidadãos”. “Muitas vozes se têm levantado contra esta medida, de uma forma leviana. Mas já existem variadíssimas situações em que a política fiscal é utilizada para promover o bem geral”, lembra o bastonário, dando como exemplos a obrigatoriedade de usar o cinto de segurança nos automóveis e o capacete quando se anda de mota e a definição do ensino obrigatório. Para José Manuel Silva, o princípio que orienta este tipo de medidas “é o mesmo” que o da taxação de produtos nocivos para a saúde. Quanto aos níveis de sal, gordura ou açúcar a partir dos quais um produto é considerado nocivo, o responsável lembra que há estudos já realizados que os indicam. “Até no pão, por lei, só é permitido usar uma determinada quantidade. E sabe-se que a redução de sal tem um efeito tremendo na diminuição das doenças cardiovasculares”, sublinha. Medida ‘só faz sentido se for integrada em campanhas’ Segundo também o SOL, para a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, a ideia “só faz sentido se for integrada noutro tipo de medidas”, como o “proteccionismo” de produtos benéficos para a saúde e campanhas de pro- ro de produtos taxados (que pode ir da simples junk food aos refrigerantes, gelados ou manteiga, por exemplo). Quanto maior for o número de produtos taxado, menor deverá ser o valor em cada um. O ministro da Saúde, apesar de cauteloso, explicou também que esta taxa pode ajudar a resolver a enorme dívida do Serviço Nacional de Saúde. Isto porque ao prevenir doenças causadas pela ingestão deste tipo de produtos - como a diabetes, a obesidade e a hipertensão - haveria uma poupança, nomeadamente pela diminuição do recurso aos serviços. Segundo o ministro, antes de qualquer decisão, o Estado irá estudar as experiências de outros países: “Iremos ver o que tem mais impacto em termos de saúde pública e depois o que poderá significar em termos de receita destinada aos hospitais”. ‘Taxa Cola’ em França Desde 2012, o país tem taxas suplementares em bebidas com adição de açúcar e adoçantes - ou seja, praticamente todos os refrigerantes (cerca de 2 cêntimos numa lata de 33 cl) . Controlar a alimentação e optar por alimentos saudáveis... moção de bons hábitos alimentares. “Uma medida destas, que deveria ser anunciada pelo ministro da Saúde, tem de ser muito bem pensada e sustentada, com opiniões de peritos de várias áreas”, defende a bastonária, temendo que o facto de ter sido anunciada pela ministra das Finanças signifique que se trata de uma opção baseada em questões económicas. E levanta uma dúvida: “Será que estas taxas vão garantir que as pessoas deixam de consumir estes produtos e passam a consumir outros mais saudáveis?”. José Manuel Silva acredita que sim: “As campanhas de promoção da saúde dão poucos resultados práticos, enquanto que as políticas fiscais resultam”. A mesma ideia é defendida pelo Ministério da Saúde, refere o SOL, que sublinha que taxar produtos nocivos para a saúde deve ser encarado como uma política para melhorar o estado de saúde da população. “Não gostaríamos que estas medidas fossem olhadas apenas numa perspectiva orçamental. O nosso primeiro objectivo é melhorar o estado de saúde da população”, afirmou esta semana o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Leal da Costa. Os níveis de açúcar, gordura ou sal a ser taxados ainda não estão definidos - e determinarão a maior dimensão do núme- Hungria tem taxas para tudo É o país com mais taxas sobre alimentos nocivos, desde 2011. Abrangem alimentos e bebidas com alto teor de açúcar, sal, hidratos de carbono e cafeína (como biscoitos salgados e açucarados, bebidas energéticas e bolos pré-embalados). Os produtos aumentaram cerca de 0,037 euros. Finlândia só castiga o açúcar Taxas-extra, desde 2011, incidem sobre o açúcar e produtos alimentares como chocolates, gelados, bolos e compotas (exemplo: 45 cêntimos num kg de gelado). ‘Taxa de gordura’ 11 Reportagem Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Atlântico Expresso Nutricionista açoriana, Ivone Machado, questiona Porque não dar ênfase a alimentos mais saudáveis? Ivone Machado lança alguns alertas aos açorianos cai na Dinamarca Foi o primeiro país do mundo a instituir, em 2011, a chamada ‘taxa de gordura’. para produtos com elevado teor de gordura saturada, como carne, queijo, manteiga e snacks - que se traduzia em 2,15 euros por kg de gordura saturada num produto. Recuou passado um ano, após concluir que a taxa levou à inflação. Roménia desiste Apesar de ter a mais baixa taxa de obesos na Europa, colocou a hipótese de taxar a junk food (‘lixo alimentar’) em geral, tendo recuado perante o aumento crescente do preço dos alimentos. Coligação não sai beliscada das divergências sobre taxas As divergências entre PSD e CDS sobre as fórmulas para encontrar novas fontes de receita não estão a causar mossa na coligação, refere ainda o SOL. De um lado e de outro desvalorizam-se as “diferenças de opinião” sobre a criação de taxas para produtos nocivos para a saúde e sobre o agravamento das taxas em sectores como a banca ou a energia. Mas também há quem admita que o momento foi aproveitado pelo partido de Portas para marcar terreno. “São partidos diferentes e é natural que isso se traduza em opiniões diferentes”, comenta uma fonte do Governo, garantindo que o ambiente no Conselho de Ministros não traduz qualquer desconforto entre os parceiros de coligação. “Não há nenhum mal-estar. Há ideias diferentes”, sublinha. Durante toda a semana, os ministros do CDS mostraram-se alinhados e preocupados em passar a mensagem de que a ideia de taxar produtos com elevado teor de açúcar ou sal - avançada por Maria Luís Albuquerque em conferência de imprensa - não passava de uma hipótese que não foi sequer discutida em Conselho de Ministros. Isto, apesar de a ideia ter sido con- firmada pelo secretário de Estado da Saúde e de o ministro Paulo Macedo ter vindo explicar que estará em cima da mesa na preparação para o Orçamento de 2015, justificando a medida com a necessidade de resolver as dívidas dos hospitais. Ficou, porém, clara a posição do CDS: completamente contra taxas sobre produtos nocivos para a saúde. Mas também do lado do PSD foram várias as vozes que desvalorizaram a questão, referindo-se-lhe como “um não assunto”, e garantindo que o tema não foi abordado no Conselho de Ministros. As únicas hipóteses admitidas, mas adiadas para a discussão do Orçamento do Estado em Outubro, “foram as taxas sobre o álcool e o tabaco”, asseguraram vários governantes sociais-democratas ao SOL. Segundo o SOL, o facto de ser uma medida com implicações negativas em pastas importantes do CDS a Economia e a Agricultura - não foi alheio a esta estratégia. Mas tanto no PSD como no CDS há quem leia nesta atitude uma forma de aproveitar o momento para vincar que o partido liderado por Paulo Portas não se vai diluir na coligação e que vai deixar claras as diferenças que o afastam do PSD, sem pôr em causa o acordo de Governo. “Não deixa de ser curioso que tenham sido de forma clara e frontal os ministros do CDS que deram a cara contra a medida”, reconhece um dirigente centrista, que considera, porém, que o empolamento de divergências dentro da coligação tem origem na oposição, já em período pré-eleitoral. De resto, no PSD não se viram as declarações de Pires de Lima e de Assunção Cristas como um sinal de afastamento entre os dois partidos. “A taxa era só uma ideia. Não estava nada decidido. Não é uma grande divergência”, observa um deputado do PSD. “Haver diferenças é natural”, comenta outro social-democrata. “Há um ditado bem conhecido que diz: “o que não mata, engorda”. Contudo, esta já não é bem a nossa realidade. Em concreto, aquilo que engorda pode “ ir matando”, mais ou menos lentamente. O grande problema que aqui efectivamente se coloca, é se o consumo de produtos alimentares com substâncias que conduzem ao aumentado da morbilidade e mortalidade, deverão ter ou não taxas superiores. E aqui, outras questões podem ser colocadas: qual o objectivo de colocar taxas mais elevadas? Limitar o seu consumo? Reduzir o seu consumo? Vedar o seu consumo? Por motivos de saúde ou por pura estratégia económica? Quanto à economia não é a minha área, mas no ele respeita a área da saúde e a ingestão alimentar que condiciona o nosso estado de saúde, isto sim dizme muito! Pessoalmente faz-me um pouco de confusão, quando se tenta limitar o consumo de alimentos menos saudáveis pelo aumento de preço, quando na realidade o custo de bens essenciais, como o pão, leite, fruta, produtos hortícolas, fruta e carne/ peixe, aumentam! Quando começamos a comparar o custo de produtos alimentares com o mesmo fim ou que têm por finalidade constituir uma refeição, como sendo pequeno-almoço ou lanche, leite e pão com queijo ou refrigerante e bolo, os custos serão muito semelhantes, se não, ligeiramente inferiores na opção menos saudável. E quando se fala de uma sociedade cada vez mais gulosa, sujeita a uma maior carga de stress, a opção de escolha será pela menos saudável! Os fabricantes vão sempre arranjar maneira de contornar a colocação da taxa, ou reduzem ligeiramente o preço de venda, ou o revendedor tem menos margem de lucro, mas o certo é que este tipo de alimento continua a ser vendido e a publicidade cada vez mais agressiva. Então porque não dar ênfase a alimentos mais saudáveis? Promover campanhas agressivas para o consumo de alimentos saudáveis? Não acho que seja o aumento do custo destes produtos que vá reduzir o seu consumo a ponto de ter benefícios palpáveis para a saúde, acho sim que é uma medida pedagógica e que deve ser tomada no sentido de “ensinar” as pessoas a comer melhor! O que deveria ser mais enfatizado é que o consumo de alimentos mais saudáveis, além de mais benéficos para a saúde pode ficar mais barato, não só em termos de saúde como em termos económicos; mais depressa se consegue mudar de comportamentos de virmos ou sentirmos e benefício (o contrário também é verdade), e quando mais “palpável” for este benefício, quanto mais sentido, melhor. Beber água ao invés de refrigerantes, hidrata, não tem açúcar, e pode ficar substancialmente mais barato, especialmente se bebermos água canalizada que ainda chega a muitas das nossas casas em óptimas condições, ou pode usar-se um filtro para a torneira. Agora, se pensarmos nas escolas em que estes produtos estão colocados em cantinas e bares de empresas, se calhar o impacto vai ser diferente: quando não há, não se come e tem se optar por outra alternativa, e se esta alternativa for saudável, melhor! Faz todo o sentido que em instituições de ensino, onde crianças e adolescentes passam a maior parte do tempo este tipo de alimentos não estejam presentes, mas como não existe nenhuma lei que proíba a venda desde tipo de produtos, pelo menos a opção saudável deveria estar sempre presente mas com preços bastante mais reduzidos. Só assim é que o consumidor final no ato de pagamento vai fazer contas, mesmo que opte pela opção mais saudável porque é mais barata. Sabemos que comparativamente a Portugal Continental temos um consumo de sal muito superior, grande factor de risco para a hipertensão arterial, diabetes, alterações cardiovasculares e enfarte de miocárdio, e muitas políticas e programas de intervenção na área da saúde infantil, exercício físico, com consequente mudança de comportamentos, têm vindo já a ser desenvolvidos. Onde aplicar as taxas? Contudo, outro aspecto pode ainda ser realçado: quais os produtos a que vão aplicar estas taxas? Qual o valor máximo de cloreto de sódio (sal) num alimento? Não nos podemos esquecer que normalmente produtos com elevado teor de sal também têm valores elevados de gordura, principalmente gorduras saturadas e gorduras trans, as mais prejudiciais para a saúde. Qual o valor máximo de adição de açúcares aos alimentos? O que ė que ė considerado um valor acima do recomendado/ desejável e integrado numa alimentação saudável (caso contrário não faria qualquer tipo de sentido o aumento da taxas nestes produtos)? Será que a inclusão desta taxa vai exactamente melhorar ou pelo menos não agravar o estado de saúde dos açorianos e os portugueses em geral? A experiência de outros países pode nos dar uma ajuda neste sentido, como sendo França, Hungria e Filândia. Assim, como ponto de partida, estes parâmetros devem estar bem definidos, assim com quais os permitidos, ingredientes e suas quantidades, e adição de substâncias que produzem o mesmo efeito do salgado/ doce (açúcar/adoçante). Uma outra vertente a considerar será: se o objectivo final do aumento das taxas neste tipo de produtos é melhorar o estado de saúde dos portugueses, então será lícito concluir que a receita que daí advém seja aplicada em políticas e programas de promoção da saúde! E porque não investir em campanhas de alto impacto para o consumo de produtos saudáveis? Finalmente, e para realçar, é importante que para que estas medidas tenham efeitos eficazes e duradouros é necessário investir numa cultura alimentar, em comportamentos alimentares saudáveis que permitam que estas mesmas medidas perdurem!” Ana Coelho 12 Atlântico Expresso Reportagem Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 O vinho de maior produção nos Fenais da Luz é o ‘Quinta da Jardinete’, tinto com castas Merlot e Aragonês. São produzidas, anualmente, quatro mil garrafas deste vinho de cor carregada, com carácter frutado a frutos vermelhos e ligeiras notas de chocolate. Na boca, este vinho apresenta-se concentrado e quase seco. É macio, acompanhado de uma relação acidez-álcool equilibrada Casas à venda nos Fenais da Luz depois de uma segunda ocupação da freguesia por uma sociedade de serviços A propósito do que devia ser um livro (3) Fenais da Luz de costas para o mar com o vinho a ganhar dimensão Muitos residentes dos Fenais ficaram sem emprego com a drástica redução do sector da construção civil. Muitos destes residentes encontram, então, trabalho sobretudo na administração pública regional, autárquica e no comércio e turismo. Mais tarde, com a quebra do emprego no comércio e no turismo, há algumas centenas de residentes que estão a emigrar, principalmente para o Canadá. Para a elaboração do livro que não chegou a sair, colhemos vários testemunhos sobre o que será o futuro, a curto prazo dos Fenais da Luz, e há uma certa convicção de que a freguesia - tal como a ilha de são Miguel e os Açores – vai sofrer, de forma mais evidente, as consequências da crise económica que atinge Portugal e ainda não terá chegado em toda a sua dimensão ao arquipélago. III - De costas para o mar Apesar de a freguesia se estender ao longo da costa Norte de São Miguel, entre São Vicente Ferreira e as Calhetas, a esmagadora maioria da população dos Fenais da Luz viveu sempre, ao longo do tempo, de costas voltadas para o mar. Dois tipos de população bem distinta constituem a sociedade que, nos primórdios, ocupava os Fenais à semelhança do que acontece em outras freguesias próximas da orla marítima na ilha de São Miguel. Aos Fenais chega uma sociedade sobretudo rural mas também um núcleo social ligada ao mar que encontra na pesca um meio de subsistência. É uma comunidade piscatória que tem pouco acesso ao mar pelo facto de a encosta ser escarpada. Esta pequena comunidade chega à beira-mar por três ou quatro acessos onde é possível arrear pequenos barcos de boca aberta e outras pequenas embarcações – de segurança periclitante que são conhecidas como ‘chatas’ por terem o fundo achatado. Este pequeno núcleo habitacional piscatório é constituído por pessoas diferentes daquelas que viviam da terra e que habitavam o interior da freguesia. São famílias mais pobres, com um maior número de filhos. São pessoas com mais dificuldades económicas até porque a vida do mar é dura e só se vai para a pesca três a quatro meses por ano. Este núcleo social piscatório foi, tendencialmente, desaparecendo até pelas dificuldades de acesso ao mar que não permitiam ter embarcações de pesca maiores e pelas precárias condições de abrigo. Até porque não havia e nunca foi projetada a construção de um pequeno porto de pesca (que não era técnica e financeiramente viável). O grande acesso ao mar naquela encosta sempre se deu na zona conhecida como ‘Poços de São Vicente’ para as embarcações da baleia e, mais a poente, o pequeno porto de pesca das Capelas que também continua a não ter as condições ideais de segurança. São todas estas dificuldades que levam à lenta extinção do núcleo social piscatório dos Fenais da Luz. E esta vocação, sobretudo virada para a pesca de peixe de fundo, não levou este núcleo social a aventurar-se pela actividade baleeira. Pelo menos, não há registo conhecido de pescadores dos Fenais da Luz que se tenham dedicado à pesca da baleia. É perceptível, portanto, que a esmagadora maioria da população seja constituída por uma sociedade rural que se liga, numa primeira fase, à produção de pastel e, posteriormente, às quintas de laranja. A época áurea da produção de laranja ocorre por volta de 1850 aos primeiros anos da década de 60 e, a partir de então, o ciclo – tal como acontece em toda a ilha - começa a perder importância. IV - A grande emigração Com o fim do ciclo da laranja, a população rural (muitos rendeiros e poucos e grandes senhorios) vira-se para a produção de trigo e do milho, uma agricultura de subsistência que não gera rendimento suficiente, levando à emigração das primeiras famílias dos Fenais da Luz. O auge da produção de trigo e de milho ocorreu há cerca de 50 anos. E a verdade é que a zona dos Fenais da Luz, Calhetas e algumas terras de Rabo de Peixe são um dos celeiros de trigo, bem como São Vicente Ferreira. Durante o período anual de moagem do trigo, havia dois moinhos - a que chamavam engenhos - que se deslocavam da Bretanha e se instalavam nos Fenais da Luz. Então, enormes carroças de bois faziam o transporte do trigo das freguesias limítrofes para a debulha nos moinhos. Ainda se recordam, nos Fenais da Luz, as tardes solarengas de Junho em que o adro da igreja estava repleto de trigo a secar. Era uma época em que se tinha de trabalhar entre o sol nascente e o sol poente para se conseguir sobreviver. As vinhas ocupam, também por esta altura, alguns espaços nos Fenais, sobretudo aqueles terrenos pedregosos das vigias propício a determinadas castas de vinha. E tornaram-se famosos alguns dos vinhos da freguesia. No presente, há algumas tentativas para recuperar a produção de vinho nos Fenais da Luz. E uma destas tentativas, da ‘Quinta da Jardinete’, está a alcançar um êxito significativo. Mas é a partir do período da agricultura de 13 Reportagem Quinta da Jardinete está a ganhar dimensão com vinhos muito apreciados Há famílias jovens que recuperam o interior das antigas habitações rurais nos Fenais da Luz (fornos de lenha, cozinhas e quartos rústicos e espaço para alfaias agrícolas...), mantendo a traça original mas adaptando os espaços a outras funcionalidades. subsistência, há cerca de 50 anos, que começa a ocorrer a grande emigração da população da generalidade da ilha de São Miguel para os Estados Unidos e Canadá. A emigração começa a dar-se no início dos anos de 1890. Há emigrantes que saem dos Fenais da Luz por esta altura. E, depois, várias famílias continuam a deixar a freguesia em 1900, 1910 e 1920. Há provas documentais de que muitos habitantes deixaram os Fenais da Luz e a ilha de São Miguel no início da primeira década do século XX. Por volta de 1907 é criada por emigrantes Fenaenses nos Estados Unidos a Sociedade Portuguesa de Beneficência de Nossa Senhora da Luz de apoio aos primeiros emigrantes ao nível da saúde e funerais. É a partir dessa sociedade que nasceu a Banda Nossa Senhora da Luz de Fall River. Mas é evidente que a grande emigração se dá nos anos 60 do século XX. É por esta altura que se dá uma grande quebra na população dos Fenais da Luz. Há, como consequência, um esvaziamento de grande parte da população rural e, já no dealbar do século XX, ocorre um repovoamento da freguesia, agora por pessoas de uma sociedade que vive do sector terciário. Uma parte significativa destes novos residentes – como se pode verificar nas estatísticas dos censos de 2011 – tem habitações para desempenhar funções nos quadros médios e superiores das instituições autonómicas e das empresas que têm sede em Ponta Delgada. E há também casais jovens à procura da sua primeira habitação que, por o preços das habitações estar demasiado alto na área limítrofe a Atlântico Expresso Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Ponta Delgada vão mais para Norte à procura de terrenos mais baratos e, com incentivos governamentais, constroem as suas casas. Abrem-se vias de comunicação, a rede de transportes também evolui e a construção civil ganha dimensão. Surgem outras indústrias de ocupação de trabalhadores dos Fenais, nomeadamente, a indústria conserveira. É neste período que a Sociedade Corretora, em São Roque, emprega muitos residentes dos Fenais da Luz, além das estufas de ananases da Fajã de Baixo. Mas mesmo esta sociedade evolui, com a quebra de mão-de-obra nas conserveiras e o desaparecimento de muitas estufas de ananases. E, mais recentemente, muitos residentes dos Fenais ficaram sem emprego com a drástica redução do sector da construção civil. Muitos destes residentes encontram, então, trabalho sobretudo na administração pública regional, autárquica e no comércio e turismo. Mais tarde, com a quebra do emprego no comércio e no turismo, há algumas centenas de residentes que estão a emigrar, principalmente para o Canadá. Para a elaboração do livro que não chegou a sair, colhemos vários testemunhos sobre o que será o futuro, a curto prazo dos Fenais da Luz, e há uma certa convicção de que a freguesia - tal como a ilha de são Miguel e os Açores – vai sofrer, de forma mais evidente, as consequências da crise económica que atinge Portugal e ainda não terá chegado em toda a sua dimensão ao arquipélago. E, a ser assim, a solução é, novamente, a emigração, com uma nova quebra populacional. A não ser que se consiga dar a volta rapidamente, o que não é muito plausível. V - As casas do ‘O’ Uma circunferência envidraçada com um diâmetro regular em ‘O’ é comum a centenas de casas nos Fenais da Luz. Estes ‘O’s são úteis pela luminosidade que perpassa o vidro. Representam, nesta perspectiva, uma fonte de luz e, portanto, uma economia de electricidade. Estes ‘O’s são também uma fonte de calor quando virados ao sol e proporcionam a entrada de uma aragem na habitação quando metade da circunferência é movível. Mas haverá uma perspectiva arquitectónica no ‘O’ que reduz o consumo de energia, é fonte de calor e, nos dias mais quentes, proporciona a entrada de aragens na casa? É possível que sim. Pelo olhar atento do fotógrafo e do observador interessado, pode verificar-se que estes ‘O’s têm diferentes formas que mudam consoante as épocas em que a casa é construída. E a sua multiplicidade por toda a freguesia configuram um determinado estilo arquitectónico que vem do passado e que, por isso, tem uma história própria. É provável mesmo que se possa localizar no tempo cada um dos ‘O’s pelo seu estilo de construção, uma matéria de estudo para os especialistas. O que há é uma transformação no interior das habitações, mesmo do núcleo central dos Fenais da Luz com o desaparecimento da sociedade rural e o repovoamento de muitas destas habitações por uma sociedade que vive do sector terciário. Como já referido, a maior densidade populacional ocorreu em 1900 (2.435 habitantes) e a menor verificou-se em 1981 (1450 habitantes). Nos últimos anos, instala-se nos Fenais uma população virada para o sector de serviços (2009 habitantes em 2011) – período em que 75% dos moradores trabalha no sector de serviços na sede de concelho. Ora, esta saída de residentes rurais e entrada de residentes citadinos, tem um impacto normal e significativo no interior das habitações. Há uma compreensível alteração da postura e maneira de ser das pessoas na arquitectura interior das casas (que eram rurais e que os novos residentes querem mais funcionais, apenas quase só para passar a noite). Há famílias jovens que recuperam o interior das habitações rurais (fornos de lenha, cozinhas e quartos rústicos e espaço para alfaias agrícolas...), mantendo a traça original mas adaptando os espaços a outras funcionalidades. VI - A Quinta da Jardinete Jardinete é uma quinta antiga datada de 1879 com uma área total de quatro hectares, localizada nos Fenais da Luz. Situada em pleno oceano atlântico, produz vinhos regionais de qualidade, aprovados pela CVR Açores, a partir de cepas que melhor se adaptaram ao clima do arquipélago. O nome deve-se ao facto de a quinta possuir uma pequena casa, igualmente antiga, conhecida por Jardinete que fica na zona mais alta da propriedade, de onde se vislumbra uma vista fantástica para toda a quinta e para o mar. Esta pequena casa, ‘ex-libris’ dos vinhos, é toda feita em pedra de basalto e revestida com barro. Possuía, essencialmente, três funções: a de lazer – o desfrutar da vista pelo senhorio e seus convidados; a de trabalho – lugar onde o senhorio guardava alguns dos utensílios de jardinagem e ainda lugar de controlo, de onde o senhorio “vigiava” os muitos contratados que labutavam ali diariamente. Esta quinta foi muitos anos conhecida como a ‘Casa do Sr. Albano Ferreira’, O Senhor Albano Machado Ferreira era um destacado comerciante de fazendas na cidade de Ponta Delgada. Albano Ferreira foi proprietário da quinta durante vários anos. Lá construiu uma Ermida de invocação a Nossa Senhora do Carmo. Sua filha veio a casar com Walter Sousa Lima. A actual Quinta da Jardinete é propriedade da empresa ‘Kristina Topic Rebelo’, gerida por Kristina Topic, de ascendência austríaca, e Mário Rebelo, natural de São Miguel. A quinta produz entre 6 a 8 mil litros que enchem entre 8 a 10 mil garrafas de vinhos que são muitos apreciados nos Açores e fora da Região. Todo o vinho está, anualmente, vendido à empresa distribuidora micaelense ‘PT’, de Paulo Teixeira, um jovem dinâmico empresário de Ponta Delgada que tem feito prosperar o seu negócio. O vinho de maior produção nos Fenais da Luz é o ‘Quinta da Jardinete’, tinto com castas Merlot e Aragonês. São produzidas, anualmente, quatro mil garrafas deste vinho de cor carregada, com carácter frutado a frutos vermelhos e ligeiras notas de chocolate. Na boca, este vinho apresenta-se concentrado e quase seco. É macio, acompanhado de uma relação acidez-álcool equilibrada. É um tinto vinificado por castas em cubas de inox com maceração peculiar de aproximadamente sete dias. É fermentado a temperatura controlada em redor dos 28 graus centígrados, com remontagem diária. É estabilizado naturalmente, com posterior estágio em garrafa de três meses. Anualmente são também produzidas na ‘Quinta da Jardinete’ três mil garrafas de vinho branco das castas Sauvignon Blanc, Fernão Pires e Gewurztraminer em solos de textura franco-arenosos. Este vinho tem uma cor amarela pálida e um carácter frutado a frutas exóticas, como o ananás e maracujá (dois frutos típicos de São Miguel). É um vinho com um aroma floral, atraente e jovem. Apresenta-se, na boca, com uma acidez fresca, acompanhada de uma estrutura alcoólica equilibrada. É vinificado de bica aberta com contacto peculiar, em cubas de inox, com fermentação prolongada a temperatura controlada em redor dos 14 a 16 graus centígrados e, posteriormente, estilizado a frio. Já da casta Chardonnay da ‘Quinta da Jardinete’ são produzidas, anualmente, à volta de mil garrafas de vinho branco. É um vinho de cor amarela pálida, com carácter frutado e um aroma floral, atraente e jovem. Apresenta-se, na boca, com uma acidez fresca, acompanhada de uma estrutura alcoólica equilibrada. É vinificado de bica aberta com contacto peculiar de seis horas, em cubas de inox, com fermentação prolongada a temperatura controlada em redor dos 14 a 16 graus centígrados e, posteriormente, estilizado a frio. Por fim, A ‘Quinta Jardinete’ produz ainda mil garrafas anuais de vinho de mesa Rosé das castas Merlot e Cabernet Sauvignon. É um vinho de cor rubi com carácter frutado aos frutos vermelhos do Merlot, com notas florais do Cabernet Sauvignon. Apresenta-se, na boca, meio concentrado. É macio, acompanhado de uma relação acidez-álcool equilibrada e com alguma doçura. É vinificado por castas em cubas de inox. É fermentado a temperatura controlada em redor dos 14 graus centígrados e estabilizado naturalmente de forma a manter todo o potencial aromático. (Continua) João Paz Saúde 14 Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Atlântico Expresso Investigadores da Universidade de Coimbra procuram mulheres voluntárias para participarem em programa inovador de combate à Obesidade Provar a eficácia de um programa inovador de intervenção em Obesidade e dificuldades no controlo alimentar, é o objectivo do projecto de investigação “BeFree”, que está à procura de mulheres voluntárias para seguirem o plano com uma duração de três meses. Com inscrições gratuitas através do correio electrónico: cineicc@fpce.uc.pt ou do telefone: 239 851464 – o projecto aceita candidaturas de mulheres com idades compreendidas entre 18 e 55 anos, residentes no distrito de Coimbra, com obesidade ou excesso de peso e dificuldades no controlo Trata-se de uma infecção aguda nas vias respiratórias com taxa de mortalidade superior a 40% Identificados anticorpos contra coronavírus da Síndrome Respiratória do Médio Oriente Investigadores norteamericanos identificaram anticorpos humanos eficazes contra o coronavírus da Síndrome Respiratória do Médio Oriente, abrindo a via a possíveis tratamentos contra a doença infecciosa, muitas vezes mortal, revela a revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Não existe, neste momento, qualquer vacina ou antivírus contra a síndrome, uma infecção aguda nas vias respiratórias com uma taxa de mortalidade superior a 40 por cento. A Síndrome Respiratória do Médio Oriente apareceu na Arábia Saudita em setembro de 2012 e causou a morte de mais de cem pessoas, tendo-se estendido a outros países. Os anticorpos isolados por investigadores do Instituto do Cancro Dana-Farber, em Boston, neutralizaram uma parte chave do vírus, impedindo que se ligasse a receptores que permitem a infecção de células humanas. Os virologistas descobriram os anticorpos - sete num total - num “banco” contendo 27 mil milhões de anticorpos humanos conservados num congelador no instituto. Os anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunitário capazes de reconhecer vírus e bactérias estranhos ao organismo. Algumas proteínas são capazes de neutralizar agentes patogénicos específicos e impedir que infectem as células humanas. Dos sete anticorpos capazes de bloquear especificamente a Síndrome Respiratória do Médio Oriente, a equipa de cientistas seleccionou um, como sendo o mais promissor para investigações suplementares e que foi produzido em quantidade suficiente para começar a ser testado em macacos e ratos. Segundo os autores do estudo, publicado na edição desta semana da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os anticorpos oferecem a possibilidade de proteger o pessoal hospitalar que cuida dos doentes mantidos em isolamento. A ser bem-sucedido, o tratamento será administrado por injecção e deverá permitir uma protecção contra a síndrome durante cerca de três semanas. As origens do coronavírus da Síndrome Respiratória do Médio Oriente continuam por descobrir. Foi encontrado entre os dromedários e os morcegos, mas os virologistas desconhecem como se transmite nos humanos. O coronavírus é semelhante ao vírus da Síndrome Respiratória Aguda Severa, que matou centenas de pessoas na China, em 2002 e 2003. Lusa alimentar. Desenvolvido de raiz por uma equipa do Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, que possui uma larga experiência no tratamento de perturbações alimentares, o BeFree recorre a elementos de programas aplicados com sucesso nos EUA e no Reino Unido. O BeFree visa «promover novas formas de as mulheres que sofrem de obesidade se relacionarem com a alimentação e com as suas emoções e melhorar o controlo alimentar e a sua qualidade de vida», explica o investigador Sérgio Carvalho. Na prática, o programa desenvolvido no âmbito de um estudo financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), e coordenado pelo Professor José Pinto Gouveia, «fornece ferramentas e competências estratégicas para uma gestão emocional eficaz, ajudando a regular os episódios de descontrolo alimentar. Vários estudos indicam que a existência de episódios de descontrolo alimentar está associada a quadros clínicos de obesidade mais severos e a uma maior dificuldade em perder peso». Cientistas invertem perda de memória em ratos com Alzheimer Alzheimer é provocado por proteínas tóxicas que destroem as células cerebrais Cientistas espanhóis anunciaram o uso pela primeira vez de terapia de genes para inverter a perda de memória em ratos com Alzheimer, um avanço que poderá levar a novos medicamentos para tratar a doença. A equipa da Universidade Autónoma de Barcelona injectou em ratos que se encontravam nas fases iniciais da doença um gene que desencadeia a produção de uma proteína que está, em doentes com Alzheimer, bloqueada no hipocampo – uma área do cérebro essencial para o processamento de memórias. “A proteína que foi reconstituída através da terapia de genes desencadeia os sinais necessários para activar os genes envolvidos na consolidação da memória de longo prazo”, indicou a universidade em comunicado. A terapia de genes consiste em transplantar genes em células do paciente para corrigir a doença que é, de outra forma, incurável, causada pela falência de um ou outro gene. A descoberta foi publicada no Journal of Neuroscience e surgiu após quatro anos de investigação. “A esperança é que este estudo possa levar ao desenvolvimento de drogas farmacêuticas que possam activar estes genes em seres humanos e permitir a recuperação da memória”, disse o líder da equipa de investigação, Carlos Saura, citado pela agência de notícias francesa, AFP. A doença de Alzheimer, causada por proteínas tóxicas que destroem células cerebrais, é a mais comum forma de demência. Em todo o mundo, 35,6 milhões de pessoas padecem desta fatal doença degenerativa do sistema nervoso central, que é actualmente incurável, e são anualmente diagnosticados 7,7 milhões de novos casos, de acordo com um relatório de 2012 da Organização Mundial de Saúde. Em 2010, o custo total da demência na globalidade da sociedade foi estimado em 604 mil milhões de dólares (cerca de 437 mil milhões de euros), segundo a Alzheimer Disease International, uma federação de associações de Alzheimer de todo o mundo. Lusa Atlântico Expresso 15 opinião Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 A fisiologia humana na Era digital ALTINO PINHEIRO http://ciberdependenciaportugal. blogspot.pt/ Estudos científicos recentes admitem que a tecnologia está alterando a fisiologia humana. Está a fazer-nos pensar, agir e sentir de forma diferente e até mesmo a fazernos sonhar de forma diferente. Já sabemos, comprovadamente, que o uso excessivo dos meios de comunicação digital (internet e telemóvel) afeta a nossa memória, a falta de atenção e os ciclos do sono, mas chegar ao ponto de alterar a nossa estrutura cerebral cognitiva, vem tornar este assunto ainda mais complexo. Alguns especialistas de cognição defendem a ideia que estas alterações são atribuídas a um fenômeno científico conhecido como neuroplasticidade, a capacidade que o cérebro tem para alterar o seu comportamento com base em novas experiências. Neste caso, a quantidade de informações contidas nos meios digitais. Quando no ano passado, apresentei a teoria da “Cibermetatoxina”, estava longe de imaginar o quão próximo, este particular estudo poderia estar do campo da neurociência. O que este trabalho conclui, por mera intuição lógica, é que a neurotoxina produzida no cérebro, devido à dependência dos meios digitais, poderia estar contribuindo para a alteração da estrutura de ADN do ser humano e que afinal se verifica nestas novas pesquisas. A conclusão de que a tecnologia está alterando, não só o que fazemos, mas sobretudo o que somos, nunca foi tão amplamente aceite na comunidade científica, confirmada pela manifestação de uma série de novos padrões fisiológicos. Quantas vezes deu por si, a ter a estranha sensação de estar ouvindo o seu telemóvel a tocar ou a vibrar? Num estudo de 2012 publicado na revista Computers and Human Behavior, os pesquisadores descobriram que 89% dos 290 pesquisados relataram sentir “vibrações fantasmas”, a sensação física de que o seu telefone estava vibrando, mesmo quando não estava. É uma sensação muito estranha, que resulta da excessiva exposição à tecnologia, manifestada por vezes, através de um ligeiro desconforto físico, como formigueiro ou comichão em algumas partes do corpo. Para as pessoas que experimentam estas “vibrações fantasmas”, estes acontecimentos sensitivos são extremamente stressantes do ponto de vista emocional. Remetem-lhes para uma memória anterior ao surgimento das tecnologias digitais e concluem rapidamente que nem sempre foi assim. O resultado destas sensações, não são mais do que uma ansiedade criada pelo próprio cérebro, perante a necessidade de estar sempre “contactável”. São cada vez mais, os estudos sérios que estão a surgir, correlacionando a neurociência com a cibernética, e nunca se pesquisou tanto sobre a esta relação como nos últimos 5 anos. Os padrões de sono, por exemplo, modificaram-se muito deste o surgimento das tecnologias digitais. Inclusive já estamos sonhando a cores. Sim, porque uma pesquisa efetuada em 1900 concluía que os sonhos das pessoas eram monocromáticos (a preto e branco). Os ciclos de sono de uma pessoa que utiliza excessivamente a internet e os telemóveis, tornaram-se completamente irregulares, devido à luminosidade emitida pelos ecrãs de computadores, tablets e smartphones. Ou seja, estas luzes brilhan- tes enganam o cérebro, levando-o a pensar que ainda é de dia, alterando por completo o relógio biológico do corpo (ritmo circadiano), que por sua vez interfere com os hormônios indutores do sono. Nos planos de reabilitação da ciberdependência é sugerido às pessoas que evitem a exposição a estes aparelhos pelo menos uma hora antes de irem dormir, sobretudo para aqueles que já se deparam com problemas de insónia. Também a forma como nos lembramos das coisas, ou como nos esquecemos delas, alterou-se significativamente. Em 2007, um neurocientista entrevistou 3.000 pessoas e descobriu que os entrevistados mais jovens, eram os mais esquecidos, ou com menores recursos de memória. Não se recordam, por exemplo, da data de aniversário de um parente, ou o que fizeram há oito dias atrás numa determinada hora, ou até mesmo o seu próprio número de telefone. Com tanto poder tecnológico, estamos ficando cada vez mais esquecidos! A nossa memória passou a ser digital, temos tudo guardado no computador e no telemóvel… Mas esta alteração da fisiologia ou modelo de “humanização digital”, não se fica por aqui . As próprias capacidades cognitivas, a criatividade, as habilidades e os comportamentos estão a ser constante- mente afetados, sobretudo nos mais jovens. Um adolescente que passa 4 horas por dia num jogo tático online, forçado a tomar decisões rápidas de como “atingir o inimigo” e escapar-se “ileso” dentro do ambiente virtual, significa que na vida real está mais propenso a desenvolver reações impulsivas, geradoras de desconcentração, hostilidade e agressividade. As conclusões destes estudos, remetemnos para um espaço de reflexão sério e global. Como é que o ser humano está a relacionar-se com a tecnologia digital e todas as suas “fascinantes” aplicações? Imaginemos um mundo completamente dependente da tecnologia; Como isso afetaria o processo evolutivo da humanidade, coletivamente e individualmente? Como pensaremos, decidiremos, desenvolveremos os nossos propósitos de vida? Os nossos valores, convicções, conhecimento, desenvolvimento e descoberta de nós próprios? Num futuro próximo, poderemos vir a ser tão dependentes dos meios digitais, ao ponto de confundirmos o nosso consciente lógico com o nosso inconsciente tecnológico. Seremos inteligentemente artificiais ou artificialmente inteligentes? 16 Ciência Atlântico Expresso Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 «Vender» empregos é o que vai dar! Engenheiros portugueses lançam plataforma de recrutamento de funções de carácter tecnológico reduzir custos e acelerar a identificação de candidatos mais adequados para funções cuja procura tem vindo a aumentar nos últimos anos, bem como a usabilidade e facilidade de interacção com a plataforma são algumas das características que Pedro Carmo Oliveira considera que contribuirão para uma rápida habituação de empresas, candidatos e “recomendadores” a esta nova forma de actuar no mercado de trabalho. «No futuro, era bom haver pessoas que ganham dinheiro a ajudar os amigos a encontrarem colocações onde se sintam mais felizes e realizados», conclui. Os fundadores da Jobbox: Pedro Carmo Oliveira, (à direita na imagem) e José Vicente Paiva (de camisa) Recomende um amigo para um emprego e ele consegue o trabalho. Você ganha uma recompensa por isso. É a proposta da Jobbox, fundada por dois engenheiros informáticos portugueses. Acabam de lançar uma plataforma que pretende facilitar e melhorar o recrutamento de funções de carácter tecnológico de techies para techies. A JOBBOX é uma plataforma digital que pretende revolucionar a facilidade e rapidez com que as empresas encontram engenheiros, programadores, web designers e outros profissionais do mundo da tecnologia. O serviço, baseado na recomendação de pessoas que se conhecem pessoal ou profissionalmente, procura dar resposta à necessidade sentida pelas empresas de encontrar as pessoas certas para funções de carácter tecnológico. «Um utilizador que identifique na sua rede de contactos a pessoa certa para um dos job post anunciados no site, pode recomendá-lo para essa função. Caso essa recomendação resulte num recrutamento bem sucedido, o utilizador recebe uma recompensa que pode chegar aos milhares de euros», explica Pedro Oliveira Carmo, co-Fundador Executivo da JOBBOX. O facto de facilitar o trabalho de recrutamento, A importância de serem techies Pedro Carmo Oliveira conta que a ideia da JOBBOX surgiu quando conheceu o seu sócio, José Vicente Paiva, que trabalhou muitos anos no sector das TI: «Tínhamos ambos a noção da dificuldade que o mercado sente em recrutar techies, já que muitas empresas de recrutamento não compreendem as competências técnicas exigidas por essas funções e têm dificuldade em avaliá-las nos candidatos». Recomendar vai dar! Por isso mesmo, para além da plataforma, a JOBBOX disponibiliza também um serviço premium de recrutamento tecnológico, que inclui todas as fases de um processo, até à colocação do candidato. «Neste serviço, concorremos com outras empresas de recrutamento mas temos um factor diferenciador, que é a nossa especialização numa área funcional. Efectuamos testes de competências técnicas aos candidatos, com base na Conundrum, uma plataforma open source que desenvolvemos especificamente para o efeito», explica o co-Fundador Executivo. Nos clientes deste serviço incluem-se já a Nova School of Business and Economics, EISA.pt, a Saphety (Grupo Sonae) e a Zendagui, entre outros, Com um investimento inicial de 45 mil euros e uma equipa de oito pessoas, a JOBBOX está sedeada na Startup Lisboa e espera atingir cem colocações bem sucedidas no seu primeiro ano no mercado. «Antes de lançarmos a plataforma de recomendações, fizemos testes de customer development, falámos com mais de 50 empresas e percebemos que o que funciona melhor na área do recrutamento são, sem dúvida, as recomendações. Diversos estudos referem que cerca de 25% a 40% dos candidatos são recrutados com base em recomendações. Elas trazem um valor acrescentado que não existe nos processos formais, que é a confiança. Então, porque não criar uma plataforma que facilite essa prática informal?», questiona o co-fundador. Para 2015, está prevista a abertura de um escritório em Londres. Da sua plataforma de recomendações lançada em Fevereiro de 2014 constam já cerca 20 ofertas de trabalho, algumas das quais internacionais. Entre as empresas clientes desta plataforma encontramse Talkdesk, a Glean, a Small Improvements Software, a Seedrs, a Typeform, a Imaginary Cloud, a Muzzley, entre outras. Ciência Hoje Incapacidade de regenerar axónios tem sido o principal impedimento à recuperação de muitos acidentados O grande desafio: reparar autoestradas axonais para tratar lesões Um estudo publicado por uma equipa do IBMC, liderada por Mónica de Sousa, na revista The Journal of Neuroscience identifica o transporte de componentes celulares dentro dos neurónios como o alvo principal na regeneração de lesões no sistema nervoso. O trabalho traz à luz novos caminhos para resolver um dos grandes desafios biomédicos: a razão pela qual os neurónios da espinal medula, ao contrário dos do sistema nervoso periférico, são incapazes de regenerar os axónios e ligações perdidas durante uma lesão. A maioria dos neurónios do sistema nervoso central é incapaz de regenerar os finíssimos prolongamentos, chamados axónios, que os ligam a outros neurónios. O caso mais particular é o dos axónios mais longos, que se prolongam desde o cérebro, atravessando a espinal medula, até a zo- nas longínquas do corpo, em extensões de cerca de um metro. Estes axónios são essenciais para que a informação rapidamente percorra o caminho entre o nosso corpo e o cérebro e vice-versa. As lesões na espinal medula, em consequência de traumatismos, resultam na maioria das vezes na perda de sensibilidade e na perda de capacidades motoras, simplesmente porque os axónios foram cortados. A incapacidade de regenerar esses axónios tem sido uma das frustrações da biomedicina e o principal impedimento à recuperação de muitos acidentados. Por isso, os olhos dos investigadores viraramse para certos neurónios que têm uma dupla posição: têm axónios fora do sistema nervoso central e axónios dentro. Esta dupla posição confere-lhes uma plasticidade interessante, pois recuperam de lesões primárias que sofram na parte periférica mas não das da parte central. Porém, se sofrerem lesões múltiplas e sequenciais, mostram ter uma capacidade aumentada de regenerar o ramo central. De facto, se tiverem sofrido uma lesão prévia no seu ramo periférico, o ramo central do neurónio também ganha capacidade de regenerar. Desde esta observação, desdobram-se as buscas para perceber o que se altera no neurónio aquando de uma lesão periférica que lhe permite recuperar uma capacidade que parece perdida no sistema nervoso central. O estudo publicado pela equipa do IBMC mostra que, quando a lesão periférica ocorre, há um aumento global do transporte axonal, nomea- damente de proteínas, organelos e vesículas. Este fenómeno não fica restrito ao axónio periférico lesionado, estendendo-se ao axónio central. Se este último, o axónio central, “sofrer uma lesão subsequente, uma lesão da medula espinal, toda a maquinaria necessária a montar a regeneração axonal já estará presente e funcional”, explica Fernando Mar, primeiro autor do trabalho. Segundo Mónica Sousa, o maior contributo deste trabalho é “identificar o transporte axonal como um alvo importante da investigação em regeneração axonal”, adiantando que “poderá ser o futuro no desenvolvimento de terapias com o fim de aumentar a regeneração axonal no sistema nervoso central adulto”. Ciência Hoje 17 Opinião Atlântico Expresso Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Notas soltas. Folhas caídas Amigos “Voluntários da Boa Causa Social”, não esmoreçam ROGÉRIO DE OLIVEIRA Ao colocar sobre a secretária, o caderno de rascunhos, onde normalmente organizo e confirmo, ideias alimentadas, que, depois, são levadas ao computador, e, embora com propósitos positivos, não concretamente definidos, perante o mundo em que vivemos, onde é constante, fratricídios entre povos, quezílias raciais e religiosas, desigualdades flagrantes, mortandade infantil preocupante, o desejo do poder pelo poder, as injustiças num mundo desorientado e cada vez mais conflituoso, o domínio avassalador dos poderosos, com dissenções civis em vários países do continente africano , lutas tribais onde milhões de crianças são afetadas pelos conflitos existentes. Sofrem de nutrição, doenças e suportam violências. Crianças deslocadas e sem ajuda devido à insegurança, expulsas dos seus lares. Mas a minha “bússola”, orientada, tenta indicar-me um rumo otimista, apesar das alarmantes noticias, e assim, cavalgo a onda do texto, para que este descubra o rumo que ainda não tenho, procurando sublinhar, o que poderá haver de exaltante, no comportamento humano. E surge-me na mente, a ideia de que o mundo desolador que habitamos, recheado de situações gravíssimas, podia ser ainda muito pior, se não existissem as “Instituições de Solidariedade Social” espalhadas pelo mundo fora. E são tantas a levar os bens mais necessários e contribuindo para amenizar o sofrimento dos injustiçados, dos famintos, dos sem-abrigo, marginalizados, dos que procuram uma palavra amiga, um gesto terno, uma atitude meiga e carinhosa, de conforto, coragem e esperança, os sem apoios familiares e sociais. Há a Comissão das Nações Unidas para os Refugiados, presidida pelo português Engº António Guterres, com papel determinante, na resolução de muitas e graves situações. Há inúmeros Organismos de bem-fazer, a lutar para que o sofrimento humano seja, pelo menos, atenuado. Não podemos esquecer os “Médicos sem Fronteiras” e muitos outros, como a própria UNICEF. Mas queremos, sobretudo, realçar e por em destaque, o VOLUNTARIADO que, por ve- zes, tem um desempenho quase sobre-humano. Não é preciso sair do país para constatar, quanto útil e necessário, tem sido as “nossas equipas de voluntariado” derramadas pelos quatro cantos do território nacional, suavizando a dor alheia, a solidão, os sem-abrigo, dando auxílio domiciliário, derrotando a fome, a pobreza envergonhada, visitando hospitais, cadeias, distribuindo refeições, fornecendo dormidas, medicamentos e tantos outros benefícios. Numa altura em que a solidariedade escasseia, é bom saber, de gente anónima, que dá tudo para apoiar os mais desfavorecidos. Não me canso (não me quero cansar), de louvar os “voluntários do bem-fazer”, que esquecem muitas vezes as suas dificuldades, para pensarem nos outros. Isto está a acontecer com bastante frequência, porque o mundo é assolado por essa solidariedade, dado o fato das pessoas perceberem, que têm de tomar iniciativas para diminuírem os sofrimentos quotidianos. Tantas vezes, queremos ajudar, mas não sabemos como. Corremos de um lado para o outro, como baratas tontas, ocupados em dezenas de tarefas que temos a certeza que mais ninguém pode cumprir por nós, e vamos arrastando a má consciência, por não ajudarmos, mais e melhor. O tempo não parece chegar, nem para os “nossos”, quanto mais para os outros. Mas pode chegar, havendo vonta- de de ajudar, da satisfação do dever cumprido Dá-se o caso, de um certo espírito comunitário irromper do chão, do quase nada, para modificar injustiças. Esses “voluntários” substituem, ás vezes, as tarefas governamentais que muito deixam a desejar. Os velhos pobres e as crianças abandonadas, por exemplo, são dois pormenores que não têm fim à vista. Vivemos um dos períodos mais complexos da história da civilização, que se traduz numa profunda inquietação, ao nível, do dia-a-dia de todos os cidadãos. A insegurança, individual e coletiva, passou a dominar o quotidiano de todos os povos, fato que traduz a falência dos modelos políticos e administrativos preponderantes neste inicio de milénio. Ainda há selva no país de Abril, num país de inúmeros recordes negativos de subdesenvolvimento social e económico, onde o discurso institucional, cuidadoso e ávido, substituído pelas entidades oficiais, é indigente. Só uma tomada de consciência, para a paz e para o progresso, determinará a recuperação dos valores que devem caraterizar a condição humana. Como seria a sociedade materialista em que vivemos, sem a colaboração preciosa dessas maravilhosas “EQUIPAS DE BEMFAZER” espalhadas no seio da comunidade onde estão inseridas. Há números impressionantes que poderão despertar consciências adormecidas, justificando a interrogação dos mais preocupados quando dizem: O que seria da pobreza deste país sem este auxílio, sem estas Organizações ? “Amigos Voluntários da Boa Causa Social”, não esmoreçam. Há muita gente necessitada. Há muita gente agradecida. Há muita gente confortada e reconhecida. Aplaudo esses “Grupos de Voluntários” que dão tudo o que podem e nada pedem em troca. O agradecimento da parte da sociedade que está de mãos dadas com vocês. Os teus “irmãos” necessitados estão confiantes no vosso altruísmo. Não se cansem de “bem-fazer”. A recompensa virá ………… Perante tão evidente testemunho de bem-fazer, pergunta-se: Quantos Santos na terra existem ? GAIA/VILAR DO PARAÍSO 18 Atlântico Expresso opinião Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Lá Longe 609 Gato com sorte JOSÉ HANDEL DE OLIVEIRA Em Riba d’Ave, Vila Nova de Famalicão, um gato trepou para cima de uma árvore e depois teve medo de descer. Populares condoídos com os miados aflitivos do felino, chamaram os Bombeiros Voluntários daquela vila que usando uma auto-escada, conseguiram retirar o gatinho da árvore e colocá-lo são e salvo no solo. Perseguição em pijama Em Pedorido, Castelo de Paiva, um grupo de indivíduos assaltou um café de madrugada. Mas o proprietário que vive por cima do estabelecimento, ouviu barulho e espreitando pelas frinchas da janela, viu os assaltantes a retirar vários bens do café. Apesar de estar em pijama, veio para a rua e perseguiu os ladrões que abandonaram a máquina do tabaco que transportavam e fugiram num carro. A viatura viria a ser abandonada alguns quilómetros de distância e a GNR encontrou no seu interior alguns objectos furtados como foi o caso do aparelho de televisão. Os prejuízos no café foram de monta pois os assaltantes para além de partirem uma janela ainda levaram com eles a caixa registadora. Ladrões eficientes De madrugada, em Terras de Bouro, três assaltantes vestidos com fatos-macaco brancos, entraram num Centro Comercial e depois rebentaram o gradeamento de uma ourivesaria bem como a porta de correr da mesma. Em apenas dois minutos e após silenciarem o alarme da ourivesaria com recurso a espuma de poliuretano, apropriaram-se de vários tabuleiros de ouro da montra da loja, gavetões com peças de ouro e envolveram numa manta muitas peças de ouro, algumas das quais ficaram caídas no chão. O proprietário avalia o furto em 30.000 Euros o que somados aos 150.000 que lhe furtaram em 2012, levam-no a pensar em fechar o estabelecimento. Até em casa assaltam as pessoas De manhã, numa rua de uma freguesia de Vila Nova de Famalicão, uma senhora de 72 anos, ao ouvir o barulho de um carro e julgando tratar-se do padeiro que ali costuma a passar àquela hora, abriu a porta da sua residência, sendo de imediato atacada por dois indivíduos encapuzados que violentamente lhe roubaram o cordão de ouro, no valor de 200 Euros que trazia ao pescoço, o que a deixou magoada embora não precisasse de tratamento hospitalar. Com o produto do roubo nas mãos, os dois homens fugiram numa viatura de cor branca onde os esperava um comparsa. A vítima ainda gritou por socorro mas quando os vizinhos acorreram já os ladrões tinham fugido. A GNR está a proceder a averiguações. Os gritos da senhora alertaram um popular que passava na rua e que perseguiu o ladrão até conseguir agarrá-lo. Na fuga, o desempregado tentou deitar fora os objectos que furtara e que foram recuperados. Chamada a PSP o indivíduo foi detido e levado à presença de um Juiz que determinou que ficasse em prisão preventiva, até porque já tinha cumprido pena de prisão por furto. Nem as tampas do saneamento escapam Um aluno da Escola de Palme, Barcelos, de 6 anos de idade caiu do primeiro andar para o rés-do-chão da Escola, de uma altura de 3 metros. Imediatamente transportado para o Hospital de Braga, foi-lhe diagnosticado um traumatismo craniocefálico muito grave. Mais tarde foi transportado para a Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de S. João, no Porto, com prognóstico reservado. Na rua Comendador Domingos José Braga, em Lomar, freguesia do concelho de Braga, indivíduos que se faziam transportar numa carrinha de cor branca, mas com a matrícula tapada, furtaram sete tampas de caixas de água, o que pôs em perigo os moradores e os automobilistas que circulam naquela rua. Os buracos estão agora assinalados enquanto a Junta de Freguesia aguarda que a Direcção de Estradas do Distrito de Braga e as Estradas de Portugal, procedam rapidamente à substituição das tampas furtadas Popular corajoso Em vila Nova de Famalicão, um desempregado de 48 anos, assaltou a residência de uma senhora idosa, situada na Avenida 25 de Abril. Contudo, foi detectado pela proprietária que gritou por socorro o que fez o assaltante fugir. Queda na escola Queda perigosa Uma senhora com cerca de 60 anos que se encontrava a limpar as janelas exteriores de um 5º andar situado na Avenida dos Banhos na Póvoa de Varzim e que é uma moradia de férias já que reside habitualmente em Guimarães, desequilibrou-se e caiu para a parte de trás do edifício sobre o telhado das garagens. Foi transportada em estado grave para o Hospital de S. João, no Porto, onde ficou internada com traumatismo craniano e uma perfuração pulmonar. Estiveram no local os Bombeiros da Póvoa de Varzim, com uma ambulância, uma viatura da VMER de Vila Nova de Famalicão e uma viatura do Suporte Imediato de Vida. Moradora atenta Em Vila Meã, Amarante, a moradora de um prédio, ouviu, de madrugada, barulhos estranhos na rua. Sem acender a luz espreitou pela janela e viu três homens a tentarem rebentar a persiana metálica de uma moradia pertencente a um emigrante em França. Alertou a GNR para o que se estava a passar e os militares chegaram a tempo de surpreender em flagrante delito os três indivíduos com idades de 16, 19 e 24 anos. Os detidos já estavam referenciados por crimes de assalto. Tentou apagar o fogo e queimou-se Num café situado nas proximidades da cidade da Lixa, Felgueiras, explodiu uma garrafa de gás que provocou um incêndio. A empregada de 36 anos tentou apagar as chamas mas acabou por ficar queimada na face, com queimaduras do 1º grau. Foi assistida e transportada para o Hospital de Amarante. No combate ao fogo estiveram envolvidos nove bombeiros, apoiados por duas viaturas. Os danos materiais são avultados. Braga, 27 de Abril de 2014 Desporto 19 Atlântico Expresso Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Opinião Origens com sabor a mar JOÃO DE BRITO ZEFERINO No bairro mais ocidental desta velha urbe de Ponta Delgada, nasceu há oitenta anos uma das mais populares colectividades desportivas de São Miguel e dos Açores, o Marítimo Sport Clube. Embora nos registos oficiais conste a data de 26 de Janeiro de 1935 como fundação do Clube, na realidade começou a gestação da popular colectividade da Calheta (que Deus haja!) um ano mais cedo, quando um grupo de adeptos da bola, se reuniu para dar o pontapé de saída na formação do clube dos “pescadores”, já que na altura já existiam U. Micaelense (estudantes) U. Sportiva (empregados de escritório e caixeiros) Santa Clara e Micaelense (operários) pese embora alguns reunirem nas suas fileiras, gentes de outros cargos e ofícios. Para que conste e se relembre, este grupo de A melhor equipa da história do Marítimo: Manezinho, Jeremias, José Vilão, António Talefa, Hildeberto e Cabral (em cima), Jaime Lino, Armando, António Bacalhau, António Viúva e António Carreiro (em baixo). Constituíram a melhor equipa de todos os tempos do Marítimo. Estes jogadores, na maioria pescadores, ganharam diversos campeonatos. ram na novel colectividade, não só no futebol como noutras modalidades, incluindo o ciclismo, e nesta modalidade esteve o nosso saudoso Pai. Como atrás referimos, o clube era essencialmente formado pela classe piscatória, embora o Santa Clara nas suas fileiras também contasse com alguns homens do mar, o que logo criou uma certa rivalidade entre os clubes dos dois extremos citadinos. Sendo um clube eclético, foi contudo no futebol e hóquei em patins que assentou mais relevo. Na época de 1941/42 ganha o seu 1º campeonato e a Taça de S. Miguel, e ao longo dos anos foi enriquecendo a sua vitrine de troféus, ganhos em diversas modalidades. Como curiosidade, a conquista da priPresidente Fernando Pereira Nunes, Pinto da Costa e meira taça com origem americana, Liberal Carreiro numa fotografia tirada na Casa do oferta dum associado, e disputada Porto de São Miguel, aquando de um jogo entre o clube no habitual Torneio das Festas do azul e branco com o Santa Clara Senhor Santo Cristo, que tinha lugar nas 2ª e 5ª feiras pelas equipas maritimistas, e salvo algum involuntário es- da cidade de P. Delgada, e que ficou na história quecimento, era formado pelos cidadãos: José como a “Taça das Pombinhas” por ostentar no Carvalho Valério, António Olímpio Soares de cimo das quatro colunas outras tantas simpátiSousa, João Ferreira Travassos, João Carvalho cas aves. Dias, António Medeiros Ramos, Álvaro Soares Tornou-se filial do Futebol Clube do do Carmo, José Domingos Cipriano, Joaquim Porto em 1952, e esteve na inauguração do Arruda Coutinho, José Cristiano de Sousa Jnr. emblemático Estádio das Antas, com uma re, Germano Joaquim Madeira, Paulo Batista presentação formada pelos sócios Fernando Vasconcelos, Urbano Medeiros Helhazar, Ál- Pereira Nunes, Manuel Pedro Portela e pelo varo Carreiro, José Hipólito de Melo e Jaime capitão de equipa António Duarte “Viúva”. Vieira. E a propósito, o categorizado e correcto Contam os mais antigos, que alguns atletas “Viúva” que tivemos a felicidade de ver jogar, em especial do Micaelense Futebol Clube, que terá sido um dos mais correctos jogadores de moravam para as bandas da Calheta se integra- futebol de sempre, não só a nível S. Miguel outros que deram o seu melhor pelo clube. como dos Açores. Ao assinalar com este breve registo a hisDuma humildade e simpatia só comparáveis à sua grandeza como futebolista, o velho tória de oitenta anos de glória com sabor a mar capitão ficará para sempre na história do Clu- e sal, com saudade registamos alguns as velhas be. Aliás a equipa considerada como o “dream glórias do Marítimo, uma delas ainda viva e team” do Marítimo, será na opinião de muitos residindo ainda na Calheta, o grande “stoper” (e na nossa também) aquela que a foto docu- Hildeberto, que com seu irmão Manezinho, faziam parte da grande e saudosa equipa. menta. E já agora em rodapé, o agradecimento Muitos foram os treinadores e dirigentes que pelo clube passaram, recordamos apenas muito reconhecido ao actual elenco directivo, alguns sem desprimor para os restantes: Capitão Néne (o primeiro treinador ) Capitão Vietas, António Macedo, Manuel Salsa, Rogério Pontes, António Luis, Pedro Galvão, Pedro Zeferino (o primeiro a levar a equipa à Série Açores) nos dirigentes: Vice-Almirante Ernesto Allen, Eduardo Pereira Raposo, Joviano P. Raposo, Luis Lima Paiva, Henrique Carvalho Valério, Alcindo Coutinho, Fernando Pereira Nunes, Manuel Pedro Portela José Raposo, Humberto Na inauguração das Antas, em 1952, Fernando Pereira Nunes, Rodrigues, Manuel Carva- António Viúva e Manuel Pedro Portela, no primeiro jogo no lho Valério, Manuel Sousa Estádio das Antas Castelo, José Dias Vieira, Liberal Carreiro (primeiro Presidente na Série pela atribuição do troféu que me foi concedido em tempo de festa. Está na minha íntima Açores). Conhecendo altos e baixos como todas as montra de recordações, em lugar de destaque colectividades, o Marítimo a todas foi resis- e honra, pois cá no intimo também tenho uma tindo, e hoje no hóquei em patins está a nível “costela” do Marítimo da Calheta que já não nacional, relembrando nesta modalidade gran- existe, a não ser no coração de quantos como des vultos como os irmãos Cascais, Panagini, eu tiveram a honra de nascer na freguesia de o treinador João de Lemos (um dos melhores São Pedro. Parabéns Marítimo, e “ad multos annos” jogadores de ping-pong) do seu tempo e tantos Atlântico Expresso 20 Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Publicidade Desporto 21 WSBK – Catedral do motociclismo, Assen, teve uma assistência de 52252 espectadores GP HOLANDA COM BANDEIRA VERMELHA E CHUVA NAS VITÓRIAS DE GUINTOLI E REA A chuva marcou presença no circuito holandês e perturbou a realização do horário previsto da segunda manga do WSBK, que foi adiada algumas vezes teve três largadas -, mas, finalmente, conseguiu realizar-se no “Oceano de Assen”, numa “mini-manga” de 10 voltas. Foi uma chuva “abençoada” para Jonathan Rea (2ª manga), que conquistou a sua primeira vitória este ano (12ª da sua carreira), enquanto que na primeira manga, tempo frio e cinzento, uma bandeira vermelha exibida aos pilotos, devido a óleo na pista, dava por concluída a corrida ao fim de 16 das 21 voltas previstas, com Sylvain Guintoli a celebrar a sua segunda vitória em 2014 (6ª da sua carreira). Mesmo com chuva na segunda manga, Assen conseguiu festejar a corrida número 650 de toda a história do WSBK. No mundial de Supersport (SSP), o piloto holandês, Michael Van Der Mark, venceu a prova no seu país, para gáudio dos holandeses presentes no circuito. O “Circuito de Assen” é sempre o “Circuito de Assen”, independentemente das condições atmosféricas que se façam sentir. Conhecida como a “Catedral” do motociclismo mundial, o GP Holanda do WSBK brindou a este campeonato do Mundo e mostrou ao longo de todo o fim-de-semana, porquê que as pessoas gostam deste desporto. Homens de barba rija, no JOSÉ MANUEL PINHO VALENTE sentido literal do termo, lutaram pelos melhores lugares do pódio e assinaram excelentes corridas, quer em SBK, quer em SSP, SKT 1000 ou SKT 600. Sylvain Guintoli (Aprilia Racing Team) e Jonathan Rea (PATA Honda World Superbike) repartiram as vitórias de ambas as corridas e foram aplaudidos por 52252 espectadores, número da assistência presente no dia de domingo no traçado holandês, demonstrando todo o seu entusiasmo, apesar das condições climatéricas que se agravaram a partir do princípio da tarde. Na primeira manga, Guintoli não teve adversários e realizou uma corrida imponente, comandando desde a primeira Atlântico Expresso Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 volta até ao baixar da bandeira de xadrez, que foi à 16ª volta das 21 previstas, tendo sido mostrada a bandeira vermelha e o consequente final da manga, devido ao óleo deixado na pista pela EBR, de Geoff May. O piloto francês, Sylvain Guintoli, não viu nenhum adversário rodar à sua frente, pelo que controlou a corrida conforme entendeu, enquanto Sykes (2º) e Rea (3º) lutavam pelos melhores lugares do pódio. A segunda manga teve alguns contratempos, devido às péssimas condições climatéricas, que se abateram sobre o circuito. A primeira largada teve quatro voltas, que não contaram para nada, enquanto a segunda tinha 15. No entanto, o mau tempo não abrandava e realizou-se uma corrida com apenas 10 voltas. Jonathan Rea foi o mais regular e sortudo nestas condições e conquistou a vitória na corrida, sendo acompanhado ao pódio por Alex Lowes (2º) e Davide Giugliano (3º). Foi uma manga prejudicada pelo mau tempo, todavia, aonde os pilotos correndo imensos riscos, não deixaram de dar espectáculo aos espectadores presentes no circuito e a todos aqueles que pelo mundo inteiro seguiam a prova via TV. O actual Campeão do Mundo em título, Tom Sykes, saiu da Holanda com a liderança da classificação geral e um total de 108 pontos, seguido por Sylvain Guintoli, 96; Loris Baz, 93; Jonathan Rea, 89; Marco Melandri, 69. BANDEIRA DE XADREZ WSBK: GP HOLANDA COMEÇOU COM RITMO MUSICAL – Como habitualmente é na quinta-feira que antecede o GP, que se iniciam as actividades inaugurais de cada fim-de-semana do WSBK, com as primeiras conferências de imprensa e algumas surpresas para os pilotos. E foi ao ritmo da música e coordenação “DJ” Jeroen Post, que os pilotos começaram com calma e serenidade , a entrada para o GP Holanda, pois os primeiros estavam a poucas horas, na manhã do dia seguinte. Os próprios pilotos puseram à prova todo o seu talento, com uma selecção musical organizada por eles, enquanto o público holandês presenciava e gostavam do gosto musical destes “ases” das duas rodas. Entre os “músicos pilotos” presentes neste evento musical e que marcaram também presença na conferência estavam os pilotos de SBK (Loris Baz, Marco Melandri, Jonathan Rea, Eugene Laverty, Chaz Davies, Aaron Yates e Cláudio Corti), SBK-EVO (Leon Camier e Christian Iddon), SSP (Michael van der Mark), juntando-se a este grupo o estreante o campeonato de STK600, Wayne Tessels). WSBK: “DORNA WSBK” E “MP & SILVA” NUMA PARCERIA PARA A ZONA DA AMÉRICA LATINA E CARIBE – A “Dorna WSBK Organization”, detentora dos direitos comerciais do Campeonato do Mundo “Eni FIM Superbike” e “MP & Silva”, companhia internacional gestora dos direitos audiovisuais, assinaram um acordo de cinco anos para a aquisição dos direitos do WSBK para todos os países da América Latina e Caribe, à excepção do Brasil. Graças a este acordo com a Dorna WSBK, a MP & Silva junta mais uma categoria desportiva ao seu já extenso rol de gestão de direitos desportivos. O Campeonato do Mundo “Eni FIM Superbike World” é uma das competições de motociclismo mais importantes a nível internacional e a de maior prestígio dirigida a motos derivadas de série. O formato de duas corridas por evento, ao longo de 14 fins-de-semana de competição, oferece o dobro da emoção e também da luta pelos títulos de Pilotos e Construtores, num outro grande espectáculo de entretenimento para todos os seus seguidores através da televisão. O pacote destes direitos inclui todas as categorias do campeonato (Superbike, Supersport e Superstock), no período de 2014 a 2018, que estarão disponíveis através das diferentes plataformas e dispositivos. No momento da assinatura do acordo, Carlo Pozzali, Sócio Fundador da “MP & Silva”, afirmou: “Estamos satisfeitos por incluir o World Superbike nas nossas ofertas de direitos televisivos. A “MP & Silva” lidera o mercado de distribuição de direitos internacionais de futebol e ténis, no entanto, com este acordo aumentamos ainda mais a nossa presença. Temos investido em diferentes desportos nos últimos anos e a nossa oferta estende-se à Fórmula 1, aos Jogos Asiáticos, à Copa do Mundo FIBA de Basquetebol, Beisebol, Voleibol, Badminton e muitos outros”. Por outro lado, Manel Arroyo, Director Geral da Dorna Sports, disse nesta mesmo ocasião: “Estamos muito satisfeitos por começar a trabalhar com a “MP & Silva” para a América Latina. Estamos seguros de que com a sua experiência, o domínio da sua rede audiovisual e capacidade de distribuição na região, a popularidade do WSBK aumentará consideravelmente. Confiamos em que as emocionantes corridas que integram o calendário atrairão mais aficionados dos desportos do motor a este excitante campeonato”. WSBK: CIRCUITO DE ASSEN – O traçado holandês tem a designação oficial de “TT Assen Circuit” e integra o WSBK desde a temporada de 1992 e é, actualmente, o segundo circuito mais visitado por este campeonato, depois do traçado de Phillip Island (Austrália). Este circuito, também é conhecido como o “Circuito van Drenthe”, é um dos traçados permanentes mais antigos da Europa. A primeira corrida organizada neste traçado foi em 1926 e desde esta data, há precisamente 88 anos, o circuito sofreu imensas modificações. Actualmente, o perímetro do circuito é de 4,542 Km e tem um total de 17 curvas (6 esquerdas e 11 direitas). Cumpriramse nesta edição do GP Holanda, as corridas números 649 e 650 Os pilotos seleccionando a música para os primeiros sons do fim-de-semana e o pódio da primeira manga do GP Holanda. (Fotos cedidas pelo Departamento de Imprensa do WSBK, ao Jornal Atlântico Expresso). WSBK: ITÁLIA RECEBE O PRÓXIMO GP NOS DIAS 9/10/11 DE MAIO – Itália recebe o próximo GP, que se disputa no Circuito Enzo e Dino Ferrari, no fim-de-semana de 9, 10 e 11 de Maio. É o quarto GP do presente mundial e o 329ª da sua história, que celebrará as 651ª e 652ª mangas desde a primeira edição em 1988. O perímetro do traçado de Imola tem 4,936 Km e um total de 22 curvas. 22 Atlântico Expresso Televisão Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 destaque 05:30 Bom Dia Portugal 09:00 Biosfera 09:30 Especial Saúde 10:00 Olhar o Mundo 10:30 Ingrediente Secreto 11:00 Jornal do Meio Dia 12:00 National Geographic 12:55 Mundo Automóvel 13:00 Jornal das 14 14:00 Teledesporto 14:50 Bem-vindos A Beirais 15:35 Espaço Infantil 17:00 Informação Açores 17:15 Meteorologia Açores 17:20 Açores Hoje 18:45 Mundo Automóvel 19:00 Estação de Serviço 19:45 Ler +, Ler Melhor 19:55 Meteorologia Açores 20:00 Telejornal Açores 20:30 Meteorologia Açores 20:35 Troféu 21:05 Põe-te a Pau É o regresso à TV de uma das figuras mais emblemáticas do universo teatral açoriano. O ator José Maria Pacheco, cómico que interpretou vários papéis no teatro de revista, como autor e intérprete e em séries televisivas de José Medeiros, ficou célebre com a figura da Tia Maria de Nordeste. 21:30 Acores.rtp.pt 22:20 Margens do Paraíso 23:25 Meteorologia Açores 23:30 Telejornal Açores 00:00 Simultâneo - RTP Açores/RTP Informação 04:59 Consigo 05:30 Bom Dia Portugal 09:00 Praça Da Alegria 12:00 Jornal Da Tarde 13:15 Os Nossos Dias - Ep. 154 14:00 Portugal No Coração 17:00 Portugal Em Directo 18:00 O Preço Certo 19:00 Telejornal 20:15 Bem-vindos A Beirais T3 - Ep. 43 Diogo Almada, um bem sucedido gestor de contas numa empresa de telecomunicações confronta-se com problemas graves de stress e ansiedade, originados pela constante pressão em que vive. A situação piora quando sofre um ataque cardíaco. No hospital, é alertado para o risco que corre: se não abrandar o ritmo, poderá vir a ter graves consequências. 21:00 The Voice Portugal - Diários 21:15 Quem Quer Ser Milionário ‘Quem Quer Ser Milionário’ é o rei dos concursos de cultura geral e de conhecimento. Manuela Moura Guedes é a anfitriã da VI temporada deste concurso. 22:15 5 Para A Meianoite T8 - Ep. 144 23:45 Nunca é Tarde Demais 01:30 Anatomia De Grey T9 - Ep. 17 02:15 Éramos Seis - Ep. 160 03:45 Televendas 06:00 Zig Zag 11:21 Biosfera 11:51 Vida de Mãe - Ep. 12 12:11 Voo Direto - A Vida A 900 à Hora - Ep. 16 12:58 Sociedade Civil T9 - Ep. 74 14:28 A Fé dos Homens 15:00 Ténis: Portugal Open 2014 (Direto) 17:02 Zig Zag Espaço infantil repleto de magia com apresentação de Pedro Leitão. Um mundo de séries de aventura e animação para os mais pequenos. Os desenhos animados mais divertidos e também os heróis de sempre para brincar e jogar com as crianças. 18:58 NGC: No Vulcão da Islândia 19:54 A Hora da Sorte 20:00 Jornal 2 20:40 Agora 20:54 Visita Guiada - Ep. 9 21:21 Reféns - Ep. 10 Ellen pede para Duncan desistir do plano de matar o Presidente, enquanto outros membros da equipa do presidente tentam fazer alguma coisa pelas próprias mãos. Depois de vasculhar os registos médicos de Nina, Ellen encontra alguém que pode ser um doador viável. 22:08 Portugal 3.0 23:08 Ténis: Portugal Open 2014 01:13 Escola das Artes da Universidade Católica do Porto 01:46 Agora 01:57 Euronews 05:00 SIC Notícias 06:00 Edição Da Manhã 07:45 A Vida Nas Cartas: O Dilema T2 - Ep. 220 09:00 Queridas Manhãs T1 - Ep. 49 12:00 Primeiro Jornal 13:30 Senhora Do Destino - Ep. 108 14:30 Boa Tarde T4 - Ep. 65 17:15 Sangue Bom - Ep. 165 17:45 Em Família - Ep. 19 18:15 Sangue Bom - Ep. 166 19:00 Jornal Da Noite 20:45 Sol De Inverno - Ep. 172 21:45 Amor À Vida - Ep. 166 22:45 A Guerreira - Ep. 152 23:45 Mentes Criminosas T8 - Ep. 18 00:45 Countdown Rock In Rio ‘14 - Ep. 4 01:00 O ContraAtaque T1 - Ep. 4 01:45 Inesquecível T1 - Ep. 14 Carrie recebe uma chamada telefónica de um homem que afirma que vai matar alguém nos próximos 16 minutos. Ela duvida da seriedade da chamada até que ele diz que matou alguém em New Jersey na noite anterior. Carrie consegue descobrir a localização da chamada, mas a equipa acaba por chegar tarde. 02:30 Televendas 05:00 Todos Iguais 05:30 Diário da Manhã 09:15 Você na TV! 12:00 Jornal da Uma 13:30 A Outra - Ep. 136 15:00 A Tarde é Sua 17:00 Doce Fugitiva - Ep. 328 Maria Estrela Santos, conhecida por Estrelinha, tem vinte e dois anos e trabalha no café do pai, ao mesmo tempo que faz voluntariado num lar de acolhimento para crianças. 19:00 Jornal das 8 20:30 O Beijo do Escorpião - Ep. 68 Rita continua desgastada com o desaparecimento de André, e recorda-o ao olhar para uma fotografia. Maria, Natacha, Chico e Carlos regressam da discoteca desmoralizados por não encontrarem André. Decidem ir dormir. Madalena e Natália bebem um chá, enquanto conversam. Esta mostra-se angustiada com o estado de Manuel. 21:45 Belmonte - Ep. 166 23:00 Giras e Falidas - Ep. 16 00:00 Psych - Agentes Especiais T1 - Ep. 5 01:00 Psych - Agentes Especiais T1 - Ep. 6 02:00 O Teu Olhar - Ep. 76 04:00 TV Shop Qualquer alteração às programações que publicamos é da inteira responsabilidade das respectivas emissoras O Preço Certo RTP1 Um dos concursos mais famosos da Europa com um ambiente eléctrico onde quem se senta na plateia é convidado a jogar. Um programa de entretenimento com um carácter informativo sobre os preços de mercado e sobre novos produtos. Junte-se a Fernando Mendes e divirta-se! NGC: No Vulcão da Islândia RTP2 Documentários sobre o planeta, os seus habitantes e a sua história e vida. Desde o grande tubarão branco, que pode consumir 20 quilos de carne em apenas uma mordidela, até à pequena formiga de fogo, com o seu veneno venenoso, veja que habilidades únicas estes predadores usam para se manter no topo da cadeia alimentar. Mentes Criminosas SIC A equipa vai até ao antigo bairro de Morgan, onde ele enfrenta o seu passado. 23 Curiosidades Atlântico Expresso Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Ditador da Coreia do Norte impõe o próprio corte de cabelo aos homens Britânico careca viajou de avião… com o passaporte da namorada loira A ditadura de Kim Jong-un, na Coreia do Norte, parece não querer poupar sequer a aparência dos seus cidadãos. O último capricho do líder é agora obrigar todos a imitarem o seu corte de cabelo. Primeiro, o governo determinou 10 modelos de cortes diferentes para os homens e 18 para as mulheres. Agora, em mais uma demonstração de autoritarismo e excentricidade, o jovem ditador decidiu impor o próprio corte de cabelo a toda a população masculina do país, noticiou a rádio Free Asia, citada pela BBC. Com a nova medida, determinada há duas semanas, mas divulgada na quarta-feira, em breve todos os homens nortecoreanos terão os cabelos raspados nos lados da cabeça e espetados em cima ou, numa rara variação, penteados para baixo e divididos ao meio, nos moldes do corte do ditador. Os primeiros a terem os seus estilos redefinidos à moda de Kim Jong-un foram os estudantes da capital Pyongyang, mas logo a obrigação foi alargado ao resto da população masculina. «O corte de cabelo do nosso líder é muito particular, não fica bem em todos, dado que cada um tem um rosto e um formato de cabeça próprios», disse um norte-coreano cuja identidade não foi revelada. Segundo a BBC, para incentivar os «do contra», a TV estatal norte-coreana lançou a campanha «Vamos cortar o cabelo ao estilo de vida socialista». Em entrevista ao jornal Korea Times, outro norte-coreano (este radicado na China) não acredita que o corte se vá popularizar no país. Para o entrevistado, cuja identidade também não foi revelada, o corte «estilo socialista» mais parece o «estilo contrabandista chinês». «Até meados dos anos 2000, este corte era conhecido como ´cabelo de contrabandista chinês`», frisou. Nasceu na Irlanda híbrido de ovelha e cabra Nasceu na Irlanda um animal híbrido fruto do cruzamento de uma ovelha com uma cabra. De acordo com o The Irish Times, o pastor de ovelhas Pat Murphy notou a presença de um caprino no seu rebanho há cerca de cinco meses, mas na altura não deu importância julgando que era impossível uma cabra procriar com sucesso com uma ovelha. O Irish Farmers´ Journal divulgou um vídeo onde podemos ver o homem com o raro espécime com apenas uma semana de idade. Sobre criar mais destas «cabrelhas» (ou deveríamos dizer, «ovelhabras»?), Murphy assegurou «Jesus, não! Isto é um puro choque para o sistema, é o que isto é. É um caso isolado», referiu, citado pelo Huffingtonpost. Diário Digital Um britânico careca conseguiu viajar de avião para Espanha, apesar de ter mostrado duas vezes o passaporte da sua namorada loira durante os protocolos de segurança antes do embarque. Neil Clulow, de 50 anos, não tem cabelo e usa barba, mas isso não o impediu de ser confundido com a namorada, Karen Clift, da mesma idade, uma loira de cabelo longo. O homem de Halesowen, Inglaterra, só percebeu que tinha saído de casa com o passaporte errado quando já tinha chegado ao destino e estava à espera de um táxi com os amigos, para rumar a um hotel em Benidorm. «Eu e os meus amigos estávamos a comentar como ficámos mal nas nossas fotos de passaporte, e quando olharam para a minha foto disseram: Neil, só tu é que estás mais atraente na foto do que na vida real», contou o turista. «Não posso acreditar que uma coisa destas podia acontecer, especialmente depois de todas as complicações com o avião da Malaysian Airlines. É incrível», comentou. «Se eu consegui passar [pelo controlo de segurança], quem sabe o que podia ter acontecido», alertou Clulow. O inglês tinha planeado uma viagem de três dias para celebrar o 50º aniversário de um amigo. Viajou do aeroporto de Birmingham para Alicante. O plano «saiu furado». Neil teve que gastar 70 libras (cerca de 84,58 euros) para que o seu passaporte fosse enviado pelo correio, sem poder sair do hotel. Por azar, um equívoco levou a que a correspondência quase fosse enviada para Berlim, na Alemanha, antes de chegar a Espanha. «As férias ficaram completamente estragadas. Não podia sair do hotel porque a [empresa] UPS estava sempre a dizer que o meu passaporte estava prestes a chegar, mas depois atrasava-se sempre». Neil acabou por perder o voo de volta, mas a Monarch Airlines ofereceu-lhe o bilhete de regresso para o dia seguinte. «Foi um desperdício dos meus dias de férias e ainda faltei a um dia de trabalho», considerou o homem, que no entanto mostrou-se mais preocupado com a quebra de segurança da parte dos serviços aeroportuários. Ao chegar ao seu país, Neil foi recebido por dois representantes da transportadora aérea. «Eles queriam saber o que tinha acontecido. Perguntaram se eu estaria disponível para apontar quem tinha sido a senhora que me validou a passagem com o passaporte da minha namorada, mas eu não queria fazer isso à mulher, portanto recusei. Desde então, não voltei a ser contactado». Uma fonte da Monarch Airlines confirmou que foi aberta uma investigação, de acordo com o Express. Diário Digital Paté de insectos de designer portuguesa faz sucesso no Luxemburgo Biscoitos cobertos com paté de insectos preparados pela designer portuguesa Susana Soares fizeram as delícias dos visitantes na abertura de uma exposição no Museu de Arte Moderna do Luxemburgo (Mudam), que reúne sete ‘designers’ portugueses e seis luxemburgueses. De luvas e avental, Susana Soares preparou várias «fornadas» de biscoitos cobertos com um paté à base de farinha de larvas de escaravelhos, gafanhotos e louva-a-deus «produzidos para consumo humano», recorrendo a uma impressora 3D, uma tecnologia que a designer portuguesa desenvolve na London South Bank University. A ideia do projeto, baptizado «Insects au Gratin», é «encorajar as pessoas a comer insectos, uma alternativa ecológica à carne, utilizando uma nova tecnologia para os cozinhar e os tornar mais apelativos», disse a designer portuguesa à Lusa enquanto preparava mais uma dose de aperitivos para a enorme fila de visitantes que aguardavam a sua vez de provar a exótica iguaria, frente à «cozinha» improvisada no museu luxemburguês. Diário Digital / Lusa EUA: Caixa multibanco avariada dá 37 mil dólares a sem-abrigo Um sem-abrigo de South Portland, nos EUA, queria levantar 140 dólares mas a caixa multibanco estava avariada e dispensou 37.000. A polícia foi chamada a uma repartição do TD Bank em South Portland, Maine, na quinta-feira, depois de uma mulher que queria utilizar a caixa ATM ter afirmado que um havia um homem à sua frente (na fila) a demorar uma quantidade excepcional de tempo para realizar as suas operações. Ao chegar ao local, as autoridades encontraram um homem a encher um saco de compras com notas. O homem terá usado o seu cartão para levantar uma importância de 140 dólares (101,83 euros), mas a máquina foi dispensando dinheiro sem parar, fornecendo ao utilizador uma incrível soma de 37.000 dólares (mais de 29,6 mil euros). «Ele estava a usar o seu cartão bancário para levantar mais dinheiro», disse à WGME o tenente da polícia de South Portland, Todd Bernard. A polícia recuperou o dinheiro e devolveu-o ao banco, que já confirmou que não pretende apresentar queixa contra o indivíduo. Uma residente local, Sarah Howard, considera que o banco procedeu bem ao não apresentar queixa. «Acho que é simpático da sua parte [do banco]. Obviamente [o homem] estava a tentar enganar o sistema, mas a culpa é parcialmente deles [do banco] por não ter garantido as medidas de segurança». Uma fonte do TD Bank atribuiu a ocorrência a um «erro de código», mas garantiu que as contas dos utilizadores não estiveram em risco. A caixa automática em questão permanece fora de serviço, de acordo com o UPI.com. Diário Digital Ficha Técnica Atlântico Expresso Jornal Semanário Registo N.º 111846 Tiragem desta edição - 6 650 exemplares Editor - Gráfica Açoreana, Lda. Director: Américo Natalino Viveiros. Director Adjunto: Santos Narciso. Sudirector: João Paz Chefe de Redacção: Ana Coelho. Redacção: Nélia Câmara, Marco Sousa, Carla Dias ; Fotografia: Pedro Monteiro; Marketing: César Botelho, Pedro Raposo. Paginação, Composição e Montagem - João Carlos Sousa, Flávio Cordeiro e Luís Filipe Craveiro; Economia: Eugénio Rosa; Colaboradores: João Carlos Tavares, Diniz Borges, Ferreira Moreno, Manuel Calado, Manuel Estrela, Manuel M. Esteves, José Händel Oliveira, Natividade e Carlos Ledo, Orlando Fernandes, Rogério Oliveira. Desporto - José Pinho Valente, João de Brito Zeferino, João Patrício. Impressão: Gráfica Açoreana, Lda. - Rua João Francisco de Sousa n.º 14 - Ponta Delgada Telefones: Adminstração - 296 709886; Redacção - 296 709883 Fax: 296286119 Rua Dr. João Francisco de Sousa n.º 14 - Ponta Delgada Propriedade - Gráfica Açoreana, Lda. - Contribuinte n.º 512005915 Número de Registo 200915 - Conselho de Gerência - Américo Natalino de Viveiros, Paulo Hugo Falcão Pereira de Viveiros e Dinis Ponte. Capital Social: 323.669,97 Euros - Sócios com mais de 10% do capital da empresa - Américo Natalino de Viveiros, Marques SGPS, Octaviano Geraldo Cabral Mota e Paulo Hugo Viveiros. E-mail:atlanticoexpresso@correiodosacores.net Governo dos Açores Esta publicação tem o apoio do PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à Comunicação Social Privada Atlântico Expresso Ú L T I M A P Á G I N A Segunda-feira, 5 de Maio de 2014 Novas portarias de convenções e reembolsos para “melhorar resposta aos utentes” O Secretário Regional da Saúde reuniu, em Ponta Delgada, com os representantes da Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL), um encontro que, segundo Luís Cabral, “permitiu avançar no sentido de um consenso que serve tanto os interesses do Serviço Regional de Saúde como os interesses dos laboratórios”. Luís Cabral salientou que as negociações têm caminhado no sentido de um entendimento, o que vai permitir que este regime de reembolsos, que já não existe no continente nem na Madeira, se possa manter nos Açores “como uma ajuda do Governo às pessoas que recorrem aos serviços privados de saúde”. As alterações, segundo o Secretário Regional, visam racionalizar o sistema, de modo a proporcionar “uma melhor resposta aos utentes que mais precisam”. O Secretário Regional manifestou disponibilidade para rever alguns pon- tos, tendo em conta que o preço base de algumas análises realizadas nos laboratórios da Região é mais elevado face ao volume de actos que os laboratórios do continente realizam. Luís Cabral reafirmou, por outro lado, que a limitação prevista para determinados actos se refere unicamente a situações de rotina, tendo em consideração a regular necessidade dos cidadãos na vigilância da sua saúde. Se um utente apresentar qualquer sintoma que indicie a necessidade de mais algum exame é porque a sua situação exige outros cuidados e, nesse caso, deve recorrer aos serviços de saúde, onde fará todos os exames clinicamente necessários. Açores participam na European Furnas acolhe II Festival Seafood Exposition em Bruxelas de Vimes com vários artesãos Os Açores vão estar presentes na European Seafood Exposition, que decorre em Bruxelas, de 6 a 8 de Maio, e atrai compradores e fornecedores de 145 países nas áreas de negócio de pescado fresco, congelado ou transformado, sendo o maior evento mundial da especialidade. O Governo Regional pretende que a presença do stand dos Açores neste evento dedicado à transformação e comercialização de produtos da Pesca e Aquicultura promova e aumente a visibilidade do pescado e das conservas regio- nais. A presença açoriana neste evento mundial visa a promoção de uma forte imagem de marca do peixe dos Açores, associado a métodos de pesca sustentáveis em águas não poluídas, tendo em vista a prospecção e a abertura de novos mercados. Na European Seafood Exposition, além da Lotaçor, estarão presentes representantes das conserveiras regionais, da Federação das Pescas dos Açores e da Associação de Compradores de Pescado dos Açores. Concerto de flauta e piano a 9 de Maio no Palácio de Sant’Ana O Governo dos Açores promove a realização de um concerto de flauta e piano, com Nuno Inácio e Paulo Pacheco, a 9 de Maio, pelas 21h30, no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada. O concerto é de entrada livre, devendo os bilhetes ser levantados na portaria do Palácio de Sant’Ana a partir de terça-feira (6 de Maio), até às 16h00 do dia do espectáculo (9 de Maio). O programa do concerto é constituído por obras de Johann Sebastian Bach, Otar Taktakissvili e Sergei Prokofiev. Paulo Pacheco, natural dos Açores, concluiu a licenciatura em Música na Escola Superior de Música de Lisboa, tendo obtido o mestrado (Master of Music) na especialidade de Piano na Universidade do Texas, onde também realizou estudos em música de câmara no programa de especialização Chamber Music Center, frequentando actualmente o doutoramento em Artes Musicais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (UNL)/Escola Superior de Música de Lisboa. O pianista, que venceu o 1.º Prémio de Música de Câmara (nível Superior) do Prémio Jovens Músicos 1999, é docente da disciplina de Música de Câmara na Escola Superior de Música de Lisboa e na Academia Nacional Superior de Orquestra, tendo já participado em inúmeros recitais, a solo ou em música de câmara, no país e no estrangeiro. O II Festival de Vimes das Furnas, organizado pelo Parque Natural de São Miguel em parceria com o Centro Regional de Apoio ao Artesanato, vai decorrer a 10 e 11 de Maio, entre as 10h00 e as 17h00, nas imediações do Centro de Monitorização e Investigação das Furnas. Duas artesãs inglesas, do Basketmakers Association, e vários artesãos regionais que trabalham com vime, junco, espadana e palha, fibras naturais disponíveis na natureza açoriana, vão estar presentes neste evento, que visa promover a inovação e a troca de técnicas e de produtos finais com os artesãos locais e o público. A semana que antecede o Festival, tal como aconteceu no ano passado, será destinada à execução de peças em vime ao ar livre, numa perspectiva de conceber novos usos para esta matéria-prima e assinalar a paisagem envolvente com pontos de interesse (LandArte). O fim-de-semana será reservado à descoberta da arte de cestaria e a um conjunto de workshops, com recurso a fibras naturais, bem como diversas mostras de artesanato local. Os vimes foram reintroduzidos na paisagem para o controlo da erosão, através do projecto de Recuperação Ecológica e Paisagística da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Furnas (Furnas LandLab), sendo promovido nas zonas encharcadas, enquanto o trigo e o centeio estão a ser cultivados para produzir palha e a espadana faz parte de uma colecção de culturas antigas. Este exemplo de sustentabilidade ecológica, económica e social é uma mais-valia no âmbito de implementação do Plano de Ordenamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Furnas, que aponta não só para a promoção dos valores locais, mas também para a diversificação e consolidação da base económica local. Os interessados em participar podem inscrever-se nos workshops através do endereço de correio electrónico parque.natural.smiguel@azores.gov.pt ou do telefone 296 584 436. Esta iniciativa, que integra o Programa Parque Aberto e assume também um papel de dinamização e promoção do Parque Natural de São Miguel, tem o apoio da SATA, da Câmara Municipal da Povoação e da Junta de Freguesia de Água Retorta.