programa de prevencao da perda auditiva para os - TCC On-line
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Aline Gomes de França PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA PARA OS FUTUROS TRABALHADORES CURITIBA 2010 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA PARA OS FUTUROS TRABALHADORES CURITIBA 2010 Aline Gomes de França PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA PARA OS FUTUROS TRABALHADORES Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Audiologia Clínica Enfoque Prático e Ocupacional da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para a obtenção do Título de Especialista Orientador: Adriana Bender de Moreira Lacerda CURITIBA 2010 2 TERMO DE APROVAÇÃO Aline Gomes de França PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA PARA OS FUTUROS TRABALHADORES Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Especialista em Audiologia no Curso de Audiologia Clínica Enfoque Prático e Ocupacional da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná Curitiba, 30 de novembro de 2010. Curso de Audiologia Clínica Enfoque Prático e Ocupacional Universidade Tuiuti do Paraná Orientador: Profa. Dra. Adriana Bender de Moreira Lacerda Universidade Tuiuti do Paraná – Especialização em Audiologia clinica: enfoque prático e ocupacional ___________________________________________ 3 AGRADECIMENTOS À Prof.a. Dra. Adriana Bender de Moreira Lacerda pelo incentivo na minha carreira profissional, confiança, disponibilidade, sugestões e valiosa orientação neste trabalho. Ao Secretário de Saúde Tarcísio Crócomo, à Gerente das Unidades de Vigilância em Saúde Jeane Regina Vanzuiten Vieira e ao coordenador do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - CEREST José Fausto por acreditar no meu trabalho, autorizando e liberando a minha participação neste curso de especialização. À diretora Emma Zenei Dal Ri Cavalheiro da Escola de Ensino Básico Dr. Tufi Dippe e seus assessores que prontamente abriram as portas da escola permitindo e apoiando a execução deste trabalho com os alunos. À assistente técnico pedagógico da escola e amiga Daisy da Costa Bicalho pela confiança, paciência, apoio e auxílio significativo e interminável na execução de todas as etapas deste trabalho. À enfermeira e amiga Célia Riqueta Diefenbach que desde o início demonstrou carinho, apoio respeito e confiança no meu trabalho. Aos alunos do ensino médio da E.E.B. Dr. Tufi Dippe pela participação, disponibilidade e significativa contribuição no desenvolvimento de atividades e estratégias preciosas sobre os perigos da exposição ao ruído. 4 Ao meu pai Fernando Gomes de França pelo auxílio na digitação do banco de dados. Ao Prof. Jair sempre prestativo, por sua disponibilidade e sugestões na análise estatística. Aos profissionais do CEREST pela colaboração e por compreender minhas ansiedades e ausências. Aos meus pais Fernando Gomes de França e Orlandina Leal de França que me ofereceram como maior herança, os estudos, e que me deram algo interminável que jamais alguém pode me tirar: o amor. A todos que participaram e contribuíram de alguma forma nesta pesquisa e que não mediram esforços para que a mesma fosse realizada com ética e profissionalismo. 5 RESUMO Introdução: Nos últimos anos, o hábito de ouvir música nos dispositivos de uso pessoal assim como a participação dos adolescentes nas atividades de lazer que envolve sons altos aumentou consideravelmente. Estudos referem que apesar da exposição não ocupacional fazer parte da vida das pessoas, pode acarretar um risco para a audição, pois a exposição à música eletronicamente amplificada pode contribuir cumulativamente para as exposições ocupacionais desses indivíduos. Os programas de conservação auditiva estão direcionados aos trabalhadores das indústrias. Iniciativas devem ser tomadas para o estabelecimento de programas de educação ambiental voltado aos adolescentes que dentre outros alertas falem sobre os riscos decorrentes da exposição a sons intensos. Objetivo: Apresentar o desenvolvimento de um programa de prevenção da perda auditiva para os futuros trabalhadores. Método: Este estudo foi desenvolvido em quatro etapas: etapa 1) ações educativas na escola através de palestras sobre os efeitos do ruído na saúde; Etapa 2) aplicação do questionário sobre os hábitos sonoros; etapa 3) apresentação das oficinas desenvolvidas pelos alunos e etapa 4) avaliação audiológica. Resultados: Participaram das Ações Educativas 191 adolescentes, distribuídos entre o gênero feminino e masculino. Com relação ao questionário, apenas 123 alunos aceitaram responder as questões e os resultados sugerem que 99,19% dos adolescentes gostam de ouvir música, sendo que destes, 77,05% têm este hábito diário. O hábito de ouvir música em dispositivos de uso pessoal como Mp3, Mp4, Ipod e celular com fones de ouvido, foram relatados por 30,51% dos adolescentes, seguido dos aparelhos de som em casa 55,33% e aparelhos de som no carro 12,64%. Quanto ao número de horas, 78,86% dos participantes, revelaram que escutam música de 1 a 4 horas por dia. Referente ao tipo de fone de ouvido utilizado pelos adolescentes, 61,79% relataram usar fones do tipo inserção. Quanto ao volume, 56,91% responderam que escutam música no volume máximo. Nas oficinas, os alunos desenvolveram e apresentaram atividades como: música, teatro, vídeos, jogos e palestras sobre os prejuízos do ruído ambiental na saúde e formas de prevenção. Todas as atividades desenvolvidas foram criativas e interessantes, os alunos mostraram-se interessados e envolvidos com o tema. No que se refere á audiometria tonal limiar, dos 30 alunos avaliados, 70,59% (24) apresentaram limiares auditivos normais sem a presença de entalhe, 8,82% (3) apresentaram audição normal com entalhe audiométrico bilateral e 8,82% (3) apresentaram audição normal com entalhe audiométrico unilateral. Conclusão: Os resultados reforçam a importância da implementação de programas educacionais sobre a preservação auditiva voltados aos adolescentes, tendo como foco o desenvolvimento de campanhas públicas de sensibilização ao risco, da importância da saúde auditiva na qualidade de vida e ao futuro profissional desta população. Palavras-Chave: Audição; Hábitos Auditivos, Adolescentes, Ruído Ambiental, Audiometria Tonal, Programa de promoção de saúde. 6 ABSTRACT Introduction: In recent years, the habit of listening music on the devices for personal use and adolescent participation in leisure activities that involve loud sounds has increased considerably. Studies indicate that despite the nonoccupational exposure to be part of people's lives, may pose a risk of hearing, because exposure to electronically amplified music can contribute to cumulative Occupational exposures of these individuals. The hearing conservation programs are targeted at workes in industries. Initiatives must be taken to establish environmental education programs directed to adolescents and others who speak warnings about the risks from exposure to loud sounds. Objective: Introduce a development of a program for prevention of hearing loss for future workers. Method: This study was conducted in four steps: Step 1) educational activities in schools through talks and lectures on the effects of noise on health; Step 2) the effort of questionnaires on habits sound, step 3) presentation of workshops developed by the students and step 4) audiological evaluation. Results: A total of 191 adolescents participated of educational activities, distributed between males and females. Regarding the questionnaire, only 123 students accepted to answer the questions and the results suggest that 99.19% of teenagers like to listen to music, and of these, 77.05% have this daily habit. The habit of listening to music on personal devices such as Mp3, Mp4, Ipod and cell phone with headphones, were reported by 30.51% of adolescents, followed by the sound systems at home and 55.33% in car stereos 12.64%. Regarding the number of hours, 78.86% of participants revealed that listening to music 1-4 hours a day. For the type of headset used by adolescents, 61.79% reported using insert type headphones. As for volume, 56.91% said they listen to music at maximum volume. In the workshops, the students developed and presented activities like music, theater, videos, games and lectures about the harms of environmental noise on health and prevention. All activities were creative and interesting, students were interested and concerned with the issue. About tone audiometry, the 30 students evaluated, 70.59% (24) had normal hearing without the presence of notch, 8.82% (3) had normal hearing and bilateral notched audiometric 8.82% (3) had normal hearing with unilateral audiometric notch. Conclusion: The results reinforce the importance of implementation of educational programs focused on preservation of adolescents hearing , focusing on the development of public awareness campaigns to the risk, the importance of hearing health in quality of life and professional future of this population. Keywords: Hearing; Hearing Habits, Adolescents, Environmental Noise, Audiometry. 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 3 MÉTODO ............................................................................................................ 4 RESULTADOS ................................................................................................... 4.1 RESULTADOS DA ETAPA 2 .......................................................................... 4.1.1 QUESTIONÁRIO SOBRE OS HÁBITOS SONOROS DOS ADOLESCENTES ........................................................................................ 4.2 RESULTADO DA ETAPA 3 ............................................................................. 4.2.1 OFICINAS DESENVOLVIDAS PELOS ALUNOS ........................................ a. Relato das estratégias desenvolvidas pelos alunos do 1º ano 03 .................... b. Relato das estratégias desenvolvidas pelos alunos do 1º ano 06 .................... c. Relato das estratégias desenvolvidas pelos alunos do 2º ano 02 .................... d. Relato das estratégias desenvolvidas pelos alunos do 2º ano 03 .................... e. Relato das estratégias desenvolvidas pelos alunos do 3º ano 01 .................... f. Relato das estratégias desenvolvidas pelos alunos do 3º ano 03 ..................... 4.2.2 Equipes premiadas ....................................................................................... 4.2.3 Outras participações..................................................................................... 4.2.3.1 Abertura do evento promovido pelo CEREST ........................................... 4.2.3.2 Desfile no Dia 07 de setembro .................................................................. 4.2.3.3 Participação na oficina sobre poluição sonora .......................................... 4.3 RESULTADOS DA ETAPA 4 .......................................................................... 4.3.1 AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA ....................................................................... 4.3.1.1 Anamnese.................................................................................................. 4.3.1.2 Audiometria ............................................................................................... 5 DISCUSSÃO ...................................................................................................... 5.1 HÁBITOS SONOROS DOS ADOLESCENTES .............................................. 5.2 OFICINAS DESENVOLVIDAS PELOS ALUNOS ........................................... 5.3 AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA .......................................................................... 6 CONCLUSÃO .................................................................................................... 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 8 APÊNDICES ...................................................................................................... 9 ANEXOS ............................................................................................................ 10 13 20 24 24 24 34 34 34 36 36 37 39 39 41 42 42 43 43 44 44 44 45 48 48 59 60 63 65 70 73 8 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS, FUNÇÃO IDADE E GÊNERO TABELA 2 – HÁBITOS DOS ALUNOS REFERENTE À MÚSICA TABELA 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO TIPO DE APARELHO QUE ESCUTAM MÚSICA TABELA 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO NÚMERO DE HORAS POR DIA QUE ESCUTAM MÚSICA TABELA 5 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO USO DE FONES DE OUVIDO PARA MÚSICA TABELA 6 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO TIPO DE FONE DE OUVIDO TABELA 7 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO VOLUME QUE ESCUTAM MÚSICA TABELA 8 – DISTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES RECREACIONAIS COM RUÍDO ELEVADO E A FREQUENCIA QUE OS ALUNOS SE EXPÕEM TABELA 9 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO NÚMERO DE VEZES QUE FREQUENTAM BALADA POR SEMANA TABELA 10 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO NÚMERO DE HORAS QUE PERMANECE NA BALADA TABELA 11 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO A PRESENÇA DE SINTOMAS AUDITIVOS E NÃO AUDITIVOS TABELA 12 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO A FORMA DE PROTEÇÃO AO RUÍDO TABELA 13 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS COM MEMBROS DA FAMÍLIA QUE TRABALHAM EXPOSTOS AO RUÍDO TABELA 14 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AOS MEMBROS DA FAMÍLIA QUE TRABALHAM EXPOSTOS AO RUÍDO TABELA 15 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AOS TIPOS DE ELETRODOMÉSTICOS E ELETROELETRÔNICOS QUE POSSUEM EM CASA TABELA 16 – PARECER AUDIOLÓGICO 9 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – LIMIARES AUDITIVOS DA ORELHA DIREITA GRÁFICO 2 – LIMIARES AUDITIVOS DA ORELHA ESQUERDA 10 1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento tecnológico contribui significativamente para o progresso da humanidade, no entanto, é preciso levar em consideração as modificações que este processo pode ocasionar na qualidade de vida das pessoas. Como fator importante deste desenvolvimento, destaca-se o aumento dos índices de poluição, principalmente nas grandes cidades e que pode gerar inúmeros comprometimentos na saúde dos indivíduos. A Conferência da Terra (Eco 92), realizada no Rio de Janeiro em 1992, considerou o ruído, como sendo a terceira maior causa de poluição do planeta, estando atrás apenas da poluição do ar e da água. Estudos apresentados na ECO 92 revelaram que 16% da população dos países ligados à Cooperação de Desenvolvimento Econômico (ODCE), algo em torno de 110 milhões de pessoas, está exposta a níveis de ruído que provocam doenças nos seres humanos. Segundo Morata (1986), o nível de ruído aumenta na razão de 2 dB Nível de Pressão Sonora (NPS) por ano em várias cidades do mundo. Neste contexto, podemos considerar que todos nós somos integrantes de uma sociedade na qual o ruído está presente de forma contínua ou intermitente em grande parte das nossas atividades diárias. Esse agente físico presente no nosso cotidiano pode ser proveniente de veículos de transportes, atividades de lazer, alguns esportes ou ainda dos ambientes. Pesquisadores têm mostrado interesse e diversos estudos foram realizados com o objetivo de identificar os efeitos nocivos do ruído, presente nos mais diversos processos de trabalho pode ocasionar na saúde dos indivíduos. (CARNICELLI, 1988, FIORINI at al., 1991, JERGER & JERGER, 1989, MORATA, 1986). No 11 entanto, é preciso pensar numa população que está cada vez mais envolvida e exposta em atividades extra-ocupacionais extremamente ruidosas que consequentemente podem ser prejudiciais à saúde. Cresce a cada dia o número de crianças, adolescentes e adultos jovens com perda auditiva em decorrência da exposição a níveis de pressão sonora elevados. É cada vez mais comum, principalmente nesta população, o hábito de ouvir música nos chamados estéreos pessoais (MP3, MP4, Ipods e celulares) assim como aumentou consideravelmente a participação indivíduos nas atividades de lazer como, shows, danceterias, bailes, festas populares, bares, cultos religiosos, academias de ginástica, entre outros. Andrade at al. (2002), refere que o Brasil é um país onde predomina uma cultura de muitas comemorações populares, envolvendo atividades extremamente ruidosas, que podem ser nocivas ao sistema auditivo. Miranda & Dias (1998) destacam que os estudos em que se procedeu à avaliação dos NPS nos ambientes de lazer, bem como nos equipamentos de amplificação sonora com fones de ouvido, revelaram níveis de ruído elevado que ultrapassavam os limites de riscos, inclusive os determinados pelos órgãos públicos regulamentadores. Referem ainda que, a música eletronicamente amplificada possa ser uma das causas de perda auditiva induzida por ruído (PAIR). Segundo Jorge Júnior (1996) um grande número de jovens está ingressando no mercado de trabalho com os limiares auditivos característicos de uma PAIR, sem exposição previa ao ruído ocupacional. O mesmo autor destaca o desconhecimento desta população sobre os riscos que esta exposição pode gerar na audição bem como os impedimentos do seu ingresso no mercado de trabalho. 12 Tendo em vista a importância deste assunto, o objetivo deste trabalho é desenvolver um programa de prevenção da perda auditiva para os futuros trabalhadores. 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O ruído é sem dúvida um dos agentes de risco mais presente em grande parte dos processos de trabalho, no entanto, a exposição ao ruído tem dimensões que ultrapassam estes ambientes, tornando-se um grande problema de saúde pública. (FIORINI, 2005). No Brasil independentemente da classe social, existem diversas atividades de lazer, que estão relacionadas com a exposição ao ruído continuo ou intermitente. Podemos citar como exemplo, o ruído presente em shows, bares, festas populares, cultos religiosos, academias de ginástica, entre outros. É cada vez mais comum, principalmente entre os adolescentes e jovens, o hábito de ouvir música eletronicamente amplificada, em casa ou no carro, shows de música popular ou de rock, discotecas, academias de ginástica ou nos chamados dispositivos de estéreos pessoais – DEP (walkman, disckman, MP3 player, MP4, Ipod). Faz parte do processo de desenvolvimento do adolescente passar por mudanças biológicas, psicológicas e sociais. Nesta fase os adolescentes adotam novos comportamentos, atitudes e hábitos como, por exemplo, escutar música em níveis elevados, que entre outros comportamentos poderão trazer ou contribuir para problemas relacionados com a saúde destes jovens no futuro. As mudanças econômicas e sociais e o uso de dispositivos de estéreos pessoais têm colaborado para que os jovens fiquem cada vez mais expostos a níveis elevados de pressão sonora, como em shows e discotecas nos diversos países. (MORATA, 2007). A opção dos jovens em freqüentar ambientes com música 14 alta são excitantes e lhes dão prazer manifestando comportamentos exuberantes. (SERRA et al., 2007). Segundo Hidecker (2008), as atitudes e hábitos dos jovens em realizar atividades de lazer e freqüentar ambientes com música eletronicamente amplificada apresentam um fator de risco importante á saúde, visto que estas exposições podem desencadear ao longo do tempo, alterações auditivas progressivas e irreversíveis. Exposições a NPS elevados podem ser prejudiciais para a cóclea e causar perdas auditivas permanentes, como a PAIR. Sabe-se que grande parte dos estudos está voltada para este tipo de perda nos adultos, no entanto, crianças e jovens estão inseridos e envolvidos com atividades recreacionais que envolvem som alto, incluindo os dispositivos de uso pessoal como MP3, Ipods e também os brinquedos, exposições estas, que podem causar danos na cóclea resultando na perda auditiva induzida pelo ruído em idades precoces. (HIDECKER, 2008). Zocoli (2007) realizou um estudo em 245 jovens de ambos os sexos com idade entre 14 e 18 anos e observou que o hábito mais comum entre os participantes da pesquisa foi ouvir música em dispositivos de uso pessoal (MP3, MP4 e Ipod). No entanto a freqüência a discotecas, shows, festas típicas regionais, cinemas e eventos esportivos ocorrem eventualmente, fato este que segundo a autora, pode ser explicado pela pouca idade dos participantes. Num outro estudo, Serra et al. (2007) revelam que os níveis de ruído detectados durante a participação em discotecas durante o período de 3 a 4 horas consecutivas foram entre 104 – 112 dB(A), sendo em alguns casos especiais observados picos de pressão sonora elevados como 117 dB(A). Segundo os autores, o ruído despersonaliza a estrutura social do ambiente. A presença de níveis de ruído elevado nos ambientes freqüentados pelos jovens faz com que as pessoas 15 se mantenham mais distantes, evitando a comunicação e a interação entre elas. Como conseqüência disso, tende a fazer julgamentos errôneos uns dos outros. Um estudo realizado por Borja at al. (2002), no qual envolveu 700 adolescentes entre 14 e 20 anos e freqüentadores de eventos em que há música amplificada, revelou que 87% da população estudada apresentou conhecimento de que as perdas auditivas decorrentes da exposição ao ruído são irreversíveis e que 67,93% destes jovens já tiveram sintomas como sensação de plenitude auricular e ou zumbido após saírem destes locais. Os autores destacam a necessidade de um programa educacional de conscientização voltado para a população sobre os riscos que a exposição ao ruído pode causar na saúde. Com o objetivo de identificar os hábitos e atitudes dos adolescentes frente ao ruído, Zocoli (2007), observou a prevalência de zumbido temporário em 69% dos jovens, sendo que estas experiências foram observadas e relatadas pelos jovens após sair das discotecas, assistirem shows e ouvir música com fones de ouvido. Estes achados reforçam a importância de estudos com este mesmo objetivo em diversas regiões do Brasil, para que se possa direcionar e atuar nas ações de conscientização e prevenção dos prejuízos decorrentes exposição ao ruído presentes nas atividades diárias. Estudos relacionados com a prevenção da PAIR nos jovens devem abranger atitudes e formas de comportamentos e principalmente como estes comportamentos podem prejudicar a audição. A teoria do comportamento planejado tem sido usada para explicar vários tipos de comportamento incluindo aqueles relacionados à saúde. (ERLANDSSON et al., 2008). Com base na teoria do comportamento planejado ERLANDSSON et al (2008) realizaram um estudo comparativo entre adolescentes da Suécia e dos Estados 16 Unidos sobre suas atitudes frente ao ruído, o uso da proteção auditiva e como isso pode estar relacionado ao comportamento. O estudo revelou que os adolescentes dos Estados Unidos apresentam atitudes mais positivas frente ao ruído e som alto do que os adolescentes suecos. Quanto ao uso de proteção auditiva, os adolescentes americanos relataram baixo uso em locais como concertos, clubes e discotecas, quando comparados com os adolescentes suecos. Na Suécia ouve um maior número de indivíduos que relataram ficar preocupados quando enfrentam sintomas relacionados com a perda auditiva induzida pelo ruído, do que nos Estados Unidos. Referente ao ruído, os homens americanos mostraram-se mais positivos, enquanto que as mulheres suecas, mais negativas. Segundo os autores essas diferenças podem ser culturais ou devido à sensibilização sobre o ruído que ocorre nos dois paises. Destacam à necessidade de mais estudos sobre as formas de prevenção e controle dos riscos para entender melhor estas diferentes. Segundo Fiorini (2000), os impactos ambientais decorrentes dos avanços tecnológicos contribuem significativamente para o aumento da prevalência de perdas auditivas verificadas na fase adulta. Em razão deste fato, estudos voltados para a identificação precoce das alterações decorrentes do ruído são essenciais, pois mesmo não sendo possível erradicar essa doença, pode-se ao menos evitar seu agravamento clínico e suas possíveis interferências nas suas relações sociais. Loureiro (2002), recomenda que a identificação precoce de alterações auditivas decorrentes da exposição à música eletronicamente amplificada pode ser realizada por meio de campanhas educativas, pesquisas e implementação de programas de prevenção da perda auditiva. A autora sugere que os revestimentos 17 acústicos internos das danceterias devem ser com material de absorção, para garantir a menor vibração e o aumento da inteligibilidade A implementação de programas de prevenção da perda auditiva para adolescentes deve abranger o desenvolvimento de campanhas públicas de sensibilização ao risco, da importância da saúde auditiva na qualidade de vida e ao seu futuro desempenho profissional e a performance do futuro trabalhador. (FIORINI, 2005). Um grande número de jovens com potencial a vaga de emprego e idade entre 20 e 25 anos tem sido rejeitado devido aos problemas auditivos não terem sido detectados precocemente. (SERRA at al., 2007). Preocupados com este problema, o Centro de pesquisas e referência em acústica – CINTRA está desenvolvendo programas de conservação e promoção da saúde visando prevenir a PAIR e também como um recurso para entender melhor os fatores que contribuem para este problema nas situações reais de vida. (SERRA at al., 2007). Serra et al. (2007) acompanharam a audição de um grupo de adolescentes de classe média, sendo 110 do sexo masculino e 71 do sexo feminino com idade de 1415, e posteriormente com 17-18 anos. Os resultados indicam que mudanças significativas nos limiares auditivos foram observadas em 21 adolescentes do sexo masculino e 13 do sexo feminino (designado como subgrupo I) com orelhas aparentemente mais sensíveis e de maior exposição ao ruído não ocupacional do que os outros participantes. Esta observação aumentou no terceiro e quarto ano do estudo, onde também foram detectadas mudanças significativas nos limiares auditivos das altas freqüências. Os autores destacam a importância da realização da audiometria de altas freqüências para a detecção precoce de perdas auditivas. 18 Weichbold & Zorowka (2007) avaliaram se uma campanha de educação auditiva para estudantes nas escolas de ensino médio, poderia causar mudanças no comportamento ou no modo de escutar música dos adolescentes. O estudo envolveu 1757 estudantes. Foi aplicado um questionário antes da campanha e um ano após. Os autores observaram através dos resultados obtidos que o comparecimento à discoteca não diminuiu após a campanha, e sim aumentou. A campanha também não interferiu no tempo de permanência, nem mesmo quanto ao uso de protetores auditivos como forma de prevenção nestes locais. Observaram também que os adolescentes não mudaram o seu comportamento de escutar música alta com fones de ouvido. Segundo os autores, a única mudança significativa e que contribuiu com o propósito da campanha, foi um aumento no número de pausas ou intervalo à música alta quando estavam na discoteca. Os autores concluem que campanhas de educação auditiva são importantes para informar as crianças e adolescentes sobre os perigos do som alto e sensibilizá-los da exposição ao ruído. No entanto, o papel da informação na educação auditiva deve ser visto de uma maneira mais específica, pois são importantes, mas não suficientes para modificar o comportamento de adolescentes na medida desejada. É preciso buscar estratégias que ajudem os jovens a exercer na prática aquilo que foi ensinado na teoria. Estratégias que influenciem suas atitudes e opiniões a ponto de voltar sua atenção para a proteção auditiva, de modo a aceitá-los quando estes programas são executados. A saúde ambiental compreende muitos aspectos da saúde humana, incluindo a qualidade de vida, determinada por fatores físicos, biológicos, sociais e psicossociais do ambiente. Desta forma, as práticas voltadas em avaliar, corrigir, 19 controlar e prevenir quaisquer aspectos presentes no ambiente e que possam afetar a saúde da atual e futura geração deve ser priorizado. (FIORINI, 2005). É preciso adotar estratégias que contribuam para as mudanças nos comportamentos dos jovens frente ao ruído sem que estas mudanças interfiram nas relações sociais, assim toda e qualquer iniciativa para enfrentar o problema da poluição sonora nas cidades não só é um importante avanço na prevenção de futuras perdas auditivas, mas também um exercício de cidadania diante deste problema de saúde pública. 20 3 MÉTODO Esta pesquisa foi realizada no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - CEREST da cidade de Joinville/SC, uma vez que fazem parte das atribuições e ações desenvolvidas pelos centros de referência em saúde do trabalhador, as ações de promoção, incluindo ações integradas com outros setores e instituições. Neste sentido, as instituições escolares e educacionais fazem parte deste contexto, onde os programas de educação e prevenção em saúde devem estar inseridos. Procedimentos: Inicialmente a pesquisadora, fonoaudióloga do CEREST entrou em contato com uma Escola Estadual de Ensino Básico, localizada no município de Joinville/SC para esclarecer o projeto de pesquisa e seus objetivos. Esta Escola Estadual foi selecionada porque apresenta várias turmas de 1º, 2º e 3º ano do ensino médio, o que favoreceu o desenvolvimento desta pesquisa, pois pretendíamos atingir os adolescentes. Já as escolas municipais não oferecem o ensino médio, então não poderiam estar inseridas neste momento. Após a visita à escola e parecer favorável da direção, a pesquisadora encaminhou um ofício solicitando autorização para a realização da pesquisa (Apêndice 1). Este mesmo ofício foi encaminhado á Gerência de Educação do Estado, que também foi favorável a sua execução, uma vez que considerou o projeto de extrema relevância e muito bem fundamentado (Apêndice 2). As séries e turmas do ensino médio que fizeram parte desta pesquisa foram selecionadas pela direção e docentes da escola através de sorteio, pois devido ao grande número de séries e turmas, sugeriram que neste primeiro momento fizessem 21 parte do estudo somente os alunos do período matutino com duas turmas do primeiro ano, duas turmas do segundo ano e duas turmas do terceiro ano, ou seja, apenas 6 turmas. A proposta deste projeto foi desenvolvê-lo em quatro etapas: etapa 1) Ações educativas na escola através de palestras sobre os efeitos do ruído na saúde; etapa 2) aplicação do questionário sobre os hábitos sonoros; etapa 3) apresentação das oficinas desenvolvidas pelos alunos e etapa 4) avaliação audiológica. Etapa 1: As palestras foram ministradas por uma fonoaudióloga na própria escola que determinou o dia e que as mesmas fossem realizadas num único período. Para tanto, dividiram as turmas em duas equipes, onde num primeiro momento 3 turmas assistiram a palestra e posteriormente as 3 turmas restantes. Participaram das palestras 191 adolescentes, distribuídos entre o gênero feminino e masculino. Etapa 2: Após a palestra, foi solicitado aos alunos que respondessem o questionário sobre os hábitos sonoros a que estão expostos elaborado pelos autores do estudo (Apêndice 3) e que cada série com respectiva turma participasse de oficinas que contemplassem formas de prevenção e estratégias de redução da exposição ao ruído. Os grupos ficaram a vontade para escolher a forma de apresentação do tema proposto bem como os recursos que seriam utilizados. Etapa 3: A etapa 3 contemplou a apresentação das oficinas com o resultado das atividades programadas e desenvolvidas pelos alunos. As apresentações destas 22 oficinas ocorreram na própria escola e no dia 28 de abril, em comemoração ao Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído. O CEREST promoveu um concurso entre as turmas participantes, sendo que cada apresentação foi julgada por uma comissão com representantes da secretaria da saúde, secretaria da educação e CEREST e as melhores idéias foram premiadas com brindes destinados á escola e oferecidos pelos fornecedores da secretaria da saúde. Os alunos das turmas vencedoras (1°, 2° e 3° lugar) foram homenageados com um lanche oferecido pela secretaria da saúde. Etapa 4: Na etapa 4 foi realizada a avaliação audiológica, incluindo os procedimentos de anamnese, meatoscopia, audiometria e timpanometria. Os alunos foram convidados a realizar o exame e os que se prontificaram assinaram previamente um termo de concordância. (Anexo 2). Através da audiometria tonal, foram detectados os limiares auditivos dos alunos por via aérea nas freqüências de 250Hz, 500HZ, 1000Hz, 2000Hz, 3000Hz, 4000Hz, 6000Hz e 8000Hz. Os exames foram realizados pela fonoaudióloga e pesquisadora principal, em cabina acusticamente tratada. Os equipamentos utilizados para a avaliação audiológica básica foram um audiômetro da marca Interacoustics, modelo AD 28 com fones audiocups da Amplivox e um imitânciômetro da marca Interacoustics e modelo AZ 26, equipamentos estes que são aferidos anualmente. Análise Estatística: Para a análise estatística foram utilizados métodos descritivos (média, mínimo, máximo, desvio padrão) e gráficos. 23 Para demonstrar os resultados da audiometria foram calculadas as estatísticas descritivas: mediana, valor mínimo e máximo e desvio padrão dos limiares auditivos apresentados em cada uma das freqüências testadas (250Hz, 500Hz, 1000Hz, 2000Hz, 3000Hz, 4000Hz, 6000Hz e 8000Hz), nas orelhas direita e esquerda. Os softwares utilizados foram o Sphinx Plus e o Excel. 24 4 RESULTADOS 4.1 RESULTADOS DA ETAPA 2 4.1.1 QUESTIONÁRIO SOBRE OS HÁBITOS SONOROS DOS ADOLESCENTES Com o objetivo de conhecer os hábitos sonoros e as atitudes dos adolescentes frente ao ruído, foi aplicado um questionário (Anexo 2) que explorou questões referentes ao modo como os adolescentes escutam música, tempo, tipos de fones, frequência a lugares com exposição a música elevada, trabalho com ruído elevado, sintomas auditivos e não auditivos, formas de proteção entre outros. Dos 191 adolescentes que participaram das palestras, apenas 123 responderam ao questionário, sendo 34,14% do sexo masculino e 65,86% do sexo feminino, com idade entre 14 e 31 anos (média de 15,95 anos). Com relação às séries, 27,64% das respostas foram dos alunos do primeiro ano, 39,02% das respostas foram dos alunos do segundo ano e 33,33% das respostas foram dos alunos do terceiro ano. 25 Na tabela 1 serão apresentados os resultados referentes ao gênero dos adolescentes que participaram desta pesquisa. TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS, FUNÇÃO DA IDADE E DO GÊNERO IDADE GÊNERO Masculino Feminino 14 anos 0 7 15 anos 11 26 16 anos 18 34 17 anos 11 12 18 anos 1 1 Mais de 18 anos 1 1 Total 42 81 Fonte: Cerest/Joinville Na tabela 2 serão apresentados os resultados referentes ao hábito dos alunos de escutar música. TABELA 2 - HÁBITOS DOS ALUNOS REFERENTE À MÚSICA Gosta de música Escuta música todos os dias Sim Não Sim 94 28 Não 0 1 Total 94 29 Fonte: Cerest/Joinville 26 Na tabela 3 serão apresentados os resultados referentes ao tipo de aparelho que os alunos de escutam música. TABELA 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO TIPO DE APARELHO QUE ESCUTAM MÚSICA APARELHO NÚMERO % 140 30,51 Aparelho de som em casa 254 55,33 Som do carro 58 12,64 Outros 6 1,30 Sem resposta 1 0,22 459 100,00 Dispositivos de uso pessoal (MP3, MP4, Ipod, celular com fone de ouvido) TOTAL Fonte: Cerest/Joinville Na tabela 4 serão apresentados resultados referentes ao número de horas por dia que os alunos de escutam música. TABELA 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO NÚMERO DE HORAS POR DIA QUE ESCUTAM MÚSICA HORAS NÚMERO % Nunca escuta 1 0,81 Menos de 1 hora 5 4,07 1 a 4 horas 97 78,86 5 a 8 horas 17 13,83 Mais de 9 horas 3 2,43 123 100,00 Total Fonte: Cerest/Joinville 27 Na tabela 5 serão apresentados os resultados referentes ao uso de fone de ouvido pelos alunos. TABELA 5 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO USO DE FONES DE OUVIDO PARA MÚSICA FONES DE OUVIDO NÚMERO % Sim 91 73,98 Não 31 25,20 Sem resposta 1 0,81 123 100,00 Total Fonte: Cerest/Joinville Na tabela 6 serão apresentados os resultados referentes ao tipo de fone de ouvido utilizados pelos alunos. TABELA 6 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO TIPO DE FONE DE OUVIDO FONE DE OUVIDO NÚMERO % Inserção 76 61,79 Externo ou arco 14 11,38 Sem resposta 33 26,83 Total 123 100,00 Fonte: Cerest/Joinville 28 Na tabela 7 serão apresentados resultados referentes ao volume que os alunos escutam música. TABELA 7 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO VOLUME QUE ESCUTAM MÚSICA VOLUME NÚMERO % Mínimo 11 8,94 Médio 35 28,46 Máximo 70 56,91 Sem resposta 7 5,69 123 100,00 Total Fonte: Cerest/Joinville Na tabela 8 serão apresentados resultados referentes às atividades recreacionais com ruído elevado e a frequência que os alunos se expõem. TABELA 8 – DISTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES RECREACIONAIS COM RUÍDO ELEVADO E A FREQUENCIA QUE OS ALUNOS SE EXPÕEM Atividades Balada Sim 57 Freqüências Não Sem resposta 65 1 Esporte com barulho 27 93 3 Toca algum instrumento musical 21 98 4 Participa ou toca em grupo musical 19 101 3 Academia de ginástica com música 18 104 1 alta Fonte: Cerest/Joinville 29 Na tabela 9 serão apresentados os resultados referentes ao número de vezes por semana que os alunos freqüentam “baladas”. TABELA 9 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO NÚMERO DE VEZES QUE FREQUENTAM BALADA POR SEMANA VEZES POR NÚMERO % 1 vez 42 34,15 2 vezes 9 7,32 3 vezes 4 3,25 4 vezes 1 0,81 Sem resposta 67 54,47 Total 123 100,00 SEMANA Fonte: Cerest/Joinville Na tabela 10 serão apresentados os resultados referentes ao número de horas que os alunos permanecem nas “baladas”. TABELA 10 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AO NÚMERO DE HORAS QUE PERMANECEM NA BALADA HORAS NÚMERO % 2 a 4 horas 23 40,35 4 a 8 horas 30 52,63 Mais de 8 horas 1 1,75 Sem resposta 3 5,27 Total 57 100,00 Fonte: Cerest/Joinville 30 Na tabela 11 serão apresentados os resultados referentes presença de sintomas auditivos e não auditivos referidos pelos alunos. TABELA 11 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO A PRESENÇA DE SINTOMAS AUDITIVOS E NÃO AUDITIVOS SINTOMAS NÚMERO % Cefaléia 53 43,09 Nenhuma queixa 42 34,15 Zumbido 25 20,33 SPA 23 18,70 Cansaço 22 17,89 Dificuldades para dormir 14 11,38 Dificuldades na 12 9,76 Tontura 11 8,94 Perda Auditiva 4 3,25 Outras queixas 2 1,63 Sem resposta 2 1,63 comunicação Fonte: Cerest/Joinville 31 Na tabela 12 serão apresentados os resultados referentes às formas de proteção ao ruído referido pelos alunos. TABELA 12 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO A FORMA DE PROTEÇÃO AO RUÍDO FORMA DE PROTEÇÃO NÚMERO % Nenhuma delas 43 34,96 Baixa o volume 27 21,95 Fica menos exposto ao 17 13,82 5 4,07 Fica longe do barulho 4 3,35 Coloca algodão nos ouvidos 1 0,81 Usa protetores de ouvido 1 0,81 Sem resposta 4 3,25 barulho Fica próximo ao barulho para se acostumar com ele Fonte: Cerest/Joinville Na tabela 13 serão apresentados os resultados referentes aos alunos com membros da família que trabalham expostos ao ruído. TABELA 13 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS COM MEMBROS DA FAMÍLIA QUE TRABALHAM EXPOSTOS AO RUÍDO EXPOSTOS AO RUÍDO NÚMERO % Sim 75 60,98 Não 44 35,77 Sem resposta 4 3,25 123 100,00 Total Fonte: Cerest/Joinville 32 Na tabela 14 serão apresentados os resultados referentes aos membros da família que trabalham expostos ao ruído. TABELA 14 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AOS MEMBROS DA FAMÍLIA QUE TRABALHAM EXPOSTOS AO RUÍDO MEMBROS DA NÚMERO % Pai 48 39,02 Mãe 24 19,51 Eu 17 13,82 Irmãos 15 12,20 Sem resposta 47 38,21 Outros 6 4,88 FAMÍLIA Fonte: Cerest/Joinville 33 Na tabela 15 serão apresentados os resultados referentes aos tipos de eletrodomésticos e eletroeletrônicos que utilizam em casa. TABELA 15 – DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS QUANTO AOS TIPOS DE ELETRODOMÉSTICOS E ELETROELETRÔNICOS QUE UTILIZAM EM CASA ELETRODOMÉSTICOS E NÚMERO % Máquina de lavar roupa 110 89,43 Aparelhos de som 107 86,99 Liquidificador 106 86,18 Computador com caixas de 86 69,92 Secador de cabelo 82 66,67 Aspirador de pó 70 56,91 Batedeira 70 56,91 Videogame 53 43,09 Lavajato 36 29,27 Home teather 23 18,70 Espremedor de frutas 18 14,63 Multiprocessador 10 8,13 Outros 38 30,89 Sem resposta 1 0,81 ELETROELETRÔNICOS som Fonte: Cerest/Joinville 34 4.2 RESULTADOS DA ETAPA 3 4.2.1 OFICINAS DESENVOLVIDAS PELOS ALUNOS Fizeram parte das apresentações das oficinas 175 adolescentes do gênero masculino e feminino e com idades de 14 á 19 anos, distribuídos em 5 grupos. É importante destacar que deveriam concorrer as oficinas 6 grupos, no entanto umas das turmas do terceiro ano não elaborou nem mesmo apresentou nenhuma estratégia até o dia determinado. Justo a turma que é considerada pelos professores e direção uma das melhores da escola. Através deste trabalho a direção percebeu que há entre eles sérios problemas de relacionamento e de desenvolvimento de atividades em grupo, situações estas que segundo precisam ser trabalhadas. a. Relato da estratégia desenvolvida pelos alunos do 1º ano 03 Para facilitar o desenvolvimento do trabalho sobre o ruído, os alunos dividiram a sala em 3 grupos. Um grupo ficou responsável pelas entrevistas feitas na escola, outro grupo ficou responsável pelo vídeo, e outro pelos jogos para as crianças. Todos os grupos tiveram os mesmos objetivos que foi o de conscientizar as pessoas que o ruído presente no nosso dia a dia pode ser prejudicial á saúde. Na apresentação do vídeo, os alunos selecionaram imagens interessantes com trechos que chamassem a atenção das pessoas que fossem assisti-lo. Um exemplo foi o desenho do Pica-pau demonstrando cenas de irritabilidade, insônia, incômodo e nervosismo causado pela exposição ao ruído. 35 Outra estratégia apresentada foi o jogo (trilha), confeccionado pelos alunos, cujo objetivo foi o de incentivar as crianças a aprender sobre o ruído brincando. Inicialmente, foi realizada uma explicação sobre o jogo (trilha) e depois sobre os riscos á saúde devido à exposição ao ruído. A criança que responder corretamente a pergunta realizada tem o direito de jogar o dado novamente, avançando outra casa e responder as perguntas seguintes até errar ou então chegar ao final. A criança vencedora é premiada com um protetor de ouvido, incentivando as demais a jogar e aprender mais sobre o ruído. Também foi realizada uma pesquisa na escola com os demais alunos sobre os hábitos auditivos e percebeu-se que muitos deles não têm consciência de que ouvir música em volume elevado pode ser prejudicial à audição, pois 100% dos alunos entrevistados informaram que escutam música no volume máximo, e que também desconhecem os problemas auditivos que podem ser causados pela exposição ao ruído. Esta equipe realizou uma palestra alertando sobre o uso de fones de ouvido do tipo inserção e sobre os perigos de usar o volume máximo dos dispositivos de uso pessoal. Enfatizaram que é possível ouvir música usando fones do tipo arco e reduzindo o volume á metade do que estão habituados. Os alunos relataram que não foi difícil elaborar nem apresentar esta oficina, no entanto ficaram preocupados se o público e jurados que assistiram as apresentações, conseguiram entender a mensagem que eles transmitiram. Concluíram que foi muito importante à realização deste trabalho, principalmente aos alunos da própria sala de aula que tem hábitos incorretos de ouvir música. Certamente agora todos os alunos estão bem informados. 36 b. Relato da estratégia desenvolvida pelos alunos do 1º ano 06 Esta turma realizou uma palestra sobre os problemas auditivos que as pessoas podem adquirir no decorrer dos anos devido à exposição ao ruído nos ambientes de trabalho e lazer. Relataram como dificuldade não a elaboração da palestra e sim a experiência de falar em público. Concluíram que este trabalho proporcionou o conhecimento sobre os cuidados que as pessoas devem ter com a audição e como se prevenir de uma perda da auditiva no futuro. c. Relato da estratégia desenvolvida pelos alunos do 2º ano 02 Os alunos realizaram palestra sobre como se prevenir do ruído, seus diferentes níveis, os problemas que podem ser causados pelo ruído, a forma correta de usar os fones de ouvido, a incorreta e os problemas que os trabalhadores expostos ao ruído no ambiente de trabalho podem adquirir se não estiverem adequadamente protegidos. Todos os itens mencionados anteriormente foram apresentados através de slides. Iniciaram a apresentação com a demonstração de locais onde há este risco. Também apresentaram formas eficazes de amenizar a exposição à poluição sonora. Relataram que a falta de atenção e interesse de algumas pessoas que estavam assistindo a palestra causou desconcentração aos palestrantes. 37 Segundo os alunos a realização deste trabalho proporcionou ao grupo uma reflexão sobre como a audição é importante para as nossas vidas e que é possível se divertir ouvindo música moderadamente, evitando assim futuros problemas auditivos. d. Relato da estratégia desenvolvida pelos alunos do 2º ano 03 Esta equipe criou e apresentou uma música intitulada o “Funk do Ruído”. Relataram como dificuldade o tempo, que não foi suficiente para elaborar melhor a letra da música, pois só conseguiram terminá-la no dia do concurso. Ficaram nervosos, envergonhados e tímidos durante a apresentação. Também alegaram pouca participação dos alunos da própria sala de aula. Concluíram que através deste trabalho, os demais alunos da escola conheceram um pouco mais sobre os perigos da exposição ao ruído. Também se conscientizaram quanto ao uso de fones de ouvido e instrumentos com som alto. Esta equipe foi convidada a apresentar o trabalho desenvolvido na abertura de um evento promovido pelo CEREST. 38 Segue abaixo a letra do Funk. Eu sou o MC Leandro Venho dizer pra vocês Uma coisa importante Que todos devem saber O assunto é o ruído O que nos faz tanto mal Pode crer, tenha certeza Pois já não escuto igual Refrão: Ido, Iido, é o funk do ruído Ido, Iido, é o funk do ruído E nós fizemos esse funk Pra vocês conscientizar Que a saúde dos ouvidos Também devemos cuidar Mas se você não sabe como Nós iremos lhe ensinar Abaixe o volume do som Quando você for escutar 39 Refrão E o ruído não escolhe Nem pessoa e nem idade Todo dia toda hora Toma nossa liberdade Mas nós temos o direito De com isso acabar Basta que o protetor Todos comecem a usar e. Relato da estratégia desenvolvida pelos alunos do 3º ano 01 Esta equipe não participou do concurso, pois não elaborou nem mesmo apresentou nenhuma estratégia até o dia do concurso. Mesmo sendo considerada pelos professores e direção uma das melhores turmas da escola, demonstrou através deste trabalho que há entre eles sérios problemas de relacionamento e de desenvolvimento de trabalho em grupo. f. Relato da estratégia desenvolvida pelos alunos do 3º ano 03 Esta turma desenvolveu uma peça de teatro e a letra de uma música. No teatro o roteiro, elaborado pelos alunos, procurou mostrar cenas de exposição ao ruído comum aos jovens, como a participação em festas com música amplificada e ruído gerado pelos próprios alunos na escola. Também destacaram os problemas 40 gerados pelo uso indevido dos dispositivos de uso pessoal, como mp3, mp4 e celulares com fones de ouvido. Para decorar o cenário utilizaram materiais para chamar a atenção do público estudantil como, Cds, caixas de som, cotonetes e orelhas gigantes. Este equipe relatou apresentar dificuldades em interpretar a vida de alguém com problemas de audição. Foi difícil escrever um roteiro de uma realidade que desconhecem. Esta apresentação repercutiu de forma muito positiva aos demais alunos da escola, pois muitos relataram mudar seus hábitos, como não ouvir mais música no volume máximo depois que assistiram o teatro. A seguir, a letra da música que esta equipe criou. Dia 28 dia do Ruído Vamos em silêncio ficar Um minuto pode ser pouco Mais muito vai representar Colocando os protetores Você pode se acostumar Ouvindo música em volume baixo Assim sua audição vai preservar 41 Esse dia vai mostrar Dicas importantes para você Vai ser cada vez melhor Pra sua audição, sua audição Todos que gostam de aparelhos Mp3 podem continuar a Utilizá-los desde que moderem Volume e horas de exposição 4.2.2 EQUIPES PREMIADAS Os alunos desenvolveram e apresentaram atividades como: música, teatro, vídeos, jogos e palestras sobre os prejuízos do ruído ambiental na saúde e formas de prevenção. Todas as atividades desenvolvidas foram criativas e interessantes, os alunos mostraram-se interessados e envolvidos com o tema. Os prêmios foram escolhidos de acordo com as necessidades da escola apresentadas pela direção e foram doados por fornecedores da secretaria municipal de saúde. Cabe lembrar que os prêmios foram entregues para o representante de cada turma vencedora, no entanto permaneceram na escola, para que todos os demais alunos pudessem utilizá-los. Os alunos das turmas vencedoras e que obtiveram o primeiro, segundo e terceiro lugar, foram premiados com um lanche fornecido pela secretaria da saúde. Conforme decisão e política da própria escola, só puderam participar deste momento 42 de descontração, os alunos que realmente se envolveram e participaram do trabalho. Os que não participaram tiveram aula normal. O 1º lugar ficou com a equipe (1º ano 03) que desenvolveu quatro atividades: criação de um jogo, palestra usando slides enfatizando principalmente os sintomas auditivos e extra-auditivos (havia até um slide do pica pau se irritando com o barulho), a apresentação dos resultados de um questionário sobre os hábitos de ouvir música no MP3 com os alunos da própria escola e apresentação de uma música sobre os cuidados com a audição. A premiação foi um aparelho de DVD. O 2º lugar ficou com a equipe (3º ano 03) que apresentou uma peça de teatro mostrando a história de uma adolescente que desenvolveu a perda auditiva devido ao uso incorreto dos equipamentos de uso pessoal. A premiação foi um aparelho de som com rádio AM/FM e CD. O 3º lugar ficou com a equipe (1º ano 06) que apresentou uma palestra sobre o ruído. A premiação foi um jogo Soletrando CD ROM. 4.2.3 OUTRAS PARTICIPAÇÕES 4.2.3.1 Abertura no evento promovido pelo CEREST O CEREST, Fundacentro/SC, MTE e alguns sindicatos promoveram na noite do dia 28 de abril um evento para a assinatura da convenção coletiva de melhoria das condições de trabalho com prensas mecânicas e hidráulicas e equipamentos similares. Na ocasião os alunos fizeram a abertura do evento apresentando o Funk do Ruído. 43 4.2.3.2 Desfile no dia 7 de setembro No dia 7 de setembro os alunos fizeram uma ala e desfilaram com faixas, cartazes e fones do tipo arco para mostrar e orientar a população sobre hábitos auditivos saudáveis. 4.2.3.3 Participação na oficina sobre poluição sonora Na data de 09 de setembro de 2010, ocorreu em Florianópolis a 1ª Oficina sobre Poluição Sonora, com o objetivo de desenvolver jogos e atividades para a Campanha da Conscientização sobre o Ruído de 2011. O CEREST de Joinville, juntamente com os alunos, foram convidados pelo Coordenador Geral da campanha, Stephan Paul, a participar desta oficina e apresentar as estratégias de prevenção ao ruído que foram desenvolvidas pelos alunos. Esta oficina ocorreu em Florianópolis na E.E.B. Simão José Hess e estiveram presentes aproximadamente 52 pessoas, as quais foram distribuídas em grupos para desenvolverem jogos e materiais educativos. Os alunos de Joinville ofereceram significativa contribuição nesta oficina, pois os mesmos já estão cientes e sensibilizados dos prejuízos que a exposição ao ruído pode trazer para a audição e saúde de forma geral, uma vez que receberam palestras ministradas pela fonoaudióloga do CEREST. Ao final, os grupos apresentaram seus trabalhos e o coordenador da campanha, aproveitou a oportunidade para parabenizar os trabalhos realizados pelo CEREST e alunos sobre a prevenção da exposição ao ruído e solicitou à diretora, da 44 escola, para realizar um concurso para escolher o tema da Campanha de 2011 com os alunos de sua escola. Este tema será utilizado em nível nacional. 4.3 RESULTADOS DA ETAPA 4 4.3.1 AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA 4.3.1.1 Anamnese Participaram da avaliação audiológica 34 adolescentes de ambos os gêneros (32,35% masculino e 67,65% feminino) com idade entre 14 a 18 anos (média de 15,6 anos). Os procedimentos realizados foram: Anamnese, audiometria e timpanometria. Previamente a avaliação audiológica foi realizada anamnese abordando questionamentos referentes à percepção auditiva, antecedentes pessoais (passado otológico, traumatismos físicos e acústicos, historia pregressa de exposição ao ruído, produtos químicos, vibração e uso de proteção individual). Foi investigada também a presença de queixas auditivas e não auditivas. Referente aos sintomas, 73,53% dos alunos referiram sintomas auditivos, e 88,24% referiram sintomas não auditivos. Quanto aos sintomas auditivos, pudemos observar que 32,35% relataram zumbido, 47,06% relataram sensação de plenitude auricular e 29,41% relataram vertigem. Já os sintomas não auditivos relatados pelos alunos foram: cansaço (35,29%), nervosismo (35,29%), ansiedade (29,41%), cefaléia (47,06%), estresse (41,18%), dificuldades para dormir (17,65%) e falta de concentração (47,06%). 45 Referente à exposição ao ruído ocupacional, 8 (23,23%) dos alunos relataram estar inseridos no mercado de trabalho sendo que apenas 2 (25%) destes expostos fazem uso de proteção auditiva. Quanto à percepção auditiva, 70,59% dos alunos relataram apresentar audição normal e 29,41% reduzida. Esta dificuldade foi referia em ambos os ouvidos (70%). Quanto ao passado otológico, 50% dos alunos relataram otalgia. O traumático cranianos foi relatado somente por 1 aluno (2,94%), e o traumatismo acústico por 7 alunos (20,59%). 4.3.1.2 Audiometria Dos 34 adolescentes que realizaram a anamnese, apenas 4 (11,76%) não realizaram a audiometria e timpanometria, pois ao passar pelo procedimento de inspeção do meato acústico externo percebeu-se que os mesmos não estavam em condições de exame. Os audiogramas dos alunos foram divididos conforme a classificação de entalhe audiométrico, de acordo com os critérios utilizados por Fiorini (1994): • Normal: limiares iguais ou inferiores a 25dB(A) • Normal com entalhe: limiares auditivos com rebaixamento numa das frequências de 3, 4, ou 6KHz, com diferença de pelo menos 10dB em relação à frequência anterior ou posterior. • Traçado audiométrico sugestivo de PAIR: Perda auditiva acima de 25 dBA na faixa de freqüência de 3 a 6KHz. 46 Na tabela 1 apresentamos os resultados referentes parecer audiológico. TABELA 16 – PARECER AUDIOLÓGICO PARECER AUDIOLÓGICO NÚMERO % Limiares normais bilateralmente 24 70,59 Limiares normais com entalhe 3 8,82 3 8,82 Não realizou exame 4 11,77 Total 34 100,00 bilateralmente Limiares normais com entalhe unilateral Fonte: Cerest/Joinville No gráfico 1 apresentamos os resultados referentes aos limiares auditivos da orelha direita. GRÁFICO 1 – LIMIARES AUDITIVOS DA ORELHA DIREITA Intensidade (dB) Média Fonte: Cerest/Joinville Máximo z 80 0 0H z 0H 60 0 0H 40 0 30 0 Mínimo z z 0H z 0H 20 0 0H 10 0 z H 50 0 z H 25 0 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 z Frequência (Hz) 47 No gráfico 2 apresentamos os resultados referentes aos limiares auditivos da orelha esquerda. GRÁFICO 2 – LIMIARES AUDITIVOS DA ORELHA ESQUERDA Intensidade (dB) Frequência (Hz) -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 0H 5 2 z 0H 0 5 z 0H 0 10 Média Fonte: Cerest/Joinville z 0H 0 20 z Mínimo 0H 0 30 z 0H 0 40 Máximo z 0H 0 60 z 0H 0 80 z 48 5 DISCUSSÃO 5.1 HÁBITOS SONOROS DOS ADOLESCENTES Através da análise dos resultados, podemos observar que a grande maioria dos adolescentes 99,19% gosta de ouvir música, sendo que destes, 77,05% têm este hábito diário. O hábito de ouvir música em dispositivos de uso pessoal como Mp3, Mp4, Ipod e celular com fones de ouvido, foram relatados por 30,51% dos adolescentes, seguido dos aparelhos de som em casa 55,33% e aparelhos de som no carro 12,64%. Quanto ao número de horas, 78,86% dos participantes, revelaram que escutam música de 1 a 4 horas por dia. Os resultados obtidos para o tipo de fone de ouvido utilizado pelos adolescentes, demonstraram que 61,79%, usam fones do tipo inserção. Quanto ao volume, 56,91% responderam que escutam música no volume máximo. Os resultados descritos acima apontam exposições significativas à música em níveis elevados concordando com os estudos de Jorge Junior (1993), Wasen (2002), Borja at al. (2002), Serra at al. (2005), Zocoli (2007) e sugerem uma reflexão sobre a necessidade de intervenção, no sentido de conscientizar os adolescentes sobre os riscos a saúde devido aos hábitos sonoros inadequados e sobre a exposição á música excessivamente amplificada. Segundo Andrade et al. (2002) a música representa um papel importante na vida do ser humano e pode ser definida como um som agradável. Ao ouví-la, lembramos de acontecimentos importantes ocorridos na nossa vida, no entanto quando usada de forma intensa, pode transformar-se em transtorno na vida e saúde das pessoas. 49 Jorge Junior (1993) realizou uma pesquisa no estado de São Paulo com 957 jovens de classe social média-alta com idades de 14 a 25 anos. Os resultados demonstraram que 86,46% dos indivíduos se expunham à música eletronicamente amplificada individual e/ ou ambiental. Com o objetivo de identificar os hábitos e as atitudes de adolescentes frente ao ruído, Zocoli (2007) realizou um estudo com 245 jovens catarinenses. O hábito mais comum entre os adolescentes que participaram da pesquisa foi o de ouvir música com dispositivos de uso pessoal (42,5%), seguido do hábito de ouvir música amplificada em casa (34,7%) e no carro (17,1%), resultados semelhantes ao demonstrado neste estudo. O hábito de ouvir música amplificada em auto falantes instalados em carros, também foi observado por Wasen (2002) que encontrou presença deste hábito em 36,2% jovens do gênero masculino e 28,6% do gênero feminino. A autora chama a atenção deste hábito como um significativo risco para audição, uma vez que são capazes de produzir níveis sonoros elevados e, se utilizados com os vidros fechados, podem ainda agravar o risco de perda auditiva. Resultados semelhantes aos achados nesta pesquisa foram encontrados no estudo de Jorge Junior et al. (1996) sobre os hábitos dos jovens em ouvir música eletronicamente amplificada através de equipamentos de som com fones de ouvido. Os autores concluiriam que este era o hábito da maioria dos jovens pesquisados e que os mesmos optavam por intensidades elevadas, ou seja, volume máximo. No presente estudo, a grande maioria dos alunos referiu que escutam música pelo menos 1 a 4 horas por dia (78,86%), seguido dos que escutam 5 a 8 horas (13,83%). 50 Segundo o Comitê Científico Europeu de Riscos à Saúde, os indivíduos que tem o hábito de utilizar dispositivos de uso pessoal pelos menos 5 horas por semana estão sujeitos a maior risco de desenvolver a perda auditiva. O fone de ouvido referido pelos alunos que participaram desta pesquisa foi o do tipo inserção. Com o objetivo prevenir a PAIR decorrente do uso de CD players portáteis, Santos & Duran (2004) promoveram recomendações para instruir os usuários e profissionais que avaliam exposições individuais a ruído, uma vez que alguns equipamentos mostraram-se “inseguros” quando o controle do volume está na posição 6 e outros na posição 5. Segundo as autoras, quanto menor o fone, maior o nível de saída para um dado valor do controle do volume. Portanto, é importante que os consumidores conheçam esses valores, pois pode ser possível que excedam o tempo de uso em uma forma rotineira. Estudos demonstram que os níveis sonoros medidos em alguns fones de ouvido usados nos sistemas de som portáteis, chegam a valores de 124dB(A) e 110126dB(A). Solicitaram aos usuários que posicionassem o volume de seus equipamentos no nível preferido para obter a medida do nível de pressão na saída. Os resultados demonstram valores de 60dB(A) quando no volume “1” e 110114dB(A) quando no volume “10”. Já no nível considerado preferido pelos usuários, encontraram valores de 85 a 90dB(A) e 5% dos sujeitos ouviam som a 100dB(A). (SANTOS & DURAN, 2004). Borja at al. (2002) refere que equipamentos como os sons portáteis, gravadores e CD players com fones de ouvido além de serem muito comuns entre os jovens, são usados muitas vezes por muitas horas durante o dia pelos adolescentes. Os autores alertam que a intensidades sonora nos fones de ouvido 51 varia de 60 a 120dB(A) podendo ser prejudiciais ao ouvido e levar a uma perda da audição quando usados num volume muito alto e por tempo prolongado. Jorge Junior (1993) cita alguns autores que pesquisaram o tempo que os jovens costumam usar os dispositivos com fones de ouvido, referindo média de 1,1 horas por semana. Outros estudos indicaram o uso destes equipamentos de 400 a 600 horas por ano por indivíduo. Os mesmos autores destacam que estudos voltados aos hábitos sonoros dos adolescentes não devem ter como objetivo a extinção da música, mas sim defender o volume dos equipamentos para que a música possa ser realmente um elemento de prazer para os indivíduos e principalmente respeitando a integridade de um sentido tão vital como a audição. Serra at al. (2005) encontraram na saída dos equipamentos de uso pessoal, valores entre 75 e 105dB(A), mínimo e máximo respectivamente. Os autores sugerem que os indivíduos estão expostos a dose de ruído potencialmente nocivos à saúde e que medidas preventivas devem ser tomadas para controlar estas exposições. Andrade at al. (2009) desenvolveram uma pesquisa onde foi realizada a medição da intensidade de saída dos equipamentos usados por 20 jovens durante a prática de atividade física, sendo 40% do sexo masculino e 60% do sexo feminino com idade entre 20 a 35 anos. Os equipamentos (walkman) estavam no seu volume máximo. Os valores médios encontrados foram de 90,5dB(A) e os valores de pico em dB(A) variaram consideravelmente com valor de pico mais alto de 104dB(A). As autoras concluem que programas preventivos voltados para a mudança de hábito durante as práticas desportivas devem estar voltados para esta população, uma vez que são candidatos em potencial a desenvolver a Pair. 52 Quanto à participação dos alunos em atividades recreacionais com ruído elevado, podemos observar que 46,34% relataram frequentar “baladas” sendo que 34,14% freqüentam pelo menos uma vez na semana. Referente ao tempo que estes jovens permanecem nesses lugares, 52,63% permanece 4 a 8 horas e 40,35% permanecem 2 a 4 horas. Um estudo realizado por Marcon (1999) demonstrou que 86% dos jovens revelaram como hábito preferido e mais realizado aquele associado à música elevada. Os participantes admitiram freqüentar as danceterias pelo menos uma vez ao mês. Borja at al. (2002) concluíram nos seus estudos que 78,71% do total de indivíduos que participaram da amostra freqüentavam lugares com música eletronicamente amplificada. Estes valores foram superiores aos encontrados na presente pesquisa. Talvez este número de freqüentadores reduzido possa estar relacionado á idade dos participantes, tendo em vista que 44 alunos que responderam o questionário possuem entre 14 a 15 anos, idades essas que os adolescentes ainda não têm permissão para entrar nas casas noturnas. Martines & Bernardi (2001) realizaram uma entrevista com 100 frequentadores e 50 trabalhadores de casas noturnas da cidade de São Paulo com idade média de 24 anos. Os resultados demonstraram que 22% dos freqüentadores possuem dificuldades para escutar nesses ambientes, impossibilitando a conversação com outras pessoas; 14% sentem-se irritados, porém 10% relatam que em algumas situações sentirem-se estimulados pela presença da música amplificada motivando-os para a diversão. 53 Serra et al (2007) destacaram que a música amplificada despersonaliza a estrutura social do ambiente. A presença de NPS elevados nos ambientes freqüentados pelos jovens faz com que as pessoas se mantenham mais distantes, evitando a comunicação e a interação entre elas. Como conseqüência disso, tende a fazer julgamentos errôneos uns dos outros. Serra et al. (2005) demonstraram os níveis de pressão sonora de 6 discotecas mais frequentadas pelos jovens argentinos. Os autores referem que os níveis encontrados variaram entre 104,3 e 112,4 dB(A). Observaram maior presença dos indivíduos do gênero masculino do que os do gênero feminino. Entre as atividades de lazer não observamos valores significativos quanto à freqüência dos alunos em academias de ginástica. (14,63%). No entanto é importante referenciar estudos que dizem respeito a esta atividade. Nesses ambientes, a presença da música serve para estimular o prazer e o rendimento durante o exercício, proporcionando maior adesão à atividade física e à qualidade de vida. (LACERDA, 2005). Wansen (2002) referiu na sua pesquisa que o hábito de freqüentar academia de ginástica mostrou-se maior para as mulheres (42,9%). A autora justifica este aumento devido ao fato das mulheres optarem mais por esta atividade do que os homens, cujos percentuais foram somente de 10,6%. Os freqüentadores de academias de ginástica, na maioria das vezes, preocupam-se com a qualidade de vida e já podem apresentar uma lesão em um órgão tão vital para a comunicação, que é a audição. É essencial mais estudos e controle dos níveis de pressão sonora nesta atividade e métodos de avaliação auditiva que possam detectar perdas auditivas e que possam colaborar para a 54 prevenção e elaboração de programas de preservação auditiva destinados a esses ambientes de lazer. (Andrade at al. 2009). Estudos realizados sobre o hábito de freqüentar academias de ginástica, estão voltados na sua grande maioria aos profissionais destas academias e não os freqüentadores. Andrade at al. (2010) avaliaram 32 professores de academias de ginástica sendo 13 mulheres e 19 homens com idades entre de 21 a 32 anos. Inicialmente realizaram medições dos níveis de pressão sonora nas salas de aula da academia obtendo médias de 101,4dB(A). O pico máximo encontrado foi de 125,4dB(A). As autoras concluem que os níveis de pressão sonoras existentes nessas aulas de ginástica podem prejudicar a audição dos professores se estes estiverem expostos durante muitas horas. Os sintomas auditivos e não auditivos referidos pelos alunos deste estudo apontaram 43,09% dos alunos com queixa de dor de cabeça, 20,33% com queixa de zumbido e 18,70% com queixa de sensação de plenitude auricular. Destacamos aqui os significativos percentuais (34,15%) para a opção “nenhuma queixa”. A não presença de sintomas pode ser um fator estimulante a hábitos sonoros inadequados. Segundo Zocoli (2007) a perda auditiva parece não ser um assunto de interesse dos jovens, pois os efeitos prejudiciais podem se manifestar somente depois de anos. Além disso, os jovens são incapazes de imaginar o impacto que a perda de audição pode acarretar na qualidade de vida futura. A autora conclui no seu estudo com adolescentes blumenauences que o ruído está incorporado nas situações de vida diária desses indivíduos, sem que isso chegue a incomodá-los. Uma época em que a exposição ambiental diária é de níveis de pressão sonora intensos, os jovens apreciam música em intensidade cada vez 55 mais elevada sem demonstrar qualquer preocupação com as consequências nefastas sobre a saúde provocada por esses novos hábitos. Os resultados referentes aos sintomas auditivos obtidos nesta pesquisa, mostraram-se diferentes dos resultados apresentados no estudo de Russo et al. (1995). As autoras encontraram nos instrumentistas dos trios elétricos queixas de zumbido (76%) e plenitude auricular (28%). Talvez esta diferença possa estar associada aos fatores como: tipo, frequência e tempo de exposição ao ruído do profissional músico e do apreciador. O músico tem a música como seu meio de vida, portanto acaba se dedicando muito mais horas do dia a esta atividade. Uma pesquisa realizada por Martines & Bernardi (2001) com frequentadores e trabalhadores de casas noturnas demonstrou que 20% dos frequentadores referiram sintomas de zumbido, 17% queixaram-se de cansaço e 20% apresentaram sensação de alívio e imenso prazer quando ao saíram desses ambientes. Andrade at al. (2009) concluíram que a exposição à música eletronicamente amplificada pode trazer prejuízos extra-auditivos, pois alguns indivíduos queixaramse de insônia, zumbido, dificuldade para escutar e dor de cabeça. O ruído age sobre o organismo humano de diversas maneiras, alterando não apenas o funcionamento do sistema auditivo, mas também comprometendo a atividade física, fisiológica e mental indivíduo exposto. (LACERDA, 2005). Quanto às formas de proteção contra “sons altos”, 21,95% dos alunos relataram baixar o volume dos equipamentos, 13,82% relataram que procuram ficar menos exposto e 4,07% ficam próximos do “barulho” para se acostumar com ele. Apenas 1 aluno (0,81%) referiu usar protetor de ouvido. O que chama a atenção nesta pesquisa, é que 34,96% responderam que não usa nenhuma das formas de 56 proteção sugeridas, ou seja, mesmo os alunos já terem passado por uma ação educativa onde o objetivo foi apresentar os riscos da exposição ao ruído e seus efeitos na saúde, estamos apenas no início de um caminho longo a ser percorrido que é a mudança de comportamentos e atitudes frente a este risco. Referem Erlandsson et al. (2008) num estudo realizado com 382 jovens da Suécia e EUA que os mesmos não fazem uso de proteção auditiva mesmo apresentando desconforto auditivo e zumbido após freqüentar locais com música elevada como discotecas e concertos. Zocoli & Morata (2010) destacam que o hábito de usar protetor de ouvido em ambientes com música amplificada não é um hábito dos jovens catarinenses. Muitos até desconhecem a existência dele e outros consideram “absurdo” ter de usar protetor auditivo para assistir um show. Borja at al. (2002), em seus estudos encontraram 30% dos indivíduos que afirmaram ter o costume de ficar próximos da fonte sonora, valores esses muito maiores dos encontrados nesse estudo, no entanto de igual importância no que se refere aos prejuízos que estes hábitos podem ocasionar. Weichbold & Zorowka (2007) referem que campanhas de educação auditiva são importantes para informar as crianças e adolescentes sobre os perigos do som alto e para sensibilizá-los da exposição ao ruído. No entanto, o papel da informação na educação auditiva deve ser visto de uma maneira mais específica, pois são importantes, mas não suficientes para modificar o comportamento de adolescentes na medida necessária, ou nível desejado de mudança. Segundo os autores, para atingir estas mudanças, as informações devem ser complementadas por esforços que ajudem os jovens a exercer na prática aquilo que foi ensinado na teoria, 57 influenciando nas suas atitudes e opiniões de modo a conscientizá-los para a proteção auditiva. Quando questionados sobre o ruído ocupacional, ou seja, se os próprios participantes desta pesquisa ou membros de sua família trabalham em ambientes com ruído elevado, 60,98% relataram que sim, sendo 39,02% o pai, 19,51% a mãe, 13,82% eles próprios e 12,20% os irmãos. Os resultados descritos acima demonstram que os membros da família estão expostos ao ruído ocupacional e mesmo sendo um número pequeno de adolescentes inseridos no mercado de trabalho (17) é importante que os mesmos sejam alertados, pois as exposições ou práticas relacionadas à música amplificada, associadas às exposições ao ruído ocupacional, ao longo dos anos, podem contribuir para o aumento de uma futura perda da audição. O ruído presente no cotidiano das pessoas, independentemente ou associados às exposições ocupacionais, representa um problema de saúde pública, o sugere-se a um provável aumento na incidência a Pair nos próximos anos. Toda e qualquer iniciativa no sentido de prevenção deve ser incentivada pela comunidade científica. (FIORINI & FISCHER, 2004). A Ordem de Serviço n° 608/98 do INSS publicada no mesmo ano que a Portaria 19, estabelece que a presença da PAIR no exame admissional não deve desclassificar o trabalhador para o exercício profissional, pois geralmente não interfere com sua capacidade laborativa. Esta legislação está em desacordo com Serra at al. (2007), que referem que um grande número de jovens argentinos com potencial a vaga de emprego e idade entre 20 e 25 anos tem sido rejeitado nos exames admissionais, devido aos problemas auditivos. Segundo os autores, este tipo de perda auditiva que aparece 58 logo no início do ingresso ao trabalho e que não foram atribuídas a outras causas clínicas, possivelmente está associado ao ruído não ocupacional. Jorge Júnior (1996) destaca que um grande número de jovens está ingressando no mercado de trabalho com os limiares auditivos característicos de uma PAIR, sem exposição previa ao ruído ocupacional. O mesmo autor destaca o desconhecimento desta população sobre os riscos que esta exposição pode gerar na audição bem como os impedimentos do seu ingresso no mercado de trabalho. Fiorini (2005) reforça que programas de conservação auditiva para adolescentes devem ser implantados abrangendo o desenvolvimento de campanhas públicas de sensibilização ao risco, da importância da saúde auditiva na qualidade de vida e ao seu futuro desempenho profissional e a performance do futuro trabalhador. Através dos resultados descritos na tabela 15, podemos concluir que na residência dos alunos que participaram desta pesquisa, existe um número grande número de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Sabe-se que certos eletrodomésticos e eletroeletrônicos podem representar perigo para a audição devido ao ruído que emitem. Há alguns anos, o INMETRO e o IBAMA criaram um selo que indica o nível de ruído de alguns desses produtos. Quanto aos eletroeletrônicos, mesmo com suas altas potência, é possível baixar e controlar o volume desses equipamentos. Os eletrodomésticos não possuem esse dispositivo, porém é possível comprá-los com menos “barulho”, pois alguns deles já possuem nas suas embalagens ou no próprio produto o Selo Ruído que informa ao consumidor o nível de pressão sonora desses utensílios. Não foi encontrada na literatura associações da exposição dos eletrodomésticos com problemas auditivos, no entanto é preciso alertar a população 59 sobre as suas intensidades sonoras e que acima dos 85dB podem gerar problemas de audição quando usados por períodos e tempos prolongados. 5.2 OFICINAS DESENVOLVIDAS PELOS ALUNOS As oficinas foram apresentadas por 5 equipes, totalizando 175 adolescentes de ambos os gêneros e com idades de 14 á 19 anos. Músicas, teatro, vídeos, jogos e palestras sobre os prejuízos da poluição sonora na saúde e formas de prevenção foram algumas das atividades desenvolvidas e apresentadas pelos alunos. Os resultados das apresentações desenvolvidas pelos alunos demonstraram criatividade, os alunos mostraram-se interessados e envolvidos com o tema, além de apresentarem interiorização dos conceitos apresentados e mudança de hábitos. BORJA at al. (2002) sugere que os programas educacionais de conscientização para a população sobre os riscos que a exposição a ruídos elevados pode causar a saúde devem ser desenvolvidos. Weichbold & Zorowka (2007) realizaram um estudo envolvendo 1757 estudantes, com o objetivo de avaliar se uma campanha de educação auditiva para estudantes das escolas de ensino médio poderia causar mudanças no comportamento ou modo de escutar música dos adolescentes. Foi aplicado um questionário antes da campanha e um ano após. Os autores observaram através dos resultados obtidos que o comparecimento à discoteca aumentou e a campanha não interferiu no tempo de permanência, nem mesmo quanto ao uso de protetores auditivos como forma de prevenção nestes locais. Observaram também que os adolescentes não mudaram o seu comportamento de escutar música alta com fones 60 de ouvido. Segundo os autores, a única mudança significativa e que contribuiu com o propósito da campanha, foi um aumento no número de pausas ou intervalo à música alta quando estavam na discoteca. Loureiro (2002) descreve que a identificação precoce das alterações auditivas decorrentes da exposição à música eletronicamente amplificada pode ser realizada por meio de campanhas de esclarecimento, pesquisas e implantação de um programa de conservação auditiva. Programa de prevenção destinado aos jovens para não desenvolver uma PAIR se faz necessário. É essencial mais estudos sobre os efeitos, atitudes e comportamentos frente ao ruído e de que maneira estes comportamentos pode prejudicar a audição. (ERLANDSSON et al. 2008). Hábitos e comportamentos são adquiridos ou modificados por meio de campanhas educativas, conscientização e orientação. (ZOCOLI & MORATA, 2010). 5.3 AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA No que se refere á audiometria tonal limiar, dos 30 alunos avaliados, 70,59% (24) apresentaram limiares auditivos normais sem a presença de entalhe, 8,82% (3) apresentaram audição normal com entalhe audiométrico bilateral e 8,82% (3) apresentaram audição normal com entalhe audiométrico unilateral. Ao analisar a tabela 1 e gráficos 1 e 2, percebe-se a não ocorrência de perda auditiva nos exames audiométricos dos 30 alunos avaliados. Com relação ao entalhe audiométrico (uni ou bilateral) , foi possível constatar que a freqüência mais acometida foi a de 6000Hz. 61 Segundo Fiorini (1994) a presença de entalhe audiométrico, em pelo menos uma orelha pode ser considerada como um alerta, uma vez que pode indicar uma tendência ao desencadeamento da PAIR ao longo do tempo. Os achados também vão de encontro com o que estabelece o boletim número 1 do Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva (1994), que refere que a frequência de 6000Hz é uma das primeiras frequências a ser acometida no processo de instalação da perda auditiva induzida pelo ruído. Com o objetivo de estudar a audição e os hábitos auditivos de jovens Wasen & Russo (2004) avaliaram 75 sujeitos, com idade entre 18 e 25 anos, por meio de audiometria tonal e aplicado um questionário para levantamento dos hábitos auditivos. Os resultados audiométricos indicaram que 45,3% dos sujeitos apresentaram algum tipo de alteração, na faixa de freqüências de 3 a 6kHz. Paniz (2005) realizou uma pesquisa na cidade de Farroupilha/RS com 53 indivíduos do gênero feminino frequentadoras de danceterias e idades entre 15 e 25. Foram realizadas avaliações audiológicas antes e após a exposição à música amplificada. Os resultados demonstraram que em 96% das mulheres avaliadas ocorreu a presença de mudança temporária do limiar auditivo em pelo menos um dos ouvidos testados. A autora ressalta a importância da conscientização da população sobre os riscos da exposição à música amplificada bem como o impacto da deficiência na vida das pessoas. Fiorini & Fisher (2004) realizaram um estudo comparativo da audição de sujeitos expostos e não expostos a ruído ocupacional, identificando exposições a ruído ocupacional, presença de entalhe audiométrico e teste de emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente. Foram observadas altas prevalências do entalhe audiométrico em ambos os grupos, sendo 93,7% e 81,3%, 62 respectivamente para os grupos 1 e 2. A freqüência de 6000Hz foi a mais acometida em ambos os grupos. Segundo as autoras, a ocorrência desse entalhe no grupo não exposto ao ruído ocupacional pode estar associada aos hábitos sonoros e de lazer, tendo em vista que 77,3% relataram pelo menos uma atividade de lazer em que há exposição à música amplificada. Silveira at al. (2001) confirmaram a presença de mudança temporária do limiar auditivo após exposição de 60 minutos ao walkman em alta intensidade, sendo as frequências mais atingidas as de 4KHz e 6KHz. 63 6 CONCLUSÃO O ruído presente no cotidiano das pessoas, independentemente ou associados às exposições ocupacionais, representa um problema de saúde pública, sugerindo um provável aumento na incidência a Pair nos próximos anos. Esta pesquisa procurou apresentar o desenvolvimento de um programa de prevenção da PAIR aos futuros trabalhadores. Os resultados encontrados indicam um número significativo de adolescentes que gosta de ouvir música 99,19%, sendo que destes, 77,05% têm este hábito diário. O hábito de ouvir música em dispositivos de uso pessoal como Mp3, Mp4, Ipod e celular com fones de ouvido, foram relatados por 30,51% dos adolescentes, seguido dos aparelhos de som em casa 55,33% e aparelhos de som no carro 12,64%. Quanto ao número de horas, 78,86% dos participantes, revelaram que escutam música de 1 a 4 horas por dia e no volume máximo (56,91%). A participação em “baladas” foi observada em 46,34% dos alunos sendo que os mesmos referem permanecer nesses lugares por várias horas. Os indivíduos revelaram sintomas (auditivos e não auditivos) como, cefaléia (43,09%), zumbido (20,33%) e SPA (18,70%). Quanto às formas de proteção contra “sons altos”, 21,95% dos alunos referem baixar o volume dos equipamentos, 13,82% referem que procuram ficar menos exposto, o que sugere apenas o início de um longo caminho a ser percorrido no campo da saúde auditiva. Um número reduzido de adolescentes está inserido no mercado de trabalho (17), porém através deste trabalho tiveram a oportunidade de refletir sobre os 64 prejuízos das práticas relacionadas à música amplificada e a exposição ao ruído ocupacional. As oficinas desenvolvidas pelos alunos como músicas, teatro, vídeos, jogos e palestras sobre os prejuízos da poluição sonora na saúde e formas de prevenção foram criativas e interessantes, os alunos mostraram-se interessados e envolvidos com o tema, além de demonstrarem interiorização dos conceitos apresentados e mudança de hábitos. No que se refere á audiometria tonal limiar percebeu-se a não ocorrência de perda auditiva nos exames audiométricos dos 30 alunos avaliados. Os resultados descritos acima reforçam a necessidade de um programa educacional de conscientização voltado aos adolescentes sobre os riscos que a exposição à música excessivamente amplificada pode causar a saúde e que ações de sensibilização à comunidade escolar com a introdução de temas como a poluição sonora nas disciplinas se fazem necessário. 65 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, A. I. A.; RUSSO, I. C. P.; LIMA, M. L. L. T. & OLIVEIRA, L. C. S. Avaliação auditiva em músicos de frevo e maracatu. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 68(5): 714-20, 2002. ANDRADE, A. I. C.; RUSSO, I. C. P. Relação entre os achados audiométricos e as queixas auditivas e extra-auditivas dos professores de uma academia de ginástica. Revista Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 15(1): 167-73, 2010. ANDRADE, I. F. C.; SOUZA, A. S.; FROTA, S. M. M. C., Estudo das Emissões Otoacústicas – Produto de Distorção durante a prática esportiva associada à exposição à música. 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São Paulo: Plexus, 2010. p. 15-33. 70 8 APÊNDICES Apêndice 1 71 Apêndice 2 72 Apêndice 3 73 9 ANEXOS Anexo 1 74 Anexo 2 Gerência das Unidades de Vigilância em Saúde Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Macrorregião de Joinville Ofício circular n°528/09 – SST/CEREST Joinville, 28 de Setembro de 2009. Termo de Solicitação e Autorização Prezada Diretora Eu Aline Gomes de França, Fonoaudióloga inscrita no Conselho Regional de Fonoaudiologia sob o registro de nº 6578(SC), aluna do Curso de Especialização em Audiologia Clínica: Enfoque Prático e Ocupacional da Universidade Tuiuti do Paraná, sob orientação da professora Adriana Bender Moreira de Lacerda, estou desenvolvendo um projeto de pesquisa intitulado: Prevenido a Perda Auditiva nos Futuros Trabalhadores. O objetivo desta pesquisa é conhecer os hábitos sonoros a que os adolescentes estão expostos e os possíveis efeitos nocivos na saúde que estes hábitos poderiam causar, bem como promover estratégias de prevenção para a redução destas exposições. A proposta deste projeto é desenvolvê-lo em três etapas: Primeira etapa: Os alunos deverão responder um questionário sobre os hábitos sonoros a que os adolescentes estão expostos. (Modelo em anexo). Segunda etapa: Palestra sobre os Efeitos do ruído na saúde aos participantes da pesquisa. Nesta etapa, os alunos deverão se dividir em grupos para elaborar oficinas sobre formas de prevenção e estratégias de redução da exposição ao ruído. Os grupos poderão escolher a forma de apresentação do tema proposto bem como os recursos que serão utilizados. Terceira etapa: Apresentação das atividades desenvolvidas pelos alunos e a devolutiva dos resultados obtidos nos questionários. CEREST/AF CEREST - Av Dr Paulo Medeiros, 200, Centro, Joinville , 89201-210, Fone (47) 3422-2925 - E-mail: cerest@saudejoinville.sc.gov.br Secretaria Municipal da Saúde - Rua Araranguá, 397 – América – 89204-310 – Joinville / SC - Tel: (47) 3481-5103 E-mail: saúde@saudejoinville.sc.gov.br - www.joinville.sc.gov.br Continuação Ofício circular n°528/09 2ª Folha Cabe ressaltar que os nomes dos participantes e da escola serão mantidos sob sigilo. Após a conclusão desta pesquisa os resultados serão apresentados ao responsável pela escola e demais interessados. Sendo assim, solicito vossa autorização para a realização desta pesquisa nesta escola, bem como a autorização para a apresentação dos resultados obtidos em eventos e publicações científicas. É importante referir que a realização desta pesquisa contribuirá significativamente para a saúde do futuro trabalhador, pois poderá trazer dados importantes, atuais e significativos quanto aos riscos da exposição ao ruído presentes nas atividades de lazer, brinquedos e equipamentos de uso pessoal (MP3, MP4, Ipod), nas quais a grande maioria dos jovens está exposta. O projeto desta pesquisa encontra-se em anexo. Atenciosamente, Célia Diefenbach Aline Gomes de França Adriana Bender Moreira de Lacerda Coordenadora do CEREST Fonaudióloga Orientadora Jeane Regina Vanzuiten Vieira Gerente das Unidades de Vigilância em Saúde Tarcísio Crócomo Secretário Municipal da Saúde CEREST/AF CEREST - Av Dr Paulo Medeiros, 200, Centro, Joinville , 89201-210, Fone (47) 3422-2925 - E-mail: cerest@saudejoinville.sc.gov.br Secretaria Municipal da Saúde - Rua Araranguá, 397 – América – 89204-310 – Joinville / SC - Tel: (47) 3481-5103 E-mail: saúde@saudejoinville.sc.gov.br - www.joinville.sc.gov.br Gerência das Unidades de Vigilância em Saúde Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Macrorregião de Joinville Ofício n° 0101/10 – SST/CEREST Joinville, 05 de Fevereiro de 2010. Prezada Senhora, Segue em anexo para sua análise o Termo de Solicitação e Autorização para o desenvolvimento do Projeto de Pesquisa intitulado: Prevenção da Perda auditiva induzida pelo ruído nos futuros trabalhadores, nos alunos da Escola de Ensino Básico Dr. Tufi Dippe. Atenciosamente, Célia Diefenbach Responsável do CEREST Jeane Regina Vanzuiten Vieira Gerente das Unidades de Vigilância em Saúde Tarcísio Crócomo Secretário Municipal da Saúde CEREST/AF Para: Gerência da Educação do Estado A/C: Clarice Portela Lima NESTA CEREST - Av Dr Paulo Medeiros, 200, Centro, Joinville , 89201-210, Fone (47) 3422-2925 - E-mail: cerest@saudejoinville.sc.gov.br Secretaria Municipal da Saúde - Rua Araranguá, 397 – América – 89204-310 – Joinville / SC - Tel: (47) 3481-5103 E-mail: saúde@saudejoinville.sc.gov.br - www.joinville.sc.gov.br Continuação Of-0101 2ª Folha Termo de Solicitação e Autorização Prezada Senhora Eu Aline Gomes de França, Fonoaudióloga inscrita no Conselho Regional de Fonoaudiologia sob o registro de nº 6578(SC), aluna do Curso de Especialização em Audiologia Clínica: Enfoque Prático e Ocupacional da Universidade Tuiuti do Paraná, sob orientação da professora Adriana Bender Moreira de Lacerda, estou desenvolvendo um projeto de pesquisa intitulado: Prevenção da Perda auditiva induzida pelo ruído nos futuros trabalhadores. O objetivo desta pesquisa é conhecer os hábitos sonoros a que os adolescentes estão expostos e os possíveis efeitos nocivos na saúde; bem como verificar quais os prejuízos causados pelos hábitos sonoros na admissão do primeiro emprego e ainda, promover estratégias de prevenção para a redução destas exposições. A proposta deste projeto é desenvolvê-lo em quatro etapas: Primeira etapa: Os alunos deverão responder um questionário sobre os hábitos sonoros a que os adolescentes estão expostos. (Modelo em anexo). Segunda etapa: Realização da avaliação audiológica nos alunos. Terceira etapa: Palestra sobre os Efeitos do ruído na saúde aos participantes da pesquisa. Nesta etapa, os alunos deverão se dividir em grupos para elaborar oficinas sobre formas de prevenção e estratégias de redução da exposição ao ruído. Os grupos poderão escolher a forma de apresentação do tema proposto bem como os recursos que serão utilizados. Quarta etapa: Apresentação das atividades desenvolvidas pelos grupos para os alunos da escola e a devolutiva dos resultados obtidos nos questionários e na avaliação audiológica. Cabe ressaltar que os nomes dos participantes e da escola serão mantidos sob sigilo. Após a conclusão desta pesquisa os resultados serão apresentados ao responsável pela escola e demais interessados. CEREST - Av Dr Paulo Medeiros, 200, Centro, Joinville , 89201-210, Fone (47) 3422-2925 - E-mail: cerest@saudejoinville.sc.gov.br Secretaria Municipal da Saúde - Rua Araranguá, 397 – América – 89204-310 – Joinville / SC - Tel: (47) 3481-5103 E-mail: saúde@saudejoinville.sc.gov.br - www.joinville.sc.gov.br Continuação Of-0101 3ª Folha Sendo assim, solicito vossa autorização para a realização desta pesquisa nesta escola, bem como a autorização para a apresentação dos resultados obtidos em eventos e publicações científicas. É importante referir que a realização desta pesquisa contribuirá significativamente para a saúde do futuro trabalhador, pois poderá trazer dados importantes, atuais e significativos quanto aos riscos da exposição ao ruído presentes nas atividades de lazer, brinquedos e equipamentos de uso pessoal (MP3, MP4, Ipod), nas quais a grande maioria dos jovens está exposta. O projeto desta pesquisa encontra-se em anexo. Cordialmente, Colocamo-nos a disposição para maiores esclarecimentos, Atenciosamente, Aline Gomes de França Adriana Bender Moreira de Lacerda Fonoaudióloga do CEREST Orientadora CEREST/AF CEREST - Av Dr Paulo Medeiros, 200, Centro, Joinville , 89201-210, Fone (47) 3422-2925 - E-mail: cerest@saudejoinville.sc.gov.br Secretaria Municipal da Saúde - Rua Araranguá, 397 – América – 89204-310 – Joinville / SC - Tel: (47) 3481-5103 E-mail: saúde@saudejoinville.sc.gov.br - www.joinville.sc.gov.br Nome: ______________________________________________________________ Idade: __________ Série: ___________ 1- Você gosta de escutar música? ( Sexo: ( ) Sim 2- Você escuta música todos os dias? ( ( ) Sim ) Feminino ( ) Masculino ) Não ( ) Não 3- Quantas horas por dia você escuta música? ______________________________________________________ ( ) Nunca escuto ( ( ) mais de 10 horas ) 1 a 2 horas ( ) 2 a 4 horas ( ) 4 a 6 horas ( ) 6 a 8 horas ( ) 8 a 10 horas 4- Marque um X nos aparelhos que você escuta música: ( ) Walkman ( ) MP3 ( ) MP4 ( ) Aparelho de som em casa ( ) Outros: Quais: _____________________________________________________________________________ ( ( ) Ipod ( ) Celular com MP3 ) Aparelho de som do carro ( ( ) Computador ) TV e DVD 5- Qual é a marca do aparelho? __________________________________________________________________ 6- Você costuma usar fones de ouvido? ( ) Sim ( ) Não 7- Que tipo de fone de ouvido você usa: ( ) Externo ou arco ( ) Inserção 8- Qual o volume você costuma escutar música? __________________________ 9- Você freqüenta academia de ginástica que tem música alta? ( ) Sim ( ) Não Quantas vezes por semana: ___________ Quantas horas você fica na academia? ___________________________ 10- Você pratica algum esporte que tem barulho? ( ) Sim ( ) Não Qual? _____________________________ Quantas vezes por semana: ___________ Quantas horas você pratica este esporte? ________________________ 11- Você freqüenta discotecas, baladas, bailes? ( ) Sim ( ) Não Quantas vezes por semana: ___________ Quantas horas você fica na balada? _____________________________ 12- Você participa ou toca em algum grupo musical? ( Qual: ( ) coral ( ) aulas de canto ou música ) Sim ( ( ) Não ) Outros: Quais: ___________________________________ Quantas vezes por semana: ___________ Quantas horas você ensaia? ___________________________________ 13- Você toca algum instrumento musical? ( ) Sim ( ) Não Qual? _________________________________ Quantas vezes por semana: ___________ Quantas horas você toca este instrumento? _______________________ 14- Você sente: ( ) Perda auditiva ( ) Dificuldades na comunicação ( ) Zumbido ( ) Sensação de ouvido trancado ( ) Tontura ( ) Cansaço ( ) Dificuldade para dormir ( ) Dor de cabeça ( ) Nenhuma queixa ( ) Outras queixas: _____________________________________________________________________________ 15- Na sua casa alguém trabalha ou até mesmo você em empresa que tem ruído? ( ) Sim ( ) Não Quem: _______________________________________________________________________________________ 16- Você usa algumas das opções abaixo para proteger seus ouvidos do barulho ou som alto? ( ) Fica longe do barulho ( ) Baixa o volume ( ) Coloca algodão nos ouvidos ( ) Usa protetores de ouvido ( ) Fica próximo do barulho para se acostumar com ele ( ) Fica menos tempo exposto ao barulho ( ) Nenhuma delas 17- Que tipo de barulho existe na sua casa? Eletrodomésticos: ( ( ) Batedeira ( ) Liquidificador ( ) Lavajato Eletroeletrônicos: ( ( ( ) Secador de cabelo ) Aparelho de som ) Videogame ) Espremedor de frutas ( ( ( ) Home theater ( ) Multiprocessador ) Máquina de lavar roupa ( ( ( ) Aspirador de pó ) Outros ) Computador com caixas de som ) Outros 18- O que poderia ser feito para diminuir este barulho? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 19- Você pode citar algum efeito do ruído? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Gerência das Unidades de Vigilância em Saúde Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Macrorregião de Joinville TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa. Saiba que sua participação é espontânea. Caso você não queira participar, apenas não assine este documento. Após o esclarecimento das informações a seguir e você aceitar fazer parte deste estudo, por gentileza, assine o final deste documento, que apresenta duas vias, sendo uma delas sua, e a outra do pesquisador responsável. O título da pesquisa é: Prevenido a Perda auditiva nos futuros trabalhadores, e o objetivo é conhecer os hábitos sonoros a que os adolescentes estão expostos e os possíveis efeitos nocivos na saúde que estes hábitos poderiam causar, bem como promover estratégias de prevenção para a redução destas exposições. Esta pesquisa será desenvolvida pela fonoaudióloga e aluna do Curso de Especialização em Audiologia Clínica: Enfoque Prático e Ocupacional da Universidade Tuiuti do Paraná, Aline Gomes de França, sob orientação da professora Adriana Bender Moreira de Lacerda. Cabe ressaltar que os nomes dos participantes e da escola serão mantidos sob sigilo. DECLARAÇÃO DE CONSETIMENTO Eu, _______________________________________________, portador do RG: ___________________________, concordo em participar desta pesquisa como sujeito. Fui devidamente informado (a) e esclarecido (a) pela pesquisadora Aline Gomes de França sobre os propósitos desta pesquisa e as etapas nela envolvidas, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes da minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade. Joinville, _____/_____/______. ______________________________________________ Assinatura do aluno responsável ______________________________________________ Assinatura do pesquisador responsável CEREST - Av Dr Paulo Medeiros, 200, Centro, Joinville , 89201-210, Fone (47) 3422-2925 - E-mail: cerest@saudejoinville.sc.gov.br Secretaria Municipal da Saúde - Rua Araranguá, 397 – América – 89204-310 – Joinville / SC - Tel: (47) 3481-5103 E-mail: saúde@saudejoinville.sc.gov.br - www.joinville.sc.gov.br
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