Material para Estudo
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ABC das Ferramentas (módulo I) Você sabe como surgiu a primeira ferramenta? A ferramenta é uma das provas de que o homem iniciou a sua evolução há pelo menos 2 milhões de anos atrás. No ano de 1959 foram encontradas na África ferramentas datadas de 1 milhão e 700 mil anos. São martelos e choppers (instrumento de corte) que comprovam a existência de uma técnica já em desenvolvimento naquela época. As ferramentas do longo período que se chama Paleolítico (Idade da Pedra) eram feitas de sílex, um tipo de pedra que era retirada de grandes bancos rochosos, através de picaretas feitas com chifres de veados. Os blocos de pedra retirados eram talhados através da percussão até a formação de um núcleo, a base da futura ferramenta. A forma e as técnicas básicas da utilização de vários instrumentos que usamos até hoje já eram conhecidas desde os primórdios da evolução humana. A pinça, por exemplo, já usada para a depilação, era feita com conchas de mexilhão. Nossos ancestrais já sabiam das diversas relações entre o tamanho do cabo e peso do batedor para que um martelo pudesse, ou quebrar pedras duríssimas, ou talhar uma colher de madeira; já usavam contra-pesos para controlar o impacto e a direção dos golpes e usavam espécies de amortecedores para aproveitar os estilhaços da pedra. Como ferramentas da época, havia o endireitador de flechas, que é o ancestral da nossa chave inglesa e do alicate, furadores ou brocas que eram usados através de rotação, martelos (choppers) e machados para diversas funções, raspadores e cinzéis ou buris. chopper ponta de flexa buril raspador buril furador por rotação Podemos observar que durante o período da Idade da Pedra, há uma evolução importante na história da ferramenta. Num período de tempo que chegava a quinhentos mil anos, os instrumentos de corte vão reduzindo de tamanho e já eram encabados com madeira ou osso. Foi no período chamado Neolítico que se conheceu uma das maiores revoluções na história da humanidade. Nele surge, há 8.000 anos atrás a agricultura, a domesticação de animais e a cerâmica. Desenvolve-se assim, a fabricação de ferramentas específicas para estes trabalhos. Entretanto, na história das ferramentas, o fato mais importante acontece há mil e duzentos anos atrás, com o domínio da técnica de fusão e tratamento do ferro. Apesar do metal já ser conhecido, pois muitos povos usavam o metal de meteoros para fazer facas, ponta de flechas e instrumentos para perfurar, o metal era tratado como a pedra, através da percussão e do polimento. Até o século XVIII d.C. apesar das modificações importantes que aconteceram com as ferramentas, todo o trabalho era realizado através de dois tipos de motores: o motor humano e o motor animal. O forno, o fole, a bigorna e martelo, revolucionaram o uso dos metais, possibilitando o surgimento de uma indústria metalúrgica, com a qual o homem passa a trabalhar a própria matéria prima (o metal) de que serão feitas as suas ferramentas. A evolução das ferramentas na era do metal. truqueza martelo tenaz enxó alicate compasso morsa ferramenta elétrica As ferramentas passaram então a ser movidas pela força do motor. Com ele - movido a vapor, a combustível líquido ou elétrico - foi possível fazer vários perfuradores, martelos e vários raspadores funcionarem ao mesmo tempo, com uma velocidade maior, com movimentos mais precisos e por um tempo bem mais longo. A ferramenta agora funciona junto com a máquina, constituindo assim a máquina-ferramenta, a condição necessária para que pudesse ocorrer a revolução industrial que se alastrou por todo o mundo. O ano de 1886 pode ser considerado o ano de nascimento da máquina elétrica, pois foi nesta data que o alemão Werner von Siemens inventou o 1º gerador de corrente contínua auto-induzido. Foi em 1886 que Siemens construiu um gerador sem a utilização de ímã permanente, provando que a tensão necessária para o magnetismo poderia ser retirado do próprio enrolamento do rotor, isto é, que a máquina podia se auto-acionar Em 1887 Robert Bosch fez decisivo melhoramento em um magneto de ignição (não patenteado) da empresa alemã de engenharia chamada Deutz. A proposta do aparelho era gerar faísca elétrica que inflamasse a mistura de ar e combustível para acionar uma máquina estacionária. Cronologia das Ferramentas Elétricas Bosch no Brasil e no Mundo Quando várias crises abalaram a indústria automobilística nos anos posteriores a 1926, Robert Bosch decidiu ampliar e direcionar suas atividades para outros segmentos. Com este pensamento a empresa de Robert Bosch transformou-se, em apenas alguns anos, de um fornecedor de componentes para automóveis em um grupo voltado também para a indústria eletrônica. Desta forma, é que nasce em 1928 o primeiro aparelho elétrico Bosch – a máquina de cortar cabelos Forfex - que daria impulso ao novo negócio da empresa, a qual se transformaria posteriormente na empresa Líder Mundial no segmento de Ferramentas Elétricas. 1928 A primeira ferramenta elétrica fabricada pela Bosch, o cortador de cabelos “Forfex” 1932 O primeiro “Martelete Bosch" é um sinônimo de ferramenta para processamento de pedras 1946 Invenção da Serra Tico-Tico na Bosch Suíça 1954 A Bosch inicia as atividades no Brasil com escritório de representação na Praça da República em SP 1956 A Bosch transfere suas atividades de SP para a nova sede em Campinas – Av. Saudades 1958 A Bosch se transfere para a Rod. Anhanguera km 98 em Campinas, onde inicia suas atividades industriais 1966 Primeira ferramenta elétrica desenvolvida para o mercado “faça você mesmo” 1968 Início da produção das ferramentas elétricas no Brasil 1970 Primeira Esmerilhadeira com dispositivo “constante eletrônico” lançada na Europa 1978 Fabricação e lançamento dos produtos da Linha Super Hobby no Brasil 1981 Introdução do martelete de 2 kg / GBH 2-20 1989 Lançamento da 1ª Serra Mármore Bosch / GDC 34 1992 Lançamento das Ferramentas de Medição Inteligente a LASER 1993 Aquisição da marca DREMEL pelo Grupo Bosch. (Foi fundada em 1932) 1996 Fundada em 1924 a marca Skil passa a fazer parte do Grupo Bosch e é lançada no Brasil em 1998 1996 Lançamento da Linha Pneumática no Brasil Chaves de Impacto, Furadeiras, Marteletes, etc... 2001 Introdução do punho anti-vibração “Vibration Control” para as esmerilhadeiras angulares 2002 Lançamento do 1º Detector de Materiais Bosch na Linha de Medição Inteligente 2002 Introdução das Ferramentas de Bancada “Benchtop” no mercado brasileiro 2003 Tecnologia de baterias Íons de lítio, pela primeira vez utilizada nas ferramentas elétricas 2003 Introdução na América Latina do conceito de famílias para os produtos a bateria – 9,6 / 12 / 14,4 / 24 Volts 2004 Introdução do Martelete Skil de 2 kg (1759) no mercado Brasileiro 2005 Introdução da Linha de Medição Skil Nível a laser / Medidor de Distância / Detector 2005 GSR 10,8 V-Li - tecnologia de Íons de lítio mais compacta e menor peso 2006 Introdução DLE 50 o menor medidor de distância a laser do mundo 2007 Reestruturação do conceito da Marca SKIL, agora com foco no “Profissional Autônomo” 2010 GSH 27 Professional VC. O Martelo Rompedor elétrico mais forte (69 J) e com melhor performance do mundo 2011 Esmerilhadeiras Angulares “ONÇA”. Mais potentes, leves e seguras 2012 SawMax Dremel A serra multiuso para diversos tipos de materiais 2012 Serra Mármore Skil A serra mármore para o profissional autônomo 2013 Wood wheel – Novo Disco de Serra Mármore específico para cortes de madeira 2013 Moto Saw Dremel A Nova Serra de bancada e manual da DREMEL 2014 GLM 30 – A menor trena a laser do mercado 2015 Nova Linha de Ferramentas a bateria Bosch Mais autonomia, proteção e desempenho Princípio de funcionamento das Ferramentas Elétricas Além das ferramentas manuais, as ferramentas portáteis mais comuns e conhecidas no mercado ferragista são as ferramentas: 1. 2. 3. 4. 5. Elétricas Convencionais Elétricas de Alta Frequência Bateria Pneumáticas Medição Inteligente Ferramentas Elétricas Convencionais O princípio de funcionamento das ferramentas elétricas é definido pela ação da energia elétrica sobre um motor que transforma essa energia elétrica em energia mecânica. O motor elétrico é o mais usado de todos os tipos de motores, pois combina as vantagens da energia elétrica com baixo custo e peso, facilidade de transporte, versatilidade de adaptação e simplicidade de comando. A maioria dos motores elétricos trabalham pela interação entre os campos eletromagnéticos, e seu movimento é giratório. Em um motor giratório, a parte giratória que está localizada no interior do motor é chamada de rotor ou induzido, e a parte fixa é chamada de estator ou bobina. O motor é constituído de rotor e estator que são feitos de material ferroso e que produzem um campo magnético quando em funcionamento. Tanto rotor quanto estator são enrolados com fios de cobre, que conduzem a energia elétrica para o seu funcionamento. O eixo do rotor / induzido é conectado direta ou indiretamente ao eixo motriz da ferramenta elétrica, o qual transfere os movimentos giratórios, de impacto, excêntricos e de vai e vem aos acessórios conectados a ferramenta. Estrator Rotor Acessório Eixo do Rotor Serra Tico Tico Serra Circular Furadeira Cortadeira de metais Serra Mármore Serra Circular Esmerilhadeira Serra Tico Tico Lixadeira Excêntrica Lixadeira Furadeira Serra para meia esquadria Esmerilhadeira Ferramentas Elétricas de Alta Frequência O princípio de funcionamento das ferramentas elétricas de alta frequência é basicamente o mesmo das ferramentas elétricas convencionais. Porém, enquanto os motores universais das ferramentas elétricas convencionais trabalham com tensão / voltagem entre 100 e 230 volts (monofásica) e frequência de 50 e 60 Hz (nº de ciclos / seg.), as ferramentas elétricas de alta frequência trabalham com tensão / voltagem de 220 e 380 volts (trifásica) e frequências acima de 200 Hz. Para este grupo de ferramentas é necessário a utilização de um aparelho chamado “conversor de frequência”, o qual transforma as frequências convencionais em frequências mais altas. A utilização destas ferramentas é mais voltada às empresas de metalurgia pesada e fundições, onde a produtividade e performance da ferramenta é muito mais exigida. Conversor Esmerilhadeira Furadeira Lixadeira Esmeril Reto Lixadeira Vertical Ferramentas a Bateria O princípio de funcionamento das ferramentas a bateria é o mesmo utilizado nas ferramentas elétricas convencionais, porém a energia utilizada para o funcionamento da ferramenta fica acondicionada / armazenada em pequenos dispositivos. Estes dispositivos, os quais chamamos de acumuladores ou baterias, armazenam a energia elétrica na forma de energia química. Os acumuladores ou baterias podem ser carregados e recarregados muitas vezes e por isso é também denominado de célula secundária. A capacidade de armazenamento de uma célula de bateria é informada em Ampéres/hora (Ah). Esta medida é convencionada internacionalmente. Atualmente se empregam 3 diferentes tipos de tecnologias para as baterias das ferramentas: Baterias de Níquel Cádmio, Baterias de Níquel Metal Hidreto e o mais recente desenvolvimento são as Baterias de Íons de Lítio. As baterias de Íons de Lítio trazem consigo vantagens excepcionais em comparação com as outras tecnologias existentes como: 1. 2. 3. 4. Maior capacidade de armazenamento de energia em menor espaço Tamanho reduzido das baterias Não apresenta o tão conhecido “efeito memória” das células Utilização total da carga sem perda de rendimento da ferramenta NiCd Li-Ion 9,6 Volts 10,8 Volts Parafusadeira 3,6 V Furadeira de Impacto 18V Martelete 36 V Martelete 14,4 V Serra Tico Tico 24 V Esmerilhadeira 14,4 V Ferramentas Pneumáticas Entrada de ar O princípio de funcionamento das ferramentas pneumáticas é definido pela ação do ar atmosférico comprimido, sobre um motor que transforma esta energia em energia mecânica. Rotor Estator O motor pneumático é mais simples e mais robusto que o motor elétrico, e é composto por uma câmara (o estator), onde o rotor encontra-se alojado em forma excêntrica. O rotor possui ranhuras longitudinais onde se alojam as palhetas, as quais são móveis/deslizantes. Palheta Saída de ar Quando o ar entra no sistema, este faz pressão sobre as palhetas. Por ação centrífuga, as palhetas deslizam contra a parede da câmara (estator) formando sub-câmaras Desta forma o ar impulsiona o rotor, no qual está acoplado o eixo de trabalho. Finalmente, o ar já expandido sai pelo extremo oposto do motor. Normalmente se utiliza um silenciador colocado na saída do ar para reduzir o nível de ruído. Furadeiras Esmerilhadeira Serra Tico Tico Chave de Impacto Retífica Reta Parafusadeira Lixadeira Orbital Ferramentas de Medição Inteligente As ferramentas de medição inteligente, são acionadas por baterias ou pilhas convencionais, emitindo assim feixes de luzes. Este feixe de luz que chamamos de LASER (Light Amplification by Simulated Emission of Radiation – Ampliação de Luz por Emissão Estimulada de Radiação) tem a função de medir distâncias entre dois ou mais pontos. A radiação emitida pelo laser das ferramentas de medição Bosch são classificadas como “Classe 2” e não é prejudicial quando em contato com qualquer parte do corpo. Porém deve ressaltar-se que a luminosidade do laser não deve ser apontado em direção aos olhos. Com a emissão combinada de 2 ou mais feixes de laser, estas ferramentas também determinam prumo e nível. Algumas delas tem as funções para cálculo de área, perímetro e de inclinações. A utilização destas excepcionais ferramentas é voltada a diversos segmentos com destaque para as empresas de construção civil em geral, empreiteiras, arquitetos, pintores, instaladores de móveis e outros que necessitem de medições precisas em suas atividades. Além da grande precisão e qualidade nos resultados do trabalho, a utilização das ferramentas de medição traz economia de tempo e de mão de obra ao profissional. Nível de Planos Nível com 2 lasers Nível Nível de ângulos Medidor de distâncias Detector de Materiais Medidor de Inclinação Tripé FONTES: Enciclopédia Wikipédia livre Pesquisas gerais na internet Centro de Memória Robert Bosch